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Maria Eduarda Silva Arantes

CONCRETOS ESPECIAIS:
Concreto Auto-Adensável (CAA)
Concreto Leve

Rio Verde – GO
2023

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Maria Eduarda Silva Arantes

CONCRETOS ESPECIAIS:
Concreto Auto-Adensável (CAA)
Concreto Leve

Relatório técnico apresentado como


requisito para obtenção de nota na disciplina
Materiais de Construção Civil II, no curso de
Engenharia Civil, na Universidade de Rio
Verde – GO.

Orientador: Prof. Dr. Bacus Nahime

Rio Verde – GO
2023

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RESUMO

O presente relatório destina-se a reunir os dados e informações pertinentes a


fabricação/execução controlada de dois tipos de concretos especiais, estes definidos por
suas características particulares e diferentes do concreto convencional, sendo: Concreto
Auto-Adensável e Concreto Leve.
O primeiro, se especifica por sua capacidade de fluir, auto-adensar, preencher formas; o
segundo, apresenta massa específica seca ao ar aos 28 dias variando de 1.120 kg/m³ a
1.920 kg/m³.
A prática em questão foi realizada no dia 21/09, no laboratório de materiais, na
Universidade de Rio Verde. Os equipamentos utilizados foram especificados de acordo
com roteiro previamente disponibilizado, e a execução foi realizada conforme instrução
técnica.

Palavras-chave: Concretos especiais, auto-adensável, concreto convencional, concreto


leve.

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SUMÁRIO

1. Introdução…………………………………………………………………………. 5
1.1. Concreto Auto-adensável……………………………………………………….. 5
1.2. Concreto Leve……………………………………………………………....…… 5

2. Ensaio: Concreto Auto-Adensável……………………..……………………........ 6


2.1. Normas………………………………………………………………………..... 6
2.2. Materiais e métodos…………………………………………………………….. 7

3. Ensaio: Concreto Leve……………………………………………………….….... 8


3.1. Normas……………………………………………………………………...….. 8
3.2. Materiais e métodos…………………………………………………………….. 9

4. Resultados e discussões…………………………………………………………. 10

5. Conclusão………………………………………………………………………… 11

6. Referência bibliográfica………………………………………………………… 12

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1. Introdução

Os concretos especiais, segundo FIGUEIREDO et al. (2004), podem ser definidos como:
“Concretos com características particulares devido à evolução tecnológica: melhorando
as deficiências do concreto convencional ou incorporando propriedades não inerentes a
este material; Concretos com características particulares para atender necessidades das
obras: desenvolvimento de produtos para serem empregados em locais/condições em que
o concreto convencional não pode ser aplicado.”

1.1 Concreto Auto-Adensável

De acordo com a ABNT NBR 15823-1:2010, define-se concreto Auto-Adensável o


“concreto capaz de fluir, auto-adensar pelo seu peso próprio, preencher formas e passar
por embutidos (armaduras, dutos…), enquanto mantém sua homogeneidade (ausência de
segregação) nas etapas de mistura, transporte, lançamento e acabamento”.
Dentre suas principais vantagens de utilização pode-se citar: redução no custo de
aplicação, melhoria no acabamento superficial e aumento da durabilidade devido a
redução de defeitos de concretagem.
Comumente são empregados os materiais utilizados no concreto convencional + aditivos
superplastificantes/ aditivos modificadores de viscosidade/ adições de materiais finos.

1.2 Concreto Leve

A principal diferença do concreto leve para o concreto convencional é a considerável


redução da massa específica e alteração das propriedades térmicas, essas mudanças
também vêm acompanhadas de outros pontos que necessitam de atenção como:
trabalhabilidade, módulo de deformação, retração e fluência.

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Os concretos leves podem conter somente agregado leve (argila expansiva e EPS, por
exemplo) ou uma combinação de agregados leves e normais. Em geral, a massa específica
fica abaixo dos 2.000 kg/m³.

2. Ensaio: Concreto Auto Adensável

2.1. Normas
• ABNT NBR 15823-1 Concreto auto adensável. Parte 1: Classificação, controle e
recebimento no estado fresco.
• ABNT NBR 15823-2 Concreto auto adensável. Parte 2: Determinação do
espalhamento e do tempo de escoamento pelo cone de Abrams
• ABNT NBR 15823-3 Concreto auto adensável. Parte 3: Determinação da habilidade
passante – Método do anel J

2.2. Materiais e métodos


• Cimento CP V-ARI
• Areia fina
• Brita 0
• Água
• Superplastificante

Na execução do concreto na betoneira foi adotado o seguinte traço:

TRAÇO Massa
Cimento 4,3 kg
Areia fina 8,064 kg
Brita 0 8,096 kg
Água 1,72 kg
Super plastificante 21,5 g

Após o acréscimo de todos os materiais na betoneira, foi deixado durante 5 minutos


rodando para uma boa mistura e homogeneização das substâncias. Para o estudo em

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questão, foi realizado o teste de espalhamento e anel J para classificação do concreto de
acordo com os resultados.
O primeiro teste foi o de espalhamento, que de acordo com a NBR 15823-1/2017 é
possível identificar e caracterizar a fluidez do CAA e sua habilidade de preenchimento
em fluxo livre.
O teste de espalhamento utiliza o mesmo aparato para realização do ensaio de abatimento
do concreto convencional, a diferença está na forma de aplicar o concreto na forma e na
dimensão da base da chapa. O resultado é obtido pela média aritmética de duas medidas
de diâmetro, perpendiculares.

