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Prof. Klinger S. Rezende

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Dosagem experimental
do concreto

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Introdução

• Entende-se por estudo de dosagem dos concretos de cimento


Portland os procedimentos necessários à obtenção da melhor
proporção entre os materiais constitutivos do concreto,
também conhecido por traço.

• Essa proporção ideal pode ser expressa em massa ou em volume.

• Seja qual for a forma adotada, toma-se sempre o cimento como


unidade, e relacionam-se as demais quantidades à quantidade de
cimento.

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Introdução

• A unidade (quantidade de cimento) pode ser indicada:

 Por 1 kg ou litro;
 Pela quantidade contida em um saco de cimento ou;
 Pela quantidade contida em um metro cúbico de concreto.

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Introdução

• Adota-se, para tal, a seguinte notação:


a – kg de agregado miúdo por kg de cimento;
p – kg de agregado graúdo por kg de cimento;
x – kg de água por kg de cimento;
δ𝒂𝒂 - peso unitário do agregado miúdo;
δ𝒑𝒑 - peso unitário do agregado graúdo;
δ𝒄𝒄 - peso unitário do cimento;
k – kg de cimento por saco (usualmente, 50 kg);
C – kg de cimento por m³ de concreto (consumo).
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Introdução

• Pode-se exprimir um traço das seguintes maneiras:

1) Traço em peso, referido ao kg de cimento:

1: a : p : x

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Introdução

2) Traço em peso, referido ao saco de cimento:

• 1 saco de cimento;
• ka kg de agregado miúdo;
• kp kg de agregado graúdo;
• kx kg ou litros de água.

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Introdução

3) Traço em peso, referido ao consumo de cimento:

• C kg de cimento;
• Ca kg de agregado miúdo;
• Cp kg de agregado graúdo;
• Cx kg ou litros de água.

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Introdução

4) Traço dos agregados em volume, referido ao kg de cimento:

𝑎𝑎 𝑝𝑝
1: : :x
δ𝒂𝒂 δ𝒑𝒑

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Introdução

5) Traço em volume, referido ao litro de cimento:

𝑎𝑎 𝑝𝑝
1 : δ𝒄𝒄 : δ𝒄𝒄 : x. δ𝒄𝒄
δ𝒂𝒂 δ𝒑𝒑

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Introdução

6) Traço em volume, referido ao saco de cimento:

• 1 saco de cimento;
𝑘𝑘𝑎𝑎
• litros de agregado miúdo;
δ𝒂𝒂

𝑘𝑘𝑝𝑝
• litros de agregado graúdo;
δ𝒑𝒑
• kx litros de água.

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Introdução

7) Traço em volume, referido à quantidade de cimento por


metro cúbico de concreto:

• C kg de cimento;
𝐶𝐶𝑎𝑎
• litros de agregado miúdo;
δ𝒂𝒂
𝐶𝐶𝐶𝐶
• litros de agregado graúdo;
δ𝒑𝒑
• Cx litros de água.

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Dosagem empírica ou não experimental

• Indicação em peso é a mais exata, porém, não é a mais prática.

• Nas pequenas obras, é usual a indicação em volume.

• Denomina-se dosagem não experimental ou empírica ao


proporcionamento do concreto feito em bases arbitrárias, fixadas
quer pela experiência do construtor, quer pela tradição.

• É a maneira inadequada de proporcionar o concreto.

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Fundamentos da Dosagem experimental

• A dosagem experimental se diferencia da dosagem empírica


porque os materiais constituintes e o produto resultante são
previamente ensaiados em laboratórios.

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Fundamentos da Dosagem experimental

A dosagem visa a garantir ao concreto:

– No estado fresco:
• Trabalhabilidade adequada aos meios disponíveis para que seja
transportado, lançado e adensado, sem segregação.

– No estado endurecido:
• Características compatíveis com as solicitações impostas pela
utilização e exposição da obra (resistência, durabilidade,
permeabilidade).

– Ser produzido a baixo custo (competitividade com outros


materiais alternativos).
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Principais elementos considerados na
dosagem de um concreto

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Concreto fresco

A trabalhabilidade depende de:

– Fatores relativos aos materiais;


– Condições de execução da obra.

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Concreto endurecido

Qualidades desejáveis:
– Resistência mecânica (compressão, tração, tração na flexão,
cisalhamento, abrasão);
– Aderência;
– Durabilidade;
– Impermeabilidade;
– Aparência.

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Fatores que influenciam a resistência mecânica

• Resistência da pasta de cimento endurecida:

– Grau de hidratação;
– Porosidade;
– relação a/c;

• Resistência do agregado;

• Resistência da ligação pasta/agregados:


– Forma, textura superficial e natureza química dos agregados.

