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AULA 4 – Módulo 1
META DA AULA
OBJETIVOS
Esperamos que, após o estudo do conteúdo desta aula, você seja capaz de:
• Calcular, interpretar e avaliar o Período de Payback, o VPL e a TIR de projetos,
• Selecionar investimentos viáveis;
• Hierarquizar os projetos para priorizar suas escolhas em função do objetivo de
maximização da riqueza.
PRÉ-REQUISITOS
Para o entendimento dessa aula fluir melhor, você deverá rever os conceitos de
orçamento de capital e a construção dos fluxos de caixa relevantes, que foram discutidos
na aula 3. É necessário também, fazer uma revisão dos conceitos do valor do dinheiro no
tempo, que são apresentados na aula 1.
1. INTRODUÇÃO
Como vimos em nossa aula 3, o Orçamento de Capital é um termo genérico que se
refere à avaliação de projetos que geram benefícios por vários períodos de tempo. Os
fluxos de caixa relevantes, que vocês acompanharam o desenvolvimento na aula anterior,
1
devem ser analisados para a determinação da aceitabilidade ou ainda para classificação
de projetos, segundo o critério de viabilidade econômico-financeira.
Existem várias técnicas para se realizar tais análises. As abordagens preferidas integram
conceitos do valor do dinheiro no tempo, considerações de risco e retorno e conceitos de
avaliação, para selecionar dispêndios de capital que sejam coerentes com o objetivo da
empresa de maximizar a riqueza de seus proprietários.
A noção de que o dinheiro possui valor no tempo é um dos conceitos básicos de finanças.
Também é uma das principais complicações a serem elucidadas na análise de
investimento.
A taxa de juros a ser utilizada nessas avaliações é denominada taxa mínima de retorno,
de atratividade. Por definição a taxa mínima de atratividade é o retorno mínimo que deve
ser ganho sobre um projeto para deixar inalterado o valor de mercado da empresa. Essa
taxa depende de uma série de fatores tais como: variações de conjuntura econômica,
limitação do capital, custo do capital, custo de oportunidade, risco do empreendimento,
dos impostos etc.
2
2. PERÍODO DE PAYBACK
PROJETO A PROJETO B
FC FC
ANO FC FC
ACUMULADO ACUMULADO
0
(INVESTIMENTO R$ 36.000,00 R$ 36.000,00 R$ 40.000,00 R$ 40.000,00
INICIAL)
1 R$ 12.000,00 R$ 24.000,00 R$ 8.000,00 R$ 32.000,00
2 R$ 12.000,00 R$ 12.000,00 R$ 12.000,00 R$ 20.000,00
3 R$ 12.000,00 R$ 0,00 R$ 12.000,00 R$ 8.000,00
4 R$ 12.000,00 R$ 12.000,00 R$ 14.000,00 R$ 6.000,00
5 R$ 12.000,00 R$ 24.000,00 R$ 18.000,00 R$ 24.000,00
PERÍODO DE
3 ANOS 3.571 ANOS
PAYBACK
Já que o projeto B que é uma série mista de entradas de caixa, o cálculo do período de
payback não é tão imediato.
Período de Payback = Anos antes da recuperação total + Custo não recuperado no início do ano
Fluxo de caixa durante o ano
3
Esta fórmula admite que as entradas de caixa foram uniformes durante o ano. No projeto
B, após no fim do terceiro ano ainda falta recuperar $ 8.000, que será recuperado em
algum momento do 4º ano. Como o fluxo de caixa no período 3 é $14.000, levará uma
parte do período 4 para recuperar os $8.000 restantes.
Se dois projetos são mutuamente excludentes, aquele com o menor período payback
deve ser escolhido.
O Quadro 1, abaixo, resume a regra para classificação de projetos com o uso do Período
de Payback:
Desvantagens
4
• É incapaz de especificar qual é o período apropriado, tendo em vista o objetivo da
maximização da riqueza do acionista, pois não se baseia em fluxos de caixa
descontados para verificar se eles adicionam valor à empresa.
