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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS

Campus Montes Claros


Curso de Graduação em Administração

ESTUDO DIRIGIDO 7 - Entrega até as 19 horas do dia 09/11 (quinta-feira) na aba da semana 13 do Moodle
DISCIPLINA Administração da Produção e Operações CÓDIGO ICA 161
PROFESSOR Giovanni Campos Fonseca PERÍODO 4º
A natureza do planejamento e controle (capítulo 10)
REFERÊNCIA
SLACK, N. et al. Administração da produção. 3 ed. São Paulo: Atlas, 2009. p. 281-312.
ACADÊMICO (A) Cesar Augusto Meira de Sampaio

1. Planejamento e controle estão relacionados ao gerenciamento da produção para satisfazer a demanda


dos consumidores. Nesse sentido, o que significa conciliar “suprimento” e “demanda”?
Resposta: Conciliar "suprimento" e "demanda" no contexto do planejamento e controle da produção
significa assegurar que a quantidade de produtos a serem produzidos (demanda) seja compatível com
a disponibilidade de recursos e matérias-primas (suprimento) necessários para atender a essa demanda
de maneira eficiente e econômica. Isso envolve prever com precisão as necessidades futuras,
dimensionar a produção, gerenciar estoques de forma adequada e coordenar as operações para evitar
escassez ou excesso de produtos, garantindo assim a satisfação dos consumidores e o equilíbrio entre
oferta e procura. Esse equilíbrio é essencial para otimizar os custos de produção, minimizar
desperdícios e maximizar a lucratividade da empresa.

2. O que se entende por “planejamento” e o que se entende por “controle”?


Resposta: No contexto de gestão e produção, o "planejamento" refere-se à atividade de estabelecer
metas, objetivos, estratégias e ações necessárias para atingir determinados resultados desejados.
Envolve a antecipação de cenários futuros, alocação de recursos e a definição de um plano de ação.
Por outro lado, o "controle" envolve o acompanhamento e a supervisão das operações em andamento
para assegurar que elas estejam alinhadas com o que foi planejado. Isso inclui a coleta de dados, a
comparação com os padrões estabelecidos no planejamento e a tomada de medidas corretivas, se
necessário, para garantir que a execução esteja de acordo com os objetivos estabelecidos no
planejamento. Juntos, o planejamento e o controle constituem um processo cíclico e contínuo que visa
garantir a eficiência e a eficácia das operações e a realização dos objetivos organizacionais.

3. Descreva como a natureza do planejamento e controle muda com o decorrer do tempo, considerando:
a) Longo prazo; b) Médio prazo; e c) Curto prazo.
Resposta:
a) No longo prazo, o planejamento assume um caráter estratégico e abrangente. As decisões
estratégicas de alto nível, como a definição de metas de crescimento, entrada em novos mercados,
desenvolvimento de novos produtos e a alocação de recursos a longo prazo, são prioridades. O controle,
nesse contexto, foca na avaliação do progresso em direção a essas metas estratégicas e na adaptação
de estratégias se necessário, mas a ação corretiva pode ser mais limitada, visto que o tempo de resposta
é mais extenso.

b) No médio prazo, o planejamento concentra-se em traduzir a estratégia em planos táticos e


operacionais mais concretos. Decisões relacionadas à gestão de recursos, como contratação de pessoal,
expansão de instalações e aquisição de ativos de médio prazo, ganham importância. O controle começa
a se tornar mais detalhado, monitorando o progresso em relação aos planos táticos e fazendo ajustes
quando os resultados começam a divergir dos objetivos estabelecidos.
c) No curto prazo, o planejamento envolve principalmente a elaboração de planos operacionais
detalhados, como programação da produção, gestão de estoques e alocação diária de recursos. O
controle se torna mais imediato e minucioso, focando na supervisão das atividades diárias para garantir
que os processos operacionais estejam alinhados com os planos estabelecidos e que metas de curto
prazo, como metas de produção diária, sejam atingidas. Ações corretivas são tomadas rapidamente para
resolver desvios e manter a eficiência operacional.

4. Detalhe os efeitos da relação entre “variedade” e “volume” no planejamento e controle em duas


situações: a) Escritório de arquitetura; e b) Usina de geração de eletricidade.
Resposta:
a) Em um escritório de arquitetura, a relação entre "variedade" e "volume" desempenha um papel
crucial no planejamento e controle. A variedade refere-se à diversidade de projetos arquitetônicos,
enquanto o volume se relaciona à quantidade de projetos em andamento. Quando a variedade é alta,
com projetos altamente personalizados e únicos, o planejamento pode ser desafiador, pois cada projeto
requer atenção individualizada e especializada, levando a uma abordagem mais flexível e criativa. O
controle envolve a gestão de prazos e recursos para garantir a entrega de projetos de alta qualidade. Em
contrapartida, quando o volume é alto, com muitos projetos semelhantes, o planejamento pode ser mais
padronizado, favorecendo a eficiência e a produção em massa. O controle se concentra na otimização
dos processos e na alocação eficaz de recursos para atender à demanda. A capacidade de adaptar o
planejamento e controle de acordo com a relação entre variedade e volume é essencial para a eficácia
do escritório de arquitetura.

b) Em uma usina de geração de eletricidade, a relação entre variedade e volume também é relevante.
A variedade refere-se à diversidade de fontes de energia (por exemplo, solar, eólica, térmica,
hidrelétrica) e métodos de geração, enquanto o volume se relaciona à quantidade de energia produzida.
Quando a variedade é alta, com várias fontes de energia, o planejamento deve levar em consideração a
disponibilidade variável dessas fontes e as características específicas de cada uma. O controle envolve
a gestão da distribuição de energia para manter a estabilidade da rede elétrica. Em contrapartida,
quando o volume é alto, como em uma usina de geração de energia térmica, o planejamento pode ser
mais previsível e baseado em rotinas de manutenção. O controle se concentra na regulagem eficiente
da produção para atender à demanda. A adaptação do planejamento e controle de acordo com a relação
entre variedade e volume é fundamental para garantir um fornecimento confiável de eletricidade.

