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Custo suportado por se optar afectar os meios financeiros ao projecto e não àquela que representaria a
melhor alternativa possível em termos de rendibilidade, para idêntico nível de risco.
¡ É a rendibilidade que o investidor exige para implementar um projecto de investimento e irá servir para actualizar
os cash-flows gerados pelo projecto.
¡ Um projecto de investimento vai libertando cash-flows ao longo da sua vida. Para analisarmos a sua viabilidade
económica teremos que reportar todos os cash-flows a um mesmo momento, pois só assim se tornam
comparáveis.
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¡ Para investir em determinado projecto, o investidor irá exigir, no mínimo a remuneração que obteria
caso aplicasse o seu dinheiro num activo sem risco (e.g. taxa de juro das Obrigações do Tesouro),
acrescentado um prémio de risco que decorre do risco associado ao projecto;
R = rf + Prémio de risco
Onde:
R - designa a taxa de desconto do projecto;
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Admita que a Marisol, Lda. pretende realizar um projeto de investimento com as seguintes características
principais:
Aplicações em Ativos Fixos: Equipamento – 655.000 | Terreno – 155.000 | Vida Útil: 5 anos
Valor Residual: corresponde ao valor líquido contabilístico dos ativos fixos e às necessidades de fundo de maneio
Taxa Média de Depreciação (quotas constantes): 20% | Taxa Efetiva de IRC: 21%
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A empresa Tarim, Lda. pretende substituir a máquina usada A pela nova B, o que tem as seguintes consequências:
Uma economia anual de mão-de-obra, no valor de 11.250 €
Um acréscimo de consumo de energia elétrica, no valor de 1.080 €/ano
Possibilidade de utilizar um espaço desativado existente nas instalações da empresa, o qual fora recuperado há 2
anos atrás mediante um custo de 60.000 €
Uma poupança anual de 3.300 € em despesas de manutenção
Sabendo que i) a máquina substituta tem uma vida económica de 10 anos e um valor de aquisição de 120.800 € e
ii) não existem NFM, pretende-se que:
a) Elabore o mapa de cash-flows anuais de exploração (MLAEP), assumindo que o Imposto sobre o
Rendimento anualmente imputável é de 320 euros.
b) Determine os cash-flows anuais totais do investimento (MLATP). 124
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(1 + r )
0 t
t =1
Compara o valor actual dos cash-flows gerados pelo projecto, com o investimento realizado.
Sendo:
I – Valor do investimento
t – duração do investimento
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Limitações do VAL:
¡ Não permite analisar / comparar projectos com:
¡ Vidas diferentes;
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¡ Niveis de risco diferentes;
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Exercícios - 3
Determine o VAL dos Projectos nos Exercícios 1 e 2 com recurso a uma taxa de custo de oportunidade do capital
de 10%, tomando decisão fundamentadamente decisão de investimento.
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O valor presente de uma quantia num dado momento futuro tem uma relação inversa com a taxa de desconto, i.e., quanto
maior for a taxa, menor será o valor descontado.
Façamos, um exercício:
¡ O VAL de um projeto de investimento para a taxa considerada VAL = 14,5
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n CF
Ou, -I +å t
=0
(1 + TIR )
0 t
t =1
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¡ O racional subjacente à TIR afirma que o projeto tem de produzir um retorno, pelo menos, igual ou superior ao
oferecido pela aplicação alternativa de mesmo risco no mercado financeiro.
¡ à A regra de decisão com base na TIR é:
¡ aceitar o projeto quando TIR > r
¡ à A ordenação de projetos independentes é da maior TIR para a menor.
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¡ Limitações da TIR:
¡ TIR múltipla – quando a série de cash-flows de um projecto apresenta mais que uma variação de sinal é possível identificar-se
mais do que uma TIR, sendo mesmo possível, sem qualquer interpretação económica (neste caso, a regra projecto válido
quando TIR superior a taxa de actualização, não é correcta. Havendo duas TIR, o VAL poderá ser positivo para taxas localizadas
entre elas, pode haver TIR superiores à taxa de actualização fora delas mas com VAL negativo).
