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UNIVERSIDADE DO ESTADO DE SANTA CATARINA - UDESC

CENTRO DE CIÊNCIAS TECNOLÓGICAS - CCT


CURSO DE BACHARELADO EM ENGENHARIA CIVIL

AIRTON SAVIO POFFO JÚNIOR


AUGUSTO SLIVA
BRUNO SATORU EGUCHI CRISTÓFOLI
GUSTAVO MENDES DA SILVA
VICTOR MARQUES ADAO

RELATÓRIO DE MECÂNICA DOS SOLOS I

JOINVILLE
2023
1

SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO……….……………………………………..…………………….……2
2 OBJETIVOS……………………………………………………………….…………….3
2.1 ENSAIO DE ANÁLISE GRANULOMÉTRICA (NBR-7181:2018)...............................3
2.2 ENSAIO DE DETERMINAÇÃO DA MASSA ESPECÍFICA REAL DOS GRÃOS….3
2.3 ENSAIOS DE LIMITES DE CONSISTÊNCIA DO SOLO (LL E LP)...........................3
3 ANÁLISE GRANULOMÉTRICA SIMPLES…………………………………………..4
3.1 CONTEXTUALIZAÇÃO TEÓRICA…………………………………………………...4
3.2 EQUIPAMENTOS……………………………………………….…..………………….4
3.3 DESCRIÇÃO DO PROCEDIMENTO DE ENSAIO…………………………………...4
3.4 RESULTADOS…………………………………………………………………………..5
4 MASSA ESPECÍFICA REAL DOS GRÃOS…………………………………………...8
4.1 CONTEXTUALIZAÇÃO TEÓRICA…………………………………………………...8
4.2 EQUIPAMENTOS……………………………………………….…..………………….8
4.3 DESCRIÇÃO DO PROCEDIMENTO DE ENSAIO…………………………………...8
4.4 RESULTADOS…………………………………………………………………………..9
5 LIMITE DE LIQUIDEZ (LL).........................................................................................10
5.1 CONTEXTUALIZAÇÃO TEÓRICA………………………………………………….10
5.2 EQUIPAMENTOS……………………………………………….…..……………...…10
5.3 DESCRIÇÃO DO PROCEDIMENTO DE ENSAIO………………………………….11
5.4 RESULTADOS…………………………………………………………………………11
6 LIMITE DE PLASTICIDADE (LP)...............................................................................13
6.1 CONTEXTUALIZAÇÃO TEÓRICA…………………………………………………13
6.2 EQUIPAMENTOS……………………………………………….…..………………...13
6.3 DESCRIÇÃO DO PROCEDIMENTO DE ENSAIO………………………………….13
6.4 RESULTADOS…………………………………………………………………………14
7 CLASSIFICAÇÃO……………………………………………………………………..15
7.1 IMPORTÂNCIA DA CLASSIFICAÇÃO……………………………………………..15
7.2 SISTEMA DE CLASSIFICAÇÃO UNIFICADA……………………………………..15
7.3 RESULTADOS…………………………………………………………………………17
REFERÊNCIAS…………………………………………………………………..………….18
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1. INTRODUÇÃO

