Você está na página 1de 35

por Cesar Crivelli, Analista | postado em 20/11/2022

Edição 112: Segue A Temporada De


Resultados Do 3T22
Mais algumas empresas divulgaram os números do 3T22 e
deram indicações para os próximos trimestres

1. Resumo
2. Ranking
3. Coinbase: Resultado fraco no 3T22 - COMPRAR
4. Crocs: Resultado positivo, acima do esperado – MANTER
5. Google: 3T22 foi abaixo do esperado, com desaceleração nas vendas e
aumento de custos – COMPRAR
6. Li Auto: Sem grandes justificativas para a queda – COMPRAR
7. Primoris: Resultado do 3T22 e mais alguns contratos no bolso –
COMPRAR
8. TAN: Consolidando a carteira e reduzindo nossa exposição – VENDER
9. Prestando Contas

01F 01F 01F


6A8 6A8 6A8 NOVOS ASSINANTES 06 1A F8 06 1A F8 06 1A F8

Aos novos assinantes, recomendamos a leitura do documento Perguntas &


Respostas, que está na área do assinante e pode ser acessado neste link.

CANAL NO TELEGRAM

Os assinantes do Nord Global contam com um canal direto com o Analista


para compartilhamento mais rápido de informações e resposta às dúvidas.

1. Baixe o Telegram: Download para iOS / Download para Android

1/35
2. Clique neste link e mande uma mensagem para o NordAdmin
3. Pressione “Start” e siga as instruções de identificação e inscrição.

I. Resumo
Coinbase: Resultado do 3T22 foi fraco em termos gerais, mas o crescimento da
quantidade de usuários mensais ativos agradou.

Crocs: Novamente a empresa apresentou bons números trimestrais, com forte


crescimento de vendas, mas alguma pressão nas margens de lucro.

Google: Resultado do trimestre passado foi fraco, sendo o único ponto positivo
o contínuo crescimento da computação em nuvem.

Li Auto: Retomada das vendas mensais mostra capacidade de execução da


empresa. A forte queda das ações nos últimos meses não foi acompanhada por
uma deterioração dos fundamentos.

Primoris: Resultados do 3T22 agradaram e a empresa também anunciou a


conquista de novos contratos, o que deve fortalecer o resultado nos próximos
trimestres.

2/35
TAN: No dia 16/11 recomendamos a venda total dessa posição.

I. Ranking

Clique na imagem para aumentar

I. Coinbase: Resultado fraco no 3T22


A Coinbase divulgou seus resultados do 3T22, que foram novamente fracos,
abaixo do que o mercado esperava, mas principais linhas, com exceção da
quantidade de usuários ativos mensais. Apesar disso, destacamos a forte queda
em praticamente todas as linhas de despesas, fruto do trabalho de reorganização
corporativa colocado em prática no 2T22.

3/35
O trimestre passado foi outra vez afetado pela falta de apetite por parte dos
investidores pelas criptomoedas, que levou a uma redução no volume
transacionado. Do lado positivo, ficaram as receitas com serviços, que seguiram
resilientes, que alcançaram 36% das receitas. O ano de 2022 permanece bastante
desafiador para a empresa.

Temos uma perspectiva positiva para os criptoativos no longo prazo, todavia,


diante da falta de visibilidade no curto prazo, a empresa segue no final do
ranking, com recomendação COMPRAR.

Volume fraco, receita em queda... A Coinbase fechou o trimestre com 8,5


milhões de MTUs (usuários com transações mensais), o que representa queda de
-5,5% frente ao 1T22 e crescimento de +14,8% em relação ao mesmo trimestre
do ano anterior.

Movido pelo encolhimento na base de usuários utilizando a plataforma, o


volume transacionado também recuou e, no 3T22, a empresa contabilizou giro
de US$ 159 bilhões (-26,7% t/t, -51,3% a/a).

O take rate caiu pela primeira vez em 1 ano. O volume transacionado recuou
em ambos os segmentos atendidos pela empresa, tanto no varejo quanto
investidores institucionais.

4/35
O take rate (o quanto a Coinbase “pega para si” nas transações) retrocedeu,
chegando a 1,33% sobre o volume transacionado no segmento de varejo.

No segmento institucional, o take rate também caiu, chegando a 0,015% sobre o


volume transacionado.

Queda nas receitas. As receitas advindas das transações de criptomoedas


atingiram US$ 365,9 milhões no 2T22 (-44,1% t/t, -66,4% a/a).

