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Tarefa: Elaborar um relatório analisando os dois exercícios sociais da empresa Magazine Luiza.
Introdução
A Magazine Luiza teve sua fundação no ano de 1957 na cidade de Franca, interior do estado de
São Paulo. Foi criada pelo casal Luiza Trajano Donato, balconista, e Pelegrino José Donato,
caixeiro-viajante, quando ambos compraram uma pequena loja de presentes na cidade. Esta loja
se chamava “A Cristaleira”, mas em seguida, através de um concurso cultural passou a se chamar
Magazine Luiza.
Nas décadas seguintes aconteceu a expansão do negócio para outras cidades do interior do
estado como Barretos e Igarapava, além de aumentar o número de unidades em Franca. Neste
período, outros familiares começaram a participar do negócio. Em 1974, aconteceu a inauguração
da primeira grande loja de departamento, tendo mais de 5.000 m². E, passados 20 anos de
história, a Magazine Luiza já contava com 30 lojas.
Já em 1991, iniciou-se uma reestruturação societária e Luiza Helena Trajano, sobrinha de Luiza
Trajano Donato, assumiu a liderança da organização e que começou uma transformação do
modelo de gestão. Acompanhando as mudanças que se apresentavam, em 1992 foram
inauguradas as primeiras lojas virtuais. E aproveitando as oportunidades de mercado, no decorrer
dos anos, a Magazine Luiza adquiriu diversas lojas pelo Brasil.
Atualmente, a empresa expandiu sua atuação passando a ser referência em e-commerce e possui
mais de 1.000 lojas físicas distribuídas por quase todos os estados brasileiros, sendo seu modelo
caracterizado por uma plataforma digital com pontos físicos.
Tendo em vista a história e forte presença da empresa em âmbito nacional, esta atividade tem
como objetivo uma análise das demonstrações contábeis da Magazine Luiza, através da análise
do Balanço Patrimonial e do Demonstrativo do Resultado do Exercício dos anos de 2019 e 2020.
Análise horizontal
Conforme cita Limeira et al (2015), a análise horizontal é gerada tomando-se por base dois ou
mais exercícios sociais, para que seja possível o comportamento dos diversos itens do patrimônio e
principalmente identificar uma análise de tendência. Neste relatório, o exercício social de 2019 será
considerado o ano base e para fazer esta análise, usa-se a seguinte fórmula:
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Abaixo observa-se a análise horizontal para o balanço patrimonial:
Balanço Patrimonial
Análise
31/12/2020 31/12/2019
Horizontal
Ativo total 22.296.830 18.611.817 19,80%
Ativo circulante 14.799.483 12.157.015 21,74%
Caixa e equivalente de caixa 1.281.569 180.799 608,84%
Aplicações financeiras 1.220.095 4.446.143 -72,56%
Contas a receber 3.460.711 2.769.649 24,95%
Estoques 5.459.037 3.509.334 55,56%
Ativos biológicos 0 0 0,00%
Tributos a recuperar 594.782 777.929 -23,54%
Outros ativos circulantes 2.783.289 473.161 488,23%
Ativo não circulante 7.497.347 6.454.802 16,15%
Ativo realizável a longo prazo 1.585.551 1.491.070 6,34%
Investimentos 1.705.072 1.240.664 37,43%
Imobilizado 3.613.297 3.196.199 13,05%
Intangível 593.427 526.869 12,63%
Passivo total 22.296.830 18.611.817 19,80%
Passivo circulante 11.512.179 7.203.042 59,82%
Obrigações sociais e trabalhistas 294.314 309.007 -4,75%
Fornecedores 7.679.861 5.413.546 41,86%
Obrigações fiscais 331.113 307.695 7,61%
Empréstimos e financiamentos 1.666.243 8.192 20239,88%
Outras Obrigações 1.540.648 1.164.602 32,29%
Passivo não circulante 3.459.364 3.843.838 -10,00%
Empréstimos e financiamentos 17.725 838.862 -97,89%
Arrendamento mercantil 2.156.522 1.893.790 13,87%
Tributos diferidos 0 3.725 -100,00%
Provisões fiscais, trabalhistas e cíveis 998.250 767.938 29,99%
Lucros e receitas a apropriar 286.867 339.523 -15,51%
Patrimônio líquido 7.325.287 7.564.937 -3,17%
Capital social realizado 5.952.282 5.952.282 0,00%
Reservas de capital -213.307 198.730 -207,34%
Reservas de lucros 1.574.891 1.410.757 11,63%
Outros resultados abrangentes 11.151 3.168 251,99%
Analisando os dados obtidos, pode-se observar os ativos totais 20% maior em comparação com
2019, com destaque para um aumento de 609% no caixa e equivalente de caixa e um aumento de
37% nos investimentos. Na análise dos passivos, os empréstimos e financiamentos de curto prazo
foram 20.240% superiores do que em relação a 2019, enquanto os empréstimos e financiamentos
superiores a 1 ano reduziram 98% comparado ao ano anterior. O patrimônio líquido ficou 3%
abaixo de 2019, muito em função da redução em 207% das reservas de capital.
