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Rede de Ensino Doctum

Faculdade de Arquitetura e Urbanismo

Instalações Prediais I – Hidráulica

Profa. MSc. Lia Soares Salermo


Versão 4.0
2º Sem./2019
Trabalho de Instalações Prediais II
Horizontalidade com PA3

Valor: XX ptos

1. OBJETIVO
O trabalho consiste na apresentação e desenvolvimento do Projeto Arquitetônico
apresentado na disciplina de PA5 com caracterizações e detalhamentos dos atributos
necessários ao desenvolvimento de Projeto de Sistemas Hidrossanitário Predial.

2. DADOS PARA PROJETO

- Pressão dinâmica medida pela concessionária local em frente ao imóvel: 12mca

3. ITENS PRINCIPAIS A SEREM DESENVOLVIDOS


- Locação e detalhamento de reservatórios superior e inferior (inferior para edificações
com mais de 3 andares);
- Locação e detalhamento de Shafts (dutos) (cozinha, banheiros, área de serviço e
corredores de acesso);
- Locação de central de gás liquefeito de petróleo (GLP);
- Locação de área referente ao sistema de tratamento de água de piscina, se existir;
- Locação e detalhamento de caixa de gordura;
- Locação de caixas de inspeção de esgoto;
- Locação de caixas de areia de águas pluviais;
- Locação de sistema de aquecimento de água;
- Locação de área para instalação de hidrômetros para medição individual;
- Traçado dos subcoletores da rede de esgoto;
- Traçado das tubulações horizontais da rede de águas pluviais;

Poderão ser desenvolvidos outros itens referentes aos Sistemas Hidráulicos Prediais, os
quais o aluno achar conveniente.

4. PERÍODO DE REALIZAÇÃO DAS ATIVIDADES


As atividades deverão ser realizadas paralelamente ao desenvolvimento do Projeto
Arquitetônico.

5. ELEMENTOS A SEREM ENTREGUES


Deverão ser entregues em meio digital e impresso os seguintes elementos:
- Memorial de Cálculo e Descritivo dos itens desenvolvidos e direcionados aos Sistemas
Hidrossanitários Prediais, como também parte do memorial referente ao Projeto
Arquitetônico apresentando os dados técnicos principais que interfiram com o
desenvolvimento do projeto;
- Projeto Arquitetônico com detalhamento dos itens desenvolvidos e direcionados aos
Sistemas Hidrossanitários Prediais;

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6. DATA DE ENTREGA
- A ser definida

7. OBSERVAÇÕES FINAIS
- Cada item desenvolvido representa um percentual do valor do trabalho, a não
execução e especificação de algum item principal acarretará na eliminação da
pontuação referente ao mesmo;
- Capricho e organização são considerados na apresentação do trabalho.
- Dúvidas entrar em contato pelo E-mail: liasalermo@gmail.com.br
Bom Trabalho!
Lia Soares Salermo
Engenheira Civil, MSc.
Juiz de Fora, 13/08/2019.

A título de orientação é apresentado na tabela a seguir os itens avaliados.


Trabalho de Hidráulica - Arquitetura e Urbanismo
Nota:
Aluno:
MEMORIAL (Valor 23 ptos)
Item Valor Obtido
Descrição do Edifício
Cálculo do Reservatório (volume e dimensões)
Cálculo das Caixas de Gordura (volume e dimensão)
Sistema de Shaft
Central de Gás
Tipo de aquecimento e locação
Total 1

PROJETO (Valor 22 ptos)


Item Valor Obtido
Locação de reservatórios superior e inferior (volume e dimensão)
Locação de caixa de gordura (volume e dimensão)
Locação de central de gás
Locação de aquecimento de água
Locação de Shaft
Locação de tratamento de piscina
Locação de caixa de inspeção de esgoto
Locação de caixas de areia pluvial
Locação de hidrômetro individual
Trajetória subcoletores esgoto
Trajetória condutores horizontais de água pluvial
Total 2

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1 AS INSTALAÇÕES HIDRÁULICAS E A ARQUITETURA

Durante o processo de elaboração de uma proposta de um projeto, ou mesmo


durante a sua execução propriamente dita, o profissional de Arquitetura se vê envolvido na
necessidade de solução de diversas situações, entre as quais pode-se citar: estética,
conforto térmico, conforto acústico, iluminação, ventilação, insolação, entre outros.
O que se percebe na maior parte das vezes, talvez devido ao despreparo, ou
mesmo por que a sua atenção não foi devidamente provocada, as necessidades da
edificação ligadas aos sistemas prediais (instalações hidráulicas e sanitárias, instalações
elétricas, ar condicionado central, utilização de recursos sustentáveis, previsões de
atividades de manutenção predial, entre outros) são desenvolvidas de forma precária, ou
inexistem.
A previsão das necessidades dos usuários e da edificação como um todo no que diz
respeito aos Sistemas Prediais é de suma importância. A sua falta ocasiona por diversas
vezes interferências irreparáveis no produto final e por conseqüência a insatisfação do
usuário.
O que se vê freqüentemente é um acúmulo de falhas ocasionadas por uma série de
eventos desenvolvidos durante o processo de projetos, ou até mesmo pela sua
inexistência.
São raras as vezes onde se verifica em obra a existência de um projeto
arquitetônico acompanhado com todos os projetos necessários à edificação, geralmente
prioriza-se os projetos de arquitetura e estrutural, existindo a visão errônea de que o
profissional técnico executor (no caso o bombeiro hidráulico e o instalador elétrico) irão
resolver de forma adequada a instalação dos respectivos sistemas diretamente na obra.
Na maior parte das vezes esses profissionais são despreparados, não possuindo
conhecimento técnico necessário e não é rara a verificação de improvisações que se
tornam uma grande bomba relógio para a edificação e conseqüentemente para o usuário,
ocasionando por diversas vezes danos materiais e pessoais irreparáveis.
Somente para ilustrar o que foi comentado nos parágrafos anteriores é apresentado
um exemplo que aglutina várias ocorrências referentes às instalações hidráulicas sanitárias
que são freqüentes em nossas edificações e possivelmente você já deve ter passado por
alguma dessas experiências.
Você como Arquiteto(a) foi contratado(a) para executar uma edificação de alto luxo
em um condomínio fechado, também de alto luxo. O proprietário deu a liberdade para você
extrapolar a sua imaginação, é a obra dos seus sonhos. Você pensou em tudo, na suíte
máster, localizada no segundo pavimento você planejou “aquele” banheiro, com o melhor
acabamento e com todas as possibilidades de decoração e conforto. É lógico que você
enviou o projeto para o projetista estrutural e ele executou minuciosamente o projeto, as
vigas e pilares não interferindo com as paredes, os maiores vãos, etc... Você não viu
necessidade de execução de projeto hidro-sanitário, pois a edificação, mesmo sendo de
alto-luxo não é uma edificação de grandes proporções o que não justificaria a execução
deste projeto, desta forma você contratou um bombeiro hidráulico de sua confiança para a
execução das instalações. Tudo preparado, as obras começaram.

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Durante a obra:
1. Não houve previsão da rede coletora de esgoto e águas pluviais, a locação das
caixas de inspeção, gordura, passagem e areia, foram locadas onde você
havia imaginado um paisagismo maravilhoso;
2. A inclinação do terreno não é suficiente para a conexão com a rede pública, ou
você bombeia o esgoto para a rede ou será necessária a passagem pelo
terreno do vizinho localizado aos fundos e em nível inferior, o problema é que a
obra dele também é de alto luxo e já está pronta;
3. As áreas dos ambientes molhados foram definidas de forma precisa para os
móveis e utensílios, não foram deixadas área específicas para a passagem das
tubulações, principalmente as de esgoto, terão que passar ou por fora da
edificação ou serão desenvolvidos os famosos “dentes”;
4. O banheiro da suíte máster localiza-se sobre o salão do primeiro pavimento,
exatamente sobre a área central do salão, aquela área mais valorizada da
casa, onde você imaginou um mini cinema, uma área de leitura, enfim,
extrapolou a sua imaginação. Novamente houve um pequeno problema, onde
será passada a tubulação de esgoto? Aí vai mais uma solução que vai acabar,
ou no mínimo tirar o glamour do seu salão, que tal um dentinho horizontal?
5. Chegou a hora da instalação da caixa de água, você imaginou um telhado, de
baixa altura, a solução é colocar um reservatório de 1000 de pequena altura, é
o único que cabe no local, rente à laje de forro, ele terá que ser locado fora da
região onde se concentra a área molhada, já que é o local onde o telhado é
mais alto.
6. A instalação foi executada toda para a utilização de água fria aquecida com
chuveiro elétrico nos banheiros.
Durante a utilização:
1. O usuário ficou insatisfeito com o jardim;
2. Não foi executada obra de drenagem sob a edificação, as paredes ficam
constantemente úmidas principalmente as térreas próximas do piso
(Capilaridade);
3. A pressão do chuveiro, principalmente o da suíte máster é baixa, o banho é
pingado e por isso o chuveiro elétrico queima direto. Quando se usa os
aparelhos do banheiro da suíte quem está no salão ouve, além do que existe
uma “viga” horrível que corta o salão de fora a fora, o banheiro com melhor
vazão é o da empregada, que fica lá no subsolo;
4. Houve dois vazamentos de água potável dentro da edificação, um na suíte
máster e outro na cozinha, o problema é que não havia o projeto hidráulico e o
local de afloramento dos vazamentos na parede não havia passagem de nenhum
tubo, o quebra-quebra foi generalizado, o acabamento maravilhoso que você
escolheu foi se acabando rapidamente através das marretadas. A edificação
como um todo ficou sem água, já que não havia registros de interrupção por
ambiente somente na saída da caixa de água, que por sua vez tinha o acesso
super difícil e não existia um alçapão para alcançá-la, houve a necessidade de
se tirar umas telhas cerâmicas, quebrar umas ripinhas aqui e outra ali, até
chegar ao reservatório e fechar o registro.
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5. Houve um vazamento de esgoto, por questão de economia o seu encanador te
falou que poderiam ser executadas curvas e bolsas na tubulação de esgoto com
fogo, adivinha onde foi o vazamento de esgoto, lógico, na sua suíte máster,
aquela situação, a formação de uma mancha esverdeada, com alguns
funguinhos, surgindo no forro do seu salão, novo quebra-quebra, agora
envolvendo o salão.
6. Outra coisa insuportável é o odor proveniente dos banheiros, o proprietário já fez
de tudo, a última tentativa foi a colocação de um plástico na tampinha da caixa
sifonada, ninguém agüenta permanecer no ambiente durante muito tempo, é um
banho rápido e olhe lá.
7. E os entupimentos, nem se fala, é o tempo todo, a pia da cozinha entope, a
bacia sanitária quando vai dar a descarga a água sobe tanto que parece que vai
transbordar, o ralinho do chuveiro não consegue absorver toda a água ficando
aquela piscininha de água suja acumulada no box.
8. Depois de uns três anos, os moradores observaram que a água estava saindo
dos aparelhos com uma cor um tanto que amarelada e com um odor ruim, o
tempo foi passando e a situação piorou, nem os filtros colocados estavam
agüentando, foi quando resolveram fazer uma limpeza no reservatório, novo
quebra-quebra de telhas e ripas, foi encontrada muita sujeira sob a cobertura e
uma fresta na tampa do reservatório, ao abrir o reservatório encontram no seu
interior de tudo, sapo, pomba, salamandra, e o fundo do reservatório estava
encoberto por uma camada verde esponjosa, a limpeza foi bastante difícil, já que
não existia tubulação de limpeza do reservatório e a altura da cobertura não
permitia a permanência dos trabalhadores no local, além do incrível abafamento.
9. Por se localizar fora da região urbana o loteamento não possui abastecimento
permanente através da rede urbana, o volume disponibilizado pelo reservatório
não é suficiente o que ocasiona freqüente falta de água na edificação. A solução
foi a execução de um novo reservatório externo apoiado em uma torre.
Conclusão:
O proprietário ficou extremamente insatisfeito com a obra, devido aos constantes
problemas na edificação houve muita briga com a esposa, os dois separaram, ambos se
mudaram da casa, não conseguiram muito dinheiro em sua venda, e os novos proprietários
já pensam em se livrar logo dela. O bombeiro hidráulico que fez a obra para você sumiu,
sem dar satisfações, e conversando com uns conhecidos você ficou sabendo que ele não
era bombeiro hidráulico, antes de você contratá-lo ele era servente de pedreiro.
Na página seguinte são apresentados exemplos de instalações executadas de
maneira inadequada, as quais ocasionaram danos aos proprietários dos imóveis.

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Foto 1: Conexão unida por meio de bolsa executada Foto 2: Fixação de tubulação de esgoto por meio de
com fogo e “Durepox” cadarço de tênis em tubulação de diâmetro inferior

Foto 3: Afloramento de esgoto proveniente de Foto 4: Execução inapropriada de instalação de


vazamento de esgoto em imóvel em nível superior caixa sifonada utilizando sifões flexíveis,
ocasionando vazamentos e entupimentos

Foto 5: Concentração de tubulações sobrepostas executando mudança de direção com fogo, esta foi a
correção executada pelo técnico, anteriormente, houve erosão no terreno ocasionada por vazamento de
esgoto, ocasionando pequeno recalque diferencial na estrutura da edificação

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2 HISTÓRIA DAS INSTALAÇÕES HIDRÁULICAS PREDIAIS

As instalações sanitárias prediais, com os modernos recursos de privacidade, água


corrente, água quente, sem odores é um conceito relativamente moderno e bastante ligado
ao aumento geral do poder aquisitivo da sociedade.
Entretanto os cuidados com o corpo e os conceitos de saneamento como pré-
requisitos para higiene e saúde, associados às idéias de conforto estão ligados a algumas
sociedades muito antigas. Mas, como tanto outros aspectos da ciência, a higiene das
habitações e dos costumes sofrem uma repressão na Idade Média, para retomada nos
séculos XVIII e XIX. Pode-se dizer que a história das instalações prediais apenas se inicia
na segunda metade do século passado, contando, portanto, com cerca de 140 anos.

2.1 AS INSTALAÇÕES ANTIGAS


Nossos conhecimentos sobre instalações prediais na Antiguidade é um
conhecimento obtido quase que exclusivamente através de arqueologia. Poucos são os
documentos escritos que revelam o conhecimento e o uso que faziam nossos
antepassados.
Entre outros exemplos pode-se citar:
• No vale do rio Indus, na Índia, foram encontradas as ruínas de um sistema de
instalações existente de 3.000 a 6.000 anos atrás, as quais se revelaram de
grande qualidade;
• No Egito foram encontrados tubos de cobre enterrados para a condução e
retirada da água de banheiros no palácio do Faraó;
• Na cidade de Kish, próximo ao rio Eufrates foram encontrados restos de
tubulações de cerâmica e piscinas, estas instalações datavam
aproximadamente de 4.500 aC;
• A Babilônia era dotada de uma rede de dutos para escoamento de esgoto, e
que por sua vez, possuía poços de inspeção;
Apesar dos exemplos apresentados anteriormente, deve-se destacar que estes
sistemas e dispositivos eram apenas reservados aos reis, sacerdotes e corte. Fora deste
grupo a população vivia miseravelmente, salvo uma ou outra sociedade mais rica, a
população vivia em precárias condições de saúde.
Os eventos históricos ligados à instalações hidráulico-sanitárias no Brasil evoluíram
a partir da formação dos núcleos habitacionais, dentre os quais pode-se citar:
Tabela 1: Eventos históricos no Brasil
Evento Ano Cidade
Primeiro Sistema de abastecimento de água 1723 Rio de Janeiro – RJ
Primeira cidade com rede de esgotos 1864 Rio de Janeiro – RJ
Primeira hidrelétrica (para mineração) 1883 Diamantina – MG
Primeira hidrelétrica (para abastecimento público) 1889 Juiz de Fora – MG

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2.2 AS BACIAS SANITÁRIAS
A bacia sanitária é, sem dúvida, o aparelho sanitário mais importante de um
banheiro. As soluções mais antigas para esse aparelho se constituem de um móvel de
madeira, na forma de uma poltrona ou um trono, por vezes luxuosamente trabalhados. Na
parte interna destes móveis um recipiente recolhia os dejetos.
A fim de reduzir os odores do ambiente e facilitar a posterior remoção, evitando que
eles aderissem às paredes, o recipiente era parcialmente cheio com água. Esse princípio
de manter uma porção de água manteve-se nos aparelhos automatizados que se
seguiram. Não possuíam, no começo, um sentido de sifão, mas logo se percebeu essa
importância também.
À medida que o sistema público de distribuição de água se expande e passa a
atingir mais casas, novos sanitários passam a ser inventados. O fato de se dispor
de “água corrente” sugere aos inventores que, em vez de recolherem os vasos
camuflados pelos “tronos”, era preferível pensar num tipo de vaso cujo fundo se abrisse
para lançar num tubo de esgoto a água com os dejetos e, em seguida, se fechasse
novamente para receber mais um pouco de água e restabelecer as condições de uso.
Em 1852, houve uma introdução do conceito de desempenho a partir da exigência
por parte da Board Health of Englad dos seguintes requisitos:
1. limpeza para remoção completa de dejetos;
2. o melhor sifão para evitar o retorno de odores do sistema geral do esgoto;
3. consumo da menor quantidade de água possível para uma perfeita lavagem e
manutenção do sifão;
4. durabilidade ou garantia contra:
a. quebra em conseqüência do congelamento;
b. desarranjo da parte mecânica;
c. quebra quando bem usado;
d. entupimento.
5. fácil manutenção;
6. barato quando produzido em larga escala.

2.3 A ARQUITETURA E OS BANHEIROS


Logicamente, a arquitetura locava os banheiros e as peças sanitárias conforme os
costumes e os recursos tecnológicos de então. A medida que a higiene começa a
preocupar a sociedade, os arquitetos passaram a locar os banheiros em situações tais que
não causassem tantos incômodos, ou em projeções quase independentes do bloco
principal ou totalmente independentes.
A evolução técnica possibilitou incorporar o banheiro ao edifício e, já no início do
século XX, constituía-se ele num ambiente de orgulho de proprietários, que podiam revelar
o seu “status”. Surge também por esta ocasião a preocupação com o banheiro funcional,
compacto, aparelhos padronizados e ergonômicos.

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Figura 1: Bacia sanitária com depósito Figura 2: Bacia sanitária com móvel decorado

Figura 3: Bacia sanitária com recipiente de água

Figura 4: Bacia sanitária Bramah (valve closet)

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3 CONCEITOS BÁSICOS DE HIDRÁULICA

3.1 HIDRÁULICA
O significado etimológico da palavra Hidráulica é “condução de água” (do grego hydor,
água e aulos, tubo, condução). Entretanto, atualmente, empresta-se ao termo Hidráulica um
significado muito mais amplo: é o estudo do comportamento da água e de outros líquidos,
quer em repouso, quer em movimento.

Figura 5: Origem da palavra hidráulica


Fonte: IHAR Bulletin, 1997.
A Hidráulica pode ser assim dividida:
• Hidráulica Geral ou Teórica
o Hidrostática;
o Hidrocinemática;
o Hidrodinâmica;
• Hidráulica Aplicada ou Hidrotécnica.
A Hidráulica Aplicada ou Hidrotécnica é a aplicação concreta ou prática dos
conhecimentos científicos da Mecânica dos Fluidos e da observação criteriosa dos fenômenos
relacionados à água, quer parada, quer em movimento.
As áreas de atuação da Hidráulica Aplicada ou Hidrotécnica são:
• Urbana: Sistemas de abastecimento de água, esgotamento sanitário, drenagem
pluvial e canais;
• Rural: Sistemas de drenagem, irrigação e de água potável e esgoto;
• Instalações prediais: industriais, comerciais, residenciais, públicas;
• Lazer e paisagismo;
• Estradas (drenagem);

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• Defesa contra inundações;
• Geração de energia;
• Navegação e obras marítimas e fluviais
Desta forma é verificado a empregabilidade da hidráulica em diversos ramos do
conhecimento da Arquitetura e Engenharias diversas, entretanto, dentro desta disciplina
iremos nos ater às instalações prediais, o que, por si só já absorve inúmeros conceitos e
aplicações distintas.

3.2 PROPRIEDADES DOS FLUIDOS


Fluidos são substâncias ou corpos cujas moléculas ou partículas têm a propriedade de
se mover, uma em relação às outras, sob a ação de forças de mínima grandeza, não
possuindo forma própria, assumem o formato do recipiente que os comporta. Sendo
subdivididos em líquidos e gases.
• Líquidos: têm a superfície livre, e uma massa em temperatura uniforme ocupa
um determinado recipiente assumindo a sua forma.
• Gases: quando colocados em um determinado recipiente, ocupam todo o volume
independente de sua massa ou do tamanho do recipiente. Os gases são
altamente compressíveis e de pequena densidade, relativamente aos líquidos;

3.3 FORÇA
São interações entre corpos causando variações no seu estado de movimento ou
deformação.
Assim, como expressamos as medidas de comprimento em metros, a de tempo em
horas ou a de volume em m³, dizemos que as forças podem ser medidas em quilograma-
força ou kgf.

3.4 PRESSÃO
É muito comum confundir-se pressão com força. A pressão, no entanto, leva em conta
não só a força como também a área em que ela atua. Pressão é a força dividida pela área.
Força
Pr essão =
Área
Exemplo: Tomemos um bloco medindo 10 cm x 10 cm x 50 cm que pesa 50 kgf. Qual a
pressão que ele exerce sobre o solo?
Isto depende da área de apoio do bloco sobre o solo.
Veja as duas possibilidades abaixo.

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Força: 50kgf Força: 50kgf
Área: 10x10=100cm² Área: 10x50=500cm²
Pressão: Pressão:
50/100 = 0,5kgf/cm² 50/500 = 0,1kgf/cm²

3.5 PRESSÃO EM HIDRÁULICA


A pressão que a água exerce sobre uma superfície qualquer, só depende da altura do
nível da água até a sua superfície. É o mesmo que dizer: a pressão não depende do volume
de água contido no tubo.
A pressão não depende da forma do recipiente, ou seja, níveis iguais, originam
pressões iguais.
Para os nosso estudos, será utilizado como fluido base a água, cujo peso específico é
1000kgf/m³.
Veja os exemplos abaixo. Vamos calcular a pressão exercida pela água sobre o fundo
dos reservatórios.
Volume: 1x1x1 =1m³ Volume: 1x1x2 =2m³
Força: Força:
1x1.000 = 1.000kgf 2x1.000 = 2.000kgf
Área: 1x1 = 1m² Área: 1x2 = 2m²
Pressão: 1.000/1 = Pressão: 2.000/2 =
1.000 kgf/m² 1.000 kgf/m²

Volume: 2x1x1 =2m³ Volume: 4x1x1 =4m³


Força: Força:
2x1.000 = 2.000kgf 4x1.000 = 4.000kgf
Área: 1x1 = 1m² Área: 1x1 = 1m²
Pressão: 2.000/1 = Pressão: 4.000/1 =
2.000 kgf/m² 4.000 kgf/m²

Comparando-se a altura dos reservatórios com a pressão, pode-se observar que a


pressão não depende da área, mas somente da altura do reservatório, ou seja, a pressão é
proporcional aos METROS DE COLUNA DE ÁGUA (mca). Nos exemplos anteriores temos:

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Altura do
Pressão (kgf/m²) Pressão (mca)
Reservatório (m)
1 1.000 1
2 2.000 2
4 4.000 4
Uma vez que as pressões dependem somente de altura da coluna de líquido, pode-se
concluir facilmente que as pressões em qualquer ponto no interior do líquido não dependem
do formato ou do volume do reservatório. Por exemplo:

Figura 6: Pressão x Forma do Recipiente


1kgf/cm² = 10 m.c.a. = 98.100 Pa (Pascal)

3.6 VAZÃO
Vazão é a quantidade de líquido que passa através de uma seção por unidade de
tempo. A quantidade de líquido pode ser medida em unidades de massa, de peso ou de
volume, sendo estas últimas as mais utilizadas.
volume
Vazão =
tempo
Por isso as unidades mais usuais indicam VOLUME POR UNIDADE DE TEMPO:
• m³/h  metros cúbicos por hora;
• l/h  litros por hora;
• l/min  litros por minuto;
• l/s  litros por segundo.

