Você está na página 1de 55

MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO

UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ


CAMPUS PATO BRANCO
COORDENAÇÃO DE QUÍMICA BACHARELADO

QUÍMICA
ATIVIDADES EXPERIMENTAIS
ENGENHARIAS

PROFESSORA: Elídia Ferri

PATO BRANCO, 2011.


PRÁTICA 01 –TÉCNICAS BÁSICAS DE LABORATÓRIO DE QUÍMICA

1º SEGURANÇA: A química é uma ciência experimental, e o seu progresso depende dos


trabalhos experimentais normalmente desenvolvidos em laboratórios. Qualquer laboratório
de química é potencialmente perigoso, portanto, é necessário o máximo de cautela ao
trabalhar num laboratório.
Existe uma regra geral: toda substância desconhecida é potencialmente perigosa, até
que se prove o contrário. Assim, o máximo de cuidado deve ser empregado ao manusear
qualquer substância química. A toxidez das substâncias químicas varia muito, e nem todas
as substâncias, mesmo as mais usualmente empregadas, tiveram seus aspectos
toxicológicos suficientemente estudados. Portanto todo cuidado é pouco.
2º ORGANIZAÇÃO E LIMPEZA: concluída a prática, lave todo o material e limpe a
bancada.
3º PARA EVITAR CONTAMINAÇÃO DOS REAGENTES: não os devolva em seus
frascos, mesmo quando não foi usado.
4º NÃO É PERMITIDO: comer, fumar, beber, conversar alto para não prejudicar o
trabalho.
5º LEIA: Todas as experiências antes de executá-las, para evitar enganos.

“TRABALHE SEMPRE COM MÉTODO, ATENÇÃO E CALMA.”

NORMAS DE SEGURANÇA EM LABORATÓRIO

01. Não fumar, não comer e não beber dentro do laboratório.


02. Use avental apropriado.
03. Nunca deixe frascos contendo substâncias inflamáveis próximos à chama.
04. Evite contato de qualquer substância com a pele. Seja particularmente cuidadoso
quando manusear ácidos e bases concentrados.
05.Todas as experiências que envolvem a liberação de gases e/ou vapores tóxicos devem
ser realizadas na capela.

2
06. Sempre que realizar a diluição de um ácido concentrado, adicione-o lentamente, com
agitação sobre a água, e nunca o contrário.
07. Ao aquecer um tubo de ensaio contendo qualquer substância, não volte a extremidade
aberta do mesmo para si ou para uma pessoa próxima.
08. Não jogue nenhum material sólido dentro da pia ou nos ralos.
09. Sempre que possível trabalhe com óculos de proteção.
10. Não use lentes de contato.
11. Quando for testar algum produto químico pelo odor, não coloque o frasco sob o nariz.
Desloque com a mão, para sua direção, os vapores que se desprendem do frasco.
12. Ao introduzir rolhas em tubos de vidro, umedeça-os convenientemente e enrole a peça
de vidro numa toalha para proteger as mãos.
13. Dedique especial atenção a qualquer operação que necessite aquecimento prolongado
ou que desenvolva grande quantidade de energia.
14. Não utilize reagentes não rotulados.
15. Evite pipetar com a boca.
16. Solventes inflamáveis com ponto de ebulição inferior a 100 o C devem ser destilados ou
aquecidos em banho-maria e nunca no bico de Bunsen.
17. Ao se retirar do laboratório, verifique se não há torneiras de água ou de gás abertas.
Desligue todos os aparelhos, deixe todo o equipamento limpo e lave bem as mãos.
18. Não é permitido freqüentar aulas práticas com calçados abertos (sandálias,
chinelos,..), e com roupas como bermudas, as mesmas não possuem segurança.

SE OCORRER ALGUM ACIDENTE, CHAMAR O PROFESSOR


IMEDIATAMENTE.

GUIA DE LABORATÓRIO
As aulas de laboratório serão baseadas nesta apostila, que contém as instruções
básicas sobre a experiência a ser executada. No entanto, para que você possa acompanhar
as aulas será necessário que você leia as técnicas e o procedimento experimental antes de
cada experiência.

3
As experiências foram elaboradas para serem realizadas em equipe de três ou quatro
alunos. O relatório dos experimentos deverá ser entregue na aula seguinte, e deve conter os
seguintes itens: dados coletados na experiência, e as atividades propostas no final de cada
aula realizada.

O LABORATÓRIO QUÍMICO

O laboratório Químico é o lugar privilegiado para a realização de experimentos,


possuindo instalações de água, luz e gás de fácil acesso em todas as bancadas. Possui ainda
local especial para manipulação das substâncias tóxicas (a capela), que dispõe de sistema
próprio de exaustão de gases. O destilador, a balança analítica, vidrarias de todo tipo e
tamanho e reagentes com grau de pureza analítica são recursos mínimos de qualquer
laboratório.
O laboratório é um local de trabalho onde há risco de acidentes devido à existência
de substâncias tóxicas, inflamáveis e explosivas. Por isso é equipado com extintores de
incêndio, lava-olhos, chuveiro e saídas de emergência e uma farmácia de primeiros
socorros. É imprescindível que alunos, técnicos e professores conheçam e sigam as normas
de segurança de um laboratório químico.

EQUIPAMENTOS DE SEGURANÇA

Óculos de segurança:
Óculos de segurança com proteção lateral são itens indispensáveis em laboratórios
de química. Esse item de segurança vai protegê-lo de quaisquer respingos de produtos
químicos agressivos e fragmentos de vidros, eventualmente produzidos na quebra de
qualquer item de vidraria. Lentes de contato não são recomendadas porque vapores
corrosivos ou líquidos podem ficar presos entre elas e seus olhos, o que irá agravar o
problema. Normalmente os óculos são fabricados em policarbonato, nylon ou acetato, as
lentes são em cristal oftálmico, resina ou policarbonato, incolores ou coloridas e devem ser
altamente resistentes a impactos e riscos.

2 – Guarda-pó

4
O guarda-pó tem a função de protegê-lo de respingos de produtos químicos e
queimaduras com líquidos quentes e por chama direta. Para maior proteção deve ter mangas
longas, comprimento até o joelho, de preferência serem confeccionados em tecido de
algodão e possuírem sistemas de fechamento com botões de pressão na frente e nas
mangas, para eventual retirada rápida, em caso de emergência. O tecido de algodão é
escolhido por reter melhor os respingos e ser pouco inflamável em comparação com os
tecidos sintéticos (guarda-pós de tecidos sintéticos são totalmente desaconselhados). A cor
branca é a mais utilizada em laboratórios de química.

TOXICOLOGIA

Grande parte de produtos químicos são considerados tóxicos. Para uma avaliação
adequada do risco envolvido na manipulação de uma substância, devem ser conhecidas as
relações entre toxicidade, freqüência de manipulação e concentração durante a exposição.
As substâncias tóxicas podem entrar no corpo por inalação, ingestão, absorção
através da pele ou pela combinação desses caminhos. Algumas substâncias se decompõem
gerando material tóxico quando submetidos são calor, à umidade ou presença de outros
produtos químicos. As informações concernentes à toxidez ou risco potencial de toxidez
podem ser obtidas do fornecedor do produto, da literatura ou por testes laboratoriais com
cobaias. Tais informações são importantes para que se determine o tipo de EPI
(equipamento de proteção individual) contra a exposição e o tratamento médico adequado
adotado no caso de exposição.
A quantidade de produtos tóxicos estocada deve ser mantido no mínimo necessário.
Se possível, grandes quantidades de material tóxico devem ser estocadas fora dos prédios
onde circulem pessoas.
Quando a estocagem for feita, por extrema necessidade e curto intervalo de tempo, no
próprio local de trabalho, a área deve ser ventilada e o local de estoque deve ser sinalizado,
de forma que todas as pessoas que por ali circulem, sejam instruídas sobre o risco potencial
de tais materiais. Em tais locais, é proibida a ingestão de alimentos sólidos ou líquidos e
somente pessoas autorizadas devem ter acesso a tais materiais. Estas pessoas devem Ter

5
recebido treinamento no uso de EPIs adequados e devem conhecer os sintomas de uma
exposição aos tóxicos, além de poderem aplicar os primeiros socorros.
Um aviso, além do Mapa de Risco, deve ser colocado para prevenir as brigadas de
incêndio quanto ao risco e uso de proteção individual. Qualquer efeito tóxico nocivo
proveniente da exposição de um organismo vivo a uma substância estranha (xenobiótico)
pode ser considerado como manifestação de toxicidade.
Os efeitos causados pelas substâncias tóxicas podem ser locais ou sistêmicos e
considerados ao nível de organismos, sistemas, órgãos, tecidos, células organelas e
moléculas. A ação tóxica depende da quantidade de agente químico (ou produto de
biotransformação) presente no sítio de ação considerado. Em decorrência da ação tóxica o
dano pode ser reversível ou irreversível.
A maioria dos casos de câncer humano é de origem química. A ação carcinogênica de
várias substâncias químicas foi identificada a partir da observação de várias incidências de
neoplasias em indivíduos a ela expostos ocupacionalmente. O número de compostos
químicos com ação carcinogênica para animais de experimentação e para o homem está ao
redor de 1000. Vários compostos orgânicos e inorgânicos nos estados sólido, líquido e
gasoso podem apresentar ação carcinogênica. A introdução destas substâncias no
organismo humano pode se dar através das vias pulmonar, dérmica e oral.

Substâncias Reconhecidamente Substâncias Provavelmente


Carcinogênicas para o homem Carcinogênicas para o homem
 Arsênico em pó  Pentóxido de arsênico  Acrilonitrila  Cádmio em pó
 Tricloreto de  Trióxido de arsênico  Cloreto de  Sulfato de
arsênico  Benzeno cádmio cádmio
 Asbestos  Crômio em pó  Tetracloreto de  Clorofórmio
(amianto)  Arseniato de chumbo carbono  Níquel em pó
 Benzidina  Arsenito de sódio  Óxido de etileno  o-Toluidina
 Óxido de crômio
(IV)
 Arseniato de sódio

6
Fatores que ainda devem ser considerados são a mutagênese química e a
teretogênese, associadas ao uso de substâncias químicas. A mutagênese química é a
capacidade que uma substância possui de induzir mutações, isto é, promover alterações no
patrimônio genético do indivíduo. A teratogênese é o aparecimento de um efeito
degenerativo sobre um sistema em desenvolvimento.

