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MÉTODOS DE DEPRECIAÇÃO

Marielce Tosta
DEPRECIAÇÃO (real) – é a diminuição efetiva do valor de um bem
resultante do desgaste pelo uso, ação da natureza ou obsolescência normal.

Depreciação contábil – é a diminuição contábil de um bem, resultante do


decurso do prazo decorrido desde a sua aquisição até o instante atribuído ao
físico ou a obsolescência.

Depreciação fiscal – utilizada para cálculos tributários de acordo com a


legislação governamental.

Custo de aquisição ou base não ajustado – valor do bem no ato da


compra (custo total do ativo, entrega, taxas, instalação, seguros etc.). Base
ajustada

Período de recuperação – é a vida útil depreciável n do ativo, expressa


em anos (diferente da vida real do ativo).

Valor residual – é o valor estimado no fim da vida contábil do ativo. Pode


ser positivo, negativo ou nulo.
Qual a importância da depreciação?

Lucro = Receita de vendas – Custos da produção

Receitas – compreende o recebimento dos insumos provindos da venda de


bens nas operações por conta própria ou alheia ou provindos dos serviços
prestados.

Custos – são referentes a: matérias primas utilizadas, pessoal de produção,


locações, manutenções, reparos, depreciações, amortizações
relacionadas a produção, quebras e perdas.

Imposto Renda – porcentagem aplicada sobre o lucro havidos no Balanço


geral Anual da empresa.

As depreciações vão sendo registradas a cada ano em contas específicas


acumuladoras de saldo e em contrapartida esses valores serão computados
como custo ou despesa operacional, em cada exercício social.
O ATIVO IMOBILIZADO

O Ativo Imobilizado é um subgrupo do Ativo Permanente que por


sua vez é localizado no Ativo de uma empresa. O Ativo Imobilizado é
registrado na contabilidade de uma companhia através de seu custo de
aquisição. Este custo pode ser tanto aquele pago pelo ativo, quanto o seu
custo de fabricação ou construção.

No caso de compra de terceiros, o custo de aquisição é determinado


pelo seu valor de compra mais os gastos complementares necessários à sua
posse, instalação e funcionamento.

Em resumo, o custo de aquisição normalmente é constituído de:


• Valor de compra
• Gastos com transporte do Bem
• Prêmio de seguro pelo transporte
• Gastos com a instalação
• Gastos necessários à transferência do Bem.
Principais Grupos de Contas do Ativo Imobilizado

Em vista da infinidade de tipos de ativos fixos, costuma-se agrupá-


los em contas, cujos títulos indicam com razoável precisão a natureza dos
bens nelas registrados. Os bens que compõem o Ativo Imobilizado podem
ser, quanto à existência, de dois tipos:
1) Os bens tangíveis
são aqueles que existem fisicamente, que podem ser vistos, tocados e
sentidos. As principais contas que agrupam os bens tangíveis são:
• Terrenos • Edificações • Máquinas e Equipamentos • Veículos • Móveis e
Utensílios • Ferramentas
2) Os bens intangíveis
são aqueles que existem mas não podem ser vistos ou tocados. Representam
direitos assegurados à companhia proprietária, ou seja, esta detém sua
posse jurídica. Os principais tipos de bens intangíveis são:
• Patentes • Marcas de Indústria e de Comércio • Direitos de uso de
processo (Know-How) • Direitos de Publicação • Direitos de Exploração e
Extração
Contabilidade da Depreciação

Como norma básica a lei das sociedades por ações dispõe:

No Balanço Patrimonial os elementos do Ativo Imobilizado serão


registrados pelo custo de aquisição, deduzido o saldo da respectiva conta de
depreciação, amortização ou exaustão. A diminuição de valor dos elementos
do Ativo Imobilizado será registrada periodicamente nas contas de
depreciação, quando corresponder à perda do valor dos direitos que tenham
por objeto bens físicos sujeitos a desgaste ou perda de utilidade por uso,
ação da natureza ou obsolescência.

As depreciações vão sendo registradas a cada ano em contas


específicas acumuladoras de saldo e em contrapartida esses valores serão
computados como custo ou despesa operacional, em cada exercício social.
Quando o bem chega a 100% de depreciação e ainda existir
fisicamente (caso normal nas empresas) deixa de ser depreciado. O Ativo é
baixado contabilmente quando for vendido, doado ou quando cessar sua
utilidade para a empresa.

Do ponto de vista econômico, e este é o conceito que deve ser


adotado em estudos de investimentos, a depreciação não é considerada
como um custo, mas como uma fonte de recursos para as operações da
firma que poderá ser utilizada a critério da administração.

A depreciação é um custo ou despesa operacional sem


desembolso
EXEMPLOS DE BENS SUJEITOS À DEPRECIAÇÃO

• Prédios e Edificações;
• Veículos;
• Máquinas e Equipamentos;
• Móveis e Utensílios; e
• Ferramentas.

