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E1122

Public Disclosure Authorized

PREFEITURA BH
TRABALHO PELA VIDA

PROJETO BH VILAS URBANIZADAS

RELATÓRIO DE
RELATÓRIO DE AVALIAÇÃO
AVALIAÇÃO AMBIENTAL
AMBIENTAL
Public Disclosure Authorized

CONJUNTO
CONJUNTO TAQUARIL
TAQUARIL VILA
VILA SÃO
SÃO JOSÉ
JOSÉ
Public Disclosure Authorized
Public Disclosure Authorized

FEVEREIRO
FEVEREIRO 2005
2005
PREFEITURA BH
PROGRAMA BH VILAS URBANIZADAS

PROGRAMA BH VILAS URBANIZADAS

RELATÓRIO DE AVALIAÇÃO
AMBIENTAL

CONJUNTO TAQUARIL

VILA SÃO JOSÉ

FEVEREIRO 2005

1
PREFEITURA BH
PROGRAMA BH VILAS URBANIZADAS

APRESENTAÇÃO

O presente documento constitui o Relatório de Avaliação Ambiental do PROGRAMA


BH VILAS URBANIZADAS, do município de Belo Horizonte.

O PROGRAMA BH VILAS URBANIZADAS tem por objetivo principal ampliar a inclusão


social e urbana das comunidades carentes, em especial do conjunto Taquaril e da Vila
São José, à cidade formal.

O Programa contempla, na forma de estudos planejados das intervenções, a


urbanização do conjunto Taquaril e da vila São José/Pedro II, no sentido de minimizar
as péssimas condições de moradia, a dificuldade de um planejamento habitacional e a
gravidade dos problemas provocados pela ocupação desordenada que ocorreu nestes
locais.

O Projeto contempla três vertentes de ações principais:

• Taquaril Urbanizado;

• Integração Vila São José;

• Apoio à Gestão Integrada de Políticas Sociais e Urbanas.

Neste relatório são identificados, valorados e interpretados os prováveis impactos


ambientais que podem ser causados com a implantação das intervenções propostas
pelo Programa BH Vilas Urbanizadas, nas fases de planejamento, implantação e
operação dos empreendimentos propostos, por cada componente do Programa.

Apresentam-se, também as principais medidas mitigadoras dos impactos negativos e


maximizadora dos impactos positivos resultantes da implantação do Programa sobre o
meio ambiente, com a proposição de medida que buscam evitar ou minorar as
eventuais perdas causadas pelas ações propostas e potencializar seus benefícios.

O Programa BH Vilas Urbanizadas é classificado pelo Banco Mundial na Categoria A,


provavelmente pelos impactos ambientais adversos significativos e de caráter sensível.

Observa-se que a maior parte dos impactos negativos refere-se à fase de execução
das obras. É preciso ressaltar, contudo, que tais impactos em sua maioria são
localizados e de curta duração, se restringindo à época das obras. Por outro lado, os
impactos mais significativos são positivos e terão efeito direto sobre os cursos d’água
da região e sobre a saúde e qualidade de vida da população.

Feita tal avaliação, conclui-se pela viabilidade ambiental do Programa BH Vilas


Urbanizadas, desde que as medidas mitigadoras sugeridas sejam efetivamente
empreendidas.

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PROGRAMA BH VILAS URBANIZADAS

ÍNDICE

1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................ 1
1.1 LOCALIZAÇÃO DA ÁREA DE ABRANGÊNCIA DO PROGRAMA ............................................. 1

