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Centro Universitário do Distrito Federal – UDF

Coordenação do Curso de Engenharia Civil

Francival Gregório de Melo Júnior


Henrique Pires de Sene Caetano
Solange Cardoso da Costa

ANÁLISE DO USO DE BORRACHA DE PNEU COMO AGREGADO E SUA


INFLUÊNCIA NAS PROPRIEDADES FÍSICAS DO CONCRETO

Brasília
2019
Francival Gregório de Melo Júnior
Henrique Pires de Sene Caetano
Solange Cardoso da Costa

ANÁLISE DO USO DE BORRACHA DE PNEU COMO AGREGADO E SUA


INFLUÊNCIA NAS PROPRIEDADES FÍSICAS DO CONCRETO

Trabalho de Conclusão de Curso


apresentado à Coordenação de
Engenharia Civil do Centro Universitário do
Distrito Federal - UDF, como requisito
parcial para obtenção do grau de bacharel
em Engenharia Civil.
Orientador: Dr. Rafael G. A. Demuelenaere

Brasília
2019

ii
JÚNIOR, Francival Gregório de Melo; CAETANO, Henrique
Pires de Sene; COSTA, Solange Cardoso.

Título: ANÁLISE DO USO DE BORRACHA DE PNEU


COMO AGREGADO E SUA INFLUÊNCIA NAS
PROPRIEDADES FÍSICAS DO CONCRETO – Brasília, 2019.

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à


Coordenação de Engenharia Civil do Centro Universitário do
Distrito Federal - UDF, como requisito parcial para obtenção do
grau de bacharel em Engenharia Civil.
Orientador: Prof. Dr. Rafael G. de Almeida Demuelenaere

1. ANÁLISE DO USO DE BORRACHA DE PNEU COMO


AGREGADO E SUA INFLUÊNCIA NAS PROPRIEDADES
FÍSICAS DO CONCRETO
CDU

iii
Francival Gregório de Melo Júnior
Henrique Pires de Sene Caetano
Solange Cardoso da Costa

ANÁLISE DO USO DE BORRACHA DE PNEU COMO AGREGADO E SUA


INFLUÊNCIA NAS PROPRIEDADES FÍSICAS DO CONCRETO

Trabalho de Conclusão de Curso


apresentado à Coordenação de Engenharia
Civil do Centro Universitário do Distrito
Federal - UDF, como requisito parcial para
obtenção do grau de bacharel em Engenharia
Civil.
Orientador: Dr. Rafael G. A. Demuelenaere

Brasília - DF, 04 de dezembro de 2019.

Banca Examinadora

_________________________________________
Juliano Rodrigues da Silva
Pós Doutor em Engenharia Civil
Centro Universitário do Distrito Federal

__________________________________________
Rafael Gerard de Almeida Demuelenaere
Doutor em Geociências
Centro Universitário do Distrito Federal

___________________________________________
Sandro Pedrotti Acosta
Mestre em Engenharia Civil
Centro Universitário do Distrito Federal

Nota: 9,0
iv
Dedicamos às nossas famílias e aos
amigos pelo apoio na realização deste
trabalho.
.

v
AGRADECIMENTOS

Agradecemos, primeiramente, a Deus, por


mais uma conquista; ao nosso orientador,
pela dedicação e correções; e aos colegas
e professores pelo suporte em todas as
pesquisas.

vi
RESUMO

O uso de agregados de diferentes granulometrias no concreto visa melhorar a


coesão entre seus componentes (água, cimento, agregado miúdo e agregado
graúdo), garantindo sua homogeneidade e evitando a sua segregação no momento
do lançamento, quando no estado fresco. Quando no estado endurecido, a
adequada escolha da granulometria do agregado irá assegurar a resistência final
especificada em projeto, observadas as boas práticas de dosagem, transporte,
lançamento, adensamento, cura e controle tecnológico do concreto.
A proposta de se empregar resíduos de borracha de pneus no concreto de cimento
Portland, em substituição a um determinado volume de agregado graúdo, e sua
influência no desempenho e propriedades do mesmo são abordadas, analisadas e
comparadas com os de um concreto convencional, nos estados fresco e endurecido.
O embasamento é obtido de produções acadêmicas relacionadas e das normas
brasileiras da ABNT, pertinentes aos procedimentos e práticas adotados, de onde
foram obtidas todas as informações imprescindíveis e essenciais ao
desenvolvimento deste trabalho, sobretudo no que tange a realização dos ensaios
laboratoriais.
Os ensaios visam determinar condições que garantam o emprego de forma segura
do concreto estudado, analisando as propriedades de trabalhabilidade, de
resistência à compressão e de resistência à carbonatação. Também são avaliadas
as alterações na massa específica e no custo das dosagens, conforme se altera o
teor de borracha presente no concreto.
Como resultados, obtivemos concretos mais leves que o concreto convencional,
mas com reduzidas resistências à compressão, menor trabalhabilidade e menor
resistência à carbonatação. Quanto ao custo, para aquisição da borracha no
mercado local, o uso do concreto com resíduos de borracha de pneu é inviável,
situação que é revertida ao possuir um método próprio para extrair a borracha do
pneu.
Finalmente, abordamos possíveis aplicações para os concretos estudados e
trazemos conclusões acerca do estudo e dos ensaios realizados, expondo o que
uma escolha pode ofertar como vantagens e desvantagens.
Para futuros trabalhos, estudos e pesquisas relacionados ao tema, sugerimos a
substituição de agregados graúdos por resíduos de borracha de pneu entre 0% e
30%, pois as resistências do concreto à compressão ao final de 28 dias decrescem
à medida que se aumenta o teor de borracha, e as amostras ensaiadas com teores
acima de 25% apresentaram resistências (fck) muitíssimo baixas.

Palavras-chave: Concreto, cimento Portland, agregado graúdo, borracha de pneu.

vii
ABSTRACT

The use of aggregates of different granulometries in the concrete aims to improve


the cohesion between its components (water, cement, small aggregate and large
aggregate), guaranteeing its homogeneity and avoiding its segregation at the time of
launch, when in the fresh state. When in the hardened state, the proper choice of
aggregate granulometry will ensure the final resistance specified in project, observed
the good practices of dosing, transportation, launching, densification, curing and
technological control of concrete.
The proposal to apply tire rubber waste to concrete of Portland cement, replacing a
certain large aggregate volume, and its influence on performance and properties of
the concrete are addressed, analyzed and compared with those of a conventional
concrete, in the fresh and hardened states.
The basis is obtained from related academic productions and from the Brazilian
standards of ABNT, pertinent to the procedures and practices adopted, from which
all indispensable and essential information was obtained to the development of this
work, especially in relation to the accomplishment of the laboratory’s tests.
The tests aim to determine conditions that ensure the safe use of the studied
concrete., analyzing workability, compressive strength and carbonation resistance
properties. Changes in specific mass and dosage cost are also evaluated as the
rubber content of concrete changes.
As a result, we obtained lighter concrete than conventional concrete, but with
reduced compressive resistances, lower workability and lower carbonation
resistance. As for the cost, to purchase rubber in the local market, the use of concrete
with tire rubber waste is impracticable, a situation that is reversed by having its own
method for extracting rubber from the tire.
Finally, we cover possible applications for the studied concretes and bring
conclusions about the study and the performed tests, exposing what a choice can
offer as advantages and disadvantages.
For future work, studies and research related to the theme, we suggest replacing
large aggregates with tire rubber waste between 0% and 30%, because the
compressive resistances of concrete after 28 days decreases as the rubber content
increases, and the samples tested with contents above 25% presented very low
resistance (fck).

Key words: Concrete, Portland cement, large aggregate, tire rubber.

viii
LISTA DE EQUAÇÕES

Equação 4.1..................................................................................................................7

Equação 4.2..................................................................................................................9

Equação 4.3..................................................................................................................9

Equação 4.4................................................................................................................13

Equação 5.1................................................................................................................24

Equação 5.2................................................................................................................24

Equação 6.1................................................................................................................45

Equação 6.2................................................................................................................48

Equação 6.3................................................................................................................52

Equação 6.4................................................................................................................53

Equação 6.5................................................................................................................54

ix
LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 5.1 – Consumo adicional de água em função do teor de borracha..................17

Gráfico 6.1 – Abatimento de tronco de cone do concreto em função do teor de


borracha.....................................................................................................................37

Gráfico 6.2 – Resistência à compressão do concreto convencional............................39

Gráfico 6.3 – Resistência à compressão do concreto com 25% de teor de borracha...39

Gráfico 6.4 – Resistência à compressão do concreto com 50% de teor de borracha...40

Gráfico 6.5 – Resistência à compressão do concreto com 75% de teor de borracha...41

Gráfico 6.6 – Resistência à compressão do concreto com 100% de teor de borracha.41

Gráfico 6.7 – Resistência à compressão do concreto em função do teor de borracha.42

Gráfico 6.8 – Velocidade de avanço do oxigênio sobre a superfície do concreto,


conforme teor borracha de pneu.................................................................................44

Gráfico 6.9 – Massa específica do concreto em função do teor e borracha de pneu....46

Gráfico 6.10 – Custo por metro cúbico do concreto em função do percentual de


substituição de agregado graúdo por resíduos de borracha de pneu..........................51

x
LISTA DE IMAGENS

Imagem 4.1 – Tronco de cone para Slump Test, com dimensões em milímetros, sem
escala...........................................................................................................................6

Imagem 4.2 – Projeção do cone superior sobre o tronco de cone de ensaio.................7

Imagem 4.3 – Molde de corpo de prova cilíndrico..........................................................8

Imagem 4.4 – Equipamento de raspagem de pneus...................................................10

Imagem 4.5 – Equipamento de raspagem de pneus...................................................11

Imagem 4.6 – Resíduos de borracha após a raspagem de pneus...............................11

Imagem 5.1 – Aparatos para execução de Slump Test...............................................19

Imagem 5.2 – Corpos de prova do concreto convencional..........................................21

Imagem 5.3 – Prensa hidráulica Contenco N1500LC..................................................22

Imagem 5.4 – Discos dotados de neoprene................................................................22

Imagem 5.5 – Corpo de prova do concreto convencional com 7 dias de idade............23

Imagem 5.6 – Mostrador digital da prensa hidráulica..................................................23

Imagem 5.7 – Corpo de prova do concreto convencional, ruptura cisalhada...............25

Imagem 5.8 – Corpo de prova do concreto com 25% de teor de borracha de pneu,
ruptura cônica.............................................................................................................25

Imagem 5.9 – Corpo de prova do concreto com 50% de teor de borracha de pneu,
ruptura cônica.............................................................................................................26

Imagem 5.10 – Corpo de prova do concreto com 75% de teor de borracha de pneu,
ruptura cônica.............................................................................................................26

xi
Imagem 5.11 – Corpo de prova do concreto com 100% de teor de borracha de pneu,
ruptura cisalhada........................................................................................................27

Imagem 5.12 – Corpo de prova do concreto convencional submetido ao ensaio de


carbonatação..............................................................................................................29

Imagem 5.13 – Concreto convencional submetido ao ensaio de carbonatação com


fenolftaleína................................................................................................................30

Imagem 5.14 – Concreto com 25% de teor de borracha submetido ao ensaio de


carbonatação com fenolftaleína..................................................................................30

Imagem 5.15 – Concreto com 50% de teor de borracha submetido ao ensaio de


carbonatação com fenolftaleína..................................................................................30

Imagem 5.16 – Concreto com 75% de teor de borracha submetido ao ensaio de


carbonatação com fenolftaleína..................................................................................31

Imagem 5.17 – Concreto com 100% de teor de borracha submetido ao ensaio de


carbonatação com fenolftaleína..................................................................................31

Imagem 6.1 – Slump test do concreto convencional...................................................33

Imagem 6.2 – Slump test do concreto com 25% de teor de borracha..........................34

Imagem 6.3 – Slump test do concreto com 50% de teor de borracha..........................34

Imagem 6.4 – Slump test do concreto com 75% de teor de borracha..........................35

Imagem 6.5 – Slump test do concreto com 100% de teor de borracha, antes do colapso
da amostra..................................................................................................................35

