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UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ

ALLICIA VILA VERDE ALEXANDRE


ANNE CAROLINE DE CRISTO
FABIO RISSO ZANCANARO
LUIZA FRANCESCA PENKAL DA ROCHA
THALITA CORREIA

MATERIAIS CERÂMICOS

Itajaí
2017
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ALLICIA VILA VERDE ALEXANDRE


ANNE CAROLINE DE CRISTO
FABIO RISSO ZANCANARO
LUIZA FRANCESCA PENKAL DA ROCHA
THALITA CORREIA

MATERIAIS CERÂMICOS

Relatório apresentado para professora


Caroline Venâncio da disciplina de
Materiais de Construção Civil, do curso de
Engenharia Civil – 2º período, da
Universidade do Vale do Itajaí, Centro de
Ciências Tecnológicas da Terra e do Mar –
CTTMar.

Itajaí
2017
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RESUMO
Este relatório refere-se ás experiências desenvolvidas em laboratório sobre
Materiais Cerâmicos, na disciplina de Materiais de Construção Civil. Serão explicitados
os procedimentos envolvidos nos ensaios das características visuais, desvio de esquadro
e de planeza, resistência à compressão e a regularidade das medidas, materiais utilizados
e juntamente com sua análise e conclusões obtidas. A partir destes, pôde-se aprofundar
e obter resultados antes vistos na teoria. Este estudo é de grande importância por conta
da grande utilização das cerâmicas na construção civil.
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SUMÁRIO

Introdução
Objetivos
Parte Experimental
Experiência 1 – Resistência Mecânica
Materiais
Procedimentos
Experiência 2 – Desvios
Materiais
Procedimentos

Resultados e Discussão
Experiência 1 – Resistência Mecânica
Experiência 2 – Desvios
Experiência 3 – Densidade

Conclusão
Referências
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1. INTRODUÇÃO
Segundo Eládio G. R. Petrucci “Os produtos cerâmicos são materiais de
construção, obtidos pela secagem e cozimento de materiais argilosos.1” O principal
componente das Cerâmicas são as argilas, materiais terrosos que quando misturados
com água, adquirem uma alta plasticidade, ou seja, facilidade de moldar.

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PETRUCCI, Eládio G. R.. Materiais de Construção. 11. ed. São Paulo: Globo, 1998. Cap. 1,
p. 2.
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Na constituição das argilas, o principal componente são os argilo-minerais,


material extremamente fino que fornece a plasticidade e que tem formato de folhas, o
que confere ás argilas um carregamento elétrico. Temos também componentes
acessórios, como o Feldspatos, Sílica Livre, Óxido de ferro, Alumina Livre, Compostos
cálcicos, Matéria Orgânica e Água.
Dentre os Produtos Cerâmicos para a construção, temos: Materiais de Argila,
Materiais de Louça e Materiais Refratários. Os Materiais de Argila, são subdivididos em
Poroso, como os tijolos, telhas e ladrilhos, e Vidrados, como manilhas. Os Materiais de
Louça, são subdivididos em Pó de Pedra, como azulejos e materiais sanitários, Grés,
como materiais sanitários, pastilhas e ladrilhos, e Porcelana, como pastilhas e ladrilhos,
azulejos e porcelana elétrica. E os Materiais Refratários, são subdivididos em Silicosos,
Sílico-aluminosos, Aluminosos, Magnesita, Cromomagnesita e Cromita.
No presente relatório, os materiais envolvidos nesta experiência, são os de
Argila. São chamados assim, por conta de terem, principalmente, em sua composição as
argilas. O exemplo mais comum, e também usado em laboratório, são os tijolos. Para
utilização dos tijolos, têm-se características de qualidade como referência, tais como: ter
o conhecimento da procedência do lote, saber a porcentagem de quebra que teve durante
o transporte, verificar as cores o som, pois por meio dele sabemos se o cozimento está
bom ou não, igualdade e regularidades das dimensões, observar os cantos, as arestas e
se não tem trincas ou fendas etc. Podemos classifica-los em maciços e furados. Os
usados nessa experiência foram os furados.
Os tijolos furados têm certas especificações segundo a norma ABNT NBR-7171,
como: cada tijolo deve conter o nome do fabricante, a cidade da fabricação, o número
do lote e as suas dimensões, deve-se verificar se há trincas, empenamento ou furos e se
há desvios, de esquadro e de planeza, regularidade das dimensões e resistência a
compressão maior que 1,5 MPa com carregamento perpendicular ao eixo principal dos
furos. A norma admite um desvio de esquadro, planeza e alinhamentos dos blocos
máximo de 3 mm.
A resistência a compressão dos tijolos, é diferente paralela e normal aos furos. A
compressão paralela aos furos, o tijolo resiste mais. Na compressão normal aos furos,
quando o tijolo é rompido ocorre o cisalhamento.
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2. OBJETIVOS
- Aprofundar o conhecimento acerca das cerâmicas e suas propriedades;
- Analisar a resistência a compressão paralela e normal aos furos;
- Observar se há desvio de esquadro, planeza e de dimensões nos blocos cerâmicos,
verificando se os mesmos são admitidos pela norma.
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3. PARTE EXPERIMENTAL
3.1 Experiência 1 – Resistência Mecânica
3.1.1 Materiais
Foi utilizada a prensa, onde a mesma exerceu uma força normal e paralela aos
furos e dois blocos cerâmicos, sendo que um deles já estava com a superfície de
argamassa.
3.1.2 Procedimentos
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Primeiro colocou-se o bloco cerâmico normal às fibras, que já estava preparado


