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Economia da Engenharia II
Marielce de Cássia Ribeiro Tosta
2020
Exercícios ..........................................................................................................................................7
Exercícios ....................................................................................................................................... 16
Exercícios ....................................................................................................................................... 23
11.2 Alguns termos e relações básicas dos impostos úteis em engenharia econômica ................... 36
Exercícios ....................................................................................................................................... 39
Exercícios ................................................................................................................................... 66
6. Payback simples e descontado
Opção 0 1 2 3 4 5
FC (700,00) 237,50 267,50 287,50 257,50 490,00
FCVPL (700,00) 215,91 221,06 216,00 175,87 304,24
FCAcum (700,00) (484,09) (263,03) (47,03) 128,84 433,08
Quanto ao Payback descontado pode-se ressaltar que este possui como vantagens
considerar o valor do dinheiro no tempo e ser de fácil entendimento. Já como suas
desvantagens este possui maior complexidade algébrica, é preciso conhecer a TMA e a
miopia permanece.
Quanto a forma de análise dos resultados se considera o tempo de retorno apresentado
pelo investimento em comparação com o tempo determinado pelo analista como aceitável ou
necessário ao mesmo, ou seja:
Um projeto não pode ser considerado melhor ou pior que o outro apenas considerando
o seu prazo de retorno. Este modelo informa apenas o tempo de retorno do capital investido.
Pode ocorrer de um investimento ter um período de retorno menor e apresentar valor de VPL
também menor comparado a outras possibilidades de investimento. Por isso, deve-se utilizar
este modelo juntamente com o VPL para melhor decisão.
Considere o seguinte fluxo de caixa com período de análise de 10 anos. Para se obter o
payback simples deve-se criar uma coluna com os valores acumulados ao longo dos anos.
Quando o valor do retorno do FCL ficar positivo foi determinado o tempo em anos de retorno
neste exemplo 3 anos. Agora para saber quantos meses ainda são necessários basta dividir o
último valor negativo do fluxo de caixa acumulado pelo valor do fluxo de caixa do ano 4,
sendo:
220.000 0,1
x12 = 10,1 meses para saber quantos dias = 3 dias
260.000 30
Solução:
A receita da empresa será considerada multiplicando a quantidade da previsão de
venda pelo preço menos os custos associados ao processo:
Receita = 10.000 (2,00-0,10-0,50) = 14.000/ano
Valor do investimento da máquina = 42.000
Como o retorno se dará em 3 anos, prazo menor que o estipulado o projeto é viável.
Desta forma se o prazo de retorno n do investimento for menor que a vida útil de um
bem se diz que o bem se paga num prazo menor que sua utilidade. Logo, ele deve ser
adquirido. Ao contrário, se n for maior que sua vida útil, ele se pagará num prazo maior que
sua utilidade. Não se deve adquirir o bem. Alguns conceitos importantes:
Vida útil = prazo de duração do bem;
Vida útil contábil = até ser alcançado o prazo determinado por lei; e
Vida de serviço = tempo no qual o bem vai nos servir.
Exemplo 2
Um automóvel é adquirido por $ 350.000, realizando um serviço equivalente a um
carro alugado por $100.000 anuais. Considerando ser a TMA igual a 12%a.a. e considerando
nulo o valor residual da venda, pergunta-se:
a) Qual o prazo de retorno?
1) A empresa “United e Corp. S/A” planeja investir numa nova operação no Brasil a
quantia inicial de U$ 100.000,00 e espera obter o Payback em 3 anos. Baseado no fluxo de
caixa a seguir, pede-se: calcular o Payback simples e descontado e indicar se o projeto é
viável ou não.
3) O Projeto K tem um custo de $ 52.125, suas entradas de caixa líquidas esperadas são de
$ 12.000 por ano durante 8 anos, e seu custo de capital é de 12%. Qual é o período de payback
descontado do projeto?
4) Sua divisão está considerando dois projetos de investimento, cada um dos quais requer
um desembolso imediato de $ 25 milhões. Você estima que o custo de capital é de 10% e que
os investimentos vão produzir os seguintes fluxos de caixa após impostos (em milhões):
Qual é o período de Payback Descontado para cada um dos projetos? Qual dos
dois deves ser escolhido? Justifique sua resposta.
7. Taxa interna de retorno (TIR)
Utilizando a Equação 1 será necessário encontrar, por tentativa e erro, uma TIR que
apresente resultado zero. Assim:
O VPL torna-se positivo para taxas de desconto inferiores à TIR, e negativo para taxas
de desconto superiores à TIR. Isto significa que se aceitamos um projeto quando a taxa de
desconto é inferior à TIR, estaremos aceitando projetos com VPL positivo. Assim a regra da
TIR coincidirá perfeitamente com a regra do VPL. Assim sendo, TIR corresponde a taxa de
desconto que zera o valor presente líquido de um projeto (Figura 1).
$217.611
$ 800.000
0% $700.000
5% $458.583 $ 600.000
10% $277.400
15% $138.778 $ 400.000
20% $30.849
$ 200.000
VPL > 0 VPL < 0
25% -$54.532
30% -$123.062
$0
0% 5% 10% 15% 20% 25% 30%
($ 200.000)
$217.611
$ 800.000
0% $700.000
5% $458.583 $ 600.000
10% $277.400
15% $138.778 $ 400.000
20% $30.849
25% -$54.532 $ 200.000
30% -$123.062
$0
0% 5% 10%
($ 200.000)
O uso da TIR possui vantagens e desvantagens (Tabela 3) que devem ser analisadas de
acordo com o projeto analisado. Um ponto importante a ser ressaltado quanto ao uso da TIR
está relacionado a fluxos de caixa considerados simples. Entende-se por projeto simples o
fluxo de caixa com uma única mudança de sinal, ou seja:
Projetos com mais de uma mudança de sinal pode levar a existência de mais de uma TIR.
