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Manual de Laboratório

QUÍMICA GERAL 1

CURSO TÉCNICO INTEGRADO DE QUÍMICA


Profº(s): EDEILZA LOPES
LUÍS ALEXANDRE DIAS
RENATA CHAGAS
TEREZA CRUZ
VIVIANA ROCHA
WALTER GOMES

Versão no 5, Julho-2017
Salvador, Bahia

SUMÁRIO

Página

1. SEGURANÇA NO LABORATÓRIO DE QUÍMICA........................................................ 3

2. PRIMEIROS SOCORROS.............................................................................................. 6

3. INCÊNDIOS............................................................................................................ 7

4. VIDRARIAS, EQUIPAMENTOS E/OU UTENSÍLIOS BÁSICOS DE LABORATÓRIO 10

5. CALIBRAÇÃO DE UMA ESTUFA............................................................................ 19

6. SISTEMA INTERNACIONAL DE UNIDADE (SI)........................................................... 20

7. MEDIDAS DE VOLUME................................................................................................. 21

8. TRANSFERÊNCIA DE LÍQUIDOS E SÓLIDOS............................................................ 24

9. SISTEMAS DE RESFRIAMENTO.................................................................................. 26

10. SISTEMAS DE AQUECIMENTO.................................................................................... 27

11. OPERAÇÃO DE PESAGEM..................................................................................... 30

12. DETERMINAÇÃO DA DENSIDADE.............................................................................. 32

13. PREPARO, EXECUÇÃO DA PRÁTICA E ELABORAÇÃO DO RELATÓRIO


TÉCNICO – CIENTÍFICO.......................................................................................... 36

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1. SEGURANÇA NO LABORATÓRIO DE QUÍMICA

Em nossas atividades diárias constantemente corremos riscos, isto é, existe uma probabilidade de sofrermos
algum tipo de dano. Danos podem ocorrer mesmo quando realizamos atividades que, por serem corriqueiras, nos
parecem isentas de qualquer perigo.

No desenvolvimento dos trabalhos em um laboratório de Química, quando certos cuidados não são
observados, algumas situações de risco podem ocorrer. Tais situações podem ser responsáveis por um simples
acidente, como uma pequena queimadura de 1º grau, ou até mesmo um incêndio de altas proporções.

Como os riscos são inevitáveis, é necessário que tenhamos consciência de quais são e onde estão, pois
mais de 90% dos acidentes de laboratório são devidos a deficiências de informações, bem como a negligência no
respeito por normas e procedimentos de segurança. Deste modo, a única maneira de evitar os perigos associados
ao trabalho químico é conhecê-los bem.

Assim, a fim de se evitar acidentes, alguns itens de segurança pessoal e coletiva, que devem ser respeitados
e incorporados no dia a dia de um trabalho num laboratório, serão apresentados a seguir:

1.1. O QUE É SEMPRE “FASHION” NO LABORATÓRIO

Ao ser designado para trabalhar em um determinado laboratório, é imprescindível adotar atitudes seguras,
bem como a aquisição de alguns itens que constituem o que chamamos de EPI (Equipamento de Proteção
Individual):

a) Jaleco longo de manga comprida, de algodão (mantido fechado, de preferência com velcro e com elástico nos
punhos das mangas);
b) Luvas de isolamento térmico, luvas contra produtos corrosivos (PVC) e solventes (nitrila);

c) Óculos de segurança com proteção lateral;

d) Máscara contra poeiras, fumos, névoas, vapores orgânicos e/ou gases ácidos;

e) Calças compridas;

f) Sapatos fechados.

Além disso, é necessário o conhecimento da localização e operacionalizações dos acessórios de segurança


ou EPC (Equipamento de Proteção Coletiva) existentes no laboratório, tais como:

g) Capela;
h) Chuveiro de emergência;

i) Extintores de incêndios;

j) Lava-olhos.

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1.2 PROCEDIMENTOS DE SEGURANÇA

a) Nunca trabalhe sozinho no laboratório. Em caso de acidente poderá não obter auxílio imediato;
b) Lembre-se que o laboratório é um lugar para trabalho sério. Portanto, evite brincadeiras e a presença de
pessoas estranhas no mesmo (caso necessário, após falar com o professor, atenda os colegas no corredor);

c) No laboratório é proibido fumar, beber, comer e mascar chiclete;

d) O uso de lentes de contato é proibido, pois vapores corrosivos podem ficar presos entre a lente e a córnea;

e) O cabelo, caso comprido, deve estar preso para trás;

f) As orelhas devem estar sem brincos compridos;

g) Boné não é EPI. Portanto, é proibido o uso deste no laboratório;

h) Bancada de laboratório não é estante de livros, de bolsas, de roupas, etc. Portanto, deixe sobre a bancada
somente o material em uso no trabalho. Além disso, não sente ou debruce na bancada;

i) Antes de manipular qualquer substância, consulte a bibliografia adequada e informe-se sobre suas
propriedades físicas, químicas e toxicológicas, bem como os métodos de descarte dos resíduos gerados;

j) Mantenha sempre limpo o local de trabalho. OLHE A HIGIENE!

k) Não jogue nas pias ou no chão, restos de reagentes, material sólido, palitos de fósforo ou pedaços de papel. No
laboratório existem frascos e cestos de lixo destinados a receberem estes resíduos;

l) Todos os frascos contendo reagentes, amostras e soluções devem ser devidamente rotulados (identificação do
material, do responsável e data de preparação);

m) Não usar produto que esteja sem rótulo;

n) Substituir rótulos ilegíveis ou danificados;

o) Não retorne substâncias e soluções aos frascos originais, mesmo que não tenham sido usados;

OBS. 1: Para evitar descartes e desperdícios, CONSULTE SEMPRE O SEU PROFESSOR, quanto à
possibilidade de retorno de uma substância, caso você tenha CERTEZA ABSOLUTA que ela não foi
contaminada durante o seu manuseio.

OBS. 2: A observação acima não se aplica as soluções padrões.

p) Evite contato de produtos químicos com a pele;


q) Utilize substâncias inofensivas com o mesmo cuidado que teria com substâncias tóxicas.

1.3 USO DA CAPELA

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a) Trabalhe na capela: A capela é um EPC especialmente construído que tem, pelo menos, um exaustor para
levar os vapores nocivos para fora do ambiente de trabalho (Fig.1). Na sua parte frontal existe um vidro de
segurança (ou painel de plástico) que pode ser abaixado e, que funciona como uma proteção contra explosões.

Figura 1. Uma capela típica

b) Para sentir o odor de uma substância não coloque o seu rosto diretamente sobre o frasco. Em vez disso, com
sua mão, desloque para a sua direção, os vapores que se desprendem do frasco (Fig. 2).

Figura 2. Técnica correta de sentir o odor de um produto químico

c) Na manipulação de substâncias voláteis, extinguir todas as chamas no laboratório;


d) NUNCA pipete (sugue) líquido com a boca. Neste caso, use bulbos de borracha (“pêras”) ou outros tipos de
“pipetadores”;

e) Não use nenhum equipamento em que não tenha sido treinado ou autorizado a utilizar;

f) Não aqueça sistemas fechados.

1.4 USO DE EQUIPAMENTOS ELÉTRICOS

a) Certifique-se da voltagem correta de trabalho de equipamentos elétricos antes de conectá-los à rede elétrica.
NA DÚVIDA UTILIZE SEMPRE 110 V;
b) Só opere equipamentos quando fios, tomadas e plugues estiverem em perfeitas condições;

c) Não operar equipamentos elétricos sobre superfície úmida;

d) Não confiar completamente no controle automático de equipamentos elétricos, inspecioná-los sempre quando
em operação;

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e) Não deixar equipamentos elétricos ligados, fora do expediente, sem aviso prévio.

1.5 ANTES DE SAIR DO LABORATÓRIO:

a) Deixe a bancada limpa e desobstruída;


b) Desligue todos os aparelhos e lâmpadas, e verifique se não há torneiras (água ou gás) abertas;

c) Lave bem as mãos.

E agora??? O que fazer??? DÚVIDAS????

PERGUNTE AO PROFESSOR.

SIGA AS ORIENTAÇÕES CORRETAMENTE E USE O BOM SENSO!

2. PRIMEIROS SOCORROS

SERÁ QUE JÁ TERMINEI ???

2.1 DERRAMAMENTO DE PRODUTO QUÍMICO

a) No laboratório: Evacuar o laboratório, principalmente se a substância for volátil. Limpar quando for possível.
Na ocorrência de vertigens, deve-se afrouxar a roupa, levar a vítima para local ventilado, evitar aglomeração;
b) Sobre a roupa: Despir imediatamente a pessoa, para evitar absorção dérmica. Consultar o médico;

c) Sobre a pele: Lavar o local com água abundante por, pelo menos, 10-15 minutos. Consultar o médico;

d) Sobre os olhos: Proteger o olho não atingido. Lavar intensamente no lava-olhos. Consultar o médico.

2.2 QUEIMADURA*

2.2.1 Por fonte de aquecimento:

a) No caso de queimadura de pequena extensão lavar com água corrente, e depois passar vaselina estéril;
b) No caso de queimadura de grande extensão procurar o médico.

2.2.2 Por substâncias químicas:

a) No caso de agentes alcalinos, após lavar com água abundante, lavar com ácido acético ou ácido bórico a 1%;

b) No caso de agentes ácidos, após lavar com água abundante, lavar com bicarbonato de sódio a 1%.

2.3 CORTE

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a) Lavar com água corrente e comprimir com um pano limpo.

TELEFONES ÚTEIS

- Serviço Médico-odontológico (SMO) do IFBA: 2102-9408/9407;

- Serviço Público de Remoção de Doentes (SAMU): Chamada gratuita 192;

- Centro Anti-Venenos (CIAVE): 0800 284 4343;

- Corpo de Bombeiros: Chamada gratuita 193;

- Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (INEMA): 0800 71 1400.

*
As queimaduras podem ser classificadas em três diferentes graus:

Primeiro grau - superficial (vermelho) - colocar água gelada e um ungüento (vaselina);

Segundo grau - bolhas, mas tem broto de pele;

Terceiro grau - queima todas as camadas da pele, vai até a gordura e pode ir até o osso.

3. INCÊNDIOS

Desde que a atividade de Química envolve o uso de solventes inflamáveis, materiais pirofóricos,
equipamentos elétricos, entre outros, o risco de incêndios é uma realidade. Entretanto, não é preciso entrar em
pânico por causa disso. Basta trabalhar com responsabilidade, para tornar a atividade menos perigosa. Desta
forma, certas intercorrências serão facilmente identificadas e devidamente corrigidas. Portanto, conhecendo-se os
fatores essenciais de um incêndio, será mais fácil preveni-lo ou combatê-lo.

Incêndio - Presença de fogo em local não desejado capaz de provocar, além de prejuízos materiais, quedas,
queimaduras e intoxicação por fumaça.

Fogo - É um tipo de queima, combustão ou oxidação que resulta de uma reação química em cadeias, que
ocorre na medida em que atuem 4 elementos básicos:

a) Combustível é o material oxidável (sólido, líquido ou gasoso) capaz de reagir com o comburente (em geral o
oxigênio) numa reação de combustão;
b) Comburente é o material gasoso que pode reagir com um combustível, produzindo a combustão;

c) Fonte de Ignição é o agente que dá o início ao processo de combustão, introduzindo na mistura


combustível/comburente, a energia mínima inicial necessária. As fontes de ignição mais comuns nos incêndios

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são: chamas, superfícies aquecidas, fagulhas, centelhas e arcos elétricos (além dos raios, que são fontes
naturais de ignição);

d) Reação em cadeia é o processo de sustentabilidade da combustão, pela presença de radicais livres, que são
formados durante o processo de queima do combustível.

Eliminando-se um desses quatro elementos, terminará a combustão e, conseqüentemente, o foco de


incêndio. Pode-se afastar ou eliminar a substância que está sendo queimada, embora isto nem sempre seja
possível. Pode-se eliminar ou afastar o comburente (oxigênio), por abafamento ou pela sua substituição por outro
gás não comburente. Pode-se eliminar o calor, provocando o resfriamento, no ponto em que ocorre a queima ou
combustão, ou pode-se interromper a reação em cadeia.

Até pouco tempo atrás, havia a figura do triângulo de fogo, que agora foi substituída pelo TETRAEDRO DO
FOGO, pela inclusão da reação em cadeia.

Figura 3. (a) Triângulo do Fogo; (b) Tetraédro do fogo

Os materiais combustíveis têm características diferentes e, portanto, queimam de modos diferentes. Assim,
existem quatro classes de incêndios, classificadas pelo tipo de material em combustão que são identificadas pelas
letras A, B, C e D.
Os agentes extintores podem ser encontrados nos estados sólido, líquido ou gasoso. Os agentes mais
empregados são: água, gás carbônico (CO 2), pó químico seco (95% NaHCO3 e 5% de estearato de potássio,
magnésio e outros, para melhorar a fluidez), espuma química (NaHCO 3 e sulfato de alumínio) e mecânica (extrato
proteínico ou tensoativo, água e ar), agentes halogenados (Halon), agentes improvisados como areia, cobertor anti -
fogo, tampa de vasilhame, que normalmente extinguem o incêndio por abafamento. Um erro na escolha de um
agente extintor pode tornar inútil o esforço de combater as chamas ou pode piorar a situação, aumentando ainda
mais as chamas, espalhando-as, ou criando novas causas de fogo (curtos-circuitos).
Os aparelhos extintores são portáteis ou “carroçáveis” e fabricados com um difusor, que possibilita a
aplicação do agente extintor sobre o foco de incêndio. Normalmente, os aparelhos extintores recebem o nome do
agente extintor contido neles (por ex: extintor de CO2).

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Quadro I. Classificação dos incêndios, agentes extintores e seus empregos

EXEMPLOS DE
CLASSE MATERIAIS AGENTES EXTINTORES
COMBUSTÍVEIS
H2O CO2 ESPUMA PÓ QUÍMICO

SIM SIM
1
Sólidos fibrosos, tais SIM SIM1
como: madeira, papel, (excelente) (regular)
tecido, etc. Se
caracterizam por deixar
após a queima, resíduos
como carvão e cinza.
Queimam em
superfícies e em
profundidade.
SIM SIM SIM
Líquidos e gases NÃO
inflamáveis, ou em (bom) (excelente) (excelente)
sólidos que se
liquefazem para entrar
em combustão:
gasolina, GLP, parafina,
etc. Não deixam
resíduos.
NÃO SIM NÃO SIM
Equipamentos elétricos
energizados: motores, (perigoso, excelente (perigoso, Boa eficiência,
geradores, cabos, etc. conduz conduz porém pode
Ao ser desligado o eletricidade) eletricidade) causar danos
circuito elétrico, o a
incêndio passa a ser de equipamentos
classe A. delicados
SIM2
Metais pirofóricos como NÃO NÃO NÃO
magnésio, lítio, potássio, (pó químico
alumínio fragmentado, especial)
zinco, sódio, titânio.
Queimam em altas
temperaturas.

1- Com restrição, pois há risco de reignição (se possível outro agente); 2-Variante para classe D: usar o método de abafamento por meio de
areia seca.

3.1 EXTINÇÃO DE INCÊNDIOS

a) Em caso de incêndio ou qualquer outro acidente, manter sempre a calma e seguir as orientações do professor;
b) Informar-se sobre a existência e localização no laboratório dos materiais de extinção existentes (extintores,
baldes de areia) e da localização do alarme de incêndios;

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c) Fechar o registro geral de gás (informar-se da sua localização). Desligar todos os equipamentos elétricos
(desligar a chave geral de eletricidade do laboratório). Afastar materiais inflamáveis e solventes combustíveis;

d) Em todos os incêndios lutar contra a tendência natural do fogo: aplicar os meios de extinção de baixo para
cima. Em caso de hesitação, acionar alarmes, notificar a segurança e/ou os bombeiros;

e) Num ambiente tomado pela fumaça, use um lenço molhado para cobrir o nariz e a boca e saia rastejando,
respirando junto ao piso;

f) Molhe bastante suas roupas e mantenha-se vestido para se proteger;

g) Vendo uma pessoa com as roupas em chamas, obrigue-a a jogar-se no chão (Fig.3), envolva-a com um
cobertor anti-fogo.

Figura 4. Técnica para extinguir o fogo de vestimentas

3.1.1 COMO USAR O APARELHO EXTINTOR DE CO2

a) Remova o pino de segurança quebrando o lacre;


b) Segure o difusor e comprima, com a outra mão, o gatilho da válvula;
c) Dirija o jato do difusor para a base do fogo.
d) Alguns produtos e situações que podem levar a riscos são identificados
por meio de símbolos de risco.
Figura 5. Extintor de
3.2 SÍMBOLOS DE RISCO
incêndio
São pictogramas representados em forma quadrada, impressos em preto e fundo laranja-amarelo, utilizados
em rótulos ou informações de produtos químicos. Os símbolos de segurança estão de acordo com as normas da
União Européia, e no Brasil, correspondem a norma NBR 7500 da Associação Brasileira de Normas Técnica
(ABNT). Segundo elas, os símbolos e indicações de perigo que devem ser utilizados são:

Uma substância pode ser ao mesmo tempo corrosiva, inflamável, irritante e tóxica, por isto deve-se sempre
consultar publicações especializadas sobre os perigos e limites de segurança (de tolerância) específicos.

4. VIDRARIAS, EQUIPAMENTOS E/OU UTENSÍLIOS BÁSICOS DE LABORATÓRIO

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Os equipamentos e vidrarias mais comumente utilizados em laboratórios de Química serão apresentados
nesta aula. Estes materiais foram desenvolvidos e, alguns, aperfeiçoados ao longo da história da Química. Muitos
possuem nomes “estranhos”, entretanto estes, geralmente, são os nomes dos próprios inventores do material.

