Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Projeto Mudança
Projeto Mudança do Referencial
Geodésico (PMRG)
Objetiva promover a adoção no país de um novo
sistema de referência geodésico, mais moderno, de
concepção geocêntrica e compatível com as mais
modernas tecnologias de posicionamento.
Legislação
h t t p : / / w w w. i b g e . g o v. b r / h o m e /
geociencias/geodesia/pmrg/leg.shtm
Cronograma
Decreto Nº 5334/2005
Dá nova redação ao art. 21 e revoga o Data Ação
art. 22 do Decreto nº 89.817, de 20 de 2000 Criação do PMRG 1
junho de 1984, que estabelece as Instru- 2003 Definição do Sistema de Referência
ções Reguladoras das Normas Técnicas
25/02/2005 Início do Período de Transição 2
da Cartografia Nacional.
(Convivência entre os sistemas)
Decreto nº 89.817 (nova redação)
Redação com as alterações efetuadas
2014 Adoção definitiva do novo sistema
pelo Decreto 5334/2005. 1: I Seminário sobre Referencial Geocêntrico no Brasil
Resolução do Presidente do IBGE nº 1/2005 2: II Seminário sobre Referencial Geocêntrico no Brasil
Período de Transição - Intervalo de tempo durante o qual o novo sistema
Altera a caracterização do Sistema Geo- (SIRGAS2000) e os sistemas anteriores (SAD 69 e Córrego Alegre) poderão ser
oficialmente utilizados, proporcionando ao usuário a adequação e o ajuste de suas
désico Brasileiro. bases de dados, métodos e procedimentos ao novo sistema.
Seminários de Educação 06
Notícias 29
Eventos 34
Equipe Técnica 39
Endereço Endereço
Av. Brasil, n0 15671 – Bloco III – B University of New Brunswick
Parada de Lucas21241-051 P.O. Box 4400
Rio de Janeiro/RJ Fredericton NB Canada E3B 5A3
Tel: (21) 2142-4997 2142-4998 Tel: (1-506) 453-4671
Fax: (21) 2142-4910 Fax: (1-506) 453-4943
http://www.ibge.gov.br http://www.unb.ca
sugestões.
Sua opinião é o
Ponto de Referência
do nosso trabalho.
Mensagens para:
sepmrg@ibge.gov.br
ou passe fax:
(21) 2142-4910
www.pign.org
www.ibge.gov.br/geociencias/geodesia/mudança do referencial
É com grande satisfação que apresentamos aos nossos de um ponto de vista não-técnico, e outro
leitores a terceira edição da revista Ponto de Referência. apresenta o emprego do SIRGAS2000 den-
Esta revista tem o intuito de mantê-los sempre atualizados tro de uma comunidade, apoiado no uso de
a respeito do novo referencial geodésico brasileiro, o mapas cognitivos. A vantagem do uso de
SIRGAS2000, informando sobre os avanços e as etapas um referencial único na gestão ambiental é
da sua adoção. As etapas já vêm servindo como base para tema das entrevistas com gestores da Re-
atividades que necessitam de informações espacialmente serva Biológica União, no estado do Rio de
referenciadas (que permitem saber o lugar da Terra ao qual Janeiro, e com Izabella Teixeira, Secretária
as informações se referem) e se desenvolvem no contexto Executiva do Ministério do Meio Ambiente.
do Projeto da Mudança do Referencial Geodésico (PMRG). A revista traz ainda uma entrevista com Helen Kerfoot,
Em sua fase atual, denominada período de transição, com presidente do Grupo de Peritos das Nações Unidas em No-
término previsto para 2014, o PMRG tem recebido impulso mes Geográficos e cientista emérita do Natural Resources
do Projeto da Infra-estrutura Geoespacial Nacional (PIGN). Canada, convidada especial do Workshop Nomes Geográfi-
Previsto originalmente para durar quatro anos, o PIGN teve cos e Meio Ambiente do PIGN, que trata dos impactos da
sua duração estendida por mais um ano e será finalizado mudança do referencial geodésico na gestão ambiental.
em setembro de 2009. Helen Kerfoot participa também do I Seminário sobre No-
Além de questões técnicas, o PIGN também se preocu- mes Geográficos da Comunidade de Países de Língua Portu-
pa com todo e qualquer impacto oriundo da adoção e do guesa (CPLP), parte da III Conferência de Estatística.
uso do SIRGAS2000, tanto técnico, quanto operacional, Uma visão panorâmica e histórica de como foi a mudan-
social e ambiental. Com o conhecimento dos impactos, ça do referencial no Canadá é apresentada nesta edição, ao
somos capazes de compreender a importância da adoção lado de visões de futuro, com informações relacionadas ao
e do emprego do SIRGAS2000, bem como entender de desenvolvimento dos Seminários de Educação, a serem ofe-
que modo as informações espacialmente referenciadas são recidos aos usuários em 2009, e ao desenvolvimento do
de fundamental importância em atividades de qualquer tipo, programa ProGriD, que permitirá a transformação de coor-
nas mais diversas áreas. denadas de alguns referenciais em uso no Brasil para
Neste número, é apresentada uma série de artigos que SIRGAS2000. Notícias sobre o andamento do PIGN também
retratam empregos e impactos, além da área ambiental, fazem parte desta edição. Boa Leitura!