PREVENÇÃO E COMBATE A INCÊNDIOS

Para que exista o fogo, é necessária a condição favorável, juntamente com os três
elementos citados ao lado, que são o comburente (ou oxigênio), o combustível e o calor (ou
energia de ativação que permite que os primeiros dois elementos entrem em ação). Isto é a
chama de um fósforo, faíscas, incidência dos raios solares sobre objetos que os refletem,
tais como vidros, latas e outros. Ou por autocombustão (em temperaturas > 290ºC).
O lançamento de água baixa a temperatura dos materiais que estão a arder e impede
a combustão ou que ardam. Quando com se lança um cobertor ou areia sobre um foco de
incêndio impede-se que o oxigênio se misture com o material que está a arder e elimina-se
o foco de incêndio. A informação sobre estes princípios é importante em todas as situações
e formas de prevenção e de ataque aos incêndios.

Figura 1. O triângulo do fogo

Os ensinamentos sobre métodos de combate a incêndios mencionam quatro classes de


incêndio, identificando do mesmo modo também os extintores.

7
 CLASSE A: enquadram-se os incêndios em materiais que ao se queimarem deixam
resíduos, como papel, algodão, madeira e outros. Para essa classe de incêndios é
necessário o uso de um extintor que tenha poder de penetração e que elimine ou reduza o
calor existente. Os extintores recomendados para este tipo de incêndio são o de carga
líquida e água com CO2.

 CLASSE B: são classificados os materiais que ao se queimarem não deixam resíduos,


como acontece com os líquidos inflamáveis em geral, tintas, óleos e graxas. A técnica na
extinção deste tipo de incêndio requer o uso de um extintor que possa agir por
abafamento, ou melhor, que elimine o oxigênio. Os extintores indicados são os de
espuma, gás carbônico (CO2) e pó seco (químico).

 CLASSE C: envolve os incêndios em equipamentos elétricos ligados e que exigem um


tipo de extintor que não seja condutor de eletricidade, sendo recomendado os extintores
de gás carbônico e pó seco.

 CLASSE D: incêndios em metais pirofóricos (capazes de incandescer espontaneamente


em contato como o ar) e que exigem agentes especiais para a extinção. Esses agentes
extintores têm a propriedade de se fundirem em contato com o metal combustível,
formando uma capa que o isola do ar, interrompendo a combustão.

COMO USAR OS EXTINTORES

 Água e gás: retire a trava de segurança, aperte a alavanca e dirija o jato para a base do
fogo.
A água é o agente extintor de maior emprego; apaga o fogo por resfriamento.
OBS.: Não usar em incêndios das classes “B” e “C”.

 Espuma: inverta o aparelho e o jato dispara automaticamente, só parando quando


esgotada a carga.

8
A espuma apaga principalmente por abafamento. Existem dois tipos de espuma: a
química, na qual a formação de espuma é obtida pela reação de substâncias químicas
(NaHCO3 + Al2(SO4)3 e a mecânica (mistura de água e ar). A espuma nunca deve ser
utilizada em corrente elétrica.
OBS.: Não usar em incêndios da classe “C”.

 Gás carbônico: retire o pino de segurança quebrando o lacre. Acione a válvula


dirigindo o jato para a base do fogo.
O dióxido de carbono (CO2) age formando uma camada gasosa em torno da substância
incendiada reduzindo, desta maneira a quantidade de oxigênio que a envolve; assim, é
considerado excelente extintor de incêndios incipientes e não ventilados. Para uso em
laboratório, o extintor de dióxido de carbono apresenta uma série de vantagens, pois é de
fácil manejo, tem boa eficiência no combate a princípios de incêndio, especialmente nos do
tipo que envolve eletricidade, e não danifica os equipamentos. Além disso, o dióxido de
carbono não se congela a temperatura ambiente, não deixa resíduo, além de ser facilmente
removido pela simples ventilação do compartimento.
OBS.: Pode ser utilizado em qualquer classe de fogo.

 Pó químico: abra a ampola de gás e aperte o gatilho dirigindo a nuvem de pó para a


base do fogo.
O extintor tipo pó-químico age principalmente por abafamento. São constituídos
essencialmente por bicarbonato de sódio ou potássio, associados a outras substâncias
extintoras. Em contato com as chamas o pó se decompõe, formando dióxido de carbono
(CO2), extinguindo-as com grande eficiência.
OBS.: Pode ser utilizado em qualquer classe de incêndio.

PRÁTICA 02 – RECONHECIMENTO DE ALGUNS MATERIAIS USADOS EM


LABORATÓRIO

A execução de qualquer experimento na Química envolve geralmente a utilização de


uma variedade de equipamentos de laboratório, a maioria muito simples, porém, com

9
finalidades específicas. O emprego de um dado equipamento ou material depende dos
objetivos e das condições em que a experiência será executada. Contudo, na maioria dos
casos, a seguinte correlação pode ser feita:

A. Aparelhagem de Vidro: tubo de ensaio, béquer, erlenmeyer, balão volumétrico,


provetas,buretas, pipeta, funil, vidro relógio, bastão de vidro.

B. Aparelhagem Metálica: suporte de ferro, mufla, garras, pinça metálica, Tela de amianto,
tripé, bico de gás, argola.

C. Aparelhagens Diversas: espátulas, frasco lavador ou pisseti, pinça de madeira, forno,


cadinho.

1. Tubo de ensaio: 11. Frasco de Reagentes:


Usado em reações químicas, principalmente Usado para o armazenamento de soluções.
testes de reação. 12. Bico de Bunsen:
2. Copo de Becker: Usado em aquecimentos de laboratório.
Usado para aquecimento de líquidos, reações 13. Tripé de Ferro:
de precipitação etc. Usado para sustentar a tela de amianto.
3. Erlenmeyer: 14. Tela de Amianto:
Usado para titulações e aquecimento de Usado para distribuir uniformemente o calor em
líquidos. aquecimentos de laboratório.
4. Balão de Fundo Chato: Usado para 15. Cadinho de Porcelana:
aquecimentos e armazenamento de líquidos. Usado para aquecimentos à seco (calcinações) no
5. Balão de Fundo Redondo: bico de Bunsen e Mufla.
Usado para aquecimento de líquido e reações 16. Triângulo de Porcelana:
com desprendimento de gases. Usado para sustentar cadinhos de porcelana em
6. Balão de Destilação: aquecimento diretos no bico de Bunsen.
Usado destilações. Possui saída lateral para a 17. Estante para Tubos de Ensaio:
condensação dos vapores. Suporte de tubos de ensaio.
7. Proveta ou Cilindro Graduado: 18-19. Funil de Decantação:
Usado para medidas aproximadas de volumes Usados para separação de líquidos imiscíveis.
de Líquidos. 20. Pinça de Madeira:

10
8. Pipeta volumétrica: Usada para segurar tubos de ensaio durante
Para medir volumes fixos de líquidos. aquecimentos diretos no bico de Bunsen.
9. Pipeta Cilíndrica:
Usada para medir volumes variáveis de
líquidos.
10. Funil de vidro:
Usado em transferências de líquidos e em
filtrações de laboratório. O funil com colo
longo e estrias é chamado de funil analítico.

11
12
21. Almofariz e Pistilo: 31. Pissete:
Usados para triturar e pulverizar sólidos. Usada para os mesmos fins do frasco lavador.
22. Cuba de Vidro: 32. Balão Volumétrico:
Usada para banhos de gelo e fins diversos. Usado para preparar e diluir soluções.
23. Vidro de Relógio: 33. Picnômetro:
Usado para cobrir Beckers em Usado para determinar a densidade de líquidos.
evaporações, pesagens e fins diversos. 34. Suporte Universal:
24. Cápsula de Porcelana: 35. Anel para Funil:
Usada para evaporar líquidos em soluções. 36. Mufla:
25. Placa de Petri: 37. Garra Metálica:
Usada para fins diversos. Usados em filtrações, sustentação de peças, tais
26. Dessecador: como condensador, funil de decantação e
Usado para resfriar substâncias em outros fins.
ausência de umidade. 38. Kitassato e Funil de Buchner:
27. Pesa-Filtros: Usados em conjunto para filtrações a vácuo.
Usado para pesagem de sólidos 40. Trompa de Vácuo:
28. Lima Triangular: Usada em conjunto com o kitassato ao funil de
Usada para cortes de vidros. Buchner.
29. Bureta:
Usada para medidas precisas de líquidos.
Usada em analises volumétricas.
30. Frasco Lavador:
Usado para lavagens, remoção de
precipitados e outros fins.

13
41. Termômetro: 55-56. Espátulas:
Usado para medidas de temperaturas. Usadas para transferência de substâncias sólidas.
42. Vara de Vidro: 57. Estufa:
Usada para montagens de aparelhos, Usada para secagem de materiais (até 200ºC).
interligações e outros fins. 58. Mufla:
43. Bagueta ou Bastão de Vidro: Usada para calcinações (até 1500ºC).
Usada para agitar soluções, transporte de
14
Iíquidos na filtração e outros fins.
44. Furador de Rolhas:
Usado para furagem de rolhas.
45. Kipp:
Usado para a produção de gases, tais:
como H2, S, CO, etc.
46. Tubo em U:
Usado, geralmente, em eletrólise.
47. Pinça metálica Casteloy:
Usada para transporte de cadinhos e outros
fins.
48. Escovas de Limpeza:
Usada para limpeza de tubos de ensaio e
outros materiais.
49 - 50. Pinça de Mohr e Pinça de
Hoffman:
Usadas para impedir ou diminuir fluxos
gasosos.
51. Garra para Condensador:
Usada para sustentar condensadores na
destilação.
52-53-54. Condensadores:
Usados para condensar os gases ou
vapores nas destilações.
MEDIDA DO VOLUME DE LÍQUIDOS

Escolha do recipiente em função da precisão necessária. Qual é a provável ordem de


precisão dos seguintes materiais: béquer, proveta, balão volumétrico, erlenmeyer, pipeta
volumétrica, pipeta graduada e bureta?

15
Além da escolha deve ser observada a limpeza do material, deve ser feita a aferição
se necessária, o acerto correto do menisco e o escoamento para transferência do líquido
deve ser feito lentamente, com a ponta encostada no frasco. A pipeta não deve ser soprada.
De um modo geral, para medidas aproximadas de volumes líquidos, usam-se
provetas. Enquanto que para medidas precisas usam-se pipetas, buretas e balões
volumétricos, que constituem o chamado material volumétrico. Aparelhos volumétricos são
calibrados pelo fabricante e a temperatura padrão de calibração é 20ºC.
Leitura: em materiais de vidro usados para medir volume em análise, o líquido a ser
medido forma uma curvatura (meia-lua), chamado menisco. A leitura correta deve ser feita
sempre na parte inferior do menisco, além disso, deve-se ficar com o olho alinhado (na
mesma altura) com este ponto em que o menisco tangencia a medida desejada, conforme
mostrado na figura 2.1.

Figura 2 – (a) O traço de aferição tangencia o menisco. (b) leitura correta do volume de
líquidos.

16
PRÁTICA 03 – TÉCNICA DE PESAGEM

A Prática 03 consiste no conhecimento dos materiais utilizados no LABORATÓRIO DE


QUÍMICA e na técnica de pesagem.

