Você está na página 1de 7

GRUPO I- TEORIA

1. O QUE É ORÇAMENTO DE CAPITAL? QUAIS SÃO AS SUAS ETAPAS?

Um orçamento de capital diz respeito aos investimentos envolvendo activos permanentes.


Pois, o termo capital, refere-se aos ativos permanentes empregados na produção, em
particular activos imobilizados, os quais incluem imóveis (terrenos), instalações e
equipamentos. Esses activos são muitas vezes denominados de activos rentáveis, porque
geralmente fornecem a base para a geração de lucro e valor à empresa. Enquanto um
orçamento é um plano que detalha entradas e saídas projectadas para algum período de tempo
futuro. Sendo assim, o orçamento de capital é o processo que consiste em avaliar e
seleccionar investimentos de longo prazo, que sejam coerentes com o objectivo da empresa
de maximizar a riqueza dos proprietários.

O Orçamento de capital consiste em seis etapas distintas, porém inter-relacionadas são elas:

1. Geração de propostas de investimentos: as propostas para investimentos são feitas por


pessoas em todos os níveis da organização. Entretanto, os projetos mais dispendiosos passam
por níveis superiores da hierarquia da empresa; os que exigem menores somas de dinheiro,
não;

2. Estimação dos fluxos de caixa das diversas propostas: uma das tarefas mais importantes
do processo de orçamento de capital consiste em estimar os fluxos de caixa a serem gerados
no projeto. A qualidade dos resultados finais é dada pela própria precisão das estimativas. O
motivo pelo qual os benefícios esperados de um projeto são expressos em termos de fluxo de
caixa, ao invés de rendas, explica-se pelo fato de os recursos monetários serem vitais para
qualquer tomada de decisão dentro da empresa. A empresa investe o dinheiro para receber
montantes superiores no futuro. Somente recebimentos em dinheiro podem ser reaplicados na
empresa ou distribuídos aos acionistas sob a forma de dividendos. Portanto, os fluxos de
caixa, e não o de rendas, é que são importantes para o orçamento de capital.

3. Avaliação e análise dos fluxos de caixa: os custos e benefícios propostos são estimados e
então convertidos em uma série de fluxos de caixa relevantes, aos quais várias técnicas de
orçamento de capital são aplicadas para aferir a rentabilidade do investimento. Além disso, os
vários aspectos de risco inerentes à proposta são incorporados à análise econômica. Uma vez
concluída a análise económica, um relatório sintético, frequentemente com uma
recomendação, ésubmetido aos responsáveis pela tomada de decisões;

4. Tomada de decisão da escolha do projeto com base num critério de aceitação: A


magnitude do desembolso e a importância dos gastos de capital determinam em qual nível
hierárquico da empresa a decisão será tomada.

5. Implementação do projecto: Uma vez que a proposta tenha sido aprovada e os recursos
necessários estejam disponíveis, inicia-se a fase de implementação.

6. Acompanhamento ou Auditoria do projecto: Envolve o monitoramento dos resultados


durante a fase operacional do projeto. A comparação dos resultados reais, em termos de
custos e benefícios, com os valores estimados. Pois, se os valores reais ficarem aquém dos
valores estimados, ações devem ser tomadas visando um melhor gerenciamento do projeto.

1 | PTP III | Jaime Muchanga


2. QUAIS SÃO AS VARIAVÉIS QUE INTEGRAM O FLUXO DE CAIXA?

As variáveis que integram o fluxo de caixa são:

a) Saldo Inicial: valor dos recursos existentes em Caixa e Bancos no início do período.
b) Recebimentos: dividem-se em operacionais e não operacionais.
 Recebimentos operacionais: valores recebidos das Vendas de Produtos e Serviços.
 Recebimentos não operacionais: valores recebidos de Empréstimos Bancários;
Aporte de Sócio; Acionistas, Resgate de Aplicações Financeiras.
c) Pagamentos: Dividem-se em operacionais e não operacionais.
 Pagamentos operacionais: valores pagos com matérias-primas, materiais indirectos,
salários, impostos sobre vendas, encargos sociais e outros pagamentos diretamente
ligados à operação da empresa.
 Pagamentos não operacionais: valores pagos com empréstimos bancários,
factorings, investimentos.
d) Geração Operacional de Caixa: representa os Recebimentos menos os Pagamentos
Operacionais da empresa.
e) Geração Não Operacional de Caixa: representa os Recebimentos menos os Pagamentos
não operacionais da empresa.
f) Saldo Final de Caixa: é a soma do Saldo Inicial do Caixa no período, mais a Geração
Operacional e a Geração não operacional.

