Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Bromatologia
Farmácia
MAF 1190
Índice
Profa. Dra. Adélia Maria Lima da Silva
Abril de 2022
MAFF1190 - Bromatologia 2020
1. Introdução
As disciplinas experimentais do seu curso apresentam e discutem as normas de segurança
que envolvem as atividades experimentais. As principais normas são:
1. É indispensável o uso de óculos de segurança e jaleco durante o tempo de permanência no
laboratório.
2. Evitar usar lentes de contato.
3. Os alunos devem trajar calças compridas, sapatos fechados e cabelos presos, se necessário.
4. Caso o aluno não esteja trajado de forma adequada, ele não poderá permanecer e realizar os
experimentos. Não haverá reposição das aulas perdidas.
5. O laboratório é um lugar de trabalho sério. Evite conversas desnecessárias e qualquer tipo de
brincadeira.
6. O trabalho de laboratório será em grupo de no máximo quatro alunos. Antes de iniciar e após
término dos experimentos mantenha sempre limpa a aparelhagem e a bancada de trabalho.
7. Estude com atenção os experimentos antes de executá-los, registrando na apostila de laboratório
as suas observações e conclusões.
8. As lavagens das vidrarias são de responsabilidade da equipe. Lave com água e sabão. No final
passe água destilada.
10.Todas as operações nas quais ocorre desprendimento de gases tóxicos (evaporações de
soluções ácidas, amoniacais, etc.) devem ser efetuadas na capela.
11. Ao observar o cheiro de uma substância não se deve colocar o rosto diretamente sobre o frasco
que a contém. Deve-se abanar com a mão por cima do frasco aberto, na sua direção, para poder
cheirar os vapores.
12. Na preparação ou diluição de uma solução, use água destilada.
13. Verificar cuidadosamente o rótulo do frasco que contém um dado reagente antes de tirar dele
qualquer porção de seu conteúdo.
14. Cuidado ao trabalhar com ácido concentrado. No caso de diluição, adicione primeiro água,
depois o ácido lentamente. NUNCA o contrário.
15. Evite contaminar os reagentes químicos.
16. No caso de quebra de alguma vidraria, avise o professor imediatamente, para que o mesmo
providencie a sua troca.
17. Lave sempre as suas mãos no final da aula.
18. Certificar-se de que todos os PRODUTOS QUÍMICOS estão claramente rotulados com nome
da substância, concentração, fórmula e riscos de manipulação.
19. Considerar todos os produtos químicos como perigosos.
20. Não expor solventes orgânicos à faísca elétrica ou à chama, pois estes são inflamáveis. SE
NÃO HOUVER INDICAÇÃO NOS FRASCOS, ASSUMA QUE TODOS OS SOLVENTES
ORGÂNICOS SÃO INFLAMÁVEIS.
21. Não levar à boca e não permitir que nenhum produto químico (sólidos, líquidos ou gasosos)
entre em contato com sua pele, pois podem ser tóxicos, venenosos ou corrosivos.
22. Nunca pipetar com a boca. Utilizar pipetador de sucção (também conhecida como pipetador de
três vias).
23. Ser cuidadoso ao realizar procedimentos de transferência, destilação e aquecimento de líquidos.
2
MAFF1190 - Bromatologia 2020
24. Não devolver os produtos químicos usados ao recipiente de estoque, ao menos, que seja
orientado pelo professor ou técnico.
25. Nunca aquecer um sistema fechado. Ele atuará como uma BOMBA!
26. Nunca adicionar água em ácido concentrado. Sempre despejar lentamente o ácido sobre a
água.
27. Manter e manipular ácidos e bases concentrados, bem como substâncias voláteis e inflamáveis
somente dentro da câmara de exaustão (Capela) com o sistema de exaustão ligado.
28. Ao aquecer tubos de ensaio contendo substâncias químicas, manter a extremidade aberta do
tubo na direção oposta ao seu rosto e aos das demais pessoas.
29. Sempre que tiver dúvidas, pergunte!
2. Critérios de Avaliação
Os conteúdos da parte experimental serão avaliados por meio dos exercícios pós-laboratório,
frequência e participação nas aulas, sejam remotas ou presenciais.
Caso o aluno não siga as Normas de Segurança, ele será impedido de participar da aula
prática presencial pelo professor da disciplina.
Professor e técnico:
• Certificar-se de que os corredores, os chuveiros de segurança e as portas não estão obstruídos.
• Certificar-se que todas as orientações de segurança sobre o experimento foram fornecidas e
compreendidas pelos alunos.
Aluno:
• Certificar-se de estar familiarizado com todas as informações de segurança que lhes foram
fornecidas sobre cada experimento antes de iniciá-lo.
• Perguntar ao professor ou ao técnico de laboratório caso você não tenha certeza de como
realizar o experimento de forma segura.
• Informar o professor ou o técnico de laboratório caso um equipamento falhe durante o uso. Nunca
tentar consertar o problema sozinho.
• Informar imediatamente o professor ou técnico de laboratório quando houver derramamento de
reagentes para que a limpeza seja feita de forma adequada.
• Descartar os resíduos gerados no experimento conforme as instruções fornecidas no Manual de
Laboratório da disciplina ou informadas pelo professor ou técnico de laboratório.
• Deixar todas as vidrarias, equipamentos e ferramentas limpos assim como foram encontrados.
3
MAFF1190 - Bromatologia 2020
Oxidante.
Corrosivo à pele; Causa danos severos aos olhos; corrosivo aos metais.
4
MAFF1190 - Bromatologia 2020
6. Descarte de Material
Após o final da aula, verifique se há frasco rotulado para descarte de resíduo. Em caso de
dúvidas, consulte sempre o professor ou o técnico. Cuidado com resíduos tóxicos ou irritantes. Se
o material não contém resíduos tóxicos e você for instruído a jogar as soluções na pia, tome o
cuidado de diluí-las com água e deixar escorrer bastante água corrente. No final da aula, os alunos
DEVERÃO RECOLHER E LAVAR AS VIDRARIAS, e deixar a bancada organizada.
8. Bibliografia
UEMA, L. K.; RIBBEIRO, M. G. Pictogramas do GHS e sua aplicação como ferramenta de
comunicação de perigos para estudantes de graduação, Quim. Nova, Vol. 40, No. 3, 353-361, 2017.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 14725: Produtos químicos -
Informações sobre segurança, saúde e meio ambiente Parte 3: Rotulagem. Rio de Janeiro, p. 53.
2012.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 14725: Identificação para o transporte
terrestre, manuseio, movimentação e armazenamento de produtos. Rio de Janeiro, p. 47. 2004.
5
MAFF1190 - Bromatologia 2020
1
Equipamentos Básicos de Laboratório Químico
1. Introdução
A execução de qualquer experimento na Química envolve, geralmente, a utilização de uma
variedade de equipamentos de laboratório, a maioria muito simples, porém com finalidades
específicas. O emprego de um dado equipamento ou material depende dos objetivos e das
condições em que a experiência será realizada. Contudo, na maioria dos casos, a seguinte
correlação pode ser feita:
2. Materiais de vidro
1. Tubo de ensaio: utilizado principalmente para efetuar reações químicas em pequena escala.
2. Béquer: recipiente com ou sem graduação utilizada no preparo de soluções, aquecimento de
líquido, recristalização, etc.
3. Erlenmeyer: frasco utilizado para aquecer líquidos ou para efetuar titulações.
4. Kitasato: frasco de paredes espessas, munido de saída lateral e usado em filtração sob sucção.
5. Funil: utilizado na transferência de líquidos ou para efetuar filtrações simples.
6. Bureta: equipamento calibrado para medida precisa de volume de líquidos. Permite o escoamento
do líquido e é muito utilizada em titulações.
7. Balão volumétrico: recipiente calibrado, de precisão, destinado a conter um determinado volume
de líquido, a uma dada temperatura; utilizado no preparo de soluções de concentração definidas.
8. Proveta ou cilindro graduado: frasco com graduação, destinado `a medidas aproximadas de
volume de líquidos.
9. Pipeta: equipamento calibrado para medida precisa de volume de líquidos. Existem dois tipos de
pipetas: (a) pipeta graduada e (b) pipeta volumétrica. A primeira é utilizada para escoar volumes
variáveis e a segunda para escoar volumes fixos de líquidos.
10. Bastão de vidro: usado na agitação e transferência de líquidos.
11. Dessecador: atmosfera com baixo teor de umidade. Também pode ser utilizado para manter as
substâncias sob pressão reduzida.
12. Condensador: equipamento destinado à condensação de vapores, em (a) destilação ou (b)
aquecimentos sob refluxo.
13. Funil de separação: equipamento para separar líquidos não miscíveis.
14. Pesa-filtro: recipiente destinado à pesagem de sólidos.
15. Balão de fundo chato: frasco destinado a armazenar líquidos.
16. Balão de fundo redondo: recipiente utilizado para aquecimento de soluções em destilações e
aquecimentos sob refluxo.
17. Termômetro: instrumento de medidas de temperatura.
18. Vidro de relógio: usado geralmente para cobrir béqueres contendo soluções e finalidades
diversas.
6
MAFF1190 - Bromatologia 2020
3. Materiais de porcelana
19. Funil de Büchner: utilizado em filtração por sucção, devendo ser acoplado a um kitasato.
20. Cápsula: usada para efetuar evaporação de líquidos.
21. Cadinho: usado para a calcinação de substâncias.
22. Almofariz (ou gral) e pistilo: destinados à pulverização de sólidos. Além de porcelana, podem
ser feitos de ágata, vidro ou metal.
4. Materiais metálicos
23. Suporte (a) e garra (b): peças metálicas usadas para montar aparelhagens em geral.
24. Bico de gás (Bunsen): fonte de calor destinada ao aquecimento de material não inflamável.
25. Tripé: usado como suporte, principalmente de telas e triângulos.
26. Tela de amianto: tela metálica, contendo amianto, utilizada para distribuir uniformemente o calor,
durante o aquecimento de recipientes de vidro à chama de um bico de Bunsen.
