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AMBIENTAL
autor do original
ANDERSON MANZOLI
1ª edição
SESES
rio de janeiro 2015
Conselho editorial regiane burger, modesto guedes júnior
Diagramação fabrico
Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta obra pode ser reproduzida ou transmitida
por quaisquer meios (eletrônico ou mecânico, incluindo fotocópia e gravação) ou arquivada em
qualquer sistema ou banco de dados sem permissão escrita da Editora. Copyright seses, 2015.
ISBN 978-85-5548-023-2
CDD 621.36
Prefácio 7
1. Geoprocessamento 10
Conceitos e fundamentos do Geoprocessamento 11
Conceitos e evolução das tecnologias de geoprocessamento 14
Conceitos de espaço e relações espaciais 17
Tecnologias relacionadas 20
Tipos de dados em geoprocessamento 22
3. Criação de Informações 52
Técnicas de Geoprocessamento 97
Técnicas do Geoprocessamento para diversas aplicações 99
Aplicações em modelos, análises e prognósticos ambientais. 103
Prefácio
Prezado(a) aluno(a)
7
1
Geoprocessamento
1 Geoprocessamento
Seja bem-vindo ao capítulo 1 da disciplina de Geoprocessamento Ambiental!
Será apresentada uma introdução aos temas associados às Geoprocessamento
Ambiental, considerando um breve histórico do desenvolvimento desta ciência.
As primeiras tentativas de automatizar parte do processamento de dados com ca-
racterísticas espaciais surgiram na Inglaterra e nos Estados Unidos, nos anos 50,
para reduzir os custos de produção e manutenção de mapas.Diversos métodos
eram usados para cruzar dados na tentativa de criar novas informações. Uma for-
ma de cruzar as informações em diversos mapas era com o uso de uma “mesa de
luz”. Os mapas de mesma escala eram sobrepostos e colocados sobre essa mesa.
O tampo da mesa era de vidro e na parte inferior da mesa havia uma fonte de luz,
que fazia a sombra do mapa de baixo ficar sobreposto no mapa de cima.
Hoje os dados podem ser coletados e sobreposto diretamente em meio digital.
Normalmente se faz a pergunta: “Se o onde é importante para sua pesquisa,
então o Geoprocessamento é uma das suas ferramentas de trabalho”.
Assim o Geoprocessamento Ambiental é uma ferramenta interdisciplinar, que
permite a convergência de diferentes disciplinas científicas para o estudo de
fenômenos ambientais. A precisão e a exatidão das informações obtidas estão
ligadas aos equipamentos para obtenção dos dados que serão a matéria-prima
para geração das novas informações, que normalmente são apresentados na
forma de mapas e cartas.
O objetivo deste capítulo é fazer uma introdução aos estudos que se referem as
geotecnologias aplicadas no contexto ambiental, tais como os conceitos, fun-
damentos e tecnologias relacionadas.
Esperamos que você compreenda os fundamentos do geoprocessamento por
meio do estudo da evolução tecnológica e sua atual aplicação. Esta compreen-
são é determinante para se conhecer as diferentes possibilidades de uso, a inte-
gração de dados e as aplicações em análises ambientais.
Por meio das habilidades que serão desenvolvidas esperamos que o geoproces-
samento desperte o interesse e a curiosidade sobre o grande potencial de uso
desse recurso. Esperamos também contribuir para a formação de profissionais
comprometidos com o desenvolvimento sustentável através do auxílio das tec-
nologias e recursos apresentados neste capítulo.
10 • capítulo 1
OBJETIVOS
• Verificar a importância do estudo das geotecnologias para a formação do gestor ambiental.
• Estudar sobre os conceitos e definições do geoprocessamento, associado com a evolução
das tecnologias interagindo com o meio ambiente.
• Compreender os fundamentos de espaços e relações espaciais.
• Estudar os diferentes tipos de dados e informações utilizadas no geoprocessamento.
REFLEXÃO
O IBGE possui uma grande quantidade de mapas e cartas em seu acervo e que a maioria deles
podem ser acessados livremente?
Existe também no site do IBGE um sistema de mapa iterativo que acessa o banco de dados
cadastrais. Acesse o site <http://www.ibge.gov.br/paisesat/main_frameset.php>
capítulo 1 • 11
de dados geo referenciados. Ainda é possível a automatização da produção de do-
cumentos cartográficos (CÂMARA, DAVIS E MONTEIRO, 2001).
O Geoprocessamento apresenta diversas ferramentas que possibilitam a
integração de diversas informações tendo como resultado dados confiáveis, o
que torna sua utilização muito ampla e que vem influenciando de maneira cres-
cente diversas áreas como a Cartografia, Análise de Recursos Naturais, Comu-
nicações, Transportes, Energia e Planejamento Urbano e Regional.
Segundo Câmara, Davis e Monteiro (2001) o Brasil por ser um país de di-
mensão continental, com uma grande necessidade de informações adequadas
para a tomada de decisões sobre os problemas urbanos, rurais e ambientais, o
Geoprocessamento revela-se como um enorme potencial, principalmente por
apresentar um custo relativamente baixo com o uso de tecnologias que garan-
tem a confiabilidade.
As primeiras tentativas de automatizar parte do processamento de dados
com características espaciais aconteceram, de acordo com Câmara, Davis e
Monteiro (2001), na Inglaterra e nos Estados Unidos, nos anos 50, com o obje-
tivo principal de reduzir os custos de produção e manutenção de mapas. Dada
a falta de recursos da informática na época, e a especificidade das aplicações
necessárias, estes sistemas ainda não podem ser classificados como “sistemas
de informação”.
A partir da necessidade da realização de um inventário de recursos naturais,
por meio de um programa governamental da década de 60 no Canadá, surgiram os
primeiros Sistemas de Informação Geográfica.Contudo, estes sistemas não eram
de fácil uso, pois não possuíam monitores gráficos de alta resolução, os compu-
tadores necessários eram excessivamente caros, e a mão de obra tinha que ser al-
tamente especializada. Havia também a necessidade de desenvolver programas
próprios de uso, pois não existiam soluções comerciais prontas, o que demandava
muito tempo e tinha um alto custo (CÂMARA, DAVIS E MONTEIRO, 2001).
O desenvolvimento de novos e mais acessíveis recursos de hardware, com o
objetivo de melhorar a capacidade de armazenamento e a velocidade de proces-
samento ocorreu ao longo dos anos 70, tornando assim viável o desenvolvimen-
to de sistemas comerciais. Foi então que a expressão GeographicInformation
Systemfoi criada, traduzida no português, como já citada Sistemas de Informa-
ção Geográfica (CÂMARA, DAVIS E MONTEIRO, 2001).
12 • capítulo 1
Hardware: O hardware pode ser definido como um termo geral da língua inglesa que
se refere a parte física de um computador. O Hardware é formado pelos componentes
eletrônicos, como por exemplo, circuitos de fios e luz, placas, utensílios, correntes, e
qualquer outro material em estado físico, que seja necessário para fazer com o que
computador funcione.
Fonte: <http://www.significados.com.br/hardware/>
capítulo 1 • 13
Coleção
de dados
Tomada de
decisões Mundo real
Fonte de
dados
Usuários Geração
de dados
Software: Definido como uma sequência de instruções escritas para serem interpreta-
das por um computador com o objetivo de executar tarefas específicas. Ou seja, são
programas que comandam o funcionamento de um computador.
Fonte: <http://www.significados.com.br/hardware/>
14 • capítulo 1
Em 1984 foi criada a Divisão de Processamento de Imagens (DPI) no Insti-
tuto, sendo um grupo específico para o desenvolvimento de tecnologias de ge-
oprocessamento e sensoriamento remoto. Essa divisão desenvolveu alguns sis-
temas para diversos ambientes computacionais, sendo eles o SITIM (Sistema
de Tratamento de Imagens) e o SGI (Sistema de Informações Geográficas), para
ambiente PC/DOS(originalmente um PC-286 com 8 Mhz e 256 Kb de memória)
e para ambientes UNIX e MS/Windows o SPRING (Sistema para Processamento
de Informações Geográficas), que é o mais dos mais utilizados atualmente (CÂ-
MARA, DAVIS E MONTEIRO, 2001).
A Divisão de Processamento de Imagens desenvolveu o SITIM paralelamen-
te com um sistema de informação geográfica denominado SGI, tendo como ob-
jetivo a integração de imagens a mapas e outras medições feitas diretamente
no terreno. Os dois sistemas passaram a operar de forma integrada, como apre-
senta a figura 2 abaixo, dando origem ao que veio a ser conhecido como sistema
SITIM/SGI (INPE, 2014).
REPRODUÇÃO© / TODOS OS DIREITOS RESERVADOS
Fonte: <http://www.dpi.inpe.br/menu/Historia/historico.php>
capítulo 1 • 15
c) o mapeamento das áreas de risco para plantio para toda a Região Sul do Bra-
sil, para as culturas de milho, trigo e soja, realizado pelo CPAC/EMBRAPA;
d) o estudo das características geológicas da bacia do Recôncavo, através da
integração de dados geofísicos, altimétricos e de sensoriamento remoto,
conduzido pelo CENPES/Petrobrás. Assad e Sano (1998) apresentam um
conjunto significativo de resultados do SITIM/SGI na área agrícola.
CONEXÃO
O SPRING é distribuído livremente via Internet e pode ser obtido através do website <http://
www.dpi.inpe.br/spring>.
7.478.600
Postagem
7.4762.00 Cultura anual
Cultura perene
Reflorestamento
Solo exposto
Solo inundavel
7.473.800 Capoeira
Mata
Água
Área urbana
7.471.400
16 • capítulo 1
A vinda ao Brasil, em 1982, do Dr. Roger Tomlinson, responsável pela cria-
ção do primeiro SIG (o CanadianGeographical Information System), incentivou
o aparecimento de vários grupos interessados em desenvolver tecnologias,
dentre eles podemos destacar os seguintes sistemas:
CONEXÃO
Mais informações do uso software e sobre o download podem ser encontradas no link
<http://www.viconsaga.com.br/lageop/saga.php>
capítulo 1 • 17
• Dados – são os elementos básicos (matéria prima) para a elaboração de
informações. Eles são a representação de fatos, conceitos ou instruções
de maneira formal, apropriada a sua comunicação, interpretação ou
processamento. Os Dados Geográficos são um cada particular de dados
espaciais e geralmente são caracterizados por terem duas componentes
fundamentais: o registro de determinado fenômeno, como por exemplo,
uma dimensão física (a população de uma cidade, a largura de uma dada
rodovia) ou uma classe (tipo de rocha, tipo de vegetação, nome de uma
cidade); e a localização espacial do fenômeno.
18 • capítulo 1
de entidades, construído a partir de um ou vários dados. Neste contexto,
o sistema de informação dá, ao usuário, a habilidade de produzir infor-
mação, de forma a contribuir essencialmente na redução de incertezas.
capítulo 1 • 19
• Buffering – também chamado de zona de influência, permite ao progra-
ma computacional pesquisar a ocorrências de objetos em um raio dado
envolta do ponto ou a ocorrência de objetos em um polígono gerado por
paralelas a uma determinada distância do perímetro da poligonal origi-
nal. Pode ser baseada em dados alfanuméricos ou em dados geográficos.
20 • capítulo 1
Existem diversos sistemas que realizam o gerenciamento dos Bancos de Da-
dos, dentre eles o PostgreSQL.
O PostgreSQL é um dos SBGD de código aberto mais avançados, contando
com diversos recursos e funções, desenvolvido atualmente pela PostgreSQL
Global Development Group. Este SBGD possui uma extensão conhecida como
PostGIS, que lhe garante suportar dados espaciais com funções para armazena-
mento e manipulação de dados geográficos (MEDEIROS, 2012).