OBJETIVOS
 Dominar a técnica de pesagem.
 Utilizar algarismos significativos.
 Distinguir o significado de precisão e exatidão.

INTRODUÇÃO

As balanças são instrumentos para medir massas. A massa de um corpo é


determinada por comparação com massas conhecidas de uma balança.
As etapas envolvidas na utilização de uma balança são: acerto do nível, do zero,
pesagem em sim e leitura da massa.
A balança analítica de prato único possui escala em visor iluminado. Esta balança
tem contrapesos que contra-balanceiam as massas conhecidas até que o equilíbrio seja
estabelecido. Logo, o valor da massa desconhecido é igual ao total das massas removidas.
O manuseio da balança requer certos cuidados, pois são instrumentos delicados e
caros. Para permanecerem em bom estado e condições de uso recomenda-se os seguintes
cuidados gerais:
 Manter a balança limpa.
 Não colocar os reagentes diretamente sobre o prato da balança.
 Os objetos a serem pesados devem estar limpos, secos e na temperatura ambiente.
 A balança quando não estiver sendo usada deve ser conservada travada.
 Quando da retirada e colocação dos objetos a serem pesados nas balanças elas
devem estar travadas.
 Os objetos devem ser colocados e retirados com a pinça e não com a mão.
 O operador ou outra pessoa qualquer não deve se apoiar sobre a mesa.

17
TÉCNICA DE PESAGEM COM PRECISÃO

A exatidão ou fidelidade de um resultado implica que os valores experimentais e


verdadeiros sejam bem próximos.
A precisão pode ser melhorada aumentando-se o número de determinações de uma
medida e trabalhando-se com o valor médio das mesmas.
Ao se efetuar as pesagens é importante especificar o erro correspondente. Por
exemplo, ao se proceder três pesagens de um mesmo corpo, cujos resultados sejam:
1,234 (+/--0,001)
1,233 (+/--0,001)
1,233 (+/--0,001)
Esta seria a maneira correta de se expressar a massa de um corpo. A sua média seria
1,233 (+/--0,001).
Exatidão refere-se ao quão próximo uma medida concorda com o valor verdadeiro.
Precisão refere-se ao quão próximo diversos valores estão entre si. O ideal, é que as
medidas sejam exatas e precisas.

PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL

 Acerto do nível e do zero da balança. Não mais a retire do lugar para não ocorrer
desequilíbrio do nível.
 Destravar a balança.
 Pesar a amostra e anotar o resultado.
 Terminando a pesagem zerar e travar novamente a balança.

RELATÓRIO

1. Colocar os resultados obtidos em uma tabela indicando a média aritmética das


medidas.
2. Considerando os resultados obtidos o que se pode concluir?

18
3. Dentre as vidrarias de laboratório conhecidos nessa prática, quais são os que
possuem exatidão e os que possuem precisão?
4. Qual é a diferença entre uma pipeta graduada e uma pipeta volumétrica?
5. No preparo de uma solução de ácido sulfúrico (H 2SO4), é correto colocarmos água
sobre o ácido. Justifique.

PRÁTICA 04
INSTRUÇÕES DE NORMAS DE SEGURANÇA PARA AQUECIMENTO.

Deve-se aprender a manusear o bico de Bunsen: este consta de uma base de metal
que contém o orifício que injeta o gás no tubo e a rosca que a liga ao tubo. Nesse tubo
consta uma janela para entrada de ar que regula a quantidade de ar que vai reagir com o gás
na hora da queima.
Quando as janelas estão fechadas, o gás somente se mistura com o ar após sair pela
boca do tubo e devido ao pouco oxigênio misturado com o gás, ocasiona uma combustão
incompleta, desprendendo fuligem, além da chama ser grande e amarela. Essa chama inicial
é “fria” e não é eficiente no aquecimento de materiais. Quando as janelas estão abertas, o
gás se mistura com o ar dentro do tubo, a quantidade de ar é, então, suficiente para que se
processe uma combustão completa, com chama azul e “quente”.

Para acender o bico de Bunsen siga os passos adiante:

 Feche as janelas do bico de Bunsen.


 Acenda o fósforo sobre o bico, abra a torneira de gás e após, regule lentamente a
quantidade de gás na válvula do bico.
 Abra vagarosamente as janelas, até que a chama torne-se azul, o que indica uma
combustão completa.
Outra questão a ser verificada é sobre as regiões oxidantes e redutoras da chama,
conforme indicado na figura 3.

19
Zona oxidante: região azul-violeta pálida, quase imperceptível, onde os gases sofrem
combustão completa.
Zona redutora: região luminosa, onde os gases sofrem combustão incompleta.
Zona neutra: zona onde os gases não sofreram ainda combustão.

Figura 3 – (a) Esquema do bico de bunsen. (b) Detalhamento das principais regiões de uma chama em um bico de bunsen.

Ao aquecer tubos de ensaio diretamente na chama utilizar prendedor de madeira.


Se utilizar líquidos o volume máximo deve ser de 1/3 do tubo de ensaio. Não volte à
extremidade aberta do mesmo para si ou para uma pessoa próxima (fig. 4.a).

Por outro lado, para aquecer em copos de béquer, utiliza-se tela de amianto sobre
um tripé de ferro (fig. 4.b), ou utiliza-se suporte de ferro com argola fixa no mesmo. Estes
aparelhos são utilizados também para aquecimentos de balões de erlenmeyer, ou outros
balões de medidas não exatas.

OBJETIVOS
 Identificar o tipo de cátions presente na substância, através da coloração da chama.
 Interpretar corretamente os Postulados de Niels Bohr

20
Figura 4. – (a) Cuidados no uso de aquecimento com tubos de ensaio. (b) aquecimento em
copos de béquer, utilizando tela de amianto sobre um tripé de ferro.

INTRODUÇÃO
As substâncias, quando ativadas por uma fonte de energia, emitem radiações em
comprimentos de onda característico dos elementos que as compõe. Cada comprimento de
onda corresponde a uma coloração do espectro, que pode ser facilmente observada.

Postulados de Bohr
Quando um átomo absorve energia, elétrons saltam de uma camada interna para
outra mais externa.
Quando um átomo libera energia, elétrons saltam de um nível mais externo para
outro mais interno.

Aparelhagem: Reagentes:
 Fio de platina ou níquel – cromo ou bastão de vidro HCl(conc)
já utilizado que esteja em pedaços médios. Amostra no 1
 Vidros de relógio pequenos; Amostra no 2
 Caixa de fósforo; Amostra no 3
 Vidro de cobalto. Amostra no 4

21
PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL

Previamente, neste ensaio, deve-se limpar bem o fio de platina ou níquel – cromo,
ou bastão de vidro com ácido clorídrico. Para isto, molha-se a extremidade do fio no HCl
concentrado, contido em um vidro de relógio e, então, aquecer na zona mais quente da
chama do bico de bunsen (b). O fio está limpo quando não transmite cor à chama.
A análise da amostra é desenvolvida, mergulhando-se o fio de platina no HCl e,
após em uma porção da substância a ser analisada, de modo que um pouco desta substância
adira ao fio. Levar na zona oxidante inferior da chama (c), conforme instrução da atividade
experimental no.02. Um esquema deste teste é mostrado na figura 5.

Figura 5 - Etapas no ensaio de chama.

Então, se observa a cor transmitida à chama que pode ser comparada a um padrão,
mostrado na tabela. A chama de sódio mascara a de outros elementos como, por exemplo, a
do potássio.
Tabela 1 – Cor característica dos cátions no teste de coloração da chama
Cátion Coloração da chama Cátion – vidro de cobalto
Sódio Amarelo-dourada persistente nada
Potássio Violeta (lilás) carmesin
Lítio Vermelho – carmim
Cálcio Vermelho – tijolo Verde – clara
Estrôncio Vermelha amarelada (carmesim) Púrpura
Bário Verde amarelada Verde azulada
Cobre Verde azulada
Chumbo, arsênio, antimônio Verde
Bismuto Azul – pálido

22
As misturas podem ser mais bem observadas através de duas espessuras de vidro
de cobalto, nas quais a cor amarela, devida ao sódio é mascarada ou absorvida.

RELATÓRIO
Nos resultados e discussão deve ser entregue uma tabela com o número da
amostra, nome possível da substância, coloração da chama e o cátion.
Quando não encontrado a coloração característica para o sal, devem-se explicar
os problemas encontrados, como contaminação de sais, etc.

PRÁTICA 05 – CONDUTIBILIDADE ELÉTRICA

OBJETIVOS
 Descrever o comportamento de vários sólidos em relação à fusão.
 Reconhecer um composto iônico, um composto molecular e um composto metálico.
 Estabelecer a diferença entre composto iônico e composto molecular.
 Reconhecer eletrólitos fortes, fracos e dielétricos ou isolantes.

Características
 Características de compostos Iônicos
- São sólidos em condições ambientes
- São duros e quebradiços
- Possuem alto Ponto de Fusão e Ponto de Ebulição
- Conduzem corrente elétrica quando fundidos ou em solução aquosa
- Formam retículos cristalinos.

 Características dos compostos moleculares


- são sólidos, líquidos e gasosos
- baixos pontos de fusão e ebulição
- a maioria não conduz eletricidade

23
 Características dos compostos metálicos
- sólidos com brilho característico
- duros
- maleáveis
- dúcteis
- ótimos condutores de calor e eletricidade.
- resistentes a tração

 Eletrólitos fortes e fracos:


Um eletrólito é toda substância que, ao dissolver-se em água, fornece íons à solução.
Como conseqüência à solução torna-se condutora de eletricidade quando dois eletrodos
conectados aos pólos de uma bateria são mergulhados na solução.
Os não-eletrólitos, por sua vez, são as substâncias que não liberam íons em solução
- as partículas de soluto dispersas são neutras (sem carga elétrica). Estas soluções não
conduzem eletricidade.
Há duas categorias de eletrólitos: os eletrólitos fortes (como a maioria dos sais e os
ácidos e bases fortes), e os eletrólitos fracos, como os ácidos e bases fracas. Os eletrólitos
fortes sofrem dissociação completa em solução, enquanto que nos eletrólitos fracos
somente uma parte das moléculas se dissocia. Um exemplo de eletrólito fraco é o ácido
fluorídrico cuja solubilização em água pode ser representada pela equação abaixo:
HF (aq) + H2O (l)  H3O+ (aq) + F- (aq)
Como a ligação H-F é relativamente forte, apenas uma pequena parte das moléculas
de fluoreto de hidrogênio dissolvidas dissociam-se em íons hidroxônio e fluoreto
hidratados. Em soluções de HF 1,0 mol/L, por exemplo, em média 97% das moléculas
dissolvidas permanecem na forma molecular, e apenas 3% dão origem aos íons hidratados.
Por causa deste tipo de comportamento, que caracteriza os eletrólitos fracos, as soluções
destes eletrólitos apresentam condutividade elétrica relativamente baixa.

