Você está na página 1de 17

UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ - UFPA

INSTITUTO DE TECNOLOGIA - ITEC

FACULDADE DE ENGENHARIA CIVIL – FEC

Laura da Silva Ferreira


Bruno Alexandre Rosa da Silveira

RELATÓRIO TÉCNICO DOS ENSAIOS DE DETERMINAÇÃO DO


ÍNDICE DE CONSISTÊNCIA E DENSIDADE EM ESTADO
FRESCO DA ARGAMASSA

Belém-PA, novembro de 2022


Laura da Silva Ferreira
Bruno Alexandre Rosa da Silveira

RELATÓRIO TÉCNICO DOS ENSAIOS DE DETERMINAÇÃO DO


ÍNDICE DE CONSISTÊNCIA E DENSIDADE EM ESTADO
FRESCO DA ARGAMASSA

Relatório técnico apresentado para


análise dos resultados obtidos a partir
dos ensaios realizados na segunda
aula prática da disciplina de
Tecnologia dos Revestimentos.

Belém-PA, novembro de 2022


Resumo
Esse relatório apresenta o estudo de corpos-de-prova de argamassa,
conforme as normas técnicas NBR 13276:2005 e a NBR 13278:1995, da
Associação Brasileira de Normas Técnicas. Ele tem como objetivo relatar
as práticas que foram realizadas durante a aula: o ensaio de determinação
do índice de consistência e o ensaio de determinação da densidade da
argamassa no estado fresco.
Primeiramente, é feita uma breve introdução sobre o material em
estudo. Em seguida, apresenta-se o objetivo das práticas realizadas, como
elas foram realizadas, seus resultados e suas análises. Para finalizar, uma
conclusão é feita com base nos resultados, onde o lote vai ser classificado
conforme as referidas normas.
Sumário
1. Introdução..........................................................................................4
2. Objetivo..............................................................................................5
3. Metodologia.......................................................................................5
4. Desenvolvimento................................................................................5
4.1. Preparo da
amostra.................................................................5
4.2. Prática 1 – Determinação do índice de
consistência.............7
4.2.1. Aparelhagem e instrumentação........................................7
4.2.2. Procedimentos experimentais...........................................7
4.2.3. Apresentação e análise dos
resultados..............................9
4.3. Prática 2 – Determinação da densidade no
E.F. .................10
4.3.1. Aparelhagem e instrumentação......................................10
4.3.2. Procedimentos experimentais.........................................10
4.3.3. Apresentação e análise dos
resultados............................13
5. Conclusões e recomendações..........................................................14
Referências............................................................................................15
1. Introdução
Argamassa é produzida a partir da mistura de aglomerantes (cimento e
cal, principalmente), agregado miúdo e água. Ela pode também conter
aditivos químicos, como os retardadores de pega, os selantes, os retentores
de água e os incorporadores de ar. Sua função na construção civil é de
assentar alvenarias e placas de revestimentos, de revestir paredes, tetos e
pisos. Esse sistema de revestimento é de grande importância, pois ele
protege o substrato das ações da natureza, como a umidade e as variações
de temperatura ao longo do dia, e também pode funcionar como isolante
térmico e acústico.
Podemos classificar as argamassas segundo vários aspectos: o seu
emprego (revestimentos de pisos, revestimentos cerâmicos, construção de
alvenarias, revestimento de paredes e tetos ou para recuperação de
estrutura); o número de elementos ativos (simples ou composta); o tipo de
aglomerante utilizado (de cal, de cimento e cal, de gesso ou de gesso e cal);
sua consistência (secas, plásticas ou fluidas); a natureza do aglomerante
utilizado (aéreas, hidráulicas ou mistas); e, por fim, a dosagem utilizada
(pobre, cheia ou rica). A última classificação está ligada a relação de vazios
e cheios da pasta, aonde a argamassa pobre é aquela na qual não há
aglomerante suficiente para preencher os vazios, a argamassa cheia é
aquela na qual os vazios são preenchidos e a argamassa rica é aquela na
qual há excesso de pasta.
A argamassa, para que possa ser desenvolvida e trabalhada da maneira
desejada, precisa possuir certas propriedades durante a sua aplicação,
durante o seu estado fresco e também durante o seu estado endurecido. Para
que ela possa ser bem aplicada e também apresentar trabalhabilidade
adequada no seu estado fresco, a argamassa precisa ter uma boa adesão
inicial, plasticidade, coesão, retenção de água e consistência. Já o seu
estado endurecido pede uma adequada aderência, extensão de aderência,

4
impermeabilidade, capacidade de deformação e propriedades mecânicas
específicas. Esses fatores, quando aplicados corretamente, potencializam a
durabilidade da sua argamassa, e, consequentemente, o seu desempenho.
Os valores desejados são determinados segundo as Normas Brasileiras e
variam de acordo com a situação a qual a argamassa está submetida.

