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Introdução

Aquisição e fusão são operações relativamente comuns, que ganham grande


repercussão quando acontecem em empresas de capital aberto.
Elas ocorrem com alguma frequência porque as grandes organizações estão
constantemente se movimentando para aumentar sua participação no mercado.
E o principal objetivo das fusões e aquisições é justamente esse: aumentar a
competitividade e expandir o universo de clientes e a capacidade de gerar
receitas da empresa.
O ano de 2021 tem sido repleto de operações desse tipo. Segundo dados da
plataforma Transactional Track Record (TTR), no primeiro semestre do ano
foram registradas 916 fusões e aquisições no Brasil, que movimentaram em
torno de R$ 258 bilhões.
Estamos falando de um aumento de 48% em relação aos primeiros seis meses
de 2020.
Entre as empresas que negociam ações na Bolsa de Valores, alguns dos
principais exemplos recentes são a aquisição do Grupo Big (ex-Walmart Brasil)
pelo Carrefour, da Hering pelo Grupo Soma.
Conceitos

Aquisição é uma operação em que uma empresa compra a maioria (mais de


50%) ou a totalidade das ações de uma outra companhia, assumindo o seu
controle.
A organização adquirida é integrada à operação da compradora ou deixa de
existir, enquanto a adquirente não muda seu nome ou sua estrutura legal.
Assim como na fusão, pode-se adquirir empresas do mesmo segmento de
atuação, ou então de segmentos distintos ou complementares.

Reed e Lajoux (1995) defendem que a aquisição é uma forma de estratégia


empresarial de crescimento, na qual as ações ou ativos de uma empresa
passam a pertencer a um comprador, e aquisição é o termo genérico usado para
descrever a mudança de proprietário de uma determinada empresa.

Uma particularidade das aquisições é que elas podem ser amigáveis ou hostis.

A aquisição amigável ocorre quando o conselho de administração da


companhia adquirida concorda com a operação, pois enxerga benefícios na
venda.

Uma aquisição é considerada hostil quando a empresa compradora vai ao


mercado para comprar uma grande quantidade de ações da adquirida sem que o
conselho de administração concorde com a venda.

Fusão é uma operação em que duas empresas se unem para formar uma nova
organização. É um movimento amigável, voluntário, em que as organizações
combinam seus recursos e meios visando obter benefícios, como ampliar o
portfólio de produtos/serviços oferecido e aumentar a sua participação no
mercado.

Geralmente, as empresas que concordam em se unir para criar uma nova


companhia têm portes semelhantes.
Na concepção de Mirvis e Marks (1998) o processo de fusão envolve a criação
de uma organização, a partir da combinação de duas ou mais empresas, com
nova identidade. As empresas que lhe deram origem deixam de existir
legalmente.
Para Rossetti (2001, p.72), fusão é a União de duas ou mais companhias que
formam uma única empresa, geralmente sob controle administrativo da maior ou
mais próspera.

Existem vários modelos de fusão de empresas. Os principais são:

Fusão horizontal
Ocorre quando as duas companhias que se fundem atuam no mesmo segmento
da economia. Nesse caso, elas passam a compartilhar suas participações no
mercado com a nova organização.
Um ótimo exemplo é a fusão horizontal que ocorreu entre Sadia e Perdigão,
duas empresas de grande relevância no ramo alimentício.

Fusão vertical
Este tipo de fusão ocorre quando as duas empresas atuam no mesmo mercado,
mas em pontos diferentes da cadeia de produção.
Para seguir no exemplo do ramo alimentício, se um grande frigorífico se unisse
com uma companhia que processa alimentos, vendendo-os para o consumidor
final, essa seria uma fusão vertical.
No caso da empresa que processa os alimentos, o objetivo da operação seria
reduzir os custos de produção e aumentar a autonomia do negócio, o que
diminuiria sua dependência em relação aos fornecedores.

Fusão congenérica
A fusão congenérica, também chamada de fusão de extensão de produto, ocorre
quando as duas empresas operam no mesmo mercado, mas com diferentes
linhas de produtos.
Um fabricante de smartphones, por exemplo, pode se fundir com um fabricantes
de drones e câmeras.
Os produtos são diferentes, mas vários fatores (tecnologia e marketing, por
exemplo) são compartilhados.

Conglomerado
Nesse caso, as duas companhias que se unem atuam em diferentes setores.
Com esse tipo de operação, as empresas passam a operar em novos mercados.
Fusões e aquisições são semelhantes, mas têm algumas diferenças
importantes.
As fusões ajustam duas atividades empresariais diferentes em uma só nova
instituição. As verdadeiras fusões são incomuns porque é raro que duas
empresas iguais se beneficiem mutuamente da combinação de recursos e
funcionários, incluindo seus CEOs.

Ao contrário das fusões, as aquisições não resultam na formação de uma nova


empresa. Em vez disso, a empresa adquirida é totalmente absorvida pela
empresa adquirente.
Ocasionalmente, isso indica que a empresa integrada é liquidada. Adquirir um
negócio é semelhante a comprar um negócio ou franquia existente.

Harrison (2005) relaciona os conceitos de fusões e aquisições quando afirma


que uma das formas mais comuns de fusão são as aquisições nas quais uma
organização adquire o controle das ações de outra organização ou diretamente
de seus proprietários.

Fabretti (2005) analisa o processo de aquisição e fusão dentro da perspectiva


jurídica. Denomina aquisição como transações em que o comprador assume o
controle total da empresa a partir da compra de todas as suas ações ou quotas
de capital, podendo manter a mesma denominação da companhia adquirida. A
definição de fusão, de acordo com o art. 228 da LSA, é a operação pela qual se
unem duas ou mais sociedades para formar uma sociedade nova, que lhes
sucederá em todos os direitos e obrigações.
Conclusão

Os processos de aquisição e fusão têm sido usado globalmente como estratégia


de crescimento para as empresas, dentre outras finalidades.
A aquisição de empresas também tende a aumentar a competitividade das
empresas que ganham poder de barganha junto a parceiros e diversificação de
produtos e serviços, o que aumenta seu alcance de atuação e garante uma
parcela maior do mercado.
A fusão de empresas é uma oportunidade de aumentar a participação de
mercado, por um lado, e diminuir o nível de concorrência, por outro. As
empresas com capital limitado podem expandir e ampliar suas operações
comerciais fundindo-se com outras empresas.
Quando uma fusão envolve uma extensão de mercado, as empresas podem
vender cruzada em diferentes mercados, sejam eles nacionais ou globais,
atendendo assim a uma clientela mais extensa. Os conglomerados expandem
seu império por meio de fusões e aquisições, trazendo diversificação e aumento
de lucro.
Referências bibliográficas

MIRVIS, P. H.; MARKS, M. L. Managing the merger: making it work

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