com superfície de argamassa, onde foi rompido normal às fibras. O segundo foi o bloco
cerâmico sem argamassa, este foi rompido paralelo ás fibras. Verificou-se qual posição
do bloco cerâmico foi mais eficaz para resistir a compressão.

3.2 Experiência 2 – Desvios


3.2.1 Materiais
Nesta experiência foram utilizados:
 5 blocos cerâmicos
 Trena
 Paquímetro
 Esquadro
 Balança
3.2.2 Procedimentos
Primeiramente foi escolhido 5 blocos cerâmicos onde os mesmos estavam
visivelmente bons, sem trincas ou com arestas irregulares. Posteriormente, foi anotado o
nome do fabricante e as dimensões, visto que o número do lote não foi possível anotar
por conta de estar dificilmente legível, e conclui-se que todos os 5 blocos eram do
mesmo fabricante e apresentavam as mesmas medidas, segundo o lote.
Em seguida, mediu-se a largura, altura e comprimentos de todos, para que depois
fosse verificado com as que constavam no lote e foi pesado na balança. Feito isso, foi
medido os desvios de esquadro e planeza de todos os blocos, para que depois fosse
comparado com o que diz a norma.

4. RESULTADOS E DISCUSSÃO
4.1 Experiência 1 – Resistência Mecânica
O bloco cerâmico com argamassa rompido no sentido normal aos furos, tinha as
seguintes medidas:
BLOCO CERÂMICO COM ARGAMASSA
Largura Altura Comprimento
19,4 cm 11,5 cm 19,2 cm
E obteve um resultado de:
 = 0.5 MPa
10

F = 8816.32 N

No ensaio de compressão normal aos furos, o bloco cerâmico atingiu a tensão de


rompimento igual a 0,5MPa, que é apenas um terço da resistência exigida pela norma
(NBR-7171) para blocos cerâmicos de classe 10, a menor. O fato pode ter ocorrido pela
umidade, que era aparente na maioria dos corpos de prova, mau cozimento, ou ainda por
imperfeições do bloco, que ficaram explicitas durante as medições de desvio de
esquadro e planeza.

O bloco cerâmico rompido com tensão aplicada paralela aos furos, tinha as
seguintes medidas:
BLOCO CERÂMICO SEM ARGAMASSA
Largura Altura Comprimento
18,3 cm 11,0 cm 18,6 cm
E obteve um resultado de:
 = 1.1 MPa
F = 190026.29 N
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Como já era esperado esse sentido apresentou uma resistência maior que no
sentido normal aos furos, pois no mesmo a secção resistente é maior. Entretanto a NBR-
7171 não especifica uma resistência ideal para esse sentido.

4.2 Experiência 2 – Desvios


Primeiramente, mediu-se todos os 5 blocos e pesou-se na balança, obtendo os
seguintes valores:

Tabela 1: Dimensões dos corpos de prova.


BLOCOS LARGURA ALTURA COMPRIMENTO PESO
1 18,3 cm 11,0 cm 18,6 cm 2,94 kg
2 18,6 cm 11,1 cm 18,4 cm 2,74 kg
3 18,4 cm 11,1 cm 18,6 2,58 kg
4 18,5 cm 11,1 cm 18,3 cm 2,74 kg
5 18,5 cm 11 cm 18,5 cm 2,80 kg
 92,3cm 55,3cm 92,4cm -------------

Na largura o valor obtido ao medir todos os cinco blocos lada a lado foi 92,3cm
quando o resultado ideal seria 95±0,3cm, com um desvio de 24mm acima do permitido
pela norma (NBR-7171), já na altura o resultado obtido foi de 55,3cm que também é um
desvio acima do permitido, uma vez que o resultado ideal seria 57,5±0,3cm, portando o
desvio apresentado foi de 19mm. O comprimento assim como as outras dimensões
também apresentou desvio, com o resultado de 92,4cm enquanto o aceitável seria
95±0,3cm, nesta dimensão o desvio foi de 23mm, enquanto a norma previa 3mm.
Porém, essas medidas foram obtidas em laboratório, em todos os blocos
cerâmicos constavam a mesma medida do lote:

Tabela 2: Dimensões que constavam nos blocos cerâmicos


MEDIDAS QUE CONSTAVAM NO BLOCO CERÂMICO
LARGURA ALTURA COMPRIMENTO
19 cm 11,5 cm 19 cm

Logo depois de medir, percebeu-se que as medidas que constavam nos blocos
cerâmicos não eram verdadeiras, houveram erros em milímetros, o que pode parecer
pouco, em obra pode ser muito ruim. Os desvios significativos se devem a erros no
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processo de fabricação que, provavelmente, foi realizado de forma mais artesanal, o que
os tornam mais recorrentes.
Posteriormente, mediu-se os desvios de esquadro e de planeza nos dois lados de
cada bloco (lado 1 e 2), obtendo os seguintes valores:

Tabela 3: Desvios nas dimensões dos blocos.


BLOCOS ESQUADRO ESQUADRO PLANEZA PLANEZA
(1) (2) (1) (2)
1 2,9 mm 3,2 mm 5,2 mm Sem Desvio
2 3 mm Sem Desvio Sem Desvio 4,4 mm
3 Sem Desvio Sem Desvio Sem Desvio Sem Desvio
4 3,05 mm 2,6 mm 1,5 mm Sem Desvio
5 3,3 mm 1 mm 1,9 mm Sem Desvio

Esse processo evidenciou ainda mais a falta de padrão nos blocos analisados,
quem em todo caso apresentaram desvio maior que o permitido (3mm), em pelo menos
uma dimensão, enquanto media-se os desvios foi possível observar plenamente o quanto
os blocos eram fora do esquadro. O motivo se deve, assim como no tópico anterior, a
erros no processo de fabricação.

4.3 Experiência 3 – Densidade


Com os dados obtidos, conseguimos calcular a densidade usando a seguinte
fórmula:
D=M/V
Onde a densidade é encontrada a partir da massa, em gramas, dividida pelo
volume. A massa foi obtida na balança, já o volume foi encontrado através desta
fórmula:
V= HxLxC-6x (0,035x0,035xC)

Onde H corresponde à altura do bloco em centímetros, L sua largura, C seu

comprimento e (0,035x0,035xC) o volume ocupado por um furo.


Tabela 4: Densidade calculada (aproximação).
BLOCOS DENSIDADE
1 1,237 g/cm³
2 1,120 g/cm³
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3 1,061 g/cm³
4 1,136 g/cm³
5 1,164 g/cm³

Vale ressaltar que a densidade calculada é uma aproximação, pois as ranhuras


existentes nos blocos foram desconsideradas. No todo os resultados foram parecidos, as
diferenças se devem as dimensões que não são iguais para todos os blocos assim como a
humidade que pode ter acrescentado na massa dos mesmos.
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5. CONCLUSÃO
Os materiais cerâmicos são, portanto, muito importantes na área da Engenharia
Civil, por serem de fácil produção, de baixo custo, de grande durabilidade, isolamento
térmico e acústico e é uma matéria-prima abundante em nossa região, como no Vale do
Rio Tijucas.
Concluiu-se, que segundo as normas, existem especificações que cada lote
deve seguir, como ter o nome do fabricante, a cidade da fabricação, o número do lote e
as suas dimensões corretas, porém, em laboratório, percebemos que isso não é seguido e
que alguns blocos cerâmicos apresentaram desvios de esquadro e de planeza, o que deve
ser mais fiscalizado para obter ainda mais qualidade. Viu-se também, que a resistência a
compressão paralela aos furos é maior que a normal aos furos.
Diante dos fatos observados, concluímos que em vista dos blocos cerâmicos
que tínhamos, nenhuma era 100% nos padrões da norma, em relação às dimensões dos
blocos e desvios de esquadro e de planeza. Alguns víamos que poderiam ser usados,
como um que não obteve nenhum desvio.
Por fim, é de suma importância a verificação do lote dos blocos cerâmicos,
pois blocos de má qualidade ou que não seguem as normas, implicam inúmeras
complicações nas obra, como uma não padronização da construção. Entendeu-se
também que por esse motivo é necessário comprar os produtos de um fornecedor
confiável, porém essa tarefa acaba por ser um problema, pois na região das cidades de
Tijucas, Canelinha e São João Batista que é responsável por grande parte da produção
desse seguimento no estado, são poucas as empresas que apresentam automação em seu
processo de produção, e a produção dos blocos, na sua maioria, ainda é bastante
artesanal e por esse motivo muitos blocos apresentam desvios em suas dimensões, assim
como os blocos testados em laboratório.
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6. REFERÊNCIAS
PETRUCCI, Eládio G. R.. Materiais de Construção. 11. ed. São Paulo: Globo, 1998.
Cap. 1. p. 1-38.

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