A Mecânica dos Solos, conforme delineada por Tsutsumi (2003), pode ser descrita
como um ramo da engenharia que investiga, tanto teoricamente quanto na prática, as
propriedades dos solos e seu comportamento em diversas situações. Isso envolve análises sob
cargas estáticas e dinâmicas, bem como sob a influência da água e das variações de
temperatura. Para esse fim, são aplicados conhecimentos das disciplinas de física, mecânica,
hidráulica e transferência de calor. Essa abordagem é fundamental para a validação de teorias
existentes e o desenvolvimento de novas teorias que explicam o comportamento do solo em
diversas condições. Em resumo, a Mecânica dos Solos investiga a interação entre estruturas e
solos em diferentes contextos climáticos e ambientais.
A investigação das características técnicas dos solos tem sido extensivamente
conduzida para adquirir um entendimento mais profundo que permita diferenciá-los de outros
materiais. Esses estudos originaram-se, por parte, da necessidade dos engenheiros civis de
melhorar suas construções e antecipar o desempenho dos solos sob a aplicação de cargas
(GONÇALVES, 2018).
Tsutsumi (2003) também reafirma a importância do estudo dos solos e seus esforços,
que são afetados pela água. Toda estrutura seja um edifício, uma barragem, uma ponte ou
uma pavimentação está apoiada no solo, entende-se que pelos deveres de um engenheiro
projetista é necessário compreender detalhadamente os princípios da Mecânica dos Solos,
para cumprir com sua responsabilidade e garantir a segurança à vida das pessoas que
utilizarão essas edificações.
Conforme Pinheiro (2006), na engenharia geotécnica, os solos englobam uma vasta
gama de tipos, desde rochas duras até argilas e turfas moles, com diferentes densidades e
teores de água. É notável que a aplicação dos princípios da mecânica a esses materiais
diversos tem sido eficaz. Para entender suas características e estados, é crucial a realização de
ensaios e experimentos científicos rigorosos. A caracterização precisa do solo por meio
desses procedimentos e é fundamental para a tomada de decisões seguras em projetos
geotécnicos, garantindo a estabilidade e o desempenho de estruturas e fundações. Portanto, a
condução de ensaios geotécnicos de acordo com as normas estabelecidas, tanto nacionais
quanto internacionais, desempenha um papel crucial na engenharia geotécnica, permitindo
uma compreensão aprofundada das propriedades e comportamento dos solos em diferentes
condições.
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2. OBJETIVOS

2.1. ENSAIO DE ANÁLISE GRANULOMÉTRICA (NBR-7181:2018)

O objetivo central do ensaio de granulometria é analisar a composição granulométrica


do solo em questão, determinando a distribuição das diferentes frações de tamanho de
partículas presentes na amostra do solo. Isso é essencial para classificar o solo e fornecer
informações críticas para sua utilização em várias aplicações, como engenharia civil,
construção, agronomia e geologia. O ensaio busca quantificar a porcentagem de partículas em
diferentes faixas de tamanho e, com base nos resultados, construir uma curva granulométrica
que representa graficamente essa distribuição, sendo fundamental para o entendimento das
propriedades físicas do solo.

2.2. ENSAIO DE DETERMINAÇÃO DA MASSA ESPECÍFICA REAL DOS GRÃOS

Este procedimento tem como objetivo definir a maneira de determinar a massa


específica dos grãos de solos que passam pela peneira de 2,0 mm, seguindo as diretrizes
estabelecidas na norma NBR 6508 da ABNT, datada de outubro de 1984. Isso é feito através
de uma série de etapas, incluindo a preparação da amostra, a dispersão em água destilada, a
remoção do ar aderente, o equilíbrio de temperatura e a medição final. O resultado final é a
massa específica dos grãos do solo, um valor importante para caracterizar as propriedades
físicas do solo em várias aplicações.

2.3. ENSAIOS DE LIMITES DE CONSISTÊNCIA DO SOLO (LL E LP)

O objetivo do ensaio dos limites de consistência do solo é determinar a faixa de


umidade em que o solo se encontra, o que é crucial para avaliar seu comportamento sob
diferentes tensões e deformações. Essa faixa de umidade, caracterizada pelos limites de
liquidez (LL) e limite de plasticidade, influencia a condutividade hidráulica do solo e permite
fazer inferências sobre sua curva de umidade. O ensaio identifica estados distintos do solo,
como líquido, plástico e semissólido, com base na umidade presente. Além disso, o Índice de
Plasticidade (IP) é calculado para classificar os solos em termos de plasticidade e
compressibilidade.
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3. ANÁLISE GRANULOMÉTRICA SIMPLES

3.1. CONTEXTUALIZAÇÃO TEÓRICA

O ensaio de granulometria é o processo utilizado para a determinação da percentagem


em que cada faixa especificada de tamanho de partículas representa na massa total ensaiada.
A partir dos valores obtidos, é possível traçar a curva granulométrica do solo. Além de
classificar o solo, a curva granulométrica permite também obter os valores do diâmetro
efetivo e dos demais diâmetros necessários ao cálculo dos coeficientes de não uniformidade e
de curvatura (NOGUEIRA, 1995).
A análise granulométrica envolve o peneiramento das partículas do solo, o que
significa que uma parte da amostra do solo é peneirada em uma peneira com uma malha
ligeiramente maior que o diâmetro de interesse. Dessa forma, é possível determinar a curva
granulométrica do solo estudado em laboratório (PINTO, 2002).