Como comentamos ao longo dos últimos resultados, a Coinbase vem criando


novas fontes de receita, com base em assinaturas e serviços.

Novamente, vemos um bom desempenho relativo nessa linha de negócio, cujas


vendas atingiram US$ 210,5 milhões (+42,8% t/t, +44,9% a/a).

Aqui, o importante é notar que apesar da queda das criptomoedas e do


encolhimento do número total de usuários, as receitas com prestação de serviços
representaram 36,52% das vendas totais, maior patamar já apurado pela
Companhia, como mostra a tabela abaixo.

5/35
Esse movimento mostra que os usuários estão aderindo cada vez mais aos
serviços oferecidos pela Coinbase, uma fonte de receitas que tende a ser menos
volátil.

Os ativos em custódia subiram +5,2% no trimestre, sendo o segmento de varejo


o que mais contribuiu para essa melhora, com aumento de +8,51% em relação
ao trimestre anterior.

Despesas finalmente em queda. Iniciado o plano de reestruturação


organizacional, com a empresa desligando aproximadamente 5% da sua força de

6/35
trabalho em relação ao trimestre anterior, vimos quedas expressivas em todas as
linhas de despesas, o que é bem vindo, dado o cenário desafiador.

O destaque no trimestre foram as despesas com Vendas e Marketing, que


totalizaram US $75,9 milhões (-46% t/t, -28% a/a).

A linha de Despesas com Transações também caiu bastante no trimestre


passado, encerrando o período em US$ 101,9 milhões (-39% t/t, -48% a/a).

Destacamos também o bom trabalho feio nas Despesas Gerais e


Administrativas, que no 3T22 ficaram em US$ 339,2 milhões (-28% t/t, +40%
a/a).

A Coinbase carrega uma posição própria em Bitcoin em seu balanço e, de


acordo com regras contábeis, tais ativos precisam ser marcados a preço de
mercado ao final do trimestre.

Uma valorização do Bitcoin gera um ganho e a queda gera uma perda. Vale
lembrar que essa oscilação não necessariamente significa perda ou ganho de
dinheiro e trata-se de uma transação no caixa, a menos que a empresa venda os
ativos no mercado.

No 34T22, a queda do Bitcoin levou a uma perda contábil de US$ 74,8 milhões,
o que acabou por sujar um pouco o resultado. Essa marcação a mercado da
posição da companhia em criptoativos está alocada na linha “outros” da DRE.

7/35
No frigir dos ovos, o resultado deixou a desejar. Novamente nos
decepcionamos com os números do trimestre, mesmo sabendo que o volume
transacionado no mercado de criptomoedas estava fraco.

A Receita Total ficou em US$ 576,4 milhões (-28,1% t/t, -53,3% a/a) e por
conta das Despesas Operacionais em US$ 1,14 bilhão, a Companhia
contabilizou um prejuízo operacional de US$ 1,05 bilhão.

8/35
A alavancagem operacional pode ser boa ou ruim… Como dissemos no
último comentário de resultados, a história aqui passa a ser de retomada no
crescimento das receitas, visto que a Coinbase aumentou consideravelmente
suas despesas nos últimos trimestres.

O plano que a empresa colocou em prática no 3T22 começa a mostrar


resultados, dado o encolhimento das despesas, como falamos anteriormente.
Acreditamos que o resultado do 4T22 ainda deve ser beneficiado por tais
medidas.

Entretanto, em épocas de vacas magras, como agora, quando a receita cai, como
não é possível mandar todo mundo embora em 1 ou 2 trimestres, o resultado da
empresa acaba sofrendo como vimos.

Futuro ainda desafiador. Dado o cenário macroeconômico e a situação do


mercado de criptoativos, não esperamos que a Companhia volte a apresentar
resultados brilhantes, a exemplo do que foi o 4T21, no curto prazo.

A própria Companhia destacou, na teleconferência de resultados, que os


próximos trimestres ainda devem ser desafiadores, mas que o crescimento e a

9/35
maturação do mercado de criptoativos devem vir no longo prazo e ela está
preparada para ter um papel fundamental nisso tudo, ajudando a escrever essa
história.

O que achamos? Nossa visão é de que muito ainda deve acontecer no mercado
cripto. A cada dia que passa, temos visto mais aplicações práticas e mais
empresas adotando esse tipo de ativo no dia a dia de suas operações, mas o curto
e médio prazo não são favoráveis.