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¡ Taxa de reinvestimento dos cash-flows – a TIR pressupõe que o reinvestimento dos fundos gerados pelo projecto pode ser feito a taxa igual à
TIR, o que é ilógico por não reflectir o risco específico desse reinvestimento. Seria admitir a existência de possibilidades ilimitadas de replicar o
projeto, questão particularmente relevante em projetos com TIR elevadas.
¡ Alternativas incompletas – Se tivermos de escolher entre projectos de investimento inicial muito diferenciado é possível que TIR e VAL não
apontem as mesmas soluções dado que, enquanto o VAL mede o valor absoluto do excedente gerado pelo investimento, a TIR é o indicador
relativo da rendibilidade. Quando assim acontece – projectos alternativos com soluções contraditórias quanto a VAL e TIR –, é costume
determinar-se a taxa de indiferença que é aquela que faz com que dois projectos alternativos apresentem o mesmo VAL.
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TAXA INTERNA DE RENDIBILIDADE MODIFICADA (TIRM), OU MODIFIED INTERNAL RATE OF RETURN (MIRR)
¡ No sentido de aproveitar as vantagens da TIR e, em simultâneo, introduzir correcções na sua principal deficiência
– o facto de considerar o reinvestimento dos cash-flows a uma taxa igual à TIR, situação geralmente irrealista - é
possível recorrer a um modelo complementar, a TIR Modificada.
¡ O método passa por actualizar o capital investido, quero investimento em activo fixo, quer o investimento em
fundo de maneio, para o momento zero (t0), ao custo de oportunidade de capital. Em seguida capitalizam-se os
sucessivos cash-flows de exploração para o final da vida útil do projecto (tn), a uma taxa de reinvestimento que a
empresa julgue ter fortes probabilidades de conseguir, ou a uma taxa igual à do custo de capital. Por último,
actualiza-se o somatório dos cash-flows capitalizados para o momento t0 a uma taxa (TIRM), que permita igualá-
los ao investimento.
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TAXA INTERNA DE RENDIBILIDADE MODIFICADA (TIRM), OU MODIFIED INTERNAL RATE OF RETURN (MIRR)
Assim, obteremos uma taxa ajustada à realidade consubstanciada no reinvestimento dos cash-flows intermédios à taxa do custo do
capital.
Desde modo, assume-se que o reinvestimento dos cash-flows intermédios serão feitos ao custo do capital da empresa.
Os cash-flows intermédios que forem negativos serão considerados investimento e descontados para o momento 0 a uma taxa de
financiamento.
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TAXA INTERNA DE RENDIBILIDADE MODIFICADA (TIRM), OU MODIFIED INTERNAL RATE OF RETURN (MIRR)
Horizonte temporal 0 1 2 3 4
Cash-flow do Projeto -180,0 41,5 51,1 55,9 106,1
Fatores de capitalização@10% 1,331 1,210 1,100 1,000
Cash-flows capitalizados 55,3 61,9 61,5 106,1
Cash-flows capitalizados acumulados 55,3 117,1 178,7 284,7
TIRmodificada 12,15%
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¡ O prazo de recuperação do capital: basicamente, é uma forma de avaliar o risco, sendo, por princípio, mais atraentes os
projetos que permitam uma recuperação em menor tempo, logo, mede o período de tempo que o somatório dos cash-
flows leva a igualar (ou recuperar) o investimento inicial.
¡ Limitações:
¡ Não atende à distribuição dos cash-flows durante o período de recuperação (efeito temporal sob o dinheiro);
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Cash-flows
Cash-flows
Anos Cash-flows actualizados
actualizados
acumulados
0 -10.000 -10.000 -10.000
1 5.000 4.545 -5.455
2 5.000 4.132 -1.322
3.756
3 5.000 3.756 2.434
4 5.000 3.415 5.849
1.322
PRI = 2 anos + x 12 = 2 anos + 4,2 meses
3.756
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n
é CFt ù é n It ù
ROI = å ê t ú êå
/ t ú
t = 0 ë (1 + r ) û ë t = 0 (1 + r ) û
Sendo:
CFt = Cash-Flow exploração
It= Investimento em capital fixo
¡ Este método deriva directamente do VAL, permitindo-nos avaliar a rendibilidade gerada por unidade de capital
investido;
¡ Um projecto de investimento é viável economicamente quando IRP > 1. O projecto é tanto mais interessante, quanto
maior for o índice de rentabilidade;
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Exercícios - 4
Determine o VAL, TIR, Payback, IRP e MTIR do Projecto no Exercício 1 com recurso a uma taxa de custo de
oportunidade do capital de 10%, tomando decisão fundamentadamente decisão de investimento.