3.2. EQUIPAMENTOS

● Balança de precisão 0,01g;


● Conjunto de peneiras de malha 38; 25; 19; 9,5; 4,8; 2,0; 1,2; 0,6; 0,42; 0,25; 0,15;
0,075 mm;
● Fundo metálico;
● Mesa de vibração para peneiração;
● Colher metálica;
● Cápsulas metálicas nomeadas 49, 1, 16;
● Recipiente de cerâmica;
● Estufa.

3.3. DESCRIÇÃO DO PROCEDIMENTO DE ENSAIO

O conjunto de peneiras utilizado foi cuidadosamente limpo. Foi pego uma amostra de
solo de aproximadamente 1000g e passou-se na peneira de 2,0 mm. Em seguida, lavou-se em
água corrente o que ficou retido na peneira, para retirar os finos, e colocou-se em um
recipiente de cerâmica, este levado até a estufa por cerca de 24 horas para secar. Usou-se esse
material para o peneiramento grosso. O solo passado pela peneira 2,00 mm foi separado em
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torno de 120g e colocado na peneira 0,075 mm para, em seguida, ser lavado, colocado em
outra cápsula cerâmica e na estufa. Submeteu-se tal massa ao peneiramento fino.
Depois de seco, peneirou-se os materiais. Fez-se o peneiramento fino colocando o
conjunto de peneiras com o solo no agitador mecânico e pesou-se o material retido em cada
peneira. Já no peneiramento grosso, havia apenas o material retido na peneira 2,00 mm, pois
nas peneiras maiores nada ficou retido. Além disso, do material peneirado inicialmente na
peneira 2,00 mm, separou-se cerca de 100 g para a determinação de umidade. Colocou-se a
amostra de solo em três cápsulas, sendo estas pesadas e levadas à estufa com o intuito de
promover a evaporação da água e, por fim, pesou-se o material seco, possibilitando o cálculo
da umidade média. Pesou-se as cápsulas vazias, com material úmido e com material seco.

3.4. RESULTADOS

A partir dos dados obtidos no laboratório, representados na Tabela 1, calculou-se a


Umidade Higroscópica do material passado pela peneira 2,0 mm. Para tal cálculo é
necessário calcular o valor da Massa de Água, a Massa de Solo Seco e do Teor de Umidade
(W). O primeiro calcula-se subtraindo a “Massa Solo Seco + Tara” da “Massa Solo Úmido +
Tara”. A Massa de Solo Seco é obtida através da retirada da Massa da Tara do valor da
“Massa de Solo Seco + Tara”. E o terceiro é calculado por meio do valor da Massa de Água
(Mw) e o valor da Massa Solo Seco (Ms), como apresentado na equação a seguir:

𝑊 = 𝑀𝑤/𝑀𝑠

Em seguida a umidade média é obtida através da média aritmética das umidades


obtidas, com a equação a seguir:

3.18+3.18+3.22
Wmédia = 3
= 3.20%

Na Tabela 1, apresenta a seguir, constam todos os dados utilizados para chegar em tal
resultado:

Tabela 1 - Dados de Umidade Higroscópica

Cápsula 45 1 6
6

Massa Tara (g) 29.01 29.12 28.44


Massa Solo Úmido + Tara (g) 69.19 67.77 69.10
Massa Solo Seco + Tara (g) 67.95 66.58 67.83
Massa de Água (g) 1.24 1.19 1.27
Massa de Solo Seco (g) 38.94 37.46 39.39
Teor de Umidade (%) 3.18 3.18 3.22
Umidade Média (%) 3.20

Utilizando do valor obtido para a umidade higroscópica calcula-se a Massa Total da


Amostra Seca (Ms) utilizando a equação a seguir e os dados apresentados na Tabela 2.

