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CENTRO DE TECNOLOGIA
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA CIVIL
NATAL-RN
2020
Tarsis Anaximenes Claudino Gomes
Natal-RN
2020
Universidade Federal do Rio Grande do Norte - UFRN
Sistema de Bibliotecas - SISBI
Catalogação de Publicação na Fonte. UFRN - Biblioteca Central Zila Mamede
___________________________________________________
Prof. Dr. Fagner Alexandre Nunes de França – Orientador
___________________________________________________
Prof. Dr. Osvaldo de Freitas Neto - Examinador interno
___________________________________________________
Prof. Me. Marcio Avelino de Medeiros – Examinador externo
Natal-RN
2020
RESUMO
ABSTRACT
Geosynthetics have several applications in civil engineering works. In paving, their use has
been used since the 1970s to restore stretches of asphalt pavements and has been growing in
recent years due to the savings that these materials add into the different construction stages of
paving. The durability of geosynthetics can be defined as the ability of materials to maintain
certain properties throughout their service life. The geosynthetics used in road works, are
commonly impregnated with asphalt, subjected to high temperatures, may undergo changes in
their polymeric structure, compromising their usage behavior. This article is a review of cases
of thermal degradation of geosynthetics in paving, in order to provide a collection of support
for future scientific researches, reporting tests and performance of these materials applied at
high temperatures. Data collection was done at the portal CAPES/MEC of the Brazilian
government until the period 2020 and the results show that geocomposite is the most commonly
used geosynthetic for damage assessment, as it is the most used material in reinforcements and
solution for the reflection of cracks in the pavement. In addition, information was also obtained
about the geosynthetics used in paving works. Thus, it is possible to deduce which geosynthetics
to be used in pavement, according to their function and which is capable of withstanding
degrading agents, during their design life.
1 INTRODUÇÃO 1
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
2.1 Pavimentação
camadas, isso exige um maior número de camadas no intuito de proteger o subleito estradal
(Figura 2) (Santos, 2009 e CNT, 2019).
2.2 Geossintéticos
(PET), polietileno (PE), polietileno expandido (EPS), polietileno de alta densidade (PEAD) e o
polipropileno (PP) (LOTTI e BUENO, 2015). Além desses ainda podem ser encontrados os
geossintéticos fabricados com fibra de vidro (GF) e o álcool polivinílico (PVA), entre outros.
As possibilidades de aplicação de materiais geossintéticos em pavimentação são
diversas e os geossintéticos geralmente utilizados são as geogrelhas, os geotêxtis ou
geocompostos.
O geotêxtil é um objeto têxtil bidimensional permeável, formado por fibras cortadas,
filamentos contínuos, monofilamentos, laminetes, constituindo uma estrutura tecida, não-tecido
ou tricotada, no qual suas propriedades mecânicas e hidráulicas possibilitam desempenho em
várias funções em uma obra geotécnica (NBR ISO 10318-1, 2018).
A durabilidade dos geossintéticos pode ser definida como a capacidade que os materiais
possuem de manter determinadas propriedades ao longo do tempo. E durante o tempo de
serviço, esses insumos podem estar sujeitos à ação de diversos agentes de degradação, podendo
eles serem agentes físicos (radiação, temperatura), químicos (água, ácidos, poluentes
atmosféricos) e biológicos (Carneiro, 2009).
Os geossintéticos adotados como solução no tratamento de reflexão de trincas estão
submetidos a efeitos que podem comprometer o desempenho do reforço e, ao mesmo tempo,
do composto (mistura asfáltica reforçada) durante o processo construtivo do recapeamento. O
primeiro fator de degradação são o processo de instalação, espalhamento e compactação da
mistura asfáltica. O segundo fator de degradação é a temperatura da mistura asfáltica, que no
caso de misturas usinadas à quente devem manter uma temperatura estabelecida para garantir
uma viscosidade do cimento asfáltico, que permita efetuar o processo de compactação. Essa
temperatura encontra-se normalmente entre 100°C e 165°C (Ante, 2016).
12
Segundo Carneiro (2009), a ação da temperatura pode provocar danos nos geossintéticos
de diversas maneiras: acelerando os mecanismos de degradação dos polímeros, causando a
dissociação das ligações químicas ao longo da cadeia polimérica, promovendo a formação de
radicais livres (que ao contato com o oxigénio, iniciam a oxidação dos polímeros) ou originando
a dilatação ou contração térmica dos materiais.
Ainda sobre danos nos geossintéticos aplicados em revestimentos asfálticos, tem-se os
trabalhos de Azevedo (2019) e Moreira (2016) em que avaliaram respectivamente os danos de
instalação em geossintéticos aplicados em revestimentos flexíveis com CBUQ, e os danos
mecânicos de geossintéticos empregados em recapeamentos asfálticos durante o processo
construtivo.
