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ESCOLA SUPERIOR DE NEGÓCIOS E EMPREENDEDORISMO DE CHIBUTO

CADEIRA:
ESTRATÉGIA EMPRESARIAL
TEMA:
AQUISIÇÕES
DISCENTE: DOCENTE:
ALFREDO NHANCUME PROF. DOUTOR ANDES CHIVANGUE
CAROLINA MANHIQUE
PALMIRA BALATE

CHIBUTO, JUNHO DE 2022


INTRODUÇÃO
As empresas necessitam sobreviver num mercado cada vez mais globalizado e
competitivo. E, perante os desafios associados à elevada pressão da
concorrência, torna-se essencial promover constantemente o espírito de
mudança, a inovação e a diversificação de produtos, serviços e processos
como forma de criação de valor e obtenção de vantagem competitiva face
aos concorrentes.
As Aquisições de empresas são implementadas com o intuito de actuar em
novas áreas geográficas ou de produto, alcançar sinergias.
Objectivos de Trabalho

Objectivo geral
 Compreender Aquisição no âmbito empresarial
Objectivos específicos
 Conceituar aquisições no âmbito empresarial;
 Apresentar o Históricos das aquisições:
 Classificar as aquisições;
 Explicar as motivações das aquisições;
 Mostrar as dificuldades das aquisições;
AQUISIÇÃO
 Conceito
 Pode ser definida como a compra total ou parcial do capital de uma empresa por
outra, processo no qual apenas uma delas mantém a identidade jurídica (Ross,
Westerfield e Jaffe, 1995).
 Robinson (1995), defene aquisição como sendo controle de um agente económico
por outro, onde o agente adquirido desaparece como pessoa jurídica, mas a
adquirente mantem a identidade jurídica anterior ao acto.
A aquisição geralmente aumenta o risco, particularmente se a aquisição não estiver
relacionada com as actuais actividades principais da empresa.
Um processos de aquisição de uma empresa é complexo porque envolve muitos
intervenientes na negociação, apesar de poderem encontrar pontos de intersecção.
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 Nesse cenário, pode-se dizer que o processo comporta riscos
elevados para adquirente, como o de pagar um preço
excessivamente alto ou mesmo após o negócio fechado, encontrar
serias dificuldades na integração da empresa. Assim, a aquisição de
uma empresa obriga à definição de uma estratégia que sirva para
pautar o comportamento da adquirida por forma a evitar riscos
elevados.
 As aquisições devem ser inseridas na estratégia de crescimento da
empresa adquirente, permitindo identificar o papel que a aquisição
vai desempenhar no seu desenvolvimento, identificar a lógica da
criação de valor e as características ideias da empresa alvo da
aquisição.
Histórico das Aquisições