• Deixa de considerar o fator tempo no valor do dinheiro. Ao medir a rapidez com que a
empresa recupera seu investimento inicial, ela leva em consideração apenas
implicitamente a época de ocorrência dos fluxos de caixa.
• Ignora o que ocorre com os fluxos de caixa, após a recuperação do investimentos
(após o período de payback).
Vantagens Desvantagens
Fácil de entender Ignora o VDT (Valor do dinheiro no
tempo)
Leva em conta a incerteza de fluxos Exige período limite arbitrário
de caixa mais distantes.
Favorece a liquidez Ignora fluxos de caixa pós payback.
Este variante foi desenvolvida para corrigir uma das principais falhas do payback, que é
não considerar o valor do dinheiro no tempo. Nenhum dos dois, no entanto, considera o
que ocorre com os fluxos de caixa após o payback.
Prosseguindo com o nosso exemplo, a Empresa X, temos abaixo o Quadro 2 que tem o
Período de Payback :
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TABELA 2 – PERÍODO DE PAYBACK DESCONTADO DA EMPRESA X
PROJETO A
FATOR DE VALOR FC FC
FC
ANO PRESENTE, FJVP[1] DESCONTADO DESCONTADO
(1)
(2) (1) X (2) = (3) ACUMULADO
0
R$ 36,000.00 R$ 36,000.00 R$ 36,000.00 R$ 36,000.00
(INVEST.
1 R$ 12,000.00 0.909 R$ 10,908.00 R$ 25,092.00
2 R$ 12,000.00 0.826 R$ 9,912.00 R$ 15,180.00
3 R$ 12,000.00 0.751 R$ 9,012.00 R$ 6,168.00
4 R$ 12,000.00 0.683 R$ 8,196.00 R$ 2,028.00
5 R$ 12,000.00 0.621 R$ 7,452.00 R$ 9,480.00
PERÍODO DE
3 ANOS
PAYBACK
PERÍODO DE
PAYBACK 3.753 ANOS
DESCONTADO
PROJETO B
FATOR DE VALOR FC FC
FC
ANO PRESENTE, FJVP[1] DESCONTADO DESCONTADO
(1)
(2) (1) X (2) = (3) ACUMULADO
0
R$ 40,000.00 R$ 40,000.00 R$ 40,000.00 R$ 40,000.00
(INVEST.
1 R$ 8,000.00 0.909 R$ 7,272.00 R$ 32,728.00
2 R$ 12,000.00 0.826 R$ 9,912.00 R$ 22,816.00
3 R$ 12,000.00 0.751 R$ 9,012.00 R$ 13,804.00
4 R$ 14,000.00 0.683 R$ 9,562.00 R$ 4,242.00
5 R$ 18,000.00 0.621 R$ 11,178.00 R$ 6,936.00
PERÍODO DE
3.571 ANOS
PAYBACK
PERÍODO DE
PAYBACK 4.612 ANOS
DESCONTADO
[1]
TABELA A-2 - Fatores de Juros do Valor Presente de $1 Descontado a k% para n Períodos:
FJVPk, n = 1
(1 + k)n
6
onde:
O valor presente das entradas de caixa podem ser calculados através da Tabela A-2 (as
tabelas se encontram na aula 1). A primeira coluna é o período e a primeira linha é a taxa
de juros. Quando cruza-se a taxa de juros com a linha do período desejado, encontra-se o
fator de juros a valor presente, que é um fator que ao ser multiplicado pelo valor da
entrada de caixa do período, traz ela a valor presente, ou seja, ela passa a ter o seu valor
ajustado para o tempo presente.
Outra forma de calcular o valor presente das entradas de caixa é através da calculadora
HP 12 C, vamos usar como exemplo a entrada de caixa do ano 5 do Projeto B:
$18.000
Entradas Limpar 5 10
CHS
f REG
Funções FV n i PV
CLEAR
Saídas $11.176,58
Já o Projeto B terá geração de caixa apenas no ano 5, o que mostra que o retorno do
investimento inicial se dará entre o 4º e o 5º ano. Aplicando a fórmula do Payback, que é
a mesma para o Payback Descontado, temos:
Período de Payback = Anos antes da recuperação total + Custo não recuperado no início do ano
Fluxo de caixa descontado do ano
7
Projeto B. Entretanto, muitas vezes o payback comum e o payback descontado produzem
classificações conflitantes.