𝑀𝑠 ={ [(𝑀𝑡 − 𝑀𝑔)/(100+𝑊)]⋅ 100} + 𝑀𝑔 = 969.273

Tabela 2 - Dados de Laboratório

Massa de Amostra Seca ao Ar (Mt) 1000.18


Massa Total da Amostra Seca (Ms) 969.273
Massa de Material Seco Retido na 2.0mm (Mg) 0.4
Massa de Material Submetido ao Peneiramento Fino 123.08

Para a criação da Curva Granulométrica utilizou-se dos dados fornecidos na Tabela 3


e a Massa de Material Submetido ao Peneiramento fino. Com as porcentagens do material
passado em cada peneira obtidas através dos cálculos, cria-se um gráfico que representa a
curva granulométrica, sendo o eixo X o diâmetro das peneiras representado em escala
logarítmica, e o eixo Y apresentando a Porcentagem Passada das partículas que compõem o
solo. A curva Granulométrica está representada na Figura 1:

Tabela 3 - Dados do Peneiramento

Peneira Massa Massa % Massa Peneira Massa Peneira c/


# (USA) mm Retida (g) Acumulado (g) Passa Vazia Solo
1.1/2" 38 - - 100
1" 25 - - 100
3/4" 19 - - 100
3/8" 9.5 - - 100
4 4.8 - - 100
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10 2 0.4 0.4 99.68 415.30 415.70


16 1.2 0.04 0.44 99.64 417.88 417.92
30 0.6 0.07 0.51 99.59 378.08 378.15
40 0.42 0.09 0.6 99.51 412.07 412.16
60 0.25 5.26 5.86 95.24 402.96 408.22
100 0.15 0 5.86 95.24 317.63 317.63
200 0.075 0.16 6.02 95.11 368.18 368.34

Figura 1 - Curva Granulométrica

Analisando a Figura 1 é perceptível que a quantidade de material retido mesmo nas


peneiras mais finas é quase que nula. Levantando então duas hipóteses ao relatório: na
primeira hipótese o material peneirado era tão fino que mais de 95% do mesmo passa na
peneira mais fina em que o material foi peneirado, a segunda alternativa é de que ocorreu
algum equívoco na aferição do peso das peneiras o que resultou em uma falha no
experimento.

4. MASSA ESPECÍFICA REAL DOS GRÃOS

4.1. CONTEXTUALIZAÇÃO TEÓRICA


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Como existem variadas partículas em um solo, em geral se tem interesse em obter o


peso específico médio das partículas do mesmo. No entanto, como só se foram utilizadas
partículas finas no experimento, de natureza diferente das partículas de maior tamanho, elas
sofrem mais por desintegração química (oxidação, hidratação e carbonatação) do que
mecânica. Então se utiliza as normas de peso específico médio ou da densidade média das
partículas menores do que 2,0mm, como a ABNT NBR 6458:2016 que adota o processo do
picnômetro para a determinação da massa específica das partículas menores que 4,8 mm,
enquanto o DNIT faz para a determinação da densidade das partículas menores que 2,0 mm.
A precisão dos resultados deste ensaio pode ser afetada por vários elementos, tais como a
existência de bolsas de ar, seja dentro de torrões, aderentes aos grãos, ou até mesmo na
própria água. Considerando que diversos parâmetros físicos dependem da densidade das
partículas, fica evidente a importância de alcançar a máxima exatidão nos resultados dos
ensaios.(GONÇALVES, 2018)

4.2. EQUIPAMENTOS

● Balança de precisão 0,01g;


● Picnômetro nomeado 23;
● Funil plástico;
● Pisseta plástica com água destilada;
● Seringa;
● Bomba de vácuo fixada à um agitador programável;
● Termômetro;
● Bandeja plástica;
● Estufa.

