Você está na página 1de 20

Introdução à Engenharia Econômica

Métodos de Análise de Investimentos

 Prof. Douglas Marcos Ferreira


Email: douglasferreira@ufsj.edu.br
Departamento de Ciências Econômicas

1
Introdução
 Por que investir?
 Investir consiste em renunciar a um consumo no presente em troca de uma
promessa de um retorno satisfatório no futuro.
 Futuro X incerteza
 Otimismo por parte do investidor
130.00
125.00
120.00
115.00
110.00
105.00
100.00
95.00
90.00
85.00
80.00
T1 T4 T3 T2 T1 T4 T3 T2 T1 T4 T3 T2 T1 T4 T3 T2 T1 T4 T3 T2 T1
0 2 02 0 3 0 4 0 5 05 06 0 7 08 08 0 9 10 11 11 12 1 3 14 1 4 1 5 16 17
2 0 2 0 20 20 20 2 0 2 0 20 2 0 20 20 2 0 2 0 2 0 20 20 2 0 20 20 2 0 20

 Dados da formação bruta de capital fixo (Fonte: IBGE)


2
Introdução
 Um objetivo hoje já considerado ultrapassado é o fato de investir para se obter
lucro IMEDIATISTA.

 Hoje, já se tem como visão: “Pode ser conveniente que neste ano a empresa não
tenha lucro, para que possamos incrementar as vendas e alcançarmos ao fim de 5
anos a liderança do setor.”
 Objetivo de máximizar os ganhos em determinado horizonte de análise.

 A avaliação de um investimento deve considerar:


 Critérios econômicos: rentabilidade do investimento
 Critérios financeiros: disponibilidade de recursos
 Critérios imponderáveis: fatores não expressos monetariamente

3
Introdução
 Desse modo, os métodos de análise de investimentos buscam fornecer subsídios
tecnicamente aceitáveis para o tomador da decisão, de modo a propiciar o
investimento em projetos que sejam economicamente viáveis.

 CONCEITOS INTRODUTÓRIOS:
 O processo de análise de investimento demanda o conhecimento de alguns
conceitos previamente à exposição dos métodos de análise em sí.

4
Conceitos
 FLUXO DE CAIXA LÍQUIDO:
 Toda a avaliação de investimento é executada a partir de um fluxo de caixa líquido.
 Saldo final considerando as receitas e as despesas em cada período.

1 2 3
Salários -3500 -4200 -4000
Matéria prima -900 -1000 -800
Vendas 2000 6500 6000

Fluxo líquido -2400 1300 1200

5
Conceitos
 TAXA MÍNIMA DE ATRATIVIDADE (TMA):
 Na seleção de investimento é necessária a definição prévia da taxa de retorno
exigido, ou seja, a taxa de atratividade econômica do projeto.

 A TMA constitui-se no parâmetro de avaliação dos projetos de investimentos,


sendo a meta econômica mínima a ser alcançada.
 Uma proposta de investimento para ser atrativa deverá ter um retorno no
mínimo igual ao da TMA.

 A TMA deve considerar 3 componentes:


 Risco do negócio
 Custo de oportunidade
 Liquidez
6
Conceitos
 A TMA apresenta forte grau de subjetividade, e varia de empresa para empresa.

 Algumas empresas optam por definir a TMA com base em taxas disponíveis no
mercado:
 Rendimentos da caderneta de poupança;
 Rendimentos de títulos bancários (CDB’s);
 Rendimentos de previdência privada.

7
1 – Valor Presente Líquido (VPL)
 Esse método busca medir os benefícios líquidos de um investimento
devidamente atualizados para o tempo presente (n=0).
 O VPL mede o valor presente dos fluxos de caixa líquidos gerados pelo
projeto de investimento ao longo de sua vida útil.

 Desse modo, o VPL é dado pela diferença entre o valor presente das receitas
e das despesas.

8
1 – Valor Presente Líquido (VPL)

 No processo de trazer os valores do investimento para a data presente,


utiliza-se a fórmula básica do regime de juros compostos:

VF
VP 
(1  i ) n

 Porém, no cálculo do VPL o valor da taxa de juros (i) é substituído pelo valor
da TMA.

9
1 – Valor Presente Líquido (VPL)
 Exemplo: Vamos supor que um empresário tenha a seguinte alternativa de
investimento, supondo que a TMA aceita pela empresa seja de 10% a.m,.

