Você está na página 1de 24

Curso de Formação

Inicial e Continuada
ASSISTENTE ADMINISTRATIVO
MÓDULO 1
FUNDAMENTOS DA
GESTÃO FINANCEIRA
ANÁLISE ALTERNATIVA DE INVESTIMENTO
ANÁLISE ALTERNATIVA DE INVESTIMENTO

Introdução ao método de escolha:

Uma vez que os investimentos em longo prazo (superiores a um ano) representam desembolsos
consideráveis de fundos que obrigam a empresa a seguir um determinado curso de ação, são necessários
certos procedimentos para analisá-los adequadamente. Deve- se dar atenção à mensuração dos fluxos
de caixa relevantes e à aplicação de técnicas apropriadas de decisão.

1
A análise da alternativa de investimento e a aplicação de técnicas de valor atual, aos fluxos de caixa, a
fim de avaliar propostas de dispêndio de capital (orçamento de capital) são ótimas para as finalidades
de tomada de decisão.
As empresas costumam fazer uma série de investimentos a longo prazo, mas o investimento mais
comum em uma empresa industrial é em ativos imobilizados, os quais incluem imóveis (terrenos),
instalações e equipamentos. Esses ativos muitas vezes são denominados de ativos rentáveis, porque
geralmente fornecem a base para a geração de lucro e valor à empresa.
Existem basicamente duas técnicas para determinar se são aceitáveis ou não as alternativas de
dispêndio de capital: o cálculo da taxa média de retorno e o do período em que um investimento se
paga (payback). Para que você compreenda como isso é importante, imagine que você deseja comprar
um carro para trabalhar como motorista de aplicativo. Você precisa saber quanto esse investimento irá
gerar de lucro e em quanto tempo ele se paga. Não estamos aqui pensando somente no veículo, mas
no combustível, seguros, manutenção, pneus, óleo etc.

2
A) Objetivos:

Formulação de alternativas de aplicação de recursos em longo prazo por uma empresa.

B) Aplicações:

• compra de nova máquina;


• substituição de um equipamento por outro;
• instalação de um sistema de controle de produção e estoque;
• compra de patente sobre processo de produção;
• construção de uma nova fábrica;
• abertura de uma nova linha de produtos e serviços;
• lançamento de um novo produto;
• decisões entre alugar ou comprar.

3
C) Informações essenciais:

A primeira preocupação diz respeito às entradas e saídas de caixa do projeto. Em geral, o tipo
convencional de projeto envolve uma ou várias saídas iniciais (investimentos, despesas de instalação,
etc.) e uma sequência posterior de entradas (o retorno do investimento) através de lucro ou redução
de custo, caso o projeto não seja gerador de receitas diretas, como na alternativa de substituição de
um equipamento por outro.
Só devem ser considerados os fluxos efetivos de caixa no momento em que ocorrem, distinguindo-
se, portanto, do regime usual de competência. Os dados relativos ao fluxo de caixa, não devem
corresponder a valores contábeis. É importante que correspondam a entradas e saídas de dinheiro,
pois só a disponibilidade deste é que dá à empresa o direito de reinvestir.
Os lucros obtidos no projeto devem ser apresentados após o imposto de renda, pois este também é
um desembolso, e acrescendo a depreciação correspondente.

4
Fluxo de Caixa:

• Investimento inicial = saída de caixa relevante que deve ser considerada ao avaliar-se um
possível dispêndio de capital. É obtido pela diferença entre todas as saídas e entradas que
ocorreram no tempo zero.
• Fluxo de caixa = benefício esperado de um dispêndio de capital. Os fluxos de caixa em cada ano
podem ser calculados somando o LAIR (Lucro após o Imposto de Renda) mais a depreciação
(excluída do lucro pela contabilidade e que não representa um desembolso de capital).
• Fluxo de Caixa = LAIR (projetado) + depreciação
Exemplo:

