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1 INTRODUÇÃO .............................................................................................. 3
2 HISTÓRICO .................................................................................................. 4
3 DEFINIÇÃO .................................................................................................. 8
Prezado aluno!
Bons estudos!
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2 HISTÓRICO
Fonte: overlanderbrasil.com
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Durante o percurso, as câmaras, previamente ajustadas, tomavam fotos da
área ocupada pelo inimigo. Vários pombos eram abatidos a tiros pelo inimigo, mas
boa parte deles conseguia chegar ao destino. As fotos obtidas consistiam em
valioso material informativo, para o reconhecimento da posição e infraestrutura de
forças militares inimigas. Assim teve início uma das primeiras aplicações do SR.
(FIGUEIREDO, 2005)
Devido ao número de pombos que eram abatidos por tiros, passou-se então
a utilizar-se de balões não tripulados, que presos por cabos, eram suspensos até a
uma altura suficiente para tomadas de fotos das posições inimigas por meio de
várias câmaras convenientemente fixadas ao balão. (GUEDES e SILVA, 2018).
Fonte: sorocaba.unesp.br
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sido utilizados também para uso civil. Em 1995, um deles foi utilizado pelos Estados
Unidos para monitoramento de queimadas e mapeamentos diversos, nas regiões
Norte e Centro-Oeste do Brasil. (FIGUEIREDO, 2005)
A grande revolução do SR aconteceu no início da década de 1970, com o
lançamento dos satélites de recursos naturais terrestres. Foi nesse período que se
viu o mais rápido desenvolvimento de foguetes lançadores de satélites, que
possibilitou colocar no espaço satélites artificiais para várias finalidades
(MENESES, 2012). Um dos programas mais importantes a desenvolvidos e o
“Landsat”, da Nasa (National Aeronautics and Space Administration), iniciado em
23 de julho de 1972 (PARANHOS-FILHO, 2008, Apud GUEDES e SILVA, 2018).
Os satélites, embora demandem grandes investimentos e muita energia nos
seus lançamentos, orbitam em torno da Terra por vários anos. Durante sua
operação em órbita o consumo de energia é mínimo, pois são mantidos a grandes
altitudes onde não existe resistência do ar e a pequena força gravitacional terrestre
é equilibrada 3 pela força centrífuga do movimento orbital do satélite. Estes aparatos
espaciais executam um processo contínuo de tomadas de imagens da superfície
terrestre coletadas 24 h/dia, durante toda a vida útil dos satélites. (FIGUEIREDO,
2005)
Cientes da importância ambiental deste tipo de satélite e levando em conta
os aspectos comerciais do SR, os governos do Brasil e da China assinaram, em 06
de julho de 1988, um acordo de parceria envolvendo o INPE (Instituto Nacional de
Pesquisas Espacias) e a CAST (Academia Chinesa de Tecnologia Espacial) e em
parceria, desenvolveram dois satélites para monitoramento terrestre, denominado
programa CBERS (China-Brasil Earth Resources Satellite), ou, Satélite Sino-
Brasileiro de Recursos Terrestres. (GUEDES e SILVA, 2018).
Segundo FIGUEIREDO (2005) a evolução de quatro segmentos tecnológicos
principais determinou o processo evolutivo do SR por satélites:
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b) Sistema de telemetria – consiste no sistema de transmissão de dados e
imagens dos satélites para estações terrestres, e tem evoluído no sentido de
aumentar a capacidade de transmissão dos grandes volumes de dados, que
constituem as imagens.
c) Sistemas de processamento – consistem dos equipamentos
computacionais e softwares destinados ao armazenamento e processamento dos
dados do SR. A evolução deste segmento tem incrementado a capacidade de
manutenção de acervos e as potencialidades do tratamento digital das imagens.
d) Lançadores – consistem das bases de lançamento e foguetes que
transportam e colocam em órbita, os satélites. A evolução deste segmento tem
permitido colocar, em órbitas terrestres, satélites mais pesados, com maior
quantidade de instrumentos, e consequentemente, com mais recursos tecnológicos.
