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Revisão do Plano Diretor Estratégico e Participativo de Boa Vista | Produto 1 – Plano de Trabalho

REVISÃO DO PLANO DIRETOR ESTRATÉGICO


E PARTICIPATIVO DE BOA VISTA E
LEGISLAÇÃO URBANÍSTICA COMPLEMENTAR

PRODUTO 1: PLANO DE TRABALHO


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Revisão do Plano Diretor Estratégico e Participativo de Boa Vista | Produto 1 – Plano de Trabalho

REVISÃO DO PLANO DIRETOR ESTRATÉGICO E


PARTICIPATIVO DE BOA VISTA E LEGISLAÇÃO URBANÍSTICA
COMPLEMENTAR

PRODUTO 1
PLANO DE TRABALHO

Assessoria Técnica do IBAM ao processo de revisão do Plano Diretor Estratégico e


Participativo de Boa Vista e Legislação Urbanística no âmbito do Termo de Contrato nº
11/2022.

Fevereiro, 2023.

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Prefeitura Municipal de Boa Vista - RR

Arthur Henrique Brandão Machado


Prefeito

Sérgio Pillon Guerra


Presidente da Empresa de Desenvolvimento Urbano e Habitacional (EMHUR)

Comitê Gestor

Elka Raquel Neponuceno dos Santos


Presidente do Comitê Gestor - Representante da Empresa de Desenvolvimento Urbano e Habitacional
(EMHUR)

Jonathan de Almeida Vizzoni


Representante da Empresa de Desenvolvimento Urbano e Habitacional (EMHUR)

Paulo Ricardo Carvalho de Freitas


Representante da Empresa de Desenvolvimento Urbano e Habitacional (EMHUR)

Aline Silvano Lopes


Representante da Secretaria Municipal de Economia, Planejamento e Finanças (SEPF)

Noélia Alves da Silva


Representante da Secretaria Municipal de Obras (SMO)

Leylane Alves Parente


Representante da Secretaria Municipal de Tecnologia e Inclusão Digital (SMTI)

Taiane Maíza de Lira Carneiro Matias


Representante da Secretaria Municipal de Meio Ambiente (SEMMA)

Márcia Barbosa Macedo


Representante da Secretaria Municipal de Comunicação (SEMUC)

Alessandra Gonçalves Corleta


Representante da Secretaria Municipal de Governo (SMGOV)

Euclides Roberto Siqueira Ferreira Junior


Representante da Secretaria Municipal de Educação e Cultura (SMEC)

Juliana da Silva Barroso


Representante da Secretaria Municipal de Saúde (SMSA)

Maria Missilene Amaral


Representante da Secretaria Municipal de Gestão Social (SEMGES)

Carina Nunes Piuco


Representante da Secretaria Municipal de Segurança Urbana e Trânsito (SMST)

Felipe Dias Ferreira


Representante da Procuradoria Geral do Município (PGM)

Alda Regina Amorim Franco


Representante da Fundação de Educação, Turismo, Esporte e Cultura de Boa Vista (FETEC)

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Cezar Carlos Soto Riva


Representante da secretaria Municipal de Agricultura e Assuntos Indígenas (SMAAI)

Elane Florêncio Rodrigues


Representante da Secretaria Municipal de Projetos Especiais (SMPE)

Vandson Brito Fernandes Taveira


Representante da Secretaria Municipal de Serviços Públicos (SMSP)

Instituto Brasileiro De Administração Municipal - IBAM

Paulo Timm
Superintendente Geral

Alexandre Santos
Superintendente de Desenvolvimento Urbano e Meio Ambiente

Henrique Barandier
Coordenação geral | Coordenação Técnica

Jessica Ojana
Coordenação Técnica

Equipe Técnica

Henrique Barandier
Arquiteto e Urbanista

Jessica Ojana
Arquiteta e Urbanista

Bernardo Mercante
Cientista social

Eduardo Rodrigues
Geógrafo

Eduardo Domingues
Advogado |

Ewerton Antunes
Comunicador social

Giovanna Cavalcanti
Engenheira Ambiental

Karin Segala
Assistente Social

Rosimere de Souza
Assistente Social

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SUMÁRIO

APRESENTAÇÃO 6

CONTEXTUALIZAÇÃO DO PROCESSO DE REVISÃO DO PLANO DIRETOR DE BOA VISTA 9

2.1. O PLANO DE BOA VISTA PÓS ESTATUTO DA CIDADE 10

2.2. A OCUPAÇÃO DO TERRITÓRIO MUNICIPAL 14

2.4. O CENÁRIO URBANO ATUAL DE BOA VISTA 18

METODOLOGIA 21

3.1. INTEGRAÇÃO ENTRE EQUIPES DO IBAM E DA PREFEITURA MUNICIPAL DE BOA


VISTA 22

3.2. PRODUÇÃO TÉCNICA 23

3.3. PROCESSO PARTICIPATIVO 27

3.4. ABORDAGEM DA RELAÇÃO PRIMEIRA INFÂNCIA E CIDADE 29

ORGANOGRAMA 31

FASES, ETAPAS E ATIVIDADES 32

5.1. FASE 1 - PLANEJAMENTO 32

5.2. FASE 2 – DIAGNÓSTICO 34

5.3. FASE 3 – PROPOSTAS 39

5.4. FASE 4 – CAPACITAÇÃO E ACOMPANHAMENTO 42

PRODUTOS 44

CRONOGRAMA 46

ANEXOS 49

ANEXO 1 - REGISTRO DE ATIVIDADES REALIZADAS 50

ANEXO 2 - OFICINA TÉCNICA 1 – APRESENTAÇÃO E SÍNTESE DOS RESULTADOS 55

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APRESENTAÇÃO

Este documento consiste no primeiro produto relativo ao Contrato 11/2022, celebrado


entre a Prefeitura Municipal de Boa Vista - RR, por meio da Empresa de
Desenvolvimento Urbano e Habitacional - EMHUR, e o Instituto Brasileiro de
Administração Municipal (IBAM), cujo objeto é a assessoria técnica e metodológica à
revisão do Plano Diretor Estratégico e Participativo de Boa Vista e da Legislação
Urbanística complementar (Leis de Parcelamento do Solo e Uso e Ocupação do Solo).
Trata-se do Plano de Trabalho que orientará as atividades a serem desenvolvidas no
âmbito do referido contrato, com destaque para os aspectos técnicos envolvidos, a
interação entre a equipe do IBAM e a equipe da Prefeitura, a metodologia para
discussões com a sociedade, além da definição do cronograma de trabalho.
A Constituição Federal de 1988, ao dispor sobre a política urbana, define o Plano Diretor
Participativo como instrumento básico da política de desenvolvimento e de expansão
urbana e estabelece que a propriedade urbana, cumprirá sua função social, quando
atendidas as exigências fundamentais de ordenação da cidade expressas no Plano
Diretor (artigo 182, parágrafos 1º e 2º).
A partir da aprovação do Estatuto da Cidade pela Lei nº 10.257 de 10/07/2001, é
reafirmada e ampliada a importância do Plano Diretor, permitindo aos municípios uma
atuação mais indutora do desenvolvimento, firmando suas prerrogativas para a
regulamentação do parcelamento, uso e ocupação do solo urbano e promoção de
intervenções urbanísticas dirigidas à garantia da função social da cidade. Estes preceitos
constitucionais abrem novas perspectivas para o planejamento urbano municipal e
requerem o adequado alinhamento conceitual entre o Plano Diretor e as demais normas
urbanísticas para garantir as boas condições de aplicação da legislação local.
Principal instrumento para orientar o desenvolvimento urbano e territorial do
município, o Plano Diretor é obrigatório para cidades com mais de 20.000 habitantes ou
integrantes de Regiões Metropolitanas, devendo ser revisado a cada dez anos, de
acordo com o Estatuto da Cidade. O atual Plano Diretor de Boa Vista é de 2006, o que
torna necessário sua atualização, tanto por razões legais quanto pelas transformações
experimentadas no município durante sua vigência.
Além das diretrizes da política urbana e da regulamentação de instrumentos que
poderão ser aplicados no planejamento e gestão urbana, o Estatuto da Cidade
estabelece que o Plano Plurianual, assim como as Diretrizes Orçamentárias e o
Orçamento Anual municipal devem incorporar as diretrizes e prioridades definidas no
Plano Diretor. Portanto, o Plano Diretor deve ser compreendido também como
instrumento estratégico para a coordenação e a integração das políticas públicas no
território.

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Dentre as diretrizes gerais e critérios que devem nortear a elaboração do Plano Diretor
e a regulamentação dos seus instrumentos, conforme previsto no Estatuto da Cidade,
destaca-se a necessidade de condicionar o desenvolvimento urbano ao acesso universal
à moradia com qualidade, que pressupõe o acesso aos equipamentos e serviços de
mobilidade urbana e transporte, saneamento básico, saúde, educação, assistência social
e demais políticas públicas urbanas e sociais. Nesse sentido, se pode se compreender a
noção de direito à cidade como “porta de entrada” para outros direitos que se
complementam na perspectiva de consolidação da cidadania.
As diretrizes do Estatuto da Cidade expressam, também, a constatação de que a
organização territorial dos municípios e a dinâmica imobiliária nas cidades brasileiras
tendem, de modo geral, a reproduzir as desigualdades sociais, sem distribuir de maneira
equânime os benefícios gerados pelo processo de urbanização. Assim, espera-se que o
Plano Diretor possa indicar, de maneira clara e objetiva, a definição de vetores de
desenvolvimento e prioridades que orientem os investimentos públicos e privados,
buscando a construção de uma cidade socialmente mais justa e ambientalmente
sustentável.

Ademais, o ordenamento da ocupação urbana sem comprometimento do suporte


ambiental é uma das linhas principais que devem nortear a revisão dos planos diretores.
Ao mesmo tempo em que deverão ser identificadas as potencialidades de
desenvolvimento do Município, impõe-se a necessidade de assegurar o suprimento das
demandas de infraestrutura e serviços e a melhoria permanente da qualidade de vida
da população. O desafio de estimular o desenvolvimento econômico, social e urbano
sem comprometer o meio ambiente requer visão estratégica, não só dos
administradores, mas também dos agentes locais - sociais, econômicos ou comunitários.

Outro eixo do Estatuto da Cidade diz respeito aos processos de gestão democrática da
cidade, tratada no Capítulo IV (Da Gestão Democrática da Cidade), que estabelece as
condições para a garantia do controle social sobre a formulação e a implementação da
política urbana. Dentre os aspectos mais relevantes, destaca-se a obrigatoriedade da
participação dos diferentes segmentos da sociedade nos processos de revisão do Plano
Diretor e legislação urbanística, que deve envolver mecanismos e atividades que
permitam identificação de demandas da população e a pactuação de propostas e
prioridades pautadas pelo interesse comum.
O processo de revisão do Plano Diretor de Boa Vista que ora se inicia se enquadra nesses
grandes marcos conceituais expressos pela Constituição Federal e pelo Estatuto da
Cidade. Por outro lado, deve-se observar que o trabalho a ser realizado parte do
acúmulo de experiências concretas no município, da atuação de suas equipes técnicas e
dos segmentos sociais presentes no município. Nesse sentido, cabe observar que o
próprio plano diretor vigente, de 2006, já foi elaborado no marco do Estatuto da Cidade
e análise de seus avanços ou entraves à sua implementação deverão alimentar a

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reflexão em torno do instrumento, da abordagem de seus conteúdos, da gestão urbana


municipal e das proposições para o futuro.
A liderança do processo de revisão do Plano Diretor cabe à Prefeitura Municipal, que
deve mobilizar os segmentos sociais para o debate público. O papel da equipe técnica
do IBAM, por sua vez, conforme previsto no contrato que orienta o presente trabalho,
é o de assessorar técnica e metodologicamente a equipe técnica do Município
responsável pela condução desse processo. Tal assessoramento é baseado em
pressupostos metodológicos que incluem a troca de experiência, a transferência de
conhecimentos e o estabelecimento de relações de cooperação técnica. Embora o IBAM
não seja responsável pela liderança na condução das atividades do processo
participativo de revisão do Plano Diretor, a equipe de assessores do Instituto apoiará os
técnicos municipais nessa tarefa, sendo todos os documentos produzidos apresentados
e discutidos com os diferentes atores da sociedade, conforme previsto neste Plano de
Trabalho, assim como estarão disponíveis ao acesso do público.
Ao longo de um ano, o processo de revisão do Plano Diretor se desenvolverá em oito
etapas, em cada uma delas envolvendo produções técnicas e discussões públicas que
deverão se influenciar mutuamente. Para facilitar a organização do trabalho, o IBAM
propõe o agrupamento dessas etapas em quatro grandes fases:
● Fase 1: Planejamento – 30 dias;
● Fase 2: Diagnóstico- 120 dias ;
● Fase 3: Propostas – 150 dias;
● Fase 4: Capacitação e Acompanhamento – 65 dias.
Para consolidação do presente documento, foram realizadas reuniões com Comitê
Gestor instituído pela Prefeitura Municipal para condução do processo de revisão do
Plano Diretor. A partir da análise do contexto atual, da organização interna da Prefeitura
e de informações preliminares do município, procedeu-se o detalhamento das etapas
do trabalho, consolidado neste Plano de Trabalho que, além desta introdução é
composto pelas seguintes partes:
● Contextualização do processo de revisão do Plano Diretor de Boa Vista;
● Metodologia;
● Organograma
● Fases , etapas e atividades;
● Produtos;
● Cronograma;
● Anexos.

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CONTEXTUALIZAÇÃO DO PROCESSO DE REVISÃO


DO PLANO DIRETOR DE BOA VISTA
O desenvolvimento urbano do município é regulado, no momento, pela Lei
Complementar nº 924 de 28 de novembro de 2006 e leis que a complementam. Esse
importante estatuto legal teve sua origem no extenso trabalho elaborado entre 2005 e
2006 pelo Instituto Brasileiro de Administração Municipal (IBAM) junto à prefeitura da
capital de Roraima resultando no Plano de Diretor Estratégico e Participativo vigente e,
agora, objeto deste processo de trabalho para revisá-lo.

Desde já, vale registrar que aquele trabalho foi realizado no âmbito do maior esforço
nacional já empreendido no país para a adoção generalizada, pelos municípios
brasileiros, de planos diretores, conforme preconizado pelo artigo 182 da Constituição
Federal de 1988. Para uma cidade com a história de Boa Vista, aquele momento
constituiu uma oportunidade renovada de se atualizar com o seu próprio destino de
cidade planejada. Boa Vista é originária da sede de uma antiga fazenda, a Boa Vista do
Rio Branco, do século XIX. Em torno da sede dessa fazenda, surgiu um pequeno povoado,
a Freguesia de Nossa Senhora do Carmo, que durante um bom tempo foi o único
povoado em toda a região do alto Rio Branco. Esse relativo isolamento gerou uma forte
centralidade do povoado original sobre uma parte desse vasto território setentrional e
de fronteira internacional da Amazônia brasileira.