Uma das ferramentas para a disponibilização e interligação de dados das mais
diversas fontes e naturezas é a internet, que nos últimos anos vem tendo maior des-
taque. De acordo com Medeiros (2012), a geomática também encontrou na inter-
net um nicho para suas atividades. A disponibilização de mapas digitais on-line, os
chamados WebGIS ou Webmapping, tem-se tornado comum, permitindo que um
maior número de usuários tenha acesso aos dados especializados, de forma hábil
e atraente (MEDEIROS, 2012).
De acordo com Casanova et al (2005) e Medeiros (2012), os mapas na web
podem ser apresentados de três principais formas:
• Mapas Estáticos – Mapas no formato de imagem (*.jpg, *.gif, *.png, etc)
integrados às páginas da internet.
• Mapas Gerados a partir de formulários – Fornece-se parâmetros para ge-
ração de mapas na forma de imagem.
• Mapas Dinâmicos – O usuário seleciona uma área de seu interesse em
um mapa geral, gerando uma navegação para outro mapa ou imagem
mais específico com informações mais detalhadas desta região. Em ge-
ral apresentam interface atraente com ícones para consulta espacial cál-
culo de distância e etc.
capítulo 1 • 21
REPRODUÇÃO© / TODOS OS DIREITOS RESERVADOS
22 • capítulo 1
Silva (2003) classifica os dados numéricos como “dados que estão ligados
a codificações em números do campo real”.Esses dados numéricos podem ser
classificados em nominal, ordinal, intercalado e dividido.
A variável nominal corresponde ao atributo que, representando um item es-
pecífico, não necessariamente obedece a uma determinada sequência, como,
por exemplo, tipos de solos ou de árvores de uma determinada região. Os dados
ordinais apresentam-se como listas de classes discretas, com certa ordem ine-
rente, como, por exemplo, as classes de rios, a classe dos níveis de educação,en-
tre outros (SILVA, 2013).
Silva (2003) classifica a variável intercalada como “um determinado interva-
lo natural e que tem um significado particular”, ou seja, a diferença entre 20°C
e 30°C é a mesma que entre 80°C e 90°C, porém sua representatividade física é
diferente. Os dados divididos têm as mesmas características que os dados in-
tercalados, acrescentando-se que, por definição, eles têm uma origem inicial,
que é o ponto zero, por exemplo, renda per capita, a precipitação das chuvas,
entre outros. A grande maioria dos dados que faz parte de um SIG é do tipo
nominal ou ordinal.
Silva (2003) define os dados vetoriais como uma “representação gráfica do
mundo real através de sistemas de coordenadas, dessa forma, a unidade funda-
mental do dado vetorial é o par de coordenadas x, y”.
O dado raster ou matricial refere-se à representação gráfica do mundo real
através de pixels (picture element) ou células, com estrutura mais simples e for-
mação poligonal regular, geralmente quadradas. A resolução do pixel pode ser
determinada em scanner por quanto pixels cabem em uma unidade de medida
ou por fotogrametria, onde cada pixel pode corresponder a uma determinada
área (SILVA, 2013).
Em termos mais gerais, podemos dizer que o dado raster representa o que
ocorre em todos os lugares. O dado vetorial representa ondedeterminado fe-
nômeno ocorre, ou seja, expressa a localização de todos os objetos. A figura 5
representa uma comparação entre os dados vetoriais e raster.
Raster
capítulo 1 • 23
Vetor
Mundo real
1 10 5 1 1 5 2,3 –3
5 5 4 9 – 12,3 5 2,5 9
24 • capítulo 1
.
ATIVIDADE
1. Qual a diferença conceitual entre Dado e Informação?
REFLEXÃO
A partir da leitura desta primeira unidade, você observou que hoje temos tecnologias para nos
auxiliar a tomar decisão embasada em modelos que podem ser simulados no computador
anteriormente. Isso permite ao tomador de decisão a fazer várias simulações antes de tomar
uma decisão. Notou-se assim a importância do georreferenciamento no âmbito ambiental.
LEITURA
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE se constitui no principal provedor de
dados e informações do País, que atendem às necessidades dos mais diversos segmentos
da sociedade civil, bem como dos órgãos das esferas governamentais federal, estadual e
municipal.
O IBGE oferece uma visão completa e atual do País, através do desempenho de suas prin-
cipais funções:
• Produção e análise de informações estatísticas
• Coordenação e consolidação das informações estatísticas
• Produção e análise de informações geográficas
• Coordenação e consolidação das informações geográficas
• Estruturação e implantação de um sistema das informações ambientais
capítulo 1 • 25
• Documentação e disseminação de informações
• Coordenação dos sistemas estatístico e cartográfico nacionais
O site do IBGE possui um banco de dados muito farto de dados para serem utilizados em
SIG. Entre no site <http://www.ibge.gov.br/home/mapa_site/mapa_site.php#geociencias>
e veja a disponibilidade de material que pode ajudar a contribuir com sua pesquisa.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ASSAD, E.D.; SANO, E.E. Sistemas de Informações Geográficas - Aplicações na Agricultura.
Brasília, EMBRAPA, 1998 (2z. edição).
Casanova, M.; Câmara, G.; Davis, C.; Vinhas, L.; Queiroz, G. R..Bancos de Dados Geográ-
ficos. MundoGEO, Curitiba, 2005
NCGIA, The Research Plan for the NCGIA, International Journal of Geographic Information
Systems, 3(2):117-136, 1989.
26 • capítulo 1
Silva, K. G. D., Rios, I. D. S., Machado, L. A., Oliveira, A. R. D., & Ribeiro, L. P. Elaboração de
mapa interativo em Webgis como meio de promover a atividade turística: um experimento na
rota sede-Nova Lima (MG). REVISTA TERRITORIUM TERRAM, v. 1, n. 2, p. 107-122, 2013.
NO PRÓXIMO CAPÍTULO
No próximo capítulo abordaremos um pouco mais o conceito, funcionamento e importância
do Sistemas SIG para auxiliar na tomada de decisões por parte dos gestores. Além disso,
compreenderemos como esses sistemas conseguem manipular e gerenciar esse grande
banco de dados, gerando novas informações.
capítulo 1 • 27
28 • capítulo 1
2
Sistemas de
Informação
Geográfica
2 Sistemas de Informação Geográfica
Seja bem-vindo ao capítulo 2 da disciplina de Geoprocessamento Ambiental.
Nesta unidade você compreenderá o funcionamento dos Sistemas de Informa-
ção Geográfica e seus potenciais para facilitar o gerenciamento e a tomada de
decisões dos profissionais da área. Conheceremos as formas de utilização das
imagens de satélites nos SIGs bem como suas aplicações nos contextos ambien-
tais. Para compreender esses conceitos é necessário compreender também os
conceitos de Cartografia e Geodésia, que estão ligados ao âmbito da localização
espacial e entender a forma da Terra, criando um sistema de coordenadas que
facilite a localização.
O objetivo deste capítulo é estudar os componentes e aplicações dos Sistemas
de Informação Geográfica. Sendo os SIGs uma combinação de dados alfanu-
méricos, softwares, hardwares, pessoas e dados espaciais, compreender cada
um desses elementos torna-se essencial. Compreender como esse sistema con-
segue manipular e gerenciar esse grande banco de dados, gerando novas infor-
mações, é o escopo desse capítulo.
OBJETIVOS
• Estudar os conceitos e funcionamento dos Sistemas SIG.
• Compreender como os SIGs manipulam e gerenciam grandes bancos de dados, gerando
novas informações.
• Estudar sobre as diferentes formas de representação da Terra.
• Verificar a importância do Sistema Geodésico Brasileiro.
REFLEXÃO
Você se lembra dos conceitos de Geoprocessamento apresentados no capítulo 1? E das
tecnologias e tipos de dados utilizados em Geoprocessamento? Este e outros assuntos rela-
cionados aos usos de imagens, dados e informações serão abordados nesta unidade. O SIG
vai servir como um gerenciador de todos os dados armazenados, buscando as associações
entre os dados geográficos e alfanuméricos, seja por busca direta ou por modelos matemá-
ticos que podem ser inseridos para gerar nova informações.
30 • capítulo 2
2.1 Base de dados em Sistemas de Informação Geográfica
capítulo 2 • 31
A estrutura de um SIG é dividida em alguns componentes, como apresenta a
figura 7, sendo: Interface com usuário; Entrada e integração de dados; Funções
de processamento gráfico e de imagens; Visualização e plotagem; Armazena-
mento e recuperação de dados (organizados sob a forma de um banco de dados
geográficos).
Na figura 7, podemos ainda ver a interface homem-máquina e podemos
notar como o sistema é operado e controlado. No nível intermediário, um SIG
deve ter ferramentas de processamento de dados espaciais (entrada, edição,
análise, visualização e saída). No nível mais interno do sistema, um sistema de
gerência de bancos de dados geográficos oferece armazenamento e recupera-
ção dos dados espaciais e seus atributos (SPRING-DPI/INPE, 2014).
Interface
Gerência
dados
espaciais
Banco de dados
geográfico
32 • capítulo 2
derivados, e ainda, permitir a consulta, recuperação, visualização e atualização
do conteúdo das bases de dados (CÂMARA, 1993).
Na figura 8, é mostrado um exemplo do trabalho de Bernasconi (2009) que
utilizou um SIG para identificar a situação do município de Colíder -MT a res-
peito da conservação das APPs e de seu deficit em relação à legislação ambien-
tal em vigência.
Glossário: APP: Área de Preservação Permanente são as matas ciliares situa-
das às margens de rios, córregos e nascentes.
10o10’0”S
Principais rodovias
Área Urbana
Classificação
Água
10o20’0”S
10o20’0”S
Floresta
Área degradada com árvores
Área degradada sem árvores
Agricultura/Pastagem
Solo exposto
Nuvem
Limite municipal
10o30’0”S
10o30’0”S
MT 2
63
08
BR-1
10o40’0”S
10 40’0”S
o
1
MT 42
10o50’0”S
10 50’0”S
MT
o
REPRODUÇÃO© / TODOS OS DIREITOS RESERVADOS
32
0
11o0’0”S
11 0’0”S
o
capítulo 2 • 33
2.2 Entrada e Integração de Dados Espaciais
Modelar
t2
t3
Uso da terra/
cobertura da
terra
Proprietários
Vegetação
Hidrologia
Sistema de Informação
Geográfica
34 • capítulo 2
importante compreender que estes módulos estão sempre interligados em um
processo contínuo, em qualquer aplicação de um SIG (ROMA E SOUZA, 2001).
Aquisição de dados, de acordo com Roma e Souza (2001), é o módulo que
contém o processo de identificar e coletar dados requeridos para sua aplicação.
Este processo geralmente inclui diversos procedimentos, por exemplo:
• A coleta de novos dados através da preparação de mapas da preparação
de mapas de larga escala da vegetação natural a partir da observação de
campo, ou por delimitação em fotografia aérea.
• Localizar e coletar dados existentes tais como mapas, fotografias áreas e
terrestres, levantamentos de várias espécies, e documentos de arquivos
repositórios.
Roma e Souza (2001) ainda afirma que nunca se deve economizar (tempo ou
dinheiro) na fase de aquisição de dados. Os dados relevantes para o problema de-
vem identificados e armazenados com qualidade para sua utilidade a em um SIG.
Pré-processamento, de acordo com Roma e Souza (2001), é o elemento que
envolve o tratamento dos dados para que eles possam ser incorporados ao SIG.
Dentre as principais tarefas do pré-processamento incluem conversão do for-
mato dos dados e identificação da locação dos objetos nos dados originais de
forma sistemática.
A conversão do formato dos dados originais envolve extrair informação de
mapas, fotografias e material impresso e gravar essas informações numa base
de dados informatizada. Este processo geralmente é muito lento, consumin-
do muito tempo e esforço, traduzindo-se sempre em alto custo para o projeto
(ROMA E SOUZA, 2001).
