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ATIVIDADE INDIVIDUAL

Matriz de atividade individual

Disciplina: Contabilidade Financeira Módulo:

Aluno: Ismael Brando dos Santos Turma: 0821-1_10

Tarefa: Elaborar um relatório analisando os dois exercícios sociais da empresa Magazine Luiza.

Introdução

A Magazine Luiza teve sua fundação no ano de 1957 na cidade de Franca, interior do estado de
São Paulo. Foi criada pelo casal Luiza Trajano Donato, balconista, e Pelegrino José Donato,
caixeiro-viajante, quando ambos compraram uma pequena loja de presentes na cidade. Esta loja
se chamava “A Cristaleira”, mas em seguida, através de um concurso cultural passou a se chamar
Magazine Luiza.

Nas décadas seguintes aconteceu a expansão do negócio para outras cidades do interior do
estado como Barretos e Igarapava, além de aumentar o número de unidades em Franca. Neste
período, outros familiares começaram a participar do negócio. Em 1974, aconteceu a inauguração
da primeira grande loja de departamento, tendo mais de 5.000 m². E, passados 20 anos de
história, a Magazine Luiza já contava com 30 lojas.

Já em 1991, iniciou-se uma reestruturação societária e Luiza Helena Trajano, sobrinha de Luiza
Trajano Donato, assumiu a liderança da organização e que começou uma transformação do
modelo de gestão. Acompanhando as mudanças que se apresentavam, em 1992 foram
inauguradas as primeiras lojas virtuais. E aproveitando as oportunidades de mercado, no decorrer
dos anos, a Magazine Luiza adquiriu diversas lojas pelo Brasil.

Atualmente, a empresa expandiu sua atuação passando a ser referência em e-commerce e possui
mais de 1.000 lojas físicas distribuídas por quase todos os estados brasileiros, sendo seu modelo
caracterizado por uma plataforma digital com pontos físicos.

Tendo em vista a história e forte presença da empresa em âmbito nacional, esta atividade tem
como objetivo uma análise das demonstrações contábeis da Magazine Luiza, através da análise
do Balanço Patrimonial e do Demonstrativo do Resultado do Exercício dos anos de 2019 e 2020.

Análise horizontal

Conforme cita Limeira et al (2015), a análise horizontal é gerada tomando-se por base dois ou
mais exercícios sociais, para que seja possível o comportamento dos diversos itens do patrimônio e
principalmente identificar uma análise de tendência. Neste relatório, o exercício social de 2019 será
considerado o ano base e para fazer esta análise, usa-se a seguinte fórmula:

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Abaixo observa-se a análise horizontal para o balanço patrimonial:

Balanço Patrimonial
Análise
  31/12/2020 31/12/2019
Horizontal
       
Ativo total 22.296.830 18.611.817 19,80%
Ativo circulante 14.799.483 12.157.015 21,74%
Caixa e equivalente de caixa 1.281.569 180.799 608,84%
Aplicações financeiras 1.220.095 4.446.143 -72,56%
Contas a receber 3.460.711 2.769.649 24,95%
Estoques 5.459.037 3.509.334 55,56%
Ativos biológicos 0 0 0,00%
Tributos a recuperar 594.782 777.929 -23,54%
Outros ativos circulantes 2.783.289 473.161 488,23%
Ativo não circulante 7.497.347 6.454.802 16,15%
Ativo realizável a longo prazo 1.585.551 1.491.070 6,34%
Investimentos 1.705.072 1.240.664 37,43%
Imobilizado 3.613.297 3.196.199 13,05%
Intangível 593.427 526.869 12,63%
       
