O desenvolvimento de mercado ocorre quando a empresa procura maiores vendas,
levando seus produtos e serviços a novos mercados. Portanto, pode-se ter a abertura de novos mercados geográficos ou a atuação em outros segmentos do mercado atual. O desenvolvimento de produtos ou serviços ocorre quando a empresa procura maiores vendas mediante o desenvolvimento de melhores produtos e/ou serviços para seus mercados atuais. Esse desenvolvimento pode ocorrer através de novas características dos produtos ou serviços, tais como variações de qualidade ou diferentes modelos e tamanhos (proliferação de produtos). A estratégia mais forte do desenvolvimento de uma empresa corresponde à diversificação. Como, nesse caso, os produtos e seus usos são diferentes, deve-se fazer minuciosa análise para decidir sobre a diversificação. Normalmente, uma empresa procura oportunidades no ambiente para iniciar um processo de diversificação quando (Ansoff, 1977, p. 109): Começa a ter dificuldades em alcançar seus objetivos pelas alterações no contexto interno e na conjuntura externa à empresa, geralmente provocadas por: falta de oportunidades para investir nos segmentos atuais; saturação de mercados; queda da taxa de retorno dos projetos de expansão; Visualiza uma situação de retorno para os projetos de diversificação maior do que para outras estratégias; Tem disponibilidade de recursos, depois de já ter investido o suficiente para manter-se numa posição adequada no mercado; e As informações disponíveis não forem suficientemente confiáveis para permitir uma comparação concludente entre expansão e diversificação, sendo que isso ocorre porque uma empresa, normalmente, possui muito mais informações sobre as possibilidades de expansão do que sobre o amplo campo externo para a diversificação. Na análise da diversificação, deve-se considerar que a estratégia pode assumir algumas características: 1. Diversificação horizontal: através dessa estratégia, a empresa concentra seu capital pela compra ou associação com empresas similares. A empresa atua em ambiente econômico que lhe é familiar porque os consumidores são do mesmo tipo. O potencial de ganhos de sinergia nesse tipo de diversificação é baixo, com exceção da sinergia comercial, uma vez que os mesmos canais de distribuição são usados. Na diversificação horizontal, ocorre a divisão da empresa em subsistemas ou departamentos, uma vez que cada um desempenha uma tarefa especializada no contexto mercadológico, também diferenciado ou especializado. Portanto, cada subsistema ou departamento da empresa se diferencia ou se diversifica dos demais e tende a seguir, única e exclusivamente, a parte do ambiente mercadológico que é relevante para sua própria tarefa, ação ou estratégia diferenciada; e, nesses casos, geralmente a empresa se estrutura por unidades estratégicas de negócios. 2. Diversificação vertical: ocorre quando a empresa passa a produzir novo produto ou serviço que se acha entre seu mercado de matérias-primas e o consumidor final dos produtos que já fabrica. Nesse caso, a empresa investe para frente e/ou para trás, de modo que tenha domínio da sequência de seu processo de produção e comercialização. Entretanto, apresenta a desvantagem de tornar a empresa inflexível às oscilações econômicas, pois as empresas muito integradas verticalmente acabam dependentes de um segmento específico do mercado global. Normalmente, na diversificação vertical, as forças ambientais ou externas provocam uma situação em que é mais interessante para a empresa manter uma unidade de esforços, bem como uma coordenação mais efetiva entre as várias unidades organizacionais da empresa. 3. Diversificação concêntrica: trata-se da diversificação da linha de produtos, com aproveitamento da mesma tecnologia ou força de vendas, oferecendo-se uma quantidade maior de produtos no mesmo mercado. Com a diversificação concêntrica, a empresa pode ter ganhos substanciais em termos de flexibilidade. O sucesso desse tipo de diversificação, entretanto, depende do grau de efeitos sinérgicos positivos associados aos conhecimentos de tecnologia e/ou comercialização que a empresa consiga, efetivamente, operacionalizar. 4. Diversificação conglomerada: consiste na diversificação de negócios em que a empresa não aproveitará a mesma tecnologia ou força de vendas. Nesse caso, o grupo de empresas apresenta, como um todo, um risco menor, pois está envolvido em diversos ramos diferentes. A diversificação conglomerada pode não apresentar sinergias consideradas de comercialização e/ou tecnologias, mas pode contribuir, em muito, para aumentar a flexibilidade da empresa. Isso será particularmente verdade se os setores escolhidos para a diversificação forem de flutuações econômicas complementares. A diversificação conglomerada poderá ser efetivamente bem-sucedida se a empresa possuir sinergia administrativa – centralização decisória, sobretudo das questões financeiras, com descentralização operacional –, e se a empresa investir em setores com características econômicas mais favoráveis que aqueles em que ela opera atualmente. Em termos estruturais, esse tipo de diversificação se apresenta com uma administração corporativa e algumas unidades estratégicas de negócios. 