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Projeto do Sistema de Produção 1

PROJETO DO SISTEMA DE PRODUÇÃO

Objetivo

O Projeto do Sistema de Produção (PSP) consiste nos processos de análise e


discussão de alternativas de organização do sistema de produção do
empreendimento, bem como de seleção da alternativa mais adequada à consecução
de um melhor desempenho deste sistema durante a etapa de execução. Os processos
de análise e discussão são realizados com base em diversas combinações
considerando os seguintes aspectos ou tópicos de decisão: (a) nível de integração
vertical (opção da empresa por adquirir sistemas ou tecnologias construtivas de
fornecedores externos ou fabricá-los utilizando recursos próprios); (b) níveis de
capacidade produtiva (em termos de equipes de produção e equipamentos)
necessários e que estarão disponíveis ao longo da execução do empreendimento; (c)
arranjo físico e fluxos dos diferentes processos que compõem o sistema de produção
do empreendimento; (d) sincronização entre processos de produção; e (e) projeto de
processos de produção, com ênfase em processos críticos.

Em última análise, o PSP busca contribuir para o aumento do desempenho do


processo de planejamento e controle da produção e do ciclo de melhoria contínua, já
que a partir da sua elaboração propõe-se antecipar decisões relacionadas ao sistema
de produção do empreendimento tentando garantir que estas decisões possam ser
efetivamente operacionalizadas antes do início da sua execução, reduzindo níveis de
incerteza e variabilidade cujo efeito é amplificado em face das características destes
empreendimentos (velocidade, repetitividade, pequena margem de lucro, etc)

Etapas e Interfaces do Projeto do Sistema de Produção

O escopo de decisões que compõem o Projeto do Sistema de Produção em


Empreendimentos Habitacionais de Interesse Social é definido com base em uma
série de seis etapas que, por sua vez, foram agrupadas de acordo com a unidade de
análise a qual dizem respeito: a unidade-base ou o empreendimento. Embora essas
etapas sejam representadas de forma seqüencial, as decisões que elas contemplam
não são tomadas de forma isolada. Pelo contrário, por se tratarem de decisões
relativas ao sistema de produção, devem ser vistas de forma integrada, ou seja, a
modificação em uma das condições repercute, em maior ou menor grau, nas demais.

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Desta forma, essas etapas são representadas conectadas por setas em dois sentidos,
o sentido do fluxo de decisão, caracterizado pela definição da etapa, e o fluxo de
revisão, necessário dado o aspecto iterativo do processo. A figura 1 representa as
etapas que compõem o modelo, bem como as interfaces entre os processos de
Projeto do Produto Específico e o Planejamento de Longo Prazo.

Figura 1 Etapas para elaboração do Projeto do Sistema de Produção

Informações de Entrada

A elaboração do PSP deve estar em consonância com a estratégia de produção da


empresa que pode ser dividida em dois conjuntos de decisões estratégicas: (a)
aquelas que determinam a estrutura da produção e influenciam principalmente as
atividades de projeto; e (b) aquelas que determinam sua infra-estrutura e, por sua vez,
influenciam as atividades de planejamento e controle e melhoria da produção.

Com relação ao primeiro conjunto de decisões, que influenciam o projeto do sistema


de produção, estas apontam às seguintes estratégias: de desenvolvimento de novos
produtos, de integração vertical, de instalações, de tecnologia e de organização e
força de trabalho. Em última análise, estratégias relacionadas ao projeto determinam
os recursos físicos e humanos que serão empregados na produção. Desta forma, a
estratégia de produção representa uma das informações de entrada para a elaboração
do PSP, embora este não seja explicitado no modelo proposto.

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Outras informações de entrada para o Projeto do Sistema de Produção, são


provenientes do Projeto do Produto. Dentre essas informações destacam-se:
dimensões e especificações relacionadas à tecnologia construtiva e materiais serem
utilizados, bem como informações relacionadas ao tipo de contratação ao tipo de
contratação da mão-de-obra, condições de terreno e de acessibilidade e, espaços
disponíveis para circulação e armazenamento.

Informações de Saída

A partir da demanda agregada, formada pelo número de unidades habitacionais e pelo


prazo de execução máximo do empreendimento são estabelecidas as demandas
mensais de execução, com base não só na visão de transformação, mas também na
visão de fluxo, viabilizadas a partir da consideração sistêmica de decisões relativas
aos processos individuais. Estas decisões geram informações que são então
consolidadas no plano de longo prazo do empreendimento.

Dessa forma, podem ser estabelecidos contratos de longo prazo com os fornecedores
dos principais materiais, em função daquelas demandas mensais geradas a partir do
estudo dos fluxos de trabalho do empreendimento. Assim, nas simulações de
estratégias de execução realizadas ao longo das discussões, as demandas geradas
são consideradas e avaliadas frente à capacidade dos fornecedores e processos
instalados.