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Demonstração do resultado do Exercício
Análise
31/12/2020 31/12/2019
Horizontal
Receita de venda de bens e/ou serviços 26.130.544 18.491.861 41,31%
Custo dos bens e/ou serviços vendidos -19.672.090 -13.464.405 46,10%
Resultado Bruto 6.458.454 5.027.456 28,46%
Despesas/receitas operacionais -5.753.929 -3.745.083 53,64%
Despesas com vendas -4.476.887 -3.134.586 42,82%
Despesas gerais e administrativas -1.295.041 -972.582 33,15%
Perdas pela não recuperabilidade de ativos -100.388 -69.676 44,08%
Outras receitas operacionais 81.834 352.031 -76,75%
Resultado de equivalência patrimonial 36.553 79.730 -54,15%
Resultado antes do resultado financeiro e dos tributos 704.525 1.282.373 -45,06%
Receitas financeiras 201.463 647.421 -68,88%
Despesas financeiras -526.543 -714.410 -26,30%
Resultado antes dos tributos sobre o lucro 379.445 1.215.384 -68,78%
Imposto de renda e contribuição social sobre o lucro 12.264 -293.556 -104,18%
Lucro/prejuízo do período 391.709 921.828 -57,51%
Observa-se que no ano de 2020 o resultado bruto foi 28% superior devido a um aumento de 41%
na receita de vendas. Entretanto quase todas as despesas foram superiores, ocasionando neste
ano um lucro 58% inferior.
Análise vertical
A análise vertical exibe a participação percentual de cada item das demonstrações financeiras
em relação ao somatório. Através dela, se visualiza de maneira clara e objetiva, a
representatividade de cada item, identificando a contribuição de cada para a formação do
valor total (LIMEIRA et al, 2015).
Quando a análise vertical é aplicada no balanço patrimonial, verifica-se o percentual que cada
conta presenta em relação ao ativo ou passivo total. Sua fórmula está descrita abaixo:
Balanço Patrimonial
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Análise Análise
31/12/2020 31/12/2019
Vertical Vertical
Ativo total 22.296.830 100,00% 18.611.817 100,00%
Ativo circulante 14.799.483 66,37% 12.157.015 65,32%
Caixa e equivalente de caixa 1.281.569 5,75% 180.799 0,97%
Aplicações financeiras 1.220.095 5,47% 4.446.143 23,89%
Contas a receber 3.460.711 15,52% 2.769.649 14,88%
Estoques 5.459.037 24,48% 3.509.334 18,86%
Ativos biológicos 0 0,00% 0 0,00%
Tributos a recuperar 594.782 2,67% 777.929 4,18%
Outros ativos circulantes 2.783.289 12,48% 473.161 2,54%
Ativo não circulante 7.497.347 33,63% 6.454.802 34,68%
Ativo realizável a longo prazo 1.585.551 7,11% 1.491.070 8,01%
Investimentos 1.705.072 7,65% 1.240.664 6,67%
Imobilizado 3.613.297 16,21% 3.196.199 17,17%
Intangível 593.427 2,66% 526.869 2,83%
Passivo total 22.296.830 100,00% 18.611.817 100,00%
Passivo circulante 11.512.179 51,63% 7.203.042 38,70%
Obrigações sociais e trabalhistas 294.314 1,32% 309.007 1,66%
Fornecedores 7.679.861 34,44% 5.413.546 29,09%
Obrigações fiscais 331.113 1,49% 307.695 1,65%
Empréstimos e financiamentos 1.666.243 7,47% 8.192 0,04%
Outras Obrigações 1.540.648 6,91% 1.164.602 6,26%
Passivo não circulante 3.459.364 15,52% 3.843.838 20,65%
Empréstimos e financiamentos 17.725 0,08% 838.862 4,51%
Arrendamento mercantil 2.156.522 9,67% 1.893.790 10,18%
Tributos diferidos 0 0,00% 3.725 0,02%
Provisões fiscais, trabalhistas e cíveis 998.250 4,48% 767.938 4,13%
Lucros e receitas a apropriar 286.867 1,29% 339.523 1,82%
Patrimônio líquido 7.325.287 32,85% 7.564.937 40,65%
Capital social realizado 5.952.282 26,70% 5.952.282 31,98%
Reservas de capital -213.307 -0,96% 198.730 1,07%
Reservas de lucros 1.574.891 7,06% 1.410.757 7,58%
Outros resultados abrangentes 11.151 0,05% 3.168 0,02%
Nota-se uma certa linearidade nas participações do ativo circulante e ativo não circulante na
composição do ativo total nos anos analisados, porém a se destacar uma redução na
participação de aplicações financeiras e o aumento em estoques e outros ativos circulantes. Já
no passivo, observa-se uma menor linearidade, porém a se destacar que, em 2019 a maior
representatividade estava no patrimônio líquido e em 2020, o passivo circulante representou
mais da metade do passivo da empresa.