Vantagens Desvantagens
Daqui por diante, quando falamos da técnica de Payback estaremos fazendo o cálculo
tendo como base o Período de Payback descontado.
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3 – MÉTODO DO VALOR PRESENTE LIQUIDO – VPL
Vamos agora apresentar e discutir nosso segundo método de análise das decisões de
investimento. O método do valor presente líquido, também conhecido pela terminologia
método do valor atual líquido, caracteriza-se essencialmente, pela transferência para o
instante presente de todas as variações de caixa esperadas, descontadas à taxa mínima
de atratividade. Em outras palavras, seria o transporte para a data zero de um diagrama
de fluxos de caixa, de todos os recebimentos e desembolsos esperados, descontados à
taxa de juros considerada. Ou seja, é obtida subtraindo-se o investimento inicial de um
projeto do valor presente das entradas futuras de caixa, descontadas a taxa mínima de
atratividade.
n
FC t
VPL = ∑ VPL = ∑ (FC t × FVPk, t ) - FC 0
FC1 FC 2 FC n
VPL = + + ... + - FC 0 - FC 0
(1 + k) (1 + k) 2
(1 + k) n t =1 (1 + k) t
onde:
k = taxa mínima de atratividade
FC0 = Investimento inicial
FCt = entrada de caixa no período t
n = período sob análise
Com a TMA a 10% a.a., o VPL dos Projetos A e B, são calculados na Tabela 3 a seguir.
Os resultados mostram que o VPLPROJETO A = $ 9.480,00 e o VPLPROJETO B = $ 6.936,00
9
TABELA 3 – CÁLCULO DO VPL DOS PROJETOS DA EMPRESA X
PROJETO A
FATOR DE VALOR FC
FC
ANO PRESENTE, FJVP[1] DESCONTADO
(1)
(2) (1) X (2) = (3)
0
R$ 36.000,00 - R$ 36.000,00
(INVEST. INICIAL)
1 R$ 12.000,00 0,909 R$ 10.908,00
2 R$ 12.000,00 0,826 R$ 9.912,00
3 R$ 12.000,00 0,751 R$ 9.012,00
4 R$ 12.000,00 0,683 R$ 8.196,00
5 R$ 12.000,00 0,621 R$ 7.452,00
VALOR PRESENTE DAS ENTRADAS DE CAIXA R$ 45.480,00
( - ) INVESTIMENTO INICIAL R$ 36.000,00
VALOR PRESENTE LIQUIDO (VPL) R$ 9.480,00
PROJETO B
FATOR DE VALOR FC
FC
ANO PRESENTE, FJVP[1] DESCONTADO
(1)
(2) (1) X (2) = (3)
0
R$ 40.000,00 - R$ 40.000,00
(INVEST. INICIAL)
[1]
TABELA A-2 - Fatores de Juros do Valor Presente de $1 Descontado a k% para n Períodos:
1
FJVPk, n =
(1 + k) n
Cálculo do VPL utilizando a calculadora HP 12C (a tecla que corresponde ao VPL é: “f”
e “NPV”):
Projeto A: Anuidade
Entradas Limpar 36.000 12.000 5 10
f CLEAR
Funções CHS g CF0 g CFj g Nj i f NPV
REG
Saídas $9.480.00
10
Projeto B: fluxos de caixa desiguais:
f CLEAR CHS g
Funções g CFj g CFj g CFj g CFj g CFj i f NPV
REG CF0
Saídas $6.936.00
Se os projetos fossem independentes, ambos os projetos deveriam ser aceitos, visto que
o VPL foi maior que zero. Se os projetos fossem mutuamente excludentes, o Projeto A
seria preferível ao Projeto B, porque VPLPROJETO A > VPLPROJETO B. Veja abaixo um resumo
do critério de decisão pelo método do VPL.