Esse é um mercado que precisa ainda ser criado, desenvolvido, para daqui a um
bom tempo atingir sua maturação. A Coinbase está nisso há uma década e
possui todo o capital intelectual e tecnológico para ter um papel importante
nessa história.

À medida que o mercado cripto se recupera, os resultados da Companhia vão


seguir na mesma direção.

Diante de um cenário mais desafiador no curto prazo, optamos por não


aumentar nossa participação em Coinbase, mesmo diante da forte queda nas
ações e deixamos a Coinbase no final do nosso ranking, mas seguimos com
recomendação COMPRAR as Ações da Coinbase (NASDAQ: COIN).

I. Crocs: Resultado positivo, acima do esperado.


A Crocs publicou os números do 3T22, que foram positivos, acima do que o
mercado esperava, com destaque para: i) forte crescimento nas vendas; ii) perda
de margem bruta na comparação anual por conta de maiores custos com frete e
insumos utilizados na produção dos calçados; mas melhora na comparação
trimestral; iv) retomada da diluição de despesas operacionais iii) crescimento

10/35
das despesas financeiras e também maior alíquota de impostos, que levaram à
redução da margem líquida.

Consideramos que o resultado foi positivo na linha de vendas, mostrando que a


empresa permanece com uma acertada estratégia de marketing, com destaque
para o fortíssimo crescimento na Ásia, onde as vendas subiram +65% no
trimestre e acumulam alta de +30% no ano

Entretanto, a perda de Margem Bruta foi maior do que esperávamos e acabou


machucando um pouco o resultado nesse trimestre. O aumento de preços nos
calçados vendidos deve suavizar um pouco desse efeito ao longo dos próximos
trimestres, como já comentamos anteriormente.

Vendas seguem crescendo. As vendas no trimestre passado chegaram a US$


985,1 milhões, um aumento de +57,4% em relação ao ano anterior. Foi um
trimestre recorde para a Companhia em termos de receitas.

A marca Crocs foi responsável por vendas de US$ 715,7 milhões (+14,3% a/a;
-2,3% t/t), ou seja, um acréscimo de US$ 91,4 milhões em vendas na
comparação com o ano anterior, dividido em:

A abertura dos números nos mostra que a Crocs permanece com uma estratégia
bem-sucedida, que lhe permite aumentar o preço dos seus calçados, bem como a
quantidade de pares vendidos. Acreditamos que a empresa ainda possui espaço
para seguir na estratégia atual por alguns anos.

Nas vendas, o destaque de crescimento no trimestre foi a região Asia-Pacifico,


onde a empresa aumentou as receitas em +65,5%, enquanto o segmento
EMEALA cresceu +26,2% e a América do Norte viu as vendas subirem em
+1,7%, todos na comparação anual.

11/35
A Hey Dude – adquirida em 17 de fevereiro de 2022 – trouxe US$ 269,4
milhões em vendas no trimestre, uma alta de +15,9% em relação ao trimestre
anterior.

O canal digital também seguiu ganhando terreno e atingiu 37% das vendas,
frente a 36% no trimestre passado.

Margem de Lucro encolheu. Os custos dos produtos vendidos (COGS)


chegaram a US$ 443,8 milhões no 3T22 (+96,3% a/a; -4,9% t/t), reduzindo a
Margem Bruta para 51,6% no período (+10,1 p.p a/a; +2,4 p.p t/t). Esse foi o
grande destaque negativo no período.

Segundo a Companhia, a Margem Bruta foi duramente afetada no trimestre por


conta de maiores despesas relacionadas a frete, principalmente no aéreo. Além
disso, houve também aumento nos insumos utilizados na produção dos calçados.

À medida que a cadeia logística mundial se equaliza, acreditamos que a empresa


deverá retornar a fazer bom uso de frete marítimo, o que deve contribuir para
uma melhora da Margem Bruta.

A Crocs está renegociando os contratos logísticos da Hey Dude, que eram


desfavoráveis, dada a menor escala da empresa. Esse movimento, no longo
prazo, também deve contribuir para uma melhora da lucratividade nessa unidade
de negócios.

12/35
Alavancagem operacional acontecendo. À medida que a empresa consegue
aumentar suas vendas sem a necessidade de aumento na mesma proporção dos
gastos, a alavancagem operacional tende a ser geradora de valor no longo prazo.

