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Ministério da Educação

PR
UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ
Universidade Tecnológica Federal do Paraná
Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação

RELATÓRIO FINAL DE ATIVIDADES DE


INICIAÇÃO CIENTÍFICA

ESTUDO DAS CARACTERÍSTICAS DE PEÇAS DE


CONCRETO FABRICADAS COM LODO DE ETA

Vinculado ao projeto
Resíduos sólidos: Estudo da reutilização/tratamento em matrizes de
concreto na confecção de materiais para a construção civil

Marcelo Henrique Leal de Oliveira


Bolsista CNPq
Engenharia Química
Data de ingresso no programa: 08/2020
Prof(ª). Dr(ª). Juliana Guerra Sgorlon

Área do Conhecimento: Engenharias II

CAMPUS APUCARANA, 2021


MARCELO HENRIQUE LEAL DE OLIVEIRA
JULIANA GUERRA SGORLON

ESTUDO DAS CARACTERÍSTICAS DE PEÇAS DE CONCRETO


FABRICADAS COM LODO DE ETA

Relatório de Pesquisa do Programa de


Iniciação Científica da Universidade
Tecnológica Federal do Paraná.

APUCARANA, 2021
SUMÁRIO

INTRODUÇÃO ......................................................................................... 4
OBJETIVOS.............................................................................................. 5
METODOLOGIA ..................................................................................... 5
RESULTADOS E DISCUSSÕES ............................................................13
CONCLUSÕES ........................................................................................23
REFERÊNCIAS .......................................................................................24
INTRODUÇÃO

A urbanização e o crescimento populacional decorrente dos últimos anos têm sido


responsáveis por demandas crescentes de bens de consumo, energia e água para
abastecimentos público e industrial, gerando grandes volumes dos mais variados resíduos
(CORDEIRO, 2001).
O lodo gerado em Estações de Tratamento de Água (ETAs) possui características
diversas, dependendo da tecnologia de tratamento adotada e da gestão deste resíduo
(ACHON, 2015). A disposição final do lodo de ETA, no Brasil, é quase sempre em corpos
hídricos (ANDREOLI, 2006).
O lançamento em corpos d’água dos resíduos gerados em ETAs, quando não
aprovado por órgãos ambientais, pode ser considerado crime ambiental devido aos efeitos
diretos causados ao ambiente aquático do corpo receptor (ACHON, 2013).
Pode-se citar como impactos no corpo d’água que recebe o lodo de ETA como
destino final o aumento da quantidade de sólidos, aumento de cor e turbidez, redução da
penetração de luz e, consequentemente, diminuição da atividade fotossintética e
concentração de oxigênio dissolvido, assoreamento, aumento da concentração de
alumínio e ferro na água, dependendo do coagulante utilizado no tratamento da água
bruta, entre outros (SMIDERLE, 2016).
Portanto, os gestores responsáveis por sistemas que lançam resíduos in natura nos
corpos d’água devem iniciar ações que permitam avaliar a forma de geração e destino dos
mesmos e definir estratégias para essa solução (ACHON, 2013).
Ao redor do mundo houve um avanço da legislação voltada para a proteção do meio
ambiente e, consequentemente, foram desenvolvidos métodos para reduzir o volume de
resíduos e técnicas alternativas para utilização do lodo (SMIDERLE, 2016). Uma das
alternativas que está sendo considerada uma das técnicas mais promissoras, é a
solidificação/estabilização do resíduo, inserindo-o como matéria prima no processo
produtivo de alguns materiais, como cerâmica e cimento (OLIVEIRA, 2008).
O setor da construção civil é o maior consumidor de recursos naturais, absorvendo
cerca de 20 a 50% do total de recursos naturais utilizados pela humanidade. Portanto, a
incorporação deste lodo em matriz de concreto pode ser uma forma viável de reaproveita-
lo, pois além de reduzir significativamente os impactos ambientais pela minimização da
quantidade de recursos naturais utilizados, evita a pressão sobre os aterros sanitários ou
o seu lançamento em rios (HOPPEN, 2005).
Estudos envolvendo a adição de resíduos em peças de concreto tem demonstrado
resultados animadores. Ao utilizar lodo de ETA em substituição parcial à areia, Tafarel
(2016) observou que as amostras fabricadas com 5% de resíduo incorporado
apresentaram condições satisfatórias de resistência à compressão axial quando
comparadas ao concreto de referência. Segundo os resultados obtidos por Hoppen (2005),
os traços com até 5% de lodo em substituição a areia podem ser aplicados em situações
que vão desde a fabricação de artefatos e blocos até a construção de pavimentos.
Hillesheim (2018) utilizou lodo de ETA em substituição parcial ao cimento e verificou
que todas as dosagens estudadas (5, 10 e 15%) mostraram-se viáveis do ponto de vista da
resistência à compressão. Os estudos realizados por Alexandre (2020) indicaram que o
emprego do lodo de ETA em matrizes de concreto pode ser uma alternativa segura para
a sua destinação final.
Sendo assim, o objetivo deste estudo é determinar os teores adequados para a
incorporação do lodo de ETA na fabricação de blocos de concreto para pavimentação, em
substituição parcial do cimento, visando um tratamento/disposição adequada para esse
tipo de resíduo.

