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CONTROLE DE
PRODUÇÃO
Gisele Lozada
Sequenciamento
da produção
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
Introdução
A atividade de planejamento e controle é a função organizacional
responsável por planejar e orientar a produção, fornecendo os planos
que guiam o desempenho e o controle da atividade produtiva. Tal
função gerencial busca equilibrar a capacidade produtiva à demanda,
fazendo com que a operação produza o necessário para o atendê-la,
sem excessos ou faltas, de forma a garantir que o nível de produção
seja suficiente para suprir as necessidades dos clientes. Nesse contexto,
é preciso definir o que, quanto, onde, como e quando produzir, o que é
determinado pela utilização de um conjunto de mecanismos, incluindo
o sequenciamento da produção.
Neste capítulo, você vai estudar o que é e como é estabelecido o
sequenciamento da produção, e como isso acontece nos diferentes tipos
de processos produtivos, como produção de lotes, em massa, contínua e
por projeto, e ainda verá exemplos práticos que demonstram a solução
de problemas de sequenciamento de produção.
2 Sequenciamento da produção
cumprir os prazos;
reduzir o prazo de atendimento;
reduzir o prazo e os custos de preparação;
diminuir o estoque de material em processo;
aumentar o nível de utilização das máquinas e mão-de-obra.
Tipo de
processo Características de produção Sequenciamento
Leia mais sobre sequenciamento para processos em lotes e por projetos, incluindo a
técnica Pert/COM, na obra Técnicas de planejamento, programação e controle da produção
e introdução à programação linear (BEZERRA, 2014).
importante (ou que tenha sido prejudicado por algum problema na condução
das atividades) seja processado antes que os outros, independentemente da
ordem de chegada desse cliente ou item. Essa abordagem é tipicamente usada
por operações cuja base de clientes é dispersa, formada por uma massa de
pequenos clientes e alguns deles muito grandes e importantes. Um exemplo
disso são os serviços de emergência, que geralmente precisam usar o discer-
nimento para priorizar a urgência do serviço solicitado. Entretanto, é preciso
atenção, pois o sequenciamento prioritário de clientes, embora forneça alto
nível de serviço a alguns, pode prejudicar o serviço prestado a muitos outros.
Isso pode deteriorar o desempenho global da operação se os fluxos de trabalho
forem constantemente interrompidos para acomodar clientes importantes.
Frente ao exposto até aqui, é possível compreender que diversos são os
aspectos e fatores normalmente envolvidos na condução das operações produ-
tivas, e que precisam ser considerados nas decisões de sequenciamento, dando
margem à existência de diferentes regras de priorização. Isso posto, é chegado
o momento de aprofundar o estudo das regras de priorização propriamente
ditas e analisar como elas lidam com os vários aspectos envolvidos em cada
diferente situação. Antes de mais nada, cabe destacar que nem todas as regras
são aplicáveis a todas as situações, assim como não há uma ordem única ou
genérica para sua aplicação, afinal, os diversos fatores envolvidos, como foco
das regras e disposição das máquinas, podem ser combinados de formas muito
variadas, gerando uma infinidade de cenários. Por isso, as regras devem ser
utilizadas de forma “livre”, de acordo com a necessidade de cada contexto.
Embora existam diversas regras de priorização, vamos destacar a seguir as
mais utilizadas, cabendo salientar que elas podem ser aplicadas tanto de forma
individual quanto de forma combinada (JACOBS; CHASE, 2012; SLACK;
BRANDON-JONES; JOHNSTON, 2018):
Data devida (DD): também conhecida como earliest due date (EDD,
ou data de entrega mais próxima), consiste em sequenciar as atividades
de acordo com o momento em que cada uma “deve” ser entregue,
independentemente do tamanho de cada trabalho ou da importância
de cada cliente. Este tipo de sequenciamento geralmente melhora a
confiabilidade e a velocidade média da entrega. Entretanto, pode não
fornecer produtividade ideal, uma vez que um sequenciamento mais
eficiente do trabalho pode reduzir o custo total. Todavia, pode ser
flexível quando da entrada de um novo trabalho urgente. Exemplo:
serviços de impressão, em que o cliente costuma indagar sobre o prazo
de entrega das cópias.
10 Sequenciamento da produção
Trabalho TP DD
A 5 14
B 8 9
C 2 10
D 4 20
E 1 7
Quadro 3. Trabalhos e seus respectivos tempos TE, TT a AT, segundo a regra PEPS
Trabalho TP DD TE TT AT
A 5 14 0 5 0
B 8 9 5 13 4
C 2 10 13 15 5
D 4 20 15 19 0
E 1 7 19 20 13
Totais 52 72 22
Médias 10,4 14,4 4,4
Trabalho TP DD TE TT AT
E 1 7 0 1 0
C 2 10 1 3 0
D 4 20 3 7 0
A 5 14 7 12 0
B 8 9 12 20 11
Totais 23 43 11
PEPS MTP
Nº de pedidos 3 1
em atraso
Trabalho TP DD TE TT AT
E 1 7 0 1 0
B 8 9 1 9 0
C 2 10 9 11 1
A 5 14 11 16 2
D 4 20 16 20 0
Totais 37 57 3
PEPS MTP DD
Nº de pedidos em atraso 3 1 2
1 8 4
2 3 9
3 10 2
4 6 9
Máquina 1 Máquina 2
Tempo ocioso
em função
TP indi- TP TP indi- do proces- TP
Sequência vidual sequencial vidual samento na sequencial
do trabalho (horas) (horas) (horas) máquina 1 (horas)
1 8 0+8=8 4 8 8 + 4 = 12
2 3 8 + 3 = 11 9 — 12 + 9 = 21
3 10 11 + 10 2 4 21 + 2 +
= 21 4 = 27
4 6 21 + 6 = 27 9 — 27 + 9
= 36
27 24
Leituras recomendadas
MOREIRA, D. A. Administração da produção e operações, 2. ed. São Paulo: Cengage
Learning, 2008.
TUBINO, D. F. Planejamento e controle da produção: teoria e prática. 3. ed. São Paulo:
Atlas, 2017.
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