ATENÇÃO

a) Lembre-se que o vidro quente tem a mesma aparência que a do vidro frio. Assim, não deixe sobre a
bancada vidraria quente sem aviso, pois podem pegá-la inadvertidamente;
b) Usar luvas antitérmicas sempre que manusear peças de vidro que estejam quentes;

c) Qualquer material de vidro trincado deve ser rejeitado;

d) Vidros quebrados devem ser descartados em recipiente apropriado;

e) Vidraria comum não deve ser pressurizada ou usada em experimentos que requerem o uso de vácuo, para
tanto existe vidraria adequada;

f) Colocar frascos quentes sobre placas antitérmicas;

g) Use sempre um pedaço de pano protegendo a mão quando estiver cortando vidro ou introduzindo-o em
orifícios;

h) Antes de inserir tubos de vidro ou termômetros em rolhas de borracha, cortiça ou em tubos de borracha,
lubrifique-os.

4.1 MATERIAL BÁSICO DE LABORATÓRIO


A execução de qualquer experimento na Química envolve geralmente a utilização de uma variedade de
equipamentos de laboratório, a maioria muito simples, porém com finalidades específicas. O emprego de um dado
equipamento ou material depende dos objetivos e das condições em que a experiência será executada.

4.1.1 EQUIPAMENTO DE VIDRO

a) Vidro Comum: não podem ser aquecidos pois não resistem a variações bruscas de temperatura; possuem
baixa resistência química e mecânica e são os que apresentam o menor custo;
b) Vidro Pirex: resistente ao choque térmico; possui boa resistência química, suportando ácidos fortes, cloro,
bromo e solventes orgânicos como benzeno e fenol; é atacado pelos ácidos fluorídrico e fosfórico
concentrado, à quente, e por soluções de bases fortes, como soda cáustica e potassa cáustica; são
incolores ou levemente âmbar; apesar do custo elevado, são os mais utilizados em laboratório;
c)Vidro de Quartzo Fundido: muito resistente a variações bruscas de temperatura; não apresenta desgaste
químico; somente é atacado pelos ácidos fluorídrico e fosfórico à quente e por bases fortes em fusão; são
translúcidos ou transparentes; são os que apresentam o maior custo.
A imagem dos itens abaixo relacionados encontram-se no Quadro II.

1. ALONGA: Conector entre o condensador e o frasco coletor em um sistema de destilação;


2. BALÃO DE DESTILAÇÃO: Utilizado em montagens de destilação;

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3. BALÃO DE FUNDO CHATO: Usado para aquecer brandamente líquidos ou soluções e fazer reações com
desprendimentos gasosos;
4. BALÃO DE FUNDO REDONDO: Usado para aquecer líquidos ou soluções, fazer reações com
desprendimentos gasosos e em montagens de refluxo;
5. BALÃO VOLUMÉTRICO: Usado para preparar e diluir soluções com volumes precisos e prefixados.
6. BAQUETA: Utilizada para agitar soluções ou transferir líquidos de um recipiente para outro;
7. BÉQUER: Usado para dissolver uma substância em outra, preparar soluções em geral, inclusive soluções
exotérmicas, aquecer líquidos sobre tela de amianto e realizar reações;
8. BURETA: Equipamento calibrado com graduação para medida precisa de volume de líquidos. Permite o
escoamento controlado do líquido através da torneira e é muito utilizado em titulações;
9. COLUNAS DE FRACIONAMENTO: Usada para separar líquidos voláteis com pontos de ebulição próximos, em
aparelhos de destilação fracionada;
10. CONDENSADOR DE BOLAS (ALIHIN): Utilizado para condensar vapores em montagens com aquecimento
sob refluxo;
11. CONDENSADOR DE LIEBIG OU DE TUBO RETO: Usado para condensar os vapores produzidos nas
montagens de destilação;
12. CONDENSADOR DE SERPENTINA: Utilizado para condensar vapores em montagens de destilação;
13. ERLENMEYER: Devido a seu gargalo estreito, é usado para dissolver substâncias e agitar soluções. Também é
utilizado no aquecimento de líquidos sobre a tela de amianto e integra várias montagens como filtrações,
destilações e titulações;
14. FUNIL COMUM: Usado para filtrar misturas com auxílio de papel de filtro ou para transferir líquidos de um
recipiente para outro;
15. FUNIL DE DECANTAÇÃO: Usado para separar líquidos imiscíveis. Também conhecido por funil de bromo,
devido a cor vermelha do vidro utilizado na confecção de alguns desses equipamentos;
16. KITASSATO E TROMPA DE VÁCUO: Usados em “filtrações a vácuo”, ou seja, nas quais é provocado um
vácuo parcial dentro do recipiente para acelerar o processo de filtração, evitando a contaminação do resíduo
sólido pelo meio ambiente;
17. PIPETAS GRADUADAS: Medem volumes variáveis de líquidos com boa precisão, dentro de uma determinada
escala;
18. PIPETAS VOLUMÉTRICAS: Fabricadas e calibradas para medir com grande precisão um volume único e fixo
de líquidos, em geral abaixo de 100 mL;
19. PLACA DE PETRI: Recipiente raso de vidro com tampa utilizado para secagem de substâncias;
20. PROVETA: Equipamento, normalmente graduado, usado para medir volumes variáveis de líquidos, dentro de
sua escala, sem grande precisão;
21. TUBOS DE ENSAIO: Usados para realização de reações químicas em pequena escala, principalmente testes
qualitativos, ou seja, feitos para identificar as substâncias que compõem uma determinada amostra;
22. TUBO DE THIELE: Usado na determinação do ponto de fusão das substâncias;
23. TUBO EM U: Utilizado nas montagens de eletrólise (decomposição da substância feita pela passagem de
corrente elétrica);
24. VIDRO DE RELÓGIO: Normalmente é utilizado na pesagem e no transporte de substâncias e também para
cobrir a cápsula de porcelana, de modo a proteger os sólidos e evitar a perda de reagentes.

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Quadro II. Vidrarias de laboratório

(1) (2) (3) (4) (5)

(6) (7) (8) (9) (10)

(11) (12) (13) (14) (15)

(16) (17) (18) (19) (20)

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4.1.2 UTENSÍLIOS GERAIS

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Utensílios gerais são equipamentos auxiliares ou específicos para uma determinada operação e podem ser
feitos de materiais diversos, tais como:

a) Porcelana: é resistente ao choque térmico, suporta temperaturas elevadas, possui boa resistência química. É
atacada apena for bases fortes em fusão.
b) Metais e ligas metálicas: Apresentam ponto de fusão elevado, são de fácil limpeza e resistente ao ataque
químico e mecânico. Os mais utilizados no laboratório são: ferro alumínio, platina cobre, níquel, aço e aço inox (liga
de ferro e carbono com 18% de crômio e 8% de níquel).

c) Plástico: as propriedades dependem do tipo de plástico utilizado, por exemplo:


a. Politetrafluoretileno (teflon)  possui elevada resistência química.
b. Policarbonato possui alta resistência ao impacto.
c. Poliestireno (isopor)  ótimo isolante térmico. Podem ser rígido ou maleável, transparente ou opaco,
normalmente possuem baixa densidade (são leves) e custo baixo.

A imagem dos itens abaixo relacionados encontram-se no Quadro III.

1. ANEL DE FERRO : Suporte para funil de vidro em montagem de filtração, decantação e para telas de amianto,
no caso de aquecimentos;
2. ALMOFARIZ E PISTILO: São usados para triturar sólidos. Normalmente são feitos de porcelana ou ágata;
3. BALANÇA ANALÍTICA:Mede a massa de materiais sólidos e líquidos com no máximo 210 g e no mínimo 10
mg, com sensibilidade de 0,1 mg;
4. BICO DE BUNSEN: Aparelho ligado ao gás, que serve para o aquecimento de materiais não inflamáveis.
Possui em sua base um regulador de entrada de ar para controlar o tipo de chama, impedindo a entrada de ar,
a chama torna-se amarela e relativamente fria (ou melhor, com temperatura mais baixa), a combustão é
incompleta. Aumentando a entrada de ar, a chama torna-se azul, mais quente, e forma um cone interior,
distinto, mais frio;
5. BOLINHAS DE VIDRO OU PORCELANA: Utilizadas em montagens de refluxo e destilação para evitar a
superebulição, fenômeno em que um líquido ferve numa temperatura maior que o seu ponto de ebulição;
6. CADINHO: Recipiente feito de porcelana, ferro, prata ou platina. Pode ou não ter tampa. Resiste à elevadas
temperaturas, sendo utilizado para calcinações (processo de decomposição de substâncias sem oxidação);
7. CÁPSULA: É feita normalmente de porcelana ou metal e pode ser aquecida diretamente na chama. É usada
para dissolver sólidos em líquidos e concentrar soluções por evaporação do solvente;
8. DENSÍMETRO: Mede a densidade de uma substância ou solução na fase líquida;
9. DESSECADOR: Aparelho que contém substâncias higroscópicas, isto é, que absorvem a umidade do meio.
Como, por exemplo, o cloreto de cálcio ou a sílica gel. Pode ser feito de vidro ou porcelana e é usado quando é
necessário esfriar ou preservar algum material sem que haja absorção de umidade;
10. ESPÁTULAS: Podem ser feitas de aço, de plástico ou de madeira. São utilizadas para transferência de sólidos
ou como elementos cortantes;
11. FUNIL DE BUCHNER: É feito de porcelana. Indicado para filtrações à vácuo, recomendado quando as
partículas sólidas dissolvidas são muito pequenas e formam uma pasta “entupindo os poros’ do papel de filtro. É
utilizado junto com o kitassato;
12. FURADOR DE ROLHAS: Utilizada para fazer furos de diâmetros variados em rolhas de cortiça ou de borracha;

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13. FRASCO LAVADOR: É usado para a lavagem de frascos e precipitados;
14. GARRA METÁLICA: Serve para fixar os diversos equipamentos, como condensador, erlenmeyer, balão de
fundo redondo, béquer no suporte universal, mantendo a montagem estável;
15. MANTA ELÉTRICA: É utilizada para o aquecimento de substâncias e misturas inflamáveis que, em geral, são
dispostas em balões de fundo redondo de vidro refratário;
16. MUFA: Usado para a fixação de garras metálicas ao suporte universal em diversos ângulos;
17. PAPEL DE FILTRO: Utilizado nas filtrações comum e a vácuo. É encontrado com vários diâmetros diferentes
cuja medida deve ser escolhida em função do sólido que será retido e não do líquido filtrado;
18. PINÇAS PARA VIDRARIA: Podem ser de ferro ou de madeira. São utilizadas para segurar tubos de ensaio,
béquer e erlenmeyer durante o aquecimento;
19. PIPETADOR DE BORRACHA OU PÊRA: É usado para encher pipetas por sucção, principalmente no caso de
líquidos que são voláteis, irritantes ou tóxicos;
20. SUPORTE PARA TUBOS DE ENSAIO: Sustentação de tubos de ensaio na posição vertical;
21. SUPORTE UNIVERSAL: É usado para dar sustentação aos equipamentos em diversas montagens, como
filtração, destilação e refluxo;
22. TELA DE AMIANTO: Trata-se de uma tela metálica ( de aço ), com o centro recoberto de amianto ou cerâmica,
utilizada para distribuir uniformemente o calor recebido do bico de Bunsen para todo o recipiente, durante um
aquecimento indireto;
23. TERMÔMETRO: É utilizado para o controle e a medida de temperatura. É encontrado com diversas
capacidades e graduações;
24. TRIPÉ DE FERRO: É usado para dar sustentação à tela de amianto ou ao triângulo de porcelana. Em geral, é
feito de ferro fundido.
Quadro III. Equipamentos e/ou utensílios de laboratório
(1) (2) (3) (4) (5)

(6) (7) (8) (9) (10)

(11) (12) (13) (14) (15)

(16) (17) (18) (19) (20)

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(21) (22) (23) (24)

4.2 ARRUMAÇÃO, LIMPEZA E SECAGEM DE MATERIAL DE VIDRO

a) Identificar itens necessários e desnecessários no local de trabalho;


b) Antes de usar qualquer vidraria, observe se a mesma encontra-se limpa e seca;
c) Após o término do experimento deve-se limpar toda a vidraria utilizada (o ideal é que esta seja lavada à medida
que for sendo usada, para que não fique acumulada sobre a bancada causando risco de quebrar);
d) Caso a sujeira persista, após a vidraria ter sido lavada com água e detergente, tente retirá-la com uma
pequena quantidade de solvente orgânico. Este solvente deve ser escolhido de acordo com as
características das substâncias usadas no experimento. Entretanto, deve-se sempre EVITAR escolher um
solvente com alto grau de toxidez;
e) Para sujeiras resistentes o melhor é passar um pouco de soluções de limpeza como os detergentes especiais
(do tipo “Extran”) ou potassa alcoólica*. Estas soluções devem ser usadas observando-se os cuidados descritos
em suas manipulações;
f) Limpe com álcool etílico todas as vidrarias que tiveram suas superfícies externas escritas com canetas próprias
para marcar vidros;
g) A vidraria deve estar seca para ser guardada nos armários. Estas podem ser secas ao ar, ou preferencialmente,
em uma estufa.

Mesmo as vidrarias volumétricas, feitas de vidros de baixa expansão térmica, os vidros de borossilicatos
(vidro Pyrex®, Kimax®), podem ser secas com segurança em uma estufa, até no máximo de 350 ºC, sem causar
danos. No entanto, raramente existem razões para se secar um vidro acima de 150 ºC.

Estes vidros expandem-se cerca de 0,0010% por grau Celsius próximo à temperatura ambiente. Portanto, se
a temperatura de um recipiente for aumentada em 10 ºC, seu volume aumentará em torno de (10) x (0,0010%) =
0,001%. Para os trabalhos, em laboratórios didáticos, com exceção dos mais exatos, essa expansão é
insignificante.
4.3 ATIVIDADE PARA CASA

a) Se um indivíduo for trabalhar com substâncias que desprendem vapores ou gases tóxicos, que tipo de EPI seria
recomendado?
b) Observe as figuras (X) e (Y). Localize, marque no desenho e descreva os principais perigos observados nestas
figuras.

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(X)

(Y)

c) Qual é a composição básica de um vidro?


d) Qual é a diferença entre um vidro do tipo neutro e um de borossilicato?

e) Identifique os materiais abaixo e descreva a sua utilização:

Material Identificação Utilidade Material Identificação Utilidade

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Página 19
f) Preencha a linha “método de extinção” da tabela acima, com resfriamento E (ou) “abafamento” (retirada de
O2).

AGENTES EXTINTORES
H2O
CO2 ESPUMA PÓ QUÍMICO

MÉTODO DE EXTINÇÃO

g) Descreva a reação química que ocorre quando o conteúdo do extintor do tipo pó químico entra em contato com
o fogo.

h) Dê os conceitos das constantes físicas abaixo e relate a importância de conhecer cada uma delas paras as
substâncias químicas de trabalho:

X) Ponto de fulgor; Y) Ponto de combustão; Z) Ponto de ignição; W) Ponto de ebulição

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5. CALIBRAÇÃO DE UMA ESTUFA

Antes de ligar a estufa verifique a voltagem da mesma. Posteriormente, ligue-a na rede de força com a
voltagem indicada. Para a calibração da estufa siga os passos a seguir:

1) Com a ajuda de um termômetro, meça a temperatura alcançada pela mesma em relação a cada marcação do
botão controlador de temperatura, situado na sua parte frontal da estufa;

2) Por meio de um gráfico pode-se detectar visualmente como as medidas obtidas acima variaram. Deste modo,
deve-se construir curva de calibração da temperatura medida (ºC) x valor fixado no botão controlador de
temperatura, onde:

a) Na ordenada y (eixo vertical, que normalmente representa a variável dependente, isto é, aquela cujo valor
é medido), tem-se a leitura do termômetro;

b) Na abscissa x (eixo horizontal, variável independente, isto é, aquela cujo valor é controlado pelo
experimentador.

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6. SISTEMA INTERNACIONAL DE UNIDADE (SI)

O Sistema Internacional de Unidades (SI), oficial no Brasil desde 1962, foi aprovado em 1960 na XI
Conferência Internacional de Pesos e Medidas. Atualmente é o sistema reconhecido pela União Internacional de
Química Pura e Aplicada (IUPAC). No Brasil, cabe ao INMETRO a responsabilidade de manter atualizado o quadro
geral de unidades e resolver as dúvidas que possam surgir da sua aplicação ou interpretação.

As unidades SI estão divididas em três classes: unidade de base, unidades derivadas e unidades
suplementares. As unidades de base foram escolhidas arbitrariamente, de modo a criar um sistema de medida
coerente. Um sistema de medida é coerente quando suas unidades são relacionadas mutuamente somente por
meio das regras de multiplicação e divisão, sem quaisquer constantes de proporcionalidade.

No SI, unidade de base de massa é quilograma (kg). O protótipo internacional do quilograma de platina-irídio
é mantido no Comitê Internacional de Pesos e Medidas de Sèvres, França. Embora o quilograma seja a unidade
básica de massa, seus múltiplos e submúltiplos são expressos com referência ao grama (g).

OBS. 1: Não se esqueça que símbolos não apresentam plural, e que não são seguidos de pontos;

OBS. 2: Quando uma unidade derivada é constituída pela divisão de uma unidade por outra, pode-se utilizar a
barra inclinada (/), traço horizontal ou potências negativas;

m/s, ou m.s-1

OBS. 3: A massa é uma propriedade intrínseca da matéria. Assim, uma grama (1 g) desta é a mesma em
qualquer ponto do universo.