27. Triângulo de ferro com porcelana: usado principalmente como suporte em aquecimento de
cadinhos.
5. Materiais elétricos
28. Balança: instrumento para determinação de massa.
29. Estufa: equipamento empregado na secagem de materiais, por aquecimento, em geral até
200°C.
30. Manta elétrica: utilizada no aquecimento de líquidos inflamáveis, contidos em balão de fundo
redondo.
31. Chapa elétrica: utilizada no aquecimento de líquidos inflamáveis, contidos em béqueres ou
erlenmeyer.
32. Centrífuga: instrumento que serve para acelerar a sedimentação de sólidos em suspensão.
6. Materiais diversos
33. Suporte para tubos de ensaio.
34. Pisseta ou frasco lavador: frasco geralmente contendo água destilada, álcool ou outros
solventes, usado para efetuar a lavagem de recipientes ou materiais com jato do líquido nele
contido.
7
MAFF1190 - Bromatologia 2020
8
MAFF1190 - Bromatologia 2020
1
Acidentes comuns em laboratório químico e noções de primeiros
socorros
REFERÊNCIAS
9
MAFF1190 - Bromatologia 2020
b) Hidróxido de sódio
10
MAFF1190 - Bromatologia 2020
b) Por que devemos usar os EPIs nas aulas de laboratório de química? Quais são eles?
c) Ao final dos experimentos o que devemos fazer com os resíduos gerados nas aulas? Explique o
diagrama de Hommel.
11
MAFF1190 - Bromatologia 2020
12
MAFF1190 - Bromatologia 2020
1. Introdução
A densidade é uma medida da razão entre a massa e o volume de uma substância. No caso
dos líquidos e sólidos, a densidade é geralmente expressa em unidades de g/mL ou g/cm 3; sendo
equivalentes, uma vez que 1 mL é exatamente igual a 1 cm3. A densidade pode ser determinada
usando densímetros e picnômetros.
A densidade é uma propriedade intensiva, o que significa que independe do tamanho da
amostra. Por exemplo, a densidade de uma viga de aço ou de uma esfera de aço sempre serão
iguais a 7,85 g/cm3. A massa e o volume de cada peça serão diferentes, mas a relação de massa-
volume é a mesma. Em geral, diferentes substâncias têm diferentes densidades, mesmo que elas
ocupem o mesmo volume ou tenham a mesma massa. Desta forma, considerar apenas o volume
ou a massa, ignorando a densidade pode ter consequências desastrosas no uso ou armazenamento
de uma substância. A clássica pergunta: “O que pesa mais, 1 kg de algodão ou 1 kg de chumbo?”
resume bem essa questão. Apesar da resposta ser fácil, uma vez que se trata da mesma massa, o
algodão é menos denso que o chumbo e ocupará um volume muito maior.
As medidas de massa e volume em laboratório de química são frequentes e devem ser feitas
em aparelhos de medição que tenham uma precisão consistente com a precisão global desejada.
Assim, para a precisão de 1% na pesagem de uma amostra de 10 g, uma balança com precisão de
0,1 g (10% de 10 g = 0,1 g) é suficiente. Para a mesma precisão com uma amostra de 1 g, a precisão
da balança deve ser 0,01 g.
Medir volumes de líquidos em um recipiente significa comparar a sua superfície com a escala
descrita no recipiente utilizado. Essa superfície é denominada menisco. Os líquidos têm a
propriedade de reduzir ao máximo a sua superfície. Esta propriedade denomina-se tensão
superficial e está relacionada com a força na qual as moléculas de um líquido se atraem
mutuamente. Se no interior de um líquido as forças de atração estão saturadas, na superfície está
compensada só uma parte delas. Por isso as moléculas da superfície sofrem uma atração recíproca
especialmente forte, é como se o líquido estivesse coberto por uma película auto tensora. Essa
força que contrai a superfície do líquido é o que chamamos de tensão superficial e varia para cada
líquido, dependendo do caráter da interação intermolecular.
O menisco é a superfície do líquido que mediremos. Para a água, a força de coesão entre as
moléculas é parcialmente superada pelas de adesão entre ela e o vidro, e o menisco é côncavo,
sendo que sua parte inferior (vértice) deverá coincidir com a linha de aferição (Figura 1a). No
mercúrio, ao contrário, as forças de coesão são bastante maiores que as de adesão entre o mercúrio
e o vidro, e o menisco é convexo, sendo considerada para leitura sua parte superior (Figura 1b).
Para líquidos que apresentam concavidade e são transparentes ou levemente coloridos, a
parte inferior do menisco deverá coincidir com a linha de aferição (Figura 1c). Se for fortemente
colorido, isto é, se não for possível verificar o menisco, deve-se considerar sua parte superior (Figura
1d).
13
MAFF1190 - Bromatologia 2020
A medida de volumes está sujeita a uma série de erros devidos à ação da tensão superficial
sobre superfícies líquidas, dilatações e contrações provocadas pelas variações de temperatura,
imperfeita calibração dos aparelhos volumétricos e erros de paralaxe.
Para medir volumes de líquidos são usadas vidrarias que nos fornecem medidas com
exatidão, com aproximação e medidas grosseiras. Enfim, há vidrarias com exatidão e precisão
distintas.
A exatidão de uma vidraria está associada à sua calibração. O fabricante deverá ter feito uma
rigorosa marcação dos volumes, em conformidade com o valor real. A calibração periódica de
14
MAFF1190 - Bromatologia 2020
vidrarias é sempre desejável devido à variação, com o tempo, da resposta da maioria dos
instrumentos, resultante do desgaste, da corrosão ou da manutenção inadequada. Já a precisão de
uma vidraria está associada ao seu formato.
Geralmente, provetas não são vidrarias precisas. Isto porque essa vidraria é muito larga à
altura dos traços de aferição. Dificilmente o experimentador terá acuidade visual suficiente para
conseguir medir um valor com precisão, já que uma pequena diferença de altura da coluna de
líquido, de uma medição para outra, implicará numa grande diferença de volume, já que o tubo é
grosso. Por outro lado, uma pipeta volumétrica é uma vidraria precisa, pois o diâmetro dela no local
onde está o traço de aferição é bem pequeno. Um experimentador, ao variar, de uma medida para
outra, 0,5 mm, variará um valor muito pequeno de volume. Se fosse uma proveta, por ser larga,
haveria uma variação volumétrica muito maior. Por isso, a pipeta volumétrica é mais precisa que a
proveta. Porém, ela só será exata se o fabricante tiver feito uma correta marcação do traço de
aferição.
3. Calibração de vidrarias
Ao longo do tempo, os laboratórios credenciados fazem a calibração das vidrarias exatas, pois
o vidro pode sofrer alguma dilatação. Se o traço de aferição não estiver correto ou apagado, coloca-
se outro. Para certificar se o valor está correto, pode-se pesar uma quantidade de água transferida
por uma vidraria, usando uma balança calibrada. Como a densidade da água em várias
temperaturas é conhecida, pela massa da alíquota transferida sabe-se o volume transferido.
Compara-se esse volume com o volume indicado pela vidraria, para saber se a vidraria está exata.
Para saber se a vidraria é precisa, pode-se pesar várias alíquotas iguais e ver se os valores são
semelhantes.
Em um laboratório, são basicamente dois tipos de frascos volumétricos disponíveis, a saber:
aqueles calibrados para conter certo volume, o qual, se transferido, não o será totalmente (exibem
a sigla TC, to contain, gravada no vidro) e aqueles calibrados para transferir determinado volume
(exibem a sigla TD, to deliver, gravada no vidro, dentro de certos limites de precisão.
Em trabalhos experimentais, as medidas aproximadas de volume são efetuadas, na quase
totalidade dos casos, com provetas graduadas. As vidrarias que medem volume com baixa precisão,
por exemplo os béqueres, estes apresentam escala pouco dividida e são de medidas grosseiras.
Já as pipetas são vidrarias precisas para medição de volume.
15
MAFF1190 - Bromatologia 2020
uniformemente, sem deixar gotículas presas, a superfície está limpa. Qualquer sujeira aderida às
paredes dos recipientes altera o resultado da medida.
Caso seja necessária limpeza mais drástica, existem soluções especiais, tais como solução
sulfocrômica (dicromato de potássio em ácido sulfúrico concentrado) ou solução alcoólica de
hidróxido de potássio, mistura álcool e éter; solução básica de permanganato de potássio.
Para a secagem de material volumétrico, pode-se utilizar: secagem comum, por evaporação
à temperatura ambiente; secagem em corrente de ar, por exemplo, ar aspirado por meio de uma
bomba de vácuo.
Uma secagem rápida pode ser obtida após enxaguar o material com álcool ou acetona. Caso
não se disponha de tempo para secar pipetas ou buretas, deve-se enxaguá-las repetidas vezes
com pequenas porções do líquido que será usado para enchê-las. Material volumétrico não deve
ser aquecido.
4.2 Pipetas
As pipetas volumétricas ou de transferência são construídas para dar escoamento a um
determinado volume. Elas são constituídas por um tubo de vidro com um bulbo na parte central. O
traço de referência é gravado na parte do tubo acima do bulbo. A extremidade inferior é afilada e o
orifício deve ser ajustado de modo que o escoamento não se processe rápido demais a fim de evitar
erros. Elas apresentam diferentes capacidades, sendo as mais frequentes as de 10, 25 e 50 mL.
As pipetas graduadas ou cilíndricas que servem para escoar volumes variáveis de líquidos.
Elas consistem em um tubo de vidro estreito, geralmente graduado em 0,1 mL, e são usadas para
medir pequenos volumes líquidos. Elas são precisas e têm a vantagem de medir volumes variáveis.
As pipetas com escoamento total contêm duas faixas na parte superior, indicando que elas
são calibradas para, assoprando-se até a última gota, liberar sua capacidade total.
As pipetas com esgotamento parcial contêm, na parte superior, uma faixa estreita que as
diferencia das pipetas de escoamento total. Não precisa ser assoprada.