2 INFORMAÇÕES GERAIS (PARA LICENCIAMENTO SMMA) ................................ 3


2.1 NOME DO EMPREENDIMENTO: ...................................................................................... 3
2.2 LOCALIZAÇÃO DO EMPREENDIMENTO:.......................................................................... 3
2.3 RESPONSÁVEL TÉCNICO PELO EMPREENDIMENTO: ........................................................ 3
2.4 RELAÇÃO DOS PROFISSIONAIS INTEGRANTES DA EQUIPE TÉCNICA: ............................... 3
3 CONCEPÇÃO GERAL DO PROGRAMA..................................................................... 4
3.1 OBJETIVOS DO PROGRAMA ........................................................................................... 4
3.2 COMPONENTES DO PROGRAMA ..................................................................................... 5
4 CARACTERIZAÇÃO DA SITUAÇÃO ATUAL............................................................ 7
4.1 CARACTERÍSTICAS DO MUNICÍPIO DE BELO HORIZONTE................................................ 7
4.1.1 Caracterização do Meio Natural ......................................................................... 7
4.1.1.1 Bacias Hidrográficas........................................................................................ 7
4.1.1.2 Aspectos Físico-Climáticos ............................................................................. 9
4.1.1.3 Aspectos Geológicos e Geomorfológicos......................................................... 9
4.1.1.4 Erosão e Assoreamento.................................................................................. 13
4.1.1.5 Qualidade da Água dos Corpos Hídricos........................................................ 14
4.1.1.6 Vegetação...................................................................................................... 15
4.1.1.7 Fauna ............................................................................................................ 15
4.1.2 Caracterização Sócio-Econômica...................................................................... 16
4.1.2.1 Evolução Econômica ..................................................................................... 16
4.1.2.2 Demografia ................................................................................................... 17
4.1.2.3 Emprego........................................................................................................ 20
4.1.3 Uso e Ocupação atual do solo ........................................................................... 23
4.1.3.1 Aspectos de Planejamento do Desenvolvimento Urbano................................ 23
4.1.3.2 ZEIS – Zonas Especiais de Interesse Social ................................................... 25
4.1.3.3 Evolução do Crescimento da Cidade Informal ............................................... 26
4.1.3.4 Áreas de Preservação Ambiental.................................................................... 28
4.1.4 Infra-estrutura Urbana...................................................................................... 30
4.1.4.1 Sistema de Esgotamento Sanitário ................................................................. 30
4.1.4.2 Sistema de Drenagem Pluvial ........................................................................ 34
4.1.4.3 Sistema de Limpeza Urbana .......................................................................... 39
4.1.4.4 Sistema de Abastecimento de Água ............................................................... 44
4.1.4.5 Sistema Viário e de Transporte Coletivo........................................................ 45
4.2 CARACTERÍSTICAS DAS ÁREAS DE INTERVENÇÃO ....................................................... 49
4.2.1 Conjunto Taquaril ............................................................................................. 49
4.2.1.1 Definição da área de Influência...................................................................... 49
4.2.1.2 Caracterização do Meio Natural (Físico e Biótico)......................................... 52
4.2.1.3 Caracterização Sócio-Econômica................................................................... 58
4.2.1.4 Uso e Ocupação Atual do Solo ...................................................................... 60
4.2.1.5 Infra-Estrutura Urbana................................................................................... 67
4.2.1.6 Áreas Urbanas de Risco................................................................................. 72
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4.2.1.7 Cursos d’água................................................................................................ 86