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7. MEDIDAS DE VOLUME

7.1 VOLUME

O volume de uma amostra de matéria é o seu tamanho ou extensão tridimensional. Se a amostra for sólida e
possuir geometria bem definida, basta conhecer os parâmentros necessários para o cálculo do volume. A
determinação do volume de amostras líquidas pode ser feita por meio de diferentes equipamentos volumétricos.

A unidade de medida da grandeza do comprimento, dentro do Sistema Internacional de Unidades (SI), é o


metro (m). Assim, de acordo com a definição de volume, a unidade de grandeza de volume é o metro cúbico (m 3), e
os seus submúltiplos são decímetro cúbico (dm3) ou centímetro cúbico (cm3). Tradicionalmente, utiliza-se o litro (L
ou l), que é igual a um decímetro cúbico, como unidade de volume. Atualmente, adota-se o L (em letra de forma e
maiúscula). Esta modificação se deu pelo fato de que, tanto na tipografia quanto na caligrafia, o “l” minúsculo ser
muito parecido com o algarismo 1 ou com o “I” maiúsculo.

1L= 1dm3 1000mL= 1L 1dm3= 1000cm3 1mL=


3
1cm
O volume ocupado por uma dada massa de líquido varia com a temperatura, assim como varia também o
recipiente no qual está colocado o líquido, durante a medida. Entretanto, a maior parte dos equipamentos
volumétricos é confeccionada de vidro, o qual possui pequeno coeficiente de expansão térmica. Portanto, nas
atividades mais corriqueiras em um laboratório, as variações no volume em função da temperatura, normalmente,
não são consideradas. A maioria das medidas volumétricas é feita à temperatura ambiente. Dessa forma, está
convencionado que os equipamentos volumétricos são calibrados à temperatura de 20 ºC.

Existem três tipos de equipamentos comumente empregados para a medida de volumes:

a) Proveta- serve para medidas de menor precisão, medindo volumes pré-determinados ou por diferença;
b) Pipeta- serve para medidas de menor precisão (graduada: mede volumes variados) e maior precisão
(volumétrica: mede volumes fixos de líquidos);
c)Bureta- serve para medidas de maior precisão de volumes varáveis de líquido.

Antes de medir um volume com os equipamentos acima mencionados, eles devem ser lavados com uma
pequena quantidade de líquido a ser medido.

Quando se mede o volume nestes equipamentos o nível do líquido é comparado com linhas graduadas
existentes nas paredes dos mesmos (escalas).

7.2 LEITURAS DE ESCALAS

A interface líquido-ar (linha divisória), denominada menisco, apresenta:

a) Menisco com ponto de mínimo - Apresenta um mínimo na sua região central. Ocorre para a maioria dos
líquidos, devido às interações atrativas entre o líquido e o material do recipiente que o contém.

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b) Menisco com ponto de máximo - Apresenta um máximo na sua região central devido às interações repulsivas
entre o líquido e o material do recipiente que o contém.

A Figura 5a mostra uma proveta de 100mL com líquido apresentando um menisco com ponto de mínimo. Ao
ler um valor de volume, é importante evitar erros de leitura devido a um mau posicionamento de seu olho em
relação à altura do menisco do líquido (erro de paralaxe). A Figura 5b, mostra de forma expandida, uma parte da
escala de uma proveta de 100mL, contendo aproximadamente 90,0mL de líquido. Nesta figura é possível observar
que o menisco está localizado entre 90,0 e 91,0 mL.

Como expressar o volume de líquido medido na Figura 5c?

Para expressar o volume medido, deve-se estimar o valor do algarismo duvidoso, procedendo-se da seguinte
maneira: subdivide-se, mentalmente, o intervalo entre as divisões da escala em duas frações iguais. Se o menisco
coincidir com a sua linha divisória mental, poder-se-á concluir que o volume é 90,5mL. Caso isso não ocorra, isto é,
caso o menisco esteja acima ou abaixo (como é o caso na Fig. 5c) desta linha divisória mental, subdivide-se,
mentalmente, a fração onde está o menisco em duas subfrações iguais, com isso, será possível decidir se o
menisco está mais próximo ou não desta linha divisória imaginária. No caso do exemplo da Figura 5c, ainda será
decidido se o volume é 90,2 ou 90,3mL.

(a) (b) (c)

Figura 6. (a) Modo correto de se ler o volume de um líquido em uma proveta; (b) Visão expandida de parte da
escala de uma proveta de 100mL; (c) Ilustração das subdivisões mentais necessárias para se estimar o algarismo
duvidoso

Existem provetas de várias capacidades, portanto ao se fazer uma medida de volume em uma proveta deve-
se levar em conta o erro percentual que estará associado à medida. Este erro deve ser o menor possível e deve ser
calculado do seguinte modo:

E%= (limite de erro do aparelho/Valor medido) x 100% Eq.1

Onde: Limite de erro do aparelho é igual à metade da menor divisão da escala. Por exemplo, ao se medir um
volume de 5,00 mL em uma proveta de 10 mL cuja menor divisão é 0,1mL, o erro percentual será:

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E%=( 0,05mL/5,00mL) x 100%= 1% Eq. 2

Assim, quanto mais o volume medido se aproximar da capacidade máxima da proveta, menor será o erro
percentual associado à medida.

Se for usar um bastão de vidro como guia para auxiliar a transferência de líquido para uma proveta,
certifique-se de que o bastão não esteja imerso no líquido, acarretando uma leitura errônea do volume da
proveta.

PIPETA

1- Cuidado ao usar pipetador (pêra ou outro tipo de “sugador”), para que não haja retorno do líquido sugado até
este, o que pode causar danos ao material de sua confecção;
2- Ao transferir um líquido com a pipeta, toque a ponta desta na parte interna do recipiente que receberá o líquido
para escoá-lo. Mantenha a pipeta na vertical para garantir que todo o líquido seja escoado.

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8. TRANSFERÊNCIA DE LÍQUIDOS E SÓLIDOS

Leia com atenção o rótulo do frasco do reagente antes de usá-lo para certificar-se que é o reagente correto.

8.1 TRANSFERÊNCIA DE LÍQUIDOS

a) Se o líquido que se estiver manuseando for corrosivo, certifique-se que o frasco não esteja externamente
umedecido. Caso esteja, limpe-o com papel toalha úmido e seque-o;

b) Para verter um líquido de um frasco, pegue-o de modo que sua mão proteja o rótulo e incline-o para que o
líquido escoe do lado oposto ao rótulo;

c) Ao remover uma tampa de um frasco, para evitar que esta se contamine ou que um eventual líquido escorra
desta, nunca a coloque com o lado interno tocando a bancada. Deste modo, caso a tampa seja plana, coloque-
a com o lado externo tocando a bancada, caso não, coloque-a sobre um papel toalha limpo ou vidro de relógio
limpo.

d) A transferência de liquido deverá ser feita, preferencialmente, com auxilio de um bastão de vidro (Fig. 6);

e) Nunca transfira diretamente um líquido de um frasco de boca larga para um recipiente de boca estreita. ESTE
PROCEDIMENTO É A PRINCIPAL CAUSA DE RESPINGOS. Neste caso, o procedimento correto será
transferir o líquido do frasco reservatório para um béquer e deste para o recipiente de boca estreita, com o
auxílio de um bastão de vidro. Após a transferência apóie o bastão de vidro sobre um vidro de relógio.

f) A transferência de líquido entre recipientes que tenham “bocas” de tamanhos aproximados, dependendo da
natureza do líquido (por exemplo, não corrosivo), pode-se proceder a transferência direta (Fig. 7). Em alguns
casos de transferência de líquidos para frascos de bocas estreitas utiliza-se um funil simples, para evitar
derramamento de líquido e facilitar a sua transferência;

g) Se for medir volume utilizando uma pipeta, nunca a coloque diretamente no frasco reservatório. Transfira o
liquido corretamente para o béquer e daí efetue a medida de volume com a pipeta.

h) Sempre que realizar a diluição de um ácido concentrado adicione-o lentamente, com agitação, sobre a água, e
nunca ao contrário.

Figura 7a. Emprego de um de bastão de vidro para a transferência Figura 7b. Transferência direta de um
de líquidos líquido

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8.2 TRANSFERÊNCIA DE SÓLIDOS

Pode-se transferir um sólido por meio de dois procedimentos:

1- Centralize o frasco contendo o sólido sobre o recipiente receptor. Role, vagarosamente, o frasco, até que a
quantidade desejada de sólido seja transferida (Fig. 8a).

2- Com o auxílio de uma espátula retire o sólido a ser transferido (Fig. 8b).

a) a espátula deve estar limpa e seca antes do uso;

b) não encher demasiadamente a espátula, para evitar o derramamento do sólido.

c) lavar e enxugar a espátula antes de usá-la novamente.

Figura 8. Técnicas de transferência de sólidos

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9. SISTEMAS DE RESFRIAMENTO

Às vezes a temperatura de trabalho deve ser inferior à temperatura ambiente, nesses casos é preciso utilizar
banhos de resfriamento. Os mais comuns usam gelo comum, ou a mistura de gelo comum e cloreto de sódio (sal
de cozinha). Na Tabela 1 estão listados alguns tipos de banhos refrigerantes (ou misturas refrigerantes), e as
temperaturas que se consegue atingir com eles.

Tabela 1. Tipos de banhos refrigerantes

Mistura refrigerante Temperatura (0C)

Cicloexano/ nitrogênio líquido 6

Gelo picado 0

20g Na2CO3/ 100g de gelo comum -2

33g cloreto de sódio/ 100g gelo comum -21,3

123g CaCl2.H2O/ 100g de gelo comum -40

Etanol/ gelo seco -72

Acetona/gelo seco -77

Hexano/nitrogênio líquido -94

Pentano/nitrogênio líquido -131

9.1 ATIVIDADE 1:

9.1.1 Prepare uma mistura refrigerante de gelo comum e NaCl, usando diferentes proporções dos componentes da
mistura: 10g, 20 e 30g de NaCl em 100g de gelo. Meça a temperatura de cada sistema.

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10. SISTEMAS DE AQUECIMENTO

Umas das operações mais rotineiras em um laboratório de química é o aquecimento. Para tanto, existem
diversos tipos de sistemas aquecimento: chama de um bico de gás, diferentes tipos de banhos (banho-maria,
banho de óleo, etc), manta elétrica e chapa de aquecimento.

A escolha por um desses sistemas vai depender:

a) das características da substância que será aquecida (por exemplo: a substância é inflamável ou não?);

b) da temperatura necessária para se efetuar a operação.

10.1 BICO DE BUNSEN

Dentre os diferentes tipos de bicos de gás para aquecimento (de Tirril, de Mecker), o bico de Bunsen é o
mais utilizado. Este sistema, um combustor movido por uma mistura entre Gás Liquefeito de Petróleo (GLP)-ar,
produz uma “chama aberta” que pode atingir temperaturas de até 1700 0C.

O funcionamento do bico de Bunsen segue o seguinte princípio básico: o GLP é introduzido numa haste
vertical, por meio de um tubo (mangueira) de borracha (normalmente de látex, mas preferencialmente de silicone)
ligado à válvula de saída de gás existente na bancada do laboratório. O ar entra por orifícios distribuídos em torno
de um anel na base do bico. O ar e o gás se misturam na haste, e a quantidade de ambos pode ser regulada
manualmente (Fig. 9).

Apesar do bico de Bunsen ser muito comum, é importante ter em mente que a combinação de substâncias
inflamáveis e chamas abertas é um convite para o início de um fogo. Portanto, se a substância a ser aquecida for
INFLAMÁVEL OU DESCONHECIDA, É PROIBIDO USAR QUALQUER TIPO DE CHAMA. Além disto, vapores de
solventes inflamáveis que possuem baixos pontos de ebulição, como os do éter etílico, podem se espalhar a longas
distâncias, atingindo chamas abertas.

Este tipo de combustor deve ser usado, preferencialmente, para aquecer água ou soluções aquosas, em
laboratórios que não estoquem grande quantidade de solventes inflamáveis. Para isso, utiliza-se sempre uma tela
de amianto (normalmente apoiada sobre um tripé ou argola de ferro) entre a chama do bico e a vidraria a ser
aquecida, para permitir um aquecimento uniforme.

10.1.1 ACENDENDO UM BICO DE BUNSEN

Para acender um bico de gás, deve-se proceder do seguinte modo:

a) Observar se a mangueira de borracha, conectada ao bico, encontra-se em perfeito estado;


b) Conectar o bico, por meio da mangueira, â válvula de saída de gás localizada na bancada (válvula de
alimentação);
c) Colocar o bico à direita ou à esquerda da válvula de alimentação (evite o alinhamento destes);

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d) Fechar completamente a entrada de ar do bico;
e) Aproximar a chama de um fósforo da parte superior da haste do bico;
f) Abrir lentamente a válvula de alimentação (inicialmente verifique se o registro geral do gás encontra-se
aberto). Se o bico possuir uma válvula de agulha, o fluxo de gás será regulado por esta, e não pela válvula de
alimentação. Observar o surgimento de uma chama amarela e fuliginosa;
g) Abrir a entrada de ar, a fim de regular a chama de acordo com o tipo de aquecimento desejado;
h) Durante a execução do experimento, caso seja necessária a remoção do bico de Bunsen do sistema sob
aquecimento, é aconselhável que se feche a entrada de ar do bico, de forma a se obter a chama fuliginosa que
é mais visível, prevenindo queimaduras de terceiros.

A chama de um bico de gás, empregada na maioria das operações de laboratório, é dividida em várias
regiões de diferentes temperaturas (Fig. 10). O cone interno, usualmente chamado de zona redutora, apresenta
temperaturas menores (contém principalmente gás não queimado e ar), e o cone externo violeta, quase invisível, é
chamado de zona oxidante.

Figura 9. Bico de Bunsen Figura 10. Regiões de uma chama produzida por um bico de gás

10.2 BANHO DE AQUECIMENTO

Diferentes tipos de banhos de aquecimento são empregados com finalidade de distribuir e controlar melhor a
temperatura de um sistema em aquecimento. Estes banhos são usados em conjunto com bicos de gás ou placas
aquecedoras. O tipo de banho é escolhido de acordo com o tipo de mistura ou substância a ser aquecida. Estes
podem ser: banho-maria (banho de água), banhos de óleo vegetal, de glicerina, de ar, de areia e etc.

10.3 PLACA OU CHAPA DE AQUECIMENTO

As placas de aquecimento com temperaturas variáveis, baseadas no princípio da produção de calor por meio
de uma resistência elétrica, são consideradas unidades de aquecimento versáteis (Fig. 11). Elas podem ser
utilizadas em quase todas as circunstâncias, embora não sejam práticas no aquecimento de balões. Nestes casos
deve-se usar a combinação da placa e do banho de aquecimento.

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Figura 11. Placa de aquecimento

10.4 MANTA AQUECEDORA

Devido a seu formato, a manta aquecedora (Fig.12) deve ser usada com balões de fundo redondo. A
quantidade de calor é controlada por um potenciômetro externo, conhecido como reostato ou “variac”. Mantas
específicas são requeridas para balões de diferentes dimensões.

Figura 12. Mantas aquecedoras

OBS. 1: Mais uma vez é bom lembrar, nunca trabalhe com inflamáveis perto dos bicos de gás acesos ou
resistências elétricas ligadas.

OBS. 2: Certifique-se da voltagem de trabalho da aparelhagem antes de conectá-la à rede elétrica. Na dúvida
utilize sempre 110V.

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11. OPERAÇÃO DE PESAGEM

11.1 BALANÇAS

As balanças para laboratório são equipamentos específicos para medições precisas da massa de um corpo,
para segmentos em que análises, formulações e experimentos em geral requerem total precisão. Estas balanças
são desenvolvidas segundo normas metrológicas e de qualidade internacionais e controladas pelo Instituto
Nacional de Metrologia, Normatização e Qualidade Industrial (INMETRO).

Existem diversos tipos de balanças de laboratório (mecânica e eletrônica) que apresentam diferentes
dispositivos internos de funcionamento:

a) Mecânico - quando o dispositivo é composto por elementos mecânicos tais como molas, cabos tensores, hastes
rígidas, componentes hidráulicos, pneumáticos etc.;

b) Eletrônico - quando o dispositivo é composto por elementos eletrônicos, tais como células de carga, circuitos
integrados, microprocessadores etc.;

C) Híbrido - quando o dispositivo é composto por elementos mecânicos e por elementos eletrônicos.

11.1.1 BALANÇA MECÂNICA

A balança mecânica de prato simples usa massas-padrão e uma travessa para medir a massa de um
material colocado sobre o prato da balança. A balança mecânica deve estar na posição travada quando o prato for
carregado ou descarregado, e na posição de meia-trava quando for manipular os pesos.

11.1.2 BALANÇA ELETRÔNICA

A balança eletrônica usa um eletroímã para pesar uma carga no prato da balança. Ela não deve ser
deslocada de seu lugar. É sensível e deve ser colocada sobre uma base isenta de vibração, com em uma mesa
pesada, feita de mármore grosso.

As balanças eletrônicas mais utilizadas em laboratório são as semi-analítica e analítica.