4.3 Buretas
As buretas servem para dar escoamento a volumes variáveis de líquidos. São constituídas de
tubos de vidro uniformemente calibrados, graduados em 1 mL e 0,1 mL. São providas de
dispositivos, torneiras de vidro ou polietileno entre o tubo graduado e sua ponta afiada, que
permitem o fácil controle de escoamento. As buretas podem ser dispostas em suportes universais.
As de uso mais frequente são as de 50 mL, graduadas em décimos de mL.
5. Objetivos
Determinar a precisão de vidrarias, a fim de trabalhar técnicas de pesagem, pipetagem e
medidas de volume. Avaliar os erros de dispensação que podem ter impactos sobre os resultados.
Trabalhar algarismos significativos e arredondamento de medidas.
16
MAFF1190 - Bromatologia 2020
6. Fundamentos do Método
As vidrarias volumétricas utilizadas corriqueiramente nos laboratórios devem ser calibradas
ou aferidas para aumentar a precisão dos volumes contidos ou transferidos por ela. Afinal, não é
porque uma pipeta marca 50 mL que ela realmente meça 50 mL, ou seja, ela pode conter 94,96mL
ou 50,07mL e tudo causa erro nos volumes medidos por essa vidraria, reduzindo a precisão e a
exatidão dos resultados analíticos obtidos.
As vidrarias são aferidas de forma bastante simples. O procedimento de calibração envolve a
determinação da massa de água contida (TC) na vidraria ou descarregada por ela (TD). Observa-
se a temperatura da água e, a partir da sua densidade na temperatura medida, calcula-se o seu
volume. Em geral, se utiliza a densidade da água como a medida padrão para aferição das vidrarias,
pois a água pode ser facilmente descartada após o seu uso.
Em todas as operações de calibração, a vidraria a ser calibrada deve estar cuidadosamente
limpa e deve ficar algum tempo ao lado da balança que será empregada, juntamente com um
suprimento de água destilada ou deionizada, a fim de estarem em equilíbrio térmico com o
ambiente. Para que a calibração seja bem-feita é preciso levar em conta a expansão volumétrica
das soluções e das vidrarias com relação a variação da temperatura; desta forma, é preciso
conhecer a temperatura do laboratório quando as soluções são preparadas e no momento em que
são utilizadas. Os vidros fabricados a base de borossilicatos se expandem cerca de 0,0010% por
grau Celsius, quer dizer, se a temperatura de um recipiente for aumentada em 10 graus, o seu
volume irá aumentar cerca de 0,010% e, para todos os trabalhos, exceto os mais exatos, esta
variação não é expressiva.
7. Material Experimental
Pipeta de Pasteur, pisseta com água destilada, balança semi-analítica, béquer de 100mL (3), bureta
de 50 mL e suporte universal, proveta de 50 mL, erlenmeyer de 125 mL, pipeta volumétrica de 50
mL, papel toalha.
8. Procedimento Experimental
Para calcular o volume de água contido em cada recipiente, verifique o valor da temperatura
𝑚𝑣𝑖𝑑𝑟𝑎𝑟𝑖𝑎+á𝑔𝑢𝑎 −𝑚𝑣𝑖𝑑𝑟𝑎𝑟𝑖𝑎
ambiente e da densidade da água. Utilize a seguinte fórmula: 𝑉á𝑔𝑢𝑎 = 𝑑 á𝑔𝑢𝑎
o
Tabela de densidade da água com a Temperatura ( C)
o
T ( C) d (g/mL) T (oC) d (g/mL)
15 0,9991 23 0,9975
16 0,9989 24 0,9973
17 0,9988 25 0,9970
18 0,9986 26 0,9968
19 0,9984 27 0,9965
20 0,9982 28 0,9962
21 0,9980 29 0,9959
22 0,9978 30 0,9956
Obs.: Valores representados com quatro algarismos significativos na pressão de 1 atm.
Fonte: Handbook of Chemistry and Physics, CRC press, 102 nd Edition, Edited by John Rumble, 2021
17
MAFF1190 - Bromatologia 2020
8.4 Avaliação da medida volumétrica com vidraria tipo TD total (pipeta volumétrica)
Pese numa balança analítica um béquer de 100 mL e anote as suas massas. Em seguida, pipete
50 mL de água até a marca de aferição da pipeta volumétrica para dentro do béquer e pese-o
novamente com a água.
REFERÊNCIAS
CIENFUEGOS, F. Segurança no Laboratório. Rio de Janeiro: Editora Interciência Ltda, 2001.
TRINDADE, D. F. et al. Química básica experimental. 2ª edição. São Paulo: Editora Ícone, 1998.
18
MAFF1190 - Bromatologia 2020
Calcule o volume médio e o desvio padrão do volume de água no béquer e no erlmenyer. Quais
foram as suas conclusões sobre os experimentos?
3. Avaliação da medida volumétrica com vidraria aproximada (proveta). Calcule o volume médio e
o desvio padrão do volume de água na proveta. Qual é a sua conclusão?
Massa da Volume de
Massa da
Grupo proveta com água na
proveta (g)
água (g) proveta (mL)
1
2
3
4
3. Avaliação da medida volumétrica com vidraria tipo TC (balão volumétrico). Calcule o volume
médio e o desvio padrão do volume de água no balão volumétrico. Qual é a sua conclusão?
Massa do Massa do balão Volume de água
Grupo balão volumétrico com no balão
volumétrico (g) água (g) volumétrico (mL)
1
2
3
4
19
MAFF1190 - Bromatologia 2020
4. Avaliação da medida volumétrica com vidraria tipo TD (pipeta volumétrica). Calcule o volume
médio e o desvio padrão do volume de água escoado pela pipeta. Qual é a sua conclusão?
Massa do Volume de água
Massa do
Grupo béquer com escoada pela
béquer (g)
água (g) pipeta (mL)
1
2
3
4
5. Avaliação da medida volumétrica com vidraria tipo TD (bureta). Calcule o volume médio e o desvio
padrão do volume de água escoado pela bureta. Qual é a sua conclusão?
Massa do Volume de água
Massa do
Grupo béquer com escoada pela
béquer (g)
água (g) bureta (mL)
1
2
3
4
6. Explique a função de cada vidraria usada no experimento (béquer, erlenmeyer, proveta, bureta e
pipeta volumétrica).
7. Compare em ordem crescente, os valores dos volumes de água medidos com as vidrarias.
Considere o valor com duas casas decimais, mesmo sabendo que as vidrarias não precisas medem
com esse rigor. Em seguida escreva uma breve conclusão dos seus resultados.
20
MAFF1190 - Bromatologia 2020
1. Introdução
A determinação da umidade é uma das análises mais importante e amplamente usada no
processamento e qualidade dos alimentos. A razão desta importância reside no fato da umidade
ser, frequentemente, correlacionada com a estabilidade dos alimentos, e a sua determinação
resultar no conhecimento do teor de sólidos do material.
A umidade corresponde à perda de massa sofrida por uma amostra, quando ela é aquecida
em condições adequadas, nas quais a água é removida ou outras substâncias que são voláteis
nestas condições.
Geralmente, a determinação da água em alimentos é efetuada por secagem direta a 105C.
O resíduo obtido no aquecimento é chamado de resíduo seco ou anidro. No entanto, deve ser
dada atenção aos possíveis erros que poderão ocorrer na determinação e que causarão alterações
nos resultados. As principais fontes de erros são: secagem incompleta, oxidação do material, erros
de amostragem, erros de pesagem e erros do observador.
No caso de amostras de alimentos que se decompõem, ou iniciam transformações próximo a
esta temperatura, deveram ser aquecidas em temperaturas inferiores ou em estufa a vácuo, onde
se reduz a pressão a 25mmHg e a temperatura mantida a 70C. Quando outras substâncias voláteis
estão presentes, a determinação da umidade pode ser obtida por processos de destilação com
líquidos imiscíveis (Bidwell Sterling). Outros processos usados são os baseados em reações
químicas que ocorrem na presença de água, por exemplo, o método de Karl-Fisher. Também
existem os métodos de aquecimento por radiação infravermelha e micro-ondas.
Amostras em pó (pulverizadas) devem estar protegidas da umidade relativa do ar. O
aumento da umidade em contato com esse tipo de amostra pode acarretar a formação de
aglomerados e perda da qualidade visual, podendo ocasionar problemas de solubilidade e
permitindo o desenvolvimento de microrganismos, principalmente os fungos, potencialmente
capazes de produzir microtoxinas altamente prejudiciais à saúde. Geralmente, para evitar tal
fenômeno, utiliza-se recipientes herméticos e no caso das análises usa-se dessecadores com
agentes secantes (ex, sílica gel) sob vácuo para evitar a absorção de umidade.
Nesta análise é importante que os pesa-filtros (recipientes adequados nesta análise) estejam
previamente aquecidos a 100-120oC por uma hora, seguido de resfriamento em dessecador com
sílica-gel. Este procedimento é chamado de “tara” e é realizado para garantir a eliminação de
umidade que possa estar presente nos pesa-filtros.
2. Objetivos
Esta aula tem como objetivo determinar o teor de umidade em amostras em pó (leite, farinha
de trigo, farinha de milho, café entre outras) utilizando o método de aquecimento direto em estufas
a 105C.
3. Materiais
A partir do procedimento experimental, selecionar as vidrarias, equipamentos, reagentes e
soluções.
4. Procedimento Experimental
Observação 1: Não pegue o pesa-filtro diretamente com as mãos. Use papel de absorvente ou pinça
metálica.
21
MAFF1190 - Bromatologia 2020
Identifique um pesa-filtro previamente “tarado” e pese-o em uma balança analítica (0,0001g). Anote
a massa com todas as casas decimais. Adicione exatamente cerca de 3,0g da amostra. Anote a
massa na tabela 1. Aqueça a amostra em uma estufa a 105C por 30 minutos. Resfrie em
dessecador contendo sílica gel até a temperatura ambiente (10 min). Pese a amostra e anote a sua
massa.