24
PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL

Materiais Reagentes
 Aparelho para teste de condutividade  Água deionizada;
elétrica, com lâmpada de 220 V e 25 W  Cristais grandes de NaCl ou sal grosso;
ou menos;  Sacarose sólida ou açúcar cristal comum;
 Metais para teste de condutividade  Solução de sulfato de zinco 0,1 mol/L;
elétrica (ferro, zinco, alumínio, cobre,  Ácido acético mol/L;
magnésio.);  Placa de cobre
 Conta gotas;  Madeira ou vidro.
 2 copos de béquer de plástico de 25 mL;
 Placa de Petri.
 Proveta de 10mL.

a) Para realizar esta atividade utiliza-se um aparelho para teste


de condutividade elétrica, semelhante ao mostrado na figura.
Como medida de segurança, previne-se para não encostar
com os pólos do aparelho naquilo que possa constituir em fio
terra: as torneiras e os encanamentos d’água e eventualmente
Fig. 5.1 – aparelho para teste de
as armações de metal das janelas. E jamais tocar nos bocais condutividade elétrica.

metálicos das lâmpadas e dos suportes.

OBS 1: Todos os béqueres para o teste devem ter o mesmo diâmetro. O padrão de teste (distância
entre os terminais) deve ser sempre o mesmo. Porém, se a lâmpada não acender,
aproxime gradualmente os terminais, sem encostá-los. Observe se há a lâmpada fica
incandescente e/ou se há desprendimento de gás nos eletrodos. O padrão de brilho
pode ser aquele da lâmpada, com o contato dos próprios fios de cobre, ou seja: dos
terminais em contato.
a) Coloque água deionizada cobrindo apenas o fundo do recipiente (cerca de 0,5 cm de
altura). Aproxime e faça o teste conforme instruído acima. Anote os resultados fazendo
uma tabela. Também faça o mesmo teste com a água da torneira.

OBS 2: Nos dois primeiros testes “a” e “b” já é possível observar uma diferença! A água
deionizada (sem íons estranhos) com certeza não conduz eletricidade suficiente para
acender uma lâmpada de 25 watts (vai ser visto adiante que a própria água forma pequena
quantidade de íons, mas não o suficiente para confirmar este teste). A água da torneira
geralmente contém íons ou cargas elétricas (+) e (-) suficientes para acender (fracamente)

25
a lâmpada de 25 W, ou ao menos formar gás nos eletrodos. Pode-se testar com uma
lâmpada de potência menor, tal como 15 W.

b) Colocar uma espátula de NaCl(s), em um béquer e meça a conditibilidade. Após coloque


o mesmo em água destilada (aproximadamente 100 ml), e teste a condutividade. Realize
o mesmo procedimento com o açúcar.

c)Em um béquer de 100 ml colocar aproximadamente 25 ml de ácido acético 0,1 mol/L


e teste a condutibilidade. Faça o mesmo para as soluções de ácido clorídrico, hidróxido
de sódio e cloreto de magnésio.

d) Testar a condutibilidade de uma placa de cobre e em seguida com um pedaço de


madeira ou vidro.

RELATÓRIO:

1 – Quais substâncias conduzem eletricidade, mesmo no estado sólido? E se estivessem no


estado líquido (fundidas) conduziriam eletricidade?
2 – Quais substâncias não conduzem eletricidade, mesmo no estado sólido? E se estivessem
no estado líquido (fundidas) conduziriam eletricidade?
3 – Porque a água deionizada não conduz corrente elétrica?
4 – Porque algumas soluções (cloretos, hidróxidos, etc.), passam a conduzir corrente
elétrica, se antes da formação da solução as substâncias não eram condutoras?
5 – O que são eletrólitos? O que são não-eletrólitos? O que significa eletrólitos fortes e
eletrólitos fracos?
6- Baseado nas experiências realizadas, complete o quadro abaixo com todos os componentes
testados.

26
Tabela 2 – Resultados do experimento de Condutibilidade elétrica.
Compostos Estado Condutibilidade elétrica Presença Tipo de
físico de íons composto
Quais?
Estado Solução Líquido
sólido aquosa
Sal de
cozinha
Hidróxido
de sódio
Açúcar

Ácido
Acético
Ácido
Clorídrico
Cloreto de
Magnésio
Sulfato de
zinco

PRÁTICA 06 – POLARIDADE

PRÁTICA 6.1 - EXPLORANDO A QUÍMICA NA DETERMINAÇÃO DO TEOR DE


ÁLCOOL NA GASOLINA

FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

A utilização do petróleo como fonte de energia foi essencial para garantir o


desenvolvimento industrial verificado durante o século XX. Através da sua destilação
fracionada, pode-se obter vários produtos derivados de grande importância econômica, tais
como o gás natural, o querosene, o diesel, os óleos lubrificantes, a parafina e o asfalto. Mas
a fração do petróleo que apresenta maior valor comercial é a gasolina, tipicamente uma
mistura de hidrocarbonetos saturados que contém de 5 a 8 átomos de carbono por molécula
(Morrison e Boyd, 1996; Solomons, 1996).
Sempre que ocorre instabilidade no preço do petróleo, com sucessivos aumentos do
preço de seus derivados, a gasolina ganha ainda mais evidência na mídia. A qualidade da

27
gasolina comercializada no Brasil tem sido constante objeto de questionamento; assim, a
determinação da sua composição é importante, devido a algumas formas de adulteração
com solventes orgânicos que prejudicam os motores dos automóveis.
Um componente presente exclusivamente na gasolina brasileira que merece
destaque especial é o etanol. Seu principal papel é atuar como antidetonante (Feltre, 2000;
Peruzzo e Canto,1999), em substituição ao chumbo tetraetila, que está sendo banido devido
à sua elevada toxicidade. A quantidade de etanol presente na gasolina deve respeitar os
limites estabelecidos pela Agência Nacional do Petróleo- ANP (teor entre 22% e 26% em
volume).
A falta ou excesso de álcool em relação aos limites estabelecidos pela ANP
compromete a qualidade do produto que chega aos consumidores brasileiros. Assim, avaliar
a composição da gasolina, verificando se o teor de álcool está adequado, é uma atitude
muito importante. A determinação do teor de etanol na gasolina através da extração com
água é conhecida e utilizada como experimento em escolas do Ensino Médio, com o
objetivo de aplicar ou ilustrar conceitos relacionados com medidas quantitativas, como o
teor expresso em porcentagem A interpretação dos fenômenos que ocorrem durante o
experimento, considerando a estrutura das moléculas envolvidas, também pode ser
explorada para permitir ao aluno estabelecer relações entre as propriedades físicas, como,
solubilidade e densidade, e a sua utilização no processo de identificação e quantificação de
substâncias químicas dos materiais.

OBS: Prática retirada da Revista Nova na Escola.

PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL
A) O experimento é dividido em duas partes:
1) Identificação das fases no sistema água-etanol-gasolina.
2) Quantificação do etanol na gasolina através de uma análise absoluta.

Parte 1: Identificação das Fases no Sistema Água-Etanol-Gasolina

28
Essa identificação pode ser realizada visualmente por meio da interface no sistema
heterogêneo água-gasolina, já que a gasolina comercial possui uma coloração.
Execute os testes 1, 2 e 3 na seqüência indicada na Tabela 3, utilizando 3 mL das
substâncias líquidas e uma pequena quantidade (uma pontinha de espátula) dos sólidos.
Tabela 3 - Identificação das Fases no Sistema Água-Etanol-Gasolina
Teste Tubo 1 Tubo 2 Tubo 3
1 Água Água + iodo Água + KMnO4
2 Gasolina Gasolina + iodo Gasolina+ KMnO4
3 Água + gasolina Água + gasolina + iodo Água + gasolina + KMnO4

OBS: Os testes foram realizados para verificar a solubilidade da gasolina e do etanol na água,
utilizando permanganato de potássio, KMnO 4 (composto iônico) e iodo, I2 (substância covalente
apolar), como indicadores de polaridade.
Os tipos de ligações químicas dessas substâncias podem ser explorados para realizar a
identificação das fases: aquosa (polar) e orgânica (apolar).

Parte 2: Quantificação do Etanol na Gasolina Através de uma Análise Absoluta

Adicione cerca de 20 mL de gasolina à proveta; registre o volume final obtido. Em


seguida, adicione cerca de 20 mL de água; registre o volume final obtido. Agite a mistura
heterogênea formada com bastão de vidro durante 1 minuto. Após a nítida separação entre
as fases, registre o volume da fase aquosa.
O volume da fase aquosa, inicialmente cerca de 20 mL, sofre um aumento após a
mistura com a fase orgânica. A porcentagem de etanol presente na gasolina pode ser
calculada a partir desse aumento do volume da fase aquosa.

RELATÓRIO: Determine o teor de álcool na gasolina e observe se a amostra de gasolina


recebida está dentro da ANP.

29
PRÁTICA 6.2 - POLARIDADE E SOLUBILIDADE

FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Uma molécula é polar ou polarizada, quando apresenta uma região com maior carga
positiva e outra com maior carga negativa, estando essas regiões da molécula separadas por
uma certa distância. Uma molécula que não apresenta essas regiões é considerada apolar. A
solubilidade está associada a polaridades das substâncias.

Objetivo
Identificar substâncias polares e apolares usando solvente polar e apolar.

Materiais
Tubos de ensaio, Conta-gotas ,Espátula Água , Naftalina, Cloreto de sódio, Óleo de
cozinha ou graxa, hexano, iodo.

PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL
1. Etiquetar 10 tubos de ensaio; cinco rotulados com água e cinco com rótulo de benzeno.
2. Colocar 2 mL de água nos cinco tubos correspondentes e 5 mL de benzeno nos demais.
3. Adicionar uma ponta da espátula de cloreto de sódio (sal de cozinha) em um tubo
contendo água e igual porção no tubo contendo benzeno.
4. Agitar, observar e anotar na tabela.
5. Repetir os procedimentos 3 e 4 usando as demais substâncias. Se a substância a ser
testada for líquida, use vinte gotas. Completar a tabela.
Água Hexano
Cloreto de potássio
Sólido
Óleo ou graxa
Naftalina

6) Misturar 1 mL de água, 1 mL de hexano e um cristal de iodo. Agitar e observar

30
Questões para discussão no relatório
1. O que é um composto polar? E apolar? Explique/diferencie.
2. Que substâncias podem se dissolvidas em solventes polares? Por que?
3. Que substâncias podem ser dissolvidas em solventes apolares?
4. Quantas fases apresentam o sistema iodo, benzeno e água? Explique.

