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Suno Call #1133

06/09/2022

TEMA DO DIA

A importância da geração de caixa


O tema da quantidade de caixa das companhias se tornou um debate comum,
especialmente após a grande crise com o desencadear das consequências da
pandemia da Covid-19.

Uns defendiam a ideia de que o caixa funcionaria como um seguro, que


possibilitaria que as empresas superassem momentos conturbados, sem se
colocarem em risco.

Outros diziam que o caixa é um ativo destruidor de valor para as companhias,


uma vez que a rentabilidade gerada pelo dinheiro “guardado” era muito baixa, dado
que o seu carrego (custo/benefício para ficar com o ativo) era de 0%, dependendo
do país em que estivesse guardado.

A grande verdade é que a importância não está na quantidade de caixa da


empresa, mas sim na sua capacidade de gerar esse caixa com suas operações, o
que é bastante diferente.

Uma entidade pode obter caixa de diversas maneiras, muitas das quais podem
não ser saudáveis ou boas para manter a sustentabilidade de longo prazo do
negócio.

A emissão de dívida, por exemplo, funciona para incrementar o caixa de uma


companhia. Outras opções ainda são: a venda de ativos permanentes, a venda de
estoques abaixo do preço de custo, a realização de sucessivas emissões de
ações diluindo os acionistas.

Para que o negócio se mantenha perene é preciso ser capaz de gerar caixa com o
dinheiro dos clientes ou dos fornecedores.

Isto é, conseguindo vender bem para os clientes, em termos de valor a prazos


mais curtos, e comprar barato dos fornecedores a prazos longos.

Com isso, a empresa logo recebe o dinheiro e só precisa fazer o pagamento


depois de um bom tempo, resultando, assim, em um ciclo de caixa positivo para a
empresa.

Isso equivale a afirmarmos que existe uma necessidade negativa de investimento


em capital de giro, o que confere à instituição uma folga de recursos, fazendo
com que suas operações sejam financiadas com o próprio dinheiro gerado pela
companhia.

Isso é importante pois a geração de caixa é responsável por apontar a capacidade


de uma empresa arcar com as suas responsabilidades financeiras ao final de
cada mês.

Ou seja, é uma análise capaz de indicar se a pessoa jurídica apresenta recursos


suficientes para pagar todas as suas operações durante determinado período. Um
exemplo disso são os pagamentos de suas despesas com os funcionários,
fornecedores, taxas, tributos, impostos, entre outras obrigações.

Evidentemente, uma companhia com caixa é capaz de fazer isso, porém, sem a
efetiva capacidade de gerar caixa, os recursos da entidade, eventualmente,
minguarão.

Nessa situação, o negócio só irá se perpetuar, caso consiga “produzir” novos


recursos, o que deve acontecer com a continuação de suas operações.

Cabe ressaltar que, com o caixa gerado, as empresas podem dar, basicamente,
cinco destinações a esses recursos, sendo elas:
ç ,
Reinvestimento nas suas próprias operações.
Aquisição de outras companhias.
Pagamento de dívida.
Pagamento de dividendos.
Recompra de ações.

As duas primeiras são formas de investir para o crescimento, seja com


investimento em crescimento orgânico, na forma de capex ou por meio da
compra de outras empresas para crescer de forma inorgânica.

Com o pagamento de dívida, a companhia está desalavancando suas operações,


podendo futuramente destravar mais valor para seus acionistas.

Finalmente, as duas últimas formas são dois modos de remunerar, diretamente,


os seus acionistas.

É válido lembrar que, para países em que há a tributação de dividendos, a escolha


por recompra de ações pode fazer mais sentido.

Também há casos em que, caso as ações da companhia estejam muito


desvalorizadas, a recompra delas pode ser um destravamento importante de
valor.

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