O que vimos nesse trimestre foi uma linha de Despesas Gerais e Administrativas
representando 28,1% das vendas, bem menos do que os 31,4% contabilizados
no mesmo período do ano anterior, o que consideramos positivo. Todavia, na
comparação com trimestre imediatamente anterior o número não foi tão
positivo.

A Margem de Lucro Operacional contraiu. Apesar de enxergarmos uma


diluição de despesas por conta da alavancagem operacional, ela não foi
suficientemente grande para compensar a forte alta nos Custos dos Produtos
Vendidos.

O Lucro Operacional (EBIT) chegou a US$ 264,1 milhões (+30,1% a/a; +6,5%
t/t), mas a Margem de Lucro Operacional foi de 26,8% no trimestre passado,

13/35
uma queda de -5,6 p.p na comparação anual, mas aumento de +1 p.p em relação
ao 2T22.

Sem benefício fiscal e maior gasto com juros. No trimestre passado, a Crocs
não contou com o benefício fiscal observado no ano anterior, por isso a alíquota
de imposto de renda aumentou e acabou por reduzir o Lucro Líquido no
período.

Além disso, por conta do aumento dos juros, as despesas financeiras subiram
bastante, o que contribui para a retração do lucro nesse trimestre.

O Lucro Líquido totalizou US$ 169,3 milhões (+10,3% a/a; -15,9% t/t), acima
dos US$ 160 milhões esperados pelo mercado.

Longo prazo inalterado. A Companhia reforçou sua meta de atingir vendas


globais ao redor de US$ 6 bilhões anuais (US$ 5 bilhões na Crocs e US$ 1
bilhão na Hey Dude), com uma Margem Operacional em torno de 26%.

Para atingir esse objetivo, a Crocs deve priorizar algumas ações, com destaque
para: i) canal digital atingindo 50% das vendas; ii) sandálias crescendo na linha
de vendas para um total de US$ 1,2 bilhão; iii) região da Ásia-Pacífico deve
representar aproximadamente 25% das vendas, sendo que as receitas advindas
da China devem dobrar de tamanho.

Estamos falando de um crescimento de vendas em torno de 50% em relação aos


níveis atuais, com uma leve melhora da Margem de Lucro Operacional
(acreditamos que há espaço para surpresas positivas por aqui), o que deve gerar
bastante valor para os acionistas daqui a alguns anos, caso tudo seja
perfeitamente executado.

14/35
O último trimestre deve ser positivo. Ao contrato do que aconteceu no
trimestre anterior, quando a empresa revisou para baixo a perspectiva de vendas
e lucro para o ano, diante do forte resultado apresentado no 3T22, tivemos um
leve melhora na expectativa para o ano.

O Lucro por Ação esperado para o ano agora é de US$ 9,95 a US$ 10,30, sendo
que no trimestre passado a Companhia esperava US$ 9,50 a US$ 10,30. Apesar
dessa melhora entre os trimestres, o número ainda está um pouco abaixo do que
a Crocs tinha em mente no começo do ano, algo entre US$ 10,05 a US$ 10,65.

Hoje em torno de US$ 67, caso a empresa entregue um Lucro Por Ação na casa
dos US$ 10, as Ações estão sendo negociadas a 6,7x lucros, o que consideramos
bastante atrativo se levarmos em conta o potencial de crescimento da empresa
ao longo dos próximos anos.

15/35
Seguimos com recomendação de MANTER para Crocs (CROX).

I. Google: Resultado abaixo do esperado, com


desaceleração nas vendas e aumento de custos.
A Alphabet (holding que controla as operações do Google) publicou os números
do 3T22, que foram abaixo do esperado pelo mercado. No trimestre, o destaque
ficou para: i) Desaceleração no ritmo de crescimento das vendas; ii) aumento de
custos e despesas, acima da inflação, o que pressionou as margens de lucro no
trimestre; iii) perspectivas ainda positivas para o negócio de cloud que foi a
única linha do resultado a superar as estimativas do consenso de mercado.

A desaceleração foi um pouco mais forte do que esperávamos, mas


seguimos confiantes de que ainda há muito a ser explorado pelo Google ao
longo dos próximos anos.