Um ponto deve ser destacado neste momento. É que a taxa mínima de retorno (taxa
exigida no projeto) tem influência na avaliação da alternativa. Consideremos a equação
do VPL, supondo que k seja uma variável independente. Ou seja, vamos procurar
descrever o VPL como função de k, tendo os fluxos de caixa conhecidos e constantes.
Utilizando o Projeto B do nosso exemplo, o gráfico do valor presente líquido teria seguinte
comportamento:
11
GRÁFICO 1 – RELAÇÃO ENTRE A TAXA DE DESCONTO E O VALOR PRESENTE
LÍQUIDO
30000,00
25000,00
20000,00
15000,00
10000,00
VPL
5000,00
0,00
5000,000,00 5,00 10,00 15,00 20,00 25,00 30,00 35,00
10000,00
15000,00
TMA (% a.a.)
Esta taxa será discutida no próximo item desta aula. Ela poder ser definida como a TMA
para a qual o valor atual líquido do fluxo de caixa é nulo (equivalência financeira entre
entradas e saídas de recursos).
Depois de tudo que vimos s obre o método do VPL, podemos resumir da seguinte
maneira suas principais vantagens e desvantagens:
Vantagens Desvantagens
Permite a comparação entre entradas e saídas. Conceito de difícil assimilação pelos empresários.
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4 – METODO DA TAXA INTERNA DE RETORNO – TIR
Por último, vamos falar sobre o método da TIR. Este é um método de avaliação de
viabilidade econômico-financeira de projetos que utiliza a taxa de retorno sobre um
investimento, calculada encontrando-se a taxa de desconto que iguala o valor presente
das entradas de caixa futuras ao investimento inicial.
Em outras palavras, a TIR é a taxa de retorno (TMA) que iguala o fluxo de caixa das
saídas ao das entradas. Com a TIR procuramos determinar uma única taxa de retorno
para sintetizar os méritos de um projeto. Esse número não depende da taxa de juros
vigente no mercado de capitais. É por isso chamada de taxa interna de retorno. O número
calculado é interno ou intrínseco ao projeto, e não depende de qualquer outra coisa além
dos fluxos de caixa do projeto. Quanto maior a TIR, melhor será o projeto.
A TIR em outras palavras, é a taxa de desconto que torna o valor presente líquido de um
fluxo de caixa igual a zero, ou seja:
onde:
k= TIR
FC0 = Investimento inicial
FCt = entrada de caixa no período t
Observe que a formula da TIR, é simplesmente a formula do VPL, resolvida para a taxa
de desconto específica que força o VPL a ser igual a zero. Assim, a mesma equação
básica é utilizada para ambos os métodos, porém no método do VPL a taxa de desconto,
k, é especificada e o VPL é encontrado, enquanto no método da TIR, o VPL é
especificado para ser igual a zero e a taxa de juros que força essa igualdade (TIR) é
calculada.
Apesar de ser fácil encontrar o VPL sem uma calculadora financeira, isso não é
verdadeiro para a TIR. Sem uma calculadora, você deve resolver a equação acima por
tentativa e erro – tente uma taxa de desconto e verifique se a equação resulta em zero, e
caso isso não aconteça, tente uma taxa diferente e continue até encontrar a taxa que
force a equação a ser igual a zero. A taxa de desconto que faz que a equação (e o VPL)
se iguale a zero é definida como TIR. Para um projeto realista com uma vida
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relativamente longa, a abordagem da tentativa e erro é uma tarefa tediosa e consome
muito tempo. No apêndice voltaremos a discutir um pouco mais sobre o cálculo da TIR.
Voltando, então ao nosso exemplo, vamos agora calcular a TIR dos Projetos A e B da
Empresa X:
Cálculo da TIR com a calculadora HP12C (a tecla que corresponde a TIR é: “f” e
“IRR”):
Projeto A: Anuidade
Entradas Limpar 36.000 12.000 5 10
f CLEAR
Funções CHS g CF0 g CFj g Nj i f NPV f IRR
REG
f CLEAR CHS g
Funções g CFj g CFj g CFj g CFj g CFj i f NPV f IRR
REG CF0
No Gráfico 1 foi definida a TIR do projeto B, que é o ponto em que o gráfico do VPL corta
o eixo da TMA (eixo X).