Passivo total 22.296.830 18.611.817 19,80%
Passivo circulante 11.512.179 7.203.042 59,82%
Obrigações sociais e trabalhistas 294.314 309.007 -4,75%
Fornecedores 7.679.861 5.413.546 41,86%
Obrigações fiscais 331.113 307.695 7,61%
Empréstimos e financiamentos 1.666.243 8.192 20239,88%
Outras Obrigações 1.540.648 1.164.602 32,29%
Passivo não circulante 3.459.364 3.843.838 -10,00%
Empréstimos e financiamentos 17.725 838.862 -97,89%
Arrendamento mercantil 2.156.522 1.893.790 13,87%
Tributos diferidos 0 3.725 -100,00%
Provisões fiscais, trabalhistas e cíveis 998.250 767.938 29,99%
Lucros e receitas a apropriar 286.867 339.523 -15,51%
Patrimônio líquido 7.325.287 7.564.937 -3,17%
Capital social realizado 5.952.282 5.952.282 0,00%
Reservas de capital -213.307 198.730 -207,34%
Reservas de lucros 1.574.891 1.410.757 11,63%
Outros resultados abrangentes 11.151 3.168 251,99%

Analisando os dados obtidos, pode-se observar os ativos totais 20% maior em comparação com
2019, com destaque para um aumento de 609% no caixa e equivalente de caixa e um aumento de
37% nos investimentos. Na análise dos passivos, os empréstimos e financiamentos de curto prazo
foram 20.240% superiores do que em relação a 2019, enquanto os empréstimos e financiamentos
superiores a 1 ano reduziram 98% comparado ao ano anterior. O patrimônio líquido ficou 3%
abaixo de 2019, muito em função da redução em 207% das reservas de capital.

A seguir, encontra-se a análise horizontal para o demonstrativo do resultado do exercício:

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Demonstração do resultado do Exercício
Análise
  31/12/2020 31/12/2019
Horizontal
       
Receita de venda de bens e/ou serviços 26.130.544 18.491.861 41,31%
Custo dos bens e/ou serviços vendidos -19.672.090 -13.464.405 46,10%
Resultado Bruto 6.458.454 5.027.456 28,46%
Despesas/receitas operacionais -5.753.929 -3.745.083 53,64%
Despesas com vendas -4.476.887 -3.134.586 42,82%
Despesas gerais e administrativas -1.295.041 -972.582 33,15%
Perdas pela não recuperabilidade de ativos -100.388 -69.676 44,08%
Outras receitas operacionais 81.834 352.031 -76,75%
Resultado de equivalência patrimonial 36.553 79.730 -54,15%
Resultado antes do resultado financeiro e dos tributos 704.525 1.282.373 -45,06%
Receitas financeiras 201.463 647.421 -68,88%
Despesas financeiras -526.543 -714.410 -26,30%
Resultado antes dos tributos sobre o lucro 379.445 1.215.384 -68,78%
Imposto de renda e contribuição social sobre o lucro 12.264 -293.556 -104,18%
Lucro/prejuízo do período 391.709 921.828 -57,51%

Observa-se que no ano de 2020 o resultado bruto foi 28% superior devido a um aumento de 41%
na receita de vendas. Entretanto quase todas as despesas foram superiores, ocasionando neste
ano um lucro 58% inferior.

Análise vertical

A análise vertical exibe a participação percentual de cada item das demonstrações financeiras
em relação ao somatório. Através dela, se visualiza de maneira clara e objetiva, a
representatividade de cada item, identificando a contribuição de cada para a formação do
valor total (LIMEIRA et al, 2015).

Quando a análise vertical é aplicada no balanço patrimonial, verifica-se o percentual que cada
conta presenta em relação ao ativo ou passivo total. Sua fórmula está descrita abaixo:

A seguir, se observa esta análise para o balanço da empresa:

Balanço Patrimonial

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Análise Análise
  31/12/2020 31/12/2019
Vertical Vertical
         
Ativo total 22.296.830 100,00% 18.611.817 100,00%
Ativo circulante 14.799.483 66,37% 12.157.015 65,32%
Caixa e equivalente de caixa 1.281.569 5,75% 180.799 0,97%
Aplicações financeiras 1.220.095 5,47% 4.446.143 23,89%
Contas a receber 3.460.711 15,52% 2.769.649 14,88%
Estoques 5.459.037 24,48% 3.509.334 18,86%
Ativos biológicos 0 0,00% 0 0,00%
Tributos a recuperar 594.782 2,67% 777.929 4,18%
Outros ativos circulantes 2.783.289 12,48% 473.161 2,54%
Ativo não circulante 7.497.347 33,63% 6.454.802 34,68%
Ativo realizável a longo prazo 1.585.551 7,11% 1.491.070 8,01%
Investimentos 1.705.072 7,65% 1.240.664 6,67%
Imobilizado 3.613.297 16,21% 3.196.199 17,17%
Intangível 593.427 2,66% 526.869 2,83%
         
