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UNIVERSIDADE DE PERNAMBUCO

ESCOLA POLITÉCNICA DE PERNAMBUCO


ENGENHARIA CIVIL
MECÂNICA DOS SOLOS 1

KEVEN COSTNER PEREIRA SOBRAL


DISCENTE

RELATÓRIO DO LABORATÓRIO DE MECÂNICA DOS SOLOS 1

RECIFE
2023
1

SUMÁRIO

1. ENSAIO DE LIMITE DE PLASTICIDADE ............................................................. 2


1.1. PRINCIPAIS
FUNÇÕES.........................................................................................4
1.2.FOTOS ILUSTRANDO O ENSAIO
.......................................................................5
2. ENSAIO DE COMPACTAÇÃO
................................................................................6
2.1. PRINCIPAIS FUNÇÕES.
.......................................................................................7
2.2.FOTOS ILUSTRANDO O
ENSAIO.......................................................................10
3. DENSIDADE IN
SITU................................................................................................12
3.1. PRINCIPAIS
FUNÇÕES........................................................................................13
3.2. FOTOS ILUSTRANDO O
ENSAIO......................................................................14
4. CISALHAMENTO
DIRETO......................................................................................15
4.1. PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS E APLICAÇÃO.......................................17
5.
PERMEABILIDADE..................................................................................................22
5.1. PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS E APLICAÇÃO.......................................23
5.2. FOTOS ILUSTRANDO O ENSAIO……………………….................................25
6.
ADENSAMENTO.......................................................................................................26
6.1. PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS E APLICAÇÃO .......................................29
7.
REFERÊNCIAS..........................................................................................................3
3
2

1. ENSAIO DE LIMITE DE PLASTICIDADE

Limite de Plasticidade (LP): É o valor de umidade na qual o solo passa do estado


plástico para o estado semi-sólido. É o limite no qual o solo começa a se quebrar
em pequenas peças, quando enrolado em bastões de 3 mm de diâmetro. Ou seja, é
o menor teor de umidade em que o solo se comporta plasticamente.

O limite de plasticidade é determinado através do ensaio descrito na NBR 7180 e


DNER 82/94 conforme DNER 041/94, que consiste em determinar a umidade em
que um corpo de prova quando moldado sobre uma placa de vidro na forma de um
cilindro de 3mm de diâmetro e 100mm de comprimento começa a fraturar.
A Figura 1 ilustra o ensaio.
3

Figura 1 – Ensaio NBR 7180. Fonte: http://www.torresgeotecnia.com.br/

Segundo a DNER 041/94 a amostra de solo deve ser passada na peneira #10
(2mm) e na peneira #40 (0,42mm). Cerca de 50g que resulta dessa separação é
utilizada no ensaio de limite de plasticidade.

Dessa forma, adiciona-se água na amostra e rola a massa com os dedos na placa
de vidro até que essa atinja o diâmetro de 3mm e comprimento de 100mm. Quando
isso ocorrer separa-se a amostra em 6 a 8 partes e amasse com os dedos até
atingir a forma de uma elipse. Repete-se novamente esse procedimento até que não
seja mais possível formar o cilindro com 3mm de diâmetro. Com isso, o material é
colocado num recipiente para pesagem e determinação do teor de umidade.

O ensaio deve ser repetido até que se encontrem 3 valores, sem variar mais do que
5%. Solos em que não são possível a formação do cilindro, geralmente solos muito
arenosos, são considerados como solos não plásticos.

Assim como ocorre no Limite de Liquidez, pode ser utilizado para determinar o limite
de plasticidade do ensaio de penetração do cone. Entretanto, para determinar o LP
é necessário utilizar um cone com massa de 2,35N.

Outro fator importante é o índice de plasticidade (IP). O IP consiste na diferença


entre o limite de liquidez e de limite de plasticidade.

A Tabela 1 indica as descrições conforme os índices de plasticidade.

Tabela 1 – Índices de Plasticidade


4

O valor de IP é fundamental para o gráfico de plasticidade de casagrande, o qual é


utilizado como base para o Sistema Unificado de Classificação dos Solos.

Para determinarmos o limite de plasticidade de uma amostra de solo é relativamente


simples.

Deve-se seguir as orientações de procedimento descritas na norma NBR


7180:2016. Aqui, vamos apresentar um resumo simplista do procedimento desse
ensaio:

1. Separar uma amostra de 10g desse solo e formar uma pequena esfera.
Rolar essa esfera por um superfície de vidro com a mão a fim de fazer
com que a mesma se molde em formato cilíndrico de 3 mm de
diâmetro.
2. Caso a mesma comece a fissurar antes de chegar a esse diâmetro,
deve-se aumentar o teor de umidade dessa amostra de 10g e refazer o
passo 1.
3. Caso a amostra chegue a 3mm de diâmetro e não apresente fissuras,
deve-se iniciar o teste novamente, pois a umidade está acima da
desejada.
4. Quando a amostra chegar a 3mm de diâmetro e iniciar a fissurar
concomitantemente, deve-se isolar essa amostra e determinar a
umidade na mesma.
5. Deve-se fazer o experimento pelo menos 3x.
6. O limite de plasticidade será a média do teor de umidade dessas 3x em
que se conseguiu chegar ao resultado desejado no passo 4.

1.1. PRINCIPAIS FUNÇÕES

As principais funções do ensaio de limite de plasticidade é determinar o índice de


umidade para a qual os solos finos mudam de estado semi sólidos para plásticos.A
plasticidade é muito importante para a descrição de solos finos, visto que os
mesmos não são bem caracterizados pelo ensaio de granulometria.
O referido ensaio de limite de plasticidade , também tem como função
caracterizar um solo argiloso ou com muita presença de finos.

Matematicamente, ele pode ser definido como a diferença entre o limite de


liquidez e o limite de plasticidade, logo, temos:
5

IP=LL−LP

Mas afinal, como podemos entender o índice de plasticidade?

Podemos entender o índice de plasticidade como o “intervalo de plasticidade


do solo”, ou seja, quanto maior o valor de IP, mais plástico ele será, assim
como também será mais compressível.

Jenkins classifica o solo, segundo seu índice de plasticidade da seguinte


forma:

● 1<IP<7: solos fracamente plásticos;


● 7<IP<15: solos medianamente plásticos;
● IP>15: solos altamente plásticos.

