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Movimentos Consumidores

Fundamentos de Análise Sociológica


Conceito
▪ Os movimentos de consumidores
são fenômenos observados no
Brasil e no mundo desde meados do
século XIX e são uma importante
fonte para análises da ação coletiva.

▪ Este tema dos movimentos sociais


alcançou um desenvolvimento
significativo na literatura sociológica
e, com maior vigor, desde a década
de 1960.
Origem

O movimento cooperativista dos consumidores O movimento cooperativista dos consumidores


nasceu do pensamento liberalista de que as nasceu da evolução destas correntes de
escolhas individuais pensamento, apresentando-se atualmente com
e racionais dos consumidores têm uma iniciativas como o consumo ético ou o comércio
influência decisiva sobre o sistema económico. justo. (Vitor Nogueira e Ana Miranda)
As suas origens remontam também aos O movimento social dos consumidores, em
movimentos utópicos ou reformistas nascidos termos globais, mais do que transformar o
no final do séc. XIX, de onde recolheu a ideia sistema, preocupou-se em reagir aos
do alcance de uma sociedade mais justa problemas e em proteger o consumidor, numa
através da abolição do lucro e dos intervenção institucional progressivamente
intermediários. mediatizada.
Linha do tempo e Síntese Histórica

Na Dinamarca, é Na Alemanha, surge


Nos EUA, é criada a
1929 Consumers
Research
1936 Nos EUA, é fundada
a Consumers Union 1947 criado o Conselho
Dinamarquês dos 1953 a Federação das
Uniões dos
Consumidores Consumidores

1953
Na Noruega, é criado
o Conselho dos
1953
Na Suécia, é criado o
Conselho Nacional
1960
É constituída a
IC 1960
É constituída a
IC
Consumidores de Consumo
Em países com sociedades civis fortes, as Os movimentos
associações de consumidores passaram a consumidores e os
integrar estruturas paritárias ou órgãos de
consulta, negociação e resolução de conflitos, riscos de comodismo
sem deixarem de atuar como grupo de financeiro
pressão, a nível nacional ou internacional.
Mas, em alguns casos, esta
institucionalização implicou também
crescente dependência financeira dos
Estados e uma discutível representatividade e
responsabilização política de algumas dessas
associações.
Os Consumidores e os Riscos
A crise provocada pela doença das vacas
loucas veio alarmar os consumidores sobre a
qualidade e os riscos para a saúde pública no
consumo alimentar.
Tratava-se de um produto considerado
essencial, relativamente ao qual operadores
económicos, instituições públicas e governos
tinham garantido total qualidade e segurança
Num curto espaço de tempo, seguiram-se a
contaminação de queijo por listeria em
França, a contaminação de frangos com
dioxinas na Bélgica e a polémica sobre os
perigos dos Organismos Geneticamente
Modificados (OGM)
Iniciativas Tomadas
As prioridades do debate da defesa do consumidor
foram, significativamente, alteradas passando a
constituir:

Temas essenciais como; a forma de produzir alimentos,


a segurança dos produtos (prazo de validade;
contaminação), a ligação do consumo às questões
ambientais.

De modo mais amplo, a busca para mudar o


comportamento das empresas diante da necessidade
de se prevenir quanto as estratégias de crescimento
económico empresariais que colocassem em risco a
saúde pública.

Em resposta a estas novas questões, os movimentos


dos consumidores têm vindo a reforçar
internacionalmente a sua influência institucional, com a
participação nos processos legislativos, a denúncia de
situações, a sensibilização e informação pública.
Críticas

Herdeiro tanto do liberalismo individualista


como de movimentos de emancipação
social, o movimento dos consumidores
nunca chegou a consolidar uma
identidade, refletindo tanto as
ambiguidades e limites que lhe estão na
origem, como a influência dos poderes
político e económico.

Do liberalismo recebeu a ilusão de que as


escolhas individuais e racionais dos
consumidores teriam influência decisiva
sobre o sistema económico.
Dúvidas?

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