1. Objetivo
Este relatório tem por objetivo avaliar o efeito da areia reciclada na
argamassa de revestimento no estado fresco.

2. Metodologia
Para a elaboração deste relatório foram realizados dois ensaios:
determinação do índice de consistência e densidade aparente no estado
fresco, todos pautados pela norma. A argamassa analisada é composta por
cimento CP II-E-32, agregado miúdo natural, agregado miúdo reciclado,
aditivo plastificante e água, com o traço 1:5,38:0,56:1,14. Após a mistura
dos materiais, foram realizados os ensaios e, em seguida, moldados quatro
corpos-de-prova, sendo dois prismáticos e dois cilíndricos, para serem
analisados posteriormente em seu estado endurecido. Os resultados obtidos
a partir dos ensaios no estado fresco serão comparados com a norma e
classificados, assim, poderá ser analisada a influência da areia reciclada na
argamassa.

3. Desenvolvimento
3.1. Preparo da amostra
Primeiramente, foi separado 160g de areia reciclada e a mesma
molhada com 6ml de água, em seguida, essa areia umedecida foi reservada
por no mínimo 10 minutos. Após esse processo, iniciou-se a mistura dos
materiais finos, sendo 284g de cimento e 1530g de areia natural. Após a

5
mistura dos finos estar bastante homogênea, a água foi adicionada aos
poucos, à medida que a mistura ganhava plasticidade. Com 10:45min de
mistura, foi adicionado 1,15ml de aditivo plastificante e após mais alguns
minutos a areia reciclada umedecida foi incluída e misturada ao restante
dos materiais por mais 3 minutos. Ao todo, a amostra teve um tempo de
mistura de 20:09min e utilizou-se 326ml de água, sendo 6ml utilizado no
umedecimento da areia reciclada. A adesão inicial da argamassa foi
analisada através do teste da colher de pedreiro, e confirmada uma boa
adesão e boa plasticidade, iniciou-se os ensaios.

Figura 1 – Areia reciclada umedecida e reservada.

Figura 2 – Materiais finos (cimento e areia natural) sendo misturados.

6
Figura 3 – Argamassa após a mistura.

Figura 4 – Teste da colher de pedreiro.

3.2. Prática 1 – Determinação do índice de consistência


3.2.1. Aparelhagem e instrumentação
Para a realização dessa prática, segundo a norma, precisa-se de uma
balança (foi utilizada uma balança com precisão 0,1g), de uma mesa para
índice de consistência, de um molde de tronco cônico, de um soquete de
metal e de uma régua (utilizou-se uma trena para substituir a régua).

3.2.2. Procedimentos Experimentais


Após a mistura da argamassa é feito o ensaio de determinação do
índice de consistência. Para isso, a argamassa foi levada para a mesa de
consistência, onde foi moldada em um tronco cônico, sendo colocada em
três camadas e golpeada com um soquete de metal 15, 10 e 5 vezes
7
respectivamente cada camada, em seguida foi feito o rasamento do molde
com o auxílio de uma régua. Após a moldagem da argamassa, retira-se o
tronco cônico e a alavanca da mesa de consistência é acionada 30 vezes,
garantindo a movimentação da mesa e o espalhamento da argamassa sobre
a mesma, assim, com o auxílio de uma trena foi retirado três medida do
diâmetro que essa argamassa atingiu, obtendo assim, o índice de
consistência.

Figura 5 – Moldagem da argamassa no tronco cônico.

Figura 6 – Argamassa após a retirada do tronco cônico.

8
Figura 7 – Retirada das medidas do diâmetro que a argamassa obteve.

3.2.3. Apresentação e análise dos resultados


Na tabela a seguir serão apresentados os valores obtidos com esse
ensaio, em seguida, esses valores serão avaliados segundo a NBR
13276:2005.

Leituras Espalhamento (mm)


Nº 1 290
Nº 2 290
Nº 3 300
Índice de consistência 293

Tabela 1 – Valores de espalhamento e índice de consistência da argamassa.

Pode-se observar que a argamassa obteve valores dentro da norma,


que estabelece um índice de consistência entre 240mm e 300mm.
Portanto, esta argamassa está dentro do padrão normativo, no entanto, ela
alcançou um índice de consistência muito próximo ao limite normativo, o
que sugere que a areia reciclada confere à argamassa bastante fluidez,
podendo ser perigosa se adicionada em excesso.