Imagem 6.6 – Slump test do concreto com 100% de teor de borracha, após colapso
da amostra..................................................................................................................36

xii
LISTA DE TABELAS

Tabela 4.1 – Consumo de agregados graúdo e de borracha de pneu, em função da


quantidade substituída................................................................................................12

Tabela 5.1 – Cronograma: execução do traço e ensaio de compressão de CPs.........14

Tabela 5.2 – Cronograma: execução do ensaio de carbonatação...............................14

Tabela 5.3 – Consumo de insumos para dosagem do concreto convencional............15

Tabela 5.4 – Consumo de insumos para dosagem do concreto com 25% de teor de
borracha.....................................................................................................................15

Tabela 5.5 – Consumo de insumos para dosagem do concreto com 50% de teor de
borracha.....................................................................................................................16

Tabela 5.6 – Consumo de insumos para dosagem do concreto com 75% de teor de
borracha.....................................................................................................................16

Tabela 5.7 – Consumo de insumos para dosagem do concreto com 100% de teor de
borracha.....................................................................................................................17

Tabela 5.8 – Relação entre o percentual adicional de água e o teor de resíduos de


borracha de pneu........................................................................................................18

Tabela 6.1 – Resultado dos ensaios de abatimento de tronco de cone.......................36

Tabela 6.2 – Valores obtidos dos ensaios de compressão de corpos de prova


cilíndricos....................................................................................................................37

Tabela 6.3 – Resultado dos ensaios de compressão de corpos de prova cilíndricos...38

Tabela 6.4 – Relação entre o teor de resíduos de borracha de pneu e o percentual de


resistência à compressão do concreto convencional..................................................42

Tabela 6.5 – Avanço do oxigênio sobre a superfície dos corpos de prova...................43

xiii
Tabela 6.6 – Massa dos corpos de prova cilíndricos...................................................45

Tabela 6.7 – Massa específica das amostras de concreto..........................................45

Tabela 6.8 – Relação entre o teor de resíduos de borracha de pneu e o percentual de


massa específica do concreto convencional...............................................................47

Tabela 6.9 – Custo unitário dos insumos.....................................................................47

Tabela 6.10 – Custo unitário dos insumos...................................................................48

Tabela 6.11 – Custo unitário dos insumos para dosagem do concreto convencional..49

Tabela 6.12 – Custo unitário dos insumos para dosagem do concreto com 25% de teor
de borracha.................................................................................................................49

Tabela 6.13 – Custo unitário dos insumos para dosagem do concreto com 50% de teor
de borracha.................................................................................................................49

Tabela 6.14 – Custo unitário dos insumos para dosagem do concreto com 75% de teor
de borracha.................................................................................................................50

Tabela 6.15 – Custo unitário dos insumos para dosagem do concreto com 100% de
teor de borracha..........................................................................................................50

Tabela 6.16 – Custo de resíduos de borracha de pneu por m³ de concreto dosado.....51

Tabela 6.17 – Relação entre os custos de dosagem dos concretos com borracha de
pneu e do concreto convencional................................................................................52

Tabela 6.18 – Comparativo entre o custo calculado e o custo tabelado do concreto em


função do teor de borracha de pneu............................................................................53

xiv
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

ABREVIATURAS

Obs. Observação

SIGLAS

ABNT Associação Brasileira de Normas Técnicas

ANIP Associação Nacional das Indústrias Pneumáticas

CAESB Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal

CAA Classe de Agressividade Ambiental

CEF Caixa Econômica Federal

CONAMA Conselho Nacional do Meio Ambiente

cm centímetro

CP Corpo de Prova

g grama

kg quilograma

kg/m³ quilograma por metro cúbico

l litro

m³ metro cúbico

mm milímetro

MPa mega-Pascal

NBR Norma Brasileira

NM Norma Mercosul

R$ Reais

xv
R$/m³ Reais por metro cúbico

SINAPI Sistema Nacional de Pesquisa de Custos e Índices da Construção Civil

Tf tonelada-força

UNIUBE Universidade de Uberaba

xvi
SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO .......................................................................................................................................... 2

2. OBJETIVOS .............................................................................................................................................. 3

3. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ..................................................................................................................... 4

4. METODOLOGIA ....................................................................................................................................... 6
4.1. DETERMINAÇÃO DOS VOLUMES DE ENSAIO ................................................................... 6
4.2. ESCOLHA DA RESISTÊNCIA DO CONCRETO À COMPRESSÃO E TRAÇO ..................... 9
4.3. OBTENÇÃO DOS RESÍDUOS DE BORRACHA DE PNEU ................................................. 10
4.4. CONSUMO DE AGREGADOS GRAÚDO E DE BORRACHA DE PNEU ............................. 12
4.4.1 Massa específica do resíduo de borracha de pneu ................................................................... 12
5. EXECUÇÃO DO TRAÇO E ENSAIOS ................................................................................................... 14
5.1. ENSAIO DE ABATIMENTO DE TRONCO DE CONE .......................................................... 18
5.2. ENSAIO DE COMPRESSÃO DE CORPOS DE PROVA CILÍNDRICOS ............................. 20
5.3. ENSAIO DE CARBONATAÇÃO ........................................................................................... 28
6. RESULTADOS ........................................................................................................................................ 33
6.1. ABATIMENTO DO TRONCO DE CONE .............................................................................. 33
6.2. ENSAIO DE COMPRESSÃO DE CORPOS DE PROVA CILÍNDRICOS ............................. 37
6.3. ENSAIO DE CARBONATAÇÃO ........................................................................................... 43
6.4. MASSA ESPECÍFICA........................................................................................................... 44
6.5. CUSTOS............................................................................................................................... 47
7. POSSÍVEIS APLICAÇÕES ..................................................................................................................... 55

8. CONCLUSÕES ....................................................................................................................................... 56

9. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ....................................................................................................... 57

1
1. INTRODUÇÃO

O estudo de agregados no concreto, referente à sua origem, granulometria,


aplicação, entre outros, sempre esteve bastante presente no ambiente acadêmico, o que
possibilita a constante evolução da tecnologia de controle da qualidade do concreto que se
tem atualmente nos canteiros de obra.
De modo a contribuir com estudos existentes e na hipótese de se alcançar resultados
satisfatórios para o emprego de resíduos de borracha de pneu como agregado para o
concreto de cimento Portland, analisaremos o comparativo entre as propriedades físicas do
concreto nos estados fresco e endurecido, antes e depois da adição do referido agregado,
em substituição à respectiva quantidade utilizada de agregado graúdo.
O concreto a ser analisado tem resistência final prevista de 20 MPa, assim escolhido
por ser um concreto que, já esperando a diminuição na resistência à compressão, não
poderá ter destinação ao uso estrutural. Inicialmente, será dosado um volume de 0,019 m³
(19 litros) de concreto convencional simples. Esse concreto tem traço de 1:2:4:0,68, ou seja,
uma medida de cimento, duas medidas de agregado miúdo (areia fina lavada), quatro
medidas de agregado graúdo (brita zero) e sessenta e oito centésimos de medida de água.
Nele serão feitos ensaios de: abatimento de tronco de cone; compressão de corpos de
prova cilíndricos; e de carbonatação, com o uso de fenolftaleína 0,1%.
Posteriormente, serão dosados outros quatro volumes, mantendo o traço do
concreto convencional, porém substituindo o agregado graúdo por resíduos de borracha de
pneu em 25%, 50%, 75% e 100% de sua medida para cada um desses volumes, sendo
executados, em seguida, os mesmos ensaios. Esses percentuais foram escolhidos visando
obter uma precisão considerável ao determinar a evolução ou involução da trabalhabilidade,
resistência do concreto à compressão, resistência à carbonatação e custos, à medida que
se aumenta o teor de borracha de pneu.

2
2. OBJETIVOS

Este trabalho tem como objetivo geral a avaliação e a comparação das propriedades
físicas do concreto convencional e do concreto com agregado de borracha de pneu,
mediante realização de ensaios simultâneos.
Como objetivos específicos, buscamos:
• analisar e elucidar a influência dos resíduos de borracha de pneu na
trabalhabilidade, na resistência à compressão e na resistência à carbonatação do
concreto, através de ensaios laboratoriais normatizados;
• analisar e comparar a alteração na massa específica, em decorrência da
presença de borracha de pneu no concreto, por meio de medições de massa e
de volume das amostras;
• determinar a quantidade de resíduos de borracha de pneu usada em cada traço
dosado, em volume, através da massa específica da borracha empregada no
estudo;
• abordar possíveis aplicações práticas para o concreto com resíduos de borracha
de pneu, com base nos resultados obtidos;
• analisar e comparar a variação no custo de dosagem de cada amostra de
concreto, considerando o custo unitário dos insumos utilizados na execução dos
traços.

3
3. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

Considerada uma importante evolução da humanidade, a roda foi uma invenção tão
relevante quanto a descoberta do fogo. Através dela foi possibilitado à sociedade realizar
viagens mais rápidas e com maior capacidade de cargas. Muitos séculos depois, Charles
Goodyear descobriu de forma acidental um modo de vulcanização da borracha
(BOAVENTURA, 2011). Segundo a Associação Nacional das Indústrias Pneumáticas
(ANIP, 2007), o processo de vulcanização da borracha concedeu um marco para processo
de industrialização mundial. As rodas, antes do surgimento da borracha de Goodyear, eram
de madeira, cobertas por uma capa de material metálico. Após sua descoberta, foi possível
utilizar a borracha vulcanizada como revestimento (BOAVENTURA, 2011). Com isso surgiu
o pneu, o que gerou segurança nas frenagens e diminuição dos impactos das vias nos
veículos que nela trafegam. O surgimento da indústria de borracha no Brasil ocorreu com
a instalação do Plano Geral de Viação Nacional, tornando-se mais estável em 1936, com a
Companhia Brasileira de Artefatos de Borracha, que surgiu no Rio de Janeiro, fabricando
cerca de 29 mil pneus no seu primeiro ano de operação (ANIP, 2007).
Segundo a ANIP, são fabricados no Brasil cerca de 50 milhões de pneus novos
anualmente. Somado a essa situação, estima-se que apenas metade desses pneus são
consumidos em um ano. Segundo TRIGO et al. (2008), do total de pneus inservíveis
gerados no país, apenas 26,5% são descartados de forma ambientalmente correta e
regulamentada.
O destino de um pneu, não se encontrando mais em condições de rodagem, pode
ser a recapagem ou o descarte. Sendo um resíduo sólido, não sofre transformações físicas,
químicas ou biológicas, permanece inalterado por um longo período. Caso venha a se
tornar inservível, a legislação brasileira procura, desde agosto de 1981, através do
Conselho Nacional do Meio Ambiente, CONAMA, determinar o que se deveria fazer com
estes pneus, com punições pecuniárias a quem os descartar em locais indevidos.
Atualmente, a resolução nº 416 de 2009 procura observar as várias formas de descartes,
evitando o abandono em cursos d'água, terrenos baldios e lixões, determinando locais e
condições de descarte dos inservíveis.
Como uma forma de utilização sustentável para esse material, o emprego dos
grânulos em substituição à parte dos agregados surge como uma excelente maneira de,
segundo FIORITI et al. (2007), conseguir a “redução do grande volume de um resíduo que
causa problemas de saúde e degradação ambiental; otimização do prolongamento da vida

4
útil dos aterros sanitários; redução do consumo das fontes naturais de agregados utilizados
na produção de blocos de concreto”, por exemplo, e também diminuir a emissão de gases
tóxicos proveniente da queima de pneus.
Vanessa Rosa Pereira Fidelis, professora de Materiais e Tecnologia da Construção
Civil, na Universidade de Uberaba – UNIUBE, frisa que “O concreto produzido tem
aplicabilidade direcionada para pisos (ciclovias), por possuir menor resistência à
compressão e proporcionar redução de impacto para quem utiliza a via”, o que é reforçado
por MOREIRA et al. (2014), segundo quem a aplicação de concreto com a substituição de
agregado miúdo por borracha em 50%, 25% e 12,5% em uma ciclovia às margens do Rio
Uberabinha, em Uberlândia – MG foi possível através da adição de aditivos, agregados
diferentes e cimento, e que, após a conclusão da obra da ciclovia, foi obtido um resultado
satisfatório, pois não era exigida uma elevada resistência à compressão.