Os produtos gerados a partir da elaboração do Projeto do Sistema de Produção são


informações de entrada para a elaboração do plano de longo prazo do
empreendimento.

Etapas do Projeto do Sistema de Produção

Definição da Seqüência de Execução e Pré-dimensionamento da Capacidade dos


Recursos de Produção

A partir da coleta de informações preliminares sobre o empreendimento, a primeira


etapa a ser realizada é a definição da seqüência de execução da unidade-base de
produção. A unidade-base de produção é uma unidade repetitiva que pode ser
representada por um pavimento, um apartamento, uma casa ou um sobrado, conforme
o tipo e características do empreendimento sob estudo.

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Durante as discussões relacionadas à definição da seqüência de execução surge uma


série de outras definições importantes para o PSP. Conforme a seqüência de
execução das diversas atividades que compõem o sistema de produção é definida são
discutidos aspectos relativos:

(a) ao nível de integração vertical: quais materiais ou processos serão executados


pela empresa ou adquiridos de fornecedores externos;

(b) à seleção das tecnologias construtivas a serem utilizadas (com relação a


materiais, sistemas construtivos e equipamentos).

As principais informações coletadas nessa etapa relacionam-se à seqüência e


precedência das atividades a serem realizadas para a execução da unidade-base de
produção, além das suas durações e necessidades de equipamentos e mão-de-obra.
Com base nessas informações são elaborados a planilha de pré-dimensionamento
de recursos de produção (mão-de-obra e equipamentos) e o diagrama de
precedência para a unidade-base de produção.

Estudo dos Fluxos de Trabalho na Unidade-base

A partir das definições da seqüência de execução e do pré-dimensionamento da


capacidade dos recursos de produção (que determina o ritmo de produção máximo
que poderá ser atingido ao longo da execução) têm-se as informações básicas
necessárias à elaboração do estudo dos fluxos de trabalho na unidade-base do
empreendimento.

Nessa etapa busca-se estabelecer os fluxos de trabalho na unidade-base de


produção que se refere ao conjunto de operações realizadas por cada equipe de
trabalho na sua execução com relação às dimensões espaço e tempo, identificando
possíveis interferências entre equipes. A operação, neste contexto, refere-se ao
trabalho realizado por equipes e máquinas, como por exemplo a elevação de alvenaria
ou execução de chapisco das alvenarias pelas equipes de pedreiros.

Para o estudo do fluxo de trabalho da unidade-base de produção pode ser utilizada a


técnica da linha de balanço.

Definição da Estratégia de Execução do Empreendimento

Para a definição da estratégia de execução do empreendimento busca-se a divisão do


empreendimento em zonas de trabalho menores criando, dessa forma, vários

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“pequenos empreendimentos” dentro do empreendimento maior os quais, por sua vez,


podem ser executados de maneira seqüencial ou paralela. Essas zonas agregam um
certo número de unidades habitacionais, para as quais serão alocadas equipes de
trabalho que, em uma situação ideal, deveriam desenvolver suas atividades em um
fluxo contínuo de trabalho, seguindo um ritmo preestabelecido.

Na realização dessa etapa são geralmente simuladas e analisadas inúmeras


alternativas de execução, dentre as quais a mais adequada é escolhida. Essa escolha
ocorre em função de diferentes aspectos, entre os quais destacam-se: (a) impacto no
prazo final de execução do empreendimento; (b) capacidade de fornecimento dos
fornecedores de suprimentos; (c) limites de capacidade de produção dos processos
críticos (gargalos) para atender a demanda gerada pela alternativa; e (d) viabilidade
financeira da alternativa escolhida, em função do volume de recursos de produção
necessários para a sua consecução.

Esses estudos são formalizados no plano de ataque do empreendimento, cuja


definição representa uma decisão fundamental à viabilização dos demais estudos
realizados na etapa do Projeto do Sistema de Produção.

A definição do plano de ataque final é influenciada pelos estudos de fluxo de trabalho


do empreendimento, dimensionamento de capacidades e projeto de processos
críticos. Por outro lado, as definições nessas etapas estão atreladas a três requisitos
básicos: prazo, custo ou viabilidade técnica. Caso seja identificada a inviabilidade
dessas atividades em função desses requisitos, é necessário discutir novas soluções
de plano de ataque que atendam às necessidades.

Estudo dos Fluxos de Trabalho no Empreendimento

As informações provenientes do estudo dos fluxos de trabalho na unidade-base e do


plano de ataque do empreendimento permitem a elaboração do estudo dos fluxos de
trabalho no empreendimento, que também é realizado utilizando a técnica da linha de
balanço. Através deste estudo é possível visualizar os fluxos de trabalho em todo o
empreendimento, bem como comparar datas-marco de execução dos processos de
acordo com prazo previsto para a execução do empreendimento.