4.2.1.8 Vegetação e Áreas de Preservação................................................................. 90
4.2.2 Vila São José..................................................................................................... 91
4.2.2.1 Definição da área de Influência...................................................................... 91
4.2.2.2 Caracterização do Meio Natural (Físico e Biótico)......................................... 95
4.2.2.3 Caracterização Sócio-Econômica................................................................... 97
4.2.2.4 Uso e Ocupação do Solo.............................................................................. 103
4.2.2.5 Áreas Urbanas de Risco............................................................................... 105
4.2.2.6 Cursos d’Água............................................................................................. 106
4.2.2.7 Vegetação e Áreas de Preservação............................................................... 109
4.2.2.8 Infra-estrutura Urbana ................................................................................. 117
5 CONCEPÇÃO GERAL DAS INTERVENÇÕES ....................................................... 122
5.1 COMPONENTE: TAQUARIL URBANIZADO ................................................................... 122
5.1.1.1 Requalificação e Revitalização Urbano-Ambiental ...................................... 123
5.1.1.2 Reestruturação do Sistema Habitacional ...................................................... 131
5.1.1.3 Desenvolvimento Social .............................................................................. 136
5.1.1.4 Regularização Fundiária .............................................................................. 143
5.1.1.5 Escopo das Intervenções Físicas no Taquaril ............................................... 145
5.1.1.6 Padrões Urbanísticos Propostos ................................................................... 147
5.1.1.7 Programa de Implantação das Intervenções.................................................. 149
5.1.1.8 Etapas Já Realizadas e em Andamento - Conjunto Taquaril ......................... 153
5.1.1.9 Beneficiários – Conjunto Taquaril ............................................................... 155
5.1.2 Componente: Integração Vila São José ........................................................... 156
5.1.2.1 Requalificação e Revitalização Urbano Ambiental....................................... 156
5.1.2.2 Reestruturação do Sistema Habitacional ...................................................... 158
5.1.2.3 Desenvolvimento Social .............................................................................. 163
5.1.2.4 Regularização Fundiária .............................................................................. 168
5.1.2.5 Reestruturação do Sistema Viário ................................................................ 171
5.1.2.6 Etapas Já Realizadas ou em Andamento - Vila São José .............................. 178
5.1.3 Componente: Apoio À Gestão Integrada De Projetos Estruturantes ................ 180
5.1.3.1 Melhoria da Capacidade de Planejamento, Monitoramento e Fiscalização das
ZEIS e Áreas de Risco ................................................................................................ 180
5.1.3.2 Fortalecimento das Políticas Pós-Morar e Pós-Regularizar .......................... 182
5.1.3.3 Gestão do Programa .................................................................................... 185
5.1.4 Compatibilidade Entre Ações do Programa e Outras Planejadas no Âmbito do
Município ....................................................................................................................... 187
5.1.4.1 Plano Diretor de Drenagem Urbana de Belo Horizonte – PDDU/BH ........... 187
5.1.4.2 Programa de Recuperação Ambiental e Saneamento dos Fundos de Vale e dos
Córregos em Leito Natural - DRENURBS .................................................................. 189
5.1.4.3 Programa de reestruturação e integração do sistema viário do município de belo
horizonte - VIURBS ................................................................................................... 196
5.1.4.4 Plano Estratégico de Diretrizes de Intervenção nas Zonas de Especial Interesse
Social - PLANÃO....................................................................................................... 201
5.1.4.5 Plano Municipal de Saneamento de Belo Horizonte..................................... 208
5.1.4.6 Plano de Reestruturaçâo do Sistema de Transporte Coletivo de Belo Horizonte
- BHBUS 216
5.1.4.7 Programa de Desenvolvimento Integrado dos Assentamentos Subnormais do
Município de Belo Horizonte - BH CIDADANIA....................................................... 220
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5.1.5 Análise de Eficiência da Implantação do Programa Vilas Urbanizadas........... 223