O estabelecimento de um sistema consistente para a gravação e especifica-
ção da locação dos objetos no banco de dados possibilita a determinação das
características de qualquer localização especificada. Durante este processo é
muito importante manter um critério de controle de qualidade para acompa-
nhar as operações (ROMA E SOUZA, 2001).
Gerenciamento dos dados, de acordo com Roma e Souza (2001), compõe as
funções de gerenciamento de dados e o acesso à base de dados. Essa automa-
tização torna o sistema mais eficiente, pois um buscador lógico associado vai
diretamente no dado, recuperando e criando a associação. Com isso o sistema
fica mais rápido e não exige do operador uma busca mais onerosa.
Dentre os cuidados no gerenciamento de dados, estão os esquemas de segu-
rança. É possível também criar graus de hierarquia e acesso aos dados, de for-
capítulo 2 • 35
ma que apenas quem tiver mais privilégios podem acessar determinados dados
armazenados. Isso permite que pessoas não autorizadas alterem algum dado
do banco de dados ou até tenha acesso a dados que podem ser considerados
sigilosos. (ROMA E SOUZA, 2001).
A superfície real da Terra não pode ser matematicamente modelada dada sua
complexidade e irregularidades locais assim não existem uma ou um conjunto
de equações que possam descrevê-la de maneira mais correta. Para descrevê-la
usa-se, então, uma representação plana da superfície. Porém, como essa super-
fície não é planificável, ela sempre apresentará deformações, cabendo ao usuá-
rio usar uma adequada correspondência a sua necessidade.
A Cartografia pode ser conceituada, segunda a Associação Cartográfica In-
ternacional (ICA, 1973), como o conjunto de operações científicas, artísticas e
técnicas que, tendo por base os resultados das observações obtidas pelos mé-
todos e processos diretos, indiretos ou subsidiários de levantamento ou explo-
ração de documentos existentes, destinam-se a elaboração e a preparação de
mapas e outras formas de expressão, assim como a sua utilização.
A Terra pode ser representada de diversas formas. Para representá-la abor-
daremos e usaremos as seguintes definições:
36 • capítulo 2
• Mapa: representação da Terra ou parte dela, em seus aspectos geográfi-
cos que se destina a fins culturais ou ilustrativos. Portanto o mapa não
tem caráter científico e será, geralmente, construído em escala cobrindo
extenso território, como mostra a figura 10.
© NORMAN CHAN | DREAMSTIME.COM
capítulo 2 • 37
• Carta: representação dos aspectos naturais ou artificiais da Terra, desti-
nados a fins práticos da atividade uma, que permite avaliação precisa de
distâncias. É uma representação similar ao mapa, construída para mos-
trar limites verdadeiros e usos das propriedades, podendo ser omitidas
elevações e detalhes naturais ou artificiais desnecessários. Neste caso o
desenho é puramente topográfico e de pequenas regiões, normalmente
menores de 100 km² ou em escalas maiores de 1:10.000, onde não se leva
em conta a curvatura da superfície terrestre.
© ROBERTO GIOVANNINI | DREAMSTIME.COM
Cabe ressaltar que para a NBR 13133 (1994) carta e mapa são sinônimos,
sendo definidos como representação gráfica sobre uma superfície plana, dos
detalhes físicos, naturais e artificiais, de parte ou de toda superfície terrestre –
mediante símbolo ou convenções e meios de orientação indicados, que permi-
tem a avaliação de distâncias, a orientação das direções e a localização geográ-
fica de pontos, áreas e detalhes – podendo ser subdividida em folhas, de forma
sistemática, obedecido a um plano nacional ou internacional.
38 • capítulo 2
Terra, que são de suma importância para a compreensão das superfícies geoidais.
A forma da Terra, já passou por diversas interpretações, de acordo com os
diversos períodos históricos que a humanidade viveu. Para se fazer um georefe-
renciamento deve-se conhecer as 3 superfícies:
• Superfície Física da Terra (SF): é a superfície real da Terra. Ela não pode
ser equacionada matematicamente devido a sua complexidade. E conhe-
cida também como relevo topográfico, como apresenta a figura 13.
© MOPIC | DREAMSTIME.COM
capítulo 2 • 39
• Superfície Geoidal (SG): geoide é uma superfície que possui o mesmo po-
tencial gravitacional, tendo aceleração da gravidade constante com a dire-
ção perpendicular a vertical dada por um fio de prumo. Ela pode ser consi-
derada a superfície que mais se aproxima a superfície média dos oceanos,
como mostra a figura 15. No Brasil o Mapa Geoidal Global apresenta o mo-
delo GEMT2, com precisão absoluta de 3m e precisão relativa de 1 cm/km.
REPRODUÇÃO© / TODOS OS DIREITOS RESERVADOS
HB
DI
DH (na altitude média)
HA
DG (geóide)
DE (elipsóide)
Transformação
analítica
DP (plano UTM)
40 • capítulo 2
É importante conhecer a distância entre as superfícies descritas.
• Altura Ortométrica (H): é a distância tomada ao longo da vertical do lugar
entre a superfície elipsoidal e a superfície física da Terra. É a mais usada
em Mensuração.
• Ondulção Geoidal (N): é a distância tomada ao longo da normal do local
entre a superfície elipsoidal e o geoide.
• Altura Geométrica (h): é a distância tomada ao longo da normal do local
entre a superfície física da Terra e a superfície elipsoidal. Essa é a distância
obtida nos receptores GPS. Uma maneira aproximada de se obter a altitude
ortomética sabendo-se a altura é:
H=h+N
capítulo 2 • 41
• As coordenadas geográficas geodésicas são associadas a um elipsoide e
são a latitude geodésica, longitude geodésica e a altura geométrica (h).
Em geral, suas coordenadas são calculadas por meio da equação do elip-
soide e a sua latitude é o ângulo da normal ao elipsoide no ponto com o
plano do equador.
42 • capítulo 2
superfície da Terra.
O sistema de projeção UTM é uma projeção cilíndrica, conforme, secante e
só o Meridiano Central e o Equador são linhas retas. Hoje a produção das cartas
topográficas do Sistema Cartográfico Nacional produzidas pelo IBGE e DSG são
em UTM, normalmente em escalas que variam entre 1:1.000.000 e 1:25.000.
Na projeção UTM o cilindro é secante com relação à esfera, resultando em
duas linhas de distorção “zero”. Como decorrência da existência de regiões
onde o coeficiente de escala K difere de 1, assumindo valores maiores e menores
que este, a superfície projetada sofre amplificações e reduções, dependendo de
sua posição relativa ao meridiano central. Na região central (± 180 km do MC) ve-
rifica-se um encolhimento da região projetada, além da conversão de escala do
mapeamento. Efeito inverso ocorre com elementos representados e que encon-
tram-se entre as linhas de secância e os limites da zona. Estes aparecem “maio-
res” que deveriam ser. Em medidas de áreas e distâncias que se utilizem de co-
ordenadas planas do sistema UTM essas considerações deverão ser observadas.
O modelo é composto por 60 cilindros de eixo transverso, obtidos através da
rotação do mesmo no plano do equador, com amplitudes de 6º de longitude, a
partir do anti-meridiano (180º) de Greenwich. Assim são gerados 60 cilindros,
onde cada um deles representa um fuso. A figura 18 mostra os fusos gerados
em cada rotação.
Sobreposição de
fusos nos pólos
capítulo 2 • 43
A projeção UTM está limitada em latitude em 80º Norte e a 84º Sul. Na in-
terseção do plano do equador com o meridiano Central (MC) do fuso, temos o
ponto N=0 para o Hemisfério Norte e N=10.000.000m para o Hemisfério Sul e
para a Longitude temo E=500.000 m. A figura 19 exemplifica o território brasi-
leiro dividido em fusos no sistema UTM.
18 19 20 21 22 23 24 25
8o
NB
4o
NA
Equador
SA
– 4o
SB
– 8o
SC
– 12o
SD
– 16o
SE
– 20o
SF
SG – 24o
SH – 28o
SI – 32o
78o 72o 66o 60o 54o 48o 42o 36o 30o
44 • capítulo 2
2.7 SGB - Sistema Geodésico Brasileiro
CONEXÃO
Você pode acessar o site oficial do IBGE e estudar um pouco mais sobre o Sistema Ge-
odésico Brasileiro no website <http://www.ibge.gov.br/home/geociencias/geodesia/de-
fault_sgb_int.shtm?c=1>
capítulo 2 • 45
Segundo Silva (2003), o aparecimento dos Sistemas de Posicionamento Glo-
bal foi um dos grandes avanços na tecnologia de levantamentos cartográficos.
Uma vez fixada e aceita a forma da Terra como um elipsoide, a precisão das
técnicas de posicionar um ponto de sua superfície em relação a um determina-
do referencial têm avançado. Os satélites de radionavegação de base espacial
que cobrem a Terra hoje são o Sistema GPS (EUA), GLONASS (República Russa),
Compass-Beidu (China) e GALILEO (União Europeia).
Os satélites que compõem o GPS, conforme apresenta a figura 20, orbitam ao
redor da Terra distribuídos em órbitas distintas. O princípio do funcionamento
do sistema é conhecer as distâncias entre um receptor e pelo menos 4 satélites,
conhecendo também as coordenadas desses satélites, é possível calcular as co-
ordenadas da antena do receptor no mesmo sistema de referência dos satélites.
© DESIGNUA | DREAMSTIME.COM
46 • capítulo 2
Figura 21 – Representação de como o Sistema GNSS funciona.
Adaptado de: <http://space-geodesy.gsfc.nasa.gov/techniques/GNSS.html>
ATIVIDADE
1. Quais são os cinco módulos da estrutura básica de um sistema de informação geográ-
fica?
3. O que é Geoide?
5. Qual foi a grande evolução que os Sistema de Posicionamento Global trouxeram para a
coleta de dados espaciais?
REFLEXÃO
A partir da leitura desta unidade, você observou que o SIG pode auxiliar muito na geração de
novas informações a partir de dados coletados. Porém é importante que os dados estejam
corretos. Imagine um grande banco de dados coletados, porém suas informações espaciais
capítulo 2 • 47
estejam deslocadas? Assim, para cada tipo de trabalho deve-se observar como será feito a
coleta de dados espacial para que as necessidades de exatidão da posição dos dados sejam
garantidas. Uma boa compreensão desses conceitos pode evitar equívocos na hora de geor-
referenciar o banco de dados espaciais.
LEITURA
As atividades geodésicas têm experimentado uma verdadeira revolução com o advento do
Sistema de Posicionamento Global (GPS). A capacidade que este sistema possui de permi-
tir a determinação de posições, estáticas ou cinemáticas, aliando rapidez e precisão muito
superiores aos métodos clássicos de levantamento, provocou a necessidade de revisão das
características do SGB. Entre no site <http://www.ibge.gov.br/home/geociencias/geode-
sia/> do IBGE e veja quanta informação interessante tem sobre o assunto.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ARONOFF, S. Geographical Information Systems: A Management Perspective. Ottawa, WDI
Publications, 1989.
COWEN, D.J. GIS versus CAD versus DBMS: what are the differences. Photogrammetric
Engineering and Remote Sensing, 54:1551-4, 1988.
SMITH, B. and D. MARK. Ontology and Geographic Kinds. In: International Symposium on
Spatial Data Handling, Proceedings. Vancouver, Canada, 1998. p.308-320.
MAGUIRE,D. An Overview and Definition of GIS. In: Maguire,D.; Goodchild, M.; Rhind, D. (eds)
Geographical Information Systems: Principles and Applications. New York, John Wiley and
Sons, 1991, pp. 9-20.
48 • capítulo 2
SILVA, A. DE B. Sistemas de Informações Geo-refenciadas: conceitos e fundamentos. Cam-
pinas, SP. Editora UNICAMP. 2003.