Em geral, procura-se considerar um plano que permita o fluxo ininterrupto das equipes
de produção, a partir da sincronização entre processos, principalmente, com relação
ao processo considerado como crítico para o sistema de produção.

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Além da utilização da linha de balanço, na qual são representados, em conjunto, todos


os processo que compõem a execução das várias unidades-base do empreendimento,
podem ser necessários estudos específicos com relação à sincronia entre alguns
processos, como, por exemplo, entre os processos de elevação de alvenaria e
montagem de lajes. Nestes casos, utiliza-se o Diagrama de Sincronia.

Dimensionamento da Capacidade dos Recursos de Produção

Com base no estudo dos fluxos de trabalho no empreendimento e dos dados do pré-
dimensionamento da capacidade dos recursos realizado na primeira etapa, é possível
dimensionar a necessidade de capacidade dos recursos de produção para a
consecução do empreendimento.

A partir da linha de balanço elaborada para a execução do empreendimento, elabora-


se um diagrama de seqüenciamento das atividades das equipes de produção, com
base no qual é possível determinar o número de equipes necessárias para a execução
de cada processo, já que, na ocorrência de execução de uma mesma atividade no
mesmo momento em mais de uma locação, torna-se necessário alocar outra equipe
de produção. Assim, a partir do número de equipes e da sua composição, é possível
estabelecer o volume de recursos necessário. Estas informações geradas quanto ao
volume de recursos (mão-de-obra e equipamentos) necessários foram representados
através de planilhas e histogramas de recursos. A partir desta informação, são
realizadas análises que podem resultar na reprogramação de atividades devido à
necessidade de nivelamento dos recursos a um nível máximo disponível para o
empreendimento.

Identificação e Projeto de Processos Críticos

Embora tenha que ser dada atenção a todos os processos, alguns deles merecem
uma maior dedicação quanto a sua execução, buscando-se, através do seu projeto,
minimizar os efeitos negativos que estes possam vir a acarretar ao sistema de
produção. Esses processos, chamados processos críticos, são àqueles que
representam os gargalos de produção, ou seja, cuja capacidade individual limitam
(gargalos) ou possam vir a limitar (processos com restrição de capacidade) a
capacidade de produção do sistema como um todo. Por exemplo, em
empreendimentos habitacionais de interesse social o processo crítico pode ser
produção e montagem de lajes. Assim, ainda na fase de Projeto do Sistema de
Produção, deve-se buscar minimizar os efeitos negativos destes sobre o sistema como
um todo.

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O projeto de processo envolve, de forma geral, o estabelecimento das etapas que o


constituem e sua seqüência de execução, visando a produzir o produto com a
qualidade, quantidade e custo desejados (GAITHER; FRAZIER, 2002).

Nessa etapa pode-se fazer uso de uma série de ferramentas, dentre as quais
destacam-se: (a) estudo de layout e de capacidade do processo; (b) planilha de
definição da seqüência de execução do processo; e (c) planilha de avaliação de
capacidade versus demanda.

Interfaces

As primeiras decisões relativas ao Projeto do Sistema de Produção devem ser


idealmente tomadas ainda durante a elaboração de concepção do projeto, já que
algumas dessas decisões podem vir a influenciar o sistema de produção do
empreendimento e vice-versa, conforme indicado na figura 8.

Esta inter-relação ocorre em nível dos processos que compõem o sistema de


produção, desde a seleção de tecnologias e materiais a serem utilizados, passando
por considerações a respeito da cadeia de fornecedores, bem como a eficiência dos
processos, tendo em vista que muitas decisões de projeto podem influenciar os
processos em termos de viabilidade técnica, prazo e custo de execução.

Algumas decisões relacionadas ao Projeto do Produto podem influenciar a tomada de


decisão na etapa do Projeto do Sistema de Produção. Por exemplo, na definição do
plano de ataque do empreendimento, em função da configuração das unidades
habitacionais, pode ocorrer dificuldade em segmentar a obra, visando à redução dos
lotes de produção e dos tempos de ciclo. Outro exemplo, é a necessidade de seleção
de equipamento com capacidade não prevista devido às restrições de posicionamento
dos prédios, que pode gerar aumento do custo de locação previsto anteriormente para
o equipamento.

Dessa forma, é importante considerar a gestão integrada entre o projeto do produto e


o projeto dos processos de execução, visando a assegurar, ainda na fase de projeto, a
utilização de “mecanismos” que possam vir a facilitar a produção do empreendimento.

Ferramentas do Projeto do Sistema de Produção

O quadro 1 apresenta o resumo das principais ferramentas utilizadas em cada uma


das etapas do Projeto do Sistema de Produção.