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3 DEFINIÇÃO
O termo sensoriamento remoto foi pela primeira vez utilizado no final dos
anos 50, por Evelyn Pruitt, cientista que desenvolvia suas pesquisas no Escritório
de Pesquisa da Marinha dos Estados Unidos da América (Office of Naval Research).
Sua definição incluía fotografias aéreas, bem como as imagens adquiridas pelos
então novos sistemas sensores. O termo surgiu para descrever o processo de
observação, mensuração e identificação de objetos sem estar em contato direto
com eles. (MACHADO e QUINTANILHA, 2008)
O sensoriamento remoto é o modo de obtenção de dados à distância, a partir
da utilização conjunta de modernos sensores, equipamentos de processamento e
de transmissão de dados, aeronaves, espaçonaves, etc. Os sensores são os
equipamentos capazes de coletar a energia proveniente de um objeto que se deseja
avaliar, convertê-la em sinal passível de ser registrado e apresentá-lo em forma
adequada à extração de informações. O propósito é o estudo do ambiente terrestre,
por meio do registro e da análise das interações entre a radiação eletromagnética e
as substâncias componentes do planeta Terra em suas mais diversas
manifestações. (MACHADO e QUINTANILHA, 2008)
Define-se sensoriamento remoto como a ciência e a arte de obter
informações a respeito de um objeto, área ou fenômeno, por meio da análise de
dados adquiridos por dispositivos que não estão em contato direto com tal objeto,
área ou fenômeno que está sendo investigado. Trata-se, portanto, de uma
tecnologia para aquisição, processamento e análise de informações acerca da
superfície terrestre, das condições urbanas e das suas mudanças, por meio da
interação entre a radiação eletromagnética e as substâncias componentes da
superfície. Tais informações são obtidas remotamente por meio de sensores
instalados em plataformas orbitais ou aerotransportadas. (MACHADO e
QUINTANILHA, 2008)
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A fotografia e o imageamento digital permitem que as visadas aéreas sejam
adquiridas rapidamente, tornando possível a obtenção e a análise de imagens de
grandes áreas da superfície terrestre. A tecnologia dos satélites possibilita que todo
o globo terrestre seja sistematicamente imageado e monitorado. Atualmente,
diversas atividades humanas dependem de um fluxo constante de imagens
adquiridas a partir de pontos elevados, muito acima da superfície da Terra, para que
seja possível inventariar, avaliar e manejar recursos, agora não mais em uma escala
local, mas sim em uma escala global. A análise desse imageamento é o objetivo do
sensoriamento remoto. (MACHADO e QUINTANILHA, 2008)
O sensoriamento remoto permite que sejam coletadas informações a respeito
de regiões onde o acesso direto dos observadores humanos seria demasiadamente
caro ou perigoso. Vastas áreas do oceano, extensas plantações ou florestas,
vulcões ativos, áreas de conflitos militares, regiões de extremo rigor climático (tais
como desertos ou geleiras), ou áreas submetidas à radioatividade podem ser
facilmente monitoradas com o uso dessa tecnologia. (MACHADO e QUINTANILHA,
2008)
Os produtos de sensoriamento remoto, ou seja, as imagens digitais ou
fotografias aéreas coletadas a partir de aeronaves ou espaçonaves, têm sido muito
usados na produção de mapas da superfície da Terra e da topografia do fundo dos
oceanos, trabalhos que envolvem recursos naturais e infra-estrutura urbana. O
sensoriamento remoto oferece vantagens substanciais em comparação com outros
métodos de coleta de dados, o que o tem levado a uma ampla gama de aplicações.