1.2.FOTOS ILUSTRANDO O ENSAIO


6

2. ENSAIO DE COMPACTAÇÃO

A compactação é um método de estabilização de solos que se dá por aplicação de


alguma forma de energia (impacto, vibração, compressão estática ou dinâmica).
Seu efeito confere ao solo um aumento de seu peso específico e resistência ao
cisalhamento, e uma diminuição do índice de vazios, permeabilidade e
compressibilidade. Através do ensaio de compactação é possível obter a correlação
entre o teor de umidade e o peso específico seco de um solo quando compactado
com determinada energia. O ensaio mais comum é o de Proctor (Normal,
Intermediário ou Modificado), que é realizado através de sucessivos impactos de
soquete padronizado na amostra. No Brasil, este ensaio é normatizado pelas
normas ABNT NBR-7182/2016 e DNERM162/94.

- Equipamentos utilizados são:


Almofariz e mão com borracha; Perneira n°.4 (4,8mm);
Balança; Molde cilíndrico de 1000 cm³, com base e colarinho;
Soquete cilíndrico pequeno (2,5kg);
Extrator de amostras;
Cápsulas para determinação de umidade;
Estufa.

- Preparação da Amostra ;
Toma-se uma certa quantidade de material seco ao ar e faz-se o destorroamento
até que não haja torrões maiores que 4,8mm;
7

- Peneira-se a amostra na peneira n°.4 (4,8mm) ;


- E em seguida determina-se sua umidade higroscópica.

- Procedimento: Adiciona-se água à amostra até se verificar uma certa


consistência. Deve-se atentar para uma perfeita homogeneização da
amostra; - Compacta-se a amostra no molde cilíndrico pequeno (2,5kg) em 3
camadas iguais (cada uma cobrindo aproximadamente um terço do molde),
aplicando-se em cada uma delas 26 golpes distribuídos uniformemente sobre
a superfície da camada, com o soquete caindo de uma altura de 0,305m. Se
o cilindro for o grande (4,5kg), compacta-se em 5 camadas iguais,
aplicando-se em cada uma delas 12 golpes de uma altura de 0,305m.
- - Remove-se o colarinho e a base, aplaina-se a superfície do material à altura
do molde e pesa-se o conjunto cilindro + solo úmido compactado;
- - Retira-se a amostra do molde com auxílio do extrator, e partindo-a ao meio,
coletase uma pequena quantidade para a determinação da umidade;
- - No caso de reuso do material, desmancha-se o material compactado até
que possa ser passado pela peneira n°.4 (4,8mm), misturando-o em seguida
ao restante da amostra inicial;
- - Adiciona-se, 2% de água à amostra para solos arenoso e 3% de água para
solos argilosos, da massa original de solo, em peso, para em seguida
homogeneizar a amostra.
- Repete-se o processo pelo menos por mais quatro vezes.
- Cálculos - Peso específico úmido γ = ((Peso Cilindro + Solo Úmido) – (Peso
cilindro)) / (Volume Cilindro)
- - Peso específico seco:
- γd = (γ . 100) / (100 + w) - Peso específico seco em função do grau de
saturação:
- γd = (Sr . γs . γw) / (w . γs + Sr . γw)
- Onde: Sr – Grau de saturação W – Umidade γs – Peso especifico das
partículas sólidas γw – Peso especifico da água
- -Resultados - Curva de compactação – é obtida marcando-se, em ordenadas,
os valores dos pesos específicos secos (γd) e, abcissas, os teores de
umidade correspondentes (w);
- - Peso específico seco máximo (γdmáx) – é a ordenada máxima da curva de
compactação;
- - Umidade ótima (Wot) – é o teor de umidade correspondente ao peso
específico máximo; - Curvas de saturação – relaciona o peso específico seco
com a umidade, em função do grau de saturação.

2.1. PRINCIPAIS FUNÇÕES.


8

Um dos principais objetivos a proceder com a realização do ensaio de compactação


tipo Proctor Normal, com a reutilização do solo, para obtenção de sua curva de
compactação,é produção do controle de qualidade de aterros de solo compactado.
Através dele é possível obter a densidade máxima do maciço terroso, condição que
otimiza o empreendimento com relação ao custo e ao desempenho estrutural e
hidráulico. Consiste em se compactar uma amostra dentro de um recipiente
cilíndrico, com aproximadamente 1.000 cm³, em 3 camadas sucessivas, sob a ação
de 25 golpes de um soquete pesando 2,5 kg, caindo de 30,5 cm de altura.
O ensaio é repetido para diferentes teores de umidade, determinando-se, para cada
um deles, o peso específico aparente. Com os valores obtidos, traça-se a curva Vs x
teor de umidade, obtendo-se o ponto correspondente à umidade ótima (hot) e a
densidade máxima aparente seca (Vs,max). Para o traçado da curva é conveniente
a determinação de, pelo menos, cinco pontos, de forma a que dois deles se
encontrem no ramo ascendente (zona seca), um próximo à umidade ótima e os
outros dois no ramo descendente da curva (zona úmida). A energia de compactação
desse ensaio é de aproximadamente 5,7 kg.cm/cm³, calculada pela expressão:

Em que:

E = Energia específica de compactação, por unidade de volume;

P = Peso do soquete (kg);

h = Altura de queda do soquete (cm);

N = Número de golpes por camada

n = Número de camadas;

V = Volume do solo compactado (cm³).

Atualmente, tendo em vista o maior peso e eficiência dos equipamentos de


compactação, tornou-se necessário alterar as condições do ensaio para manter a
indispensável correlação com o esforço de compactação obtido no campo.
Surgiram, assim, as energias Intermediária e o Modificada de Proctor (ou AASHTO
Intermediário e Modificado), com energias de compactação de 12.8 e 27.1
kg.cm/cm³, respectivamente.

