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energética
Unindo o Centro Brasileiro de Relações Internacionais
(CEBRI), o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID),
a Empresa de Pesquisa Energética (EPE) e o Centro de
Economia Energética e Ambiental (CENERGIA), o programa
buscou identificar trajetórias de neutralidade de carbono
para o Brasil no horizonte de 2050.
OBS: Os resultados do Programa de Transição Energética refletem o processo de construção e desenvolvimento de cenários exploratórios e sua quantificação pelo Cenergia. Por isso, não expressam necessariamente a visão individual das instituições que participaram do
Programa, nem necessariamente consideram outros trabalhos que estão sendo desenvolvidos por essas instituições. Naqueles aspectos específicos e recomendações de natureza setorial, devem ser consideradas as medidas de política, trabalhos e análises sobre descarbonização
desenvolvidos pelas instituições/entidades setoriais competentes em cada caso. As análises e recomendações de políticas em nível setorial não são exaustivas e estão sujeitas a revisão quanto à validade e consistência com os marcos regulatórios, técnicos e políticos dos setores
envolvidos e com tais marcos no contexto específico do Brasil.
2
AS FASES DO PROJETO
Para situar o Brasil no processo de compreensão, pela sociedade global, das consequências da mudança
climática e de evolução no desenvolvimento de tecnologias que viabilizam a produção de energia sustentável, o
programa foi dividido em três fases.
3
1S
2021
DIVERGÊNCIA
Mapeamento das principais tendências e incertezas críticas através de uma série
de eventos virtuais, em debates com especialistas, público e partes interessadas,
e resultou no lançamento de um whitepaper, consolidando as percepções
obtidas.
4
1S
2021 DIVERGÊNCIA
PERGUNTAS NORTEADORAS
5
2S
2021
CONVERGÊNCIA
Consolidação de uma visão de futuro para as principais variáveis
explicativas identificadas na fase anterior
6
2S
2021 CONVERGÊNCIA
7
1S
2022
CENÁRIOS
Modelagem dos cenários de futuro com base na
metodologia adotada pelo Cenergia/PPE/COPPE/UFRJ
8
1S
2022 CENÁRIOS
1 TRANSIÇÃO
BRASIL
assumidos pelo Brasil, recursos, conhecimento e as expectativas de
custos) alcançando a neutralidade líquida em carbono em 2050.
2 TRANSIÇÃO
ALTERNATIVA
Brasil em 2050, considerando os impactos da própria mudança
climática no setor energético e as incertezas de novas tecnologias.
9
CENÁRIOS
AGENDA
Introdução Demanda
Caracterização dos cenários 11 Transportes 30
Matriz energética 13 Indústria 33
Emissões 15 Residencial e Serviços 34
10
CARACTERIZAÇÃO
DOS CENÁRIOS 1 TRANSIÇÃO BRASIL
2 TRANSIÇÃO
ALTERNATIVA 3 TRANSIÇÃO
GLOBAL
Orçamento de carbono
24 GtCO2 24 GtCO2 15 GtCO2
(2010-2050)
11
CARACTERIZAÇÃO
DOS CENÁRIOS 1 TRANSIÇÃO BRASIL
2 TRANSIÇÃO
ALTERNATIVA 3 TRANSIÇÃO
GLOBAL
13
DESAFIOS DA DESCARBONIZAÇÃO NO BRASIL
O perfil de emissões no Brasil é completamente distinto do perfil global, o que implica conciliar
as agendas agropecuária, energética e de meio ambiente. Desafios para neutralidade
Emissões Absolutas GEE do Uso da Energia - Brasil (2021) 4. Novas tecnologias e infraestrutura
ainda precisam de desenvolvimento
e escala
Brasil 17% 10% 17% 47% 12%
Notas: 1. Restauração vegetal e reflorestamento foram descontados em uso da terra - AFOLU (emissões líquidas); 2. A participação de energia no total das emissões de GEE brutas no Brasil é 18%. Ressalve-se que, por
esse critério, restaurações vegetais e reflorestamento realizados pelo setor de energia implicam em remoção de carbono em AFOLU e não em energia. 3. Na indústria, não está computado as emissões de processo. 14
MATRIZ Energia primária por fonte em 2050
2
As fontes renováveis superarão a participação de 70% TRANSIÇÃO 2050
de demanda de energia primária. ALTERNATIVA
A biomassa será a fonte que ganhará maior
participação na matriz energética brasileira, seguida
por eólica e solar.
participação.
