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Publicado em 18.10.

2019
Publicado em 06.09.2022


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▪ A Energias do Brasil divulgou bons resultados referentes ao segundo
trimestre de 2022. Desconsiderando efeitos que não afetam o caixa,
e os não recorrentes, houve um crescimento grande nos números
apresentados pela empresa.

▪ A receita líquida totalizou R$ 3,6 bilhões, crescimento de 6,9% na


comparação anual. Já o EBITDA ajustado ficou em R$ 944 milhões
(+52,7% vs. 2T21) e o lucro líquido ajustado alcançou R$ 333 milhões
(+44,6% vs. 2T21).

▪ A despeito do crescimento da dívida, que, em termos líquidos,


chegou a R$ 10,7 bilhões no 2T22 (+ 36,2% vs. 2T21), a situação da
Energias do Brasil permanece muito saudável. A relação dívida
líquida/EBITDA da empresa caiu de 2,8x para 2,6x em um ano.

▪ Em um cenário de alta nas taxas de juros, com maior endividamento,


a empresa ainda conseguiu entregar um crescimento relevante nos
seus números em relação a igual período de 2021.

▪ A empresa também pretende diversificar ainda mais os resultados


até 2025, aumentando a importância do segmento de energia solar,
o que reduz sua exposição aos riscos hidrológicos. Seguimos
confiantes e mantemos a recomendação em ENBR3 inalterada.

▪ A SulAmérica divulgou resultados abaixo do esperado no 2T22,


registrando uma forte pressão da sinistralidade na sua rentabilidade.
Por outro lado, o destaque positivo foi a adição ininterrupta de
novos beneficiários, que tem feito a companhia ganhar receita.

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▪ Ao total, a SulAmérica atingiu uma receita de R$ 5,35 bilhões, alta de
8,8% na base anual e 3,3% na comparação com o primeiro trimestre
deste ano. Esse crescimento é oriundo tanto da adição de novos
beneficiários quanto do reajuste dos preços dos planos.

▪ Desde 2020, o número de vidas seguradas vem aumentando no país.


a SulAmérica tem sido uma das seguradoras que mais tem
aproveitado esse movimento, crescendo mais de 7,5% no 2T22, bem
acima das suas concorrentes.

▪ Por outro lado, o ponto negativo dos resultados tem sido a


sinistralidade. Como a inflação elevou os custos e a maior
competição dificultou o repasse de preços — porque as empresas
não querem perder beneficiários —, a sinistralidade aumentou
muito e está nos picos históricos.

▪ Sabemos que o momento é desafiador, mas continuamos


acreditando no potencial de longo prazo da companhia. Mantemos a
recomendação inalterada em relação ao valuation e preço-teto. No
entanto, reiteramos que os assinantes não realizem novas compras e
nem vendam suas ações.

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Neste relatório, iremos comentar sobre os resultados divulgados pela
Energias do Brasil (ENBR3) e SulAmérica (SULA11) referentes ao segundo
trimestre deste ano - ambas empresas da nossa carteira recomendada.

Também gostaríamos de avisar que nesta quinta-feira, 08/09/2022, às


17h, faremos um plantão de dúvidas especial.

Convidamos a equipe de Macroeconomia, Gustavo Sung e Rafael Perez,


para aprendermos os benefícios de entender como a economia influencia
seus investimentos e para apresentarmos um novo conteúdo que será
divulgado na Start a partir do mesmo dia.

Caso tenha alguma dúvida ou sugestão sobre o tema acima ou sobre este
relatório, envie suas perguntas através deste formulário para que
possamos respondê-las no plantão ou em um próximo relatório.

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A Energias do Brasil divulgou bons resultados referentes ao segundo
trimestre de 2022. Desconsiderando efeitos que não afetam o caixa, e os
não recorrentes, houve um crescimento grande nos números apresentados
pela empresa, principalmente pelo seguinte contexto:

▪ Distribuição: maior volume (+3% vs. 2T21) e tarifas (+18,7% na EDP


SP e +14,9% na EDP ES);

▪ Geração: melhor hidrologia, compensando a menor venda


consolidada em geração hídrica (-14,7% vs. 2T21, indo para 1.741
GWh), devido ao fato de a maior parte dos contratos estar alocado
para o segundo semestre;

▪ Transmissão: entrada em operação total de novos ativos (SP-MG,


Aliança SC, Litoral Sul e Celg T), com a Receita Anual Permitida (RAP)
operacional chegando a 89% do total no segundo trimestre deste
ano (95% atualmente).