Por que a taxa de desconto que equaciona o investimento inicial de um projeto com o
valor presente de suas entradas é particularmente tão especial? A razão disso baseia-se
nesta lógica:
A TIR sobre um projeto é a sua taxa de retorno esperada.
Se a taxa interna de retorno exceder o custo dos fundos usados para finalizar o
projeto, um superávit permanecerá após o pagamento do capital investido e esse
excedente será provisionado para os proprietários (VPL > 0).
Portanto, executar um projeto cuja TIR excede o sua TMA aumenta a princípio a
riqueza dos proprietários.
No entanto, se a taxa interna de retorno for menor que a TMA, então, a execução do
projeto imporá um custo aos acionistas existentes. Essa é a característica do “ponto de
equilíbrio” que faz que a TIR seja útil na avaliação de projetos de capital. Isso porque ela
representa uma TMA em que nem sobra, nem falta caixa, ou seja, uma TMA que
representa exatamente o que o projeto está gerando de benefício.
Para tomar decisões com a TIR, temos que seguir a seguinte regra:
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Um projeto de investimento é aceitável se sua TIR for igual ou superior a TMA do projeto
sob análise. Caso contrário, deve ser rejeitado.
TIR > k ⇒ aceita-se o projeto
TIR = k ⇒ indiferente
TIR < k ⇒ rejeita-se o projeto
A princípio, os métodos do VPL e da TIR sempre levarão às mesmas decisões de aceitar /
rejeitar para projetos independentes, pois, para que o VPL seja positivo, a TIR deve
exceder k (TMA do projeto). Entretanto, o VPL e a TIR podem levar a classificações
conflitantes para projetos mutuamente excludentes. Esse ponto será discutido com mais
detalhes na aula 5.
No nosso exemplo, como ambos os projetos têm TMA de 10% a.a., então a regra da taxa
interna de retorno indica que, se os projetos forem independentes, ambos devem ser
aceitos. Se eles forem mutuamente excludentes, a classificação do Projeto A é maior, e
este deverá ser aceito, portanto o Projeto B deverá ser rejeitado.
Vantagens Desvantagens
Podemos observar a relação existente entre o valor presente líquido do projeto e a taxa
de desconto utilizada. Quando esta taxa é nula, o valor presente líquido consiste,
simplesmente, na diferença entre as entradas e saídas totais de caixa. Admitindo-se que
sejam equivalentes, e que as saídas sejam seguidas por entradas, o projeto terá VPL
máximo quando a taxa de desconto for igual a zero. Á medida em que a taxa aumentar, o
valor presente das entradas de caixa futuras decrescerá, relativamente ao das saídas. Na
interseção com o eixo X, o VPL do projeto é zero.
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A taxa de desconto, nesse ponto, representa a taxa interna de retorno que iguala o valor
presente das entradas ao das saídas. Para taxas maiores, o VPL do projeto será
negativo. Se a taxa de retorno exigida for inferior à TIR, o projeto será aceito seja qual for
o método utilizado.
Suponhamos ser a taxa de 10 % a.a.. Como se verifica no Gráfico 2 o VPL dos projetos A
e B seriam positivos. Logo, aceitaríamos os projetos, de acordo com o método do VPL.
Do mesmo modo, os projetos também seriam aceitos, se tivéssemos usado o método da
TIR, pois esta é superior à taxa exigida (TMA). Para taxas exigidas superiores à taxa
interna de retorno, os projetos seriam rejeitado qualquer que fosse o método utilizado.
Portanto, verificamos que os métodos da TIR e do VPL podem fornecer respostas
idênticas, em relação à aceitação ou rejeição de um projeto de investimento.
Entretanto, não há nenhuma garantia que essas duas técnicas classificarão os projetos da
mesma forma. Existirão projetos em que as classificações de VPL e TIR serão
conflitantes, como veremos na aula 5.