5. Conceitue “demanda dependente” e “demanda independente”. Dê exemplos de organizações que lidam


com cada tipo de demanda.
Resposta:
Demanda Dependente: A demanda dependente refere-se à demanda por um produto que está
diretamente relacionada a outra demanda, geralmente por um item pai ou componente. Isso significa
que a quantidade necessária de um item dependente é determinada pela demanda por um item principal.
Um exemplo comum é o uso de peças de reposição em uma oficina de manutenção, onde a quantidade
de peças de reposição é dependente da demanda por máquinas específicas. Empresas de manufatura,
especialmente aquelas que utilizam sistemas de produção just-in-time, frequentemente lidam com
demanda dependente.

Demanda Independente: A demanda independente, por outro lado, refere-se à demanda por produtos
que não estão diretamente relacionados a outras demandas. Essa demanda geralmente é influenciada
por fatores externos, como as preferências dos consumidores e sazonalidade. Por exemplo, uma loja
de varejo de roupas experimentará demanda independente por diversos itens de vestuário, uma vez que
a demanda por camisetas não está diretamente relacionada à demanda por calças. Empresas de varejo,
distribuição e setores de bens de consumo geralmente lidam com a demanda independente.

6. Reproduza a figura 10.4 (página 290) e caracterize cada uma das quatro possibilidades apresentadas
para a razão P:D que são: a) Produzir para estocar; b) Produzir parcialmente para estocar; c) Produzir
por encomenda; e d) Obter recursos por encomenda. Acrescente à caracterização nomes e setores de
atuação de três empresas que utilizem cada uma das quatro estratégias acima.

7. Caracterizar as possibilidades de “sequenciamento da produção”.

Resposta: O sequenciamento da produção envolve diversas abordagens, cada uma com características
e aplicações específicas. Pode ser realizado por ordem de chegada, prioridade, lotes, linha de
montagem, datas de entrega, capacidade de recursos ou por meio de algoritmos de otimização. A
escolha do método depende das necessidades da operação e dos objetivos organizacionais, levando em
consideração fatores como prioridade, eficiência, flexibilidade e entrega pontual. Cada abordagem
possui vantagens e desvantagens, e a decisão sobre qual usar é influenciada pela natureza da produção,
recursos disponíveis e metas de desempenho da empresa.

8. Descrever e diferenciar os tipos de “carregamento”: a) Finito e b) Infinito.


Resposta:
a) O carregamento finito é uma abordagem de programação da produção que se baseia na capacidade
de produção real da fábrica. Nesse método, os trabalhos são programados levando em consideração a
capacidade disponível, ou seja, não são programados mais trabalhos do que a fábrica pode efetivamente
produzir em um determinado período. Isso pode resultar em uma programação mais realista,
priorizando a utilização eficiente dos recursos e evitando sobrecarregar a capacidade da produção. O
carregamento finito é particularmente útil em situações em que a capacidade é limitada e precisa ser
gerenciada de forma cuidadosa para evitar atrasos.

b) O carregamento infinito, por outro lado, assume que a capacidade de produção é praticamente
ilimitada e não impõe restrições à programação dos trabalhos. Nesse método, os trabalhos são
programados independentemente das limitações de capacidade da fábrica, o que pode levar a
sobrecargas e gargalos de produção, especialmente em momentos de alta demanda. Embora o
carregamento infinito possa resultar em maior eficiência em alguns casos, ele não leva em consideração
as limitações reais da capacidade e pode resultar em atrasos e problemas de programação quando a
capacidade não é verdadeiramente infinita. Geralmente é mais adequado para cenários em que a
capacidade excede substancialmente a demanda.

9. Cite e caracterize os instrumentos utilizados para a “programação da produção”.

10. O que se entende por dois dos principais sistemas de “controle da produção”, a saber: a) Empurrado; e
b) Puxado.

Resposta: a) O sistema "empurrado" (push) é um método de controle da produção em que os produtos


são fabricados com base em previsões, programações ou estimativas de demanda futura. A produção é
impulsionada por uma programação interna, e os produtos são empurrados para o mercado, mesmo que
a demanda real seja incerta. Esse sistema é vulnerável a estoques excessivos e ao desperdício de
recursos, uma vez que os produtos podem ser produzidos antes de serem efetivamente solicitados pelos
clientes. É comumente utilizado em ambientes onde a demanda é difícil de prever com precisão ou
onde a eficiência da produção é priorizada em relação à adaptação à demanda flutuante.

b) No sistema "puxado" (pull), a produção é acionada pela demanda real dos clientes. Os produtos são
fabricados apenas quando há uma ordem do cliente ou uma necessidade real identificada. Isso evita a
superprodução, minimiza estoques em excesso e reduz o desperdício, uma vez que a produção é
direcionada pelo mercado. O sistema puxado é frequentemente associado a conceitos como Kanban e
Just-in-Time (JIT), que enfatizam a produção sob demanda para melhor atender às necessidades dos
clientes e melhorar a eficiência operacional. É amplamente adotado em ambientes onde a demanda
pode variar e é importante evitar estoques não vendáveis.

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