Observação 3: No método da estufa, o ar quente é absorvido por uma camada fina do alimento e é
então conduzido para o interior por condução. Como a condução térmica é geralmente baixa,
costuma levar muito tempo para o calor atingir as porções mais internas do alimento. Por isso, o
método da estufa tem duração de cerca de 3horas.
5. Bibliografia
BRASIL. Ministério da Agricultura. Regulamentos Técnicos de Produção, Identidade e Qualidade
do Leite. Instrução Normativa 51, 18/09/02. Brasília: Ministério da Agricultura, 2002.
BRASIL. Ministério da Agricultura. Secretaria de Defesa Agropecuária. Métodos Analíticos Físico-
Químicos para Controle de Leite e Produtos Lácteos. Instrução Normativa 68, 12/12/06. Brasília:
Ministério da Agricultura, 2006.
CECCHI, Heloísa Máscia. Fundamentos teóricos e práticos em análise de alimentos. São
Paulo: Editora Unicamp, 2007.
INSTITUTO ADOLFO LUTZ (São Paulo). Métodos físico-químicos para análise de alimentos.
Coordenadores: Odair Zenebon, Neus Sadocco Pascuet e Paulo Tiglea. São Paulo: Instituto Adolfo
Lutz, 2008 (versão eletrônica). 1020p.
22
MAFF1190 - Bromatologia 2020
1. Anote as informações da sua amostra: nome do produto (fantasia), nome da empresa, data de
fabricação e validade, lote, informações nutricionais.
2. Pesquise na literatura a Legislação Alimentar sobre sua amostra em termos de valores permitidos
sobre o parâmetro umidade.
3. Calcule a porcentagem de umidade média da amostra analisada e compare com o fornecido pelo
fabricante ou pelo máximo permitido na legislação. Pesquise na literatura a Resolução Normativa
para a sua amostra.
Perda de massa (P) = m3 – m4
100xP
%Umidade=
m2
23
MAFF1190 - Bromatologia 2020
24
MAFF1190 - Bromatologia 2020
1. Introdução
Os sistemas de secagem por infravermelho são instrumentos de precisão, ideais para medir
o percentual de umidade de material sólido, como: alimentos, sabões, plásticos, fármacos, rações,
cimento, etc. Os resultados são obtidos após algumas operações rápidas e simples, dando o
percentual de umidade em base seca, úmida ou diferença de peso, controlada pela balança digital.
O princípio do método é o aquecimento por radiação infravermelha. Alguns cuidados devem
ser tomados na manipulação e obtenção dos dados analíticos, quando se utiliza o sistema de
secagem por infravermelho. Por exemplo, não se deve pesar a amostra diretamente na balança do
sistema, pois ela pode estar aquecida e provocará a desidratação da amostra, além de não
estabilizar a massa. Também, não se deve manter a capota da balança aberta por muito tempo,
pois pode haver absorção de radiação pelo analista.
Para determinar o percentual de umidade com o sistema infravermelho é fundamental
determinar o tempo e temperatura de secagem mais adequada para o produto em teste. É
recomendado confrontar os resultados com um padrão, ou método de referência como, por
exemplo, estufa, para validar o processo. Se não for encontrado na tabela o produto, deve-se
construir uma curva de secagem (Figura 1). A curva ideal de secagem deve terminar em um patamar
horizontal, indicando que foi atingida a condição de peso constante. Se a curva continuar em
ascensão indica que a temperatura de secagem está muito alta e com isto, além da evaporação da
água estão evaporando outras substâncias químicas.
25
MAFF1190 - Bromatologia 2020
A atividade de água pode ser considerada o parâmetro que mede a disponibilidade de água
de um determinado alimento, e sua presença está inteiramente relacionada com as suas
propriedades físico-químicas. A água representa um dos nutrientes mais importantes da vida, onde
é responsável a realizar o transporte de substâncias entre as células, retirar moléculas tóxicas,
estabilizar a temperatura corporal e participar de reações químicas e enzimáticas no alimento.
2. Objetivos
Obter curvas de secagem em diferentes temperaturas a fim de determinar a curva ideal para
amostras de alimentos (ex. leite em pó, farinha de trigo, café) e posteriormente determinar o teor de
umidade utilizando sistema de secagem por infravermelho. Determinar a atividade de água e
correlacionar com os dados de umidade.
3. Materiais
A partir do procedimento experimental, selecionar as vidrarias, equipamentos, reagentes e
soluções.
4. Procedimento Experimental
5. Tabela Auxiliar
Tabela 1. Condições para análise de umidade de alimentos por secagem infravermelha
Alimento Massa (g) Temperatura (°C) Tempo (min)
Amido de milho 2a4 160 5a6
Café moído 1,5 a 2 105 4
Chocolate em pó 2a4 100 4
Chocolate com leite 2 105 3a4
Farinha branca 3a4 130 4a5
Farelo de soja 3a5 120 7
Leite em pó 2a4 90 6
Margarina vegetal 3a4 155 10
26
MAFF1190 - Bromatologia 2020
6. Bibliografia
BRASIL. Ministério da Agricultura. Laboratório de Referência Animal. Métodos analíticos para
controle e seus ingredientes: métodos físicos e químicos. v.2. Brasília, 1981.
BRASIL. Ministério da Agricultura e Abastecimento e da Reforma Agrária. Portaria nº 146, de 07
de março de 1996. Publicada no Diário Oficial da União de 11 de março de 1996.
27
MAFF1190 - Bromatologia 2020
2. Compare os dados das análises de aquecimento direto a 105C (aula anterior) com o de secagem
por infravermelho e faça uma discussão dos resultados.
3. Construa no Excel ou em papel milimetrado, curvas de Umidade (%) x Tempo (min) nas diferentes
temperaturas da secagem por Infravermelho. Interprete o gráfico construído.
28
MAFF1190 - Bromatologia 2020
4. Os sistemas de aquecimento por infravermelho são ideais para quais tipos de amostras?
Justifique sua resposta.
5. Quais os cuidados que devemos ter ao utilizar um sistema por radiação infravermelha?
29
MAFF1190 - Bromatologia 2020
1. Introdução
Todos os alimentos contêm elementos minerais formando parte dos compostos orgânicos ou
inorgânicos. O teor total das substâncias inorgânicas pode ser determinado pela incineração da
amostra. O resíduo remanescente da queima da matéria orgânica isento de carvão é chamado de
cinzas. Geralmente, as cinzas contêm cálcio, magnésio, ferro, zinco, sódio e outros minerais em
menor proporção. Alto teor de cinzas indica a presença de adulterantes e também é recomendável
determinar os componentes insolúveis em ácido clorídrico. A temperatura de incineração pode
variar de 400 – 700ºC, mas a mais utilizada é 550ºC.
No entanto, nem sempre este resíduo representa toda a substância inorgânica presente na
amostra, pois alguns sais podem sofrer redução ou volatilização nesse aquecimento. Geralmente,
as cinzas são obtidas por ignição de quantidade conhecida da amostra, em cadinho de platina ou
porcelana, mantida em mufla a 550C, até eliminação completa do carvão. As cinzas assim obtidas
deverão ficar brancas ou ligeiramente acinzentadas. Em caso contrário, esfriar, adicionar 0,5mL de
água ou reagente que acelere a carbonização, secar e incinerar novamente.
A determinação do teor de cinzas é muito importante por várias razões. Por exemplo, a
presença de cinzas em produtos como açúcar, amido, gelatina, etc., não é desejável. O alto teor
pode estar relacionado com adição de certos sais, tais como bicarbonato de sódio, que contribuem
para a elevação de cinzas.
As cinzas de materiais tanto de origem vegetal como animal é o ponto de partida para a análise
de minerais específicos. Estes minerais são analisados tanto para fins nutricionais como também
de segurança. Por exemplo, resíduos minerais metálicos provenientes de inseticidas ou estanho
proveniente da corrosão de latas, etc.
2. Objetivos
Determinar o teor de cinzas totais em amostras de leite em pó, utilizando o método de
aquecimento em mufla a 550C e comparar com os dados fornecidos pelo fabricante.
3. Materiais
A partir do procedimento experimental, selecionar as vidrarias, equipamentos, reagentes e
soluções. As amostras a serem utilizadas poderão ser: biscoito polvilho, biscoito salgado, macarrão
instantâneo, batata palha, dentre outros.
4. Procedimento Experimental
30
MAFF1190 - Bromatologia 2020
5. Bibliografia
CECCHI, Heloísa Máscia. Fundamentos teóricos e práticos em análise de alimentos. São
Paulo: Editora Unicamp, 2003.
INSTITUTO ADOLFO LUTZ (São Paulo). Métodos físico-químicos para análise de alimentos.
Coordenadores: Odair Zenebon, Neus Sadocco Pascuet e Paulo Tiglea. São Paulo: Instituto Adolfo
Lutz, 2008 (versão eletrônica). 1020p.
TACO-Tabela Brasileira de Composição dos Alimentos – 2ªEdição – Campinas-SP, 2006.
TBCAUSP-Tabela Brasileira de composição dos Alimentos-USP – São Paulo, 2008.
31
MAFF1190 - Bromatologia 2020
1. Anote as informações da sua amostra: nome do produto (fantasia), nome da empresa, data de
fabricação e validade, lote, informações nutricionais. Estas informações devem vir no relatório.
2. Faça os cálculos do teor de cinzas e compare com os dados fornecidos pelo fabricante (neste
caso some os valores de todos os sais minerais presentes). Pesquise na tabela TACO (2006) o teor
de sais minerais presentes.
(𝑚𝑐+𝑟 − 𝑚𝑐 )
% Cinzas = 𝑥100
𝑚𝑎
3. Os cadinhos após incineração devem ser resfriados no dessecador com sílica gel. Explique o
porquê desse procedimento.
4. Porque devemos aquecer a amostra a uma temperatura baixa (200C) numa chapa elétrica,
para depois colocar a amostra dentro da mufla a 550C?
5. Porque as amostras devem ser colocadas todas simultaneamente dentro da mufla na análise de
cinzas?