Ele proporciona uma visão geral e permite o discernimento de padrões e relações
não aparentes quando observadas ao nível do solo. Outra vantagem diz respeito à
rapidez com que as informações são disponibilizadas, o que é de grande valor para
a prevenção e a avaliação de desastres naturais, por exemplo, onde a resposta das
atividades de emergências deve ser o mais breve possível. As imagens
provenientes do sensoriamento remoto são ferramentas que assessoram, ajudam
a planejar e a monitorar tais atividades emergenciais. O sensoriamento remoto pode
registrar comprimentos de onda que o olho humano não pode ver, como o
infravermelho, para detectar fenômenos que do contrário não seriam visíveis, como
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por exemplo, emissão de calor ou radioatividade. (MACHADO e QUINTANILHA,
2008)
A figura a seguir traz uma imagem referente à banda da radiação
infravermelho termal capturada pelo sensor MODIS (Moderate Resolution Imaging
Spectroradiometer), que está a bordo do satélite Terra da NASA. A imagem mostra
claramente o padrão da Corrente do Golfo, uma corrente de água quente que flui
do Leste, onde atravessa o Golfo do México, em direção ao norte da Europa. A
corrente do Golfo é evidenciada aqui nas cores amarelo, laranja e vermelho, sendo
a parte representada com a cor vermelha a porção mais quente. (MACHADO e
QUINTANILHA, 2008)
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cobertura de grandes áreas facilita a comparação de regiões. O imageamento de
grande altitude possibilita uma visão sinóptica permitindo a percepção de variações
espaciais de grande escala. O imageamento repetitivo viabiliza o monitoramento de
grandes áreas. E a manutenção de arquivos de imagens permite a extração de
dados de passado. (MACHADO; QUINTANILHA, 2008)
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Fonte: infoescola.com
➢ Radiação gama: emitida por material radioativo e pelo sol. Possui altas
frequências, por isso, é muito penetrante (alta energia).
➢ Raios X: radiações cujas frequências de onda estão acima das frequências
da radiação ultravioleta, ou seja, possuem comprimentos de ondas menores.
São muito usados em radiografias e em estudos de estruturas cristalinas de
sólidos. Os raios X provenientes do Sol são absorvidos pelos gases na alta
atmosfera.
➢ Radiação ultravioleta (UV): esse tipo de radiação é produzido durante as
reações solares que, quando atingem o topo da atmosfera terrestre, são
quase totalmente absorvidos pelo gás ozônio (O3), mas podem interferir nas
telecomunicações, visto que os equipamentos captam a radiação
eletromagnética.
➢ Radiação visível (luz): as radiações contidas nessa faixa de comprimento de
onda, ao incidirem no sistema visual humano, são capazes de provocar uma
sensação de cor no cérebro.
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➢ Radiação infravermelha: situam-se no espectro eletromagnético entre a luz
vermelha e as micro-ondas e, às vezes, recebem a denominação de radiação
térmica.
➢ Micro-ondas: relações eletromagnéticas que se estendem pela região do
espectro de 1.000 μm até cerca de 1×10–6 μm. São mais comumente
referenciadas em Hertz. Esse tipo de radiação é utilizado por aparelhos de
telecomunicação, como os aparelhos celulares.
➢ Ondas de rádio: conjunto de radiações com frequências menores que 300
MHz (comprimento de onda maior que 1 m). Essas ondas são utilizadas,
principalmente, em telecomunicação e radiodifusão.
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Sendo assim, são nos comprimentos de onda em que os materiais mais
fortemente absorvem a radiação eletromagnética, que um sensor deverá possuir as
suas bandas espectrais (MENESES, 2012). (GUEDES e SILVA, 2018)
As radiações eletromagnéticas (REM), podem ser consideradas como
“termômetros-mensageiros” do SR. Elas não apenas captam as informações
pertinentes às principais características das feições terrestres, como também as
levam até os satélites. A radiação eletromagnética pode ser definida como sendo
uma propagação de energia, por meio de variação temporal dos campos elétrico e
magnético, da onda portadora. (FIGUEIREDO, 2005)
Fonte: cpatsa.embrapa.br
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O SR ativo, utiliza ondas de radar no processo de imageamento. Estes
sistemas operam com microondas nas faixas de 0,8 cm a 1,1 cm, de 2,4 cm a 3,8
cm e de 15 cm a 30 cm. (FIGUEIREDO, 2005)
Os princípios físicos do SR estão intimamente relacionados à REM. Ela é um
elo indispensável no processo de obtenção dos dados do SR. A REM é o veículo
que leva as informações das características das feições terrestres até os satélites.
