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Laboratório Químico
Apesar do grande desenvolvimento teórico da química, ela continua a ser uma ciência eminentemente experimental; daí a
importância das práticas da química. A experiência treina o aluno no uso dos métodos, técnicas e instrumentos de laboratório, e
permite a aplicação dos conceitos teóricos aprendidos.
O laboratório Químico é o lugar ideal para a realização de experimentos, possuindo instalações de água, luz e gás de fácil
acesso em todas as bancadas. Possui um local especial para manipulação de substâncias tóxicas (a capela), que dispõe de sistema
próprio de exaustão de gases. O laboratório é um local onde estão os equipamentos e os reagentes para a realização dos experimentos.
Este é um local vulnerável a acidentes, desde que não se trabalhe com as devidas precauções.
Apresentamos a seguir alguns cuidados que devem ser observados, para a realização das aulas práticas, de modo a evitar os
riscos de acidentes.
Pré - Laboratório
Estude os conceitos teóricos envolvidos, leia com atenção o roteiro da prática e tire todas as dúvidas.
Obtenha as propriedades químicas físicas e toxicológicas dos reagentes a serem utilizados. Essas instruções são encontradas
no rótulo do reagente.
Pós - Laboratório
Lave todo o material logo após o término da experiência, pois conhecendo a natureza do resíduo pode-se usar o processo
adequado de limpeza.
Guarde todo o equipamento e vidraria. Guarde todos os frascos de reagentes, não os deixe nas bancadas ou capelas. Feche as
torneiras de gás e desligue todos os aparelhos e lâmpadas.
Segurança no Laboratório
É muito importante que todas as pessoas que lidam num laboratório tenham noção bastante clara dos riscos existentes e de
como diminuí-los. Nunca é demais repetir que o melhor combate aos acidentes é sua prevenção. O descuido de uma única pessoa
pode por em risco todos os demais no laboratório. Por esta razão, as normas de segurança descritas abaixo terão seu cumprimento
exigido. Acima disto, porém, espera-se que todos tomem consciência da importância de se trabalhar em segurança, do que só resultarão
benefícios para todos.
1) O laboratório é local de trabalho sério; portanto evite brincadeiras que dispersem sua atenção e de seus colegas.
2) O cuidado e aplicação de medidas de segurança é responsabilidade de cada indivíduo, cada um deve precaver-se contra perigos
devido a seu próprio trabalho e aos dos outros. Consulte o professor sempre que tiver dúvidas ou ocorrer algo inesperado ou
anormal.
3) Faça apenas a experiência prevista; qualquer atividade extra não deve ser realizada sem a prévia consulta ao professor.
4) Não cheire, toque ou prove qualquer substancia. Lembre-se que a contaminação ocorre por inalação e/ou ingestão e/ou absorção
pela pele.
5) Não fume, coma ou beba no laboratório.
6) Procure não usar sandálias no laboratório. Usar sempre algum tipo de calçado que cubra todo o pé.
7) Procure não usar roupas de tecido sintético, facilmente inflamáveis.
8) Não pipetar nenhum tipo de produto com a boca.
9) Não leve as mãos à boca ou aos olhos quando estiver trabalhando com produtos químicos.
10) Não use lentes de contato quando estiver trabalhando em laboratórios, devido ao perigo de, num acidente, ocorrer a retenção de
líquido corrosivo entre a lente e a córnea.
11) Nunca acender um bico de gás quando alguém do laboratório estiver usando algum solvente orgânico. Os vapores de solventes
voláteis, como éter etílico, podem se deslocar através de longas distâncias e se inflamar facilmente.
12) Nunca deixe o bico de bunsen aceso quando não estiver usando. Não use substâncias inflamáveis próximo a chama.
13) Trabalhe com cuidado, com as substâncias tóxicas, corrosivas, tais como ácidos, álcali e solventes. Toda substância tóxica e/ou
que exale vapor deve ser manipulada na capela.
14) Leia com atenção o rótulo do frasco de reagente antes de usá-lo para certificar-se que é o frasco certo.
15) Todo frasco contendo reagente, deve ser etiquetado.
16) Não contamine os reagentes, retornando o reagente não utilizado ao frasco original ou usando espátulas e pipetas sujas ou
molhadas.
17) Experimentos em andamentos devem apresentar anotações indicando o procedimento em caso de acidentes.
18) Não deixar vidros, metais ou qualquer outro material, em temperatura elevada, em lugares em que possam eles ser tocados
inadvertidamente.
19) Não utilize material de vidro quebrado, rachado ou com defeito, principalmente para aquecimento ou em sistemas com vácuo.
20) Não aquecer tubos de ensaio com a boca virada para o seu lado, nem para o lado de outra pessoa.
21) Aprender a localização e a utilização do extintor de incêndio existente no laboratório.
22) Lave qualquer local onde cair reagentes. Nunca jogue papéis, fósforo ou qualquer sólido na pia.
23) Jogue lixo no LIXO.
24) Referentes a sua bancada:
➢ Mantenha as bancadas sempre limpas e livres de materiais estranhos ao trabalho;
➢ Faça a limpeza prévia, com material apropriado antes de colocá-lo para lavagem;
➢ Rotule os reagentes ou soluções preparadas e as amostras coletadas;
➢ Jogue papéis usados e materiais que não serve no lixo somente quando não apresentar riscos;
➢ Use pinça e materiais de tamanho adequado e em perfeito estado de conservação;
➢ Utilize a capela ao trabalhar com reações que liberem fumos venenosos ou irritantes;
➢ Evitar descartar produtos químicos nas pias do laboratório;
Profº Roberval Serafim – Bento Quirino 3
Química Experimental
Modelo de Relatório
Uma composição qualquer deve conter sempre as seguintes partes: introdução, desenvolvimento, conclusão e bibliografia.
