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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PIAUÍ

CENTRO DE TECNOLOGIA
BACHARELADO EM ENGENHARIA CIVIL

Antônio Guilherme Miranda Moura


Marcelo Brayen Santos Pinheiro
Natanael Gomes Carneiro
Thiago Luís dos Santos Nunes

DESCRIÇÃO DOS ENSAIOS E PRÁTICAS LABORATORIAIS

TERESINA-PI
2023
ANTÔNIO GUILHERME MIRANDA MOURA
MARCELO BRAYEN SANTOS PINHEIRO
NATANAEL GOMES CARNEIRO
THIAGO LUÍS DOS SANTOS NUNES

DESCRIÇÃO DOS ENSAIOS E PRÁTICAS LABORATORIAIS

Trabalho apresentado como requisito para


obtenção da nota para a 3° avaliação da
disciplina de Tecnologia do Concreto
ministrada pela professora Luzana Leite
Brasileiro

TERESINA-PI
2023
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO.......................................................................................................................4
2 ENSAIOS...............................................................................................................................4
2.1 Agregados.....................................................................................................................4
2.1.1 Determinação da Composição Granulométrica................................................... 4
2.1.2 Agregado miúdo - Determinação da densidade e da absorção de água.............8
2.1.3 Agregado graúdo - Determinação da densidade e da absorção de água......... 13
2.1.4 Determinação da massa unitária e do índice de vazios.....................................16
2.1.5 Determinação do inchamento de agregado miúdo............................................ 19
2.1.6 Determinação do teor de argila em torrões e materiais friáveis.........................21
2.1.7 Determinação do material fino que passa pela peneira de 75 μm por lavagem 24
2.1.8 Agregados graúdo - Determinação do índice de forma pelo método do
paquímetro.................................................................................................................. 26
2.1.9 Ensaios de resistência ao impacto e à abrasão Los Angeles............................28
2.2 Cimento Portland e outros materiais em pó................................................................32
2.2.1 Determinação da massa específica................................................................... 32
2.2.2 Determinação dos tempos de pega................................................................... 33
2.3 Concreto......................................................................................................................36
2.3.1 Determinação da consistência pelo abatimento do tronco de cone...................36
2.3.2 Ensaio de compressão em corpos de prova cilíndricos.....................................39
2.3.3 Avaliação da dureza superficial pelo esclerômetro de reflexão......................... 43
REFERÊNCIAS...................................................................................................................... 47
1 INTRODUÇÃO

Na engenharia civil, três elementos são de suma importância para a maioria


das construções: agregados, cimento e concreto. Esses três elementos possuem
uma estreita correlação, onde os agregados e o cimento fazem parte da constituição
do concreto. Nesse cenário, os agregados são componentes granulares que
fornecem resistência mecânica, enquanto que o cimento funciona como uma cola
que mantém o concreto unido. Esse último, por sua vez, com a combinação dos dois
primeiros, enriquecida pela adição de água e às vezes de alguns aditivos, forma uma
mistura versátil que ao ser endurecido constitui um material robusto, que é essencial
para grande parte das obras de engenharia civil.
No prosseguimento, abordaremos sobre 14 ensaios de práticas laboratoriais,
que são subtemas dos já citados agregados, cimento e concreto.
No presente trabalho serão descritos para cada ensaio:

● Objetivos;
● Aparelhagem;
● Amostra;
● Método.

2 ENSAIOS

2.1 Agregados

2.1.1 Determinação da Composição Granulométrica


● Objetivos

Determinar o tamanho das partículas e suas respectivas porcentagens de


ocorrência, ou seja, determinar a sua distribuição.

● Aparelhagem
○ Balança: Balança com resolução de 0,1% da massa da amostra de
ensaio;
Figura 01 - Balança de precisão.

Fonte: Site MogiGlass.1


○ Estufa: Estufa capaz de manter a temperatura no intervalo de 100 a
110 °C;
Figura 02 - Estufa.

Fonte: Site Matest.2


○ Peneiras: Peneiras das séries normal e intermediária, com tampa e
fundo, que atendem à ABNT NBR NM ISO 3310-1.

Figura 03 - Peneiras. Tabela 01 - Abertura nominal.

Fonte: Site SPlabor.3

Fonte: ABNT (2022).

1
Disponível em: https://balancas.mogiglass.com.br/semi-analiticas/l1002i
2
Disponível em: http://www.matest.pt/estufas-ventiladas.html
3
Disponível em: https://www.splabor.com.br/blog/mesa-vibratoria-para-peneiras/
No entanto. são necessários ainda algumas ferramentas e equipamentos sem
requisitos específicos, tais como:
○ Agitador mecânico de peneiras (facultativo);
○ Bandejas;
○ Escova ou pincel de cerdas macias;
○ Fundo avulso de peneira.

● Amostra
A amostra representativa de um lote de agregado deve ser coletada e
reduzida para ensaio de acordo com a ABNT NBR 16915.

● Método de ensaio
Antes de iniciar o procedimento, forma-se duas amostras para o ensaio, onde
a massa mínima e a dimensão máxima são determinadas pela tabela abaixo:

Tabela 02 - Massa mínima por amostra de ensaio.

Fonte: ABNT (2022).

O procedimento inicia-se secando as duas amostras durante 24 horas ou até


a massa constante, à temperatura que varia entre 100 e 110 °C. A massa é
considerada constante quando a variação entre duas pesagens sucessivas, em
intervalo de pelo menos 1 hora, for inferior a 0,1%.
Em seguida, determina-se as massas m1 e m2. Após isso toma-se a amostra
de massa m1 e depois reserva-se a de massa m2. A amostra da massa m1 é
colocada sobre a peneira superior, para evitar a formação de uma camada espessa
sobre uma das peneiras, pois o acúmulo de material sobre uma peneira impede o
igual acesso de todos os grãos à tela.
Para peneiras com aberturas de malha iguais ou maiores do que 4,75 mm, a
quantidade de material sobre a tela deve ser calculada pela expressão:

• “m” é a quantidade de material sobre cada peneira (kg);


• “a” é a abertura da malha (mm);
• “s” é a superfície efetiva de peneiramento (m²).

A quantidade máxima de material para peneiras com caixilho de diâmetro


igual a 203 mm é determinada de acordo com a tabela abaixo:

Tabela 03 -.Massa mínima por amostra de ensaio.

Fonte: ABNT (2022).