 Ferreira (2002) evidencia que diversos estudos realizados em relação ao mercado dos
E.U.A. e às operações de F&A permitem concluir a existência de ciclos ou vagas.
 Na mesma perspectiva, Camara, Guerra & Rodrigues (2013) assinalam que a generalidade
dos estudos identifica seis ciclos na ocorrência de F&A:
1º Ciclo (1897-1904): F&A Horizontais
 Embora estas combinações englobassem quase todas as actividades, as indústrias alvo
foram principalmente: alimentar, petrolífera, metalúrgica, de equipamentos de transporte
e de produtos químicos.
 Este ciclo terminou em 1904 devido à recessão económica justificada pela crise no
mercado de acções e encerramento de diversos bancos (Ferreira, 2002).
2º Ciclo (1916-1929): F&A Verticais
 Esta fase coincidiu com o bom americano dos anos vinte caracterizado pelo crescimento
rápido da economia e da actividade produtiva e com menor intensidade deu origem à
criação de grandes empresas com integrações verticais.
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3º Ciclo (1965-1969): F&A para criação de conglomerados diversificados
 As empresas de maior dimensão e com elevados fluxos de tesouraria aplicavam
estrategicamente as disponibilidades para efectuar aquisições em vez de
pagamento de dividendos, de modo a estimular o crescimento económico e a
criação de valor (Ferreira, 2002).
4º Ciclo (1985-1989): F&A Hostis
 De acordo com Ferreira (2002), este período apresentou características distintas do
anterior devido à maior dimensão das empresas adquiridas, ao pagamento em
dinheiro e não por troca de acções, à utilização de aquisições de forma hostil e o
recurso a níveis elevados de capital alheio, ou seja meios financeiros.
 5º Ciclo (1992-2000): F&A com empresas estrangeiras
 Com maior intensidade, esta fase foi particularmente sentida nos sectores
farmacêuticos, bancário e eléctrico tanto nos E.U.A. como na Europa.
 6º Ciclo (2003-2008): Fundos de Investimento e aquisições com dívida
Classificação das Aquisições
Segundo Ross, Westerfield e Jaffe (1995), uma fusão ou uma aquisição podem ser
classificada em três categorias:
 Horizontais: união entre firmas actuantes no mesmo ramo de actividade,
geralmente concorrentes. A fusão horizontal tem a finalidade de expandir as
actividades da empresa e a sua integração ocorre porque as companhias
entendem os problemas dos negócios e conhecem o ramo de actuação.
 Verticais: quando resultam da união entre firmas que fazem parte da mesma
cadeia produtiva, podendo ser para cima (montante), em direcção aos
fornecedores, ou para baixo (jusante), em direcção aos distribuidores. A aquisição
vertical pode ser progressiva ou regressiva.
 Conglomerado ou co-seguro: quando envolvem firmas em ramos de actividade
não relacionados, cujo principal objectivo, na maioria das vezes, é a diversificação
de investimentos, visando a reduzir riscos e aproveitar oportunidades de
investimento.
Tipos de Aquisições
 Aquisição de activos
Uma empresa, por vezes pode ser adquirida pelo seu potencial de gerar lucros. Mas esse
potencial está nos seus activos aglomerados, geralmente activos permanentes. O preço a
pagar depende de saber se é toda a empresa a ser adquirida ou se são certos activos.
Se a compra dirige-se a toda empresa que não vai ter continuidade o seu preço será o de
liquidação, tendo em consideração os prejuízos fiscais enquanto que se a compra apenas
contempla certos activos importantes deve-se pagar apenas o valor de mercado desses
activos. A decisão da compra deve depender da relação custo-beneficio esperado que se
pode medir através de indicadores de viabilidade de investimento, tais como VAL, TIR e
etc.
 Aquisição da empresa em operação
A compra de uma empresa obedece ao princípio básico de qualquer dispêndio de
capital, é feito para adquirir activos que proporcionarão resultados positivos ou seja para
aumentar a riqueza dos accionistas. O custo de capital apenas não se altera quando se
adquire uma empresa com a mesma estrutura de capital. Portanto, sempre que se adquire
uma empresa com uma estrutura de capital diferente antes de aplicar as técnicas de
orçamento de capital deve-se ajustar adequadamente o custo de capital.
Forma de aquisição

São três as formas de comprar empresas.


1) Uma possibilidade é juntar as duas empresas, caso em que uma empresa assume
automaticamente todos os activos e todos os passivos da outra. Tal aquisição tem de
ter a aprovação de pelo menos 50% dos accionistas de cada uma das empresas.
2) Uma alternativa é simplesmente, comprar as acções da vendedora na bolsa, pagando
em dinheiro, com acções ou outros títulos. Neste caso, o comprador pode decidir
negociar individualmente com os accionistas da empresa à venda. Os gestores da
empresa em venda podem não estar envolvidos, embora se procure a sua aprovação
e cooperação.
3) A terceira abordagem é comprar alguns ou todos os activos do vendedor. Neste
último caso, a propriedade dos activos tem de ser transferida e o pagamento é feito à
empresa em venda em vez de directamente aos seus accionistas.
Aquisição pela administração
 Por vezes, os administradores de uma empresa organizam-se para, em conjunto, tomar
a totalidade ou parte da empresa e transformá-la numa empresa não aberta ao
público.
 Brealey e Myers (1992), dizem que estas aquisições mais conhecidas como aquisições
com endividamento são feitas com recurso a emissão de acções ordinárias de 10 a
15% da nova empresa e o restante sendo financiado pela emissão de empréstimos e
acções preferenciais.

Fases e efeitos do processo de fusões e aquisições


Dada a sua complexidade, um processo de fusão e aquisições pode ser dividido em
diferentes fases, nomeadamente: análise prévia, selecção, início de contactos e ciclos
de negociação, análise e avaliação, negociação e avaliação global do processo.
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 Análise prévia
Esta fase insere-se no período de pré-lançamento da oferta de aquisição,
quando a empresa adquirente faz uma análise SWOT, com vista à definição de
objectivos. Caso resolva avançar com um processo de fusão ou aquisição,
devem ser definidas, também nesta fase, as características da empresa a
adquirir, sejam, os recursos, a dimensão, diversificação de portefólio de
produtos, investigação e desenvolvimento, canais de distribuição e capital
humano. Igualmente deve-se ter em conta a sua estrutura financeira e de
produtos com o objectivo de formar uma visão das influências e
constrangimentos internos sobre a escolha estratégica.
 Selecção
A selecção dos candidatos potenciais para a aquisição é uma fase crítica, que
envolve uma análise primária de todos os activos possíveis, tendo em conta as
características identificadas na fase anterior.
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 Início dos contactos e ciclo de negociação
Na fase de identificação da empresa alvo do processo de fusão e aquisição efectua-se uma
prospecção no mercado quanto à disponibilidade dos sócios ou accionistas para iniciarem
ciclo de negociação. Essa etapa de sedução pode ser breve ou longa. E breve no caso de as
sociedades serem do mesmo grupo de actividades e longa quando a sociedade absorvente
pretende conhecer melhor a sociedade absorvida, que pode inclusive arrendá-la previamente.