5
4. METODOLOGIA

Neste tópico é apresentada a metodologia adotada na dosagem do concreto e na


execução dos ensaios, momentos em que são seguidas à risca as recomendações e
orientações da Associação Brasileira de Normas Técnicas, para se obter a maior
confiabilidade e precisão possíveis nos resultados.

4.1. DETERMINAÇÃO DOS VOLUMES DE ENSAIO


Visando a excelência na dosagem do concreto e na realização dos ensaios, de modo
a haver o mínimo possível de desperdício de material, e, ainda, facilitar o descarte do
material excedente, determinamos o exato volume de concreto a ser ensaiado.
Esse volume foi calculado considerando um tronco de cone, para Slump Test, e oito
corpos de prova cilíndricos, destinados ao ensaio de compressão de corpos de prova e,
posteriormente, os CPs com 28 dias de idade, um dia após seus rompimentos, para
realização do ensaio de carbonatação com fenolftaleína 0,1%.
O tronco de cone destinado ao Slump Test, segundo a Norma Mercosul 67, de 1998,
da Associação Brasileira de Normas Técnicas, possui as dimensões de: 200 mm na base,
100 mm no topo e 300 mm de altura, conforme ilustra a Imagem 4.1, abaixo.

Imagem 4.1 – Tronco de cone para Slump Test, com dimensões


em milímetros, sem escala (fonte: ABNT NM 67, de 1998).

6
Como o tronco de cone homologado e normatizado nada mais é do que um cone
interceptado por um plano paralelo à sua base, para calcular seu volume é necessário
conhecer o volume do cone acima do referido plano.
Sendo a região hachurada na Imagem 4.2 o tronco de cone, é gerado, acima desta,
um cone de base igual a 100 mm.

Imagem 4.2 – Projeção de um cone superior sobre o tronco de cone de ensaio,


com dimensões em milímetros, sem escala (fonte: dos autores, 2019).

Desse modo, o volume do tronco de cone será a diferença dos volumes de um cone
com base de 200 mm e altura de 600 mm e de um cone com base de 100 mm e altura de
300 mm.
O volume de um cone é calculado pela Equação 4.1, onde r é o raio e h é a altura.

· ·ℎ
= [ ] (4.1)
3

Utilizando-se da expressão acima, e desenvolvendo-a conforme a particularidade da


figura geométrica mostrada anteriormente, e considerando:
• R como sendo o raio do tronco de cone, igual a 0,10 m;
• r como sendo o raio do cone superior, igual a 0,05 m;
• H como sendo a altura do tronco de cone e do cone superior, igual a 0,60 m;
• h como sendo a altura do cone superior, igual a 0,30 m, calcula-se o volume do

7
tronco de cone da seguinte maneira:

· · · ·ℎ
= −
3 3

· 0,1² · (0,3 + 0,3) · 0,05² · 0,3


= −
3 3

= · (2 · 10! − 0,25 · 10! )

= 1,75 · 10! ·

= 5,5 · 10! [ ]

O volume calculado do tronco de cone é de, aproximadamente, 5,5·10-3 m³.

Obs.: não foram consideradas as variações de 2 mm, para mais ou para menos, nas
dimensões do tronco de cone, para cálculo do seu volume.

O molde de corpos de prova cilíndricos a serem utilizados nos ensaios são


normatizados pela ABNT NBR 5738 – Concreto — Procedimento para moldagem e cura,
de 2015, e possuem 100 mm de diâmetro e 200 mm de altura (Imagem 4.3).

Imagem 4.3 – Molde de corpo de prova cilíndrico


(Em: <https://sites.google.com/site/naresifundacoesegeotecnias/106-fck-o-que-
aconteceu-que-nao-deu>, adaptado, sem escala, acesso em: 03 de abril de 2019).

8
O volume de um cilindro é calculado pela Equação 4.2, onde r é o raio e h é a altura.

#$# % = · ·ℎ[ ] (4.2)

No caso dos corpos de prova escolhidos para ensaio, r é igual a 0,05 m e h é igual
a 0,20 m.

&= · 0,05 · 0,20

& = 0,50 · 10! ·

& = 1,57 · 10! [ ]

O volume unitário do corpo de prova escolhido é de, aproximadamente, 1,57·10-3 m³,


e o ensaio a ser executado será em oito unidades.

Assim sendo, chega-se à Equação 4.3, que determina o volume de dosagem do


concreto a ser ensaiado.

'(# = +8· &[ ] (4.3)

'(# = 5,5 · 10! + 8 · (1,57 · 10! )

'(# = 18,07 · 10! [ ]

O volume total de dosagem para realização dos ensaios do concreto convencional e


do concreto com teor de borracha de pneu de 25%, 50%, 75% e 100% é de,
aproximadamente, 18,07·10-3 m³ ou, arredondado para o número inteiro acima e
convertendo a unidade, 19 litros.

4.2. ESCOLHA DA RESISTÊNCIA DO CONCRETO À COMPRESSÃO E TRAÇO


O concreto escolhido para realização dos ensaios tem resistência característica à
compressão de 20 MPa. Essa escolha é justificada pelo fato de que os resultados

9
esperados são que a resistência a compressão do concreto diminua, o que justifica a sua
inaplicabilidade como concreto estrutural, segundo os preceitos da ABNT NBR 6118 –
Projeto de estruturas de concreto – Procedimento, de 2014.
O traço do concreto convencional para a referida resistência é 1:2:4:0,68. Isso indica
que, para a dosagem de 1 m³ do referido concreto, deverão ser utilizados 1 m³ de cimento,
2 m³ de areia fina lavada, 3 m³ de brita zero e 0,68 m³ de água.
Alternativamente, é possível efetuar a dosagem pretendida em submúltiplos de
metro cúbico, ou mesmo em outras medidas, com a finalidade de otimizar a execução e
evitar desperdício de materiais. Para tanto deve-se aplicar a proporção do traço na medida
do recipiente desejado (balde, lata, padiola, etc.), utilizando o mesmo para todos os
componentes do concreto.

4.3. OBTENÇÃO DOS RESÍDUOS DE BORRACHA DE PNEU


O resíduo de borracha é obtido por meio de raspagem, que retira do pneu a capa já
considerada desgastada, para colocação de uma capa nova, por meio de um processo
industrializado.
A capa desgastada de um pneu 215/75R17.5, por exemplo, tem uma espessura de,
aproximadamente, 1,6 a 1,8 milímetros, suficientes para comprometer a segurança de um
veículo pesado trafegando em uma rodovia, sob chuva moderada.

Imagem 4.4 – Equipamento de raspagem de pneus


(Em: <http://www.boninpneus.com.br/recauchutagem.php>,
acesso em: 24 de abril de 2019).

A raspagem do pneu é feita de forma mecanizada (Imagem 4.4). O pneu é colocado

10
em um monotrilho e posto em rotação, ocasião em que é acoplado um motor dotado de
lâminas serrilhadas (Imagem 4.5), que gira em sentido oposto ao do pneu.

Imagem 4.5 – Equipamento de raspagem


de pneus (fonte: dos autores, 2019).

Os resultados obtidos desse processo são resíduos de borracha com dimensões de


cerca de 40 mm e de 20 mm, mostrados na Imagem 4.6, à esquerda e à direita,
respectivamente.

Imagem 4.6 – Resíduos de borracha após a raspagem


de pneus (fonte: dos autores, 2019).

11
Os resíduos de 20 mm passam pela malha de uma peneira de 3/8” (9,5 mm), e os
de 40 mm passam pela malha de uma peneira de 5/8” (16 mm).
A quantidade de borracha obtida após o processo de raspagem depende das
medidas do pneu e do seu desgaste. Para um pneu 215/75R17.5, no final de sua vida útil,
o rendimento é em torno de 1 kg por unidade.
A borracha de pneu utilizada neste estudo foi muito cordialmente fornecida pela
empresa BR Recapagem de Pneus Ltda, localizada na cidade de Luziânia – GO, como
contribuição para este estudo.

4.4. CONSUMO DE AGREGADOS GRAÚDO E DE BORRACHA DE PNEU


O resíduo escolhido para ser empregado neste trabalho possui dimensão
aproximada de 20 mm, o qual substituirá o agregado graúdo do concreto convencional em
25%, 50%, 75% e 100%.
Dado o traço de 1:2:4:0,68 do concreto convencional, e sendo 4 a medida de
agregado graúdo, em metros cúbicos ou em submúltiplos, o consumo de brita zero e de
resíduos de borracha de pneu em função do tipo de concreto é mostrado na Tabela 4.1.

Resíduos de
Tipo de concreto Brita zero
borracha de pneu
Convencional 4,00 0,00
25% 3,00 1,00
50% 2,00 2,00
75% 1,00 3,00
100% 0,00 4,00

Tabela 4.1 – Consumo de agregados graúdo e de borracha de pneu,


em função da quantidade substituída (fonte: dos autores, 2019).

4.4.1 Massa específica do resíduo de borracha de pneu


Para se calcular a massa específica do resíduo de borracha de pneu utilizado na
execução dos traços de concreto, foram realizadas medições de massa e de volume em
laboratório.
Foi utilizado um recipiente de dimensões iguais a 27,0 x 27,0 x 28,5 cm (largura x

12
comprimento x profundidade) para determinação da massa de agregado. A massa do
recipiente foi desprezada (através da função tara) e a pesagem foi feita em balança
devidamente aferida e calibrada pelo fabricante.
Por meio da Equação 4.4, adiante, obtemos a densidade do agregado escolhido,
cuja dimensão é de, aproximadamente, 20 mm.

+-.
*+, = [01/ ³] (4.4)
/+-.

Onde:
• γrb é a massa específica ou densidade do resíduo de borracha de pneu de menor
granulometria, em kg/m³;
• mres é a massa dos resíduos de borracha de pneu, obtida da balança de precisão,
igual a 8,4491 kg;
• Vres é o volume medido de resíduos, igual a 16,58475·10-3 m³.

Desenvolvendo a equação anterior, calculamos a densidade dos resíduos de


borracha de pneu, para a respectiva granulometria adotada.

8,4491
*+, =
16,58475 · 10!

*+, = 509,45

*+, = 510,00 [01/ ³]

Assim sendo, e arredondando o valor obtido para o número inteiro seguinte,


determinamos que a densidade ou massa específica do agregado de borracha de pneu é
de 510 kg/m³.

13
5. EXECUÇÃO DO TRAÇO E ENSAIOS

Com o traço 1:2:4:0,68 escolhido, foram dosados os volumes mencionados na seção


4.1, para os concretos convencional e com substituição de agregado graúdo por resíduos
de borracha de pneu em 25%, 50%, 75% e 100%.
Na data em que foram executados os traços, foram realizados os ensaios de
abatimento de tronco de cone, visando avaliar a trabalhabilidade do concreto, e foram
moldados 8 corpos de prova. Observadas as idades de 7, 14, 21 e 28 dias, foram feitos os
ensaios de compressão de corpos de prova, com a finalidade de avaliar a resistência à
compressão do concreto ensaiado. Um dia após o rompimento dos corpos de prova de 28
dias, executamos os ensaios de carbonatação com fenolftaleína 0,1%, com o intuito de
avaliar a resistência do concreto à carbonatação.
Os cronogramas seguidos para executar a dosagem do concreto e realizar os
respectivos ensaios são mostrados nas tabelas 5.1 e 5.2, a seguir.

Execução da Execução dos ensaios de


dosagem, compressão de corpos de
Tipo de Desmoldagem
Slump Test e prova cilíndricos
concreto dos CPs
moldagem Idade do concreto (dias)
dos CPs 7 14 21 28
Convencional 13/08 14/08 20/08 27/08 03/09 10/09
25% 27/08 28/08 03/09 10/09 17/09 24/09
50% 27/08 28/08 03/09 10/09 17/09 24/09
75% 04/09 05/09 11/09 18/09 25/09 02/10
100% 04/09 05/09 11/09 18/09 25/09 02/10

Tabela 5.1 – Cronograma: execução do traço e ensaio de compressão de CPs (fonte: dos autores, 2019).