Por consequência, a receita líquida totalizou R$ 3,6 bilhões, crescimento de


6,9% na comparação anual.

Já o EBITDA ajustado ficou em R$ 944 milhões (+52,7% vs. 2T21) e o lucro


líquido ajustado alcançou R$ 333 milhões (+44,6% vs. 2T21).

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Na tabela abaixo, é possível observar a evolução dos números da empresa
em detalhes:

Resultados trimestrais — Fonte: Energias do Brasil / Elaboração: Suno Research

No segmento de Distribuição — aquele responsável por conectar os


clientes finais à rede de eletricidade —, a companhia obteve sucesso no
combate às perdas de energia, que rumaram para patamar mais próximo
do exigido pelo regulador – a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).

Perdas de energia por trimestre (%) — Fonte: Energias do Brasil / Elaboração: Suno Research

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Em Transmissão, houve a revisão do ciclo da RAP, onde o órgão
concessionário (poder público) reajusta as tarifas pagas às empresas. De
maneira geral, a RAP subiu em 17%, totalizando R$ 921,7 milhões. Esse
ponto, que reitera a segurança do setor em um período inflacionário, deve
contribuir com os resultados no decorrer do ano, uma vez que o ciclo
2022-2023 da RAP começou a valer a partir de 01/07/2022.

*Em R$ milhões
Quadro de concessões de Transmissão atualizado — Fonte: Energias do Brasil / Elaboração: Suno Research

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Ainda em relação ao segundo trimestre de 2022, vale destacar o controle
de custos da empresa.

Os gastos com PMSO (pessoal, materiais, serviços e outros) recorrentes


cresceram 9,6%, ficando em linha com a inflação, mesmo com a expansão
observada nas atividades do grupo, tendo em vista o maior número de
ativos em operação.

Além disso, a entrega de crescimento no lucro em um período em que o


resultado financeiro (+206,8% vs. 2T21, totalizando R$ -417,6 milhões) está
sendo pressionado pelo novo patamar de taxa de juros é extremamente
positiva. Esse fato mostra a força da empresa em diferentes cenários.

A despeito do crescimento da dívida, que, em termos líquidos, chegou a


um montante de R$ 10,7 bilhões no segundo trimestre de 2022 (uma alta
de 36,2% em relação ao 2T21), a situação da Energias do Brasil permanece
muito saudável. A relação dívida líquida/EBITDA da empresa caiu de 2,8x
para 2,6x no período de um ano.

Com o novo patamar de tarifas, a vigência do novo ciclo da RAP e o


aumento da geração de caixa, também propiciada pela menor necessidade
de investimentos em ativos em construção, a situação tranquila da
alavancagem da empresa fica ainda mais evidente.

Com esse espaço, a companhia se mostra evidentemente competitiva para


obter novos ativos.

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O segundo trimestre de 2022 reafirmou a força do modelo de negócio
integrado no setor elétrico da Energias do Brasil, além de ter servido para
reforçar a eficiência operacional na execução da empresa.

Em um cenário de alta nas taxas de juros, com maior endividamento, a


empresa ainda conseguiu entregar um crescimento relevante nos seus
números em relação a igual período de 2021.

Na conferência de resultados, também foi reforçada a visão da estratégia


do grupo, que pretende diversificar ainda mais os resultados até 2025.

A Energias do Brasil espera chegar a 19% do EBITDA vindo de Transmissão,


bem como 10% em geração solar. Ao final do 1S22, esses números eram de
12% e 4%, respectivamente. Nesse rumo, a empresa diminui a sua
exposição ao risco hidrológico e se torna um porto ainda mais seguro para
o investidor.

Por todos esses motivos, seguimos confiantes e mantemos a


recomendação em ENBR3 inalterada.

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A SulAmérica divulgou resultados abaixo do esperado no 2T22, registrando
ainda uma forte pressão da sinistralidade na sua rentabilidade. Por outro
lado, o destaque positivo continuou sendo pela adição ininterrupta de
novos beneficiários, que tem feito a companhia ganhar receita.