CRUZ, C.B.M; PINA, M.F. Fundamentos de Cartografia. CEGEOP Unidades didáticas 29 a 41.
Volume 2. Rio de Janeiro: LAGEOP /UFRJ, 2002.
NO PRÓXIMO CAPÍTULO
Neste capítulo vimos que os sistemas de informação geográfica constituem uma ferramenta
de grande utilidade para o armazenamento e manipulação de informação espacial de forma
eficiente. Quando combinada com o sensoriamento remoto, permite uma melhor análise,
mapeamento, modelagem e manejo dos recursos naturais.
No próximo capítulo estudaremos como gerar novas informações a partir de dados georre-
fenciados e de dados alfanuméricos.
capítulo 2 • 49
3
Criação de
Informações
3 Criação de Informações
Seja bem-vindo ao Capítulo 3 da disciplina de Geoprocessamento Ambiental.
Neste capítulo você compreenderá como são geradas, a partir dos dados de en-
trada, as novas informações. A partir de dados alfanuméricos e dados georre-
ferenciados, o Sistema de Informações Geográfico pode manipular os mapas
através de modelos matemáticos e gerar novos mapas, buscando os atributos
necessários no banco de dados alfanuméricos.
Para o gestor ambiental, o planejamento na implantação de um SIG deve ser
uma constância entre coleta de dados e processamento de dados. Sempre o Sis-
tema deve ser retroalimentado para que os dados sejam atualizados e as infor-
mações correspondam a realidade temporal das análises.
O SIG muitas vezes faz parte de um projeto muito maior, e os resultados obtidos
por ele serão apenas auxiliadores para o desenvolvimento deste projeto maior.
Porém, quando o SIG é o projeto proposto, as suas metas são mais claras e os
resultados são mais diretamente visíveis. Um modo de garantir que o SIG tenha
usos e benefícios mais rápidos é desenvolvê-lo em função dos usos, isto é, defi-
nir as prioridades e depois implantar o sistema.
OBJETIVOS
• Conhecer os mecanismos internos de como o SIG, a partir de dados espaciais e alfanumé-
ricos, cria novos dados e informações úteis aos gestores.
• Verificar como os mapas e relatórios gerados podem indicar tendências de fenômenos, e
ainda realizar previsões futuras de cenários, indicar a necessidade de mudanças estratégicas
emergenciais, e outros.
• Identificar e compreender as diversas possibilidades que os SIGs podem oferecer para
facilitar a resolução de problemas específicos e problemas que surgem no cotidiano de pro-
fissionais da área.
REFLEXÃO
Antigamente, para se traçar as curvas de nível baseando-se em fotogrametria, era necessário
um equipamento chamado par estereoscópico. Para a percepção de profundidade era utiliza-
do simultaneamente os dois olhos obtendo-se a visão da terceira dimensão. A percepção de
52 • capítulo 3
profundidade monoscópica permite apenas uma sensação de desnível, enquanto a percep-
ção binocular possibilita um grau de acurácia muito maior.
Atualmente essa técnica foi substituída por monitores 3D. Assim, isso permitiu a evolução
das curvas de nível para os Modelos Digitais do Terreno.
Quais aspectos são comuns nesses três casos? Podemos perceber que os es-
pecialistas lidam com conceitos de sua disciplina (exclusão social, fragmentos,
capítulo 3 • 53
distribuição de propriedades do solo) e precisam de representações/ferramen-
tas que traduzam estes conceitos para o computador. Após esta tradução, elas
poderão compartilhar os dados de seu estudo, inclusive com pesquisadores de
outras disciplinas (CÂMARA, 2005).
54 • capítulo 3
• Uma região será analisada para fins de zoneamento agrícola. Posterior-
mente serão escolhidas as variáveis explicativas – solo, vegetação, geo-
morfologia – e determinadas qual a contribuição de cada uma delas para
a definição do tipo de cultura mais adequado para cada local.
capítulo 3 • 55
Figura 22 – Mapa de Londres, onde os óbitos por cólera estão identificados por pontos e
poços de água estão representados por cruzes.
Fonte: Monteiro, 2009, p.21
Essa é uma situação típica foi um dos primeiros exemplos da análise espa-
cial, onde a relação espacial entre os dados contribuiu significativamente para
o avanço na compreensão do fenômeno (DRUCK et al, 2004).
56 • capítulo 3
computado. Essa representação pode ser feita por equações analíticas ou uma
rede (grade) de pontos, de modo a transmitir ao usuário as características es-
paciais do terreno.
CONEXÃO
No site do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) você encontra a programação
e canais para inscrições em diversos eventos científicos relacionados com o georeferencia-
mento. Acesse o link: <http://www.inpe.br/comunicacao_comunidade/eventos.php>
capítulo 3 • 57
REPRODUÇÃO© / TODOS OS DIREITOS RESERVADOS
58 • capítulo 3
• Geração de grades regulares
Segundo Câmara, Davis e Monteiro (2001), “a grade regular é uma repre-
sentação matricial onde cada elemento da matriz está associado a um va-
lor numérico”, como apresenta a figura 25. A grade é gerada a partir da
estimativa, através de interpoladores matemáticos, dos valores para as cé-
lulas que não possuem medidas de elevação, considerando-se a vizinhan-
ça de medidas de elevação conhecidas.
Para cada grandeza medida existe um procedimento de interpolação,
que resultará na criação das grades regulares. Câmara, Davis e Monteiro
(2001) mostram que no caso de altimetria, é comum o uso de funções de
ponderação por inverso do quadrado da distância. Já para variáveis geofí-
sicas, são utilizados procedimentos como o de filtragem bidimensional
ou de geoestatística.
z
y
capítulo 3 • 59
Com a utilização interpoladores, a partir das faces triangulares, é possí-
vel estimar o valor de elevação em qualquer ponto dentro da superfície.
A figura 26 mostra uma superfície tridimensional e a grade triangular
correspondente (CÂMARA, DAVIS E MONTEIRO, 2001).
z
y
60 • capítulo 3
MALHA REGULAR MALHA TRIANGULAR
Representação de relevos
Complexidade de manuseio.
DESVANTAGENS complexos.
Inadequada para a visualização 3D
Cálculo de declividade.
Tabela 3.1 – Comparação entre grades regulares e malhas triangulares para representação
de Modelos Numéricos de Terreno.
Fonte: Adaptado de Câmara, Davis e Monteiro (2001).
capítulo 3 • 61
Segundo Câmara, Davis e Monteiro (2001) na projeção geométrica pla-
nar paralela “é necessário definir-se a direção de projeção, azimute e
elevação. Para projeção perspectiva deve-se definir ainda um centro de
projeção que define o ponto de partida, ou de chegada, dos raios de pro-
jeção perspectiva”.
A figura 27 abaixo mostra a projeção de um projeto seguindo os esque-
mas de projeção paralela e perspectiva, como um segmento AB, definido
no espaço 3D.
Plano de Plano de A
projeção projeção
Direção de A Centro de
projeção projeção
A’
A’
B B
B’ B’
(a) (b)
62 • capítulo 3
Figura 28 – Geração de uma curva de contorno a partir de um modelo de grade (a)
retangular e (b) triangular.
Fonte: (CÂMARA, DAVIS E MONTEIRO, 2001).
capítulo 3 • 63
modelo”. Ou seja, é associado a um intervalo de cotas dentro dos valores
atribuídos ao fenômeno modelado cada tema, ou classe das imagens.
O usuário do SIG é responsável pela definição das fatias e também da
associação dessas fatias com classes predefinidas no sistema. As fatias
são definidas de acordo com intervalos de cotas que são úteis para uma
determinada aplicação. A figura abaixo ilustra o processo de fatiamento
do modelo.
São usadas frequentemente em análises espaciais, como operações lógicas
de interseção e união, imagens temáticas geradas pelo fatiamento do mo-
delo. A figura 29 abaixo mostra uma imagem temática criada a partir de um
modelo digital de terreno (CÂMARA, DAVIS E MONTEIRO, 2001).
64 • capítulo 3
Pela intersecção da trajetória com as arestas do modelo digital de terre-
no são determinados os pontos do perfil. A escolha das melhores trajetó-
rias para a construção de uma estrada, por exemplo, pode ser analisada
utilizando esse tipo de modelo. São estabelecidas diversas trajetórias a
analisados fatores como as distâncias percorridas, variação máxima de
cota, inclinações máxima e mínima, entre outros (CÂMARA, DAVIS E
MONTEIRO, 2001).
CONEXÃO
No site do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) você encontra a programação
e canais para inscrições em diversos eventos científicos relacionados com o georeferencia-
mento. Acesse o link: <http://www.inpe.br/comunicacao_comunidade/eventos.php>
capítulo 3 • 65
3.3.1 Métodos de abstração, conversão e estruturação nesse sistema
computacional
• Estatística Espacial
A estatística espacial refere a uma localização geográfica possuindo algu-
ma forma de referência espacial. Muitos dados que podem ser analisados es-
teticamente possuem referência espacial. Mas a característica fundamental da
estatística espacial que a diferencia da estatística clássica é o uso explícito da
referência geográfica do modelo. Assim, na coleta, descrição e análise dos da-
dos o uso das coordenadas sociais fica explicito centrando nos processos que
ocorrem no espaço (ASSUNÇÃO, 2001).
Por ser mais complexos que os métodos tradicionais de estatísticas, que
pressupõem que sejam apenas variáveis casuais na estatística espacial as posi-
ções relativas das amostras não são ignoradas. A estítica espacial traz resulta-
dos diferentes daqueles obtidos pela estatística clássica, pois para sua análise
são necessários pelo menos informações sobre a localização e os atributos as-
sociados são dados independentes da forma como seja medido, pressupondo-
se que os dados são espacialmente dependentes (LANDIM, 1998).
• Introdução à Geoestatística
Cromer (1996) comenta que a geoestatística é utilizada nas avaliações e ca-
racterizações espacial e temporal de certos fenômenos, tendo sido inicialmen-
te aplicada na mineração de ouro desde 1950.
Posteriormente, a geoestatística foi aplicada nas indústrias de exploração de
petróleo, e o sucesso da atividade estava ligado ao sucesso na aplicação de casos,
uma vez que envolvia elevado capital, sendo as operações práticas baseadas na
interpretação de dados espaciais. Assim, a base da geoestatística foi elaborada.
A partir daí, a aplicação das técnicas da geoestatística expandiram-se para diver-
sas áreas da ciência da terra, servindo como ferramenta de tomada de decisões e
possibilitando melhoria na caracterização e entendimento de certos fenômenos
(MANGABEIRA et al, 2001).
A intensificação do uso da geoestatística, a partir dois anos 1980, decorreu
do fato de que até então, segundo Goovaerts (1999), a geoestatística era vista
essencialmente como um modo de descrever o padrão espacial por meio da
ferramenta de semivariogramas. Novas ferramentas foram desenvolvidas para
resolver os problemas, tais como o melhoramento da incerteza com os valores
66 • capítulo 3
estimados. Este autor comenta que o recente desenvolvimento de aquisição de
dados e de recursos computacionais propiciou que a geoestatística fosse larga-
mente difundida e utilizada em diferentes áreas do conhecimento.
De acordo com Mangabeira et al (2001) a geoestatística incorpora, além da
análise da distribuição estatísticas dos dados, as relações espaciais entre eles na
forma de correlação entre os pontos amostrados. Os problemas da ciência da ter-
ra são efetivamente analisados, atualmente por técnicas da geoestatística, quan-
do a interpretação da distribuição espacial dos dados tem forte impacto sobre os
resultados e sobre a tomada de decisão.
ATIVIDADE
1. Como ocorre a incorporação e manipulação dos dados espaciais em um sistema SIG?
REFLEXÃO
A partir da leitura desta terceira unidade, você observou que o SIG pode gerar informações
novas, a partir de um de dados alfanumérico associado a sua posição espacial.