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Quadro 2 Ferramentas utilizadas no Projeto do Sistema de Produção

Foco Etapas Ferramenta ou técnica Informações Necessárias Envolvidos


ƒ Tecnologias construtivas
Definição da ƒ Diagrama de Precedência ƒ Precedências entre processos
Unidade-base

seqüência de
execução e dos ƒ Planilha de pré- ƒ Disponibilidade de recursos de produção
recursos de dimensionamento dos recursos
de produção ƒ Duração dos processos
produção
ƒ Decisões de fazer ou comprar

Estudo dos fluxos ƒ Seqüência de execução


ƒ Linha de Balanço
de trabalho ƒ Ritmos de produção

Equipe de Produção do Empreendimento


ƒ Número de frentes de trabalho simultâneas
ƒ Necessidade de sincronização entre
Definição da processos
ƒ Plano de Ataque do
Estratégia de
Empreendimento ƒ Capacidade preliminar de produção dos
execução
processos
ƒ Análise de viabilidade financeira
ƒ Fluxos de trabalho da unidade-base
ƒ Linha de Balanço
Empreendimento

Estudo dos fluxos


ƒ Plano de ataque do Empreendimento
de trabalho ƒ Diagrama de Sincronia
ƒ Ritmos de produção
Dimensionamento ƒ Fluxo de trabalho do empreendimento
da capacidade dos ƒ Diagrama de Seqüenciamento
equipamentos e ƒ Necessidade de mão-de-obra e
ƒ Histograma de Recursos
mão-de-obra equipamentos dos processos

ƒ Estudo de Layout e de
ƒ Demandas do empreendimento
Capacidade do Processo
ƒ Capacidade de produção dos processos
Identificação e ƒ Planilha de Definição da
projeto dos Seqüência de Execução do ƒ Tecnologias empregadas
processos críticos Processo
ƒ Capacidade dos fornecedores
ƒ Planilha de Avaliação da
ƒ Equipamentos empregados
Capacidade versus Demanda

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PLANILHA DE PRÉ-DIMENSIONAMENTO DOS RECURSOS DE


PRODUÇÃO

OBJETIVO
O objetivo dessa ferramenta é registrar os dados provenientes das discussões relativas ao pré-
dimensionamento dos recursos de produção (equipes e equipamentos) utilizados na execução
do empreendimento.

COLETA DOS DADOS


Os dados necessários ao seu preenchimento são oriundos, principalmente, da experiência
anterior da equipe responsável pela elaboração do PSP, podendo ser necessário a coleta de
dados externos, oriundos dos subcontratados, no caso de serviços, ou de fornecedores e
fabricantes, no caso de equipamentos. Há, ainda, a possibilidade de coletar informações
necessárias a partir da prototipagem de elementos construtivos ou processos, em função do
desconhecimento destes por parte da equipe envolvida.

PLANILHA
As principais informações registradas nesta planilha dizem respeito a:
a) identificação de cada atividade;
b) recursos necessários, em termos de mão-de-obra e equipamentos;
c) tempo de ciclo, ou seja, o tempo de conclusão de uma unidade repetitiva;
d) tamanho do lote de transferência, relacionado ao lote que será executado pela equipe de
cada vez, antes desta mover-se para a execução do próximo lote;
e) atividades precedentes à execução da atividade em questão.
Entretanto, em função de características peculiares do empreendimento, pode ser necessário a
inclusão de outras informação consideradas relevantes.

EXEMPLO PRÁTICO
A planilha a seguir exemplifica o uso da ferramenta na elaboração do PSP em um
empreendimento de interesse social. Neste caso, esta planilha diz respeito a execução de
unidades habitacionais unifamiliares com dois pavimentos (sobrados).

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DIAGRAMA DE PRECEDÊNCIA

OBJETIVO
O objetivo dessa ferramenta é representar graficamente a seqüência de execução da unidade-
base, permitindo uma melhor visualização dos diversos processos que compõem o sistema de
produção do empreendimento, sua seqüência e inter-relacionamentos.

COLETA DOS DADOS


Os dados necessários ao seu preenchimento são oriundos, da planilha de pré-
dimensionamento da capacidade dos recursos de produção, e são geradas geralmente em
função da experiência da equipe de produção e de restrições técnicas.

DIAGRAMA
O diagrama de precedência utilizado no PSP utiliza uma lógica de atividades nos nós e setas
indicando seu inter-relacionamentos. Não foram, entretanto, assinaladas nos nós as durações
das atividades podem sê-lo feito se necessário.
O diagrama de precedência é uma ferramenta bastante útil para a elaboração posterior da linha
de balanço.

EXEMPLO PRÁTICO
A planilha a seguir exemplifica o uso da ferramenta na elaboração do PSP em um
empreendimento de interesse social. No caso específico, este diagrama refere-se à execução
de um bloco de edifício com quatro pavimentos e quatro unidades habitacionais (apartamentos)
por pavimento. Assim cada atividade é representada em um quadro (nó), enquanto as relações
de precedência são representadas pelas setas ligando estas atividades.