Vendas ainda em alta, mas em ritmo menor. No trimestre passado, as vendas


totalizaram US$ 69,1 bilhões (+6,2% a/a; -0,8% t/t), sendo que o destaque
positivo de crescimento ficou com o segmento de computação em nuvem (cloud
), cujas vendas aumentaram +35,6% a/a; +7,8% t/t.

Permanecemos com a visão de que esse segmento de negócio deve ser uma das
principais alavancas de crescimento ao longo dos próximos trimestres e anos.

O segmento de Buscas apresentou crescimento nas vendas, que totalizaram US$


39,59 bilhões no 3T22 (+4,4% a/a; -2,7% t/t).

O destaque negativo ficou com a divisão do YouTube, que apurou receita de US


$ 7,07 bilhões no trimestre passado (-1,9% a/a; -3,7% t/t). Foi a primeira vez

16/35
que essa divisão mostrou queda nas vendas e acreditamos que isso pode assustar
um pouco os investidores com foco de curto prazo.

O que podemos observar é que, na comparação anual, a empresa ainda mostrou


crescimento, enquanto na base trimestral a Companhia já começa a sentir um
pouco os efeitos do momento econômico desafiador que o mundo se encontra
(assim como foi no trimestre passado).

Cabe destacar que ao não considerarmos a valorização do dólar perante outras


moedas as vendas totais do google no trimestre passado teriam subido +11% na
comparação anual, o que ainda seria um ritmo forte, dado o contexto.

Custos e despesas aumentaram. O que observamos no trimestre passado foi


um aumento dos Custos dos Produtos Vendidos (+12,8 a/a; +3,5% t/t) e
despesas, principalmente na linha de Pesquisa e Desenvolvimento (+33,5% a/a;
+4,4% t/t) e Vendas e Marketing (+25,6% a/a; +4,5% t/t).

17/35
Lucro em queda. Por conta desse aumento nos custos e despesas, vimos a
Margem Operacional (EBIT) recuar para 24,86% (-7,4 p.p a/a; -3,1 p.p t/t).
Nossa visão é de que esse efeito tende a ser passageiro, pois a empresa deve
conseguir repassar essa pressão por meio do aumento de preços em alguns
serviços.

Além disso, à medida que outras frentes de negócios crescem, devemos ver uma
natural alavancagem operacional positiva inerente ao setor de tecnologia, o que
será positivo para as margens de lucro.

Resultado líquido foi fraco no trimestre. No terceiro trimestre deste ano, o


Lucro Líquido ficou em US$ 13,9 bilhões (-26,5% a/a; -13,1% t/t), um pouco
abaixo do que o mercado esperava.

18/35
O Lucro Por Ação (LPA) foi de $1,07 no 3T23 (-24,6% a/a; -12,3% t/t), frente a
uma expectativa por parte do mercado de $1,36.

Destacamos que os números de 2021 foram muito fortes, devido ao efeito


positivo causado pela pandemia em alguns negócios, como foi o caso da
Alphabet, ou seja, é difícil continuar crescendo o negócio a taxas altíssimas.

Computação em nuvem como destaque, novamente. Acreditamos que a


empresa ainda tem bastante espaço para crescer seu segmento de computação
em nuvem (cloud), serviço que cada vez mais é adotado por empresas, até de
médio e pequeno porte.

Neste trimestre, essa divisão cresceu as vendas em +37,6%, mas também viu
uma forte pressão no lado das Despesas Operacionais e acabou por reportar um
prejuízo de US$ -0,7 bilhão.

Esperamos que no próximo ano essa divisão já contribua positivamente com o


resultado consolidado da Companhia.

Perspectivas ainda são positivas. Apesar de uma desaceleração de crescimento


na base trimestral, no longo prazo vemos grandes oportunidades para a

19/35
Companhia, tanto no negócio de anúncios quanto na parte de computação em
nuvem.

Hoje as Ações da Alphabet (GOOGL) negociam a 9,8x EV/EBITDA 2023 e


18,6x Lucros 2023, o que consideramos atrativo dado o potencial de
crescimento da empresa.

20/35
Nossa tese permanece inalterada e seguimos com recomendação
COMPRAR para as Ações da Alphabet (GOOGL).

I. Li Auto: Sem grandes justificativas para a queda


Tudo na mesma. Não temos conhecimento de nenhum fato relevante publicado
pela empresa nos últimos dias que justifique a queda das ações. O volume de
vendas de Outubro será provavelmente informado nessa madrugada e
comentado apropriadamente amanhã.