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OBJETIVOS

Objetivo Geral: Estudo das características físicas, químicas e mecânicas de blocos de


concreto para pavimentação (pavers) fabricados com adição parcial de lodo de ETA.

Objetivos Específicos:

 Caracterização físico-química do lodo;


 Fabricação de blocos de concreto com adição de diferentes proporções de resíduo
em substituição ao cimento;
 Avaliação das características físicas (absorção de água) e mecânicas (resistência
à compressão) das peças produzidas, além da comparação dos resultados com os
limites determinados pelas normas regulamentadoras vigentes;
 Avaliação da estabilização dos metais (alumínio e ferro) na matriz de cimento por
meio de ensaios de lixiviação.

METODOLOGIA

A metodologia utilizada para o desenvolvimento do projeto pode ser dividida em


três etapas: caracterização do resíduo; fabricação dos blocos de concreto (pavers);
avaliação das características físicas, químicas e mecânicas das peças produzidas.

Caracterização do Resíduo. Os resíduos em estudo são provenientes de duas


ETAs, uma localizada no norte do estado do Paraná e outra no sudoeste do estado de São
Paulo. Ambas estações funcionam com ciclo convencional e utilizam o cloreto de
polialumínio (PAC) como agente coagulante principal. Os resíduos incorporados na
fabricação dos blocos consistem no lodo in natura gerado pelas ETAs e, também, nas
cinzas obtidas pela calcinação dos lodos a uma temperatura de 600ºC. Logo, o presente
trabalho irá avaliar quatro variedades de resíduo:
- INPR: Lodo in natura paranaense;
- CPR: Lodo calcinado paranaense;
- INSP: Lodo in natura paulista;
- CSP: Lodo calcinado paulista.
A Figura 1 apresenta a aparência de cada variedade de resíduo estudado.

Figura 1. Aparência dos resíduos estudados: (A) INSP,


(B) CSP, (C) INPR, (D) CPR.

Fonte: GHELLER (2021).

Os resíduos foram submetidos ao ensaio de lixiviação, de acordo com a ABNT


NBR 10005 (2004). Para obtenção do extrato lixiviado utilizou-se um agitador mecânico
rotativo, apresentado pela Figura 2. A análise quantitativa dos metais de interesse

5
(alumínio e ferro) foi realizada em um espectrômetro de absorção atômica (SPECTRAA-
240FS), mostrado na Figura 3

Figura 2. Agitador mecânico rotativo.

Fonte: Autoria Própria (2021).

Figura 3. Espectrômetro de absorção atômica.

Fonte: Autoria Própria (2021).

Para a determinação da concentração total de metais (Al, Fe, Zn e Mn) presentes


nas amostras de lodo, realizou-se a digestão ácida de acordo com a metodologia EPA
3050b (1996). A leitura dos extratos obtidos foi realizada em um espectrômetro de
absorção atômica (SPECTRAA-240FS).

6
Por fim, para a realização da análise de difração de raios-x (DRX), utilizou-se um
difratômetro de bancada (D2 PHASER). O equipamento apresenta como fonte de raios-x
um tubo com ânodo de cobre e potência máxima de 300W. Realizou-se a análise para
uma faixa angular (2Θ) de 20-70 graus e incremento angular de 0,03 graus/segundo.

Fabricação dos Blocos de Concreto. Para a fabricação dos blocos, o cimento foi
substituído parcialmente por lodo de ETA nas proporções de 0 (Referência), 5, 10, 15,
20, 25 e 30%. A Tabela 1 mostra as quantidades, em massa, utilizadas de cada
componente para a produção dos blocos.

Tabela 1. Traços dos corpos de prova.

Traço Areia (g) Brita (g) Cimento (g) Resíduo (g) Água (g)
Referência 2074 4000 1700 0 680
5% 2074 4000 1615 85 680
10% 2074 4000 1530 170 680
15% 2074 4000 1445 255 680
20% 2074 4000 1360 340 680
25% 2074 4000 1275 425 680
30% 2074 4000 1190 510 680
Fonte: Autoria Própria (2021).

Os blocos de concreto foram fabricados em triplicata para cada traço no


laboratório P001 da UTFPR. A Figura 4 mostra o processo de fabricação dos pavers.

Figura 4. Processo de fabricação dos pavers.

Fonte: Autoria Própria (2021).

Após mistura dos componentes, o concreto foi transferido para o molde retangular
com dimensões de (15,9 x 9,5 x 8,0) cm. O molde foi intensamente agitado com auxílio
de um peneirador elétrico, apresentado pela Figura 5, proporcionando uma melhor
distribuição do concreto, como mostra a Figura 6.