notadamente aqueles relacionados ao meio ambiente e os Marcelo Carvalho dos Santos
benefícios sociais da adoção do SIRGAS2000. Entre eles, Coordenador do PIGN no Canadá
um artigo mostra a importância do SIRGAS2000, partindo Prof. Dr. da Universidade de New Brunswick - UNB
Seminários de Educação
A
Ao longo do ano de 2009, o IBGE e
seus parceiros, no âmbito do Projeto
Mudança do Referencial Geodésico
(PMRG) e do Projeto de Infraestrutura
Geoespacial Nacional (PIGN), vão dar Locais onde acontecerão
os SEMINÁRIOS de 2009
início aos SEMINÁRIOS DE
EDUCAÇÃO que têm como objetivo Formadores
principal dar conhecimento e Seminários de conscientiza-
ção: alertam o corpo docen-
treinamento sobre a adoção do Pará
te das universidades para
referencial geodésico SIRGAS2000 a importância da prepara- Ceará
a grupos de usuários e produtores ção dos futuros profis-
de informações geoespaciais, que sionais que vão utilizar informa- Bahia
ções georreferenciadas. DF
poderão ser “braços operacionais”
A proposta dos seminários é fornecer
desses projetos. Goiás
respostas mais rápidas e objetivas a
quem precisa conhecer o assunto e/ou
São Paulo
O primeiro treinamento será voltado aplicá-lo em suas áreas de atuação. Em
para gestores federais, em Brasília, mas coerência com a proposta, os módulos Rio de Janeiro
serão organizados mais sete seminários têm títulos bem sugestivos da aborda- Santa Catarina
em diferentes regiões. gem prática, tais como:
Os seminários foram planejados de Como obter coordenadas em
forma que o conteúdo de cada módulo SIRGAS2000 O material didático está sendo prepa-
de treinamento fosse adequado aos di- Como realizar um mapeamento em rado e deve incluir os slides das apre-
ferentes grupos do seguinte modo: SIRGAS2000 sentações feitas durante o treinamento,
Gestores Qual o impacto da adoção do SIRGAS além de textos complementares, na
Seminários informativos: propiciam 2000 na determinação dos limites mesma apostila. Esse material servirá não
aos gestores a compreensão básica dos Os módulos conterão desde a concei- só de suporte aos seminários mas tam-
processos decisórios e fundamentais tuação até exemplos práticos, utilizan- bém para outros eventos que sejam rea-
para a adoção do novo referencial . do, na maioria das vezes, os resultados lizados depois.
Produtores e Usuários dos Projetos de Demonstração (PDs), Após a realização do primeiro trei-
Seminários educativos: auxiliam a pre- que foram desenvolvidos com essa namento, voltado para gestores federais
paração de profissionais que trabalharão finalidade. Também mostrarão ferramen- em Brasília (em data a ser divulgada),
com aquisição de dados no novo referen- tas de suporte que podem ser utilizadas serão organizados mais sete seminários,
cial SIRGAS2000 e sua integração com em cada caso, além de notícias e curio- distribuídos regionalmente por todo o
os referenciais geodésicos anteriores. sidades sobre o tema. território brasileiro. Os eventos regionais
C
Conviver com a mudança envolve abrir inclusive na dinâmica do PIGN, exem- características terrestres e permitir a re-
mão da zona de conforto em que nos plos que possam servir de lastro no sen- presentação em mapas de qualquer ele-
encontramos, abrir mão daquelas infor- tido da construção de um novo fazer ci- mento da superfície do planeta, através
mações tão carinhosamente assumidas entífico, em que o técnico e o tecnoló- de um sistema de coordenadas, ou in-
e guardadas, muitas vezes durante anos, gico contribuam cada vez mais para a formações geoespaciais (Santos, 2006).
como verdades quase absolutas. Reco- realização de projetos capazes de influ- Dentre as várias informações que se
nhecer que precisamos (re)aprender e enciar e promover a eqüidade de gêne- podem registrar, acompanhar e geren-
(re)fazer pode ser doloroso, assustador, ro, o acesso eqüitativo à terra, o ciar com precisão, e segurança por meio
mas também pode ser instigante e alta- empoderamento (termo que destaca- de coordenadas geodésicas e do uso de
mente motivador – depende da escolha remos a seguir), a boa governança, a in- geotecnologias estão, por exemplo, as
e do ponto de vista. Por ser uma questão clusão social, a preservação do meio que dizem respeito ao ecossistema
de escolha, resolvemos assumir a segun- ambiente e a democratização do aces- (rios, flora e biomas), as informações ne-
da alternativa, sabendo que aliar o mun- so à informação, subsidiando a susten- cessárias aos trabalhos de avaliação e
do do conhecimento técnico e o do tabilidade do desenvolvimento local. análise de impacto ambiental, navega-
social requer encampar o desafio de ver, Destacamos o termo empodera- ção (terrestre, marítima e aérea), demar-
ser e fazer o diferente e, se possível, mento, definido como “proporcionar cação de limites e fronteiras, e aquelas
fazer a diferença em um mundo cuja úni- maior poder às pessoas pela prática da necessárias a elaboração de documen-
ca certeza estável parece ser a de que cidadania”. Valoura (2006) afirma que tos cartográficos (mapas e cartas).