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LINHA DE BALANÇO (ESTUDO DO FLUXO DE TRABALHO NA


UNIDADE-BASE)

OBJETIVO
O objetivo dessa ferramenta é, através de uma representação gráfica, visualizar as trajetórias
das equipes de produção na execução da unidade-base do empreendimento, percebendo
possíveis interferências entre equipes que provocariam a interrupção do fluxo de trabalho.

COLETA DOS DADOS


Os dados necessários ao seu preenchimento são oriundos, da planilha de pré-
dimensionamento da capacidade dos recursos de produção e do diagrama de precedência
anteriormente elaborados.

DIAGRAMA
A Linha de Balanço tem a característica de fornecer, de forma gráfica e de fácil compreensão,
as trajetórias, os ritmos de produção e informações da duração de cada atividade de forma
isolada e da execução da unidade-base como um todo.
A linha de balanço é representada graficamente por um diagrama espaço versus tempo, em
que o eixo das abscissas mostra os tempos e o eixo das ordenadas os espaços. Os pontos
representados neste sistema cartesiano medem a taxa de progresso no tempo (ritmo) das
equipes de trabalho. Essa técnica apresenta vantagens em empreendimentos que tem
atividades repetitivas, como é o caso dos habitacionais de interesse social.
Dentre as principais vantagens destacam-se: (a) simplicidade de elaboração e aplicação; (b)
fácil interpretação visual (gráfica); (c) avaliar a utilização contínua dos recursos; (d) visualização
das dependências entre as atividades, e por fim, (e) visualização do andamento do
empreendimento
Numa forma mais detalhada, a linha de balanço pode fornecer informações relativas à qual
recurso (equipe ou equipamento) executará que atividade e quando e onde essa atividade será
executada.
Dessa forma, a linha de balanço permite visualizar, além possíveis interferências entre as
equipes, oportunidades de redução no tempo de ciclo de produção, a partir da consideração de
atividades que podem vir a ser executadas em paralelo.

EXEMPLO PRÁTICO
A planilha a seguir exemplifica o uso da ferramenta na elaboração do PSP em um
empreendimento de interesse social. Neste caso a linha de balanço foi utilizada para o estudo
do fluxo de trabalho para a execução de um bloco de edifício com cinco pavimentos e quatro
apartamentos por pavimento. As divisões das linhas representam o pavimento no qual a
atividade será realizada (incluindo além dos cinco pavimentos as fundações e a cobertura),
enquanto que as divisões das colunas representam os dias nos quais aquelas atividades
deverão ser executadas. Cada atividade é representada por uma cor, conforme a legenda
abaixo.

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PLANO DE ATAQUE

OBJETIVO
O objetivo dessa ferramenta é, através de uma representação gráfica, visualizar as trajetórias
das equipes de produção na execução da unidade-base do empreendimento, percebendo
possíveis interferências entre equipes que provocariam a interrupção do fluxo de trabalho.

COLETA DOS DADOS


Os dados necessários ao seu preenchimento são oriundos, da planilha de pré-
dimensionamento da capacidade dos recursos de produção e do diagrama de precedência
anteriormente elaborados.

DIAGRAMA
A Linha de Balanço tem a característica de fornecer, de forma gráfica e de fácil compreensão,
as trajetórias, os ritmos de produção e informações da duração de cada atividade de forma
isolada e da execução da unidade-base como um todo.
A linha de balanço é representada graficamente por um diagrama espaço versus tempo, em
que o eixo das abscissas mostra os tempos e o eixo das ordenadas os espaços. Os pontos
representados neste sistema cartesiano medem a taxa de progresso no tempo (ritmo) das
equipes de trabalho. Essa técnica apresenta vantagens em empreendimentos que tem
atividades repetitivas, como é o caso dos habitacionais de interesse social.
Dentre as principais vantagens destacam-se: (a) simplicidade de elaboração e aplicação; (b)
fácil interpretação visual (gráfica); (c) avaliar a utilização contínua dos recursos; (d) visualização
das dependências entre as atividades, e por fim, (e) visualização do andamento do
empreendimento
Numa forma mais detalhada, a linha de balanço pode fornecer informações relativas à qual
recurso (equipe ou equipamento) executará que atividade e quando e onde essa atividade será
executada.
Dessa forma, a linha de balanço permite visualizar, além possíveis interferências entre as
equipes, oportunidades de redução no tempo de ciclo de produção, a partir da consideração de
atividades que podem vir a ser executadas em paralelo.