7
Figura 5. Peneirador elétrico.

Fonte: Autoria Própria (2021).

Figura 6. Vista superior dos pavers nos moldes.

Fonte: Autoria Própria (2021).

Os blocos de concreto confeccionados foram mantidos a temperatura ambiente


por 24 horas. Após esse período, os blocos foram retirados dos moldes (Figura 7) e
devidamente identificados (Figura 8). Por fim, os corpos de prova foram deixados por 40
dias imersos em água para a cura. O tempo de cura de 40 dias deu-se devido a suspensão
das atividades presenciais na universidade devido a pandemia (COVID-19).

8
(A) (B)

Figura 7. Blocos de concreto após 24h de secagem.

Fonte: Autoria Própria (2021).

Figura 8. Blocos de concreto após 40 dias de cura.

Fonte: Autoria Própria (2021).

Caracterização dos Corpos de Prova. Após a cura, os blocos de concreto foram


submetidos ao ensaio de absorção de água, de acordo com a ABNT NBR 9781 (2013),
como pode ser observado nas Figuras 9 e 10. Segundo a norma, o valor percentual de
absorção de água pode ser calculado com base na Equação 1.

(𝑚2 − 𝑚1 )
𝑊= ∗ 100 (1)
𝑚1

Onde,
W: Absorção, expressa em porcentagem (%);
m1: Massa do corpo de prova seco, expressa em gramas (g);
m2: Massa do corpo de prova saturado, expressa em gramas (g).

9
Figura 9. Blocos de concreto durante o ensaio de absorção de água.

Fonte: Autoria Própria (2021).

Figura 10. Paver após o ensaio de absorção de água.

Fonte: Autoria Própria (2021).

Após os ensaios de absorção de água, os corpos de prova foram submetidos aos


ensaios de resistência à compressão. O equipamento utilizado para tal teste foi uma prensa
hidráulica do modelo YAW-2000S, produzida pela Time Group Inc., apresentado pela
Figura 11. Os ensaios de resistência à compressão foram realizados com base na ABNT
NBR 9781 (2013), como mostra a Figura 12.

10
Figura 11. Prensa hidráulica.

Fonte: Autoria Própria (2021).

Figura 12. Processo de rompimento do corpo de prova.

Fonte: Autoria Própria (2021).

De acordo com a ABNT NBR 9781 (2013), a resistência à compressão pode ser
calculada com base na Equação 2.
𝑃
𝑓𝑝 = ∗𝑝 (2)
𝐴

Onde,
fp: Resistência à compressão das peças (MPa);
P: Carga de ruptura (N);
11
A: Área de carregamento (mm2);
p: Fator multiplicativo (função da altura da peça) previsto na ABNT NBR 9781
(2013), fornecido pela Tabela 2.

Tabela 2. Fator multiplicativo 'p'.

Espessura Nominal da Peça (mm) p


60 0,95
80 1,00
100 1,05
Fonte: Autoria Própria (2021).

Segundo a ABNT NBR 9781 (2013), admite-se que as resistências à compressão


obedeçam a distribuição normal, sendo o valor característico estimado pela Equação 3.

𝑓𝑝𝑘,𝑒𝑠𝑡 = 𝑓𝑝 − 𝑡 ∗ 𝑠 (3)

Onde,
fpk, est: Resistência característica à compressão (MPa);
fp: Resistência à compressão das peças (MPa);
t: Coeficiente de Student, fornecido pela Tabela 3;
s: Desvio padrão da amostra, definido pela Equação 4.

𝛴(𝑓𝑝 − 𝑓𝑖 )2
𝑠= √ (4)
𝑛−1

Em que,
fi: Resistência individual das peças (MPa);
n: Número de peças da amostra.

Tabela 3. Coeficiente de Student.

n Coeficiente de Student
2 1,376
3 1,061
4 0,978
5 0,941
6 0,920
7 0,906
8 0,896
9 0,889
Fonte: Autoria Própria (2021).

Os resultados de absorção de água e de resistência à compressão das peças


fabricadas foram submetidos a análises estatísticas Análise de Variância (ANOVA) e
Teste de Tukey por meio da utilização do software esSTATISTICA 8.0, com limite de
confiança de 95 % para avaliar a existência de diferença entre as médias das composições.

Após os ensaios de resistência à compressão, os corpos de prova com maior


porcentagem de lodo incorporado foram submetidos ao ensaio de lixiviação, de acordo
com a ABNT NBR 10005 (2004). Utilizando um agitador mecânico rotativo, obteve-se o

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extrato lixiviado. A leitura dos componentes de interesse presentes no extrato foi realizada
em um espectrômetro de absorção atômica (SPECTRAA-240FS).
A eficiência de retenção de metais pode ser calculada a partir da Equação 5.