tudo está em veloz e intensa mudança. esta palavra foi definida pelo grande Quando se listam as possibilidades
Ante o desafio de escrever algumas educador Paulo Freire, que considera oferecidas pelo georreferenciamento de
linhas que permitam uma reflexão de empoderada a pessoa, grupo ou insti- informações, observa-se que a ênfase
como as Ciências Geodésicas e Cartográ- tuição que realiza, por si mesma, as mu- dada, propositalmente, não prioriza o Sis-
ficas, aplicadas às ações do Projeto de danças e ações que a levam a evoluir e tema Cartográfico Nacional, no que se
Infra-estrutura Geoespacial Nacional – se fortalecer. refere ao mapeamento sistemático. No
PIGN, influenciaram positivamente o Construir um mundo técnico presente artigo, o que se deseja é abrir
contexto social local, escolhemos o ca- vinculado ao social impõe um caminho de discussão no sentido
minho de uma análise comparativa. Pro- o desafio de ver e fazer de mostrar novas possibilidades e cha-
curamos iluminar esta reflexão com al- a diferença mar a atenção para o fato de que está
gumas propostas teóricas do campo so- Um dos atributos de um sistema geo- ocorrendo a possibilidade de construir
cial e das ciências geodésica e cartográ- désico de referência é a capacidade de um novo mundo técnico no âmbito das
fica. Buscamos em experiências exitosas, possibilitar o posicionamento de ciências geodésicas e cartográficas, vin-
os esportes chamados radicais); tativos.” (Cida, 2005, p. 4-7). Isso equi- quer, especialmente para fins de fiscali-
Identificação de áreas ambien- vale a dizer que uma população zação, um endereço definido (que tem
talmente degradadas; esclarecida em relação a processos de de ser um nome de rua, em um determi-
Identificação de áreas socialmente regularização de terras e planejamento nado bairro de uma cidade de qualquer
degradadas; urbano certamente terá mais condições estado da federação). Por esta via, uma
Delimitação de áreas para pesquisa de argumentar e reivindicar junto aos comunidade quilombola ou uma comu-
arqueológica; governantes. Em outras palavras, haverá nidade indígena, por exemplo, nunca
Identificação de variedades nativas, aumento da intervenção cidadã e o terá oportunidade de acesso, por duas
áreas de produção, doenças étnicas e/ empoderamento das pessoas e dos razões iniciais: não possuem um ende-
ou zonas de endemias; grupos. É bom lembrar que faz parte dos reço formal e podem não estar com a
Identificação de áreas de zoonoses; objetivos do PIGN “assegurar uma boa titulação de posse formalizada. Um pon-
Identificação de patrimônio material e/ comunicação com a comunidade de to georreferenciado pode ser um “ende-
ou imaterial; usuários, através de uma conexão eficaz, reço” muito mais preciso e, nesse caso,
Empoderamento, (questões de gêne- a fim de disseminar ferramentas e o programa de moradias pode perfeita-
ro, raça e etnia); desenvolver metodologias para maximi- mente ser estendido a populações ca-
Direitos do cidadão. zar o uso da nova estrutura geoespacial”. rentes do meio rural. No entanto, se faz
Considerar o PIGN apenas como uma Nada disso impede que se amplie essa necessário demonstrar aos governantes
oportunidade de ajuste de referencial ou comunicação, estimulando o leigo a e gestores este ponto de vista, a fim de
como ferramenta de apoio à regulariza- interagir a fim de ampliar a sua capaci- que se façam os ajustes necessários nas
ção fundiária ou demarcação urbanística dade de intervenção social. normas legais. O mesmo raciocínio pode
é muito pouco, pois este projeto abre Em relação a oportunidades de acesso ser ampliado em relação aos direitos in-
uma série de oportunidades e se confi- à moradia, existem programas de apoio dividuais ou coletivos, inclusive no caso
gura também como o grande elemento à construção de moradias empreendidos de aposentadoria, em que o trabalhador
de divulgação das ciências geodésicas e pelo Governo Federal e voltados para rural tem de comprovar o seu endereço.
cartográficas para o grande público, sen- comunidades carentes, priorizando ques- Em relação aos objetivos do PIGN é pos-
do oportuno que se tente (re)cons- tões de gênero e raça. Estes programas sível supor que os dados geoespaciais
truir no imaginário das pessoas, em es- estão centrados na área urbana sob a ale- podem deixar de ser apenas sistemas
pecial dos que decidem as políticas pú- gação de que a sua implementação re- de referência geográfica para também
E
Em busca de oferecer suporte aos usuários A configuração da Rede Geodésica terá dois Coordenada em SAD 69
no processo decisório para a conversão de um grupos de características: o primeiro, associa- ϕ=-22°,9893
mapeamento cadastral para SIRGAS2000, do ao método de transporte de coordenadas λ = -43°,2115
esta comunicação apresenta uma abordagem (triangulação, poligonação, Doppler e GPS) e Coordenada em SIRGAS2000
teórica para avaliação dos resíduos da trans- o segundo em relação aos ajustamentos pro- ϕ = -22°,9898
formação entre as coordenadas SIRGAS2000 cessados para cálculo da rede (SAD69 original λ = -43°,2115
e SAD 69. e SAD 69 ajustado em 1996. (ftp:// Resíduos:
geoftp.ibge.gov.br/documentos/geodesia/ Rede GPS 0,076m
O programa TCGeo utiliza os valores dos
REL_sad 69.pdf) Rede SAD 69 1996 0,093m
parâmetros de transformação publicados
Essas possibilidades criam três categorias Rede SAD 69 3,481m
pela Resolução n° 1, de 25 de fevereiro de
distintas que vão influenciar diferentemente a O resíduo da transformação de um mapea-
2005. O modelo matemático indicado para
qualidade da coordenada final transformada: mento que foi referenciado à rede clássica
a transformação encontra-se publicado na
Rede Clássica – SAD 69; SAD 69 (triangulação e poligonação), em sua
Resolução n° 23, de 21 de fevereiro de
Rede Clássica – SAD 69, realização 1996 primeira realização, apresenta um resíduo bem
1989.(ftp://geoftp.ibge.gov.br/documen-
Rede GPS. superior ao transformado de um mapeamento
tos/geodesia/pmrg/legislacao/
Para auxiliar os usuários na identificação da referenciado à mesma rede clássica, porém
RPR_01_25fev2005.pdf)
grandeza do resíduo, proporcionado pela trans- após o ajustamento de 1996.
Essa tomada de decisão é importante, pois formação em uma das três categorias da Rede Para comparação com a posição geográfi-
a qualidade da transformação está diretamen- Geodésica, o TCGeo apresenta esses valores ca, foi transformada outra coordenada, esta
te associada à tecnologia empregada na no campo “Resíduo da Transformação”, no lado em Belém.
materialização da rede geodésica e, por con- esquerdo do final da tela. Coordenada em SAD 69
seqüência, utilizada como referência para os Como ϕ = -01°,4554
levantamentos dos pontos de apoio do ma- exemplo, foi λ = -48°,4897
peamento. Outro fator relevante está vincula- calculada a Coordenada em SIRGAS2000
do aos ajustamentos sofridos pela rede, pois, transforma- ϕ = -01°,4557
de certa forma, isso proporciona um conjunto ção de uma λ = -48°,4901
diferente de coordenadas para os marcos coordenada Resíduos:
geodésicos, bem como uma melhoria da sua no municí- Rede GPS 0,039m
precisão. pio do Rio Rede SAD 69 1996 3,911m
Resíduos da Transformação de Janeiro Rede SAD 69 7,271m
O modelo matemático utilizado para a trans- (Fig. 1). Existe uma influência que pode ser sig-
formação é a aplicação direta dos três nificativa no que se refere à posição geo-
parâmetros de translação nos eixos cartesianos gráfica do mapeamento cadastral, mas isso
geocêntricos do sistema de referência de ori- Fig.1: Tela do não é tão significativo quando o mapea-
gem. Os parâmetros oficialmente publicados Programa mento está referenciado aos pontos da
TCGeo
pelo IBGE proporcionam a transformação entre Rede Geodésica determinados por GPS.