Quando se utiliza o TIR não é possível fazer a escolha do melhor projeto por aquele
que apresentar maior valor para esta taxa, por este motivo, deve-se fazer análise incremental.
Os projetos sevem ser organizados do menor custo para o maior custo e feita a diferença,
desta forma, se obtém o valor da TIR do fluxo incremental. No exemplo 3, temos dois
projetos A e B. O primeiro passo para se obter a TIR é calcular o VPL de ambos para ver se
este é positivo. Sendo os projetos forem viáveis deve ser feita a análise incremental do projeto
de maior custo com o de menor custo (B - A, neste exemplo). Para o fluxo de caixa da
diferença, ou seja, B-A, faz-se a busca da TIR por tentativa e erro. Como a TIR foi igual a
16,82 > 14 (TMA) o projeto B deve ser escolhido em relação ao projeto A.
Considere o exemplo 4. Neste como a TIR de F-E foi igual a 10,56<14 (TMA) o
projeto E deve ser escolhido em relação ao projeto F.
k: 14% $900.000
Anos Projeto E Projeto F Proj F - Proj E
0 -$1.000.000 -$1.300.000 ($ 300.000) $700.000 Projeto F
1 a 10 $230.000 $280.000 $ 50.000 $500.000
VPL $199.706,60 $160.512,38 ($ 39.194,22) Projeto E
TIR 18,94% 17,09% 10,56% $300.000
$100.000
$199.707 $160.512
5% $775.999 $862.086 -$100.000
5% 8% 11% 14% 17% 20% 23%
8% $543.319 $578.823 -$300.000
11% $354.523 $348.985
14% $199.707 $160.512
17% $71.479 $4.409
20% -$35.731 -$126.108
23% -$126.168 -$236.204
10,56% $379.882 $379.856
Para se encontrar o valor da TIR deve-se igualar o VPL do fluxo de caixa a zero.
feito isto, encontrou-se um valor de 3,333 para a relação de uniforme para presente a 5 anos.
O valor da taxa i, que é a TIR procurada, deve ser buscada consultando a tabela de
equivalência página por página na coluna P/U com n igual a 5. Feito isto, encontrou para este
valor aproximado as taxas de 15% e 16%. Como não foi um valor exato deve ser feita a
interpolação de valores para se determinar o valor da TIR.
Por interpolação dos valores tem-se que a TIR é igual a 15,24%. Como a TIR é maior
que a TMA (15,24% > 10,00%) o projeto K é viável.
A mesma análise deve ser feita para a alternativa L. Iguala-se o fluxo de caixa a zero e
busca-se o valor encontrado na tabela de equivalência. Neste caso os valores das taxas
aproximadas foram de 13% e 14%. Por interpolação encontra-se o valor da TIR, 13,20% que
por sua vez, também é maior que a TMA (10,0%) tornando a alternativa L também viável.
Para se determinar qual alternativa deve ser escolhida deve-se desenhar o gráfico
considerando-se os valores do VPL a 0%. Assim pode-se concluir que a melhor alternativa é a
K.
De acordo com a Equação 2 tem-se que dado um fluxo de caixa todos os valores
positivos, ou seja, todos os seus retornos devem ser levados para o último ano da série
analisada, sendo posteriormente divididos pelo valor do investimento do projeto e o resultado
elevado a 1 sobre o tempo de análise. Considere o Exemplo 6, para se obter a TIRI os valores
do fluxo de caixa foram levados por equivalência para ano 5 a uma taxa de 10% a.a que é a
TMA do projeto. Feito o somatório destes valores eles foram divididos pelo valor do
investimento no presente.
k 10,00%
k 10,00% 11,86% 11,86%
Anos Anos FC FC 8% 8%
11,09% 11,09%
1
0 -$400.000
0 -$400.000
Futuro (n =5)Futuro (n =5) 9% 9%
11,47% 11,47%
700.510 5
TIRI = − 1 = 0,11861 $100.000
1 $100.000
$146.410 $146.410 10% 10%
11,86% 11,86%
400.000 2 $100.000
2 $100.000
$133.100 $133.100 11% 11%
12,25% 12,25%
3 $100.000
3 $100.000
$121.000 $121.000 12% 12%
12,64% 12,64%
4 $100.000
4 $100.000
$110.000 $110.000 13% 13%
13,03% 13,03%
5 $190.000
5 $190.000
$190.000 $190.000 14% 14%
13,43% 13,43%
Soma Soma
$700.510 $700.510
TIRI TIRI
11,86% 11,86%
A TIRI é analisada da mesma forma que a TIR, assim sendo, como o valor encontrado
foi de 11,86% a.a maior que o valor da TMA do projeto que era de 10%a.a o projeto é viável.