(𝐶𝐵𝑟𝑢𝑡𝑜 − 𝐶𝑇𝑟𝑎𝑡𝑎𝑑𝑜 )
𝐸𝑅 (%) = ∗ 100 (5)
𝐶𝐵𝑟𝑢𝑡𝑜

Onde,
ER: Eficiência de retenção (%);
CBruto: Concentração do metal no extrato lixiviado do resíduo bruto (mg/L);
CTratado: Concentração do metal no extrato lixiviado da matriz de concreto (mg/L).

RESULTADOS E DISCUSSÕES

Caracterização dos Resíduos.

A Tabela 4 apresenta as concentrações de alumínio e ferro encontradas no extrato


lixiviado dos resíduos a partir da espectroscopia de absorção atômica.

Tabela 4. Concentrações de metais no lixiviado nos resíduos em estudo.

Metal Limite INPR CPR INSP CSP


NBR (mg/L) (mg/L) (mg/L) (mg/L)
10004/2004
(mg/L)
Alumínio - 10,04 8,81 33,24 29,08
Ferro - 13,68 9,13 2,98 2,96
Fonte: Autoria Própria (2021).

O Anexo F da ABNT NBR 10004 (2004) não especifica limite de concentração no


extrato lixiviado para os metais alumínio e ferro. Entretanto, o estudo da presença de
metais é um importante parâmetro a ser analisado para observação da retenção de metais
na matriz de concreto. Portanto, o lixiviado do resíduo será posteriormente comparado
com o lixiviado dos corpos de prova, com objetivo de avaliar a eficiência de retenção
desses metais.
A Tabela 5 apresenta a concentração total de metais (alumínio, ferro, zinco e
manganês) presentes nas amostras de lodo.

Tabela 5. Concentração de metais nas amostras de lodo.

Metal INPR (mg/L) CPR (mg/L) INSP (mg/L) CSP (mg/L)


Alumínio 1853,32 731,17 4698,04 2383,40
Ferro 6255,97 5247,71 1918,85 1149,55
Zinco 1,64 0,96 1,76 0,98
Manganês 5,46 3,03 5,95 2,39
Fonte: Autoria Própria (2021).

Percebe-se que o resíduo paranaense apresentou maiores concentrações de ferro,


enquanto o resíduo paulista apresentou maiores concentrações de alumínio. As
concentrações de zinco e manganês mantiveram-se semelhantes em ambas as variedades
de lodo.

13
Tal fenômeno observado pode ser explicado pela diferença da composição do solo
das regiões onde se localizam as ETAs. O solo na região onde encontra-se a ETA
paranaense é classificado como nitossolo vermelho eutroférrico, apresentando em sua
composição altos teores de ferro. Enquanto o solo na região onde encontra-se a ETA
paulista é classificado como latossolo (argiloso), contendo em sua composição óxidos de
alumínio, silício, ferro e titânio (IAC, 1999; EMBRAPA, 2013; EMBRAPA, 2020).
De acordo com Cordeiro (2000), as concentrações obtidas de metais podem
representar dados pontuais, sendo que a frequência em que ocorre a remoção do lodo das
instalações da ETA pode causar variabilidade dos resultados.
A Figura 13 apresenta os difratogramas obtidos pela análise de difração de raios-x
para cada um dos resíduos estudados.

Figura 13. Difratogramas das amostras de lodo: (A) INPR, (B) CPR, (C) INSP, (D) CSP.

Fonte: GHELLER (2021).

O comportamento dos difratogramas obtidos indica a presença de estruturas


cristalinas nas amostras, sendo o dióxido de silício (SiO 2), o óxido de alumínio (Al2O3) e
o óxido de ferro (Fe2O3) os principais compostos observados.
Ao analisar os difratogramas, nota-se um possível potencial das amostras como
matéria alternativa para a produção de concreto, visto que o cimento, componente
utilizado na fabricação de concreto, contêm em sua estrutura, em proporções adequadas,
sílica, óxido de alumínio, óxido de cálcio e óxido férrico.

Análise dos Corpos de Prova.

14
As Figuras 14, 15, 16 e 17 foram construídas com base na Equação 1 e apresentam
os resultados obtidos nos ensaios de absorção de água para as quatro variedades de lodo
estudadas e para os blocos de referência.
A Figura 14 apresenta os valores médios obtidos nos ensaios de absorção de água
dos blocos de concreto fabricados com lodo in natura paranaense (INPR).

14.00%
12.66%

12.00%
10.64%
9.66% Referência
10.00%
Absorção de Água (%)

5%
8.33% 8.53%
7.84% 7.77% 10%
8.00%
15%
6.00% 20%
25%
4.00%
30%

2.00%

0.00%

Figura 14. Absorção de água (%) das matrizes fabricadas com lodo in natura
paranaense (INPR).

Fonte: Autoria Própria (2021).