15
EMISSÕES: URGÊNCIA DE AÇÃO
Os cenários buscaram a neutralidade de gases de efeito estufa (GEE) em 2050, sendo necessário
atingir a neutralidade de carbono (CO2) em torno de 2040, ou seja, dez anos antes da meta do país. PONTO DE ATENÇÃO
16
EMISSÕES: Quantificação territorial dos usos e ocupação das terras no Brasil, 2018
USO DO SOLO
Destaca-se a grande dimensão das áreas Pastagens nativas
dedicadas à preservação e à proteção da
Uso 8%
vegetação nativa, no total dos usos e agropecuário 30%
Áreas destinadas a
ocupação das terras no Brasil. Pastagens preservação da
plantadas vegetação no
13% mundo rural no
Não há competição entre agroenergia e
CAR
alimentos no Brasil hoje. 26%
Lavouras
8%
Florestas
Unidades de
plantadas conservação
1%
Infraestrutura e integral
outros Vegetação
nativa 10%
4%
4% em terras
devolutas e não 66%
cadastradas Terras indígenas
16% 14% Vegetação
protegida e
Fontes: SFB, EMBRAPA, IBGE,
preservada
MMA, FUNAI, DNIT, ANA E MPOG
17
USO 1 TRANSIÇÃO BRASIL
2 TRANSIÇÃO
ALTERNATIVA 3 TRANSIÇÃO
GLOBAL
Oportunidades de 80 80 80
85
soluções baseadas na
Remoção de CO2 natureza (NBS) no Brasil 60 60 78 60
30% 20% 40
61
40 40
(IPCC) do total dos países
tropicais
(Griscom et al, 2020) 20 20 20
0 0 0
Redução Aumento Redução Aumento Redução Aumento
Reflorestamento Recuperação
Pastagem degradada Monocultura Savana
40 Mha 27 Mha Floresta Pastagem saudável Integração Lavoura-Pecuária (ILP)
Cenário TA Cenário TA
Sistemas agroflorestais Cultivo Duplo
18
EMISSÕES 1 TRANSIÇÃO BRASIL
2 TRANSIÇÃO
ALTERNATIVA 3 TRANSIÇÃO
GLOBAL
2.500 2.500 2.500
0 0 0
2020 2030 2040 2050 2020 2030 2040 2050 2020 2030 2040 2050
A fonte nuclear alcança 8 GW de potência, em 2050,
no cenário TA.
Solar Eólica Hidro Biomassa Total Cogeração
Nuclear Carvão Óleo e Gás
20
GERAÇÃO ELÉTRICA 1 TRANSIÇÃO BRASIL
2 TRANSIÇÃO
ALTERNATIVA 3 TRANSIÇÃO
GLOBAL
0 0 0
Em todos os cenários o gás natural perde participação 2020 2030 2040 2050 2020 2030 2040 2050 2020 2030 2040 2050
na matriz elétrica, mas em termos absolutos,
apresenta uma geração em 2050 superior à realizada Solar Eólica Hidro Biomassa
em 2020. Nuclear Carvão Óleo e Gás Cogeração
21
SETOR ELÉTRICO 1 TRANSIÇÃO BRASIL
2 TRANSIÇÃO
ALTERNATIVA 3 TRANSIÇÃO
GLOBAL
23
PETRÓLEO 1 TRANSIÇÃO BRASIL
2 TRANSIÇÃO
ALTERNATIVA 3 TRANSIÇÃO
GLOBAL
-4 -4 -4
24
GÁS NATURAL Participação do gás na matriz energética em 2050
25
PARQUE DE 1 TRANSIÇÃO BRASIL
2 TRANSIÇÃO
ALTERNATIVA 3 TRANSIÇÃO
GLOBAL
0% 0% 0%
2020 2030 2040 2050 2020 2030 2040 2050 2020 2030 2040 2050
26
BIO- 1 TRANSIÇÃO BRASIL
2 TRANSIÇÃO
ALTERNATIVA 3 TRANSIÇÃO
GLOBAL
6 6 6
1 1 1
0 0 0
2020 2030 2040 2050 2020 2030 2040 2050 2020 2030 2040 2050
16 16 16
O Biometano tem um papel de descarbonizar o gás
natural. Contribui ainda para o aproveitamento da 14 14 14
infraestrutura de gás fóssil.