3.7 VELOCIDADE
O termo velocidade, em hidráulica, normalmente refere-se à velocidade média de
escoamento através de uma seção. Ela pode ser determinada dividindo-se a vazão pela área
da seção considerada.
vazão
Velocidade =
área
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As unidades usuais de medida indicam DISTÂNCIA POR UNIDADE DE TEMPO:
• m/min  metros por minuto;
• m/s  metros por segundo.

3.8 CONSERVAÇÃO DE ENERGIA NO CASO DE ESCOAMENTO DE ÁGUA NA TUBULAÇÃO


(PERDA DE CARGA)
Consideremos uma tubulação qualquer onde esteja ocorrendo escoamento de água de
1 para 2:

Figura 7: Trajetória do líquido


A energia total da água em qualquer seção da tubulação é composta por:
• energia potencial da posição (altura geométrica);
• energia potencial da pressão interna;
• energia cinética da velocidade de escoamento;
Se não houvesse perdas, aplicando-se a lei da conservação da energia concluir-se-ia
que o valor da energia total é o mesmo em todas as seções da tubulação. Mas existem
perdas, causadas basicamente pelo atrito da água contra a tubulação e pelos choques que
ocorrem por causa da turbulência e das mudanças bruscas de direção do escoamento. A
energia assim dissipada é chamada de PERDA DE CARGA.

Figura 10: Atrito entre as partículas


Figura 8: Tubo Liso = Pequenos Figura 9: Tubo Rugoso = Grades
Atritos e Choques Atritos e Choques

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Assim, observando-se a Figura 7: Trajetória do líquido, o que se pode afirmar é que:
A ENERGIA TOTAL NA SEÇÃO 2 É IGUAL À ENERGIA TOTAL NA SEÇÃO 1 DIMINUÍDA
DA PERDA DE CARGA ENTRE 1 E 2.

3.9 EQUAÇÃO DE BERNOULLI – ALTURA MANOMÉTRICA TOTAL


Bernoulli demonstrou que a energia total específica (por unidade de peso) em qualquer
seção pode ser expressa em termos de alturas de coluna de água, ou seja:
• a energia potencial da posição como
ALTURA GEOMÉTRICA = COTA EM RELAÇÃO A UM PLANO DE REFERÊNCIA
• a energia potencial da pressão interna como
ALTURA PIEZOMÉTRICA = PRESSÃO EXPRESSA EM METROS DE COLUNA DE ÁGUA
• a energia cinética da velocidade de escoamento como
VELOCIDADE2
ALTURA DINÂMICA=
2 x ACELERAÇÃO DA GRAVIDADE

Podendo-se adotar para valor de aceleração da gravidade: 9,81 m / s²


A energia total específica, que é a soma das três parcelas, é chamada de ALTURA
MANOMÉTRICA TOTAL.
ALTURA MANOMÉTRICA = ALTURA GEOMÉTRICA + ALTURA PIEZOMÉTRICA + ALTURA
DINÂMICA
Veja como podemos representar essas energias e a perda de carga na tubulação:

Figura 11: Perda de carga na trajetória do líquido

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Observe a figura abaixo e responda:

1. Supondo-se que o registro esteja fechado, em qual nível que estará a água no tubo 1?
( )A ( )B ( )C
2. Abrindo-se o registro, o nível da água irá para qual ponto no tubo1
( )A ( )B ( )C
3. Se diminuirmos o diâmetro do tubo ED, a pressão no ponto D irá aumentar ou diminuir?

Desta forma temos:


 Maiores comprimentos de tubos
Mais perdas
Mais Atritos
e Choques

de Carga

Pressão
 Maior número de conexões

Menor
  
 Tubos mais rugosos
 Menores diâmetros

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4 REDE DE DISTRIBUIÇÃO DE ÁGUA, COLETA DE ESGOTO E
COLETA DE ÁGUA PLUVIAL

Figura 1: Rede de Distribuição de água e Coleta de Esgoto

4.1 SISTEMAS DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA


4.1.1 CONCEITO
Define-se por sistema de abastecimento de água o conjunto de obras, equipamentos e
serviços destinados ao abastecimento de água potável a uma comunidade para fins de
consumo doméstico, serviços públicos, consumo industrial e outros usos. Essa água fornecida
pelo sistema deverá ser, em quantidade suficiente e da melhor qualidade, do ponto de vista
físico, químico e bacteriológico.
4.1.2 UNIDADES DO SISTEMA
Um sistema de abastecimento público de água compreende diversas unidades, a
saber:
a. Manaciais: podem ser subterrâneos ou superficiais. Suas água deverão atender requisitos
mínimos no que tange à qualidade no ponto de vista físico, químico, biológico e
bacteriológico, assim como no que diz respeito aos aspectos quantitativos (capacidade de
suprir a demanda por um período razoável)
b. Captação:

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• Subterrânea: pode ser obtida através de fontes, bicas, lençóis freáticos
superficiais, lençóis freáticos profundos ou artesianos;
• Superficial: pode ser obtida através de córregos, rios, lagos e reservatórios
artificialmente criados.
c. Adução: são as canalizações principais destinadas a conduzir água entre as unidades de
um sistema público de abastecimento que antecedem a rede de distribuição. Em função da
natureza da água conduzida, as adutoras podem ser classificadas como: de água bruta e
de água tratada. Já levando em consideração a energia utilizada para a movimentação da
água as adutoras podem ser:
• Por gravidade (conduto livre ou forçado);
• Por recalque;
• Mistas (combinação entre as duas anteriores).
d. Tratamento: em função das características qualitativas da água fornecida pelo manancial
procede-se o tratamento de água em instalações denominadas estação de tratamento de
água (ETA). O tratamento de água deverá ser efetuado quando for comprovada a sua
necessidade e a purificação for indispensável, compreendendo os processos
imprescindíveis à obtenção da qualidade necessária para o abastecimento público. Os
principais processo de purificação adotados são:
• Micro-peneiramento;
• Aeração;
• Coagulação/Floculação;
• Decantação/Sedimentação;
• Filtração;
• Tratamento por contato; e
• Controle de corrosão.
e. Reservatórios de distribuição: são unidades destinadas a compensar as variações horárias
de vazão e garantir a alimentação da rede de distribuição em caso de emergência,
fornecendo também, os níveis necessários à manutenção de pressões na rede.
f. Redes de distribuição: é a unidade do sistema que conduz a água para os pontos de
consumo. É constituída por um conjunto de tubulações e peças especiais dispostas
convenientemente, a fim de garantir o abastecimento dos consumidores de forma contínua
nas quantidades e pressões recomendadas. Os limites desta rede são:
• Pressão estática máxima  500kPa (50mca);
• Pressão dinâmica mínima  100kPa (10mca);
• Diâmetro mínimo  DN 50mm;
• Velocidade mínima  0,60m/s;

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• Velocidade máxima  3,50m/s.
Para o atendimento destes limites, a rede de distribuição pode ser dividida em zonas de
pressão, com reservatórios próprios ou simplesmente, válvulas de redução de pressão.

4.2 SISTEMAS DE ESGOTO SANITÁRIO


A implantação de um sistema público de abastecimento de água gera a necessidade de
coleta, afastamento e disposição final das águas servidas.
Com a construção de um sistema de esgoto sanitário numa comunidade, procura-se
atingir os seguintes objetivos mais importantes:
a. melhoria das condições higiênicas locais e conseqüentemente aumento da
produtividade;
b. conservação dos recursos naturais, das águas em especial;
c. coleta e afastamento rápido e seguro de esgoto sanitário;
d. disposição sanitariamente adequada do efluente;
e. eliminação de focos de poluição e contaminação, assim como de aspectos estéticos
desagradáveis (por exemplo odores agressivos);
f. proteção de comunidades e estabelecimento de jusante;
g. preservação de áreas para lazer e práticas esportivas.

4.2.1 CONCEITOS E DEFINIÇÕES


Define-se como sistema de esgoto sanitário o conjunto de obras e instalações
destinadas a proporcionar a coleta, afastamento, condicionamento (tratamento) e disposição
final do esgoto sanitário de uma comunidade, de forma contínua e higienicamente segura
(sem riscos para a saúde).
Existem três tipos de sistemas de esgotamento sanitário, a saber:
• Sistema unitário de esgotamento: sistema de esgoto em que as águas pluviais e
o esgoto sanitário escoam nas mesmas canalizações;
• Sistema separador absoluto: compreende dois sistemas distintos de
canalizações, um exclusivo para esgoto sanitário e outro destinado às águas
pluviais.
• Sistema separador parcial ou sistema misto: também compreende dois sistemas
de canalizações, porém é considerada a introdução de uma parcela definida de
águas pluviais nas canalizações de esgoto sanitário (águas pluviais que se
originam em áreas pavimentadas internas, terraços e telhados dos edifícios).
No Brasil, adota-se o sistema separador absoluto, que apresenta as seguintes
vantagens:
• As canalizações, de dimensões reduzidas, favorecem o emprego de manilhas
cerâmicas e de outros materiais (concreto, PVC, fibra de vidro), facilitando a
execução e reduzindo custos e prazos de construção;
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• Dentro de um planejamento integrado, é possível a execução das obras por
partes, construindo-se e estendendo-se primeiramente, a rede de maior
importância para a comunidade, com um investimento inicial menor;
• O afastamento das águas pluviais é facilitados, admitindo-se lançamentos
múltiplos em locais mais próximos e aproveitando o escoamento das sarjetas;
• As condições para o tratamento do esgoto são melhoradas, evitando-se a
poluição das águas receptoras por ocasião das extravasões que se verificam
nos períodos de chuvas intensas.
4.2.2 UNIDADES DO SISTEMA
O sistema de esgoto sanitário compreende:
a. Canalizações: coletores (secundários, principais e troncos), interceptores,
emissários, sifões invertidos e passagens forçadas;
b. Órgãos acessórios: poços de visitas, tubos de inspeção e limpeza, terminais de
limpeza e caixas de passagens;
c. Estações elevatórias;
d. Estações de tratamento;
e. Obras de lançamento final e corpo receptor.

4.3 SISTEMA COLETOR DE ÁGUAS PLUVIAIS


O caminho natural para o escoamento das águas pluviais urbanas é a calha de rua.
Quando a vazão que passa é superior à sua capacidade de transporte, pode haver
alagamentos e inundações, cabe captar essa vazão excedente por meio de sistemas
complementares, ou seja, dispositivos de captação e transporte.
O sistema pluvial abrange a calha das ruas, galerias, escadarias, rampas, entre outros,
até a chegada das águas aos córregos, riachos, rios. O Sistema Pluvial terá como objetivo:
• evitar erosões no terreno;
• evitar erosões do pavimento;
• evitar o alagamento da calha viária (surgimento da aquaplanagem);
• eliminação dos pontos de baixos sem escoamento;
• chegada ordenada das águas aos cursos de água da região.

Figura 2: Declividade Transversal Figura 3: Declividade Longitudinal


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4.3.1 DISPOSITIVOS DO SISTEMA PLUVIAL
O sistema pluvial compreende:
• boca de lobo;
• boca de leão;
• grelhas/ralos;
• bocas de lobo contínua;
• canaletas de topo e pé de talude.
Estes dispositivos podem entrar em colapso, ou seja, não atender as necessidades do
sistema se:
• o dispositivo de captação não estiver adequadamente localizado;
• o dispositivo de captação não for o adequado hidraulicamente;
• o dispositivo de captação estiver obstruído (entupido) ou com sua estrutura
comprometida.
a. Boca de Lobo e Boca de Leão
Na boca de lobo a captação principal da água de sarjeta é feita horizontalmente. Ela é
composta por:
• Rebaixamento da sarjeta para facilitar a captação;
• Guia chapéu;
• Caixa de captação (alvenaria de tijolos ou blocos de concreto);
• Tampa de cobertura;
• Conexão da caixa à galeria pluvial, por meio de tubos.
A boca de lobo capta horizontalmente a água, exigindo para isso uma depressão
(rebaixamento da sarjeta).
Já a boca de leão, além da captação horizontal pela guia chapéu, também capta
verticalmente por meio de caixa, no leito de rua e grelha de ferro fundido, cobrindo estas
caixas.
As bocas de lobo e de leão não devem ser instaladas em frente às edificações
destinadas ao acesso de carros. Se o ponto considerado for ponto baixo, de necessário
esgotamento, prefira usar a caixa de grelha, que permite a passagem de carros sem maiores
danos.
A localização das bocas de lobo é feita próxima ao cruzamento das ruas, mas não no
limite desse cruzamento. Coloca-se à montante do cruzamento, deixando espaço livre pelo
menos igual à largura da calçada para facilitar a travessia de pedestres.

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Figura 4: Corte transversal de boca de lobo.

b. Caixas com Grelhas/Ralos


São captações verticais de água. São usadas em locais planos (sem declividade
transversal), no meio do leito carroçável, em frente às edificações (onde há acesso de carros,
etc.). Ela é composta por:
• Grelha de ferro fundido ou concreto e batente;
• Caixa de recepção;
• Tubo de ligação de água ao sistema principal.

Figura 5: Grelha

c. Bocas Contínuas de Captação

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Não há critérios hidráulicos para o seu dimensionamento, suas dimensões são
estabelecidas tendo em vista critérios construtivos e de facilidade de manutenção (limpeza).
As bocas contínuas de captação são geralmente mais custosas que a construção de uma
série de bocas de lobo. Têm a vantagem, entretanto, de dar melhor e mais confiável captação
de águas, pois, pelo seu comprimento de captação, elas são à prova de entupimento.
São usadas normalmente quando o curso de água receptor está próximo (ex.: avenidas
marginais aos córregos).
d. Canaletas do Topo e Pé de Talude
Essas canaletas são utilizadas na interceptação e direcionamento das águas pluviais
para proteção do topo e pé dos taludes. Ao interceptar e direcionar as águas pluviais,
impedem que as mesmas, com alta velocidade, erodam a face do talude.
O destino das águas interceptadas superiormente será finalmente uma rampa, uma
escadaria ou uma tubulação de águas pluviais.

4.4 REDE URBANA SUSTENTÁVEL


É a rede urbana que dispõe de infraestrutura capaz de suportar as crescentes
necessidades da população que a utiliza, sejam elas econômicas, sociais, culturais ou
políticas. Somando-se a isso, atualmente, a preocupação com o meio ambiente.
São itens fundamentais para a caracterização de uma rede urbana sustentável:
- utilização racional e eficiente da água, da energia e do solo;
- redução das emissões de gases no ar e da geração de resíduos sólidos, efluentes
líquidos e outras cargas nocivas ao ambiente e controle de materiais;
- construções de qualidade, presença de áreas verdes, organização e limpeza de rauas
e praças e utilização de pavimentos permeáveis;
- compromisso dos agentes ( projetistas, executores e moradores) com a operação da
rede;
A sustentabilidade também deve contemplar a viabilidade econômica do projeto,
garantido sempre a qualidade das tecnologias a serem empregadas, garantindo que as redes
urbanas possibilitem a realização de gestão dos recursos necessários para a manutenção e
operação de suas atividades, objetivando na qualidade de vida, conservando o meio ambiente
e os recursos físicos e naturais.
Uma infra-estrutura sustentável deve contemplar: abastecimento de água, tratamento e
disposição final do esgoto e da água pluvial e distribuição de gás e energia. Para melhor
aproveitamento do subsolo, organização e durabilidade desses sistemas, estes devem estar
integrados em valas técnicas.

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Áreas para serviços: Gás,
coleta de lixo seletiva,
reservatório de água central.

Sistemas de
infraestruturas
organizados em

Áreas de lazer

Tratamento de Esgoto no
local – empreendimento
Pavimento mais Ambientalmente Correto
permeável

Figura 6: Sustentabilidade na rede urbana


4.4.1 SISTEMA DE ESGOTO SANITÁRIO
A rede de esgoto deve ser projetada para que a sua manutenção seja fácil, sem que
haja contato humano com o esgoto e utilizar materiais que resistam aos agentes agressivos.
O seu projeto deve buscar a racionalização das etapas executivas e a redução dos
custos de implantação. A localização, se possível, deverá ser no passeio, sob a calçada, a
menores profundidades. O seu projeto e execução devem facilitar escoamento por gravidade.
O projeto, além de fazer o dimensionamento da rede e especificar o equipamento de
limpeza adequado, também deve incluir orientações sobre a manutenção e operação a ser
realizada no sistema, bem como a sua periodicidade.

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Figura 7: Distribuição dos ramais de esgoto
4.4.2 INFRAESTRUTURA DE DISTRIBUÇÃO E ABASTECIMENTO DE ÁGUA POTÁVEL
Tratando-se de pequenas comunidades (condomínios, bairros, pequenos distritos), o
sistema de abastecimento proposto é o direto com reservatório de uso coletivo único (sem
caixa d´água individua), para alimentar a rede de distribuição. Este reservatório poderá ser
elevado, posicionado no ponto mais alto da área a ser abastecida.
A partir do reservatório, a água é encaminhada a cada residência através de uma rede
de distribuição e ligações prediais, respectivamente.

Figura 8: Distribuição da rede de abastecimento de água potável


4.4.3 INFRAESTRUTURA DE DISTRIBUIÇÃO DE GÁS
O sistema de gás serve ao aquecimento de água através de aquecedores de
passagem a serem instalados em cada unidade habitacional e para consumo próprio dos
moradores.

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Do ponto de vista dos usuários, os sistema é mais seguro, pois elimina os botijões de
gás das áreas interas da casa.
O sistema de abastecimento poderá ser feito por uma central de cilindros estacionários
de GLP, localizada na parte frontal do terreno, permitindo o fácil acesso do caminhão da
concessionária para o abastecimento das recomendações da NBR 133523/95. A central de
GLP abastece a rede de distribuição do condomínio que, com diâmetro uniforme, perfaz dois
anéis pelas calçadas internas e externas do arruamento. Da rede de distribuição derivam rais
para a alimentação das residências. Os ramais chegam aos abrigos dos medidores de gás e
reguladores de pressão, no alinhamento de cada lote, permitindo a individualização do
consumo.

Figura 9: Distribuição da rede de abastecimento gás natural ou GLP


4.4.4 SISTEMA DE CAPTAÇÃO DE ÁGUAS PLUVIAIS
O sistema de captação de águas pluviais deve garantir o pleno escoamento do
efluente, bem como impossibilitar a ocorrência de extravasamentos ou empoçamentos.
Um sistema de reservação e utilização de águas pluviais poderá ser utilizado.
4.4.5 VALA TÉCNICA
Dentro do conceito de sustentabilidade, é necessário ressaltar que não basta fornecer
os sistemas de infraestrutura. É necessário que haja a gestão destes sistemas. A vala técnica
é uma solução de integração dos sistemas de infraestrutura, de fora a organizá-la no subsolo,
visando otimizar custos de implantação e manutenção, além de permitir que ampliações de
sistemas sejam feitas sem interrupção de vias. A organização, implantação e cadastramento
dos sistemas de infraestrutura são procedimentos importantes para a redução dos riscos de
vazamento e interferências entre os sistemas, o que fica garantido com esta integração.
Especificações técnicas para a vala dos sistemas de infraestrutura
Redes de água e esgoto Rede de gás
Posicionamento da Sob o passeio quando:
vala/galeria - o projeto previr rede dupla;
- os passeios tiverem espaço
disponível;
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- houver vantagem
técnica/econômica ;
- a via for de tráfego intenso;
- regulamentos municipais
impedirem seu
posicionamento no leito do
tráfego.
Posicionamento relativo Valas no passeio: Deve distar, no mínimo
0,30m de outras redes
- o eixo das tubulações de
(quando este distanciamento
água deve ser posicionado a
não for possível, as
0,50m de distância do
tubulações devem ser
alinhamento dos lotes e o das
separadas por material
de esgoto a 0,80m;
específico, desde que a
- as tubulações de água e separação entre estas não
esgoto devem estar a 0,60m seja inferior a 0,075m), não
de distância no mínimo. podendo nunca apoiar-se
nestas.
No caso de redes de energia
elétrica de tensão superior a
1kV este distanciamento
deve ser de 0,50m.
Largura do fundo da vala Determinada de acordo com
o diâmetro das tubulações e
espaçamentos necessários
às juntas
Profundidade da vala Determinada de acordo com Deve possibilitar a camada
as cotas do projeto hidráulico de recobrimento necessária
e espessura dos elementos
de apoio da tubulação
Preparo do fundo A ser indicado no projeto Em formações rochosas
complicadas deve-se escavar
a rocha por mais 0,15 a
0,20m e compactar com
terra, para que esta não mais
ofereça risco à tubulação. O
fundo deve sempre ser
regularizado com areia ou
material equivalente, de
forma a cobrir as
irregularidades do terreno.
Material de reaterro A ser indicado no projeto
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Camada a ser compactada A ser indicada no projeto 0,20m de terra isenta de
sobre a geratriz superior da material pontiagudo
tubulação
Forma de compactação desta A ser indicada no projeto Manualmente em camadas
camada de 0,10m.
Fita de advertência a ser - Uma fita amarela paralela ao
instalada eixo da tubulação, a uma
profundidade de 0,20m.
Pressão da vala - Máxima 4BAR.

Figura 10: Vala e Galeria Técnica

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5 QUALIDADE DOS SISTEMAS HIDRÁULICOS PREDIAIS

5.1 INTRODUÇÃO
Os sistemas hidráulicos prediais necessitam, ao longo da vida útil dos edifícios, de
intervenções, de forma a garantir um desempenho adequado. Sendo sua função disponibilizar
água potável com qualidade, quantidade e temperatura adequadas nos pontos de consumo,
sempre que necessário, com o menor custo envolvido.
As patologias existentes nestes sistemas são associadas à falta de análises
aprofundadas com relação às necessidades das edificações e seus usuários na fase de
projeto, como, também, à grande incidência de improvisação na fase de execução, uso e
manutenção dos edifícios, a qual é agravada, muitas vezes, pela baixa qualidade dos
materiais empregados.
Como conseqüência desse relativo descaso em todas as fases de geração, uso e
operação de um empreendimento, tem-se verificado uma grande incidência de patologias nos
sistemas prediais hidráulicos e sanitários.

5.2 QUALIDADE DOS SHP


A qualidade de um produto, segundo diversos autores, pode ser definida como
“adequação ao uso”, ou seja, satisfação dos clientes com o produto/serviço.
O conceito de “adequação ao uso” aproxima-se do conceito de desempenho, o qual
baseia-se na idéia de que os produtos podem ser descritos em termos do seu comportamento
em uso, tendo em vista as exigências dos clientes (usuários).
Para a análise do desempenho de sistemas, devem ser:
• caracterizados os usuários;
• definidas as necessidades e exigências dos usuários;
• identificadas as condições de exposição a que estão sujeitos os sistemas;
• definidos os requisitos (qualitativos) de desempenho;
• definidos os critérios (qualitativos e quantitativos) de desempenho; e
• estabelecidos os métodos para avaliação do desempenho dos sistemas.
As patologias verificadas nos SHP podem ser decorrentes de falhas originadas em
qualquer etapa ao longo do processo de geração 1, uso/operação e manutenção dos SHP ou,
o que é mais freqüente, podem ocorrer de forma cumulativa.
A grande incidência de atividades de manutenção nos SHP, conforme se vê na figura
abaixo, torna evidente a necessidade de adoção de medidas tendo em vista a qualidade
desses sistemas.

