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Materiais de construção

Agregados para a construção civil

P R O F. M E . L U C I A N O R E N ATO
Estrutura da aula
Definição de agregado;
Obtenção;
Aplicações dos agregados;
Tipos de agregados;
Propriedades relevantes;
Caracterização das propriedades.
Agregado
Definição de engenharia
◦ Material granular, sem forma bem definida,
geralmente inerte, com dimensões,
características e propriedades adequadas ao
uso em engenharia civil.
Aplicações dos
agregados
Aplicações dos
agregados
Aplicações dos agregados
Aplicações dos agregados
CARACTERÍSTI
CAS DOS
AGREGADOS
CLASSIFICAÇÃO E
TERMINOLOGIA
Quanto às dimensões
◦ Agregados graúdos, miúdos e pulverulentos;
Quanto à massa específica real
◦ Leves, normais e pesados
Quanto à origem
◦ Naturais: granito, basalto etc.
◦ Artificiais: escórias, argila expandida, isopor, RCD
etc.
Quanto às dimensões dos grãos
Agregado Graúdo
◦ Agregado cujos grãos passam pela peneira de abertura de 75
mm e ficam retidos na peneira de abertura igual a 4,75 mm.
Agregado Miúdo
◦ Agregado cujos grãos passam pela peneira de abertura de
4,75 mm e ficam retidos na peneira de abertura igual a 0,15
mm.
Materiais pulverulentos
◦ Partículas minerais com dimensão inferior a 0,075 mm,
incluindo os materiais solúveis em água
Quanto às dimensões dos grãos
Agregado Graúdo
Quanto à massa específica
Leves :  < 2,0 kg/dm3 – Concreto leves
Normais: 2,0 <  < 3,0 kg/dm3
Pesados:  > 3,0 kg/dm3
Exemplos de
agregados
Seixo rolado
Agregado reciclado de RCD
O PAPEL DO AGREGADO EM ARGMASSAS E
CONCRETOS É APENAS DE
ENCHIMENTO ???
Propriedades físicas relevantes
FORMA DOS GRÃOS E TEXTURA SUPERFICIAL

POROSIDADE INCHAMENTO
MASSA ESPECÍFICA

ABSORÇÃO
COMPOSIÇÃO
ABSORÇÃO GRANULOMÉTRICA
MASSA ESPECÍFICA E
UNITÁRIA
Método de determinação:
 Agregado miúdo: frasco de Chapman
 Agregado graúdo: Picnometro
balança hidrostática
MASSA
ESPECÍFICA
AGREGADO GRAÚDO:
 Balança hidrostática
Pesa o agregado (SSS)
Pesa o agregado imerso em
água, pendurado a amostra em
um gancho ligado ao prato da
balança
MASSA ESPECÍFICA
AGREGADO MIÚDO:
 Frasco de chapman
Colocar água no frasco;
 Introduzir 500g de agregado seco;
 Agitar até eliminar as bolhas de ar;
Efetuar a leitura do nível atingido
pela água.
MASSA UNITÁRIA
AGREGADO GRAÚDO
MASSA UNITÁRIA
AGREGADO MIÚDO
EXEMPLOS
1- Qual a massa unitária do agregado usado
no ensaio sabendo-se que o volume dos grãos
contidos em um recipiente de 15 dm3 é 8,25
dm3 e que a massa específica da referida
areia é 2,62 kg/dm3 ?
2- Qual a massa de brita que cabe em um silo
cuja base é retangular com 2,5 m x 1,4 m e
altura igual a 1,5 m. Sabe-se que a massa
unitária da brita em questão é 1,42 kg/dm³.
ABSORÇÃO
CONDIÇÕES DE UMIDADE
EXEMPLO
Qual a massa de água que existe em
90 kg de areia úmida, sabendo-se que
o teor de umidade desta areia é igual
a 3,2%?
INCHAMENTO
INCHAMENTO – NBR 6467
•Fenômeno relativo a variação do volume aparente,
provocado pela absorção de água livre pelos grãos do
agregado, que altera sua massa unitária.

•O volume da areia pode ser


alterado de 20 a 40% do volume
inicial.