3 MATERIAS E MÉTODOS
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO
2 2
Número de Casos
12
Especial PET+GF
2
10 2
PP+PET PP+PVA
Números de Casos
8 2
1 PP+GF GF
6
3
2
4
1 PVA PET
2
2 4
3 1
1 PP
0
Geogrelha Geotêxtil Geocomposto
Fonte: Autor (2020).
2 2 2 2 2
Número de Geossintéticos
1 1 1 1
Tabela 2 – Resumo das pesquisas realizadas sobre degradação térmica de geossintéticos na pavimentação.
(continua)
GEOSSINTÉTICO POLÍMERO REFERÊNCIA LOCALIZAÇÃO CONCLUSÃO
Obando-Ante, Após tratamento térmico as amostras apresentaram em média uma redução
PET Palmeira e Sales Brasília, Brasil de rigidez secante de 36% e um aumento na deformação de ruptura 140% e
(2016) 95% paras as amostras sem e com recobrimento asfáltico.
Após o tratamento térmico as amostras sem recobrimento asfáltico tiveram
Obando-Ante, queda da rigidez secante de 41%, queda na resistência à tração de 50% e
GF Palmeira e Sales Brasília, Brasil aumento na deformação de ruptura de 43% e as com o recobrimento
(2016) apresentou aumento na rigidez secante de 6%, redução da resistência à tração
de 12,5% e diminuição de 13,5% na deformação de ruptura.
GEOGRELHA GF carbono Norambuena-C. e Após análise TGA, verificou que o geocomposto apresenta temperatura de
coberto por Gonzales-T. Concepción, Chile deterioração (240°C) acima da temperatura de instalação (em torno de
betume (2015) 150°C), mas inferior a temperatura fornecida pelo fabricante (400°C).
Norambuena- Apresentaram uma variação percentual média da sua área de 8% a 9% a uma
PET Contreras et al. Santander, Espanha temperatura de 135°C e de 22% a 34% a uma temperatura de 165°C; Não
(2009) houve perda total ou parcial das propriedades do material uma vez que no
teste não foi ultrapassado a temperatura de fusão (Tm) dessas geogrelhas
Norambuena- (entre 240°C e 260°C), fazendo com que os polímeros constituintes não
PET Contreras et al. Santander, Espanha apresentassem movimentos excessivos, esse comportamento propiciou que
(2009) material não chegasse num comportamento líquido.
Norambuena-C. e Após análise TGA, verificou que o geotêxtil apresenta uma temperatura de
PP Gonzales-T. Concepción, Chile deterioração (340°C) bem acima da temperatura de instalação (em torno de
(2015) 150°C) e superior a temperatura fornecida pelo fabricante (165°C).
GEOTÊXTIL NÃO Após análise TGA, verificou que o geotêxtil apresenta uma temperatura de
TECIDO (GTN) Norambuena-C. e deterioração (170°C) bem próxima da temperatura de instalação (150°C),
PP+GF Gonzales-T. Concepción, Chile mas possui componente resistente abaixo da temperatura de instalação (GF
(2015) em torno de 40 °C), resultando em uma redução de suas propriedades
mecânicas.
Fonte: Autor (2020).
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Tabela 2 – Resumo das pesquisas realizadas sobre degradação térmica de geossintéticos na pavimentação.
(continua)
GEOSSINTÉTICO POLÍMERO REFERÊNCIA LOCALIZAÇÃO CONCLUSÃO
Norambuena-C. e Após análise TGA, verificou que o geocomposto apresenta temperatura de
PP+PET Gonzales-T. Concepción, Chile deterioração (330°C) bem acima da temperatura de instalação (em torno de
(2015) 150°C) e superior a temperatura fornecida pelo fabricante (165°C).
Norambuena-C. et Esses materiais apresentaram uma variação percentual média da sua área de
PP+GF Santander, Espanha
al. (2009) 15%, 14% e 12% a uma temperatura de 135°C e de 40%, 86% e 48% a uma
temperatura de 165°C; Na faixa de temperatura do ensaio de 135°C a 160°C
Norambuena-C. et foi ultrapassado a temperatura de fusão (Tm) desses materiais (em torno de
GEOTÊXTIL NÃO PP Santander, Espanha
al. (2009) 140°C a 160°C), causando o livre movimento das moléculas em suspensão
TECIDO (GTN) dos polímeros, gerando um estado líquido diminuindo ao longo do tempo e
Norambuena-C. et temperatura de exposição; Observou variação da área dessas amostras
100% PP Santander, Espanha
al. (2009) quando foram retirados do forno de ensaio.