Na prática rodoviária é comum utilizar-se, nos ensaios de compactação, o mesmo


molde metálico e o soquete utilizados no ensaio CBR (Índice de Suporte Califórnia),
modificando-se o número de golpes e o número de camadas para a obtenção das
mesmas energias previstas no ensaio Proctor.
9

Na imagem a seguir estão mostradas as dimensões e os pesos dos soquetes


utilizados:

O método de ensaio mais adotado é DNER ME-129/94 Solos - Compactação


utilizando amostras não trabalhadas. Esse ensaio, utilizando o Equipamento
AASHTO, pode ser realizado nas três energias de compactação, compactando-se
cada camada com: 12 golpes (Energia Normal), 26 golpes (Energia Intermediária)
ou 55 golpes (Energia Modificada). Segundo esse método, não pode haver
reaproveitamento do solo compactado, devendo, cada corpo-de-prova, ser
compactado com amostra não utilizada.

Evidentemente, aumentando-se a energia de compactação serão obtidos valores


diferentes para a umidade ótima (hot) e para a densidade máxima aparente seca
(Vs,max). Como se verifica pela figura seguinte, ao crescer o esforço de
compactação o densidade máxima aparente seca aumenta e a umidade ótima
decresce ligeiramente.
10

Esse fenômeno pode ser explicado pelo fato de que quanto maior for o esforço de
compactação tanto mais próximos uns dos outros se poderá forçar os grãos dos
solos a ficarem. Porém, com pequenas umidades aparecerá atrito grão-a-grão que
dificultará o esforço de compactação, impedindo o seu entrosamento completo, de
forma a atingir grandes densidades.

É o que acontece no ramo esquerdo das curvas de compactação. Quando a


umidade do solo for muito grande, esse estará quase saturado, não oferecendo
resistência à compactação, porém, as densidades serão tanto mais baixas quanto
maiores forem os teores de umidade, pois os filmes de água em torno dos grãos
crescerão de espessura à medida que as umidades crescem. É o que acontece no
ramo direito das curvas. No ponto correspondente à umidade ótima, a espessura do
filme de água é próxima à estritamente necessária para saturar os vazios
correspondentes à máxima densidade possível de ser obtida com o esforço de
compactação empregado.

2.2.FOTOS ILUSTRANDO O ENSAIO


11
12

3. DENSIDADE IN SITU

DENSIDADE “IN SITU” (FRASCO DE AREIA) : O ensaio para determinação da


densidade segue a norma DNER – ME 092/94 e tem como objetivo determinar o
peso específico aparente do solo úmido e seco “in situ”, com o emprego do frasco
de areia, o mesmo usa da seguinte aparelhagem :
● Um frasco de 5,0 litros, feito de vidro ou plástico, equipado com um gargalo
rosqueado e um funil que possui um registro e uma abertura para ser fixado ao
recipiente;
● Uma bandeja quadrada feita de alumínio, com cerca de 30 centímetros de lado e
bordas que têm 2,5 centímetros de altura. No centro da bandeja, há um orifício
circular com um rebaixo para suportar o funil;
● Uma ferramenta de aço com 30 centímetros de comprimento, chamada de
talhadeira;
● Um martelo que pesa 1 quilo.
● Uma colher específica para retirar areia do recipiente e uma colher de uso
doméstico;
● Um recipiente que permita armazenar a amostra sem perder umidade antes de
ser pesada;
● Uma balança com capacidade para 10 quilogramas e sensibilidade de 1 grama;
● Estufa de secagem capaz de manter uma temperatura controlada entre 105º e
110º Celsius ou um instrumento que permita a determinação da umidade, como o
método "speedy" ou outros métodos similares;
● Uma balança com capacidade de 1 quilo e sensibilidade de 0,1 grama;
● Areia com granulometria compreendida entre 0,8 milímetros e 0,6 milímetros, que
tenha sido previamente lavada, seca e cujo peso específico aparente seco (ysa)
tenha sido determinado de acordo com as diretrizes especificadas
PASSO A PASSO O procedimento pode ser realizado tanto no laboratório quanto
em campo.
● Determinação do peso de areia corresponde ao volume do funil e do rebaixo do
orifício na bandeja, no laboratório:
1. Inicialmente, monta-se o conjunto, que consiste no frasco contendo areia,
juntamente com o funil. Em seguida, realiza-se a pesagem do conjunto, registrando
o valor como "P".
2. Coloca-se o conjunto, composto pelo frasco e o funil, sobre uma superfície plana,
posicionando a bandeja por baixo. Nesse momento, abre-se o registro do funil,
permitindo que a areia escoe livremente até que seu movimento se encerre no
interior do frasco. Após o término do escoamento, o registro é fechado. Retira-se o
conjunto (frasco + funil) e procede-se à pesagem do conjunto juntamente com a
areia que permaneceu no frasco, denominando-se esse valor como "P2".
3. O peso da areia deslocada, que preencheu o volume do funil e o rebaixo do
orifício na bandeja, pode ser calculado como a diferença entre "P" e "P2" e é
representado como "Pd = P - P2".
13

No controle da compactação no campo, é regra geral tomar-se um ensaio de

laboratório como referência e verificar o que é obtido no campo, com equipamento,

comparando estes resultados com os de laboratório, dentro de certas

especificações.

Controla-se a execução do serviço; controlando o equipamento, o número de

passadas no rolo, a espessura da camada, o teor de umidade e outras condições

que se julguem necessárias a uma boa execução do serviço.

Controla-se certos parâmetros do solo após compactado, como grau de

compactação, índice de compacidade, percentagem de vazios, etc. o ideal no

entanto, é que seja feita uma combinação dos dois tipos de controle citados.

Para o corpo dos aterros o grau mínimo de compactação é de 95% e para a camada

final é de 100% em relação ao proctor normal, com uma tolerância de - 3% no teor

de umidade, comparando com a umidade ótima, deverá ser feita uma determinação

da massa específica de campo para cada 1000m3 de solo compactado. Já para a

camada final do aterro para cada 200m3 de solo compactado será feita uma

determinação da massa específica de campo.