Execução do ensaio de
Tipo de concreto
carbonatação
Convencional 11/09
25% 25/09
50% 25/09
75% 03/10

14
100% 03/10

Tabela 5.2 – Cronograma: execução do ensaio de


carbonatação (fonte: dos autores, 2019).

As dosagens dos concretos, conforme o teor de borracha de pneu, são mostradas


nas tabelas a seguir.
Seguindo o cronograma de ensaios, a primeira dosagem realizada foi do concreto
convencional, no dia 13 de agosto. O consumo dos insumos é apresentado na Tabela 5.3.

Insumo Consumo
Cimento CP-II-32 7,25 kg (2,34·10-3 m³)
Areia fina lavada 5,47·10-3 m³ (14,50 kg)
Brita zero 10,74·10-3 m³ (29,00 kg)
Água 4,93 l (4,93·10-3 m³)

Tabela 5.3 – Consumo de insumos para dosagem do


concreto convencional (fonte: dos autores, 2019).

No dia 27 de agosto foram dosados os concretos com substituição de agregado


graúdo por resíduos de borracha de pneu em 25% e em 50%.
Para o concreto com 25% de teor de borracha, foi necessário adicionar 0,530 litros
à mistura, o que representa um adicional de, aproximadamente, 11% da quantidade de
água do traço de concreto convencional.
O consumo de insumos para dosar o concreto com 25% de teor de borracha é
mostrado na Tabela 5.4, a seguir.

Insumo Consumo
Cimento CP-II-32 7,25 kg (2,34·10-3 m³)
Areia fina lavada 5,47·10-3 m³ (14,50 kg)
Brita zero 8,06·10-3 m³ (21,75 kg)
Resíduo de borracha de
2,69·10-3 m³ (1,37 kg)
pneu (25%)
Água 5,46 l (5,46·10-3 m³)

Tabela 5.4 – Consumo de insumos para dosagem do concreto


com 25% de teor de borracha (fonte: dos autores, 2019).

15
Para o concreto com 50% de teor de borracha, foi necessário adicionar 1,070 litros
à mistura, o que representa um adicional de, aproximadamente, 22% da quantidade de
água do traço de concreto convencional.
A Tabela 5.5 mostra o consumo de insumos para dosar o concreto com 50% de teor
de borracha.

Insumo Consumo
Cimento CP-II-32 7,25 kg (2,34·10-3 m³)
Areia fina lavada 5,47·10-3 m³ (14,50 kg)
Brita zero 5,37·10-3 m³ (14,50 kg)
Resíduo de borracha de
5,37·10-3 m³ (2,74 kg)
pneu (50%)
Água 6,00 l (6,00·10-3 m³)

Tabela 5.5 – Consumo de insumos para dosagem do concreto


com 50% de teor de borracha (fonte: dos autores, 2019).

No dia 04 de setembro foram dosados os concretos com 75% e com 100% de teor
de borracha de pneu.
Para o concreto com 75% de teor de borracha, foi necessário adicionar 2,140 litros
à mistura, o que representa um adicional de, aproximadamente, 43% da quantidade de
água do traço de concreto convencional.
O consumo de insumos para dosar o concreto com 75% de teor de borracha é
mostrado na Tabela 5.6, adiante.

Insumo Consumo
Cimento CP-II-32 7,25 kg (2,34·10-3 m³)
Areia fina lavada 5,47·10-3 m³ (14,50 kg)
Brita zero 2,69·10-3 m³ (7,25 kg)
Resíduo de borracha de
8,06·10-3 m³ (2,11 kg)
pneu (75%)
Água 7,07 l (7,07·10-3 m³)

Tabela 5.6 – Consumo de insumos para dosagem do concreto


com 75% de teor de borracha (fonte: dos autores, 2019).

16
Para o concreto com 100% de teor de borracha, foi necessário adicionar 3,740 litros
à mistura, o que representa um adicional de, aproximadamente, 76% da quantidade de
água do traço de concreto convencional.
A Tabela 5.7 mostra o consumo de insumos para dosar o concreto com 100% de
teor de borracha.

Insumo Consumo
Cimento CP-II-32 7,25 kg (2,34·10-3 m³)
Areia fina lavada 5,47·10-3 m³ (14,50 kg)
Resíduo de borracha de
10,74·10-3 m³ (5,48 kg)
pneu (100%)
Água 8,67 l (8,67·10-3 m³)

Tabela 5.7 – Consumo de insumos para dosagem do concreto


com 100% de teor de borracha (fonte: dos autores, 2019).

Considerados, os consumos adicionais de água para cada amostra de concreto, é


possível traçar um gráfico representativo em função do teor de borracha. O Gráfico 5.1, a
seguir, apresenta a curva da quantidade de água (em litros) utilizada para dosar os traços,
em função do teor de borracha de pneu.

Gráfico 5.1 – Consumo adicional de água em função do teor de borracha (fonte: dos autores, 2019).

A quantidade adicional de água necessária ao traço, em percentual, informação


retirada das tabelas de 5.3 a 5.7, é mostrada separadamente na Tabela 5.8, de onde pode-

17
se estabelecer uma relação aproximada entre esse adicional de água e o tipo de concreto.

Tipo de concreto Adicional de água (%)


Convencional 0%
25% 11%
50% 22%
75% 43%
100% 76%

Tabela 5.8 – Relação entre o percentual adicional de água e o teor


de resíduos de borracha de pneu (fonte: dos autores, 2019).

A substituição de agregado graúdo por resíduos de borracha de pneu, em todos os


traços dosados, ocasionou um aumento na quantidade de água à mistura, devido à
diminuição ocorrida na trabalhabilidade e na coesão entre os agregados.
É pertinente mencionar que, conforme elevamos o percentual de resíduos de
borracha de pneu em substituição ao agregado graúdo, ou seja, o teor de borracha, mais
atenção foi necessário dispensar ao concreto na betoneira. Isso acontece, pois, ao inserir
a raspa de borracha para ser misturada, há a tendência de ela se acumular e a se
concentrar no fundo do equipamento, o que poderia acarretar um traço defeituoso, com
caraterísticas diferentes daquelas buscadas no momento de dosagem.

5.1. ENSAIO DE ABATIMENTO DE TRONCO DE CONE


O ensaio de abatimento de tronco de cone, também comumente chamado de Slump
Test, é um procedimento que visa determinar a consistência e trabalhabilidade do concreto
em seu estado fresco.
Este ensaio, aplicado a todas as amostras de concreto dosadas, foi executado sobre
uma placa metálica plana com dimensões de 50 x 50 cm e espessura de 3 mm (Imagem
5.1, elemento 1). O molde cônico (Imagem 5.1, elemento 2), homologado pela NBR NM 67,
é feito de material metálico, sem costura, cujas medidas são as seguintes, nas quais são
aceitáveis variações de até 2 mm, para mais ou para menos: 200 mm de diâmetro na base,
100 mm de diâmetro no topo e 300 mm de altura. A haste utilizada para adensamento do
concreto ensaiado é feita de material metálico e possui seção reta, com diâmetro de 16 mm
e comprimento de 60 mm (Imagem 5.1, elemento 3). Para que não haja o derramamento

18
de concreto, é utilizado um funil metálico sobre a base superior do tronco de cone (Imagem
5.1, elemento 4).

Imagem 5.1 – Aparatos para execução de Slump Test


(Em: <https://www.solotest.com.br/novo/upload/foto/1086001.jpg>,
adaptado, sem escala, acesso em: 28 de maio de 2019).

Onde:
• 1 – Base em placa metálica plana, utilizada para apoio do molde;
• 2 – Tronco de cone metálico;
• 3 – Haste metálica, utilizada para adensamento do concreto sob ensaio;
• 4 – Funil, utilizado para facilitar a inserção de concreto no tronco de cone.

Regulamentado pela NBR NM 67, procedimento adotado para realização do ensaio


de abatimento de tronco de cone é sucintamente descrito a seguir.
Inicialmente, o molde é umedecido e posicionado sobre a placa plana, em local
igualmente plano. O operador, apoiando seus pés sobre os apoios laterais, preenche o
tronco de cone em três camadas. O preenchimento de cada camada ocupa

19
aproximadamente 1/3 da altura do molde e, antes de proceder ao preenchimento da
camada seguinte, são dados 25 golpes com a hasta de adensamento, de forma que, ao
adensar a primeira camada, a haste não toque a base metálica e, ao adensar as camadas
seguintes, a haste apenas penetre a camada anterior. Após preenchido todo o molde, o
tronco de cone é retirado em movimento vertical contínuo, sem que ocorram movimentos
de torção, num intervalo de 5 a 10 segundos.
Ainda, conforme preconiza a NBR NM 67, o ensaio teve duração inferior a cinco
minutos, desde a coleta da amostra até o completo desmolde. A operação de
preenchimento com concreto e completa retirada do tronco de cone ocorreu
ininterruptamente, dentro de dois minutos e meio.
Os resultados obtidos do ensaio de abatimento de tronco de cone são apresentados
no item 6.1.

5.2. ENSAIO DE COMPRESSÃO DE CORPOS DE PROVA CILÍNDRICOS


O ensaio de compressão de corpos de prova cilíndricos visa determinar a resistência
característica (fck) do concreto, nas idades de 7, 14, 21 e 28 dias. Com os dados obtidos,
é possível definir uma curva de resistência do concreto à compressão, em função do tempo.
Antes de serem preenchidos com concreto, é passado desmoldante nos corpos de
prova, de modo a facilitar suas desmoldagens.
O preenchimento é feito em duas camadas, e cada uma delas deve corresponder a,
aproximadamente, metade do volume total. Após o preenchimento da primeira camada, é
feito o adensamento do concreto, golpeando-o 12 vezes, com a mesma haste metálica
utilizada no ensaio de abatimento de tronco de cone, de modo que essa haste não atinja o
fundo do molde.
Ao preencher a segunda e última camada, repete-se nela o adensamento, tomando
cuidado para que a haste apenas penetre a primeira camada, similarmente ao
adensamento das camadas no ensaio de abatimento.
Após a moldagem finalizada, são dados leves golpes na face externa do molde, com
a finalidade de fechar possíveis vazios remanescentes, os moldes são deixados em
ambiente livre de intempéries e cobertos com material não absorvente, para que não haja
perda de água do concreto.
Para realização deste ensaio foram utilizados oito moldes cilíndricos (Imagem 5.2),
de 10 cm de diâmetro por 20 cm de altura, como mencionado anteriormente na seção 4.1.

20
Imagem 5.2 – Corpos de prova do concreto convencional (fonte: dos autores, 2019).

Passadas 24 horas da moldagem, os corpos de prova são desmoldados e postos


em cura saturada, submersos em um reservatório, até o momento do ensaio de
rompimento, em concordância com o item 8.2.3 da ABNT NBR 5738, de 2015. Ainda,
conforme o item 8.2.4 da referida norma, não pode haver a secagem das superfícies dos
corpos de prova até o momento de seus rompimentos.
Os procedimentos de moldagem, adensamento, desmoldagem e cura dos corpos de
prova, resumidamente descritos acima, seguiram rigorosamente as prescrições e
recomendações da ABNT NBR 5738, de 2015.
Para rompimento dos corpos de prova, foi utilizada uma prensa hidráulica manual da
marca Contenco, modelo N1500LC. O equipamento é dotado basicamente de uma
alavanca que transfere a força ao CP ensaiado e um mostrador digital que mostra essa
magnitude. Segundo a ABNT NBR 6156 – Máquina de ensaio de tração e compressão –
Verificação, de 1983, essa prensa hidráulica é classe II, por se tratar de um equipamento
destinado a ensaios em laboratório.
A Imagem 5.3, a seguir, exibe a prensa hidráulica utilizada no ensaio de rompimento
dos corpos de prova. Esse equipamento se encontra no laboratório de Hidráulica e
Materiais de Construção Civil, no subsolo do Edifício Reitor Rezende Ribeiro de Rezende,
Campus II do Centro Universitário do Distrito Federal – UDF, e, no momento dos ensaios,
se encontrava devidamente aferida e calibrada pelo fabricante.