Passivo total 22.296.830 100,00% 18.611.817 100,00%
Passivo circulante 11.512.179 51,63% 7.203.042 38,70%
Obrigações sociais e trabalhistas 294.314 1,32% 309.007 1,66%
Fornecedores 7.679.861 34,44% 5.413.546 29,09%
Obrigações fiscais 331.113 1,49% 307.695 1,65%
Empréstimos e financiamentos 1.666.243 7,47% 8.192 0,04%
Outras Obrigações 1.540.648 6,91% 1.164.602 6,26%
Passivo não circulante 3.459.364 15,52% 3.843.838 20,65%
Empréstimos e financiamentos 17.725 0,08% 838.862 4,51%
Arrendamento mercantil 2.156.522 9,67% 1.893.790 10,18%
Tributos diferidos 0 0,00% 3.725 0,02%
Provisões fiscais, trabalhistas e cíveis 998.250 4,48% 767.938 4,13%
Lucros e receitas a apropriar 286.867 1,29% 339.523 1,82%
Patrimônio líquido 7.325.287 32,85% 7.564.937 40,65%
Capital social realizado 5.952.282 26,70% 5.952.282 31,98%
Reservas de capital -213.307 -0,96% 198.730 1,07%
Reservas de lucros 1.574.891 7,06% 1.410.757 7,58%
Outros resultados abrangentes 11.151 0,05% 3.168 0,02%

Nota-se uma certa linearidade nas participações do ativo circulante e ativo não circulante na
composição do ativo total nos anos analisados, porém a se destacar uma redução na
participação de aplicações financeiras e o aumento em estoques e outros ativos circulantes. Já
no passivo, observa-se uma menor linearidade, porém a se destacar que, em 2019 a maior
representatividade estava no patrimônio líquido e em 2020, o passivo circulante representou
mais da metade do passivo da empresa.

Já no demonstrativo do resultado, através da análise vertical, pode-se identificar a composição


em porcentagem das receitas, custos e despesas, deixando claro o que mais influenciou na
formação do lucro ou prejuízo.

Na sequência, se observa a análise vertical no demonstrativo do resultado do exercício:

Demonstração do resultado do Exercício


Análise Análise
  31/12/2020 31/12/2019
Vertical Vertical

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Receita de venda de bens e/ou serviços 26.130.544 100,00% 18.491.861 100,00%
Custo dos bens e/ou serviços vendidos -19.672.090 75,28% -13.464.405 72,81%
Resultado Bruto 6.458.454 24,72% 5.027.456 27,19%
Despesas/receitas operacionais -5.753.929 22,02% -3.745.083 20,25%
Despesas com vendas -4.476.887 17,13% -3.134.586 16,95%
Despesas gerais e administrativas -1.295.041 4,96% -972.582 5,26%
Perdas pela não recuperabilidade de ativos -100.388 0,38% -69.676 0,38%
Outras receitas operacionais 81.834 0,31% 352.031 1,90%
Resultado de equivalência patrimonial 36.553 0,14% 79.730 0,43%
Resultado antes do resultado financeiro e dos tributos 704.525 2,70% 1.282.373 6,93%
Receitas financeiras 201.463 0,77% 647.421 3,50%
Despesas financeiras -526.543 2,02% -714.410 3,86%
Resultado antes dos tributos sobre o lucro 379.445 1,45% 1.215.384 6,57%
Imposto de renda e contribuição social sobre o lucro 12.264 0,05% -293.556 1,59%
Lucro/prejuízo do período 391.709 1,50% 921.828 4,99%

Analisando os valores, identifica-se uma nova linearidade de valores quando se comparam os


dois anos. Porém quando se chega na comparação da composição percentual do resultado
antes dos resultados financeiros e de tributos, observa-se uma queda nesta participação,
queda também observada no resultado antes dos tributos e por fim, no lucro no período.