coordenadas SAD 69 e SIRGAS2000. Para co- Devido à coincidência atual entre os sistemas de referência WGS84 (G1150) e SIRGAS2000,
nhecer a qualidade da transformação, porém, os parâmetros de transformação publicados entre SIRGAS2000 e SAD 69 devem ser usados
o usuário precisa saber qual era a configuração também para transformar produtos atuais obtidos por GPS em produtos SAD 69.(ftp://
da Rede Geodésica usada para referenciar o geoftp.ibge.gov.br/documentos/geodesia/pmrg/revista_ponto_de_referencia.pdf)
mapeamento cadastral em questão.
A experiência canadense
Adotando um referencial geocêntrico
E
Este artigo fornece uma perspectiva
abrangente dos referenciais usados
no Canadá, com atenção especial à
implementação do NAD83 e à
implementação nas três Províncias
marítimas do leste, incluindo
New Brunswick, onde a Universidade
de New Brunswick está localizada.
1. Perspectiva histórica levantamento inercial tornaram possível obter rede de controle do levantamento norte-ame-
O datum geodésico original, usado para o o posicionamento preciso de forma dinâmica. ricano para produzir um único conjunto de co-
mapeamento no Canadá, foi baseado no Nos anos 1970, porém, observações e posicio- ordenadas para controle de monumentos, tan-
elipsóide de Clarke de 1866, com o seu ponto namentos precisos tiveram que ser distorcidos to quanto possível sem distorção. Um acordo
de origem no Rancho Meades, Kansas, Esta- para se “ajustarem” aos valores antigos do formal internacional especificou que os cálcu-
dos Unidos (EUA). O Rancho Meades, próximo NAD27. los seriam baseados num elipsóide geocêntrico
ao centro geográfico do terrritório continental A tecnologia de posicionamento por satéli- de referência internacionalmente aceito. As-
dos EUA, era o ponto de base geodésico para tes utiliza um referencial centrado na Terra, ou sim, o Datum Norte Americano de 1983
o Datum Norte-Americano de 1927 (NAD27). geocêntrico, que pode ser usado em qualquer (NAD83) foi concebido.
Durante o período de 1928 a 1932, todas as lugar do mundo para determinar as posições 2. NAD83 no Canadá
redes norte-americanas foram reajustadas para precisas e compatíveis entre si, o que tornava A primeira e principal realização do NAD83
o NAD27 e, até o início dos anos 1980, o óbvio os benefícios principais da mudança para no Canadá foi feita através da finalização do
NAD27 foi o sistema de referência para quase um referencial geocêntrico para a comunidade projeto da redefinição e ajustamento continen-
todos os levantamentos de medição terrestre técnica no Canadá: tal do NAD83, em 1986. O objetivo era minimi-
no Canadá. um sistema mundial para levantamentos zar as distorções existentes no NAD27 e pro-
Durante esse período, com o advento de globais, duzir um grande conjunto de valores de coor-
tecnologia de ponta, houve melhorias signifi- um sistema comum com o nosso vizinho EUA, denadas em NAD83. O ajustamento das ob-
cativas na habilidade de se medir e calcular um datum mais preciso, de modo que o refe- servações geodésicas no datum do NAD83 foi
distâncias, ângulos e posições com melhor pre- rencial de controle do levantamento não resultado de um esforço internacional entre o
cisão. As distâncias eram medidas por distorcesse levantamentos precisos mais avan- Canadá, os EUA e a Dinamarca (Groenlândia).
Interferometria de Bases Muito Longas (VLBI) çados e Os dados geodésicos do México e da América
e os equipamentos eletrônicos de medição de simplificação do sistema para obtenção da Central também foram coletados e validados
distâncias e ângulos foram aperfeiçoados, com vantagem total do potencial da tecnologia GPS. para inclusão no ajustamento.
teodolitos empregando raios laser. Com com- O Canadá e os EUA também levantaram A primeira tarefa, principal, foi a seleção e
putadores de alta velocidade e programas so- várias questões a respeito da precisão e do organização de todas as observações geodé-
fisticados, os cálculos de posicionamento pre- uso do NAD27. Em 1974, os governos dos sicas coletadas durante o estabelecimento das
ciso ficaram mais fáceis e rápidos. Os sistemas Estados Unidos, do Canadá, do México e da redes de controle primário. O ajustamento final
de posicionamento por satélite e sistemas de Groenlândia concordaram em reajustar toda a continha 1.785.772 observações e 266.436
1
Esta transformação é computada em duas partes: a primeira, o programa SCTRANS é usado para aplicar uma conversão média entre os datums do NAD27 e NAD83
(computados usando o programa DATUM), e, então so programa ESTPM é usado para modelar a distorção entre os sistemas de ajustamento do NAD27 e NAD83.
Mark Doucette, P.Eng. Jones, Harold E. and David H. Gray. 1986. News? Director, Mapping Branch, Land Information
Offshore Legal Surveys – Datums and Charts*. Services Division, Alberta Forestry, Lands and
Diretor da WaterMark Industries Legal Surveys Division, Surveys and Mapping Wildlife, Edmonton, Alberta.