21
Imagem 5.3 – Prensa hidráulica Contenco N1500LC
(fonte: dos autores, 2019).

Os corpos de prova são colocados na prensa hidráulica com dois discos metálicos
dotados de neoprene (Imagem 5.4) servindo de apoio para as superfícies superior e inferior.

Imagem 5.4 – Discos dotados de neoprene


(fonte: dos autores, 2019).

O neoprene nesses discos assegura que a aplicação de força seja igualmente


distribuída ao longo de toda a superfície circular dos corpos de prova. A acomodação e
imobilização dos CPs são controladas por meio de uma borboleta rosqueável, localizada

22
na parte superior da prensa hidráulica.
Após o corpo de prova ser firmemente preso, procedemos com a aplicação de força
nele, através da alavanca manual. Os movimentos são contínuos e uniformes, e de maneira
que a alavanca não atinja seus limites superior e inferior.

Imagem 5.5 – Corpo de prova do concreto convencional com


7 dias de idade (fonte: dos autores, 2019).

Conforme progride o ensaio, a alavanca se torna cada vez mais pesada e,


consequentemente, o corpo de prova fica mais próximo de seu rompimento.
Quando o corpo de prova é rompido, o valor da força necessária ao rompimento
(carga máxima de compressão), em tonelada-força, é armazenado no mostrador digital
(Imagem 5.6), e é mostrado quando o botão “pico máximo” é pressionado.

Imagem 5.6 – Mostrador digital da prensa hidráulica


(fonte: dos autores, 2019).

Para que se obtenha o valor da resistência a compressão, em MPa, da amostra de

23
concreto ensaiado, é necessário utilizar a da Equação 5.1, adiante.

98,1 · 7
6 0= (5.1)
· ²

Onde:
• fck é a resistência a compressão do concreto, em MPa (mega-Pascal);
• F é a carga máxima de compressão suportada pelo corpo de prova, em tonelada-
força, obtida do mostrador digital da prensa hidráulica;
• r é o raio do corpo de prova, em centímetros.

Considerando o corpo de prova utilizado, cujo diâmetro é igual a 10 cm, e


desenvolvendo a Equação 5.1, obtemos a resistência à compressão do concreto, em MPa,
em função apenas da carga máxima de compressão multiplicada por uma constante.

98,1 · 7
6 0=
· ²

98,1 · 7
6 0=
· 5²

6 0 = 1,249 · 7 (5.2)

Obs.: a Equação 5.2 acima apenas se aplica a este caso em particular, em que o
corpo de prova utilizado possui 10 cm de diâmetro.

As imagens adiante retratam os corpos de prova das amostras de concreto recém


rompidos, juntamente com a classificação do tipo de ruptura ocorrida, segundo o item 5.2.1
da ABNT NBR 5739 – Concreto – Ensaio de compressão de corpos-de-prova cilíndricos,
de 1994. As fotos aqui inseridas registram os rompimentos ocorridos no 28º dia de idade
dos concretos ensaiados, cujas datas constam no cronograma de ensaios, na Tabela 5.1.
A Imagem 5.7 traz o corpo de prova da amostra de concreto convencional rompida.
Nela percebemos que a ruptura é do tipo cisalhada, e predomina na parte inferior do CP.

24
Imagem 5.7 – Corpo de prova do concreto convencional,
ruptura cisalhada (fonte: dos autores, 2019).

Nos concretos com 25% e com 50% de teor de borracha de pneu ocorre a chamada
ruptura cônica, em que o concreto rompido parece ser esmagado pela carga. A
predominância da ruptura é no centro do corpo de prova, conforme se vê nas imagens 5.8
e 5.9.

Imagem 5.8 – Corpo de prova do concreto com 25% de teor de


borracha de pneu, ruptura cônica (fonte: dos autores, 2019).

25
Imagem 5.9 – Corpo de prova do concreto com 50% de teor de
borracha de pneu, ruptura cônica (fonte: dos autores, 2019).

No concreto com 75% de teor de borracha de pneu também ocorre a ruptura cônica,
porém essa predomina na parte superior do corpo de prova. O rompimento dessa amostra
é retratado na Imagem 5.10.

Imagem 5.10 – Corpo de prova do concreto com 75% de teor de


borracha de pneu, ruptura cônica (fonte: dos autores, 2019).

26
No concreto com 100% de teor de borracha, a ruptura observada é a do tipo
cisalhada.
Após finalizado o ensaio dessa última amostra, foi liberada a trava que transfere
carga da alavanca manual à sua superfície, em seguida, foi desrosqueada a borboleta, para
liberar a retirada do CP. Nesse momento, a amostra colapsou, seguindo a rachadura
causada pelo ensaio (Imagem 5.11). No corpo de prova mostrado abaixo, é possível notar
que a ruptura ocorre em seu centro, e de forma perfeitamente simétrica.

Imagem 5.11 – Corpo de prova do concreto com 100% de teor de


borracha de pneu, ruptura cisalhada (fonte: dos autores, 2019).

O ensaio de rompimento dos corpos de prova cilíndricos seguiu rigorosamente as


prescrições e orientações da ABNT NBR 5739, de 1994.
Durante a execução dos ensaios, foi possível perceber que as amostras de concreto
com 75% e com 100% de teor de borracha sofrem uma breve expansão lateral, quando
comprimidas. Isso acontece devido à capacidade de a borracha, nesse caso, absorver
impactos e cargas longitudinalmente, e de se deformar transversalmente.
Na seção 6.2 são mostrados os resultados dos ensaios de compressão de corpos
de prova. Nela é observado que o concreto convencional não atingiu a resistência de 20
MPa esperada para 28 dias, o que pode ter ocorrido por influência da qualidade
questionável do cimento, fato que não compromete os parâmetros de análise, uma vez que
foi utilizado o mesmo cimento para dosar os traços dos demais concretos ensaiados.

27
5.3. ENSAIO DE CARBONATAÇÃO
O processo de carbonatação é comum e bastante agressivo ao concreto, causando
sua deterioração e redução de sua durabilidade. O dióxido de carbono (CO2) presente no
ar penetra nos poros do concreto e reage com o hidróxido de cálcio, formando carbonato
de cálcio e água. Essa reação química diminui a alcalinidade do concreto.
O ensaio de carbonatação é bastante simples de se executar e é um bom indicador
de corrosão. Seu custo é relativamente baixo, é parcialmente destrutivo e demanda de
reparos após sua execução, quando feito em estruturas existentes, variando conforme a
qualidade do concreto e a sua exposição à fenolftaleína, medindo a profundidade da
carbonatação.
A solução de fenolftaleína (C20H14O4) utilizada no ensaio possui concentração de
0,1%, é preparada dissolvendo-se 0,1 grama de fenolftaleína em 100 ml de álcool etílico
(C2H5OH) a 95%. Para a exposição das amostras à solução, foi utilizado um recipiente
simples, tipo borrifador/pulverizador de líquidos.
O ensaio foi executado nos CPs rompidos aos 28 dias, um dia após o ensaio de
compressão de corpos de prova cilíndricos, ou seja, com 29 dias de idade. Após rompidos,
os corpos de prova foram armazenados em local seco e arejado até o momento do ensaio.
Após retirados de seus locais de armazenamento, os corpos de prova são, com o
auxílio de uma talhadeira, partidos no sentido transversal, de maneira paralela às suas
superfícies cilíndricas, diminuindo as irregularidades superficiais ocorridas no ensaio de
compressão.
Em seguida, é pulverizada a solução de fenolftaleína 0,1%, que, em contato com
uma superfície que ainda não sofreu as ações do oxigênio, confere uma coloração rosa.
Imediatamente depois de pulverizada a fenolftaleína, é iniciada a cronometragem,
objetivando medir o tempo que a fenolftaleína gasta para reagir com o oxigênio, enquanto
este avança pela superfície do corpo de prova.
À medida o oxigênio presente na atmosfera penetra no corpo de prova, a superfície
vai, gradativamente, perdendo a coloração rosa adquira, voltando à sua cor natural.
Abaixo, a Imagem 5.12 ilustra o estado do CP, após feitas as correções nas
irregularidades de sua superfície, bem como sua aparência, quando exposto à ação da
fenolftaleína 0,1%.

28
Imagem 5.12 – Corpo de prova do concreto convencional submetido
ao ensaio de carbonatação (fonte: dos autores, 2019).

As imagens seguintes mostram, de forma sucinta, o avanço do oxigênio sobre a


superfície dos corpos de prova, através da perda da coloração rosa que a fenolftaleína
confere temporariamente ao concreto.
A primeira amostra submetida à ação de fenolftaleína 0,1%, no dia 11 de setembro,
é a do concreto convencional. A duração do ensaio foi de 30 minutos e o avanço do oxigênio
sobre a superfície do corpo de prova foi de 10 mm, ilustrado pela Imagem 5.13.

Imagem 5.13 – Concreto convencional submetido ao ensaio de


carbonatação com fenolftaleína (fonte: dos autores, 2019).

29
No dia 25 de setembro, os concretos com teor de 25% e de 50% de borracha de
pneu foram ensaiados com a solução de fenolftaleína 0,1%. O avanço de oxigênio sobre a
superfície dos CPs foi, em média, de 7 mm e de 15 mm, respectivamente, para o concreto
com 25% e com 50% de resíduos de borracha de pneu em substituição ao agregado
graúdo, conforme mostram as imagens 5.14 e 5.15. O período de ensaio foi de 30 minutos

Imagem 5.14 – Concreto com 25% de teor de borracha submetido ao ensaio


de carbonatação com fenolftaleína (fonte: dos autores, 2019).

Imagem 5.15 – Concreto com 50% de teor de borracha submetido ao ensaio


de carbonatação com fenolftaleína (fonte: dos autores, 2019).

30
Os corpos de prova dos concretos com teor de borracha de pneu de 75% (Imagem
5.16) e de 100% (Imagem 5.17) foram ensaiados no dia 03 de outubro.

Imagem 5.16 – Concreto com 75% de teor de borracha submetido ao ensaio


de carbonatação com fenolftaleína (fonte: dos autores, 2019).

Imagem 5.17 – Concreto com 100% de teor de borracha submetido ao ensaio


de carbonatação com fenolftaleína (fonte: dos autores, 2019).

Na Imagem 5.16, vê-se o avanço do oxigênio sobre a superfície do concreto de 75%


de teor de borracha, cuja média constatada foi de 15 mm, também em 30 minutos de ensaio.

31
Durante a execução do ensaio, o concreto com 100% de teor de borracha não
mostrou avanço visível do oxigênio sobre a superfície do corpo de prova, sendo, pois,
inconclusivo para a amostra em questão. Neste caso, o CP ficou em observação durante
um período de uma hora, não mostrando qualquer alteração em sua coloração, antes e
depois de borrifada a solução de fenolftaleína.
Os resultados obtidos do ensaio de carbonatação com fenolftaleína 0,1%, segundo
a metodologia adotada, são apresentados no item 6.3.

32
6. RESULTADOS

Nesta seção são mostrados e comparados os resultados dos ensaios realizados no


concreto convencional e nos concretos com agregado graúdo substituído por resíduos de
borracha de pneu em 25%, 50%, 75% e 100%. Os comparativos são de ordem quantitativa
e qualitativa, e explicitam a alteração nas propriedades físicas do concreto, em função do
teor de borracha empregado.

6.1. ABATIMENTO DO TRONCO DE CONE


O abatimento das amostras de concreto apresenta diferença, conforme varia o
percentual de borracha substituindo o agregado graúdo.
As próximas imagens apresentam as medidas de abatimento obtidas dos Slump
Tests dos traços de concreto executados.
O primeiro traço dosado e ensaiado foi o de concreto convencional, que ocorreu no
dia 13 de agosto, e forneceu como resultado um abatimento de 50 milímetros, mostrado na
Imagem 6.1.

Imagem 6.1 – Slump test do concreto convencional (fonte: dos autores, 2019).