Apesar do péssimo desempenho nos últimos meses, a Li Auto tem o melhor


desempenho entre as 3 empresas chinesas fabricantes de veículos elétricos

21/35
listadas nas bolsas americanas/asiáticas -- vejam que ela tem a menor
desvalorização em janelas de tempo diferentes.

Mundo real importa. Acreditamos que as ações tendem a mostrar um


desempenho atrelado aos resultados financeiros das empresas no mundo real, a
despeito de movimentações abruptas positivas ou negativas no curto ou médio
prazo.

Em nossa visão, as ações da Li Auto caem menos do que as comparáveis dado


que a empresa possui uma saúde financeira melhor do que as outras, como
mostra a comparação abaixo.

Fluxo não ajuda. Alguns bancos estrangeiros rebaixaram todas as ações de


veículos elétricos nas últimas semanas e cortaram suas projeções de preço- alvo,
o que não tem ajudado em termos de fluxo, mas em nada altera os fundamentos
das empresas.

Muito para crescer. A China é hoje o maior mercado consumidor do mundo


para algumas coisas e tem grande potencial para outras, como os veículos
elétricos. Já discorremos extensivamente ao longo dos relatórios a respeito dos
drivers de crescimento desse setor, que permanecem inalterados em nossa
opinião.

Todos os ativos chineses negociados em bolsa estão brutalmente depreciados


por conta do mau humor em relação ao governo chines, apesar de acreditarmos
que ao menos no que diz respeito ao mercado de capitais estamos melhores hoje
do que alguns meses atrás.

Há mais de doze meses ressaltamos em nossos comentários sobre ativos


chineses que os assinantes que não se sentirem confortáveis com esse tipo de

22/35
investimento, seja por questões políticas, culturais ou quaisquer outras, bem
como aqueles assinantes que não suportam grandes oscilações no preço dos
ativos, não devem ter Li Auto na carteira.

Números de Outubro/2022. A Li Auto comunicou ao mercado que durante o


mês de Outubro/2022 realizou a entrega de 10.052 veículos (-12% m/m; +31%
a/a).

A empresa também destacou que o recém lançado L8 está sendo bem aceito
pelo mercado, e que as ordens para os veículos têm crescido ao longo das
semanas. A Li deve começar a entregar o L8 neste mês de novembro. Trata-se
de um veículo premium, com valor superior e melhores margens de lucro.

O anúncio é marginalmente positivo, dado que a empresa ainda mantém um


bom crescimento na base anual, mas ainda vemos as vendas estagnadas no
volume de 10k veículos por mês. Acreditamos que para agradar novamente o
mercado a empresa terá que reportar vendas acima de 13k veículos por mês, o
que deve acontecer apenas em 2023.

Não vemos deterioração nos números da empresa e nada relevante foi divulgado
pela Companhia que justifique a brutal queda nas ações ao longo dos últimos
meses. Seguimos com recomendação

23/35
Seguimos com recomendação de COMPRA para Li Auto (LI).

I. Primoris: Resultado do 3T22 e mais alguns


contratos no bolso
A Primoris Services Corporation (NASDAQ:PRIM) anunciou que conquistou
sete projetos no segmento de Energia/Renováveis com um valor combinado
estimado de aproximadamente US$ 400 milhões.

A empresa recebeu dois projetos de energia com um valor combinado estimado


de US$ 100 milhões. O primeiro projeto de energia é o retrofit de vários
sistemas de entrada de ar do gerador de turbina a gás de combustão existentes.
O segundo projeto é um projeto de repotenciação de cogeração "design-build''.

A empresa também recebeu um contrato para construção de um portfólio de


projetos solares no Centro-Oeste dos Estados Unidos, avaliados em
aproximadamente US$ 100 milhões.

Por fim, a Companhia foi contemplada com quatro projetos de construção civil
pesada avaliados em mais de US$ 200 milhões.

Todos os projetos foram conquistados após a conclusão do terceiro trimestre e o


início das obras está previsto para o quarto trimestre de 2022.

Consideramos o fato como marginalmente positivo, à medida que a empresa vai


repondo o estoque de contratos que vão sendo finalizados. Foi o maior anúncio
feito pela empresa em termos de novos contratos.