Em seguida, é necessário promover a agitação mecânica do conjunto até que


haja a separação e classificação de diferentes tamanhos de grãos. O tempo
necessário não pode ser inferior a 2 min.
Após isso, é preciso destacar e agitar manualmente a peneira superior do
conjunto até que a massa de material passante pela peneira seja inferior a 1 % da
massa do material retido, onde a movimentação da peneira deve ser com agitos
laterais e circulares, horizontalmente e de forma inclinada. Essa agitação pode ser
feita em 1 minuto, desde de que de forma contínua.
Chegamos agora na etapa de remoção do material retido na peneira para um
outro local, que pode ser uma bandeja (identificada). Realiza-se a limpeza da
peneira com a escova sobre a tela, e o material removido pelo lado interno é
considerado também retido e juntado na bandeja, enquanto que o desprendido na
parte inferior é tido como passante.
O procedimento de agitação e limpeza é repetido para a peneira seguinte,
depois de acrescentar o material passante na peneira superior. Isso é feito até que
todas as peneiras do conjunto tenham sido verificadas.
Dando prosseguimento, a massa total de material em cada uma das peneiras
deve ser determinada (além do fundo do conjunto), onde o somatório de todas as
massas não pode dar uma diferença maior do que 0,3 % de m1.
Finalizando o procedimento da primeira amostra, o passo-a-passo deve ser
repetido para a segunda amostra, de massa m2. Em cada uma das amostras de
ensaio, a porcentagem retida deve ser calculada, em massa, em cada peneira, com
aproximação de 0,1 %. Tais amostras devem apresentar necessariamente a mesma
dimensão máxima característica e nas demais peneiras os valores de porcentagem
retida não podem diferir mais que 4 % entre si. Se isso acontecer, todo o
peneiramento deve ser repetido para outras amostras até que o requisito seja
atendido.

2.1.2 Agregado miúdo - Determinação da densidade e da absorção de água


● Objetivos

Determinar a densidade das partículas na condição seca, na condição


saturada com superfície seca e a absorção de água do agregado miúdo destinados
ao uso em concreto.

● Aparelhagem
○ Balança: Balança com resolução de 0,1% da massa da amostra de
ensaio;
○ Frasco com tampa: Precisa ter capacidade variando entre 475 e 525
mL e boca com diâmetro interno de aproximadamente 50 mm, além do
diâmetro interno do tubo da tampa de 11 mm, conforme ilustração:
Figura 04 - Detalhamento do frasco com tampa.

Fonte: ABNT (2021).

○ Molde tronco-cônico: Precisa ser metálico, com 40 mm de diâmetro


superior, 90 mm de diâmetro inferior e 75 mm de altura, além de
espessura mínima de 1 mm;
○ Haste de compactação: Também precisa ser metálica, com (340 +/- 15)
g de massa e superfície de compactação circular plana de 25 mm de
diâmetro, aproximadamente;
○ Estufa: A estufa deve ser capaz de manter a temperatura no intervalo
de 100 a 110 °C;
○ Recipientes: Bandejas metálicas inoxidáveis com bordos rasos, onde
suas dimensões devem permitir espalhar a amostra em uma camada
delgada em seu interior;
Figura 05 - Recipiente – Bandeja metálica.

Fonte: Site Rhosse.4

○ Peneiras: As peneiras necessitam ter abertura nominal de 150


micrômetros a 4,75 mm, ou outras dimensões conforme a ABNT NBR
NM ISO 3310-1;
E ainda:
○ Espátula de aço;
○ Circulador de ar quente regulável;
○ Dessecador.

● Amostra
Coletar a amostra e reduzi-la para ensaio conforme estabelecido na ABNT
NBR 16915.

● Método de ensaio
A determinação das densidades e da absorção de água deve ser realizada
em duplicata, onde a amostra de ensaio deve ser constituída por pelo menos 2,5 kg.
A amostra deve ser espalhada nas bandejas e cobertas com água potável por
aproximadamente 24 horas. Após esse tempo, a amostra é retirada e estendida
sobre uma superfície plana, onde é submetida à ação de uma corrente de ar suave,
para que haja uma secagem uniforme. A secagem deve ser prosseguida até que os
grãos de agregado miúdo não fiquem fortemente aderidos entre si.
Prosseguindo com a preparação da amostra de ensaio, a amostra é colocada
no molde tronco-cônico sem comprimi-la. 25 golpes são aplicados com a haste de

4
Disponível em: https://www.rhosse.com.br/bandeja-de-inox-retangular-22x12x15cm/p
compactação. Se ainda houver umidade superficial, o agregado conserva a forma do
molde. Neste contexto, continua-se a secagem, revolvendo a amostra
constantemente. O ensaio deve ser feito em intervalos frequentes de tempo até que
o cone de agregado miúdo desmorone ao retirar o molde. Neste momento, o
agregado deve ter atingido a condição de saturado, com superfície seca.
Essas etapas que antecedem o procedimento têm a finalidade de assegurar
que no primeiro ensaio o agregado possua umidade superficial. Caso o cone
desmorone na primeira tentativa, o agregado miúdo deve ter sido seco além do seu
ponto de superfície seca. Caso isso aconteça, adiciona-se uma pequena quantidade
de água potável até que haja homogeneidade. O conjunto deve ser deixado num
recipiente tampado durante 30 min, iniciando novamente o processo de secagem e
ensaio.
Agora dando início ao procedimento de ensaio em si, primeiramente toma-se
500,0 g da amostra preparada, conforme instruções mencionadas, e coloca-se no
frasco. Em seguida determina-se a massa do conjunto (mC), que nada mais é do
que a massa da amostra na condição saturada mais a massa do frasco. O frasco
deve ser enchido com água potável até próximo da marca total. As bolhas do
recipiente devem ser removidas e em seguida o frasco é colocado em um banho
com temperatura constante de 23 +/- 2 °C.
Depois de mais ou menos 1 hora, completa-se o recipiente com água
novamente até a marca cheia (500 mL) e determina-se a massa total com exatidão
de 0,1 g (mD), que corresponde à mC mais a massa da água.
Toma-se 500,0 g da amostra preparada antes do procedimento,
concomitantemente com os já citados 500,0 g anteriormente. Coloca-se em uma
bandeja e em seguida ela deve ser secada a aproximadamente 105 °C por pelo
menos 24 horas ou até a constância. O resfriamento deve ser feito à temperatura
ambiente em dessecador e em seguida a massa da amostra seca (mA) deve ser
determinada com exatidão de 0,1 g.
Agora vamos aos cálculos que devem ser feitos após o procedimento anterior.
Primeiro, é preciso calcular a densidade do agregado na condição seca utilizando a
expressão:
• “ρs” é a densidade do agregado na condição seca (g/cm³);
• “mA” é a massa da amostra seca em estufa a 105 °C, expressa em gramas (g);
• “V” é o volume do frasco calibrado (cm³);
• “Va” é o volume de água adicionada ao frasco, de acordo com a expressão:

• “mC” é a massa do conjunto formada pela massa da amostra na condição saturada


superfície seca mais a massa do frasco (g);
• “mD” é a massa de “mC” mais a massa da água (g);
• “ρs” é a densidade da água na temperatura do banho (g/cm³).