33
O segundo e o terceiro traço foram dosados e ensaiados no dia 27 de agosto. Os
concretos com substituição de agregado graúdo por resíduos de borracha de pneu em 25%
e em 50% resultaram em abatimentos de 20 e de 15 milímetros, respectivamente (imagens
6.2 e 6.3).

Imagem 6.2 – Slump test do concreto com 25% de teor de borracha (fonte: dos autores, 2019).

Imagem 6.3 – Slump test do concreto com 50% de teor de borracha (fonte: dos autores, 2019).

34
No dia 04 de setembro foram dosados e ensaiados o quarto e o quinto traço. Os
concretos com substituição de agregado graúdo por resíduos de borracha em 75% e em
100% forneceram como resultados abatimentos 20 e de 15 milímetros, respectivamente
(imagens 6.4 e 6.5).

Imagem 6.4 – Slump test do concreto com 75% de teor de borracha (fonte: dos autores, 2019).

Imagem 6.5 – Slump test do concreto com 100% de teor de borracha,


antes do colapso da amostra (fonte: dos autores, 2019).

35
O concreto com 100% de teor de borracha teve um abatimento irregular em relação
aos outros concretos ensaiados. O abatimento inicial, imediatamente após a retirada do
tronco de cone, foi de 15 mm. Entretanto, mesmo depois de alguns segundos, o concreto
ensaiado se manteve sujeito ao abatimento, e, após ter sido registrado fotograficamente
um slump de 20 mm (Imagem 6.5, acima), a amostra veio a colapsar (Imagem 6.6, abaixo).

Imagem 6.6 – Slump test do concreto com 100% de teor de borracha,


após colapso da amostra (fonte: dos autores, 2019).

Para fins acadêmicos, consideramos como sendo o resultado do ensaio deste


concreto o valor inicialmente obtido, de 15 mm, e o convencionamos como sendo o
abatimento inicial (ou slump inicial) da amostra de concreto em questão.
Na Tabela 6.1, a seguir, constam os resultados obtidos durante os Slump Tests
executados para as respectivas amostras de concreto.

Tipo de concreto Abatimento (mm)


Convencional 50
25% 20
50% 15
75% 20
100% 15 (inicial) / 300 (final)

Tabela 6.1 – Resultado dos ensaios de abatimento


de tronco de cone (fonte: dos autores, 2019).

36
A variação do abatimento do tronco de cone em função do teor de borracha de pneu
é traduzida para uma linguagem gráfica, mostrada no Gráfico 6.1.

Gráfico 6.1 – Abatimento de tronco de cone do concreto em


função do teor de borracha (fonte: dos autores, 2019).

Para o teor de 100% de borracha de pneu, temos dois valores de abatimento, o


primeiro de 15 mm e o último de 300 mm, definidos pelo abrupto colapso da amostra.

6.2. ENSAIO DE COMPRESSÃO DE CORPOS DE PROVA CILÍNDRICOS


O rompimento dos corpos de prova, já esperado, apresentou resultados diferentes
para cada uma das amostras ensaiadas. O aumento do teor de borracha de pneu influencia
diretamente na perda de resistência das amostras de concreto. Assim, pode-se estabelecer
uma relação direta entre esses dois fatores, para cada caso estudado neste trabalho.
Para cada uma das idades dos concretos submetidos ao ensaio de compressão,
foram rompidos dois corpos de prova. Como foram obtidos dois valores diferentes para uma
mesma idade, o resultado definitivo foi considerado como sendo a média entre eles.
A Tabela 6.2 apresenta os valores de carga máxima, em tonelada-força, suportada
pelos corpos de prova.

Idade
Tipo de
7 dias 14 dias 21 dias 28 dias

37
concreto 1º CP 2º CP 1º CP 2º CP 1º CP 2º CP 1º CP 2º CP
Convencional 6,83 6,12 5,81 5,76 7,87 7,54 9,25 7,97
25% 2,56 2,41 3,07 2,20 3,34 3,01 3,77 3,15
50% 1,00 0,88 1,19 0,89 1,30 1,20 1,23 0,76
75% 0,60 0,54 0,69 0,63 0,70 0,66 0,66 0,61
100% 0,30 0,28 0,33 0,24 0,41 0,40 0,31 0,38

Tabela 6.2 – Valores obtidos dos ensaios de compressão de


corpos de prova cilíndricos (fonte: dos autores, 2019).

São mostrados os resultados definitivos (F, em tonelada-força) dos rompimentos dos


corpos de prova e suas respectivas resistências (fck, em MPa) na Tabela 6.3, onde essa
última é retirada da Equação 5.2 (6 0 = 1,249 · 7), anteriormente demonstrada.

Idade

Tipo de 7 dias 14 dias 21 dias 28 dias

concreto F fck F fck F fck F fck


(tf) (MPa) (tf) (MPa) (tf) (MPa) (tf) (MPa)
Convencional 6,48 8,09 5,79 7,23 7,71 9,62 8,61 10,75
25% 2,49 3,10 2,64 3,29 3,18 3,97 3,46 4,32
50% 0,94 1,17 1,04 1,30 1,25 1,56 1,00 1,24
75% 0,57 0,71 0,66 0,82 0,68 0,85 0,64 0,79
100% 0,29 0,36 0,29 0,36 0,41 0,51 0,35 0,47

Tabela 6.3 – Resultado dos ensaios de compressão de


corpos de prova cilíndricos (fonte: dos autores, 2019).

Os resultados dos ensaios de compressão de corpos de prova cilíndricos mostrados


na Tabela 6.3, acima, são traduzidos para gráficos de curvas de resistência do concreto à
compressão, em função das idades de rompimento. Essa representação gráfica facilita a
análise da evolução ou involução da resistência do concreto, conforme se varia a
quantidade de agregado graúdo substituído por resíduos de borracha de pneu.
Os gráficos 6.2, 6.3, 6.4, 6.5 e 6.6 exibem a curva de resistência à compressão dos
concretos convencional, com 25%, 50%, 75% e 100% de teor de borracha, respetivamente.
No Gráfico 6.2, observamos que, apesar de ter havido uma queda aos 14 dias, a

38
resistência do concreto convencional tende a aumentar ao longo do período observado,
atingindo o valor máximo, de 10,75 MPa, ao final de 28 dias.

Gráfico 6.2 – Resistência à compressão do concreto


convencional (fonte: dos autores, 2019).

No Gráfico 6.3, adiante, torna-se perceptível a influência dos resíduos de borracha


na resistência do concreto. Na amostra com 25% de teor de borracha não houve queda na
resistência aos 14 dias, como ocorreu com o concreto convencional. A curva característica
também é progressiva, porém com menores variações em seus valores, e a resistência
máxima, de 4,32 MPa, é atingida também aos 28 dias.

Gráfico 6.3 – Resistência à compressão do concreto com


25% de teor de borracha (fonte: dos autores, 2019).

39
A curva característica de resistência do concreto com 50% de teor de borracha é
apresentada no Gráfico 6.4. O comportamento da resistência à compressão se mostra
progressivo até os 21 dias, em que a amostra atinge sua resistência máxima, de 1,56 MPa.
O rompimento do corpo de prova referente à idade de 28 dias aponta um decrescimento na
resistência, em relação à idade anterior (21 dias). A resistência final do concreto é de 1,24
MPa, cerca de 20% menor que a resistência máxima observada no 21º dia.

Gráfico 6.4 – Resistência à compressão do concreto com


50% de teor de borracha (fonte: dos autores, 2019).

De maneira similar ocorre com o concreto com 75% de teor de borracha, porém com
maior coeficiente angular na reta compreendida entre as idades de 7 e 14 dias e menor na
reta compreendida entre as idades de 14 e 21 dias.
Pelo Gráfico 6.5, verificamos que o concreto atinge a resistência máxima de 0,85
MPa aos 21 dias. Nessa amostra também ocorre perda na resistência ao longo dos 7
últimos dias do período analisado, em relação às idades anteriores (14 e 21 dias). A
resistência à compressão final desse concreto é de 0,79 MPa, o que representa,
aproximadamente, 93% da maior resistência observada no ensaio.

40
Gráfico 6.5 – Resistência à compressão do concreto com
75% de teor de borracha (fonte: dos autores, 2019).

O concreto com 100% de teor de borracha, no qual não há agregado graúdo, possui
em sua curva característica de resistência à compressão um comportamento particular,
descrito no Gráfico 6.6 a seguir.

Gráfico 6.6 – Resistência à compressão do concreto com


100% de teor de borracha (fonte: dos autores, 2019).

A curva, entre as idades de 7 e 14 dias, se mantém constante em 0,36 MPa. Entre


14 e 21 dias, há um crescimento na resistência, obtendo a máxima de 0,51 MPa. Após o
21º dia, há uma progressiva perda de resistência, a qual atinge, aos 28 dias, o valor de 0,47
MPa. A resistência final à compressão do concreto com 100% de teor de borracha

41
representa 92% da maior resistência observada no período.
É possível, ainda, obter um gráfico da resistência à compressão do concreto ao final
de 28 dias (fck), em função do percentual de resíduos de borracha de pneu que substituem
o agregado graúdo, considerando apenas as resistências na idade em questão, obtidas da
Tabela 6.3, ou dos gráficos 6.2 a 6.6.

Gráfico 6.7 – Resistência à compressão do concreto em


função do teor de borracha (fonte: dos autores, 2019).

Analisando o Gráfico 6.7, para esse caso em específico, podemos estabelecer uma
relação numérica estimada entre o teor de resíduos de borracha de pneu e o respectivo
percentual de resistência à compressão do concreto convencional, tomando-a como
referência, com base nos resultados obtidos empiricamente dos ensaios realizados. Essa
relação é mostrada na Tabela 6.4, abaixo.

% da resistência à
Tipo de concreto
compressão
Convencional 100%
25% 40%
50% 12%
75% 7%
100% 4%

Tabela 6.4 – Relação entre o teor de resíduos de borracha de pneu e o percentual


de resistência à compressão do concreto convencional (fonte: dos autores, 2019).

42
Dadas as análises aqui elencadas, conclui-se que, quanto maior o percentual de
substituição de agregado graúdo (brita zero, no caso) por resíduos de borracha de pneu,
menor será a resistência do concreto à compressão.

6.3. ENSAIO DE CARBONATAÇÃO


Os resultados obtidos do ensaio de carbonatação com fenolftaleína 0,1%, conforme
a metodologia adotada em sua execução, são destinados a avaliar o comprimento de
penetração do oxigênio e o tempo necessário para esse evento ocorrer em cada amostra
de concreto ensaiado.
O período em que as amostras permaneceram em ensaio foi de 30 minutos, exceto
a de 100% de teor de borracha, as quais ficaram em observação por 60 minutos. A análise
do avanço de oxigênio pela superfície do concreto é feita em milímetros por minuto
(mm/min).
Na Tabela 6.5, adiante, são mostrados os valores obtidos do ensaio de carbonatação
com fenolftaleína 0,1%.

Velocidade de
Avanço superficial Período de
Tipo de concreto avanço de
de oxigênio observação
oxigênio
Convencional 10 mm 30 minutos 0,33 mm/min
25% 7 mm 30 minutos 0,23 mm/min
50% 15 mm 30 minutos 0,50 mm/min
75% 15 mm 30 minutos 0,50 mm/min
100% Indefinido 60 minutos Indefinido

Tabela 6.5 – Avanço do oxigênio sobre a superfície dos corpos de prova (fonte: dos autores, 2019).

Dados os valores mostrados na tabela acima, obtemos o Gráfico 6.8, no qual se


representa a suscetibilidade do concreto à ação do oxigênio, aqui designada como sendo
a velocidade de avanço do oxigênio sobre a superfície do concreto sob ensaio.

Obs.: devido à inconclusão do ensaio do concreto com 100% de teor de borracha,


não há informação acerca dessa amostra inserida no gráfico.

43
Gráfico 6.8 – Velocidade de avanço do oxigênio sobre a superfície do
concreto, conforme teor borracha de pneu (fonte: dos autores, 2019).