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a) Assumindo uma taxa de imposto de 22,5%, um custo de oportunidade do capital de 10% e que o projeto será
liquidado no final dos 5 anos (considere nulo o valor residual do ativo fixo), pretende-se que:
b) Calcule o VAL do projeto, interpretando o resultado obtido.
c) Calcule e interprete o Índice de Rendibilidade do Projeto (IRP).
d) Calcule a TIR e a TIR Modificada, justificando a diferença entre os dois valores.
e) Calcule o Payback do projeto. 141
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Resumo
¡ O VAL expressa a riqueza adicional que um projecto proporciona sobre a rendibilidade pelo custo de oportunidade do capital. É o
acréscimo, em termos absolutos, de riqueza para os promotores depois de considerada a remuneração adequada ao nível de risco
aceite. Considerado o método de avaliação mais rigoroso devido à sua consistência com o objetivo da maximização do valor.
¡ A TIR expressa a percentagem de retorno do investimento em comparação com o investimento. Reflete o mérito do projeto,
carecendo os retornos intermédios de ser reinvestidos até ao terminus do projeto à mesma taxa, o que na realidade não acontece.
¡ A TIR modificada expressa a percentagem de retorno de um investimento quando comparado com o montante aplicado (ou
investido): derroga o pressuposto, (pouco realista, da TIR sobre o reinvestimento dos cash-flows intermédios) e “elimina” a causa
das taxas múltiplas descontando, para o momento inicial, os cash-flows intermédios negativos.
¡ O DPbP indica um período de tempo e, portanto, pode ser expresso em anos e meses necessários para recuperar o valor
investido. Está conectado com o risco e sugere a opção por projetos com períodos de recuperação do capital investido mais curtos,
porém, não fornece indicações sobre a capacidade de gerar riqueza adicional e maximizar o valor para os seus promotores.
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TAXA DE INDIFERENÇA
Taxa de indiferença: Admitamos que tínhamos dois projectos A e B com as seguintes características (valores em 103 euros) e uma taxa
de actualização de 20%.
Projecto A Projecto B
Anos 0 1 2 3 4 5 Anos 0 1 2 3 4 5
Cash-flows (400) 200 200 200 200 200 Cash-flows (500) 240 240 240 240 240
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TAXA DE INDIFERENÇA
Projecto A Projecto B
Anos 0 1 2 3 4 5 Anos 0 1 2 3 4 5
Cash-flows (400) 200 200 200 200 200 Cash-flows (500) 240 240 240 240 240
VAL 198,12 VAL 217,75
TIR 41,04% TIR 38,62%
¡ Observa-se que a informação é contraditória, o que dificulta a opção: o projecto A seria escolhido atendendo à TIR e o
projecto B ao VAL. Nestes casos costuma-se calcular a taxa de indiferença com base no cash-flow diferencial
(CFD):
Anos 0 1 2 3 4 5
CFD (100) 40 40 40 40 40
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Uma empresa depara-se com a escolha entre os projetos alternativos Alfa e Gama, que apresentam as seguintes
características principais (valores em milhares de euros):
Projeto 0 1 2 3 4 5
Cash-Flow Total -500 310 370 390 390 390
Alfa
Taxa de Atualização 8%
Cash-Flow Total -750 370 390 530 530 530
Gama
Taxa de Atualização 8%
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Perante projectos de investimento alternativos ou mutuamente exclusivos (aqueles em que a realização de um exclui
Pressupõem idênticos níveis de risco, bem como o reinvestimento, no final da vida de cada projecto, num projecto
semelhante (replicação indefinida de projectos).
