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The propose of this paper is to present a brieffing study and a methodology formulation for
new products development in the brazilian buildings construction, based on a specific
theory for this sector. The main factors are find out and studied to get better the product
performance (building) in market: planning, project, productive process and evaluation
after occupation. It's suggested - for new building development – a work team composition
with several areas professionals (engineering, administration, social sciences,...). This team
is very important to improve the product performance in order to reach consumer needs.
1 - INTRODUÇÃO
Numa economia mundial cada vez mais transnacionalizada, caracterizada pela
acirrada competição organizacional em um ambiente altamente competitivo e turbulento,
as empresas são levadas a definir suas estratégias como forma de orientar suas ações e
esforços para aumentar suas possibilidades de sobrevivência e desenvolvimento.
A contínua busca da eficácia fez emergir nas empresas a preocupação cada vez
maior com o desempenho dos seus produtos em relação ao mercado consumidor. É neste
cenário que as técnicas de desenvolvimento de produtos mais adequados as suas reais
finalidades têm sido objeto das atenções dos gerentes. Cabe ao monitoramento da
utilização do produto, durante o período de sua vida útil, fornecer subsídios para o
desenvolvimento das atividades estratégicas e de produção, visando ao aumento da
produtividade da empresa como um todo.
O processo de desenvolvimento do produto é algo presente em qualquer segmento
da atividade produtiva, e a construção civil de edifícios é um ramo onde praticamente cada
novo empreendimento é concebido como um novo produto. Portanto, é importante situar as
condicionantes do sucesso do lançamento de novos produtos no setor, para em seguida
examinar como se dão os processos de concepção, aprovação e detalhamento dos
empreendimentos imobiliários até a entrega e utilização da obra.
Os produtos industriais tradicionais são produzidos, geralmente, iguais e em
grandes séries. Já os edifícios são quase sempre produzidos em poucas unidades, possuem
um custo de produção elevado e pequenas variantes na sua formatação final, onde o
produto oferecido ao consumidor possui um grande rol de características funcionais e de
conforto que precisam integrar-se harmoniosamente. A pergunta central é: Como as
empresas construtoras bem sucedidas devem administrar estes processos de
desenvolvimento de novos produtos para garantir o seu sucesso?
Todas estas considerações incentivam a reflexão a respeito das principais
dificuldades encontradas pelas empresas de construção civil em produzir produtos de
forma eficiente e eficaz que possam ser utilizados como diferenciais competitivos no
mercado, garantindo a possibilidade de ganhos em relação a produtividade, aumento da
qualidade e atendimento às expectativas dos clientes.
2 – METODOLOGIA E OBJETIVO
Este artigo através de uma pesquisa exploratória sugere um estudo introdutório para
formulação de uma metodologia sistêmica de desenvolvimento de produtos na construção
de edifícios, onde são levados em consideração as características do setor e os principais
fatores condicionantes do sucesso mercadológico de seus produtos (edifícios).
3 - ESTRATÉGIA EMPRESARIAL
A consciência da importância de uma postura estratégica é fundamental para que as
empresas alcancem o sucesso esperado. As empresas que conseguem melhorar
continuamente seus produtos e/ou serviços, assim como, seus processos de produção,
agindo de forma rápida em direção a uma maior especialização, sofisticação e tecnologia,
estão mais propensas a diferenciar-se de seus concorrentes e, conseqüentemente,
alcançarem vantagens competitivas.
Autores como Hamel & Prahalad (1995) e Gaj (1987), afirmam que estratégias são
ações iniciadas hoje pela organização que poderão levar essa mesma organização a uma
situação mais cômoda no futuro. Neste sentido, Gaj (1987) acrescenta, ainda, que a
estratégia é uma postura adotada pela organização em direção a um processo de mudanças
necessárias, como forma de se administrar seus recursos limitados com maior eficiência e
eficácia.
Porter (1980) considera que a estratégia competitiva visa estabelecer uma posição
lucrativa e sustentável contra as forças que determinam a concorrência em um determinado
setor. Ela deve surgir de uma compreensão sofisticada das regras de concorrência, sendo
sua meta final a modificação destas regras em favor da empresa.