Os resultados obtidos mostraram uma tendência de aumento na capacidade de


absorção de água com o aumento da quantidade de resíduo incorporado ao paver.
Observa-se por meio da Figura 14 que todos os blocos, inclusive o bloco de
referência, apresentaram valores de absorção de água superiores ao valor exigido pela
ABNT NBR 9781 (2013) (6%, representado pela linha em vermelho). Entretanto, os
blocos fabricados com 5% de lodo incorporado apresentaram um valor de absorção de
água menor do que aquele observado para os blocos de referência.
Aplicando a ANOVA nos valores médios de absorção de água do INPR obteve-se
um p-valor igual a zero, ou seja, menor que 5%, o que significa que há diferenças
significativas entre as médias de absorção de água. Para verificar quais médias diferem
entre si, o teste de Tukey foi aplicado e é apresentado na Tabela 6.

Tabela 6. Teste de Tukey para absorção de água dos blocos INPR.

Tratamento Média (%)


Referência 7,84266 a
5% 7,77178 a
10% 8,33220 ab
15% 8,52794 ab
20% 9,66339 bc
25% 10,64363 c
30% 12,65628 d
Notas: Médias seguidas pela mesma letra não diferem entre si ao nível de 5% de probabilidade pelo Teste de Tukey.
Fonte: Autoria Própria (2021).

15
Pelo teste de Tukey é possível observar que a substituição de cimento por até 15%
de lodo não acarretou diferenças significativas de absorção de água com relação aos
blocos referência. Já as médias de absorção dos blocos com 20% a 30% apresentaram
valores diferentes e superiores à referência.
A Figura 15 apresenta os valores médios obtidos nos ensaios de absorção de água
dos blocos de concreto fabricados com lodo calcinado paranaense (CPR).
14.00%
12.34%
12.00%
10.19% Referência
10.00% 9.15% 9.40%
Absorção de Água (%)

8.62% 5%
7.84% 8.02% 10%
8.00%
15%
6.00% 20%
25%
4.00%
30%

2.00%

0.00%

Figura 15. Absorção de água (%) das matrizes fabricadas com lodo calcinado
paranaense (CPR).

Fonte: Autoria Própria (2021).

Nota-se por meio da Figura 15 que os blocos fabricados com lodo calcinado
paranaense apresentaram valores de absorção de água superiores ao valor exigido pela
legislação. Porém, os blocos fabricados com 5% e 10% de lodo incorporado apresentaram
valores levemente maiores em comparação aquele observado para os blocos de referência.
Aplicando a ANOVA nos valores médios de absorção de água do CPR obteve-se
um p-valor igual a 0,000001, ou seja, menor que 5%, o que significa que há diferenças
significativas entre as médias de absorção de água. Para verificar quais médias diferem
entre si, o teste de Tukey foi aplicado e é apresentado na Tabela 7.

Tabela 7. Teste de Tukey para absorção de água dos blocos CPR.

Tratamento Média (%)


Referência 7,84266 a
5% 8,02056 ab
10% 8,62387 abc
15% 9,14615 abc
20% 9,40498 abc
25% 10,18924 c
30% 12,33624 d
Notas: Médias seguidas pela mesma letra não diferem entre si ao nível de 5% de probabilidade pelo Teste de Tukey.
Fonte: Autoria Própria (2021).

16
Pelo teste de Tukey é possível observar que a substituição de cimento por até 20%
de lodo não acarretou diferenças significativas de absorção de água com relação aos
blocos referência. Já as médias de absorção dos blocos com 25% e 30% apresentaram
valores diferentes e superiores à referência.
A Figura 16 apresenta os valores médios obtidos nos ensaios de absorção de água
dos blocos de concreto fabricados com lodo in natura paulista (INSP).
14.00%

11.86%
12.00%
10.43%10.34%
Referência
10.00% 9.56%
Absorção de Água (%)

8.63% 8.48% 5%
7.84% 10%
8.00%
15%
6.00% 20%
25%
4.00%
30%

2.00%

0.00%

Figura 16. Absorção de água (%) das matrizes fabricadas com lodo in natura
paulista (INSP).

Fonte: Autoria Própria (2021).

Por meio da Figura 16 verifica-se que os blocos de concreto fabricados com lodo
in natura paulista apresentaram valores de absorção de água superiores ao valor limite
estimado pela ABNT NBR 9781 (2013). Entretanto, de maneira semelhante ao que foi
observado para o lodo calcinado paranaense, os blocos fabricados com 5% e 10% de lodo
incorporado apresentaram valores levemente superiores em relação ao valor encontrado
para os blocos de referência.
Aplicando a ANOVA nos valores médios de absorção de água do INSP obteve-se
um p-valor igual a zero, ou seja, menor que 5%, o que significa que há diferenças
significativas entre as médias de absorção de água. Para verificar quais médias diferem
entre si, o teste de Tukey foi aplicado e é apresentado na Tabela 8.

Tabela 8. Teste de Tukey para absorção de água dos blocos INSP.