Dave Carney, P.Eng. Branch, Department of Energy, Mines and Walker, W.J. and W.D. Usher. 1988. The Impact
Consultor da WaterMark Industries Resources, Ottawa, Ontario and Canadian of the Redefinition and Readjustment of the North
Hydrographic Service, Department of Fisheries and American Datum on Land-Related Information
Susan Nichols, Ph.D. Oceans, Ottawa, Ontario. *A revised version of a Systems in Alberta. Land-Related Information
University of New Brunswick - UNB/ paper presented at Colloquium IV, Land, Sea, and Services Group and Ministerial Advisory Committee
Space – Today’s Survey Challenge, Lake Louise, on Land-Related Information Systems Alberta
Department of Geodesy and Geomatics Alberta, Canada, April 1986. Forestry, Lands and Wildlife. Paper presented at
Engineering Junkins, Donald. R. Transforming to NAD83 . “The NAD ’83 Redefinition in Canada and its Impact
Geodetic Survey Division, Canada Centre for on the Industry”, April 27, 1988, Calgary, Alberta.
7. Referências Surveying, Ottawa, Ontario. Wassef, Attallah. M. 1988. Towards an Orderly
Gillis, Darlene, Angus Hamilton, Roger J. Gaudet, Steeves, R.R., C.A.M. Chamberlain and M. Transition to NAD 83 in Ontario. Centre for
James Ramsay, Bert Seely, Susan Blackie, Allen Bérubé. 1988. Future Network Maintenance in Surveying Science, University of Toronto,
Flemming, Cyril Carlin, Serge Bernard, Léo-Guy Canada. Systems Development Section, Geodetic Mississauga, Ontario. CISM / MNR / AOLS. North
LeBlanc. The selection and implementation of a Survey Division, Canada Centre for Surveying, American Datum Seminar, Toronto, 8 June 1988.
new Spatial Reference System for Canada’s Ottawa, Ontario, Canada. Wraith, C. and J.D. Barnes Ltd. NAD/83 –
Maritime Provinces. Geomatica. Toomey, M.A.G. NAD 83, Good News or Bad Comments by the Private Sector.
DAVE– Como você se interessou por no- HELEN – Uma vez a cada cinco anos, desde duplicação de nomes e políticas públicas para
mes geográficos? 1967, as Nações Unidas fazem uma Conferên- nomes geográficos tiveram de ser confron-
HELEN – Quando trabalhei no Serviço Geo- cia sobre Padronização de Nomes Geográfi- tadas para promover a padronização inter-
lógico do Canadá (Geological Survey), tive a cos. O Canadá foi um dos primeiros países a nacional. Hoje o UNGEGN (Grupo de Peri-
oportunidade de passar um tempo no norte participar, e em 1987 sediou a Quinta Confe- tos) também estabeleceu ligações com a
do Canadá. Comecei a gostar do relaciona- rência em Montreal. Como assistente junior, UNESCO na consideração dos aspectos cul-
mento do povo indígena com a terra e vi como eu participei pela primeira vez em uma ativida- turais dos nomes.
o processo de nomeação dos elementos geo- de da ONU! Desde então, fui ampliando mi- DAVE– Qual é a atração em trabalhar
gráficos era parte integrante da sua cultura, nha participação, liderei a delegação do Ca- com nomes geográficos?
das suas tradições orais e do seu relaciona- nadá e primeiramente fui eleita vice-presiden-
HELEN – Os nomes geográficos têm um
mento com o seu meio ambiente. te e depois, em 2002, para a posição de pre-
papel importante em nossa vida diária – para
sidente do Grupo de Peritos das Nações Uni-
DAVE– Que tipo de formação ou treina- descrever os locais próximos d eonde
das em Nomes Geográficos (UNGEGN), que
mento você teve para realizar este traba- estamos, para acessar dados espaciais
dá continuidade ao trabalho no intervalo en-
lho? (através de mapas, SIGs e mecanismos de
tre as conferências.
HELEN – A maioria dos que seguem carrei- busca na internet), para revelar detalhes
DAVE– Por que a ONU está interessada sobre nossa história e nosso patrimônio
ra em pesquisa ou administração de nomes
em nomes geográficos? cultural. O trabalho na ONU oferece uma
geográficos são lingüistas, geógrafos, historia-
dores, cartógrafos, especialistas em sistemas HELEN – A ONU está interessada em me- oportunidade maravilhosa de interagir com
de informação geográfica (SIGs), e assim por lhorar a comunicação mundial e, desde a dé- tanta gente de diferentes culturas – pessoas
diante. Minha própria formação é em Geogra- cada de 1950, tem procurado resolver ques- que vêm o mundo de diferentes
fia, seguida por certo número de anos em que tões de ambigüidade na escrita e de aplica- perspectivas.
ganhei mais experiência no trabalho com a ção dos nomes geográficos, originalmente DAVE – Obrigado Helen, estou ansioso
autoridade nacional canadense em nomes. para fins cartográficos. A responsabilidade de por sua apresentação no 1º Seminário em
cada país com as formas padronizadas de Nomes Geográficos dos Países da Comuni-
DAVE– Como você se envolveu com o tra-
nomes tornou-se da maior importância, e ques- dade de Língua Portuguesa, a ser realizado
balho de padronização de nomes nas Na-
tões de sistemas de romanização, exônimos, dia 2 de dezembro no Rio de Janeiro.
ções Unidas?