Considerando as informações obtidas do ensaio de carbonatação, concluímos que,


quando substituímos o agregado graúdo por resíduos de borracha de pneu em 25%, o
oxigênio age na superfície do concreto mais lentamente, comparado ao concreto
convencional. Quando essa substituição é de 50%, a propagação do oxigênio é mais rápida,
mantendo-se constante até o teor de 75%.
De maneira resumida, pode-se concluir o concreto com 25% de teor de borracha de
pneu está menos sujeito à ação do oxigênio do que os demais, e que os concretos cujos
teores de borracha são de 50% e de 75% estão mais vulneráveis à ação do oxigênio. O
concreto com teor de 100% teve resultado inconclusivo em seu ensaio de carbonatação.

6.4. MASSA ESPECÍFICA


Invariavelmente, à medida que se aumenta o percentual de substituição de agregado
graúdo por resíduos de borracha de pneu, se diminui a massa específica do concreto em
questão, uma vez que a massa específica da borracha é consideravelmente menor (em
torno de 4/5) que a do agregado graúdo.
Como esta alteração nas amostras já era esperada, após desmoldados, cada um
dos corpos de prova foi pesado em balança aferida e calibrada, antes de serem postos em
cura saturada.
Similar ao ocorrido no ensaio de compressão, para cada idade de rompimento, foram
obtidos dois valores com singelas diferenças de massa. Assim sendo, a média entre esses

44
valores é a massa considerada como resultado da análise, sendo mostrada a seguir na
Tabela 6.6.

Tipo de concreto Massa (g)


Convencional 3691,20
25% 3173,60
50% 2702,80
75% 2376,50
100% 1907,20

Tabela 6.6 – Massa dos corpos de prova


cilíndricos (fonte: dos autores, 2019).

Sabendo-se que o volume aproximado dos corpos de prova é de 1,57·10-3 m³, e


utilizando as massas da Tabela 6.6, determina-se a densidade, ou massa específica, de
cada amostra de concreto, através da Equação 6.1 abaixo.

10! ·
*= [01/ ³] (6.1)
&

Onde:
• γ é a massa específica ou densidade da amostra em questão, em kg/m³;
• m é a massa do corpo de prova, obtida da balança de precisão, em g;
• Vcp é o volume do corpo de prova, igual a 1,57·10-3 m³.

Aplicada a Equação 6.1, obtém-se as massas específicas das amostras de concreto,


mostradas na Tabela 6.7, adiante.

Massa específica
Tipo de concreto
(kg/m³)
Convencional 2349,89
25% 2020,38
50% 1720,38
75% 1512,93

45
100% 1214,16

Tabela 6.7 – Massa específica das amostras


de concreto (fonte: dos autores, 2019).

Comparando as amostras ensaiadas por meio de um gráfico, obtemos uma curva


que descreve a massa específica do concreto, em função do percentual de agregado
graúdo substituído por resíduos de borracha de pneu. Essa curva é decrescente, devido à
diferença entre as massas específicas da borracha (510 kg/m³) e do agregado graúdo (2700
kg/m³).
A curva característica do Gráfico 6.9 descreve o comportamento da massa específica
dos concretos ensaiados, conforme se aumenta o teor de borracha de pneu no concreto.

Gráfico 6.9 – Massa específica do concreto em função do teor


e borracha de pneu (fonte: dos autores, 2019).

Baseando-se nas informações do gráfico, é possível concluir que, para os concretos


ensaiados, a curva da massa específica tem a tendência de se manter como uma reta cujo
coeficiente angular é negativo, com um singelo desvio entre teores de 50% e 100% de
borracha. Esse desvio ocorre devido à adição de mais água à mistura, o que confere maior
coesão aos agregados empregados nos concretos objetos do estudo deste trabalho.
Analogamente ao realizado na seção 6.2, também é possível estabelecer uma
relação numérica entre o teor de borracha de pneu e o respectivo percentual da massa
específica do concreto convencional, tomando-a como referência, com base nos resultados
obtidos empiricamente nas medições realizadas. A Tabela 6.8 mostra essa relação, que é

46
aproximada.

Tipo de concreto % da massa específica


Convencional 100%
25% 86%
50% 73%
75% 64%
100% 52%

Tabela 6.8 – Relação entre o teor de resíduos de borracha de pneu e o percentual


de massa específica do concreto convencional (fonte: dos autores, 2019).

Consideradas as análises acerca da massa específica do concreto aqui abordadas,


conclui-se que, quanto maior o percentual de troca de agregado graúdo (brita zero) por
resíduos de borracha de pneu, mais leve se torna o concreto, podendo chegar à quase
metade do peso de um concreto convencional.

6.5. CUSTOS
Adiante são analisados e comparados os custos para os concretos convencional e
com substituição de agregado graúdo por resíduos de borracha de pneu.
Os custos dos insumos mostrados na Tabela 6.9 são retirados dos relatórios de
preços de insumos do SINAPI – Sistema Nacional de Pesquisa de Custos e Índices da
Construção Civil, da Caixa Econômica Federal. O mês tomado como referência é setembro
de 2019, o mais atualizado disponível no sítio da CEF. Não há variações entre as planilhas
onerada e desonerada, no que diz respeito aos insumos em questão.

Insumo Código SINAPI Custo


Cimento Portland
01379 R$ 0,43 / kg
Composto CP-II-32
Areia fina lavada 003700 R$ 89,17 / m³
Brita zero 004720 R$ 106,40 / m³

Tabela 6.9 – Custo unitário dos insumos (fonte: SINAPI, adaptado).

A usina de recapagem de pneus que forneceu o material para este trabalho,

47
localizada no município de Luziânia – GO, vende o quilo dos resíduos de borracha por um
valor de R$ 0,33.
Aplicando a Equação 6.2, a seguir, é possível determinar o custo de borracha por
metro cúbico, considerando a massa específica igual a 510 kg/m³.

8(9$/;³) = 8(9$/<=) · *+, [ $/ ³] (6.2)

8(9$/;³) = 0,33 · 510

8(9$/;³) = $ 168,30 / ³

Na Tabela 6.10 são mostrados os custos de todos os insumos utilizados na dosagem


dos concretos ensaiados.

Insumo Fonte Custo


Cimento Portland
SINAPI R$ 0,43 / kg
Composto CP-II-32
Areia fina lavada SINAPI R$ 89,17 / m³
Brita zero SINAPI R$ 106,40 / m³
Água CAESB R$ 7,97 / m³
Raspa de borracha de BR Recapagem de
R$ 168,30 / m³
pneu Pneus

Tabela 6.10 – Custo unitário dos insumos (fonte: dos autores, 2019).

Obs.: o custo de R$ 7,97 por metro cúbico de água se refere à modalidade tarifária
do tipo industrial, onde o referido valor corresponde a uma faixa de consumo de 0 a 10 m³.
A base de dados utilizada é a tabela de tarifa da CAESB, com vigência de 01/06/2019 a
31/05/2020. Para outras possíveis destinações de uso, deve-se considerar as respectivas
modalidades tarifárias da CAESB.

Considerados os valores acima apontados, calculamos o custo para dosar um metro


cúbico de cada amostra de concreto ensaiado neste trabalho. Para o concreto
convencional, os valores são mostrados na Tabela 6.11, a seguir.

48
Insumo Quantidade Custo Unitário Custo Total
Cimento Portland
297,00 kg R$ 0,43 / kg R$ 127,71
CP-II-32
Areia fina lavada 0,420 m³ R$ 89,17 / m³ R$ 37,45
Brita zero 0,420 m³ R$ 106,40 / m³ R$ 44,69
Água 0,202 m³ R$ 7,97 / m³ R$ 1,61
Custo total R$ 211,46

Tabela 6.11 – Custo unitário dos insumos para dosagem do


concreto convencional (fonte: dos autores, 2019).

Para os concretos com 25%, 50%, 75% e 100% de teor de borracha de pneu, os
custos por metro cúbico são mostrados nas tabelas 6.12, 6.13, 6.14 e 6.15,
respectivamente.

Insumo Quantidade Custo Unitário Custo Total


Cimento Portland
297,00 kg R$ 0,43 / kg R$ 127,71
CP-II-32
Areia fina lavada 0,420 m³ R$ 89,17 / m³ R$ 37,45
Brita zero 0,315 m³ R$ 106,40 / m³ R$ 33,52
Água 0,224 m³ R$ 7,97 / m³ R$ 1,79
Raspa de borracha
0,105 m³ R$ 168,30 / m³ R$ 17,67
de pneu
Custo total R$ 218,14

Tabela 6.12 – Custo unitário dos insumos para dosagem do concreto com 25%
de teor de borracha (fonte: dos autores, 2019).

Insumo Quantidade Custo Unitário Custo Total


Cimento Portland
297,00 kg R$ 0,43 / kg R$ 127,71
CP-II-32
Areia fina lavada 0,420 m³ R$ 89,17 / m³ R$ 37,45
Brita zero 0,210 m³ R$ 106,40 / m³ R$ 22,34
Água 0,246 m³ R$ 7,97 / m³ R$ 1,96

49
Raspa de borracha
0,210 m³ R$ 168,30 / m³ R$ 35,34
de pneu
Custo total R$ 224,80

Tabela 6.13 – Custo unitário dos insumos para dosagem do concreto com 50%
de teor de borracha (fonte: dos autores, 2019).

Insumo Quantidade Custo Unitário Custo Total


Cimento Portland
297,00 kg R$ 0,43 / kg R$ 127,71
CP-II-32
Areia fina lavada 0,420 m³ R$ 89,17 / m³ R$ 37,45
Brita zero 0,105 m³ R$ 106,40 / m³ R$ 11,17
Água 0,290 m³ R$ 7,97 / m³ R$ 2,31
Raspa de borracha
0,315 m³ R$ 168,30 / m³ R$ 53,01
de pneu
Custo total R$ 231,65

Tabela 6.14 – Custo unitário dos insumos para dosagem do concreto com 75%
de teor de borracha (fonte: dos autores, 2019).

Insumo Quantidade Custo Unitário Custo Total


Cimento Portland
297,00 kg R$ 0,43 / kg R$ 127,71
CP-II-32
Areia fina lavada 0,420 m³ R$ 89,17 / m³ R$ 37,45
Água 0,355 m³ R$ 7,97 / m³ R$ 2,83
Raspa de borracha
0,420 m³ R$ 168,30 / m³ R$ 70,69
de pneu
Custo total R$ 238,68

Tabela 6.15 – Custo unitário dos insumos para dosagem do concreto com 100%
de teor de borracha (fonte: dos autores, 2019).

Para fins de análise sobre o custo de resíduos de borracha de pneu por metro cúbico
de concreto, de maneira isolada, e sua respectiva representatividade do custo total em cada
concreto dosado, é apresentada a Tabela 6.16, na qual vemos que, conforme se aumenta
o percentual de substituição de agregado graúdo por resíduos de borracha de pneu, maior

50
se torna a representatividade do custo total por m³ de concreto.

Teor de borracha de Custo do resíduo de Percentual do valor total


pneu borracha de pneu do traço
0% (Convencional) R$ 0,00 / m³ 0,00%
25% R$ 17,67 / m³ 8,10%
50% R$ 35,34 / m³ 15,72%
75% R$ 53,01 / m³ 22,88%
100% R$ 70,69 / m³ 29,62%

Tabela 6.16 – Custo de resíduos de borracha de pneu por m³


de concreto dosado (fonte: dos autores, 2019).

Dados os custos totais por metro cúbico de concreto, para cada uma das amostras
abordadas neste trabalho, podemos traçar o Gráfico 6.10, que representa o custo unitário
em função do teor de borracha de pneu.

Gráfico 6.10 – Custo por metro cúbico do concreto em função do percentual de substituição
de agregado graúdo por resíduos de borracha de pneu (fonte: dos autores, 2019).

Com os custos totais obtidos, considerando os insumos de cada traço, determinamos


uma relação entre os custos de dosagem dos concretos com resíduos de borracha de pneu
e do concreto convencional, tomando este último como referência. A Tabela 6.17, a seguir,
mostra essa relação, que é aproximada.