9
3.3. Prática 2 - Determinação da Densidade no Estado Fresco
3.3.1. Aparelhagem e instrumentação
Para a realização deste ensaio, foi utilizado uma balança com
resolução de 0,1g, corpos-de-prova cilíndricos de dimensões 5x10cm, uma
colher de pedreiro, uma régua e um soquete de metal.

3.3.2. Procedimentos Experimentais


Após a mistura da argamassa e realização do ensaio de
determinação do índice de consistência, iniciou-se o ensaio de densidade
aparente no estado fresco, utilizando a mesma argamassa. A realização
deste ensaio começou com a pesagem dos corpos-de-prova cilíndricos
vazios e a determinação dos seus volumes, foram moldados dois corpos-
de-prova. Os corpos-de-prova foram numerados de 1 a 2. Todos os corpos-
de-prova possuíam a mesma dimensão, 5x10cm, portanto, o mesmo
volume, 196,35cm3. No entanto, suas massas foram variadas e os valores
estão apresentados na tabela abaixo.

Corpos-de-Prova Massa do CP vazio (g)


CP 01 742
CP 02 743

Tabela 2 – Massa dos corpos-de-prova vazios.

10
Figura 8 – Pesagem do CP 01 vazio.

Figura 9 – Pesagem do CP 02 vazio.

Após a pesagem dos corpos-de-prova, os mesmos foram


preenchidos com a argamassa. Cada CP recebeu 4 camadas de argamassa,
sendo cada camada colocada com o auxílio de uma colher de pedreiro e
golpeada 25 vezes com o soquete de metal, em seguida, foi feito a
rasamento dos moldes e a pesagem dos mesmos. Os valores dos corpos-
de-prova cheios estão apresentados na tabela abaixo.
Corpos-de-Prova Massa do CP cheio (g)
CP 01 1135
CP 02 1138

Tabela 4 – Massa dos corpos-de-prova preenchidos com as argamassas.


11
Figura 10 – Pesagem do CP 01 preenchido com argamassa.

Figura 11 – Pesagem do CP 02 preenchido com argamassa.

A densidade aparente no estado fresco é determinada pela seguinte


fórmula:
Massa da argamassa (g)
D= 3
Volume do molde(cm )

Sendo a massa da argamassa a diferença entre a massa do molde


cheio e massa do molde vazio.

12
3.3.3. Apresentação e análise dos resultados
Após concluída a pesagem de todos os CP’s, os valores obtidos são
lançados na equação acima e, assim, obtêm-se os valores das densidades
da argamassa. Essas densidades estão presentes na tabela abaixo:

Corpos-de-Prova Densidades (g/cm3)


CP 01 2,001
CP 02 2,011
Média das densidades 2,006

Tabela 5 – Densidade da argamassa.

Tabela 6 – Classificação normativa segundo a densidade de massa no estado fresco.

Segundo tabela 5 da NBR 13281:2005, esta argamassa está contida


na Classe D5, onde os valores padrões de densidade variam de 1800 a
2200 kg/m3. Portanto, essa argamassa atingiu valores desejados de
densidade no estado fresco, pertencendo a uma classe mais definida de
valores, o que garante maior confiabilidade dos resultados.

13
4. Conclusões e Recomendações
Na primeira parte do ensaio, calculamos o índice de consistência da
argamassa, misturada em laboratório. Como pode ser observado na tabela 1 e
tabela 2, o índice encontrado foi de 293mm, a norma estabelece que esse valor
deve estar entre 240mm e 300mm, o que indica que o valor está no limiar do
aceitável. No entanto, esta argamassa, por apresentar um índice elevado, o que
resulta em uma argamassa bastante fluida, está próxima de ultrapassar o limite
máximo normativo, o que sugere que a areia reciclada pode comprometer
negativamente os resultados, mediante disso, deve-se dosar o traço desta
argamassa com bastante cautela.
Na segunda parte deste ensaio, foram medidos os valores de densidade
no estado fresco da argamassa. A argamassa atingiu a média de 2,006 g/cm 3, e
se enquadra na Classe D5 da tabela 5 da norma, ou seja, possui valor
aceitável.

14
Referências

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 13281


(2005), Argamassa para assentamento e revestimento de paredes e tetos –
Requisitos.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 13276


(2005), Argamassa para assentamento e revestimento de paredes e tetos –
Preparo da mistura e determinação do índice de consistência.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 13278


(1995), Argamassa para assentamento e revestimento de paredes e tetos –
Determinação da densidade de massa e do teor de ar incorporado.

MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO CIVIL e Princípios de Ciência e


Engenharia de Materiais, G.C. Isaia (ed) – São Paulo: IBRACON, 2010. (2v).

15

Você também pode gostar