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Receita de venda de bens e/ou serviços 26.130.544 100,00% 18.491.861 100,00%
Custo dos bens e/ou serviços vendidos -19.672.090 75,28% -13.464.405 72,81%
Resultado Bruto 6.458.454 24,72% 5.027.456 27,19%
Despesas/receitas operacionais -5.753.929 22,02% -3.745.083 20,25%
Despesas com vendas -4.476.887 17,13% -3.134.586 16,95%
Despesas gerais e administrativas -1.295.041 4,96% -972.582 5,26%
Perdas pela não recuperabilidade de ativos -100.388 0,38% -69.676 0,38%
Outras receitas operacionais 81.834 0,31% 352.031 1,90%
Resultado de equivalência patrimonial 36.553 0,14% 79.730 0,43%
Resultado antes do resultado financeiro e dos tributos 704.525 2,70% 1.282.373 6,93%
Receitas financeiras 201.463 0,77% 647.421 3,50%
Despesas financeiras -526.543 2,02% -714.410 3,86%
Resultado antes dos tributos sobre o lucro 379.445 1,45% 1.215.384 6,57%
Imposto de renda e contribuição social sobre o lucro 12.264 0,05% -293.556 1,59%
Lucro/prejuízo do período 391.709 1,50% 921.828 4,99%
Tendo como base o balanço patrimonial, através dos indicies de liquidez, é possível realizar uma
série de constatações sobre a saúde financeira de uma organização em um determinado período.
Conforme Clemente (2017), estas informações são de grande importância para o planejamento
financeiro, seja ele no curto, médio ou longo prazo. Para avaliar os resultados, existem quatro
tipos de índices de liquidez: liquidez imediata, liquidez corrente, liquidez seca e liquidez geral.
A liquidez imediata é o índice que leva em consideração o caixa e seus equivalentes disponíveis
e a relação com o passivo circulante. Esse indicador aponta qual é a capacidade de pagamento da
empresa, considerando apenas aquilo que é dinheiro ou que pode ser convertido em capital em
um curtíssimo período. Sua fórmula está descrita abaixo:
A Magazine Luiza apresentou uma elevação na liquidez imediata no período (0,03 para 0,11). Isto
quer dizer que no ano de 2020, a empresa passou a dispor de R$ 0,11 de recursos disponíveis
para pagar R$ 1,00 de dívidas de curto prazo. Contudo, ter um índice de liquidez imediata alto não
necessariamente significa que a empresa possui bom controle das contas. Ter muito dinheiro em
caixa pode ser prejudicial, por exemplo, no caso de uma inflação alta ou na falta de investimentos.
Já a liquidez corrente indica quanto a empresa poderá dispor de capital de giro (recursos de
curto prazo, como disponibilidades, aplicações financeiras, clientes e estoques) para pagar suas
dívidas circulantes, como fornecedores, empréstimos, provisões sociais, provisões tributárias,
dividendos, entre outras (LIMEIRA, 2015). E conforme Bona (2019) explica, o cálculo para
obtenção da liquidez corrente se dá pela divisão dos ativos circulantes da empresa pelo passivo
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circulante e que é interessante que este valor seja superior a 1:
No balanço patrimonial da Magazine Luiza, observa-se uma queda na liquidez corrente, onde
passou de 1,69 para 1,29. Isso quer dizer em 2019, a empresa poderia dispor de R$ 1,69 para
pagar cada R$ 1,00 de dívida e que em 2020 a empresa passou a dispor de R$ 1,29. Apesar da
queda, a empresa ainda apresentou capital de giro suficiente para honrar suas dívidas circulantes.
Na Magazine Luiza, observou-se um aumento na dependência dos estoques, uma vez que este
indicador apresentou redução no período, passando de 1,20 para 0,81.