Tratando-se de um relatório de disciplina Experimental aconselhamos a seguinte seqüência:
Atenção: Os relatórios devem ser entregues digitados e no máximo 8 dias após finalizada a prática. Os erros datilográficos
e/ou ortográficos e o atraso na entrega serão considerados na avaliação do relatório.
EQUIPAMENTOS DE LABORATÓRIO
Em função das necessidades de análises, os químicos desenvolveram uma grande quantidade de equipamentos
e apetrechos que são utilizados no dia a dia de um laboratório quimico. Como exemplo destes
equipamentos temos :
O bico de bunsen pode muitas vezes ser substituído pela chapa de aquecimento, que normalmente é elétrica.
Tela de amianto e triângulo de porcelana– são suportes de sustentação para recipientes que contem
o material a ser aquecido.
O triângulo de porcelana serve de suporte para cadinhos que são aquecidos diretamente na chama.
Tubo de ensaio – de vários tamanhos, utilizado para efetuar reações químicas em pequena
escala. Pode ser aquecido, inclusive diretamente na chama do bico de bunsen
Pinça de madeira –
Estante ou suporte utilizada para prender o
serve para colocar tubos tubo
de ensaio de ensaio durante o
aquecimento
Pipeta volumétrica – usada para medir com precisão um volume fixo de liquido
Pode variar de 1 a 100 mL
Pinças de Mohr e de Hoffmann – utilizadas para reduzir ou impedir a passagem de gases ou líquidos em tubos
flexíveis
Mohr
Hoffmann
Toda a vidraria utilizada em uma análise química qualitativa ou quantitativa deve estar perfeitamente
limpa antes do uso, pois a presença de substâncias contaminantes pode induzir erros no resultado final da
análise.
Não existe um método ideal para limpeza da vidraria de laboratório. Um método que é próprio para
uma determinada experiência pode deixar resíduos para uma outra.
Toda vidraria geralmente é lavada com o auxílio de escovas e solução de detergente neutro,
enxaguados com água corrente (torneira) e posteriormente três vezes com água pura (destilada ou
desionizada) secando em um local protegido da poeira ou em estufas de secagem (exceto vidrarias
graduadas).
Para casos mais resistentes e para pipetas onde a escova não pode chegar é necessário uma solução
de lavagem mais ativa. Algumas dessas soluções são mencionadas abaixo:
2. Peróxido ácido
Utilizado para limpeza de resíduos de natureza diversa, principalmente manchas marrons de MnO2 e
compostos de ferro.
Preparo: Mistura na proporção de 1:1 de H2O2 3%(m/v) e HCl 6 mol L-1.
Uso: Deixar o material submerso por 24 horas no mínimo e lavar com água destilada algumas vezes.
Não guardar a solução em recipiente fechado.
3. Solução ácida
Utilizada para limpar vidrarias destinadas a análise de metais.
Preparo: solução de HCl 10% (v/v).
Uso: Deixar o material submerso por 24 horas no mínimo e lavar a vidraria com água destilada ou
ultra-pura, dependendo da aplicação. Secar o material em local isento de poeira.
Praticas que devem ser evitadas durante a limpeza dos materiais volumétricos.
1. Água destilada
É um processo pelo qual se evapora a água, em seguida resfria-se o vapor, obtendo novamente água
líquida e pura. Para realizar a destilação, usa-se um destilador. O aquecimento provoca a vaporização da
água, enquanto as outras substâncias ou impurezas permanecem no recipiente. Ao passar por um tubo de
vidro resfriado com água corrente, o vapor d'água se condensa, transformando-se novamente em líquido.
A destilação da água mediante a destilação remove as espécies contaminantes não-voláteis,
inorgânicas ou orgânicas; os gases dissolvidos na água original são liberados durante a destilação junto com
o vapor d’água e, em parte, eliminado por ventilação. O dióxido de carbono e a amônia são os principais gases
dissolvidos na água, sendo oriundos da água original ou formados por pirólise da matéria orgânica na
destilação.
2. Água desmineralizada
Consiste no processo de remoção de grande parte dos íons presentes em uma água, através do uso
de resinas com características catiônicas e aniônicas. Como a desmineralização da água consiste na remoção
dos íons nela presente, o processo é também chamado de deionização.
3. Água miliQ
Água Milli-Q®", como é dita popularmente no meio laboratorial, faz referência a água ultrapura do tipo l, a
qual é fornecida apenas pelos equipamentos Milli-Q®.
A água ultrapura Milli-Q® abrange diversas aplicações, desde as mais simples até as altamente complexas e
sofisticadas, tais como: cromatografia (HPLC, UHPLC, LC-MS e IC-MS)¹, análise elementar (AAS, ICP-MS e
ICP-OES)², cultura celular, biologia molecular e bioquímica (PCR³, genética, sequenciamento de DNA,
microanálise de DNA e RNA).
¹ HPLC (cromatografia líquida de alta eficiência), UHPLC (cromatografia líquida de ultra eficiência), LC-MS
(cromatografia líquida de ultra eficiência acoplada a espectrometria de massas), IC-MS (Cromatografia iônica
acoplada a espectrometria de massas).
² AAS (espectrometria de absorção atômica), ICP-MS (espectrômetro de massa com plasma indutivamente
acoplado), ICP-OES (espectrometria de emissão atômica por plasma acoplado indutivamente)
³ PCR (reação em cadeia da polimerase).
Como ela possui uma finalidade semelhante ao processo de desmineralização, pode ser usada nas mesmas
ocasiões: na indústria farmacêutica, de cosméticos, hemodiálise, autoclaves e outros.