Sem ela o SR simplesmente não existiria. (FIGUEIREDO, 2005)
5 SISTEMAS SENSORES
Fonte: aeb.gov.br
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d) processador: é um componente responsável pela amplificação do fraco
sinal gerado pelo detector e pela digitalização do sinal elétrico produzido pelo
detector;
e) unidade de saída: é um componente capaz de registrar os sinais elétricos
captados pelo detector para posterior extração de informações.
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sensor TM do LANDSAT-5 distingue até 256 tons distintos de sinais representando-
os em 256 níveis de cinza. (MAIO et al., 2008)
Uma outra qualidade importante é a resolução temporal do sensor, que está
relacionada com a repetitividade com que o sistema sensor pode adquirir
informações referentes ao objeto. Por exemplo, os sensores do LANDSAT-5
possuem uma repetitividade de 16 dias. (MAIO et al., 2008)
Para melhor interpretar os sinais coletados faz-se necessário o conhecimento
das condições experimentais como: fonte de radiação, efeitos atmosféricos,
características do sensor, geometria de aquisição de dados, tipos de
processamento e estado do objeto. (MAIO et al., 2008)
Fonte: aeb.gov.br
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No nível do solo é realizada a aquisição de dados em campo ou em
laboratório onde as medidas são obtidas utilizando-se radiômetros ou
espectrorradiômetros. (MAIO et al., 2008)
No nível de aeronaves os dados de sensoriamento remoto podem ser
adquiridos por sistemas sensores de varredura óptico-eletrônico, sistemas
fotográficos ou radar, e a resolução espacial destes dados dependerá da altura do
vôo no momento do aerolevantamento. (MAIO et al., 2008)
A obtenção de dados no nível orbital é realizada por meio de sistemas
sensores a bordo de satélites artificiais. O sensoriamento remoto neste nível permite
a repetitividade das informações, bem como um melhor monitoramento dos
recursos naturais para grandes áreas da superfície terrestre. (MAIO et al., 2008)
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Segundo MENESES et al. (2012) na prática, a detecção ou identificação de
um objeto nas imagens de sensoriamento remoto não é determinada somente pela
resolução espacial, mas por quatro diferentes formas de medições:
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Comparativamente, um sensor tem melhor resolução espectral se ele possui
maior número de bandas situadas em diferentes regiões espectrais e com larguras
estreitas de comprimentos de onda. Essa necessidade é devido às diferenças
relativas de reflectância entre os materiais da superfície da terra, que permitem
distinguir um material do outro, em determinados comprimentos de onda. Por
exemplo, as gemas são mais facilmente diferenciadas nos comprimentos de onda
do visível, devido às diferenças de cores que na maioria é controlada por pequenas
impurezas nas suas estruturas cristalinas. Por outro lado, as rochas evidenciam
suas diferenças espectrais mais nos comprimentos de onda do infravermelho
próximo e de ondas curtas. Quanto à largura da banda, ela deve ser dimensionada
em concordância com as larguras das feições de absorção exibidas pelos espectros
de reflectância de cada material. As feições de absorções são identificadores de
composições dos tipos de rochas, solos, vegetação e água, e normalmente, são da
ordem de 10 nm a 20 nm. Sensores com bandas muito largas, além de 20 nm
tendem a não ser capazes de diferenciar um objeto do outro em função de sua
composição. Assim, o objeto é apenas detectado em razão da resolução espacial.
(MENESES et al., 2012)
Um simples exemplo que serve para ilustrar o efeito da resolução espectral
na detecção ou identificação de um objeto é mostrado na figura abaixo de uma área
da floresta amazônica. Ambas as imagens estão na mesma resolução espacial de
30 metros. Na imagem (a), de uma banda do visível de 0,63 μm a 0,69 μm, mesmo
os grandes rios com dezenas de metros de largura não são facilmente identificados,
porque a baixa reflectância da água e da vegetação são, praticamente, iguais nesse
comprimento de onda, não havendo contraste entre os dois tipos de alvos. Para a
região amazônica seria um erro selecionar esta banda espectral para se elaborar
mapas de drenagem. A imagem (b) da figura é de uma banda do infravermelho
próximo. Nessa banda os rios são facilmente identificados, porque a água possui
uma baixa reflectância, enquanto a vegetação da floresta tem uma alta reflectância,
estabelecendo uma razão de alto contraste entre os dois alvos. (MENESES et al.,
2012)
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Fonte: memoria.cnpq.br
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espacial, como o ASTER, é compensado pelo maior número de bandas (14
bandas). (MENESES et al., 2012)
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de poucos metros, para que as casas, ruas, estacionamentos, possam ser
resolvidos. (MENESES et al., 2012)
A imagem a seguir mostra imagens de três sensores ópticos com diferentes
resoluções espaciais. Fica evidente que se pode estabelecer uma relação de
comparação entre a resolução espacial e a escala de visualização da imagem.