E por fim, a liquidez geral avalia, como diz Clemente (2017), a situação de médio e longo prazo,
incluindo direitos e obrigações, como aplicações de longo prazo, vendas parceladas e empréstimos
a pagar. Para encontrar seu valor, deve-se somar o ativo circulante com o realizável a longo prazo
e dividir pela soma dos passivos circulante e não circulante:
No caso da Magazine Luiza, observou-se uma redução na liquidez geral, passando de 1,24 para
1,09. Apesar da redução, exibindo que a empresa tenha perdido liquidez, o volume ainda é
superior a 1,0, indicando que a empresa possui ainda folga para cumprir com suas obrigações.
Por fim, abaixo é exibido um gráfico comparando os índices de liquidez encontrados nos anos de
2019 e 2020:
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Cálculo da estrutura de capital
De acordo com Voglino (2020), os indicadores de estrutura de capital possuem a função de exibir
qual o nível de dependência de fontes internas (patrimônio líquido) e externas (passivo circulante e
não circulante) de recursos que as organizações utilizam para alavancar suas operações. Quanto
maior for a participação de recursos de terceiros no negócio de uma empresa, maior será o risco
ao qual os credores estarão expostos. Os principais indicadores de estrutura de capital são:
endividamento geral, composição do endividamento, imobilização do capital próprio, imobilização
de recursos não correntes e passivos onerosos sobre ativo.
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A Magazine Luiza apresentou um crescimento da concentração do endividamento no curto prazo,
passando de 65% para 77%. Isto quer dizer que, em 2020, para cada R$ 100,00 de dívidas totais,
R$ 77,00 estão concentradas no passivo circulante, ou que 77% das dívidas totais da empresa
vencerão nos próximos 12 meses. Isso mostra que de 2019 para 2020, a empresa passou a ter
elevado endividamento de curto prazo.
Observou-se que, para a Magazine Luiza, houve um aumento na imobilização de recursos não
correntes de 2019 para 2020 (de 44% para 55%), mostrando que foram necessários mais recursos
de terceiros a longo prazo para complementar os investimentos efetuados no ativos permanentes.
Por fim, tem-se o indicador de passivo oneroso sobre ativo. Através dele, pode-se ver a
participação de fontes onerosas de capital no financiamento dos investimentos totais da empresa,
mostrando a dependência de instituições financeiras. Para encontrar este índice, utiliza-se a fórmula
a seguir, porém, conforme explica Limeira (2015), deve-se supor que todo o passivo não circulante
seja oneroso sendo que, caso não seja, deve ser feita a remoção da conta não onerosa.
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provavelmente para aumentar a geração de receitas no período.
Abaixo é exibido um gráfico comparando os índices de estrutura de capital encontrados nos anos
de 2019 e 2020:
Cálculo da lucratividade
O índice de margem bruta é a relação entre o lucro bruto e a receita operacional líquida no
período. Através dela, identifica-se o lucro bruto obtido em cada R$ 1,00 de vendas líquidas.
A Magazine Luiza apresentou no período uma redução na margem bruta, passando de 27% para
25%. Isso significa que em 2020, a empresa obteve 25% de lucratividade sobre o produto
comercializado, ou seja R$ 0,25 para R$ 1,00 vendido. Esta redução foi o ocasionada pelo aumento
do custo dos bens e/ou serviços vendidos, já que o aumento do resultado bruto (28,46%) não
acompanhou o aumento da receita de vendas (41,31%) no período.
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Pode-se observar na Magazine Luiza uma grande redução na margem operacional no período; uma
queda de 7% para 1%. Isto quer dizer que em 2020 a empresa obteve somente 1% de retorno
operacional sobre seu faturamento líquido, mostrando uma queda de eficiência no negócio. Ao
analisar o DRE, identifica-se aumento em todas as despesas e uma redução no lucro operacional de
2019 para 2020, fatos esses que justificam esta queda na margem operacional.
No índice de margem líquida, tem-se a relação entre o lucro líquido e a receita líquida de vendas
no período. Cabe ressaltar, conforme alerta Aprato ([s.d.]) que pode ocorrer situações que um
volume maior de vendas não representará um maior lucro, e um baixo lucro (ou mesmo prejuízo)
não decorre necessariamente de um baixo volume de vendas. Neste índice, deduz-se do lucro
operacional o impacto do imposto de renda e da contribuição social sobre o lucro, além de
participações no resultado.
A Magazine Luiza apresentou uma redução na margem líquida no período avaliado, passando de
5% para 1%. Ou seja, um retorno sobre o faturamento líquido de apenas 1%, acompanhando a
queda identificada na margem operacional.
Por fim, o indicador de giro do ativo demonstra, de acordo com Limeira (2015) se o faturamento
líquido gerado no período foi suficiente para cobrir o investimento total realizado na empresa.