Em 1890, o povoado foi elevado à condição de vila e, em 1926, passou à condição de


município, adotando, em 1938, o nome simplificado da antiga fazenda. Na década de
1940, foi criado o Território Federal de Roraima, sob o regime do primeiro governo
Vargas e num período de guerra mundial na qual o Brasil acabou por se envolver. A já
então cidade foi escolhida para ser a capital do território. A condição de capital, num
contexto de afirmação de soberania, povoamento induzido e organização territorial do
Brasil, inspirou a elaboração do Plano Urbanístico Radial da Cidade, em meados da
década de 1940, pelo Engenheiro Civil Darcy Aleixo Derenusson.

Vale observar que, desde o plano urbanístico pioneiro de Belo Horizonte, em 1895, e
das reformas do Rio de Janeiro como capital federal, esse é um momento de afirmação
e de expansão das ideias do urbanismo moderno no país, coroado com a construção de
Brasília, no período de 1957 a 1960. O escopo geral do Plano Urbanístico Radial da
Cidade de Boa Vista foi assim resumido, em artigo publicado por quatro autores
estudiosos do assunto no periódico eletrônico Vitruvius:

“Derenusson iria chefiar uma equipe multidisciplinar incumbida da confecção


do cadastro topográfico do sítio, da elaboração dos projetos de saneamento,
de urbanização e de edificações e da implantação das redes de captação de
esgotos sanitários e de águas pluviais, de abastecimento d’água e de energia

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elétrica. Na ocasião, ao invés de se optar pela simples expansão espontânea


da área urbanizada, a solução adotada foi um projeto integralmente novo,....”

Tratava-se, portanto, da primeira ação estruturada e com visão de futuro em Roraima


(antes Rio Branco) para a formação de uma cidade nos padrões preconizados numa
época de franca urbanização no Brasil e no mundo e de busca de novos padrões de
desenho e estruturação dos espaços urbanos. Esse etos de cidade planejada parece ter
se consolidado em Boa Vista, inspirando talvez um imaginário local sobre a necessidade
de acompanhar e seguir os preceitos de cada época sobre os modos de planejar,
construir e gerir a cidade.

Em 1973, o Serviço Federal de Habitação e Urbanismo (Serfhau), vinculado ao então


Ministério do Interior (Minter) patrocinou a elaboração do Plano de Desenvolvimento
Urbano de Boa Vista/RR. Tratava-se de mais uma marca de época do planejamento
urbano no Brasil, no caso gerando instrumentos técnicos sem ainda consultas ou
discussões públicas que pudessem melhor embasar diagnósticos e fundamentar e
legitimar propostas. Esse plano teve a importância de levantar e sistematizar dados,
informações e indicadores relevantes para a compreensão da cidade em diversos
assuntos. Gerou também uma base de dados espacializada, embora ainda sem os
recursos de geoprocessamento de que se dispõe hoje para a gestão urbana e municipal.

2.1. O PLANO DE BOA VISTA PÓS ESTATUTO DA CIDADE

O plano diretor vigente em Boa Vista é também um produto de época. A aprovação do


Estatuto da Cidade (Lei Federal nº 10.257, de 10 de julho de 2001) consagrara e
consolidara nos meios profissionais e de governo um aprendizado sobre as formas de
planejar as cidades brasileiras nas décadas precedentes. Na verdade, esse Estatuto foi
resultado de uma ação vitoriosa da sociedade civil brasileira, por meio do Fórum
Nacional pela Reforma Urbana (FNRU), no processo de redemocratização do país e que
tinha nas questões urbanas sua agenda mais crítica. De todo modo, no ano de 2001 em
que o Estatuto foi aprovado, o ambiente democrático expresso nas ruas e na
Constituição de 1988 já exigia uma nova abordagem dos planos diretores municipais
como instrumentos de planejamento que restituíssem à cidadania e aos atores da
sociedade civil em geral seu papel perdido em décadas passadas.

Uma grande safra de Planos Diretores foi então realizada com base no Estatuto da
Cidade. Todavia, em muitos casos o esforço de planejamento cingido a leis gerais dos
planos acabou por não se desdobrar em leis complementares que tratassem de
questões específicas, particularmente de uso e ocupação do solo e parcelamento do
solo. Isso gerou vazios de interpretação além de dificuldades de operacionalizar a
aprovação de projetos de construção em muitas cidades.

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Esse não foi exatamente o caso do Plano Diretor Estratégico e Participativo (PDEP) de
Boa Vista, de 2006, elaborado e aprovado juntamente com as leis de uso e ocupação do
solo e de parcelamento do solo que o regulamentam. O Plano estabeleceu objetivos
gerais da política urbana e territorial, bem como diretrizes para as políticas setoriais
estruturantes do território - Transportes e Mobilidade Urbana; Habitação e
Regularização Fundiária; Saneamento Ambiental Urbano; Valorização do Patrimônio
Cultural. Além disso, instituiu o Macrozoneamento Municipal, o Macrozoneamento
Urbano, os instrumentos urbanísticos aplicáveis à realidade de Boa Vista e o Sistema de
Planejamento e Gestão Municipal.

O Macrozoneamento Municipal estrutura uma visão geral do território que identifica


Zonas Ambientais de Proteção Integral, Terras Indígenas e subdivide as zonas agrícolas
entre as de uso intensivo, as de uso controlado e as de uso restrito. As macrozonas
propostas refletem a compreensão de diferentes dinâmicas no território, indicando
finalidades próprias para cada uma e condicionando a delimitação do perímetro urbano.

A Macrozona Urbana subdivide-se em Área Urbana Parcelada e Área Urbana de


Expansão. A Área Urbana Parcelada, por sua vez, é subdividida em: (i) Área Urbana
Consolidada, que corresponde à área central, a área industrial situada na zona sul e uma
área de grandes equipamentos urbanos localizada na zona norte; (ii) Área Urbana em
Processo de Consolidação 1, que corresponde à zona oeste e é tida como “aquela com
maior prioridade para implantação de equipamentos urbanos e de saneamento
ambiental”; e (iii) Área Urbana em Processo de Consolidação 2, que corresponde à zona
leste e é considerada pelo Plano “aquela com menor prioridade para implantação de
equipamentos urbanos e de saneamento ambiental, localizada em terrenos mais
apropriados à urbanização”.

Os parâmetros urbanísticos de aproveitamento do solo urbano foram estabelecidos pela


Lei de Uso e Ocupação do Solo, que definiu também o zoneamento da área urbana
(Figura 1). Durante a vigência do PDEP e legislação urbanística de 2006, entretanto,
algumas alterações vêm sendo feitas nas regras de uso e ocupação do solo. Em linhas
gerais, são dois movimentos principais. O primeiro diz respeito à flexibilização do
gabarito das construções, que, desde 2010, vem resultando em alterações na norma que
passam a permitir e incentivar a verticalização em algumas áreas da cidade, em especial
na zona leste. É interessante observar que a maior permissividade para construção de
edifícios altos não se materializou verdadeiramente, sendo apenas alguns poucos
exemplares na cidade que ultrapassam os limites originalmente previstos na legislação
de 2006. O outro movimento de adaptação da legislação no processo de implementação
do Plano Diretor se refere aos usos e atividades nas diferentes zonas urbanas. Enquanto
o texto original da lei estabelecia restrições de usos em determinadas zonas, as
alterações vêm reduzindo restrições e tornando os critérios mais homogêneos em toda
a cidade, independentemente da zona.

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Figura 1: Mapa ilustrativo do Zoneamento Urbano do PDEP de Boa Vista – IBAM 2006

Fonte: IBAM, 2006.

Quanto à lei de parcelamento do solo, as principais alterações na vigência do PDEP


dizem respeito a dimensão de lotes, definido na lei de uso e ocupação do solo, e critérios
de destinação de áreas públicas. Recentemente, porém, foi aprovada pela Câmara
Municipal, projeto do Executivo sobre condomínios residenciais horizontais, tema que
merece atenção especial no processo de revisão do Plano Diretor. Enquanto diversas
cidades brasileiras vivem o dilema de abrir mão da qualidade urbana em razão da
sensação de segurança dos condomínios fechados, que frequentemente podem ser
caracterizados como espaços de negação dos espaços públicos, Boa Vista não abriga,
pelo menos em quantidade expressiva, esse tipo de empreendimento.

O PDEP de 2006 trata também de instrumentos urbanísticos, mas contempla apenas


dois daqueles consagrados no Estatuto da Cidade: o Parcelamento, Edificação e
Utilização Compulsórios (associado à aplicação do IPTU Progressivo no Tempo); e o
Direito de Preempção. O primeiro incidindo na Zona Central e nos bairros localizados
em torno dela, parecendo coerente com a ideia de se buscar induzir o maior
aproveitamento de áreas com melhor infraestrutura na cidade. O Direito de Preempção,
por sua vez, é incorporado na legislação municipal, mas sem estar associado a alguma
área prioritária de aplicação ou a algum projeto público que justifique sua utilização.

Os demais instrumentos consagrados no Estatuto da Cidade que dependem de previsão


no Plano Diretor para serem aplicados pelo Município não foram incluídos no PDEP de
2006, o que pode ser justificado pelo próprio porte e dinâmica da cidade à época. O

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processo de revisão do Plano Diretor é, assim, ótima oportunidade para se voltar ao


debate da possível utilidade daqueles instrumentos frente à realidade atual de Boa
Vista. De antemão, pode se levantar como questão, que um instrumento como o Estudo
de Impacto de Vizinhança poderia ser recomendado para lidar com empreendimentos
de maior porte que começam a surgir na cidade, como shopping centers, edifícios muito
altos, agora admitidos pelas atualizações da legislação urbanística, ou grandes
condomínios horizontais que podem impactar as condições de circulação na cidade.

O Sistema de Planejamento e Gestão Municipal tem como elemento central o Conselho


Municipal da Cidade que se consolidou no momento da elaboração do PDEP de 2006 e
vem mantendo-se atuante no processo de sua implementação. Um dos aspectos
contemporâneos centrais para o aperfeiçoamento de um sistema de planejamento e
gestão se refere à incorporação e utilização de geotecnologias, o que deverá ser
considerado na revisão do Plano Diretor, assim como os mecanismos de participação e
controle social na gestão urbana de forma geral. Informações adicionais que ilustram o
etos de Boa Vista para o planejamento nos dão conta que o Município passou
recentemente a contar com um Plano de Saneamento Integrado e Plano de Resíduos
Sólidos. Obras do PAC ampliaram as coberturas de abastecimento de água e esgotos.
Apesar de Boa Vista ainda não dispor de um plano exclusivamente dedicado à
mobilidade, orientando-se no assunto pelas diretrizes do PDEP de 2006, há também
registro de investimentos mais ou menos recentes do PAC em mobilidade.

Em síntese, um balanço possível do estado da arte sobre a temática do planejamento


urbano no Brasil e os Planos Diretores Municipais pós Estatuto da Cidade está expresso
na última edição de publicação do IBAM intitulada Manual do Prefeito:

Desde a Constituição Federal de 1988, com a inclusão de um capítulo dedicado à Política


Urbana (artigos 182 e 183), e principalmente a partir da aprovação do Estatuto da
Cidade em 2001 (Lei Federal nº 10.257, de 10/07/2001) o Brasil promoveu importante
renovação do quadro jurídico que deve orientar a política urbana. Passadas quase duas
décadas de sua aprovação, entre avanços e recuos na sua implementação, a agenda
expressa no Estatuto da Cidade permanece atual: promoção do acesso à terra
urbanizada e à moradia digna; combate à retenção especulativa da terra urbana;
promoção da regularização fundiária de interesse social; proteção de áreas
ambientalmente frágeis; preservação do patrimônio histórico e cultural; participação e
controle social. A esses temas, contudo, outros ganharam relevância nos últimos anos e
são atualmente centrais para a formulação da política urbana: mudanças climáticas;
adaptação das cidades a eventos climáticos extremos; áreas de risco; conforto
ambiental urbano; mobilidade urbana sustentável; equidade de gênero;
envelhecimento da população; envelhecimento das edificações; segurança alimentar
entre outros.

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A agenda urbana ambiental atual é, portanto, mais complexa, requer mais qualificação
técnica da gestão e impõe responsabilidades a todos agentes, públicos e privados, que
produzem a cidade cotidianamente. Além da própria legislação brasileira, os acordos
internacionais dos quais o Brasil é signatário reafirmam a centralidade desses temas e
do papel desempenhado pelas cidades como suporte à vida e ao desenvolvimento social
e econômico em um mundo cada vez mais urbano. Nesse sentido, os Objetivos do
Desenvolvimento Sustentável (ODS - ONU, 2015), a Nova Agenda Urbana (Conferência
das Nações Unidas sobre Habitação e Desenvolvimento Urbano Sustentável, 2016), o
Acordo de Paris (21ª Conferência das Partes - COP21 - da UNFCCC, 2015) e o Marco de
Sendai (Conferência das Nações Unidas sobre Redução de Riscos de Desastres, 2015)
são marcos que devem referenciar a política urbana no Brasil, cabendo aos Municípios
traduzi-los localmente.

Os impactos da pandemia Covid-19, por sua vez, lançam ainda mais incertezas sobre o
futuro. Embora se trate de fenômeno recente, parece plausível imaginar que o modo de
produzir cidades e os padrões urbanísticos deverão ser repensados também a partir
dessa experiência certamente traumática. No Brasil, em especial, a pandemia parece
reforçar a ideia, há tanto tempo apontada no campo do direito à cidade, de que a
precariedade de acesso à infraestrutura de saneamento básico e as condições precárias
de moradia de parte significativa da população são questões absolutamente centrais em
nossas cidades (IBAM, 2020 – Manual do Prefeito, 16ª ed. p. 91-92).

2.2. A OCUPAÇÃO DO TERRITÓRIO MUNICIPAL

Dada a obrigatória cobertura do Plano Diretor para todo o território municipal, apesar
da ênfase nas áreas urbanas, cabe observar as condições naturais, fatos geográficos
relevantes e incidências legais e normativas de outras esferas de governo também nas
áreas não urbanizadas do município. Esse olhar sobre os desafios do Plano Diretor no
conjunto do território municipal requer uma abordagem dinâmica e de futuro sobre
potencialidades e limitações da ação antrópica no meio natural em busca de padrões de
sustentabilidade (Figura 2).

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Figura 2: Mapa de Uso do Solo

Fonte: Elaborados pelo IBAM, a partir de dados secundários

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Figura 3: Mapa de Demarcação de Terras Indígenas e Assentamentos no Município de Boa Vista

Fonte: Elaborados pelo IBAM, a partir de dados secundários

Registre-se aqui que no território do município de Boa Vista, como em todo o território
de Roraima, verifica-se a ocorrência de fatos geográficos sob a competência e a
jurisdição do Governo Federal. Em Boa Vista e outros municípios da Região
Metropolitana e do resto do estado há, por exemplo, projetos de colonização e
assentamentos agrícolas do INCRA que acabam por tomar Boa Vista como seu centro de
comércio e serviços.

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No caso da presença indígena, há terras demarcadas no território municipal (Figura 3)


que englobam quase todas as comunidades. Entretanto, há três comunidades fora de
terras demarcadas e deve ser levado em consideração ainda a questão de indígenas em
contexto urbano, bem como o papel de Boa Vista como polo de serviços e de suporte às
políticas públicas que atendem às comunidades indígenas de todo o estado de Roraima.