Ponto de Referência - Quais vão ser os comum nos sistemas de instituições estadu- temas definidos pelo e-PING. O MMA
benefícios imediatos e de longo prazo para ais, como aqueles voltados para o disponibiliza desde 2006 os limites das UCs ao
a área ambiental com a adoção gradual, até licenciamento ambiental, e precisam ser con- público em geral e adota para isso as orienta-
2014, do novo sistema de referência geodé- siderados com atenção. ções globais sobre como implementar uma
sico único, o SIRGAS2000? PR - Como o Ministério do Meio Ambien- INDE, ou seja, adotando padrões abertos de
eixeira – A adoção do
Izabella TTeixeira te poderá orientar
orientar,, em conjunto com o IBGE
IBGE,, disseminação de dados, inclusive web services
SIRGAS2000 é uma das ações da CONCAR os órgãos federais, estaduais e municipais de padrões internacionais. Além dos limites das
que visam ao aprimoramento da cartografia que atuam na área ambiental quanto à ne- unidades de conservação, o MMA já está com
nacional e sua adequação às tecnologias mais cessidade de representação e identificação toda sua base de dados cartográficos docu-
modernas de mapeamento. Os benefícios para precisa e padronizada dos limites de suas mentada no padrão de metadados do ISO-
a área ambiental estão relacionados à melhoria áreas de estudo e gerenciamento, buscan- 19115. Esses metadados estão disponíveis para
na qualidade dos mapeamentos, conseqüên- do a construção de uma futura INDE – Infra- consulta no sítio eletrônico do Ministério por
cia dessas ações. O importante, nessa fase estrutura Nacional de Dados Espaciais que meio do software GeoNetwork e já estamos
de transição entre o SAD69 e o SIRGAS2000, venha realmente beneficiar toda a socieda- integrados ao banco de metadados do IBGE,
é a definição de procedimentos de conversão de usuária de informações geoespaciais? ou seja, na prática o MMA já possuí uma IDE e
dos mapeamentos temáticos existentes para está preparado para integrar-se à infra-estru-
eixeira – O MMA é uma das ins-
Izabella TTeixeira
o novo sistema. O acervo de dados temáticos tura nacional de dados espaciais, inclusive pres-
tituições mais atuantes na definição da INDE,
é, para a área ambiental, tão importante quan- tando apoio técnico às outras instituições go-
participando ativamente nas reuniões técni-
to a cartografia básica, mas a definição das vernamentais que deverão criar seus bancos
cas da CONCAR e do e-PING. Nas discussões
responsabilidades pela conversão e o desen- de metadados. Complementando, o MMA de-
sobre o modelo de dados da base cartográfica
volvimento de softwares para tal finalidade senvolveu um software livre na área de
digital, parte integrante da INDE, a questão
ainda foi pouco discutido. O processo de con- geoprocessamento, denominado I3Geo, volta-
da delimitação das unidades de conservação
versão entre os sistemas deverá também con- do para a disseminação de dados e geração de
foi contemplada e o MMA implementou um
siderar os bancos de dados convencionais que mapas interativos. Esse software já está sen-
sistema para o cadastramento dessas unida-
armazenam coordenadas e que, muitas ve- do utilizado por várias instituições fazendo parte
des. Esse sistema armazena os limites das
zes, não estão relacionados a sistemas de in- inclusive do Portal do Software Público
unidades e está apto a se integrar à INDE,
formação geográfica. Esse tipo de dado é muito Brasileiro.
conforme os padrões de integração entre sis-
A
te relacionadas à questão ambiental e uso do solo, que requer um mapeamento de maior
As tecnologias de mapeamento digi-
detalhe, preciso e atual.
tal permitem ao usuário participar ativa-
O novo mapeamento, em formato digital em SIRGAS2000, facilitará a geração e a
mente da construção do documento
atualização de diferentes mapas temáticos, o planejamento estadual, regional e munici-
cartográfico, enquanto a democratiza-
pal, necessários ao planejamento e subsidiar a tomada de decisão com informações
socioeconômicas, ambientais, de infra-estrutura, de evolução da ocupação urbana e ção das ferramentas de mapeamento e
rural, entre outras. Na concretização do projeto de mapeamento do Rio, Izabella Teixeira, visualização gera oportunidades de ação
secretária executiva do Ministério do Meio Ambiente, reconheceu a necessidade de um social. Embora essas tecnologias sejam
sistema único e mencionou a importância de se complementarem os esforços dos gover- cada vez mais utilizadas em processos
nos dos níveis municipal, estadual e federal para permitir a geração de mapas temáticos de tomada de decisão, de um modo ge-
para o território brasileiro: ral, encontram-se fora do alcance dos
“O mapeamento necessário ao Zoneamento Ecológico Econômico (ZEE) ou a outros cidadãos comuns, tanto no sentido ma-
projetos que definem políticas de intervenção sobre nosso espaço geográfico não será terial como no sentido cognitivo.
possível sem a colaboração entre as instituições públicas das três esferas de governo, Tecnologias de geoinformação e da-
dada a complexidade de tais mapas e a extensão do Brasil. Isto significa que o mapea- dos espaciais exigem alto nível de trei-
mento básico, que serve de referência para mapeamentos temáticos, deve ser o mais
namento para sua utilização adequada,
recente possível e seguir normas técnicas únicas. Sem isto, a integração entre os esforços
o que impossibilita a participação mais
de mapeamento das várias instituições não resultará em bons produtos.”
direta da comunidade na elaboração
dos mapas. Por essa razão, multiplicam-
Mapa-imagem parti-
cipativo da comuni-
dade Quilombola de
Castainho - PE
se os projetos e as pesquisas voltados informação territorial voltada para o vo, o processo de inclusão cartográfica
para a busca da inclusão de comunida- empoderamento dessas comunidades, demanda documentos cartográficos ela-
des tradicionais rurais e indígenas, atra- além da resolução de conflitos de ge- borados a partir da concepção do usuá-
vés do desenvolvimento de instrumen- renciamento territorial. Através desse rio, aliados ao processo de educação
tos que possam ser construídos e utiliza- processo, os habitantes têm sido enco- cartográfica e ao desenvolvimento da ca-
dos pela própria comunidade para o ge- rajados a desenhar e modelar seu terri- pacidade perceptiva e cognitiva dos usu-
renciamento e as reivindicações de na- tório e recursos, decidindo o que deve ários, independentemente do seu nível
tureza territorial. ser representado e de que forma. de entendimento sobre o espaço geo-
Pesquisadores afirmam que o mapea- Na visão do mapeamento participati- gráfico.
mento e o trabalho com documentos
cartográficos aumentam a capacidade das Mapeamento participativo no território
comunidades de negociar o acesso a re- Quilombola de Castainho
cursos, possibilitando desenvolver habi-
A Comunidade Quilombola de Castainho
lidades de entendimento local e seus re-
está localizada na área rural do município
lacionamentos com as regiões vizinhas
de Garanhuns, situado na zona Agreste do
(FOX et al., 2005). Assim, a informação
Estado de Pernambuco (Fig. 1). Tem área
espacial representa um instrumento de
aproximada de 190 hectares e perímetro
construção do conhecimento para apoi-
de 11km.