No entanto caso exista mais de um desembolso a TIRI passa a ser soma da equivalência entre
os valores no presente de todos os desembolsos na data inicial e a soma dos valores futuros
dos retornos positivos no final do prazo do projeto, como no Exemplo 7:
k 16,00%
Exemplo 7- Análise de TIRI Anos FC Presente (t =0) Futuro (n =6)
0 -$1.000.000 -$1.000.000
1
1 -$3.000.000 -$2.586.207
VFretornos n
TIRI = −1 2 $1.000.000 $1.810.639
VPdesembolsos 3 $1.200.000 $1.873.075
4 $1.400.000 $1.883.840
5 $1.500.000 $1.740.000
1
6 $1.550.000 $1.550.000
8.857.554,56 6
TIRI = − 1 = 0,1626 Soma -$3.586.207 $8.857.555
3.586.206,90 TIRI 16,2643%
TIR 16,50%
8. Índice de lucratividade
Este critério consiste em estabelecer a razão entre o valor presente das entradas
líquidas de caixa do projeto e o investimento inicial. Sendo representado suas possibilidade de
cálculo pela Equação 03.
(03)
Para poder afirmar por este modelo qual projeto é melhor deve-se realizar a análise
incremental, ordenando os projetos do menor custo para maior custo. Faz-se a diferença entre
os fluxos de caixa e calcula-se o IL para o fluxo de caixa da diferença.
k 12,00%
Anos Projeto A Projeto B D (B-A)
0 -$125.000 -$165.000 -$40.000
1 $45.000 $60.000 $15.000
2 $60.000 $75.000 $15.000
3 $75.000 $90.000 $15.000
4 $90.000 $110.000 $20.000
VPL $73.590 $82.328 $8.738
IL 1,59 1,50 1,22
No Exemplo 08, como o IL de B-A foi de 1,22 isto quer dizer que o projeto B é
melhor que o projeto A.
Exercícios
Anos FC Anos FC
0 -150.000 3 120.000
1 -150.000 4 140.000
2 80.000 5 150.000
Os ativos reais tangíveis serão registrados na contabilidade das empresas como bens
do ativo imobilizado e terão prazo limitado de vida útil econômica em decorrência do uso, ou
mesmo por ação da natureza ou obsolescência. Desta forma, o bem do ativo imobilizado vai
se desgastando, acarretando a diminuição do seu valor, o que deverá ser reconhecido como
depreciação. As Instruções Normativas SRF n°162/98 e SRF n° 130/99 da Receita Federal
determinam os prazos de vida útil e taxa anual de depreciação para diversos bens.
São exemplos de bens sujeitos à depreciação: Prédios e Edificações; Veículos;
Máquinas e Equipamentos; Móveis e Utensílios; e Ferramentas. Já como bens não sujeitos à
depreciação, tem-se: Terrenos, salvo em relação aos melhoramentos ou construções; Prédios
ou construções, não alugados nem utilizados pelo proprietário na produção de seus
rendimentos ou destinados a revenda; Antiguidades; Obras de arte; e Bens para os quais existe
exaustão (perda de valor por exploração mineral ou florestal).
A Petrobras (2006) define vida útil como o período em que uma planta ou
equipamento estará apto para operar fisicamente. Este período depende: da intensidade do
uso; da eficiência da operação e da qualidade dos itens que compõem a planta ou
equipamento. Já a vida econômica é o período em que o projeto produzirá benefícios líquidos
positivos, ou seja, receitas que excedam os custos e as despesas na fase de operação. Sua
extensão está relacionada à tecnologia, ao mercado, a competitividade de produtos
concorrentes, a regulamentação, a tributação, a restrições ambientais e as dificuldades de
prever dados de custos e receitas para horizontes de tempo elevados. A vida econômica de
cada projeto pode ser menor ou maior que a vida útil. A Tabela 4 mostra alguns conceitos
importantes sobre depreciação.
O lançamento dos valores de depreciação, amortização ou exaustão serão feitos
anualmente no fluxo de caixa do projeto e deverão ter em contrapartida os valores lançados no
Balanço Patrimonial. Desta forma, as depreciações vão sendo registradas a cada ano em
contas específicas acumuladoras de saldo e em contrapartida esses valores serão computados
como custo ou despesa operacional, em cada exercício social. Quando o bem chega a 100%
de depreciação e ainda existir fisicamente (caso normal nas empresas) deixa de ser
depreciado. O Ativo é baixado contabilmente quando for vendido, doado ou quando cessar
sua utilidade para a empresa. Ressalta-se que este valor em hipótese alguma deve ultrapassar
o valor investido.
Tabela 4 - Conceitos importantes para análise de depreciação
É a diminuição efetiva do valor de um bem resultante do
Depreciação (real)
desgaste pelo uso, ação da natureza ou obsolescência normal.
É a diminuição contábil de um bem, resultante do decurso do
Depreciação contábil prazo decorrido desde a sua aquisição até o instante atribuído
ao físico ou a obsolescência.
Utilizada para cálculos tributários de acordo com a legislação
Depreciação fiscal
governamental.
Custo de aquisição ou base Valor do bem no ato da compra (custo total do ativo, entrega,
não ajustado taxas, instalação, seguros etc.). Base ajustada
É a vida útil depreciável n do ativo, expressa em anos
Período de recuperação
(diferente da vida real do ativo).
É o valor estimado no fim da vida contábil do ativo. Pode ser
Valor residual
positivo, negativo ou nulo.