Tratamento Média (%)


Referência 7,84266 a
5% 8,62704 ab
10% 8,47821 ab
15% 9,55998 abc
20% 10,33854 c
25% 10,43048 c
30% 11,85745 d
Notas: Médias seguidas pela mesma letra não diferem entre si ao nível de 5% de probabilidade pelo Teste de Tukey.
Fonte: Autoria Própria (2021).

17
Pelo teste de Tukey é possível observar que as médias que realmente diferem da
referência são os valores de absorção de água dos blocos com 20%, 25% e 30% de lodo
em substituição ao cimento. Com isso, pode-se afirmar que blocos com até 15% de lodo
incorporado possuem absorção de água semelhantes aos blocos de referência.
A Figura 17 apresenta os valores médios obtidos nos ensaios de absorção de água
dos blocos de concreto fabricados com lodo calcinado paulista (CSP).
14.00%
12.60%
12.00%
10.50% 10.76%
9.96%
10.00%
Absorção de Água (%)

Referência
7.84% 5%
8.00%
10%
6.00% 15%
20%
4.00%

2.00%

0.00%

Figura 17. Absorção de água (%) das matrizes fabricadas com lodo calcinado
paulista (CSP).

Fonte: Autoria Própria (2021).

Devido a problemas com o resíduo só foi possível estudar substituições de até 20%
de lodo paulista calcinado. Observa-se por meio da Figura 17 que os blocos fabricados
com lodo calcinado paulista, inclusive os blocos referência, apresentaram resultados de
absorção de água superiores aos estabelecidos pela norma ABNT NBR 9781 (2013), com
tendência de aumento de absorção conforme aumento da porcentagem de lodo nas peças.
Aplicando a ANOVA nos valores médios de absorção de água do CSP obteve-se
um p-valor igual a zero, ou seja, menor que 5%, o que significa que há diferenças
significativas entre as médias de absorção de água dos blocos. Para verificar quais médias
diferem entre si, o teste de Tukey foi aplicado e é apresentado na Tabela 9.

Tabela 9. Teste de Tukey para absorção de água dos blocos CSP.

Tratamento Média (%)


Referência 7,84266 a
5% 9,95589 b
10% 10,49524 b
15% 10,76390 b
20% 12,60216 c
Notas: Médias seguidas pela mesma letra não diferem entre si ao nível de 5% de probabilidade pelo Teste de Tukey.
Fonte: Autoria Própria (2021).

O teste de Tukey mostrou que as médias de absorção de água de todos os blocos


com incorporação de lodo em substituição ao cimento foram superiores e diferentes dos

18
valores referência. Com isso, é possível verificar que a incorporação de lodo paulista
calcinado nos blocos altera significativamente suas propriedades de absorção de água.
As Figuras 18, 19, 20 e 21 foram construídas com base nas Equações 2, 3 e 4,
apresentando os resultados obtidos nos ensaios de resistência à compressão para as quatro
variedades de lodo estudadas e para os blocos de referência.
A Figura 18 apresenta os valores médios obtidos nos ensaios de resistência
característica à compressão (fpk) dos blocos de concreto fabricados com lodo in natura
paranaense (INPR).
45.0
40.1
40.0
36.0
Resistência à Compressão (MPa)

35.0 Referência
30.6 31.6
30.1
30.0 5%
10%
25.0
15%
20.0 17.7
16.4 20%
15.0 25%

10.0 30%

5.0

0.0
Figura 18. Resistência à compressão (fpk) das matrizes fabricadas com lodo in
natura paranaense (INPR).

Fonte: Autoria Própria (2021).

De acordo com os resultados encontrados, observou-se uma tendência de queda da


resistência à compressão dos blocos com o aumento da quantidade de resíduo incorporado
ao corpo de prova.
Segundo a ABNT NBR 9781 (2013), a resistência mínima característica exigida
para os blocos de concreto a serem utilizados na pavimentação de vias para tráfego de
veículos leves deve ser maior ou igual a 35MPa. Observa-se por meio da Figura 18 que
os blocos fabricados com 5% de lodo incorporado apresentaram uma resistência superior
àquela prevista pela legislação, assim como os blocos de referência.
Aplicando a ANOVA nos valores de resistência à compressão das peças (fp)
fabricadas com INPR obteve-se novamente um p-valor igual a zero, ou seja, menor que
5%, o que significa que há diferenças significativas entre as médias de resistência à
compressão dos blocos. Para verificar quais médias diferem entre si, o teste de Tukey foi
aplicado e é apresentado na Tabela 10.

Tabela 10. Teste de Tukey para resistência à compressão dos blocos INPR.

Tratamento Média (MPa)


Referência 43,21619 a
5% 43,17409 a
10% 33,88394 ab
15% 34,18264 ab
20% 31,98561 b

19
25% 23,96221 bc
30% 16,49843 c
Notas: Médias seguidas pela mesma letra não diferem entre si ao nível de 5% de probabilidade pelo Teste de Tukey.
Fonte: Autoria Própria (2021).