3.1. PRINCIPAIS FUNÇÕES.

Tem como um dos principais objetivos determinar o peso específico aparente do


solo úmido e seco “in situ”, com o emprego do frasco de areia, O ensaio do frasco
de areia, como já explicado consiste em calcular a massa específica aparente seca
e, consequentemente, o grau de compactação do solo em questão. No ensaio, que
tem como função determinar os pesos específicos essencial grandeza para uma
melhor compreensão do solo que esteja trabalhando. Em primeira instância, é
necessário que se pese o frasco com areia de densidade conhecida em seu interior,
em seguida posiciona-se a bandeja com orifício no centro no solo e limpa-a. Com a
marreta e a talhadeira, faz-se um furo no solo com mesmo diâmetro e profundidade
de aproximadamente 15cm, recolhendo-se o solo retirado na escavação do furo,
pesando-o e determinando seu teor de umidade com o aparelho Speedy ou outro
14

método de determinação de umidade “in situ”, o que nos permitirá obter a massa do
solo seco.
Após o furo feito, o frasco de areia será posicionado de cabeça para baixo
encaixado na bandeja metálica e o registro que permite a passagem de areia será
aberto. Após a passagem de toda a areia, fecha-se o registro e pesa-se novamente
o frasco de areia. Será encontrada uma massa menor que a anterior e com a
diferença de massas e a densidade da areia conhecida, será possível calcular o
volume do furo feito no solo. Estando em posse dos valores da massa do solo seco
e o volume do furo, poderemos calcular a massa específica seca do solo, o que nos
permitirá fazer a comparação com os resultados obtidos em laboratório e calcular o
grau de compactação do solo.

3.2. FOTOS ILUSTRANDO O ENSAIO


15

4. CISALHAMENTO DIRETO

DEFINIÇÃO : O ensaio tem como objetivo determinar a tensão de cisalhamento


crítica (denotada como τ) que leva à ruptura de uma amostra de solo quando
submetida a uma tensão normal específica. A amostra de solo é colocada em uma
caixa composta por duas partes móveis, permitindo a drenagem do solo quando
necessário durante o ensaio. O ensaio pode ser conduzido com a tensão sendo
controlada ou com a deformação sendo controlada. Ao repetir o ensaio com
diferentes amostras, é possível obter um conjunto de pares de valores (σ, τ). Esses
valores são representados em um gráfico cartesiano (σ-τ) e permitem a
determinação dos parâmetros de resistência ao cisalhamento c e φ do solo.
PASSO A PASSO : O ensaio para solos não coesivos (arenosos), consiste nos
seguintes procedimentos: 1. Para realizar pelo menos 3 ensaios com a mesma
densidade de areia, é necessário obter uma quantidade suficiente de areia. No caso
de areia úmida, também é importante medir a umidade. 2. Monte a caixa de
cisalhamento com cuidado, certificando-se de que todos os parafusos de separação
e de fixação estejam rosqueados até o fim. Meça as dimensões na caixa de
cisalhamento para calcular o volume da amostra e determinar a área da amostra. 3.
Coloque a areia na caixa de cisalhamento até o topo e pese o conjunto formado
pela areia e a caixa. Em seguida, coloque o conjunto na máquina de ensaio. 14 4.
Coloque o bloco de carga sobre a amostra e fixe o extensômetro de deslocamento
vertical. Anote a leitura inicial do extensômetro. Aplique a carga normal desejada,
incluindo o peso do bloco de carga e do pendural. Anote novamente a leitura do
extensômetro para calcular o valor do recalque da amostra. No caso de solos não
coesivos, o recalque ocorre quase que imediatamente após a aplicação da carga. 5.
Remova os parafusos de fixação e separe as duas partes da caixa utilizando os
parafusos de separação. A abertura entre as partes da caixa deve ser ligeiramente
maior, visualmente, do que o maior grão de solo presente na amostra. 6. Coloque o
extensômetro de medição de deslocamento vertical sobre o pendural e faça a leitura
inicial. Fixe o extensômetro de medição do deslocamento horizontal e registre a
leitura inicial. 7. Se a amostra de solo estiver saturada, preencha completamente a
caixa de cisalhamento com água e aguarde um período adequado para que a
saturação seja alcançada. 8. Inicie o carregamento horizontal (cisalhante) da
amostra, registrando leituras no anel de carga e nos extensômetros de
deslocamento vertical e horizontal. Se o teste for controlado por deformação, realize
leituras de deslocamento horizontal a intervalos de 5, 10 e a cada 10 ou 20
unidades no extensômetro (geralmente 0,01 mm) para facilitar os cálculos e a
criação de gráficos. 9. Mantenha a velocidade de carregamento entre 0,5 a 2
mm/min, evitando velocidades muito elevadas que possam resultar em picos de
carga entre as leituras. A velocidade deve ser ajustada de forma que a amostra se
rompa em aproximadamente 3 a 5 minutos. 10.Remova a areia da caixa e repita os
procedimentos anteriores para pelo menos mais dois corpos de prova, mantendo
uma densidade aproximadamente igual. Sugere-se utilizar um valor diferente de
carga normal para cada teste, geralmente dobrando o valor do peso aplicado
16