Ainda na visão deste autor, em qualquer indústria, seja ela produtora de bens ou
serviços, as regras da concorrência estão englobadas em cinco forças principais: a entrada
de novos concorrentes, a ameaça de substitutos, o poder de negociação dos fornecedores, o
poder de negociação dos compradores e a rivalidade entre os concorrentes existentes.
Assim, entende-se que ter poder de competitividade significa ser capaz de
minimizar as ameaças de empresas ingressantes no mercado, vencer a rivalidade imposta
por empresas concorrentes, ganhando e mantendo fatias de mercado, assim como, ser
capaz de reduzir o poder de barganha de fornecedores e consumidores.
Neste contexto, para a organização obter uma vantagem competitiva, Porter (1990)
estabelece três estratégias genéricas amplas, que são: liderança via custo, diferenciação e
enfoque.
1. Liderar via custos: Significa fazer produtos ou serviços com custos inferiores aos do
concorrente para poder competir em preço. Para isso, a empresa precisa cumprir com
algumas exigências: instalações em escala eficiente, controle de despesas gerais,
investimento de capital em equipamento atualizado para minimizar custos, entre outras;
2. Liderar via diferenciação: Significa que uma empresa procura se sobressair em relação
à concorrência diferenciando seus produtos ou serviços através de dimensões como:
qualidade, prazo, flexibilidade e confiabilidade. As estratégias de custo e diferenciação
buscam a vantagem competitiva em um limite mais amplo de mercado ou no âmbito de
toda a indústria.
3. O enfoque: Visa uma vantagem competitiva em um ambiente competitivo estreito dentro
de uma indústria. O enfocador seleciona um segmento ou um grupo de segmentos na
indústria e adapta sua estratégia para atendê-lo através da focalização nos custos e/ou na
diferenciação.
Neste cenário é preciso que a empresa faça uma escolha sobre o tipo de vantagem
competitiva que ela busca obter e sobre o escopo dentro do qual irá alcançá-la. Uma
vantagem competitiva pode ser alcançada quando uma organização emprega seus pontos
fortes e seus pontos fracos, tanto os existentes quanto os potenciais, a fim de alcançar seus
objetivos, sem deixar de considerar as oportunidades e as ameaças que o mercado a impõe.
Pires e Agostinho (1994) complementam esta visão afirmando que o uso efetivo
dos pontos fortes da produção, seja de bens ou serviços, vem sendo colocado como arma
competitiva para alcançar os objetivos da organização. Por sua vez, os objetivos a serem
atingidos por uma empresa só serão alcançados, após a definição de quais dimensões
competitivas a empresa deverá adotar, ou seja, onde as empresas deverão concentrar seus
esforços para diferenciar seus produtos ou serviços em relação aos seus concorrentes.
4 - PLANEJAMENTO NA CONSTRUÇÃO
A atividade de Planejamento e Controle dos fluxos produtivos tem sofrido
modificações conceituais ao longo do tempo que acompanham a evolução das negociações
comerciais. Com mercados consumidores mais exigentes e complexos, tornou-se
imperativa certa flexibilidade no planejamento e controle dos processos que tornasse
possível sua adequabilidade aos anseios dos clientes.
O principal objetivo do controle sobre o planejamento é a identificação e correção
de desvios nos objetivos parciais, durante a execução de cada etapa, para a manutenção das
características negociadas com os clientes. Tal controle procura verificar a performance
dessas etapas, adequando-as ao planejamento e, vez por outra, refazendo-as (Howell and
Ballard, 1996).
As etapas devem ser executadas através de metas bem definidas, oriundas da
análise da capacidade do fluxo produtivo, ou seja, função dos recursos disponíveis e das
necessidades do empreendimento. Em geral, pouca atenção é dada a análise estatística das
variações entre os recursos utilizados para execução das etapas e suas respectivas metas,
podendo gerar uma falsa impressão de estabilidade no fluxo produtivo ou sub-utilização
dos recursos disponíveis.