PRÁTICA 07 – REAÇÕES QUÍMICAS


.
FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Uma reação química é o processo de mudança química, a conversão de uma ou


mais substâncias em outras substâncias. Os materiais iniciais são chamados de reagentes.
As substâncias formadas são chamadas de produtos. Os frascos de produtos químicos
mantidos no laboratório são também chamados de reagentes.
A equação química é a representação de uma reação química, onde aparecem os
reagentes (substâncias que reagem) no primeiro membro e os produtos (substâncias
formadas) no segundo membro.

Reagentes Produtos

TIPOS DE REAÇÕES:
1) Reação de Síntese ou Adição A + B → AB
São reações químicas em que duas ou mais substâncias reagem para formar uma
única substância. Reação de Síntese pode ser:
- Total: quando todos os reagentes são substâncias simples.
- Parcial: quando houver uma ou mais substâncias compostas. Ex: CaO + H 2O 
Ca(OH)2
2)Reação de Análise ou Decomposição
São reações químicas que apresentam um único reagente formando duas ou mais
substâncias. AB A + B

- Três tipos: Pirólise, Eletrólise, Fotólise.

31
Ex: 2 AgBr  2 Ag + Br2
3) Reação de Deslocamento ou Simples Troca:
São reações químicas em que uma substância simples reage com uma substância
composta deslocando um de seus elementos, originando outra substância simples e
composta.
A + BC AC + B

Existem dois subtipos diferentes de reações de simples troca:


O critério para se saber se uma determinada reação de simples troca irá ocorrer é
dado em função da reatividade. Em última instância a reatividade, que é a medida da
propensão para a ocorrência de uma reação, depende da variação de Energia de uma reação.
Para metais:
M0 + A+B-  M+B- + A0 , em que o metal M0 deve ser mais reativo que o metal A+
 Para o deslocamento do cátion:
Li Cs Rb K Ba Sr Ca Na Mg Al Mn Be Zn Cr Fe Cd Co Ni Sn Pb H Sb Bi As Cu
Hg Ag Pd Pt Au
Ex: Ag + HCl  não ocorre, pois o metal Ag é menos reativo que o H
Para não-metais:
N0 + A+B-  A+N- + B- , em que o não-metal N0, deve ser mais reativo que o
não-metal B-
 Para o deslocamento do ânion:
F O Cl Br I S C P H
Ex: Br2 + KCl  não ocorre
Nessas duas listas, os elementos que estão mais à esquerda (mais reativos) deslocam os
elementos mais à direita (menos reativos).
4) Reação de Dupla-Troca
São reações que ocorrem entre duas substâncias compostos, através da troca mútua
entre cátions e ânions, formando duas novas substâncias compostas.
Reações Iônicas – são reações de dupla troca ou metátese, a maioria das reações químicas
envolve reações entre íons em solução.
Esquematizando : A+B- + C+D-  A+D- + C+B-
4.1) Reações de Precipitação

32
Uma reação de precipitação produz um produto insolúvel, um precipitado. Uma
reação de precipitação ocorre quando duas soluções de eletrólitos fortes são misturadas e
reagem para formar um sólido insolúvel.
AgNO3(aq) + NaCl(aq)  AgCl(s) + NaNO3(aq)
4.2) Reações de Ácidos e Bases
As reações entre ácidos fortes e bases fortes são denominadas Reações de
Neutralização porque, na conclusão da reação, a solução é neutra.
HNO3(aq) + NaOHaq) → H2O(l) + NaNO3(aq)
4.3) Reações que Formam Gases
Freqüentemente resulta da reação de um ácido ou base com um sal, e o gás
geralmente será constituído de dois não metais.
HCl(aq) + Na2CO3(aq) → 2 NaCl(aq) + H2O(lj) + CO2(g)↑
Carbonato ou bicarbonato metálico + ácido → sal do metal + H2O(l) + CO2(g)↑
Sulfeto metálico +ácido → sal do metal + H2S(g)↑
Sulfito metálico +ácido → sal do metal + SO2(g)↑+ H2O(lj)
Sal de amônio +base forte → sal do metal + H2O(l) + NH3(g)↑
4.4) Reações de Oxirredução.
Numa reação de oxirredução sempre há perda e ganho simultâneos de elétrons, pois
os que são perdidos por um átomo, íon ou molécula são imediatamente recebidos por
outros.
Há também: - Reações Exotérmicas são aquelas onde há liberação de calor. -
Reações Endotérmicas são aquelas onde há absorção de calor.

PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL
1.a) O magnésio reage com o oxigênio formando o seu óxido. Para observar esta reação,
proceda da seguinte forma:
 Colocar na ponta de uma espátula ou em uma cápsula um pedaço de Magnésio e
levar à chama do bico de bunsen até o aparecimento de um pó branco, que é o óxido
de magnésio.
b) O óxido de magnésio é um ácido básico, que em contato com a água forma uma base,
para observar a reação:

33
 Colocar o óxido obtido no ítem a, em um tubo de ensaio, acrescentar 10 mL de água
deionizada uma gota de indicador fenolftaleína. O aparecimento da coloração
vermelha/ rosa comprova o meio básico.
c) Colocar uma fita de magnésio em um tubo de ensaio e adicionar 5mL de solução de
ácido clorídrico. Observar e anotar o que ocorre durante alguns minutos e descrever a
reação.Repetir o mesmo procedimento mas trocando a fita de magnésio por uma fita de
zinco.

2. Uma reação química ocorre entre uma substância simples e uma substância composta,
quando o elemento da substância simples (metal ou não metal) for mais reativo que o metal
ou não metal da substância composta.

a) Coloca-se pedaço de sódio metálico em tubo de ensaio contendo água destilada e


observa-se o que acontece. Logo, acrescenta-se algumas contas de fenolftaleína, e observa-
se a coloração. Descrever o que ocorre.OBS: Utilizar óculos de segurança.

b) Lixar as lâminas dos metais: lâminas de zinco, lâmina de cobre, lâmina de ferro, lamina
de alumínio. Colocar em 4 béqueres cerca de 10 mL em cada um de solução de Sulfato de
cobre (CuSO4) e enumere-os. Observar o que acontece em cada metal e com cada solução e
anotar. Por exemplo: se houve reação? Como ficaram as cores da solução? Como se
explicam essas mudanças, e descrever as reações ocorridas.

c) Colocar em 1 béquer, cerca de cerca de 10 mL em cada um de solução de Zn +2 (Sulfato


de zinco ZnSO4. Adicione no béquer uma pequena barra de cobre metálico (Cu 0). Observar
se houve reação? Como ficaram as cores da solução? Como se explicam essas mudanças e
descrever a reação.

d) Colocar 10 mL de nitrato de prata 0,1 mol/L em um béquer ou tubo de ensaio introduzir


um pedaço de fio de cobre. Deixar a reação correr por 5 minutos. Verificar o que ocorre.
Por exemplo: se há deslocamento da prata. Qual o tipo desta reação?
OBS 1: A solução de prata mancha a pele, roupas etc.

34
OBS 2: Descartar o conteúdo do tubo em recipiente adequado

3.Reações de duplo deslocamento:


a)Em outro tubo de ensaio colocar 10 mL de solução de nitrato de chumbo II, adicionar
1mL de hidróxido de sódio. Observar o que acontece durante alguns minutos.

b) Em um tubo de ensaio colocar 10 mL de solução de ácido sulfúrico, e adicionar 3 mL de


solução de hidróxido de bário ou cálcio. Anotar o que acontece, e se há precipitado.

c) Em outro tubo de ensaio colocar aproximadamente 5 mL de nitrato de chumbo e


acrescentar 2 mL de iodeto de sódio. Anotar o que acontece e a reação ocorrida.

d) Em outro tubo de ensaio colocar aproximadamente 5 mL de nitrato de chumbo e


acrescentar 2 mL de dicromato de potássio.Anotar o que acontece e a reação ocorrida.

e) Adicionar no tubo de ensaio cloreto férrico 7 mL e acrescentar 2 mL hidróxido de sódio.


Observar a reação ocorrida.

f) Em uma placa de petry adicionar uma pequena quantidade de bicarbonato de sódio e


acrescentar algumas gotas de vinagre ou suco de limão. Este gás formado é o mesmo gás no
estomago, pela eructação.
OBSERVAÇÃO: EM TODOS OS EXPERIMENTOS DESSA PRÁTICA SERÁ NECESSÁRIA A
DEMONSTRAÇÃO DAS REAÇÕES OCORRIDAS, CASO AS MESMAS NÃO ESTEJAM NO
RELATÓRIO SERÁ DESCONTADO DA NOTA.

REGRAS DE SOLUBILIDADE PARA COMPOSTOS IÔNICOS:


Tabela 4 – Tabela de Solubilidade
ÍON REGRA EXCEÇÃO
Metais alcalinos Solúveis -
(Li+, K+, Na+)

35
Amônio (NH4+) Solúveis -
NO3- (nitratos) Solúveis -
NO2- (nitritos) Solúveis Pouco solúvel: Ag+ e Hg22+
ClO- (hipoclorito) Solúveis -
MnO4- (permanganato) Solúveis -
SO42- (sulfato) Solúveis Ca2+, Ba2+, Sr2+ e Pb2+
Pouco solúveis: Ag+ e Hg22+
F- (fluoreto) Insolúveis Ag+, NH4+ ,Cu++, Pb++ e alcalinos
Br- (brometo) Solúveis Ag+, Pb2+, Hg2+, Hg22+, Cu+
Cl- (cloreto) Solúveis Ag+, Pb2+, Hg22+, Cu+ e Au+
I- (iodeto) Solúveis Ag+, Pb2+, Hg2+, Hg22+ e Cu+
CN- (cianetos) Insolúveis NH4+ e alcalinos
Pouco sol.: alcalinos terrosos
SCN- (tiocianato) Solúveis Ag+, Pb2+, Hg22+, Cu+, Cd2+
3-
Fe(CN)6 (ferricianeto) Insolúveis NH4+ e alcalinos
Pouco sol.: alcalinos terrosos
Fe(CN)6 4- (ferrocianeto) Insolúveis NH4+ e alcalinos
Pouco sol.: alcalinos terrosos
CH3COO- (acetato) Solúveis Pouco solúvel: Ag+ e Hg22+
S-- (sulfeto) Insolúveis NH4+ e alcalinos
Pouco sol.: alcalinos terrosos
CO32- (carbonato) Insolúveis NH4+, K+ , Na+, Li+, Rb+ e Cs+
HCO3- (bicarbonato ou Solúveis Fe2+, Fe3+ e alcalinos terrosos
Hidrogenocarbonato)
PO43- (fosfato) Insolúveis NH4+ e alcalinos
C2O42- (oxalato) Insolúveis NH4+ e alcalinos
CrO42- (cromato) Insolúveis NH4+ e alcalinos
OH- (hidróxidos) Insolúveis Alcalinos, Ba2+ , Sr2+ , NH4+
Pouco sol.: Ca2+

PRÁTICA O8 – USO DE INDICADORES

OBJETIVOS
 Familiarizar-se com as substâncias que atuam como indicadores.