32
MAFF1190 - Bromatologia 2020
7. Quais são os principais minerais encontrados nos alimentos? Como eles são classificados?
33
MAFF1190 - Bromatologia 2020
1. Introdução
O cálcio é um mineral essencial para a manutenção da boa saúde, sendo necessário para
propiciar estrutura aos ossos e dentes e imprescindível para as atividades de contração e
relaxamento muscular. A ingestão adequada está relacionada com a diminuição do risco de
osteosporose, hipertensão, câncer de cólon e cálculos renais. Estudos recentes realizados no
âmbito internacional têm demonstrado que apesar de todos os benefícios, o consumo de alimentos
ricos neste mineral é pequeno, principalmente pelas mulheres.
Em termos de alimento, o leite é um dos mais completos, apresentando teores consideráveis
de vários elementos essenciais, tais como, cloro, fósforo, potássio, sódio, cálcio e magnésio, e
teores baixos de ferro, alumínio, bromo, zinco e manganês, formando sais orgânicos e inorgânicos.
O fosfato de cálcio particularmente, faz parte da estrutura das micelas de caseína através de reação
de complexação.
Existem vários métodos para determinar o teor de cálcio. Por exemplo, pode-se precipitar o
cálcio solubilizado por adição de oxalato de amônio. O precipitado formado (oxalato de cálcio) é
dissolvido em meio ácido, formando ácido oxálico, sendo determinado por permanganometria. Este
método se aplica aos alimentos com teor de cálcio inferior a 2%. Outro método é por volumetria de
complexação, que se fundamenta na formação de um complexo de cálcio com EDTA.
Um complexo é formado pela união de um íon simples com outros íons de carga oposta a
sua ou com moléculas neutras. Muitos íons metálicos formam complexos estáveis, solúveis em
água, com um grande número de aminas terciárias contendo grupos carboxílicos. A formação
destes complexos serve como base para a titulação complexométrica de uma variedade de íons
metálicos.
Apesar de existir um grande número de compostos
usados na volumetria de complexação, um dos mais utilizados
é o ácido etilenodiaminotetraacético, EDTA (Figura 1). Este
ácido é fraco e apresenta valores de pK1 = 2,00, pK2 = 2,66.
pK3 = 6,16, pK4 = 10,26. Os valores de pKa mostram que os
dois primeiros prótons são facilmente ionizáveis, do que os dois
restantes.
O EDTA é usado como descolorante para cabelos. Pode ser também utilizado na fabricação
de pães e derivados na indústria alimentícia. Também é usado durante tratamento endodôntico por
ter uma função quelante e retirar íons cálcio (Ca2+). Essa afinidade com o cálcio, faz com que seja
também utilizado como anticoagulante. É usado para análise de dureza da água e na agricultura
como estabilizante de micronutrientes.
2. Objetivos
Determinar o teor de cálcio em amostras de leite em pó, utilizando o método da volumetria
de complexação com EDTA e comparar com os dados fornecidos pelo fabricante.
34
MAFF1190 - Bromatologia 2020
3. Materiais e Reagentes
A partir do procedimento experimental, selecionar as vidrarias, equipamentos, reagentes e
soluções.
4. Procedimento Experimental
Pese numa balança semi-analítica, um erlenmeyer de 300 mL e adicione 2,0g de leite em pó. Meça
50 mL de água destilada e adicione na amostra para dissolvê-la. Evite deixar qualquer quantidade
do leite em pó aderido nas paredes do frasco. Aqueça numa chapa elétrica lentamente, se for
necessário, resfrie antes de prosseguir a análise.
Na capela, adicione 15 mL de solução tampão pH 10. Agite. Verifique o pH.
Adicione alguns cristais de KCN (Cuidado VENENO!), para mascarar outros íons como Cu2+, Zn2+,
Fe3+, que interferem bloqueando o indicador.
Adicione 20 gotas de solução Mg-EDTA. Agite.
Adicione 0,05g de eriocromoT (indicador) e observe o aparecimento da cor vermelha.
Lave a bureta de 50 mL com a solução de EDTA 0,02mol/L. Em seguida zere a bureta e titule até
mudança de cor do indicador (azul). Calcule a porcentagem de cálcio na amostra.
5. Cálculos
EDTA + Ca2+ Ca-EDTA
1mol de EDTA → 1mol de Ca
1ª regra de três:
0,02mol EDTA → 1L EDTA
x mol EDTA → volume gasto de EDTA em Litro
2ª regra de três: Sabendo-se que x mol de EDTA é igual ao número de mol de cálcio e que 1mol
Ca contém 40g, então:
1 mol Ca → 40g Ca
x mol Ca → w g Ca
3ª regra de três:
w g Ca → massa de leite em pó
% Ca → 100g de amostra
Observação:
Na análise é adicionado Mg-EDTA (20 gotas) juntamente com o indicador Negro de
Eriocromo T, pois o íon Ca2+ presente é deslocado pelos íons Mg2+, uma vez que o complexo Mg-
EDTA é menos estável que o complexo Ca-EDTA, fazendo com que os íons Mg2+ liguem-se ao
indicador, formando um complexo vermelho-vinho (Mg-Ind) estável.
6. Resultados
VOGEL, A Análise Química Quantitativa. Rio de Janeiro: Editora Guanabara Koogan S. A., 1989.
35
MAFF1190 - Bromatologia 2020
2. Calcule o teor de cálcio experimental e compare com o dado no rótulo do fabricante. Faça o
cálculo da média, desvio padrão e % erro relativo.
5. Pesquise sobre o consumo de cálcio recomendado pela Organização Mundial da Saúde, assim
como o valor recomendado pela Legislação Brasileira.
36
MAFF1190 - Bromatologia 2020
37
MAFF1190 - Bromatologia 2020
1. Introdução
Os lipídeos são compostos orgânicos altamente energéticos, que contêm ácidos graxos
essenciais ao organismo e atuam como transportadores das vitaminas lipossolúveis. Os lipídeos
são substâncias insolúveis na água, solúveis em solventes orgânicos, tais como éter, clorofórmio,
acetona e outros.
Os lipídeos classificam-se como: simples (óleos e gorduras),
compostos (fosfolipídeos, ceras, etc.) e derivados (ácidos graxos e
esteróis). Os óleos e gorduras diferem entre si apenas na sua
aparência física, sendo que à temperatura ambiente, os óleos
apresentam aspecto líquido e as gorduras são pastosas ou sólidas.
A determinação de lipídeos em alimentos é feita, na maioria
dos casos, pela extração com solventes, por exemplo, éter. O
método mais empregado é a extração contínua em aparelho do tipo
Soxhlet, seguida da remoção por evaporação ou destilação do
solvente empregado (Figura 1). O resíduo obtido não é constituído
unicamente por lipídeos, mas por todos os compostos que, nas
condições de determinação, possam ser extraídos pelo solvente, ou
seja, incluem os ácidos graxos livres, ésteres de ácidos graxos, as
lecitinas, as ceras, os carotenóides, a clorofila e outros pigmentos,
além dos esteróis, fosfatídios, vitaminas A e D, óleos essenciais e
outros.
Esta classe de substâncias juntamente com os carboidratos e
as proteínas são a classe de compostos mais importantes em
alimentos e são mais frequentemente encontrados na natureza,
tanto em vegetais como em animais.
Figura 1. Extrator de Soxhlet.
O Quadro 1 apresenta o teor de lipídeos em algumas amostras de alimentos extraído pelo
método de Soxhlet.
Quadro 1 Amostras de alimentos extraído pelo método de Soxhlet.
Alimento Faixa
Amendoim 45-48%
Soja 15-25%
Algodão 35-40%
Oliva 12-24%
Gergelim 45-50%
38
MAFF1190 - Bromatologia 2020
2. Objetivos
Esta aula tem como objetivos obter o extrato hexânico em amostras de alimentos.
3. Materiais
A partir do procedimento experimental, selecionar as vidrarias, equipamentos, reagentes e
soluções.
4. Procedimento Experimental
39
MAFF1190 - Bromatologia 2020
Adicione hexano no balão de fundo chatoem quantidade suficiente (2/3 da capacidade do balão), ou
seja, em torno de 150mL. Acople o extrator ao balão e faça as conexões de entrada e saída de água
(mangueiras). Ligue o sistema de circulação de água e aqueça lentamente o sistema (utilize banho
maria) até atingir a temperatura de 100C. Faça a extração por cerca de quatro horas. Retire o
pacotinho. Destile o hexano e transfira o balão com o resíduo para uma estufa a 105ºC, mantendo-o
por cerca de uma hora. Resfrie em dessecador até a temperatura ambiente. Pese e repita o
aquecimento por 30 minutos para verificar a obtenção de massa constante.
5. Bibliografia
INSTITUTO ADOLFO LUTZ (São Paulo). Métodos físico-químicos para análise de alimentos.
Coordenadores: Odair Zenebon, Neus Sadocco Pascuet e Paulo Tiglea. São Paulo: Instituto Adolfo
Lutz, 2008 (versão eletrônica). 1020p.
40
MAFF1190 - Bromatologia 2020
2. Faça os cálculos do teor de lipídeos e compare o valor experimental com o valor teórico.
𝑚1 − 𝑚2
Teor de Gordura= ( ) × 100
𝑚3
Onde: m1= massa final do balão com óleo em gramas; m2= massa inicial do balão em gramas; m3=
massa inicial da amostra em gramas.
41
MAFF1190 - Bromatologia 2020
1. Introdução
Óleos e gorduras são formados principalmente por triacilgliceróis, ou seja, mais de 95%. Os
demais componentes, cuja participação normalmente é inferior a 3%, são acil-lipídeos e os
componentes da fração insaponificável. A ocorrência de ácidos graxos livres nos óleos e gorduras
é resultado da reação de hidrólise dos triacilgliceróis.