EXEMPLO PRÁTICO
A planilha a seguir exemplifica o uso da ferramenta na elaboração do PSP em um
empreendimento de interesse social. Neste exemplo, a estratégia de ataque do
empreendimento é representada em duas dimensões. A primeira mostra a trajetória horizontal
de execução do empreendimento, através da sua representação em planta (abaixo na figura).
Já a segunda, diz respeito a trajetória vertical das equipes, representado esquematicamente
pela vista lateral dos blocos de edifícios com seus respectivos pavimentos. Note que, neste
exemplo, foi enfatizado a estratégia de execução das atividades de alvenaria e colocação de
lajes, cujas semanas de execução estão assinaladas nos respectivos pavimentos. Ainda pode-
se perceber que o empreendimento foi dividido em três frentes de trabalho demarcadas através
do uso de cores (cinza claro, cinza escuro e branco), cujo início de execução segue uma certa
seqüência previamente definida.

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LINHA DE BALANÇO E DIAGRAMA DE SINCRONIA (ESTUDO DOS


FLUXOS DE TRABALHO NO EMPREENDIMENTO)

OBJETIVOS
Assim como no estudo do fluxo de trabalho na unidade-base, o objetivo da utilização da Linha
de Balanço é, através de uma representação gráfica, visualizar as trajetórias das equipes de
produção na execução de suas atividades. Entretanto, neste caso, a ferramenta é utilizada para
o estudo relativo ao empreendimento como um todo, consolidando as informações originadas
no estudo do fluxo de trabalho nas unidades-base e da estratégia de ataque do
empreendimento, percebendo possíveis interferências entre equipes que provocariam a
interrupção do fluxo de trabalho.
Entretanto, dada a necessidade de estudos mais específicos relativos a alguns processos em
especial, pode ser utilizada a ferramenta denominada Diagrama de Sincronia. Esta ferramenta
permite visualizar a sincronização entre processos, possibilitando avaliar a continuidade do
fluxo de trabalho das equipes envolvidas que refletirá no tempo total de execução destes
processos.

COLETA DOS DADOS


Os dados necessários para a utilização de ambas as ferramentas são oriundos, basicamente,
do estudo do fluxo de trabalho na unidade-base do empreendimento e da estratégia de ataque
definida para o empreendimento, anteriormente elaborados.

DIAGRAMAS

LINHA DE BALANÇO
A utilização da Linha de Balanço para o estudo dos fluxos de trabalho do empreendimento,
parte dos mesmos pressupostos utilizados na sua elaboração para o estudo dos fluxos de
trabalho na unidade-base.
Entretanto, como neste caso a unidade de análise é o empreendimento, as linhas de balanço
de cada unidade-base são agora representadas e relacionadas em função da estratégia de
execução estabelecida para o empreendimento, fornecendo, de forma gráfica e de fácil
compreensão, as trajetórias, os ritmos de produção e a duração de cada atividade de forma
isolada e da execução de todo o empreendimento.
Novamente, numa forma mais detalhada, a linha de balanço pode fornecer informações
relativas à qual recurso (equipe ou equipamento) executará que atividade e quando e onde
essa atividade será executada, permitindo visualizar, além possíveis interferências entre as
equipes, oportunidades de redução no tempo de ciclo de produção, a partir da consideração de
atividades que podem vir a ser executadas em paralelo, bem como estimar o prazo total de
execução do empreendimento, ou a necessidade de alterações nos ritmos e seqüências
estabelecidas, em função da necessidade de compressão de prazo.

DIAGRAMA DE SINCRONIA
O Diagrama de Sincronia consiste em um Gráfico de Gantt no qual as linhas relacionam-se ao
local em que uma atividade é desenvolvida e as colunas ao momento em que estas serão
executadas. Da mesma forma do que na Linha de Balanço, as atividades são representadas
por caixas coloridas. Dessa forma, pode-se proceder a um estudo relacionado a sincronização
de processos específicos, geralmente dois ou três, com vistas ao estabelecimento de um fluxo
contínuo de trabalho. Os processos estudados com a utilização do Diagrama de Sincronia

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geralmente representam processos críticos, cuja sincronização é importante para a


manutenção do prazo final de execução.

EXEMPLOS PRÁTICOS

LINHA DE BALANÇO
A Linha de Banco a seguir exemplifica o uso da ferramenta na elaboração do PSP em um
empreendimento de interesse social. Neste caso a Linha de Balanço foi utilizada para o estudo
do fluxo de trabalho para a execução de um empreendimento composto por 10 blocos de
edifícios com cinco pavimentos. As divisões das linhas representam o pavimento no qual a
atividade será realizada (incluindo além dos cinco pavimentos as fundações e a cobertura) que
foram agrupadas por cada um dos 10 blocos, enquanto as divisões das colunas representam os
dias nos quais aquelas atividades deverão ser executadas. Cada atividade é representada por
uma cor, conforme a legenda abaixo.