Por outro lado, a política de imigração do Governo Federal, no caso crítico da onda
recente de imigração de venezuelanos para Boa Vista, tende a pautar a escala e a
qualidade das respostas esperadas do governo local no assunto. Como se sabe, não são
poucas as demandas da imigração que hoje pressionam os serviços municipais e a busca
por moradia, gerando inclusive acampamentos provisórios na cidade. Ainda que grande
parte dos venezuelanos que ingressam no país tenham Roraima e Boa Vista em
particular como local de acolhimento e passagem para outras localidades, o contingente
que permanece na cidade é expressivo. Os resultados do Censo 2020 em fase de
conclusão deverão apontar um quadro mais claro dos números. Mas a integração dos
venezuelanos na vida da cotidiana e na economia local é um elemento que
possivelmente terá relevância na compreensão dos desafios atuais de Boa Vista.

Fenômeno atual que possivelmente também terá repercussões diz respeito à cria dos
Yanomamis e as ações governamentais para retirada dos garimpeiros em suas terras. É
possível imaginar que ao menos parte dessas pessoas terá Boa Vista como destino, ainda
que temporário, o que pode se configurar como novo fator de pressão sobre a cidade.

O território do município da capital de Roraima também está situado na faixa de


fronteira de 150 km definida pela Lei Federal n.º 6.634/1979, o que expõe a jurisdição
de todo território municipal a alguns padrões e exigências, inclusive de uso e ocupação
do solo, à esfera superior de governo, notadamente ao Ministério da Defesa.
Posteriormente, a Constituição Federal, no seu artigo 20, também tratou da faixa de
fronteira como bem da União.

Sendo assim, guardada a autonomia municipal e as competências constitucionais, é fácil


perceber a multiplicidade e complexidade de atores instalados ou atuantes, com
competências e interesses incidentes no desenvolvimento do município. Além daqueles
que poderíamos chamar de “tradicionais”, seja de base temática ou setorial (saúde,
habitação, meio ambiente) seja de base territorial (zonas ou regiões de ação dos agentes
de saúde, por exemplo).

Do ponto de vista socioeconômico, segundo o IBGE, mais de 1/3 da população do


município apresenta rendimento nominal mensal até ½ salário mínimo. Como a
pirâmide etária do município apresenta grande concentração de jovens, considerando
idade até 25 anos, mantido este padrão etário pode-se inferir que a oferta futura de
mão de obra para o trabalho será exacerbada, inclusive na forma de emprego, e tenderá
a pressionar os rendimentos da população para valores ainda mais baixos. O agravante
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da recente pressão migratória em Boa Vista, particularmente de venezuelanos, torna o


assunto crítico para as políticas urbanas e sociais da capital de Roraima. Aliás, o desafio
enfrentado pela capital e o estado frente ao fenômeno da pandemia traz também outras
lições a aprender que deverão ser abordadas na elaboração do plano diretor.

Finalmente, cabe observar que limitações da economia local e regional acabam por
impor também limitações ao desenvolvimento geral de Boa Vista e de Roraima e,
consequentemente, à base de arrecadação tributária própria do município, gerando um
alto grau de dependência de transferências externas na composição da receita
municipal.

Todas essas questões remetem para a necessidade da abordagem regional do


planejamento de Boa Vista. O fato de ser capital de estado e a grande área urbana e de
concentração de serviços de Roraima remetem para a necessidade de se observar a
escala mais abrangente de planejamento do território. Nesse sentido, cabe registrar que
a Boa Vista integra uma Região Metropolitana criada pela Lei Complementar Estadual
nº 130/2007, da qual também fazem parte os municípios de Alto Alegre, Bonfim, Cantá
e Mucajaí.

Segundo as estimativas do IBGE de 20211, Boa Vista teria 436.591 habitantes,


correspondendo a aproximadamente 87% da população da Região Metropolitana que,
no seu conjunto, teria 502.280 habitantes. Apesar da previsão legal, não se verifica uma
estrutura de governança metropolitana instituída e caberá, até mesmo, se verifica se de
fato há funções públicas de interesse comum a desenvolvidas conjuntamente por esse
município. Não obstante, apesar da grande extensão territorial, as sedes dos outros
quatro municípios que junto com Boa Vista formam a Região Metropolitana, para os
padrões amazônicos, estão situadas a distâncias não muito grandes da capital,
permitindo algumas trocas e interações frequentes e, possivelmente, até mesmo
cotidianas entre eles.

2.4. O CENÁRIO URBANO ATUAL DE BOA VISTA

A cidade de Boa Vista se localiza em sítio marcadamente plano, na margem direita do


rio Branco, em cota elevada em relação ao nível médio das águas do rio. As vias largas
implantadas pelo plano da década de 1940 conformam uma grande área ainda em
processo de ocupação e consolidação, predominantemente de casas e edifícios de
pequeno porte, mesmo na área central. Em linhas gerais, a estrutura urbana é formada
por uma área central resultante daquele plano e uma malha urbana razoavelmente

1
Os resultados do Censo 2020 ora em finalização atualizarão os dados populacionais dos municípios,
quando se poderá verificar a confirmação ou não das projeções. Ainda que a população de cada
município possa ser maior ou menor, essa preponderância da população da capital entre os municípios
que compõem a Região Metropolitana não deverá apresentar variação relevante.

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uniforme, com vias largas, que se conformou ao longo do tempo em torno de eixos que
se conectam ao sistema viário radial da área central.

Apesar da certa uniformidade do padrão de urbanização a partir da área central, é


possível identificar processos distintos no desenvolvimento urbano de Boa Vista que
indicam divisões funcionais na estrutura urbana e desigualdades socioterritoriais. A área
central da cidade concentra usos institucionais, comerciais e de serviços e em torno dela
se localizam bairros mais consolidados e de melhor qualidade urbana (Mecejana, São
Pedro, São Francisco). Na direção sul, se estende a zona industrial. Na direção norte, se
concentram grandes equipamentos, tais como aeroporto, campus universitário, parque
municipal. Na direção oeste, se desenvolve grande área de urbanização mais extensiva,
onde se distribuem conjuntos habitacionais de diferentes períodos e onde se verifica a
tendência de localização de famílias de mais baixa renda à medida que se afasta da área
central. Por fim, na direção leste, se consolida um vetor de ocupação de setores de mais
alta renda, que parece se reforçar com o surgimento de equipamentos, como shopping
center, e a flexibilização gradativa de parâmetros urbanísticos de controle da
verticalização.

A expansão urbana da zona oeste, fomentada pela ação governamental, avança sobre
áreas ambientalmente frágeis no limite do perímetro urbano ou mesmo ultrapassando-
o. Esse fenômeno já fora identificado no processo de elaboração do PDEP 2006, sendo,
à época, destacada a implantação do Conjunto Cidadão como modelo a não ser
reproduzido: grande conjunto habitacional, na franja da urbanização, sobre áreas de
fragilidade ambiental. Para criar restrições legais à expansão urbana nessa direção, o
PDEP 2006 instituiu o perímetro urbano, previu zonas de expansão urbana apenas a
norte e, na porção oeste, previu uma Zona Ambiental de Proteção Integral (ZAPI) para
proteger os lagos presentes no sítio de Boa Vista em torno da área urbanizada. Contudo,
o que se viu na vigência do Plano Diretor foi o surgimento de diversos novos conjuntos
similares àquele criticado em 2006 e ultrapassando limites impostos pelo Plano Diretor,
ainda que provavelmente esses tenham exercido alguma inibição a processos ainda mais
intensos.

No âmbito do Programa Minha Casa Minha Vida (PMCMV) foram construídas mais de
5.000 unidades residenciais em Boa Vista, o que se mostra significativo em termos
quantitativos, considerando o porte da cidade. Para atendimento à Faixa 1, a de menor
renda, o padrão predominante foi o de grandes conjuntos no limite da urbanização,
próximos às áreas de lagos, de grande fragilidade ambiental e essencial para a
drenagem. Destaca-se ainda, como aspecto relevante do processo de urbanização pós
PDEP 2006, o parcelamento do solo em áreas descontínuas da malha urbana, como são
os casos dos loteamentos Monte Cristo e Pedra Pintada, esse às margens da Rodovia
BR-174. Ao longo da Rodovia RR-205, também se verifica o aparecimento de novos
loteamentos, de menor porte, mas da mesma forma ligados apenas à rodovia e sem

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integração com a malha urbana consolidada. Tal fenômeno tende a pressionar ainda
mais a dispersão da urbanização, elevando os custos de manutenção da cidade e
tornando mais difícil a oferta com qualidade dos serviços urbanos.

Outro desafio importante a ser discutido é a prática de autoconstrução, fenômeno


presente em todas as cidades brasileiras . Em diagnóstico feito pela fiscalização do
CAU/RR em 2019, foi levantando que a maior parte da produção habitacional nos
municípios de Roraima é feita por meio da autoconstrução. Assim, uma das questões
centrais para a revisão do PDEP é a discussão de iniciativas de Assistência Técnica em
Habitação de Interesse Social (ATHIS), em consonância com a Lei Federal Nº
11.888/2008 que garante a famílias de baixa renda o acesso público e gratuito ao
trabalho técnico de profissionais especializados.

A drenagem urbana e, mais especificamente, a necessidade de defesas e de proteção de


Boa Vista contra inundações do rio Branco e das zonas de igarapés e lagos presentes no
sítio geográfico da capital, exige atenção especial na revisão do plano diretor de 2006.
No caso dos igarapés, alguns que vem sendo canalizados, como o Mirandinha e o
Grande, constituem pontos críticos. De fato, a última grande inundação ocorrida na
cidade, em 2011, foi um alerta sobre a questão, pelas perdas de várias ordens verificadas
na cidade que podem e devem ser evitadas.

O marco legal atual definido na política nacional no assunto (Lei Federal nº 12.608 /
2012) cria exigências para os municípios brasileiros. O Plano Municipal de Saneamento
integrado (Lei nº 1.544 / 2013) busca o seu equacionamento por meio também da sua
integração com a drenagem. Esse conjunto de questões e desafios da capital de
Roraima, por sua vez, deve atender ao expresso no Marco de Sendai, comentado no
capítulo seguinte.

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Revisão do Plano Diretor Estratégico e Participativo de Boa Vista | Produto 1 – Plano de Trabalho

METODOLOGIA

O Plano Diretor tem sempre como foco ou objeto a cidade, o território e suas formas de
apropriação, traduzindo-se em diretrizes, critérios e parâmetros para ocupação urbana
e territorial, bem como em propostas de ação e prioridades de intervenção. A
experiência e a tradição do IBAM no assessoramento técnico e metodológico a inúmeros
municípios brasileiros levaram à convicção de que o processo de revisão do Plano
Diretor, além de atender aos dispositivos constitucionais, deve ser compreendido como
oportunidade privilegiada de aperfeiçoamento do planejamento e da gestão da cidade
na sua dimensão técnica e política. Sobretudo porque, apesar dos avanços da política
urbana no país nas últimas décadas, a garantia do direito à cidade ainda se mantém
como um dos principais desafios a ser enfrentado pelo Poder Público Municipal.
De um lado, tal processo considera a ponderação sobre qualidades e deseconomias
urbanas hoje presentes, as necessidades de mitigação dos passivos socioambientais
acumulados pela evolução da urbanização e de adaptação para maior resiliência da
cidade, diante da incidência crescente dos eventos climáticos extremos. De outro lado,
a identificação de interfaces entre a dinâmica urbana e as demais áreas do território,
sua inserção regional, além de alternativas ao alcance do Município para ativação de
instrumentos e recursos, potenciais e disponíveis, identificados dentre suas práticas de
gestão e vocações. No caso de Boa Vista, frente ao dinamismo do município e a
perspectiva de novos grandes investimentos, a reflexão sobre os efeitos ambientais,
territoriais e sociais do desenvolvimento devem estar no centro das discussões da
revisão do principal instrumento municipal de planejamento urbano. Tais discussões,
certamente, serão condicionadas também pelos impactos da pandemia Covid-19 e pelos
cenários pós-pandemia que possam ser traçados.
Essa compreensão destina-se a pautar as estratégias territoriais e urbanas do plano
diretor, formuladas em determinado ambiente político-administrativo e técnico, nas
demandas da sociedade e dos agentes que atuam diretamente na produção da cidade,
utilizando a tática de explicitação dos conflitos de interesses desse conjunto de atores.
No entender do IBAM, esse processo deve objetivar o estabelecimento de referências
para a prática de planejamento continuado, voltado para a promoção do
desenvolvimento local com a definição de instrumentos que, interpretando as
condições e características econômicas, sociais, urbanas e ambientais do Município,
induzam ao crescimento integrado e sustentável.
Nessa perspectiva, o plano é compreendido não como uma peça estática e acabada - de
viés tecnocrático -, mas como o instrumento básico da política urbana, orientador do
processo de planejamento e gestão contínuos, e de apoio à tomada de decisão dos
gestores municipais no cumprimento da agenda urbana e do desenvolvimento local,
bem como orientando as iniciativas privadas e investidores.

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Revisão do Plano Diretor Estratégico e Participativo de Boa Vista | Produto 1 – Plano de Trabalho

Para tanto, as propostas do Plano Diretor devem se constituir como resultados de pactos
sociais, contribuindo para o fortalecimento da democracia e da cidadania. É no
momento de revisão do plano que devem ser afirmados ou redefinidos (ou
estruturados) os canais de interlocução entre a sociedade e o Poder Público,
favorecendo a formulação, a implementação e o monitoramento da política urbana, na
afirmação de seu viés político mais amplo, embasado tecnicamente, para o
estabelecimento de compromissos comuns.
Deste modo, a abordagem metodológica do IBAM para o processo de revisão do Plano
Diretor deve ser compreendida a partir de três dimensões principais: a integração entre
as equipes do IBAM e da Prefeitura Municipal; a produção técnica; e as estratégias para
condução do processo participativo. Tais dimensões são descritas a seguir.