24/35
Resultado do 3T22. A Primoris reportou ontem os resultados do trimestre
passado. Os números foram marginalmente positivos, com destaque para: i)
aumento das vendas, marcando recorde trimestral para a empresa, liderado pelo
segmento de renováveis; ii) perda de margem bruta na comparação anual por
conta do aumento do custo de mão de obra; mas melhora na base trimestral; iii)
queda na margem operacional por conta de despesas não recorrentes
relacionadas a aquisição da PLH, que não devem acontecer no próximo
trimestre; iv) forte crescimento do backlog; iv) números ajustados foram
positivos em nossa visão.

Vimos um trimestre com bom crescimento nas vendas, bem como da carteira de
pedidos, que marcou um novo recorde para a empresa, mas houve perda de
margem de lucro por custos mais elevados nas obras, principalmente
relacionados à mão de obra, bem como por conta de despesas não recorrentes.

Acreditamos que a Primoris tem condições de aproveitar o bom momento de


renovação da infraestrutura nos Estados Unidos – principalmente no segmento
de energia renováveis – e seguimos com recomendação COMPRAR para as
Ações da Empresa.

Vendas em alta. No trimestre, as receitas ficaram em US$ 1,28 bilhão (+40,6%


a/a; +22,5% t/t), marcando um novo recorde para a empresa, afetadas
positivamente pelo segmento de Energias Renováveis, que tem sido o foco da
Companhia desde o ano passado, em detrimento do negócio atrelado a
oleodutos, que hoje representa muito pouco dentro do mix de serviços
prestados. Vale lembrar que uma parte do aumento das vendas se deu por conta
da consolidação dos resultados da recém adquirida PLH.

Custos também em alta. Apesar do aumento significativo das vendas, os


custos dos serviços prestados, principalmente relacionados à mão de obra,

25/35
subiram fortemente na comparação anual, o que levou a Companhia a apresentar
perda de Margem Bruta (-1,9 p.p a/a; +3,1 p.p t/t).

Os números foram prejudicados pela divisão de Oleodutos, que teve um Lucro


Bruto negativo de -$3,3 milhões, resultado de custos fixos de equipamento e
pessoal que não são tão fáceis de se livrar do dia para noite.

A empresa conquistou um projeto de $120 milhões no 3T22 nesse segmento, a


ser executado nos próximos trimestres, o que deve ajudar consideravelmente na
reversão desses números ruins ao longo do 4T22, dada a diluição de custos
fixos.

Despesas sob controle. Nos agrada o fato de que pelo segundo trimestre
consecutivo a Primoris conseguiu realizar um bom trabalho nas frentes de
Despesas Gerais e Administrativas – ao menos na comparação com tantas outras

26/35
firmas que já reportaram o resultado do trimestre passado e viram essa linha do
resultado subir consideravelmente, corroendo as margens de lucro – que ficaram
em 5,9% das vendas, marginalmente melhor do que apurado no ano passado e
em linha com o trimestre anterior.

O Lucro Ajustado foi razoável. Ao desconsiderarmos o efeito negativo de US


$ 12,7 milhões da linha “outros custos” que na verdade são relacionados a
aquisição da PLH que ocorreu recentemente, o Lucro Líquido totalizou US$
60,4 milhões (+24,6% a/a; +131,5% t/t). Tais despesas não devem se repetir no
próximo trimestre, o que deve levar a empresa a apresentar um resultado mais
“limpo”

Contratos crescendo. A Primoris encerrou o 3T22 com um backlog (estoque de


contratos a serem executados) de US$ 5,4 bilhões, um expressivo crescimento
de +19,7% em relação ao 2T22 – marcando um novo recorde para a empresa.

Cabe destacar que, hoje, cerca de 57,1% desse estoque de contratos está no
segmento de energia e renováveis, onde a empresa possui historicamente uma
boa margem de lucro.

27/35
Hoje, negociando no mercado a US$ 21,86 por ação, se a Companhia
efetivamente entregar um lucro por ação de US$ 2,5 neste ano, o índice Preço/

28/35
Lucro 2022 estaria em torno de 9x, o que consideramos atrativo, visto que a
Companhia deve seguir crescendo em frentes rentáveis de projetos de
infraestrutura, como energia renovável, dado o forte crescimento da carteira de
pedidos nos últimos trimestres.

Seguimos com recomendação COMPRAR para as Ações da Primoris


(NASDAQ:PRIM).

I. TAN: Consolidando a carteira e reduzindo nossa


exposição

Publicamos essa recomendação no dia 16/11/2022

Consolidando. Diante das incertezas macroeconômicas, estamos optando por


consolidar um pouco nossa carteira.