5.1.5.1 Conjunto Taquaril........................................................................................ 223
5.1.5.2 Vila São José............................................................................................... 224
5.1.6 Etapas Já Realizadas Ou Em Andamento ........................................................ 226
5.1.6.1 Interface com o Plano Diretor do Granja de Freitas...................................... 226
5.1.7 Análise Das Alternativas Técnicas................................................................... 227
5.1.7.1 Componente Integração Vila São José ......................................................... 227
6 MARCO LEGAL E INSTITUCIONAL ...................................................................... 231
6.1 LEGISLAÇÃO AMBIENTAL E DE RECURSOS HÍDRICOS ................................................ 231
6.1.1 Legislação Federal.......................................................................................... 231
6.1.1.1 Constituição Federal .................................................................................... 231
6.1.1.2 Meio Ambiente............................................................................................ 231
6.1.1.3 Recursos Hídricos........................................................................................ 233
6.1.1.4 Legislação Pertinente ao Processo de Regularização.................................... 234
6.1.2 Legislação Estadual ........................................................................................ 234
6.1.2.1 Agenda Marrom .......................................................................................... 235
6.1.2.2 Agenda Verde.............................................................................................. 236
6.1.2.3 Agenda Azul ............................................................................................... 237
6.1.3 Legislação Municipal ...................................................................................... 240
6.2 MARCO INSTITUCIONAL ............................................................................................ 244
6.2.1 Sistema Federal de Meio Ambiente - SISNAMA............................................... 244
6.2.2 Sistema Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos - SISEMA................ 244
6.2.2.1 Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável –
SEMAD 245
6.2.3 Sistema Municipal de Meio Ambiente .............................................................. 248
6.2.3.1 Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Saneamento Urbano–SMMAS ... 248
6.2.3.2 COMAM - Conselho Municipal do Meio Ambiente .................................... 253
6.3 COMPETÊNCIAS – CONVÊNIO ESTADO/ MUNICÍPIO..................................................... 254
6.4 AÇÕES DE FORTALECIMENTO INSTITUCIONAL PROPOSTAS PELO DRENURBS PARA
SECRETARIA MUNICIPAL DE MEIO AMBIENTE ...................................................................... 255
6.4.1 Desenvolvimento e a implantação de um Sistema Integrado de Informações
Ambientais Georeferenciadas ......................................................................................... 255
6.4.2 Capacitação dos gestores e técnicos da SMMAS e das unidades executoras de
ações ambientais das SCOMGER ................................................................................... 256
6.5 SITUAÇÃO DO PROCESSO DE LICENCIAMENTO DE CADA COMPONENTE ...................... 257
6.5.1 CONJUNTO TAQUARIL................................................................................. 257
6.5.2 VILA SÃO JOSÉ.............................................................................................. 257
7 AVALIAÇÃO AMBIENTAL DO PROGRAMA........................................................ 263
7.1 AVALIAÇÃO DOS IMPACTOS AMBIENTAIS .................................................................. 263
7.1.1 Critérios de Avaliação dos Impactos Ambientais ............................................. 263
7.2 DESCRIÇÃO DOS IMPACTOS COMUNS AO TAQUARIL URBANIZADO E À INTEGRAÇÃO DA
VILA SÃO JOSÉ ..................................................................................................................... 267
7.2.1 Fase de planejamento...................................................................................... 267
7.2.2 Fase de Execução das Obras........................................................................... 268
7.2.3 Fase de Operaçâo ........................................................................................... 271
7.3 AVALIAÇÃO AMBIENTAL: TAQUARIL URBANIZADO .................................................... 272
7.3.1 Sub-Componente: Requalificação e Revitalização Urbano-Ambiental ............. 272
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PROGRAMA BH VILAS URBANIZADAS

7.3.1.1 Saneamento Ambiental................................................................................ 272


7.3.1.2 Infra-Estrutura ............................................................................................. 277
7.3.1.3 Recuperação Ambiental e Controle de Áreas de Risco................................. 279
7.3.2 Sub-Componente: Reestruturação Do Sistema Habitacional ........................... 282
7.3.3 Sub-Componente: Desenvolvimento Social...................................................... 285
7.3.4 Sub-Componente: Regularização Fundiária .................................................... 287
7.3.5 Hierarquização dos Impactos Ambientais........................................................ 288
7.4 AVALIAÇÃO AMBIENTAL: INTEGRAÇÃO VILA SÃO JOSÉ ............................................ 291
7.4.1 Sub-Componente: Requalificação e Revitalização Urbano-Ambiental ............. 291
7.4.1.1 Saneamento Ambiental................................................................................ 291
7.4.1.2 Infra-Estrutura ............................................................................................. 296
7.4.1.3 Recuperação Ambiental e Controle das Áreas de Risco ............................... 297
7.4.2 SUB-COMPONENTE: Reestruturação do Sistema Habitacional..................... 298
7.4.2.1 Reassentamento/ Indenizações..................................................................... 298
7.4.3 SUB-COMPONENTE: Desenvolvimento Social .............................................. 302
7.4.4 SUB-COMPONENTE: Regularização Fundiária ............................................ 304
7.4.5 SUB-COMPONENTE: Implantação de Sistema Viário.................................... 305
7.4.6 Hierarquização dos Impactos Ambientais........................................................ 307
7.5 AVALIAÇÃO AMBIENTAL - APOIO À GESTÃO INTEGRADA DE POLÍTICAS SOCIAIS E
URBANAS ............................................................................................................................ 309