3.1. INTEGRAÇÃO ENTRE EQUIPES DO IBAM E DA PREFEITURA MUNICIPAL DE BOA


VISTA
A permanente interlocução entre as equipes do IBAM e da Prefeitura é um pressuposto
essencial da metodologia de trabalho do Instituto. A assessoria, ainda que preveja a
entrega de produtos claramente delimitados, envolve a construção conjunta de
conhecimentos e de aperfeiçoamento das capacidades de técnicos e gestores para a
condução da política urbana local.
Cabe enfatizar que, na visão do IBAM, é a Prefeitura Municipal que exerce o
protagonismo na condução do processo de revisão do Plano Diretor, sendo o papel do
IBAM de assessoramento baseado em pressupostos metodológicos e técnicos que
incluem a troca de experiência, a transferência de conhecimentos e o estabelecimento
de relações de cooperação. Contudo, a equipe de assessores do Instituto apoiará os
técnicos municipais nessa tarefa, devendo todos os documentos serem apresentados e
discutidos com os diferentes atores da sociedade, assim como estarão disponíveis à
consulta pública.
A condução dos trabalhos é de responsabilidade da Empresa de Desenvolvimento
Urbano e Habitacional - EMHUR. Porém, para apoiar à elaboração da revisão do Plano
Diretor, foi instituída um Comitê Gestor, através do decreto nº 022/E de 9 de fevereiro
de 2023. O Comitê reúne representantes das diversas secretarias municipais e deverão
subsidiar a elaboração do diagnóstico da realidade atual de Boa Vista, bem como
participar da formulação de propostas para o Plano Diretor. Com este Comitê, serão
realizadas oficinas para aprofundamento de discussões em relação a temas que se
mostrarem prioritários ou de maior complexidade na realidade municipal.
Não só em conformidade ao Edital, mas como prática institucional, a interlocução com
o Governo Municipal, através do acompanhamento dos gestores, incluindo Prefeito e
Secretários(as) Municipais, também é importante tendo em vista a atualização sobre os

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Revisão do Plano Diretor Estratégico e Participativo de Boa Vista | Produto 1 – Plano de Trabalho

avanços do processo de trabalho, a superação de dificuldades a ele afetas e eventuais


debates de assuntos a serem tratados no âmbito do Plano Diretor.
Em cada etapa, propõe-se reuniões de alinhamento entre IBAM e a EMHUR, de modo a
garantir o pressuposto da interlocução permanente entre IBAM e Prefeitura em todo o
processo de trabalho. O item 4 apresenta o organograma das equipes de Revisão do
Plano Diretor Estratégico e Participativo de Boa Vista.
O entrosamento entre a EMHUR, o Comitê Gestor e a equipe do IBAM, a partir de uma
relação solidária e cooperativa é essencial, na medida em que propicia a troca de
conhecimento entre os envolvidos e, ao mesmo tempo, permite maior compreensão
sobre as principais questões envolvidas na revisão do Plano Diretor pelo olhar de quem
opera na ponta da administração municipal. A boa integração entre as equipes resultará
no cumprimento de alguns objetivos:

● Garantir a realização do cronograma acordado entre as partes;


● Criar condições para o levantamento das informações necessárias à realização
do trabalho;
● Facilitar a compreensão das questões prioritárias envolvidas na revisão do Plano
Diretor;
● Monitorar os resultados parciais do trabalho e garantir a incorporação das
demandas e questões apresentadas pelos atores sociais;
● Facilitar o relacionamento entre a equipe do IBAM e o Conselho Municipal da
Cidade ou outros Conselhos Municipais ligados às temáticas do Plano Diretor;
● Fortalecer o papel da equipe municipal na condução do processo de revisão do
Plano Diretor.

3.2. PRODUÇÃO TÉCNICA


Como se trata de uma revisão, a construção do conteúdo do Plano Diretor Estratégico e
Participativo (PDEP) deve se estruturar em torno da análise do Plano Diretor de
Desenvolvimento Estratégico, elaborado em 2006, bem como os estudos e diagnósticos
já elaborados. É este o ponto de partida que deve nortear a formulação de estratégias
orientadas para o desenvolvimento territorial e urbano de Boa Vista, observando os
avanços e os gargalos na implementação da política urbana nos últimos treze anos.

De modo geral, a produção técnica que embasará o conhecimento das condições atuais
do Município abordará, de forma integrada, diferentes campos temáticos, a partir de
coleta de informações e dados secundários, reuniões técnicas e entrevistas com os
agentes sociais que deverão alimentar a formulação das propostas do Plano Diretor.

A reflexão sobre os efeitos ambientais, territoriais e sociais do desenvolvimento devem


estar no centro das discussões da revisão do principal instrumento municipal de
planejamento urbano e territorial. O comando emitido pelo Estatuto da Cidade, de que

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Revisão do Plano Diretor Estratégico e Participativo de Boa Vista | Produto 1 – Plano de Trabalho

as propostas resultantes do Plano Diretor devem considerar a abrangência sobre todo o


Município (art. 40 §2o), clarifica o alcance da competência do Governo Local para
exercer o planejamento e o controle do uso e da ocupação do solo sobre todo o
território municipal. Ao incluir a compreensão sobre a globalidade do território
municipal, considera-se:

• Aspectos Regionais implicados com a inserção regional do Município e as


interações deste com a dinâmica urbana;
• Aspectos Socioeconômicos, considerando as alternativas e potencialidades para
o desenvolvimento socioeconômico e para mobilização de parcerias e recursos
potenciais que possam otimizar e/ou revelar suas vocações e observando as
demandas não só da população urbana, mas também de localidades e
populações no meio rural ou em núcleos urbanos mais afastados;
• Aspectos Socioespaciais;
• Aspectos Ambientais, com a análise das características físicas do Município e as
pressões da ocupação urbana sobre meio ambiente;
• Aspectos sobre o patrimônio histórico, cultural e arqueológico a salvaguardar
e que integra a sua identidade singular do Município;
• Aspectos sobre serviços públicos e infraestruturas de saneamento básico e
energia;
• Aspectos sobre as infraestruturas de mobilidade, circulação e acessibilidade no
território;
• Aspectos Institucionais.

Tais temas, no Plano Diretor, poderão ser reagrupados, bem como complementados, a
partir do avanço dos trabalhos e da compreensão do território municipal. Vale destacar
que o ordenamento da ocupação urbana com o comprometimento do acervo ambiental
do território é uma das linhas principais que devem nortear a revisão do Plano Diretor.
Ao mesmo tempo em que deverão ser identificadas as potencialidades de
desenvolvimento do Município, impõe-se a necessidade de assegurar o suprimento das
demandas de infraestrutura e serviços e a melhoria permanente da qualidade de vida
da população. O desafio de estimular o desenvolvimento econômico, social e urbano
sem comprometer o meio ambiente requer visão estratégica, não só dos
administradores, mas também dos agentes locais - sociais, econômicos ou comunitários.

Com relação aos aspectos sociais, é importante destacar especificidades de Boa Vista,
tais como a expressiva presença de indígenas no Município, inclusive na área urbana,
além do grande contingente de imigrantes venezuelanos nos últimos anos, fenômeno
recente já abordado anteriormente.
Coleta e análise de dados e informações municipais e regionais e de estudos/ políticas
setoriais existentes: Além do arcabouço legal, serão analisadas a produção teóricas e
acadêmicas vinculadas a promoção da reforma urbana e ao direito à cidade, bem como

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Revisão do Plano Diretor Estratégico e Participativo de Boa Vista | Produto 1 – Plano de Trabalho

referências atuais para a sustentabilidade urbana ambiental. Como fontes de pesquisa


secundária, serão utilizados os bancos de dados e informações, de dados
georreferenciados e demais produções técnicas disponibilizados por diversas fontes tais
como:
• Agência Nacional das Águas - ANA
• Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais - CPRM
• Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária - EMBRAPA
• Fundação João Pinheiro – FJP
• Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE
• Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada - IPEA
• Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais - INPE
• Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima
• Ministério Público do Estado do Roraima – MPRR
• Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento - PNUD
• Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento - SNIS
• Sistema Único de Saúde – SUS
• entre outros.
Além disso, serão analisados os dados, informações e documentos produzidos e/ou
fornecidos pela Prefeitura Municipal. Na hipótese de solicitações que a Prefeitura não
disponha e nem tenha condições de produzir, as equipes do IBAM e da Prefeitura
avaliarão conjuntamente os encaminhamentos adequados.
Elaboração da base cartográfica e da carta geotécnica: toda a produção técnica contará
com a elaboração de mapas temáticos a serem produzidos a partir dos dados,
informações e cartografia disponíveis. Também será produzida a carta geotécnica
atendendo as exigências dos Art 42-A e 42-B do Estatuto da Cidade (Lei 10.257/2001) e
diretrizes da Política Nacional de Proteção e Defesa Civil (Lei Federal 12.608/2012). A
equipe do IBAM buscará referências para embasamento de diagnóstico e propostas. Na
ausência de material cartográfico atualizado, o trabalho se apoiará nas bases existentes
e promoverá adaptações e complementações nos limites de fontes oficiais de livre
acesso, compatibilizando com a carta geotécnica a ser elaborada no âmbito do trabalho.
A consolidação da base cartográfica e os mapas da revisão do Plano Diretor serão
georreferenciados e fornecidos à Prefeitura ao final do trabalho em arquivos editáveis.
Para analisar e produzir as informações necessárias à elaboração do Plano Diretor, o
Instituto dispõe dos softwares ArcGis, Quantum Gis, Google Earth Pro e AutoCad Map.
O formato de entrega será definido juntamente com a equipe técnica da EMHUR.
Oficinas Técnicas: A realização de oficinas técnicas tem por objetivo o aprofundamento
das discussões em relação a temas que se mostrarem prioritários ou de maior
complexidade na realidade de Boa Vista. Essas atividades serão conduzidas com a
utilização de técnicas que permitam a ampla participação dos integrantes da Comitê

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Revisão do Plano Diretor Estratégico e Participativo de Boa Vista | Produto 1 – Plano de Trabalho

Gestor e que possibilitem simultaneamente a abordagem conceitual de determinados


temas e instrumentos urbanísticos bem como a análise de situações concretas
vivenciadas pelos técnicos municipais. São propostas as seguintes oficinas técnicas:

• Oficina Técnica 1 – Nivelamento técnico institucional entre as equipes: Atividade


conduzida pelo IBAM e dirigida à Comitê Gestor, a oficina tem por objetivo
promover a integração entre as equipes, o nivelamento conceitual, a coleta de
informações e o levantamento das principais questões municipais e urbanas que
impactam no desenvolvimento local.

• Oficina Técnica 2 – Avaliação Crítica da Implementação do PDEP 2006: realização


de um balanço da implementação do Plano Diretor de 2006, do contexto atual
do Município e dos temas que estão na pauta para revisão do Plano Diretor.

• Oficina Técnica 3 – Avaliação dos Instrumentos da Política Urbana: avalição dos


instrumentos urbanísticos presentes no Estatuto da Cidade e na legislação
urbana de Boa Vista, considerando a análise de avanços e impasses nas
estratégias e condições de aplicação dos instrumentos nos últimos anos.

Reuniões com o Governo Municipal: serão realizadas reuniões com Governo (Prefeito,
Secretários Municipais e Comitê Gestor). A interlocução com este grupo é importante
para mapeamento das principais ações e projetos, de iniciativa pública ou privada,
recentemente implantados, em elaboração/execução ou que estão ainda em estágio
preliminar de concepção, que indicam possibilidades de novos cenários para Boa Vista,
bem como para discussão de propostas e diretrizes da Revisão do PDEP.

Ressalta-se que o envolvimento da Câmara Municipal desde o início do processo de


revisão do Plano Diretor é fundamental, vez que ao Legislativo cabe a aprovação da(s)
lei(s) dele resultante. Nesse sentido, caberá ao Executivo tal articulação, dispondo-se o
IBAM a participar das sessões que eventualmente vierem a ser realizadas com o objetivo
de apresentar o plano de trabalho e resultados parciais, devendo ser programadas em
comum acordo com a equipe do Instituto.

É também esperado que a Procuradoria Geral do Município (PGM) acompanhe o


trabalho desde seu início e, em especial, os produtos parciais, pois os anteprojetos de
lei serão resultados de um processo de trabalho longo e de caráter técnico e
participativo.

Por fim, cabe observar que a produção técnica não tem a pretensão de ser
excessivamente descritiva e encerrar visões estáticas sobre cada tema. Pretende-se que
o diagnóstico tenha caráter propositivo e que no desenvolvimento de propostas se
aprofunde na análise das questões mais relevantes para o Município. A abordagem dos
temas deve permitir, ainda, uma visão compreensiva da realidade de Boa Vista, que

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Revisão do Plano Diretor Estratégico e Participativo de Boa Vista | Produto 1 – Plano de Trabalho

permita a caracterização de suas diferenças internas, problemas e potenciais nos


diferentes campos temáticos. Para tanto, a produção técnica não pode, em hipótese
alguma, se desenvolver de forma descolada da discussão com os diversos segmentos da
sociedade. Produção técnica e processo participativo devem se alimentar mutuamente.

3.3. PROCESSO PARTICIPATIVO


Seja em obediência às determinações legais, seja em consonância com os princípios
metodológicos adotados pelo IBAM, a revisão do Plano Diretor Estratégico e
Participativo de Boa Vista deverá realçar as oportunidades de participação social como
elemento fundamental para criar espaços de diálogo junto aos diferentes atores da
sociedade, contribuir para o fortalecimento da cultura participativa no planejamento e
gestão da cidade e do território e a promover da transparência da gestão pública.
A metodologia ora apresentada visa definir algumas das estratégias e ações de
mobilização e sensibilização da população de Boa Vista quanto à relevância da revisão
do Plano Diretor e à importância de sua participação neste processo, através de
mecanismos de divulgação e comunicação para a disseminação e o acesso às
informações sobre o Plano Diretor.
A mobilização é um trabalho contínuo e deve ser feita desde o início do processo. As
estratégias aqui propostas buscam ampliar o alcance de diferentes grupos,
possibilitando capilaridade na divulgação dos trabalhos junto à população em geral, bem
como nos espaços da administração pública. Dessa forma, é possível esperar a
participação qualificada de diferentes segmentos sociais no processo de revisão do
Plano Diretor, o que é essencial para se construir soluções aderentes à realidade local.
A estratégia de mobilização para as Reuniões Regionais em Boa Vista considerou a
organização da política de atenção básica de saúde do Município. O reconhecimento da
regionalização de políticas sociais é uma estratégia importante para orientar a
mobilização social, uma vez que os agentes públicos que atuam nessas áreas podem se
constituir em parceiros da mobilização para o Plano Diretor, tendo em vista que tais
políticas possuem maior capilaridade social no território e normalmente já são
reconhecidas pela população local. A rede de atenção básica em Boa Vista está
organizada em 08 macroáreas que agrupa um conjunto de bairros, conforme ilustrado
na figura a seguir:

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Revisão do Plano Diretor Estratégico e Participativo de Boa Vista | Produto 1 – Plano de Trabalho

Figura 4. Mapa da rede de atenção básica em Saúde

Fonte: Secretaria Municipal de Saúde

O processo participativo de revisão do PDEP de Boa Vista tem por objetivos:


● criar espaços de diálogo junto aos diferentes atores da sociedade;
● contribuir para o fortalecimento da cultura participativa no planejamento e
gestão da cidade e do território;
● promover a transparência da gestão pública;
● garantir a participação social em eventos públicos;
● fortalecer o Conselho Municipal da Cidade como espaço de representação social
e discussão da política urbana.
São as estratégias a serem adotadas para promover o amplo processo participativo:
● Mapeamento dos atores-chave;
● Criação de site próprio do Plano Diretor;
● Mobilização e divulgação através de mídias locais;
● Criação de uma identidade visual e de peças gráficas e materiais informativos;
● Consultas abertas na internet;
● Reuniões e Fóruns Regionais;
● Reuniões e Seminários com Segmentos Específicos;
● Audiências Públicas;
● Participação do Conselho da Cidade no processo de trabalho.

