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1.

Objetivo
Esta atividade experimental tem por objetivo estudar, de uma forma dinâmica, as reações de
combustão completa, no caso do metano ou no caso do butano.

2. Introdução Teórica
Esta atividade experimental consiste em pegar fogo às mãos de uma pessoa, sem que esta se
queime, aplicando uma espuma (água mais detergente) feita pelas alunas e utilizando gás inflamável
(metano ou butano).
Em teoria, o gás inflamável, em contacto com fogo, incendiar-se-á, consumindo-se na sua
totalidade (como demonstrado nas reações químicas abaixo).

Reações Químicas Envolvidas (Reações de Combustão Completa):


No caso do gás inflamável ser metano:
CH4 (g) + 2O2 (g) —> CO2 (g) + 2H2O (g)

No caso do gás inflamável ser butano:


2C4H10 (g) + 13O2 (g) —> 8CO2 (g) + 10H2O (g)

A mistura de água com detergente dará origem a uma camada de proteção na pele, o que
impedirá que esta reação se propague e ocorra de forma descontrolada, queimando as mãos.

3. Parte Experimental
A fim de podermos estudar as reações de combustão completa apresentadas acima, utilizou-
se o material enunciado abaixo (fig. 1), mas, antes de avançar para o procedimento, é necessário
tomar as devidas precauções (mencionadas em: 3.2. Segurança).

3.1. Materiais
• Água gelada (0.250 dm3);
• Detergente líquido da loiça (50 gotas);
• Fósforos/isqueiro;
• Gás inflamável, que contenha metano (CH4) ou butano (C4H10);
• Vasilha grande e sem tampa;
• Pomada para queimaduras (para prevenir).
3.2. Segurança
3.2.1. Normas de segurança num laboratório de química
Dada a natureza dos trabalhos executados em laboratório, existem vários perigos que podem
ter consequências mais ou menos graves, imediatas ou a longo prazo. O contacto com materiais
potencialmente perigosos é muito frequente e, por essa razão, é de extrema importância respeitar as
regras ou normas de utilização destes, a fim de minimizar a probabilidade de ocorrerem acidentes e,
consequentemente, as suas nefastas consequências. O laboratório não se trata de um local onde se
deva estar permanentemente com receio, mas sim onde se deve trabalhar com responsabilidade,
cuidado e atenção, por isso, quem utiliza frequentemente um laboratório deve ser treinado para ser
cuidadoso, tanto no manuseamento de equipamento como na utilização e armazenamento de
produtos químicos.

Situações de risco mais comuns em laboratórios:


• Uso de substâncias tóxicas, corrosivas, inflamáveis, etc;
• Pressão e temperaturas elevadas;
• Utilização de fogo e eletricidade;
• Manuseamento de material de vidro.

Guia de segurança:
• Ter em mente que o laboratório é um local de trabalho sério e de risco potencial;
• Conhecer a localização dos extintores, saídas de emergência, caixa de primeiros socorros e
restante equipamento de proteção;
• Conservar o chão e as bancadas secas, arrumadas e limpas;
• Não obstruir os locais destinados à circulação livre;
• Fazer uma verificação periódica do estado de conservação das condutas e das tubagens de todo o
material existente no laboratório;
• Trabalhar em pé e sempre acompanhado de outras pessoas;
• Usar óculos de protecção (obrigatórios para quem usa lentes de contacto), luvas apropriadas e
máscaras sempre que as situações assim o aconselhem;
• Não usar lentes de contactos, pois, em caso de necessidade, elas não poderão ser retiradas com
facilidade;
• Utilizar sempre batas limpas e justas, de preferência de algodão, não só para proteger a roupa,
mas, sobretudo, para proteger a pele;
• Usar sempre calçado fechado e o cabelo, quando comprido, devidamente amarrado;
• Não usar anéis;
• Antes de manusear qualquer substância, ler atentamente o rótulo, tomar conhecimento dos riscos
possíveis e cuidados a ter na sua utilização;
• Antes do início de qualquer trabalho laboratorial, deve-se ter o cuidado de fazer uma preparação
correta, lendo os produtos e assinalando todas as precauções a tomar;
• Lavar as mãos, com frequência, durante e no fim do trabalho laboratorial;
• Proteger feridas expostas e evitar o manuseamento dos aparelhos eléctricos com as mãos
húmidas;
• Usar pinças ou luvas apropriadas para manuseamento de material que foi aquecido;
• Qualquer salpico de reagente na pele deve ser removido com água abundante e sabão;
• Verificar sempre se não existem solventes inflamáveis na vizinhança antes de acender qualquer
chama e, reciprocamente, não utilizar solvente inflamável sem antes confirmar a inexistência de
chamas nas proximidades;
• Evitar chamas desnecessárias. Apagar o bico de Bunsen quando não estiver a ser utilizado.