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Cash-flow
VAL(A) = 21,5 Projecto Investimento
Ano 1 Ano 2 Ano 3
VAL(B) = 24,3
A 100 70 70 -
B 100 50 50 50
O projecto B deveria ser o escolhido uma vez que tem o VAL superior, mas, tratando-se de projectos replicáveis (repetíveis), não basta ter
maior VAL .
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¡ Para melhor avaliar situações deste tipo existem dois procedimentos subjacentes à tomada de decisão:
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O projecto mais interessante passou a ser o A, tendo sido demonstrado que, nestes casos,
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uma análise apoiada na comparação simples dos VAL pode ser incorrectas.
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A determinação do horizonte temporal mínimo comum por vezes exclui esta forma de resolução, sobretudo quando
os períodos de cada projecto conduzem a um horizonte temporal muito alargado.
Exemplo: O caso de estarmos a comparar projectos com 6 e 7 anos de duração, os quais determinariam um horizonte
temporal comum de 42 anos.
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24,3 24,3
CFMAE(B) = = = 9,78
a3|10% 2,487
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Os equipamentos desgastam-se e ficam sujeitos a avarias mais frequentes causando custos de manutenção crescentes e,
ao mesmo tempo, perda do valor residual, podemos então construir um modelo para determinar o momento ótimo de
substituição do equipamento usado.
Quando está em causa escolher um projecto em função dos menores custos utiliza-se geralmente o critério do CFMAE,
ou Custo Médio Anual Equivalente (CMAE) em problemas de custos, que:
corresponde ao termo de uma renda constante vencível no fim de cada ano e durante toda a vida do projecto.
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Exemplo:
O equipamento A custa €5.000, dura 3 anos e implica uma despesa anual de €1.500.
O equipamento B custa €7.000, dura 5 anos e implica uma despesa anual de €1.200. Considerando que o investimento tem
uma duração infinita e que a taxa do custo de oportunidade do capital é de 10%, por que tipo de equipamento deverá a
empresa optar?
Dado que os dois equipamentos têm diferente duração, deve determinar-se o Custo Médio Anual Equivalente, o que
requer o prévio cálculo do valor actual (VA) dos custos.
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Equipamento A
VA = 5.000 + 1.500 x a3┐10% = 8.730
CMAE(A) = _8.730__ = _8.730__ = 3.510
a3┐10% 2,4869
Equipamento B
VA = 7.000 + 1.200 x a5┐10% = 11.549
CMAE(B) = _11.549_ = 11.549 = 3.046
A5┐10% 3,791
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Admitindo uma taxa de atualização de 7,5%, pretende-se que identifique qual deverá ser o projeto a selecionar:
a) recorrendo ao cash-flow médio anual equivalente (CFMAE);
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Nos projectos com diferentes taxas de actualização, não podemos utilizar o critério do CFMAE, mas
sim calcular o VAL do projecto considerando a sua replicação infinita, sendo n a vida útil do projecto:
𝑉𝐴𝐿
𝐶𝐹𝑀𝐴𝐸 𝑎𝑛|𝑖
𝑉𝐴𝐿 𝑛; ∞ = =
𝑖 𝑖
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REPLICAÇÃO INFINITA
EXEMPLO:
PROJECTO C PROJECTO D
VAL = 283,25 VAL = 241,32
n=3 n=2
Tx actualização= 15% Tx actualização= 10%
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Resolução: 𝑉𝐴𝐿
𝐶𝐹𝑀𝐴𝐸 𝑎𝑛|𝑖
𝑉𝐴𝐿 𝑛; ∞ = =
Após calcular a replicação infinita do VAL [VAL(n,∞)] para ambos os projectos 𝑖 𝑖
Projecto D
241,32 241,32
CFMAE a2|10% 1,736
VAL(2,∞) = = = = 1.390,46
i 10% 10%
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Concluiríamos que o projecto a seleccionar seria o D na medida em que apresenta o maior VAL com replicação infinita.
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Qual dos projetos deverá ser selecionado, justificando claramente a sua escolha e a metodologia utilizada.
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