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Revisão do Plano Diretor Estratégico e Participativo de Boa Vista | Produto 1 – Plano de Trabalho

É importante enfatizar que o Conselho da Cidade tem papel central na revisão do Plano
Diretor, não apenas como órgão de acompanhamento do processo de trabalho, mas
também na mobilização dos diferentes segmentos sociais nele representados, na
indicação de pautas a serem discutidas no processo participativo e na promoção e
condução de reuniões comunitárias e técnicas, seja na fase de diagnóstico, seja na fase
de propostas.
O detalhamento estratégias de mobilização da sociedade, bem como os canais e
ferramentas de participação serão abordadas no Produto 2- Plano de Comunicação e
Mobilização Social.

3.4. ABORDAGEM DA RELAÇÃO PRIMEIRA INFÂNCIA E CIDADE


O Marco Nacional Legal da Primeira Infância (Lei n° 13.257), sancionado em 2016,
estabelece dentro de seus princípios e diretrizes a formulação e implementação das
políticas públicas voltadas aos direitos das crianças de 0 a 6 anos. A administração de
Boa Vista, como já comentado, vem dando especial ênfase à essa prioridade, que se
considera, no IBAM, elemento fundamental. Nesta perspectiva, as crianças são
compreendidas enquanto cidadãs que necessitam de espaços e mecanismos de escuta
para expressão de seus anseios.
A integração das políticas de cuidados à primeira infância com a agenda do
planejamento urbano representa importante avanço institucional. Afinal, a construção
de uma agenda urbana requer um planejamento continuado e cujos efeitos serão
sentidos a longo prazo, o que se reflete na construção da cidade que queremos para as
futuras gerações. Nesse sentido, dar voz às crianças enquanto atores sociais é essencial
para acolher as demandas, prioridades e propostas para vivência da infância de forma
plena, segura e saudável. Ademais, a discussão com as crianças evidencia o debate sobre
a qualidade dos espaços públicos urbanos. Suas percepções sobre os espaços para
brincar dizem muito não só sobre a presença ou ausência, mas também sobre a
conservação, arborização, iluminação e manutenção de ruas, praças, parques e demais
áreas livres da cidade.
Experiências anteriores do IBAM nesse tema podem, eventualmente, servir de
inspiração para a estruturação dessa abordagem na revisão do Plano Diretor de Boa
Vista, que será feita juntamente com o Comitê da Primeira Infância, a partir da fase de
Diagnóstico. A pesquisa pioneira “Como as crianças veem a cidade”, realizada pelo
Instituto na década de 1980, se constitui como importante referência. O estudo
realizado em diversas escolas cariocas analisa como crianças e adolescentes
expressavam suas visões da cidade nos mais variados e pertinentes temas. Patrocinado
pelo então banco estatal do Estado do Rio de Janeiro e coordenado por urbanistas e
antropólogos urbanos, foi pensado para diferentes faixas etárias e se apoiou em
desenhos (voltado para primeira infância) e cartas/redações de alunos das escolas
públicas de ensino fundamental da cidade do Rio de Janeiro para endereçar

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Revisão do Plano Diretor Estratégico e Participativo de Boa Vista | Produto 1 – Plano de Trabalho

recomendações aos planejadores quanto às suas necessidades e expectativas de vida


no meio urbano.
Mais recentemente, em 2018, o Instituto elaborou o Plano Decenal de Direitos Humanos
de Crianças e Adolescentes, junto ao Governo do Estado do Rio Grande do Norte. A
realização de oficinas de escuta de crianças e adolescentes possibilitou a compreensão
da realidade vivenciada bem como as violações de direitos humanos sofridas pelos
jovens.
No entanto, é a própria experiência da Prefeitura Municipal que possibilitará a
construção da abordagem metodológica mais condizente para a discussão sobre
infância e cidade. Boa Vista tem tido importantes avanços nesse tema e vem se
destacando na implementação de políticas públicas de cuidado e atenção à primeira
infância.
O diálogo com o Comitê da Primeira Infância, responsável pela elaboração do Plano
Municipal, bem como as secretarias de Educação, Assistência Social e Saúde é o que
determinará as ações a serem realizadas junto a esse público. Dentro da agenda de
discussão em Boa Vista, destaca-se o tema da inclusão do atendimento à diversidade,
considerando as populações indígenas e de imigrantes. Outra interessante experiência
é a do projeto “Caminho da Primeira Infância” que tem investido na qualificação e
adequação do espaço público para as crianças, como por exemplo a construção da
primeira praça para a Primeira Infância, no Bairro Nova Cidade .
Como metodologia, para inserção das crianças como agente de participação política no
Plano Diretor poderão ser feitas oficinas de escuta dos pequenos sobre a percepção da
cidade, feira(s) de ciência, por exemplo, sobre cidades sustentáveis ou outras atividades
a serem concebidas.
De acordo com as expectativas expressas no Termo de Referência, a revisão do Plano
Diretor deve englobar também a construção do “Marco Regulatório Urbanístico para
Primeira Infância”, cujo conteúdo será especificado no próprio processo de trabalho.

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ORGANOGRAMA

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Revisão do Plano Diretor Estratégico e Participativo de Boa Vista | Produto 1 – Plano de Trabalho

FASES, ETAPAS E ATIVIDADES

O trabalho será realizado em oito (08) etapas a serem desenvolvidas em doze (12)
meses, com a previsão de quatorze (14) produtos2 a serem entregues. Para atender aos
pressupostos metodológicos expostos neste documento e permitir o adequado
desenvolvimento dos trabalhos, as etapas foram organizadas em quatro (04) grandes
fases, da seguinte forma: Fase I – Planejamento; Fase II – Diagnóstico; Fase III –
Propostas; Fase IV – Capacitação e Acompanhamento.
Tal forma de organização do trabalho permite que algumas etapas sejam desenvolvidas
simultaneamente dentro das grandes fases que a experiência demonstra serem
essenciais num processo de revisão de Plano Diretor. Ao obedecer a uma lógica de
aproximações sucessivas, os resultados alcançados em cada fase alimentarão as etapas
subsequentes e darão suporte às justificativas dos projetos de lei propostos.

5.1. FASE 1 - PLANEJAMENTO

A Fase de Planejamento será dedicada à mobilização das equipes técnicas do IBAM e da


Prefeitura para o processo de revisão do Plano Diretor Estratégico e Participativo de Boa
Vista e formulação e consolidação do Plano de Trabalho, abrangendo a execução da
Etapa 1 - Definição da metodologia de trabalho e mecanismos e estratégias a serem
adotados para execução e divulgação da Revisão .

2
Considerando a importância de apresentar a leitura técnica em audiência pública, foi feito um
reordenamento dos produtos 05, 06 e 07. Desta forma, o produto 05 especificado no Edital (Anexo I do
Edital Nº. 003/2021 | PROCESSO Nº. 002917/2020-EMHUR) passou para a etapa 3 sendo renumerado
como produto 07, a ser entregue após a realização da 1ª audiência pública que apresentará a síntese das
leituras comunitária, técnica e do governo municipal.

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Revisão do Plano Diretor Estratégico e Participativo de Boa Vista | Produto 1 – Plano de Trabalho

ETAPA 1 – DEFINIÇÃO DA METODOLOGIA DE TRABALHO E MECANISMOS E


ESTRATÉGIAS A SEREM ADOTADOS PARA EXECUÇÃO E DIVULGAÇÃO DA REVISÃO

Esta etapa marca o início dos trabalhos com a formação da Comitê Gestor e identificação
das expectativas e nivelamento dos entendimentos acerca das condições estabelecidas
no contrato, além da discussão do detalhamento dos conteúdos do Plano de Trabalho.
É recomendável, ainda, que nesta etapa a Prefeitura Municipal promova um evento
público de lançamento do processo de revisão do PEDP.

São as principais atividades dessa fase:

▪ Formação do Comitê Gestor: responsáveis pelo processo de elaboração da


Revisão do Plano Diretor dentro da Prefeitura Municipal de Boa Vista, o Comitê
reúne profissionais de diversos setores da administração municipal. O Comitê foi
instituído pelo decreto nº 022/E de 9 de fevereiro de 2023.

▪ Mobilização da equipe do IBAM: mobilização da equipe de coordenação e


equipe de consultores do IBAM, de acordo com a proposta apresentada no
processo licitatório, para início dos trabalhos, com divisão de responsabilidades.

▪ Coleta de dados e informações municipais e regionais e de estudos/ políticas


setoriais existentes: a equipe do IBAM irá elaborar uma lista preliminar de
dados, informações e documentos que deverão ser fornecidos pela Prefeitura
Municipal, por meio do Comitê Gestor. Na hipótese de solicitações que a
Prefeitura não disponha e nem tenha condições de produzir, as equipes do IBAM
e da Prefeitura avaliarão conjuntamente os encaminhamentos adequados.

▪ Reunião inicial para instalação dos trabalhos: apresentação e alinhamento das


equipes e definição dos sistemas de comunicação entre a Prefeitura de Boa Vista
e o IBAM.

▪ Reunião inicial para estruturação do sistema de comunicação entre a


Prefeitura de Boa Vista e o IBAM: definição dos canais de interlocução entre as
equipes de coordenação do da Prefeitura e do IBAM;

▪ Comunicações do início do trabalho (Câmara Municipal, Conselho da Cidade,


Ministério Público, entre outros): atividade a ser executada pela EMHUR, com
objetivo de informar oficialmente o início do trabalho aos órgãos que devem
fazer o acompanhamento de todo o processo de revisão do Plano Diretor.

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Revisão do Plano Diretor Estratégico e Participativo de Boa Vista | Produto 1 – Plano de Trabalho

▪ Oficina Técnica 1 de Nivelamento Técnico-Institucional com o Comitê Gestor:


atividade inicial a ser realizada com a os representantes da Prefeitura que
atuarão no processo de revisão do Plano Diretor. O objetivo é promover o
nivelamento conceitual do grupo, atentando para a contribuição das diferentes
secretarias na construção da revisão do Plano Diretor e também coletar
informações dos participantes sobre os avanços e desafios do Plano Diretor.

▪ Mapeamento dos atores-chave: nesta etapa, inicia-se a identificação preliminar


dos atores-chave, de modo a garantir a participação da sociedade civil -
entidades, instituições, movimentos sociais e cidadãos em geral - nas etapas do
processo de desenvolvimento do Plano Diretor. Por se tratar de uma atividade
contínua e central para a mobilização social, o mapa de atores será detalhado na
etapa 2 e atualizado ao longo do processo de trabalho.

▪ Reunião com o Conselho da Cidade: apresentação inicial do processo de


trabalho com esclarecimentos e discussão de temas pertinentes na revisão do
Plano Diretor.

▪ Reuniões institucionais: apresentação inicial do processo de trabalho com


esclarecimentos e discussão de temas pertinentes na revisão do Plano Diretor.
Dada a relevância da proposta de lei a ser elaborada e a densidade de seu
conteúdo, é importante especialmente um encontro com a Câmara Municipal
para que que os vereadores sejam informados desde o início e convidados a
participar do processo de trabalho.

▪ Consolidação do cronograma e elaboração do Plano de Trabalho: revisão das


atividades por etapas de trabalho e detalhamento do cronograma de execução.

▪ Entrega do Produto 1 – Plano de Trabalho

5.2. FASE 2 – DIAGNÓSTICO

É a fase de levantamentos de dados e informações, análises temáticas, discussões com


a sociedade sobre problemas e potencialidades de Boa Vista, demandas dos diferentes
segmentos e sociais e consolidação de uma leitura integrada da realidade municipal.
Deve-se enfatizar, no entanto, que esse trabalho partirá do marco legal atual e avaliação
crítica de sua implementação. Esta Fase engloba as etapas 2 e 3 definidas no Edital,
devendo ser entendidas que se sobrepõem no tempo de execução. Vale lembrar que
um dos pressupostos metodológicos do IBAM é que leitura técnica e comunitária se

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Revisão do Plano Diretor Estratégico e Participativo de Boa Vista | Produto 1 – Plano de Trabalho

alimentam mutuamente e é nessas duas vertentes que se poderá consolidar um


diagnóstico consistente.

ETAPA 2: LEITURA COMUNITÁRIA

Nesta etapa, será elaborado o Plano de Comunicação e Mobilização social e também a


leitura comunitária, através da realização de reuniões regionais com a sociedade civil e
com segmentos específicos.

São atividades desta etapa:

▪ Definição das metodologias de mobilização e comunicação social: A partir do


mapeamento dos atores-chave realizado na fase anterior, serão definidas as
estratégias de comunicação e mobilização dos diferentes segmentos sociais.

▪ Criação do site do Plano Diretor: a produção de sítio eletrônico do Plano Diretor


com identidade visual própria representa um espaço importante de registro do
processo de trabalho. Nele serão disponibilizados os produtos elaborados, bem
como feita a divulgação da agenda dos eventos e de materiais explicativos e
demais informações úteis para a revisão do Plano Diretor.

▪ Elaboração do Plano de Comunicação: considerando o cronograma da revisão


do Plano Diretor e as ferramentas disponíveis, a atividade visa consolidar as
estratégias e metodologias de comunicação a serem adotadas para promoção
da mobilização social.

▪ Entrega do Produto 2 – Plano de Comunicação e Mobilização Social.

▪ Lançamento do site da Revisão do Plano Diretor e primeiras ações de


comunicação: dando início à leitura comunitária, será feito o lançamento do site
do Plano Diretor em área específica do site da Prefeitura de Boa Vista, bem como
iniciada a utilização dos canais de comunicação com a sociedade civil.

▪ Diagnóstico de Percepção Social: será aplicado um questionário no formato


virtual para coletar informações e a percepção sobre temas afins ao
planejamento urbano em Boa Vista. Trata-se de um instrumento de consulta
pública com a finalidade de ampliar a participação social.

▪ Reuniões com Segmentos Específicos: serão realizadas reuniões para leitura da


cidade, com segmentos específicos da sociedade que possuam em suas
atividades forte relação com o território municipal. Considerando a composição

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Revisão do Plano Diretor Estratégico e Participativo de Boa Vista | Produto 1 – Plano de Trabalho

do Conselho da Cidade, serão programadas, a princípio, as seguintes reuniões:


(i) setor da construção civil e empresariado; (ii) movimentos sociais e ONGs; (iii)
conselhos e entidades profissionais. Paralelamente, serão planejadas reuniões
com acadêmicos e pesquisadores de áreas afins ao planejamento urbano e
territorial que poderão ocorrer coletiva ou individualmente. E no
desenvolvimento do trabalho, encontros com grupos ou entidades poderão ser
também programadas. Nessas reuniões, será apresentado o plano de trabalho
da Revisão do Plano Diretor e discutidos temas de interesse e/ou demandas de
cada segmento.

▪ Reuniões Regionais: Serão realizados encontros de leitura do município com o


por conjunto de bairros agrupados de acordo com a regionalização da Política de
Atenção Básica da Saúde, descrita no item 3.3 deste documento. Nessas
reuniões, será apresentado o plano de trabalho da Revisão do Plano Diretor de
Boa Vista e desenvolvida a metodologia de apreensão da leitura comunitária;

▪ Reunião com Comitê da Primeira Infância: organização da leitura da cidade a


partir das demandas e percepções da Primeira Infância. As atividades a serem
realizadas serão definidas com o próprio Comitê.

▪ Entrega do Produto 3 - Leitura Comunitária

▪ Elaboração da Carta Geotécnica, atendendo as exigências dos Art 42-A e 42-B


do Estatuto da Cidade (Lei 10.257/2001) e diretrizes da Política Nacional de
Proteção e Defesa Civil (Lei Federal 12.608/2012).