11.2 OPERAÇÃO DE PESAGEM DIRETA

a) Nivele a balança, por meio dos pés ajustáveis e nível de bolha;


b) Certifique-se que o prato da balança encontra-se limpo, caso contrário limpe-o com um pincel;
c) Coloque um recipiente limpo (adequado à capacidade da balança) no prato da balança;

Nunca pese substâncias químicas diretamente sobre o prato da balança

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d) Caso exista operação de tara automática, zere a balança, ou caso não, anote a massa do recipiente vazio e
subtraia-a da massa do recipiente cheio. A tara é a função que indica para a balança que uma determinada
massa sobre o seu prato deve ser considerada zero. Na maioria das balanças, existe um botão que desconta a
tara, zerando a balança;
e) Adicione ao recipiente o material a ser pesado, anote o peso. No caso de tara automática, será obtido o peso do
material.

11.3 OPERAÇÃO DE “PESAGEM POR DIFERENÇA”

Esta operação é utilizada principalmente para a pesagem de reagentes higroscópicos.

a) Pesa-se o frasco fechado contendo o reagente seco;


b) Rapidamente retire certa quantidade de reagente do frasco de pesagem para outro recipiente;
c) Fecha-se o frasco de pesagem e pesa-se novamente;
D) A diferença será igual à massa de reagente retirado do frasco de pesagem.

11.4 ERROS DE PESAGEM

a) Para se evitar erros, use uma toalha de papel ou de pano para manipular o recipiente que estiver pesando,
porque suas impressões digitais irão alterar a massa aferida;
b) Para se evitar erros causados pelas correntes por convecção, a amostra deverá estar na mesma temperatura
do local de trabalho;
c) Amostras secas em estufas não devem ser pesadas imediatamente. Estas devem ser resfriadas a temperatura
ambiente, preferencialmente em um dessecador;
d) As portas de vidro das balanças deverão estar fechadas durante a pesagem para prevenir que correntes de ar
afetem a leitura. Em balanças de prato externo, sem portas de vidro, normalmente utiliza-se uma cúpula de
vidro ou plástico para cobrir o prato da balança e protegê-la das correntes de ar.

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12. DETERMINAÇÃO DA DENSIDADE

12.1 OBJETIVO GERAL

Distinguir e identificar diferentes sólidos metálicos maciços e líquidos por meio de suas densidades
absolutas.

12.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

a) Determinar a densidade absoluta de substâncias sólidas e líquidas;


b) determinar as densidades absolutas (ou massa específica) e relativa de um líquido por meio
do picnômetro e densímetro;
c) Determinar a densidade de uma solução etanólica com diferentes concentrações;
d) entender a densidade como sendo uma propriedade característica de uma substância
química.

I. INTRODUÇÃO TEÓRICA:
Os diferentes materiais existentes em nosso meio são geralmente identificados por um conjunto de
características externas percebidas pelos nossos sentidos. Materiais como água, leite, madeira, plástico,
alumínio, podem ser identificados por suas propriedades sensoriais, tais como: cor, brilho, textura, cheiro, etc.
No entanto, essa identificação nem sempre é conclusiva ou não é possível de ser efetuada para outros
materiais. Esta dificuldade implica na necessidade do conhecimento de uma propriedade mais específica.

As substâncias, quando puras, apresentam propriedades físicas e químicas constantes e


características. As propriedades físicas da matéria se agrupam em duas classes: intensivas e extensivas. As
propriedades intensivas são independentes da quantidade de matéria, por ex: a temperatura e a massa
específica (ou densidade absoluta) de uma amostra não dependem da sua massa, e sim do meio onde ela se
encontra. Já, as propriedades extensivas dependem da quantidade de matéria, por ex: o volume de uma
amostra.

As propriedades que são determinadas pela natureza do material, mas não pela sua quantidade
são denominadas propriedades características ou específicas. A massa e o volume são propriedades do
material que variam de um objeto para outro, portanto, não são específicas. Já a densidade é uma
propriedade específica e podemos defini-la como a massa de um cm3 de uma substância, isto é, o
quociente entre a massa e o volume do objeto em questão ou de uma substância:

d= Massa da substância (g) (d = m/v)


Volume da substância (cm3 ou mL)

A densidade é, então, uma propriedade que pode ser calculada com base em medidas efetuadas
no laboratório, sendo definida pelas operações de pesar e medir volume.
As densidades dos gases são muito menores que as dos líquidos e sólidos; as densidades dos
líquidos são quase tão grandes quanto as dos sólidos. A densidade de líquidos é determinada usando
picnômetro e densímetro. O picnômetro é um recipiente de vidro em forma de pera, de alta precisão,
calibrado para conter um volume específico, com tampa esmerilhada provida de um pequeno orifício
(tampa de calibração); alguns apresentam uma saída lateral provida de um termômetro. É usado na
determinação da massa específica de líquidos e, quando necessário, da densidade relativa.

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Densímetros são instrumentos destinados a determinar a densidade de líquidos, em especial do
petróleo e seus derivados líquidos. É um meio rápido de se determinar a densidade de um liquido, embora
com sacrifício de precisão. Seu princípio de funcionamento é o empuxo de Arquimedes. Trata-se de um
corpo de vidro, lastreado com chumbo, com a forma de um bulbo arredondado, suspenso a um tubo longo
e delgado. A densidade média desse corpo deve ser um pouco menor que a do líquido considerado.
Assim, quando é imerso no líquido com densidade desconhecida, afunda até deslocar um volume de
líquido cujo peso é igual ao do densímetro. No capilar deste está marcado uma escala. E a superficie livre
do líquido no qual o densímetro está imerso, determina um ponto nesta escala numerada que é a
densidade procurada. Uma vez que a maioria das substâncias varia o'volume quando é .aquecida ou
resfriada, as densidades são dependentes da temperatura.
A densidade relativa é uma relação entre a massa específica do produto a qualquer temperatura, e a
massa específica da água destilada, à temperatura de 4 °C, tomada como termo comparativo. A massa
específica da água, isenta de ar, à temperatura de 4 °C, é considerada como sendo de 1 g/cm3. A
temperatura de 15 °C é fixada como temperatura básica de referência das densidades e dos produtos do
petróleo. Deverá ser assim representada como:

d (15°C/4) = massa de 1 vol. produto a 15 °C / massa de 1 vol. de água a 4 °C

É comum encontrarmos o termo massa específica (ρ) em lugar de densidade (d). Usa-se "densidade" para
representar a razão entre a massa e o volume de objetos sólidos (ocos ou maciços), e "massa específica"
para líquidos e substâncias.

II. MATERIAL
Vidraria e acessórios Reagentes
Provetas de 50 mL e 500 mL Éter etílico, acetona, álcool etílico
Picnômetro, densímetro e termômetro
Pipetas, conta-gotas, béquer de 2000 mL Querosene, gasolina, etc.
Balança analítica, seringa Refrigerantes em lata (normal e diet)

12.5 PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL

Para realizar estes experimentos será necessário pesquisar na literatura informações sobre a densidade e as
características sensoriais dos reagentes que serão trabalhados.

Atividade 1: Densidade por deslocamento da água: determinação da densidade de um metal utilizando-se uma
proveta
1.1- Determine as características sensoriais (cor, cheiro e etc.) de um pedaço de metal (lixado, lavado e seco)
fornecido pelo professor. Anote os resultados na Tabela 1;
1.2- Após a caracterização, determine a massa do metal e anote na Tabela 1;
1.3- Com o auxílio de uma pisseta, coloque água destilada em uma proveta de 25,00mL, ajustando o menisco para
o volume de aproximadamente 15,00mL. Anote o volume, levando em consideração a casa correspondente ao
algarismo duvidoso;
1.4- Incline um pouco a proveta e introduza a amostra metálica, cuidadosamente dentro da proveta a fim de evitar o
impacto entre a amostra e o fundo desta e para impedir que parte da água destilada espirre para fora;

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1.5- Anote o novo volume atingido, após bater levemente na lateral da proveta algumas vezes para eliminar bolhas
de ar que eventualmente tenham ficado retidas na superfície da amostra;
1.6- Monte um sistema de sustentação do termômetro para medir a temperatura da água usada no experimento;
1.7- Repita o procedimento mais duas vezes, usando o mesmo metal e volume de água;
1.8- Calcule a densidade absoluta do metal para as três determinações;
1.9- Calcule a densidade média do metal;
1.10- Calcule o erro experimental, levando em consideração o valor teórico;
1.11- Repita a operação para as demais amostras metálicas.

Tabela 1. Dados experimentais obtidos na Atividade 1

Metal: Metal:

Amostra metálica Características sensoriais: Características sensoriais:

Tamb= 0C Tamb= 0C

Medidas 1a 2a 3a 1a 2a 3a

Massa do metal

Volume inicial da água (mL)

Volume final da água (mL)

Volume do metal (mL)

Densidade (g/mL)

Densidade teórica (g/mL)

% Erro

Atividade 2: Determinação da densidade do etanol por 3 métodos

2.1- Método 1.

Cada grupo deverá pesar um béquer vazio e em seguida, transferir 10,00 mL de etanol comercial com uma pipeta
volumétrica para este béquer e pesar novamente. Repetir este procedimento por mais duas vezes. Com os dados
obtidos, calcular a densidade do etanol comercial.

Página 36
Tabela 2. Densidade do etanol comercial

Massa do béquer vazio

Massa de 10,00 mL de etanol


comercial

Densidade do etanol comercial

Densidade média

2.2. Método 2

DETERMINAÇÃO DAS DENSIDADES ABSOLUTAS (OU MASSA ESPECÍFICA) E RELATIVA DE UM


LIQUÍDO POR MEIO DO PICNÔMETRO

1) Pesar um picnômetro previamente limpo e seco ( inclusive a tampa). Anotar na Tabela 3. Não manuseie
o picnômetro diretamente com as mãos (utilize um pedaço de papel para isso);
2) Encher completamente com o líquido. Anotar a temperatura do líquido;
3) Pesar o conjunto (picnômetro + líquido) e anotar;
4) Determinar a massa do líquido ( picnômetro cheio - picnômetro vazio);
5) Calcular a densidade absoluta (ou massa específica (ρ)) do líquido, d = m/v;
6) Lavar o picnômetro. Enchê-lo completamente com água destilada e pesar o conjunto. Tomar a
temperatura da água. Determinar a massa da água. Anotar;
7) Calcular a densidade relativa do líquido;
8) Calcular o erro percentual em relação ao valor teórico previsto.

TABELA 03 - DENSIDADES ABSOLUTA E RELATIVA POR MEIO DO PICNÔMETRO


LÍQUIDO: COR: ASPECTO: Tágua= oC

T amostra= oC
Massa do Picnômetro vazio (g)
Massa Picnômetro + líquido (g)
Massa do líquido (g)
Volume do líquido (mL)
Massa Picnômetro + água (g)
Massa da água (g)
Volume da água (g)
DENSIDADE ABSOLUTA DO LÍQUIDO (g/ mL)
DENSIDADE ABSOLUTA DA ÁGUA (g/ mL)
DENS. RELATIVA DO LIQUIDO
DENS. ABSOLUTA TEÓRICA DO LÍQUIDO (g/ml)
% ERRO

Página 37
2.3. Método 3

DETERMINAÇÃO DA DENSIDADE RELATIVA COM O DENSÍMETRO

01) Na proveta de 500 mL medir 200 a 250 mL de etanol.


02) Introduzir o densímetro previamente selecionado, espere pelo menos um minuto e faça a leitura.
Anotar.
OBSERVAÇÃO: Para líquidos transparentes, faça a leitura através do liquido na base do menisco; o
resultado obtido já é a densidade desejada. No caso de líquidos opacos, faça a leitura na parte superior
do menisco (extremidades). Neste caso subtraia da leitura obtida o equivalente a uma divisão para obter
o resultado verdadeiro.
03) Anotar a temperatura do líquido e anotar os dados na Tabela 04.
04) Fazer a devida correção da densidade lida de acordo com o descrito em Tratamento de Dados.

TABELA 04 - DENSIDADE RELATIVA do etanol POR MEIO DO DENSÍMETRO

LÍQUIDO Tlíquido (oC) COR ASPECTO DENSIDADE DENSIDADE


CORRIGIDA

OBS: Anote os resultados das outras equipes

Anotar na Tabela 5 os valores da densidade do etanol determinado pelos três métodos.

Tabela 5. Valores da densidade do etanol determinado por 3 métodos

Substãncia pipeta picnômetro densímetro

Etanol

Atividade 3: Determinação da densidade de soluções etanólicas com diferentes concentrações

3.1- Cada grupo deverá preparar uma solução MÃE, exatamente como descrito abaixo:

GRUPO 1: Transferir 25,00 mL de etanol comercial com uma pipeta volumétrica para um balão volumétrico de
50,00 mL e completar o volume com água destilada. Essa é a solução MÃE.

GRUPO 2: Transferir 20,00 mL de etanol comercial com uma pipeta volumétrica para um balão volumétrico de
50,00 mL e completar o volume com água destilada. Essa é a solução MÃE.

GRUPO 3: Transferir 15,00 mL de etanol comercial com uma pipeta volumétrica para um balão volumétrico de
50,00 mL e completar o volume com água destilada. Essa é a solução MÃE.

GRUPO 4: Transferir 10,00 mL de etanol comercial com uma pipeta volumétrica para um balão volumétrico de
50,00 mL e completar o volume com água destilada. Essa é a solução MÃE.

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GRUPO 5: Transferir 5,00 mL de etanol comercial com uma pipeta volumétrica para um balão volumétrico de
50,00 mL e completar o volume com água destilada. Essa é a solução MÃE.

GRUPO 6: Transferir 3,00 mL de etanol comercial com uma pipeta volumétrica para um balão volumétrico de
50,00 mL e completar o volume com água destilada. Essa é a solução MÃE

GRUPO 7: Transferir 1,00 mL de etanol comercial com uma pipeta volumétrica para um balão volumétrico de
50,00 mL e completar o volume com água destilada. Essa é a solução MÃE

2.3- Após o preparo da solução mãe, o grupo deverá transferir uma ALÍQUOTAS da mesma (conforme Tabela 6)
para um béquer seco e pesado;
2.4- Com os dados obtidos, cada grupo deverá calcular a densidade da solução preparada de etanol comercial.

Tabela 6. Dados experimentais obtidos na Atividade 3

Volume da Massa béquer Massa béquer com Densidade da alíquota


alíquota vazio solução mãe (solução de etanol)
20,00 mL
15,00 mL
10,00 mL
5,00 mL
3,00 mL

12.6 ATIVIDADE PARA CASA

a) Qual a densidade do etanol comercial? Todas as bancadas encontraram o mesmo resultado?


b) No seu grupo, as densidades das alíquotas calculadas pelos integrantes 1, 2, 3, 4 e 5 foram iguais ou diferentes?
A que conclusão os integrantes do mesmo grupo podem chegar com relação à densidade de volumes diferentes
da mesma solução?
c) Compare os resultados do seu grupo com os resultados dos outros. As densidades calculadas pelos integrantes
1, 2, 3, 4 e 5 foram iguais ou diferentes? A que conclusão vocês podem chegar com relação à densidade de
volumes iguais de soluções de concentrações diferentes?
d) A densidade da solução mãe de cada grupo é mais próxima da densidade do etanol comercial ou da água
destilada. Justifique sua resposta.

III. TRATAMENTO DE DADOS:

1) Cálculo do erro porcentual: %E= (valor teórico - valor experimental)x 100


valor teórico
Para os valores teóricos sugere-se consultar o “Manual de Engenharia Química “de Perry e Chílton e o
“Handbook”.

2) As observações feitas de acordo com o processo acima descrito são denominadas “densidade e
temperaturas observadas”. Essas observações precisam ser corrigidas para a temperatura básica de 15
°C, comparada a água a 4 °C. Os fatores necessários para a correção, são dados na tabela seguinte:

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Densidade Fator de Densidade Fator de Densidade Fator de
observada à T correção por 1 observada à T correção por 1 observada à T correção por 1
de ensaio oC de ensaio oC de ensaio oC
0,610 - 0,612 0,00101 0,682 - 0,688 0,00088 0,772 - 0,777 0,00075
0,613 - 0,617 0,00100 0,689 - 0,696 0,00087 0,778 - 0,783 0,00074
0,618 - 0,622 0,00099 0,697 - 0,703 0,00086 0,784 - 0,790 0,00073
0,623 - 0,628 0,00098 0,704 - 0,711 0,00085 0,791 - 0,799 0,00072
0,629 - 0,633 0,00097 0,712 - 0,719 0,00084 0,800 - 0,808 0,00071
0,634 - 0,638 0,00096 0,720 – 0726 0,00083 0,809 - 0,818 0,00070
0,639 - 0,643 0,00095 0,727 - 0,734 0,00082 0,819 - 0,828 0,00069
0,644 - 0,648 0,00094 0,735 - 0,741 0,00081 0,829 - 0,838 0,00068
0,649 - 0,654 0,00093 0,742 - 0,747 0,00080 0,839 - 0,852 0,00067
0,655 - 0,661 0,00092 0,748 - 0,753 0,00079 0,853 - 0,870 0,00066
0,662 - 0,667 0,00091 0,754 - 0,759 0,00078 0,871 - 0,890 0,00065
0,668 - 0,674 0,00090 0,760 - 0,765 0,00077 0,891 - 0,970 0,00064
0,675 - 0,681 0,00089 0,766 - 0,771 0,00076 0,971 - 1,000 0,00063

Na tabela o coeficiente de dilatação do vidro foi levado em conta para a preparação. Quanto mais
próxima de 15 °C estiver a temperatura de ensaio, tanto mais precisão terão os fatores desta tabela. Por
isso, é recomendado que as determinações sejam feitas à temperatura mais próxima possível de 15 °C.
A correção será adicionada quando a temperatura de ensaio for superior a 15°C, e será subtraída no
caso da temperatura ser inferior a 15°C.
EXEMPLO:
Leitura do densímetro 0,7850 0,7850
Temperatura lida (oC) 24 12
Fator de correção por 1 oC 0,00073 0,00073
Densidade 15 oC/4 oC 0,7850+ (24-15)x0,00073=0,7916 0,7850+(12-15)x0,00073=0,7828

Quando se tratar de temperaturas de observações afastadas mais de 10 °C da temperatura padrão, uma


segunda correção deverá ser feita, a fim de ser tomado em consideração a diferença entrte os
coeficientes de dilatação da amostra e do vidro.
EXEMPLO :
Leitura do densímetro 0,7250
Temperatura lida (oC) 37
Fator de correção por 1 oC 0,00083
Densidade 15 oC/4 oC 0,7250 + (37-15) x 0,00083 = 0,7432

Procura-se na tabela o fator correspondente à densidade corrigida (0,7432) e emprega-se este fator
(0,00080) para o cálculo da densidade 15 °C/4 °C conforme exemplificamos a seguir:
Densidade 15 °C/4 °C = 0,7250 + (37 - 15) x 0,00080 = 0,7426

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TOLERÂNCIAS: Uma vez que a densidade não é fator de especificação de um óleo, e sim para cálculo
de comercialização, a sua densidade não sofre restrições de tolerância.