Cálculo dos índices de liquidez

Tendo como base o balanço patrimonial, através dos indicies de liquidez, é possível realizar uma
série de constatações sobre a saúde financeira de uma organização em um determinado período.
Conforme Clemente (2017), estas informações são de grande importância para o planejamento
financeiro, seja ele no curto, médio ou longo prazo. Para avaliar os resultados, existem quatro
tipos de índices de liquidez: liquidez imediata, liquidez corrente, liquidez seca e liquidez geral.

A liquidez imediata é o índice que leva em consideração o caixa e seus equivalentes disponíveis
e a relação com o passivo circulante. Esse indicador aponta qual é a capacidade de pagamento da
empresa, considerando apenas aquilo que é dinheiro ou que pode ser convertido em capital em
um curtíssimo período. Sua fórmula está descrita abaixo:

A Magazine Luiza apresentou uma elevação na liquidez imediata no período (0,03 para 0,11). Isto
quer dizer que no ano de 2020, a empresa passou a dispor de R$ 0,11 de recursos disponíveis
para pagar R$ 1,00 de dívidas de curto prazo. Contudo, ter um índice de liquidez imediata alto não
necessariamente significa que a empresa possui bom controle das contas. Ter muito dinheiro em
caixa pode ser prejudicial, por exemplo, no caso de uma inflação alta ou na falta de investimentos.

Já a liquidez corrente indica quanto a empresa poderá dispor de capital de giro (recursos de
curto prazo, como disponibilidades, aplicações financeiras, clientes e estoques) para pagar suas
dívidas circulantes, como fornecedores, empréstimos, provisões sociais, provisões tributárias,
dividendos, entre outras (LIMEIRA, 2015). E conforme Bona (2019) explica, o cálculo para
obtenção da liquidez corrente se dá pela divisão dos ativos circulantes da empresa pelo passivo

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circulante e que é interessante que este valor seja superior a 1:

No balanço patrimonial da Magazine Luiza, observa-se uma queda na liquidez corrente, onde
passou de 1,69 para 1,29. Isso quer dizer em 2019, a empresa poderia dispor de R$ 1,69 para
pagar cada R$ 1,00 de dívida e que em 2020 a empresa passou a dispor de R$ 1,29. Apesar da
queda, a empresa ainda apresentou capital de giro suficiente para honrar suas dívidas circulantes.

No caso da liquidez seca, tem-se o objetivo de calcular a capacidade de pagamento da empresa


sem acrescentar seus estoques (CLEMENTE, 2017). Portanto, considera os valores de que a
empresa dispõe para pagar suas contas no curto prazo ainda que não consiga vender nada do que
tem estocado, permitindo-se avaliar o grau de dependência do estoque para saldar as dívidas de
curto prazo. E como descreve Bona (2019), o cálculo da liquidez seca é muito parecido com a da
liquidez corrente. Porém, neste caso, retira-se o estoque do ativo circulante e divide o valor
resultante pelo passivo circulante:

Na Magazine Luiza, observou-se um aumento na dependência dos estoques, uma vez que este
indicador apresentou redução no período, passando de 1,20 para 0,81.

E por fim, a liquidez geral avalia, como diz Clemente (2017), a situação de médio e longo prazo,
incluindo direitos e obrigações, como aplicações de longo prazo, vendas parceladas e empréstimos
a pagar. Para encontrar seu valor, deve-se somar o ativo circulante com o realizável a longo prazo
e dividir pela soma dos passivos circulante e não circulante:

No caso da Magazine Luiza, observou-se uma redução na liquidez geral, passando de 1,24 para
1,09. Apesar da redução, exibindo que a empresa tenha perdido liquidez, o volume ainda é
superior a 1,0, indicando que a empresa possui ainda folga para cumprir com suas obrigações.