▪ Entrega do Produto 4 - Carta Geotécnica

ETAPA 3: LEITURA COM O GOVERNO MUNICIPAL E LEITURA TÉCNICA

Esta etapa será dedicada aos levantamentos e análises temáticas. Como estratégia
metodológica, será realizada a Oficina Técnica 2 de Avaliação do Grau de
implementação do PDEP 2006 com o Comitê Gestor, a fim de orientar o processo de
condução das leituras comunitárias e técnicas através da análise do alcance dos
objetivos e diretrizes estabelecidas, bem como da avaliação crítica do(s) padrão(ões) de
urbanização resultantes da aplicação da legislação urbanística. Pretende-se, assim,
reunir elementos que também contribuirão para posterior construção de propostas,
reforçando ou desestimulando tendências, dependendo da avaliação. Nessa etapa da
Fase II, também será realizado um estudo para produção de um mapa de riscos e
aptidões do sítio urbano à urbanização.

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Revisão do Plano Diretor Estratégico e Participativo de Boa Vista | Produto 1 – Plano de Trabalho

Já no componente Leitura Técnica, serão abordados os aspectos referentes à leitura do


território, identificando as questões prioritárias ou críticas, os processos e movimentos
tendenciais no que tange à dinâmica demográfica do Município. Deve-se levar em
consideração também os fatores de pressão sobre a urbanização, os vetores de
crescimento urbano, os processos econômicos no território, os ativos sociais, históricos,
culturais e ambientais de Boa Vista, etc.

Na Leitura com o Governo Municipal será enfatizada a dimensão institucional por meio
da análise das condições instaladas para implementação da política urbana e as práticas
locais de gestão urbana, considerando seus avanços e gargalos. Além disso, serão feitas
também a avaliação do atual PDEP bem como discutidos projetos recentes, em
andamento e previstos para o Município que devem ser considerados no âmbito do
Plano Diretor. Ainda nesta etapa, serão discutidas as iniciativas da Prefeitura com
relação à Primeira Infância.

São as principais atividades dessa etapa:

▪ Coleta e análise de dados, informações e estudos municipais e regionais, a


partir de fontes secundárias, do trabalho de campo e das informações recebidas
pelas Prefeitura de Boa Vista.

▪ Produção da base cartográfica: a partir da análise da cartografia existente no


município e de informações cartográficas disponíveis em outras fontes oficiais,
será produzida da base cartográfica georreferenciada a ser utilizada no processo
de revisão do Plano Diretor.

▪ Realização de visitas de campo pela equipe técnica do IBAM: as visitas de


campo pela equipe do IBAM serão realizadas por diferentes especialistas, a fim
de coletar dados e informações sobre os temas afins ao Plano Diretor.

▪ Análise da Legislação Vigente: análise das leis que dialogam com a revisão do
Plano Diretor como Código de Edificações, Posturas, Programa de Regularização
de Edificações, Lei de Uso e Ocupação de Solo, Parcelamento de Solo, entre
outras.

▪ Entrevista com atores-chave/segmentos sociais e reuniões técnicas e setoriais:


para aprofundamento da compreensão dos desafios de Boa Vista e construção
dialogada do diagnóstico, a equipe do IBAM proporá reuniões específicas com
atores-chave ou segmentos sociais para discussão de pautas de cada segmento.
Poderão ser sugeridas, ainda, reuniões técnicas, sobre temas específicos, com a

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Revisão do Plano Diretor Estratégico e Participativo de Boa Vista | Produto 1 – Plano de Trabalho

própria equipe da Prefeitura. A agenda dessas reuniões deverá formulada à


medida que a equipe do IBAM avance nas análises temáticas e que os
consultores especialistas manifestem a necessidade de interlocuções
qualificadas.

▪ Reunião sobre planos e projetos em andamento em Boa Vista: a reunião com a


participação dos Gestores Municipais, visa compreender a previsão ou
implantação de projetos, públicos e privados, de impacto sobre o território do
Município. É pensado como evento de caráter interno, pois tem por objetivo
expor uma primeira visão da própria gestão sobre o Município para subsidiar o
próprio o processo de diagnóstico e discussão com a sociedade.

▪ Oficina Técnica 2 – Avaliação Crítica da Implementação do PDEP 2006: essa


atividade deverá ser realizada na forma de oficina com o Comitê Gestor, com
objetivo de promover avaliação crítica da implementação do Plano Diretor de
2006 e do(s) padrão(ões) de urbanização resultantes da aplicação da legislação
urbanística. Dessa forma, poderão ser reunidos elementos que contribuam para
construção de propostas, reforçando ou desestimulando tendências,
dependendo da avaliação.

▪ Elaboração de análises temáticas: Atividade central para construção do


diagnóstico, consiste na elaboração das análises sobre a realidade de Boa Vista
a partir de cada área temática e considerando as interações entre elas.

▪ Entrega do Produto 053 – Relatório das reuniões com Governo Municipal;

▪ Entrega do Produto 064- Relatório síntese das leituras Comunitária, Técnica e


do Governo Municipal. -: o produto entregue pela equipe do IBAM e validado
equipe da EHMUR deverá ser divulgado como documento de referência para as
audiências públicas relativas ao diagnóstico.

▪ Realização da 1º Audiência Pública: serão consolidados os estudos técnicos e


análise temática integrada das leituras de modo a compor o Diagnóstico da
revisão do PDEP, que irá ser objeto de discussão de uma audiência pública. As
contribuições recebidas na audiência serão insumos para formulação de
propostas preliminares.

3
Conforme justificado na nota anterior, o produto 05 aqui citado corresponde ao produto 06 do Anexo I
do Edital Nº. 003/2021 | PROCESSO Nº. 002917/2020-EMHUR.
4
Conforme justificado na nota anterior, o produto 06 aqui citado corresponde ao produto 07 do Anexo I
do Edital Nº. 003/2021 | PROCESSO Nº. 002917/2020-EMHUR.

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Revisão do Plano Diretor Estratégico e Participativo de Boa Vista | Produto 1 – Plano de Trabalho

▪ Entrega do Produto 075 - Realização da 1ª Audiência Pública e apresentação de


relatório.

5.3. FASE 3 – PROPOSTAS


Trata-se da fase dedicada à discussão de cenários e diretrizes para uma cidade
sustentável e à formulação, discussão e validação das propostas de revisão do Plano
Diretor e da legislação urbanística, incluindo a avaliação da pertinência de previsão de
instrumentos do Estatuto da Cidade em Boa Vista. Considerando a estrutura para o
desenvolvimento do trabalho prevista no Edital, esta fase engloba as etapas 4, 5 e 6.
Registra-se que as etapas 5 e 6 devem ser realizadas simultaneamente, pois os três
projetos de lei (Plano Diretor, Uso e Ocupação do Solo e Parcelamento do Solo) devem
ser pensados conjuntamente, tendo em vista que alterações em um podem exigir
ajustes no outro.

ETAPA 4: DEFINIÇÃO E PACTUAÇÃO DAS DIRETRIZES E PROPOSIÇÕES PARA A REVISÃO


DO PDEP

Aqui serão elaboradas as proposições e diretrizes de ordenamento territorial


(macrozoneamento municipal e zoneamento urbano) bem como as diretrizes temáticas,
as orientações para aplicação de instrumentos urbanístico do Estatuto da Cidade e a
estrutura preliminar das Minutas de Leis do Plano Diretor, de Uso e Ocupação do Solo e
de Parcelamento do Solo. Nesta etapa serão realizados os fóruns regionais e os
seminários com os segmentos específicos e a reunião com o Governo Municipal. Propõe-
se também a realização da Oficina Técnica 3 – Avaliação dos Instrumentos da Política
Urbana, de avalição dos instrumentos urbanísticos presentes no Estatuto da Cidade e na
legislação urbana de Boa Vista com a equipe técnica. Ainda nesta etapa será realizada
uma reunião com o Comitê da Primeira Infância para discussão da criação do Marco
Regulatório Urbanístico da Primeira Infância. De forma integrada, as contribuições
dessas reuniões serão consolidadas e serão apresentadas as propostas e diretrizes na 2ª
Audiência Pública.
São as principais atividades dessa etapa:
▪ Elaboração das diretrizes temáticas: A partir dos resultados das leituras
comunitária, técnica e do Governo Municipal serão elaboradas diretrizes
temáticas. Já nessa etapa, se começará a delinear eventuais ajustes na estrutura
do Plano Diretor a ser revisado, o que determinar a forma de organização das
diretrizes.

5
Conforme justificado na nota anterior, o produto 07 aqui citado corresponde ao produto 05 do Anexo I
do Edital Nº. 003/2021 | PROCESSO Nº. 002917/2020-EMHUR.

39
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Revisão do Plano Diretor Estratégico e Participativo de Boa Vista | Produto 1 – Plano de Trabalho

▪ Concepção e detalhamento do Macrozoneamento Municipal e Zoneamento


Urbano: A partir do reconhecimento do território e suas diferenças internas,
deverão se desdobrar propostas programáticas, de intervenção e de critérios de
aproveitamento do solo. O Macrozoneamento Municipal e o Zoneamento
Urbano são ferramentas que buscam territorializar as diretrizes. O
Macrozoneamento, abrangendo o território municipal como um todo e
delimitando as áreas aptas à urbanização, ou seja, aquelas que integrarão o(s)
perímetro(s) urbano(s). O Zoneamento, estabelecendo os coeficientes de
aproveitamento nas diferentes áreas urbanas.

▪ Realização da Oficina Técnica 3 – Avaliação dos Instrumentos da Política


Urbana: o Estatuto da Cidade consagra uma série de instrumentos que podem
ser utilizados pelo Município para elaboração e implementação da sua política
de desenvolvimento urbano. Esta atividade tem por objetivo avaliar as condições
de aplicação de cada um deles e reunir os argumentos para indicar aqueles que
devem ser incorporação no Plano Diretor e em que termos.

▪ Fóruns Regionais: Serão realizados fóruns regionais para apresentação das


propostas, conforme a regionalização proposta na etapa da leitura comunitária.
Nestes fóruns, serão discutidas diretrizes e proposições para a Revisão do Plano
Diretor de Boa Vista;

▪ Seminário com Segmentos Específicos: Serão realizadas as reuniões de


pactuação das propostas, com os segmentos específicos, com o intuito de
discutir as propostas para a revisão do Plano Diretor;

▪ Reunião com o Comitê da Primeira Infância: discussão da criação do Marco


Regulatório Urbanístico da Primeira Infância.

▪ Entrega do Produto 08 – Relatório das reuniões com o Governo Municipal e


Relatórios das reuniões regionais;

▪ Entrega do Produto 09 – Relatório contendo as diretrizes e propostas


pactuadas para o desenvolvimento sustentável do município: produto
entregue pela equipe do IBAM e validado pela equipe da EHMUR deverá ser
divulgado como documento de referência para a 2ª audiência pública.

▪ Realização da Audiência Pública: voltada à apresentação e discussão das


diretrizes e propostas para o Plano Diretor, incluindo concepção do
macrozoneamento, zoneamento urbano e das diretrizes temáticas.

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Revisão do Plano Diretor Estratégico e Participativo de Boa Vista | Produto 1 – Plano de Trabalho

▪ Entrega do Produto 10 - Realização da 2ª Audiência Pública e apresentação de


relatório.

ETAPA 5: REVISÃO E FINALIZAÇÃO DO PROJETO DE LEI DO PDEP


Após a 2ª Audiência Pública, será consolidada a minuta de lei do Plano Diretor, com
especial atenção à observação da boa técnica legislativa. É importante ressaltar que
esse documento resulta do processo técnico e participativo, ou seja, da construção
coletiva sobre o que se deseja para o Município de Boa Vista. Assim, observa-se que
esta é uma etapa de formatação dos entendimentos que já terão sido alcançados nas
etapas anteriores. O objetivo, então, é dar forma legal ao que foi discutido
publicamente, de acordo com a boa técnica e garantindo a coerência entre os
diferentes instrumentos.

São as principais atividades:

▪ Redação preliminar do anteprojeto de Lei do Plano Diretor: a equipe do IBAM


irá preparar uma primeira versão do anteprojeto de lei para discussão com a
equipe da Prefeitura.

▪ Análise conjunta da minuta do anteprojeto de Lei do Plano Diretor: depois da


análise por parte dos técnicos municipais, as equipes do IBAM e da Prefeitura
farão leitura conjunta de todo a minuta do anteprojeto de lei e discussão dos
pontos de destaque6.

▪ Consolidação e Revisão jurídica da minuta do anteprojeto de Lei do Plano


Diretor: ainda que consultor jurídico participe de todo o processo de revisão do
Plano Diretor atue diretamente na redação da minuta do anteprojeto de lei
desde sua estruturação, ao final das discussões de conteúdo, o documento será
submetido a uma revisão final de caráter jurídico.

▪ Entrega do Produto 11 - Minuta do Anteprojeto de Lei do Plano Diretor


Estratégico e Participativo de Boa Vista

6
Apesar de todos os esforços de construção coletiva e colaborativa entre as equipes do IBAM e da
Prefeitura, poderá, eventualmente, restar pontos de divergências que se mostrem insuperáveis. Nesses
casos, o IBAM deverá expor, por meio de nota técnica, seus argumentos em relação a cada um dos pontos.
A eventual nota técnica poderá ou não ser anexada ao produto final, de acordo com orientação do Grupo
Executivo.

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Revisão do Plano Diretor Estratégico e Participativo de Boa Vista | Produto 1 – Plano de Trabalho

ETAPA 6: ELABORAÇÃO DA ALTERAÇÃO DAS LEIS QUE SE RELACIONAM O PLANO


DIRETOR
Da mesma forma que o descrito na Etapa 5, as propostas de alterações das leis de
Uso e Ocupação do Solo e de Parcelamento do Solo consolidarão as propostas
discutidas no processo participativo em relação aos aspectos regulados por cada uma
delas especificamente.

São atividades desta etapa:

▪ Redação preliminar das minutas dos anteprojetos da legislação urbanística


complementar: a equipe do IBAM irá preparar uma primeira versão do
anteprojetos das leis de Parcelamento e de Uso e Ocupação do Solo para
discussão com a equipe da Prefeitura.

▪ Análise conjunta das minutas dos anteprojetos da legislação urbanística


complementar: depois da análise por parte dos técnicos municipais, as equipes
do IBAM e da Prefeitura farão leitura conjunta das minuta dos anteprojetos de
lei para discussão dos pontos de destaque.

▪ Consolidação e Revisão jurídica das minutas dos anteprojetos da legislação


urbanística complementar: ainda que consultor jurídico participe de todo o
processo de revisão do Plano Diretor atue diretamente na redação das minutas
dos anteprojetos de lei desde sua estruturação, ao final das discussões de
conteúdo, os documentos serão submetido a uma revisão final de caráter
jurídico.

▪ Entrega do Produto 12 - Minuta das Leis de Parcelamento, Uso e Ocupação de


Solo.

▪ Realização da 3ª Audiência Pública: voltada à apresentação e discussão da


minuta de lei do Plano Diretor e da legislação urbanística complementar.