36
 Listar os indicadores ácido-base mais utilizados em laboratórios destacando suas
respectivas colorações.
 Usar corretamente a técnica do emprego do papel indicador.

ÁCIDOS E BASES
Os primeiros químicos aplicaram o termo ácido a substâncias que tinham um sabor
azedo acentuado. O vinagre, por exemplo, contém ácido acético, CH 3COOH. Soluções
aquosas de substâncias eram chamadas de bases se fossem reconhecidas pela sensação de
ensaboadas.Felizmente, há maneiras menos perigosas de reconhecer ácidos e bases. Por
exemplo, os ácidos e as bases mudam a cor de certos corantes conhecidos como
indicadores. Um dos indicadores mais famosos é o tornassol, um corante vegetal obtido de
um líquen. Soluções aquosas de ácidos tornam o tornassol vermelho; soluções aquosas de
bases, que são também conhecidas como alcalinas, o deixam azul.
Por que precisamos conhecer este assunto?
Ácidos e bases são os dois tipos mais comuns de substâncias no laboratório e no
mundo cotidiano. Precisamos saber como reconhecê-los, quais são as suas reações
características e por que eles são substâncias químicas tão importantes. A conservação das
concentrações dos ácidos e das bases dentro de certos limites em células de plantas e de
animais é necessária para a sobrevivência dos organismos vivos, e que o controle da acidez
das águas da chuva, das águas naturais dos lagos e rios, e da água corrente fornecida
cidades é necessário para manter a sociedade humana.

INTRODUÇÃO
Indicadores ácido-base são substâncias geralmente orgânicas que mudam sua
coloração de acordo com a concentração de íons H+ / OH-, presentes na solução.
Os pápeis indicadores ácido-base podem se apresentar contendo apenas uma
substância indicadora, como é o caso do papel tornassol, ou então conter uma mistura de
diversas substâncias indicadoras, por exemplo, papel indicador universal.
Quando se usa o indicador sob forma de papel utiliza-se um vidro de relógio e sobre
este coloca-se pequenos pedaços de papel indicador. Umedece-se o papel com auxílio de

37
um bastão de vidro molhado na solução a ser testada. Observa-se a coloração adquirida em
30 segundos. Anota-se a coloração.
Os indicadores podem ser químicos ou naturais.Os indicadores naturais são por
exemplo: chá-mate, hibisco, repolho roxo, beterraba, romã, flor de acácia e etc.
Tabela 5- Variação de cores dos indicadores nas faixas de pH:
Indicador Faixa de pH Variação de cor
Azul de timol 1,2 a 2,8 Vermelho para amarelo
Alaranjado de metila 3,1 a 4,5 Vermelho para amarelo
Vermelho de metila 4,2 a 6,3 Vermelho para amarelo
Azul de bromotimol 6,0 a 7,6 Amarelo para azul
Azul de timol 8,0 a 9,6 Amarelo para azul
Alizarina 10,0 a 12,1 Amarelo para vermelho

PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL
 1.1) Colocar 3 ml de água destilada em 4 tubos de ensaio. Numerar os tubos de 1 a 4,
colocar 1 ml das substâncias abaixo:
Tubo 1 2 3 4
Solução HCl NaOH Na2CO3 NH4Cl

Testar as soluções acima obtidas com: papel indicador universal e gotas de fenolftaleína.
 1.2) Colocar 1 ml de solução ácida em três tubos de ensaio separadamente e testar
com os indicadores disponíveis, anotando a coloração de cada um deles.
 1.3) Proceda como no item 1.2, porém substituindo a solução ácida por uma básica.
 1.4) Proceda como no item 1.3, porém usando agora a solução de carbonato de sódio.
 1.5) Proceda como no item 1.4, porém usando agora cloreto de amônio.

RELATÓRIO
1. Relacionar a característica ácida/básica com a cor dos indicadores na solução.
2. O que é uma substância ácida? Básica? Sal? Classifique a função inorgânica das
soluções e escreva as reações de dissociação de cada uma das amostras.

3. Listar os indicadores ácido-base mais utilizados em laboratório. Sugestão: Faça


uma tabela.

38
PRÁTICA 09 - ESCALAS DE pH E MEDIDAS DE pH DO SOLO

OBJETIVOS
 Investigar o pH de diferentes solos através do uso de diferentes indicadores de pH e
comparar os resultados entre si.

INTRODUÇÃO
Ácidos e bases fazem parte da vida na Terra. Os íons carbonato (CO 32-) e hidrogeno
carbonato (HCO3-) das rochas e o dióxido de carbono (CO2) do ar atmosférico estão
presentes nas águas naturais, assim como outras substâncias como o boratos, fosfatos,
arsenatos, silicatos e amônia. Além disso, vulcões e fontes termais fornecem águas
fortemente ácidas devido à presença de HCl e SO 2. As atividades biológicas como a
fotossíntese e respiração influenciam a quantidade de íons hidrônio nas águas naturais pelo
uso ou produção de CO2, a substância ácida mais comum na natureza.
Com todas estas espécies e reações ocorrendo no meio ambiente, os ácidos e bases
têm sido estudados há centenas de anos. Os próprios termos são bastante antigos. “Ácido”
vem do latim acidus que significa azedo. Foi provavelmente aplicado ao vinagre mais
estendido a outras substâncias de sabor azedo. “Alcalino”, outro termo para as bases, deriva
da palavra árabe para as cinzas que vêm da queima de certas plantas. Potassa, ou carbonato
tem sabor amargo o termo foi aplicado mais genericamente para substâncias que têm esta
característica. Finalmente o termo “sal”, que é encontrado em muitas línguas,
provavelmente significa o sal marinho ou cloreto de sódio, apesar do termo agora ter um
sentido bem mais amplo.
Durante sua pesquisa, visando melhorar os métodos de controle de qualidade da
cerveja, o bioquímico dinamarquês Sörensen criou o conceito de pH. Na verdade, a idéia
que ele tinha em mente era a seguinte: porque expressar a acidez de um meio aquoso por
meio de [H3O+], já que os valores são geralmente, as potências negativas de 10? Não seria
mais prático trabalhar apenas como expoente de 10, e de preferência com valor positivo?
Assim, ele definiu:
Potencial hidrogeniônico da solução: pH = -log [H3O+]
Potencial hidroxiliônico da solução: pOH = -log[OH-]
39
Quando a solução é neutra, [H3O+] = [OH-] = 1,0 x 10-7 mol/L e então:
pH = -log [H3O+] = -log [1,0 x 10-7] = 7,0
pOH = -log [OH-] = -log [1,0 x 10-7] = 7,0
Quando a solução é ácida, tem-se [H3O+] > [OH-].
Exemplo: vinagre (solução de ácido acético)
[H3O+] = 1,0 x 10-3 pH = 3,0
- -11
[OH ] = 1,0 x 10 pOH = 11

Quando a solução é básica, tem-se [H3O+] < [OH-]


Exemplo: a clara de ovo
[H3O+] = 1,0 x 10-8 pH = 8,0
[OH-] = 1,0 x 10-6 pOH = 6,0
Escala de pH:
Maior acidez neutra maior
basicidade
pH 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14
[H3O+] (mol/L) 100 10-1 10-2 10-3 10-4 10-5 10-6 10-7 10-8 10-9 10-10 10-11 10-12 10-13 10-14
[OH-] (mol/L) 10-14 10-13 10-12 10-11 10-10 10-9 10-8 10-7 10-6 10-5 10-4 10-3 10-2 10-1 100
pOH 14 13 12 11 10 9 8 7 6 5 4 3 2 1 0

PARTE EXPERIMENTAL
Por apresentar cores diversas conforme a acidez ou basicidade do meio em que se
encontra, o extrato de repolho roxo pode constituir-se um bom indicador universal de pH,
substituindo – ainda que para menor número de faixas de pH – os papéis indicadores
universais, que só podem ser adquiridos em lojas especializadas e não são encontráveis em
todas as regiões do país. Neste experimento será utilizado extrato de repolho roxo para a
construção de uma escala de pH e em seguida utilizar esta escala para determinar o pH do
solo.
Parte A - Corte o repolho em pequenos pedaços e coloque-os no béquer com água destilada
até cobrí-los. Ferva até que a água seja reduzida à metade do volume inicial. Filtrar e
recolher o filtrado. Utilizando este extrato, prepare uma escala padrão de pH de acordo com
a tabela abaixo:

Solução Preparo pH aprox.


A 5 mL de HCl + 5 mL de extrato de repolho 1
B 5 mL de água destilada + 5 gotas de vinagre + 5 mL de extrato de 3
repolho
C 5 mL de álcool + 5 mL de extrato de repolho 5
D 5 mL de água destilada + 5mL de extrato de repolho 6
E 5 mL de água destilada + 1 gota de detergente com amoníaco + 5mL de 9

40
extrato de repolho
F 5 mL de água destilada + 8 gotas de detergente com amoníaco + 5mL de 11
extrato de repolho
G 5 mL de NaOH + 5 mL de extrato de repolho 12
Parte B - Determinação do pH do solo:
Coloque um pouco de água destilada em um béquer e aqueça até a ebulição.
Coloque em um tubo de ensaio uma colher da amostra do solo, adicione água destilada até
a altura de 2 cm e agite bem. Espere sedimentar, retire com o conta-gotas o líquido
sobrenadante, passando-o para outro tubo. Determine o pH desta solução de solo de duas
diferentes maneiras a seguir:
com papel indicador – pegue uma tira de papel de uma caixa de papel indicador de pH e
mergulhe na solução por alguns instantes. EM seguida compare a cor resultante no papel
com a escala de cores na CAIXA da qual foi utilizado o papel. Anote o resultado na tabela
abaixo. Observação: o papel indicador não é reutilizável, portanto evite desperdícios e evite
molhar a caixa de papel.
com a escala do extrato de repolho roxo: Adicione às soluções do solo algumas gotas do
extrato de repolho roxo. Compare a cor resultante nas soluções de solo com as cores da
escala padrão construída na PARTE A. Anote o resultado na tabela abaixo.
Amostra de solo pH medido com papel indicador pH medido com a escala de repolho

Parte C - Corrigindo o pH do solo:


Se o pH do solo for menor que 6, adicione ao tubo uma pequena quantidade de
carbonato de cálcio (ponta de espátula), agitando vigorosamente e verifique o que ocorreu
com o pH. Se o pH da amostra do solo for maior que 7, adicione uma pequena quantidade
de sulfato de ferro II (ponta de espátula), agitando vigorosamente verificando o que ocorre
com o pH.
pH antes da correção:____________________
pH após a correção:_____________________
BIBLIOGRAFIA: Revista “Química Nova na Escola”, vols 1 e 8.