anteriormente. Observação: Certifique-se de documentar cuidadosamente todas as


leituras, cargas aplicadas e resultados obtidos durante cada ensaio para análise
posterior. Já o ensaio para solos coesivos, consiste nos seguintes procedimentos: 1.
Prepare com cuidado 3 ou 4 amostras de solo do mesmo tamanho, mantendo a
mesma umidade. Essas amostras podem ser obtidas de blocos de amostragem,
shelbies ou qualquer outra fonte. Certifique-se de extrair as amostras de forma que
o tamanho seja consistente. Descarte qualquer amostra com um peso
significativamente diferente das outras devido a diferenças na umidade. 2. O
procedimento é idêntico ao utilizado para solos não-coesivos. 3. Coloque a amostra
na caixa de cisalhamento, retirando-a do extrator, e prossiga conforme descrito no
item 3 para solos não-coesivos. 15 4. Coloque o bloco de carga sobre a amostra e
fixe o extensômetro de deslocamento vertical. Aplique a carga normal, registrando
leituras antes e depois da aplicação da carga. No caso de um teste de
adensamento, utilize o extensômetro da mesma maneira que no ensaio de
adensamento para determinar quando o adensamento da amostra estiver completo.
5. O procedimento é idêntico ao utilizado para solos não-coesivos, exceto quando
se separa a caixa de cisalhamento. Nesse momento, é importante ter cuidado para
evitar que o solo seja expulso da parte interna da caixa através da fenda. Como
solução, é possível adotar cargas normais mais baixas e/ou realizar um processo de
adensamento antes de separar a caixa. 6. O procedimento é idêntico ao utilizado
para solos não-coesivos. 7. O procedimento é idêntico ao utilizado para solos
não-coesivos. 8. O procedimento é idêntico ao utilizado para solos não-coesivos,
exceto pelo tempo aproximado de ruptura. Nesse caso, a amostra deve romper em
cerca de 5 a 10 minutos, a menos que seja realizado um ensaio
consolidado-drenado, no qual a amostra deve romper com t aproximadamente 50
t50 (tempo para que 50% do adensamento ocorra sob a curva normal). É
recomendável traçar um gráfico do deslocamento vertical em função do logaritmo do
tempo para determinar quando o solo atinge o adensamento completo. Quando a
carga normal é muito alta, pode ser conveniente aplicá-la em etapas. 9. Retire o
solo da caixa e meça sua umidade. Repita as etapas para pelo menos 2 ou mais
corpos de prova. Se o solo estiver pré-adensado, realize 6 ensaios utilizando uma
variedade de cargas normais, sendo 3 abaixo e 3 acima da pressão de
pré-adensamento. Dentre os equipamentos usados para o ensaio, podem ser de
dois tipos:
● De Tensão Controlada - são mais adequados para o estudo de problemas de
"creep" (fluência) e relaxação de tensões. Esse método envolve manter a tensão
aplicada constante enquanto permite que a deformação ocorra ao longo do tempo.
Esse tipo de ensaio é realizado com equipamentos mais simples e econômicos em
comparação com ensaios de deformação controlada.
● De Deformação Controlada - são mais apropriados para determinar a tensão
cisalhante máxima. Nesse tipo de ensaio, a taxa de deformação é controlada, o que
facilita a análise da influência da velocidade de carregamento e permite escolher a
velocidade adequada para o estudo em questão. Esse método é especialmente útil
quando se deseja avaliar o comportamento do material sob diferentes taxas de
17

carregamento. 16 As principais desvantagens do ensaio de cisalhamento direto em


solos são:
● O plano de ruptura é pré-fixado, o que significa que a posição do corpo de prova
na amostra ou maciço de solo é determinada antecipadamente. Isso pode limitar a
representatividade do ensaio, pois a escolha do plano de ruptura pode não refletir
com precisão as condições reais de campo.
● Durante o ensaio, os planos de tensões principais não são conhecidos, apenas
se tornam conhecidos na ruptura. Isso dificulta a obtenção das características de
tensão versus deformação do solo ao longo do ensaio, uma vez que as informações
sobre as tensões principais só estão disponíveis no momento da falha.
● Não há controle da pressão neutra durante o ensaio, e não é possível medir a
pressão neutra diretamente. A pressão neutra é importante em solos saturados e
afeta o comportamento do solo durante o ensaio, mas não pode ser controlada ou
monitorada nesse tipo de ensaio.
● Não se obtém uma distribuição uniforme de deformação cisalhante ao longo da
superfície de ruptura. Isso ocorre devido à natureza do ensaio, que envolve a
concentração de esforços em uma área específica da amostra, resultando em uma
deformação não uniforme ao longo da superfície de contato entre as partes do corpo
de prova. Essas deficiências podem limitar a capacidade do ensaio de cisalhamento
direto em fornecer informações detalhadas sobre o comportamento do solo,
especialmente em condições complexas ou quando é necessária uma análise mais
precisa das características do solo. Portanto, é importante considerar essas
limitações ao interpretar os resultados e ao escolher o tipo de ensaio mais
apropriado para investigar as propriedades do solo em uma determinada situação.

4.1. PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS E APLICAÇÃO.

Solos resistem bem às tensões de compressão, mas tem limitada resistência ao


cisalhamento, e a resistência ao cisalhamento de um solo é a máxima tensão de
cisalhamento que o solo pode suportar sem sofrer ruptura, a tensão de
cisalhamento do solo no plano em que a ruptura ocorrer, ou uma combinação das
tensões normal e tangencial que podem produzir alterações plásticas na massa de
solo e até o deslocamento de partículas relacionadas às outras.

A Resistência ao cisalhamento envolve dois elementos:

● Atrito: Força de contato que atua quando dois corpos se colidem e tendem a
se movimentar. Uma parte da resistência relacionada ao atrito pode ser
demonstrada com o atrito entre grãos e com o problema de deslizamento de
um corpo sobre uma área plana horizontal.
18

● Coesão: Força de atração entre os átomos e moléculas que resiste que um


corpo quebre. A atração química entre as partículas pode provocar a
existência de uma coesão real.

A lei utilizada é a lei de Mohr-Coulomb, que possui a expressão:

A Norma:
A norma de referência do ensaio de cisalhamento direto é a ASTM D3080 - 04 -
''Standard Test Method for Direct Shear Test of Soils Under Consolidated Drained
Conditions''.

O Ensaio de Cisalhamento Direto:


O ensaio de Cisalhamento Direto é uma das formas mais antigas e fáceis para
determinar a resistência ao cisalhamento do solo, onde o equipamento necessário é
uma caixa metálica para colocar o corpo de prova e é aplicada uma força horizontal
forma a separar a caixa.

Foto 01: Equipamento para realização de Ensaio de Cisalhamento Direto

O objetivo deste ensaio é determinar a resistência de cisalhamento. Baseia-se em


submeter uma amostra a uma tensão normal fixa e logo após aplicar uma tensão
19

cisalhante crescente, através de uma superfície pré-determinada, até que a ruptura


por cisalhamento do solo aconteça. Com isso, se obtém uma correlação entre a
tensão cisalhante na ruptura e a tensão normal, definindo-se diretamente a
envoltória de Mohr-Coulomb.