4.3. DESCRIÇÃO DO PROCEDIMENTO DE ENSAIO

Primeiramente, colocou-se o picnômetro na balança, zerando a balança com o


propósito de medir apenas o peso do solo. Então, foi acrescentado cerca de 50g de material e
anotou-se a massa. Em seguida, adicionou-se aproximadamente dois centímetros acima do
nível do solo de água destilada ao picnômetro pela parede do recipiente, a fim de evitar
mexer ou aerar a amostra de solo. Após, colocou-se o picnômetro em uma bomba de vácuo a
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fim de retirar o ar de dentro do vidro. Simultaneamente, agitou-se o recipiente por 15


minutos. Depois, completou-se com água, analogamente ao processo anterior, e colocou-se
uma de tampa contendo uma cânula de vidro. Colocou-se a tampa rapidamente para manter a
vedação do vidro e, então, completou-se a cânula com água utilizando-se uma seringa. Em
seguida, secou-se todo o exterior do vidro e pesou-se o conjunto picnômetro, solo e água e,
então, verificou-se a temperatura. Depois disso, descartou-se o conteúdo do vidro. Encheu-se
o picnômetro limpo com água e, novamente, fechou-se com a tampa e completou-se a cânula
com a seringa. Por último, pesou-se o picnômetro com a água.

4.4. RESULTADOS

Para o cálculo da massa específica real dos grãos utilizou-se o mesmo teor de
umidade média (w = 3.20%) calculado na análise granulométrica, uma vez que, foi utilizado
a mesma amostra de solo que foi passa pela peneira 2,0 mm em ambos os ensaios.
Para o cálculo da Massa de Solo Seco (Ws) utilizou-se a Equação abaixo:

Ws = W/(1+W)

Como foi medida a temperatura da água em laboratório e obteve-se o valor de 22.3 °C


foi utilizado um γ = 0.9978 nos cálculos, esse valor representa a massa específica da água
para tal temperatura.
Assim é possível calcular a Massa Específica dos Grãos (G) utilizando a equação a
seguir:

G = [𝑊𝑠/(𝑊1−𝑊2+𝑊𝑠)] ⋅ 𝛾𝑇 = 2.72

Desta forma, acha-se um G = 2.72 g/cm³, os dados utilizados no experimento podem


ser visualizados na tabela 6.

Tabela 6 - Dados para Massa Específica do Grão

Picnômetro 23.00
(W) Massa Solo Úmido (g) 49.70
(Ws) Massa Solo Seco (g) 48.16
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(W2)Massa+Picnômetro+Solo
(g) 651.35
(W2) Massa+Picnômetro (g) 620.88
(T) Temperatura 22.30
γ 0.9978
G 2.72

5. LIMITE DE LIQUIDEZ (LL)

5.1. CONTEXTUALIZAÇÃO TEÓRICA

A consistência de um solo coesivo varia com seu teor de umidade. Quando o teor é
elevado, o solo se torna líquido e oferece pouca resistência ao cisalhamento. À medida que a
umidade diminui, o solo passa do estado líquido para o plástico, ainda moldável. Com a perda
contínua de umidade, chega-se ao estado semissólido, onde o solo aparenta ser sólido, mas
reduz seu volume. À medida que a umidade diminui mais, atinge-se o limite de contração,
onde o volume permanece constante. É definido como limite de liquidez o valor de umidade
máximo de uma argila em sua consistência plástica, esse valor é muito utilizado em
avaliações preliminares da argila em aterros compactados pela construção de obras e estradas,
fundações e obras de armazenamento. Também é usado para avaliar a região do solo argiloso
e características como compressibilidade e permeabilidade. Em estudos geotécnicos, a
correlação entre o limite de liquidez (LL) e o limite de plasticidade (LP) é importante para
avaliar solos em aplicações como fundações e estradas. O Índice de Plasticidade (IP),
calculado como a diferença entre LL e LP, ajuda a entender o comportamento plástico do
solo. (GONÇALVES, 2018)

5.2. EQUIPAMENTOS

● Balança de precisão 0,01g;


● Recipiente de porcelana;
● Colher metálica;
● Pisseta plástica com água destilada;
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● Aparelho de Casagrande;
● Cinzel chato;
● Espátula metálica;
● Cápsulas metálicas nomeadas 63, 57, 74, 3, C;
● Estufa.