Por fim, abaixo é exibido um gráfico comparando os índices de liquidez encontrados nos anos de
2019 e 2020:

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Cálculo da estrutura de capital

De acordo com Voglino (2020), os indicadores de estrutura de capital possuem a função de exibir
qual o nível de dependência de fontes internas (patrimônio líquido) e externas (passivo circulante e
não circulante) de recursos que as organizações utilizam para alavancar suas operações. Quanto
maior for a participação de recursos de terceiros no negócio de uma empresa, maior será o risco
ao qual os credores estarão expostos. Os principais indicadores de estrutura de capital são:
endividamento geral, composição do endividamento, imobilização do capital próprio, imobilização
de recursos não correntes e passivos onerosos sobre ativo.

O indicador de endividamento geral demonstra o quanto a empresa tem de endividamento em


relação ao total de capital que foi aplicado nela, mostrando se há mais dependência do capital
próprio ou de terceiros no financiamento do ativo (LIMEIRA, 2015). Sua fórmula está descrita a
seguir:

A Magazine Luiza apresentou um endividamento geral de 59% em 2019 e teve um aumento em


2020, passando para 67%. Portanto, houve um aumento na captação de recursos de terceiros,
aumentando sua dependência do capital de terceiros, com isso elevando o endividamento da
empresa e elevando seu fator de risco.

O índice de composição do endividamento mensura qual é o percentual de dívidas de curto


prazo em relação às dívidas totais. Quando se tem uma maior parte de dívidas no curto prazo,
maior é o risco que a empresa oferece aos seus credores. Já, caso ela possua maior dívidas com
perfil de longo prazo, sinaliza uma política eficiente de captação de recursos (COGNITO, 2020).
Para calcular esta composição utiliza-se a fórmula a seguir:

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A Magazine Luiza apresentou um crescimento da concentração do endividamento no curto prazo,
passando de 65% para 77%. Isto quer dizer que, em 2020, para cada R$ 100,00 de dívidas totais,
R$ 77,00 estão concentradas no passivo circulante, ou que 77% das dívidas totais da empresa
vencerão nos próximos 12 meses. Isso mostra que de 2019 para 2020, a empresa passou a ter
elevado endividamento de curto prazo.

O índice de imobilização do capital próprio, ou do patrimônio líquido, é um indicador que


exibe o quanto dos ativos é financiado pelo patrimônio líquido, demonstrando um maior ou menor
dependência de aporte de recursos de terceiros para a manutenção dos serviços e negócios
(Limeira, 2015). Quanto maior o resultado da fórmula exibida a seguir, maior será o
comprometimento do patrimônio líquido da empresa em ativos permanentes:

Na Magazine Luiza, pode-se observar um aumento no comprometimento do patrimônio líquido


com ativos permanentes, pois em 2019 este índice estava em 66% e no ano seguinte passou para
81%. Esta elevação se deu conta pois é possível observar que, entre 2019 e 2020, houve aumento
nos investimentos (37,43%) e no imobilizado (13,05%), e uma redução no patrimônio líquido de
3,17%.

Já o índice de imobilização de recursos não correntes, conforme comenta Limeira (2015),


exibe o quanto de recursos não recorrentes (passivo não circulante e patrimônio líquido) que foi
revertido para a aplicação de investimentos, imobilizado e ativos intangíveis. Na prática, quanto
menor o indicador, melhor é, pois mostra que é menor a possibilidade de empresa necessitar de
recursos de terceiros para financiar aplicações em ativos permanentes. A seguir, segue fórmula
para sua determinação:

Observou-se que, para a Magazine Luiza, houve um aumento na imobilização de recursos não
correntes de 2019 para 2020 (de 44% para 55%), mostrando que foram necessários mais recursos
de terceiros a longo prazo para complementar os investimentos efetuados no ativos permanentes.

Por fim, tem-se o indicador de passivo oneroso sobre ativo. Através dele, pode-se ver a
participação de fontes onerosas de capital no financiamento dos investimentos totais da empresa,
mostrando a dependência de instituições financeiras. Para encontrar este índice, utiliza-se a fórmula
a seguir, porém, conforme explica Limeira (2015), deve-se supor que todo o passivo não circulante
seja oneroso sendo que, caso não seja, deve ser feita a remoção da conta não onerosa.