EXERCÍCIOS

1) Escreva as equações químicas no processo de correção de solos ácidos:


H+ (aq) + CO32- (aq) 

41
2) Escreva as equações químicas no processo de correção de solos alcalinos.
OH- (aq) + Fe2+ (aq)

PRÁTICA 10 – SÓLIDOS (CRISTALIZAÇÃO)

As substâncias, quando se separam como forma sólida, tendem a formar cristais


com estruturas altamente regulares.
Os sólidos se diferenciam dos gases e dos líquidos no que diz respeito às interações
inter/intramoleculares. Essas relações são dependentes da distância entre as moléculas.
Quanto mais próximas, maior a interação. Nos sólidos, sua forma e seu volume são
“incompressíveis”.
Os cristais têm uma estrutura simétrica repetitiva a qual é chamada rede cristalina
(agrupamento das partículas em um sólido).

Reagentes
 Cloreto de sódio sólido (P.A.);
 Água destilada.

PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL
Dissolver em 40 mL quantidade necessária de cloreto de sódio ( 3g) para tornar a
solução saturada. Então aqueça a solução e dissolva mais quantidade de modo que a
solução se torne supersaturada. Aguarde o resfriamento da solução. Amarre o fio em um
cristal de sal grosso e no bastão de vidro. Apóie o bastão de vidro sobre o bequer de modo
que o cristal de sal grosso fique submerso na solução supersaturada de cloreto de sódio.
Observe e descreva o ocorrido.

Questões.
1) Descreva o ocorrido.
2) O que foi observado ao colocar o cristal de sal grosso na solução? Explique.
3) Defina rede cristalina.
4) Explique como é a rede cristalina do NaCl.

42
PRÁTICA 11 – FATORES QUE AFETAM A VELOCIDADE DE UMA REAÇÃO

OBJETIVO
 Verificar os fatores que influenciam na velocidade das reações químicas.

FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

As reações químicas têm permitido à humanidade resolver muitas das questões que
a desafiam. No entanto, para que isso fosse possível, foi necessário aprender como alterar a
velocidade das reações seja acelerando as excessivamente lentas ou retardando as muito
rápidas. O conhecimento e o estudo da velocidade das reações químicas, além ser muito
importante para a indústria, também está relacionado ao nosso cotidiano. Uma reação
química é um rearranjo de átomos provocado pelas colisões (choques) entre as partículas
dos reagentes. Para que ocorra uma reação química duas condições são necessárias:
 Haver afinidade química entre as substâncias;
 Haver colisões entre as moléculas dos reagentes que levem a quebra de suas ligações
para formação de novas ligações (rearranjo dos átomos dos reagentes para formação dos
produtos). Em alguns casos, as reações são resultados de colisões entre íons e moléculas,
íons e íons e íons e átomos neutros.
Alguns fatores alteram a freqüência de colisões entre os reagentes de uma reação
química, aumentando ou diminuindo a velocidade com que ela ocorre. Tais fatores podem
ser:
 Temperatura
 Pressão
 Concentração de reagentes
 Superfície de contato
 Catalisadores ou inibidores

43
Assim, algumas reações são extremamente rápidas como a reação de combustão
enquanto que outras extremamente lentas como fermentação do suco de uva para a
produção do vinho, o que pode demorar meses para ocorrer.

MATERIAIS E REAGENTES
Solução de sulfato de cobre 0,01 mol/L, 0,1 Água gelada, quente e na temperatura ambiente.
mol/L e 1,0 mol/L.
Água oxigenada 10 volumes Vidro de relógio
Dióxido de manganês (MnO2) Placa de Petri
Ácido ascórbico em pó 3 pregos
2 ½ comprimidos de Sonrisal conta-gotas
Esponja de aço Gral e pistilo
Batata crua Papel toalha
Béqueres de 50 mL e 3 de 100 mL Linha e tesoura
Cronômetro

PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL
1 - Temperatura
Em cada béquer (três) de 50 mL, colocar água até a marca de 20 mL de acordo com a
tabela abaixo.
Adicionar simultaneamente, em cada béquer, ½ comprimido de Sonrisal. Observar e
comparar a ordem em que terminam as reações nos três béqueres, registrando na tabela.
Água quente Água T ambiente Água gelada
Ordem de término de
Reação
Questão: Como a temperatura influência na velocidade da reação?

2 - Superfície de Contato
Colocar água em dois béqueres até a marca de 20 mL.
Triturar ½ comprimido de Sonrisal com o auxílio do pistilo e gral.
Adicionar simultaneamente em um dos béqueres, ½ comprimido de Sonrisal sem triturar e
ao outro ½ comprimido de Sonrisal triturado. Cronometre o tempo.
Questões: Em qual caso a reação terminou primeiro?
Qual sua conclusão sobre a influência da superfície de contato na velocidade da reação?

44
3 - Concentração
Em três béqueres de 50 mL colocar 20 mL de solução de sulfato de cobre, conforme a
seqüência:
1º 2º 3º
Solução CuSO4 1,0 mol/L CuSO4 0,1 mol/L CuSO4 0,01 mol/L
Mergulhar em cada béquer, ao mesmo tempo, um prego amarrado a um pedaço de linha e
deixá-los mergulhados por aproximadamente 5 minutos.
Retirar os pregos puxando-os pela linha e colocá-los sobre uma placa de Petri tomando o
cuidado de não misturá-los. Comparar os três pregos e anotar suas observações.
Questão: Como a concentração da solução influenciou na velocidade da reação?
Após o experimento, limpe os pregos retirando a camada de cobre com auxílio da esponja
de aço.

4 – Catalisador
Em um vidro de relógio colocar 10 gotas de água oxigenada e em um outro vidro de relógio
uma fatia fina de batata crua, cortada no momento do experimento.
Gotejar de três a cinco gotas de água oxigenada sobre a batata. Depois de alguns segundos,
o que você observou?
Colocar, uma pequena porção de dióxido de manganês no vidro de relógio que continha
apenas água oxigenada. Anotar suas observações e explicar o que ocorreu.
Questão: Como o catalisador influenciou na velocidade da reação? Identificar o catalisador
nesse experimento.

Atividade Proposta - Com os resultados dos experimentos realizados, resuma como cada
fator estudado influenciou na velocidade das reações.

PRÁTICA 12 – EQUÍLIBRIO QUÍMICO

OBJETIVO

45
 Observar uma reação reversível e compreender o princípio de Le Chatêlier.

PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL
Etapa I
1)Colocar 5 mL de solução de Sulfato de cobre 0,1 mol/L (CuSO 4 ) em dois tubos de
ensaio. Etiquetar com letras A e B. O tubo B será o controle. Deixar os tubos no suporte.
Observar a cor da solução.

2)Adicionar 2 mL de solução de hidróxido de sódio ao tubo A. Agitar e observar.

3) Adicionar 2 mL de solução de ácido clorídrico ao conteúdo do tubo A. Agitar e observar.

4) Adicionar 2 mL de solução de hidróxido de sódio ao tubo A. Agitar e observar.

5) Escreva a equação química que representa a reação entre CuSO 4(aq) e NaOH(aq) .
Identifique o precipitado.

6) Escreva a equação química que representa a reação entre os produtos da reação anterior e
o HCl(aq).

7) Esta reação é reversível? Explique.

8) O princípio de Le Chatêlier é confirmado nesta reação ? Explique.

Etapa III
1) Colocar em um tubo de ensaio 2mL da solução de dicromato de potássio 0,1 mol/L.
Observar a cor.

46
2) Colocar no tubo contendo dicromato de potássio 2mL de hidróxido de sódio 0,1 mol/L e
observar o que acontece.
3) Colocar no mesmo tubo algumas gotas de ácido clorídrico 0,1 mol/L e observar o que
ocorre.
4) Explique o que ocorre na Etapa III.

PRÁTICA 13 – TERMOQUÍMICA

OBJETIVO
 Identificar processos exotérmicos e endotérmicos.

PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL

Experiência 1
a) Na espátula, coloque uma pitada de CuSO4.5H2O.
b) Aqueça até a mudança completa de coloração azul para esbranquiçado.
c) Espere esfriar, acrescente uma gota de água e encoste o tubo no pulso para verificar a
variação da temperatura.

Experiência 2
a) Em um tubo de ensaio adicione 2mL de água destilada e com um termômetro meça a
temperatura. Anote.
b) A seguir adicione uma pastilha de NaOH e agite até a dissolução completa. Com
termômetro, meça a temperatura do sistema e observe a variação do mesmo. Anote

Experiência 3
a) Em um tubo de ensaio adicione 2 mL de água destilada e com termômetro meça a
temperatura. Anote.

47
b) A seguir adicione, com espátula, uma pitada de NH 4NO3(S) até a dissolução completa.
Com termômetro, meça a temperatura do sistema e observe a variação da mesma. Anote.

Experiência 4
a) Em um tubo de ensaio, adicione, com pipeta, 1mL de solução de HCl e com termômetro
meça a temperatura. Anote.
b) Em outro tubo de ensaio, adicione, com pipeta, 1mL de solução de NaOH e com
termômetro meça a temperatura. Anote.
c) Misture as duas soluções e agite. Com termômetro meça a temperatura do sistema e
observe a variação da mesma.

RELATÓRIO:
1- Com relação à experiência 1, o que foi observado? Escreva a reação quimica
correspondente.
2- O que é uma reação endotérmica? E exotérmica? Explique.
3- Quais as reações foram endotérmicas? E exotérmicas? Por quê?
4- Faça as reações de dissociação.

PRÁTICA 14 – CORROSÃO

FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Corrosão de Materiais
A corrosão é normalmente definida como a deterioração de um metal ou das suas
propriedades provocadas por uma reação com o seu ambiente.
Na maior parte dos metais a corrosão ocorre naturalmente na forma de óxidos os
quais são na maioria quimicamente estáveis. Quando exposto perante agentes oxidantes, o
metal puro será convertido num estado de óxido natural. No caso do ferro, o óxido é
denominado por óxido ferroso, designado por ferrugem.
A corrosão metálica geralmente envolve perda de material numa determinada
localização da superfície exposta.