Com exceção de alguns óleos obtidos por prensagem a frio, a maioria é obtida por extração
ou fusão e não são adequados para consumo direto. Dependendo da matéria prima e do tipo de
método de obtenção utilizado, estes óleos contêm, por exemplo, lipídios polares (especialmente
fosfolipídeos), ácidos graxos livres, ceras, pigmentos (clorofilas, carotenoides e seus produtos de
degradação), compostos sulfurados, compostos fenólicos, traços de metais, contaminantes
(pesticidas, hidrocarbonetos policíclicos) e produtos auto-oxidativos.
O controle de qualidade dos óleos e gorduras envolve análise sensorial e uma série de
determinações chamadas de índices, que são expressões de suas propriedades físicas ou químicas
e não as porcentagens de seus constituintes. São determinados os índices de iodo, saponificação,
acidez, peróxidos, p-anisidina, matéria insaponificável e as constantes físicas como o ponto de
fusão e o índice de refração.
Os processos oxidativos, como a rancidez hidrolítica, podem dar origem a ácidos graxos livres
(não condensados com o glicerol no triacilglicerol). A acidez livre em óleo ou gordura decorre da
presença desses ácidos, e está intimamente relacionada com o estado de conservação do produto.
Esses ácidos graxos contribuem para a formação de fumaça durante o uso de óleo ou gordura
durante fritura, além de contribuir para uma oxidação lipídica mais rápida e para a formação de
ranço no caso de ácidos graxos de cadeia curta.
De uma maneira geral, os óleos cujo índice de acidez é maior do que 1%, são considerados
óleos sem refino e a banha de porco que alcança este conteúdo em ácidos graxos é considerada
alterada. O azeite de oliva é uma exceção, já que com um conteúdo de ácidos graxos livres de 3%,
ainda se mantém adequado para consumo. Uma vez refinado, o conteúdo de ácidos graxos livres
de um óleo diminui para menos de 0,1%. Um alto teor de ácidos graxos livres em um óleo bruto não
só causa um aumento das perdas na neutralização (uma das etapas do processo de refino de
óleos), como também é um indicador de sua baixa qualidade, do manuseio e armazenamento
impróprios ou de uma extração em condições não ideais.
A acidez livre pode ser expressa como índice de acidez ou grau de acidez. O índice de acidez
se refere `a quantidade em miligramas de álcali necessária para neutralizar os ácidos graxos livres
em 1 g de amostra. O grau de acidez é uma medida relacionada com o conteúdo (g/100g) de ácidos
graxos livres, determinado em relação a um ácido graxo específico predominante na amostra.
A determinação da acidez livre é realizada por meio de titulação com uma solução de NaOH
de concentração conhecida. Esta técnica é aplicável a óleos vegetais brutos e refinados, óleos de
animais marinhos e gorduras animais. Normalmente, nos óleos vegetais o grau de acidez é
expresso em percentagem e, neste caso, a massa molar do ácido graxo predominante na amostra
é a base do cálculo. Para os óleos de soja, amendoim, algodão, girassol, oliva e outros, utiliza-se a
massa molar do ácido oléico (282 g/mol), para o óleo de dendê, é o ácido palmítico (MM = 256
g/mol) e, para o óleo de coco, o ácido láurico (MM = 200 g/mol).
2- Objetivos
Determinar o teor de ácidos graxos livres e o índice de acidez de diferentes amostras de óleos
vegetais.
42
MAFF1190 - Bromatologia 2020
3- Materiais e Reagentes
- Erlenmeyer 250 mL (dois por grupo) - Solução de álcool etílico e éter etílico 1:1
- Proveta de 50 mL - Solução alcoólica de fenolftaleína 1%
- Suporte universal com garras Solução de NaOH 0,1 mol/L padronizada
- Bureta 50 mL Agitador e barra magnética
5. Procedimento Experimental
Cada grupo realizará duas titulações, uma com amostra de óleo usado e outra com óleo novo.
Pese numa balança semi-analitica cerca de 20g da amostra em um erlenmeyer de 250 mL. Adicione
50 mL de solução álcool etílico e éter etílico 1:1 a fim de solubilizar a amostra. Agite
magneticamente. Acrescente 2-3 gotas de solução de fenolftaleína 1%.
Lave uma bureta de 50 mL com pequenos volumes de solução NaOH 0,1 mo/L padronizada. Encha,
tire as bolhas (caso se formem) e acerte o menisco no zero da bureta com a solução de com a
solução de NaOH. Anote o fator de correção.
Titule a amostra de óleo até o aparecimento de coloração rosa clara, a qual deverá persistir por 30
segundos.
6. Referência
BELITZ, H. D.; GROSCH, W. Química de los alimentos. 2a ed. Zaragoza: Acribia, 1997.
GRANATO, D.; NUNES, D. S. Análises Químicas, Propriedades Funcionais e Controle de Qualidade
de Alimentos e Bebidas: uma abordagem teórico-prática. 1a ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2016.
MINISTÉRIO DA AGRICULTURA/DFA-GO & EMATER-GO. Laboratório de análise de produtos de
origem vegetal. Metodologia de análise de produtos de origem vegetal – óleo e farelo de soja e
farinha de mandioca, 1997.
43
MAFF1190 - Bromatologia 2020
2. Calcule o Índice de Acidez (mg NaOH/g) do óleo novo e do usado por meio da seguinte fórmula:
𝟒𝟎, 𝟎 × 𝑴𝑵𝒂𝑶𝑯 × 𝑭𝒄 × 𝑽𝒈
𝑰𝑨 (𝒎𝒈 𝑵𝒂𝑶𝑯/𝒈) =
𝒎𝒂
Onde: MNaOH = molaridade do NaOH = 0,1 mol/L; Fc = fator de correção da solução de NaOH (ver
rótulo do frasco; Vg: volume gasto com o óleo novo ou usado; ma= massa do óleo novo ou usado
3. Calcule o grau de acidez do óleo novo e do usado por meio da seguinte fórmula:
𝑽𝒈 × 𝑴𝑵𝒂𝑶𝑯 × 𝑭𝒄 × 𝑴𝑴á𝒄𝒊𝒅𝒐 𝒈𝒓𝒂𝒙𝒐 𝒅𝒆 𝒓𝒆𝒇𝒆𝒓ê𝒏𝒄𝒊𝒂
𝑮𝑨(%) =
𝒎𝒂 × 𝟏𝟎
Onde: MNaOH = molaridade do NaOH = 0,1 mol/L; Fc = fator de correção da solução de NaOH (ver
rótulo do frasco; Vg: volume gasto com o óleo novo ou usado; ma= massa do óleo novo ou usado;
MM do ácido de referencia (g/mol): ácido oleico = 282; ácido palmítico = 256; ácido láurico = 200.
44
MAFF1190 - Bromatologia 2020
1. Introdução
Os glicídios são moléculas orgânicas constituídas fundamentalmente por átomos de carbono,
hidrogênio e oxigênio. São também conhecidos como açúcares, sacarídeos (do grego sakkharon,
açúcar), carboidratos ou hidratos de carbono. Em termo de classificação, os glicídios podem ser
monossacarídeos, dissacarídeos e polissacarídeos.
Os glicídios mais simples são os monossacarídeos, carboidratos que não são hidrolisados a
carboidratos mais simples. Exemplos: glicose, frutose, galactose, ribose e desoxirribose.
Os dissacarídeos são moléculas formadas pela união de dois monossacarídeos. A reação
de formação de um dissacarídeo é uma síntese por desidratação em que um dos monossacarídeos
perde um hidrogênio e o outro perde uma hidroxila. Os dois monossacarídeos se unem, e o
hidrogênio e a hidroxila liberados formam uma molécula de água. A sacarose (o açúcar de cana) é
um dissacarídeo formado pela união de uma molécula de glicose e uma de frutose (Figura 1). Outro
exemplo de dissacarídeo é a lactose (o açúcar do leite), constituída por uma molécula de glicose
ligada a uma molécula de galactose (Figura 2).
2. Objetivos
Identificar cinco tipos de glicídios através de reações químicas qualitativas.
3. Materiais e Reagentes
Solução a 1% de glicose Banho-maria
Solução a 1% de frutose Pinça de madeira (pegador)
Solução a 1% de sacarose 5 tubos de ensaio por grupo
45
MAFF1190 - Bromatologia 2020
Divida a turma em cinco grupos. Cada grupo ficará responsável por um glicídeo, mas deverá realizar
todos os testes qualitativos. Neste experimento recomenda-se usar pipeta de Pasteur para pipetar
a amostra (ex. glicose, frutose, sacarose, maltose e amido).
5. Bibliografia
CECCHI, Heloísa Máscia. Fundamentos teóricos e práticos em análise de alimentos. São
Paulo: Editora Unicamp, 2003.
INSTITUTO ADOLFO LUTZ (São Paulo). Métodos físico-químicos para análise de alimentos.
Coordenadores: Odair Zenebon, Neus Sadocco Pascuet e Paulo Tiglea. São Paulo: Instituto Adolfo
Lutz, 2008 (versão eletrônica). 1020p.
46
MAFF1190 - Bromatologia 2020
Glicose 6min
20min
3min
Frutose 6min
20min
3min
Sacarose 6min
20min
3min
Maltose 6min
20min
3min
Amido 6min
20min
2. Faça uma breve conclusão sobre os ensaios qualitativos, enfatizando a diferença entre os testes
qualitativos.
47
MAFF1190 - Bromatologia 2020
3. Pesquise sobre os fundamentos teóricos dos seguintes testes qualitativos para análises de
Glicídios.
a) Teste de Molish
b) Teste de Benedict
c) Teste de Barfoed
d) Teste de Seliwanoff
48
MAFF1190 - Bromatologia 2020
1. Introdução
Os glicídios são moléculas orgânicas constituídas por átomos de carbono, hidrogênio e
oxigênio. São conhecidos como açúcares, sacarídeos, carboidratos ou hidratos de carbono.
Quimicamente são poliidroxialdeídos, poliidroxicetonas, poliidroxiácidos e seus derivados simples.
Os glicídios mais simples são os monossacarídeos,
ou simplesmente oses. São sacarídeos não polimerizados
e não podem ser hidrolisados a sacarídeos mais simples.