A densidade do agregado na condição saturada de superfície seca é


determinada pela equação:

• “ρss” é a densidade do agregado na condição saturada superfície seca (g/cm³);


• “mB” é a massa da amostra na condição saturada superfície seca (g);
• “V” e “Va” já foram citados.

Por fim, a absorção de água é calculada pela expressão:

• “Abs” é a absorção de água (%);


• “mA” é a massa da amostra seca em estufa a 105 °C (g);
• “mB” é a massa da amostra na condição saturada de superfície seca (g).

Nesse contexto, os resultados encontrados devem ser a média de


determinações que não difiram entre si em mais que 0,02 g/cm³. Em caso de não
atendimento da condição, uma terceira determinação deve ser realizada. Além
disso, os resultados de densidade devem ter aproximação de 0,01 g/cm³ e o de
absorção, 0,1%. Cada amostra deve ser corretamente identificada, com fornecedor,
procedência, lote, etc.
2.1.3 Agregado graúdo - Determinação da densidade e da absorção de água
● Objetivos

Determinar a densidade das partículas na condição seca, na condição


saturada com superfície seca e a absorção de água do agregado graúdo destinados
ao uso em concreto.

● Aparelhagem
○ Balança: Com resolução mínima de 0,1% da massa da amostra de
ensaio. A balança deve ser equipada com dispositivo adequado, capaz
de determinar a massa da amostra submersa em água;
○ Cesto de arame: Com abertura de malha de aproximadamente 1 mm a
3 mm e capacidade para 5 litros, aproximadamente, para agregados de
dimensão máxima de até 37,5 mm;

Figura 06 - Cesto de arame.

Fonte: Site ENGETOTUS.5

○ Tanque de água: Recipiente estanque para conter água, onde será


submerso o cesto de arame com a amostra;
○ Peneiras de ensaio: Peneiras com abertura nominal entre 4,75 e 75
mm, ou com outras dimensões conforme ABNT NBR NM ISO 3310-1;
○ Estufa: Capaz de manter a temperatura no intervalo de 100 a 110 °C;
○ Recipientes: Bandejas metálicas inoxidáveis;

5
Disponível em: https://www.engetotus.com.br/produtos/cesto-de-tela-metalica/
● Amostra
Coletar a amostra e reduzi-la para o ensaio conforme estabelecido na ABNT
NBR 16915.

● Método de ensaio
Conforme o procedimento realizado no item 2.1.2, a determinação das
densidades e da absorção de água deve ser realizada em duplicata. A massa
mínima de amostra por ensaio após eliminar todo o material passante pela peneira
de 4,75 mm por via seca é apresentada na tabela abaixo:

Tabela 04 - Massa mínima de amostra de ensaio.

Fonte: ABNT (2021).


Primeiramente é preciso tomar a massa mínima de amostra de acordo com a
tabela acima. Em seguida, lava-se a amostra sobre a peneira de malha de 4,75 mm
em água corrente. O objetivo é remover o pó ou outro material da superfície das
partículas. Dando prosseguimento, a amostra deve ser espalhada nas bandejas e
cobertas com água potável por aproximadamente 24 horas.
Retira-se a amostra da água e em sequência enxuga-se com um pano
absorvente até que toda a água visível seja eliminada, mesmo que a superfície das
partículas esteja úmida.
Logo em após enxugar, a massa da amostra na condição saturada de
superfície seca (mB) deve ser determinada. A amostra é colocada em seguida no
cesto de arame, onde é submergida em água a 23 °C. A massa da amostra
submersa deve ser determinada e é nomeada como “mC”. A tara deve ser realizada
com o cesto de arame vazio e imerso na água.
Finalizando o procedimento, a amostra deve ser secada em estufa a
aproximadamente 105 °C durante 24 horas ou até a massa constante. O
resfriamento é à temperatura ambiente durante 1 a 3 horas. A massa “mA”, que
refere-se à amostra seca em estufa a 150 °C, também deve ser determinada.
Agora vamos aos cálculos que devem ser feitos após o procedimento anterior.
A densidade do agregado na condição seca é determinada pela equação:

• “ρs” é a densidade do agregado na condição seca (g/cm³);


• “mA” é a massa da amostra seca em estufa a 150 °C (g);
• “mB” é a massa da amostra na condição saturada de superfície seca (g);
• “mC” é a massa da amostra submersa em água na condição saturada de superfície
seca (g).

A densidade do agregado na condição saturada de superfície seca é


calculada da forma:

• “ρss” é a densidade do agregado na condição saturada


• “mB” é a massa da amostra na condição saturada de superfície seca;
• “mC” é a massa da amostra submersa em água na condição saturada de superfície
seca (g).
Por fim, a absorção de água é calculada pela expressão:

• “Abs” é a absorção de água (%);


• “mA” é a massa da amostra seca em estufa a 105 °C (g);
• “mB” é a massa da amostra na condição saturada de superfície seca (g).
Nesse contexto, os resultados encontrados devem ser a média de
determinações que não difiram entre si em mais que 0,02 g/cm³. Em caso de não
atendimento da condição, uma terceira determinação deve ser realizada. Além
disso, os resultados de densidade devem ter aproximação de 0,01 g/cm³ e o de
absorção, 0,1%. Cada amostra deve ser corretamente identificada, com fornecedor,
procedência, lote, etc.

2.1.4 Determinação da massa unitária e do índice de vazios


● Objetivos

Determinar a massa unitária e o índice de vazios de agregados miúdo e


graúdo, misturados ou não, em estado compactado ou solto.

● Aparelhagem
○ Balança: Com resolução melhor ou igual a 50 g;
○ Haste de adensamento: De aço, com 16 mm de diâmetro e 600 mm de
comprimento;
○ Recipiente: Formato cilíndrico e fabricado em material que resiste à
umidade;
Tabela 05 - Características do recipiente.

Fonte: ABNT (2021).

○ Pá ou concha: Com tamanho adequado para encher o recipiente com o


agregado em ensaio;
○ Placa para rasamento do recipiente: Constituída por uma placa de
vidro com aproximadamente 6 mm de espessura e com comprimento
pelo menos 25 mm maior do que o diâmetro do recipiente;
○ Estufa: Capaz de manter a temperatura no intervalo entre 100 a 110
°C.
○ Termômetro: Com resolução menor ou igual a 1,0 °C.

● Amostra
A amostra deste ensaio deve ser formada por aproximadamente 150% da
quantidade de material requerido para encher o recipiente e deve ser manipulada de
forma a evitar a sua segregação.
Além disso, assim como no item 2.1.1, deve-se secar a amostra durante 24
horas ou até a massa obter constância, à temperatura entre 100 e 110 °C. Nesse
contexto, a massa é considerada constante quando a variação entre duas pesagens
sucessivas, em intervalo de pelo menos 1 hora, for inferior a 0,1%.