A Magazine Luiza demonstrou no período uma elevação no giro do ativo de 0,99 para 1,17. Isto
significa dizer que em 2020, a empresa vendeu R$ 1,17 para cada R$ 1,00 investido,
demonstrando que o faturamento líquido gerado nesse ano foi suficiente para cobrir os
investimentos realizados, diferentemente do que aconteceu em 2019.
Abaixo, gráficos exibindo os valores encontrados para os índices de lucratividade e giro do ativo.
Cálculo da rentabilidade
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diversos parâmetros. A análise da rentabilidade de uma empresa identifica se o capital empregado
está obtendo o retorno desejado. Nos índices de rentabilidade relacionam o lucro e o capital
investido (APRATO, ([s.d.]). Os índices de rentabilidade que serão apresentados a seguir são o de
patrimônio líquido e o dos investimentos. Igualmente aos indicadores de lucratividade, quanto
maior o resultado, melhor a rentabilidade calculada.
A Magazine Luiza apresentou no período uma baixa na rentabilidade do patrimônio líquido de 12%
para 5%. Isto quer dizer que em 2020, os acionistas tiveram um retorno de 5% sobre o capital
investido na empresa.
Já a rentabilidade dos investimentos relaciona o lucro líquido e ativo total no período avaliado
e é conhecida como return on investiment (ROI). Este índice exibe qual é o desempenho dos
capitais investidos na empresa, sejam eles próprios ou com recursos de terceiros.
O ano de 2020 ficou marcado na história por ser um atípico devido à pandemia no Covid 19 que
impactou todo o mundo. De 2019 para 2020, houve um aumento na receita de vendas (41,31%),
isto devido ao e-commerce, entretanto diversas despesas e o custos dos bens e/ou serviços
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também aumentaram, devido ao fechamento de lojas durante os lockdowns impostos. Isto fez
com que a empresa mantivesse resultados positivos, porém foi possível observar uma queda na
lucratividade de 57,51%.
Avaliando o balanço patrimonial, observa-se um aumento da dependência do capital de terceiros,
passando de 29% para 34%. E com o cálculo de estrutura de capitais, essa observação se torna
mais clara, já que se tem o aumento no índice de endividamento geral, que passou de 59% para
67%. E ao analisar a liquidez corrente, observou-se uma queda nos valores, porém a empresa
ainda apresentou capital de giro suficiente para honrar suas dívidas circulantes. Por fim, ainda no
balanço patrimonial, a Magazine Luiza apresentou bons resultados, pois foi identificado a
predominância do ativo circulante no ativo total da empresa nos dois anos (65% em 2019 e 66%
em 2020).
Uma questão positiva a ser citada é o indicador de imobilização do capital próprio, onde foi
observado um aumento de 66% para 81%, evidenciando que a empresa utilizou maior capital
próprios dos seus sócios investidores.
Quanto à lucratividade, conforme citado, a empresa apresentou lucro em 2020, porém inferior a
2019. Isto fica mais claro quando se observam os indicadores de margem bruta, margem
operacional e margem líquida. Entretanto, a Magazine Luiza teve uma elevação no giro do ativo de
0,99 para 1,17. Isto significa dizer que em 2020, o faturamento líquido gerado nesse ano foi
suficiente para cobrir os investimentos realizados, diferentemente do que aconteceu em 2019.
Por fim, constatou-se uma redução na rentabilidade do patrimônio líquido de 12% para 5%. Isto
quer dizer que em 2020, os acionistas tiveram um retorno de 5% sobre o capital investido na
empresa. Embora seja identificada uma redução, cabe dizer que a Magazine Luiza mostra-se
atrativa aos investidores, comparada com alguns títulos de mercado financeiro, sendo uma
empresa com situação financeira em ascensão e que o resultado de 2020 foi reflexo de um ano
atípico, cujo planejamento visam os próximos anos.
Referências bibliográficas
LIMEIRA, A. et al. Gestão Contábil Financeira. 2 ed. Rio de Janeiro: FGV Editora, 2015.
CLEMENTE. Afinal, o que é o índice de liquidez? Inepad Consulting. Ribeirão Preto, 2017.
Disponível em: https://blog.inepadconsulting.com.br/afinal-o-que-e-o-indice-de-liquidez/
Acesso em 16 de setembro de 2021.
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COGNITO. Indicadores de estrutura de capital. Cognito Gestão. Taboão da Serra, 2020.
Disponível em https://cognitiogestao.com.br/indicadores-estrutura-de-capital/ Acesso em 18
de setembro de 2020.
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