Fonte: memoria.cnpq.br
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Fonte: aeb.gov.br
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Fonte: MENESES et al., 2012.
Nesta imagem, observa-se que a imagem de 8 bits (28 =256) tem detalhes
visuais melhores que as imagens de menores resoluções radiométricas de 6, 4 e 2
bits. A imagem de 2 bits possui apenas 4 níveis de cinza. (MENESES et al., 2012)
A maioria dos sensores multiespectrais com resolução espacial de 10 a 30
metros trabalha com resoluções radiométricas de 8 bits, isso é, possui capacidade
de discriminar até 256 valores de radiância por banda espectral. Já os sensores
com alta resolução espacial, com tamanho de pixel de 1 metro, possuem resoluções
radiométricas de 10 ou 11 bits (1024 ou 2048 valores digitais). (MENESES et al.,
2012)
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o estimar áreas plantadas em propriedades rurais para fins de fiscalização do
crédito agrícola;
o identificar áreas de preservação permanente e avaliação do uso do solo;
o promover estudos de implantação de polos turísticos ou industriais;
o promover avaliação do impacto de instalação de rodovias, ferrovias ou de
reservatórios;
Aplicações em Agropecuária
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ambientais em escala local e regional. No contexto local, elas destroem a fauna e
flora, empobrecem o solo, reduzem a penetração de água no subsolo, e em muitos
casos causam mortes, acidentes e perda de propriedades. No âmbito regional,
causam poluição atmosférica com prejuízos à saúde de milhões de pessoas e à
aviação e transportes; elas também alteram, ou mesmo destroem ecossistemas.
(MAIO et al., 2008)
E do ponto de vista global, as queimadas são associadas com modificações
da composição química da atmosfera, e mesmo do clima do planeta. A queimada é
parte integrante e necessária de alguns ecossistemas, onde ocorrem naturalmente
devido a raios, como no Cerrado, mas apenas uma ou no máximo duas vezes por
década, e não tão frequentemente como se constata. (MAIO et al., 2008)
No Brasil, a quase totalidade das queimadas é causada pelo Homem, por
razões muito variadas: limpeza de pastos, preparo de plantios, desmatamentos,
colheita manual de cana-de-açúcar, vandalismo, balões de São João, disputas
fundiárias, protestos sociais, e etc. Com mais de 300.000 queimadas e nuvens de
fumaça, cobrindo milhões de km2, detectadas anualmente através de satélites, o
País ocupa lugar de destaque como um grande poluidor e devastador. (MAIO et al.,
2008)
Conjugando sensoriamento remoto, cartografia digital e comunicação
eletrônica, é realizado, desde 1991, um monitoramento efetivo das queimadas em
todo o Brasil (INPE, 2006). Neste sentido, a equipe do Dr. Alberto Setzer
(CPTEC/INPE) vem desenvolvendo e aprimorando desde a década de 1980 um
sistema operacional de detecção de queimadas. A partir de 1998 o trabalho passou
a ser feito conjuntamente com o IBAMA/PROARCO, dando ênfase particular à
Amazônia. (Apud MAIO et al., 2008)
Os dados são obtidos nas imagens termais dos satélites meteorológicos
NOAA quatro vezes ao dia e GOES, oito vezes ao dia, e dos satélites TERRA e
AQUA duas vezes por dia. Em seguida, são integrados a dois sistemas geográficos
de informações (SpringWeb-Queimadas e TerraLib-Queimadas) que podem ser
utilizados pela Internet. As informações são disponibilizadas operacionalmente aos
usuários cerca de 20 minutos após as passagens dos satélites. (MAIO et al., 2008)
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Todo o País e grande parte da América do Sul são cobertos por essas
imagens, pois se utiliza recepção das estações do INPE em Cachoeira Paulista, SP
e de Cuiabá, MT. Com o Programa de Monitoramento de Queimadas e Prevenção
e Controle de incêndios Florestais no Arco do Desflorestamento na Amazônia –
PROARCO -. o monitoramento de queimadas é feito para Brasil, Bolívia, Paraguai
e Peru. (MAIO et al., 2008)
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O objetivo do DETER não é estimar a área total desmatada na Amazônia.