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Durabilidade

É a capacidade do concreto de resistir à ação do tempo, aos ataques


químicos, abrasão ou qualquer outra ação de deterioração.

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Método de dosagem ABCP/ACI

Considerações preliminares:
– Métodos de dosagem:
• Europa - 20 métodos;
• Brasil - 4 métodos.

– Método ABCP/ACI:
• Desenvolvido com base nos métodos do American Concrete
Institute (ACI) e Portland Cement Institute (PCI), adaptado às
condições brasileiras pela ABCP (utilização de agregados graúdos
britados e a areia de rio que obedecem a NBR 7211)

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Fundamentos do método

Conhecimento prévio das seguintes informações:


– Materiais:

• Tipo, massa específica e nível de resistência aos 28 dias do


cimento a ser utilizado;

• A análise granulométrica e massa específica dos agregados


disponíveis;

• Massa unitária compactada do agregado graúdo.

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Fundamentos do método

Concreto:

• Dimensão máxima característica admissível;

• Consistência desejada do concreto fresco, medida pelo abatimento


do tronco de cone;

• Condições de exposição ou finalidade da obra;

• Resistência de dosagem do concreto.

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Fixação da relação água/cimento

Critério da durabilidade:
– Condições especiais de exposição:
• Baixa permeabilidade;
• Ciclo gelo-degelo;
• Cloretos:
– Exposição a sulfatos.
Critério da resistência mecânica:
– Conhecimento prévio da resistência normal do cimento ou da sua
estimativa. 24
Requisitos para o concreto em condições
especiais de exposição – NBR 12655

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Classes de agressividade ambiental

Tabela 1 da NBR 12655: 2006: Classes de agressividade ambiental

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Relação água/cimento de acordo com a
classe de agressividade
Tabela 2 da NBR 12655: 2006:

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Requisitos para o concreto exposto a soluções
contendo sulfatos – NBR 12655

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Concreto exposto a ambiente sulfatado

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NBR 12655: Concreto – Preparo,
controle e recebimento
Cálculo da resistência de dosagem aos 28 dias:

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Gráfico para determinação da relação
água/cimento em função das resistências
do concreto e cimento aos 28 dias

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Consumo de água no concreto (l/m³)
Valores recomendados como ponto de partida para o consumo de
água de concretos preparados com pedra britada, areia natural e
consumo de cimento da ordem de 300 kg/m3.

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Consumo de cimento (kg/m³)
Determinação do consumo de cimento (C)

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Determinação do consumo de agregado
graúdo
Depende do(a):

• Dimensão máxima característica do concreto;


• Módulo de finura da areia.

Vc=Volume compactado/m3 de concreto


δc=Massa unitária compactada

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Volume compactado seco (VC) de agregado
graúdo por m³ de concreto

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Determinação do consumo de agregado
miúdo (Cm)

Somatório dos volumes dos materiais = 1m³ de Concreto

γ = massa específica dos materiais

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Método de dosagem ABCP/ACI
NOTA IMPORTANTE:

DEVIDO ÀS PROPRIEDADES DE ABSORÇÃO E TEOR DE


UMIDADE DOS AGREGADOS, O TRAÇO INICIAL
DEVERÁ SER CORRIGIDO, POIS ESTAS PROPRIEDADES
INFLUENCIAM NA QUANTIDADE DE ÁGUA PRESENTE
NOS AGREGADOS E DEVE SER LEVADA EM CONTA
PARA A CORREÇÃO DA QUANTIDADE DE ÁGUA NA
DOSAGEM.

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Método de dosagem ABCP/ACI
Apresentação do traço do concreto:
– Cimento (1) : areia : graúdo : relação a/c

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EXERCÍCIO
De acordo com as regras da “NBR 12655: Concreto – Preparo,
controle e recebimento” e seguindo a metodologia de dosagem do
ACI/ABCP (ET-67/ABCP: Parâmetros de dosagem dos concretos),
calcule o traço do concreto com os materiais estudados, visando o
atendimento das condições a seguir detalhadas:

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EXERCÍCIO
• Resistência característica à compressão aos 28 dias de idade: fck
= 20 MPa;

• Condição de preparo do concreto(NBR 12655): B;

• Dimensão máxima característica admissível para o agregado


graúdo: Dmáx ≤ 25 mm;

• Consistência medida através do abatimento do tronco de cone


(slump-test): 6 ± 1 cm;

• O concreto será utilizado na construção de uma estrutura de um


edifício em concreto armado, que posteriormente será revestida,
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localizado em uma zona urbana.
EXERCÍCIO

Características dos materiais disponíveis:

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EXERCÍCIO

Experimentação:

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