1
O termo “geração” neste trabalho refere-se ao conjunto das etapas de projeto e execução dos SHP
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Figura 1: Atividades de Manutenção
Fonte: LICHTENSTEIN, 1985
Muitas das patologias encontradas no decorrer do uso da edificação são advindas, de
posturas mal definidas ou erros cometidos durante a realização do seu projeto. É nesta fase
que é definida a economia do empreendimento, tanto na execução como no seu uso,
ocupação e manutenção.

Figura 2: Definição de custos e funcionalidade dos edifícios ao longo do processo de geração do


empreendimento
A etapa de atendimento pós-obra é considerada como uma etapa de processo de
projeto, pois através dela é possível a análise do projeto sob o ponto de vista de seus clientes.
As figuras a seguir apresentam exemplos de patologias e a sua origem:

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Equipamento de baixa qualidade, desgaste do componente

Especificação inadequada, adaptação para o uso

Regulagem inadequada, falta de treinamento técnico


Figura 3: Exemplos de patologias em aparelhos

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O processo de melhoria da qualidade dos SHP passa pela identificação dos problemas
existentes, análise das possíveis causas, proposição e implantação de medidas para resolvê-
los e verificação da efetividade dessas medidas.
Se o desempenho dos SHP com relação ao problema foi satisfatório, ou seja, se as
medidas corretivas foram eficientes, discute-se as soluções tomadas com os interessados,
usuários, projetistas e técnicos, passa-se à abordagem dos demais problemas.

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6 INSTALAÇÕES PREDIAIS DE ESGOTO SANITÁRIO

6.1 INTRODUÇÃO
O sistema predial de esgoto sanitário (SPES) é um conjunto de tubulações e
acessórios o qual destina-se a coletar e conduzir o esgoto sanitário a uma rede pública de
coleta ou sistema particular de tratamento. Além desta função básica, o SPES deve atender
aos seguintes requisitos sengundo a norma brasileira NBR 8160 “Sistemas Prediais de
Esgotos Sanitários – Projeto e Execução” (ABNT, 1999):
a. Deve ser garantida a qualidade da água de consumo;
b. Permitir o rápido escoamento da água utilizada e dos despejos introduzidos,
evitando a ocorrência de vazamentos e formação de depósitos no interior da
tubulação;
c. Impedir que os gases provenientes do interior do SPES atinjam áreas de utilização;
d. Deverá haver uma separação absoluta em relação ao sistema predial de águas
pluviais.

6.2 CONSTITUIÇÃO
6.2.1 SUBSISTEMAS DO SISTEMA PREDIAL DE ESGOTO SANITÁRIO
O SPES pode ser dividido nos seguintes subsistemas:
• coleta e transporte de esgotos; e
• ventilação.
O subsistema de coleta e transporte é composto pelo conjunto de aparelhos sanitários
tubulações e acessórios destinados a captar o esgoto sanitário e conduzi-lo a um destino
adequado.
O subsistema de ventilação, por sua vez, consta de um conjunto de tubulações e/ou
dispositivos destinados a assegurar a integridade dos fechos hídricos, de modo a impedir a
passagem de gases para o ambiente utilizado, assim como conduzir tais gases à atmosfera.
Outra classificação que tem sido freqüentemente utilizada considera o sistema de
aparelhos sanitários independente do esgoto sanitário, já que o mesmo consiste em uma
interface entre os sistemas citados anteriormente.
A seguir é apresentado um esquema do sistema predial de esgoto sanitário.

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Onde:
CGD: Caixa de gordura dupla;
RS: Ralo seco;
CV: Coluna de ventilação
Figura1: Esquema geral do SPES
Fonte: Macintyre, 1990

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6.2.2 COMPONENTES DO SUSBSISTEMA DE COLETA E TRANSPORTE DE ESGOTO

6.2.2.1 Instalação secundária de esgoto


Não tem acesso aos gases provenientes do coletor público ou dos dispositivos de
tratamento. Recebe águas servidas de um único aparelho.

6.2.2.2 Instalação primária de esgoto


Possui acesso aos gases provenientes do coletor público ou dos dispositivos de
tratamento.

6.2.2.3 Classificação das Tubulações de Escoamento de Esgoto

a. Ramal de descarga: tubulação que recebe diretamente os efluentes de aparelhos


sanitários. Pode ter ou não acesso aos gases, sendo geralmente encaminhado a
um desconector.

b. Ramais de esgoto: tubulação primária que recebe os efluentes dos ramais de


descarga diretamente (água imundas) ou a partir de um desconector. Com acesso
aos gases.

c. Tubo de queda: Tubulação vertical que recebe efluentes de subcoletores, ramais de


esgoto e ramais de descarga. Podem receber um ou mais ramais de esgoto. Com
acesso aos gases.
d. Subcoletor: Tubulação que recebe efluentes de um ou mais tubos de queda ou
ramais de esgoto. Normalmente horizontais, ou aéreos ou enterrados. Com acesso
aos gases.
e. Coletor Predial: Trecho de tubulação compreendido entre a última inserção do
subcoletor, ramal de esgoto ou de descarga, ou caixa de inspeção geral e o coletor
público ou sistema particular. Recebe todos os subcoletores e lança as águas
residuárias no coletor público de esgoto sanitário. Com acesso aos gases.

6.2.2.4 Desconectores
Dispositivos providos de fecho hídrico que impedem o acesso dos gases ao interior da
edificação.
Um desconector tem por função, através de um fecho hídrico próprio, vedar a
passagem de gases oriundos das tubulações de esgoto, como também de insetos, para o
ambiente utilizado. Tal contenção ocorre através da manutenção do referido fecho hídrico por
meio do controle das ações atuantes sobre o mesmo. Entre estas ações, vale citar a auto-
sifonagem, a sifonagem induzida, a sobrepressão e a evaporação.

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Figura 2: Casos de perdas de fecho hídrico em instalações.

a. Tipos:
• Sifão: desconector destinado a receber efluentes do sistema predial de esgoto
sanitário. Podendo receber de um (caso de lavatórios, tanques, pias, entre
outros) ou mais aparelhos/tubulações de escoamento.
• Ralo sifonado: Recipiente dotado de desconector, com grelha na parte superior,
destinado a receber águas de lavagem de pisos ou de chuveiro.
• Caixas sifonadas: caixa provida de desconector, destinada a receber efluentes
da instalação secundária de esgoto, recebendo o esgoto de vários ramais de
descarga, encaminhando-os para o ramal de esgoto, ou tubo de queda, ou
coletores, ou subcoletores.

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Figura 3: Sifão de Pia Figura 4: Ralo Sifonado Figura 5: Caixa Sifonada

6.2.2.5 Conexões
Elementos cuja função é integrar tubos, tubos e aparelhos, tubos e equipamentos, além
de viabilizar mudanças de direção e diâmetros de tubulação. São exemplos o tê, o cotovelo, a
junção simples, curvas, etc, nos mais variados diâmetros conforme ilustra as figuras a seguir.

Cap Curva Longa 90º Joelho 45º

Joelho 90º Junção Invertida (ventilação) Junção Simples


Figura 6: Conexões do sistema predial de esgoto

6.2.2.6 Dispositivos de Inspeção


São elementos complementares, através dos quais tem-se acesso ao interior do
sistema, de maneira a possibilitar inspeções e desobstruções eventuais. A caixa de inspeção
37
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e as conexões com uma das derivações com um plug ou com um cap são dispositivos de
inspeção bastante usados.
São destinados a permitir:
• Inspeção;
• Limpeza;
• Desobstrução;
• Mudanças de diâmetros;
• Mudanças de declividade;
• Mudança de direção;
• Junção de coletores.
a. Caixa de inspeção
Caixa destinada a permitir a junção, inspeção e limpeza de tubulações do subsistema
de esgoto sanitário.
O interior das tubulações, embutidas ou não, deve ser acessível por meio de
dispositivos de inspeção.
Para garantir a acessibilidade aos elementos do sistema, deve ser respeitadas no
mínimo as seguintes condições:
• Distância entre dois dispositivos de inspeção não deve ser superior à 25,00m;
• Distância entre a ligação do coletor predial com o público e o dispositivo de
inspeção mais próximo não deve ser superior a 15,00m; e
• Os comprimentos dos trechos dos ramais de descarga e de esgoto de bacias
sanitárias, caixas de gordura e caixas sifonadas, medidos entre os mesmos e os
dispositivos de inspeção, não devem ser superiores a 10,00m.
Os desvios, mudanças de declividade e a junção de tubulações enterradas devem ser
feitos mediante o emprego de caixas de inspeção ou poços de visita.
Em prédios com mais de dois pavimentos, as caixas de inspeção não devem ser
instaladas a menos de 2,00m de distância dos tubos de queda que contribuem para elas.
Não devem ser colocadas caixas de inspeção ou poços de visita em ambientes
pertencentes a uma unidade autônoma, quando os mesmo recebem a contribuição de
despejos de outras unidades autônomas.
São classificadas em:
• caixa de passagem: caixa destinada a permitir a junção de tubulações do
subsistema de esgoto sanitário. Possui base circular ou quadrada com diâmetro
mínimo de 0,15m e altura mínima de 0,10m;
• caixa de inspeção: destinada a permitir a limpeza, desobstrução, junção,
mudanças de declividade e/ou direção das tubulações. Profundidade máxima
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1,00m, base quadrada ou retangular de lado no mínimo de 0,60m ou cilíndrica
com diâmetro de 0,60m; e
• poços de visitas: destinada a permitir a limpeza, desobstrução, junção,
mudanças de declividade e/ou direção das tubulações. Possui profundidade
maior que 1,00m, base quadrada, retangular ou circular com dimensões mínimas
de 1,10m.

Figura 7: Caixa de Inspeção Pré-Fabricada Figura 8: Tê de Inspeção

6.2.2.7 Caixas de Gordura


Dispositivos projetados e instalados para separar e reter substâncias indesejáveis às
redes de esgoto sanitário. Tais substâncias são, em sua grande maioria, gorduras, graxas e
óleos contidos no esgoto, formando camadas (escuma) que devem ser removidas
periodicamente, evitando que estes componentes escoem livremente pela rede, obstruindo a
mesma.
As caixas de gordura devem ser dimensionadas levando-se em conta:
a. Para a coleta de apenas uma cozinha pode ser usada a caixa de gordura pequena
ou a caixa de gordura simples.
b. Para a coleta de duas cozinhas pode ser usada a caixa de gordura simples ou a
caixa de gordura dupla;
c. Para a coleta de três até 12 cozinha deve ser usada a caixa de gordura dupla;
d. Para a coleta de mais de 12 cozinhas, ou ainda, para cozinhas de restaurantes,
escolas, hospitais, quartéis, etc., devem ser prevista caixas de gorduras especiais.
• Caixa de gordura pequena (CGP): diâmetro interno 0,30m; parte submersa do
septo: 0,20m; capacidade de retenção: 18L; diâmetro nominal da tubulação de
saída DN 75.

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• Caixa de gordura simples: diâmetro interno: 0,40; parte submersa do septo:
0,20m; capacidade de retenção: 31L; diâmetro nominal da tubulação de saída:
DN 75.
• Caixa de gordura dupla (CGD): diâmetro interno: 0,60; parte submersa do septo:
0,35m; capacidade de retenção: 120L; diâmetro nominal da tubulação de saída:
DN 100.
• Caixa de gordura Especial (CGE): prismática de base retangular com as
seguintes características:
o Distância mínima entre o septo e a saída 0,20m;
o Volume da câmara de retenção de gordura obtida pela fórmula:
 V=2N+20
Onde:
N – número de pessoas servidas pelas cozinhas que contribuem para
a caixa de gordura no turno de maior fluxo;
V – volume
o Altura molhada: 0,60m;
o Parte submersa do septo: 0,40;
o Diâmetro nominal mínimo da tubulação de saída: DN 100.

Figura 9: Caixa de Gordura Especial

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Figura 10: Caixa de Gordura Pré Fabricada

Atividade:
1. Considerando as dimensões da caixa de gordura pré-fabricada, apresentadas a seguir,
em qual classificação a mesma se enquadraria?
Cotas Valores
A 591
B 386,5
C 462
D1 312
D2 102,1
D3 51,1

2. Você é o projetista de um restaurante industrial, o qual produz 2.800 refeições no


horário de almoço. Qual seria a caixa de gordura utilizada, a sua capacidade e a sua
dimensão?

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6.2.3 COMPONENTES DO SUSBSISTEMA DE VENTILAÇÃO
O subsistema de ventilação pode ser composto apenas de ventilação primária ou
pelo conjunto de ventilação primária e secundária. A ventilação primária consititui-se no
prolongamento do tubo de queda além da cobertura do prédio, denominado tubo
ventilador primário, enquanto que a ventilação secundária consiste de ramais e colunas
de ventilação ou de apenas colunas de ventilação. Não obstante, a ventilação secundária
pode ser configurada também pela utilização de dispositivos de admissão de ar, os quais
podem substituir ramais e colunas de ventilação. A eficiência deste subsistema será
satisfatória na medida em que os fechos hídricos sejam preservados.
• Tubo Ventilador Primário: é o prolongamento do tubo de queda além da cobertura
do prédio, cuja extremidade deve ser aberta à atmosfera;
• Ramal de Ventilação: tubulação que conecta o desconector, ramal de descarga ou
ramal de esgoto à coluna de ventilação;
• Coluna de Ventilação: tubulação vertical que abrange um ou mais andares, com a
extremidade superior aberta ou conectada a um barrilete de ventilação;
• Barrilete de Ventilação: consta de uma tubulação horizontal aberta à atmosfera,
na qual são conectadas as colunas de ventilação, quando necessário;
• Dispositivos de Admissão de Ar: elementos cuja finalidade é a atenuação das
flutuações das pressões pneumáticas desenvolvidas no interior da tubulação.

Figura 11: Esquema e perspectiva de ventilação tomada acima do ramal de esgoto e saída em nível
superior aos aparelhos.

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6.3 PROJETO DO SISTEMA PREDIAL DE ESGOTO SANITÁRIO
As etapas do projeto de SPES são as seguintes:
a. Concepção;
b. Dimensionamento;
c. Elaboração do projeto de produção;
d. Quantificação e orçamentação;
e. Elaboração do projeto “como construído” (as built).
Inicialmente, concebe-se o SPES estabelecendo-se uma configuração que deverá ter
um desempenho adequado diante das diversas solicitações previstas. Devem ser
consideradas, igualmente nesta fase fatores como a integração deste sistema com os demais
sistemas da edificação, normalização vigente, materiais e componentes disponíveis no
mercado, etc.
A representação gráfica deve conter, basicamente, o seguinte:
a. Planta baixa da cobertura, do pavimento tipo, do térreo e do subsolo,
apresentando os tubos de queda, ramais, desvios, colunas de ventilação e
dispositivos diverso;
b. Planta baixa do pavimento inferior, apresentando os subcoletores, coletores,
dispositivos de inspeção, pontos de emissão dos esgotos sanitários, entre
outros detalhes específicos;
c. Esquema vertical (fluxograma) sem escala, no qual serão apresentados os
principais componentes do sistema;
d. Plantas dos ambientes sanitários apresentando o traçado e diâmetros das
tubulações, geralmente em escala 1:20 ou 1:25.
e. Detalhes específicos.

A documentação básica, por sua vez, é a seguinte:


a. Memorial descritivo;
b. Memorial de cálculo;
c. Especificações técnicas;
d. Quantificação; e
e. Orçamentação.

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6.3.1 RECOMENDAÇÕES GERAIS
a. Todos os aparelhos sanitários devem ser protegidos por desconectores, os quais
podem atender apenas um aparelho ou a um conjunto de aparelhos de um mesmo
ambiente.
b. As caixas sifonadas podem ser utilizadas para a coleta dos despejos de conjuntos
de aparelhos sanitários (lavatório, bidês chuveiros) de um mesmo ambiente, além
de águas provenientes de lavagens de pisos, neste caso as caixas sifonadas devem
ser providas de grelhas. Quanto às bacias sanitárias, as mesmas já são providas
internamente de um desconector, devendo, assim, ser ligadas diretamente ao tubo
de queda.
c. Devem ser previstos dispositivos de inspeção nos ramais de descarga de pias de
cozinha e máquinas de lavar louças.

Figura 12: Dispositivos de inspeção nos ramais de descarga das pias de


cozinha e máquinas de lavar louça.
d. Os tubos de queda devem, sempre que possível, ser instalados em um único
alinhamento. Quando necessários, os devios devem ser feitos com peças com
ângulo central igual ou inferior à 90º, de preferência com curvas de raio longo ou
duas curvas de 45º.
e. Para edifícios de dois ou mais andares, quando os tubos de queda receberem
efluentes contendo detergentes geradores de espuma, pelo menos uma das
seguintes soluções, a fim de evitar o retorno de espuma para os ambientes
sanitários deverá ser seguida:
• Não conectar as tubulações de esgoto e de ventilação nas regiões de ocorrência
de sobrepressão;

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• Atenuar a sobrepressão através de desvios do tubo de queda para a horizontal
utilizando uma curva de 90º de raio longo ou duas curvas de 45º.
• Instalar dispositivos que evitem o retorno de espuma.
São consideradas regiões de sobrepressão:
• o trecho, de comprimento igual a 40 diâmetros, imediatamente a montante de
desvio para horizontal, o trecho de comprimento igual a 10 diâmetros imediatamente
a jusante do mesmo desvio e o trecho horizontal de comprimento igual a 40
diâmetros imediatamente a montante do próximo desvio;
• o trecho de comprimento igual a 40 diâmetros, imediatamente a montante da base
do tubo de queda e o trecho do coletor ou subcoletor, imediatamente a jusante da
mesma base;
• os trechos a montante e a jusante do primeiro desvio horizontal do coletor ou
subcoletor, com comprimento igual a 40 diâmetros e a 10 diâmetros
respectivamente;
• o trecho da coluna de ventilação, para o caso de sistemas com ventilação
secundária, com comprimento igual a 40 diâmetros, a partir da ligação da base da
coluna com o tubo de queda ou ramal de esgoto.

Figura 13: Regiões de sobrepressão

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f. Para pias de cozinhas e máquinas de lavar louças, devem ser previstos tubos de
queda especiais com ventilação primária; estes tubos devem descarregar em uma
caixa de gordura coletiva;
g. Recomenda-se o uso de caixas de gordura para efluentes que contenham resíduos
gordurosos;
h. As pias de cozinha e/ou máquinas de lavar louças instaladas superpostas em vários
pavimentos devem descarregar em tubos de queda exclusivos, os quais conduzem
os esgotos para caixas de gordura coletivas; sendo vetado o uso de caixas de
gorduras individuais nos andares;
i. O interior das tubulações deve sempre ser acessível através de dispositivos de
inspeção;
j. Desvios em tubulações enterradas devem ser feitos empregando-se caixas de
inspeção;
k. A extremidade aberta do tubo ventilador primário ou coluna de ventilação:
• Deve elevar-se verticalmente pelo menos 0,30m acima da cobertura; todavia,
quando esta atender outros fins além de simples cobertura, a elevação
vertical deve ser, no mínimo, de 2,00m; não sendo conveniente o referido
prolongamento, pode ser usado um barrilete de ventilação.
• Deve conter terminal tipo chaminé, tê ou outro dispositivo que impeça a
entrada das águas pluviais diretamente ao tubo de ventilação.

Figura 14: Prolongamento do tubo de queda e/ou coluna de ventilação


l. O projeto do subsistema de ventilação de ser feito de modo a impedir o acesso de
esgoto sanitário ao interior do mesmo;
m. O tubo ventilador primário e a coluna de ventilação devem ser verticais e, sempre
que possível, instalados em uma única prumada;
n. Todo desconector deve ser ventilado. A distância máxima de um desconector até o
ponto onde o tubo ventilador o serve está conectado consta na tabela:

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Tabela 2: Distância máxima de um desconector ao tubo ventilador
Diâmetro nominal do ramal de
Distância máxima (m)
descarga DN
40 1,00
50 1,20
75 1,80
100 2,40
o. Toda coluna de ventilação deve ter:
• Diâmetro uniforme;
• A extremidade inferior ligada a um subcoletor ou a um tubo de queda, em
ponto situado abaixo da ligação do primeiro ramal de esgoto ou descarga, ou
neste ramal de esgoto ou descarga;
• A extremidade superior situada acima da cobertura do edifício, ou ligada a
um tubo ventilador primário a 0,15m, ou mais, acima do nível de
transbordamento da água do mais elevado aparelho sanitário a ser servido 2.
p. Quando não for conveniente o prolongamento de cada tubo ventilador até acima da
cobertura, pode ser usado um barrilete de ventilação;
q. As ligações da coluna de ventilação aos demais componentes do sistema de
ventilação ou do sistema de esgoto devem ser feitas com conexões apropriadas:
• Quando feita em uma tubulação vertical, a ligação deve ser executada com
junção a 45º;
• Quando feita em uma tubulação horizontal, deve ser executada acima da
tubulação, elevando-se o tubo ventilador de uma distância de até 0,15m, ou
mais, acima do nível de transbordamento da água do mais alto dos aparelhos
por ele ventilados, antes de ligar-se a outro tubo ventilador, respeitando-se o
que segue:
o A ligação ao tubo horizontal de ser feita por meio de tê 90º ou junção
45º, com a derivação instalada em ângulo, de preferência, entre 45º e
90º.
o Quando não houver espaço vertical para a solução apresentada no
item acima, podem ser adotados ângulos menores, com tubo
ventilador ligado somente por junção de 45º ao respectivo ramal de
esgoto e com seu trecho inicial instado em aclive mínimo de 2%.

2
Entende-se por nível de transbordamento da água do mais alto dos aparelhos sanitários aquele que
referente aos aparelhos sanitários com seus conectores ligados a tubulação de esgoto primário (bacias
sanitárias, pias de cozinha, tanques de lavar, etc.) excluindo-se aparelhos sanitários que despejem em ralos
sifonados de piso, quando o ramal a ser ventilado serve também para outros aparelhos não ligados diretamente
aos mesmos.
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o A distância entre o ponto de inserção do ramal de ventilação ao tubo
de esgoto e o cotovelo de mudança do trecho horizontal para o vertical
deve ser a mais curta possível.
r. Quando não for possível ventilar o ramal de descarga da bacia sanitária ligada
diretamente ao tubo de queda, o tubo de queda pode ser ventilado imediatamente
abaixo da ligação do ramal da bacia sanitária;
s. É dispensada a ventilação do ramal de descarga de uma bacia sanitária ligada
através de ramal exclusivo a um tubo de queda a uma distância máxima de 2,40m,
desde que esse tubo de queda receba, do mesmo pavimento, imediatamente
abaixo, outros ramais de esgoto ou de descarga devidamente ventilados;
t. Bacias sanitárias instaladas em bateria devem ser ventiladas por um tubo ventilador
de circuito ligando a coluna de ventilação ao ramal de esgoto na região entre a
última e a prenúltima bacia sanitária. Deve ser previsto um tubo ventilador
suplementar a cada grupo de, no máximo, oito bacias sanitárias, contadas a partir
da mais próxima ao tubo de queda.