8 MEDIDAS MITIGADORAS........................................................................................ 311


8.1 DESCRIÇÃO DAS MEDIDAS MITIGADORAS COMUNS AO CONJUNTO TAQUARIL E A VILA SÃO
JOSÉ 311
8.1.1 Fase de Planejamento ..................................................................................... 311
8.1.2 Fase de execução das obras ............................................................................ 313
8.1.3 Fase de operação ............................................................................................ 317
8.2 DESCRIÇÃO DAS MEDIDAS MITIGADORAS ESPECÍFICAS AO CONJUNTO TAQUARIL ........ 320
8.3 INTEGRAÇÃO VILA SÃO JOSÉ ................................................................................... 325
9 AVALIAÇÃO AMBIENTAL GLOBAL DO PROJETO ........................................... 327
9.1 EVOLUÇÃO DO TAQUARIL SEM A IMPLANTAÇÃO DO PROGRAMA ................................ 327
9.2 EVOLUÇÃO DO TAQUARIL COM A IMPLANTAÇÃO DO PROGRAMA ............................... 329
9.3 EVOLUÇÃO DA VILA SÂO JOSÉ SEM A IMPLANTAÇÃO DO PROGRAMA ................. 331
9.4 EVOLUÇÃO DA VILA SÂO JOSÉ COM A IMPLANTAÇÃO DO PROGRAMA................ 333
9.5 RESUMO DOS IMPACTOS DO PROGRAMA .................................................................... 334
9.5.1 Impactos Positivos conseqüentes da implantação do Programa BH Vilas
Urbanizadas ................................................................................................................... 334
9.5.2 Impactos Negativos Consequentes da implantação do Programa BH Vilas
Urbanizadas ................................................................................................................... 335
9.5.3 Impactos de difícil qualificação Consequentes da implantação do Programa BH
Vilas Urbanizadas .......................................................................................................... 336
9.5.4 breve conclusão............................................................................................... 336
9.6 CONDIÇÕES DE SUSTENTABILIDADE ......................................................................... 337
10 POLÍTICAS OPERACIONAIS E SALVAGUARDAS DO BANCO MUNDIAL . 338
10.1 INTRODUÇÃO ........................................................................................................... 338
10.2 PRINCIPAIS POLÍTICAS OPERACIONAIS E SALVAGUARDAS ......................................... 338
10.3 SALVAGUARDAS ACIONADAS PELO PROGRAMA ........................................................ 340

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10.3.1 PO/PB 4.01 – Avaliação Ambiental................................................................. 340