5
A) Depreciação: desgaste ou perda de utilidade por uso, ação da natureza ou obsolescência.
Ex.: lembre-se do carro que você comprou. Ele perde valor ao longo do tempo. Na verdade, para que
você entenda o que é a depreciação, veja que você optou por comprar um carro novo. O preço que
você pagou por ele na concessionária não é o mesmo se você retirar ele, emplacar e colocar a venda.
Dependendo do veículo em média ele já deprecia cerca de 10%. Em termos práticos: Se o carro custou
R$40.000,00 na concessionária e você optar por vendê-lo então, por estimativa, você poderá pedir em
torno de R$36.000,00. Para maiores informações procure pela tabela Fipe e saiba mais.
https://veiculos.fipe.org.br/

Fórmula:

6
B) Decisões sobre investimentos de capital (dinheiro):

Existem duas abordagens básicas às decisões de investimento de capital. São elas: a abordagem “aceitar
- rejeitar” e a de “classificação”. A abordagem “aceitar – rejeitar“ envolve a avaliação de propostas de
dispêndios de capital para se determinar se são aceitáveis. A abordagem de “classificação” classifica
os projetos com base em algum critério predeterminado, como uma taxa de retorno.

7
TÉCNICAS DE INVESTIMENTO DE CAPITAL

Taxa Média de Retorno (TMR):

A TMR é obtida dividindo-se o lucro médio após o imposto de renda (LAIR) pelo investimento médio.
O LAIR médio é obtido, somando-se o LAIR esperado para cada ano de vida do projeto e dividindo-se
o resultado pelo número de anos. O investimento médio é obtido dividindo-se o investimento líquido
por dois.

Fórmula:

8
Investimento Líquido = É a saída de caixa relevante ocorrida no instante zero para a implementação
do investimento proposto em longo prazo. As variáveis básicas que devem ser consideradas ao se
determinar o investimento inicial relacionado a um projeto são: os custos de instalação do novo ativo,
os recebimentos (se houver) pela venda do ativo velho depois de descontado o imposto de renda e
as mudanças (se houver) no capital circulante líquido. A variação no capital circulante líquido é a
diferença entre as alterações nos ativos circulantes e as alterações nos passivos circulantes.
Entradas de caixa = São as entradas incrementais após o imposto de renda. Representam dinheiro que
pode ser gasto, não simplesmente lucros do ponto de vista contábil, que não estão necessariamente à
disposição da empresa para pagamento de suas contas.

Exemplo:
A empresa Basco LTDA, que atualmente está pensando em dois projetos: o projeto A, que exige um
investimento inicial de $ 42.000, e o projeto B, que exige um investimento inicial de $45.000. O lucro
após o imposto de renda (LAIR) e os fluxos de caixa (FC) relevantes relativos a esses projetos para
cada ano de suas vidas (de cinco anos) estão apresentados no quadro abaixo.

9
Calcule a taxa média de retorno e analise qual a melhor alternativa de investimento.

Obs : ($42.000) e ($45.000) = investimento inicial ou investimento líquido.


LAIR = Lucro Após o Imposto de Renda está com a depreciação.

10
Solução : Projeto A:

Pressupõe que a empresa esteja usando do o método da linha reta (linear) para a depreciação do
ativo. Durante a vida dessa empresa ela manterá a metade de seu preço inicial de compra nos seus
produtos. Assim, tendo em face esse projeto observe:

11
Projeto B

Os resultados indicam que o projeto A é preferível que o projeto B, já que o primeiro tem uma taxa
maior de retorno. As porcentagens obtidas podem ser interpretadas como a taxa anual de retorno
contábil esperado sobre o investimento médio. O fator tempo não é levado em consideração.

12
Recuperação de Capital Investido– Payback:

São geralmente usados para se avaliar várias alternativas de investimentos propostos. O período de
payback é o número de anos necessários para recuperar o investimento líquido dispendido no projeto.
Tanto o período médio de payback, quanto seu período efetivo são usados ao se tomar decisões sobre
investimentos que se baseiam na suposição de que as entradas médias de caixa são representativas
do padrão de fluxos de caixa. A diferença básica entre os dois períodos é que o período efetivo reflete
o padrão em que a empresa recebe as entradas em seu fluxo normal de caixa, enquanto que o período
médio mostrará a suposição de que o fluxo médio de caixa representará o padrão efetivo de fluxos.