Figura 15: Ligação do ramal de ventilação

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Figura 16: Ligação do ramal de ventilação. Impossibilidade de ventilação do
ramal de descarga da bacia sanitária

Figura 17: Dispensa de ventilação de ramal de descarga de bacia sanitária

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Figura 18: Ventilação em circuito

6.3.2 DIMENSIONAMENTO
As tubulações do SPES podem ser dimensionadas pelo Método das Unidades Hunter
de Contribuição (UHC) ou pelo Método Racional devendo, em qualquer um do casos ser
respeitados os diâmetros mínimos dos ramais de descarga apresentados. Devido às
características mais simplificadas iremos nos ater ao Método das Unidades Hunter de
Contribuição (UHC), durante o curso.
Este método baseia-se na atribuição de Unidades Hunter de Contribuição (UHC) para
cada aparelho sanitário integrante do SPES em questão. Tais unidades constam na NBR
8160/1999, e encontram-se reproduzidas na tabela 3. Definidas as UHC dos aparelhos
integrantes dos sistema, inicia-se o dimensionamento dos demais componentes, conforme
será apresentado a seguir.
a. Subsistema de Coleta e Transporte de Esgoto Sanitário
a.1. Tubulações
- Ramais de Descarga:
Para ramais de descarga devem ser adotados, no mínimo, os diâmetros
apresentados na tabela 3. Para aparelhos não relacionados nesta tabela, devem ser
estimadas as UHC correspondentes e o dimensionamento dever ser feito pela
tabela 4.
- Ramais de esgoto:
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Neste caso, deve ser utilizada a tabela 5, recomenda-se ainda, com relação às
declividade mínimas:
- 2% para tubulações com diâmetro nominal (DN) igual ou inferior a 75; e
- 1% para tubulações com diâmetro nominal (DN) igual ou superior a 100.
- Tubos de Queda
Os tubos de queda deve ser dimensionados pela somatória das UHC, conforme a
tabela 6.
Todavia, quando apresentarem desvios da vertical, os tubos de queda devem ser
dimensionados da seguinte forma:
1. Quando o desvio forma ângulo inferior a 45º com a vertical, o tubo de queda
dimensionado pela tabela 6;
2. Quando o desvio formar ângulo superior a 45º com a vertical, deve-se
dimensionar:
a. A parte do tubo de queda acima do desvio como um tubo de queda
independente, com base no número de Unidade Hunter de
Contribuição dos aparelhos acima do desvio, de acordo com a tabela
7; e a parte horizontal de acordo com a tabela 6, uma vez que, neste
caso, o trecho é tratado como subcoletor.
b. A parte do tubo de queda abaixo do desvio com base no número de
Unidade Hunter de Contribuição de todos os aparelhos que
descarregam neste tubo de queda, de acordo com a tabela 6, não
podendo o diâmetro adotado, neste caso, ser menor do que o da parte
horizontal.

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Figura 19: Desvios do tubo de queda
Fonte: ABNT, 1999
a.2 Coletor Predial e Subcoletores
O coletor e os subcoletores podem ser dimensionados pela somatória das UHC
conforme tabela 7. O coletor predial deve ter, no mínimo, um DN igual a 100.

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No dimensionamento do coletor predial e dos subcoletores em prédios residenciais
deve ser considerado apenas o aparelho de maior descarga de cada banheiro para
o somatório do número de UHC. Nos demais casos, devem ser considerados todos
os aparelhos contribuintes para o cálculo de UHC.
Tabela 3: Unidades Hunter de Contribuição dos
aparelhos sanitários e diâmetros dos ramais de descarga
Diâmetro Nominal
Aparelho Sanitário Número de UHC Mínimo do Ramal de
Descarga
Bacia sanitária 6 100 3
Banheira de residência 2 40
Bebedouro 0,5 40
Bidê 1 40
Chuveiro de residência 2 40
coletivo 4 40
Lavatório de residência 1 40
de uso geral 2 40
Mictório Válvula de descarga 6 75
Caixa de descarga 5 50
Descarga automática 2 40
De calha 24 50
Pia de cozinha residencial 3 50
Pia de cozinha Preparação 3 50
industrial Lavagem de Panelas 4 50
Tanque de lavar roupas 3 40
Máquina de lavar louças 2 50 5
Máquina de lavar roupas 3 505

3
O diâmetro nominal DN mínimo para o ramal de descarga da bacia sanitária pode ser reduzido para DN
75, caso justificado pelo cálculo de dimensionamento efetuado pelo método hidráulico. E somente depois da
revisão da NBR 6452: 1985 (aparelhos sanitários de material cerâmico) pela qual os fabricantes devem
confeccionar variantes das bacias sanitárias com saída própria para ponto de esgoto com DN 75, sem
necessidade de peça especial de adaptação.
4
Por metro de calha – considerar como ramal de esgoto.
5
Devem ser consideradas as recomendações dos fabricantes
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Tabela 4: Unidades Hunter de Contribuição para aparelhos
não relacionados na Tabela 3
Diâmetro nominal Número de Unidades
mínimo do ramal de Hunter de Contribuição
descarga (DN) (UHC)
40 2
50 3
75 5
100 6

Tabela 5: Dimensionamento de ramais de esgoto


Número máximo de
Diâmetro Nominal do
Unidades Huntes de
Tubo (DN)
Contribuição (UHC)
40 3
50 6
75 20
100 160

Tabela 6: Dimensionamento de tubos de queda


Número máximo de Unidades Hunter de Contribuição (UHC)
Diâmetro Nominal do Tubo
Prédio com mais de 03
(DN) Prédio de até 03 pavimentos
pavimentos
40 4 8
50 10 24
75 30 70
100 240 500
150 960 1900
200 2200 3600
250 3800 5600
300 6000 8400

Tabela7: Dimensionamento de subcoletores e coletores prediais


Diâmetro Número máximo de Unidades Hunter de Contribuição em função das
nominal do tubo declividades Mínimas (%)
(DN) 0,5 1 2 4
100 - 180 216 250
150 - 700 840 1000
200 1400 1600 1920 2300
250 2500 2900 3500 4200
300 3900 4600 5600 6700
400 7000 8300 10000 12000
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a.3 Desconectores
Os desconectores devem atender aos seguintes requisitos:
o ter fecho hídrico com altura mínima de 0,05m;
o apresentar orifício de saída com diâmetro igual ou superior ao do ramal de
descarga conectado.
As caixas sifonadas devem ser dimensionadas com diâmetro igual ou superior ao do
ramal de descarcaga conectado.
Tabela 8: Dimensionamento das caixas sifonadas
Valor máximo de UHC
Diâmetro Nominal
a montante da caixa
(DN)
sifonada
100 6
125 10
150 15
No caso das caixas sifonadas especiais, o fecho hídrico deve ter altura mínima de
0,20m, sendo fechadas hermeticamente com tampa facilmente removível e o orifício de saída
deve ter o diâmetro nominal, de no mínimo 75mm.
a.4 Dispositivos Complementares
Apresentados no item 5.2.2.7
a.5 Dispositivos de Inspeção
Apresentados no item 5.2.2.6

b. Componentes do Subsistema de Ventilação


São apresentados a seguir os critérios a serem coletados para o dimensionamento do
sistema de ventilação secundária.
b.1 Ramal de Ventilação: diâmetros nominais mínimos a serem utilizados constam na
tabela 9;
b.2 Coluna de Ventilação: os diâmetros nominais mínimos apresentados na tabela 10,
em função das UHC e do comprimento. Este comprimento é medido desde a extremidade
superior da coluna, que se encontra em contato com a atmosfera até sua base, no encontro
com o tubo de queda;
b.3 Barrilete de ventilação: os diâmetros nominais mínimos são apresentados na tabela
10. O número de UHC de cada trecho é a soma das unidades de todos os tubos de queda
servidos pelo trecho e o comprimento a considerar é o mais extenso, da base da coluna de
ventilação mais distante da extremidade aberta do barrilete até essa extremidade.

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Tabela 9: Dimensionamento de ramais de ventilação
Grupo de aparelhos sem bacia sanitárias Grupo de aparelhos com bacia sanitárias
DN do ramal de DN do ramal de
Número de UHC Número de UHC
ventilação ventilação
Até 12 40 Até 17 50
13 a 18 40 18 a 60 75
19 a 36 50 - -

Tabela 10: Dimensionamento de colunas e barriletes de ventilação

DN do tubo de Diâmetro nominal mínimo do tubo de ventilação


Número de
queda ou do
UHC
ramal de esgoto 40 50 75 100 150 200 250 300
Comprimento Permitido (m)
40 8 46 - - - - - - -
40 10 30 - - - - - - -
50 12 23 61 - - - - - -
50 20 15 46 - - - - - -
75 10 13 46 317 - - - - -
75 21 10 33 247 - - - - -
75 53 8 29 207 - - - - -
75 102 8 26 189 - - - - -
100 43 - 11 76 299 - - - -
100 140 - 8 51 229 - - - -
100 320 - 7 52 195 - - - -
100 530 - 6 46 177 - - - -
150 500 - - 10 40 305 - - -
150 1100 - - 8 31 238 - - -
150 2000 - - 7 26 201 - - -
150 2900 - - 6 23 183 - - -
200 1800 - - - 10 73 286 - -
200 3400 - - - 7 57 219 - -
200 5600 - - - 6 49 186 - -
200 7600 - - - 5 43 171 - -
250 4000 - - - - 24 94 293 -
250 7200 - - - - 18 73 225 -
250 11000 - - - - 16 60 192 -
250 15000 - - - - 14 55 174 -
300 7300 - - - - 9 37 116 287
300 13000 - - - - 7 29 90 219
300 20000 - - - - 6 24 76 186
300 26000 - - - - 5 22 70 152

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Atividade
Dimensionamento pelo Método das Unidades Hunter de Contribuição
Dados:
Pé direito: 2,85m
Nº de pavimentos: 8+térreo+casa de máquinas+subsolo
Cobertura: laje impermeabilizada

1. Ramais de descarga
Aparelho Sanitário UHC Ramal de Descarga (DN)

2. Ramais de esgoto
Ramal de esgoto ∑UHC DN i (%)

3. Tubo de queda
Tubo de Queda ∑UHC DN

4. Ramal de Ventilação
Ramal de Ventilação ∑UHC DN

5. Coluna de Ventilação
Coluna de Ventilação ∑UHC DN

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Figura 20: Detalhe de projeto de esgoto sanitário e ventilação

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Vista lateral esquerda Vista lateral direita
Figura 21: Detalhes de saída de tubos de ventilação nas coberturas de edificações

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7 INSTALAÇÕES PREDIAIS DE ÁGUAS PLUVIAIS

Os sistemas prediais de águas pluviais, devem ser projetados e executados de forma a


garantir que as águas pluviais que se precipitam sobre os edifícios, incluindo coberturas,
paredes inclinadas e verticais, terraços, sacadas, varandas, marquises, rampas e pequenas
áreas pavimentadas sejam coletadas, conduzidas, armazenadas e destinadas a local
adequado.
Estas devem ser projetadas seguindo as seguintes exigências:
a. Recolher e conduzir a vazão de projeto até locais permitidos pelos dispositivos
legais;
b. Ser estanques;
c. Permitir a limpeza e a desobstrução de qualquer ponto no interior da instalação;
d. Absorver os esforços provocados pelas variações térmicas a que estão submetidas;
e. Quando passivas de choques mecânicos, ser constituída de materiais resistentes a
estes choques;
f. Nos componentes expostos, utilizar materiais resistentes às intempéries;
g. Nos componentes em contato com outros materiais de construção, utilizar materiais
compatíveis;
h. Não provocar ruídos excessivos;
i. Resistir às pressões que podem estar sujeitas;
j. Ser fixadas de maneira a assegurar resistência e durabilidade;
k. As superfícies horizontais de lajes devem ter uma declividade mínima de 0,5% que
garanta o escoamento das águas pluviais até os pontos de drenagem previsto;
A instalação predial de águas pluviais se destina exclusivamente ao recolhimento e
condução das águas pluviais, não se admitindo quaisquer interligações com outras
instalações prediais.
A captação e condução das águas pluviais devem ser o mais rápido possível de tal
forma que o término de todo o escoamento coincida com o tempo de duração da chuva.

7.1 FATORES DETERMINANTES DA VAZÃO DE PROJETO


O dimensionamento preciso de qualquer sistema requer a determinação de suas
solicitações e a caracterização de seus elementos e componentes, de tal forma, que suporte
adequadamente as solicitações que lhe são impostas.
No caso de sistemas de águas pluviais as solicitações atuantes são vazão e pressão.
Esta decorre dos escoamentos de água e ar. Neste trabalho consideramos somente vazão,
devido à complexidade da consideração das pressões.

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7.1.1 VAZÃO DE PROJETO
A vazão de projeto é determinada através da fórmula do método racional:
c.i. Ac
Q=
60
Onde:
• Q = vazão de projeto, L/min;
• c = coeficiente de escoamento superficial ou coeficiente de deflúvio;
• i = intensidade pluviométrica, mm/h;
• Ac = área de contribuição, m².

7.1.1.1 Coeficiente de escoamento superficial


O valor de “c” varia na faixa 0 ≤ c ≤ 1, sendo:
• c = 0, quando há absorção total de água e não ocorre escoamento superficial;
• c = 1, quando não há qualquer absorção da água pela superfície, ou seja, a
chuva precipitada escoa totalmente.
No dimensionamento de sistemas prediais, considera-se o valor do coeficiente c = 1
para os casos de lajes, coberturas, pavimentações, enfim para as superfícies consideradas
impermeáveis.

7.1.1.2 Intensidade de Precipitação ou


Intensidade Pluviométrica
Para fins de projeto, as chuvas intensas são avaliadas a partir de dados registrados em
pluviogramas, conforme a relação localidade, precipitação, duração e freqüência.
As precipitações decorrentes de chuvas intensas são tratadas para fins de projeto em
termos de sua intensidade de precipitação, i, como uma variável aleatória. Seu valor é
estudado estatisticamente na forma de probabilidade de ocorrência.
a. Período de Retorno ou Tempo de Recorrência
O tempo de duração das chuvas é variável e observa-se que as precipitações são
maiores para intervalos de tempo menores e vice-versa.
O tempo de retorno é o tempo que uma chuva de mesma intensidade de precipitação
leva para ocorrer novamente. Ou seja, consiste em fixar um certo número de anos,
para os quais espera um extravasamento de calhas somente uma vez. Fixar o tempo
superior significa utilizar elementos de maiores dimensões e portanto, de custos
maiores. Fixar tempo menor significa condições de habitabilidade inadequadas e
extravasamento.
O tempo de retorno deve ser fixado segundo as características da área a ser drenada,
obedecendo as estabelecido a seguir:

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• T = 1 ano, para áreas pavimentadas, onde empoçamentos possam ser
tolerados;
• T = 5 anos, para coberturas e/ou terraços;
• T = 25 anos, para coberturas e áreas onde empoçamentos ou extravasamentos
não possam ser tolerados.
Tabela 11: Chuvas intensas no Brasil (Duração – 5min)
Intensidade Pluviométrica (mm/h)
Local Período de Retorno (anos)
1 5 25
Barbacena (MG) 156 222 265 (12)
Belo Horizonte (MG) 132 227 230 (12)
Cabo Frio (RJ) 113 146 218
Ouro Preto (MG) 120 211 -
Resende (RJ) 130 203 264
Volta Redonda (RJ) 156 216 265(13)
Notas:
• Para condições não mencionadas nesta tabela, deve-se procurar correlação com dados
dos pontos mais próximos que tenham condições meteorológicas semelhantes às do
local em questão;
• Os valores em parênteses indicam os períodos de retorno a que se referem as
intensidades pluviométricas, em vez de 5 ou 25, em virtude de os períodos de
observação dos postos não terem sido suficientes;

7.1.1.3 Área de Contribuição


Área de contribuição é a soma das áreas das superfícies que, interceptando chuva,
conduzem as águas para determinado ponto da instalação.
Considera-se, para o cálculo da área de contribuição, os incrementos devidos à
declividade da cobertura e às paredes que interceptam água de chuva, conforme ilustram as
figuras a seguir.

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Figura 20: Indicações para cálculos da área de contribuição

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7.2 CARACTERIZAÇÃO DOS ESCOAMENTOS NOS ELEMENTOS DOS SISTEMAS PREDIAIS DE
ÁGUAS PLUVIAIS

Normalmente os escoamentos verificados no interior dos sistemas prediais de águas


pluviais são do tipo conduto livre, ou seja, tenta-se adequar o sistema para que o escoamento
a conduto forçado e suas conseqüências não venham a ocorrer.
7.2.1 ESCOAMENTO EM CALHAS
O escoamento em calhas é dito livre, ou a superfície livre, considerando-se que parte
do contorno da veia líquida está em contato com a atmosfera.
Em calhas de beiral ou platibanda, quando a saída estiver a menos de 4m de uma
mudança de direção, a Vazão de projeto deve ser multiplicada pelos coeficientes a seguir:
Tabela 12: Coeficientes multiplicadores da vazão de projeto
Curva a menos de 2m da Curva entre 2 e 4m da
Tipo de curva
saída da calha saída da calha
Canto reto 1,2 1,1
Canto arredondado 1,1 1,05
O dimensionamento das calhas deve ser feito através da fórmula de Manning-Strickler,
indicada a seguir, ou de qualquer outra fórmula equivalente:
S
Q=K
2/3
RH i 1 / 2
n
Onde:
Q = Vazão de projeto, em L/min;
S = área da seção molhada, em m²;
n = coeficiente de rugosidade;
R = raio hidráulico (área molhada/perímetro molhado), em m;
PH = P/S  perímetro molhado, em m;
I = declividade da calha, m/m;
K = 60.000.
Tabela 13: Área molhada, perímetro molhado
e raio hidráulico de algumas seções usuais
Forma ou Altura da Água Área Molhada Perímetro Raio Observação
seção Molhado Hidráulico
Circular* D 3,14r² 6,28r 0,50r D=diâmetro
r=raio
Circular 0,75D 2,35r² 4,19r 0,603r
Circular 0,67D 2,24r² 3,84r 0,583r
Circular 0,25D 0,614r² 2,09r 0,293r
Retangular Y by b+2y by/(b+2y) b=base
y=profundidade
*Conduto à seção plena.
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Tabela 14: Coeficientes de rugosidade
Material n
Plástico, fibrocimento, aço, metais não 0,011
ferrosos
Ferro fundido, concreto alisado, alvenaria 0,012
revestida
Cerâmica, concreto não alisado 0,013
Alvenaria de tijolos não-revestida 0,015

A seguir são fornecidas as capacidades de calhas semicirculares, usando coeficiente


de rugosidade n = 0,011 para alguns valores de declividade. Os valores foram calculados
utilizando a fórmula de Manning-Strickler, com lâmina de água igual à metade do diâmetro
interno.
Tabela 15: Capacidade de calhas semicirculares
com coeficiente de rugosidade n=0,011 (vazão em l/min)
Diâmetro Interno Declividades
(mm) 0,5% 1% 2%
100 130 183 256
125 236 333 466
150 384 541 757
200 829 1.167 1.634

Tabela 16: Cortes de calhas metálicas

Corte 25 Corte 28 Corte 33 Corte 40 Corte 45 Corte 50


CALHA MOLDURA para beiral

--- --- ---

CALHA AMERICANA para beiral

--- --- ---

CALHA QUADRADA

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--- --- ---

CALHA PLATIBANDA

ÁGUA FURTADA (calhas)

Fonte: Calha Forte – www.calhaforte.com.br (Acesso: 06/06/2011)


Tabela 17: Exemplos aplicação de calhas
CALHA APLICAÇÃO IMAGEM

Calha Moldura

Calha Americana

Calha Quadrada

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Calha Platibanda

Água Furtada

Fonte: Calha Forte – www.calhaforte.com.br (Acesso: 06/06/2011)

Tabela 18: Áreas para aplicação de calhas metálicas


UTILIZAÇÃO DOS DIVERSOS CORTES QUANTO AO VOLUME DE
ÁGUA

Telhados de Utilizar calha corte 25 ou maior, e três condutores


até 50 m2 de corte 25.

Telhados de Utilizar calha corte 28 ou maior, e três a quatro


50 a 80 m2 condutores de corte 28.

Telhados de Utilizar calha corte 33 ou maior, e quatro a cinco


80 a 100 m2 condutores de corte 33.

Telhados de Utilizar calha corte 40 ou maior, e quatro a cinco


100 a 150 m2 condutores de corte 40.
Fonte: Calha Forte – www.calhaforte.com.br (Acesso: 06/06/2011)

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7.3 ESCOAMENTO EM CONDUTORES VERTICAIS
Em um condutor vertical de seção circular, alimentado em sua parte superior e
esgotamento ao ar livre em sua extremidade inferior, o escoamento de água pode se
caracterizar de três formas dependendo do valor H/D no plano da embocadura do condutor de
diâmetro D, ou seja:
• Escoamento livre ou por vertedouro;
• Escoamento semi-afogado ou por orifícios;
• Escoamento afogado, a seção plena ou conduto em carga.
7.3.1 ESCOAMENTO LIVRE OU POR VERTEDOURO
Ocorre para pequenos valores de H/D. A água escoa aderida às paredes do condutor
vertical formando um núcleo de ar, tornando o seu interior totalmente arejado.

Figura 20: Escoamento tipo vertedouro


No escoamento por vertedouro a vazão não depende do comprimento do condutor
vertical ou de sua configuração.
7.3.2 ESCOAMENTO SEMI-AFOGADO OU POR ORIFÍCIO
Este tipo de escoamento é uma transição entre o escoamento por vertedouro e o
escoamento a seção plena ou conduto forçado.
O estágio de transição se verifica para valores intermediários de H/D. Neste caso
ocorre o transporte de uma emulsão de água e ar em movimento, que normalmente não é
permanente e o surgimento de pressões negativas.

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Figura 21: Escoamento tipo orifício
7.3.3 ESCOAMENTO À SEÇÃO PLENA, AFOGADO OU CONDUTO EM CARGA
O escoamento à seção plena ocorre para valores elevados de H/D e não há arraste de
ar pela água. As vazões que se estabelecem dependem essecialmente do comprimento do
condutor vertical, L.

7.3.3.1 Dimensionamento
Devem ser projetados, sempre que possível, em uma só prumada. Quando houver
necessidade de desvio, devem ser usadas curvas de 90º de raio longo ou curvas de 45º e
devem ser previstas peças de inspeção.
Os condutores verticais podem ser colocados externa e internamente ao edifício,
dependendo de considerações de projeto, do uso e da ocupação do edifício e do material dos
condutores.
O diâmetro interno mínimo dos condutores verticais de seção circular é 70mm.
A capacidade máxima dos condutores verticais pode ser estimada para escoamento
em seção plena e limites de velocidade indicados pela “National Plumbing Code” (EUA),
conforme tabela a seguir.

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Tabela 19: Condutores verticais seção circular – área máxima de contribuição em m²
Intensidade em mm/h e l/min x m²
Vmáx Qmáx
DN 100 125 150 175 200 225 250 275
(m/s) (l/min)
1,67 2,08 2,50 2,92 3,33 3,75 4,17 4,58
75(3”) 1,28 339,6 203,4 163,3 135,8 116,3 102,0 90,6 81,4 74,1
100(4”) 1,50 706,9 423,3 340,0 228,8 242,1 212,3 188,5 169,5 154,3
125(5”) 1,81 1332,7 798,0 640,7 533,1 456,4 400,2 355,4 319,6 291,0
150(6”) 1,97 2088,8 1250,8 1004,2 835,5 715,3 627,3 557,0 500,9 456,1
200(8”) 2,38 4486,2 2686,3 2156,8 1794,5 1536,4 1347,2 1196,3 1075,8 979,5
250(10”) 2,75 8099,4 4849,9 3893,9 3239,8 2773,8 2432,3 2159,8 1942,3 1768,4

7.4 ESCOAMENTO EM CONDUTORES HORIZONTAIS


O estudo do escoamento apresentado para calhas é válido para condutores
horizontais, desde que o escoamento se realize à pressão atmosférica.
Normalmente considera-se o escoamento de condutores horizontais em regime
permanente uniforme. Verifica-se também o fenômeno do ressalto hidráulico.
O ressalto hidráulico caracteriza-se pela mudança do regime de escoamento, de
supercrítico para subcrítico, tendo como conseqüências a redução da velocidade,
aumento da altura da lâmina d’água e perda de energia. O ressalto pode, em certos
casos, preencher completamente a seção do condutor.