Um gráfico que relaciona o VPL de um projeto à taxa de desconto utilizada para calcular
esse VPL é definido como o gráfico do perfil do valor presente líquido (ou gráfico do valor
presente líquido) do projeto; no Gráfico 2, são mostrados os gráficos dos projetos A e B.
30000,00
25000,00
20000,00
15000,00
10000,00 TMA
VPL
Projeto A
5000,00
Projeto B
0,00
0,00 5,00 10,00 15,00 20,00 25,00 30,00 35,00
5000,00
10000,00
15000,00
TMA (% a.a.)
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Como já observamos anteriormente, a intercessão da reta dos Projetos A e B com o eixo
x (TMA), ou seja, o ponto onde o VPL dos projetos é igual a zero, nada mais é do que a
TIR dos projetos. Essa é a definição da TIR como vimos: a taxa onde o VPL se iguala a
zero.
CONCLUSÃO
O VPL é importante porque fornece uma medida direta do beneficio monetário (à base do
valor presente) aos proprietários da empresa, de maneira que consideramos o VPL como
a melhor medida individual de ganho financeiro.
A TIR também mede o ganho finaneiro, mas aqui este é expresso como uma taxa de
retorno, que muitos tomadores de decisão, parecem preferir.
EXERCICIOS RESOLVIDOS:
1 -Utilizando uma TMA de 14% a.a., calcule o valor presente líquido para cada um dos
projetos independentes listados no quadro seguinte e diga quais deles são aceitáveis ou
não.
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Projeto A Projeto B Projeto C Projeto D Projeto E
Investimento Inicial (II) 26.000 500.000 170.000 950.000 80.000
Ano (t) Entradas de caixa (FCt)
1 4.000 100.000 20.000 230.000 0
2 4.000 120.000 19.000 230.000 0
3 4.000 140.000 18.000 230.000 0
4 4.000 160.000 17.000 230.000 20.000
5 4.000 180.000 16.000 230.000 30.000
6 4.000 200.000 15.000 230.000 0
7 4.000 14.000 230.000 50.000
8 4.000 13.000 230.000 60.000
9 4.000 12.000 70.000
10 4.000 11.000
RESOLUÇÃO:
Projeto A
Entrada de caixa anual 4.000
(x) Fator da anuidade FJVPA 114%,10 anos 5.216
Valor presente das entradas de caixa 20,864
(-) Investimento Inicial 26000
Valor presente líquido (VPL) 5.136
1 -Extraído da FJVPA, para cinco anos, a 10%
O Projeto A não deve ser aceito pois possui VPL menor que zero
Projeto B
Entrada de caixa Fator de valor presente, FJVP2 Valor presente
Ano
(1) (2) (1) x (2) = (3)
1 100.000 0,877 87.700
2 120.000 0,769 92.280
3 140.000 0,675 94.500
4 160.000 0,592 94.720
5 180.000 0,519 93.420
6 200.000 0,456 91.200
Valor presente das entradas de caixa 553.820
(-) Investimento Inicial 500.000
Valor Presente líquido (VPL) 53.820
2 – Extraído da Tabela FJVP para cinco anos, a 10%
O Projeto B deve ser aceito pois possui VPL maior que zero
18
Projeto C
Entrada Fator de valor presente, Valor
Ano de caixa 2
FJVP presente
(1) (2) (1) x (2) = (3)
1 20.000 0,877 14,611
2 19.000 0,769 12,150
3 18.000 0,675 10,064
4 17.000 0,592 8,304
5 16.000 0,519 6,840
6 15.000 0,456 5,600
7 14.000 0,400 4,563
8 13.000 0,351 3,696
9 12.000 0,308 2,970
10 11.000 0,270 $86.338
Valor presente das entradas de caixa 170,000
(-) Investimento Inicial 83.662
Valor Presente líquido (VPL) 83.662
O Projeto C não deve ser aceito pois possui VPL menor que zero.