IV. QUESTIONÁRIO: Entregue ao seu professor juntamente com as tabelas devidamente


preenchidas e com a capa de acordo com o modelo sugerido nas recomendações gerais
pelo seu instrutor.

0l) Discuta o efeito do aumento da temperatura sobre:


a) um líquido b) a densidade de um liquido
02) Como se pode determinar a densidade do gelo? Poder-se-á determinar o volume derretendo-o e
medindo o volume de água restante? Justifique.
03) É possível se determinar a densidade do cloreto de sódio (sólido) pelo método do deslocamento da
água? Por quê?
04) O que significa dizer que a densidade do líquido que você trabalhou é uma propriedade
característica?
05) Cite alguns erros cometidos durante a realização do experimento que levaram a resultados
diferentes dos tabelados (teóricos).
06) A) Que medidas e que cálculos você faria para determinar a densidade de um bloco retangular de
madeira? B) Um cubo de ósmio metálico de 1,500 cm de aresta tem uma massa de 76,31 g a 25°C.
Qual é a densidade em g/cm3 a essa temperatura? C) Uma bola de chumbo tem 5,0 cm de
diâmetro.Qual é a massa da bola se sua densidade é 11,34 g/cm3?
07) Uma amostra de tetracloreto de carbono, um líquido usado no passado em lavagem a seco, tem uma
massa de 39,73 g e um volume de 25,0 mL a 25°C. Qual sua densidade a essa temperatura?
Tetracloreto de carbono flutua na água? Por quê?
08) Depois que caiu a etiqueta de uma garrafa contendo um líquido límpido que se acredita ser benzeno,
um químico mediu a densidade desse líquido para verificar do que se tratava. Uma amostra de 25,0 mL
do liquido tinha uma massa de 2l,95 g. Um manual de química do tipo do CRC Handbook of Chemistry
and Physics aponta uma densidade de 0,8787 a 15 °C para o benzeno. A densidade calculada está de
acordo com o valor tabelado?

FONTES DE CONSULTA:
- BROW, T.L. LEMAY, H.E BURSTEN, B.E. BURDGE, J.R. QUÍMICA - A CIÊNCIA CENTRAL,
São Paulo: Pearson Education do Brasil (2005)
- GARRITZ, A. CHAMIZO, J .A. QUIMICA, São Paulo: Pearson Education do Brasil (2003)
- QUAGLIANO, J.V. VALLARINO, L.M. QUÍMICA, Rio de Janeiro: Guanabara Dois (1972)
- RUSSEL, J .B. QUIMCA GERAL, Rio de Janeiro: Makron Books (1994), v. 0l
- QUIMICA CBA - SISTEMAS QUIMICOS, São Paulo: EDART

Página 41
13. PREPARO, EXECUÇÃO DA PRÁTICA E ELABORAÇÃO DO RELATÓRIO TÉCNICO – CIENTÍFICO

O trabalho no laboratório envolve, no mínimo, três etapas:

1ª ETAPA: Acontece antes da aula prática  É a preparação do aluno para a realização do experimento.

Nesta etapa o aluno deverá se interar do experimento que será desenvolvido, estudando os conceitos
teóricos, lendo com atenção o roteiro e tirando todas as dúvidas durante a aula que antecede a execução da
prática (“PRÉ-LAB”). O aluno deverá também pesquisar as propriedades químicas, físicas e toxicológicas dos
reagentes a serem utilizados, bem como dos produtos gerados. Nesta etapa o aluno deverá começar a elaborar o
PRÉ-RELATÓRIO (“Caderno de PRÉ-LAB”).

2ª ETAPA: Acontece durante a aula  É a realização do experimento.

Nesta etapa acontece o desenvolvimento da prática, e o aluno já deve ter as respostas aos seguintes
questionamentos: O que vou fazer? Com que objetivo? Quais os princípios químicos envolvidos nesta atividade?

O aluno deve aplicar e respeitar as regras de segurança, trabalhar com calma, atenção, seguindo o roteiro
da prática, anotando todos os fatos observados, resultados obtidos e consultando o professor sempre que tiver
dúvidas ou ocorrer algo inesperado ou anormal.

A memória às vezes falha (independente da idade) e as anotações dos colegas também. Portanto, para uma
descrição das atividades feitas no laboratório, o aluno deverá ter o seu caderno ou bloco de anotações.
Anotações importantes: tempo decorrido, condições iniciais e finais do sistema

LEMBRE-SE QUE CADA UM DEVE SEGUIR AS REGRAS DE SEGURANÇA E TRABALHAR COM


RESPONSABILIDADE, PRECAVENDO-SE CONTRA PERIGOS DEVIDO A SEU PRÓPRIO TRABALHO E AO
DOS OUTROS.

3ª ETAPA: Após a aula prática  Envolve a limpeza do laboratório e a elaboração do relatório técnico-científico.

Um dos objetivos desta disciplina é ensinar a redigir relatórios. Um relatório técnico-científico é a exposição
escrita na qual se divulga e registra de forma clara e simples, os dados técnicos obtidos e analisados durante um
experimento. Os relatórios devem ser redigidos de uma forma impessoal, utilizando-se voz passiva no tempo
passado, pois se relata algo que já foi feito. Portanto, não se deve redigir o relatório nas primeiras pessoas do
singular ou do plural (por exemplo: Eu medi o volume ou Nós medimos...)

Formas corretas: O volume foi medido utilizando-se uma proveta...ou Mediu-se o volume utilizando-se ...

ESTRUTURA DO RELATÓRIO TÉCNICO-CIENTÍFICO

Os relatórios técnico-científicos constituem-se dos seguintes elementos:

Página 42
ELEMENTOS ITENS/INSTRUÇÔES
1- Nome da organização responsável, com 3- Subtítulo se houver
CAPA subordinação até o nível da autoria
4- Local e ano
2- Título

1- Nome da Instituição 6- Turma e Nome do aluno


FOLHA DE
ROSTO 2- Nome do Curso 7- Data da Realização do Experimento

3- Nome da Disciplina OBS: Num relatório menos formal, como o


nosso, para poupar papel (quer dizer
4- Nome do Professor preservar árvores), podemos suprimir a
capa e começarmos pela folha de rosto.
5- Título da Experiência

SUMÁRIO É a relação dos capítulos e seções no trabalho, na ordem em aparecem.

OBJETIVOS Descrever o objetivo a ser alcançado na execução do experimento. Em alguns casos pode-
se dividir este item em objetivo geral e específico(s).

INTRODUÇÃO Descrever de forma clara e sucinta a teoria necessária ao entendimento da prática.

Descrever de forma clara as etapas realizadas no decorrer do experimento:


PARTE
EXPERIMENTAL MATERIAIS: Citar os equipamentos, reagentes e outros itens utilizados

PROCEDIMENTO: Descrever detalhadamente as etapas do procedimento, para que possa


ser reproduzido por qualquer outra pessoa, com os materiais e equipamentos descritos.

PROPRIEDADES FÍSICAS E TOXICOLÓGICAS DOS REAGENTES E PRODUTOS: Incluir


tabelas contendo as substâncias utilizadas ou produzidas no experimento realizado com as
suas respectivas propriedades. Estas tabelas devem ser identificadas com título
centralizado acima do corpo da tabela e apresentar numeração seqüencial (Tabela 1.
Propriedades...). Notas de rodapé podem ser colocadas logo abaixo das mesmas através
de letras (a, b, c, ...), números (1, 2, ...) ou símbolos (*, ...).

Consiste na apresentação de todos os dados obtidos no laboratório ou calculados a partir


RESULTADOS E destes e a discussão destes resultados com base no esperado teoricamente. Neste item
DISCUSSÃO devem ser discutidas as adaptações, ou não, apontando-se possíveis explicações e fontes
de erros experimentais.

As ilustrações dos resultados são muito importantes para comprovar o que está sendo
relatado. Seu número deve ser o menor possível. As figuras devem ser identificadas com
título centralizado abaixo do objeto (foto, esquema, gráfico) e apresentar numeração
seqüencial (Figura 1. Título da figura...).

Página 43
CONCLUSÃO Concluir de forma sucinta, de acordo com os objetivos (geral e específicos) e os resultados
obtidos, a viabilidade experimental. Problemas ocorridos durante o experimento podem ser
relatados para justificar resultados não esperados.

Citar os livros utilizados na elaboração do relatório, incluindo handbook, consulta à internet,


REFERÊNCIAS catálogo, apostila (que é a fonte primária de consulta), entre outros. Recomenda-se a
utilização da norma ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas) – NBR6023/2002.

Exemplo:

1- Para livros e manuais: SOBRENOME DO AUTOR, iniciais do nome completo. Título do


livro, número de edição, local de publicação, editora, ano de publicação, páginas
consultadas (opcional).

SOARES, B. G.; SOUZA, N. A.; PIRES, D. X. Química Orgânica – Teoria e Técnicas de


Preparação e Identificação de Compostos Orgânicos. 1ª Edição. Rio de Janeiro: Ed.
Guanabara Dois, 1988.

2- Para documentos em meio eletrônicos: SOBRENOME DO AUTOR, iniciais do nome


completo. Título do livro, número de edição, local de publicação, editora, ano de
publicação, páginas consultadas (opcional).

ANACLETO, Daniela de Almeida; SOUZA, Bruno de Almeida; MARCHINI, Luis Carlos e


MORETI, Augusta Carolina de Camargo Carmello. Composição de amostras de mel de
abelha Jataí (Tetragonisca angustula latreille, 1811). Ciênc. Tecnol. Aliment. [online]. 2009,
vol. 29, n. 3, p. 535-541. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/cta/v29n3/a13v29n3.pdf>.
Acesso em: 20 mar.. 2010.

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SEPARAÇÃO DE MISTURAS

1.OBJETIVO GERAL

Efetuar separações de misturas por meio de métodos mecânicos e físicos.

2.OBJETIVOS ESPECÍFICOS

a) Caracterizar diferentes tipos de misturas;


b) Treinar diferentes técnicas de separação de misturas: filtração, decantação, centrifugação e etc;
c) Separar componentes de misturas heterogêneas;
d) Separar componentes de misturas homogêneas;
e) Identificar os processos utilizados na separação das mesmas.

3.INTRODUÇÃO

Na natureza a maioria das matérias que encontramos consiste de misturas de diferentes substâncias. As
misturas são combinações de duas ou mais substâncias presentes em proporções arbitrárias, nas quais cada uma
mantém suas propriedades. Estas combinações podem não ter a mesma aparência, propriedades e composição
por toda a mistura, sendo esta então classificada como MISTURA HETEROGÊNEA. Misturas que são uniformes
são classificadas como HOMOGÊNEA (soluções).

Existem diversos métodos para separar os componentes de uma mistura. A escolha de um determinado
método baseia-se nas propriedades individuais das diferentes substâncias que compõem a mistura, sendo que
estas podem ser separadas em sua forma pura ou na de outra substância (na forma de um derivado). Em certos
casos, dependendo da complexidade da mistura, existe a necessidade da aplicação de mais do que uma técnica
para a completa separação dos constituintes e, estas são baseadas em processos mecânicos, físicos e químicos
(derivatização) seguido de físico.

Os métodos mais utilizados na separação de misturas são: catação, peneiração, separação magnética,
flotação, decantação, centrifugação, filtração, cromatografia e destilação.

3.1 TÉCNICAS DE FILTRAÇÃO

3.1.1 Filtração gravitacional


Na técnica de filtração por gravidade, o filtro pode ser constituído de diferentes materiais porosos: papel
(celulose), algodão, tecido, lã de vidro, teflon, vidro sinterizado, etc. Em um laboratório de química o material
filtrante mais comum é o papel de filtro, e o funil cônico de vidro é o suporte mais comumente usado para este.

Para usar o papel de filtro em um funil cônico deve-se proceder do seguinte modo (Fig.1):

a) Dobre o papel ao meio;


b) Dobre-o “quase” ao meio novamente (deixe uma pequena parte, cerca de 5mm, desencontrada);
c) Corte o canto de um dos lados, para acomodar melhor o papel no funil;
d) Abra o lado que não foi cortado e adapte o papel ao funil;
e) Umedeça o papel com uma pequena quantidade do líquido de modo a fixá-lo as paredes do funil.

Página 45
Figura 1: Técnicas para dobrar o papel de filtro

Para realizar a filtração gravitacional (Fig. 2):

f) Coloque o funil em um aro de metal preso a um suporte universal;


g) Encoste a haste do funil na parede do béquer;
h) Com auxílio de um bastão de vidro transfira a mistura para o funil;
i) O líquido deve escorrer pelo bastão, que deverá estar tocando suavemente o papel de filtro de modo a não furá-
lo;
j) O peso do líquido no colo do funil ajuda a acelerar a filtração, assim, deve-se transferir uma quantidade de liquido
que permita o preenchimento de até cerca de 2/3 do colo deste.

Figura 2. Filtração por gravidade.

3.1.2. Filtração a vácuo

É um processo mais rápido que a filtração simples, utilizado quando o líquido a ser filtrado pode evaporar, ou
quando o interesse esteja no sólido (que será obtido pré-seco), e não na fração líquida. Nesta técnica a
aparelhagem consiste de um funil de porcelana, chamado de funil de Büchner, que é adaptado a um kitassato que
será ligado, por meio de uma mangueira de silicone, a um frasco de segurança (“trap”), e estes por sua vez ao
sistema de sucção (uma trompa d’água ou uma bomba de vácuo) (Fig. 3). O vácuo formado dentro do kitassato
força o ar atmosférico a passar pelo papel arrastando o líquido.

O papel de filtro deve ser colocado no funil de Büchner de modo que não fique menor que os furos da
plataforma do funil, e nem maior que o diâmetro desta.

Figura 3. Aparelhagem utilizada em uma filtração a vácuo

3.1.3. Separação com funil de decantação

Figura 4. Aparelhagem utilizada em uma separação de fases

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1- Coloque o funil de separação na argola e espere a separação das fases.

2- Para remover a camada inferior, remova a tampa e abra a torneira cuidadosamente, pressionando-a
horizontalmente; em seguida, retire a fase superior.

3.1.4 Destilação Simples

Usada principalmente para a separação de um líquido de impurezas não voláteis, ou para a separação de
líquidos que têm diferença de pontos de ebulição maior que 80 ºC. É uma técnica simples e rápida utilizada
também na indústria, como, por exemplo, nas destilarias de álcool, refinarias de petróleo, etc. Uma substância
orgânica líquida, geralmente, apresenta impurezas mais ou menos voláteis que a própria substância. Desse modo,
a destilação produz três frações:

a) A primeira de baixo ponto de ebulição;


b) A fração principal que destila à temperatura constante ou numa faixa de 1 a 2º C do ponto de ebulição do líquido
que está sendo purificado;
c) A fração mais pesada, isto é, de alto ponto de ebulição. A substância não volátil ficará no balão de destilação,
conseguindo-se, desse modo, purificar o líquido.

A quantidade de calor fornecida ao líquido no balão de destilação deve ser controlada para que o processo
não se torne exageradamente demorado, nem que haja, por outro lado, um superaquecimento do líquido e do
vapor. O superaquecimento pode ser notado pela velocidade muito grande de destilação e pela ausência de líquido
condensado no bulbo do termômetro. A passagem de 20 a 30 gotas por minutos é satisfatória.

A temperatura deve ser tomada, inicialmente, 2 minutos após o começo da destilação e daí por diante, em
intervalos de alguns minutos até que reste uma pequena quantidade sem destilar.

Figura 5. Aparelhagem utilizada em destilação simples

4.MATERIAIS

4.1 REAGENTES: Água destilada; Areia; Barro; Cloreto de sódio; Enxofre; Imã; Limalha de ferro; Sulfato de Cobre
(lI).

4.2 VIDRARIAS:

4.3 EQUIPAMENTOS:

4.4 DIVERSOS:

Página 47
5. PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL

Atividade 1: Separação sólido-líquido


1- Coloque num béquer de 50mL uma 1g de cloreto de sódio. Adicione em seguida 10,0 mL de água. Agite com um
bastão de vidro. Observe e classifique a mistura obtida.
Coloque a mistura em um béquer e aqueça em placa de aquecimento até separação efetiva. Observe e explique.