Assim, para que esse resultado seja recebido pelo gestor e que através disso possa se trans-
formar em ação, é necessário que a informação seja organizada, sintetizada e transmitida aos
envolvidos de forma clara e concisa. A implantação e manutenção de um SIG exige um corpo
técnico qualificado, que deve ser capacitado e constantemente deve retroalimentar o SIG com
os novos dados.
capítulo 3 • 67
LEITURA
Recomendamos a leitura sobre o Projeto Antártico (PAN) do Instituto Nacional de Pesquisas
Espaciais! O PAN surgiu em 1982 e possui como principais objetivos: dar apoio logístico,
administrativo e de divulgação científica aos projetos do INPE que participam do Programa
Antártico Brasileiro (PROANTAR).
Dentre as pesquisas desenvolvidas estão a Camada de ozônio, Criosfera, Geopespaço,
Meteorologia Antártica, Oceanografia e Telemetria por Satélites.
No link abaixo há informações variadas sobre o PAN, sobre o continente antártico, pro-
jetos passados e atuais, fotos, vídeos, previsão meteorológica, notícias, links para sites do
gênero, etc. Acesse: <http://www.inpe.br/crs/pan/index.php>
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ASSUNÇÃO, R.M. Estatística Espacial com aplicações em Epidemiologia, Economia, Sociolo-
gia. 7ªEscola de Modelos de Regressão, São Carlos, SP. 2001.
DRUCK, S.; CARVALHO, M.S.; CÂMARA, G.; MONTEIRO, A.V.M. (eds). Análise Espacial
de Dados Geográficos. Brasília, EMBRAPA, 2004 (ISBN: 85-7383-260-6).
68 • capítulo 3
GINZBURG, C. Olhos de Madeira: Nove Reflexões sobre a Distância. São Paulo: Companhia
das Letras, 2001.
LANDIM, P.M.B.. Análise Estatística de Dados Geográficos. Editora Unesp, São Paulo, Brasil.
1998.
MANGABEIRA, J.A.C.; GREGO. C.R.; TÔSTO, S. G.; ROMEIRO. A.R. Geoestatística apli-
cada à socioeconomia: estudos de caso em Machadinho d’Oeste, RO. Campinas.
Embrapa. Monitoramento por Satélite, 2011.
PARDINI, R.; SOUZA, S.; BRAGANETO, R.; METZGER, J.-P. The role of forest structure, frag-
ment size and corridors in maintaining small mammal abundance and diversity in an Atlantic
forest landscape. BiologicalConservation, v. 124, p. 253-266, 2005.
NO PRÓXIMO CAPÍTULO
No próximo capítulo falaremos do Sensoriamento Remoto, uma evolução da Fotogrametria que
permite obter dados sem ter contato direto com eles. Além disso, serão apresentadas diferentes
ferramentas que auxiliam os SIGs a processar os dados gerando novas informações.
capítulo 3 • 69
70 • capítulo 3
4
Sensoriamento
Remoto
4 Sensoriamento Remoto
A busca contínua de conhecimento sobre o nosso universo e a consequente
conquista do espaço pelo homem possibilita o desenvolvimento de novas tec-
nologias espaciais. Um exemplo é a geração de imagens obtidas por sensores
remotos instalados em satélites artificiais, que tem grande potencial para utili-
zação em diferentes formas.
Neste capítulo aprenderemos os conceitos sobre o sensoriamento remoto e a
sua evolução, bem como seus diferentes usos no contexto ambiental.
O Sensoriamento Remoto é o conjunto de atividades que permite a obtenção de
informações dos objetos que compõem a superfície terrestre sem a necessidade
de contato direto com a mesma, gerando imagens e outros tipos de dados, por
meio da captação e do registro de energia refletida ou emitida pela superfície.
OBJETIVOS
• Verificar a importância do estudo do sensoriamento remoto para a formação do gestor
ambiental.
• Estudar sobre os conceitos e definições do sensoriamento remoto e sua relação com
projetos ambientais.
• Compreender os fundamentos do processamento digital de imagens.
• Estudar os diferentes tipos usos e tratamento de imagens digitais.
REFLEXÃO
O precursor do Sensoriamento Remoto foi a Fotogrametria aérea. Inicialmente eram usadas
as fotos convencionais, tiradas de balões, aves, aviões e outros. As fotos tinham apenas as
informações que poderiam ser obtidas pelo espectro visível. Se estivesse escuro, nuvens, ou
qualquer tipo de obstáculo a luz visível, as fotos eram perdidas. O Sensoriamento Remoto foi
uma evolução natural da Fotogrametria aérea, já que os sensores podem obter dados em
espectros em faixas maiores que as faixas do visível pelo olho humano.
72 • capítulo 4
4.1 Conceitos e fundamentos básicos do Sensoriamento Remoto
Definição e evolução
Ao redor da Terra existem hoje inúmeros satélites artificias que, com o avanço
da tecnologia e ciência espacial, foram lançados na órbita terrestre. Neles estão
instalados diversos sensores que permitem obter imagens feitas por satélites,
aviões e outros. Atualmente a maioria das imagens realizadas nas superfícies
da terra são dados obtidos por sensoriamento remoto (FLORENZANO, 2002).
Por isso, inicialmente, vamos definir o que é sensoriamento remoto.
Existem diversas definições sobre o sensoriamento remoto, algumas delas
muito amplas e outras com conceitos muito restritos. O termo sensoriamen-
to refere-se à obtenção dos dados, e remoto, que significa distante, é utilizado
porque a obtenção é feita à distância, ou seja, sem contato físico entre o sensor
e a superfície terrestre (FLORENZANO. 2002), como ilustrado na figura 30. Se-
gundo Novo (2010), o sensoriamento remoto pode ser definido como sendo a
tecnologia que utiliza de forma conjunta sensores, equipamentos para proces-
samento e transmissão de dados, que podem ser colocados a bordo de aerona-
ves, espaçonaves, ou outras plataformas, com o objetivo de captar imagens e
outros tipos de dados da superfície terrestre, e estudar os eventos, fenômenos
e processos que nela ocorrem. Esses estudos são feitos a partir do registro e da
análise das interações entre a radiação eletromagnética e as substâncias que
compõem em suas mais diversas manifestações.
energia
refletida
energia
incidente
capítulo 4 • 73
Na figura 30, pode ser observado que o Sol ilumina a superfície terrestre,
e sua energia é refletida pela superfície em direção ao sensor, que é captada e
registrada por este. A energia emitida pela superfície da Terra também pode ser
captada e registrada, dependendo do tipo de sensor.
Ainda podemos observar na figura 30 que a energia atravessa a atmosfera
em sua trajetória, e esta interfere na energia final registrada pelo sensor. Flo-
renzano (2002) ainda explica que essa interferência da atmosfera depende da
distância que o sensor estiver da superfície terrestre, quanto maior a distância,
maior a interferência. Por exemplo, a presença de nuvens na atmosfera pode
impedir que a energia refletida chegue ao sensor a bordo de um satélite.
Os sensores eletrônicos, instalados em satélites artificiais captam a energia
refletida ou emitida pela superfície terrestre e a transforma em sinais elétricos,
que são registrados e transmitidos para estações de recepção na Terra, equi-
padas com enormes antenas parabólicas (figura 31). Os sinais enviados para
esses estações são transformados em dados na forma de gráficos, tabelas ou
imagens. As informações a respeito da superfície terrestre são realizadas partir
da interpretação desses dados (FLORENZANO, 2002).
WIKIPIDIA
Você verá no próximo tópico como interpretar essas imagens obtidas por
sensoriamento remoto.
74 • capítulo 4
cos, a pesquisa espacial e ao seu uso para atividades de defesa e reconhecimento
do terreno. O Manual of Remote Sensing(1975, 1983), da American SocietyOfPho-
togrammetrydivide a história em dois períodos, um de 1860 a 1960, caracterizado
pela utilização de fotografias aéreas, e outro, de 1960 aos dias de hoje, baseado
na abundância de sistemas sensores, alta capacidade de transmissão, armaze-
namento e processamento. Essa evolução, contudo, também se deve aos avanços
das telecomunicações e da informática, que integraram aos altos investimentos
na área e esforços multidisciplinares (NOVO, 2010).
Segundo Florenzano (2002) a história do Sensoriamento Remoto está estrei-
tamente vinculada ao uso militar dessa tecnologia. As primeiras fotografias aé-
reas foram tiradas por meio de balões para levantamentos topográficos. Duran-
te a guerra civil americana, em 1862, foi realizado o reconhecimento das tropas
confederadas através de fotografias aéreas feitas pelo corpo de balconistas de
um exército.
A partir de 1909, inicia-se a fotografia tomada por aviões e na primeira Gran-
de Guerra Mundial seu uso intensificou-se. Com a II Guerra Mundial houve um
grande avanço do sensoriamento remoto. Nesse período, foi desenvolvido o
filme infravermelho, com o objetivo de detectar camuflagem (principalmente
para diferenciar vegetação de alvos pintados de verde), e introduzidos novos
sensores, como os radares, além de ocorrerem avanços nos sistemas de teleco-
municações. Diversos sensores da alta resolução foram desenvolvidos para fins
de espionagem durante o período da Guerra Fria (FLORENZANO, 2002).
Com o fim das guerras, toda essa tecnologia ficou disponível para uso civil,
o que impulsionou o uso de fotografias para o levantamento de recursos natu-
rais. No Brasil, as primeiras fotografias aéreas foram obtidas com o propósito
de realizar o levantamento das características da Bacia Terciária do Vale do Rio
Paraíba, como parte de um extenso projeto para a construção do reservatório
hidroelétrico de Paraibuna (NOVO, 2010).
capítulo 4 • 75
4.2 Processamento digital de imagens
Processamento
de imagens
Informações
visuais
(imagem)
Visão Computação
computacional gráfica
(análise) (síntese)
Informações
descritivas
(modelo)
76 • capítulo 4
Os programas computacionais armazenam os dados de imagem de duas
formas: Matriciais e vetoriais. Em processamento de imagens usa mais o mode-
lo matricial e na computação gráfica usa-se mais o modelo de objetos vetoriais.
Nos modelos vetoriais os objetos são armazenados apenas a partir da des-
crição das coordenadas de seus vértices, sejam elas espaciais ou planares (três
ou duas dimensões, respectivamente). Para essa definição é necessário definir
um sistema de coordenadas. Os sistemas de coordenadas mais usados são o
Cartesiano, onde os objetos podem ser escalados, rotacionados e transladados
com maior liberdade para cada objeto (SCURI, 1999).
Nos modelos matriciais utiliza-se uma matriz de dados para armazenar a
informação, para cada linha e cada coluna, de forma que seja possível armaze-
nar informações para cada ponto da matriz gerada, por exemplo, a cor em cada
ponto da imagem. O sistema de coordenadas é uma grade de números inteiros
que descrevem a posição na matriz. Cada elemento dessa matriz (cruzamento
de linhas com colunas) é chamado de Pixel (abreviação de Picture Element),
como apresenta a imagem 33 abaixo (SCURI, 1999).
capítulo 4 • 77
possibilidade de se reproduzir qualquer cor, por meio de uma mistura de três
cores primárias da luz, (azul, verde e vermelho), decompostas a partir da luz
branca solar que é a fonte natural de luz no planeta terra.
Florenzano (2002) mostra que a mistura das cores primárias, denominada
processo aditivo, forma as cores amarelo, ciano (verde-azulado) e magenta, que
são as cores denominadas secundárias. Cada uma destas três cores resulta da
subtração de uma das cores da luz branca.
