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UNIVERSIDADE ESTADUAL DA PARAÍBA

CENTRO DE CIÊNCIAS, TECNOLOGIA E SAÚDE – CCTS


DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA CIVIL
CURSO DE ENGENHARIA CIVIL

LUCAS MICAEL DE LIMA GOUVEIA

ARTIGO COMPARATIVO – ENSIO DE COMPRESSÃO TRIAXIAL E


CISALHAMENTO DIRETO

ARARUNA - PB
2023
Sumário

1. Resumo………………………………………………………………………3
2. Introdução ……………………………………………………………………3
3. Objetivos………………………………………………………………………4
4. Metodologias do artigo I……………………………………………………4
5. Resultados do artigo I………………………………………………………5
6. Metodologias do artigo II……………………………………………………6
7. Resultados do artigo II………………………………………………………7
8. Resultados e discussões……………………………………………………
8
9. Referências……………………………………………………………………9
RESUMO

Os objetivos deste estudo foram examinar os desfechos relatados em artigos que


explorassem os testes de compressão triaxial e cisalhamento direto em solos de natureza
arenosa ou argilosa. Além disso, foram consideradas as abordagens metodológicas
utilizadas para obter esses resultados, bem como os principais propósitos e conclusões
dos estudos. Para realizar essa análise, foram selecionados dois artigos, denominados
aqui como Artigo I e Artigo II, cujos links para acesso podem ser encontrados na seção
de referências deste documento. “ESTUDO DE UM SOLO ARGILOSO LATERÍTICO COM
ADIÇÕES DE RESÍDUOS DE PET EM PÓ E EM FLOCOS” e “... “
Para iniciar a investigação, foi conduzida uma análise minuciosa das técnicas
utilizadas para obter os resultados mencionados nos dois estudos, juntamente com seus
propósitos e conclusões mais relevantes. Essa abordagem visa aprofundar o
entendimento sobre as metodologias empregadas, além de fornecer uma base sólida para
o prosseguimento da análise.

Ao longo da execução desta atividade, foram identificados dois ensaios


fundamentais, de acordo com as orientações estabelecidas. Esses ensaios são o ensaio de
cisalhamento direto e o ensaio de cisalhamento triaxial. O ensaio de cisalhamento direto
é amplamente utilizado para determinar a resistência ao cisalhamento de materiais ou
interfaces entre dois materiais, sendo especialmente aplicado na avaliação da resistência
ao cisalhamento de solos, rochas e materiais granulares. Já o ensaio de cisalhamento
triaxial é um método amplamente empregado para avaliar as propriedades de resistência
e deformação de materiais. Assim como o ensaio de cisalhamento direto, esse método é
utilizado na análise da resistência ao cisalhamento de solos, rochas e materiais
granulares.

Durante a realização deste trabalho, os artigos examinados basearam-se


principalmente nesses ensaios como fonte de dados para a pesquisa. Essas técnicas
permitem a medição da deformação ao longo do tempo, fornecendo informações
essenciais sobre o comportamento do material durante o cisalhamento. Além disso,
possibilitam a realização de testes sob diferentes condições de tensão, como o ensaio de
cisalhamento drenado, que envolve a drenagem total das águas intersticiais, e o ensaio
de cisalhamento não drenado, que não permite a drenagem das águas intersticiais. Essas
variações permitem a obtenção de parâmetros importantes, como resistência ao
cisalhamento, ângulo de resistência ao cisalhamento, deformabilidade e coesão do
material. Dessa forma, é possível estabelecer uma compreensão mais abrangente das
características do material em estudo.