D= 1
n
(P − R ) (04)
Exemplo 9 - Seja um bem adquirido por $ 100.000 e vida útil de 5 anos, com valor
residual de $10.000. Para se determinar o valor da depreciação pelo método linear deve-se
substituir os valores na Equação 4 como pode ser visualizado na Equação 5. A fim de
verificar os valores lançados no Balanço Patrimonial ano a ano utiliza-se análise tabular. Para
este exemplo veja o Tabela 6.
1) Um equipamento para tratamento de ar custa $ 12.000 tem uma vida útil de 8 anos e um
valor residual de $ 2.000.
a) Calcule o valor da depreciação linear para cada ano.
b) Determine o calor contábil depois de 3 anos.
c) Qual é a taxa de depreciação?
2) Uma estação de trabalho computadorizada para propósito espacial tem custo de aquisição
de $ 50.000, com período de recuperação de 4 anos. Tabule e represente graficamente os
valores da depreciação linear, da depreciação acumulada e do valor contábil correspondente a
cada ano se:
a) Não há nenhum valor residual;
b) R = $ 16.000
5) A empresa Assessoria S.A. adquiriu um bem em 01/01/2010 pelo custo de R$6.000,00 com
vida útil estimada em 5 anos e sem valor residual estimado. Utilize o método de depreciação
linear e determine qual será o valor da depreciação acumulada em 12/2011.
Outro fator importante na obtenção do fluxo de caixa é o Capital de Giro (CG) que
pode ser definido como os recursos financeiros necessários para o funcionamento normal da
empresa. O CG compreende os recursos necessários para cobrir eventuais déficits de caixa,
pagamento de despesas correntes, aquisição de insumos e mercadorias, ou qualquer
emergência e outros compromissos de curto prazo. Sua função é manter a atividade
operacional no dia a dia e fazer os negócios girarem. Especificamente, tem-se que o capital de
giro é utilizado para financiar vendas a prazo, os estoques de produto acabado, o produto em
processo etc.
Desta forma, qualquer que seja o objetivo de execução do projeto, ele trará alterações
ao funcionamento financeiro da empresa e exigirá que ela aumente o Capital de Giro Líquido.
A necessidade de Capital de Giro, que representa uma saída de caixa, surge sempre que:
• Matérias primas e outros estoques são adquiridos antes da venda de produtos
acabados;
• Saldos de caixa são mantidos no projeto como proteção contra despesas inesperadas,
ou como definição de caixa mínimo;
• Vendas a prazo são efetuadas gerando contas a receber, em vez de caixa;
• Peças de reposição para equipamentos são adquiridas;
• Há variação de inventário de produtos.
A Figura 2 ilustra a movimentação de compra, pagamento e recebimento em uma
indústria. Para iniciar o processo de produção a empresa necessita comprar matéria prima para
que esta seja processada e classificada como produtos acabados. Os produtos acabados, por
sua vez, possuem dois destinos: os que forem vendidos serão contabilizados como custo do
produto vendido no Demonstrativo de Resultados (DRE) e os que permanecerem na empresa
serão destinados a conta estoque no Balanço de Pagamentos.
O processo não encerra dentro da empresa, uma vez que o produto foi vendido o cliente
receberá um prazo para pagamento, visto que as possibilidades de pagamento a vista e a prazo
que existem no mercado. Quando este recurso retorna a empresa ele será responsável pela
geração de recursos classificados como as contas: caixa, banco, clientes a receber, etc
registrados no Ativo do Balanço de Pagamentos (Figura 2).
Figura 2 - Fluxo de caixa na empresa
Este valor indica o número de vezes por ano que o caixa da empresa gira. Quanto
maior o indicador, mais eficiente é a empresa na gestão do seu caixa. Para se obter o capital
de giro necessário basta dividir o valor do investimento do projeto pelo giro de caixa:
1
A explicação mais detalhada sobre a importância do imposto de renda e sua influencia sobre a análise do
projeto será descrita na próxima seção.
Tabela 11 - VPL para fluxo de caixa com receita e custos constantes
O capital de giro diminui o valor do VPL, que passou a ser de $ 457.489,82, pois é um
investimento que será recuperado no final do prazo de análise do projeto. Portanto, quanto
maior for o prazo de análise e a taxa requerida, maior será o impacto do capital de giro no
VPL do projeto.
Exemplo 12
Convencido de que o aumento de demanda dos produtos da empresa nos próximos
anos é consistente, o diretor geral solicitou o desenvolvimento do projeto de expansão para
um prazo de análise de 5 anos. Depois de diversas reuniões e negociações com os diretores da
empresa, o grupo do projeto de expansão estabeleceu as seguintes estimativas relevantes das
receitas e custos totais registrados na Tabela 13. O custo inicial de expansão foi de $2.750.000
ocorrendo no início do projeto. Devido à futura obsolescência do equipamento, a depreciação
do equipamento será total e linear durante cinco anos, e o valor residual nulo no final do
quinto ano. Verifique se o projeto é viável a uma TMA de 12%.
Considerando uma TMA de 12% o projeto deve ser aceito, uma vez que seu VPL foi
de $480.766,63. O resultado dessa primeira avaliação não agradou o diretor geral, que pediu
que fosse incluído o capital de giro de 20% da receita anual e o valor de venda dos
equipamentos de 10% do valor investido. Verifique a viabilidade do projeto (Tabela 14).
