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CADEIRA:
ESTRATÉGIA EMPRESARIAL
TEMA:
AQUISIÇÕES
DISCENTE: DOCENTE:
ALFREDO NHANCUME PROF. DOUTOR ANDES CHIVANGUE
CAROLINA MANHIQUE
PALMIRA BALATE
Objectivo geral
Compreender Aquisição no âmbito empresarial
Objectivos específicos
Conceituar aquisições no âmbito empresarial;
Apresentar o Históricos das aquisições:
Classificar as aquisições;
Explicar as motivações das aquisições;
Mostrar as dificuldades das aquisições;
AQUISIÇÃO
Conceito
Pode ser definida como a compra total ou parcial do capital de uma empresa por
outra, processo no qual apenas uma delas mantém a identidade jurídica (Ross,
Westerfield e Jaffe, 1995).
Robinson (1995), defene aquisição como sendo controle de um agente económico
por outro, onde o agente adquirido desaparece como pessoa jurídica, mas a
adquirente mantem a identidade jurídica anterior ao acto.
A aquisição geralmente aumenta o risco, particularmente se a aquisição não estiver
relacionada com as actuais actividades principais da empresa.
Um processos de aquisição de uma empresa é complexo porque envolve muitos
intervenientes na negociação, apesar de poderem encontrar pontos de intersecção.
Cont…
Nesse cenário, pode-se dizer que o processo comporta riscos
elevados para adquirente, como o de pagar um preço
excessivamente alto ou mesmo após o negócio fechado, encontrar
serias dificuldades na integração da empresa. Assim, a aquisição de
uma empresa obriga à definição de uma estratégia que sirva para
pautar o comportamento da adquirida por forma a evitar riscos
elevados.
As aquisições devem ser inseridas na estratégia de crescimento da
empresa adquirente, permitindo identificar o papel que a aquisição
vai desempenhar no seu desenvolvimento, identificar a lógica da
criação de valor e as características ideias da empresa alvo da
aquisição.
Histórico das Aquisições
Ferreira (2002) evidencia que diversos estudos realizados em relação ao mercado dos
E.U.A. e às operações de F&A permitem concluir a existência de ciclos ou vagas.
Na mesma perspectiva, Camara, Guerra & Rodrigues (2013) assinalam que a generalidade
dos estudos identifica seis ciclos na ocorrência de F&A:
1º Ciclo (1897-1904): F&A Horizontais
Embora estas combinações englobassem quase todas as actividades, as indústrias alvo
foram principalmente: alimentar, petrolífera, metalúrgica, de equipamentos de transporte
e de produtos químicos.
Este ciclo terminou em 1904 devido à recessão económica justificada pela crise no
mercado de acções e encerramento de diversos bancos (Ferreira, 2002).
2º Ciclo (1916-1929): F&A Verticais
Esta fase coincidiu com o bom americano dos anos vinte caracterizado pelo crescimento
rápido da economia e da actividade produtiva e com menor intensidade deu origem à
criação de grandes empresas com integrações verticais.
Cont..
3º Ciclo (1965-1969): F&A para criação de conglomerados diversificados
As empresas de maior dimensão e com elevados fluxos de tesouraria aplicavam
estrategicamente as disponibilidades para efectuar aquisições em vez de
pagamento de dividendos, de modo a estimular o crescimento económico e a
criação de valor (Ferreira, 2002).
4º Ciclo (1985-1989): F&A Hostis
De acordo com Ferreira (2002), este período apresentou características distintas do
anterior devido à maior dimensão das empresas adquiridas, ao pagamento em
dinheiro e não por troca de acções, à utilização de aquisições de forma hostil e o
recurso a níveis elevados de capital alheio, ou seja meios financeiros.
5º Ciclo (1992-2000): F&A com empresas estrangeiras
Com maior intensidade, esta fase foi particularmente sentida nos sectores
farmacêuticos, bancário e eléctrico tanto nos E.U.A. como na Europa.
6º Ciclo (2003-2008): Fundos de Investimento e aquisições com dívida
Classificação das Aquisições
Segundo Ross, Westerfield e Jaffe (1995), uma fusão ou uma aquisição podem ser
classificada em três categorias:
Horizontais: união entre firmas actuantes no mesmo ramo de actividade,
geralmente concorrentes. A fusão horizontal tem a finalidade de expandir as
actividades da empresa e a sua integração ocorre porque as companhias
entendem os problemas dos negócios e conhecem o ramo de actuação.
Verticais: quando resultam da união entre firmas que fazem parte da mesma
cadeia produtiva, podendo ser para cima (montante), em direcção aos
fornecedores, ou para baixo (jusante), em direcção aos distribuidores. A aquisição
vertical pode ser progressiva ou regressiva.
Conglomerado ou co-seguro: quando envolvem firmas em ramos de actividade
não relacionados, cujo principal objectivo, na maioria das vezes, é a diversificação
de investimentos, visando a reduzir riscos e aproveitar oportunidades de
investimento.
Tipos de Aquisições
Aquisição de activos
Uma empresa, por vezes pode ser adquirida pelo seu potencial de gerar lucros. Mas esse
potencial está nos seus activos aglomerados, geralmente activos permanentes. O preço a
pagar depende de saber se é toda a empresa a ser adquirida ou se são certos activos.