Possuem em geral entre três a sete átomos de carbono.
Quanto ao grupo funcional, os monossacarídeos podem ser
classificados em aldoses e cetoses (Figura 1). Aldoses são
monossacarídeos de função mista poliálcool-aldeido, como
a glicose, galactose, arabinose e manose. Já as cetoses
são monossacarídeos de função mista poliálcool-cetona,
como a frutose.
49
MAFF1190 - Bromatologia 2020
Figura 4. O tartarato de sódio e potássio (KNaC4H4O6·4H2O) forma um sal com o íon Cu+2 (azul anil) que
sofre posterior redução a tartarato e óxido cuproso (Cu2O de coloração vermelho tijolo) que precipita e o
açúcar redutor é oxidado formando um sal sódico como produto da reação (Tavares et al., 2010).
2. Objetivos
Determinar o teor de carboidratos totais no leite em pó, em termos de lactose.
3. Materiais
A partir do procedimento experimental, selecionar vidrarias, equipamentos, reagentes e
soluções.
50
MAFF1190 - Bromatologia 2020
4. Procedimento Experimental
Pese num béquer de 100 mL, cerca de 1,0g da amostra de leite em pó. Anote a massa na tabela
de resultados. Meça na proveta 50 mL de água destilada, agite com bastão de vidro para dissolver
completamente a amostra. Aqueça em chapa elétrica caso necessário. Transfira para um balão
volumétrico de 100 mL.
No balão, adicione 2 mL de solução de ferrocianeto de potássio 15%. Agite. Adicione 2 mL de
solução de sulfato de zinco 30%. Agite. Complete o volume do balão com água destilada.
Homogeneize. Deixe em repouso para sedimentar. Observe e anote o que aconteceu.
Separe o material coagulado por filtração à vácuo e receba o filtrado em um kitassato seco.
Lave uma bureta de 50 mL com o filtrado obtido acima. Transfira o filtrado para a bureta e acerte o
menisco.
Pipete para dois erlenmeyer de 250 mL, 10 mL de solução de Fehling A e 10 mL de solução de
Fehling B e adicione 40 mL de água destilada. Aqueça até ebulição em chapa elétrica e adicione 1-
2 gotas de solução de azul de metileno 1%.
Titule com a solução da amostra, sem agitação, até que o líquido sobrenadante fique levemente
azulado (quase incolor). Mantendo a ebulição, e continue gotejando até descoloração do indicador.
No fundo do recipiente formará um sólido vermelho (cor de tijolo).
5. Bibliografia
INSTITUTO ADOLFO LUTZ (São Paulo). Métodos físico-químicos para análise de alimentos.
Coordenadores: Odair Zenebon, Neus Sadocco Pascuet e Paulo Tiglea. São Paulo: Instituto Adolfo
Lutz, 2008 (versão eletrônica). 1020p.
TAVARES, J. T. Q.; CARDOSO, R. L.; COSTA, J. A.; FADIGAS, F. S.; FONSECA, A. A. Interferência
do acido ascórbico na determinação de açúcares redutores pelo método de Lane e Eynon. Quim.
Nova, Vol. 33, No. 4, 805-809, 2010.
51
MAFF1190 - Bromatologia 2020
2. Calcule o teor médio de lactose no leite e o desvio padrão. Compare os resultados, faça uma
discussão e uma conclusão da análise.
100x100x0.048
% lactose = x1, 39
VxMa
T: título da solução de glicose (ver no rótulo); V: Volume médio gasto nas titulações (mL); Ma: Massa
da amostra (g); 1,39: fator de conversão das hexoses para lactose.
𝐸𝑟𝑟𝑜 𝐴𝑏𝑠𝑜𝑙𝑢𝑡𝑜 = |𝑉𝑎𝑙𝑜𝑟 𝑑𝑒𝑐𝑙𝑎𝑟𝑎𝑑𝑜 − 𝑉𝑎𝑙𝑜𝑟 𝑒𝑥𝑝𝑒𝑟𝑖𝑚𝑒𝑛𝑡𝑎𝑙|
𝐸𝑟𝑟𝑜 𝐴𝑏𝑠𝑜𝑙𝑢𝑡𝑜
𝐸𝑟𝑟𝑜 𝑅𝑒𝑙𝑎𝑡𝑖𝑣𝑜 = 𝑥100
𝑉𝑎𝑙𝑜𝑟 𝑑𝑒𝑐𝑙𝑎𝑟𝑎𝑑𝑜
52
MAFF1190 - Bromatologia 2020
1. Introdução
Quimicamente proteínas são polímeros de alto peso molecular, cujas unidades básicas são
os aminoácidos, ligados entre si por ligações peptídicas. São os principais constituintes dos tecidos
ativos do organismo, e este por sua vez, depende das proteínas dos alimentos indispensáveis para
a qualidade e quantidade numa dieta diária.
As proteínas são compostas de carbono, hidrogênio, oxigênio, nitrogênio e outros elementos
como enxofre e fósforo, em menor proporção. A sua determinação pode ser baseada na
determinação do teor de nitrogênio, com posterior conversão pelo uso de fatores. Geralmente,
utiliza-se o método de Kjeldahl, que avalia o nitrogênio total, considerando as diferentes fontes deste
elemento.
Nos alimentos, além da função nutricional, as proteínas têm propriedades organolépticas e de
textura. Podem vir combinadas com lipídeos e carboidratos. O cálculo de proteínas é obtido por
meio do conteúdo total de nitrogênio (método de Kjeldahl) multiplicado por um determinado fator de
conversão. Sendo o nitrogênio nas diferentes proteínas aproximadamente 16%, introduz-se um
fator empírico de 6,25 para transformar o número de gramas de proteínas para os alimentos em
geral. Fatores de conversão específicos estão apresentados no Quadro 1. Exemplos das
quantidades de proteínas em vários tipos de alimentos estão apresentados no Quadro 2.
Quadro 1. Valores de fatores para conversão de Nitrogênio Total para Proteínas em alimentos
Tipos de Alimentos Fator de Conversão
Farinha de centeio e trigo 5,83
Macarrão 5,70
Cevada e aveia 5,83
Arroz 5,95
Amêndoas 5,18
Castanha do Pará 5,46
proteínas vegetais 5,75
proteínas lácteas 6,38
proteínas de carne ou mistura de proteínas 6,25
Proteínas de soja e de milho 6,25
53
MAFF1190 - Bromatologia 2020
2. Objetivos
Esta aula tem como objetivo fazer a digestão do material protéico, destilação no aparelho de
Kjeldahl e titulação com H2SO4 0,05mol/L, para determinar o teor de proteínas em alimentos.
3. Materiais
A partir do procedimento experimental, selecionar as vidrarias, equipamentos, reagentes e
soluções.
4. Procedimento Experimental
Realizar a digestão de duas amostras e um branco.
54
MAFF1190 - Bromatologia 2020
Utilizando béqueres de 50 mL, pese numa balança semi-analítica 0,5g da amostra. Anote a massa.
Em seguida, pese 10g de Na2SO4 anidro e 0,5g de CuSO4.5H2O. Coloque todas as substâncias no
tubo de digestão e adicione na capela, com muito cuidado, 20mL de ácido sulfúrico concentrado
(H2SO4 P.A.). Vede o tubo e leve ao digestor de proteínas. Ligue o sistema de circulação de água.
Ligue o sistema de digestão e exaustão. Aqueça, aumentando a temperatura de 50 em 50C até
atingir 350C. Mantenha o aquecimento até aparecimento de coloração verde. Deixe por mais
quinze minutos. O procedimento será continuado na próxima aula.
5. Bibliografia
INSTITUTO ADOLFO LUTZ (São Paulo). Métodos físico-químicos para análise de alimentos.
Coordenadores: Odair Zenebon, Neus Sadocco Pascuet e Paulo Tiglea. São Paulo: Instituto Adolfo
Lutz, 2008 (versão eletrônica). 1020p.
55
MAFF1190 - Bromatologia 2020
2 × 𝑉𝑔 × 𝑀 × 𝑓 × 𝐹𝐶 𝑥0,014
% Proteínas= ( ) × 100
𝑚𝑎
Vg = volume gasto (mL) de H2SO4; M= molaridade real da solução de H2SO4 = 0,05mol/L; f = fator
de conversão de nitrogênio em proteínas (ver Quadro 5.2); Fc = fator de correção da solução (ver
rótulo); 0,014 = mmol de nitrogênio; ma = massa da amostra.
a) Na2SO4 anidro
b) CuSO4.5H2O
c) H2SO4 P.A.
d) H3BO3 4%
e) indicador de Petterson
g) H2SO4 0,05mol/L
56
MAFF1190 - Bromatologia 2020
1. Introdução
Segundo a Instrução Normativa No 62, de 29 de dezembro de 2011 do Ministério da Agricultura
e Pecuária e Abastecimento (MAPA), a definição de leite pasteurizado é: “produto oriundo da
ordenha completa e ininterrupta, em condições de higiene, de vacas sadias, bem alimentadas e
descansadas. O leite de outros animais deve denominar-se segundo a espécie de que proceda.
O leite é classificado de acordo com o modo de produção, composição e requisitos físico-
químicos e biológicos, recebendo as denominações de leite tipo A e leite pasteurizado.
A composição do leite é muito variável, sendo os principais fatores que interferem nessa
variação são:
• raça: altera principalmente o teor de gordura e proteína
• variação de ordenhas: varia porcentagem da gordura
• variação durante a ordenha: também afeta o teor de gordura
• variação para os diferentes quartos do úbere: o úbere é dividido en quatro câmaras, a
produção e a composição podem variar entre os quartos
• variação de acordo com o período de lactação
• influência das estações do ano
• influência dos alimentos ingeridos pela vaca e seus níveis nutricionais
• efeito da temperatura ambiente: entre -1 e 23oC, não há variação, mas fora desta faixa,
pode haver influências
• sanidade do animal
• idade da vaca
Entende-se por leite pasteurizado tipo A, o leite classificado quanto ao teor de gordura em
integral, semidesnatado ou desnatado, produzido, beneficiado e envasado no próprio local de
produção denominado Granja Leiteira.