Percebe-se agora que todas as variáveis que formam o fluxo de caixa já foram estudas
no decorrer do curso, ou seja, desde o conceito de receita e custos até a necessidade de capital
de giro visto na seção anterior. Agora com base no fluxo de caixa completo as ferramentas de
análise estudadas: VPL, VFL, VAL, B/C, payback simples e descontado, TIR, TIRI e IL
podem ser utilizadas respeitando sempre as suas características.
2
Recomenda-se retornar ao capítulo 1 para leitura de revisão dos conceitos.
11.1. Imposto de Renda sobre Faturamento ou sobre Resultado Operacional?
Receita bruta (RB) é o total de rendimentos realizados com base em todas as fontes
geradoras de receitas da empresa, além de receitas de quaisquer outras fontes;
Imposto de renda é o valor dos impostos baseados em alguma forma de rendimento
ou de lucro, que deve ser entregue ao governo federal;
Despesas operacionais (E) incluem todos os custos operacionais envolvidos na
transação dos negócios. Essas despesas são dedutíveis do imposto de renda para as
corporações. Os custos operacionais anuais (COA) e os custos de manutenção e operações
(M&O) são aplicáveis aqui; e
Rendimentos tributáveis (RT) é o valor sobre qual os impostos se baseiam. Para as
corporações a depreciação (D) e as despesas operacionais (E) são dedutíveis do IR. Assim
sendo, tem-se que o RT será a diferença entre a receita bruta com as despesas operacionais e a
depreciação (Equação
Nesta disciplina até este momento os fluxos de caixa eram montados considerando os
valores do investimento, receita, despesas e ou custos e valor recuperado. Aqui denominado
de fluxo de caixa antes do imposto, sendo:
FCAI = receita bruta (RB) – despesas (E) -investimentos iniciais (P) + valor recuperado (R)
A partir de agora será incluído a incidência do imposto de renda, bem como o efeito da
depreciação. O fluxo de caixa passa a ser considerado como fluxo de caixa depois do imposto
(FCDI). Considerando que o imposto de renda (IR) incide sobre o Rendimento tributável (RT)
sob forma de uma alíquota (t), tem-se que para encontrar valor do FCDI basta subtrair o efeito
do FCAI menos os impostos.
FCDI = FCAI – impostos
Considerando que os impostos são cobrados como uma alíquota t sobre o RT, basta realizar a
subsituição na equação, sendo:
FCDI = FCAI – (RT*t)
Agora tem-se que o FCAI é igual a RB-E-P+R e o Rendimento tributável (RT) é igual
a RB-E-D, ficando a equação do FCDI da seguinte maneira:
O valor R (residual) será tributado sempre que o equipamento for vendido ao final do
período. Podendo gerar lucro ou prejuízo. Outro ponto importante a ser considerado é que em
análise com diagrama o valor específico da depreciação não entra no modelo. O que se utiliza
é a soma do valor do crédito do imposto de renda que incide sobre mesma. Para ficar mais
claro a utilização desta equação veja os exemplos a seguir.
Exemplo 12
Uma empresa industrial deseja utilizar um equipamento e está em dúvida se deve
comprá-lo ou alugá-lo. O equipamento tem uma vida útil contábil de 10 anos, sendo o seu
custo, a vista, igual a $300.000,00. A conservação anual deste equipamento é igual a
$12.000,00. Pretende-se vender o equipamento após 10 anos por $30.000,00. Por outro lado, o
equipamento poderia ser alugado por $60.000,00 anuais. Considerando que a empresa paga
35% de IR e que é de 10% a.a a TMA, dizer qual é a melhor alternativa.
Caso da compra (k)
1-IR advindo da depreciação: Considere que a aquisição por $300.000,00 origina
depreciações anuais de 10% sem valor residual de revenda durante a vida útil de 10 anos.
300.000*0,10=30.000
0,35*30.000=10.500
2-IR advinda da despesa de conservação = $ 12.500
12.500*0,35 = 4.200
3- IR advindo do resultado da revenda do material
Lucro de 30.000
30.000*0,35= 10.500
Estimativas
Investimento no equipamento $ 120.000,00
Redução nos custos de produção $ 32.000,00/ano
Valor residual do equipamento $ 10.000,00
Vida útil 5 anos
Depreciação $ 24.00,00/ano
2) Uma empresa adquiriu a 5 anos um equipamento por $ 5.000.000,00, possuindo vida útil
contábil de 15 anos, com valor residual nulo e custos operacionais iguais a $ 800.000,00 por
ano. A empresa paga 40% de Imposto de Renda e sua taxa mínima de atratividade é de 20%
a.a. Este equipamento possui hoje um valor de mercado igual a $ 750.000,00.
Em virtude da inadequação de atendimento a demanda atual, a empresa decidiu substituir o
equipamento por outro a ser selecionado entre dois equipamentos tecnicamente equivalentes.
O equipamento K custa $2.000.000,00 e tem uma vida útil contábil de 10 anos, ou seja, será
depreciado totalmente neste período, custos operacionais de $500.000,00 por ano e poderá ser
vendido no final da vida útil por $ 400.000,00. O equipamento L custa $ 400.000,00, tem uma
vida útil contábil de 10 anos (será depreciado totalmente neste período), custos operacionais
de $200.000,00 por ano e poderá ser vendido no final da vida útil por $800.000,00. Qual o
equipamento, K ou L, deve ser selecionado? Utilize VPL.
3) Um senhor está programando uma atividade durante os próximos seis anos quando se
aposentará. Pretende ter uma empresa individual que se dedicará ao transporte de pessoas
(taxi).