Foto 02: Célula contendo corpo de prova - equipamento para realização de Ensaio
de Cisalhamento Direto

O Ensaio de Cisalhamento Direto é de fundamental importância pois garante, aos


projetistas, a determinação dos parâmetros geotécnicos: coesão e ângulo de atrito,
dados indispensáveis para subsidiar estudos geotécnicos. Como por exemplo, a
coesão e o angulo de atrito, são parâmetros ''de entrada'' para calcular o Fator de
Segurança (FS) de Taludes (análise de estabilidade); e/ou elaborar Projetos de
Contenções; e também para possibilitar a Análise de Estabilidade de Fundações.
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Os ensaios de Cisalhamento Direto podem ser realizados das seguintes formas:


Teste Rápido: Nesse tipo de ensaio, a resistência ao cisalhamento é medida
imediatamente após a aplicação da tensão normal, não havendo tempo para
consolidação do solo e nem dissipação da pressão neutra (u) que ocorrerá na
amostra. A força de cisalhamento é aplicada rapidamente até romper a amostra e a
água não terá condição de ser drenada. Como desenvolverá pressão neutra, a
tensão efetiva será a menor possível.
Teste Adensado Rápido: O ensaio é similar ao anterior, no entanto permite a
drenagem durante a aplicação da tensão normal ao plano de cisalhamento. A
resistência ao cisalhamento (τr), é medida após a aplicação da tensão normal (σ) e
ao término do adensamento primário da amostra.
Teste com Consolidação Lenta: Neste caso, o adensamento se dará lentamente,
anulando-se a pressão neutra completamente, isto é, permitindo a dissipação da
poro-pressão tanto na aplicação da tensão normal (σ), que é feita por partes, quanto
na obtenção da tensão cisalhante (τ) que vai sendo aplicada em estágios
sucessivos até o rompimento do corpo de prova. O tempo requerido para que haja
toda a drenagem e não ocorra pressão neutra dependerá da permeabilidade da
amostra e poderá levar de 4 a 6 semanas.

Foto 03: Corpo de prova após realização de Ensaio de Cisalhamento Direto

Os tipos de ensaios citados podem ser executados em Amostras Indeformadas, nas


condições naturais ou previamente inundadas e em Amostras Deformadas,
moldadas em corpos de prova em condições de compactação e umidades a serem
definidas pelo projetista, podendo ser executadas também, na modalidade
previamente inundadas após sua moldagem.
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As bibliografias indicam que para solos não coesivos, ensaiados à mesma tensão
normal, todos os três tipos darão resultados semelhantes, não importando se o solo
seja saturado ou não. Para solos coesivos, os parâmetros do solo são fortemente
influenciados pelas condições de drenagem, pelo grau de saturação e pelas
condições de pré-adensamento.
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5. PERMEABILIDADE

Os ensaios de permeabilidade desempenham um papel fundamental na análise da


capacidade de um solo de permitir o fluxo de água através dele, sendo essenciais
na mecânica dos solos. Dois métodos amplamente empregados nesse contexto são
o permeâmetro de carga constante e o permeâmetro de carga variável.

3.1. PERMEÂMETRO DE CARGA CONSTANTE


Esse método é aplicado em solos granulares, que possuem uma permeabilidade
relativamente alta. O ensaio visa calcular a condutividade hidráulica saturada do
solo.
Procedimento experimental O procedimento experimental segue as seguintes
etapas: I. Preparação do Corpo de Prova: Inicialmente, procede-se com a
preparação do corpo de prova, que pode ser uma amostra indeformada ou
compactada, que é inserida em um cilindro metálico e envolvida por uma camada de
argila plástica (bentonita). A amostra é meticulosamente selada, empregando anéis
de borracha e camadas de areia grossa tanto na parte superior quanto na inferior; II.
Realização do Ensaio: a. Define-se a carga constante a ser aplicada, representada
pela diferença de níveis d'água entre montante e jusante; b. Permite-se que a água
percole através do corpo de prova durante um período determinado; c. Coleta-se o
volume de água percolado, usualmente em torno de 100 cm³, enquanto se registra o
tempo necessário para a obtenção desse volume; d. Avalia-se a massa da água
percolada e sua temperatura durante o ensaio; e. Repetem-se os procedimentos “c”
e “d” no mínimo em 5 vezes; f. Após a desmontagem do corpo de prova, coletam-se
amostras de seu interior, de diferentes posições, para a determinação de pelo
menos três teores de umidade.

PERMEÂMETRO DE CARGA VARIÁVEL

Esse método é aplicado em solos com coeficiente de permeabilidade muito baixo,


ou seja, solos que possuem uma permeabilidade extremamente reduzida, como
alguns tipos de argilas. Nesse ensaio, a carga hidráulica varia ao longo do 𝑘 = 𝑄∙𝐿
ℎ∙𝐴∙𝑡 (5) 8 tempo.

Procedimento experimental O procedimento experimental segue as seguintes


etapas: I. Determinação do Diâmetro Interno: Inicia-se o processo ao determinar o
diâmetro interno do tubo de carga; II. Realização do Ensaio: a. Deixa-se a água
percolar pelo corpo de prova até que este atinja a saturação; b. Inicia-se o ensaio,
registrando a leitura inicial no tubo manométrico (hi); c. Varia-se a carga hidráulica e
registra-se o tempo, iniciando a contagem a partir da leitura inicial do tubo de carga;
d. Quando o volume d'água atinge uma marca específica no tubo de carga,
encerra-se a contagem do tempo e efetua-se uma leitura final (hf); e. Repete-se os
passos “b” a “d” no mínimo em três vezes; f. Após a desmontagem do corpo de
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prova, amostras são retiradas de seu interior, de diferentes locais, para possibilitar a
determinação de pelo menos três teores de umidade.

5.1. PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS E APLICAÇÃO

Objetivo a determinar o coeficiente de permeabilidade à carga constante e à carga


variável, com percolação de água através do solo em regime de escoamento
laminar, seria que a aplicação destes métodos podem ser utilizados em
corpos-de-prova talhados ou moldados, obtidos a partir de amostras indeformadas
ou da compactação de amostras deformadas.
Definimos o coeficiente de permeabilidade como uma constante de
proporcionalidade relacionada com a facilidade pela qual o fluxo passa através de
um meio poroso. Os métodos utilizados pela sua determinação em laboratório se
baseiam na lei de Darcy, expressa por: v = k . i ou q = k . i . A

