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INSTITUTO SUPERIOR DE CONTABILIDADE E AUDITORIA DE MOÇAMBIQUE

(ISCAM)
CURSO DE CONTABILIDADE E AUDITORIA
DISCIPLINA DE FISCALIDADE
II SEMESTRE (NOCTURNO)

2º TESTE ESCRITO – 31/10/2018

“A sabedoria é a coisa principal; adquire, pois, a sabedoria sim, com tudo o


que possuis, adquire o conhecimento. Exalta-a, e ela te exaltara; e,
abraçando-a tu, ela te honrará”- Provérbios 4:7-8

PARTE I – IVA (04,50 valores)

1. Supondo ser o responsável pela facturação e apuramento do IVA, analise as


operações da Oferta, Lda, que se dedica à venda de bens e prestações de
serviços diversos, efectuadas ao longo do mês de Outubro de 2017, verificando
se são ou não tributáveis em sede do IVA, valor tributável e o respectivo
imposto, indicando a base legal: a alínea, número, artigo, código da legislação
usada para análise e conclusão. (1,50 valores cada alínea)

a) Transportou mercadorias de Maputo a Joanesburgo num percurso de 650


KM. Sabe-se que de Maputo a fronteira de Ressano Garcia são 150 Km e a
factura emitida foi de 798.675,00Mt.

Tributada pela distância percorrida no território nacional, assim sendo,


terremos:

150*798.675,00/650 = 184.309,62

Valor correspondente a pretacao de serviços no território nacional e a Base


para a determinação do IVA liquidado foi de 184.309,62/1.17 =157.529,58

b) Transportou mercadorias de Maputo a Chimoio, um percurso de 1050 Km


tendo em virtude da insegurança em Muxungue, percorrido no território
Zimbabwiano. O valor da prestação de serviços é de 500.000,00Mt.

Se o local de partida e de chegada se localizar no território moçambicano,


o percurso ee tido como percorrido todo no território nacional os termos
do número 6 do artigo 6 do CIVA, assim sendo, iremos expurgar o IVA dos
500.000,00Mt.

500.000/1.17 = 427.350,43

IVA = -72649,57

c) Recebeu do ISCAM, uma factura de 10.000,00Mt, referente a formação em


Fiscalidade do responsável pela facturação.

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Prestação de serviços isenta nos termos da alínea c) do número 3 do artigo 9
do CIVA:

PARTE II – IRPC (15,50 valores)

1. A Última Chance, SA é uma empresa que se dedica á prestação de serviços


diversos incluindo a venda de bens. A gestão da entidade resolveu contratar
serviços externos de um consultor para proceder á liquidação do IRPC apurado
do exercício de 2017, considerando que teve um volume de vendas de
15.000.000,00Mt e Pagamento Especial por Conta de 100.000,00Mt. Mais sabe-
se que em 2011, 2012 e 2013 teve prejuízos fiscais não deduzidos de
120.000,00Mt, 75.000,00Mt e 25.000,00Mt respectivamente.

Das operações efectuadas ao longo de 2017, consta do seu balancete um prejuízo


contabilístico de 300.000,00Mt. Constatou o consultor o seguinte:

a) Registou-se como gastos do período o valor de 690.000,00Mt, relativo a


prospecção de petróleo na bacia do Rovuma.

Custo fiscalmente aceite ao longo de três exercícios fiscais nos termos do


número 1 do artigo 36A, conjugado com a alínea l) do artigo 22, ambos do
CIRPC. Assim sendo, a parte não correspondente ao exercício em questão
deve ser adicionada ao resultado contabilístico.

690.000,00/3 = 230.000,00. Deve se adicionar 460.000,00 (690.000 –


230.000,00) correspondente a parte excedente

b) Foi constituída uma imparidade (provisão) do saldo de clientes no montante de


700.000,00Mt, sabendo-se que o saldo de clientes é de 24.000.000,00Mt e a
empresa tem imparidades acumuladas de 1.600.000,00Mt.