2- Coloque num béquer de 50mL 2g de areia. Adicione em seguida 50,0 mL de água. Agite com um bastão de
vidro. Observe e classifique a mistura obtida. Deixe em repouso por 10 min. Observe e explique. Como se chama
este procedimento? Separe a mistura por filtração gravitacional.

3- Adicione em um béquer 2g de barro em 100,0 mL de água, misture bastante com um bastão de vidro. Observe.
3.1- Divida o conteúdo da mistura acima (água + barro) em dois béqueres (a) e (b):
a) Deixe o béquer (a) em repouso por 10min. Após este tempo, observe novamente o sistema. Pegue a mistura e
agite novamente. Proceda a filtração gravitacional da mistura e observe. A separação foi completa? Caso não, que
técnica você sugeriria para conseguir a separação completa?
b) Transfira um pouco do conteúdo do béquer (b) para dois tubos de centrifuga. Coloque os tubos em uma
centrifuga, de acordo com a orientação de seu professor, e proceda a centrifugação. Observe. Separe o líquido por
decantação.

Atividade 2: Separação sólido-sólido


1- Misture um pouco de serragem com areia. Observe e classifique a mistura obtida. Adicione um pouco de água à
mistura. Observe e explique. Como se chama este procedimento?
2- Coloque em um vidro de relógio quantidades iguais de limalha de ferro e areia (1g de cada). Posteriormente
misture com um bastão de vidro. Observe e classifique a mistura formada. Em seguida aproxime um imã da mistura
e anote os resultados.
3- Observe a aparência de dois sólidos: enxofre e sulfato de cobre II.
3.1- Coloque num béquer de 150mL 0,5g de enxofre e 1g de sulfato de cobre II. Agite e classifique a mistura
formada.
3.2- Adicione à mistura obtida 50,0 mL de água e agite. Qual dos sólidos se dissolveu na água? Como se classifica
este processo? Filtre a vácuo a mistura contida no béquer. Qual é a composição química do filtrado? Como você
faria para separar a mistura do filtrado?

Atividade 3: Separação líquido-líquido


1- Coloque em um funil de separação 10 mL de água e acrescente ao mesmo 10 mL de óleo. Observe.
2- Efetue a separação efetiva dos líquidos. Que tipo de mistura é formada? Qual o líquido fica na parte
superior e por que?

Atividade 4: Separação por destilação


1.1- Transfira 70,0 mL de uma amostra para um balão de destilação de 120,0 mL;
1.2- Adicione pérolas de vidro (ou pequenos pedaços de porcelana porosa), e proceda a montagem da
aparelhagem, de acordo com as orientações do seu professor;
1.3- Utilize um sistema de aquecimento apropriado para o líquido a ser destilado (se a solução não for aquosa
não utilize o bico de Bunsen);
1.4- Aqueça a mistura de forma que a destilação ocorra lentamente;
1.5- Após a saída das primeiras gotas de destilado, troque o frasco coletor e recolha o destilado em uma proveta
graduada, e anote a temperatura;
1.6- Continue a destilação anotando a temperatura em intervalos de 2,0 mL de destilado, até completar cerca de
50mL.

OBS. 1: Toda aparelhagem de destilação deve ser aberta para a atmosfera a fim de evitar aumento da pressão do
sistema com o aquecimento. Quando houver necessidade de proteger o sistema da umidade de ar, é
aconselhável adaptar à saída lateral um tubo de secagem;
OBS. 2: O balão não deve estar muito cheio para evitar arraste mecânico do líquido a ser destilado, impurificando
o mesmo. Deste modo, deve-se preencher no máximo 2/3 de sua capacidade. Também não deve estar vazio;

OBS. 3: Nunca aquecer o balão até a secura, pois há risco de quebra;

Página 48
OBS. 4: A água do condensador deve fluir contra a corrente dos vapores;

OBS. 5: Utilizar porcelana porosa, pedra pomes ou pérolas de vidro para evitar superaquecimento da massa
líquida.

6. ATIVIDADE PARA CASA

a) O que você entende por destilação?


b) De que depende a pressão de vapor de um líquido orgânico? Explique.
c) Na condensação de vapor ocorre transferência de calor? Explique sua resposta.
d) Pesquise sobre uma outra técnica de dobrar o papel de filtro e mostre ao seu professor.

Página 49
PONTO DE EBULIÇÃO - MICRO DETERMINAÇÃO

OBJETIVO

1. Determinar o ponto de ebulição de uma substância pela técnica de micro


determinação.

INTRODUÇÃO TEÓRICA

As substâncias possuem propriedades físicas distintas, de modo que a


determinação minuciosa dessas propriedades pode levar à identificação dessas
substâncias, pela comparação das propriedades físicas obtidas com os dados da
literatura. As propriedades físicas, geralmente listadas nos Handbooks
(Manuais), são: forma cristalina (se sólido), índice de refração (se líquido),
densidade, solubilidade em vários solventes, ponto de fusão, ponto de ebulição,
entre outras.

PONTO DE EBULIÇÃO

Um líquido qualquer que tenha espaço livre acima dele tem tendência
em perder moléculas de sua superfície e formar vapor no espaço livre, de
modo a se estabelecer um equilíbrio entre o líquido e seu vapor. Se o
espaço acima do líquido é fechado, as moléculas escaparão até atingir uma
pressão de equilíbrio chamada de pressão de vapor. A Fig. 1 descreve o
processo de evaporação, durante o qual a quantidade de moléculas
escapando para a superfície e tornando-se vapor é igual à quantidade de
vapor tornando-se líquido.

Fig. 1: Processo de evaporação

Página 50
Um líquido entra em ebulição quando a sua pressão de vapor iguala-se
a pressão externa, ao elevar-se a sua temperatura. A esta temperatura
denomina-se ponto de ebulição ou “ponto de ebulição normal” quando a
pressão exercida sobre a superfície do líquido é de 760 mmHg.

Por ser uma propriedade característica de uma substância, o ponto de ebulição


é usado na identificação de líquidos e de alguns sólidos de baixo ponto de

fusão. A determinação do ponto de ebulição pode ser feita através de destilação


simples - técnica de macro determinação, quando houver material suficiente,
ou através do método Siwoloboff – técnica de micro determinação, para o
qual bastam apenas 5 a 10 gotas do líquido. A determinação do ponto de ebulição,
pelo referido método, é feita utilizando-se um tubo de Thiele, que é um tubo de
vidro com um formato que permite o aquecimento uniforme do líquido do banho,
através do estabelecimento de correntes de convecção, como mostra a Fig. 2 (a).
Observa-se na Fig. 2 (b), o escape vagaroso de bolhas de ar da extremidade do
tubo capilar, a princípio, até o escape rápido e contínuo de bolhas, o que
demonstrará que o ponto de ebulição do líquido foi atingido.

(a) (b)

Fig. 2: Aparelhagem para micro determinação do ponto de ebulição

Obs.: O aquecimento do sistema deve ser gradual (não mais que quatro
graus por minuto).

Página 51
POSSÍVEIS PROBLEMAS APRESENTADOS PELO MÉTODO DE MICRO DETERMINAÇÃO

b) Quando o líquido é superaquecido ele evapora totalmente e não se consegue


fazer a medida.

c) Quando o aquecimento é interrompido antes do ponto de ebulição, o líquido


entra no tubo capilar imediatamente, fornecendo um ponto de ebulição aparente
que é muito baixo. Certifique-se de retirar o aquecimento, apenas, após a
observação de um fluxo contínuo de bolhas, bastante rápido de modo que bolhas
individuais possam ser distintas.

d) Se o tubo capilar for muito “leve”, o borbulhar do líquido pode fazer com que
ele fique boiando na superfície do mesmo.

A faixa do ponto de ebulição é um indicador importante da pureza do


composto. A colocação errada do termômetro, medição inadequada da pressão
atmosférica (o ponto de ebulição ao contrário do ponto de fusão depende
fortemente da pressão) e erro termométrico são fatores que levam a desvios na
medida do ponto de ebulição. Por esta razão, encontram-se muitas vezes na
bibliografia pontos de ebulição muito diferentes para a mesma substância.

i) VANTAGENS DO MÉTODO DE MICRO DETERMINAÇÃO

Atualmente é recomendável a utilização de pequenas quantidades de


substâncias químicas, principalmente orgânicas, por questões ambientais. As
vantagens no uso de técnicas de micro determinação do ponto de fusão e de
ebulição são muitas, dentre elas pode-se citar:

e) Menor gasto de energia


f) Redução de resíduos a serem descartados
g) A aparelhagem é menor e de fácil manuseio
h) No caso do ponto de ebulição, não é necessário montar aparelhagem de
destilação, evitando um gasto maior de água e energia.

EXPERIMENTAL

8- Feche uma das extremidades de um tubo capilar.


9- Adicione oito gotas da amostra no micro tubo de ensaio e coloque o tubo
capilar dentro do micro tubo, com a extremidade aberta mergulhada no
líquido.
10- Prenda o micro tubo contendo a amostra, ao termômetro, com a ajuda de
um anel de látex, como mostra a Fig. 2 (a), tomando o cuidado de fazer
coincidir a parte inferior do bulbo do termômetro com o final do micro tubo.

Página 52
11- Introduza o termômetro com o tubo acoplado no tubo de Thiele, contendo
uma substância que servirá de banho líquido. (Obs.: O anel de látex deve
ficar acima do nível do banho).
12- Aqueça o sistema até obter uma corrente rápida e contínua de bolhas na
saída do capilar. Neste ponto, pare o aquecimento. O aquecimento do tubo
de Thiele deve ser gradual, não mais que quatro graus por minuto.
13- Registre o ponto de ebulição no momento em que o desenvolvimento de
bolhas cessa subitamente e o líquido começa a subir pelo interior do capilar.
14- Deixe o banho esfriar cerca de 10 oC abaixo do ponto de ebulição que foi
determinado e repita o procedimento de determinação mais duas vezes (não
é necessário substituir o capilar).

QUESTIONÁRIO

i) Quais os fatores que interferem na pressão de vapor dos líquidos?


j) Defina ponto de fulgor (flash point) e temperatura de ignição.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

a) ROCHA, R. C; BOCCHI, N.; SILVA, R.R. Introdução à Química Experimental. São Paulo: Editora
McGraw-Hill, 1990.
b) SOARES, B.G;SOUZA, N.A.;PIRES, D.X. Química Orgânica: Teoria e Técnicas de Preparação e
Identificação de Compostos Orgânicos. Rio de Janeiro: Editora Guanabara, 1988.
c) VOGEL, A. I. Química Orgânica: Análise Orgânica Qualitativa. 3 ed, v 1. Rio
de Janeiro: Ao Livro Técnico S.A., 1971.
d) SOUZA, C.C.; CASTELO BRANCO, L.H.; VELOSO, M.C.C. Química Orgânica
Experimental I. CEFET-BA, 1995.

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TRANSFORMAÇÕES FÍSICAS E QUÍMICAS

1.OBJETIVO GERAL

Verificar as diferenças entre transformações físicas e químicas, por meio de procedimentos experimentais.

2. INTRODUÇÃO

A matéria que nos rodeia está em constante mudança, sofrendo inúmeras transformações. As
transformações físicas da matéria ocorrem quando há mudança no estado físico de um determinado material ou
uma dissolução de um soluto num solvente. Nas transformações químicaa composição da matéria passa por
mudanças, uma ou mais substâncias se alteram dando origem a compostos diferentes, como ocorre em uma
combustão.

3.MATERIAIS

3.1 REAGENTES:

3.2 VIDRARIAS:

3.3 EQUIPAMENTOS:

3.4 DIVERSOS:

4.PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL

4.1 Atividade 1:
- Pegue 5cm de fio de alumínio e leve-o à chama da lamparina por 30 segundos. Deixe esfriar e observe.
- Pegue 5cm de fita de magnésio e leve-a à chama da lamparina por 30 segundos. Observe e anote.

4.2 Atividade 2:
- Coloque dois cristais de iodo em um béquer de 100mL. Cubra o béquer com um vidro de relógio. Coloque duas
pedras de gelo sobre o vidro de relógio. Aqueça esse sistema até que os vapores do iodo cheguem ao vidro de
relógio. Deixe esfriar e observe. Explique a transformação observada.

4.3 Atividade 3:
- Coloque em um béquer de 50mL cerca de 10,0 mL de água de cal ou de barita, em seguida com um canudo de
plástico, sopre dentro do líquido contido no béquer por cerca de 1 minuto. Observe e explique o resultado.

d) Atividade 4:
- Coloque 0,5g de dicromato de amônio em um tubo de ensaio. Aqueça o tubo lentamente em uma chama.
Observe e explique.

Página 54
PROPRIEDADES FÍSICAS E QUÍMICAS DE DIFERENTES ESPÉCIES QUÍMICAS

1.OBJETIVO GERAL

Analisar a qualidade sensorial (cor e odor), as propriedades físicas e químicas de algumas espécies
químicas.

2. INTRODUÇÃO

As propriedades da matéria podem ser classificadas em físicas (podem ser observadas e medidas sem
alterar a composição) ou químicas (transformam-se em outro material).

As propriedades químicas estão relacionadas aos fenômenos químicos, são as reações particulares de cada
substancia. Ex: combustão, oxidação, hidrolise, etc. As físicas estão relacionadas com os fenômenos físicos ou
transformações físicas das substancias; são mais usadas na identificação das substancias por serem mais precisas
que as organolépticas e não as destroem. Ex: ponto de fusão, solidificação, ponto de ebulição, etc.

3.MATERIAIS

3.1 REAGENTES:

3.2 VIDRARIAS:

3.3 EQUIPAMENTOS:

3.4 DIVERSOS:.

4.PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL

4.1 Atividade 1:Demonstração feita pelo professor


- Observe e anote as seguintes características (cor; estado físico; brilho ao momento do corte; dureza;
condutividade elétrica; reatividade química) para as espécies químicas: sódio metálico, fósforo branco, bromo e
mercúrio.

4.2 Atividade 2:
- Coloque um pedaço de zinco em um kitassato, provido de uma mangueira de saída lateral, contendo
aproximadamente 10,0 mL de ácido sulfúrico concentrado;
2.2- Tampe o kitassato com uma rolha, e recolha o gás desprendido em um béquer contendo água e sabão;
2.3- Após o borbulhamento do gás na água com sabão retire a mangueira de dentro do béquer, e aproxime das
bolhas formadas um palito de fósforo aceso. Observe e anote.

4.3 Atividade 3:
- Em um vidro de relógio coloque 0,3g de KMnO4;
- Enrole um algodão em um bastão de vidro, de modo a formar uma “espécie de cotonete”;
- Molhe o algodão com álcool etílico;
- Goteje ácido sulfúrico concentrado sobre o KMnO4 e, logo após, aproxime o algodão embebido em álcool.
Observe e anote.

d) Atividade 4:

Observe as espécies relacionadas na Tabela 1, e preencha a mesma com os dados obtidos.

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Tabela 1: Espécies químicas e suas propriedades

Cu Al S I2 C(pó) C(grafite)

Cor

Odor

Brilho

Estado físico

Condutividade
elétrica

5.QUESTIONÁRIO

e) Por que o sódio é conservado em querosene?


f) Por que não devemos deixar o sódio entrar em contato com a pele?
g) Por que se conserva o fósforo branco na água?
h) O hidrogênio é combustível ou comburente? Justifique.
i) O oxigênio é combustível ou comburente? Justifique.
j) Pesquise e escreva todas as equações químicas das reações ocorridas na prática.
k) Baseado nos dados obtidos apresente um conjunto de características dos metais e dos ametais.
l) Classifique as espécies químicas da Tabela 1 de acordo com a tabela periódica.

Página 56
INTERAÇÕES INTERMOLECULARES

1.OBJETIVO GERAL

Correlacionar propriedades macroscópicas (físicas) e aplicações de alguns sistemas químicos relacionados


aos tipos de interações intermoleculares que atuam nestes.

2. INTRODUÇÃO

As interações intermoleculares são forças atrativas entre íons, moléculas neutras (polares ou apolares) que
estão intimamente relacionadas com as propriedades físicas de sólidos, líquidos e gases. Todas as interações são
de natureza eletrostática e estão relacionadas com a composição e estrutura tridimensional do sistema químico.

Tabela 1: Os diferentes tipos de interações intermoleculares e suas intensidades

Tipo de interação Força relativa Espécies envolvidas

Dispersão de London (dipolo Muito fraca Qualquer tipo de molécula, incluindo


instantâneo-dipolo induzido*) as apolares.

Dipolo permanente-dipolo permanente Moderadamente forte Moléculas polares


(dipolo-dipolo)*

Dipolo-dipolo induzido* Muito fraca Molécula polar e outra apolar

Íon-dipolo Forte Íons e moléculas polares

Ligação de hidrogênio* Forte Moléculas que possuem hidrogênio


ligado a elemento bastante
eletronegativo F, N e O.

*Estas interações são também chamadas de forças de van der Waals, em homenagem a
JohannesDiederik van der Waals, que corrigiu a equação dos gases ideais, incorporando a esta dois
parâmetros (um com as interações intermoleculares) para determinar o desvio dos gases reais do
comportamento ideal.

3.MATERIAIS

3.1 REAGENTES:

3.2 VIDRARIAS:

3.3 EQUIPAMENTOS:

3.4 DIVERSOS:

4.PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL

4.1Atividade 1: Determinação do volume final de uma mistura água + etanol

- Meça em uma proveta 5,0 mL de água. Meça em outra 5,0 mL de etanol (álcool etílico). Misture, na primeira
proveta, o conteúdo das duas provetas. Observe e anote o volume final da mistura.