Novamente, pelo teste de Tukey é possível observar que a substituição de cimento


por até 15% de lodo não acarretou diferenças significativas na resistência à compressão
das peças em comparação com a referência, com destaque para a proporção de 5% de
substituição. As médias de compressão dos blocos com 20% a 30% de lodo apresentaram
valores diferentes e superiores aos demais.
A Figura 19 apresenta os valores médios obtidos nos ensaios de resistência
característica à compressão (fpk) dos blocos de concreto fabricados com lodo calcinado
paranaense (CPR).
45.0
40.1
40.0
Resistência à Compressão (MPa)

34.4
35.0 31.8 Referência

30.0 28.4 5%
25.3
10%
25.0 22.5
15%
20.0
15.4 20%
15.0 25%

10.0 30%

5.0

0.0
Figura 19. Resistência à compressão (fpk) das matrizes fabricadas com lodo
calcinado paranaense (CPR).

Fonte: Autoria Própria (2021).

De acordo com a Figura 19, verifica-se que os blocos fabricados com lodo calcinado
paranaense não atingiram a resistência à compressão exigida pela norma
regulamentadora. No entanto, os blocos fabricados com 10% de lodo incorporado
apresentaram resultados muito próximos daquele estipulado pela legislação.
Aplicando a ANOVA nos valores de resistência à compressão das peças (fp)
fabricadas com CPR obteve-se, novamente, um p-valor igual a 0,000053, ou seja, menor
que 5%, o que significa que há diferenças significativas entre as médias de resistência à
compressão dos blocos. Para verificar quais médias diferem entre si, o teste de Tukey foi
aplicado e é apresentado na Tabela 11.

Tabela 11. Teste de Tukey para resistência à compressão dos blocos CPR.

Tratamento Média (MPa)


Referência 43,21619 a
5% 35,26586 ab
10% 34,58030 ab
15% 35,85425 ab

20
20% 26,65407 bc
25% 28,66667 b
30% 19,06343 c
Notas: Médias seguidas pela mesma letra não diferem entre si ao nível de 5% de probabilidade pelo Teste de Tukey.
Fonte: Autoria Própria (2021).

O teste de Tukey mostrou que a substituição de cimento por até 15% de lodo não
acarretou diferenças significativas na resistência à compressão das peças em comparação
com os blocos referência, uma vez que a Tabela 11 mostra que as médias que realmente
diferem da referência são dos blocos com 20% a 30% de lodo.
A Figura 20 apresenta os valores médios obtidos nos ensaios de resistência
característica à compressão (fpk) dos blocos de concreto fabricados com lodo in natura
paulista (INSP).

45.0
40.1 39.2
40.0 38.2
Resistência à Compressão (MPa)

35.0 32.4 Referência

30.0 5%
25.0 26.0
10%
25.0
15%
20.0
20%
15.0 25%

10.0 8.7 30%

5.0

0.0

Figura 20. Resistência à compressão (fpk) das matrizes fabricadas com lodo in natura paulista
(INSP).

Fonte: Autoria Própria (2021).

Observa-se pela Figura 20 que além dos blocos de referência, os blocos com 5% e
25% de lodo incorporado apresentaram resistência superior àquela exigida pela resolução.
Aplicando a ANOVA nos valores de resistência à compressão das peças (fp)
fabricadas com INSP obteve-se novamente um p-valor igual a zero, ou seja, menor que
5%, o que significa que há diferenças significativas entre as médias de resistência à
compressão dos blocos. Para verificar quais médias diferem entre si, o teste de Tukey foi
aplicado e é apresentado na Tabela 12.

Tabela 12. Teste de Tukey para resistência à compressão dos blocos INSP.

Tratamento Média (MPa)


Referência 43,21619 a
5% 41,41790 ab
10% 33,71120 bcd
15% 32,01799 cd
20% 27,39541 d
25% 38,99775 abc

21
30% 10,69366 e
Notas: Médias seguidas pela mesma letra não diferem entre si ao nível de 5% de probabilidade pelo Teste de Tukey.
Fonte: Autoria Própria (2021).

O teste de Tukey mostrou que as médias de resistência à compressão dos blocos


com 10% a 30% de resíduo foram inferiores e diferem dos valores obtidos para os blocos
referência, com exceção dos blocos com 25% de lodo. Nesse caso, é correto afirmar que
a substituição do cimento por até 5% não modifica as características mecânicas das peças
fabricadas.
A Figura 21 apresenta os valores médios obtidos nos ensaios de resistência
característica à compressão (fpk) dos blocos de concreto fabricados com lodo calcinado
paulista (CSP).