•Importante de ser verificado para


traços realizados em volume.
CURVA GRANULOMÉ TRICA
CURVA GRANULOMÉ TRICA
CURVA GRANULOMÉ TRICA
CURVA GRANULOMÉ TRICA
CURVA GRANULOMÉ TRICA

MIÚDO
CURVA GRANULOMÉ TRICA

GRAÚDO

MIÚDO
CURVA GRANULOMÉ TRICA

GRAÚDO

MIÚDO
PULVERULENTO
CURVA GRANULOMÉ TRICA
CURVA GRANULOMÉ TRICA

MIÚDO
CURVA GRANULOMÉ TRICA

GRAÚDO

MIÚDO
CURVA GRANULOMÉ TRICA

GRAÚDO

MIÚDO
PULVERULENTO
CURVA GRANULOMÉ TRICA
CURVA GRANULOMÉ TRICA
CURVA GRANULOMÉ TRICA
AMOSTRA
Concretos
Exemplo de dosagem pelo método
do ACI modificado

Disciplina: Construção Civil II


Prof. Luciano Renato Conceição Ferreira
Estrutura da aula
• Definição de dosagem;
• Lei de Abrams;
• Lei de Lyse;
• Lei de Priszkulnik & Kirilos (Lei de Molinari);
• Dosagem pelo método da ACI (American Concrete
Institute).
Conceito de dosagem
• Conjunto de procedimentos adotados para a
determinação da formulação do concreto
(traço), expressa pelas proporções relativas
(massa ou volume) dos materiais
constituintes.

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Lei de Abrams
• Variação das propriedades fundamentais do
concreto endurecido em função da relação
água/cimento.
k1
f cj  a/c
k2

- fcj = resistência à compressão a j dias de idade.


- k1 e k2 = constantes que dependem da natureza dos materiais,
da idade e das condições de cura.
- a/c=x = relação água-cimento. 55
Lei de Lyse
• A relação água/mistura seca é praticamente
independente do traço para uma dada
trabalhabilidade, considerando o emprego dos
mesmos materiais e a mesma distribuição
granulométrica.

água x
A(%)  A(%)  .100
mistura sec a 1 m
56
Lei de Priszkulnik & Kirilos
(Lei de Molinari)
• O consumo de cimento relaciona-se com o
traço da seguinte forma:

1
Cc 
1 a b
  x
 cim  a  b

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Fundamentos da dosagem dos concretos

Construção de diagramas de dosagem


fcmj Lei de Abrams

28 dias
Consumo de 7 dias
cimento
(kg/m3) a/c
Slump 140 mm

Slump
m 80 mm
Lei de Lyse
Exercício
1 – Projetar o traço de concreto solicitado a seguir, para uma obra de edifício
situada em região não agressiva.
– Traço 1 para a concretagem de lajes e vigas com fck= 30,0 MPa.

Dados:
• Espessura mínima das lajes: 10 cm
• Distância mínima entre formas: 16 cm
• Distância mínima horizontal entre barras da armadura: 40 mm
• Cobrimento mínimo das armaduras: 30 mm
• Adensamento vibratório moderado
• Materiais medidos em massa com controle da umidade
• Materiais disponíveis:
– Cimento CP II E – 32
– Areia com MF=1,80
– Brita: 9,5 mm, 25 mm
Exercício

Cimento Brita9,5 Brita19


Característica CP II E- 32 Areia
Massa específica
(kg/dm³) 3,14 2,65 2,77 2,80
Massa unitária solta
(kg/dm³) --- 1,51 1,48 1,47
Massa unitária
compactada (kg/dm³)
--- --- 1,61 1,54
Inchamento --- 26% --- ---
Passos para a dosagem pelo método
ACI modificado
1. Escolha do abatimento do tronco de cone;
2. Determinação do Dmáx do agregado graúdo;
3. Determinar a quantidade de água por m³ em função do
abatimento e Dmáx;
4. Determinar a relação a/c:
– Critério da resistência (fcj = fck + 1,65 Sd)
– Critério da durabilidade
5. Calcular consumo de cimento;
6. Determinar o volume de agregado graúdo em função do
módulo de finura da areia;
7. Calcular o volume de areia pelo método volumétrico;
8. Ajuste experimental do traço.
Escolha do abatimento
Abatimento (mm)
Tipo de peça
Mínimo Máximo
Fundações e muros não armados 20 60
Fundações e muros armados 30 70
Estruturas usuais (vigas, pilares,
lajes etc.) 60 80
Peças com alta densidade de
armaduras 70 90
Concreto aparente 60 80
Concreto bombeável 80 130
Escolha da dimensão máxima
característica do agregado graúdo
Consumo de água x abatimento x Dmax
Resistência de dosagem