As variações positivas, ou seja, aquelas que geram ganhos em relação ao planejado,
dificilmente são retrabalhadas visando aproveitamento de recursos, sendo tratadas como
acontecimentos felizes. Ao contrário disso, as variações negativas são tratadas como não-
conformidades ao planejamento, onde se procura tomar ações que incentivem o emissor da
anomalia a corrigir sua performance, de forma que se mantenha a seqüência do fluxo sem
transtornos às etapas subseqüentes. Geralmente, o ônus da perda de recursos originado
pelos desvios negativos é imputado ao emissor da anomalia, gerando posturas reativas
entre os integrantes do empreendimento.
Basicamente, o modelo clássico de planejamento é visualizado e manuseado como
um processo de transformação de matérias-primas em produtos acabados, fazendo com que
o foco das ações gerenciais seja direcionado para o alcance das metas previamente
definidas. Essa visão de produto se sobrepõe à análise do fluxo produtivo, fazendo com
que eventos externos não esperados no planejamento original não possam ser absorvidos
pelo empreendimento. Esse fenômeno pode gerar a perda permanente de recursos, com
necessidade de replanejamento das etapas subseqüentes ou, na melhor das hipóteses, não
gerar ganhos ou economias na consecução global da obra. Utilizando o exemplo do fluxo
produtivo para obras executadas por instituições privadas, visando o mercado imobiliário,
verifica-se que qualquer evento indesejável ocorrido nas fases iniciais pode gerar atrasos
consideráveis nas fases vindouras, podendo comprometer a viabilidade do
empreendimento. Como exemplo, poderia-se citar um entrave burocrático na etapa
“Liberação do projeto nos Órgãos Competentes”, que gerasse várias exigências para a
autorização da obra. Tal entrave impactaria não só a etapa referenciada, mas a possível
reedição dos projetos de arquitetura e detalhamento, assim como as Especificações e
Memorial Descritivo. A variabilidade dessas etapas seria aumentada e a confiabilidade do
planejamento diminuída.
5 - PROJETO
O projeto vem sofrendo uma evolução conceitual significativa, que não só amplia o
seu escopo como reposiciona o seu papel no contexto do processo construtivo de
edificações. Nesse sentido, vários estudos e pesquisas têm sido realizados com intuito de
modificar o conteúdo da atividade de projeto, introduzindo uma filosofia baseada em
princípios de racionalização, construtibilidade e evolução tecnológica.
Segundo Leusin (1995), mudanças na metodologia de concepção do edifício podem
induzir fortes ganhos de produtividade, passando o projeto a incorporar o processo de
trabalho enquanto conhecimento técnico, o que exige uma nova estrutura organizacional.
A preocupação com o projeto tornou-se maior por ser ele considerado uma das
principais fontes de melhoria para o desempenho do produto edificação, por propiciar a
diminuição dos custos de produção, diminuição de ocorrência de falhas tanto no produto
quanto no processo e otimização das atividades de execução.
Barros (1991) ressalta a importância da tomada de decisões ainda na fase de
projeto. Para a autora, o projeto de qualquer subsistema do edifício permite a definição
adequada da produção ainda na fase de concepção do produto, facilitando e conduzindo a
tomada de decisões durante a etapa de execução, inclusive por pessoas não tão qualificadas
para isso.
Verifica-se, entretanto, uma freqüente dissociação entre a atividade de projeto e a
de construção, sendo que o projeto geralmente é entendido como simples instrumento
isolado, comprimindo-se o seu prazo e o seu custo, merecendo um mínimo de
aprofundamento e assumindo um conteúdo quase meramente legal, ao ponto de torná-lo
simplesmente indicativo e postergando-se grande parte das decisões para a etapa da obra
(Melhado e Violani, 1992).
Nesse sentido, é necessário que a etapa de projeto receba atenção especial e, a
exemplo de outras indústrias, seja dilatado o seu prazo de modo a incorporar neste
momento todas questões inerentes à fase de construção, minimizando improvisações em
obra e, assim, parte da incerteza na execução.