No processo aditivo de formação das cores, como mostra o diagrama 34,
pode ser observado que a mistura da luz verde com a luz vermelha resulta na
produção da luz amarela. Da mistura do verde com o azul, resulta a luz ciano,
e da mistura do vermelho com o azul resulta a luz magenta. A combinação das
três cores primárias em proporções iguais, gera o branco (FLORENZANO, 2002).
Luz branca
78 • capítulo 4
no diagrama, permite a passagem da luz azul, pois o filtro ciano absorve o verme-
lho e o magenta absorve o verde. As superposições do amarelo e magenta e do
amarelo e ciano geram, respectivamente, as cores vermelho e verde.
A superposição dos três filtros impede a passagem de luz, absorvendo as três
cores primárias presentes na luz branca, e a ausência de cores resulta no preto.
O preto e o branco não são cientificamente considerados cores. O branco é
o resultado da soma de todos os comprimentos de onda e o preto é a ausência
completa da luz, portanto da cor, como pode ser visto na figura 35.
Magenta
Blue (Azul)
vermelho (Red)
Preto
(Black)
Amarelo (Yellow)
O sistema subtrativo é conhecido também como CMYK, (Cyan, Magenta, Yellow, Black
(Key)). Este sistema é empregado por impressoras e fotocopiadoras para reproduzir
a maioria das cores do espectro visível, e é conhecido como quadricromia. O sistema
aditivo também pode ser chamado de sistema RGB (Red, Green e Blue).
Além desses padrões de cores (CMYK e RGB) existem outros. O padrão CMYK é mais
usado para impressão, enquanto o padrão RGB é mais utilizado em câmeras digitais,
monitores e televisões.
capítulo 4 • 79
que pode ter diferentes origens, sendo de origem de uma fonte natural, como o
calor emitido pela superfície da Terra e a luz do sol, e pode ser de uma fonte ar-
tificial como, por exemplo, o sinal produzido por um radar e a do flash utilizado
em uma máquina fotográfica (FLORENZANO, 2002).
A energia utilizada em sensoriamento remoto é a radiação eletromag-
nética, que propaga em forma de ondas eletromagnéticas com a veloci-
dade da luz (300.000km/s). Ela é medida em frequência (em unidades de
herts – Hz), e comprimento de onda (em unidades de metro). A figura 36
apresentada a frequência de onda, que é o número de vezes que uma onda se
repete por unidade de tempo, ou seja, quanto menor for o número, menor será
a frequência e, quanto maior, maior será a frequência de onda. A distância en-
tre dois picos de ondas sucessivos é denominada de comprimento de onda, ou
seja, quanto mais distantes, maior é o comprimento e, quanto mais próximos,
menor será o comprimento de onda (FLORENZANO, 2002).
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80 • capítulo 4
Na região do espectro visível, o olho humano enxerga a energia (luz) eletro-
magnética, sendo capaz de distinguir as cores do violeta ao vermelho. A radia-
ção do infravermelho pode ser subdividida em três regiões, sendo o infraverme-
lho próximo, o médio e distante ou termal (FLORENZANO, 2002).
A refletância, absorção e transmissão de radiação eletromagnética são fei-
tas por objetos da superfície terrestre como o solo, a vegetação e a água, em
proporções que variam com o comprimento de onda, de acordo com as suas
características bio-físico-químicas. Essas diferentes proporções de variação de
energia refletida pelos objetos podem ser representadas por meio de gráficos
de curvas, como mostra a figura 37 (FLORENZANO, 2002).
Os objetos da superfície terrestre podem ser identificados e diferenciados
devido a essas variações nas imagens de sensores remotos. A representação dos
objetos nessas imagens vai variar do preto (quando refletem pouca energia) ao
branco (quando refletem muita energia).
50
40
30
20
10
0,4 0,6 0,8 1,0 1,2 1,4 1,6 1,8 2,0 2,2 2,4 2,6
Comprimento de onda (m)
capítulo 4 • 81
verde na região da luz visível, é representada por tonalidades claras, enquanto a
água, que absorve muita energia nessa faixa (como mostra a figura 38) é repre-
sentada por tonalidades escuras.
• Plataformas e Sensores
A energia refletida ou emitida pelos elementos da superfície terrestre é captada
e registrada por meio de equipamentos de sensores remotos, que podem ser ins-
talados em plataformas terrestres, aéreas (balões, helicópteros e aviões) e orbitais
(satélites artificiais). Como exemplos de sensores frequência temos as câmaras fo-
tográficas, câmaras de vídeo, os radiômetros, os sistemas de varredura (scanners) e
os radares (FLORENZANO, 2002).
Como vimos no tópico 1 deste capítulo, os sensores operam em diferentes
regiões do espectro eletromagnético. E de acordo com seu tipo, o sensor capta
dados de uma ou mais regiões do espectro. O olho humano é um sensor natural
que enxerga somente a luz ou energia visível. Sensores artificiais nos permitem
obter dados de regiões de energia invisível ao olho humano (FLORENZANO,
2002). As câmaras de vídeo e fotográficas obtêm energia na região do visível e
do infravermelho próximo.
Segundo Florenzano (2002) “nas câmaras fotográficas,o filme funciona
como o sensor que capta e registra a energia proveniente de um objeto ou área”.
82 • capítulo 4
Diversos sensores eletrônicos multiespectral TM, como o do satélite Landsat-5
operam com um sistema de varredura que capta dados em diferentes faixas es-
pectrais (da região do visível e da região do infravermelho).
Os sensores do tipo radar podem obter imagens tanto durante o dia quan-
to à noite e sob qualquer condição meteorológica (incluindo tempo nublado e
com chuva), que é a principal vantagem dos radares em relação aos sensores
óticos que dependem da luz do sol, que têm diversas limitações na obtenção
de imagens como, por exemplo, a cobertura por nuvens (FLORENZANO, 2002).
As imagens obtidas pelos satélites podem ser vistas em diferentes faixas de
energia, ou seja, é possível obter imagem de uma mesma área em diferentes
faixas espectrais, também chamadas de canais ou bandas. Cada banda apre-
senta características e ações específicas, visto que cada elemento corresponde
a uma faixa espectral. A tabela 4.1 apresenta uma exemplificação das principais
características e aplicações para estudos ambientais das bandas TM e ETM dos
satélites LANDSAT 5 e 7.
capítulo 4 • 83
INTERVALO PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS E APLICAÇÕES DAS
BANDA ESPECTRAL
(µm) BANDAS TM E ETM DOS SATÉLITES LANDSAT 5 E 7
84 • capítulo 4
INTERVALO PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS E APLICAÇÕES DAS
BANDA ESPECTRAL
(µm) BANDAS TM E ETM DOS SATÉLITES LANDSAT 5 E 7
Tabela 4.1: Principais características e aplicações para estudos ambientais das bandas TM
e ETM dos satélites LANDSAT 5 e 7.
Fonte: <http://www.dgi.inpe.br/Suporte/files/Cameras-LANDSAT57_PT.php>
• Sistemas Orbitais
O Programa Landsat(Land Remote SensingSatellite) consiste em uma sé-
rie de satélites desenvolvidos e lançados pela NASA (NationalAeronauticsand
Space Administration), representado pela figura 39 abaixo. Este programa per-
mitiu a aquisição de imagens da superfície terrestre a nível mundial, em uma
escala que imparcialmente documenta processos naturais, como erupções vul-
cânicas, recuo glacial, inundações e incêndios florestais. Além disso, são evi-
denciados os processos induzidos pelo homem, tais como a expansão urbana,
irrigação de culturas, e corte raso da floresta (NASA, 2014 e NOVO 2010).
capítulo 4 • 85
© DENNIS THOMPSON | DREAMSTIME.COM
CONEXÃO
Você pode conhecer um pouco mais sobre os benefícios e funções do Programa Landsat
pelo seguinte site: <http://landsat.gsfc.nasa.gov/>
86 • capítulo 4
REPRODUÇÃO© / TODOS OS DIREITOS RESERVADOS
Como exemplo de seus diversos usos, Barros et al. (2003) realizaram um tra-
balho na cidade Londrina/PR com a Identificação das Ocupações Irregulares por
meio de imagem Landsat 7, onde os dados foram processados pelo SPRING e
foram gerados mapas restrição legal e de áreas de preservação ocupadas irregu-
larmente. Os resultados apontaram a existência de 21,36km² de área de preserva-
ção permanente, sendo que cerca de 25% encontram-se com ocupação irregular.
capítulo 4 • 87
utilidade. Algumas destas funções são: localização de pontos de controle para
a correção geométrica das imagens; atualização de mapas através da interpre-
tação de imagens; segmentação (contribui na delimitação de polígonos no SIG
e na separação de áreas para a classificação); e obtenção de estatísticas de cada
polígono individualmente.
Falconer et al. (1990) utilizaram algumas destas funções na elaboração de
um mapa base do inventário a partir da interpretação da imagem, e utilizaram
GPS para a localização dos pontos de controle em campo. Foram produzidos,
em um curto período de tempo e com grande precisão, mapas atualizados dos
recursos florestais e uso potencial da terra, assim como tabelas outros parâme-
tros e estatísticas.
A combinação entre o sensoriamento remoto com os sistemas de informa-
ção geográfica possibilita a execução de diversos trabalhos e estudos, com di-
versas vantagens, como maior precisão, fácil interpretação e de maneira mais
rápida (LACRUZ, 2003).
88 • capítulo 4
verossimilhança. O mesmo autor mostra ainda que essa metodologia pode ser
dividia em três fases, sendo:
1. Treinamento: fase em que ocorre a identificação das áreas de treina-
mento e onde há uma descrição dos atributos espectrais de cada tipo
de cobertura de interesse na cena.
2. Classificação: o pixel é classificado de acordo com suas características
e se assemelharem ou não a alguma classe. Caso contrário, ele é dito
“desconhecido”.
3. Resultado: podem ser usados de diferentes maneiras. Três formas típi-
cas de produtos são os mapas temáticos, tabelas com dados e dados
para posterior utilização em geoprocessamento.
Cultura 1o estágio
Mata
capítulo 4 • 89
Segundo Lacruz (1996), os sistemas de tratamento e interpretação de imagens
podem ser utilizar recursos para análise visual e/ou da análise digital, sendo que
cada uma destas análises apresentam diferentes técnicas e vantagens referentes
aos custos, à rapidez, a qualidade, ao treinamento, a experiência prévia, entre ou-
tros fatores, o que não torna ambas as técnicas excludentes entre si.
A análise visual para a identificação dos diferentes objetos presentes numa
fotografia aérea ou numa imagem pode ser feita a partir da análise dos elemen-
tos que a compõe (GARCIA, 1982). De acordo com Segundo Reeves et al. (1975),
são seis os principais componentes considerados na análise, sendo eles:
1. Tamanho: As escalas das imagens ou aerofotografia definem as dimen-
sões dos objetos, possibilitando a identificação de objetos com formas
iguais pelo seu tamanho relativo (LACRUZ, 1996).
2. Forma: a forma baseia-se nos aspectos geométricos das feições. Em
muitos casos permite a distinção entre feições naturais e aquelas feitas
pelo homem, como por exemplo, entre floresta natural e áreas de reflo-
restamento (LACRUZ, 1996).
3. Sombra: as sombras possibilitam a diferenciação de alguns objetos pre-
sentes na imagem e definição das formas de relevo (LACRUZ, 1996).
4. Tonalidade/cor: a energia recebida pelo sensor em uma determinada
banda do espectro, como já estudamos no início deste capítulo, é re-
presentada por diferentes tonalidades, sendo que um pixel com tonali-
dade escura indica aquelas áreas sobre as quais o sensor detectou um
baixo sinal, enquanto que os pixels claros representam altos valores de
radiância. Em fotos aéreas ou em imagens coloridas, estas gradações
de tonalidades são diferenciadas por variações de cores, o que possibi-
lita uma maior extração de informações (JIMENEZ e GARCÍA, 1982) e
(LACRUZ, 1996).