O resultado obtido em laboratório foi de 490mm, ou seja, o concreto resultou abaixo da


classe SF1.
O segundo teste, denominado Anel J, necessita do equipamento que deve ser metálico,
com (300 +/- 3,3 mm de diâmetro e 120+/- 1,5 mm de altura) constituído verticalmente
por barras de aço de 16 +/- 3,3 mm de diâmetro a cada 59 +/- 1,5 mm, conforme figura 1:

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Toda a realização do ensaio foi executada de acordo com as instruções e procedimentos
na norma ABNT NBR 15823-3/2017.
O resultado obtido foi de 415mm, de acordo com a tabela 4 da norma, pode-se
caracterizá-lo pelo resultado como PJ 2.

Já no seu estado endurecido, após 07 dias de cura submersa, foram rompidos os Corpos
de Prova I e II, segue os dados e resultados obtidos:

Tipo de cura Tempo de cura Resistência à compressão (MPa)


CP I Cura úmida 07 dias 19
CP II Cura úmida 07 dias 14

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3. Ensaio: Concreto Leve

3.1. Normas
• ABNT NBR 6118 Projeto de estruturas de concreto
• ABNT NBR 12644 Concreto leve celular estrutural – Determinação da densidade de
massa aparente no estado fresco

3.2 Materiais e métodos


• Cimento CP V-ARI
• Areia fina
• EPS
• Água

Na execução do concreto leve em questão, foi utilizado o seguinte traço:

TRAÇO Massa específica Massa (kg)


Cimento 3,07 g/cm³ 5,6
Areia fina 2,62 g/cm³ 3,6
EPS 0,015 g/cm³ 0,0725
Água 1,00 g/cm³ 2,3

Primeiro acrescentou-se o cimento à betoneira, seguido da areia. Após 2 minutos de


mistura, acrescentou-se aos poucos o EPS, com cuidado devido a sua baixa granulometria
e peso.
Por fim, colocou-se a água, também aos poucos. Foram moldados 06 corpos de prova,
dos quais aos 07 dias, foram rompidos o CP III e CP IV, seus dados estão na tabela a
seguir:

Tipo de cura Tempo de cura Resistência (MPa)


CP III Câmara úmida 07 dias 1,5
CP IV Câmara úmida 07 dias 0,3

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Nota-se que os resultados não condizem com o mínimo requerido para defini-lo como
concreto estrutural leve (mínimo aos 28 dias de 17 MPa), portanto, é um concreto leve
que pode ser utilizado para regularização de lajes, preenchimento de paredes de vedação,
produção de pré-fabricados e nivelamento de piso.

4. Resultados e discussões

Como definido anteriormente, o concreto auto adensável surgiu devido à evolução dos
estudos e dos métodos aliado à tecnologia que está sempre em desenvolvimento; o seu
conceito está em corrigir defeitos do concreto convencional, com alto controle e alta
testagem. A sua utilização é um investimento.
Com a obtenção do resultado de 19 e 14 MPa respectivamente, aos 07 dias, vindo do
ensaio de compressão axial, pode-se afirmar que as resistências estão dentro de um ótimo
padrão estrutural.
Já suas características obtidas no estado fresco foram insatisfatórias visto que pelo método
de espalhamento, o resultado mínimo deveria ser de 550mm.

O CP III e CP IV com concreto leve apresentaram massa de 1,792 e 1,750 kg,


respectivamente. Suas dimensões são de 200 x 100 mm, conferindo um volume de
1.570,79 cm³.
Dessa forma, aplicando a fórmula da densidade:

𝑚
ρ=
𝑣

ρ= Densidade
m= Massa
v= Volume

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Tem-se uma média de densidade: 1,127 g/cm³ o equivalente a 1.127 kg/m³. Esse valor
está abaixo dos 2.000 kg/m³, que o define como concreto leve.
No seu estado fresco, devido a não utilização de agregado graúdo, normalmente se
verifica um concreto mais fluido.

5. Conclusão

Em suma, os concretos especiais já possuem vasta normatização e diversos instrumentos


e meios de ser controlado e especificado. Cabe aos que pretendem investir nessa técnica
de produção, que estejam resguardados das normas pertinentes, seu controle inicia-se
desde a escolha dos materiais que serão utilizados na mistura.
É possível concluir que as vantagens apresentadas nos concretos especiais (no caso deste
estudo o concreto auto adensável e concreto leve), somente serão reais e de completa
conformidade se a sua produção for controlada a cada etapa do processo, o espaço para
falhas é consideravelmente menor que comparado a produção do concreto convencional.

6. Referências bibliográficas

ANGELIN, Andressa Fernanda. Concreto leve estrutural – Desempenhos físicos,

térmicos, mecânicos e microestruturais. Limeira, 2014.

OZÓRIO, Bianca P. Moreira. Concreto leve com pérolas de EPS: estudo de dosagens

e de características mecânicas. São Carlos, 2016.

SATHLER, João Eduardo Versiani et al. (2017). Comparativo do concreto

convencional com o concreto auto-adensável. Minas Gerais, 2017.

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Associação brasileira de normas técnicas. NBR 12654: Controle tecnológico de

materiais componentes do concreto. Rio de Janeiro: ABNT, 1992.

Associação brasileira de normas técnicas. NBR 5738: Concreto – Procedimento

para moldagem e cura de corpos-de-prova. Rio de Janeiro: ABNT, 2003.

Associação brasileira de normas técnicas. NBR 15823: Concreto auto-adensável.

Rio de Janeiro: ABNT, 2010.

Associação brasileira de normas técnicas. NBR 12644: Concreto leve –

Determinação da densidade de massa aparente no estado fresco. Rio de Janeiro:

ABNT, 2014.

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