Ao total, a SulAmérica atingiu uma receita de R$ 5,35 bilhões, crescimento


de 8,8% na base anual e 3,3% na comparação com o primeiro trimestre
deste ano.

Esse crescimento é oriundo tanto da adição de novos beneficiários quanto


do reajuste dos preços dos planos.

Apenas no 2T22, a companhia adicionou 408 mil novas vidas (9,4%),


incluindo cerca de 127 mil oriundas da Sompo Saúde, empresa adquirida.

O setor de saúde suplementar tem vivido um bom momento - apesar da


dificuldade de repasse de preços, que tem aumentado a sinistralidade -
com um aumento contínuo no número de novos beneficiários.

Desde 2020, o número de vidas seguradas vem crescendo, conforme


podemos verificar no gráfico publicado na página seguinte. No entanto,
vale ressaltar que o número de segurados ainda não retornou aos
patamares registrados no ano de 2014, quando o Brasil contabilizava um
total de 50 milhões de beneficiários.

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Fonte: ANS / Elaboração: Suno Research

O fato mais importante é que a SulAmérica tem sido uma das seguradoras
que mais tem aproveitado esse movimento, crescendo mais de 7,5% no
2T22, bem acima das suas concorrentes (Bradesco Saúde, Amil e CNU).
Em outras palavras, a SulAmérica vem conquistando mercado, o que é
muito positivo e tem se refletido no aumento das receitas.

Variação de beneficiários por operadora (tanto da operação saúde quanto odonto) de março/2022 a junho/2022
Fonte: ANS / Elaboração: Suno Research

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Por outro lado, o ponto negativo dos resultados tem sido a sinistralidade.

Apesar dos custos associados à pandemia de Covid-19 terem caído


significativamente, a operação de saúde continua deficitária,
principalmente pelo fato de a inflação médica ter superado - e muito - os
reajustes nos preços.

Assim, como a inflação elevou os custos e a maior competição dificultou o


repasse de preços — porque as empresas não querem perder beneficiários
—, a sinistralidade aumentou muito e está nos picos históricos.

No segundo trimestre deste ano, a sinistralidade consolidada ficou em


88,4%, acima tanto do 2T21 como do início deste ano (1T22).

Embora soubéssemos que a sinistralidade demoraria para arrefecer, ela


veio extremamente alta, resultando em um EBITDA negativo.

A SulAmérica foi beneficiada por um resultado financeiro mais positivo (de


R$ 194,5 milhões) - consequência do aumento das taxas de juros – e, por
isso, não deu prejuízo.

Dessa forma, o lucro líquido chegou a R$ 138,9 milhões neste trimestre,


um aumento de 373% em relação ao 2T21.

Na página seguinte, podemos conferir os principais números reportados


pela empresa:

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Resultados trimestrais (em R$ milhões, exceto porcentagens) —Fonte: SulAmérica / Elaboração: Suno Research

Como dissemos, os resultados da SulAmérica estão muito aquém do


esperado e do potencial da empresa.

Embora a companhia tenha conseguido entregar um crescimento de


receita interessante, aproveitando o bom momento do mercado, não tem
conseguido repassar a inflação de custos aos seus clientes.

Sabemos que o momento é desafiador, mas continuamos acreditando no


potencial de longo prazo da companhia - e a prova disso é que a
SulAmérica foi uma das seguradoras que mais tem crescido no período.

Assim sendo, permanecemos com a recomendação inalterada em


relação ao valuation e preço-teto.

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Por fim, reiteramos a nossa recomendação para que os assinantes não
realizem novas compras e nem vendam suas ações (aguardem),
aproveitando para comprar as demais empresas da nossa carteira.
Portanto, a SulAmérica continuará ocupando o último lugar do ranking.