5.4. FASE 4 – CAPACITAÇÃO E ACOMPANHAMENTO

Após a consolidação das minutas de projeto de lei, esta última fase do processo de
revisão do PDEP será dedicada às ações para institucionalização da atualização proposta
da legislação urbanística. Tais ações envolvem a capacitação da equipe técnica da
Prefeitura Municipal para implementação do Plano Diretor e legislação urbanística e,
por outro lado, o acompanhamento do trâmite dos projetos de lei na Câmara de
Vereadores. Assim, esta fase abrange as etapas 7 e 8 previstas no Edital.

42
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Revisão do Plano Diretor Estratégico e Participativo de Boa Vista | Produto 1 – Plano de Trabalho

ETAPA 7: CAPACITAÇÃO E FORTALECIMENTO INSTITUCIONAL PARA


IMPLEMENTAÇÃO DA LEGISLAÇÃO URBANÍSTICA
Nesta etapa, por meio das oficinas de capacitação, serão discutidos os desafios de
implementação do Plano Diretor, com a análise da organização administrativa do
Município, bem como construído coletivamente o conjunto de diretrizes e ações
prioritárias para definição de metas e indicadores.

São as principais atividades dessa etapa:

▪ Organização das oficinas de capacitação: Formulação da abordagem e


preparação de material para as oficinas de capacitação.

▪ Realização das oficinas de capacitação: as oficinas poderão ter atividades


preparatórias desenvolvidas à distância e serão realizadas em até 4 dias, em
módulos a serem definidos oportunamente.

▪ Entrega do Produto 13 - Oficinas de Capacitação e apresentação de relatórios.

ETAPA 8: ACOMPANHAMENTO DO TRÂMITE DO PROJETO DE LEI PDEP E DA LPUOS


NA CÂMARA DE VEREADORES
Paralelamente às atividades de capacitação da equipe técnica municipal, a equipe do
IBAM realizará apresentação das minutas de lei para a Câmara Municipal e prestará
apoio técnico ao acompanhamento do processo no legislativo por parte da EMHUR,
juntamente com o Comitê Gestor e o Conselho Municipal da Cidade. Para tanto, a
EMHUR deverá encaminhar para o IBAM pontos de discussão na Câmara Municipal
que mereçam esclarecimentos adicionais em relação ao conteúdo das minutas de lei
consolidadas no processo de revisão do Plano Diretor. No prazo de vigência do
contrato, o IBAM poderá responder às questões encaminhadas e, se for o caso,
participar presencialmente de debates organizados na Câmara Municipal,
considerando a programação de viagens ao Município.

São as principais atividades dessa etapa:

▪ Apresentação do conteúdo das minutas de lei: serão apresentadas as minutas


consolidadas no processo de revisão do Plano Diretor;

▪ Esclarecimentos sobre as mintas de lei, relativo às questões levantadas no


processo de discussão na Câmara de Vereadores encaminhadas previamente ao
IBAM pela EMHUR;

▪ Entrega do Produto 14 - Relatório de acompanhamento.

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Revisão do Plano Diretor Estratégico e Participativo de Boa Vista | Produto 1 – Plano de Trabalho

PRODUTOS

O processo de revisão do Plano Diretor é, por definição, um processo aberto. Os


produtos elaborados ao longo dele consolidam etapas de trabalho e expressam o
acúmulo construído com o avanço dos trabalhos técnicos em com as discussões com a
sociedade.
Apresenta-se a seguir cada um dos produtos propostos, agrupados pelas etapas de
trabalho previstas.

FASE 1 – PLANEJAMENTO

ETAPA 1 - METODOLOGIA DE TRABALHO, MECANISMOS E ESTRATÉGIAS


PARA REALIZAÇÃO DA REVISÃO DO PLANO DIRETOR

• PRODUTO 1. PLANO DE TRABALHO

FASE 2 – DIAGNÓSTICO

ETAPA 2 - LEITURA COMUNITÁRIA

• PRODUTO 02 – PLANO DE COMUNICAÇÃO E MOBILIZAÇÃO SOCIAL:


• PRODUTO 03 – LEITURA COMUNITÁRIA;
• PRODUTO 04 – CARTA GEOTÉCNICA;

ETAPA 3: LEITURA COM O GOVERNO MUNICIPAL E LEITURA TÉCNICA

• PRODUTO 05 – RELATÓRIO DAS REUNIÕES COM GOVERNO


MUNICIPAL;
• PRODUTO 06 – RELATÓRIO SÍNTESE DAS LEITURAS COMUNITÁRIA,
TÉCNICA E DO GOVERNO MUNICIPAL.
• PRODUTO 07 – REALIZAÇÃO DA 1ª AUDIÊNCIA PÚBLICA E
APRESENTAÇÃO DE RELATÓRIO.

FASE 3 – PROPOSTAS

ETAPA 4: DEFINIÇÃO E PACTUAÇÃO DAS DIRETRIZES E PROPOSIÇÕES PARA


A REVISÃO DO PDEP

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Revisão do Plano Diretor Estratégico e Participativo de Boa Vista | Produto 1 – Plano de Trabalho

• PRODUTO 08 – RELATÓRIO DAS REUNIÕES COM O GOVERNO


MUNICIPAL E RELATÓRIOS DAS REUNIÕES REGIONAIS;
• PRODUTO 09 – RELATÓRIO CONTENDO AS DIRETRIZES E PROPOSTAS
PACTUADAS PARA O DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL DO
MUNICÍPIO;

• PRODUTO 10 - REALIZAÇÃO DA 2ª AUDIÊNCIA PÚBLICA E


APRESENTAÇÃO DE RELATÓRIO.

ETAPA 5: REVISÃO E FINALIZAÇÃO DO PROJETO DE LEI DO PDEP

• PRODUTO 11. MINUTA DO ANTEPROJETO DE LE Projeto de Lei da


Revisão do PDEP.

ETAPA 6: ELABORAÇÃO DA ALTERAÇÃO DAS LEIS QUE SE RELACIONAM O


PLANO DIRETOR

• PRODUTO 12- MINUTA DAS PROPOSTAS DE ADEQUAÇÃO DAS


LEGISLAÇÕES MUNICIPAIS AOS NOVOS PRECEITOS ESTABELECIDOS NA
REVISÃO DO PLANO DIRETOR: LEI DE PARCELAMENTO, USO E
OCUPAÇÃO DE SOLO.

FASE 4 – CAPACITAÇÃO E ACOMPANHAMENTO

ETAPA 7: CAPACITAÇÃO E FORTALECIMENTO INSTITUCIONAL PARA


IMPLEMENTAÇÃO DA LEGISLAÇÃO URBANÍSTICA

• PRODUTO 13 – OFICINAS DE CAPACITAÇÃO E APRESENTAÇÃO DE


RELATÓRIOS.

ETAPA 8: ACOMPANHAMENTO DO TRÂMITE DO PROJETO DE LEI PDEP E DA


LPUOS NA CÂMARA DE VEREADORES
• PRODUTO 14 – RELATÓRIO DE ACOMPANHAMENTO

45
7. CRONOGRAMA
Legenda: Etapas Principais Visitas Oficinas Reuniões com o Eventos Produtos
atividades Técnicas técnicas Governo Municipal Públicos

JANEIRO FEVEREIRO MARÇO ABRIL MAIO JUNHO JULHO AGOSTO SETEMBRO OUTUBRO NOVEMBRO DEZEMBRO JANEIRO
Principais atividades
16 23 30 6 13 20 27 6 13 20 27 3 10 17 24 1 8 15 22 29 5 12 19 26 3 10 17 24 31 7 14 21 28 4 11 18 25 2 9 16 23 30 6 13 20 27 4 11 18 25 1 8 15
FASE 1 - PLANEJAMENTO - 30 DIAS
ETAPA 1 - DEFINIÇÃO DA METODOLOGIA DE TRABALHO E MECANISMOS E ESTRATÉGIAS A SEREM ADOTADOS PARA EXECUÇÃO E DIVULGAÇÃO DA REVISÃO
Formação do Comitê Gestor
Mobilização da Equipe do IBAM
Coleta de dados e informações municipais e regionais e de
estudos/ políticas setoriais existentes
Reunião inicial para instalação dos trabalhos
Reunião inicial para estruturação do sistema de
comunicação entre a Prefeitura de Boa Vista e o IBAM
Comunicações do início do trabalho (Câmara Municipal,
Conselho da Cidade, MP)
Visita técnica VT
Oficina Técnica 1 de Nivelamento Técnico-Institucional com
OT
o Comitê Gestor
Mapeamento dos atores chave
Reunião com o Conselho da Cidade
Reuniões Institucionais
Consolidação do cronograma e elaboração do Plano de
Trabalho
Entrega do Produto 1 - Plano de Trabalho P1
FASE 2 - DIAGNÓSTICO - 120 DIAS
ETAPA 2 - LEITURA COMUNITÁRIA
Definição das metodologias de mobilização e comunicação
social
Criação do site do Plano Diretor
Elaboração do Plano de Comunicação
Entrega do Produto 2 - Plano de Comunicação e
P2
Mobilização Social
Mobilização social para as reuniões comunitárias
Visita técnica VT
Lançamento do site da Revisão do Plano Diretor e primeiras
ações de comunicação
Realização das Reuniões com Segmentos Específicos
Visita técnica VT
Realização das Reuniões Regionais
Entrega do Produto 3 - Leitura Comunitária P3
Produção da Carta Geotécnica
Entrega do Produto 4- Carta Geotécnica P4
Legenda: Etapas Principais Visitas Oficinas Reuniões com o Eventos Produtos
atividades Técnicas técnicas Governo Municipal Públicos

JANEIRO FEVEREIRO MARÇO ABRIL MAIO JUNHO JULHO AGOSTO SETEMBRO OUTUBRO NOVEMBRO DEZEMBRO JANEIRO
Principais atividades
16 23 30 6 13 20 27 6 13 20 27 3 10 17 24 1 8 15 22 29 5 12 19 26 3 10 17 24 31 7 14 21 28 4 11 18 25 2 9 16 23 30 6 13 20 27 4 11 18 25 1 8 15
Etapa 3 - LEITURA COM O GOVERNO MUNICIPAL E LEITURA TÉCNICA
Coleta e análise de dados, informações e estudos
municipais e regionais
Produção da base cartográfica
Reunião com Governo Municipal sobre planos e projetos em
andamento
Reunião com Comitê da Primeira Infância

Oficina Técnica 2 - Avaliação de desempenho do PD 2006 OT

Realização de visitas de campo pela equipe técnica do


IBAM
Entrevista com atores-chave/segmentos sociais e reuniões
técnicas e setoriais;
Elaboração de análises temáticas
Entrega do Produto 05 – Relatório das reuniões com Governo
P5
Municipal;
Entrega do Produto 06- Relatório síntese das leituras
P6
Comunitária, Técnica e do Governo Municipal.
Análise do produto 06
Publicação do produto para audiência pública
Visita técnica VT
Realização da Audiência Pública AP
Entrega do Produto 07 - Realização da 1ª Audiência Pública
P7
e apresentação de relatório
FASE 3 - PROPOSTAS - 150 DIAS
Etapa 4 - DEFINIÇÃO E PACTUAÇÃO DAS DIRETRIZES E PROPOSIÇÕES PARA A REVISÃO DO PDEP
Elaboração das diretrizes temáticas
Concepção e detalhamento do Macrozoneamento
Municipal e Zoneamento Urbano
Visita técnica VT
Oficina Técnica 3 - Análise dos instrumentos urbanísticos
OT
aplicáveis à realidade
Reunião com o Governo Municipal
Reunião com o Comitê da Primeira Infância
Realização do seminário com segmentos específicos
Mobilização social para os fóruns regionais
Visita técnica VT
Realização dos Fóruns Regionais
Entrega do Produto 08 – Relatório das reuniões com o
P8
Governo Municipal e Relatórios das reuniões regionais;
Consolidação das proposições de ordenamento territorial e
das diretrizes
Entrega do Produto 09 – Relatório contendo as diretrizes e
propostas pactuadas para o desenvolvimento sustentável P9
do município;
Análise do Produto 09
Publicação do Produto 09 para audiência pública
Visita técnica VT
Realização da 2ª Audiência Pública AP
Entrega do Produto 10 - Realização da 2ª Audiência Pública
P10
e apresentação de relatório.
Legenda: Etapas Principais Visitas Oficinas Reuniões com o Eventos Produtos
atividades Técnicas técnicas Governo Municipal Públicos

JANEIRO FEVEREIRO MARÇO ABRIL MAIO JUNHO JULHO AGOSTO SETEMBRO OUTUBRO NOVEMBRO DEZEMBRO JANEIRO
Principais atividades
16 23 30 6 13 20 27 6 13 20 27 3 10 17 24 1 8 15 22 29 5 12 19 26 3 10 17 24 31 7 14 21 28 4 11 18 25 2 9 16 23 30 6 13 20 27 4 11 18 25 1 8 15
ETAPA 5: REVISÃO E FINALIZAÇÃO DO PROJETO DE LEI DO PDEP
Redação preliminar do anteprojeto de Lei do Plano Diretor
Análise conjunta da minuta do anteprojeto de Lei do Plano
Diretor
Consolidação e Revisão jurídica da minuta do anteprojeto
de Lei do Plano Diretor
Entrega do Produto 11 - Minuta do Projeto de Lei da Revisão
P11
do PDEP
ETAPA 6: ELABORAÇÃO DA ALTERAÇÃO DAS LEIS QUE SE RELACIONAM O PLANO DIRETOR
Redação preliminar dos minutas dos anteprojetos da
legislação urbanística complementar
Análise conjunta dos minutas dos anteprojetos da legislação
urbanística complementar
Consolidação e Revisão jurídica dos minutas dos
anteprojetos da legislação urbanística complementar
Entrega do Produto 12 - Minuta das Leis de Parcelamento,
P12
Uso e Ocupação de Solo
Publicação da Produtos 11 e 12 para Audiência Pública
Visita técnica VT
Realização da 3ª Audiência Pública AP
FASE 4 - CAPACITAÇÃO E ACOMPANHAMENTO - 65 DIAS
ETAPA 7:CAPACITAÇÃO E FORTALECIMENTO INSTITUCIONAL PARA IMPLEMENTAÇÃO DA LEGISLAÇÃO URBANÍSTICA
Organização das oficinas de capacitação
Visita técnica VT
Realização das oficinas de capacitação OT
Entrega do Produto 13 - Oficinas de Capacitação e
P13
apresentação de relatórios.
ETAPA 8: ACOMPANHAMENTO DO TRÂMITE DO PROJETO DE LEI PDEP E DA LPUOS NA CÂMARA DE VEREADORES
Apresentação do conteúdo das minutas de lei
Esclarecimentos sobre as minutas de lei
Entrega do Produto 14 - Relatório de acompanhamento P14

Notas:
1. Eventuais necessidades de ajustes do cronograma de execução das atividades ao longo do processo de trabalho serão definidas entre a EMHUR e a equipe de coordenação do IBAM e divulgadas na área da revisão do Plano Diretor no
site da Prefeitura de Boa Vista.
2. Com relação aos eventos públicos, o cronograma indica os períodos em que deverão ser realizados. A data precisa de cada um deles será definida considerando o andamento do trabalho e as agendas dos agentes públicos envolvidos.
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Revisão do Plano Diretor Estratégico e Participativo de Boa Vista | Produto 1 – Plano de Trabalho

ANEXOS

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Revisão do Plano Diretor Estratégico e Participativo de Boa Vista | Produto 1 – Plano de Trabalho

ANEXO 1 - REGISTRO DE ATIVIDADES REALIZADAS

Tendo a Ordem de Serviço para início da Etapa 1 sido emitida em 2 de janeiro de 2023,
o trabalho foi instalado efetivamente me 17 de janeiro de 2023 com a realização de
reunião virtual entre equipes do IBAM e da EMHUR. Na sequência, ocorreram outras
reuniões virtuais para a primeira Visita Técnica ao Município de Boa Vista, no período
de 6 a 10 de fevereiro de 2023.
As atividades realizadas até o momento de consolidação deste produto são indicadas no
registro a seguir.