DIAGRAMA DE SINCRONIA
O Diagrama de Sincronia a seguir exemplifica o uso dessa ferramenta na elaboração do PSP.
O exemplo mostra o estudo de sincronização entre os processos de elevação de alvenaria (em
cinza claro) e montagem de lajes (em cinza escuro) em um empreendimento formado por oito
conjuntos de sobrados, num total de 160 unidades habitacionais.

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DIAGRAMA DE SEQÜENCIAMENTO DAS ATIVIDADES E HISTOGRAMA


DE RECURSOS (DIMENSIONAMENTO DA CAPACIDADE DOS
RECURSOS DE PRODUÇÃO)

OBJETIVOS
O objetivo do Diagrama de Seqüenciamento de atividades é permitir dimensionar o volume de
recursos de produção (equipes e equipamentos) para a execução do empreendimento,
avaliando sua disponibilidade e a eventual necessidade de revisão das decisões tomadas
anteriormente frente a limitações na disponibilidade dos recursos de produção necessários.
A partir do Diagrama de Seqüenciamento das Atividades torna-se possível determinar o número
de equipes necessárias para a execução de cada processo em separado e de todos estes de
forma consolidada, considerando que na ocorrência de execução de uma mesma atividade ao
mesmo momento em mais de um local, torna-se necessário alocar outra equipe de produção.
Além disso, esta ferramenta permite analisar o fluxo de trabalho de cada equipe, determinando
os momentos de mobilização e desmobilização destas, podendo gerar decisões considerando a
aceleração do ritmo de trabalho, através do aumento da capacidade das equipes ou aumento
no número de equipes, ou desaceleração, através da redução das equipes ou do número
destas.
Já o Histograma de Recursos é uma ferramenta gráfica que tem por objetivo apresentar de
maneira clara a evolução do volume de recursos utilizado ao longo da execução, podendo ser
utilizado como referência para a avaliação da execução, com relação aos recursos realmente
utilizados frente aos planejados.

COLETA DOS DADOS


Com base no estudo dos fluxos de trabalho no empreendimento e dos dados do pré-
dimensionamento da capacidade dos recursos realizados anteriormente, torna-se possível
dimensionar a necessidade de capacidade dos recursos de produção para a consecução do
empreendimento a partir do estabelecimento do número de equipes e equipamentos
necessários, em função das atividades que serão desenvolvidas simultaneamente no canteiro
ao longo da obra.

DIAGRAMAS

DIAGRAMA DE SEQÜENCIAMENTO DAS ATIVIDADES


No Diagrama de Seqüenciamento das Atividades cada linha refere-se a uma equipe de
trabalho, agrupadas pelo processo sendo executado (alvenaria, estrutura, esquadrias, por
exemplo), enquanto as colunas referem-se ao tempo de execução. A partir das informações da
Linha de Balanço utilizada no estudo dos fluxos de trabalho no empreendimento pode-se
preencher a planilha considerando que a realização de uma mesma atividade simultaneamente
em dois ou mais locais torna necessária a alocação de uma nova equipe de produção para a
sua consecução.

HISTOGRAMA DE RECURSOS
O Histograma de Recursos consolida de forma gráfica o volume dos recursos de produção que
serão utilizados ao longo de todo o empreendimento. Podem ser gerados histogramas
individuais, para cada atividade, ou globais, agregando todos os recursos empregados
(geralmente em termos de mão-de-obra). Esta ferramenta pode ser ainda utilizada como
ferramenta de controle com relação aos recursos efetivamente utilizados ao longo da obra.

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EXEMPLOS PRÁTICOS
O exemplo a seguir, ilustra um Diagrama de Seqüenciamento de Atividades utilizado no PSP
de um empreendimento habitacional. Neste são determinadas as equipes, por
especialidade,utilizadas na execução do empreendimento.
A partir destes dados e do pré-dimensionamento das equipes de produção foi gerado um
Histograma de Recursos que demonstra o volume de mão-de-obra utilizado no
empreendimento.

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ESTUDO DE LAYOUT E DE CAPACIDADE DO PROCESSO, PLANILHA


DE DEFINIÇÃO DA SEQÜÊNCIA DE EXECUÇÃO DO PROCESSO E
PLANILHA DE AVALIAÇÃO DA CAPACIDADE VERSUS DEMANDA
(PROJETO DE PROCESSOS CRÍTICOS)
As ferramentas aqui descritas foram utilizadas nos estudos que embasaram o desenvolvimento
do Modelo de Projeto do Sistema de Produção proposto. Embora sejam de certa forma
particulares aos casos estudados sua descrição pretende apresentar algumas preocupações
pertinentes a etapa de identificação e projeto de processos críticos. Assim estas ferramentas
dizem respeito ao projeto de um processo de pré-fabricação de lajes que, no empreendimento
sob estudo, foi identificado com um processo crítico daquele sistema de produção.