12 12 12
4 4 4
2 2 2
% de biometano na demanda de gás
BRASIL ALTERN. GLOBAL 0 0 0
2020 2030 2040 2050 2020 2030 2040 2050 2020 2030 2040 2050
10% 19% 11%
28
HIDROGÊNIO 1 TRANSIÇÃO BRASIL
2 TRANSIÇÃO
ALTERNATIVA 3 TRANSIÇÃO
GLOBAL
3.000 3.000
3.000
(ii) a substituição dos combustíveis fósseis por
biocombustíveis. 2.500
2.500 2.500
2.000 2.000
Ressalte-se que essas alternativas podem se 2.000
0 0
0
2020 2030 2040 2050 2020 2030 2040 2050
2020 2030 2040 2050
PASSAGEIROS 5 5 5
4 4 4
1 1 1
0 0 0
2020 2030 2040 2050 2020 2030 2040 2050 2020 2030 2040 2050
CARGA 10 10 10
9 9 9
8 8 8
O uso de energia do segmento de transporte de cargas
7 7 7
do modal rodoviário concentra-se em caminhões de
alta capacidade que transitam em trajetos longos. 6 6 6
3 3 3
A densidade de energia das baterias ainda é
significativamente menor do que a dos combustíveis 2 2 2
0 0 0
2020 2030 2040 2050 2020 2030 2040 2050 2020 2030 2040 2050
34
CONSIDERAÇÕES
FINAIS RECOMENDAÇÕES (1/2)
4
Aproveitar vantagens competitivas existentes no
Brasil para construir e financiar vantagens
1 2
competitivas do amanhã, requalificando ativos e
Adotar agenda de política Minimizar arrependimentos mediante migrando expertises no sentido da transição
energética e desenho de abordagens de mercados abertos, energética de indústrias de O&G, biocombustíveis,
mercados que criem condições diversos e competitivos, bem como renováveis e nuclear (co-queima com renováveis,
para caminhos flexíveis de permitindo inclusive a combinação e a novos energéticos descarbonizados, sinergia de
descarbonização, a fim de lidar competição entre soluções tecnológicas projetos com renováveis, novos propósitos para
com incertezas identificadas de diversas (neutralidade tecnológica). infraestrutura e ativos, financiamento de novos
cunho tecnológico e de mercado, negócios etc.).
e aproveitando as sinergias
possíveis graças à diversidade de
recursos energéticos do país, em
linha com a abordagem da NDC
do Brasil, que estabelece metas 3
5
para o conjunto da economia Harmonizar objetivos de
Cumprir objetivos/metas já estabelecidas pelo país
(economy-wide). desenvolvimento sustentável, transição
em linha com o compromisso de neutralidade
energética e segurança energética,
climática (líquida), como zerar o desmatamento
aproveitando o potencial de recursos e
ilegal até 2028, recuperar áreas degradadas, reduzir
as oportunidades de mercado e
as emissões fugitivas de metano, descarbonização de
inovação para o Brasil.
combustíveis, entre outros.
35
CONSIDERAÇÕES
FINAIS RECOMENDAÇÕES (2/2)
6 7 9
Assegurar que o setor Aprofundar estudos
energético brasileiro Aperfeiçoar ou estabelecer arcabouços institucional, legal e regulatório que sobre resiliência
tenha uma transição promovam o desenvolvimento e adoção de tecnologias e modelos de negócios climática das soluções
justa, inclusiva e custo- com foco na redução de emissões e remoção de carbono de emissões de gases de energéticas
efetiva, sem que precise efeito estufa. Em particular, é fundamental estabelecer ou aperfeiçoar arcabouços encontradas no
contrabalançar emissões para CCS (chave para BECCS e papel de O&G na transição energética), renováveis projeto. Em particular
de GEE relacionados a para geração elétrica, biocombustíveis avançados, novos energéticos (hidrogênio para hidrelétricas,
uso do solo e florestas e de baixo carbono, combustíveis sintéticos, etc.), armazenamento de energia e eólica, solar e
pecuária extensiva, o que precificação de carbono, bem como para a adoção de novas tecnologias de uso- biocombustíveis
implicaria custos mais final (inclusive eletrificação do transporte, novas aplicações nas indústrias etc.). (agricultura
elevados para a energética).
sociedade e a economia
brasileira.
8
Mapear, detalhar e disseminar informações sobre potencial técnico, econômico e
de mercado para as alternativas identificadas nos diferentes cenários. Sobretudo,
CCS, renováveis para geração elétrica, biocombustíveis avançados e hidrogênio.
36