5. Diversificação interna: corresponde a uma situação em que a diversificação da empresa é, basicamente, gerada pelos fatores internos, e sofre menos influência dos fatores externos ou não controláveis pela empresa. Um exemplo de fator interno de influência é a tecnologia, tanto de processo como de produto. 6. Diversificação mista: trata-se de uma situação em que a empresa apresenta mais do que um tipo de diversificação ao mesmo tempo. Segundo Porter (2004), a estratégia de diferenciação consiste em diferenciar o produto ou serviço dos demais concorrentes, ou seja, criando algo único no mercado. Este tipo de estratégia traz altos retornos à empresa, contudo há um aumento dos custos, porém este aumento é menor que o aumento do retorno. O autor afirma que o aumento do retorno provoca uma defesa contra as Cinco Forças de Porter (concorrentes, entrantes em potenciais, compradores, fornecedores e os substitutos) devido à lealdade dos clientes com a marca, por exemplo. Porter (2004) afirma ainda que nesta estratégia não há a possibilidade de obtenção de grande parte do mercado, pois requer sentimento de exclusividade por parte do cliente. A estratégia de enfoque diz respeito a concentrar forças em um determinado público- alvo, um mercado etc., entretanto, esta estratégia circula entre as estratégias de diferenciação e a de liderança de custo total e vai depender do perfil do público-alvo escolhido. Porter (2004) faz uma ressalva afirmando que as empresas que optarem por ficar no “meio-termo” poderão ter de lidar com a diminuição da lucratividade devido a não conseguir estabelecer objetivos para atender os clientes de grande volume (que exigem baixos preços), para atender os clientes que exigem exclusividades (altas margens de lucratividade). As quatro estratégias competitivas básicas, segundo Miles e Snow são: 1. Estratégia defensiva: adotada por empresas que possuem domínios definidos de produtos/mercados que pretendem manter ou defender da ação de concorrentes. Nesse tipo de estratégia, os dirigentes da cúpula no nível institucional devem ser capacitados e eficientes unicamente na área restrita às atuais operações da empresa e poupam-se de buscar novas oportunidades ou experimentar mudanças. Em vista dessa perspectiva estreita e conservadora, essa estratégia raramente implica grandes modificações em tecnologia, estrutura organizacional ou métodos de operação. Pelo contrário, procuram concentrar todas as atenções na manutenção ou no aumento da eficiência nas operações atuais (estratégia de não diversificação). Como as operações não sofrem alterações, a experiência que a empresa adquire a respeito delas chega a ser bastante profunda a ponto de garantir excelência operacional, graças ao aumento da qualidade da produtividade e da eficiência. Na estratégia defensiva, o papel dos níveis organizacionais é o seguinte: Nível institucional: o problema empresarial reside em como defender e garantir a fatia atual do mercado a fim de criar um conjunto estável de produtos e clientes e preservá-los dos concorrentes. Trata-se de defender o domínio que a empresa conseguiu estabelecer no ambiente de tarefa. A empresa concentra-se exclusivamente no seu mercado atual, ignorando Nível intermediário: Nível operacional: 2. Estratégia reativa: esta é uma estratégia que reage com atraso às ocorrências do ambiente, sendo despreparada e improvisada. A estratégia reativa é instável, ou seja, aplicável a curtos períodos e sem um envolvimento tão amplo capaz de integrar as atividades dos níveis institucional, intermediário e operacional como um todo. Esta é inadequada às demandas ambientais, pois os executivos de cúpula no nível institucional se apercebem com muito atraso da mudança e incerteza que ocorrem no meio ambiente em que sua empresa está inserida, tornando-se incapaz de articular uma resposta empresarial integrada, pronta e eficaz. O resultado é a tendência à adoção de estratégias que já dão mostras de envelhecimento, bem como adoção de estruturas organizacionais que já se cristalizaram, sobrevivendo aquelas estratégias que deram bons resultados no passado e em outras circunstâncias anteriores. A estratégia empresarial não deve ocorrer na base da inércia em relação às forças externas ou passividade em relação aos recursos e meios disponíveis. A empresa – por força das pressões ambientais que provocam influencias e modificações – não pode se deixar levar ao acaso pelos eventos exteriores e imprevistos. Ela precisa construir seu destino e imprimir nele sua marca. Por essa razão, a empresa que não é capaz de definir a si mesma de maneira clara e significativa, é uma empresa amorfa.