Inicialmente comprará um carro pequeno K por 3000 que utilizará durante dois anos, quando
então venderá por 2000. Durante esses dois anos pretende ter uma receita operacional de
50000 e um custo operacional de 25000. No ano 2 pretende comprar um automóvel grande L
por 7000 que utilizará durante quatro anos, quando então o venderá por 2.500. Durante esses
quatro anos, pretende ter uma receita operacional de 80000 e um custo operacional de 40000.
Considerando que a vida útil dos automóveis é de cinco anos, que a empresa estará
enquadrada na faixa de 35% de Imposto de Renda, que a TMA é de 12% a.a., pergunta-se: é
viável tal empreendimento? Analisar pelo método do valor presente líquido.
4) Dois sistemas de ar condicionado estão sendo estudados para instalação nos escritórios
de certa empresa. São os seguintes os parâmetros estimados para cada uma das alternativas:
A administração da empresa definiu que, caso os custos anuais não superem $ 5.000, o
sistema mais econômico deverá ser instalado. Caso contrário, este investimento deverá ser
adiado para uma época mais oportuna.
Sendo a taxa mínima de atratividade da empresa, de 7 % ao ano, qual decisão deve ser
tomada?
Considerar que a taxa de depreciação dos sistemas de ar condicionado seja de 20% e a
empresa se encontre na faixa de 35% para efeitos de imposto de renda.
VA a = -3.908,35 e VA b = -4.036,68
5) Uma máquina A foi adquirida por $800.000, exigindo manutenção de $ 150.000 anual.
Pretende-se vender esta máquina após 10 anos por $350.000. Outra máquina que possui
função similar poderia ser adquirida por $750.000, manutenção de $85.000 anuais e ser
vendida por $150.000. Considerando uma depreciação máxima de 10% a.a. para ambas as
máquinas e ainda que a empresa paga 15% de Imposto de Renda. Determine qual é a melhor
alternativa de compra a uma TMA de 8%a.a.
Estudo de caso 1 – Expansão de uma fábrica de cimento
Uma fábrica de cimento possui dois fornos de 500 t/dia cada um, o que lhe possibilita uma
produção anual de 300.000,00 t/ano de cimento a um preço de R$ 10.000,00 por tonelada. A
estrutura dos custos operacionais está assim formada em milhões:
Receita líquida – R$ 3.000,00
Custos diretos de produção – R$ 1.500,00
Custos indiretos de produção – R$ 300,00
Despesas gerais variáveis – R$ 600,00
Despesas gerais fixas – R$ 100,00
A empresa pretende expandir-se, investindo em um terceiro forno de idênticas
características. Esse forno, instalado, custa R$ 2.000,00 milhões. Espera-se uma vida de 20
anos ao final do qual será vendido como sucata a um preço de 10% do valor de um novo. A
depreciação contábil será de 10% ao ano sobre o valor original.
A empresa necessitará de um capital de giro adicional no valor de R$ 200 milhões. As
receitas, os custos diretos e despesas variáveis crescerão na mesma proporção do aumento de
produção. Os custos indiretos não se alterarão.
No primeiro ano de operação, por motivos de ajustes, o forno operará a 60% do
esperado para os demais anos.
A empresa investirá apenas recursos próprios (sem financiamento).
A alíquota do IR é de 35% sobre o lucro tributável.
Se a TMA da empresa é de 10% ao ano, é vantajoso investir no novo forno?
Estudo de caso 2 – Projeto de viabilidade econômica e financeira
12.1. Incerteza
Preço VPL
Dados e Resultados do Projeto -30% 0,55 -434.898
Alíquota imposto 30% -25% 0,59 -235.891
Prazo de análise 4 -20% 0,62 -36.884
Unidades 2.400.000 -15% 0,66 162.123
Preço unitário $0,78 -10% 0,70 361.131
-5% 0,74 560.138
Custo unitário $0,23
0% 0,78 759.145
Custo fixo 400.000
5% 0,82 958.152
Taxa requerida 12,00% 10% 0,86 1.157.159
Custo inicial 1.550.000 15% 0,90 1.356.166
FCO 760.250 20% 0,94 1.555.173
VPL 759.145 25% 0,98 1.754.180
30% 1,01 1.953.188
200%
Preço unit.
150%
Unidades
100%
50%
Tabela 16
Quanto a representação dos resultados, estes podem ser visualizados em dois tipos de
gráficos, de linha (1) ou tornado (2). Não há necessidade de se preocupar com os valores
absolutos das variáveis modificadas, pode-se representar pelo percentual de variação no eixo
X. O importante é analisar o impacto no VPL que deve ser representado no eixo Y. Não se
pode esquecer de escrever uma análise crítica sobre a conclusão da análise, ou seja, qual
variável é mais importante de ser acompanhada no desenvolvimento do projeto ao longo do
tempo.
200%
Variação da Estimativa entre -10% e +10%
Preço unit.
150%
$759.145
Unidades
100%
Preço unit.
50%
Unidades
0%
-30% -25% -20% -15% -10% -5% 0% 5% 10% 15% 20% 25% 30% Custo inicial
-50% Custo unit.
Custo unit.
-100%
-150%
($750.000) ($250.000) $250.000 $750.000 $1.250.000 $1.750.000 $2.250.000
-200%
Exemplo 13 - Efetue uma análise de sensibilidade para um projeto hipotético que requer um
investimento de $150, depreciável em 10 anos. Suponha que as informações contidas no quadro 7.1
são apresentadas pela empresa a respeito da participação no mercado, preço unitário, custo variável e
custo fixo para os três cenários.