Gonzales-Torre et Quando essas amostras foram submetidas a altas temperaturas (em torno de
PP Santander, Espanha
al. (2014) 150°C) sofreram redução entre 40% a 75% de suas propriedades mecânicas.
Gonzales-Torre et Após procedimentos de degradação essas amostras apresentaram
PP+GF Santander, Espanha
al. (2014) significantes perdas de suas propriedades mecânicas (cerca de 80%).
Obando-Ante,
Apresentou mudanças no comportamento mecânico devido ao tratamento
GF Palmeira e Sales Brasília, Brasil
térmico, uma queda da rigidez secante de 12% em relação ao original.
(2016)
Após o tratamento térmico as amostras sem recobrimento asfáltico tiveram
GEOCOMPOSTO
Obando-Ante, uma queda da rigidez secante de 64%, uma queda na resistência à tração de
PVA Palmeira e Sales Brasília, Brasil 25% e aumento na deformação de ruptura de 185% e as amostras com o
(2016) recobrimento gerou uma redução na rigidez secante de 48%, diminuição
resistência à tração de 8% e aumento na deformação de ruptura de 100%.
Fonte: Autor (2020).
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Tabela 2 – Resumo das pesquisas realizadas sobre degradação térmica de geossintéticos na pavimentação.
(continua)
GEOSSINTÉTICO POLÍMERO REFERÊNCIA LOCALIZAÇÃO CONCLUSÃO
Tabela 2 – Resumo das pesquisas realizadas sobre degradação térmica de geossintéticos na pavimentação.
(conclusão)
GEOSSINTÉTICO POLÍMERO REFERÊNCIA LOCALIZAÇÃO CONCLUSÃO
Após análise TGA, verificou que o geocomposto apresenta uma temperatura
Norambuena-C. e
de deterioração para ambos componentes resistentes de (em torno de 260°C)
PET+GF Gonzales-T. Concepción, Chile
bem acima da temperatura de instalação (150°C), mas bem abaixo da
(2015)
temperatura fornecida pelo fabricante de (400°C).
Após análise TGA, verificou que o geocomposto apresenta uma temperatura
Norambuena-C. e de deterioração (270°C) bem acima da temperatura de instalação (150°C),
PET+GF Gonzales-T. Concepción, Chile mas possui componente resistente abaixo da temperatura de instalação (PET
(2015) em torno de 100 °C), resultando numa redução de suas propriedades
GEOCOMPOSTO mecânicas.
Gonzales-Torre et Quando essas amostras foram submetidas a altas temperaturas (em torno de
PP+GF Santander, Espanha
al. (2014) 150°C) sofreram redução cerca de 60% de suas propriedades mecânicas.
Gonzales-Torre et Quando essas amostras foram submetidas a altas temperaturas (em torno de
PP+PVA Santander, Espanha
al. (2014) 150°C) sofreram redução cerca de 60% de suas propriedades mecânicas.
Gonzales-Torre et Essas amostras foram as que menos apresentaram danos (cerca de 9%) à altas
PP+PET Santander, Espanha
al. (2014) temperaturas após os procedimentos de degradação.
Fonte: Autor (2020).
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5 CONCLUSÃO
Este artigo teve o objetivo de realizar uma revisão dos estudos acerca da degradação
térmica de geossintéticos empregados na pavimentação para formar uma base de conhecimento
para apoio de futuras pesquisas relacionadas ao tema. A pesquisa foi realizada através do Portal
de Periódicos CAPES/MEC e reúne os estudos acerca do tema do trabalho elaborado em todo
o mundo.
A partir do que foi explanado pelas tabelas neste artigo, evidenciam que os diferentes
geossintéticos e polímeros apresentaram conclusão específica em suas propriedades mecânicas,
que variou de acordo com o tipo de ensaio realizado e o nível de temperatura do mesmo.
Percebe-se também, que a degradação atinge maiores níveis de acordo com o tempo de
exposição ao decorrer do aumento da temperatura. O uso de aditivos pode-se tornar um
considerável aliado na tentativa de retardamento da degradação, uma vez que nos estudos
apenas, a amostra que utilizou o polímero modificado termo-sensível apresentou bons
resultados acerca da resistência após ensaios.
Diante do exposto, o artigo destacou diversos casos de estudo da degradação térmica de
geossintéticos na pavimentação, em diferentes partes do mundo. Dessa forma, a partir das
análises e comparações entre os diferentes casos, obteve-se que a temperatura máxima de
trabalho fornecida pelos fabricantes divergente quanto esse material é aplicado em pavimentos
asfálticos, informação importante na escolha do tipo geossintético a empregar numa obra de
pavimentação asfáltica.
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REFERÊNCIAS
SHUKLA, S. K. Geosynthetics and their application. 1ª ed. Thomas Telford Ltd. 425 p. 2002.