3.2.2. Classificação de produtos químicos segundo o grau de perigosidade


Relativamente aos riscos, é importante considerar as seguintes classes de reagentes:
• Tóxicos: oferecem um elevado risco de envenenamento por inalação, absorção ou ingestão – ex:
benzeno, mercúrio, tetracloreto de carbono. Devem ser arrumados separadamente dos reagentes
inflamáveis;
• Corrosivos: destroem os tecidos vivos. Incluem-se nessa categoria a maior parte dos ácidos e das
bases;
• Inflamáveis: entram facilmente em combustão – ex: acetona, ácido acético, álcool etílico;
• Explosivos: na sequência de um choque ou impacto, ou expostos ao calor, podem explodir – ex:
peróxido, perclorato de magnésio, dicromato de amónio, etc;
• Oxidantes: podem iniciar reações de oxidação – ex: compostos ricos em oxigénio como óxidos,
peróxidos, nitratos, cloratos, percloratos, cromatos, dicromatos e permanganatos;
• Reagentes sensíveis à água: reagem facilmente com a água, libertando gases e calor – ex: metais
alcalinos, hidretos metálicos. Devem ser acondicionados ao abrigo da humidade;
• Gases comprimidos: gases não liquefeitos e submetidos à pressão. Devem ser acondicionados
fora do laboratório.
3.2.3. Alguns símbolos de perigo importantes

3.2.4. Equipamento de proteção em laboratórios


No laboratório de química são indispensáveis os seguintes equipamentos de proteção:
• Máscara;

Fig. 2 - Material Oxidante. Fig. 3 - Material Tóxico. Fig. 4 - Material Inflamável.

Fig. 5 - Material Explosivo. Fig. 6 - Material Corrosivo ou Fig. 7 - Material Radioativo.


Irritante.
• Óculos;
• Proteção das vias respiratórias;
• Auriculares;
• Luvas;
• Bata;
• Fatos de proteção para diversas situações.

A. Equipamentos de nível básico de proteção


Os equipamentos de proteção devem ser utilizados para a prevenção de possíveis
consequências de eventos rotineiros ou acidentais. Cada laboratório, grupo de laboratórios, setor, ou
outro local onde sejam realizadas atividades de manipulação de produtos químicos, ou haja riscos
envolvendo vazamentos, estoque ou movimentação de produtos químicos, deve ter uma pessoa ou
comissão responsável pela supervisão da área de segurança. Este(a) é responsável pela escolha dos
equipamentos apropriados para os funcionários e estudantes. As diretrizes descritas a seguir podem
ajudar na seleção de equipamentos de proteção individuais.

B. Equipamentos de proteção ocular


4. Máscara com proteção lateral;
5. Óculos flexíveis, janela de ventilação aberta;
6. Óculos flexíveis, ventilação protegida;
7. Óculos rígidos de ajuste acolchoado;
8. Protetor facial plástico;
9. Óculos com proteções laterais tipo “persiana”.