4.3 Atividade 2: Porcentagem de álcool (etanol) na gasolina

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- Coloque 10,0mL de gasolina em uma proveta de vidro com rolha de vidro esmerilhada. Adicione a esta, 10,0mL
de água destilada (complete até a marca de 20,0mL). Tampe a proveta, e misture as soluções, fazendo inversões
suaves, e sucessivas no sistema. Deixe a proveta em repouso por 10 minutos, até que ocorra a separação nítida
das fases;

Figura 1. Funil de separação Figura 2. Técnica de extração líquido-líquido


utilizando um funil de separação.

- Observe e anote o volume final da gasolina e da fase aquosa.

4.3Atividade 3:

- Coloque em um béquer com água um cubo de gelo. Observe e anote.

4.4 Atividade 4: Separação de fases: um composto apolar é solúvel em água?

-Coloque em um béquer 10,00mL de uma solução de iodo em água. Observe a coloração da solução;

- Pegue um funil de separação de 125mL, e teste-o com o solvente água, para verificar vazamento na tampa e na
torneira do mesmo;

- Coloque o funil de separação, previamente testado, em uma argola apropriada, que deverá estar presa a um
suporte universal (Fig. 1);

- Transfira o conteúdo do béquer, com ajuda de um funil simples, para o funil de separação;

- Adicione 10,00mL de clorofórmio (CHCl 3) ao funil de separação;

- Tampe o funil de separação, retire-o da argola e, apoiando a tampa com a palma da mão, coloque-o na posição
inversa (haste para cima e tampa para baixo) e agite a mistura, abrindo de tempo em tempo a torneira (que deve
estar voltada para cima) a fim de aliviar a pressão interna do sistema (Fig. 2);

OBS. 1: Abra a torneira lentamente, evitando o direcionamento da abertura para si ou para o seu colega.

Por quê?

- Coloque o funil de separação na argola e espere a separação das fases. Observe e anote qual é a fase orgânica.

Página 58
- Separe as fases. Para remover a camada inferior, remova a tampa e abra a torneira cuidadosamente,
pressionando-a horizontalmente; em seguida, retire a fase superior.

OBS. 2:Existem situações onde podem surgir dúvidas a respeito de qual é a fase orgânica, neste caso, adicione
mais umpouco de um dos líquidose verifique qual a camada que aumenta de volume.

OBS. 3: Descarte as fases em recipientes apropriados. A fase clorofórmica deve ser descartada em um
frasco próprio para resíduos halogenados, e jamais na pia.

5.QUESTIONÁRIO

a) Exemplifique cada tipo de interação da Tabela 1.


b) Qual é a fórmula estrutural do etanol?
c) Qual é a fórmula estrutural da água? Explique em termos de interações intermoleculares as suas
observações.
d) Calcule a porcentagem de álcool na gasolina, segundo a Agência Nacional de Petróleo (ANP), a % de álcool
na gasolina é de 27%1.
e) Qual é a composição da gasolina? Por que a água consegue extrair o etanol a partir da gasolina? O que
aconteceria, caso a porcentagem de álcool na gasolina fosse muito maior que o valor estabelecido pela ANP?
f) Explique em termos de interações intermoleculares, as diferenças de densidades da água observadas na
Atividade 3.
g) Desenhe a estrutura química do iodo. A molécula do iodo tem caráter polar ou apolar?
h) O quê significa polarizabilidade?
i) Explique os fatos observados por você no experimento de separação de fases com o Iodo.Na segunda parte
do experimento, em qual fase o iodo ficou? Por quê?
j) Qual é o motivo para a diferença de coloração das fases?
k) Por que o iodo é solúvel em água?
l) A partir de suas observações, você acrescentaria algo a esta frase tão usada nos livros didáticos de química
“Semelhante dissolve semelhante”? Será que ela é 100% verdadeira?

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INDÍCIOS E TIPOS DE REAÇÕES QUÍMICAS

I. OBJETIVOS:
 Identificar indícios de uma reação química;
 Identificar quais os produtos das reações;
 Classificar a reação com base nas equações químicas;
 Prever a ocorrência ou não de algumas reações químicas;
 Identificar os agentes oxidante e redutor nas reações de oxirredução.

II. MATERIAIS
VIDRARIAS E ACESSÓRIOS REAGENTES
Tubos de ensaio – 20; estante para Ácido clorídrico 1 mol L-1, 6 mol L-1 e
tubos P.A.
Pepitas de 5 e 10 ml; Espátula Ácido sulfúrico 1 mol L-1
Béqueres de 25 e 400 ml Hidróxido de sódio 0,5 mol L-1
Bastão de vidro Hidróxido de potássio 0,5 mol L-1
Erlenmeyer de 125 ml – 03 Solução saturada de hidróxido de bário
Estante para tubos Solução 0,1 mol L-1 de nitrato de prata
Pinça metálica; Pinça de madeira Nitrato de chumbo(II) 0,1 mol L-1
Termômetro Nitrato de magnésio 0,5 mol L-1
Conta-gotas Cromato de sódio 0,1 mol L-1
Provetas de 5 e 10 ml Permanganato de potássio 0,1 mol L-1
Bico de Bunsen ; lamparina Cloreto de ferro(III) 0,1 mol L-1
Papel de filtro qualitativo Cloreto de amônio 3 mol L-1
Tampinhas metálicas Iodeto de potássio 0,1 mol L-1
Balança semi-analiítica Sulfato de cobre(II) 1 mol L-1
REAGENTES Dicromato de potássio 0,1 mol L-1
Carbonato de cobre(II) Sulfeto de sódio P.A
Dióxido de chumbo Papéis de tornassol vermelho e azul
Dióxido de manganês Fita de Magnésio
Mármore em pó Álcool etílico
III. OBSERVAÇÕES:
 Para todos os experimentos verifique se ocorre variação da temperatura e/ou
qualquer mudança na mistura.
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 Não pegue nenhuma substancia química diretamente com as mãos e lave-os
sempre ao término da prática.
 Não misture os materiais dos tubos ao término da prática.

IV. PROCEDIMENTO
PARTE A:
1. Retire o revestimento interno de plástico contido na tampinha metálica e adicione
cerca de 0,5 g de dióxido de chumbo (PbO2) na mesma. Segure-a com uma pinça
metálica e aqueça-a num bico de Bunsen. Aproxime um palito de fósforo aceso (ou
em brasa) do dióxido de chumbo. Observe.
2. Coloque num tubo de ensaio 0,5 g de carbonato de cobre(II) e aqueça com
cuidado. Aproxime um palito de fósforo aceso (ou em brasa) da boca do tubo de
ensaio. Observe.

PARTE B:
1. Num tubo de ensaio adicione 1 mL de solução de KMnO4 e 1ml de solução 6,0 mol
L-1 de HCl. Sinta o odor e observe.
1.1 Coloque uma pequena quantidade de dióxido de manganês em um tubo de
ensaio e adicione 1 mL de ácido clorídrico concentrado (muito cuidado no manuseio).
Sinta o odor e observe. Coloque imediatamente após na boca do tubo uma tira de
papel de filtro embebido em solução de iodeto de potássio. Observar. Volte a observar
o papel no final da aula.
2. Coloque 5 mL de solução de dicromato de potássio e 5 mL de ácido sulfúrico em
um béquer. Adicione 5 mL de álcool etílico e aqueça cuidadosamente. Observe, retire
do aquecimento e sinta o odor cuidadosamente devido aos vapores que se
desprendem.

PARTE C:
Tome dois béqueres e adicione em cada um deles 10mL de água destilada e aqueça
um deles. Acrescente a cada um 10 gotas de solução 0,5 mol L-1 de FeCl3.

PARTE D:
1. Num tubo de ensaio coloque uma pequena porção de mármore em pó ( ≈
0,4 g) e acrescente 4 mL de HCl 6 mol/L. Coloque imediatamente uma tira de papel
tornassol azul molhado com água. Sinta o odor.

Página 61
2. Num tubo de ensaio adicione 20 gotas da solução de NH4Cl e 20 gotas de
solução de NaOH e, imediatamente, coloque um pedaço de papel de tornassol
vermelho, molhado com água, na boca do tubo. Sinta o odor. Se necessário, aqueça o
tubo em banho-maria.
2.1 Ao tubo de ensaio anterior adicione 10 e 15 gotas de AgNO 3.
2.2 Divida o conteúdo do tubo de 2.1 em dois tubos. Deixe um no escuro (dentro de
um armário) e o outro exponha à luz solar por aproximadamente 15 minutos.
3. Coloque um pequeno cristal de sulfeto de sódio num tubo de ensaio e adicione, com
cuidado cerca de 3 ml de ácido clorídrico 6 mol/L. Abane a boca do tubo e sinta o odor.

PARTE E:
1. Adicione 10 gotas de solução de Pb(NO3)2 a 10 gotas de solução de Na2CrO4.
2. Adicione 10 gotas de solução de Mg(NO3)2 a 10 gotas de solução NaOH.
3. Adicione coloque 10 gotas de solução de Ba(OH)2 a 10 gotas de solução H2SO4.

PARTE F:
1. TRÊS EQUIPES: Num tubo de ensaio coloque 2 mL de solução 1 mol L-1 de NaOH e
meça a temperatura; faça o mesmo com 2 mL de solução 1 mol L-1 de HCl. Misture os
dois líquidos e imediatamente meça a temperatura.
2. TRÊS EQUIPES: Num tubo de ensaio coloque 2 mL de solução 1 mol L-1 de KOH e
meça a temperatura; faça o mesmo com 2 mL de solução 1 mol L-1de H2SO4. Misture
os dois líquidos e imediatamente meça a temperatura.

V. QUESTIONÁRIO:
1) Por que a parte experimental é constituída por partes (A, B, C, D, E e F)?
PARTE A:
2) Quais foram os indícios de reação notados na parte A.1? E na parte A.2?
3) O que aconteceu com o fósforo em brasa (ou com a chama do fósforo) ao aquecer
o PbO2?
4) Para os dois casos houve desprendimento de gases. Quais? Eles têm cheiro?
5) Qual a cor do sólido na tampinha após reação? E no tubo de ensaio?
6) Escreva as equações químicas e classifique as reações.
PARTE B:
7) Quais foram os indícios de reação notados?

Página 62
8) Como foi a mudança de cor ocorrida quando se adicionou solução de ácido
clorídrico à solução de permanganato de potássio? Isto aconteceu instantaneamente
ou demorou?
9) O que ocorreu quando se adicionou solução de ácido clorídrico ao dióxido de
manganês?
10) O que ocorreu com o papel embebido em iodeto de potássio? Ao término da aula, o
papel continua do mesmo modo que no início do experimento? Por quê?
11) Escreva as equações químicas e classifique as reações.

PARTE C:
12) Explique a diferença dos resultados quando se adiciona solução de cloreto de
ferro(II) à água fria e à água quente. Escreva a(s) equação (ões) e classifique a(s)
reação(ões).

PARTE D:
13) Quais foram os indícios de reação notados?
14) Porque a mesma reação que ocorreu com o mármore ocorreria com a casca de um
ovo? – Faça em casa utilizando casca de ovo seca (triturado) e vinagre e observe
atentamente.
15) O que aconteceu com o tornassol azul? Por quê? Você sentiu algum odor?
16) O que aconteceu com o tornassol vermelho? Por quê? Você sentiu algum odor?
17) Qual a função do AgNO3 no experimento?
18) O que aconteceu com o tubo que ficou exposto ao sol? Por quê?
19) O que lembra o odor sentido na parte A – 3? O que isto significa?
20) Escreva as equações químicas e classifique as reações.

PARTE E:
21) O que foi observado nos tubos de ensaio? Isto está de acordo com o previsto?
Escreva as equações químicas e classifique as reações.

PARTE F:
22) Os tubos ficaram quentes ou frios ao misturar as soluções? Isto está de acordo
com a teoria? Justifique sua resposta. Escreva as equações químicas e classifique as
reações.
23)

Página 63
PARTE COMPLEMENTAR:
1) Das reações realizadas cite algumas que sejam endotérmicas? Por quê?
2) Das reações acima quais são de oxi-redução? Justifique. Especifique os agentes
oxidantes e redutores.
3) É possível se visualizar a ocorrência de uma reação química por 4 maneiras? Cite-
as.
4) Em reação à questão anterior: quando isto não for possível? Quais as reações que
se encaixam nesse caso?
5) Na parte E escreva as equações químicas (da reação que ocorreu) na forma geral,
iônica e iônica líquida (simplificada). A partir daí conclua: o meio resultante é ácido,
básico ou neutro? Por quê? É possível chegar a essa conclusão sem utilizar o
mecanismo da reação que você efetuou?
6) Escreva todas as equações químicas na forma geral (devidamente balanceadas)
das reações envolvidas nas experiências realizadas. Classifique-as quanto à variação
de complexidade da reação (tipo de reação).

Página 64
CORANTES NATURAIS: AS CORES DA VIDA

1 OBJETIVO GERAL

Extrair corantes naturais de flores, frutas, legumes e verduras.

2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

a) Investigar como se faz extração de corantes naturais: usar técnicas de extração a quente com refluxo e a técnica
de maceração (extração a frio);

b) Treinar a técnica de filtração gravitacional: filtrar os extratos obtidos a partir das duas técnicas de extração;

c) Construir uma escala de pH (1 a 14) utilizando os extratos;

d) Preparar um papel indicador de pH com os extratos obtidos.

3 INTRODUÇÃO

As antocianinas, pertencentes à classe dos flavonóides, são o mais importante grupo de pigmentos de
origem vegetal, após a clorofila, visíveis a olho nu. Estes pigmentos são responsáveis por uma variedade de cores
de frutas, folhas, flores e legumes. Quando extraídas do meio natural, apresentam-se na forma de sais de flavílio,
normalmente ligadas a moléculas de açúcares, sendo os mais comuns:-D-glicose, -D-galactose e -D-ramnose.

O estudo destes pigmentos como indicadores ácido-base tem sido alvo constante de discussões na literatura,
pois é conhecido que as mudanças estruturais das antocianinas são responsáveis pela mudança de suas
colorações diante de meios ácidos ou básicos(Fig 1).

Figura 1: Mudanças estruturais nas antocianinas

Os indicadores ácido-base ou de pH são substâncias orgânicas fracamente ácidas (indicadores ácidos) ou


fracamente básicas (indicadores básicos) que apresentam cores diferentes para suas formas protonadas e
desprotonadas; isto significa que mudam de cor em função do pH do meio. A mais antiga definição de ácidos foi
dada em 1663, por Robert Boyle, como ácidos que modificavam extratos de plantas para o vermelho, descrevendo
indicadores de extratos de violetas, repolho roxo, rosas, pau-brasil e outras. O uso de indicadores naturais foi
utilizado por mais de 200 anos, até o aparecimento de indicadores sintéticos.

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4 MATERIAIS

4.1 REAGENTES:

4.2 VIDRARIAS:

4.3 EQUIPAMENTOS:

4.4 DIVERSOS:

5PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL

a) Atividade 1: Preparação do extrato a quente: Técnica de refluxo

1.1- Pesar cerca de 20,0g de pequenos pedaços de repolho roxo ou outro material. Colocar em um balão de fundo
redondo e adicionar 30,0mL de etanol. Deixar em refluxo por 10 minutos. Esperar esfriar e filtrar o líquido em papel
de filtro. Reservar o extrato e o papel de filtro.

b) Atividade 2: Preparação do extrato a frio: Técnica de maceração

2.1- Pesar cerca de 25,0g de pequenos pedaços de repolho roxo ou outro material. Colocar em um gral de
porcelana, e adicionar 40,0mL de água. Macerar o repolho com um pistilo, e deixar repousando por 10 minutos.
Filtrar em papel de filtro. Concentrar o extrato a 20,0mL. Reservar o extrato e o papel de filtro.

c) Atividade 3: Construção de uma escala de pH

3.1- Colocar em pequenos frascos transparentes com tampa, previamente rotulados de 1 a 14, 2,0mL de solução
tampão (de pH variados, de 1-14) e algumas gotas do extrato obtido (indicador). Anote as cores observadas;

3.2- Ao final dessa atividade guardar os extratos e a escala de pH na geladeira. Os extratos e a escala serão
utilizados na próxima aula, quando serão testadas em amostras reais.

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INDICADORES ÁCIDOS-BASE: NATURAIS E SINTÉTICOS

1 OBJETIVO GERAL

Testar o caráter ácido ou básico de diferentes materiais usando indicadores naturais e sintéticos.

2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

a) Diferenciar indicadores naturais dos sintéticos;


b) Verificar o comportamento de indicadores sintéticos em meios ácidos e básicos;

c) Testar o caráter ácido ou básico de algumas substâncias;

d) Analisar o caráter ácido ou básico de alguns materiais de uso cotidiano;

e) Discutir as vantagens de utilização de corantes naturais como indicadores, tais como, facilidade de aquisição,
baixo custo e não toxicidade.

3 INTRODUÇÃO

Indicadores visuais ácido-base ou indicadores de pH são substâncias orgânicas fracamente ácidas


(indicadores ácidos) ou fracamente básicas (indicadores básicos) que apresentam cores diferentes para suas
formas protonadas e desprotonadas; isto significa que mudam de cor em função do pH.
O uso de indicadores de pH é uma prática bem antiga que foi introduzida no século XVII por Robert Boyle.
Nesta época, o conceito de ácidos e bases ainda não estava formalizado. Isto só veio a ocorrer numa primeira
tentativa cientificamente reconhecida, no século XIX, por iniciativa do químico sueco SvanteArrhenius. Entretanto,
ainda no século XVII, Boyle empregava a seguinte descrição: "Ácido é qualquer substância que torna vermelho os
extratos de plantas". A partir dos trabalhos de Boyle, publicações sobre o uso de extratos de plantas como
indicadores tornaram-se freqüentes. Os extratos mais utilizados nesta época eram os de violeta e de um líquen,
Heliotropiumtricoccum, chamado em inglês de "litmus" e em francês "tournesol". Durante o século XVIII, notou-se
que nem todos os indicadores apresentavam as mesmas mudanças de cor.