Onde: v = Velocidade de fluxo (cm/s);


q = quantidade de fluído por unidade de tempo (cm/s);
k = Coeficiente de permeabilidade (unidade de velocidade);
i = Gradiente hidráulico = h / L;
O ensaio de carga constante é aplicado a solos granulares ou solos com alta
permeabilidade. Quando a permeabilidade é muito baixa, a determinação pelo
permeâmetro de carga constante é pouco precisa. Emprega-se, então, o de carga
variável. Para solos argilosos, é mais conveniente a determinação do coeficiente de
permeabilidade durante o ensaio de adensamento. O ensaio em laboratório não
fornece um valor exato para o coeficiente de permeabilidade (k) do solo por várias
razões, tais como: O solo no permeâmetro nunca possui a mesma posição que se
encontra no campo. Ela é sempre deturpada. A orientação da estratificação “in situ”
para o fluxo d’água provavelmente não é reproduzida. Para areias, o que
geralmente ocorre, é uma relação entre o fluxo horizontal e o vertical de 3 a 4 ou
mais (kh / kv = 3 ou mais). As condições de contorno do solo em campo não são as
mesmas em laboratório. As paredes lisas do molde facilitam os caminhos de fluxo.
Se o solo for verticalmente estratificado o fluxo se modificará em diferentes níveis,
sendo está situação de reprodução impossível em laboratório. A carga hidráulica h
é sempre maior em laboratório, o que causa carreamento de material fino nos
contornos da amostra, com possível redução do valor de k. No campo o gradiente
hidráulico é da ordem de 0,5 a 1,5 enquanto que em laboratório chega a 5 ou mais.
O efeito do ar “entrapped” na amostra de laboratório será maior, mesmo para
pequenas bolhas de ar de uma pequena amostra. 2 Muitos também são fatores dos
quais é dependente o coeficiente de permeabilidade de uma massa de solo
homogênea e isotrópica: Viscosidade do fluido (geralmente água).
Quando a temperatura aumenta a viscosidade diminui e o k aumenta, ou seja, o
fluxo aumenta. Índices de vazios do solo (e). Várias tentativas foram feitas para
relacionar o coeficiente de permeabilidade do solo com índices de vazios diferentes
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para o mesmo solo. Entretanto, as fórmulas encontradas devem ser utilizadas com
bastante cuidado. K = f(e) O tamanho e a forma dos grãos do solo. Grau de
saturação do solo. Quanto maior a saturação, maior será o k. O pedregulho tem um
k elevado, e a argila um k bem baixo.
Equipamentos e acessórios
- Permeâmetro;
- Estufa capaz de manter a temperatura entre 105o e 110o C;
- Balanças que permitam pesar de 1000 g e precisão de 0,01 g;
- Torninho de talhagem;
- Termômetro, com precisão de 0,1º C;
- Água desaerada;
- Cápsulas metálicas;
- Paquímetro;
- Régua de aço biselada;
- Cronômetro; - Proveta graduada;
- Tubos manométricos (com escala graduada para medição das cargas hidráulicas;
- Parafina;
- Betonita.
Procedimento – Preparação do Corpo de Prova
a) Retira-se uma amostra indeformada (bloco ou tubo), um prisma com dimensões
aproximadas 70 x 70 x 100 mm com o eixo vertical no sentido em que se quer medir
a permeabilidade.
b) Coloca-se este prisma de solo em um berço, alisa-se a base e o topo da
amostra, até que se obtenham superfícies planas e paralelas.
c) Coloca-se a amostra assim preparada no torninho de talhagem e alisa-se a
superfície lateral até que se obtenha um cilindro com as dimensões de 50 mm de
diâmetro e 80 mm de altura.
d) Durante o processo de talhagem do corpo de prova, retira-se uma quantidade de
material necessário à determinação de pelo menos três teores de umidade do solo.
e) Utilizando-se o paquímetro se determinam, em posições diferentes, três medidas
de diâmetro e de altura do corpo de prova.
f) Para amostras deformadas, ou seja, corpo de prova compactado em laboratório,
os itens a, b, c, d, e, não são necessários.
g) Determina-se a massa do corpo de prova.
h) Coloca-se parafina na superfície lateral do corpo, a fim de se evitar percolação
d’água radialmente.
i) Coloca-se na base do permeâmetro, uma camada de material granular, de
granulometria uniforme e permeabilidade superior à do corpo de prova, com
espessura da ordem de 20 mm. Ela servirá de apoio ao corpo de prova e à camada
drenante a jusante.
j) Apóia-se o corpo de prova sobre a camada de material granular, tomando cuidado
para que ele fique na vertical. Coloca-se a parafina não muito quente a sua volta,
até a altura de ¼ do corpo de prova.
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k) Coloca-se uma “pasta” de betonita envolvendo o corpo de prova até ¾ de sua


altura.
l) Coloca-se parafina até completar a altura do corpo de prova.
m) Coloca-se sobre o corpo de prova uma camada de material granular, com uma
espessura de 20 mm, a fim de evitar segregação do solo e o carreamento de
partículas e também garantir que o fluxo de água seja laminar.
n) A saturação do corpo de prova deverá ser feita por processos de circulação
d’água ou por saturação por compressão.

5.2. FOTOS ILUSTRANDO O ENSAIO


26

6. ADENSAMENTO

O adensamento de solo é a diminuição dos vazios de um solo, devido a saída da


água e ar do seu interior. Essa saída é provocada por um acréscimo de carga no
solo, seja pela edificação de uma estrutura, construção de um aterro, entre outros.

Devido a sua heterogeneidade, grau de saturação, umidade e fração mineral


predominante, o solo apresenta vários tipos de deformação. Cada tipo de
deformação exige uma metodologia e testes próprios para a sua avaliação.

Ensaio de Adensamento do Solo Unidimensional

O ensaio de adensamento unidimensional analisa o solo confinado lateralmente e


tem como finalidade determinar as deformações verticais que ele sofre ao longo do
tempo. Essas deformações são resultantes da aplicação de um dado carregamento
que será analisado.