10.3.2 PO/PB 4.04 – Habitat Natural......................................................................... 342
10.3.2.1 Princípios Básicos ................................................................................... 342
10.3.3 PO/PB 4.12 – Reassentamento Involuntário .................................................... 344
10.4 SALVAGUARDAS NÃO ACIONADAS PELO PROGRAMA ................................................. 345
11 PLANO DE GESTÃO AMBIENTAL – PGA.......................................................... 346
11.1 SUB-PROGRAMAS AMBIENTAIS ................................................................................ 346
11.1.1 Sistema de Gestão Ambiental........................................................................... 347
11.1.1.1 Funções e Competências Gerais por Áreas............................................... 351
11.1.1.2 Funções e Competências Específicas ....................................................... 352
11.1.2 Comunicação Social........................................................................................ 355
11.1.2.1 Objetivo Geral ......................................................................................... 355
11.1.2.2 Objetivos Específicos .............................................................................. 355
11.1.2.3 Público Alvo............................................................................................ 355
11.1.2.4 Metodologia ............................................................................................ 355
11.1.2.5 Atividades ............................................................................................... 356
11.1.2.6 Resultados esperados ............................................................................... 357
11.1.2.7 Cronograma............................................................................................. 357
11.1.2.8 Orçamento............................................................................................... 357
11.1.2.9 Responsabilidade Institucional................................................................. 357
11.1.3 Educação Ambiental........................................................................................ 358
11.1.3.1 Introdução ............................................................................................... 358
11.1.3.2 Educação Ambiental Extensiva................................................................ 358
11.1.3.3 Educação Ambiental Local ...................................................................... 359
11.1.3.4 Monitoramento Sócio-ambiental.............................................................. 359
11.1.3.5 Estimativa de Custos................................................................................ 359
11.1.3.6 Cronograma............................................................................................. 359
11.1.3.7 Responsável Institucional ........................................................................ 359
11.1.4 Eliminação de Ligações Cruzadas................................................................... 362
11.1.5 Monitoramento hidrológico e de Qualidade de água ....................................... 363
11.1.6 plano de monitoramento geológico/geotécnico ................................................ 364
11.1.7 PLANO de Desapropriação e Reassentamento Involuntário - PDRI - Vila São
José 365
11.1.8 Política Municipal de Reassentamento do Taquaril ......................................... 368
11.1.9 Manual Ambiental De Construção................................................................... 375
11.1.10 Programa de fortalecimento Institucional.................................................... 376
12 MANUAL AMBIENTAL DE CONSTRUÇÕES..................................................... 378
12.1 REQUERIMENTOS AMBIENTAIS PARA CONTRATAÇÃO DE EMPRESAS........................... 378
12.2 PLANEJAMENTO AMBIENTAL DE OBRAS ................................................................... 378
12.3 PROBLEMAS TÍPICOS A SEREM TRATADOS NO MANUAL AMBIENTAL DE CONSTRUÇÕES
380
12.3.1 Ações relativas à implantação e gerenciamento das Obras.............................. 381
12.3.2 Ações relativas às atividades construtivas ....................................................... 381
12.4 IMPLANTAÇÃO E GERENCIAMENTO DAS OBRAS ........................................................ 382
12.4.1 Canteiro de Obras........................................................................................... 382
12.4.2 Planos de Gerenciamento de Riscos e de Ações de Emergência na Construção384
12.4.2.1 Medidas Preventivas................................................................................ 384
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PROGRAMA BH VILAS URBANIZADAS