5. Textura fotográfica: a forma como a tonalidade dos elementos se apre-
senta na imagem, permite que impressão visual criem o efeito da ru-
gosidade ou da suavidade gerado em alguns objetos. Essa textura cor-
responde ao padrão de arranjo dos elementos tonais (REEVES et al.,
1975). Segundo Gordon et al. através da textura podemos discriminar
áreas com comportamento espectral similar. Ele mostra em alguns tra-
balhos, usando uma imagem do sensor ThematicMapper, que pela tex-
tura apresentada por estes tipos de cobertura, era possível diferenciar
diferentes tipos de árvores frutíferas em uma floresta decídua.
90 • capítulo 4
6. Padrão: é estabelecido pela composição das formas dentro da cena, es-
tando relacionado geralmente a ações antrópicas. O padrão permite,
por exemplo, a diferenciação nas fotos aéreas e imagens orbitais, entre
áreas de floresta natural e áreas de culturas (LACRUZ, 1996).
ATIVIDADE
1. Para se fazer um estudo de uma região, buscando áreas que foram desmatadas, é ne-
cessário que o céu esteja descoberto, sem nuvens, para que as imagens obtidas por um
sensor orbital captem a retirada de árvores?
capítulo 4 • 91
REFLEXÃO
A partir da leitura desta unidade, você observou que o Sensoriamento Remoto se tornou uma
ferramenta muito útil para o levantamento de dados na área ambiental. Com ele é possível
obter dados e informações que antes só era possível com técnicas de fotogrametria aérea e
coleta de dados em campo. Hoje é possível obter dados de feições de forma remota.
LEITURA
A página oficial do INPE permite a interação entre você e o Banco de Imagens da Divisão
de Geração de Imagens. Neste Banco de Dados, você encontrará, imagens dos satélites
Landsat-1, Landsat-2, Landsat-3, Landsat-5, Landsat-7, CBERS-2 , CBERS-2B (Satélite
Sino-Brasileiro de Recursos Terrestres). Para isso, acesse o site <http://www.dgi.inpe.br/
CDSR/>.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
AMERICAN SOCIETY OF PHOTOGRAMMETRY (A.S.P.) Manual of Remote Sensing.
Falls Church. Sheridan. Press, 1983.
ARCHIBALD, P.D. GIS and remote sensing data integration. Geocarto International,
2(3):67-73, Sept. 1987.
BARROS, M. V. F., SCOMPARIM, A., KISH, C., CAVIGLIONE, J. H., ARANTES, M. R. L.,
NAKASHIMA, S. Y., & REIS, T. Identificação das ocupações irregulares nos fundos de vale
da cidade de Londrina-PR por meio de imagem landsat 7. Revista Ra’ega, Curitiba, n. 7,
p. 47-54, 2003.
EHLERS, M.; EDWARDS, G.; BEDARD, Y. Integration of remote sensing with geographical in-
formation systems: a necessary evolution. Photogrammetric Engineering and Remote
Sensing, 55(11):1619-1627, Nov. 1989.
FALCONER, A.; CROSS, M.D.; ORR, D.G. Procedures for woody vegetation survey in the Kaz-
gail Rural Council area, Sudan. Geocarto International, 5(3):49-58, Sept. 1990.
92 • capítulo 4
LORENZANO, T. G. Imagens de satélites para estudos ambientais. São Paulo: Oficina de
Textos, 2002.
LILLESAND, T. M.; Remote Sensingand Image Interpretation; New York; Wiley; 1994.
750 p.
LINTZ, J.; SIMONETT, D.S. Remote Sensing of Environment. 2. ed. Reading, Addison-Wesley,
1976. 694 p
REEVES, R.G.; ANSON, A.; LANDEN, D. Manual of remote sensing. Fall Church, ASP,
1975. v. 2.
RICHARDS, J.A. Remote sensing digital image analysis: an introduction. Berlin, Sprin-
ger-Verlag, 1986. 281 p
NO PRÓXIMO CAPÍTULO
No próximo capítulo serão apresentadas a exemplos de funcionamento e possibilidades de
Geoprocessamento, serão abordados diversas aplicações, modelos e análises usando os
sistemas SIGs.
capítulo 4 • 93
5
Técnicas e
Aplicações de
Geoprocessamento
5 Técnicas e Aplicações de
Geoprocessamento
OBJETIVOS
• Verificar as diferentes técnicas de Geoprocessamento.
• Conhecer os diversos softwares utilizados atualmente em Geoprocessamento.
• Evidenciar a quantidade de possíveis e reais aplicações que estão ligadas aos Siste-
mas de Informações Geográficas.
REFLEXÃO
Você se lembra de ter assistido alguma reportagem no jornal que falava do Controle da
Ocorrência do Fogo na Vegetação? Esse monitoramento operacional de focos de quei-
madas e de incêndios florestais é detectados por satélites, e são realizados cálculos e
previsões do risco desse fogo da vegetação. Os dados para a América do Sul e a Central,
África e Europa, são atualizados a cada três horas, todos os dias do ano. O acesso às
informações é livre pelo portal, <http://queimadas.inpe.br>, desenvolvido no INPE, Insti-
tuto Nacional de Pesquisas Espaciais.
96 • capítulo 5
5.1 Técnicas de Geoprocessamento
• Análise de fenômenos
Na perspectiva moderna de gestão do território, toda ação de planejamento,
ordenação ou monitoramento do espaço deve incluir a análise dos diferentes
componentes de ambiente, incluindo o meio físico-biótico, a ocupação huma-
na, e seu inter-relacionamento. O conceito de desenvolvimento sustentável,
consagrado na Conferência Rio-92, estabelece que as ações de ocupação do ter-
ritório devem ser precedidas de uma análise abrangente de seus impactos no
ambiente, a curto, médio e longo prazo (CAMARA e MEDEIROS, 2014).
Tal postura foi sancionada pelo legislador, ao estabelecer dispositivos de
obrigatoriedade de Relatórios de Impacto Ambiental (RIMA), como condição
prévia para novos projetos de ocupação do espaço, como rodovias, indústrias e
hidroelétricas. Forma ainda a justificativa política para iniciativas como o Pro-
grama de Zoneamento Ecológico-Econômico, estabelecido pelo Governo Fede-
ral para disciplinar o desenvolvimento da região Amazônica.
Deste modo, pode-se apontar pelo menos quatro grandes dimensões dos
problemas ligados aos Estudos Ambientais, onde é grande o impacto do uso
da tecnologia de Sistemas de Informação Geográfica: Mapeamento Temático,
Diagnóstico Ambiental, Avaliação de Impacto Ambiental, e Ordenamento Ter-
ritorial (CAMARA e MEDEIROS, 2014).
Nesta visão, segundo Camara e Medeiros (2014) os estudos de Mapeamento
Temático objetivam “caracterizar e entender a organização do espaço, como
base para o estabelecimento das bases para ações e estudos futuros”. Entre
eles, os levantamentos temáticos, como de geologia, geomorfologia, solos, co-
bertura vegetal.
Segundo Camara e Medeiros (2014) as áreas de diagnóstico ambiental ob-
jetivam estabelecer estudos específicos sobre regiões de interesse, com vistas a
projetos de ocupação ou preservação. Como exemplos temos os Estudos e Rela-
tórios de Impactos Ambientais (EIA/RIMAs) e os estudos visando o estabeleci-
mento de áreas de proteção ambiental (APAs).
Os trabalhos de ocupação territorial objetivam normatizar essa ocupação,
buscando racionalizar a gestão do território, com vistas a um processo de de-
senvolvimento sustentável (CAMARA e MEDEIROS, 2014). Neste cenário, estão
em andamento hoje no Brasil uma grande quantidade de iniciativas de zonea-
mento, que incluem estudos abrangentes como o zoneamento ecológico-eco-
capítulo 5 • 97
nômico da Amazônia Legal (BECKER e EGLER, 1997) até aspectos específicos,
como o zoneamento de culturas, coordenado pela EMBRAPA.
A interdisciplinaridade é uma característica básica em todos estes estudos.
(MORAES, 1997). Estes projetos buscam sempre uma visão integrada da questão
ambiental, pois não é possível compreender perfeitamente os fenômenos ambien-
tais sem uma análise de todos os seus componentes (CAMARA e MEDEIROS, 2014).
O uso de Geoprocessamento em projetos ambientais requer a utilização de
técnicas de integração de dados, além da combinação ferramentas de análise
espacial, processamento de imagens, geoestatística e modelagem numérica de
terreno (CAMARA e MEDEIROS, 2014).
O software AutoCAD® Map 3D proporciona acesso a dados de SIG e mape-
amento para suporte a planejamento, projeto e gerenciamento de dados. Mo-
delos inteligentes e ferramentas de CAD ajudam a aplicar padrões regionais e
de disciplinas específicas. A integração de dados de SIG com sua organização
melhora a qualidade, a produtividade e o gerenciamento de ativos.
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98 • capítulo 5
CONEXÃO
Você pode fazer o download da versão de avaliação do AutoCAD Map 3D. Além disso, você
pode acessar a Comunidade Educacional e obter softwares gratuitos para estudantes por 3
anos. Não perca tempo, instale e faço uso dos programas pelo link: <http://www.autodesk.
com.br/products/autocad-map-3d/free-trial>
Figura 43 – Imagem fotográfica usada como atributo do Objeto em um SIG para gerencia
de Rede Elétrica.
Fonte: (LONGLEY, 2011)
capítulo 5 • 99
• Cartografia Automatizada: realizada por instituições produtoras de
mapeamento básico e temático. Neste caso, é essencial dispor de ferra-
mentas de aerofotogrametria digital e técnicas sofisticadas de entrada
de dados (como digitalizadores ópticos) e de produção de mapas (como
gravadores de filme de alta resolução).
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Figura 44 – SIG mostrando uma distribuição de dados de exclusão social sobre o fundo de
imagem de satélite.
Fonte: (LONGLEY, 2011)
100 • capítulo 5
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capítulo 5 • 101
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102 • capítulo 5
dência de cada usuário. As ferramentas de SIG devem prover meios de
apresentação dos bancos de dados espaciais para fins de planejamento
de negócios. Em especial, os SIGs devem ser adaptados ao cliente, com
ferramentas de particionamento e segmentação do espaço para a loca-
lização de novos negócios e alocação de equipes.
CONEXÃO
Em parceria com o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), o Ibama lançou o Cen-
tro Integrado Multiagências de Coordenação Operacional (CIMAN). A plataforma virtual foi
criada para monitorar as queimadas e focos de incêndio em todo o país. O CIMAN vai dis-
ponibilizar as informações em tempo real que incluem os locais com focos de calor e as
das equipes que estiverem em campo no combate ao fogo. Acesse: <http://sirc.dgi.inpe.br/
ciman/> e confira as operações mais recentes.
capítulo 5 • 103
5.3.1 Mapeamentos da Distribuição de Sedimentos em Reservatórios Hidrelétricos
Solo Solo
0-2 mg/l 0-2 mg/l
2-4 mg/l 2-4 mg/l
4-6 mg/l 4-6 mg/l
6-8 mg/l 6-8 mg/l
8-10 mg/l 8-10 mg/l
10-12 mg/l 10-12 mg/l
12-14 mg/l 12-14 mg/l
14-16 mg/l 14-16 mg/l
104 • capítulo 5
5.3.2 Identificações de manchas de Petróleo em oceano.
capítulo 5 • 105
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Magé
Anil
Mauá
Paquetá
Mancha de Óleo
I. do Governador
Baía de Guanabara
Ponte
I. Cidade Universitária
Niterói
Rio de Janeiro
106 • capítulo 5
Figura 49 – Mapa de vulnerabilidade ambiental da área de estudo.