Se a compra dirige-se a toda empresa que não vai ter continuidade o seu preço será o de
liquidação, tendo em consideração os prejuízos fiscais enquanto que se a compra apenas
contempla certos activos importantes deve-se pagar apenas o valor de mercado desses
activos. A decisão da compra deve depender da relação custo-beneficio esperado que se
pode medir através de indicadores de viabilidade de investimento, tais como VAL, TIR e
etc.
Aquisição da empresa em operação
A compra de uma empresa obedece ao princípio básico de qualquer dispêndio de
capital, é feito para adquirir activos que proporcionarão resultados positivos ou seja para
aumentar a riqueza dos accionistas. O custo de capital apenas não se altera quando se
adquire uma empresa com a mesma estrutura de capital. Portanto, sempre que se adquire
uma empresa com uma estrutura de capital diferente antes de aplicar as técnicas de
orçamento de capital deve-se ajustar adequadamente o custo de capital.
Forma de aquisição
Análise e avaliação
São duas as modalidades de fusões: Fusão por incorporação e Fusão por constituição da nova
sociedade. A fusão por incorporação é realizada mediante a transferência global do património
de uma ou mais sociedades para outra e atribuição aos sócios daquelas de partes, acções ou
quotas desta. A fusão por constituição da nova sociedade é realizada mediante a criação de
uma nova instituição, para a qual se transferem globalmente os patrimónios das sociedades
fundidas.
Da Silva (1986), citando Coelho Pinto (não indicado) diz que embora pela fusão se extingam as
sociedades incorporadas e fundidas, "a verdade é que elas não findam verdadeiramente e
apenas continua a sua existência em condições diversas". Isto é, a sua personalidade jurídica
não desaparece, apenas se transforma.
Motivações que levam as Aquisições
Motivações Específicas
Segundo Ferreira (2002), a concretização de Fusões e Aquisições Horizontais é
explicada através de duas perspectivas.
Teoria da Maximização de Valor - Segundo esta teoria as F&A realizam-se para melhorar
a gestão com base nos seguintes fundamentos:
Incremento da eficiência a nível da produção e da distribuição;
Aumento do poder de mercado e da capacidade negocial;
Racionalização na utilização de recursos e de competências;
Economias de escala.
Teoria da Gestão - Nesta teoria a realização de F&A é feita com o intuito de substituir
a gestão “não suficiente” da empresa-alvo.
A empresa alvo passa a operar a um nível de eficiência superior por ser gerida por uma
administração mais eficiente, ocorrendo assim o reaproveitamento de potencialidades
até aí descuidadas.
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são vários os factores que motivam uma decisão de aquisição ou
fusão de empresas, Camargos e Barbosa (2005) apresenta alguns
destes factores:
Irracionalidade individual nas decisões de dirigentes;
Custos de reposição e valores de mercado;
Busca de economias de escala e escopo: advindas de possíveis
reduções nos custos em função do aumento do nível de produção;
Efeitos anticompetitivos e busca do poder de monopólio;
Redução do risco de insolvência: advinda da fusão entre duas ou mais
firmas com fluxos de caixa sem correlação perfeita (F&As
conglomerado e co-seguro).
Capacidades adicionais e sinergias: decorrentes do crescimento da
demanda e da expectativa de aumento na riqueza dos accionistas
como resultado da fusão.
Dificuldades nos Processos de Fusões ou Aquisições
Segundo Andrade, Mitchell e Stafford (2001Dentre as suas principais dificuldades
destacam se:
Choques de culturas corporativas; divergências e incompatibilidades de estilos de
gestão;
Conflitos e batalhas políticas pelo poder; dificuldade de entendimento, pela firma
adquirente, das rotinas e capacitações da empresa adquirida
Perda de foco e de direcção; fofocas e boatos internos; desmotivação dos funcionários
diante do risco de dispensa;
Inexistência de objectivos; falta de visão do negócio e dos problemas futuros da nova
empresa; estrutura organizacional, publicidade, imagem e relacionamento com
fornecedores e clientes.
Exemplo de aquisição em Moçambique
A aquisição da Laurentina pela concorrente Mac-Mahon (2M), que permitiu a 2M (CDM),
a criar monopólio na indústria cervejeira em Moçambique naquela época em
Moçambique.
Conclusão
No geral as aquisições têm por objectivo aumentar o valor da empresa
resultante, redução de custos, obter economias financeiras, aumentar a
capacidade administrativa, obter benefícios fiscais, aumentar a liquidez
dos proprietários.
A estratégia de aquisição pode se mostrar adequada para o
desenvolvimento rápido de uma empresa e como resposta a tendência
da redução da lucratividade de um dado sector. A reposta a redução
da lucratividade pode ser dada reorganizando a actividade produtiva
para eliminar algumas ineficiências orgânicas e obter algumas
capacidades complementares que podem proporcionar sinergias.
Quando as empresas se combinam tem ganhos sinergéticos que resultam
da transferência de recursos e competências complementares para nova
empresa ou pela permuta de activos estratégicos de ambas empresas
pode aumentar o poder de mercado da empresa ou diminuir o poder
negocial dos clientes ou fornecedores.