3. PROJETOS INDEPENDENTES X PROJETOS MUTUAMENTE EXCLUSIVOS x


PROJECTOS CONTIGENTES

Projetos Independentes: Dois ou mais projetos são ditos independentes cujos seus fluxos de
caixa não estão relacionados ou independem um do outro; a aceitação de um projeto não
exclui a consideração posterior do(s) outro(s) projeto(s). Um projeto não concorre com o
outro projeto.

Projetos Mutuamente Exclusivos: Dois ou mais projetos são ditos mutuamente exclusivos
quando possuem a mesma função e, consequentemente, competem entre si. Portanto, a
aceitação de um projeto, elimina a consideração posterior dos demais.

Projectos Contingentes: Dois ou mais projectos são considerados dependentes quando a


selecção de um deles alterar a decisão com respeito aos demais projetos da carteira.

2 | PTP III | Jaime Muchanga


4

GRUPO-II: PRÁTICA
1.

DESCRIÇÃO 0 1 2 3 4
Investimento
Capital Próprio 500,000
Capital de Giro 400,000
Producao 250,000 250,000 250,000 250,000
Preco 5 5 5 5
1. Vendas 1,250,000 1,250,000 1,250,000 1,250,000
2. Custos
2.1 Fixos 150,000 150,000 150,000 150,000
2.2 Variaveis 875,000 875,000 875,000 875,000
2.3 Amortizacoes 125,000 125,000 125,000 125,000
3.RAJI [1-2] 100,000 100,000 100,000 100,000
4. IRPC [3*34%] 34,000 34,000 34,000 34,000
5.RL [3-4] 66,000 66,000 66,000 66,000
6. Amortizaҫões 125,000 125,000 125,000 125,000
7. Fluxo de Caixa de Exoloraҫão 191,000 191,000 191,000 191,000
8. CapitaL de Giro Recuperado 400,000
9. Fluxo de Caixa do Investimento -900,000 191,000 191,000 191,000 591,000

K = 15%

Cash Flow
VPL=∑ t
+I0
(1+ k )

VPL=CF t × ¿
−3
1−( 1+0 , 15 ) 591,000
VPL=191,000 × + −900,000
0 , 15 (1+0 , 15)1

VPL = 436,095.9974 + 513,913.0435−900,000

VPL = 50,009.04 USD

O investimento pode ser realizado uma vez que o seu valor presente líquido é superior a zero
(VLP> 0).

4 | PTP III | Jaime Muchanga


5

2.

Descrição Máquina A Máquina B


I0 15 Milhões USD 12 Milhões USD

n 5 ANOS 5 ANOS
∆ CG 2 Milhões USD 3 Milhões USD
Quant. 1.200 Unidades 1.000 Unidades
C Unit . 3.00 USD 3.20 USD

Pb 2 Anos 3 Anos
TIR 15% 12%
TMA 11% 11%

VAL 1Milhão USD 1,2 Milhões USD

a) Tendo em conta que o Payback tem mais peso quando a administração estipula, tanto a
máquina “A” assim como “B” poderiam ser adquiridas, porém o ideal nesta situação é
escolher a máquina com menor Payback, que é a máquina “A”.
b) Caso o instrumento para análise fosse a TIR a máquina a adquirir seria “A” pois, apresenta
maior TIR em relação a “B”.
c) Se a TMA passa a ser 16%, e o Pb mínimo aceitável passa a ser de 3 anos, a máquina tanto
a máquina A, assim como B podem ser adquiridas uma vez que ambas teriam a mesma
taxa mínima de atractividade e ambas possuem o Payback estipulado pela administração.
d) Não concordo, o custo e o volume de produção não constituem uma técnica de orçamento,
portanto seria pouco viável analisar o projecto nesta prespectiva.
e) Sim. A técnica do valor actual líquido constitui a melhor técnica para escolha de
investimentos. Porém pode-se cogitar a opção das máquinas serem independentes, daí
ambas podem ser adquiridas uma vez que apresentam o VAL maior que zero.
f) Se as máquinas forem mutuamente exclusivas , a melhor opção é A que têm maior TIR,
porém se forem independentes, ambas podem ser adquiridas, pois apresentam a TIR maior
que TMA.

5 | PTP III | Jaime Muchanga


6

3.