INTRODUÇÃO – ARTIGO 1

Com o avanço acelerado da tecnologia e o aumento da população, tem havido


uma proliferação de novos produtos. Nesse contexto, os plásticos têm desempenhado
um papel fundamental na produção de artigos inovadores que facilitam a vida das
pessoas. Tradicionalmente, a engenharia geotécnica utilizava principalmente materiais
naturais em seus projetos, porém, cada vez mais, os plásticos têm sido incorporados de
forma frequente. Essa inclusão não apenas permite o uso de plásticos para fins
geotécnicos específicos, mas também promove o uso de plásticos recicláveis.
A utilização de plásticos pós-consumo contribui para a redução dos resíduos
sólidos depositados em aterros sanitários. Quando viável do ponto de vista técnico e
econômico, esses materiais podem substituir os materiais tradicionais da engenharia. Ao
empregar materiais recicláveis, há uma redução na exploração de depósitos de materiais
de construção, o que minimiza os problemas ambientais associados a essa exploração.
Além disso, muitas cidades no Brasil já possuem legislação para o gerenciamento de
resíduos sólidos urbanos (RSU). A incorporação de materiais alternativos em projetos
geotécnicos frequentemente resulta na redução dos custos das obras e melhora seu
desempenho mecânico, o que estimula novas pesquisas e investimentos nesses
materiais.
Nas últimas décadas, houve uma ampla adoção de embalagens descartáveis em
forma de garrafas, feitas de Politereftalato de Etileno (PET), como alternativa às
tradicionais garrafas de vidro. No entanto, quando essas garrafas de PET são
depositadas em aterros sanitários, levam em média 400 anos para se decompor, o que
reduz a capacidade física dos aterros e afeta a percolação de gases e líquidos,
aumentando o tempo necessário para a estabilização da matéria orgânica presente nos
aterros. Embora os produtos resultantes da degradação do PET sejam inofensivos ao
corpo humano, o PET apresenta alta resistência a agentes atmosféricos e biológicos.
Mesmo quando descartadas de forma inadequada, as garrafas de PET são inertes, o que
significa que não emitem gases tóxicos nem causam contaminação do solo ou lençol
freático.
Por outro lado, os solos geralmente não possuem capacidade mecânica adequada
para atender às necessidades iniciais dos projetos geotécnicos, devido à sua natureza
complexa. Portanto, busca-se melhorar os parâmetros de resistência do solo para atender
aos requisitos e garantir a segurança dos projetos. Além disso, devido ao crescimento
populacional constante, solos com boas propriedades mecânicas e baixo potencial de
riscos naturais estão se tornando cada vez mais escassos e difíceis de encontrar. Como
resultado, técnicas como drenagem de areia, compensação parcial e reforço estão se
tornando mais comuns para modificar as principais propriedades do solo.
Com o objetivo de maximizar o uso de resíduos de PET reciclado em obras
geotécnicas, é crucial analisar minuciosamente o comportamento mecânico, as
características físicas, químicas e ambientais das misturas de solo e PET. A combinação
desses dois materiais cria um compósito com o intuito de melhorar a resistência
mecânica, tenacidade e coesão do solo, além de reduzir a propagação de fissuras, entre
outros benefícios. Um entendimento adequado do mecanismo de reforço auxiliará na
compreensão do comportamento mecânico da mistura solo-PET, tornando-a viável
como reforço de solo em projetos geotécnicos, como estabilização de taludes, aterros
sobre solos moles e fundações superficiais.
Nesse contexto, este trabalho tem como objetivo analisar o comportamento de
um solo argiloso laterítico reforçado com resíduos de PET, avaliando a viabilidade
desse material como reforço de solo por meio de um estudo experimental que engloba a
caracterização física e mecânica dos novos compósitos. Além disso, espera-se que a
utilização desse resíduo como material alternativo possa contribuir para a solução dos
problemas atuais relacionados ao descarte em aterros sanitários, agregando maior valor
ao material.

OBJETIVOS – ARTIGO I

Analisar a influência da inserção de resíduos de PET atuando como reforço de


um solo argiloso laterítico, visando a melhoria do material em relação às suas
propriedades mecânicas.
METODOLOGIA – ARTIGO I

O objetivo principal do programa experimental nesta pesquisa é examinar o


impacto da inclusão de proporções variadas de resíduos de PET nas propriedades
mecânicas de um solo argiloso laterítico. Para isso, foram feitas misturas de solo puro
com diferentes quantidades de pó de PET, flocos de PET não tratados e flocos de PET
tratados quimicamente com NaOH. A fim de obter os índices físicos do solo puro e das
misturas analisadas, foram conduzidos testes de caracterização física, com o intuito de
identificar os parâmetros que podem ter correlação com o desempenho mecânico dos
materiais empregados.

Para esta pesquisa foram utilizados três materiais principais: Solo (S), flocos de
PET (F) e pó de PET (P). Foram utilizados diferentes teores de adição de flocos de PET
e de pó de PET junto ao solo. Obedecendo as especificações da ABNT NBR 9604,
seguindo procedimentos descritos na ABNT NBR 7181 e com ABNT NBR 6459
(2017), realizou-se a determinação dos Limites de Atterberg do solo.

ENSAIO DE CISALHAMENTO DIRETO

O ensaio de cisalhamento direto foi conduzido nas misturas para determinar a


resistência ao cisalhamento do solo, seguindo os métodos estabelecidos na norma
ASTM D 3080/2004. A resistência é obtida por meio dos parâmetros de intercepto
coesivo (c) e ângulo de atrito (ϕ).