1. Reunião de instalação dos trabalhos


Data: 17/1/2023
Local: ambiente virtual
Participantes: equipes do IBAM e da EMHUR
Assuntos tratados:
Apresentação dos participantes. Organização do trabalho – coordenação IBAM / Grupo
gestor da Prefeitura. Considerações preliminares sobre o Plano de Trabalho /
planejamento das atividades iniciais. Primeira visita técnica. Informações iniciais a
serem fornecidas pela Prefeitura. Estrutura e práticas de comunicação da Prefeitura /
Plano de Comunicação. Agenda de trabalho até a primeira visita técnica.

2. Reunião com representantes dos diversos setores da Prefeitura


Data: 25/1/2023
Local: ambiente virtual
Participantes: equipes do IBAM, da EMHUR, representantes de diversas Secretarias
Municipais
Assuntos tratados:
Informações Técnicas Preliminares. Programa Preliminar da 1ª Visita Técnica.

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Revisão do Plano Diretor Estratégico e Participativo de Boa Vista | Produto 1 – Plano de Trabalho

3. Reunião sobre estratégias de comunicação para mobilização social


Data: 26/1/2023
Local: ambiente virtual
Participantes: equipes do IBAM, da EMHUR e da Secretaria Municipal de Comunicação
Assuntos tratados:
Apresentação das equipes de comunicação e mobilização social. Estrutura preliminar
do Plano de Comunicação. Recursos de comunicação utilizados pela prefeitura que
podem ser utilizados na revisão do Plano Diretor. Diretrizes de comunicação Prefeitura
de Boa Vista (logomarca, orientações de uso de marca, prazos, fluxos, entre outros).
Interlocutores (comunicação e mobilização social) IBAM e Prefeitura de Boa Vista.
Programação de reunião presencial na primeira visita de campo.

4. 1ª Visita Técnica
Data: 6 a 10/2/2023
Local: Boa Vista
Participantes: conforme programação abaixo. Pela equipe do IBAM, Alexandre Santos,
Henrique Barandier e Bernardo Mercante.
Programa realizado:

2ª feira, 6/2/2023

Manhã:
▪ Viagem da equipe do IBAM - Rio / Boa Vista

Tarde:
▪ 12h – Encontro com o Prefeito Municipal
- apresentação das equipes
- aspectos gerais de Boa Vista e da revisão do Plano Diretor

▪ 15h - Reunião com o Prefeito Municipal e Secretariado


- instituição do Comitê Gestor Municipal, formado por representantes das
diversas Secretarias
- visão geral do trabalho

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Revisão do Plano Diretor Estratégico e Participativo de Boa Vista | Produto 1 – Plano de Trabalho

Prefeito Arthur Henrique e Secretários Municipais com a equipe do IBAM


Fonte: Giovani Oliveira/Prefeitura de Boa Vista, 2023

3ª feira, 7/2/2023

Manhã:
▪ 9h - Reunião com o Comitê Gestor Municipal
- balanço das informações preliminares solicitadas

Reunião com o Comitê Gestor Municipal


Fonte: IBAM, 2023

▪ 10h - Reunião com equipe de comunicação


- estrutura e conteúdo preliminares do Produto 2 (Plano de Comunicação)
- planejamento de ações

▪ 11h – Reunião com o IBGE

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Revisão do Plano Diretor Estratégico e Participativo de Boa Vista | Produto 1 – Plano de Trabalho

Reunião com equipe do IBGE


Fonte: IBAM, 2023

Tarde:
▪ 14h - Oficina Técnica 1 com o Comitê Gestor Municipal

Oficina Técnica 1
Fonte: IBAM, 2023

4ª feira, 8/2/2023

Manhã:
▪ Visita de Campo – área urbana

Tarde:
▪ Visita de Campo – Pontos críticos da área urbana

5ª feira, 9/2/2023

Manhã:
▪ 9h - Oficina Técnica com o Comitê Gestor Municipal

53
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Revisão do Plano Diretor Estratégico e Participativo de Boa Vista | Produto 1 – Plano de Trabalho

Oficina Técnica 1
Fonte: IBAM, 2023

Tarde:
▪ 15h – Reunião com o Conselho da Cidade
- apresentação do Plano de Trabalho

Conselho da Cidade
Fonte: IBAM, 2023

▪ 17h – Participação na Reunião do Conselho Municipal de Meio Ambiente


- apresentação da equipe do IBAM e do processo de revisão do Plano Diretor

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Revisão do Plano Diretor Estratégico e Participativo de Boa Vista | Produto 1 – Plano de Trabalho

Conselho Municipal de Meio Ambiente


Fonte: IBAM, 2023

6ª feira, 10/2/2023

Manhã:
• Visita de campo – área rural

Tarde:
▪ 16h - Reunião IBAM/EMUHR
- Balanço da Visita Técnica
- Plano de Trabalho
- Próximas ações

ANEXO 2 - OFICINA TÉCNICA 1 – APRESENTAÇÃO E SÍNTESE DOS


RESULTADOS

A seguir, apresenta-se o material utilizado na Oficina Técnica 1 e a síntese dos resultados


obtidos nas atividades realizadas com o Comitê Gestor.

55
REVISÃO DO PLANO DIRETOR
E LEGISLAÇÃO URBANÍSTICA DE BOA VISTA
POLÍTICA URBANA
Marcos Legais

CONSTITUIÇÃO FEDERAL (1988)


Competências do Município
“promover, no que couber, adequado ordenamento territorial, mediante planejamento e
controle do uso do parcelamento e da ocupação do solo urbano”
(reafirma o papel tradicionalmente exercido pelo Município no Brasil)

Capítulo da Política Urbana


✔ Função social da cidade e da propriedade urbana

✔ Combate à especulação imobiliária / aproveitamento de áreas infraestruturadas das


cidades

✔ Regularização fundiária de interesse social


POLÍTICA URBANA
Marcos Legais

ESTATUTO DA CIDADE (2001)


Diretrizes para as áreas urbanas
Refletem o reconhecimento das desigualdades territoriais na produção das cidades
brasileiras

Plano Diretor e participação social


Conversão de um instrumento de planejamento tecnocrático em instrumento de gestão
democrática da cidade

Instrumentos da política urbana


Regulamentação de instrumentos de indução do desenvolvimento urbano, recuperação
pública da valorização da terra, regularização fundiária, participação social
POLÍTICA URBANA
Arcabouço Jurídico Institucional
AGENDA URBANA (AMBIENTAL)
Atualização

Adaptação das cidades à recorrência de eventos climáticos extremos

Chuvas 2011 – Nova Friburgo Seca 2014 – Sistema Cantareira


AGENDA URBANA (AMBIENTAL)
Atualização

Contenção da dispersão urbana


AGENDA URBANA (AMBIENTAL)
Atualização

Produção de moradia com qualidade


Produção de Mercado Produção do Estado Autoconstrução
AGENDA URBANA (AMBIENTAL)
Atualização

Produção de moradia com qualidade


Produção de Mercado Produção do Estado Autoconstrução

Programas de

Assistência
Técnica
De arquitetura e
engenharia
AGENDA URBANA (AMBIENTAL)
Atualização

Financiamento do desenvolvimento urbano

OODC / Recuperação de Cadastro imobiliário /


valorização fundiária Cobrança IPTU

Fonte: Furtado e Jorgensen, 2006


AGENDA URBANA (AMBIENTAL)
Atualização

Mobilidade urbana sustentável

Fonte: WRI, 2021 – Ruas Completas no Brasil


AGENDA URBANA (AMBIENTAL)
Atualização

Dinâmicas socioambientais no território rural


AGENDA URBANA (AMBIENTAL)
Atualização

Anos 2000 Anos 2020


Reforma Urbana / Revisão dos PDs
Estatuto da Cidade pós-Estatuto da Cidade

- Acesso à moradia digna e terra - Toda a agenda anterior


urbanizada +
- Universalização do saneamento - Mudanças climáticas
- Contenção da expansão urbana - Riscos ambientais
- Financiamento da cidade - Assistência Técnica
- Áreas de interesse ambiental - Mobilidade urbana sustentável
- Patrimônio histórico - Conforto ambiental urbano
- Participação e controle social - Equidade de gênero
- Etc. - Envelhecimento da população
- Envelhecimento das construções
- Segurança alimentar
- Ativos ambientais no território
- Cidade pós-pandemia
- Demandas de segmentos sociais
- Etc.
AGENDA URBANA (AMBIENTAL)
Atualização

QUAL O PAPEL DO PLANO DIRETOR?

O processo de revisão do Plano Diretor é o momento oportuno para o Município avaliar


como essa agenda urbana (ambiental) geral se traduz localmente.
✔ Quais os temas principais?
✔ Quais os grandes desafios locais?
✔ Como enfrentá-los, considerando a realidade do município?
✔ Quais as condicionantes sociais, ambientais, econômicas, urbanas para se pensar o
desenvolvimento urbano e territorial local?
PLANO DIRETOR
REVISÃO DO PLANO DIRETOR
Escopo do trabalho

Plano Diretor
✓ Diretrizes gerais para o desenvolvimento urbano e territorial
✓ Diretrizes setoriais / temáticas
✓ Programas e ações
✓ Macrozoneamento Municipal
✓ Perímetro Urbano
✓ Zoneamento Urbano
✓ Instrumentos da política urbana (Estatuto da Cidade)

Lei de Uso e Ocupação do Solo


✓ Parâmetros urbanísticos (coeficientes de aproveitamento, lote mínimo, gabarito, taxas de
ocupação e permeabiliade, afastamentos etc)
✓ Usos e atividades

Lei de Parcelamento do Solo Urbano


✓ Modalidades de parcelamento do solo
✓ Vedações, critérios urbanísticos e obrigações do parcelador
✓ Procedimentos
REVISÃO DO PLANO DIRETOR
Fases, etapas e produtos

30 dias 120 dias 150 dias 65 dias


- Oficina - Lançamento do PD - Oficina Técnica 3 - Oficinas de Capacitação
Técnica 1 - Reuniões Regionais - Reunião(es) com os Gestores Municipais)
- Conselho da -Reuniões Setoriais com - Reunião com o Comitê da Primeira Infância
Cidade segmentos da sociedade civil - Reuniões Regionais
-- Oficina Técnica 2 -Reuniões Setoriais com segmentos da sociedade civil
- Seminário Projetos - Audiência Pública 2
- Audiência Pública 1
REVISÃO DO PLANO DIRETOR
Cronograma

JANEIRO FEVEREIRO MARÇO ABRIL MAIO JUNHO JULHO AGOSTO SETEMBRO OUTUBRO NOVEMBRO DEZEMBRO JANEIRO
FASES ETAPAS

FASE 1 - ETAPA 1 - DEFINIÇÃO DA METODOLOGIA DE TRABALHO


PLANEJAMENTO 30 E MECANISMOS E ESTRATÉGIAS A SEREM ADOTADOS
DIAS PARA EXECUÇÃO E DIVULGAÇÃO DA REVISÃO

FASE 2 - ETAPA 2 - LEITURA COMUNITÁRIA


DIAGNÓSTICO
ETAPA 3 - LEITURA COM O GOVERNO MUNICIPAL E
120 DIAS
LEITURA TÉCNICA

ETAPA 4 - DEFINIÇÃO E PACTUAÇÃO DAS DIRETRIZES E


PROPOSIÇÕES PARA A REVISÃO DO PDEP
FASE 3 -
PROPOSTAS ETAPA 5: REVISÃO E FINALIZAÇÃO DO PROJETO DE LEI
150 DIAS DO PDEP

ETAPA 6: ELABORAÇÃO DA ALTERAÇÃO DAS LEIS QUE SE


RELACIONAM O PLANO DIRETOR
ETAPA 7:CAPACITAÇÃO E FORTALECIMENTO
FASE 4 -
INSTITUCIONAL PARA IMPLEMENTAÇÃO DA LEGISLAÇÃO
CAPACITAÇÃO E
URBANÍSTICA
ACOMPANHA-
MENTO ETAPA 8: ACOMPANHAMENTO DO TRÂMITE DO
65 DIAS PROJETO DE LEI PDEP E DA LPUOS NA CÂMARA DE
VEREADORES
Visitas técnicas VT VT VT VT VT VT VTVT

Audiências/ Reuniões regionais RR AP RR AP

PRINCIPAIS Oficinas técnicas OT OT OT OTOT


EVENTOS
P1 P1 P1
P1 P2 P3 P6 P5 P8 P9 P13
0 1 2
Produtos
P4 P7 P14
EXERCÍCIOS DA OFICINA 1
Síntese de resultados

Exercício 1 (individual)
Como é viver em Boa Vista?

Exercício 2 (individual)
Qual o maior problema/desafio de Boa Vista

Exercício 3 (grupo)
Explique mais detalhamente como se caracteriza o problema/desafio em Boa Vista
(foram organizados 5 grupos e cada uma tratou de um problema/desafio identificado no exercício
anterior, segundo o agrupamento de assuntos feito durante a oficina)

Exercício 4 (grupo)
Indique aspectos positivos e negativos da legislação urbanística de Boa Vista

Os resultados dos exercícios foram discutidos com o grupo todo, indicando questões que merecem
maior aprofundamento no processo de revisão do Plano Diretor, sem prejuízo de outras que se
apresentem também como relevantes no desenvolvimento dos trabalhos
DESAFIOS DE BOA VISTA
Síntese de resultados – Oficina 1 (exercício1)
DESAFIOS DE BOA VISTA
Síntese de resultados – Oficina 1 (exercício 2)
DESAFIOS DE BOA VISTA
Síntese de resultados – Oficina 1 (exercício 3)

Mobilidade Urbana

Regularização Fundiária

Expansão Horizontal
DESAFIOS DE BOA VISTA
Síntese de resultados – Oficina 1 (exercício 3)

Drenagem Urbana

Imigração

Aspectos Aspectos
Negativos Positivos
DESAFIOS DE BOA VISTA
Síntese de resultados – Oficina 1 (exercício 4)
DESAFIOS DE BOA VISTA
Síntese de resultados – Oficina 1 (exercício 4)
............................................
Revisão do Plano Diretor Estratégico e Participativo de Boa Vista | Produto 1 – Plano de Trabalho

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