4 MATERIAIS

4.1 REAGENTES:

4.2 VIDRARIAS:

4.3 EQUIPAMENTOS:.

4.4 DIVERSOS:.

5PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL

a) Atividade 1: Indicadores sintéticos – comportamento em meios ácidos e básicos

1.1-Colocar em quatro cavidades da placa de toque, 3 gotas de ácido sulfúrico 0,1M e 2 gotas do indicador
sintético, de acordo com a Tabela 1;

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1.2- Repetir o processo utilizando solução de ácido acético 0,1M e hidróxido de sódio0,1M seguindo o modelo da
Tabela 1 e comparar os resultados obtidos.

Tabela 1.Cores dos indicadores em meio ácido-base

INDICADOR COR OBSERVADA NA PRÁTICA COR “TEÓRICA”

Ácido Ácido Hidróxido Ácido Ácido Hidróxido


sulfúrico acético de sódio sulfúrico acético de sódio
Alaranjado de metila

Azul de bromotimol

Fenolftaleína

Papel de tornassol azul

Papel de tornassol vermelho

b) Atividade 2: Indicadores natural

2.1- Em tubos de ensaio diferentes, colocar 2,0 mL das soluções usadas na Atividade 1 e teste o comportamento
dos indicadores naturais (extratos obtidos na aula prática passada). Anote as observações na Tabela 2.

Tabela 2.Cores dos indicadores naturais frente a diferentes substâncias.

Indicador Ácido sulfúrico Ácido acético Hidróxido de sódio

“Solução __________________
de repolho roxo”

“Solução __________________
de ______________”

Outro indicador natural

c) Atividade 3: Papel indicador universal

3.1- Com o auxílio do papel indicador universal determine o valor de pH das soluções utilizadas nasAtividades 1 e
2.

d) Atividade 4:

Testar diferentes materiais de uso cotidiano com os indicadores naturais e os sintéticos e comparar com as escalas
de cores obtidas na Atividade 1 e com a escala feita na aula passada.

4.1- Coloque em um tubo de ensaio 3,0 mL de água destilada, acrescente 5 gotas do material a ser testado,
algumas gotas do indicador sintético ou 1,0 mL do indicador natural(soluções obtidas na aula passada);

4.2- Anote os resultados obtidos na Tabela 3.

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OBS. 2: Se a medida de pH de soluções dos produtos de uso doméstico coloridos tiver interferência com a
utilização de soluções indicadoras de pH, utilizar os papéis de filtro impregnados com os extratos (as vezes
coloração dos produtos confunde-se com a coloração da solução obtida após a adição de algumas gotas das
soluções indicadoras).

Tabela 3.Cores dos indicadores sintéticos e naturais frente a diferentes substâncias de uso cotidiano.

Materiais Indicador sintético Indicador Natural Conclusão

Água

Detergente líquido

Vinagre diluído

Vinagre puro

Leite

Suco de limão

6 ATIVIDADE PARA CASA

a) Determine se o pH da água de torneira de sua casa é o mesmo do IFBA?

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ACIDOS

1 OBJETIVO GERAL

Avaliar algumas propriedades químicas e físicas de diferentes ácidosorgânicos e inorgânicos.

2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

a) Verificar a volatilidade de diferentes ácidos orgânicos e inorgânicos;


b) Caracterizar ácidos e os produtos de suas reações por meio do uso de indicadores ácido-base naturais e
sintéticos;
c) Testar capacidade de condutividade elétrica de soluções aquosas de diferentes ácidos;
d) Verificar a ocorrência de reação entre metais e ácidos não oxidantes.

3 INTRODUÇÃO

Alguns dos processos mais importantes nos sistemas químicos e biológicos são reações ácido-base em
soluçãoaquosa.

Existem várias definições para ácidos, das quais a mais simples é a definição do químico sueco Svant
August Arrhenius, formulada no final do século XIX. Segundo ele, ácidos são substâncias que se ionizam em
solução aquosa, libertando íons H+ (íon hidrogénio).

Alguns anos mais tarde, em 1923, Brønsted-Lowry amplia a definição de Arrhenius, adotando a ideia de que
ácido é uma substância que se comporta como um dador de prótons (íons H+). Assim, esta última definição,
generaliza a teoria de ácidos de Arrhenius e, todas as substâncias que se comportam de acordo com esta
definição, são denominadas ácidos de Brønsted-Lowry.

O químico americano G.N. Lewis, formulou uma definição global, que, segundo ele, um ácido é uma
substância susceptível de captar um par de elétrons.

Apesar da definição de ácidos e bases de Lewis ter uma grande importância devido à sua generalidade, quando
normalmente falamos de um ácido ou de uma base, estamos a referir-nos à definição de Brønsted-Lowry. O termo
"ácido de Lewis" é usualmente reservado para substâncias que podem aceitar um par de elétrons, mas que não
contêm átomos de hidrogênio ionizáveis.

4 MATERIAIS

22.4.1 REAGENTES:.

22.4.2 VIDRARIAS:

22.4.3 EQUIPAMENTOS:

22.4.4 DIVERSOS:

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5 PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL

a) Atividade 1: Ácidos fixos e voláteis

1.1- Verifique a volatilidade dos seguintes ácidos: clorídrico, sulfúrico, acético e bórico.Este procedimento deve ser
realizado pelo professor, ou na presença do mesmo.

b) Atividade 2: Condutividade elétrica

2.1- Coloque em um béquer 5,0 mL de solução de ácido clorídrico 3M. Teste a condutividade da solução com um
sistema elétrico, acoplado com uma lâmpada. Observe a intensidade da luminosidade da lâmpada;

2.2- Repita o procedimento com as soluções de ácido sulfúrico, bórico e acético.

c) Atividade 3: Reação entre um ácido e uma base

3.1- Coloque 2,0 mL da solução aquosa de ácido clorídrico 3M num tubo de ensaio e adicione 3 gotas de um
indicador natural (repolho roxo, rabanete);

3.2- Adicione gota a gota solução aquosa de hidróxido de sódio 3M até notar alguma modificação no sistema.
Observe e anote.

d) Atividade 4: Reação de ácido não oxidante com metais

4.1- Coloque em um tubo de ensaio 3,0 mL de solução aquosa de ácido clorídrico (6M) e adicione um pouco de
zinco. Observee anote;

4.2- Repita a atividade 4.1, trocando o zinco pelo cobre.

e) Atividade 5: Reação de ácidos com óxido de alumínio

5.1- Pegue dois tubos de ensaio. Ao primeiro adicione 3,0 mL de solução de ácido bórico e 2 gotas de indicador
natural de repolho roxo, e ao segundo adicione 3,0 mL de solução de ácido clorídrico 6M e 2 gotas de indicador
natural de repolho roxo;

5.2- Adicione, em ambos os tubos, uma ponta de espátula de óxido de alumínio. Observe e anote.

f) Atividade 6: Força dos ácidos

6.1- Adicione em tubos de ensaios diferentes 2,0 mL das soluções citadas na tabela 1 abaixo e duas gotas de
indicador natural;

6.2- Preencha a tabela 1 com os resultados observados.

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Tabela 1: Comparação de cores e do pH de diferentes soluções.

Tubo Solução Indicador Cor observada Provável pH Indicador


Verificar na escala universal
feita com indicador
natural
1 Repolho roxo
Ácido clorídrico 3M

2 Repolho roxo
Ácido sulfúrico 3M

3 Repolho roxo
Ácido bórico 3M

4 Repolho roxo
Ácido acético 3M

6 ATIVIDADE PARA CASA

a) Na atividade 2, qual é o sistema que conduz de maneira mais efetiva a corrente elétrica? Justifique.

b) Na atividade 3.2, compare a cor do sistema com as da tabela padrão de pH dos corantes naturais.

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BASES

1 OBJETIVO GERAL

Sintetizar e avaliar algumas propriedades químicas e físicas de diferentes substâncias que se comportam
como bases de Arrhenius.

2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

a) Verificar alguns métodos de obtenção de bases;

b) Verificar a volatilidade e solubilidade de diferentes bases;

c) Testar a condutividade elétrica de soluções aquosas de diferentes bases.

3 INTRODUÇÃO

De acordo com a teoria de Arrhenius, base é toda a substância que aumenta a concentração de íons
hidroxila (OH-) pela sua dissociação em meio aquoso. Assim, aumenta o pH do meio e diminui opOH. De um modo
geral, possuem sabor adstringente, além de reagirem com ácidos de Arrhenius formando algum sal e água.

4 MATERIAIS

4.1 REAGENTES:

4.2 VIDRARIAS:

4.3 EQUIPAMENTOS:

4.4 DIVERSOS:

5 PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL

a) Atividade 1: Reação entre o óxido de cálcio e a água

1.1- Adicionar a um béquer uma ponta de espátula rasa de óxido de cálcio e a seguir colocar 10,0 mL de água
destilada. Agitar bem com um bastão de vidro e filtrar;

1.2- Adicionar ao filtrado uma gota de fenolftaleína;

1.3- Guardar o sólido para a atividade 3.

b) Atividade 2: Volatilidade de bases

2.1- Verificar a volatilidade das seguintes bases: hidróxido de sódio, hidróxido de amônio. Este procedimento deve
ser realizado pelo professor, ou na presença do mesmo.

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c) Atividade 3: Solubilidade em água

3.1- Colocar aproximadamente 0,1g (ou 0,2mL), em diferentes tubos de ensaio, as seguintes bases: NaOH
(lentilha), o sólido obtido na atividade 1 e Al(OH) 3;

3.2- Adicionar 3,0 mL de água. Agitar o tubo vigorosamente. Observar e anotar.

d) Atividade 4: Condutividade elétrica de soluções bases

4.1- Coloque, separadamente, em diferentes béqueres, 5,0 mL de solução de: NaOH (1M), Al(OH) 3, KOH e
Mg(OH)2;

4.2- Teste a condutividade de cada solução com um sistema elétrico, analisando o brilho da lâmpada. Lave com
água os eletrodos antes de cada teste.

6 ATIVIDADE PARA CASA

a) Equacione as reações desta pratica e classifique os reagentes e os produtos obtidos.

Página 74
ÓXIDOS

1 OBJETIVO GERAL

Obter e classificar um óxido quanto ao seu caráter ácido ou básico.

2 INTRODUÇÃO

Óxido é toda substância formada por oxigênio e mais outro elemento, formando compostos binários, ou seja,
só possuem dois elementos na sua fórmula química, sendo o oxigênio o elemento mais eletronegativo da fórmula.
Portanto, não existe um óxido com flúor.

3 MATERIAIS

3.1 REAGENTES:

3.2 VIDRARIAS:

3.3 EQUIPAMENTOS:

3.4 DIVERSOS:

4 PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL

a) Atividade 1:
1.1- Corte um pedaço pequeno (menor que 1 cm) de uma fita de magnésio;
1.2-Segure a fita de magnésio com uma pinça metálica, e queime-a diretamente na chama de um bico de Bunsen
ou lamparina. Tome cuidado para não olhar diretamente para a luz emitida durante essa combustão;
1.3- Transfira o produto resultante da queima para um vidro de relógio, adicione 2 a 3 gotas de fenoftaleína.
Observe e anote.

b) Atividade 2: Reações de síntese (obtenção) de sais


2.1- Em um erlenmeyer, adicione 20,0 mL de água de torneira e 4 gotas de azul de bromotimol. Observe a cor
adquirida e anote;
2.2-Com auxilio de uma pipeta ou de um canudo, sopre por algum tempo esta solução, fazendo a mesma borbulhar
no erlenmeyer. Observar a coloração e anotar;
2.3- Aqueça a solução e observe a mudança da mesma. Anote.

c) Atividade 3:
3.1- Coloque em um béquer cerca de 10,0 mL de água destilada e 2 gotas de fenoftaleína. Observe. Adicione 0,1g
de óxido de cálcio. Agite e observe.
3.2- Retire 4,0mL da solução sobrenadante do item 3.1 e coloque em um tubo de ensaio. Sopre por meio de uma
pipeta ou canudo plástico a solução ate observar alguma modificação.

5 ATIVIDADE PARA CASA

a) Represente e equacione todas as reações envolvidas na atividade

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SAIS

1 OBJETIVO GERAL

Avaliar algumas propriedades químicas e físicas de diferentes sais orgânicos e inorgânicos.

2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

a) Verificar a solubilidade de diferentes sais orgânicos e inorgânicos em água;


b) Verificar o caráter ácido, básico ou neutro das soluções aquosas dos sais;
c) Separar componentes de uma mistura.

3 INTRODUÇÃO

Uma solução salina pode originar soluções ácidas e básicas. Os sais presentes se dissociam em cátions e
ânions, e dependendo destes íons a solução assume diferentes valores de pH.

Hidrólise de sais (ou hidrólise salina) é um processo reversível no qual os íons de um sal reagem com a
água, dando origem a soluções com níveis diferentes de pH (soluções ácidas ou básicas). Trata-se do processo
inverso à reação de neutralização (ou salificação), em que ácidos e bases reagem, produzindo sais e água.

Reações de sais com ácidos, bases e outros sais ocorrem de acordo com as leis de Berthollet.Um sal reage
com um ácido, uma base ou outro sal desde que na reação ocorra a formação de um produto menos solúvel, mais
volátil e/ou de menor grau de ionização e/ou dissociação iônica. Portanto, se soubermos a solubilidade de
diferentes compostos, poderemos prever quando ocorrerá ou não uma reação química.

4 MATERIAIS

4.1 REAGENTES:

4.2 VIDRARIAS:

4.3 EQUIPAMENTOS:

4.4 DIVERSOS:

5PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL

5.1 Hidrólise de sais provenientes de ácidos fortes e bases fracas

Colocar em tubos de ensaio diferentes uma ponta de espátula de cristais de nitrato de sódio, NaHCO 3, NH4Cl e
NaCl respectivamente, em seguida adicionar 3,0 mL de água destilada e fervida e agitar. Verificar o pH das
soluções formadas.

OBS. 1: Uma solução aquosa de um sal proveniente de um ácido forte e uma base fraca apresenta uma solução
ácida, pela hidrolise do cátion da base.

OBS. 2:Uma solução aquosa de um sal proveniente de uma base forte e um ácido fraco apresenta uma solução
básica, pela hidrolise do ânion do acido.

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Tabela 2. Caráter acido e básico dos sais analisados.
Cristais pH Caráter Reações

NaNO3

NaHCO3

NH4Cl

NaCl

5.2 Reações de sais com ácidos, bases e sais.

5.2.1- Reações de sais com ácidos


a)Com uma proveta, coloque 1,0 mL da solução de nitrato de prata 0,1mol/L num tubo de ensaio limpo e seco.
Adicione a este o mesmo volume de uma solução de ácido clorídrico 1mol/L. Observe e anote.
b) Com uma proveta, coloque 2,0 mL de uma solução de bicarbonato de sódio 0,1mol/L num tubo de ensaio limpo e
seco. Adicione a este o mesmo volume de uma solução de ácido sulfúrico 1mol/L. Observe e anote.

5.2.2- Reações de sais com bases


a) Com uma proveta, coloque 2,0 mL de uma solução de nitrato de chumbo II 0,1mol/L num tubo de ensaio limpo e
seco. Adicione a este o mesmo volume de uma solução de hidróxido de sódio 0,1M. Observe e anote.
b) Com uma proveta, coloque 1,0 mL de uma solução de cloreto de potássio 0,1mol/L num tubo de ensaio limpo e
seco. Adicione ao tubo, 1,0 mL de uma solução de hidróxido de sódio 0,1M. Observe e anote.

5.2.3- Reações de sais com sais


a)Com uma proveta, coloque 1,0 mL de uma solução de cloreto de potássio 0,1mol/L num tubo de ensaio limpo e
seco. Adicione ao tubo 1,0 mL de uma solução de nitrato de prata 0,1mol/L. Observe e anote.
b)Comuma proveta, coloque 1,0 mL de uma solução de iodeto de potássio 0,1mol/L num tubo de ensaio limpo e
seco. Observe o seu aspecto. Adicione ao tubo 1,0 mL de uma solução de nitrato de chumbo II0,1mol/L. Guarde
este tubo e o examine após 10 minutos.

5.3 Reação de sal com metal

a) Coloque em um tubo de ensaio 3,0 mL da solução de sulfato de zinco 0,1mol/L e um pedaço de chumbo
(previamente lixado);
b) Repita o procedimento usando uma solução de sulfato de cobre 0,1mol/L.Observe após algum tempo.

6 ATIVIDADE PARA CASA

a) O que é água dura?


b) Por que o uso de água dura em caldeiras industriais, para a produção de vapor, é indesejável?
c) Represente as reações de hidrólise realizadas na atividade.
d) O extintor de espuma baseia-se em alguma reação química realizada? Se sim, descreva como este extintor
funciona usando esta reação.
e) Escreva as reações químicas nas formas completas, iônicas e iônicas líquidas (focalize a atenção apenas
nas espécies que participam das variações importantes que ocorrem em solução).
f) Na atividade 5 ocorreu um fenômeno químico ou físico? Explique.
g) Justificar, por meio das reações envolvidas, o caráter neutro, básico ou ácidos das soluções utilizadas.
h) Na atividade 1.1.3 por que a agua dever ser fervida para ser utilizada.

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