7.5 MATERIAIS E COMPONENTES DE SISTEMAS PREDIAIS DE ÁGUAS PLUVIAIS


Neste item são apresentados os componentes mais utilizados em sistemas prediais de
águas pluviais.
7.5.1 CAIXAS DE INSPEÇÃO
São caixas executadas de concreto ou de alvenaria de tijolo maciço com camada
impermeabilizante, tem a função de possibilitar a manutenção de coletores horizontais.
Normalmente a distância máxima entre elas varia de 10 a 15m, elas podem ser com ou sem
grelha.

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Figura 22: Detalhe Caixa de Inspeção
Nº Descrição
1 Grelha em ferro fundido
2 Alvenaria de tijolos maciços (1tijolo)
3 Revestimento cimentado
4 Enchimento
5 Concreto Magro
6 Pedra Britada
7 Tampa em Concreto Armado
8 Cantoneira Metálica
9 Nível piso acabado

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7.5.2 CANALETAS
São executadas em pátios ou estacionamento para possibilitar o rápido escoamento de
águas pluviais.

Figura 23: Detalhe Canaleta


7.5.3 CAIXA DE AREIA
São caixas de inspeção executadas onde há a possibilidade de receber terra ou areia.
Desta forma, estas caixas são executadas tendo no fundo uma camada de brita com a função
de reter a terra ou areia, impedindo a sua entrada no interior dos condutores horizontais.

Figura 24: Detalhe Caixa de Areia


7.5.4 GRELHAS
As figuras a seguir apresentam detalhes de grelhas aplicadas em piso e em floreiras.

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Figura 25: Detalhe de Grelha Plana em Piso

Figura 26: Detalhe de Grelha Hemisférica em Floreira

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Atividade

Dimensionar o sistema de águas pluviais apresentado na figura. O sistema será executado


em Barbacena.

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8 COMPONENTES DE INSTALAÇÃO DE ÁGUA

8.1 DUTOS (SHAFT)


De acordo com a NBR 5626, as tubulações não devem ser embutidas ou solidarizadas
longitudinalmente às paredes, pisos e demais elementos estruturais do edifício, de forma a
não serem prejudicadas pela movimentação destes e a garantir sua manutenção.
É muito comum, nos projetos, o posicionamento das vigas sob o perímetro da alvenaria
em pavimentos sobrepostos. Quando se trata de banheiros, cozinhas e áreas de serviço, esse
posicionamento obstrui a passagem das prumadas. Muitas soluções improvisadas são
adotadas para resolver esses problemas e acabam comprometendo a estética e a
funcionalidade desses compartimentos, como é o caso das “bonecas” (requadros em
alvenaria), utilizadas para esconder os tubos verticais.
Deve-se evitar sempre a passagem de tubulações em elementos estruturais,
principalmente no sentido de sua espessura. Caso seja necessária a transposição desses
elementos, o engenheiro calculista deverá ser consultado, pois a estrutura está submetida a
esforços que podem danificar as tubulações. Sob quaisquer condições é totalmente
desaconselhável o embutimento de tubulações em pilares ou passagem em vigas de
concreto.

Figura 1: Exemplo de erro comum – solidarização de tubulações com estrutura.


Para evitar a passagem das prumadas em elementos estruturais, o arquiteto, o
calculista e o engenheiro hidráulico, na etapa de elaboração de projetos, devem prever uma
“parede hidráulica” livre de vigamento para cada compartimento hidráulico. Outra solução para
a descida livre das prumadas seria a previsão de dutos verticais ou shafts. Nesse caso, as
tubulações recobertas, instaladas em dutos, devem ser fixadas ou posicionadas por meio de
anéis, braçadeiras ou outras peças que permitam a necessária movimentação e facilitem a
manutenção.

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Figura 2: Exemplo de improvisação – Tubo de queda formando “boneca”.
Os dutos verticais (shafts), não se restringem apenas aos ambientes sanitários
(banheiros), sua solução pode ser compatibilizadas para os diversos ambientes, como área de
serviço, cozinha, área de lazer, entre outros.
Um solução bastante útil é a utilização do sistema para absorver os componentes
comuns da edificação, como exemplo temos os sistemas de hidrantes, os hidrômetros para
medição individual, os medidores de gás, prumadas elétricas, telefonia, interfonia, entre
outros. Este shaft preferencialmente deverá ser previsto no hall de serviço com acesso à
população do edifício, poderá ser distribuído em pequenos shafts, ou concentrado em um
único, sendo que, neste último caso deverá existir uma barreira física de separação entre os
sistemas hidráulicos, e elétricos.

Figura 3: Exemplo de instalação dos shafts de serviço – Hall de serviço.

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Nas figuras a seguir são apresentados exemplos de solução para shafts.
Lembrando que as soluções não são prontas e devem ser analisadas caso a caso.

Figura 4: Exemplo de instalação dos shafts.

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Figura 5: Exemplo de instalação dos shafts.
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Figura 6: Exemplo de instalação dos shafts.

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Figura 7: Exemplo de instalação dos shafts.

8.1.1 DIMENSIONAMENTO DOS DUTOS:


Os shafts deverão ser dimensionados conforme a necessidade, ou seja, conforme a
avaliação da quantidade e diâmetros das tubulações ali instaladas, como também pelos
componentes instalados, como exemplo no shaft de serviço a caixa de hidrômetro, hidrante e
o medidor de gás.
Normalmente adota-se para os shafts localizados no interior da edificação as seguintes
profundidades (referente à profundidade interna de trabalho do shaft):
Diâmetro da maior Profundidade
tubulação (cm)
Ф50 15
Ф75 15
Ф100 15 a 20
5cm à mais que o
Acima de Ф100
diâmetro utilizado

Destaca-se que o shaft é um local para inspeção e manutenção, para tanto, as


tubulações deverão estar dispostas de forma que fiquem acessíveis e de fácil
trabalhabilidade, deve-se evitar, desta forma, que as tubulações sejam instaladas muito
concentradas, de forma que seu acesso seja dificultado. Assim, a adoção de distâncias
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mínimas de 5cm entre as paredes da tubulação elimina esta dificuldade e tornando a
manutenção executável.
8.1.2 FECHAMENTO DE DUTOS:
O fechamento do shaft poderá ser executado de diversas formas, entre elas podemos
destacar a utilização de tijolos, gesso acartonado. No shaft deverá ser previsto pontos para
execução de inspeção, ou seja, painéis visitáveis, conforme apresentado na figura a seguir.

Figura 8: Sistemas de fechamento de shaft.

DESVIOS

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8.2 TUBOS
8.2.1 DEFINIÇÃO:
Condutos fechados, destinados principalmente ao transporte de fluidos a maioria
apresenta-se com seção circular e como cilindros ocos.
Tubulação: um conjunto de tubos e de seus acessórios.
Necessidade da existência dos tubos: decorre principalmente do fato do ponto de
geração ou de armazenameto dos fluidos estar, em geral, distante do ponto de utilização.
Importância: Representa em valor 50 a 70% de todos os equipamentos de uma
indústria de processamento. 15 a 20% do custo total da instalação.
8.2.2 TERMINOLOGIA:
• Tubos ou canos = Condutos Rígidos;
• Tubos flexíveis = Mangueira e mangotes
8.2.3 PRINCIPAIS MATERIAIS PARA A FABRICAÇÃO DE TUBOS:
Os nomes dos materiais escritos em MAIÚSCULA e NEGRITO são os mais utilizados, no
Brasil, para Instalações Hidráulicas Prediais.
Preto
AÇO CARBONO
GALVANIZADO
CINZENTO
Ferrosos FERRO FUNDIDO
Nodular ou dúctil
Ferro Forjado
Aços Liga
Aços Inoxidáveis
Tubos Metálicos COBRE
Chumbo
Alumínio
Latão
Não Ferrosos Bronze
Metal Monel
Cupro Níquel
Níquel
Titânio, Zircônio, etc

Chumbo, estanho
Materiais plásticos,
Tubos Metálicos com Tubos de aço com
Borracha
revestimento contra corrosão revestimento de
Vidro, Porcelana,
Concreto, etc

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CLORETO DE POLIVINIL – PVC
POLICLORETO DE VINILA CLORADO –
CPVC
POLIPROPILENO – PP
PEX – POLIETILENO RETICULADO
Material Plástico
PPR – POLIPROPILENO COPOLÍMERO
RANDOM TIPO 3
Acetado de Celulose, Teflon
Polietileno, Poliestireno
Tubos Não Metálicos
Epoxi, Poliesteres, etc...
CERÂMICO
CERÂMICO VITRIFICADO
CONCRETO SIMPLES
CONCRETO ARMADO
Cimento amianto
Borracha
Vidro
Porcelana

8.2.4 PROCESSOS DE FABRICAÇÃO DE TUBOS


Tubos sem costura:
• Laminação: Aço carbono, aços liga, aço inoxidável;
• Extrusão: Plástico, Chumbo, Alumínio, Cobre, Latão e Bronze;
• Fundição: Ferro Fundido, Vidor, Porcelana, Barro Vitrificado, Concreto.
• Forjagem (raro) – Alta pressão.
Tubos com costura: fabricação por solda, qualidade inferior ao sem costura.

8.2.5 MEIOS DE LIGAÇÃO DOS TUBOS:

Ponta e Bolsa Rosca


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Flange

Solda

8.2.6 SELEÇÃO DE MATERIAL PARA O SISTEMA


A seleção do material adequado para cada sistema depende:
• Pressão de trabalho;
• Temperatura de trabalho;
• Natureza do fluido conduzido – corrosão e contaminação;
• Custo;
• Grau de segurança da instalação;
• Sobrecargas externas;
• Resistência ao escoamento – perda de carga;
• Possibilidade de desmontagem;
• Manutenção da tubulação; e
• Códigos locais

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a. Tubos de Ferro Fundido – Ferro fundido nodular ou Ferro Dúctil

• Constituição: Teor mínimo de 2% de C + 0,05% de Mg.


• Utilização: Esgoto, água, gás, água salgada;
• Pressão máxima de serviço:
K-7 = de 3,2 (50) a 1,8 (1200) MPa.
K-9 = de 4,0 (50) a 2,6 (1200) MPa.
• Vantagens: boa resistência à corrosão e alta durabilidade;
• Desvantagens: incrustações – tubérculos, resistência ao escoamento e baixa
resistência mecânica.
• Home Page: http://saint-gobain-canalizacao.frontier.com.br/home/
(acesso: 19/09/2007)
b. Tubos de aço carbono (preto ou galvanizado)
• Constituição: 0,35% C
• Utilização: Água doce, fria e quente, vapor condensado, ar comprimido, óleos,
gás, fluidos pouco corrosivos.
• Temperatura: -45ºC a + 200ºC
• Ensaio de pressão hidrostática = 50,0Kgf/cm²
• Pressão de serviço = 33,33kgf/cm²
• Vantagens: excelente qualidade mecânica, facilidade de ser trabalhado e
soldado, resistente ao vapor
• Desvantagens: Sofre corrosão devido ao ar, umidade e poluição, atacados por
solo úmidos ou ácidos, atacados violentamente pelos ácidos.
• Home Page: www.tupy.com.br (acesso: 19/09/2007)
c. Tubos de Cobre
• Constituição: Comercialmente puro (99,8%) ou em ligas com cobre e latão;
• Utilização: água doce, fria e quente, ar comprimido, óleos, vapores de baixa
pressão, tubos de aquecimento ou refrigeração;
• Temperatura: -180ºC a + 200ºC;
• Pressões:
Pressão Mínima = 14 Kgf/cm2 , para DN = 104mm.
Pressão Máxima = 41 Kgf/cm2, para De = 15mm.

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• Vantagens: Grande resistência à oxidação, grande resistência ao ataque da
atmosfera, grande resistência ao ataque da água doce ou salgada, substitui os
tubos de aço inoxidável e metais Não ferrosos, resiste aos álcalis, alto coeficiente
de transmissão de calor, peso baixo, fácil instalação, baixa tendência à incrustação
• Desvantagens: Alto Custo e deixam resíduos tóxicos pela corrosão.
• Home Page: www.eluma.com.br (acesso: 19/09/2007)
d. Tubos de PVC
• Constituição: Resina sintética em forma de pó branco, fino, obtido do cloreto de
vinila.
• Utilização: água fria doce e salgada, esgotos, ácidos, álcalis, Produtos
corrosivos, substitui os tubos de aço inoxidável e metais Não ferrosos.
• Temperatura
• Água fria: -40ºC a + 60ºC
• Temperatura Série Normal: ≤ 45ºC
• Temperatura Série R: ≤ 75ºC
• Temperatura Tubos Leves: ≤ 50ºC, se enterradas ≤ 40ºC.
• Pressão:
• Pressão máxima de serviço a 20o C = 7,5 Kgf/cm2 (Série 15 – Ponta e
bolsa soldável, para instalações soldáveis de água fria)
• Pressão máxima de serviço a 20o C = 10 Kgf/cm2 (Série 20 – Ponta e
bolsa com anel de borracha (PBA) para redes públicas de distribuição de
água)
• Vantagens: baixo custo de aquisição e montagem, pouco peso - baixo custo de
transporte, alta resistência à corrosão, baixa resistência ao escoamento (perda
de carga), facilidade de manuseio e ligação, baixa condutividade térmica e
elétrica, boa aparência - dispensa pintura, não enferruja, não permite a formação
de incrustações e tubérculos, podem ser usados em contacto com o solo, não
produzem resíduos tóxicos, alta durabilidade, permite maior vazão, possibilidade
mínima de entupimento, grande resistência química, alta flexibilidade - elimina
certos acessórios, inodoro, auto-extinguente = não propagam as chamas.
• Desvantagens: baixa resistência ao calor, baixa resistência mecânica (choque),
pouca estabilidade dimensional, alto coeficiente de dilatação, baixa resistência
pressão 10 Kg/cm2 a 20o C e 1,5 Kg/cm2 a 60oC.
• Home Page: www.tigre.com.br e www.amanco.com.br (acesso 19/09/2007)
e. Tubos de Policloreto de Vinila Clorado – CPVC – “Aquatherm”
• Constituição: Policloreto de Vinila Clorado

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• Utilização: Água quente até 80ºC
Pressão de serviço a 20ºC = 24 Kgf/cm²
Pressão de serviço a 80ºC = 6 Kgf/cm²
• Vantagem: junta soldável a frio, facilidade de instalação (mão-de-obra),
isolamento – baixa condutividade térmica, superfície interna lisa.
• Desvantagens: Baixa resistência mecânica (choque), pouca estabilidade
dimensional e baixa resistência à pressão.
• Home Page: www.tigre.com.br (acesso: 19/09/2007)
f. Tubos de Polipropileno “TUBELLI”
• Constituição: Resina de Polipropileno
• Utilização: Água quente até 100ºC
• Vantagens: atóxico, dispensa pintura, flexível, resiste a impactos, isolante
térmico e elétrico, superfície interna lisa.
• Desvantagens: Termo soldável, pouca estabilidade dimensional, baixa
resistência à pressão.
• Home Page: http://www.belfano.com.br (acesso: 19/09/2007)
g. Tubos de Polipropileno “AMANCO PPR” ou “AQUA SISTEM”
• Constituição: Polipropileno Copolímero Random Tipo 3.
• Utilização: água quente até 80ºC.
• Vantagens: atóxico, dispensa pintura, livre de corrosão, baixa condutividade
térmica (dispensa isolante térmico), superfície interna lisa (livre de incrustações
e menor perda de carga).
• Desvantagens: termo soldável, pouca estabilidade dimensional, baixa resistência
à pressão.
• Home Page: http://www.amanco.com.br e http://www.tecnofluidos.com.br
(acesso: 19/09/2007)
h. Tubos de PEX
• Constituição: Polietileno Reticulado (PEX).
• Utilização: Água quente até 95ºC, água fria, piso radiante, ligação de radiadores,
tubulações de gás.
• Vantagens: Atóxico, inerte, livre de corrosão, flexível, superfície interna lisa (livre
de incrustações e menor perda de carga), número reduzido de conexões (menor
perda de carga e possibilidade de vazamentos), facilidade de manuseio e
ligação, alta durabilidade, absorção de impactos (golpe de aríete), vibrações e
choques mecânicos e térmicos, versatilidade (várias aplicações).

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• Desvantagens: Condutividade térmica (requer isolamento), custo.
• Home Page: http://www.epexind.com.br , http://www.pexdobrasil.com.br ,
http://www.astra-sa.com.br (acesso: 19/09/2007)
- RESUMO -
- PRINCIPAIS PROPRIEDADES DOS TUBOS FABRICADOS NO BRASIL -
- CONDUTOS FORÇADOS PARA ÁGUA FRIA E/OU QUENTE -
Temperaturas Pressão Máxima de
Materiais Limites (ºC) Serviço
Marca Comercial Norma Técnica
Constituintes
Mínima Máxima (kgf/cm²)
Aço Carbono Mannesmann
NBR
Galvanizado Apollo -45º 200º 33,33
5.580/MAR/2002
Confab
φ 15mm = 41,0
φ 22mm = 34,0
φ 28mm = 26,0
φ 35mm = 25,0
NBR
Cobre Eluma -180º 200º φ 42mm = 24,0
13.206/OUT/1994
φ 54mm = 21,0
φ 66mm = 20,0
φ 79mm = 19,0
φ 104mm = 14,0
PVC 20º 7,5
Cloreto de Vinila Tigre NBR
-
Série 15 Amanco 5.648/JAN/1999 60º 1,5
PVC
Tigre NBR
Cloreto de Vinila - 20º 10,0
Amanco 5.647/JAN/1999
Série 20 (PBA)
TS-01-A
Tubelli 6,0
(100ºC)
Polipropileno TS-01-A DIN 8.077 -
TS-02-B
TS-02-B 10,0
(100ºC)
CPVC 20º 24,0
Policloreto de Vinila ASTM-D -
Aquatherm -
2.846/1982 80º 6,0
Clorado
PPR - 20º 25,9
Polipropileno Amanco
ISO 15874 (1998)
Copolímero Random Acqua System - 80º 6,0
Tipo 3
PEX Hidro-Pex NBR 8417 20º 12,5
Polietileno Astra UNE 53.381-89 - 100º
Reticulado Pex do Brasil DIN 16893 95º 4,0
Atualizado em 17 de Janeiro de 2006.

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8.3 ACESSÓRIO DE TUBULAÇÃO (CONEXÃO)

NOTA: Neste quadro foram utilizadas as seguintes legendas e abreviaturas:


* Linha Esgoto em PVC, FºFº e Tubo Cerâmico. X – Existente
1
* Linha Água Soldável em PVC, CPVC, Polipropileno e Cobre - – Não fabricado
2
* Linha Água Roscável em PVC, Ferro Maleável e Aço Carbono (ambos BB – Bolsa Bolsa
preto BF – Bolsa com Rosca Fêmea
ou galvanizado) BM – Bolsa com Rosca Macho
B – Bolsa PB – Ponta e Bolsa
F – Rosca Fêmea PBA – Ponta, Bolsa e Anel de
P – Ponta Borracha
M – Rosca Macho PP – Ponta Ponta
Meios de Ligação
1 2
Soldável* Roscável*
FINALIDADE TIPOS UTILIZAÇÃO
PB* M
B
PB BB BF M F +
M
F
- Curva de Raio
PB
Longo - X - - X X X
BB
(45º e 90º)

- Curva de raio curto


PB
(cotovelo ou joelhos) - X - - - X X
BB
45º e 90º
a- Mudança de
Direção - Executar serpentinas em
- Curva de Retorno - - - - - - X -
fornalhas de fogão.
- Permite que duas
- Curva de tubulações em um mesmo
- - X - - - X -
Transposição plano se cruzem sem se
ligar.
- Cotovelo com saída - Execução de duchas
- - - - - - X -
lateral especiais
Curva de Raio Longo Curva Raio Curto Curva de Retorno

Curva de Transposição Cotovelo com saída lateral

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Meios de Ligação
1 2
Soldável* Roscável*
FINALIDADE TIPOS UTILIZAÇÃO
PB* M
B
PB BB BF M F +
M
F
Normal PB - X - - - X -
Com Rosca Fêmea na Bolsa
Central (Quando em PVC,
com ou sem bucha de latão)
- Têes normais 90º
- ligação de ramal a um ponto
(Linha Água e Gás) - - - - X - X -
de utilização: lavatórios,
bidês, pias, tanques,
máquinas de lavar roupas,
louças e outros.
b- Derivações
- Têe Sanitário (Linha
PBB - - - - - - -
Esgoto Primário)
Têe 45º (Água e
- - - - - - X -
Gás)
- É o têe 45º na Linha Esgoto
- Simples – com ou sem PBB - X - - - - -
- Junção (Linha
Esgoto) redução (Linha Esgoto PBB
Primário e Secundário) - - - - - - -
B
- Redução Central (quando
em PVC, com ou sem bucha
de latão)
- Derivar à 90º, de um ramal
reto de mesmo diâmetro, um
ramal ou sub-ramal de
PB - X - X - X -
diâmetro menor. Neste último
- Têe de redução
caso permitindo a ligação de
(Água
um ponto de utilização:
e Gás)
lavatórios, bidês, pias,
tanques, máquinas de lavar
Continuação roupa, louças e outros.
b- Derivações - Redução Lateral (Cobre)
- Derivar à 90º tubulação de
- - X - - - - -
mesmo φ e reduzir em linha
reta.
- É usado como misturador
para chuveiro e banheira.
- Têe curva dupla (não existe em PVC) - - - - X - X -

- Têe para hidrante - - - - - - - X


- Permite três derivações à
- Cruzetas 90º, com redução, de uma - - X - - - X -
tubulação principal.