● Método de ensaio
Para determinar o volume do recipiente, primeiramente, enche-se o recipiente
com água à temperatura de (23+/-2) °C. Em seguida, cobre-se com a placa de
rasamento, de forma que sejam eliminadas as bolhas de ar e a água em excesso. A
massa de água no recipiente também deve ser determinada.
De acordo com a norma, o volume V do recipiente é obtido dividindo-se a
massa de água necessária para encher o recipiente por sua densidade.
Existem três métodos (denominados A, B e C) para determinar a massa
unitária de material compactado. Cada um é escolhido em função da dimensão
máxima característica dos agregados.

○ Método A:
Utilizado quando os agregados tiverem dimensão máxima característica de
37,5 mm ou inferior.
O método consiste em: a) determinar a massa do recipiente vazio, e em
seguida encher o recipiente com o material até ⅓ de sua capacidade. Após isso,
nivela-se a superfície com os dedos; b) efetua-se o adensamento da camada de
agregado aplicando 25 golpes da haste de adensamento, distribuídos
uniformemente em toda a superfície do material; c) o enchimento do recipiente deve
continuar até completar ⅔ de sua capacidade; d) na compactação das camadas, é
preciso ter cuidado para que a haste não penetre camadas inferiores; e) por fim,
determina-se a massa do recipiente com o seu conteúdo.

○ Método B:
Utilizado quando os agregados tiverem dimensão máxima característica
estando entre 37,5 e 75 mm.
O método consiste em: a) determinar a massa do recipiente vazio e em
seguida enchê-lo em três camadas aproximadamente iguais de agregado, assim
como no método A; b) efetua-se o adensamento de cada camada, colocando o
recipiente sobre uma base firme; c) adensar cada uma das três camadas, golpeando
o recipiente 50 vezes; d) nivela-se a camada superficial do agregado conforme o
método anterior; e) por fim, determina-se a massa do recipiente com o seu conteúdo.

○ Método C:
Utilizado quando os agregados estiverem no estado solto.
a) Determina-se a massa do recipiente vazio; b) enche-se o recipiente até que
ele transborde; c) nivela-se a camada superficial do agregado; d) determina-se a
massa do recipiente com o seu conteúdo.
Agora vamos aos cálculos. Primeiramente, a massa unitária determinadas
pelos métodos A, B e C deve ser calculada pelas seguintes fórmulas:

• “ρap” é a massa unitária do agregado (kg/m³);


• “mar” é a massa do recipiente com o agregado (kg);
• “mr” é a massa do recipiente vazio (kg);
• “V” é o volume do recipiente (m³);
• “F” é o fator para o recipiente (1/m³).
A massa unitária para os agregados na condição saturado e de superfície
seca (SSS) é calculada seguindo a seguinte expressão:

• “ρas” é a massa unitária da condição SSS (kg/m³);


• “ρap” é a massa unitária do agregado (kg/m³);
• “A” é a absorção (%).

O índice de vazios é determinado por:

• “Ev” é o índice de vazios nos agregados, expresso em porcentagem (%);


• “d1” é a densidade do agregado seco (kg/m³);
• “ρw” é a densidade da água (kg/m³);
• “ρap” é a densidade média do agregado (kg/m³).
A massa unitária do agregado solto ou compactado é a média dos resultados
individuais obtidos em pelo menos três determinações. O resultado individual de
cada ensaio não pode apresentar desvio maior que 1 % em relação à média.
O método utilizado deve ser informado junto do resultado dos índices de
vazios com aproximação de 1 %.

2.1.5 Determinação do inchamento de agregado miúdo


● Objetivos

Determinar o inchamento do agregado miúdo, provocado pela absorção de


água livre pelos grãos.

● Aparelhagem
○ Encerado de lona com dimensões mínimas de 2,0m x 2,5m;
○ Misturador mecânico (opcional);
○ Proveta graduada a cada 10ml com capacidade mínima de 1000ml ;
○ Dez cápsulas com tampa com capacidade de 50ml;
○ Concha ou pá;
○ Estufa para secagem com capacidade de temperatura de 100 a 110°C;
○ Balanças (resolução 100g) e capacidade mínima 50kg;
○ Balança (resolução 0,01g) com capacidade mínima de 200g;
○ Bandeja metálica (opcional) com dimensões mínimas de 500mm x
700mm;
○ Régua rígida.

Figura 07 - Alguns materiais utilizados na prática

Fonte: UFES, LEMAC. Inchamento do agregado miúdo6

● Amostra
A amostra deve ser coletada de acordo com a ABNT NBR NM 26 e ABNT
NBR NM 27. A quantidade deve ser no mínimo, o dobro do volume do recipiente a
ser utilizado (para agregados de massa específica normal, cerca de 45 kg de
amostra).

● Método de ensaio
Secar o material na estufa até a massa ficar constante em aproximadamente
24 horas, após isso resfriá-la até a temperatura ambiente. Colocar a amostra sobre o
encerado de lona, ou bandeja metálica, homogeneizar e determinar a massa
unitária. Adicionar água sucessivamente de modo a obter teores de umidade
próximos aos seguintes valores: 0,5%; 1%; 2%; 3%; 4%; 5%; 7%; 9% e 12%;
homogeneizar e coletar uma amostra do agregado a cada adição de água e
determinar o teor de umidade e a massa unitária.

6
Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=NsVDozFFFks&ab_channel=LEMACUFES
Determinar a massa de cada cápsula com a amostra coletada, secar em
estufa as cápsulas com as amostras coletadas até a massa ficar constante ou 24
horas e determinar as suas respectivas massas.

Figura 08 - Sequência do passo a passo do experimento: Colocando a amostra sobre a bandeja,


determinando a massa unitária, adicionando água e homogeneizando, determinando a massa unitária
úmida e homogeneizando para uma nova umidade.

Fonte: UFES, LEMAC. Inchamento do agregado miúdo7

2.1.6 Determinação do teor de argila em torrões e materiais friáveis


● Objetivo
Este método de ensaio tem por objetivo a determinação do teor de argila e
partículas friáveis nos agregados.

● Aparelhagem
○ Balança com precisão de 0,1% da massa da amostra de ensaio;
○ Estufa capaz de manter a temperatura no intervalo de 100 a 110 °C;
○ Peneiras da série normal com tampa e fundo;
○ Recipiente - bandeja metálica inoxidáveis com dimensões que
permitam o espalhamento da amostra em uma camada delgada.

● Amostra
7
Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=NsVDozFFFks&ab_channel=LEMACUFES
Coleta da amostra de agregado de acordo com a ABNT NBR NM 26.
Manusear a amostra de modo a não triturar os torrões de argila eventualmente
presentes. Secar a amostra em estufa a temperatura acima dos 100°C, até a massa
ficar constante. As amostras de agregado miúdo devem consistir nas partículas
retidas na peneira 1,18 mm e não devem ter massa inferior a 25g.
As amostras de agregado graúdo devem ser separadas em frações, utilizando
as peneiras: 4,75mm; 9,5mm; 19mm e 37,5mm. A amostra de ensaio não deve ter
massa inferior à definida no quadro abaixo:

Tabela 06 - Massa mínima da amostra de ensaio de agregado graúdo.