(MAIO et al., 2008)
Para isto, o INPE continuará a utilizar imagens de melhor resolução dos
sensores TM/LANDSAT (30 m) e CCD/CBERS (20 m). Estimativas de áreas
desmatadas obtidas a partir do DETER estão sujeitas a erros, devido à pior
resolução espacial dos sensores MODIS e WFI/CBERS. (MAIO et al., 2008)
O DETER é um projeto do INPE/MCT, com apoio do MMA e do IBAMA e faz
parte do Plano de Combate ao Desmatamento da Amazônia do Governo Federal.
(Apud MAIO et al., 2008)
Desde 1989, o INPE vem produzindo estimativas anuais das taxas de
desflorestamento da Amazônia Legal. A partir do ano de 2003, estas estimativas
estão sendo produzidas por classificação digital de imagens. A principal vantagem
deste procedimento está na precisão do geo-referenciamento dos polígonos de
desflorestamento, de forma a produzir um banco de dados geográfico multitemporal.
Os dados mais recentes publicados pelo INPE são:
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período de Agosto de 2004 a Agosto de 2005 seja de 18.900 km 2, com uma margem
de erro de 4%.
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5. Otimizar recursos disponíveis para áreas prioritárias.
Outras Aplicações
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metabolismo. As sardinhas, por exemplo, adaptam-se melhor às águas mais frias,
com menos de 23ºC. (MAIO et al., 2008)
Mais recentemente o monitoramento de animais via satélite (telemetria) tem
revelado importantes dados sobre alguns animais de hábitos livres como as
tartarugas, lobos-guará, onças, etc. Um bom exemplo vem de pesquisa do Instituto
Mamirauá/MCT, no Amazonas. Com ajuda do INPE, oito peixes-boi monitorados
por telemetria vêm evidenciando dados valiosos sobre hábitos da espécie - como a
migração de até 150 quilômetros em busca de alimentos, entre as áreas de terra
firme e planície, conforme os períodos das cheias e vazantes. (MAIO et al., 2008)
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com o mesmo padrão, pois essa imagem identifica a temperatura emitida pelo topo
das nuvens. As nuvens formadas por processos convectivos podem alcançar
grande desenvolvimento vertical, e apresentar temperaturas de topo bastante frias,
com valores menores do que – 70ºC. (MAIO et al., 2008)
As aplicações de sensoriamento remoto para estudos da atmosfera terrestre,
dos recursos naturais, monitoramento das águas são muitas e de relevância vital
para a sociedade. Novos desenvolvimentos trazem mais possibilidades de
descobertas e pesquisas em diversas áreas do conhecimento. Um exemplo é o
sensor hiperespectral lançado pela NASA, a bordo da plataforma Earth Observing-
1 (EO-1), que coleta dados contínuos em 220 bandas espectrais posicionadas entre
400 e 2.500 nm, com resolução espacial de 30 m e em 16 bits. (MAIO et al., 2008)
O volume de dados coletado pelo Hyperion é aproximadamente 75 vezes
maior quando comparado às seis bandas óticas do sensor ETM+. Estudos recentes
indicam as vantagens do uso de dados obtidos a partir de bandas estreitas,
localizadas em específicas posições do espectro, na obtenção de informações
qualitativas ou quantitativas da vegetação. (MAIO et al., 2008)
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8 REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS
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MOREIRA, M.A. Fundamentos de Sensoriamento Remoto e metodologias de
Aplicação, 3ª ed. Viçosa: UFV, 2005, 320p.
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