48
A corrosão ocorre de várias formas desde um ataque generalizado sobre uma
determinada superfície a um ataque profundo e concertado. Em muitos dos casos é
impossível ou economicamente impraticável parar o processo generalizado de corrosão;
porém é normalmente possível controlar o processo em níveis aceitáveis.
Reações de oxirredução são reações onde ocorre transferência de elétrons entre
duas espécies químicas.
Numa reação de oxirredução sempre há perda e ganho de elétrons, pois os que são
perdidos por um átomo, íon ou molécula são imediatamente recebidos por outros.
A perda de elétrons é chamada de oxidação e o ganho de elétrons é chamado de
redução.
Na oxidação, o número de oxidação (Nox) do elemento aumenta (pois ele perde
elétrons).
Na redução, o número de oxidação (Nox) se reduz (pois o elemento ganha elétrons).
Os metais apresentam diferenças quanto à reatividade química. Por exemplo, o
ferro, exposto ao ambiente, logo enferruja; a ferrugem é o resultado da combinação do ferro
com a água e o oxigênio do ar. O ouro, no entanto, pode ser exposto ao ambiente sem sofrer
alteração.
A corrosão do ferro, bem como de outro metais, envolve reações de óxido-redução e
está relacionada com a capacidade que o metal tem de se oxidar (agente redutor) e com a
capacidade de uma espécie, como o oxigênio (O 2), de se reduzir (agente oxidante). A
temperatura e as concentrações dos reagentes afetam as reações de corrosão.
Para estudar a reatividade dos metais, vamos colocar diferentes metais em contato
com substâncias capazes de oxidá-los.

Experimento 1
a) Coloque em uma placa de petry pedaços de vários metais: ferro, zinco, magnésio e cobre
(se necessário lixar os pedaços de metais).
b) Dissolva 6 gramas de gelatina em 100 ml de água quente, acrescente 5 gotas de
fenolftaleína e pequena quantidade (pontinha de espátula) de ferricianeto de potássio K 3
Fe(CN)6.

49
c) A fenolftaleína, incolor, passará a uma cor rosa quando a água oxidar os metais. O
ferricianeto de potássio um composto azul quando o ferro for oxidado.
d) Jogue essa mistura sobre as peças metálicas e deixe um ou dois dias para que a corrosão
possa ser detectada.
- Que metais foram atacados?
- Quais permaneceram sem corrosão?
- Que metal foi intensamente atacado?
A reação entre um metal e a água pode ser assim representada:
metal + água → hidróxido do metal + hidrogênio
Nesse experimento, as bolhas de gás de hidrogênio até poderão ficar presas na
gelatina e assim serão percebidas. O hidróxido do metal libera ânions, OH -, que tornam
vermelha a fenolftaleína. Quando ocorre a corrosão do ferro, formam-se íons Fe +3 que
reagem com os anions Fe(CN)-3 ( do ferricianeto de potássio), formando um precipitado
azul-escuro de ferricianeto férrico.

Experimento 2
a) Introduzir em prego em três tubos de ensaio A, B e C (se necessário lixar os
pregos).
b) No tubo A, colocar aproximadamente 2 ml de água da torneira e introduzir o prego.
c) No tubo B, colocar 5 ml óleo e introduzir o prego.
d) No tubo C, colocar sílica e introduzir o prego.
Aguardar um ou dois dias e observar o que ocorreu.

Prática 15: Reações de Óxido-Redução

FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

50
Quando em uma reação química ocorre transferência de elétrons, a ela dá-se o nome de
reação de óxido-redução, ou simplesmente redox.
Um grande numero de métodos de análise baseia-se em reações deste tipo, incluindo
vários métodos volumétricos, razão pela qual torna-se necessário um estudo mais detalhado
destes processos. O processo de oxidação envolve a perda de elétrons por parte de uma
substancia, enquanto a redução envolve ganho de elétrons para a espécie quimica em
consideração. Esta perda ou ganho de elétrons, formalmente, é indicada pela variação do
numero de oxidação das varias espécies químicas envolvidas na reação considerada. Em
qualquer tipo de reação redox o numero de elétrons perdidos pela espécie que sofre
oxidação é sempre igual ao numero de elétrons ganhos pela espécie que reduz, de modo a
manter a neutralidade de cargas no meio. A relação entre o número de moles das
substancias reduzidas e oxidadas é fixada pelo balanceamento da reação. Designa-se a
substancia que promove a redução de outra como agente redutor e a substancia responsável
pela oxidação de outra como agente oxidante.

EXPERIMENTO 1 – Reações de oxi-redução


Numere os tubos de ensaio (de 1 a 6). Coloque as amostras de metais na seguinte
seqüência:
TUBO 01: Cu TUBO 02: Mg TUBO 03: Zn
TUBO 04: Pb TUBO 05: prego (Fe) TUBO 06: Bombril (Fe)

Adicione a cada um dos tubos aproximadamente 10 gotas da solução de CuSO 4 1 mol/L.


Espere o tempo necessário para fazer as observações. Descarte cuidadosamente as soluções
dos tubos, recuperando o cobre e o prego. Lave os mesmos com água destilada, assim como
os tubos de ensaio. Repita o mesmo procedimento com as soluções de ZnSO 4 e HNO3,
todas com concentração 1 mol/L.

EXPERIMENTO 2: Reação de haletos com Fe3+


Adicione a 3 tubos de ensaio limpos 3 mL de solução de NaCl ao primeiro tubo, 3 mL de
solução de NaBr ao segundo tubo e 3 mL de NaI ao terceiro tubo. Adicione 3 mL da

51
solução de FeCl3 a cada um dos tubos e observe o ocorrido em cada um dos tubos. Todas as
soluções possuem concentração de 0,1 mol/L.

EXPERIMENTO 3: Célula Galvânica (Pilha de Daniell)


Monte uma célula galvânica com as soluções de CuSO 4 e ZnSO4, ambas com concentração
1 mol/L. Prepare uma ponte salina com a solução de NaCl (1 mol/L). Coloque as barras de
zinco e de cobre nas devidas soluções e faça a medida da diferença de potencial gerada pela
célula conectada corretamente aos terminais do multímetro. Não esqueça de medir a
temperatura ambiente. Compare o resultado do potencial obtido com o valor encontrado na
literatura.

Questões

Utilizar as reações de redução padrão a 25C.

1- Escreva as reações de oxi-redução devidamente balanceadas para cada uma das


etapas do experimento 1. Explique cada uma delas.

2- O que aconteceu com o Fe3+ nos tubos de ensaio do experimento 2? Explique.

3- Qual o sentido do fluxo de elétrons do experimento 3? Escreva as semi-reações


de oxi-redução e a equação global da pilha. Qual é a função da ponte salina?
Onde é o anodo? E o cátodo? Qual espécie sofreu redução? E oxidação?
Explique.

PRÁTICA 16: INDÚSTRIA DE ESPELHAMENTO EM VIDROS

1) Objetivos: Produzir o espelho por meio da deposição da prata no vidro.


52
2) Materiais e Reagentes

Reagente Concentração Material

Solução de AgNO3 40 g/L Álcool


Solução de NaOH 32 g/L Algodão
NH4OH concentrado Fita adesiva
Solução de H2SO4 1 mol/L Placa de Petry / placas de vidro
Solução de sacarose 120 g/L Pipetas graduadas
Bico de Bunsen/tela de amianto/tripé ou manta de
aquecimento
Papel toalha
Spray fixador preto

3) Procedimento Experimental

a) Preparação da placa de vidro: limpe-a com álcool e algodão, não deixar manchas no
vidro. Coloque a fita adesiva em um dos lados da peça a ser espelhada.
b) Na placa de Petry, coloque as seguintes soluções: 10 mL de solução de nitrato de
prata (AgNO3), 10 mL da solução de hidróxido de sódio (NaOH) e 1,2 mL de
hidróxido de amônio concentrado (NH4OH).
c) Em um béquer, aqueça até a ebulição 3,8 mL de solução de sacarose e 0,2 mL de
ácido sulfúrico 1 mol/L.
d) Misture a solução “c”ainda quente em “b”espalhando sobre a placa e, em seguida,
coloque o vidro para o espelhamento. Mergulhar o lado da fita para baixo. Faça
movimentos circulares e observe a formação de um espelho de prata na superfície
do vidro. Limpe com água os dois lados e passe papel toalha no lado da fita.

Genericamente tem-se:
Aldeído + [Ag(NH3)2]+ + 3OH-  2Ag + ácido carboxílico + 4 NH4 + 2H2O

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

53
BELTRAN, Nelson Orlando & CISCATO, Carlos Alberto Mattoso. Química; Série
Formação Geral. São Paulo: Editora Cortez, 1991. 245p.
CONSTANTINO, M. G. Fundamentos de Química Experimental. São Paulo. Edusp.
2004.
CRUZ, Roque e Galhardo Filho, E. Experimentos de Química em microescala. São
Paulo. Edusp. 1º edição 2004.
LUTFI, Mansur, Os Ferrados e os Cromados; Produção Social e Apropriação Privada do
Conhecimento Químico. Ijuí: Editora Unijuí, 1992, 256p.
MALDANER, Otavio Aloísio. Química2; Integração Teoria-Prática. Ijuí: Editora Unijuí,
1992. 180p.
MALM, L. E. Manual de Laboratório para Química - uma Ciência Experimental.
Trad. de João E. Simão. Lisboa. Fundação Calouste Gulbekian. 2º edição. 1980.
MARQUES, J. A. et al. Práticas de Química Orgânica. Campinas. Editora Átomo. 2007.
OLIVEIRA, E. A. Aulas Práticas de Química. São Paulo, Ed. Moderna, 1986.
ROSENBERG, I. M., Química Geral. São Paulo: Edgard Blücher, 2002.
REVISTA QUÍMICA NOVA NA ESCOLA.

Elaboração do Relatório

54
Relatório
É um documento original pelo qual se faz a difusão da informação corrente, sendo inda o
registro permanente das informações obtidas. É elaborado principalmente para descrever
experiências, investigações, processos, métodos e análises.
O relatório de cada atividade experimental deverá ser feito pelo grupo que trabalhou com os
experimentos no laboratório, com no máximo 4 alunos. Ele deve estar de acordo com a
metodologia científica de trabalho.

Capa: nome da instituição, nome do curso, título da prática, nome dos responsáveis pelo relatório,
nome do professor responsável pela disciplina, local e data.

O texto dos relatórios devem conter:

Introdução – Relata de que assunto trata o relatório, o objetivo, porque é importante tratar esse
assunto.

Desenvolvimento Teórico – Devem constar os conceitos, leis e teorias que serviram de base para o
trabalho. Sempre citando no texto os autores ou fontes de consulta que o aluno utilizou.

Desenvolvimento Experimental – Descrever a experiência que se realizou ( procedimentos).

Resultados e Discussão – Resultados apresentam as observações obtidas, de preferência sob forma


de tabelas e ou gráficos. Discussão analisa-se e interpretam-se os resultados obtidos.

Conclusão - Inclui uma apreciação dos resultados; por vezes sugerem-se novas investigações para
acabar de responder ao problema.

Bibliografia – Indica-se a lista de livros ou outro material consultado para a realização do trabalho.
Obs: Deve-se utilizar no mínimo 1 livro de referência para o relatório.

55

Você também pode gostar