Fonte: RECIFE, prefeitura municipal de. Secretaria de serviço público. Método de ensaios para
pavimentação. Recife, 2003.

No caso de misturas de agregados miúdos e graúdos, o material deve ser


separado pela peneira 4,75mm e a amostra de agregados miúdos e graúdos devem
ser preparados de acordo com o que foi já definido.

● Método de ensaio
Primeiramente é necessário pesar a amostra do ensaio e colocá-la no fundo
do recipiente, formando uma camada fina. Cobri-la com água destilada e deixá-la em
repouso por 24 horas.
Posteriormente é necessário romper as partículas com a finalidade de
desfazê-las, pressionando-as entre os dedos. Não se utilizar as unhas para romper
as partículas e nem pressioná-las contra uma superfície dura.
Todas as partículas que possam ser rompidas com os dedos, se tornando
material fino removível através de peneiramento por via úmida, devem ser
classificadas como torrões de argila ou partículas friáveis.
Após serem rompidos os torrões de argilas e partículas friáveis perceptíveis,
separar os detritos do restante da amostra por meio de peneiramento úmido
utilizando a peneira prescrita no quadro abaixo:

Tabela 07 - Peneira a utilizar para remoção das partículas de argila e materiais friáveis.

Fonte: ABNT (2010).

O peneiramento úmido deve ser realizado vertendo um jarro de água sobre a


amostra, enquanto se agita a peneira manualmente, até que todo o material de
menor dimensão tenha se separado.
Remover cuidadosamente da peneira as partículas retidas, secá-las até a
massa ficar constante à temperatura de 110°C ± 5°C. Após isso, resfriar o material e
pesá-lo com balança de precisão de 0,1% da massa da amostra.
Figura 09 - Sequência do passo a passo do experimento: pesagem do material, amostra em repouso
na água, atrito com os dedos, peneiramento via úmida, material na estufa e pesagem da massa final.

Fonte: AGUIAR, Larissa. Ensaios com agregados - NBR 7218/20108

2.1.7 Determinação do material fino que passa pela peneira de 75 μm por lavagem
● Objetivos

Determinar a quantidade de material mais fino que a peneira de 75μm


(n°.200) por lavagem.

● Aparelhagem
○ Balança com resolução de 0,1% ou 0,1g da massa utilizada;
○ Peneiras com abertura nominal de malha de 75μm e 1,18mm;
○ Estufa com capacidade de manter a temperatura no intervalo de 100 a
110°C;
○ Recipiente;
○ Detergente (opcional).

● Amostra
Coletar e reduzir a amostra para ensaios conforme a ABNT NBR 16915. Para
o ensaio de material fino, deve ser realizado em duas determinações.
A massa mínima de amostra deve seguir o quadro abaixo:

8
Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=MAiXya9g4_k&ab_channel=LarissaAguiar
Tabela 08 - Massa mínima da amostra por determinação

Fonte: ABNT (2021).


● Método de ensaio
Secar a amostra em um intervalo de 24 horas ou até a massa ficar constante,
à temperatura de 100°C a 110°C. Após a secagem e determinação da massa à
temperatura ambiente, colocar a amostra de ensaio no recipiente que permita o fluxo
constante de água.
Com esse fluxo de água, lavar a amostra deixando a água de lavagem verter
sobre as peneiras, dispostas de forma que a malha de maior abertura esteja em
cima. Caso necessário, utilizar um bastão com dimensões apropriadas para revolver
a amostra.
Continuar com essa ação até que a água de lavagem permaneça límpida.
Analisar a limpidez da água de lavagem. Após a lavagem da amostra e o retorno de
todo o material retido na peneira de 75μm ao recipiente, a água só pode ser excluída
passando-a pela peneira de abertura de malha de 75μm, com intuito de evitar perda
de material. O excesso de água deve ser evaporado pelo processo de secagem.
Por fim retornar todo o material retido na peneira com fluxo de água sobre a
amostra lavada. Secar o agregado até a massa ficar constante, à temperatura de
100°C a 110°C e determinar a massa da amostra.
Quando houver suspeita de material mais fino que 75μm aderente à
superfície de material mais grosso, pode ser utilizado um agente dispersante como o
detergente para a liberação e separação deste material.
Figura 10 - Sequência do passo a passo do experimento: pesagem inicial do material, lavagem da
amostra vertendo a água, comparando as colorações, retorno do material, secagem e pesagem.

Fonte: AGUIAR, Larissa. Ensaios com Agregados - NBR NM 46/20039

2.1.8 Agregados graúdo - Determinação do índice de forma pelo método do


paquímetro
● Objetivos
Determinar o índice que permite avaliar a qualidade de um agregado graúdo
em relação à forma dos grãos por meio do paquímetro.

● Aparelhagem
○ Paquímetro com resolução de 0,1mm aferido;
○ Peneiras das séries normal e intermediária;
○ Estufa

● Amostra
A amostragem dos agregados devem ser coletadas conforme NBR NM 26 e
27. A quantidade mínima de material que deve ser coletado precisa seguir o
seguinte quadro:

9
Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=rv1ZbdIEhj0&ab_channel=LarissaAguiar
Tabela 09 - Quantidade mínima de material para o ensaio.

Fonte: ABNT (2019).

Primeiramente é necessário secar a amostra por meio da estufa à


temperatura de 100°C a 110°C até a massa ficar constante. Realizar a análise
granulométrica da amostra, de forma a dividi-la em frações, de acordo com a NBR
NM 248, utilizando a série de peneiramento normal e intermediária.
Desprezar as frações passantes na peneira com abertura de malha de
9,5mm, ademais também desprezar as frações passantes cujas as porcentagens,
em massa, retidas individuais sejam iguais ou menores que 5%.

● Método de ensaio
Secar o material na estufa até a constância de peso, após isso determinar a
composição granulométrica do agregado conforme NBR NM 248. Calcular para cada
fração o número de grão para o ensaio conforme a seguinte fórmula:

200
𝑁𝑖 = 𝑛
∑ 𝐹𝑖
𝑖=1

Onde:
200: é o número de grão necessário para o ensaio;
Ni: é o número de grão a serem medidos na fração i;
Fi: é a porcentagem de massa retida individual na fração i.
Após isso, quartear cada fração até se obter a quantidade necessária de
material. Determinar, com aproximação de 0,1mm, as dimensões “C” e “e” de cada
grão conforme figura abaixo:
Figura 11 - Dimensões do grão

Fonte: ABCP (2011).

Após isso, calcular com aproximação de 0,1 o fator C/e para cada grão e por
último calcular C/e de cada uma das frações e calcular a média ponderada da
amostra.

Figura 12 - Representação do quarteamento da amostra

Fonte: ABCP (2011).