Ingrediente obrigatório de rótulo: leite cru refrigerado tipo A integral
Já o leite pasteurizado é classificado quanto ao teor de gordura como integral, semidesnatado
ou desnatado, submetido `a temperatura de 72 a 75oC durante 15 a 20 segundos, em equipamento
de pasteurização, seguindo-se por um resfriamento imediato até a temperatura igual ou inferior a
4oC e envase no menor prazo possível.
Ingrediente obrigatório de rótulo: leite cru refrigerado na propriedade rural e transportado a
granel
A pasteurização é um processo térmico que ajuda a destruir os microrganismos patogênicos
presentes no leite, evitando o perigo de disseminação de doenças e preservando as características
do leite, em termos nutritivos e propriedades físico-químicas. A pasteurizaçãoo destrói 99,5% da
flora saprófita (não patogênicos) e inativação de algumas enzimas.
A temperatura aplicada deverá ser suficiente para destruir os patogênicos sem alterar as
propriedades físico-químicas do produto. Imediatamente após o aquecimento, o leite sofre um
resfriamento com a finalidade de impedir a ativação dos microrganismos, uma vez que ele não está
esterilizado, ocorrendo a presença no leite dos sobreviventes ao tratamento térmico.
A pasteurização rápida consiste em aquecer o leite pelo menos 72oC a 75oC por 15 a 20
segundos. A refrigeração não deve ser superior a 4oC. O termo pasteurização é uma homenagem
a Louis Pasteur (1822-1895), o qual definiu os princípios deste processo. Atualmente, a forma mais
utilizada de pasteurização no Brasil é o método UHT (Ultra High Temperature), que consiste em
aplicar temperaturas elevadas 130 oC a 150oC por 2 a 5 segundos, e depois resfriamento.
57
MAFF1190 - Bromatologia 2020
58
MAFF1190 - Bromatologia 2020
multiplicação no leite. A acidez tende, portanto, a aumentar a medida que o leite vai envelhecendo,
influindo consideravelmente a temperatura e a higiene empregada nas diversas manipulações.
A acidez do leite é determinada para avaliar o seu estado de conservação (fermentação). Um
leite com acidez fora do padrão é considerado anormal, está em início de fermentação e é impróprio
para o consumo e industrialização. A conservação em baixa temperatura (4 a 6 oC) paralisa o
aumento da acidez, sem diminuí-la. A pasteurização destrói os germes causadores da formação da
acidez do leite.
59
MAFF1190 - Bromatologia 2020
densidade da amostra e a de uma outra amostra padrão (ex. água, para amostras sólidas e líquidas)
e o ar atmosférico (para amostras gasosas).
A densidade é influenciada pela temperatura. No caso da amostra de leite é tomada em
relação a água destilada a 15oC, cujo massa específica é igual a 1,00g/cm3. A densidade pode ser
determinada por densímetros (Figura 3) ou picnômetros (Figura 4).
60
MAFF1190 - Bromatologia 2020
6. Materiais e Reagentes
A partir dos procedimentos experimentais, selecionar as vidrarias e reagentes necessários
para a execução dos experimentos.
7. Procedimento Experimental
61
MAFF1190 - Bromatologia 2020
8. Bibliografia
M. L. ARRUDA. Tecnologia do leite. 14a ed. Livraria Nobel S.A., Editora Distribuidora: São Paulo,
1984.
62
MAFF1190 - Bromatologia 2020
1. Calcule o valor da acidez no leite e verifique se o valor se encontra entre 0,14 a 0,18g de ácido
lático/100mL. Explique seus resultados. Fc é o fator de correção da solução de NaOH 0,1 mol/L.
V.Fc.0, 90
Acidez=
10
63
MAFF1190 - Bromatologia 2020
1. Introdução
A determinação das características físicas de produtos alimentícios é de suma importância
para determinar a melhor tecnologia de industrialização, de conservação e para o correto
dimensionamento dos equipamentos no desenvolvimento de novos produtos. A viscosidade e a
densidade são algumas dessas características.
A reologia é definida como a ciência que estuda o modo pelo qual a matéria se deforma ou
escoa, quando submetida a forças externas, ou seja, é a ciência que estuda a resposta de um
material à aplicação de uma tensão ou deformação. A variação contínua da taxa ou grau de
deformação em função das forças ou tensões aplicadas, caracteriza um escoamento.
Desta forma, denomina-se viscosidade como a propriedade física dos fluídos, o qual
caracteriza a sua resistência ao escoamento. O estudo da viscosidade tem ganhado um crescente
significado, em consequência da elevação da concorrência e dos custos que fazem com que as
indústrias busquem métodos de controle de qualidade no processamento e, se possível, predizer
as propriedades de novos produtos, já durante seu desenvolvimento.
A densidade é um parâmetro relacionado com a viscosidade, sendo esta definida como
razão entre a massa por volume. É uma propriedade intensiva que não depende da quantidade de
matéria. No sistema internacional (SI) sua unidade é quilograma por metro cúbico (kg/m3), enquanto
que no sistema CGS é grama por centímetro cúbico (g/cm3).
A densidade é uma das propriedades mais importantes e largamente usadas em cálculos de
processos e pode ser determinada de várias formas. Rahman (1991) descreve diferentes formas de
densidades usadas em cálculos de processos.
a) Densidade verdadeira: é a densidade de uma substância pura ou de um material, calculando a
densidade de seus componentes, considerando a conservação da massa e volume (dT);
b) Densidade da substância: é a densidade medida quando uma substância tem sido
perfeitamente pulverizada, de modo que esteja finamente dividida, ou seja, não contenha poros (dS);
c) Densidade de partícula: é a densidade de uma amostra que não tenha sido estruturalmente
modificada, inclui o volume de todos os poros fechados, mas não os poros conectados
externamente (dP);
d) Densidade aparente: é a densidade de uma substância, incluindo todos os poros (dap);
e) Densidade de volume “Bulk”: é a densidade de uma amostra quando empacotado ou
empilhado a granel.
Outra propriedade física importante é o índice de refração (λ), que expressa o ângulo de
desvio da luz ao atravessar uma substância. Essa característica da matéria depende do tipo de
molécula presente numa solução e varia regularmente com a concentração do soluto. Desse modo,
a concentração da solução pode ser estimada através de seu índice de refração, por comparação
com tabelas de referência. A relação entre o índice de refração e a concentração de uma solução é
linear, quando esta for expressa em peso do soluto por unidade de volume. A refração é,
normalmente, uma propriedade aditiva, de modo que o índice de refração de um sistema
multicomponente, será a soma dos índices de refração de cada componente.
A utilização do índice de refração para a determinação da concentração de soluções tem
uma série de vantagens em relação ao método de densidade, tais como: rapidez, facilidade de
manipulação e pequena quantidade de amostra. O método refratométrico tem sido utilizado para a
medida de sólidos solúveis (açúcares e ácidos orgânicos), principalmente em frutas e seus produtos
derivados, mas também pode ser usado em ovos, cerveja, vinagre, leite e produtos lácteos.
64
MAFF1190 - Bromatologia 2020
Por exemplo, uma uva com 15 oBrix possui 15 g de sólidos solúveis em cada 100 g de uva. O
modo mais prático e confiável para medir a quantidade de sólidos solúveis em uma amostra é
utilizando o refratômetro.
A utilização do oBrix para a determinação da concentração de soluções tem uma série de
vantagens em relação ao método de densidade, tais como: rapidez, facilidade de manipulação e
pequena quantidade de amostra. O método refratométrico tem sido utilizado para a medida de
sólidos solúveis (açúcares e ácidos orgânicos), principalmente em frutas e seus produtos derivados,
mas também pode ser usado em ovos, cerveja, vinagre, leite e produtos lácteos.
2. Objetivos
Esta aula tem como objetivo determinar oBrix por refratometria, densidade pelo picnômetro e
densímetro e viscosidade relativa de refrigerantes pelo método de Oswald, na temperatura
ambiente.
3. Materiais
A partir dos procedimentos experimentais, selecionar as vidrarias e reagentes necessários
para a execução dos experimentos.
4. Procedimento Experimental
Cada grupo fará o experimento com uma amostra, mas deverá anotar os resultados de todos
os grupos para compor o relatório.
4.1 Determinação da Temperatura da Amostra
Com auxílio de um termômetro digital, determine a temperatura da sua amostra. Anote na tabela de
resultados.
4.2 Determinação do oBrix
Os grupos farão a análise com uma solução padrão e uma amostra, mas deverá anotar todos os
dados. Calibre o refratômetro com água destilada, fazendo a correção para a temperatura ambiente,
segundo a tabela fornecida pelo fabricante.
65
MAFF1190 - Bromatologia 2020
Meça o índice de refração das amostras, colocando duas gotas no visor do aparelho e feche-o.
Observe se há formação de bolhas. Anote todos os dados e registre-os na tabela de resultados.
Após a medição de cada amostra, limpe o refratômetro com água destilada e um papel suave.
d1t1
= η1 = 0,00895 Poise (viscosidade da água a 25°C)
d 2t2
9. Bibliografia
S. Rahman. Food Properties Handbook. CRC Press Inc., 1995.
R. N. Rangel. Práticas de Físico-Química. 2ª edição. São Paulo: Editora Edgard Blücher Ltda,
1997.
66
MAFF1190 - Bromatologia 2020
1. Construa um gráfico oBrix vs concentração (%) das soluções padrões de sacarose e encontre a
equação da reta para determinar a concentração de sacarose das amostras de alimentos.
2. Compare os resultados valores das densidades das amostras líquidas pelos dois métodos
(Densímetro e Picnômetro). Quais as vantagens e desvantagens do método picnômetro e densímetro?
67
MAFF1190 - Bromatologia 2020
3. Por que o refratômetro deve ser calibrado inicialmente com água destilada?
68