A Magazine Luiza apresentou um passivo oneroso sobre ativo de 5% em 2019 e 8% em 2020,


sendo os dois valores apresentados foram baixos. Isto significa que em 2020, 8% das aplicações
efetuadas no ativo foram financiadas por recursos onerosos de terceiros. Cabe citar que este
aumento foi em função do aumento dos valores de empréstimos e financiamentos em 2020, muito

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provavelmente para aumentar a geração de receitas no período.

Abaixo é exibido um gráfico comparando os índices de estrutura de capital encontrados nos anos
de 2019 e 2020:

Cálculo da lucratividade

Os índices de lucratividade relacionam os dados de lucro contidos no demonstrativo do resultado


do exercício com a receita de vendas. Estes indicadores também são chamados de índices de
margem e são obtidos pela análise vertical do DRE. Resumindo, eles medem a eficiência da
organização em cobrir suas despesas e produzir lucro por meio de suas vendas. (APRATO, [s.d.]).
Os índices de lucratividades que serão apresentados a seguir são o de margem bruta, margem
operacional, margem líquida e giro do ativo. Para estes índices, quanto maior o resultado, melhor
o desempenho da empresa no índice.

O índice de margem bruta é a relação entre o lucro bruto e a receita operacional líquida no
período. Através dela, identifica-se o lucro bruto obtido em cada R$ 1,00 de vendas líquidas.

A Magazine Luiza apresentou no período uma redução na margem bruta, passando de 27% para
25%. Isso significa que em 2020, a empresa obteve 25% de lucratividade sobre o produto
comercializado, ou seja R$ 0,25 para R$ 1,00 vendido. Esta redução foi o ocasionada pelo aumento
do custo dos bens e/ou serviços vendidos, já que o aumento do resultado bruto (28,46%) não
acompanhou o aumento da receita de vendas (41,31%) no período.

A margem operacional avalia o ganho operacional da organização em relação ao seu


faturamento líquido. Aqui é possível mensurar a eficiência operacional do negócio pois, para ser
determinada, leva em consideração a dedução de todas as despesas.

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Pode-se observar na Magazine Luiza uma grande redução na margem operacional no período; uma
queda de 7% para 1%. Isto quer dizer que em 2020 a empresa obteve somente 1% de retorno
operacional sobre seu faturamento líquido, mostrando uma queda de eficiência no negócio. Ao
analisar o DRE, identifica-se aumento em todas as despesas e uma redução no lucro operacional de
2019 para 2020, fatos esses que justificam esta queda na margem operacional.

No índice de margem líquida, tem-se a relação entre o lucro líquido e a receita líquida de vendas
no período. Cabe ressaltar, conforme alerta Aprato ([s.d.]) que pode ocorrer situações que um
volume maior de vendas não representará um maior lucro, e um baixo lucro (ou mesmo prejuízo)
não decorre necessariamente de um baixo volume de vendas. Neste índice, deduz-se do lucro
operacional o impacto do imposto de renda e da contribuição social sobre o lucro, além de
participações no resultado.

A Magazine Luiza apresentou uma redução na margem líquida no período avaliado, passando de
5% para 1%. Ou seja, um retorno sobre o faturamento líquido de apenas 1%, acompanhando a
queda identificada na margem operacional.

Por fim, o indicador de giro do ativo demonstra, de acordo com Limeira (2015) se o faturamento
líquido gerado no período foi suficiente para cobrir o investimento total realizado na empresa.

A Magazine Luiza demonstrou no período uma elevação no giro do ativo de 0,99 para 1,17. Isto
significa dizer que em 2020, a empresa vendeu R$ 1,17 para cada R$ 1,00 investido,
demonstrando que o faturamento líquido gerado nesse ano foi suficiente para cobrir os
investimentos realizados, diferentemente do que aconteceu em 2019.

Abaixo, gráficos exibindo os valores encontrados para os índices de lucratividade e giro do ativo.