2.1.9 Ensaios de resistência ao impacto e à abrasão Los Angeles


● Objetivos
Avaliar o desgaste superficial dos grãos de agregado graúdo quando
submetidos ao atrito com o objetivo de avaliar sua resistência.

● Aparelhagem
○ Máquina de Abrasão Los Angeles;
Figura 13 - Equipamento para o ensaio

Fonte: Site AMC Equipamentos.10

○ Carga abrasiva: consiste em esferas de fundição, de ferro ou aço, com


aproximadamente 48 mm de diâmetro e massa compreendida entre
390 g e 445 g. A quantidade de carga abrasiva depende do tipo de
material a ser ensaiado;
○ Balança: com resolução melhor ou igual a 0,5 g;
○ Estufa: capaz de manter a temperatura no intervalo de (105 +-5) °C;
○ Peneiras: com aberturas de acordo com a NBR NM ISO 3310-1;
○ Bandeija;
○ Colher ou pá;
○ Escova de Fibra;
● Amostra
Deve ser utilizada uma graduação específica indicada na tabela presente na
norma. Deve-se lavar separadamente cada fração do agregado e secar durante 24h
ou até massa constante, à temperatura de (105 +-5) °C. A massa é considerada
constante quando a variação entre duas pesagens sucessivas, em intervalo de pelo
menos 1 h, for inferior a 0,1%.

● Método de ensaio

10
Disponível em: https://www.amcequipamentos.com.br/product-page/abrasao-los-angeles
É necessário verificar a limpeza interna do tambor antes de se introduzir o
material de ensaio. Pesar as massa das amostras secas com exatidão de 1 g e
colocá-las juntamente com a carga abrasiva dentro do tambor.
Fazer o tambor girar a uma velocidade compreendida entre 30 r/min, até
completar 500 rotações para as graduações A, B, C e D, ou até completar 1000
rotações para as graduações E, F e G, de acordo com a Tabela 10.
Retirar o material do tambor e passar na peneira com abertura de malha de
1,7 mm. Lavar a fração retida na peneira indicada e secar a estufa durante 24h ou
até massa constante, à temperatura de (105 +-5) °C. Após a secagem, pesar a
massa de amostra retida, com precisão de 1 g.

Figura 14 - Ensaio de abrasão Los Angeles

Fonte: Site do IME .11

11
Disponível em: http://www.ime.eb.br/~moniz/matconst2/abrasao.pdf
Tabela 10 - Equipamentos para o ensaio.

Fonte: ABNT (2022).


2.2 Cimento Portland e outros materiais em pó

2.2.1 Determinação da massa específica


● Objetivos

Tem como objetivo a determinação da massa específica de cimento Portland


e outros materiais em pó, por meio do frasco volumétrico de Le Chatelier.

● Aparelhagem
○ Frasco Volumétrico de Chatelier;
○ Balança: capaz de determinar massa com precisão de 0,01g;
○ Recipiente: capaz de conter a quantidade de material a ser ensaiada;
○ Funil: usado para auxiliar o lançamento de líquido no frasco
volumétrico;
○ Termômetro: com resolução melhor ou igual a 0,5 °C;
○ Banho termorregulador;
○ Aparelho Automático.

● Amostra
A amostra deve ser ensaiada da forma como foi recebida, a menos que se
constate a presença de corpos estranhos ao material; neste caso a amostra deve ser
peneirada em peneira com abertura de malha de 150 pm. A amostra deve
permanecer na sala de ensaios com antecedência tal que permita a estabilização de
sua temperatura com o ambiente.

● Método de ensaio
Encher o frasco com auxílio do funil de haste longa, com líquido indicado até o
nível compreendido entre as marcas correspondentes a zero e 1 centímetro cúbico.
Secar o interior do frasco acima do nível do líquido.
Colocar o frasco no banho de água em posição vertical e mantê-los submerso
durante no mínimo 30 min, para equalização das temperaturas dos líquidos do
frasco e do banho.
Registrar a primeira leitura (V1) com aproximação de 0,1 centímetros cúbicos
Tomar uma massa conhecida do material em ensaio que provoque o
deslocamento do líquido no intervalo compreendido entre as marcas 18 e 24
centímetros cúbicos, da escala graduada de Le Chatelier.
introduzir o material em pequenas porções no frasco, com auxílio do funil de
haste curta. Tapar o frasco e girá-lo em posição inclinada. Colocar novamente o
frasco no banho de água em posição vertical e mantê-lo submerso durante no
mínimo 30 min.

Figura 15 - Frasco volumétrico de Le Chantelier

Fonte: ABNT (2017)

2.2.2 Determinação dos tempos de pega


● Objetivos

O objetivo do teste de determinação do tempo de pega em materiais

cimentícios é identificar os momentos em que esses materiais transitam do estado

fresco para o endurecido.

● Aparelhagem
○ Aparelho de Vicat;
Figura 16 - Aparelho de Vicat

Fonte: Site Guia da Engenharia.12

● Amostra
A amostra deve ser ensaiada da forma como foi recebida, a menos que se
constate a presença de corpos estranhos ao material; neste caso a amostra deve ser
peneirada em peneira com abertura de malha de 150 pm. A amostra deve
permanecer na sala de ensaios com antecedência tal que permita a estabilização de
sua temperatura com o ambiente.
A preparação da pasta de consistência normal e o enchimento dos moldes
para determinação dos tempos de pega devem ser realizados de acordo com a NBR
16606.
Imediatamente após o enchimento do molde a pasta de cimento, este deve
ser armazenado em câmara úmida.

● Método de ensaio
Verificar se a agulha de Vicat da corretamente instalada no aparelho para
realização do ensaio.
Em aparelhos manuais, antes de realizar qualquer leitura, descer a agulha da
haste móvel até que ela toque a placa-base, fora do molde. Ajustar o indicador na
marca zero da escala ou registrar a leitura inicial.
Depois de um tempo mínimo de 30 minutos após o rendimento do molde,
colocá-lo com a placa base no aparelho Vicat, situando-o sob a agulha. Fazer descer

12
Disponível em:https://www.guiadaengenharia.com/vicat-pega-cimento
suavemente a agulha até que haja contato desta com a pasta. Aguardar 1 s a 2 s
nesta posição, evitando qualquer ação sobre as partes móveis para que a água da
parte do repouso solte as partes móveis, para que a agulha parta do repouso. Soltar
as partes móveis, permitindo que a agulha penetre verticalmente na pasta, sem
choque e sem velocidade inicial. Ler a indicação da escala 30 s após um instante em
que agulho foi solta
Anotar a leitura na escala e o tempo contado a partir do instante em que a água
e o cimento entram em contato. Repetir ensaio de penetração num mesmo corpo de
prova, em posições convenientemente separadas, que distem no mínimo 10 mm da
borda do molde e entre elas, a intervalo de tempo convenientemente passados de ,
por exemplo, 10 minutos
Anotar os resultados em todas as penetrações e, por interpolação, determinar o
tempo em que a distância entre a agulha e a placa-base de (6 +- 2) mm.
2.3 Concreto

2.3.1 Determinação da consistência pelo abatimento do tronco de cone

● Objetivos
Determinar a consistência de concretos plásticos e coesos, na classe de
abatimento no intervalo S10 a S220 da ABNT NBR 8953, pela medida de seu
assentamento, em laboratório ou obra. Esse procedimento também é chamado de
slump test.