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Tê Normal Tê Sanitário Tê 45º

Junção Tê de redução Tê Curva Dupla

Tê para hidrante Cruzeta

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Meios de Ligação
1 2
Soldável* Roscável*
FINALIDADE TIPOS UTILIZAÇÃO
PB* M
B
PB BB BF M F +
M
F
- Reduções - geratrizes inferiores
coincidentes – Linha Esgoto PB - - - - - - -
excêntricas
- Bucha de redução Bucha Soldável (Curta e
- X - - - - - -
concêntricas, eixos Longa)
coincidentes Bucha Roscável:
(envolvida pelo - O φ maior (rosca macho) é
meio de ligação de envolvida pela rosca fêmea
c- Mudança de maior φ, e envolve a - - - - - - - X
de acessório, e o φ menor
Diâmetro tubulação de maior (rosca fêmea) envolve a rosca
diâmetro ) macho de tubo ou acessório.
Luva de Redução Soldável
- Luva de Redução - - X - - - - -
(Só em PVC)
(envolve tanto os
Luva de Redução roscável:
meios de ligação
- Suas roscas fêmeas
tanto os de maior φ - - - - - X -
envolvem as macho de tubos
como os de menor.)
ou acessórios
Redução Excêntrica Bucha de Redução Luva de Redução

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Meios de Ligação
1 2
Soldável* Roscável*
FINALIDADE TIPOS UTILIZAÇÃO
PB* M
B
PB BB BF M F +
M
F
- Unir dois tubos, acessórios
- Luvas ou válvulas de rosca macho BB - X - - - X -
entre si
- Permite a recomposição de
- Luva de Correr ou
tubulações existentes, nos BB - X - - - - -
Passante
pontos de vazamento.
- Permitem desmontagem das
tubulações ligadas à
máquinas, aquecedores ou
válvulas, sem precisar serrar
- Uniões - - X - - - X -
os tubos.
Envolvem as tubulações,
acessórios ou válvulas com
roscas macho.
d- Ligações de
- Permitem desmontagem de
Tubos entre
tubulações ligadas entre si ou
Si
- Flanges estas à máquinas, - - - - - - X -
reservatórios ou válvulas,
sem precisar serrar os tubos.
- Permitem a ligação de
acessórios ou vávulas de
roscas fêmeas entre si.
- Niples - - - - - X - -
São envolvidos por válvulas
ou Acessórios de rosca
fêmea.
- Permite a ligação da saída
- Virolas (em bronze da válvula de descarga de
ou rosca macho ao tubo de - - - - - - - -
latão) descarga VDE, por meio de
porca de união.
Luva Luva de correr União

93
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Flange Niple

Meios de Ligação
1 2
FINALIDADE TIPOS UTILIZAÇÃO Soldável* Roscável*
PB*
B M+
PB BB BF M F
M F
- Curva com Visita - Só utilizados na linha PBB - - - - - - -
- Joelho com Visita esgoto, permitem inspeção e PBB - - - - - - -
introdução de desobstrutores
na tubulação.
e- Visita, Empregar só mangueiras PB
- Têe de Inspeção - - - - - - -
inspeção ou desobstrutoras em sistemas M
desobstrução. de esgoto.
- Esgoto Primário, fabricado
- Tubo Operculado somente em FºFº. PB - - - - - - -

Joelho Com Visita Tê de Inspeção

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Meios de Ligação
1 2
Soldável* Roscável*
FINALIDADE TIPOS UTILIZAÇÃO
PB* M
B
PB BB BF M F +
M
F
- Permite ligação de tubos,
Válvulas, acessórios de
materiais diferentes,
- Adaptador bolsa e BF
possuindo em uma - - - X - - -
rosca PBA
extremidade bolsa ou ponta
e na outra rosca macho ou
fêmea. PVC Água e FºFº
f- Adaptação - Permite a transposição e
- Adaptador para
entre meios conseqüente vedação nas
Caixa - - - X X - X -
de paredes e fundos dos
d’Água
ligação reservatórios.
diversos Conector Fêmea
- Permite a ligação de
tubulação soldável à - - - - X - - -
tubulação, acessório ou
válvula de rosca macho.
- Conector (Cobre)
Conector Macho
- Permite a ligação de
tubulação soldável à - - - X - - - -
acessório ou válvula
de rosca fêmea.
Adaptador Bolsa e Rosca Adaptador para Caixa d´Água Conector Fêmea

Conector Macho

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Meios de Ligação
1 2
Soldável* Roscável*
FINALIDADE TIPOS UTILIZAÇÃO
PB* M
B
PB BB BF M F +
M
F
- Veda ponta de tubos,
g- Fazer o - Tampões (Caps) acessórios ou válvulas de B - B - - - X -
fechamento rosca macho.
de extremida- - Veda acessórios ou válvula
de de um - Bujões (plugs) de rosca fêmea. P - B - - X - -
tubo, acessó-
rio ou válvu- - Veda tubos, acessórios, vál-
- Flange cego
las. vulas ou máquinas com - - - - - - - -
flange integral.
Tampões (Cap) Bujões (Plug)

Meios de Ligação
1 2
FINALIDADE TIPOS UTILIZAÇÃO Soldável* Roscável*
PB*
B M+
PB BB BF M F
M F
h- Absorver - Junta de Expansão - Tubulação de água quente.
dilatações. - PP - - - - - -
(Cobre)
Junta de Expansão

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8.4 VÁLVULAS E REGISTROS
8.4.1 FINALIDADE:
Modificar o curso dos fluidos em seus trajetos, estabelecer, controlar e interromper as
vazões dos mesmos, bem como controlar suas pressões.
8.4.2 FUNCIONAMENTO
• Estabelecer – abrir;
• Controlar – posições intermediárias;
• Interromper – fechar.
8.4.3 COMPONENTES PRINCIPAIS
• Corpo;
• Castelo;
• Haste;
• Volante;
• Cunha (gaveta, comporta), disco, tampão, portinhola (esfera), disco, agulha;
• Sede;
• “Trim” compreende haste, peça de fechamento e sede.
8.4.4 TIPOS

a. Válvulas de bloqueio ou fechamento


Servem ou só para estabelecer ou só para interromper o fluxo. Não servem para
controlar. Foram concebidas para funcionar ou totalmente abertas ou totalmente fechadas,
nunca em posições intermediárias.
De operação manual.
Não confundir válvulas comandadas por instrumentos automáticos com válvulas
operação automática. Em “edifícios inteligentes” são comandadas por instrumentos
automáticos: eletrônico, elétrico e mecânico. Funcionam automaticamente sob comando de
atuadores eletro-eletrônico-mecânico (solenóide).
• GAVETA (NBR 10072/JUL/1998);
• ESFERA (de fechamento rápido, operar lentamente para evitar golpe de aríete) (NBR
10071/NOV/1994);
• MACHO (de fechamento rápido, operar lentamente para evitar golpe de aríete);
• FLUXO (de descarga de bacia sanitária) NBR 12904/JUN/1993;
• Comporta.

97
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Válvula de Gaveta

98
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Válvula de Esfera

99
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b. Válvulas de Regulagem (Controlar o fluxo):
Servem principalmente para regular/controlar a vazão do fluido, bem como, ou só para
estabelecer, ou só para interromper o fluxo. Foram concebidas para funcionar totalmente
abertas, em qualquer posição intermediária ou totalmente fechadas.
De operação manual.
• GLOBO
• REGISTRO PRESSÃO OU DE EMBUTIR (NBR 10071/NOV/1994)
• TORNEIRA (NBR 10281/ABR/2001)
• MISTURADORES (NBR 11535/ABR/1991 e NBR 11815/FEV/2001)
• VÁLVULA DE FLUTUADOR (BÓIA) (NBR 10137/1987)
• Agulha
• Controle
• Borboleta
• Diafragma

Misturador para chuveiro Misturador para banheira

Misturador para Lavatório de Parede e/ou


Ducha Higiênica Misturador de lavatório

Misturador de Bidê
MISTURADORES

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Registro de Pressão

101
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c. Permitem o fluxo em uma só direção (operação automática):
• Retenção:
o Tipo pesado: funciona na vertical;
o Tipo leve: funciona na horizontal (de portinhola, de portinhola dupla, de
pistão ou tampão, de esfera)
• Pé;
• Retenção e fechamento.

Válvula de Pistão Tipo Portinhola


RETENÇÃO HORIZONTAL

RETENÇÃO VERTICAL

VÁLVULA DE PÉ COM CRIVO

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d. Válvulas que controlam a pressão de jusante (operação automática):
Automática Redutora e Reguladora de Pressão

1- Parafuso de ajuste................ Ferro trefilado, galvanizado


2- Contraporca......................... Ferro trefilado
3- Mola................................... Aço carbono temperado
4- Tampa................................. Ferro fundido ASTM-A.126
5- Diafragma........................... Neoprene reforçado com náilon
6- Corpo.................................. Ferro fundido ASTM-A.126 ou bronze
7- Disco................................... Composição especial de borracha
8- Porta-disco.......................... Bronze
9- Mola auxiliar (1)................. Aço carbono temperado, galvanizada
10- Tampão-guia...................... Ferro fundido com guia de bronze
11- Garfo................................. Bronze ASTM-B.62
Disponível em: <http://www.niagara.com.br> Acesso em 10/2004

e. Válvulas que controlam a pressão de montante (operação automáticas):


Válvulas de Segurança ou de alívio;
Válvulas de contra pressão

1- Capuz..................................... Bronze
2- Paraf. Regulação..................... Latão laminado
3-Contraporca............................. Bronze
4- Haste...................................... Latão laminado
5- Mola....................................... Válvula de 1/2":
Aço inoxidável AISI-302, Restantes: Aço SAE-5160 (temperado)
6- Tampa.................................... Bronze ASTM-B.62
7- Junta...................................... Aminato Grafitado
8- Disco ..................................... Bronze ASTM-B.62
9- Corpo..................................... Bronze ASTM-B.62

103
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8.4.5 HOME PAGES – VÁLVULAS E METAIS SANITÁRIOS
http://www.ascoval.com.br
http://www.deca.com.br
http://www.docol.com.br
http://www.fabrimar.com.br
http://www.idealstandard.com.br
http://www.metaloriente.com.br/
http://www.niagara.com.br
http://www.spiraxsarco.com/br/
http://www.saint-gobain-canalizacao.com.br

104
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9 INSTALAÇÕES PREDIAIS DE ÁGUA FRIA

9.1 ELEMENTOS DO SISTEMA PREDIAL DE ÁGUA FRIA


A captação de água para o sistema predial pode ser feita por meio de rede pública
ou então a partir de fontes particulares. Se a captação de água for feita a partir de uma
fonte particular, deve ser previsto um sistema de tratamento, a fim de se garantir a
qualidade da água para o uso humano.
De qualquer forma, caso exista rede urbana, as fontes particulares podem ser
utilizadas para outras finalidades, tais como combate a incêndio, lavagem de pisos, uso
industrial, entre outros.
Considerando-se a captação a partir da rede pública, os sistemas prediais de água
fria podem ser divididos em dois sub-sistemas básicos:
• abastecimento (com instalação elevatória); e
• distribuição;
O abastecimento de água é feito por meio de uma ligação predial, que compreende:
• Ramal predial propriamente dito, ou ramal externo: é o trecho compreendido
entre a rede pública e o aparelho medidor (hidrômetro);
• Alimentador predial ou ramal interno de alimentação: é o trecho compreendido
entre o hidrômetro e a primeira derivação, ou até a válvula de flutuador (“válvula
de bóia”) na entrada de um reservatório.
Se o sistema possuir reservatório inferior, conforme será visto na seqüência, deve ser
prevista uma instalação elevatória, constituída por dois conjuntos moto-bomba, válvulas para
operação e manutenção, entre outros.
A distribuição compreende os elementos que levam a água desde a instalação
elevatória, ou desde o reservatório, caso esta última seja desnecessária, até os pontos de
consumo.

105
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Sistema Predial de Água Fria

9.2 CLASSIFICAÇÃO DOS SISTEMAS


9.2.1 SISTEMA DIRETO
No sistema direto, as peças de utilização do edifício estão ligadas diretamente aos
elementos que constituem o abastecimento, ou seja, a instalação é a própria rede de
distribuição.
Conforme as condições de pressão e vazão da rede pública, tendo em vista as
condições do sistema predial, o sistema direto pode ser sem bombeamento ou com
bombeamento.

• Sistema Direto sem Bombeamento


Neste caso, é o sistema de abastecimento que deve oferecer condições de
vazão, pressão e continuidade suficientes para o esperado desempenho da
instalação.
• Sistema Direto com Bombeamento

106
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Neste caso, a rede de distribuição é acoplada em um sistema de bombeamento
direto. A água é recalcada diretamente do sistema de abastecimento até as
peças de utilização. Esta tipologia de sistema direto é empregada quando a rede
pública não oferece água com pressão suficiente para que a mesma seja
elevada aos pavimentos superiores do edifício.

Sistema Direto Sistema Direto com Bombeamento

O sistema direto apresenta, basicamente, as seguintes vantagens:


• Dispensa reservatórios;
• Proporciona um menor custo da estrutura, pois uma vez que dispensa a
construção de um reservatório (superior e inferior), há uma diminuição da carga
depositada sobre a mesma;
• Possibilita a disposição de uma maior área útil, já que o espaço destinado aos
reservatórios poderá ser utilizado para outros fins;
• Garante uma melhor qualidade da água, tendo em vista que o reservatório pode
se constituir numa fonte de contaminação (limpeza inadequada ou inexistente,
possibilidade de entrada de elementos estranhos, etc.)
Porém, o sistema direto apresenta também algumas desvantagens, tais como:
• Fica inoperante quando falta água na rede pública, pois não é provido de
reservatório;
• Necessita de dispositivos anti-retorno, para impedir que a água retorne e possa
contaminar a rede pública;
• Solicita continuamente a rede pública, com pressões e vazões adequadas ao
sistema predial;
• Tem-se um aumento da reserva de água no sistema público, uma vez que este
terá que atender aos picos de consumo do edifício;

107
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• Pode ocorrer contaminação da rede pública devido a um funcionamento
inadequado do dispositivo anti-retorno, que é um componente mecânico.
No caso do sistema direto ser pressurizado por bomba, existem outros fatores a serem
considerados, quais sejam:
• Inoperância quando da falta de energia elétrica, o que acarretaria a adoção de
um sistema gerador de energia elétrica de emergência ou a óleo diesel,
onerando ainda mais o sistema;
• Manutenção periódica, exigindo mão-de-obra especializada, uma vez que se
trata de um sistema com características e equipamentos diferenciados;
• Maior gasto de energia elétrica, pois pelo menos um conjunto motor-bomba
opera continuamente.
9.2.2 SISTEMA INDIRETO
O sistema indireto é aquele onde, através de um conjunto de suprimento e reservação,
o sistema de abastecimento alimenta a rede de distribuição. Quanto à pressurização, o
sistema direto de água fria pode ser por gravidade ou hidropneumático.

9.2.2.1 Sistema Indireto por Gravidade


Neste tipo de sistema, cabe a um reservatório elevado a função de alimentar a rede de
distribuição. Este reservatório é alimentado diretamente pelo sistema de abastecimento, com
ou sem bombeamento ou por um reservatório inferior com bombeamento.
Desta forma, configuram-se três tipos de sistema indiretos por gravidade, quais sejam:
• Sistema Indireto com Reservatório Superior: é composto por um alimentador
predial equipado com válvula e bóia, um reservatório superior e uma rede de
distribuição.
Quando há consumo na rede de distribuição, ocorre uma diminuição no nível do
reservatório causando uma abertura total ou parcial na válvula de bóia. Tal
abertura implica num reabastecimento do reservatório superior proporcionado
pela rede de abastecimento, através do alimentador predial.
Para a adoção deste sistema, faz-se necessário uma rede de abastecimento
com condições hidráulicas suficientes para elevar a água ao reservatório
superior.
• Sistema Indireto com Bombeamento: tem-se um alimentador predial equipado
com válvula de bóia, a instalação elevatória, o reservatório superior e a rede de
distribuição. Esta solução é adotada quando não forem oferecidas, pelo sistema
de abastecimento, condições hidráulicas suficientes para elevação da água ao
reservatório superior.
Desta forma, a finalidade do sistema de recalque é elevar a água diretamente do
sistema de abastecimento ao reservatório superior, sendo o suprimento feito
conforme o controle imposto pela válvula de bóia.

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• Sistema Indireto com Reservatório Inferior e Reservatório Superior: é composto
por um alimentador predial com válvula de bóia, reservatório inferior, instalação
elevatória, reservatório superior e rede de distribuição. O início do ciclo de
funcionamento deste sistema ocorre quando o reservatório superior possui uma
chave elétrica de nível, a qual aciona a instalação elevatória num nível mínimo e
desliga a mesma num nível máximo. Desta forma, havendo consumo na rede de
distribuição o nível da água do reservatório superior desce até atingir o nível de
ligação, acionando a instalação elevatória, a qual será novamente desligada
quando a água voltar a atingir o nível máximo, encerrando assim o ciclo.
Paralelamente, quando do acionamento da instalação elevatória, a válvula de
bóia do alimentador predial abre-se parcial ou totalmente, e o reservatório
inferior passa a ser alimentado pela rede de abastecimento. Vale salientar que o
reservatório inferior também é equipado de uma chave elétrica de nível, a qual
impossibilitará o acionamento da instalação elevatória quando o referido
reservatório estiver vazio.

Sistema de Reservação Indireta por Gravidade


Os sistemas indiretos por gravidade apresentam as seguintes vantagens:
• Rede predial menos exposta às falhas da rede pública, uma vez que com o(s)
reservatório(s) se garante, dentro do possível a continuidade da vazão e pressão
necessárias para os sistema predial;
• Economia de energia elétrica, pois não se utiliza de bombas para elevar a água
aos reservatórios superiores, no caso de sistemas indiretos por gravidade,
elevado diretamente pela rede pública e no caso de sistemas indiretos por
gravidade através de um reservatório inferior com bombeamento de água ao

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reservatório superior, o conjunto motorbomba é utilizado apenas durante
determinados períodos de tempo, economizando assim energia.
Em contrapartida, os sistemas indiretos por gravidade apresentam as seguintes
desvantagens:
• Possibilidade de contaminação da água nos reservatórios;
• Maior custo devido ao acréscimo de carga na estrutura, decorrente da existência
de um reservatório superior;
• Maior tempo de execução da obra, pois a existência do reservatório implica
numa estrutura mais complexa e a tubulação tem, na maioria das vezes, um
percurso maior, uma vez que não mais alimenta diretamente os aparelhos
sanitários;
• Maior área de construção, com o acréscimo decorrente das áreas dos
reservatórios, acarretando uma menor área útil.

9.2.2.2 Sistema Indireto Hidropneumático


Neste sistema, o escoamento na rede de distribuição é pressurizado através de um
tanque de pressão contendo ar e água. O sistema indireto hidropneumático pode ser sem
bombeamento, com bombeamento ou ainda um sistema com bombeamento e reservatório
inferior, usualmente denominado sistema hidropneumático.
• Sistema Indireto Hidropneumático sem Bombeamento: compõem-se de um
alimentador predial, um tanque de pressão e a rede de distribuição do tanque. A
pressurização do tanque é através do sistema de abastecimento;
• Sistema Indireto Hidropneumático com Bombeamento: A composição deste
sistema é a seguinte: alimentador predial, instalação elevatória, tanque de
pressão e rede de distribuição. O tanque é pressurizado através da instalação
elevatória.
• Sistema Hidropneumático: é composto por um alimentador predial com válvulas
de bóia, um reservatório inferior, uma instalação elevatória e um tanque de
pressão. Quando o tanque de pressão estiver submetido à pressão máxima e o
sistema de recalque desligado, a água no reservatório está num nível máximo e
o sistema apresenta condições de iniciar o seu ciclo de funcionamento.
Desta forma, quando há consumo na rede de distribuição, o nível de água no
reservatório começa a diminuir progressivamente. O colchão de ar expande-se e
a pressão no interior do tanque diminui até atingir a pressão mínima. Nesta
situação, o pressostato aciona o sistema de recalque elevando
simultaneamente, o nível de água e a pressão no interior do tanque aos
respectivos valores máximos. À pressão máxima, o presssostato desliga o
sistema de recalque, propiciando o início de um novo ciclo.
Quanto ao reservatório inferior, o mesmo comporta-se identicamente ao
reservatório inferior do sistema indireto RI-RS.

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Sistema Indireto Sistema Hidropneumático Sistema Indireto
Hidropneumático sem Hidropneumático com
Bombeamento Bombeamento

9.3 ESCOLHA DO SISTEMA A SER UTILIZADO


9.3.1 CONDIÇÕES GERAIS
Quanto a escolha do sistema a ser utilizado, é importante observar as condições de
disponibilidade de suprimento oferecidas pela rede pública, assim como as condições de
demanda.
As condições de disponibilidade de suprimento da rede pública podem ser sintetizadas
em três situações:
a. Suprimento continuamente disponível e confiável: nesta forma de suprimento, o
abastecimento de água feito pela rede pública não está sujeito a interrupções
sistemáticas; as eventuais interrupções são, em quantidade e duração compatíveis
com a confiabilidade esperada da instalação.
b. Suprimento continuamente disponível e não confiável: nesta forma de suprimento, o
abastecimento de água feito pela rede pública não está sujeito a interrupções
sistemáticas, porém, quando ocorrem, estas interrupções são incompatíveis com a
confiabilidade esperada do sistema;
c. Suprimento com disponibilidade intermitente: nesta forma de suprimento, o
abastecimento de água está sujeito a interrupções sistemáticas.
As condições de demanda referem-se às relações mínimas, em termos de vazão e
pressão do sistema de distribuição, e as condições mínimas oferecidas pelo sistema público.

9.4 ESCOLHA DO SISTEMA


Se o suprimento for continuamente disponível e confiável, o sistema predial de água
fria a ser adotado poderá ser direto ou indireto, dependendo das condições de demanda.
Todavia, sendo o suprimento continuamente disponível e não confiável, ou de
disponibilidade intermintente, recomenda-se a utilização do sistema indireto.

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A escolha do sistema deverá ser executada através da análise das vazões e pressões
da rede de abastecimento e das necessidades do sistema de água fria da edificação.
Onde:
• Qsa: Vazão do sistema público;
• Qpsd: Vazão de pico do sistema de distribuição ;
• Psa: Pressão disponível no ponto terminal;
• Ppc: Pressão mínima necessária nos pontos de consumo.

Qsa≥ Qpsd Sistema Direto



Psa≥ Ppc Sistema Indireto
Sistema Direto (c/ bomba)
Qsa≥ Qpsd
 Sistema Indireto c/ Bomba (RI+RS)
Psa< Ppc
Sistema Indireto c/ Bomba (RI+TP)
Qsa< Qpsd
 Sistema Indireto (RS)
Psa≥ Ppc
Qsa< Qpsd Sistema Indireto (RI +RS)

Psa< Ppc Sistema Indireto (RI + TP)

9.5 SISTEMA PREDIAL DE ÁGUA FRIA COM REDUÇÃO DE PRESSÃO


A limitação das pressões e velocidades de escoamento máximas nas redes de
distribuição é feita com vistas aos problemas de ruídos, corrosão e do golpe de aríete.
Em edifícios de grande altura, a limitação da pressão estática máxima pode ser obtida
pelo uso de válvulas redutoras de pressão ou pela construção de um reservatório
intermediário (caixa de quebra-pressão). Algumas vezes, devido ao fato do reservatório
intermediário tomar um espaço útil muito importante no interior do edifício, e devido à
dificuldade de se executar um barrilete intermediário para a distribuição da água, a solução
mais comumente adotada tem sido a de empregar válvulas redutoras de pressão.
A válvula redutora é um dispositivo que é instalado nas redes de distribuição com o
objetivo de introduzir uma grande perda de carga localizada, reduzindo, assim a pressão
dinâmica a jusante, sendo totalmente ineficiente na condição estática.
A válvula redutora pode ser instalada numa posição intermediária, ou o que é mais
comum, ser instalada no subsolo.
Pressão Estática Máxima: ≤400 kPa (40mca)

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Sistema de redução de pressões

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9.6 DIMENSIONAMENTO DO SISTEMA DE ABASTECIMENTO/RESERVAÇÃO
Sistema direto
No sistema direto a instalação se resume a uma rede de distribuição, inexistindo o
elemento de reservação.Devido à pouca, ou nenhuma utilização deste sistema no Brasil,
iremos nos ater ao Sistema Indireto com Reservatório(s).
Sistema Indireto
Tanto no Sistema Indireto com Reservatório Superior, como no Sistema Indireto com
Reservatório Superior e Inferior com Bombeamento, é necessário o estabelecimento de
critérios de projetos que auxiliarão na escolha do sistema a ser utilizado, dentre os quais,
pode-se citar:
• volume de reservação;
• tempo requisitado de reservação;
• pressão na rede pública;
• altura da edificação;
• estrutura da edificação;
• espaço disponível.