12.1.3. Valor Monetário Esperado (VME)
O Valor Monetário Esperado (VME), nada mais é que a média ponderada do Valor
Presente Líquido (VPL) de cada um dos resultados possíveis dentro de uma alternativa de
decisão (linha de ação), isto é, o produto do VPL pela sua probabilidade de ocorrência (p). O
valor esperado é, por definição, o resultado médio que será alcançado por um evento
probabilístico repetido infinitas vezes.
Probabilidades são sempre grafadas corretamente na forma decimal, mas são sempre
citadas verbalmente como percentagens e, com frequência, referidas como chances; por
exemplo, as chances de aproximadamente 10%. Ao colocar o valor da probabilidade em uma
equação ou em qualquer outra relação, utilize o equivalente decimal (exemplo 10% = 0,10).
Em todas as declarações de probabilidade, os valores P(X) de uma variável X devem totalizar
1 (Equação 09).
i =m
P( X i ) = 1,0 ..... .......... (09)
i =1
Solução 1
A 15%, E(VPL)<0, o equipamento não é justificado quando se utiliza uma análise do valor esperado.
Solução 2
Também é correto calcular o E (fluxo de caixa) para cada ano e depois determinar o VP da
série E (fluxo de caixa), porque o cálculo do VP é uma função linear dos fluxos de caixa. Calcular E
(fluxo de caixa) primeiro pode ser mais fácil em termos de que isso reduz o número de cálculos do
VPL. Neste exemplo, calcule o E(FC), correspondente a cada ano, e depois determine o E(VP).
Exemplo 15
80,0%
60,0%
40,0%
Prazo 4 20,0%
Taxa requerida 12,0%
0,0%
Alíq. imposto 30%
-$730.514 $759.145 $2.371.780
TIR 33,7%
Pessimista Mais provável Otimista
VPL -$730.514 $759.145 $2.371.780
Probabilidade 10,0% 75,0% 15,0%
E [VPL ] $852.074
As árvores de decisão são compostas por vários eventos aleatórios, cada qual com sua
probabilidade de ocorrência. Elas representam uma sequência de decisões encadeadas que
devem ser analisadas através das técnicas da Teoria da Decisão de modo a se chegar à melhor
alternativa de investimento. Portanto, a árvore de decisão é um importante instrumento para o
executivo visualizar as alternativas existentes e otimizar o resultado esperado de um
empreendimento incerto.
Costuma-se utilizar o critério de árvore de decisão quando o projeto envolve decisões
sequenciais dependentes da decisão atual. Se as decisões de hoje afetarem o que pode ser feito
amanhã, então, as decisões de amanhã têm que ser analisadas antes. Esta estratégia permite
encontrar o maior valor presente líquido. Quando se usa este método, tomam-se as decisões
em ordem inversa, ou seja, analisa-se primeira a decisão do último estágio até chegar à
decisão do primeiro estágio.
A estruturação da árvore, que representa o problema existente, deve ser iniciada do
lado esquerdo representando a decisão inicial de investimento, traçando em seguida os ramos
que correspondem aos diversos acontecimentos que podem ocorrer – decisões sequenciais -, e
simbolizada com quadrados os pontos de decisão e com círculos os pontos de incerteza. Para
cada ponto de incerteza é preciso estimar a probabilidade de ocorrência de sucesso e fracasso.
Para utilizar a árvore de decisão para avaliação de alternativas, as seguintes
informações adicionais são necessárias para cada ramificação:
• A probabilidade estimada de ocorrência de cada resultado. A soma dessas
probabilidades deve ser igual a 1 para cada uma das ramificações decorrentes de uma decisão;
e
• Informações econômicas correspondentes a cada alternativa de decisão e o possível
resultado; por exemplo, o investimento inicial e os fluxos de caixa estimados.
As decisões são tomadas utilizando a estimativa de probabilidade e a estimativa do
valor econômico correspondentes a cada ramificação de resultado (Equação 11), geralmente
utiliza-se o VPL.
VME = p *VPL1 + (1 − p )*VPL2 (11)
Apesar da importância dos resultados gerados por estas análises deve-se considerar
que existem outros riscos associados a projetos de energia. No caso de projetos do E&P de
petróleo e gás, existem três importantes tipos de risco que demandam diferentes medidas para
mitigá-los: o risco de reservatórios e geológico; o risco de cronograma e o de mercado (preço
do petróleo, demanda de gás, taxa de sondas, etc.).
Quanto a análise de incerteza e risco este capítulo abordou os conceitos básicos como
o objetivo de ressaltar a sua importância em análises de projetos. No entanto, deve-se
considerar a existência de modelos mais complexos que tratam com maior profundidade sobre
o tema, entre eles pode-se citar: os modelos de Valor da Informação e a Teoria da Utilidade.
O modelo do valor da informação é muito importante quando se trata das fases de
avaliação e desenvolvimento de campos de petróleo, principalmente dos campos marítimos,
onde há elevada incerteza com forte impacto nos resultados financeiros bem como altos
investimentos. Nesta fase, o risco pode ser reduzido pela obtenção de informações adicionais
que podem diminuir ou até mesmo remover determinada incerteza.