A) Período médio:
São obtidos dividindo-se o investimento líquido pelas entradas médias de caixa anuais. Quanto menor
for o período de payback, melhor será para este investimento.
B) Período efetivo (real):
É calculado definindo-se exatamente o tempo que se leva para recuperar o investimento líquido
dispendido, pois, ao invés de se obter simplesmente a média das entradas de caixa, a empresa leva
em conta a época em que estas ocorrerão.

13
C) Considerações Iniciais
• O uso do período efetivo é preferido, porque reflete os padrões de fluxo de caixa reais, que são
importantes, e até vitais, para os administradores financeiros.
• O período efetivo de payback é uma medida mais aceitatambém por considerar (de forma
implícita) a época de ocorrência das entradas no caixa, e, portanto, o fator “tempo” no valor do
dinheiro.
• O motivo final pelo qual muitas empresas usam o período de payback como critério de decisão
ou suplementos a critérios sofisticados de decisão é que ele é uma medida do risco que pode
existir ao se optar por este ou aquele investimento.
• O período de payback reflete a liquidez de um projeto, logo, caso esta não ocorra, haverá o
risco de não se recuperar o investimento no prazo desejado/planejado. Daí, podemos supor
que quanto mais líquido for um investimento, menos arriscado ou viável ele será, e vice versa.
• As empresas que investem em países de economia e regime político instáveis, usam o período de
payback como critério básico de decisões por não serem capazes de prever tais acontecimentos.
• O payback médio considera o fluxo de caixa médio como as entradas de cada ano, enquanto o
efetivo considera o valor efetivo (real) da entrada de caixa.

14
Fórmulas:

15
Exemplo:

Voltando ao exemplo da companhia Bosco, calcular o payback médio e o payback efetivo para os dois
projetos.

Projeto A:

16
Payback efetivo:

Anos Fluxo de caixa Fluxo de caixa acumulado


0 (42.000) (42.000 )
1 + 14.000 (28.000 )
2 + 14.000 (14.000 )
3 + 14.000 0
4 + 14.000 14.000
5 + 14.000 28.000

O payback efetivo do projeto “A” são 3 anos. Neste caso, houve coincidência com o payback médio, pois
o fluxo de caixa projetado éuma anuidade, ou seja, o fluxo de caixa médio é idêntico às entradas de
caixa.

17
Projeto B:

3,214 anos = 3 anos e 0,214 do ano


0,214 do ano = 0,214 x 12 = 2,568 meses (2 meses)
0,568 x 30 = 17,04 dias (17 dias)

18
Payback efetivo =

Anos Fluxo de caixa Fluxo de caixa acumulado


0 (45.000) (45.000)
1 + 28.000 (17.000)
2 + 12.000 ( 5.000)
3 + 10.000 5.000
4 + 10.000 15.000
5 + 10.000 25.000

(5.000) = o que faltava para recuperar o capital observação: Procura-se o período onde o caixa zera.

19
Aqui, a gente elabora uma regra de três simples:
10.000 - 12 meses
5.000 - x meses

Por este resultado, podemos concluir que o investimento estará recuperado entre o 2O e o 3O ano,
quando então, o fluxo de caixa acumulado será igual a zero.
Concluindo: O projeto B é preferível ao projeto A, porque tem o período de payback mais curto (2,5
anos contra 3 anos) no payback efetivo. Como informado, o payback efetivo é mais seguro para avaliar
o período exato do retorno do investimento.

20
Para você assimilar, clique e assista ao vídeo:

21
Antes de passarmos aos exercícios, vamos fazer uma leitura sobre a energia solar como forma de
substituição da energia elétrica, seu investimento e retorno.

Clique e saiba mais:


O Guia Mais Absurdamente Completo da Energia Solar Fotovoltaica:
Entenda Tudo!

22
Encerramos aqui este conteúdo.
Parabéns!!!

23

Você também pode gostar