5.3. DESCRIÇÃO DO PROCEDIMENTO DE ENSAIO

Inicialmente, o material foi passado pela peneira 0,42mm com o objetivo de obter
cerca de 200g desse material. Pegou-se certa quantidade dessa mostra e colocou-a em um
recipiente de porcelana com um pouco de água e misturou-se, a fim de homogeneizar e
chegar a uma consistência adequada. Com o auxílio de uma colher, transferiu-se parte da
mistura para a concha do aparelho de Casagrande e modelou a mistura de modo que ela
ficasse adequada. Então, passou-se o cinzel no meio da concha de forma a fazer uma abertura
na porção de solo misturado com água. Reposicionou-se a concha com cuidado para que não
houvesse nenhuma perturbação na amostra. Girou-se a manivela na frequência de,
aproximadamente, dois golpes por segundo até as bordas se unirem em torno de 1cm.
Separou-se uma pequena porção (retângulo) da mistura em uma cápsula metálica. Foi feito
esse processo para 5 amostras, todas respeitando o intervalo de golpes definidos para aquela
situação (de 15 a 50 golpes).

5.4. RESULTADOS

Com os dados obtidos em laboratório, representados na Tabela 7, e utilizando a


seguinte equação onde: Mc+s = Massa da Cápsula + Solo Úmido; Mc = Massa da Cápsula;
Ms = Massa do Solo Seco.

𝑢 = (𝑀𝑐+𝑠−𝑀𝑐−𝑀𝑠)/𝑀𝑠

Tabela 7 - Dados do Ensaio do Limite de Liquidez

Cápsula 63 57 74 3 c
Massa Cápsula (g) 28.71 29.36 28.75 17.06 18.36
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Massa Cápsula + Solo


Úmido(g) 33.38 36.96 33.59 19.96 21.82
Massa Cápsula + Solo
Seco(g) 31.89 34.5 31.88 19.27 20.68
Massa Água (g) 1.49 2.46 1.71 0.69 1.14
Massa Solo Seco (g) 3.18 5.14 3.13 2.21 2.32
N de Golpes 51 37 19 25 35
Umidade (%) 46.86 47.86 54.63 31.22 49.14

A Partir dos dados obtidos com os cálculos foi traçado o gráfico do Limite de
Liquidez, utilizando do número de golpes e da umidade calculados. Em seguida foi traçada
uma linha de tendência entre os pontos. Nesse processo foram descartados os dados obtidos
na capsula de número 3, já que eles diferem do esperado. O gráfico é apresentado na figura
2.

Figura 2 - Gráfico de Limite de Liquidez e linha de tendência

Utilizando da equação da linha de tendência pode-se estipular a umidade em 25


golpes, com a equação ficando: u = 58.4 - 0.248*25 = 52.33 (%), sendo este valor o Limite de
Liquidez buscado no experimento.
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6. LIMITE DE PLASTICIDADE (LP)

6.1. CONTEXTUALIZAÇÃO TEÓRICA

Retomando o item 5.1, o Limite de Plasticidade (LP), tem por definição que é o
menor teor de umidade em que é possivel moldar um cilindro com a palma da mão, com 3
mm de diâmetro até que o mesmo se rompe espontaneamente. (NOGUEIRA, 1995).
Para iniciar o ensaio, deve ser utilizado a palma da mão aplicando ligeiras pressões a
fim de deformar o cilindro ao invés de rolá-lo. Assim que possuir 3 mm de diâmetro e ter
sido fissurado, é então parado o ensaio e levado para determinar o teor de umidade das partes
rompidas. Assim que concluída esta etapa, deve ser feito esse ensaio até que no total tenham
cinco corpos de prova rompidos que satisfaçam ambas condições. (NOGUEIRA, 1995).