Com o ensaio, determina‐se:

● Coeficiente de adensamento
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● Índice de compressão
● Índice de recompressão
● Tensão de pré‐adensamento

Esses dados determinados pelo ensaio de adensamento do solo unidimensional são


muito importantes para:

● Gerar a estimativa da magnitude dos recalques;


● Gerar a estimativa do tempo de ocorrência dos recalques;
● Evitar recalque diferencial.
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Figura 01

(Figura 02)

(As figuras 01 e 02 , mostram problemas advindos de recalques por


adensamento, isso demonstra o quanto é importante este tipo de ensaio ser
realizado em fundações )
29

6.1. PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS E APLICAÇÃO

Para se realizar o ensaio de adensamento do solo, o método requer que uma


amostra de solo seja mantida lateralmente confinada. Essa amostra deve ser
axialmente carregada em incrementos, com pressão mantida constante em cada
incremento, até que todo o excesso de pressão na água dos poros tenha sido
dissipado. Durante o processo de compressão, medidas de variação da altura da
amostra são feitas. Os dados são usados no cálculo dos parâmetros que descrevem
a relação entre a pressão efetiva e o índice de vazios, e a evolução das
deformações em função do tempo. Os dados do ensaio de adensamento podem ser
utilizados na estimativa tanto da magnitude dos recalques totais e diferenciais de
uma estrutura ou de um aterro, como da velocidade desses recalques.

A aparelhagem para a realização do ensaio é constituída de um sistema de


aplicação de carga (prensa de adensamento) e da célula de adensamento.

A prensa permite a aplicação e manutenção das cargas verticais especificadas, ao


longo do período necessário de tempo. Já a célula de adensamento é um dispositivo
apropriado para conter o corpo de prova que deve proporcionar meio para aplicação
de cargas verticais, medida da variação da altura do corpo de prova e sua eventual
submersão. Essa célula consiste de uma base rígida, um anel para conter o corpo
de prova, pedras porosas e um cabeçote rígido de carregamento.

Tipos de ensaio de adensamento do solo

● Ensaio de Adensamento do Solo


● Expansão do Solo pelo Alívio das Cargas
● Ensaio de Inundação (Colapso ou Expansão)
● Permeabilidade (normalmente no final de cada carregamento)
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A Contenco Indústria e Comercio Ltda, projeta, desenvolve e comercializa


equipamentos necessários para execução de ensaios da área de mecânica dos
solos, inclusive ensaios de adensamento.

Adensamento - Prensa tipo Bishop - Analógica com 01 Célula de


I-1072
Adensamento 20 cm2 - Versão Básica

I-1072 Adensamento - Conjunto Completo Eletrônico Digital com Software Tipo


-F Bishop - Capacidade de Carga 500 kgf

I-1072 Adensamento - Conjunto Completo Eletrônico Digital com Software Tipo


-FA Bishop - Capacidade de Carga 1000 kgf

I-1072
Adensamento - Conjunto Completo Digital com Software
-FB

I-1072 Adensamento - Conjunto Completo Analógico Tipo Bishop - Capacidade


-B de Carga 500 kgf

I-1072 Adensamento - Prensa tipo Bishop - Digital com 01 Célula de


-AA Adensamento 20 cm2 - Versão Básica

ACESSÓRIOS

I-1072-
Adensamento - Célula tipo Ortigão Ø 2” – 3” E 4”
A

I-1072-
Adensamento - Jogos de Pesos Padrão - 100KG
E

I-1072-
Adensamento - Jogos de Pesos Padrao - 50KG
G

I-1072-
Adensamento - Célula tipo Ortigão (área) 20-40-60 e 80 cm2
D

I-1072-
Adensamento - Célula tipo Ortigão (área) 20-40-50 e 100 cm2
R
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C-1072
ADENSAMENTO, PIPETA GRADUADA 30 CM, PARA
-M

I-1072-
Adensamento - Molde cortante (vazador) para moldagem de CP 2"
O

I-1072-
Adensamento - Molde cortante (vazador) para moldagem de CP 3"
P

I-1072-
Adensamento - Molde cortante (vazador) para moldagem de CP 4"
Q

I-1072- Adensamento - Dispositivo de acrílico para transferencia dos vazadores


L com CP p/células de Ensaio

I-1072- Adensamento - Molde cortante (vazador) para moldagem de CP 20cm2


H de área

I-1072- Adensamento - Molde cortante (vazador) para moldagem de CP de


I 40cm2 de área

I-1072- Adensamento - Molde cortante (vazador) para moldagem de CP de


J 60cm2 de área

I-1072- Adensamento - Molde cortante (vazador) para moldagem de CP de


K 80cm2 de área

I-1072- Adensamento - Molde cortante (vazador) para moldagem de CP de


M 50cm2 de área

I-1072- Adensamento - Molde cortante (vazador) para moldagem de CP de


N 100cm2 de área

Além dos equipamentos para o ensaio de adensamento, a Contenco Indústria e


Comercio Ltda oferece o Software Pavitest que apresenta relatórios contendo:

● As características de amostra e os dados do CP;


● Os valores dos coeficientes de permeabilidade expressos em cm/s;
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● As leituras de deformação obtidas no decorrer de cada carregamento e o


índice de vazios ao final de cada estágio de carregamento;
● A leitura de deformação obtida ao final de cada estágio de descarregamento
e o índice de vazios correspondentes;
● Gráficos “Altura do CP x Raiz quadrada do tempo” para cada estágio de
carregamento;
● Gráfico “Índice de vazios x logaritmo de pressão aplicada”.
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7. REFERÊNCIAS

Disponível em https:
https://www.suportesolos.com.br/blog/ensaios-de-limites-limite-de-liquidez-ll-e
-de-plasticidade-lp/197/
Data de acesso : 13 de setembro 2023

CAPUTO, Homero Pinto; CAPUTO, Armando Negreiros; RODRIGUES, J.


Martinho de A. . Mecânica dos solos e suas aplicações. 7ª ed. Rio de Janeiro,
LTC, 2015.

NBR-7182 da ABNT;DNER-M162/94; D698-70 e D1557-70 da ASTM; T99-70 e


T180- 70 da AASHTO.

Disponível em https:
http://www.torresgeotecnia.com.br/portfolio-view/densidade-in-situ/
Data de acesso : 13 de setembro 2023

PINTO, C. S. Curso Básico de Mecânica dos Solos. Oficina de Textos, 2006.

Disponível em https:
https://www.suportesolos.com.br/blog/conheca-o-ensaio-de-cisalhamento-dire
to-ensaios-geotecnicos/223/
Data de acesso : 13 de setembro 2023

Disponível em https:
//home/chronos/u-d60dc9cbea734c293cbb3209fd176ce619685e41/MyFiles/Dow
nloads/Relat%C3%B3rio%202EE%20Mec%C3%A2nica%20dos%20Solos%201
%20-%20%20
Data de acesso : 13 de setembro 2023

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