9.6.1 CONSUMO DE ÁGUA NOS PRÉDIOS


O consumo de água se baseia no conhecimento de duas grandezas:
• Taxa de ocupação (número de metros quadrados correspondentes a cada
pessoa moradora ou ocupante)
• Consumo por pessoa ou por determinada utilização
Taxa de ocupação de acordo com a natureza do local
Natureza do Local Taxa de ocupação
Prédio de apartamentos Duas pessoas por dormitório
Prédio de escritórios:
- uma entidade locadora Uma pessoa por 7,0m²
- mais de uma entidade locadora Uma pessoa por 5,0m²
Restaurantes Uma pessoa por 1,50m²
Teatros e Cinemas Uma cadeira para cada 0,70m²
Lojas (pavimento térreo) Uma pessoa por 2,5m²
Lojas (pavimentos superiores) Uma pessoa por 5,0m²
Supermercados Uma pessoa por 2,5m²
Shopping Center Uma pessoa por 5,0m²
Salões de hotéis Uma pessoa por 5,5m²
Museus Uma pessoa por 5,5m²
Nota: Listagem mais abrangente de taxa de pode ser consultada na Instrução Técnica IT 08 do
Corpo de Bombeiros Militar de Minas Gerais, através do site: http://www.bombeiros.mg.gov.br/
(acesso 03/10/2007)

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Estimativa de consumo diário de água
Tipo de prédio Unidade Consumo l/dia
Apartamentos em geral per capita 200 a 250
Doméstico por quarto de empregada 200
1. Serviço

Residências per capita 250


Residências populares e rurais per capita 120 a 150
Alojamentos provisórios de per capita 80
obra
Apartamento de zelador - 600 a 1.000
Edifícios de escritórios e por ocupante efetivo 50 a 80
comerciais
Escolas, internatos per capita 150
Escolas, externatos per capita 50
Escolas, semi-internatos per capita 100
Hospitais e casas de saúde por leito 250
Hotéis com coz. e lavanderia por hóspede 250 a 350
2. Serviço Público

Hotéis sem coz. e lavanderia por hóspede 120


Lavanderia por kg de roupa seca 30
Quartéis por soldado 150
Cavalariças por cavalo 100
Restaurantes por refeição 25
Mercados por m² de área 5
Garagens e postos de serviços por automóvel 100 a 150
para automóveis por caminhão 200
Rega de jardins por m² de área 1,5
Cinemas, teatros por lugar 2,0
Igrejas por lugar 2,0
Ambulatórios per capita 25
Creches per capita 50
Fábrica (uso pessoal) por operário 70 a 80
Fábricas com restaurante por operário 100
3. Serviço
Industrial

Usina de leite por litro de leite 5


Matadouros por animal abatido 300
(grande porte)
Matadouros por animal abatido 150
(pequeno porte)
4. Piscinas (domiciliares) Lâmina d’água de 2cm por dia

O autor de um projeto de arquitetura necessita prever números adequados de


aparelhos sanitários, devendo sempre consultar o Código de Obras do Município para saber o
que existe estabelecido a respeito. Como orientação, poderá usar a tabela a seguir.

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Bebedouros
instalados fora
Tipo de edifício Banheiras ou
Lavatórios do Vasos Sanitários Mictórios
ou ocupação Chuveiros
compartimento
sanitário
1 chuveiro para
cada banheiro
1 para cada banheiro de de residência ou
1 para cada residência
Residência ou residência ou apartamento apartamento e
- ou apartamento e 1 para -
apartamentos e 1 para banheiro de chuveiro para
serviço
empregada serviço.
Banheira
opcional
Escolas 1 chuveiro para Meninos: 1 para cada 75
1 para cada 30 alunos
Primárias cada 20 alunos 1 para cada 75 Meninas: 1 para cada 25
1 para cada 30 alunos
Escolas (caso haja alunos Meninos: 1 para cada 75
1 para cada 50 alunos
Secundárias educação física Meninas: 1 para cada 35
Número Número
Número de Número de
de de
aparelhos aparelhos
pessoas pessoas Quando há mictórios,
1-15 1 1-15 1 instalar 1 vaso
16-35 2 16-35 2 sanitário ao menos,
Escritórios ou 36-60 3 1 para cada 75 36-55 3 contando que o
-
edifícios públicos 61-90 4 pessoas 56-82 4 número de vasos não
91-125 5 81-110 5 seja reduzido a menos
111-150 6 de 2/3 do especificado
Acima de 125, adicionar 1 nesta tabela.
Acima de 150, adicionar
aparelho para cada 45
1 aparelho para cada 40
pessoas a mais
pessoas a mais
Número Número
Número de Número de
de 1 chuveiro para de
aparelhos aparelhos
pessoas cada 15 pessoas
1 para cada pessoas
1-100 1-9 1
10 pessoas dedicadas a
1 para cada atividades 10-24 2
15 pessoas contínuas ou 25-49 3 Mesma especificação
Estabelecimentos ou 1 para expostas a calor 1 para cada 75 50-74 4 feita para os
Industriais cada 15 excessivo ou pessoas 75-100 5 escritórios ou 1 para
onde houver contaminação cada 50 operários
>100 risco de da pele por
agressão da substâncias Acima de 100, adicionar
pele por venenosas, 1 aparelho para cada 30
substâncias infecciosas ou empregados
tóxicas ou irritantes
irritante
Número Número Número
Número de Número Número de
de de de
aparelhos de aparelhos
pessoas homens aparelhos
pessoas
1-200 1 H M 1-100 1
Cinemas, teatros,
201-400 2 1 para cada 1-100 1 1 101-200 2
auditórios e -
401-750 3 100 pessoas 101-200 2 2 201-400 3
locais de reunião
201-400 3 3
Acima de 750, adicionar 1 Acima de 400,
Acima de 400, adicionar
aparelho para cada 500 adicionar 1 aparelho
1 aparelho para cada 500
pessoas para cada 300 homens
homens ou 300 mulheres
1 para cada 8 Número
Número de
pessoas. No de
aparelhos
caso de pessoas
1 para cada 12 pessoas. 1 para cada 25
dormitório de H M H M
Acima de 12, adicionar um homens. Acima de 150
mulheres, 1 para cada 75 1-
Dormitórios lavatório para cada 20 1-8 1 1 pessoas, adicionar 1
adicionar pessoas 10
homens ou para cada 15 aparelho para cada 20
banheiras em
mulheres pessoas.
razão de 1 para
cada 30 >10 >8 1/25 1/20
pessoas
Acampamento 1 para cada 30
- - 1 para cada 30 operários -
provisório operários

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9.6.2 ESTIMATIVA DO CONSUMO DIÁRIO DE ÁGUA
O consumo diário de água é estimado, tendo em vista o tipo de edifício, pela seguinte
fórmula:
CD = C.P
Onde:
CD = consumo diário total (l/dia);
C = consumo diário (l/dia);
P = população do edifício (pessoas).

9.6.3 DIMENSIONAMENTO DO ALIMENTADOR PREDIAL


A vazão a ser considerada para o dimensionamento do alimentador predial é obtida a
partir do consumo diário:
CD
Q AP ≥
24h60 min 60 s
Onde:
QAP – vazão mínima a ser considerada no alimentador predial (m³/s);
CD – consumo diário (m³/dia)
4.Q AP
D AP ≥
π .V AP
Onde:
DAP – diâmetro do alimentador predial, m;
VAP – velocidade no alimentador predial (0,6<VAP≤1,0m/s).
A tabela a seguir apresenta os diâmetros de alimentador predial em função da
velocidade e do consumo diário.
Diâmetro Nominal (mm)
Velocidade
20 25 32 40 50 60 75 100 125 150
(m/s)
Consumo Diário (m³)
0,6 16,3 25,4 41,7 65,1 101,8 146,6 229,0 407,2 636,2 916,1
1,0 27,1 42,4 69,5 108,6 169,6 244,3 381,7 678,5 1060,2 1526,8

9.6.4 DIMENSIONAMENTO DO SISTEMA DE RESERVAÇÃO


No caso dos sistema indireto com reservatório superior (RS), a reservação tem função
apenas de suprir o edifício quando da falta de água na rede pública.
Assim, o volume do reservatório pode ser estabelecido a partir de:
VR = NDCD
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Onde:
VR – Volume Útil do Reservatório
ND – Número de dias que se supõe que ocorra falta de água

O volume de água reservado para o uso doméstico deve ser, no mínimo, o necessário
para 24h de consumo normal no edifício, sem considerar o volume de água para o combate a
incêndio.
No caso de residência de pequeno porte, recomenda-se que a reserva mínima seja de
500L.
Reservatórios de maior capacidade (acima de 4.000L) devem ser divididos em dois ou
mais compartimentos independentes para permitir operações de manutenção sem que haja
interrupção na distribuição de água, porém os mesmos devem ser interdependentes pelos
barriletes providos de registros para a realização de manobras.
Em princípio um reservatório para água potável não deve ser apoiado no solo, ou ser
enterrado total ou parcialmente, tendo em vista o risco de contaminação proveniente
do solo, face à permeabilidade das paredes do reservatório ou qualquer falha que
implique a perda da estanqueidade. Nos casos em que tal exigência seja impossível de ser
atendida, o reservatório deve ser executado dentro de compartimento próprio, que permita
operações de inspeção em manutenção, devendo haver um afastamento, mínimo, de 60cm
entre as faces externas do reservatório (laterais, fundos e cobertura) e as faces internas do
compartimento. O compartimento deve ser dotado de drenagem por gravidade, ou
bombeamento, sendo que, neste caso, a bomba hidráulica deve ser instalada em poço
adequado e dotada de sistema elétrico que adverte em casos de falha no funcionamento da
bomba.

Os volumes dos reservatórios são estabelecidos em função do consumo diário (CD) e


das necessidades de água para os sistemas de combate a incêndio (VCI) e para outros
sistemas, como por exemplo, ar condicionado (VAC).
Ainda, costuma-se prever 60% do consumo diário no reservatório inferior e 40%
no superior. Assim, tem-se a seguinte reservação:
VRI =0,6 NDCD (Volume do Reservatório Inferior)
VRS =0,4 NDCD+VCI (Volume do Reservatório Superior)
Onde:
VRI – Volume do Reservatório Inferior
VRS – Volume do Reservatório Inferior
VCI – Reserva Técnica de Incêndio
O volume da reserva técnica de incêndio é determinada pelo sistema a ser utilizado,
bem como as características determinantes da edificação. Tal volume pode variar de 6m³ até
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140m³ para hidrantes e mangotinhos e para os chuveiros automáticos (sprinklers) o volume
da reserva técnica pode variar de 30m³ à 540m³.

Sprinklers Hidrante

Modelos de tampas de abertura de acesso ao interior do reservatório


pela laje de cobertura (sem escala)
9.6.5 TUBULAÇÕES ACESSÓRIAS:
- Tubulação de Extravasão: destinada a escoar o eventual excesso de água de
reservatório onde foi superado o nível de transbordamento, sendo que seu diâmetro deverá
ser um diâmetro comercial superior ao diâmetro da tubulação de alimentação
- Tubulação de Limpeza: destinada ao esvaziamento do reservatório, para permitir a
limpeza e manutenção, adota-se para a tubulação de limpeza DN 60mm.

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1 Compartimentos ou células 6 Extravasor ou ladrão 11 Válvula de retenção
2 Reserva de água para consumo 7 Limpeza ou drenagem 12 Barrilete de consumo
3 Reserva técnica de incêndio 8 Alimentação incêndio 13 Barrilete de incêndio
4 Alimentação do reservatório 9 Canalização de recalque 14 Dreno
5 Alimentação de consumo 10 Válvula de bloqueio 15 Ventilação
Detalhamento das ligações das canalizações no reservatório superior de uso misto (sem escala)

Dispositivo de recirculação
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1 Alimentação do barrilete de consumo 5 Coluna de recalque 8 Barrilete de Consumo
2 Canalização extravasora 6 Vai para o Dreno 9 Ventilação
3 Alimentação do barrilete de incêndio 7 Barrilete de Incêndio 10 Canalização de limpeza
4 Alimentação do reservatório

Reservatório superior com abastecimento por gravidade, planta baixa,


corte longitudinal e corte transversal

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1 Alimentação das bombas 5 Bomba de pressurização 9 Ralo
2 Canalização extravasora 6 Bomba principal 10 Caixa coletora
3 Alimentação do reservatório 7 Canalização de recalque 11 Ventilação
4 Dreno 8 Canalização de limpeza 12 Vem do hidrômetro

Reservatório Inferior semi-enterrado, planta baixa, corte longitudinal e transversal

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Atividade

1. Determine o volume do reservatório e dimensões de uma edificação térrea, padrão


construtivo normal, com 380m² de área construída, 3 quartos, sendo um suíte e uma
dependência de empregada. Pressão medida na rede publica pela concessionária: 30mca.
2. Verifique a necessidade ou não de utilização de reservatório superior e inferior nos
seguintes casos, como também execute o dimensionamento dos mesmos:
a. Edificação de baixo padrão construtivo com 4 pavimentos acima do nível da rua e um
subsolo (garagem), com pé direito de 3,10m, constituído por 8 apartamentos, 2 por andar.
Os apartamentos possuem dois quartos, um banheiro social, cozinha e uma área de
serviço. Pressão medida na rede pública pela concessionária: 25mca.
b. Edificação de alto padrão construtivo, constituída por 15 pavimentos acima do nível da
rua e dois no subsolo (garagem), com pé direito de 3,10m, constituído por 15
apartamentos, 1 por andar. Os apartamentos possuem 3 quartos, todos suíte, uma
dependência de empregada, área de serviço, cozinha, varanda, banheiro social. Pressão
medida na rede pública pela concessionária: 25mca.

123
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9.7 SISTEMA DE DISTRIBUIÇÃO
O sistema de distribuição é constituído, no caso do sistema indireto, pelos elementos e
componentes situados entre o reservatório superior e os pontos de consumo; no caso do
sistema direto, a distribuição compreende todos os elementos entre a rede pública e os
pontos de consumo.
O dimensionamento do sistema de distribuição de água fria é feito tendo por base o
princípio da conservação de energia. Considera-se escoamento permanente em conduto
forçado, onde faz-se um balanceamento entre o diâmetro da tubulação, a vazão de projeto
esperada e as pressões necessárias para o funcionamento adequado dos aparelhos e
equipamentos sanitários, tendo em vista a carga disponível.
Assim, é necessário que fiquem bem definidos os seguintes parâmetros hidráulicos:
vazão, velocidade, pressão e perda de carga.
9.7.1 VAZÃO
Um dos principais requisitos de desempenho dos sistemas prediais de água fria é a
existência de água na quantidade adequada, em todos os pontos de utilização, sempre que
necessário, o que deve ser garantido tendo-se em vista uma minimização dos custos
envolvidos.
A partir disso, para se determinar a vazão de projeto, dois encaminhamentos podem
ser adotados:
• Supor o funcionamento simultâneo de todos os pontos que compõem o sistema
(vazão máxima de projeto), o que se constitui, na maioria dos casos, numa
abordagem inadequada, uma vez que a probabilidade de que isto ocorra é
bastante reduzida, conduzindo a sistemas anti-econômicos;
• Incorporar à vazão máxima de projeto fatores que representem a probabilidade
de ocorrência de uso simultâneo de diferentes pontos do sistema (vazão
máxima provável).
O dimensionamento da rede de distribuição, no primeiro caso, se reduz à aplicação da
Mecânica dos Fluídos, porém, é bastante improvável que todos os pontos de consumo
estejam sendo utilizados simultaneamente. Assim, as estatísticas relativas à utilização da
água constituem-se em valiosas fontes de informação para os projetistas dos sistemas
hidráulicos prediais, no que diz respeito ao dimensionamento de tais sistemas.
Os métodos para a determinação da vazão máxima provável podem ser divididos em:
• Métodos empíricos: incluem-se aqueles cuja técnica de determinação das
vazões de projeto baseia-se na utilização de tabelas, gráficos e expressões
matemáticas, estabelecidos a partir da experiência e julgamento de seus
propositores.
• Métodos probabilísticos: estão aqueles métodos cuja técnica de determinação
das vazões de projeto baseia-se no emprego de tabelas, gráficos e expressões
estabelecidas a partir de conceitos probabilísticos.

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A Norma Brasileira NBR 5626/1998 recomenda a utilização do método da Raiz
Quadrada para a estimativa da vazão do barrilete e nas colunas de distribuição. A
expressão geral para a determinação da vazão de projeto num trecho do sistema é a
seguinte:
Q = 0,3. ∑P
Onde:
• Q  é a vazão estimada na seção considerada, em litros por segundo (l/s);
• ∑P é a soma dos pesos relativos de todas as peças de utilização alimentadas
pela tubulação considerada
Usando a equação apresentada esse somatório é convertido na demanda simultânea
total do grupo de peças de utilização considerado, que é expressa como uma estimativa de
vazão a ser usada no dimensionamento da tubulação. Esse método é válido para instalações
destinadas ao uso normal da água e dotadas de aparelhos sanitários e peças de utilização
usuais; não se aplica quando o uso é intensivo (como é o caso de cinemas, escolas, quartéis,
estádios e outros), onde torna-se necessário estabelecer, para cada caso particular, o padrão
de uso e os valores máximos de demanda.
A tabela a seguir apresenta as vazões de projeto e os pesos relativos nos pontos de
utilização em função do aparelho sanitário e da peça de utilização.
Vazão de Peso
Aparelho Sanitário Peça de Utilização
projeto L/s Relativo
Caixa de descarga 0,15 0,30
Bacia Sanitária
Válvula de descarga 1,70 32
Banheira Misturador (água fria 0,30 1,00
Bebedouro Registro de pressão 0,10 0,10
Bidê Misturador (água fria) 0,10 0,10
Chuveiro ou ducha Misturador (água fria) 0,20 0,40
Chuveiro Elétrico Registro de Pressão 0,10 0,10
Lavadora de pratos ou de roupas Registro de Pressão 0,30 1,00
Lavatório Torneira ou misturador (água fria) 0,15 0,30
Com sifão integrado Válvula de descarga 0,50 2,80
Mictório Caixa de descarga, registro de
Cerâmico Sem sifão integrado pressão ou válvula de descarga para 0,15 0,30
mictório
Caixa de descarga ou registro de 0,15 por
Mictório tipo calha pressão metro de 0,30
calha
Torneira ou misturador (água fria) 0,25 0,70
Pia
Torneira elétrica 0,10 0,10
Tanque Torneira 0,25 0,70
Torneira de jardim ou lavagem em Torneira
0,20 0,40
geral

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Para o caso de ramais, a determinação da vazão de projeto pode ser feita assim como
nas colunas e barriletes, através de duas formas:
• Soma das vazões de todos os aparelhos ligados ao ramal (vazão máxima
possível);
• Incorporação de fatores de simultaneidade à vazão máxima possível, obtendo-se
a vazão máxima provável ou então, simplesmente, soma das vazões dos
aparelhos ligados ao ramal e que se julga estarem em funcionamento
simultâneo.
9.7.2 VELOCIDADE
A velocidade do escoamento é limitada em função do ruído, da possibilidade de
corrosão e também para controlar o golpe de aríete.
A NBR-5626/1998 recomenda que a velocidade da água, em qualquer trecho da
tubulação, não atinja valores superiores a 3m/s.
A velocidade máxima nas tubulações de água fria deverá estar compreendida entre os
seguintes valores:
14 Di ≤ VMAX ≤ 3,00m / s
Onde Di é o diâmetro interno da tubulação em metros.
Para os três últimos pavimentos, onde a perda de carga não deve ser superior à 8%, ou
seja 0,08m/m, a velocidade máxima nas tubulações de água fria deverá estar compreendida
entre os seguintes valores:
14 Di ≤ VMAX ≤ 2,20m / s
Onde Di é o diâmetro interno da tubulação em metros.
9.7.3 PRESSÃO
A NBR 5626/1998, recomenda os seguintes valores máximos e mínimos para a
pressão em qualquer ponto da rede:
PRESSÃO ESTÁTICA MÁXIMA: 400KPa (40mca)
PRESSÃO DINÂMICA MÍNIMA: 5KPa (0,5mca)

Em condições dinâmicas (com escoamento), a pressão da água nos pontos de


utilização deve ser estabelecida de modo a garantir a vazão de projeto indicada na tabela
anterior e o bom funcionamento da peça de utilização e aparelho sanitário. Em qualquer caso,
a pressão não deve ser inferior a 10KPa, com exceção do ponto da caixa de descarga onde a
pressão pode ser menor do que este valor, até um mínimo de 5KPa, e do ponto da válvula de
descarga para bacia sanitária onde a pressão não deve ser inferior à 15KPa.
Ainda, as sobrepressões devidas a transientes hidráulicos, como por exemplo o
provocado pelo fechamento da válvula de descarga, são admitidas, desde que não superem o
valor de 200KPa.

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Quando a pressão estática for superior à 400KPa, deve-se utilizar os seguintes
recursos para diminuí-la:
• Reservatórios intermediários;
• Válvulas Automáticas Redutoras de Pressão (VARP).

9.7.4 PRÉ-DIMENSIONAMENTO
Conhecendo-se as vazões de projeto nos diferentes trechos do sistema, pode-se
efetuar o pré-dimensionamento dos mesmo, uma vez quem pela equação da continuidade:
QP 4QP
Q p = AMín * VMás  AMín =  DMín =
VMáx π .VMáx
Onde:
QP – Vazão de projeto (m³/s);
AMín – área mínima da seção transversa do tubo (m²);
Vmáx – limite superior admitido para a velocidade;
Dmín – diâmetro interno mínimo (m).
Adota-se, para cada trecho, a bitola comercial imediatamente superior, cujo diâmetro
interno real seja maior ou igual ao valor de Dmín cálculado.
Devendo também, ser respeitados os diâmetros mínimos para os sub-ramais, em
função dos aparelhos/equipamentos a serem instalados, os quais encontram-se na tabela a
seguir.
Diâmetro
Ponto de Utilização para
de ref. (pol)
Aquecedor
Alta pressão 1/2
Baixa pressão 3/4
Banheira 1/2
Bebedouro 1/2
Bidê 1/2
Caixa de descarga 1/2
Chuveiro 1/2
Filtro de pressão 1/2
Lavatório 1/2
Máquina de lavar roupas ou pratos 3/4
Pia de Cozinha 1/2
Tanque de lavar roupas 3/4
Válvula de descarga 1 ¼*
* Quando a pressão estática de alimentação for inferior a 30KPa (3mca), recomenda-se instalar a
válvula de descarga em sub-ramal com diâmetro de referência 1.1/2”.