ar os objetivos mais amplos de gerencia-
O trabalho realizado na comunidade está
mento baseado na comunidade.
dirigido, no âmbito do Projeto de Infra-es-
O mapeamento de povos baseados na
trutura Geoespacial Nacional – PIGN, ao
terra (land-based commons) – mapea-
reconhecimento dos limites do seu terri-
mento de, por e para as pessoas – tem
tório e ao acesso e uso das informações
sido chamado de contra-mapeamento
espaciais. Com o objetivo de proporcionar
(counter-mapping), mapeamento base-
aos membros da comunidade maior inclu-
ado na comunidade (community-based
são no processo de regularização, através Figura 1 – Localização do Território
mapping) ou ainda mapeamento partici- Quilombola de Castainho
da compreensão dos documentos que re-
pativo (participatory mapping).
presentam a sua realidade espacial, algumas atividades foram desenvolvidas e
As técnicas de mapeamento participa-
são apresentadas a seguir. O processo baseou-se na construção de representa-
tivo visam apresentar o mapa como um
ções cartográficas obtidas a partir do entendimento do espaço e das feições
instrumento tanto para a compreensão
consideradas relevantes e representáveis pela própria comunidade, de acordo
do modo de utilização do território pelas
com os processos utilizados no mapeamento participativo.
comunidades, quanto para a utilização da
Índios aprendem a utilizar GPS para montar banco de dados das aldeias
RIO - Índios Guarani de Angra dos Reis, no
litoral sul do estado, estão aprendendo a usar
o GPS, um sistema de localização por satélite.
A tecnologia vai ajudar a montar um banco de
dados sobre as aldeias da região. As
informações colhidas pelos índios darão origens
a mapas e um sistema de informação
geográfica monitorado pela própria locais que estão sendo marcados. que não tenha vindo ao posto - conta Diana
comunidade indígena. O banco de dados deve Técnicos do Instituto Brasileiro de Geografia Marinho, pesquisadora da Fiocruz.
estar disponível no primeiro semestre do ano e Estatística (IBGE) e Fundação Nacional de Quando os técnicos forem embora os
que vem. Saúde (Funasa), Fundação Nacional do Índio trabalhos continuam. Cada aldeia ficará com
- Eu pensei que era difícil , mas depois que (Funai) e a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) um equipamento de GPS.
mexi no equipamento parece fácil - contou o capacitam os indígenas desde o ano passado. - Na aldeia, sempre há movimento, outras
índio Aldo ao Bom Dia Rio. Ele é um dos 18 A ação é realizada em parceria com uma pessoas mudam de casa então saberemos e
alunos que estão aprendendo a utilizar o universidade do Canadá (Universidade de New poderemos atualizar os mapas da aldeia -
localizador por satélite. Brunswick). afirma o índio Leandro Mendes.
O grupo será responsável por identificar - Se eles tiverem vários índios que estão Fonte: Globo Online sobre as atividades do PIGN com
geograficamente cada ponto da aldeia. Em vindo dos mesmos posicionamentos das os índios Guarani de Angra dos Reis:
http://oglobo.globo.com/rio/mat/2008/11/05
uma delas no Bracuí, vivem 79 famílias. casas, eles poderão fazer uma investigação e indios_aprendem_utilizar_gps_para_
Banheiros públicos e residências são um dos ver se existe alguém doente naquela região montar_banco_de_dados_das_aldeias-586263066.asp
II SIMGEO
Foram apresentados cin- 3. “Projeto Infra-
co trabalhos relacionados ao estrutura Geoespa-
Projeto de Infra-estrutura cial Nacional – An-
Geoespacial Nacional – PIGN damento dos Proje-
no II Simpósio Brasileiro de tos de Demonstração
Ciências Geodésicas e Tec- dos Impactos Soci-
nologias da Geoinformação ais” – Andréa Flávia
– II SIMGEO, realizado de 8 Tenório Carneiro
a 11 de setembro de 2008, no Mar Hotel, em te. Os temas seguintes foram apresentados (UFPE); Anna Lúcia Barreto de Freitas, Ericka
Recife PE. Promovido pela Universidade Fede- por participantes do PIGN no II SIMGEO. Delania Veríssimo de Andrade, Nilo César Coe-
ral de Pernambuco – UFPE, no âmbito do Pro- 1. “RBMC em tempo real, via NTRIP e seus lho da Silva (IBGE); Silvane Karoline da Silva
grama de Pós-graduação em Ciências Geodé- benefícios nos levantamentos RTK e DGPS” Paixão, Sue Nichols (Universidade de New
sicas e Tecnologias da Geoinformação/Depar- – Sônia Maria Alves da Costa; Marco Aurélio Brunswick – Canadá)
tamento de Engenharia Cartográfica, o even- de Almeida Lima; Newton José de Moura A elaboração de um modelo 3D na co
4. ““A co--
to atingiu seus objetivos de promover o inter- Júnior; Mário Alexandre de Abreu; Alberto Luis munidade quilombola de Castainho utilizan-
câmbio técnico-científico dos participantes e a da Silva; Luiz Paulo Souto Fortes (IBGE) eoria da Cognição
do os conceitos da TTeoria Cognição” –
divulgação de trabalhos nas áreas de 2. “Redes estaduais GPS: situação atual e Ericka Delania Veríssimo de Andrade (IBGE);
Geodésia, Cartografia, Sensoriamento Remo- perspectiva futura” – Alberto Luis da Silva; Andréa Flávia Tenório Carneiro (UFPE).
to, além de Geoprocessamento em estudos Marco Aurélio de Almeida Lima; Sônia Maria 5. “Reflexões quanto ao SIRGAS2000” –
de Geociências, Engenharias e Meio Ambien- Alves da Costa (IBGE) João Bosco de Azevedo (IBGE) (C.L.)