Cálculo do limite da perda por imparidade/provisão do exercício:


Limite máximo (24.000.000,00 × 1,5%) =360.000,00Mt
Imparidade registada no exercício ….. 700.000,00Mt
Excesso da Imparidade registada no exercício (700-360)….. 340.000,00Mt

Cálculo do limite da perda por imparidade/provisão acumulada:


1. Imparidade acumulada no exercício ………………..….. 1.600.000,00Mt
2. Provisão criada no exercício que influenciou o saldo acumulado
……………………………………………………………………….… 700.000,00Mt

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3. Provisão acumulada a comparar com o limite máximo (1-2)
…………………………………………………………………….… 900.000,00Mt
4. Limite máximo ……….……. (24.000.000,00 × 6,0%) =1.440.000,00Mt
5. Excesso da Imparidade acumulada no exercício (3-4) – NÃO HÁ
EXCESSO ACUMULADO

Deve-se adicionar 340.000,00Mt de imparidade do exercício, como custo não


fiscalmente aceite, nos termos do nº1 do artigo 29 do CIRPC e quanto à
imparidade acumulada, está dentro dos limites fiscalmente aceite, porque é
inferior ao limite máximo estabelecido.

c) Registou ainda como custo, o valor de 130.000,00Mt, referente ao crédito


incobrável, de um cliente em que a Assembleia Geral decretou falência.

Somente são de se considerar como custo os créditos incobráveis quando


resultem de processo de execução, falência ou insolvência. Nota-se que existe
um órgão competente para decretar a falência e neste caso, não será aceite
como custo o valor em questão nos termos do artigo 30 do CIRPC, devendo-se
adicionar ao Resultado do exercício.

d) Do valor de custo com o pessoal de 10.000.000,00Mt consta uma despesa


mensal de cerca de 200.000,00Mt mensais para um sistema complementar de
reforma. A empresa tem um estatuto especial de forma que não desconta para o
INSS e a gestão destes valores está a cargo da própria empresa.

Os encargos para o sistema complementar de reforma previstos nos números


2 e 3 do artigo 31, precisam observar cumulativamente os requisitos
vaticinados no artigo 32, e sendo que não obedece a alínea f) do a artigo 32,
todos do CIRPC, não são aceite na totalidade os custos indicados. Devem ser
acrescidos ao resultado contabilístico. O valor de 2.400.000 (12*200.000,00)

e) Por ainda não ter encontrado um comprador do edifício que contruiu decidiu
registar o valor de 800.000,00, referente a amortização do exercício.

Salvo razões devidamente justificadas e aceites pela Administração Tributária,


os elementos do activo imobilizado só são sujeitos a amortização quando
entram em uso, assim sendo, esta amortização não aceite fiscalmente nos
termos do número 3 do artigo 26 do CIRPC.

f) Foi pago ao trabalhador da fábrica o valor de 268.000,00Mt a título de


participação nos lucros, cuja remuneração mensal é de 38.000,00Mt, no âmbito

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do seu contrato de trabalho, cuja sua esposa detém 20% do capital social da
empresa.

O trabalhador da fábrica, não sendo membro do órgão social da empresa, os


limites previstos no número 3 do artigo 24 do CIRPC, não são aplicados a ele,
sendo que o valor que lhe foi atribuído é aceite fiscalmente. Não há correcção
por efectuar.

Pretende-se
1. Analise as diversas operações da entidade, verifique se são ou não
custos/proveitos fiscalmente aceites ou tributáveis no exercício; Indicar a
base legal das suas conclusões, indicando a alínea, número, artigo, código
da legislação usada para essa análise e conclusão; (2,0 valores cada alínea)
2. Proceda ao preenchimento da Declaração de rendimentos - M/22 de 2017
(2,0 valores), para a empresa, apurando os impostos a serem pagos ao
longo de 2017 (1,5 valores): Pagamento do IRPC à final, Pagamento por
Conta e Especial por Conta.

Cálculo do Pagamento por conta (PPC)

80 %∗(IRPC liquidado−retençõesna fonte)


PPC=
3
80 %∗(1.193.600,00−0,00)
PPC=
3
PPC=318.293,33 Mt @ prestação.

Cálculo do pagamento especial por conta (PEC)

0.5 %∗VN ( n−1 )−PPC ( n−1 )


PEC¿ = 75.000 [30.000;100.000]
3
75.000,00−0,00
PEC=
3
PEC=25.000,00 Mt @ prestação.

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8- Apuramento do Lucro Tributável
Resultado do exercício 201 (300.000,00)
Variações patrimoniais positivas não reflectidas no resultado líquido (art. 21 do CIRPC) 202
Variações patrimoniais negativas não reflectidas no resultado líquido (art. 24 do CIRPC) 203
Resultado apos variações patrimoniais (Campos 201+202-203) 204 (300.000,00)
Diferenças de câmbios não realizadas (art. 22 c) do CIRPC) 208
Reintegrações e amortizações não aceites como custo (art. 27 do CIRPC) 209
Provisões ou perdas por imparidade não dedutíveis ou para além dos limites legais (arts 28 e 29 do 211 340.000,00
CIRPC)
Despesas previstas no art. 22 alíneas k) e l) do CIRPC (art. 36A nº 1 do CIRPC) 217 460.000,00
Realizações de utilidade social não enquadráveis (arts. 31 a 33 do CIRPC) 218 2.400.000,00
A ACRESCER