Cálculo da rentabilidade

Os índices de rentabilidade consistem em fórmulas estabelecidas para a identificação do


desempenho econômico de uma empresa, descobrindo se ela está sendo rentável em relação a

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diversos parâmetros. A análise da rentabilidade de uma empresa identifica se o capital empregado
está obtendo o retorno desejado. Nos índices de rentabilidade relacionam o lucro e o capital
investido (APRATO, ([s.d.]). Os índices de rentabilidade que serão apresentados a seguir são o de
patrimônio líquido e o dos investimentos. Igualmente aos indicadores de lucratividade, quanto
maior o resultado, melhor a rentabilidade calculada.

A rentabilidade do patrimônio líquido representa a relação entre o lucro líquido e o


patrimônio líquido no período e é conhecida também como return on equity (ROE). Este índice
revela o lucro obtido para cada real investido por acionistas na empresa.

A Magazine Luiza apresentou no período uma baixa na rentabilidade do patrimônio líquido de 12%
para 5%. Isto quer dizer que em 2020, os acionistas tiveram um retorno de 5% sobre o capital
investido na empresa.

Já a rentabilidade dos investimentos relaciona o lucro líquido e ativo total no período avaliado
e é conhecida como return on investiment (ROI). Este índice exibe qual é o desempenho dos
capitais investidos na empresa, sejam eles próprios ou com recursos de terceiros.

No período avaliada, a Magazine Luiza apresentou uma redução na rentabilidade dos


investimentos, onde passou de 5% para 2%. Ou seja, em 2020, o lucro líquido representou
apenas 2% do total investido na empresa.

Conclusão sobre a situação econômica e financeira da empresa

O ano de 2020 ficou marcado na história por ser um atípico devido à pandemia no Covid 19 que
impactou todo o mundo. De 2019 para 2020, houve um aumento na receita de vendas (41,31%),
isto devido ao e-commerce, entretanto diversas despesas e o custos dos bens e/ou serviços

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também aumentaram, devido ao fechamento de lojas durante os lockdowns impostos. Isto fez
com que a empresa mantivesse resultados positivos, porém foi possível observar uma queda na
lucratividade de 57,51%.
Avaliando o balanço patrimonial, observa-se um aumento da dependência do capital de terceiros,
passando de 29% para 34%. E com o cálculo de estrutura de capitais, essa observação se torna
mais clara, já que se tem o aumento no índice de endividamento geral, que passou de 59% para
67%. E ao analisar a liquidez corrente, observou-se uma queda nos valores, porém a empresa
ainda apresentou capital de giro suficiente para honrar suas dívidas circulantes. Por fim, ainda no
balanço patrimonial, a Magazine Luiza apresentou bons resultados, pois foi identificado a
predominância do ativo circulante no ativo total da empresa nos dois anos (65% em 2019 e 66%
em 2020).
Uma questão positiva a ser citada é o indicador de imobilização do capital próprio, onde foi
observado um aumento de 66% para 81%, evidenciando que a empresa utilizou maior capital
próprios dos seus sócios investidores.
Quanto à lucratividade, conforme citado, a empresa apresentou lucro em 2020, porém inferior a
2019. Isto fica mais claro quando se observam os indicadores de margem bruta, margem
operacional e margem líquida. Entretanto, a Magazine Luiza teve uma elevação no giro do ativo de
0,99 para 1,17. Isto significa dizer que em 2020, o faturamento líquido gerado nesse ano foi
suficiente para cobrir os investimentos realizados, diferentemente do que aconteceu em 2019.

Por fim, constatou-se uma redução na rentabilidade do patrimônio líquido de 12% para 5%. Isto
quer dizer que em 2020, os acionistas tiveram um retorno de 5% sobre o capital investido na
empresa. Embora seja identificada uma redução, cabe dizer que a Magazine Luiza mostra-se
atrativa aos investidores, comparada com alguns títulos de mercado financeiro, sendo uma
empresa com situação financeira em ascensão e que o resultado de 2020 foi reflexo de um ano
atípico, cujo planejamento visam os próximos anos.

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