C. Chuveiros e lava-olhos de emergência


São equipamentos imprescindíveis a todos os laboratórios. Devem ser instalados em locais
estratégicos para permitir o acesso fácil e rápido de qualquer ponto do laboratório. É importante
frisar que devemos procurar obter as melhores condições possíveis no laboratório, no que diz
respeito às instalações, iluminação, ventilação, uso de capelas, entre outros. Os equipamentos de
proteção individual destinam-se a proteger o analista em operações de risco.

D. Primeiros socorros no laboratório


Material sugerido para primeiros socorros:
10. Algodão, gaze (esterilizados), esparadrapo, tecido cirúrgico, tubo de borracha para laço
hemostático;
11. Um vidro de PVPI;
12. Uma tesoura pequena ponta romba;
13. Cobertor;
14. Água oxigenada 10 volumes;
15. Antídoto universal, soro fisiológico.

E. Procedimento habitual para sua segurança no laboratório


16. Use sempre óculos de segurança e bata, de preferência de algodão, longa e de mangas
compridas;
17. Não use saias, bermudas ou calçados abertos. Pessoas que tenham cabelos longos devem mantê-
los presos enquanto estiverem no laboratório;
18. Não trabalhe sozinho, principalmente fora do horário de expediente;
19. Não fume, coma ou beba nos laboratórios. Lave bem as mãos antes de deixar o recinto;
20. Ao ser designado para trabalhar num determinado horário, é imprescindível o conhecimento da
localização dos acessórios de segurança;
21. Antes de utilizar reagentes que não conheça, consulte a bibliografia adequada e informe-se
sobre como manuseá-los e descartá-los;
22. Não coloque novamente os reagentes nos frascos originais, mesmo que não tenham sido
utilizados. Evite circular com reagentes pelo laboratório;
23. Caso não tenha autorização ou treino para usar um equipamento, não o utilize;
24. Verifique a tensão de trabalho dos aparelhos antes de conectá-los à rede eléctrica. Quando não
estiver em uso, os aparelhos devem permanecer desconectados;
25. Use sempre luvas de isolamento térmico ao manipular material quente. Nunca pipete líquidos
com a boca, utilize bulbos de borracha ou trompas de vácuo.

3.3. Procedimento
26. Colocar a água gelada na vasilha.
27. Juntar o detergente e misturar até formar espuma.
28. Adicionar o gás inflamável (um pouco de cada vez).
29. Mergulhar a(s) mão(s) na solução, de modo a cobrir toda a pele.
30. Acender um fósforo ou isqueiro e pegar fogo às mãos.
31. Repetir o processo.
3.4. Resultados
No nosso caso, decidimos optar pelo butano para realizar a atividade.
Seguimos o procedimento e verificámos que, não só a reação se deu, consumindo-se todo o
butano presente na espuma em apenas segundos, como não houve queimaduras nem outros tipos de
ferimentos. Repetimos o processo mais quatro vezes e não houve diferenças.

3.5. Discussão de Resultados


À medida que realizámos e repetimos a atividade experimental, observámos que a espuma
se tornou inflamável quando lhe adicionámos butano e que a mistura de água com detergente
originou uma camada de proteção na pele, impossibilitando, deste modo, que a reação se
propagasse sem controlo, queimando as mãos.
No entanto, a chama que contribuiu para a combustão completa do butano não foi da
dimensão esperada nem desejada, pelo que, de futuro, para a aumentar, poderíamos acrescentar
maior quantidade de butano à espuma.

32. Conclusão
Pode concluir-se que se verifica, experimentalmente, a ocorrência de reação de combustão
completa do butano, tal como referido na discussão de resultados.
Quanto ao objetivo, consideramos que este foi cumprido, visto que se verificou que, quando
forçado o contacto entre uma faísca e a espuma (que continha butano), originou-se uma chama e,
consequentemente, a combustão completa do butano.

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