No ensaio, a amostra é colocada em uma caixa metálica de cisalhamento. A


caixa é dividida horizontalmente em duas partes, e uma força normal é aplicada no topo
da amostra dentro da caixa de cisalhamento. Além disso, uma força de cisalhamento é
aplicada lateralmente na caixa, movendo uma metade horizontalmente em relação à
outra, com o objetivo de provocar uma falha, conforme ilustrado na Figura 24. Antes de
iniciar o ensaio de cisalhamento, as caixas superior e inferior são separadas por 1,0 mm
para permitir o deslocamento entre elas.

O ensaio de cisalhamento direto tem como objetivo determinar a tensão de


cisalhamento (τ) necessária para provocar a ruptura de uma amostra de solo submetida a
uma tensão normal (σ). Esse ensaio é realizado em uma caixa composta por duas partes
que podem se deslocar entre si. Para obter as tensões normal e de cisalhamento, é
necessário conhecer as forças T e N, e então divide-se essas forças pela área da seção
transversal do corpo de prova. Isso permite calcular as tensões atuantes no solo durante
o ensaio.
O ensaio foi conduzido com 5 níveis de carregamento distintos (25 kPa, 50 kPa,
100 kPa, 200 kPa e 400 kPa) a fim de garantir uma maior confiabilidade na obtenção da
envoltória das misturas testadas. A partir dos resultados obtidos, foi possível calcular os
parâmetros de ângulo de atrito e coesão. Esses parâmetros são essenciais para
compreender o comportamento mecânico das misturas analisadas.

RESULTADOS – ARTIGO I

Realizou-se o ensaio de cisalhamento direto, sem imersão da amostra, tanto para o


solo puro quanto para as misturas, utilizando umidades ótimas. Os carregamentos
normais aplicados foram de 25 kPa, 50 kPa, 100 kPa, 200 kPa e 400 kPa. Para analisar e
apresentar os resultados dos ensaios de cisalhamento, adotou-se a seguinte sequência:
primeiro, foram ilustradas as curvas de tensão versus deformação e a envoltória de
ruptura para os ensaios realizados com o solo puro, que serve como referência para as
análises subsequentes. Em seguida, foram comparados os casos de adição de 3% e 5%
de pó e flocos em relação à amostra de referência. Por fim, foram comparados os
resultados do tratamento químico dos flocos de PET com 3% e 5% em relação aos
resultados sem tratamento. Essa sequência permite avaliar o efeito das diferentes
adições de resíduos de PET nas propriedades de cisalhamento do solo.
Ao observar a Figura 1, pode-se notar que as curvas de tensão versus deformação
do solo puro exibem um pico de ruptura em todas as tensões confinantes testadas,
indicando uma ruptura frágil. Essa característica é típica de solos argilosos rígidos e
compactos, de acordo com Marangon (2004). Além disso, percebe-se que à medida que
as tensões confinantes aumentam, a tensão de ruptura também aumenta, seguindo um
padrão esperado.
Com base nos picos de tensão das curvas, foi construída a envoltória de ruptura,
conforme mostrado na Figura 2. Essa envoltória representa o limite máximo de
resistência do solo e é fundamental para a compreensão do comportamento mecânico
das misturas analisadas.
Ao analisar os resultados, nota-se que o solo possui um ângulo de atrito de 36,82° e
um intercepto coesivo de 261,79 kPa. O ajuste do modelo estatístico, avaliado pelo
coeficiente de determinação (R²), alcançou 92%, indicando uma excelente
correspondência entre os dados da amostra analisada.
A Figura 38 apresenta as curvas de tensão versus deformação para o solo puro e
para as misturas com adição de 3% e 5% de pó de PET. Essas curvas permitem
visualizar as variações de comportamento mecânico em diferentes condições, auxiliando
na compreensão do efeito da adição de resíduos de PET nas propriedades de resistência
do solo.

As curvas de tensão versus deformação para as misturas SP3 e SP5, assim como o
solo puro, exibiram picos de ruptura em todas as tensões confinantes aplicadas. No
geral, a adição de PET na forma de pó não teve um impacto significativo no
comportamento do solo. Com base nos picos de tensão das curvas mostradas na Figura
3, foram geradas as envoltórias de ruptura representadas na Figura 4. Essas envoltórias
fornecem uma visão geral das propriedades de resistência das misturas, permitindo uma
análise comparativa com o solo puro.