Projeto D
Entrada de caixa anual 230.000
1 4.639
(x) Fator da anuidade FJVPA 14%,08
Valor presente das entradas de caixa 1.066.970
(-) Investimento Inicial 950.000
Valor presente líquido (VPL) 116.970
O Projeto D deve ser aceito pois possui VPL maior que zero
Projeto E
Ano Entrada Fator de valor presente, Valor
de caixa 2
FJVP presente
(1) (2) (1) x (2) = (3)
1 0,000 0,877 0,000
2 0 0,769 0,000
3 0 0,675 0,000
4 20,000 0,592 11,840
5 30,000 0,519 15,570
6 0 0,456 0
7 50,000 0,400 20,000
8 60,000 0,351 21,060
9 70,000 0,308 21,560
Valor presente das entradas de caixa 90.030
(-) Investimento Inicial 80,000
Valor Presente líquido (VPL 10.030
19
O Projeto E deve ser aceito pois possui VPL maior que zero
RESOLUÇÃO:
Máquina A
Entradas Valor Valor
FJVP15%
Ano caixa Presente Presente
1 2 1 X 2 = 3 acumulado
1 18.000 0,870 15.660 69.340
2 18.000 0,756 13.608 55.732
3 18.000 0,658 11.844 43.888
4 18.000 0,572 10.296 33.592
5 18.000 0,497 8.946 24.646
6 18.000 0,432 7.776 16.870
7 18.000 0,376 6.768 10.102
8 18.000 0,327 5.886 4.216
VP das entradas de caixa 80.784
(-) Investimento inicial 85.000
Valor presente líquido 4.216
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Payback descontado = 0
Como o VPL é negativo, significa dizer que o projeto não terá o retorno do capital
investido.
Máquina B
21
Projeto A: Anuidade
Entradas Limpar $85.000 $18.000 8 15
f CLEAR
Funções CHS g CF0 g CFj g Nj I fNPV f IRR
REG
Saídas -$4.228,21 13,47%
A máquina que deve ser aceita é a Máquina C , porque tem o maior VPL e maior TIR.
Melhor alternativa: Máquina C
Pior alternativa: Máquina A
Classificação Payback
Máquina VPL TIR
VPL e TIR Descontado
1 C $15.044 18,54% 7,0783 anos
2 B $ 6.478 17,63% 7,1000 anos
3 A $-4.228 13,47% 0 anos
EXERCICIOS PROPOSTOS:
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c. Qual das máquinas a empresa deveria aceitar? Por quê?
d. As máquinas deste problema ilustram alguma das críticas ao uso do payback?
Discuta.
2. Suponha que você tenha sido chamado para decidir se um novo produto de consumo
deveria ou não ser lançado. Com base nas projeções de vendas e custos, esperamos
que o fluxo de caixa durante os cinco anos de vida do projeto seja de $ 2.000 nos dois
primeiros anos, $4.000 nos dois anos seguintes e $ 5.000 no último ano. O custo para
iniciar a produção será cerca de $ 10.000. Utilizando uma TMA de 10% a.a. para
avaliar novos produtos, o que devemos fazer neste caso?
23
RESUMO
Na próxima aula você vai estudar as situações em que as classificações de projetos pelo
método do VPL e da TIR apresentam conflito, porque essas situações acontecem e como
solucionar esse problema. Estudará também uma técnica para avaliar projetos com vidas
desiguais, que se chama Valor Presente Liquido Anualizado (VPLA). E ainda, estudará
situações de decisão de investimento onde há racionamento de capital.
REFERÊNCIAS
Brigham, Eugene F.; Ehrhardt, Michael C. Administração Financeira - Teoria e Prática. 10ª
Edição. São Paulo: Pioneira Thomson Learning, 2006.1044 páginas.
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Lemes Jr., Antonio Barbosa; Rigo, Claudio Miessa; Cherobim, Ana Paula Miessa.
Administração Financeira - Princípios, Fundamentos e Práticas Brasileiras . 2ª Edição. Rio
de Janeiro: Elsevier, 2005. 547 páginas.
Ross, Stephen A.; Westerfield, Randolph W.; Jaffe, Jeffrey F. Administração Financeira -
Corporate Finance. 2ª Edição. São Paulo: Atlas, 2002. 699 páginas.
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