Plantão de dúvidas
Envie suas dúvidas referentes a este relatório. Elas serão respondidas em uma live especial!
Acesse: https://sunoresearch.typeform.com/to/svpVgyif

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CARTEIRA START

Preço de entrada
Ranking Ativo Início Alocação Preço atual (R$) Preço-teto (R$) Variação Recomendação
ajustado (R$)

1 BLAU3 31.01.2022 7,5% 35,30 33,48 42,94 -5,16% Comprar

2 MALL11 09.08.2022 7,5% 101,98 109,90 114,00 7,77% Comprar

3 BBAS3 14.06.2022 7,5% 33,76 41,63 46,47 23,31% Comprar

4 IVVB11 15.07.2019 7,5% 120,75 223,00 290,00 84,68% Comprar

5 VGIP11 06.08.2021 7,5% 105,98 91,14 107,00 -14,00% Comprar

6 HGRU11 12.02.2019 7,5% 109,82 126,82 125,00 15,48% Aguardar

7 BTLG11 25.05.2021 7,5% 106,44 104,40 118,00 -1,92% Comprar

8 PVBI11 20.07.2021 7,5% 93,21 97,99 102,00 5,13% Comprar

9 ENBR3 15.07.2019 7,5% 17,10 22,66 25,00 32,51% Comprar

10 RBRP11 30.06.2020 7,5% 78,46 60,80 82,00 -22,51% Comprar

11 IMAB11 15.07.2019 5,0% 73,00 84,10 88,00 15,21% Comprar

12 SULA11 02.02.2021 7,5% 37,02 25,89 30,00 -30,06% Comprar

Tesouro Selic 12,5% Aguardar

* Informações atualizadas no dia 05.09.2022 às 18h00. Para ver a carteira completa e atualizada, acesse: https://investidor.suno.com.br/carteiras/suno-start

Rentabilidade da carteira acumulada (%) até julho de 2022* — Fonte: Suno Research / Economatica.

*A carteira Start engloba ações, FIIs, ETFs e ativos de renda fixa. Por isso, não a comparamos
com nenhum benchmark do mercado. Sua função é ser introdutória, para que os investidores
iniciantes comecem a experienciar o ambiente de renda variável, com menor volatilidade.

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RECOMENDAÇÕES ENCERRADAS

Ativo Início Preço de entrada (R$) Final Preço de saída (R$) Desempenho

SUZB3 15/07/2019 32,90 02/02/2020 64,23 95,23%

HGLG11 15/07/2019 142,97 30/06/2020 188,70 31,99%

KNRI11 15/07/2019 152,40 30/06/2020 169,50 11,22%

VRTA11 30/06/2020 102,44 08/06/2021 112,25 9,58%

XPML11 15/07/2019 101,72 25/05/2021 102,02 0,29%

HSML11 02/12/2019 104,91 07/07/2021 88,60 -15,55%

MDIA3 12/02/2019 31,70 31/01/2022 23,05 -27,29%

ITSA4 15/07/2019 10,90 31/05/2022 9,23 -15,32%

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Disclaimer
Os analistas de valores mobiliários responsáveis pela elaboração
deste relatório de análise declaram, nos termos da Resolução nº
20 de 2021, que as recomendações propostas refletem única e
exclusivamente suas opiniões pessoais e foram elaboradas de
forma independente, inclusive em relação à Suno Research e
empresas do conglomerado.

A Suno S.A. é uma empresa regularmente constituída, habilitada


e credenciada pela CVM, Comissão de Valores Mobiliários, no
âmbito da Resolução CVM Nº 20 de 2021. A composição da
sociedade empresarial contempla a segregação de atividades e a
atuação independente das empresas coligadas, e empresas
pertencentes ao conglomerado.

Ainda que as informações constantes deste material possam


auxiliar ou influenciar investidores no processo de tomada de
decisão de investimento, o investidor deve buscar entidades e
profissionais credenciados e/ou habilitados nos órgãos
competentes de sua jurisdição, para a correta verificação da
adequação dos produtos, serviços e operações ao seu perfil de
cliente, da mesma maneira que, a adoção e implementação das
recomendações de investimento.

Este material é de uso exclusivo dos assinantes da Suno Research,


a reprodução total ou parcial do conteúdo e deste relatório em
qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem
autorização expressa do autor e da Suno Research é proibida. A
Suno Gestora de Recursos S.A. (Suno Asset Management) é
assinante dos relatórios da Suno Research, tal fato é reportado à
entidade credenciadora nos termos dos incisos I, II do art. 18 da
Resolução CVM 20 de 2021.

A reprodução não autorizada pode ser considerada uma infração


grave ou uma violação e está sujeita às penalidades aplicáveis nos
termos da lei.

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