fcj = fck + 1,65 Sd


Determinação do fcj
Condição A
Materiais dosados em massa e a água de amassamento é corrigida em função
da correção de umidade dos agregados.
– Considerar Sd = 4,0 MPa.
Condição B
Cimento dosado em massa, agregados dosados em massa combinada com
volume, a umidade do agregado miúdo é determinada e o volume do agregado
miúdo é corrigido através da curva de inchamento.
– Considerar Sd = 5,5 MPa.
Condição C
Cimento medido em massa, agregados e água em volume, umidade dos
agregados estimada.
– Considerar Sd = 7,0 MPa.
Lei de Abrams

k1
f cj  a/c
k2
- fcj = resistência à compressão a j dias de idade.
- k1 e k2 = constantes que dependem da natureza dos
materiais, da idade e das condições de cura.
- a/c = relação água-cimento.
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Curva de Abrams
Classe de agresividade ambiental
Classe Agressividade Tipo de ambiente Risco de deterioração da
estrutura
Rural
I Fraca submersa Insignificante
II Moderada Urbana1;2 Pequeno
Marinha1
III Forte Industrial1;2 Grande
Industrial1;3
IV Muito forte Respingo de maré elevado

1) Pode-se admitir um microclima com uma classe de agressividade mais branda (um nível acima) para ambientes
intrísecos secos (salas, dormitórios, banheiros, cozinhas e áreas de serviço de apartamentos, residências e
conjuntos comerciais ou ambientais com concreto revestido de argamassa pintada).
2) 2) Pode-se admitir um microclima com uma classe de agressividade mais branda (um nível acima) em obras em
regiões de clima seco, com umidade relativa do ar menor ou igual a 65%, partes da estrutura protegidas de chuva
em ambientes predominantemente secos, ou em regiões onde chove raramente.
3) 3) Ambientes quimicamente agressivos, tanques industriais, galvanoplastia, branqueamento em industria de
celulose e papel, armazéns de fertilizantes e indústrias químicas.

NBR 12655
Classe de agressividade x qualidade do
concreto

Classe de agressividade
Concreto Tipo
I II III IV
CA ≤0,65 ≤0,60 ≤0,55 ≤0,45
Relação água/cimento
CP ≤0,60 ≤0,55 ≤0,50 ≤0,45
CA ≥C20 ≥C25 ≥C30 ≥C40
Classe do concreto (NBR 8953)
CP ≥C25 ≥C30 ≥C35 ≥C40

NBR 12655
Condições especiais de exposição

Máxima relação Mínimo valor de fck (para


Condições de exposição água/cimento, em concreto com agregado
massa, para concretos
normal ou leve) (MPa)
com agregado normal
Condições em que é necessário um 0,50 35
concreto de baixa permeabiliadade à água
Exposição a processos de congelamento e
descongelamento em condições de 0,45 40
umidade ou agentes químicos de degelo
Exposição a cloretos provenientes de
agentes de degelo, sais, água salgada,
água do mar, ou respingos ou borrifação 0,40 45
desses agentes

NBR 12655
Volume compactado seco de agregado
graúdo
Determinação do volume de areia:
Método volumétrico
Soma de volumes= 1 m³
Mistura experimental

75
Mistura experimental

76
Mistura experimental

77
Mistura experimental

78
Mistura experimental

79
Mistura experimental
Propriedades do concreto
no estado endurecido 𝐹
𝑅=
𝐴

• R  resistência à
compressão em
MPa;
• F  força de ruptura
em Newtons;
• A  Área da seção
transversal do corpo-
de-prova em mm²
AJUSTE DE TRAÇO
O traço 1:1,87:3,63:0,52 determinado em laboratório para uma
estrutura de concreto armado, fck=20MPa, com um consumo
aproximado de cimento de 350Kg/m³, consistência medida no
ensaio do slump test de 70 +/- 10mm, se encontra a seguir. Os
materiais foram medidos em volume, tendo sido considerada a
influência do inchamento no agregado miúdo.
Ao virar o concreto na obra, durante a fase de ajuste, observou-se
que em cada betonada ( 2 sacos de cimento) para se atingir a
consistência pretendida, o betoneiro mediu 42l de água. As
umidades de areia de brita foram medidas, correspondendo
respectivamente a ha= 6,4% e hb= 1,0%. Podemos continuar a
utilizar o mesmo traço? Caso contrário, qual o novo traço para
atingir a resistência requerida? Justifique sua resposta.
Exercícios
Exercícios
Bibliografia recomendada
• MEHTA, P. K., MONTEIRO, P. J. M. Concreto,
estrutura, propriedades e materiais. Ed. Pini.
1992.
• BAUER, L. A. F. Materiais de construção I. LTC –
Livros Técnicos Científicos. Rio de Janeiro,
2004.
Bibliografia recomendada

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