OBJETIVOS
O Estudo de Layout e de Capacidade do Processo permite estabelecer a capacidade de
produção de uma determinada instalação ou determinar as dimensões necessárias desta no
caso da sua construção para este fim específico. Esta, por sua vez, deve ser desenvolvida em
conjunto com a Planilha de Definição da Seqüência de Processo, já que há uma série de
informações interdependentes.
O objetivo da Planilha de Definição da Seqüência de Execução do Processo é o de estabelecer
a melhor seqüência de execução do processo sob estudo de forma a maximizar sua
capacidade de produção, fornecendo informações quanto à capacidade e disponibilidade diária
de produção para atender à demanda do empreendimento.
Já a Planilha de Avaliação de Capacidade versus Demanda permite de forma bastante
transparente perceber se a capacidade de produção proveniente dos estudos anteriores é
suficiente para atender a demanda do empreendimento com base no ritmo de produção e na
estratégia de execução previamente definidos. Pode-se ainda prever a formação de um
estoque de segurança que permita a manutenção do fluxo contínuo dos processos
dependentes, protegendo a produção da variabilidade comum nos processos produtivos.

DIAGRAMAS

ESTUDO DE LAYOUT E DE CAPACIDADE DO PROCESSO


O Estudo de Layout do Processo é realizado utilizando a planta da instalação existente ou
através da elaboração da planta desta. A partir da sua elaboração determina-se a disposição
das peças que serão produzidas, bem como a localização das instalações necessária ao apoio
do processo. Devem ainda ser previstos os acessos necessários aos equipamentos, como
caminhões e guindastes, por exemplo. A partir desta definição do layout do processo pode-se
estabelecer a capacidade inicial de produção do processo, que serve de informação de entrada
para a definição da seqüência de execução do processo sob estudo.

PLANILHA DE DEFINIÇÃO DA SEQÜÊNCIA DE EXECUÇÃO DO PROCESSO


A Planilha de Definição da Seqüência de Execução do Processo registra as diferentes etapas
de execução que compõem a sua execução permitindo estabelecer os ciclos de produção em
uma base diária, semanal ou mensal. Desta forma pode-se avaliar além da disponibilidade de
elementos para a execução o balanceamento da utilização dos recursos (equipamentos, por
exemplo) envolvidos na sua produção, buscando também estabelecer um fluxo de trabalho
constante e baseado na capacidade produtiva destes. Desta forma esta ferramenta consiste na
distribuição das diferentes etapas que constituem o processo ao longo do tempo, com base nos
tempos de ciclo estabelecidos pela equipe de produção.

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PLANILHA DE AVALIAÇÃO DA CAPACIDADE VERSUS DEMANDA


A Planilha de Avaliação de Capacidade versus Demanda é elaborada a partir da comparação
da capacidade acumulada de produção do processo e da demanda acumulada do
empreendimento. A partir desta comparação pode-se estabelecer a existência de estoques ou a
escassez de produção que poderá vir a ocasionar o atraso ou a paralisação do
empreendimento. De uma forma mais simples, a partir da planilha gerada pode-se gerar um
gráfico que permite visualizar facilmente as informações.
Outra utilidade da planilha é a sua utilização para controle da execução, já que é possível
avaliar em tempo real as conseqüências que atrasos ou acelerações no ritmo de produção de
processos podem acarretar na capacidade do processo em questão em responder à demanda
gerada.

EXEMPLOS PRÁTICOS
Os exemplos a seguir ilustram a utilização das ferramentas na elaboração do PSP de um
empreendimento habitacional. Neste caso, o processo sob estudo é o processo de pré-
fabricação de lajes.
O Estudo de Layout e Capacidade de Processo ilustra a unidade de pré-fabricação de lajes do
empreendimento. Foi realizada uma avaliação de diversas possibilidades de disposição das
formas para a produção de vários tipos de lajes diferentes, das quais uma foi definida,
considerando a disposição que permitia o melhor aproveitamento do espaço, garantindo o
acesso aos equipamentos e as instalações de apoio necessárias.
A Planilha de Definição da Seqüência de Execução do Processo apresentada define, em uma
base semanal as diversas etapas que compõem o processo de pré-fabricação, dividindo a
unidade de produção em duas, de forma a permitir o balanceamento da capacidade dos
equipamento e equipes envolvidos. Desta forma pôde-se estabelecer a capacidade de
produção semanal do processo, bem como a disponibilidade de peças ao longo da mesma.
Já a Planilha de Avaliação da Capacidade versus Demanda permitiu avaliar se a capacidade de
produção determinada era suficiente para a demanda do empreendimento. O gráfico elaborado
a partir desses dados mostra a adequação da capacidade à demanda, com a formação de um
certo nível de estoque que poderia vir a ser gerenciado ao longo da execução.

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