6.2. EQUIPAMENTOS
● Balança de precisão 0,01g;
● Cápsulas de porcelana;
● Colher metálica;
● Pisseta plástica com água destilada;
● Espátula metálica;
● Superfície de vidro;
● Gabarito de tamanho e espessura do rolo;
● Cápsulas metálicas nomeadas 30, 66, 37, 13, 53;
● Estufa.

6.3. DESCRIÇÃO DO PROCEDIMENTO DE ENSAIO

Para o experimento, foi retirado solo do mesmo material peneirado para o


experimento Limite de Liquidez. Colocou-se um pouco do material no recipiente de cerâmica
e adicionou-se uma pequena porção de água destilada. Após, homogeneizou-se a mistura para
formar uma massa consideravelmente plástica. Com o auxílio de uma espátula, retirou-se um
pouco desse material e colocou-se numa superfície de vidro, alisou-se até chegar em uma
espessura desejada e, com a espátula, cortou-se um retângulo fino; assim, tentou-se rolar essa
porção de solo com água. Após a rolagem, dimensionou-se a amostra próximo ao gabarito,
rolando a amostra na superfície. Com o tamanho desejado atingido, continuou-se rolando até
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dissipar a umidade e a amostra romper. Colocou-se as duas partes do inteiro quebrado em


uma cápsula metálica, levada até a estufa por 24 horas. Pesou-se a cápsula vazia, com o solo
antes da estufa e após as 24 horas de estufa. O processo foi realizado cinco vezes.

6.4. RESULTADOS

Para o cálculo do Limite de Plasticidade foi utilizado a mesma equação utilizada para
definir a umidade no ensaio do Limite de Liquidez, os resultados estão representados na
tabela 8.
Tabela 8 - Dados para o Limite de Plasticidade

Cápsula 30.00 60.00 37.00 13.00 53.00


Massa Cápsula (g) 12.21 12.17 11.87 11.96 12.10
Massa Cápsula + Solo
Úmido(g) 13.58 13.37 13.17 13.08 13.20
Massa Cápsula + Solo
Seco(g) 13.28 13.13 12.86 12.86 12.97
Massa Água (g) 0.30 0.24 0.31 0.22 0.23
Massa Solo Seco (g) 1.07 0.96 0.99 0.90 0.87
Umidade (%) 28.04 25.00 31.31 24.44 26.44
Umidade Média (%) 27.05

Sendo a Umidade média a média aritmética das umidades obtidas através de cálculo,
de acordo com a NBR 7180 é considerado satisfatório o valor obtido quando ele está em um
intervalo de 5% para mais ou para menos da umidade média obtida em um primeiro
momento. Logo o intervalo aceito para o valor obtido é de 25.69% até 28.40%, assim pode-se
descartar os valores obtidos nas cápsulas 60, 37 e 13. Calculando a nova média utilizando os
valores dentro do intervalo válido:

Umédia = (28.04+26.44)/2 = 27.24

Ao fazer novamente o teste com os 5% é verificado que esta nova Umidade Média
pode ser aceita e o valor é tomado como o Limite de Plasticidade. Logo LP = 27.24%.

Possuindo LL e LP calcula-se IP utilizando da seguinte equação: IP = LL - LP =


25.09%
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7. CLASSIFICAÇÃO

7.1. IMPORTÂNCIA DA CLASSIFICAÇÃO

Por motivo de possuirmos vários tipos de solo sendo distintos um dos outros, foi
preciso de um meio que possamos diferenciá-los. Com a finalidade de medir seu
comportamento a fim de termos uma análise mais adequada para cada situação (PINTO,
2002).