É neste contexto que o projeto deve ser encarado como informação, que segundo
Melhado (1994), pode ser de natureza tecnológica (indicações de detalhes construtivos,
locação de equipamentos, nesse caso o produto projeto é evidenciado) ou de cunho
puramente gerencial (servindo como suporte ao planejamento e programação da obra,
aparecendo o seu caráter processual).
As soluções adotadas na etapa de projeto têm amplas repercussões em todo o
processo da construção e na qualidade do produto final a ser entregue ao cliente. É na etapa
de projeto que acontece impotante parte da concepção e desenvolvimento do produto, que
devem ser baseados na identificação das necessidades dos clientes em termos de
desempenho, custos e das condições de exposição a que será submetido. A qualidade da
solução de projeto determinará a qualidade do produto e, conseqüentemente, condicionará
o nível de satisfação dos usuários finais (Souza, 1995).
Na construção, os projetos são geralmente desenvolvidos paralelamente pelos
diversos projetistas (arquitetura, estruturas e instalações) sendo reunidos somente na hora
da execução dos serviços (na obra). Este procedimento gera uma série de
incompatibilidades que comprometem a qualidade do produto e causam enormes perdas de
materiais e produtividade. É fundamental que exista uma coordenação de projetos, que os
compatibilize desde os estudos preliminares. Essa coordenação deve também realizar um
planejamento visando garantir o fornecimento das informações necessárias à obra, nos
momentos adequados, conforme andamento da mesma, bem como efetuar o controle da
qualidade (verificação do atendimento ao programa do produto e as normas) e o controle
das revisões.
9 - DESENVOLVIMENTO DO PRODUTO
As empresas devem planejar e projetar produtos, serviços e processos a fim de que
os sistemas de produção possam ser utilizados como armas competitivas na captação de
fatias do mercado. Cada vez mais a qualidade dos produtos e seu desempenho junto ao
consumidor são tratados como forças fundamentais e a inflexibilidade de produção e os
seus custos como fragilidades básicas em relação aos concorrentes. O desafio do futuro é
redesenhar processos de produção de forma que as potencialidades da qualidade do
produto sejam sempre mantidas e a flexibilidade e os custos da produção sejam
melhorados (Gaither e Greg, 2001).
A limitação do universo de análise e de pesquisa e a visão parcial do sistema
produtivo, quando do lançamento de novos produtos, têm sido o grande entrave para o
sucesso dessa atividade nas empresas brasileiras. Faz-se necessário uma mudança no
processo de concepção de novos produtos através da utilização de técnicas que evoluam
para um caráter multidisciplinar. Segundo Camargo Jr. e outros (2001), competências
tecnológicas podem ser desenvolvidas internamente através de investimentos em pessoas,
equipamentos, processos e projetos avançados. Mas a tecnologia também pode ser
adquirida fora da empresa através do patrocínio de pesquisas em universidades, joint-
ventures e compra de licença. Gerir fontes internas e externas de tecnologias não são
mutuamente excludentes. Aliás, a verdadeira dimensão da estratégia tecnológica é
justamente a gestão de tal mix de fontes de tecnologias.
Pressionados pelas políticas empresariais de qualidade total, os setores de
desenvolvimento de projetos das empresas, necessitam criar ferramentas e outros subsídios
para atender as necessidades mercadológicas, destacando-se neste caso a ferramenta para
desenvolvimento de produtos denominada "Funil de Desenvolvimento".
Este instrumento é comumente representado por uma estrutura gráfica (Figura 01) a
qual nos permite compreender o processo de desenvolvimento de produtos, que por sua vez
caracteriza-se por uma situação em que uma grande quantidade de informações são
processadas por uma organização, com o objetivo de convergir num produto.
Esta representação é descrita de forma minuciosa por Wheelwright and Clark
(1992), os quais apresentam a importância e o real significado da gestão do Funil de
Desenvolvimento, uma vez que assim permite-se gerar e revisar alternativas, observar a
seqüência de decisões críticas e avaliar a natureza da tomada de decisão. Para Baxter
(1998), o Funil de Desenvolvimento é considerado um Funil de Decisões, pois permite "...
visualizar as variações do risco e a incerteza, ao longo do processo de desenvolvimento do
novo produto".
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