51
Tipo de concreto % do custo
Convencional 100%
25% 103%
50% 106%
75% 110%
100% 113%

Tabela 6.17 – Relação entre os custos de dosagem dos concretos com borracha
de pneu e do concreto convencional (fonte: dos autores, 2019).

Traçado o Gráfico 6.10 e, aplicando a equação da reta (Equação 6.3, abaixo),


podemos formular uma relação direta entre o custo e o teor borracha de pneu no respectivo
traço de concreto.

> − >?
= (6.3)
@ − @?

Onde:
• m é o coeficiente de inclinação da reta, adimensional;
• y é o custo de dosagem referente a um metro cúbico de concreto com 100% de
teor de borracha, igual a R$ 238,68
• yo é o custo de dosagem referente ao um metro cúbico de concreto convencional,
igual a R$ 211,46;
• x é igual a 100%;
• xo é igual a 0%.

Desenvolvendo a Equação 6.3, determinamos o coeficiente de inclinação da reta


mostrada no Gráfico 6.10.

238,68 − 211,46
=
100 − 0

= 0,2722

Com o coeficiente angular igual a 0,2722, e aplicando-o à equação da reta, de forma

52
a determinar os valores em um plano cartesiano, obtemos a equação da reta que
representa o custo por metro cúbico de concreto, em função do teor de borracha de pneu,
a qual resta demonstrada adiante.

> − >?
=
@ − @?

> − >? = · (@ − @? )

>= · (@ − @? ) + >?

Na equação da reta, utilizamos apenas os valores dos coeficientes m, xo e yo, e


chegamos à Equação 6.4.

> = 0,2722 · (@ − 0) + 211,46

> = 0,2722 · @ + 211,46 (6.4)

Aplicando o percentual de resíduos de borracha de pneu à equação, chegamos a


valores bastante próximos daqueles retirados das tabelas de 6.11 a 6.15 (aqui denominado
custo tabelado), mostrados na Tabela 6.18.

Teor de borracha de
Custo calculado (y) Custo tabelado
pneu (x)
0% (Convencional) R$ 211,46 R$ 211,46
25% R$ 218,26 R$ 218,14
50% R$ 225,07 R$ 224,80
75% R$ 231,87 R$ 231,65
100% R$ 238,68 R$ 238,68

Tabela 6.18 – Comparativo entre o custo calculado e o custo tabelado do concreto


em função do teor de borracha de pneu (fonte: dos autores, 2019).

Como há uma diferença de pequena significância entre o custo calculado e o custo


tabelado, podemos assumir que a fórmula que exprime o custo por metro cúbico, em função

53
do teor de borracha de pneu contido no concreto em questão, é a equação da reta.
Dessa maneira, podemos melhor a apresentação da Equação 6.4, renomeando x
por %teor e y por Cconc.

8A?BA = 0,2722 · %D-?+ + 211,46 [ $/ ³] (6.5)

Onde:
• Cconc é o custo de dosagem do concreto com teor de borracha de pneu (de 0% a
100%), em R$/m³;
• %teor é o respectivo teor de borracha de pneu, em percentual (%).

Assim, chegamos à Equação 6.5, que relaciona diretamente o custo por metro cúbico
com o teor de borracha de pneu contido no concreto avaliado.

54
7. POSSÍVEIS APLICAÇÕES

Segundo GIACOBBE (2008), “no campo da construção civil, a utilização de pneus


inservíveis tem demonstrado ser uma alternativa tecnológica interessante, permitindo
adequá-los como agregado na produção de concreto Portland”. As características do
concreto o transformam em um material apropriado, devido a sua versatilidade. Uma das
alternativas é agregar a borracha no concreto para utilizá-lo na pavimentação, pois,
segundo SUKONTASUKKUL E CHAIKAEW (2006) é possível "aprimorar diversas
propriedades do concreto convencional, tais como, resistência à fissuração não estrutural,
absorção do impacto de ondas, resistência a ácidos, além deste novo material apresentar
menor condutividade térmica e maior capacidade de isolamento acústico, que podem ser
obtidas com a incorporação de borracha no concreto”.
A aplicação desse tipo de concreto em pavimentações de ciclovias e pisos de
tráfegos leves é também viabilizada pela capacidade de absorção de impactos
característica da borracha, o que pode diminuir a incidência de fissuras advindas de
expansão volumétrica, devido à dilatação térmica do concreto.
Ainda, pelo motivo supramencionado, é possível utilizar o concreto com substituição
de agregado graúdo por resíduos de borracha de pneu em confecção de blocos de concreto
intertravados, os popularmente chamados de blokrets, muito utilizados em pavimentação
de calçadas, praças, áreas de lazer, pátios e estacionamentos.
Para aplicações estruturais, segundo FAZZAN et al. (2016), “o concreto com adição
de agregado de borracha se torna atrativo com maior adição de cimento e de aditivos
plastificantes, de modo a obter a resistência mínima necessária para desenvolver essa
função”. Do modo como foi desenvolvido este trabalho, o concreto com teor de borracha de
pneu não pode ser destinado a fins estruturais, devido aos baixos valores de resistência à
compressão alcançados.

55
8. CONCLUSÕES

Na intenção de oferecer relevante contribuição aos estudos já existentes e instigar


novos ainda porvir, realizando todas as abordagens que se fizeram necessárias ao
desenvolvimento desta produção acadêmica, concluímos que a utilização do concreto com
resíduos de borracha de pneu se torna viável a partir da análise de alguns fatores.
Analisando a resistência do concreto à carbonatação, verificamos que os concretos
com alto teor de borracha estão mais sujeitos à ação do oxigênio, o que restringe a sua
aplicação a atmosferas menos agressivas, ou seja, em locais cuja classe de agressividade
ambiental (CAA) seja fraca ou moderada (item 6.4.2 da ABNT NBR 6118, de 2014), onde
o risco de deterioração do concreto é menor.
Realizando uma análise técnica, relacionada ao lançamento do concreto, há uma
significativa diminuição na trabalhabilidade do concreto com teor de borracha, o que
influencia no espalhamento do concreto por uma superfície, por exemplo.
Do ponto de vista técnico, tem-se a opção de utilizar um concreto mais leve, em até
48%, que o convencional, levando em consideração que ele terá uma resistência reduzida,
o que pode limitar a sua aplicação na construção civil, podendo ser empregado em
pavimentações destinadas a tráfegos leves, como ciclovias, ciclofaixas, calçadas, praças,
áreas de lazer, pátios e estacionamentos. O emprego desse tipo de concreto pode, ainda,
se tornar viável graças à capacidade de absorção de impacto característica da borracha
nele contido.
Considerando uma abordagem financeira, o uso de um concreto com teor de
borracha é inviável quando não se dispõe de um meio próprio para raspagem do pneu, pois,
temos um custo crescente, diretamente proporcional ao teor de borracha (Gráfico 6.10 e
Equação 6.5).
Os consumos de resíduos de borracha de pneu variam de 0,105 m³ (53,55 kg) a 0,42
m³ (214,20 kg). Isso representa um custo a menos de R$ 17,67 a R$ 70,69 por metro cúbico
de concreto, caso se disponha de um método próprio para raspagem de pneus, o que,
nesse caso, viabiliza financeiramente o uso resíduos de borracha de pneu em substituição
ao agregado graúdo do concreto de cimento Portland.

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9. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ABNT, Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR 5738: Procedimento para


moldagem e cura de corpos de prova. Rio de Janeiro, 2015.

ABNT, Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR 5739: Ensaio de compressão de


corpos de prova cilíndricos. Rio de Janeiro, 2007.

ABNT, Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR 6118: Projeto de estruturas de


concreto - Procedimento. Rio de Janeiro, 2014.

ABNT, Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR 6156: Máquina de ensaio de tração
e compressão - Verificação. Rio de Janeiro, 1983.

ABNT, Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR 7211: Agregados para concreto -
Especificação. Rio de Janeiro, 2005.

ABNT, Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR 12655: Concreto de cimento


Portland - Preparo, controle, recebimento e aceitação – Procedimento. Rio de Janeiro,
2015.

ABNT, Associação Brasileira de Normas Técnicas. NM 67: Concreto – Determinação da


consistência pelo abatimento do tronco de cone. Rio de Janeiro, 2015.

Associação Nacional das Indústrias Pneumáticas – ANIP. São Paulo, 2007.

BOAVENTURA, Márcio Carneiro. Avaliação da Resistência à Compressão de


Concretos Produzidos com Resíduos de Pneus. 2011.

COMO DEVEMOS PROCEDER SE, APÓS 28 DIAS, OS ENSAIOS DE RESISTÊNCIA DO


CONCRETO ESTRUTURAL DE UMA OBRA DE CONTENÇÃO FICAM ABAIXO DO
VALOR DEFINIDO NO PROJETO ESTRUTURAL E GEOTÉCNICO?. Disponível em:
<https://sites.google.com/site/naresifundacoesegeotecnias/106-fck-o-que-Aaconteceu-
que-nao-deu>. Acesso em: 03 de abril de 2019.

57
ETAPAS DO PROCESSO DE RECAUCHUTAGEM. Disponível em:
<http://www.boninpneus.com.br/recauchutagem.php>. Acesso em: 24 de abril de 2019.

FAZZAN, João Victor; PEREIRA, Adriana Maria; AKASAKI, Jorge Luís. Estudo da
viabilidade de utilização do Resíduo de Borracha de Pneu em Concreto Estruturais.
Periódico Eletrônico – Fórum Ambiental do Alta Paulista. 2016.

FIORITI, Cesar Fabiano; INO, Akemi; AKASAKI, Jorge Luís. Avaliação de blocos de
concreto para pavimentação intertravada com adição de resíduos de borracha
provenientes da recauchutagem de pneus. Associação Nacional de tecnologia do
Ambiente Construído. 2007.

GIACOBBE, Silvia. Estudo do comportamento físico-mecânico do concreto de


cimento Portland com adição de borracha de pneus. 2008. 106 f. Dissertação (Mestrado
em Engenharia Civil e Urbana), Escola Politécnica da Universidade de São Paulo, São
Paulo, 2008.

MOREIRA, José Franklin; FIDELIS, Vanessa Pereira Rosa; DIAS, João Fernando.
Concreto com borracha de pneus aplicado em ciclovia. Universidade Federal de
Uberlândia – Faculdade de Engenharia Civil. 2014.

PNEU INSERVÍVEL VIABILIZA CONCRETO SUSTENTÁVEL. Disponível em:


<https://www.cimentoitambe.com.br/pneu-inservivel-viabiliza-concreto-sustentavel/>.
Acesso em: 24 de abril de 2019.

SILVA, Valdirene Maria. Ação da carbonatação em vigas de concreto armado em


serviço, construídas em escala natural e reduzida. 2007. Tese (Doutorado em
Engenharia de Estruturas), Escola de Engenharia de São Carlos, Universidade de São
Paulo, São Paulo, 2007.

SUKONTASUKKUL, P.; CHAIKAEW, C.. Properties of concrete pedestrian block mixed


with crumb rubber. Construcction and Building Materials, n. 20, p. 450-457. King
Mongkut’s Institute of Technology-North Bangkok, 2006.

58
SISTEMA NACIONAL DE PESQUISA DE CUSTOS E ÍNDICES DA CONSTRUÇÃO CIVIL
– SINAPI. Disponível em: <http://www.caixa.gov.br/poder-publico/apoio-poder-
publico/sinapi/Paginas/default.aspx>. Acesso em: 20 de setembro de 2019.

SLUMP TEST – CONJUNTO COMPLETO, C/ HASTE. Disponível em:


<https://www.solotest.com.br/novo/produtos/slump-test---conjunto-completo-c--haste-
/1.086.001>. Acesso em: 28 de maio de 2019.

TRIGO, Ana Paula Moreno; AKASAKI, Jorge Luís; MELGES, José Luiz Pinheiro;
CAMACHO, Jefferson Sidney. Avaliação do comportamento estrutural de protótipos de
lajes pré-moldada com concreto com resíduo de pneu. Revista Ambiente Construído,
Volume 8, Número 4, pag. 37-50. Associação Nacional de Tecnologia do Ambiente
Construído, Porto Alegre, 2008.

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