Fonte: (OLIVEIRA E MATTOS, 2012).
capítulo 5 • 107
Para atingir tal objetivo, os autores utilizaram um Sistema de Informação Ge-
ográfica (SIG). Os mapas foram obtidos por meio da interpretação convencional
de fotografias aéreas, posteriormente digitalizados no software CAD Overlay e ge-
orreferenciados no AutoCAD Map. Foram gerados diversos mapas com a modela-
gem digital da área em estudo, como o apresentado pela figura 50, o que possibi-
litou o estudo da rede de drenagem com a incorporação de outros dados como de
vegetação, área urbana, mineração, entre outros (ORTIZ E FREITAS, 2005).
Rio Corumbataí
783 m
500 m
7.504.000 m
241.000 m
236.000 m 7.509.000 m
231.000 m 7.514.000 m
km
226.000 m 0 2 4 6
7.519.000 m
108 • capítulo 5
efetuadas para a definição da real data do maior evento ocorrido e a estipulação
da cota máxima de inundação.
Após a geração de um modelo digital de terreno utilizando foi elaborado
um mapa temático dos riscos de enchentes pluviais, apresentado pela figura
51, como cota média de inundação uma altitude de 117,26 m. Os autores ainda
concluíram que a metodologia proposta no trabalho pode auxiliar o trabalho
dos órgãos responsáveis pela prevenção de enchentes urbanas (ALCANTARA E
ZEILHOFER, 2006).
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Área de risco
de enchentes pluviais
N
Legenda:
Córrego / Margem
Altíssimo risco de inundação
Alto risco de inundação
Médio risco de inundação
Baixo risco de inundação
Risco não considerado
capítulo 5 • 109
CONEXÃO
Neste link você pode ver o mapa digital de carbono orgânico dos solos brasileiros recém-lan-
çado pela Embrapa une modelagem matemática e conhecimentos levantados em campo
para ajudar em diversos programas de conservação de recursos naturais. Acesse: <https://
www.embrapa.br/busca-de-noticias/-/noticia/2062813/solo-brasileiro-agora-tem-mapea-
mento-digital>
7.895.000
Floresta densa
Floresta ciliar
Floresta secundária
Campo Hidrófilo de Várzea
Áreas não classificadas
7.885.000
Metros
5.000,00
7.875.000
110 • capítulo 5
mentos que envolvem dados referentes ao plano diretor, uma vez que eles esta-
rão todos organizados e dispostos em um SIG. O resultado foi um grande banco
de dados que possibilitou a Prefeitura fazer simulações e estudos, podendo de-
cidir a melhor forma de implantar o Plano Diretor da cidade.
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capítulo 5 • 111
de observação guarnecidas continuamente e mantendo comunicação direta
com brigadas de combate de fogo, os dados de satélite têm interesse marginal.
CONEXÃO
Visite o portal de Monitoramento dessas Queimadas e Incêndios pelo link:
<http://www.inpe.br/queimadas/index.php> e veja qual a situação atual da sua região ou
de outras áreas do Brasil.
Os dados para a América do Sul e a Central, África e Europa, que são atu-
alizados a cada três horas, todos os dias do ano podem ser acessados por um
portal do próprio instituto.
Esse portal permite visualizar os focos de incêndio em um Sistema de Infor-
mação Geográfica, como apresenta a figura 54, com opções de períodos, regiões
de interesse, satélites, planos de informação (p.ex. desmatamento, hidrografia,
estradas), etc., além da exportação dos dados em formatos txt, html, shp e kmz.
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Mapas de
RISCO DE FOGO
Previsão para hoje
112 • capítulo 5
ATIVIDADE
1. Quais são os segmentos do setor de Geoprocessamento no Brasil?
3. Além das aplicações de SIG citadas neste capítulo, cite mais outros três exemplos da
utilização de um SIG na área ambiental de sua cidade.
REFLEXÃO
A partir da leitura desta unidade, você observou que o Geoprocessamento é uma ferramen-
ta de grande utilidade, com possibilidades de aplicação em diferentes áreas. Atualmente o
gestor ambiental possui um amplo leque de opções de ferramentas capazes de processar,
armazenar, copilar e gerar novas informações. Com essas tecnologias o profissional é capaz
de realizar previsões, simulações e dimensionamentos que serão utilizadas como ferramen-
tas de subsidio para a tomada de decisões e estudo.
LEITURA
O Google Earth é uma ferramenta poderosa para o diagnóstico da paisagem e a compreen-
são do uso e ocupação do solo. Através das ferramentas de imagens históricas e reproduzir
passeio, pode-se monitorar a paisagem ao longo do tempo. Também permite verificar o efeito
da ação antrópica sobre a natureza e impactos ambientais decorrentes dessa. Essas ferra-
mentas podem ser utilizadas em diversos trabalhos permitindo contextualização de diferen-
tes conteúdos, com o monitoramento da paisagem em diferentes áreas do planeta.
capítulo 5 • 113
Você pode instalar o Google Earth em seu computador pelo link: <https://www.google.com/
earth/. Além disso, assista a esse vídeo, aprenda e conheça mais sobre essa ferramenta:
https://www.youtube.com/watch?v=QhVkA0E0Z1w>
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ALCANTARA, L. H., ZEILHOFER, P. Aplicação de técnicas de geoprocessamento
para avaliação de enchentes urbanas: estudo de caso-Cáceres, MT. Anais do 1º. Sim-
pósio de geotecnologias no Pantanal, 2006.
MORAIS, A.C.R. Meio Ambiente e Ciências Humanas. São Paulo, Hucitec, 2a. edição,
114 • capítulo 5
1997.
VICENS, Raúl Sánchez; CRUZ, Carla Bernadette Madureira; RIZZINI, Cecilia Maria. Utiliza-
ção de técnicas de sensoriamento remoto na análise da cobertura vegetal da
Reserva Florestal de Linhares, ES, Brasil. Simpósio brasileiro de sensoriamento remoto,
v. 9, 1998.
EXERCÍCIO RESOLVIDO
Capítulo 1
capítulo 5 • 115
de coordenadas, dessa forma, a unidade fundamental do dado vetorial é o par de coor-
denadas x, y. Os dados raster ou matriciais referem-se às representações gráficas do
mundo real através de pixels (picture element) ou células, com estrutura mais simples e
formação poligonal regular, geralmente quadradas.
Capítulo 2
1. Quais são os cinco módulos da estrutura básica de um sistema de informação geográ-
fica?
A estrutura básica de um sistema de informação geográfica pode ser subdividida em cinco
módulos, sendo eles: aquisição de dados; pré-processamento; gerenciamento de dados; ma-
nipulação e análise; e geração de produtos.
116 • capítulo 5
2. Qual a importância da Cartografia para a criação de um SIG?
A cartografia é fundamental na elaboração e a preparação de mapas para a representa-
ção da Terra, o que são utilizados como subsídios dos dados para a criação de um SIG.
Além disso, com a evolução da cartografia se permitiu o aprimoramentos dos SIGs.
5. Qual foi a grande evolução que os Sistema de Posicionamento Global trouxeram para a
coleta de dados espaciais?
O aparecimento dos Sistemas de Posicionamento Global foi um dos grandes avanços
na tecnologia de levantamentos cartográficos. A precisão das técnicas de posicionar um
ponto de sua superfície em relação a um determinado referencial tem avançado, possi-
bilitando variações de precisão e exatidão de milímetros a metros, conformo o método e
o tempo de coleta de dados usado.
Capítulo 3
1. Como ocorre a incorporação e manipulação dos dados espaciais em um sistema SIG?
O Sistema SIG possui um banco de dados alfanuméricos, para armazenamento dos atri-
butos e um armazenamento de dados espaciais. Os dados espaciais podem ser adquiri-
capítulo 5 • 117
dos através de Mapas e cartas (raster ou vetoriais), através de Sensoriamento Remoto,
sistemas de posicionamento global por satélites, topografia, fotogrametria, etc. Esses
dados são convertidos em vetores, pixels, ou dados alfanuméricos e importados nos
bancos de dados dos SIG para posterior análise espacial.
4. Quais as principais vantagens e desvantagens das grades regulares e malhas triangula-
res na Modelagem Digital do Terreno?
As principais vantagens das malhas regulares são a facilidade no manuseio e conversão e
além do uso em geofísica e visualização 3D, as desvantagens são limitações para a repre-
sentação de relevos complexos e cálculo de declividade.
As principais vantagens das malhas triangulares são uma melhor representação de rele-
vo complexo e a incorporação de restrições como linhas de crista. As desvantagens são
a sua complexidade de manuseio e inadequação para a visualização 3D.
5. Quais as principais aplicações do cálculo de volume gerado pelos Modelos Digitais do
118 • capítulo 5
Terreno?
É possível se calcular volumes dentro de uma região do espaço predeterminada a partir de
um modelo digital de terreno. Como exemplos de aplicação, temos os estudos de terrapla-
nagem de determinadas áreas que utilizam esses cálculos, ou ainda, no cálculo do volume
de água represado por uma barragem.
Capítulo 4
1. Para se fazer um estudo de uma região, buscando áreas que foram desmatadas, é ne-
cessário que o céu esteja descoberto, sem nuvens, para que as imagens obtidas por um
sensor orbital captem a retirada de árvores?
Não. O espectro de ondas eletromagnético pode passar pelas nuvens. Vai depender do
comprimento de onda. Se o espectro de onda enviado para descrever o objeto no solo
não altera sua natureza ao passar pelas nuvens, as nuvens não vão atrapalhar a coleta
de dados do sistema.
capítulo 5 • 119
Cada uma destas três cores resulta da subtração de uma das cores da luz branca.
5. Quais são os elementos básicos considerados nas análises visuais e digitais?
São seis os principais componentes considerados nas análises, sendo eles: tamanho;
forma; sombra; tonalidade; textura fotográfica e padrão.
Capítulo 5
IDIOMAS
SOFTWARE LICENÇA PLATAFORMAS
DISPONÍVEIS
Mapinfo Software proprietário Windows Inglês
ArcGIS Software proprietário Windows Inglês
GEOMEDIA Software proprietário Windows Inglês
GRASS GNU Multiplataforma Inglês
Inglês, Espanhol e
gvSIG GNU GPL Multiplataforma
Chinês
MapWindow MPL Windows Inglês
120 • capítulo 5
QGIS GPL Multiplataforma Inglês e Português
3. Além das aplicações de SIG citadas neste capítulo, cite mais outros três exemplos da
utilização de um SIG na área ambiental de sua cidade.
- Auxiliar os gestores para identificar e quantificar o desmatamento em áreas de reserva.
- Auxiliar a mapear e quantificar as áreas verdes, praças, áreas de lazerda cidade
- Monitoramento dos pontos onde existe engarrafamento e aumento de poluição do ar
por veículos automotores.
4. Como o SIG poderia auxiliar na hora de escolher a melhor forma de se deslocar de um
ponto da cidade a outro?
O SIG possui a ferramenta de roterizador. A malha urbana é generalizada para um con-
junto de segmentos e pontos conectados. Cada segmento recebe parâmetros (sentido
de mão, tráfego intenso, etc). O sistema para calcular um caminho pode buscar, por
exemplo, o caminho mais curto (onde der o menor somatório de segmentos até a che-
gada) ou o caminho mais rápido (ele usa informações de segmentos cadastrados como
trânsito intenso e busca outros segmentos para desviar, buscando a melhor relação
entre o “peso do trecho” e o menor caminho).
5. O SIG é uma ferramenta que possibilita fazer previsões de catástrofes, simulações e
outro. Porque ele ainda não é usado de forma generalizada por todos os órgãos públicos
para auxiliar na gestão de tomada de decisões?
O SIG para ser implantado necessita de profissionais de diversas áreas do conheci-
mento, um investimento inicial relativamente alto, manutenção e atualização dos dados
e mão de obra especializada. O retorno do investimento demora um pouco, mas a longo
prazo é extremamente útil para qualquer órgão público.
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