● Aparelhagem
- Molde de metal: tronco de cone vazado não absorvente e resistente à pasta
de cimento. Com espessura mínima de 1,5 mm. De diâmetro da base inferior
por volta de 200 mm, superior aproximadamente de 100 mm, com altura de
300 mm;
- Haste de adensamento: de aço, cilíndrica, de 16 mm de diâmetro e 600 a 800
mm de comprimento;
- Placa de base: placa metálica, quadrada ou retangular com lados menores
que 500 mm e espessura mínima de 3 mm;
- Régua ou trena metálica: para medição do abatimento, comprimento mínimo
de 30 cm;
- Concha de seção U: Concha metálica para preenchimento do molde.
Figura 17 - Equipamentos para o Slump Test.

Fonte: Site Tecnocon.13

13
Disponível em: https://tecnoconengenharia.com.br/boletas/manual_tecnico.pdf
● Amostra
Deve ser representativa de todo o lote, obtida de acordo com ABNT NBR
16886.
● Método de ensaio
Quando a dimensão máxima do concreto for superior a 37,5 mm, executa-se
o ensaio com a fração passante pela peneira de abertura de 37,5 mm. Coloca-se a
placa sobre superfície plana e horizontal sem vibrações, com o molde sobre a
mesma, ambos umedecidos. A seguir o molde deve ser preenchido com o uso da
concha, enquanto que o operador deve estar com os pés posicionados nas aletas
garantido a estabilidade do cone.
O molde será enchido com 3 camadas, cada uma com o terço da altura,
adensadas com 25 golpes da haste cada. O adensamento é feito com metade dos
golpes feitos em espiral para o centro, com a haste inclinada, na segunda camada a
haste deve penetrar na primeira. Na última camada deve-se preencher com concreto
até que o mesmo se acumule sobre o molde, para assim executar o adensamento.
Após a limpeza da placa de base, o molde deve ser retirado cuidadosamente,
em um movimento vertical de duração de 4 a 6 s, sem exercer no concreto esforços
laterais. Imediatamente após, deve-se medir a altura do eixo do cone de concreto
abatido e verificar a diferença em relação a altura do molde.

Figura 18 - Sequência de etapas do ensaio.

Fonte: Site Clube do Concreto.14

14
Disponível em: http://www.clubedoconcreto.com.br/2013/08/afinal-slump-test-para-que.html
Figura 19 - Medição do abatimento no Slump Test.

Fonte: Site JAPC.15

Caso haja desmoronamento do corpo de prova no desmolde, a amostra deve


ser desconsiderada, se na repetição do ensaio ocorrer novo desmoronamento
significa que o concreto não está plástico e coeso o suficiente para o ensaio. Esse
procedimento deve ter duração de no máximo 10 minutos. Os resultados são
apresentados em relatório e expressos em mililitros, arredondando aos 5 mm mais
próximos.
Figura 20 - Exemplo de amostra sem coesão suficiente.

Fonte: Site BLOK.16

15
Disponível em: https://jacp.com.br/2020/05/07/o-que-e-slump-do-concreto-e-como-fazer-o-teste/
16
Disponível em: https://www.blok.com.br/blog/slump-concreto
2.3.2 Ensaio de compressão em corpos de prova cilíndricos

● Objetivos
Determinar a resistência à compressão de corpos de prova cilíndricos de
concreto moldados conforme a ABNT NBR 5738 e com testemunhos extraídos de
acordo com a ABNT NBR 7680-1.

● Aparelhagem
○ Máquina de ensaios:
a) Deve atender os valores da ABNT NBR ISO 7500-1. Dependendo das
estruturas laboratoriais pode ser de classe 1 ou 2. A força de
compressão deve ser controlada e aplicada no eixo do corpo de prova.
Deve também permitir o ajuste da distância dos pratos de compressão,
em distâncias que superem a do corpo de prova em no mínimo 15 mm.
A medição da força pode ser analógica ou digital, em ambas deve ser
possível a indicação da força máxima atingida;
b) Os pratos de compressão devem ser de aço e com diâmetro ao menos
4% maiores que o do corpo de prova. O desvio de planicidade admitido
é na ordem de 0,05 mm a cada 150 mm de diâmetro;
c) O prato inferior deve ser removível, quando apoiado ou fixado à
máquina, a máxima deformação à qual deve ser submetido durante o
ensaio não faça com que ultrapasse 25% da tolerância de planicidade.
Ele pode dispor de círculos concêntricos para auxiliar na centralização.
A face inferior em contato com o corpo de prova deve ser sempre
perpendicular ao eixo da máquina;
d) O prato superior deve ter uma articulação do tipo rótula esférica, com
diâmetro mínimo igual ao do corpo de prova. As peças macho e fêmea
de assentamento esférico da rótula devem ser dimensionadas de modo
que não haja deformações na superfície de contato. Esse conjunto
deve permitir uma movimentação de até 4º quando submetido a uma
forma inicial de acomodação. Após esta força, o prato não pode mais
se locomover;
e) A calibração deve ser feita conforme a ABNT NBR ISO 7500-1 em
intervalos máximos de 12 meses, com calibrações eventuais ocorrendo
quando se tem suspeita de algum mal funcionamento, após
manutenções ou deslocamentos.
○ Paquímetro: Deve apresentar faixa nominal compatível com as
dimensões do corpo de prova, medindo com precisão de 0,1 mm e
calibrado em períodos de 24 meses.

Figura 21 - Máquina para ensaio de compressão com paquímetro digital.

Fonte: Site Soluções Industriais.17

● Amostra
Os corpos de prova moldados devem atender a ABNT NBR 5738 e os
testemunhos de estrutura de concreto endurecido devem atender a ABNT NBR
7680-1. Eles devem ser mantidos em cura úmida ou saturada até a idade de ensaio.
As bases dos corpos de prova e testemunhos devem ser preparadas antes do
ensaio. Elas servem para garantir que os corpos de prova e testemunhos
mantenham sua condição de cura. As amostras a serem ensaiadas devem atender à
relação altura/diâmetro(h/d) entre 1,94 e 2,06.

17
Disponível em: https://www.solucoesindustriais.com.br/lista/ensaio-de-compressao-uniaxial
Figura 22 - Corpos de prova.