Descriҫão 0 1 2 3 4
Produҫão 1,000 1,000 1,000 1,000
Preҫo 20,000 20,000 20,000 20,000
1. Receita 20,000,000 20,000,000 20,000,000 20,000,000
2. Custos
2.1 Variaveis 35,000 35,000 480,000 480,000
Operacionais 210,000 220,000 230,000 240,000
Existências 15,000
2.2 Custos Fixos
Pessoal 210,000 220,000 230,000 240,000
2.3 Amortizaҫão 140,000 140,000 140,000 140,000
3. RAJI [1-2] 19,390,000 19,385,000 18,920,000 18,900,000
4. IRPC [25%*3] 4,847,500 4,846,250 4,730,000 4,725,000
5.RL [3-4] 14,542,500 14,538,750 14,190,000 14,175,000
6. Amortizaҫões 140,000 140,000 140,000 140,000
7. Fluxo de Caixa de Exploraҫão 14,682,500 14,678,750 14,330,000 14,315,000
8. Investimento
8.1Instalaҫão 560,000
8.2 Expansão da Fábrica 60,000
TOTAL 620,000
Valor Residual
VAL

K = 5%

Cash Flow
VPL=∑ t
−I 0
(1+ k )

14,682,500 14,678,750 14,330,000 14,315 , 00


VAL= + + + −620,000
(1+0 , 05) (1+0 , 05)2 (1+0 , 05)3 (1+0 , 05)4
VAL=13,983,333.33+13,314,058.96+12,378,792.79+14,316.21−620,000
VAL=¿ 39.070,50

6 | PTP III | Jaime Muchanga


7

4.

Valores em Milhoes de USD


Descricao 0 1 2 3 4 5
Producao 170 176 182 188 195
preҫo 828 857 887 918 950
1. Receita Bruta 140,760 150,789 161,530 173,027 185,325
2. Custos
2.1 Fixos 8,000 8,360 8,611 8,869 9,135
2.2 Variaveis 170,000 191,786 204,508 218,074 232,534
3.Resultado Operacional (37,240) (49,356) (51,588) (53,916) (56,344)
4.Despesa
4.1.Administrativas 3,200 4,640 4,779 4,923 5,070
4.2. Comerciais 28,152 30,158 32,306 34,605 37,065
4.3. Amortizacao 15,000 15,000 15,000 15,000 15,000
5.RAI (83,592) (99,154) (103,674) (108,444) (113,480)
6.IRPC (28,421) (33,712) (35,249) (36,871) (38,583)
7.RL (55,171) (65,442) (68,425) (71,573) (74,896)
8.Amortizacao 15,000 15,000 15,000 15,000 15,000
9.Fluxo de caixa Residual (40,170.72) (50,441.76) (53,424.54) (56,573.18) (59,896.50)
10.Investimento
10.1 Maquina 75,000
10.2 Capital de Giro 25,000
Total 100,000
11.Valor Residual 5,000
11.1 Imposto sob VR 1,700
12.Recuperacao do CG 25,000
a) As ameaças que podem estar por de trás da implementação do projecto são:
 Crescimento da concorrência no mercado internacional de celulose: Com o
aumento de número de empresas a operarem neste mercado fica difícil ter acesso ao
mesmo, ou seja, haverá barreiras á entrada.
 Subida generalizada de preços
 Depreciação do metical face ao dólar: as empresas compradoras pagarão menos, o
que significa que os produtos ficaram mais baratos, o que resultará em baixa receita
face ás despesas feitas.

 Baixas exportações, apesar do baixo custo de produção

b) o projecto em questão não pode ser implementado, pois, apresenta:

 Elevadas saídas de dinheiro em detrimento das entradas;


 Elevadas despesas (administrativas, comerciais) em detrimento dos ganhos;

7 | PTP III | Jaime Muchanga


8

 O capital de giro não cobre as despesas operacionais;


 Baixa Margem bruta, operacional e líquida ;
 Pode-se analisar o VAL do projecto:

Cash Flow
VPL=∑ t
−I 0
(1+ k )

−40,171 −50,441.76 14,330 ,00−53,424.54 −56,573.58 −28,196.50


VAL= + + + + −100,000
(1.16) (1.16)
2
(1.16)
3
(1.16)
4
(1.16)
5

VAL=−251,013.03 USD

 Uma vez que o VAL é negativo, não é viável implementá-lo.

8 | PTP III | Jaime Muchanga

Você também pode gostar