Workshop
com Agências
Reguladoras
resulta em
recomendações
O PIGN promoveu, nos dias 8 e 9 de
abril de 2008, no Rio de Janeiro, o
workshop “Impactos da Mudança do Re-
ferencial Geodésico nas Áreas de Atua-
ção das Agências Reguladoras”, com o
objetivo de apresentar as principais
questões envolvidas no processo de
mudança, por meio de apresentações e Ricardo Lomba e João Bach (Petrobras)
exemplos práticos. No workshop, foram
identificar a origem e a qualidade
identificadas as aplicações que envol- Adriana Lannes - ANEEL
dos dados a serem convertidos,
vem as questões do referencial geodé-
promover ampla divulgação sobre de Dados Espaciais, com vistas ao com-
sico nas frentes de produção de cada
a preocupação que deve orientar a pro- partilhamento de informações geoespa-
agência. Também foram repassados co-
dução de documentação normativa para ciais produzidas pelas diversas institui-
nhecimentos e orientações para que as
recebimento de informações geográfi- ções brasileiras, e
agências possam utilizá-los, por exem-
cas das empresas e instituições atuan- adotar o SIRGAS2000 o mais rápido
plo, na contratação de serviços. A equi-
tes na área setorial correspondente, possível, de modo a evitar o custo da
pe do PIGN participou por meio de apre-
substituir as legendas WGS84 por manutenção de duplicidade no banco
sentações sobre conceitos, estudos de-
SIRGAS2000, exceto naquelas subor- de dados (dois sistemas de referência),
senvolvidos em projetos pilotos, consi-
dinadas a uma norma internacional. bem como na contratação de serviços
derações gerais a respeito da adoção
Nestes casos, sugere-se a inclusão de de georreferenciamento.
do SIRGAS2000 e as ferramentas
nota de rodapé explicitando que, no A experiência adquirida no evento ser-
(software) para conversão de dados.
caso do Brasil, WGS84 é coincidente virá para o desenvolvimento da aborda-
Ao final do evento, foi elaborado um
com SIRGAS2000, gem a ser utilizada nos Seminários de
documento com as recomendações
evidenciar os benefícios do desen- Educação que vão ser realizados em
que servirão para nortear o grupo. As
volvimento da Infra-estrutura Nacional 2009 para grupos de gestores. (V.A.)
principais recomendações foram:
Simpósio da Petrobras
O Projeto de Infra-estrutura Geoespacial Nacional (PIGN) participou do Simpósio de Tecnologias da Petrobras, no qual foram
apresentadas as atividades desenvolvidas pelos Grupos de Trabalho de Divulgação, de Conversão entre Referenciais e de
Impactos (Projetos Demonstrativos 1, 3 e 5, respectivamente). No simpósio, foi feita uma apresentação relatando o estágio
atual do processo de modelagem da distorção da Rede Geodésica e como isso será aplicado para as questões de conversão
entre referenciais. Também foram apresentados os estudos atuais referentes aos impactos causados pela mudança de
referencial. (J.A.)
II Workshop Territórios
Quilombolas
Questões sociais,
legais e técnicas
Nos dias 17 e 18 de abril de 2008, em
Recife, realizou-se o “II Workshop Territórios
Debates no encerramento do II Workshop
Quilombolas – Questões sociais, legais e técnicas”, com a proposta de
promover discussões sobre os desafios, aprendizados e experiências
nos processos de regularização de territórios urbanos e rurais, já
concluídos ou em andamento, e apresentar os resultados e produtos
das ações desenvolvidas no âmbito do PIGN.
Durante os dois dias do evento, as ins- área, alfabetização cartográfica (profes- Sue Nichols (UNB), Antônio Ferreira e
tituições presentes – IBGE, Incra, Ufpe, soras e ensino fundamental) e elabora- Chris Fox (UNB)
XXIV Reunión Científica de la Asociación Argentina de Geofísicos y Geodestas e Primer Taller de Trabajo
de Estaciones Continuas GNSS de America y del Caribe, de 14 a 17 de abril de 2009, em Mendoza, Argentina.
VAI ACONTECER: des, organismos públicos e empresas das da UNCuyo, a Unidad de Aplicaciones Geodési-
A reunião científica tem Américas e do Caribe, responsáveis pelo funci- cas y Gravimétricas; o Instituto de Argentino de
por objetivo convocar pesquisadores e onamento de Estações Contínuas GNSS. O Nivología, Glaciología y Ciencias Ambientales, a
tecnólogos para apresentar trabalhos científi- objetivo é gerar aportes, compartilhar expe- Dirección Provincial de Catastro do governo de
cos, de inovação tecnológica, e comunicações riências e desenvolver estratégias de alcance Mendoza, a Asociación Argentina de Geofísicos
nas seguintes disciplinas: Geofísica Aplicada, continental que permitam otimizar os serviços y Geodestas. No Brasil, os organizadores do
Geodésia, Física Solar Terrestre, Geomagnetis- e gerar vínculos inter-institucionais, fortalecen- evento são o Grupo de Estudos em Geodésia
mo, Hidrologia, Meteorologia, Oceanografia, do os recursos humanos e a capacidade cien- Espacial da FCT da Universidade Estadual
Sismologia, Gravimetria, Vulcanologia, tífica dos grupos de trabalho. Paulista (Unesp), o Instituto Nacional de Colo-
Climatologia, Cartografia e Teledetecção. O taller Os organizadores responsáveis pelo evento nização e Reforma Agrária (Incra) e o Instituto
de trabajo pretende gerar um espaço de parti- incluem o Instituto de Geodesia y Geodinamica Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). (J.G.)
cipação para instituições científicas, universida- e o Instituto CEDIAC da Facultad de Ingeniería http://www .aagg2009.org/espanol/home
http://www.aagg2009.org/espanol/home
Impactos Técnicos
João Bosco de Azevedo - IBGE
Impactos Sociais
Anna Lúcia Barreto de Freitas - IBGE
Nilo Cesar Coelho da Silva - IBGE
Susan Nichols - UNB / Canadá
Equidade de Gênero
Anna Lúcia Barreto de Freitas - IBGE
Susan Nichols - UNB / Canadá