Multas, coimas, juros compensatórios, e demais encargos pela prática de infracções (art. 36 nº1 c) do 222
CIRPC)
50% Das ajudas de custo e compensação pela utilização de viat. do trabalhador (art. 36 nº1 e) do CIRPC) 224
80% Despesas de representação (art. 36 nº1 f) do CIRPC) 225
Despesas confidenciais e/ou não documentadas (art. 36 nº1 g) do CIRPC) 226
50% Encargos com viaturas ligeiras de passageiros (art. 36 nº4 do CIRPC) 229
Correções referentes a créditos incobráveis (art. 30 do CIRPC) 236 130.000,00
 Reintegrações e amortizações não aceites como custo (art. 26 nº3 do CIRPC) 237 800.000,00
240
Soma (campos 204 a 240) 241 3.830.000,00
Anulação do efeito do método de equivalência patrimonial (art. 18 nº 8 do CIRPC) 249
A DEDUZIR

Diferenças de câmbios não realizadas (art. 20 nº 1 c) do CIRPC) 250


Correções referentes a subsídios governamentais (art. 18, nº 9 do CIRPC) 253
Reposição de perdas estimadas em obras de carácter plurianual (art. 36 nº 1 m) do CIRPC) 256
Soma (campos 242 a 265) 266

Prejuízo para efeitos fiscais (se 266> 241) a transportar para campo 269,279 e/ou 289 do quadro 9 267
Lucro tributável (se 241> =266) a transportar para o campo 270, 280 e/ou 290 do quadro 9 268 3.830.000,00

9 - Apuramento da Matéria colectável/Deduções de Prejuízos (art. 48 do CIRPC)


A- entidades com contabilidade organizada, que exercem, a titulo principal, actividade de natureza comercial, industrial ou agrícola
A transportar do quadro 8, ou Regime geral Com redução de taxa Com isenção
do quadro 4 do M20 G
1 - Prejuízo Fiscal 26 27 28
9 9 9
2 - Lucro tributável 27 3.830.000,00 28 29
0 0 0
Exercício N-5 27 28 29
1 1 1
27 28 29
Exercício N-4
2 2 2
Exercício N-3 27 28 29
3 3 3
Exercício N-2 27 28 29
4 25.000,00 4 4
Exercício N-1 27 28 29
5 75.000,00 5 5
3 - Prejuízos fiscais deduzidos 27 28 29
6 100.000,00 6 6
4 - Benefícios Fiscais 27 - 28 29
deduzidos 7 7 7
Matéria Colectável (2-3-4) 27 3.730.000,00 28 29
8 8 8
B - de outras entidades Matéria Coletável 29
9

10 - Cálculo do Imposto
Imposto a taxa normal Campo 278 ou 299 do quadro 9*32% (art. 61 nº 1 do CIRPC) 300 1.193.600,00
Imposto a taxa reduzida Campo 288 ou 299 do quadro 9*    % (art. 61 nº 2 do CIRPC) 301 0,00
IRPC LIQUIDADO (300+301) 302 1.193.600,00
Dupla tributação económica (art. 64 do CIRPC) 303 0.00
Dupla tributação internacional (art. 65 do CIRPC) 304 0.00
Benefícios fiscais (art. 21, nº 2, al. c) do Regulamento do CIRPC) 305 0.00
Pagamentos especial por conta (art. 66 do CIRPC) 306 100.000,00
307
TOTAL DAS DEDUCOES (303+304+…+307) 308 100.000,00
COLECTA (302-308)> =0 Se (302-308) <0 inscreva "0" (zero) 309 1.093.600,00

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Retenções na fonte (art. 67 do CIRPC) 310 0,00
Pagamentos por conta (art. 70 do CIRPC) 311 0,00
312
Reporte de anos anteriores 313
IRPC A PAGAR (309-310-311-312-313)> 0 314 1.093.600,00
IRPC A RECUPERAR (309-310-311-312-313) <0 315 0,00
Tributação a taxa autónoma (art. 61, nº 4) 316 0,00
IRPC de exercícios anteriores 317 0.00
Juros compensatórios 318 0,00
Juros de mora 319
TOTAL A PAGAR [(314 ou -315)+316+317+318+319]>0 320 1.093.600,00
TOTAL A RECUPERAR (-315+316+317+318+319) <0 321 0,00

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