Contudo, a aquisição de novas informações está diretamente associada a um custo. Por
este motivo, deve-se avaliar se vale a pena obter a informação antes da decisão de aquisição
de qualquer informação adicional. Se a informação possibilitar a resolução completa da
incerteza, tem-se uma informação perfeita. Já se a informação não reduzir complemente o
risco diz-se que ela é imperfeita. O seu valor poderá obtido pelo cálculo da diferença do valor
monetário esperado (VME) com e sem informação. Se o valor de uma informação for inferior
ao custo da aquisição da informação, a informação adicional não deve ser obtida. A análise e
cálculo do valor de informação são usualmente descritos por árvores de derivação e decisão,
mas podem ser explorados por outros métodos, como Monte Carlo e Opções Reais, todos
caracterizados por diferentes vantagens e desvantagens.
A Teoria da Utilidade ou Teoria da Preferência surge como um método de análise de
investimentos capaz de considerar as preferências individuais dos decisores em relação ao
risco. A grande vantagem desta teoria é que sua aplicação é possível não apenas em análises
de decisões que envolvam resultados quantitativos, mas também qualitativos. O grande marco
da Teoria da Utilidade foi a publicação de Theory of games and economic behaviour por John
Von Neumann e Oskar Morgenstern em 1944, quando houve a associação desta teoria com as
teorias da Decisão dos Jogos.
4.2.1 Capítulo 15
Suporemos que a distribuição dos valores presentes líquidos seja aproximada mente
normal; dessa forma, aplicando propriedades da distribuição normal, poderemos calcular a
área sob a curva normal padrão que corresponde à probabilidade de viabilidade e de
inviabilidade do empreendimento em condições de risco.
Para tal finalidade, utilizaremos uma tabela de probabilidades, função de uma variável
Z do eixo horizontal relacionada a uma curva normal característica chamada curva normal
padrão.
Esta curva normal padrão é caracterizada pela média e pelo desvio padrão σ = 1,
e é simbolicamente representada por N (0,1).
Na realidade, a probabilidade dada na Tabela corresponde à área considerada sob a
curva desde o eixo central até a variável Z considerada.
Com as hipóteses já admitidas, relativas à distribuição normal dos valores
considerados, obteremos uma curva normal, a qual, porém, não é uma curva normal padrão,
como mostra a figura seguinte.
Nesta curva normal considerada, admitamos ter interesse em saber a probabilidades
relacionadas com certa variável x.
Tal curva normal, simbolicamente representada por N(µ, σ), caracteriza-se por ter uma
média de valor µ e um desvio-padrão de valor σ > 0.
Como desejamos obter uma probabilidade referente a uma variável x relacionada a
uma curva normal, e as probabilidades tabeladas são referentes a variáveis Z relacionadas a
uma curva normal padrão, teremos de transformar a curva normal obtida N(µ, σ) em uma
curva normal padrão N (0,1) em que a média é 0 e o desvio-padrão é 1. Tal transformação se
obtém por intermédio da fórmula:
Estamos analisando uma curva normal que apresenta as frequências das ocorrências
dos valores presentes líquidos. Nossa intenção é obter a probabilidade de inviabilidade do
empreendimento relativa a um valor esperado do valor presente líquido x que nos satisfaz. Na
maioria dos casos, é adotado tal valor mínimo x como sendo igual a zero, pois abaixo de zero
o empreendimento é inviável e, portanto, não poderia satisfazer-nos. Poderíamos chamar tal
valor x de “valor de satisfação do valor esperado do valor presente líquido" para o
empreendimento em questão.
Nessas condições, o valor da variável Z torna-se igual a:
Obtido o valor de Z, entramos com o seu absoluto na tabela de probabilidades (tabela de áreas
sob a curva normal padrão).
Sistema 1 Sistema 2
Custo de aquisição, $ -10.000 -17000
Custo operacional anual, $/anual -600 -150
Valor recuperado, $ -100 -300
Custo de novo compressor e de motor com -1750 -3000
meia vida, $
Vida útil, em anos 8 12
3) Para os planos A e B, trace graficamente a sensibilidade dos valores VP, a 20% ao ano,
para a faixa de -50% a +100%, das seguintes estimativas pontuais correspondentes a cada um
dos parâmetros:
a) custo de aquisição;
b) COA;
c) Receita anual
Plano A Plano B
Custo de aquisição, $ 500.000 375.000
COA, $/ano 75.000 80.000
Receita anual, $/ano 150.000 130.000
Valor recuperado, $ 50.000 37.000
Vida útil, em anos 5 5
Considere ainda que custo inicial de preparação da planta seja depreciado de forma
linear e total durante o prazo de análise de cinco anos do projeto; que a alíquota do IR seja de
35% e TMA 14% a.a.
Determine a E (VPL) e interprete o resultado encontrado.
A empresa espera vender pelo menos 4.500 un/ano e quer testar a sensibilidade do projeto.
Determine a quantidade mínima de venda anual para manter o projeto viável (T.M.A. = 12 %
a.a.)
resposta letra B
1) Uma empresa, cuja TMA é de 10% ao ano, está considerando a possibilidade de um
investimento da ordem de R$250.000 cujos retornos são bastante incertos. A vida útil do
projeto está estimada em 5 anos e o valor residual também está sujeito a flutuações
aleatórias. As expectativas de retorno e o valor residual se aproximam das distribuições
abaixo:
Valor (positivos)
Probabilidade Valor Probabilidade