EXEMPLOS DE BENS NÃO SUJEITOS À DEPRECIAÇÃO

• Terrenos, salvo em relação aos melhoramentos ou construções;


•Prédios ou construções, não alugados nem utilizados pelo proprietário na
produção de seus rendimentos ou destinados a revenda;
• Antiguidades;
• Obras de arte; e
•Bens para os quais existe exaustão ( perda de valor por exploração
mineral ou florestal).
Baixa do Ativo Imobilizado

Os motivos mais freqüentes para a baixa do Ativo Imobilizado são a


venda ou a cessação de utilidade para a companhia. Em qualquer dos casos,
é necessário que o valor do bem baixado seja retirado contabilmente dos
registros da empresa.

Se o bem for vendido, o resultado contábil da baixa (lucro ou


prejuízo) será a diferença entre seu valor pelo qual o bem for vendido e seu
valor contábil, que por sua vez é o custo original menos a depreciação
acumulada.

Se o seu valor contábil for nulo, no caso de já estar totalmente


depreciado, o valor da venda será o lucro da transação.

Se o bem for baixado por motivo da cessação de utilidade


(obsolescência, danos irreparáveis, etc), e ainda tiver valor contábil, este
será o valor da perda que irá para a demonstração de resultados.
Métodos de depreciação
Consiste em dividir o valor de aquisição do bem
Linear ou linha subtraído do valor residual a ser depreciado pelo
reta tempo de vida útil. A despesa será constante
durante a vida útil do ativo, caso o valor residual não
se altere.
Para aplicar esse método deve-se primeiramente
Soma dos estipular taxas variáveis durante o tempo de vida útil
dígitos do bem, com o intuito de obter o denominador da
fração que determinará o valor da cota de
depreciação de cada período. Conforme a
produtividade esperada, o método pode ser
decrescente ou crescente.
Unidades A despesa é baseada no número de unidades
produzidas produzidas no período.
Método depreciação linear

Seja:
D= depreciação periódica
P = custo do bem adquirido
R = valor residual
N = número de períodos de vida útil contábil

D = (P − R )
1
n
Exemplo:
Seja um bem adquirido por $ 100.000 e vida útil de 5 anos.
a) Valor residual de $10.000

D = (100.000 − 10.000) = 18.000


1
5
Vida útil Valor da depreciação Valor contábil do bem
0 - 100.000
1 18.000 100.000-18.000=82.000
2 18.000 82.000-18.000=64.000
3 18.000 64.000-18.000=46.000
4 18.000 46.000-18.000=28.000
5 18.000 28.000-18.000=10.000
Depreciação pela soma dos dígitos
Para obter o valor da depreciação do mesmo exemplo anterior
pela soma dos dígitos, basta somar o número de anos úteis que
o bem possui. Considerando os cinco anos, obtém-se o
denominador da taxa de depreciação igual a 15 (dado que
1+2+3+4+5 = 15 anos).

Vida útil Valor da depreciação Valor contábil do bem


0 - 100.000
1 5/15 33.333,33
2 4/15 26.666,66
3 3/15 20.000,00
4 2/15 13.333,33
5 1/15 6.666,66
Depreciação no método das unidades produzidas
Obtida pela divisão do número de unidades produzidas no período pelo
número de unidades estimadas a serem produzidas durante a vida útil do
bem. Considerando uma expectativa de produção de 5.000 unidades para o
ativo analisado nos exemplos anteriores, pode-se determinar a depreciação

Ano Unidades Taxa Base de cálculo Depreciação Depreciação


Produzidas acumulada
1 1000 20%* 100.000,00 20.000
2 1500 30% 100.000,00 30.000 50.000
3 750 15% 100.000,00 15.000 65.000
4 750 15% 100.000,00 15.000 80.000
5 1000 20% 100.000,00 20.000 100.000

* D = 1000 5000 = 0,2


Depreciação por declínio ou declínio duplo
Dt = depreciação periódica num ano t qualquer
f = fração constante
Vc t = valor contábil do bem no final de um ano t
Vc t -1 = valor contábil do bem no final do ano anterior ao ano considerado

Dt = f *Vct −1
1
Se a fração for constante depreciação por declínio
n

2
Se a fração for depreciação por declínio duplo
n
Seja um bem adquirido por $ 100.000 e vida útil de 5 anos.
Valor residual de $10.000
Utilizando o método de depreciação por declínio duplo teremos
f= 2/5
Vida útil Valor da depreciação Valor contábil do bem

0 - 100.000
1 0,40*100.000 = 40.000 100.000-40.000 = 60.000
2 0,40*60.000 = 24.000 60.000-24.000 = 36.000
3 0,40*36.000 = 14.400 36.000-14.400 = 21.600
4 0,40*21.600 = 8.640 21.600-8.640 = 12.960
5 0,40*12.960 = 5.184 12.960-5.184 =7.776
2.960 10.000
No ano 5 deverá ser substituído por 12.960-10.000 = 2.960

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