7.2. SISTEMA DE CLASSIFICAÇÃO UNIFICADA

Criado pelo Prof. Casagrande com destino de auxiliar obras de aeroportos, que hoje
em dia é generalizado para outras finalidades. Sendo utilizado para estudos geotécnicos
trabalhando diretamente em barragens. Os solos nesse tipo de sistema são estabelecidos por
conjunto de duas letras mostrado na Figura 3 Na parte superior mostra um conjunto de cinco
letras que determinam o tipo de solo, as quatro letras na sequência determinam dados
complementares. Por exemplo CP que representa uma argila mal graduada e MW a um silte
bem graduado (PINTO, 2002)

Figura 3

Fonte: PINTO (2002)


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Para o uso dessa classificação primeiramente devemos levar em consideração a


quantidade de finos presentes no solo em análise, materiais passantes na peneira número 200
(0,075mm). No entanto, caso passe uma quantidade inferior à metade, o solo é considerado
de graduação grosseira, G ou S. Caso for superior a metade, o solo é considerado fino, M, C
ou O (PINTO, 2002).
Solos com granulação grosseira são classificados como pedregulho ou areia,
conforme qual fração granulométrica é a predominante. Por exemplo, supondo que um solo
possua 70% de pedregulho, 30% de areia e 30% de fino, ele é classificado como pedregulho
com símbolo G, por conta da sua maior parcela ser pedregulho. Na sequência, depois de ser
classificado devemos conhecer sua característica secundária, se o material possui uma baixa
quantidade de finos em sua composição, menor que 5% passando na peneira número 200, é
necessário verificar de que modo é sua composição granulométrica. Solos de classificação
granulares podem ser bem graduados ou mal graduados, apresentado pelo coeficiente de não
conformidade, onde possuímos duas incógnitas, temos o D60 que representa o diâmetro
abaixo da qual estabelecem 60% das partículas, e o D10 que é o diâmetro referido a
porcentagem na qual passa 10%. Quanto maior for o coeficiente de não uniformidade, CNU,
mais bem agregado será o pedregulho, No entanto, os pedregulhos com CNU inferiores a 2
são classificados como uniformes (PINTO, 2002).

Também tem o coeficiente de curvatura, CC, não tão utilizado quanto o CNU,
utilizado para indicar a amplitude do tamanho dos grãos, detectar o formato da curva
granulométrica e também encontrar descontinuidades ou concentração alta de grãos mais
grossos no conjunto. Para ter um CC bem graduado o material precisa estar entre 1 e 3, fora
isso é mal graduado (PINTO, 2002).

Porém o solo quando sua fração dominante for fina, o solo é considerado fino, ao ter
essa propriedade sua classificação será M (silte), C (argila) ou O (solo orgânico), não apenas
por conta da sua porcentagem de frações granulométricas silte ou argila mas também sua
atividade. Sua compressibilidade é uma característica exclusivamente de solos finos em
comparação aos solos granulares (PINTO, 2002). Para fazermos a classificação dos solos
finos é preciso fazer a relação entre IP e LL na Carta de Plasticidade.
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Figura 4 - Carta de Plasticidade

Fonte: PINTO (2002)


7.3. RESULTADOS

Ao ser realizado o experimento, após serem feitos os devidos cálculos foi


encontrado um Limite de Liquidez no valor de 52,33% e com um Limite de Plasticidade
27,24% chegando em um Índice de Plasticidade de 25,09%, resultando em um solo de
classificação solo argiloso de alta compressibilidade (CH) segundo a figura 4.
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REFERÊNCIAS

ABNT. ABNT NBR 7180: Solo: Determinação do limite de plasticidade. Rio de


Janeiro: ABNT, 1984.

NOGUEIRA, João Baptista. MECÂNICA DOS SOLOS ENSAIOS DE LABORATÓRIO.


São Carlos: Eesc-Usp, 1995. 248 p

TSUTSUMI, M. Mecânica dos solos I. UFJF – FAC. Engenharia


– Dep. Transportes. 2003.

PINHEIRO, R. J. B. Mecânica dos solos – Retirada de amostras. Santa Maria-RS. maio


2006.

PINTO, C. de S. CURSO BÁSICO DE MECÂNICA DOS SOLOS. 2. ed. São Paulo: Oficina de
Textos, 2002.

GONÇALVES, R. A.; MONTEIRO, V. E. D. M. MECÂNICA DOS SOLOS EXPERIMENTAL. 1ª


edição. Campina Grande: EDUFCG, 2018. 204 p.

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