Fonte: Site Mapa da Obra.18


● Método de ensaio
Primeiramente determina-se o diâmetro e altura de ambos o corpo de prova e
o seu testemunho. Os corpos de prova então devem ser rompidos com a idade e
tolerâncias da tabela a seguir.

Tabela 11 - Tolerância para a idade de ensaio.

Fonte: ABNT (2018).

A seguir deve-se limpar e secar as superfícies dos pratos de compressão e


dos corpos de prova, e depois posicioná-los cuidadosamente centralizados. A escala
de força escolhida deve garantir a ruptura no intervalo em que a máquina foi

18
Disponível em:
https://www.mapadaobra.com.br/capacitacao/norma-comentada-abnt-nbr-5738/?doing_wp_cr
on=1692013737.9665129184722900390625
calibrada. A velocidade do carregamento aplicado deve ser constante e só cessará
quando houver uma queda de força que indique a ruptura.

Figura 23 - Corpo de prova alcançando a ruptura.

Fonte: Site CARLUC.19

A resistência é calculada por:

Onde:
fc: resistência à compressão, expressa com 3 algarismos significativos (MPa);
F: força máxima alcançada (N);
D: diâmetro do corpo de prova (mm).
E deve ser corrigida quando a relação h/d for menor que 1,94, conforme a
tabela abaixo.
Tabela 12 - Fator de correção h/d.

Fonte: ABNT (2018).

19
Disponível em: https://carluc.com.br/construcao/ensaio-de-compressao/
Figura 24 - Diferentes formas que os corpos de provas podem romper.

Fonte: Site Clube do Concreto.20

2.3.3 Avaliação da dureza superficial pelo esclerômetro de reflexão

● Objetivos
O uso do esclerômetro de reflexão é empregado quando se intenciona
averiguar a uniformidade da dureza superficial do concreto, comparar este concreto
com um referencial ou até mesmo para estimar a resistência à compressão.

● Aparelhagem
○ Esclerômetro de reflexão: Consiste em uma massa-martelo
impulsionada por uma mola, que se choca com a área de ensaio,
através de uma haste com ponta no formato de calota esférica:
a) A energia de percussão pode variar, indo de 30 N.m à 0,75 N.m, para
grandes volumes como em pistas protendidas de aeroportos e para
peças de pequenas dimensões, respectivamente;
b) Ele deve ser aferido a cada 300 impactos na mesma inspeção ou antes
de ser utilizado. Essa aferição é detalhada na ABNT NBR 7584 de
2012.

20
Disponível em:
http://www.clubedoconcreto.com.br/2017/07/a-forma-de-rompimento-do-cp-e-importante.html
Figura 25 - Esclerômetro.

Fonte: Metro Tokyo21


○ Disco ou prisma de carborundum: usado para o polimento da área a
ser ensaiada;
○ Máquina de Politriz: para retirar camadas superficiais consideradas
como alteradas.
Figura 26 - Máquina de politriz.

Fonte: Leroy Merlin22


● Amostra
As superfícies de concreto devem ser secas ao ar e preferencialmente planas.
Superfícies confinadas em formas não absorventes e lisas devem ser preferenciais,
caso contrário, o concreto pode ter sofrido exsudação e a camada alterada deve ser

21
Disponível em:
https://www.lojametrotokyo.com.br/durometro-portatil-para-concreto-esclerometro-mtk-1015/?
sku=90730.43853.0
22
Disponível em: https://www.leroymerlin.com.br/politriz-/menor-preco
removida. Se a superfície for úmida ou carbonatada, esses fatos devem constar no
relatório.

● Método de ensaio
Inicia-se preparando a área a ser ensaiada, fazendo o polimento energético
com o disco ou prisma de carborundum, removendo o pó a seco. O esclerômetro é
sempre aplicado ortogonalmente a área de ensaio, a barra de percussão deve ser
pressionada em um ponto de impacto e antes que desapareça, o martelo é liberado.
Devem ser feitos 16 impactos em cada área, todos ocorrendo em um só ponto,
pode-se desenhar um reticulado e aplicar o esclerômetro dentro das delimitações,
conforme a figura a seguir.

Figura 27 - Impactos uniformemente distribuídos.

Fonte: ABNT (2012).

Após o impacto, o índice esclerométrico é exibido imediatamente no ponteiro


indicativo, e pode ser travado pelo botão de pressão em áreas de pouca
luminosidade ou de difícil acesso para medição.
Evita-se os impactos sobre armadura, bolhas ou outras áreas que não
representem a área ensaiada. Além disso, áreas com espessura menor que 100 mm
devem ter cuidados especiais, utilizando apoios na face oposta à ensaiada. Sempre
que possível, a área de ensaio deve ser a aquela posicionada na maior inércia da
estrutura.
Figura 28 - Realização do ensaio com o esclerômetro.

Fonte: Site Consolotec.23

23
Disponível em: https://www.consolotec.com.br/site/servicos_detalhes.html?projectId=2
REFERÊNCIAS

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE CIMENTO PORTLAND. Ensaios de agregados,


concreto fresco e concreto endurecido MT 6. Curitiba, 2011.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 6467: Agregados —


Determinação do inchamento de agregado miúdo - Método de ensaio. Rio de
Janeiro, 2006.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 7218: Agregados —


Determinação do teor de argila em torrões e materiais friáveis. Rio de Janeiro,
2010.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 7584: Concreto


endurecido — Avaliação da dureza superficial pelo esclerômetro de reflexão -
Método de ensaio. Rio de Janeiro, 2012.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 16605: Cimento


Portland e outros materiais em pó - Determinação da massa específica. Rio de
Janeiro, 2017.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 16607: Cimento


Portland - Determinação dos tempos de pega. Rio de Janeiro, 2018.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 5739: Concreto —


Ensaio de compressão de corpos de prova cilíndricos. Rio de Janeiro, 2018.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 7809: Agregado


graúdo — Determinação do índice de forma pelo método do paquímetro -
Método de ensaio. Rio de Janeiro, 2019.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 16889: Concreto -


Determinação da consistência pelo abatimento do tronco de cone. Rio de
Janeiro, 2020.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 16916: Agregado


miúdo — Determinação da densidade e da absorção de água. Rio de Janeiro,
2021.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 16917: Agregado


graúdo — Determinação da densidade e da absorção de água. Rio de Janeiro,
2021.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 16972: Agregados —
Determinação da massa unitária e do índice de vazios. Rio de Janeiro, 2021.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 16973: Agregados —


Determinação do material fino que passa pela peneira de 75 μm por lavagem.
Rio de Janeiro, 2021.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 16974: Agregados —


Ensaios de resistência ao impacto e à abrasão Los Angeles . Rio de Janeiro,
2022.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 17054: Agregados —


Determinação da composição granulométrica — Método de ensaio. Rio de
Janeiro, 2022.

RECIFE, Prefeitura Municipal de. Secretaria de serviço público. Método de ensaios


para pavimentação. Recife, 2003.

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