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TABELA DE MULTIAPLICAÇÕES
TUBOS DE PVC RÍGIDO SOLDÁVEL - PAVIMENTOS INFERIORES SEGUNDO: NBR 5648/1999 e NBR 5626/1998
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12
Diâmetro Perda de
Espessura Diâmetro Velocidade Vazão Área Equiv. Vazão Equiv. φ RECALQUE
Nominal/Ref. Externo Área Seção Carga Unit.
Parede Interno Máxima Máxima em relação em relação à consumo diário ΣPESOS
mm² Máx Ju
Polegada mm Mm mm mm m/s l/s à 20mm 20mm l/dia
(m/m)
1/2" 15 20,00 1,50 17,00 226,98 1,83 0,41 0,25 1,00 1,00 7387,46 1,91
3/4" 20 25,00 1,70 21,60 366,44 2,06 0,75 0,23 1,61 1,82 11926,27 6,32
1" 25 32,00 2,10 27,80 606,99 2,33 1,42 0,21 2,67 3,42 19755,44 22,31
1.1/4" 32 40,00 2,40 35,20 973,14 2,63 2,56 0,19 4,29 6,17 31672,50 72,60
1.1/2" 40 50,00 3,00 44,00 1520,53 2,94 4,47 0,18 6,70 10,78 49488,28 221,54
2" 50 60,00 3,30 53,40 2239,61 3,00 6,72 0,14 9,87 16,22 72891,95 501,59
2.1/2" 60 75,00 4,20 66,60 3483,68 3,00 10,45 0,11 15,35 25,22 113382,36 1213,61
3" 75 85,00 4,70 75,60 4488,83 3,00 13,47 0,09 19,78 32,50 146096,78 2014,97
4" 100 110,00 6,10 97,80 7512,21 3,00 22,54 0,07 33,10 54,39 244497,68 5643,34

TUBO DE PVC RÍGIDO SOLDÁVEL – 3 ÚLTIMOS PAVIMENTOS


1 2 A B C D E
Diâmetro Perda de Vazão
Velocidade Vazão ΣPESOS
Nominal/Ref. Externo Carga Unit. Equiv. em
Máxima Máxima 3 Últimos
Máx Ju relação à
m/s l/s Pavimentos
Polegada mm mm (m/m) 20mm
1/2" 15 20,00 0,95 0,21 0,08 1,00 0,51
3/4" 20 25,00 1,12 0,41 0,08 1,92 1,88
1" 25 32,00 1,35 0,82 0,08 3,80 7,42
1.1/4" 32 40,00 1,59 1,55 0,08 7,21 26,70
1.1/2" 40 50,00 1,87 2,84 0,08 13,21 89,66
2" 50 60,00 2,15 4,80 0,08 22,35 256,51
2.1/2" 60 75,00 2,20 7,66 0,06 35,65 652,65
3" 75 85,00 2,20 9,88 0,05 45,93 1083,60
4" 100 110,00 2,20 16,53 0,04 76,87 3034,86

Autor: Engº Júlio César Oliveira Horta Barbosa - Co-autora: Lia Soares Salermo - Colaboradora: Engª Patrícia Fassheber Ferreira Cunha

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9.7.5 PERDA DE CARGA
Na seqüência, passa-se à verificação das PRESSÕES MÍNIMAS NECESSÁRIAS ao
longo do sistema predial de água fria, em especial aquelas referentes aos pontos de
utilização. Evidentemente, a geometria da instalação determina a(s) configuração(ões)
crítica(s) a ser(em) verificada(s).
A pressão dinâmica disponível a jusante em um trecho qualquer é obtida através da
seguinte expressão:
Pjusante = Pmontante ± Desnível – Perda de Carga
Onde:
Pjusante – pressão dinâmica disponível a jusante do trecho considerado;
Pmontante – pressão dinâmica disponível a montante do trecho considerado;
Desnível – diferença de cotas geométricas dos pontos que definem o trecho:
DESNÍVEL positivo DESNÍVEL negativo

Para o cálculo de tubulações de pequeno diâmetro, variando entre 15mm e 50mm, são
utilizadas as Fórmulas de Fair Whipple-Hsiao, dadas por:
- Tubo de aço galvanizado, água quente a 20ºC:
Q 1,88
Q = 27,113.J 0,532 .D 2,595  J = 0,002021.
D 4,88
Sendo Q (vazão) em m³/s, J (perda de carga) em m/m e D (diâmetro interno) em
metros.
- Tubos lisos (cobre, PVC, etc), água até 20ºC
Q 1, 75
Q = 55,934.J 0,571 .D 2, 714  J = 0,00085.
D 4, 75
Sendo Q (vazão) em m³/s, J (perda de carga) em m/m e D (diâmetro interno) em
metros.
- Tubos de cobre ou latão, água quente
Q 1, 75
Q = 63,281.J 0,571 .D 2, 714  J = 0,0007.
D 4, 75
Sendo Q (vazão) em m³/s, J (perda de carga) em m/m e D (diâmetro interno) em
metros.

Perda de Carga Localizada

Perda de Carga em Acessórios

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Tabela de perdas de cargas localizadas em conexões, considerando-se os comprimentos
equivalentes em metros de canalização para PVC
Diâmetro x Equivalência em metros de tubulação
Diâmetro de Referência
Conexão 1/2” 3/4" 1” 1.1/4” 1.1/2” 2” 2.1/2” 3” 4”
Diâmetro Comercial (PVC)
20 25 32 40 50 60 75 85 110

Curva 90º 0,4 0,5 0,6 0,7 1,2 1,3 1,4 1,5 1,6

Curva 45º 0,2 0,3 0,4 0,5 0,6 0,7 0,8 0,9 1,0

Joelho 90º 1,1 1,2 1,5 2,0 3,2 3,4 3,7 3,9 4,3

Joelho 45º 0,4 0,5 0,7 1,0 1,0 1,3 1,7 1,8 1,9

Tê de
passagem 0,7 0,8 0,9 1,5 2,2 2,3 2,4 2,5 2,6
direta
Tê saída
2,3 2,4 3,1 4,6 7,3 7,6 7,8 8,0 8,3
lateral
Tê saída
1,0 1,4 1,7 2,3 2,8 3,5 4,3 5,2 6,7
bilateral

União 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1 0,15 0,20 0,25

Saída da
0,4 0,5 0,7 0,9 1,0 1,5 1,9 2,2 3,2
canalização
Registro de
gaveta ou
0,1 0,1 0,2 0,2 0,3 0,4 0,4 0,5 0,7
esfera
aberto
Registro
globo 4,9 6,7 8,2 11,3 13,4 17,4 21,0 26,0 34,0
aberto
Registro de
ângulo 2,6 3,6 4,6 5,6 6,7 8,5 10,0 13,0 17,0
aberto
Válvula de
pé com 3,6 5,6 7,3 10,0 11,6 14,0 17,0 20,0 23,0
crivo
Válvula de
retenção 1,1 1,6 2,1 2,7 3,2 4,2 5,2 6,3 6,4
horizontal
Válvula de
retenção 1,6 2,4 3,2 4,0 4,8 6,4 8,1 9,7 12,9
vertical
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Cálculo Água Fria
A B C D E F G H I J K L M N O P
Desnível Diâmetro utilizado J=Perda Pres. Pres.
Compr. Compr. Compr. Diâmetro
Somatória Vazão no Veloc. de Disp. Disp.
Trecho Local Real Virtual Total Cálculado ∆H(m.c.a.)
Pesos (L/s) Trecho Comercial Interno (m/s) Carga Montante Jusante
(m) (m) (m) (mm)
(m) (m/m) (m.c.a.) (m.c.a.)

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Onde:
Coluna A: Numeração do trecho a ser calculado;
Coluna B: Local (Barrilete, coluna de distribuição – CD1, CD2, ramal – R1, R2, subramal –
SR1, SR2)
Coluna C: Somatório dos pesos (barrilete e coluna de distribuição);
Coluna D: Vazão, através da fórmula para barrilete e colunas, somatório de simultaneidade
para ramais e vazão do aparelho para subramais, em litros por segundo (l/s).
Coluna E: Distância percorrida total de um ponto ao outro, em metros (m);
Coluna F: Comprimento virtual, somatório das perdas de carga das peças, em metros (m);
Coluna G: Somatório do comprimento real e do comprimento virtual, em metros (m);
Coluna H: Comprimento do desnível, (+) para descida e (-) para subida, em metros (m);
Coluna I: Diâmetro calculado:
 Qx 4 
D =  .1000

 π .V . 1000 
Onde:
• D – Diâmetro a ser calculado em milímetro (mm);
• Q – vazão em litros por segundo (l/s) – Coluna D;
• V – com valor igual à 2,20m/s para edificações baixas e os três últimos
pavimentos de uma edificação, ou 3,00m/s, para os outros pavimentos.
Coluna J: Diâmetro comercial da tubulação adotada, em milímetro (mm);
Coluna K: Diâmetro interno da tubulação adotada, em milímetro (mm);
Coluna L: Velocidade calculada no interior da tubulação adotada em metros por segundo
(m/s);
 Q 
 4. 
 1000 
V = 2
 DI 
π . 
 1000 
Onde:
• V – Velocidade no interior da tubulação adotada (m/s);
• Q – Vazão (l/s) – Coluna D;
• DI – Diâmetro interno (mm) – Coluna K;
Coluna M: Perda de Carga, metro por metro (m/m) (fórmula apresentada para instalações de
água até 20ºC com tubulações de paredes lisas – cobre, P VC, etc.)

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  Q 1, 75 
  
  1000  
J = 0,00085. 4 , 75 
  DI  
 1000 
  
Onde:
• J – Perda de carga (m/m);
• Q – Vazão (l/s) – Coluna D;
• DI – Diâmetro interno (mm) – Coluna K;
Coluna N: Perda de carga na tubulação e tubulações (mca)
∆H = Comprimento total x J
Onde:
• ∆H - Perda de carga na tubulação (mca);
• J – Perda de carga (m/m) – Coluna M;
• Comprimento total – Coluna G.
Coluna O: Pressão disponível à montante em metro de coluna de água (mca);
Coluna P: Pressão disponível à jusante em metro de coluna de água (mca);
PJ = PM ± D - ∆H
Onde:
• PJ – Pressão disponível à jusante (mca);
• PM – Pressão disponível à montante (mca);
• D – Comprimento do desnível;
• ∆H – Perda de carga na tubulação e conexões;

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Dimensione os diâmetros das tubulações que constituem a instalação projetada abaixo:

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10 INSTALAÇÕES PREDIAIS DE ÁGUA QUENTE

10.1 CLASSIFICAÇÃO DOS SISTEMAS PREDIAIS DE ÁGUA QUENTE


Os sistemas prediais de água quente podem ser classificados em individual, central
privado e central coletivo.
O sistema individual consiste na alimentação de um único ponto de utilização, sem
necessidade de uma rede de água quente.
O sistema central privado consiste, basicamente, de um equipamento responsável pelo
aquecimento da água e uma rede de tubulações que distribuem água aquecida a pontos de
utilização que pertencem a uma mesma unidade (ex. apartamento).
O sistema central coletivo, por sua vez, é constituído por um equipamento gerador de
água quente e uma rede de tubulações que conduzem a água aquecida até os pontos de
utilização pertencentes a mais de uma unidade (ex. edifícios de apartamentos).
A abordagem desses sistemas neste documento será feita considerando-se duas
grandes partes geração/reservação e distribuição.
A geração de água quente consiste e no processo de transferência de calor a partir de
uma fonte energética para obtenção de água a uma dada temperatura, podendo haver
reservação do volume a ser aquecido ou não. A transferência de calor pode se realizar de
modo direto ou indireto.
Na modalidade de aquecimento direto, a fonte energética atua no reservatório ou
serpentina que contém a água cuja temperatura deseja-se elevar, enquanto que no indireto a
fonte energética aquece um determinado volume de fluído o qual, por condução, eleva a
temperatura da água de consumo.
E a distribuição de água quente compreende o conjunto de tubulações que conduzem a
água aquecida aos diversos pontos de utilização.

10.2 SISTEMA INDIVIDUAL


10.2.1 GERAÇÃO/RESERVAÇÃO
Os energéticos utilizados neste tipo de sistema são essencialmente o gás combustível
e a eletricidade.
No caso de aquecedores individuais à eletricidade tem-se uma resistência que é ligada
automaticamente pelo próprio fluxo de água.
Por sua vez, os aquecedores individuais a gás combustível possuem um queimador
que é acionado por uma chama piloto, quando da passagem do fluxo de água, sendo que o ar
ambiente é utilizado como comburente. Estes queimadores podem ser classificados, quanto
ao comburente utilizado, em aquecedores de fluxo balanceado e aquecedores com consumo
de ar interno ao ambiente.
Os aquecedores de fluxo balanceado utilizam como comburente o ar externo ao
ambiente e os produtos originados nesta combustão são também destinados para o exterior.

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Em vista disso, estes equipamentos podem ser instalados em quaisquer ambientes, inclusive
naqueles onde a permanência de pessoas é prolongada.

Sistema individual de aquecimento – aquecedor elétrico

10.3 SISTEMA CENTRAL PRIVADO


10.3.1 GERAÇÃO/RESERVAÇÃO
As fontes energéticas comumente utilizadas neste tipo de sistema são, basicamente:
gás combustível, eletricidade, óleo combustível, lenha e energia solar.
Na seqüência, serão abordados os equipamentos de aquecimento a gás combustível e
a eletricidade, os quais podem ser classificados, segundo o seu princípio de funcionamento,
em:
• Aquecedores instantâneos (ou de passagem), onde a água vai sendo aquecida à
medida que passa pela fonte de aquecimento, sem requerer reservação;
• Aquecedores de acumulação, quando se tem a reservação do volume de água a
ser aquecido.
Como no caso dos aquecedores individuais a gás combustível, pode-se ter também o
equipamento de fluxo balanceado.
O abastecimento de água fria, para o aquecedor deve ser feito através de uma coluna
exclusiva, independente das demais do edifício.

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10.3.2 AQUECEDOR A GÁS DE PASSAGEM

Sistema individual de aquecimento – aquecedor a gás

Ventilação: É obrigatória a instalação de aquecedores a gás em ambientes com


ventilação permanente mínima e da chaminé de exaustão; não instalar o aquecedor em
banheiros. Deve-se utilizar para a chaminé materiais incombustíveis em chapas de alumínio,
aço inoxidável ou galvanizado ou materiais similares aprovados pela ABNT, COMGAS, CEG
ou institutos de pesquisas credenciados. Poderá ser empregada chaminé coletiva para vários
aquecedores desde que obedeçam as condições prescritas na norma NBR 13103.
ATENÇÃO: “As condições hidráulicas do local devem atender as condições mínimas
para funcionamento do aquecedor”. Não confundir pressão dinâmica com estática. A pressão
estática é o desnível entre o ponto de utilização e a caixa, não leva em conta as perdas de
carga “hf” (perdas de pressão) no traçado hidráulico, portanto deve-se evitar instalar o
aquecedor em locais onde os traçados horizontais são longos ou se tenha excesso de
conexões hidráulicas, fatores que contribuem para perda de pressão.

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Instalação em ambientes fechados – Aquecedor de passagem a gás

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Instalação da Chaminé – Aquecedor de passagem à gás.

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Distância entre pontos
10.3.3 AQUECEDOR A GÁS POR ACUMULAÇÃO

A alimentação do aquecedor deve ser direta da caixa d’água fria e executada em


material resistente à temperatura máxima admissível da água quente em todo o seu trajeto. A
não observância deste ítem pode levar a prejuízos futuros ao usuário devido ao retorno de
água quente pela alimentação de água fria tendo como conseqüência, o rompimento da
tubulação plástica.
É recomendável que se faça a sifonagem (cavalete) na ligação de entrada de água fria
do aquecedor. A falta da mesma, facilita o retorno de água quente para a coluna de
alimentação de água fria. Esta canalização deve ser provida de registro de gaveta e válvula
de segurança sendo proibida a instalação de válvula de retenção na ausência do respiro
conforme NBR 7198/93;
Deve-se isolar a tubulação de água quente em todo seu trajeto a fim de minimizar as
perdas de calor para o ambiente. A isolação pode ser feita por meio de polietileno expandido,
lã de vidro ou materiais similares. Quando se tratar de tubulação aparente e exposta a raios
solares, deve-se proteger o isolamento;

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Válvula de segurança de pressão: Deve ser instalada na entrada de água fria entre o
registro de gaveta e o aquecedor;
“Não instalar a válvula de segurança na saída de água quente.”

Dreno de limpeza: Recomenda-se canalizá-lo para um ralo. Pode-se interligar a saída


do dreno com a válvula de segurança desde que canalizados para local de fácil visualização;
- Pressão dinâmica mínima: Não deve ser inferior a 5 kPa (0,5 m.c.a);
- Pressão estática máxima: Nas peças de utilização e nos aquecedores não deve ser
superior a 400 kPa (40 m.c.a.);

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10.3.4 SISTEMA DE AQUECIMENTO SOLAR
Existem várias tecnologias para coletar a energia solar e transferi-la à água. Como na
quase totalidade das instalações de aquecimento solar de água existentes, são utilizados
coletores planos, para captar a energia solar e reservatórios térmicos independentes para
armazenar a água quente.
COLETOR SOLAR
Os componentes básicos de um coletor solar são:

Responsável pela captação da energia radiante, a placa absorvedora é o componente


mais importante do coletor solar plano. Ela transforma a radiação solar incidente em calor eo
transfere para água por convecção.
A cobertura de vidro acima da placa absorvedora tem a função de reduzir as perdas de
calor por convecção e por radiação (efeito estufa). Abaixo da placa absorvedora e nas laterais
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é colocado um isolante térmico, normalmente lã de vidro, com a finalidade de diminuir a perda
de calor. Todos estes componentes são montados dentro de uma caixa metálica, evitando
que haja infiltração de ar, água, poeira, etc, para dentro do coletor.
O movimento da água dá-se pela diferença de densidade, sendo o reservatório térmico
instalado num nível superior ao do coletor solar.
CIRCULAÇÃO FORÇADA
No caso de sistemas maiores ou em sistemas menores onde não se podem instalar
reservatórios térmicos acima das placas, utiliza-se uma bomba para fazer a circulação da
água entre reservatório e coletores. Neste tipo de instalação, o reservatório pode ficar
localizado abaixo dos coletores. O controlador diferencial de temperatura (CDT) é o principal
componente deste sistema, sendo ele responsável pelo seu perfeito funcionamento.

AQUECIMENTO COMPLEMENTAR
É um dispositivo que tem por finalidade complementar o aquecimento de água por meio
de eletricidade ou gás (utilizado em poucos sistemas), nos dias nublados ou quando houver
consumo acima do previsto.

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Um termostato instalado no reservatório térmico aciona o aquecimento auxiliar sempre
que a temperatura da água dentro do reservatório estiver abaixo da temperatura de projeto.
Nos sistemas com apoio elétrico são instaladas resistências elétricas nos reservatórios.
INSTALAÇÃO DO SISTEMA
A instalação dos sistemas de aquecimento solar de água é extremamente importante,
pois um bom equipamento pode ter seu funcionamento comprometido se esta for mal
executada. Há detalhes técnicos que devem merecer especial atenção e devem ser feitos
conforme orientação de pessoal competente, pois, muitas vezes, bombeiros ou práticos
dificilmente terão condições de realizá-los corretamente.
a) Instalação dos Coletores Solares
Orientação
Os coletores podem ser montados no solo, sobre o telhado ou laje. A orientação
indicada para os coletores é o norte geográfico , sendo que variações até 15º tanto
para leste quanto para oeste, são aceitáveis, pois não comprometem a eficiência do
sistema.

Inclinação
A inclinação ideal dos coletores em relação à horizontal deve ser aproximadamente
igual à latitude mais 10º, ângulo médio para melhor aproveitamento da energia solar
durante o ano, já que o coletor não pode se mover conforme a inclinação dos raios
solares. Os ângulos maiores proporcionam melhor desempenho no inverno, mas
diminuirão a economia média durante os outros períodos do ano.

Nos sistemas de convecção livre (termossifão) a inclinação não deve ser inferior a
10º, independente da latitude.
b) Circulação Livre (Termossifão)
Alguns parâmetros básicos deve ser levados em consideração para o bom
funcionamento do sistema.
- Tubulação de interligação: como é pequena a diferença de pressão criada pela
variação da densidade da água, é importante que as perdas de carga sejam
reduzidas, usando-se o mínimo de conexões (curvas, joelhos, etc) que
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representam as perdas de carga localizadas, e que o reservatório térmico esteja
o mais próximo possível dos coletores. O isolamento desta interligação
(reservatório coletores)) deve ser feito com bastante critério, pois existe um fluxo
intenso de água quente dos coletores para o reservatório.

c) Desnível entre os elementos


Os cálculos para fixar o desnível entre o reservatório térmico e placa são
complexos. Desta forma, deve-se utilizar uma regra prática:

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11 DRENAGEM PREDIAL

Introdução

11.1 DRENAGEM DE ALÍVIO DE MUROS DE ARRIMO


Objetivo: aliviar as pressões hidrostáticas e dinâmicas do lençol d´água porventura
existente no maciço a ser arrimado, de modo a diminuir o empuxo total sobre ela;
O nível d´água no maciço e a vazão d´água a ser percolada através do sistema são
elementos vitais para o projeto de drenagem.
Serve também para captar possíveis infiltrações devidas a rupturas em canalizações de
serviços públicos, causa comum de colapso de obras de arrimo em áreas urbanas
11.1.1 DIMENSIONAMENTO HIDRÁULICO
O dimensionamento está associado ao projeto do muro, pois os esforços transmitidos à
obra dependem do posicionament e características do elementos drenantes. Por sua vez, as
condições geométricas e de estabilidade durante a construção determinam o tipo e
posicionamento da drenagem.
Para muros de arrimo com menos de 2,00m de altura, a drenagem é geralmente feita
ao longo da face vertical do muro. Em alguns casos, devido a dificuldades executivas ou falta
de materiais drenantes, pode ser mais econômico omitir-se a drenagem e projetar-se o muro
considerando o empuxo hidrostático adicional.
Para alturas maiores que 2,00m, a ausência de drenagem passa a ser perigosa, caso o
efeito da água não seja considerado, ou antieconômica, pois a consideração do empuxo pleno
leva a projetos mais robustos, com maior consumo de materiais.
Para o cálculo da vazão que o sistema de drenagem deverá comportar, é essencial que
se conheça a permeabilidade do maciço a drenar. Essa permeabilidade pode ser obtida por
meio de ensaios de infiltração “in-situ”.
Como regra geral, a permeabilidade do material de drenagem deve ser pelo menos 100
(cem) vezes maior que a permeabilidade do solo a ser drenado, por razões práticas de ordem
construtiva, imporão a espessura mínima a ser executada, geralmente maior que a obtida por
cálculo.
O sistema de drenagem deve obedecer às regras usuais de materiais filtrantes, de
modo a não haver carregamento de finos do interior da massa de solo. A não obediência à
observância dessa regra é fator de muitos insucessos. Sérias erosões internas, terminando
em colapso de estradas ou do terreno a montante, são freqüentes, especialmente no caso de
cortinas ancoradas em solos com predominância siltosa.
Deve-se dar preferência ao uso de materiais granulares de comprovada permeabilidade
e com granulometria adequada. Como material drenante também podem ser utilizados tubos
dreno plásticos.

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Drenagem inclinada, pode-se ignorar as pressões de água no contato com a parede e no
plano de ruptura.

As pressões devidas à água, calculadas com auxílio de uma rede de fluxo deverão ser
consideradas no cálculo de estabilidade.

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Figura: Esquemas de drenos em muros de arrimo
a. Vazão de infiltração (Método Cedergren)
O cálculo das descargas de contribuição que devem ser escoadas pela camada
drenante deve ser efetuado levando em consideração as seguintes orientações:
- a estimativa da infiltração de projeto consiste na aplicação do método simplificado, no
qual se assume que uma proporção fixa da chuva de projeto infiltra na estrutura de pavimento;
- necessário determinar o coeficiente de infiltração e a intensidade de precipitação;
- para a aplicação do método, recomenda-se a utilização de chuva com 1 hora de
duração e período de retorno variando de 1 a 2 anos, em função do tráfego previsto para a
rodovia.
A equação apresentada a seguir é utilizada para determinação da vazão de infiltração
qi = C.R.F
Onde: qi = vazão de infiltração, em m³/dia/m²
C= coeficiente de infiltração ( 0,50 a 0,67 para pavimentos de concreto de
cimento portland e entre 0,33 a 0,50 para pavimentos asfálticos);
R= Precipitação de projeto, em mm/h;
F = Fator de conversão, igual a 0,24 para mm/h
b. Camadas drenantes
A camada drenante é destinada a remover rapidamente ou limitar o tempo de
permanência da água livre proveniente das chuvas.
Os principais aspectos abordados são:
- Definição dos parâmetros hidráulicos de cálculo;
- Concepção do sistema de drenagem.
Os parâmetros hidráulicos de cálculo envolvem as características geométricas da
via, que definem a linha de maior declive do fluxo da água e a extensão a ser
percorrida até os drenos subsuperficiais, as granulometrias dos materiais a serem
utilizados nas diversas camadas do pavimento e a habilidade dos mesmo de reter
ou permitir o escoamento da umidade excessiva.
Para controle dos tempos de permanência e retirada da água livre do pavimento
serão considerados duas concepções distintas no sistema hidráulico:
- profundidade de fluxo, em que a capacidade de escoamento da camada
permeável deve ser superior a infiltração de projeto (critério do fluxo contínuo);
- tempo de drenagem, em que a camada drenante poderá ficar saturada durante o
período de precipitação, mas que, no entanto, deverá ser drenada após algumas
horas depois de cessada a chuva para evitar danos a estrutura (critério do tempo de
drenagem).

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