A envoltória de ruptura da mistura SF3 apresentou um alto grau de confiança nos


dados, atingindo 96%. O ângulo de atrito foi de 44,73° e o intercepto coesivo foi de
91,46 kPa. Já na mistura SF5, obteve-se um intercepto coesivo de 108,85 kPa e um
ângulo de atrito de 45,77°, com um coeficiente de determinação de 96%.
Observa-se uma significativa redução no valor do intercepto coesivo nas amostras
com adição de flocos de PET. Isso pode ser explicado pela maior área ocupada pelos
flocos em comparação com os grãos de solo, o que diminui a coesão entre as partículas
do solo. Essa redução também está relacionada à diminuição da superfície de contato
direto entre as partículas argilosas, o que reduz o potencial coesivo do material.
Portanto, a redução da quantidade de partículas de argila na massa total do solo resulta
em uma diminuição na coesão da mistura.
A Figura 5 apresenta as curvas de tensão versus deformação para as diferentes
condições: solo com adição de 3% de flocos de PET tratados e não tratados, e solo com
adição de 5% de flocos de PET tratados e não tratados.
O tratamento dos flocos de PET resultou em maiores valores de tensão cisalhante
máxima alcançados, em comparação com os flocos não tratados, ocorrendo em
deformações mais elevadas. Isso indica que as amostras deformaram mais antes de
atingir a ruptura, tornando o comportamento mais dúctil, como evidenciado na Figura
40 (S x SF3 e SF5).
Ao comparar as amostras contendo flocos de PET tratados e não tratados, observa-
se que, para todas as tensões confinantes, houve um aumento da tensão cisalhante
máxima nas amostras com flocos tratados quimicamente. Isso pode ser explicado pelo
escamamento da superfície resultante do tratamento com NaOH. Como o solo possui
partículas finas, ele se encaixa mais facilmente nas saliências dos flocos tratados, que
possuem uma superfície mais rugosa, aumentando o contato entre grãos e flocos, e,
consequentemente, melhorando a interação matriz-reforço. Portanto, é justificada a
maior resistência ao cisalhamento e coesão nas misturas contendo flocos tratados com
NaOH em comparação às misturas sem tratamento nos flocos de PET.
A partir dos picos de tensão das curvas mostradas na Figura 5, foram geradas as
envoltórias de ruptura apresentadas na Figura 6.

SFT3: O ângulo de atrito é de 43,20° e a coesão da curva é de 124,38 kPa, com um


modelo confiável de 97%.
SFT5: A mistura possui 97% de confiança nos dados, com um ângulo de atrito de
44,59° e um intercepto coesivo de 136,69 kPa.
Analisando as Figuras 1 a 6, pode-se observar que todas as misturas com adição de
PET, seja em forma de pó ou de floco, apresentaram uma redução na tensão cisalhante
máxima para todas as tensões confinantes, em comparação com o solo puro.
A Tabela 1 mostra os valores de coesão e ângulo de atrito para cada mistura
analisada, enquanto a Figura 7 exibe todas as envoltórias de ruptura plotadas em um
único gráfico.
As envoltórias das misturas com floco apresentaram ângulos de atrito entre 7 e 10
graus maiores em comparação com o solo natural, e também obtiveram valores
superiores em relação às misturas com pó. Quanto ao intercepto coesivo, houve uma
diminuição nas misturas, exceto na mistura SP3, que se manteve na mesma ordem de
grandeza do solo puro. A redução do intercepto coesivo provavelmente está relacionada
ao fato dos flocos ocuparem mais espaço no corpo de prova devido à sua maior área em
comparação aos grãos de solo, resultando em uma diminuição na coesão entre as
partículas de solo.

CONCLUSÃO – ARTIGO I

No ensaio de cisalhamento direto, as amostras com adições de pó de PET


apresentaram uma queda no ângulo de atrito, possivelmente devido ao fato de o pó não
reagir quimicamente com as partículas de solo, atuando apenas como um estabilizador
granulométrico da mistura. Em relação à coesão, as misturas com pó mantiveram seus
valores praticamente inalterados em comparação com a amostra de referência. Já para
os flocos de PET, houve uma redução nos parâmetros de coesão e ângulo de atrito. É
importante destacar que, no caso dos flocos, a tensão cisalhante máxima ocorreu em
deformações maiores em comparação ao caso sem adição de flocos, indicando uma
maior capacidade de deformação antes da ruptura. Ao comparar as amostras de flocos
tratados com NaOH com as não tratadas, observou-se um aumento nas tensões
cisalhantes máximas em todos os casos com flocos tratados, possivelmente devido ao
escamamento da superfície dos flocos resultante do tratamento químico.

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