Mês Operação Valor


0 investimento 350.000
1 Receita liq. 60.000
2 Despesa liq. 50.000
3 Receita liq. 115.000
4 Receita liq. 140.000
5 Receita liq. 180.000

10
1 – Valor Presente Líquido (VPL)
 Critério de decisão:
 Se o VPL > 0, aceita-se o projeto
 Se o VPL < 0, rejeita-se o projeto
 Se o VPL = 0, indiferente entre aceitar ou rejeitar o projeto

 Portanto, o VPL mede o retorno econômico esperado com o projeto de


investimento.
 Mostra quanto a empresa aumentará ou reduzirá a sua riqueza caso o projeto
seja executado.

 Outra interpretação é que quando o VPL > 0, então o projeto de investimento


oferece uma rentabilidade maior que a TMA aceita pela empresa.

11
1 – Valor Presente Líquido (VPL)
 No exemplo, como o VPL < 0, rejeita-se o projeto.
 O resultado mostra que, considerando uma TMA de 10%, esse projeto de
investimento trará uma perda na riqueza da empresa de
R$ - 42.987,90

 O resultado mostra também que a rentabilidade desse projeto de


investimento é menor que o valor da TMA (10%).

 Obs.: Caso dois ou mais projetos apresentarem VPL > 0, o projeto mais
viável é aquele que apresenta o maior VPL.

12
1 – Valor Presente Líquido (VPL)
 Vantagens do VPL:
 i) trata-se de uma técnica sofisticada pois leva em conta explicitamente o
valor do dinheiro no tempo;

 ii) permite a incorporação da TMA na avaliação do projeto;

 iii) apresenta um único resultado, evitando ambiguidades na avaliação;

 iv) pode ser utilizado em projetos com fluxo de caixa convencional ou não
convencional.

13
 FLUXO DE CAIXA CONVENCIONAL

 Só há uma mudança de sinal

 FLUXO DE CAIXA NÃO CONVENCIONAL

 Há uma ou mais mudanças de sinal


14
1 – Valor Presente Líquido (VPL)
 Limitações do VPL:
 i) necessidade de determinar previamente a TMA;

 ii) Dificuldade da interpretação do resultado

 O VPL nos fornece um valor monetário e não uma taxa (%). Muitos
tomadores de decisão acham pouco intuitivo o uso do VPL por não
fornecer o valor em forma de taxa (%).

 iii) Quando se comparam projetos com diferentes horizontes de


planejamento, o uso do VPL pode se tornar muito trabalhoso.

15
1 – Valor Presente Líquido (VPL)

 Uso do VPL na compração de projetos com diferentes horizontes de


planejamento:
 Quando os horizontes de planejamento dos projetos são diferentes, o
cálculo do VPL deve ser corrigido, de modo a equiparar os horizontes
temporais.

 Os horizontes são equiparados utilizando o Mínimo Múltiplo


Comum (MMC) dos horizontes de planejamento de cada um dos
projetos

 Feito isso, aplica-se o cálculo do VPL sobre o novo horizonte.


16
1 – Valor Presente Líquido (VPL)
 Exemplo: Supondo que um empresário decida entre executar o projeto A ou B,
considerando TMA = 10%, cujos fluxos anuais de caixa são dados por:

0 1 2 3
Projeto A -10000 8000 8000
Projeto B -10000 6000 6000 6000

Sem considerarmos os diferentes horizontes, os VPL’s individuais são:


VPLA = 3884,30 VPLB = 4921,11
Nesse caso, o projeto B deveria ser escolhido

17
1 – Valor Presente Líquido (VPL)
Situação inicial 0 1 2 3
Projeto A -10000 8000 8000
Projeto B -10000 6000 6000 6000

 1º) Vamos equiparar os horizontes de tempo


MMC (2,3) = 6 Portanto, o novo horizonte de tempo será 6 anos

0 1 2 3 4 5 6
Projeto A -10000 8000 -2000 8000 -2000 8000 8000

Projeto B -10000 6000 6000 -4000 6000 6000 6000

18
1 – Valor Presente Líquido (VPL)
 2º) Calcula-se o VPL de cada projeto

0 1 2 3 4 5 6 VPL
Projeto A -10000 8000 -2000 8000 -2000 8000 8000 9747,49

Projeto B -10000 6000 6000 -4000 6000 6000 6000 8618,42

Desse modo, o projeto A é preferível ao projeto B.

A análise sem considerar a equiparação dos períodos leva a uma conclusão errada.

19
1 – Valor Presente Líquido (VPL)
 Exercício - VPL

 Suponha que uma empresa, cuja TMA é de 24% ao ano, esteja pensando em
adquirir uma nova loja para vender seus produtos. Existem dois locais prováveis:
Região central e Multishop. Os custos e receitas associados a cada um das
alternativas podem ser descritos da seguinte forma:

 Analise a viabilidade econômica desses projetos pelo método do VPL.

Você também pode gostar