45.0
40.1
40.0
Resistência à Compressão (MPa)

35.0 31.8
30.0 28.6 Referência
26.2
5%
25.0
10%
20.0
15%
15.0 20%

10.0
5.1
5.0

0.0

Figura 21. Resistência à compressão (fpk) das matrizes fabricadas com lodo calcinado paulista
(CSP).

Fonte: Autoria Própria (2021).

Assim como observado nos ensaios de absorção de água, verifica-se por meio da
Figura 21 que os blocos fabricados com lodo calcinado paulista apresentaram resultados
médios de resistência característica à compressão inferiores ao estipulado pela legislação.
Os blocos produzidos com 25% e 30% de lodo incorporado se romperam quando
imersos em água, indicando maior fragilidade dos corpos com elevadas composições de
lodo calcinado paulista.
Aplicando a ANOVA nos valores de resistência à compressão das peças (fp)
fabricadas com CSP obteve-se, novamente, um p-valor igual a zero, ou seja, menor que
5%, o que significa que há diferenças significativas entre as médias de resistência à
compressão dos blocos. Para verificar quais médias diferem entre si, o teste de Tukey foi
aplicado e é apresentado na Tabela 13.

Tabela 13. Teste de Tukey para resistência à compressão dos blocos CSP.

Tratamento Média (MPa)


Referência 43,21619 a
5% 32,00540 b
10% 30,07287 b

22
15% 33,58884 b
20% 6,26901 c
Notas: Médias seguidas pela mesma letra não diferem entre si ao nível de 5% de probabilidade pelo Teste de Tukey.
Fonte: Autoria Própria (2021).

Assim como observado para a absorção de água, o teste de Tukey para as médias
de resistência à compressão dos blocos fabricados com lodo paulista calcinado mostrou
que os valores obtidos foram inferiores e diferentes dos valores referência. Com isso, mais
uma vez verificou-se que a incorporação de lodo paulista calcinado nos blocos altera
significativamente a propriedade mecânica de resistência à compressão dos mesmos,
indicando, nesse caso, a inviabilidade da utilização desse tipo de resíduo na fabricação
das peças.
Por fim, com o objetivo de avaliar a estabilização e solidificação dos metais
contaminantes (alumínio e ferro) nas matrizes de concreto, realizou-se ensaios de
lixiviação nos blocos com maior porcentagem de lodo incorporado. Os resultados são
apresentados pela Tabela 14.

Tabela 14. Concentrações de metais (alumínio e ferro) nos blocos de concreto com maior
porcentagem de lodo incorporado.

Metal Referência INPR 30% CPR 30% INSP 30% CSP 20%
(mg/L) (mg/L) (mg/L) (mg/L) (mg/L)
Alumínio 0,43 0,4966 0,4265 0,4707 0,4509
Ferro 0,0042 0,0053 0,0044 0,0013 0,0026
Fonte: Autoria Própria (2021).

Utilizando a Equação 5, calculou-se a eficiência de retenção de metais. Os


resultados encontrados estão contidos na Tabela 15.

Tabela 15. Eficiência de retenção de metais (alumínio e ferro) nos blocos de concreto com
maior porcentagem de lodo incorporado.

Metal INPR 30% CPR 30% INSP 30% CSP 20%


Alumínio 95,05% 95,16% 98,58% 98,45%
Ferro 99,96% 99,95% 99,95% 99,91%
Fonte: Autoria Própria (2021).

Observa-se por meio da Tabela 15 que a eficiência de retenção dos metais


contaminantes apresentou, para todos os casos, resultados superiores a 95%, indicando
uma estabilização dos metais nas matrizes de concreto, comprovando que a utilização de
lodo de ETA como matéria-prima na construção civil não afeta as características de
mobilidade dos metais, excluindo problemas de contaminação ambiental.

CONCLUSÕES

Com base nos resultados alcançados experimentalmente, juntamente com as


informações obtidas através da revisão bibliográfica, conclui-se que o lodo proveniente
de ETAs pode ser utilizado na fabricação de blocos de concreto.
De acordo com os resultados obtidos, os blocos fabricados com substituição parcial
do cimento por até 15% de lodo in natura paranaense (INPR), 15% de lodo calcinado
paranaense (CPR) e 5% de lodo in natura paulista (INSP) apresentaram comportamento
satisfatório nos ensaios de absorção de água e resistência à compressão, além de
23
estabilizar os metais contaminantes. Enquanto os blocos fabricados com incorporação de
lodo calcinado paulista (CSP) não se mostraram viáveis, já que este resíduo alterou
significativamente as propriedades do material.
Portanto, conclui-se que o lodo de ETAs possui características e comportamentos
em matrizes de concreto que permitem classificá-lo como um resíduo sólido industrial
passível de ser utilizado, em dosagens adequadas, como matéria-prima no ramo da
construção civil.

REFERÊNCIAS

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25, 2020.

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24
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(ETA) em matriz de concreto: método alternativo de preservação ambiental. Cerâmica,
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Nome Orientador e Assinatura Nome do Estudante e Assinatura

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