Gostamos da tese... Gostamos da tese secular de transição de combustíveis


fósseis para fontes renováveis de energia. Esse movimento não vai diminuir ao
longo dos próximos anos e veio para ficar.

…mas preferimos reduzir nossa exposição. Todavia, mesmo diante da


aceleração da adoção de fontes renováveis por conta da guerra entre Russia e
Ucrania, muitas as empresas que hoje compõe o ETF TAN ainda são
operacionalmente deficitárias, o que gera muita volatilidade nas ações e
consequentemente no ETF.

Já temos bastante exposição à China. O ETF também conta com 21% das
empresas diretamente expostas à China e 41% aos Estados Unidos, que

29/35
indiretamente tem exposição à China, dada a importância do país na cadeia de
suprimentos para placas fotovoltaicas. Já temos bastante exposição em nossa
carteira na China, por meio de outras posições e acreditamos ser prudente
reduzir um pouco.

O valor está no longo prazo, podemos voltar mais tarde. O valor das
empresas desse segmento está praticamente atrelado ao longo prazo, pois
muitas, como dito anteriormente, são deficitárias em suas operações. Gostamos
da tese e talvez a um preço melhor poderemos retornar.

O que fazer? Venda a totalidade do ETF TAN e deixe os recursos em caixa.

O valor de fechamento do ativo na data de publicação deste relatório será


considerado para fins de apuração de resultados em nossa carteira.

__________________________________________

30/35
Esta é a carteira completa do Nord Global, atualizada até o fechamento de
18/11/2022:

Para ampliar a imagem, clique sobre ela uma vez.

Recomendações Encerradas

Estas são as recomendações já encerradas da série Nord Global. As


recomendações de Venda de cada um dos Ativos constam nos relatórios
publicados nas respectivas datas finais.

31/35
32/35
Proventos - Histórico

A tabela a seguir apresenta o histórico de proventos da Carteira Nord Global.

Performance - Histórico

A tabela a seguir apresenta o desempenho da Carteira Nord Global.

33/35
O próximo relatório da série Nord Global será divulgado no dia 01/12/2022.

Dúvidas, críticas e sugestões podem ser encaminhadas por meio do nosso canal
no Telegram.

Até lá!

Cesar Crivelli, CNPI

O analista Cesar Crivelli é o responsável principal pelo conteúdo do relatório e


pelo cumprimento do disposto no Art. 20, parágrafo único da Instrução
CVM 20/2021.

Em observância à CVM 20/2021, declaro que as recomendações constantes no


presente relatório de análise refletem única e exclusivamente minhas opiniões
pessoais e foram elaboradas de forma independente.

Em observância ao Artigo 22 da Instrução CVM nº 20/2021, a Nord Research


esclarece que oferece produtos contendo recomendações de investimento
pautadas por diferentes estratégias e/ou elaborados por diferentes Analistas.
Dessa forma, é possível que um mesmo valor mobiliário encontre
recomendações distintas em diferentes produtos por nós oferecidos. As
indicações do presente Relatório de Análise, portanto, devem ser sempre
consideradas no contexto da estratégia que o norteia.

Investidores recipientes deste relatório de análise devem ter em mente que os


ativos nele objeto de recomendação se situam fora da jurisdição brasileira,
estando sujeitos às legislações de seus países de origem.

34/35
This research report has been prepared by PR Consultoria Empresarial Ltda.
(“Nord Research”), which is a Brazilian independent investment advisory firm
that publishes non-personalized investment newsletters.

This research report has been prepared for informational purposes only and
should not be considered as an offer to sell or a solicitation of an offer to buy
any securities.

This research report is intended to be distributed exclusively to Brazilian


investors and, therefore, Nord Research does not accept responsibility for this
report and its distribution in any other jurisdiction.

Nord Research is not subject to U.S. rules regarding the preparation of research
reports and the independence of research analysts but, instead, is compliant with
the equivalent Brazilian regulation (CVM #20/2021).

Nord Research has no commercial relationships with registered brokers/dealers


in any jurisdiction.

The research analyst who has prepared this report is not registered and/or
qualified as research analysts with NYSE and/or FINRA, but instead has
satisfied the registration and/or qualification requirements and/or other research-
related standards of the Brazilian jurisdiction.

35/35

Você também pode gostar