 Análise e avaliação
São duas as modalidades de fusões: Fusão por incorporação e Fusão por constituição da nova
sociedade. A fusão por incorporação é realizada mediante a transferência global do património
de uma ou mais sociedades para outra e atribuição aos sócios daquelas de partes, acções ou
quotas desta. A fusão por constituição da nova sociedade é realizada mediante a criação de
uma nova instituição, para a qual se transferem globalmente os patrimónios das sociedades
fundidas.
Da Silva (1986), citando Coelho Pinto (não indicado) diz que embora pela fusão se extingam as
sociedades incorporadas e fundidas, "a verdade é que elas não findam verdadeiramente e
apenas continua a sua existência em condições diversas". Isto é, a sua personalidade jurídica
não desaparece, apenas se transforma.
Motivações que levam as Aquisições
 Motivações Específicas
Segundo Ferreira (2002), a concretização de Fusões e Aquisições Horizontais é
explicada através de duas perspectivas.
Teoria da Maximização de Valor - Segundo esta teoria as F&A realizam-se para melhorar
a gestão com base nos seguintes fundamentos:
 Incremento da eficiência a nível da produção e da distribuição;
 Aumento do poder de mercado e da capacidade negocial;
 Racionalização na utilização de recursos e de competências;
 Economias de escala.
 Teoria da Gestão - Nesta teoria a realização de F&A é feita com o intuito de substituir
a gestão “não suficiente” da empresa-alvo.
A empresa alvo passa a operar a um nível de eficiência superior por ser gerida por uma
administração mais eficiente, ocorrendo assim o reaproveitamento de potencialidades
até aí descuidadas.
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 são vários os factores que motivam uma decisão de aquisição ou
fusão de empresas, Camargos e Barbosa (2005) apresenta alguns
destes factores:
 Irracionalidade individual nas decisões de dirigentes;
 Custos de reposição e valores de mercado;
 Busca de economias de escala e escopo: advindas de possíveis
reduções nos custos em função do aumento do nível de produção;
 Efeitos anticompetitivos e busca do poder de monopólio;
 Redução do risco de insolvência: advinda da fusão entre duas ou mais
firmas com fluxos de caixa sem correlação perfeita (F&As
conglomerado e co-seguro).
 Capacidades adicionais e sinergias: decorrentes do crescimento da
demanda e da expectativa de aumento na riqueza dos accionistas
como resultado da fusão.
Dificuldades nos Processos de Fusões ou Aquisições
 Segundo Andrade, Mitchell e Stafford (2001Dentre as suas principais dificuldades
destacam se:
 Choques de culturas corporativas; divergências e incompatibilidades de estilos de
gestão;
 Conflitos e batalhas políticas pelo poder; dificuldade de entendimento, pela firma
adquirente, das rotinas e capacitações da empresa adquirida
 Perda de foco e de direcção; fofocas e boatos internos; desmotivação dos funcionários
diante do risco de dispensa;
 Inexistência de objectivos; falta de visão do negócio e dos problemas futuros da nova
empresa; estrutura organizacional, publicidade, imagem e relacionamento com
fornecedores e clientes.
 Exemplo de aquisição em Moçambique
A aquisição da Laurentina pela concorrente Mac-Mahon (2M), que permitiu a 2M (CDM),
a criar monopólio na indústria cervejeira em Moçambique naquela época em
Moçambique.
Conclusão
No geral as aquisições têm por objectivo aumentar o valor da empresa
resultante, redução de custos, obter economias financeiras, aumentar a
capacidade administrativa, obter benefícios fiscais, aumentar a liquidez
dos proprietários.
A estratégia de aquisição pode se mostrar adequada para o
desenvolvimento rápido de uma empresa e como resposta a tendência
da redução da lucratividade de um dado sector. A reposta a redução
da lucratividade pode ser dada reorganizando a actividade produtiva
para eliminar algumas ineficiências orgânicas e obter algumas
capacidades complementares que podem proporcionar sinergias.
Quando as empresas se combinam tem ganhos sinergéticos que resultam
da transferência de recursos e competências complementares para nova
empresa ou pela permuta de activos estratégicos de ambas empresas
pode aumentar o poder de mercado da empresa ou diminuir o poder
negocial dos clientes ou fornecedores.

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