12.4.2.2 Medidas Corretivas.................................................................................. 385


12.4.3 Educação Ambiental dos trabalhadores e Código de Conduta na Obra........... 386
12.4.4 Saúde e Segurança nas Obras ......................................................................... 388
12.4.5 Gerenciamento e Disposição de Resíduos........................................................ 389
12.4.6 Controle de Ruído ........................................................................................... 391
12.4.6.1 Norma Técnicas 10.151 da ABNT ........................................................... 392
12.4.7 Controle de Emissão de Material Particulado ................................................. 393
12.4.8 Pátio de Equipamentos.................................................................................... 394
12.4.9 Intervenções com Infra-estrutura de Serviços .................................................. 394
12.4.10 Controle de Trânsito.................................................................................... 395
12.4.10.1 Dispositivos de Sinalização Diurna.......................................................... 396
12.4.10.2 Dispositivos de Sinalização Noturna........................................................ 397
12.4.10.3 Recuperação da Sinalização Afetada........................................................ 398
12.4.11 Estradas de Serviço ..................................................................................... 398
12.5 ATIVIDADES CONSTRUTIVAS .................................................................................... 399
12.5.1 Obras especiais ............................................................................................... 399
12.5.1.1 Áreas Urbanas ......................................................................................... 399
12.5.2 Obras Comuns................................................................................................. 401
12.5.2.1 Abertura da Faixa de Obras...................................................................... 401
12.5.2.2 Abertura da Vala...................................................................................... 402
12.5.2.3 Transporte e Manuseio de Tubos ............................................................. 403
12.5.2.4 Colocação dos Tubos............................................................................... 403
12.5.2.5 Cobertura da Vala.................................................................................... 404
12.5.2.6 Limpeza, Recuperação e Revegetação da Faixa de Obras......................... 405
12.5.2.7 Plano de Controle e Recuperação das Áreas de Empréstimo e de Bota-fora
407
12.5.3 Exploração de Jazidas..................................................................................... 407
13 CRONOGRAMA DE IMPLANTAÇÃO DAS ATIVIDADES ............................... 414
14 ESTIMATIVA DE CUSTOS.................................................................................... 415

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PREFEITURA BH
PROGRAMA BH VILAS URBANIZADAS

1 INTRODUÇÃO
O PROGRAMA BH VILAS URBANIZADAS contempla, na forma de estudos planejados das
intervenções, a urbanização do conjunto Taquaril e da vila São José/Pedro II, no sentido de
minimizar as péssimas condições de moradia, a dificuldade de um planejamento habitacional e
a gravidade dos problemas provocados pela ocupação desordenada que ocorreu nestes locais.

1.1 LOCALIZAÇÃO DA ÁREA DE ABRANGÊNCIA DO PROGRAMA

O programa BH-Vilas Urbanizadas contempla a urbanização do conjunto Taquaril e da vila São


José/Pedro II, no município de Belo Horizonte-MG.

O município de Belo Horizonte, capital do Estado de Minas Gerais, situa-se na região Sudeste
do Brasil, sendo delimitado pelas seguintes coordenadas: latitudes 19º 46’ 35” e 20º 03’ 34” sul;
e longitudes 43º 51’ 27” e 44º 03’ 47” oeste de Greenwich. Faz divisas ao sul com os
municípios de Nova Lima e Brumadinho, a leste com Sabará e Santa Luzia, ao norte com
Santa Luzia e Vespasiano e a oeste com Ribeirão das Neves, Contagem e Ibirité.

VESPASIANO

RIBEIRÃO DAS NEVES


SANTA LUZIA

L AGOA D
A

PAMP UL
HA

BRASIL SABARÁ

CONTAGEM
BELO HORIZONTE

MINAS
GERAIS
NOVA LIMA

IBIRITÉ

BRUMADINHO

Figura 1.1: Localização de Belo Horizonte

A área territorial de Belo Horizonte, de 330 km2, abriga uma população de cerca de 2,2 milhões
de habitantes (IBGE – Censo de 2000). Considerando-se a região metropolitana de Belo
Horizonte (RMBH), a população totaliza mais de 5 milhões de habitantes, distribuídos em 9.000
km2 e 34 municípios.

O Conjunto Taquaril localiza-se na região Leste de Belo Horizonte na divisa com os Bairros
Alto Vera Cruz, Saudade e Granja de Freitas e com o Município de Sabará. Possui uma área
de 145,2 ha e uma população estimada de 30.204 habitantes.

A vila São José situa-se na Região Noroeste da cidade, numa área aproximada de 14,5
hectares, com densidade populacional de 593 habitantes por hectare, sendo sua área física
limitada pelos Bairros Jardim Alvorada, Alípio de Melo e São José, tendo a Av. Pedro II e o
Anel Rodoviário como importantes referências urbanas.

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PREFEITURA BH
PROGRAMA BH VILAS URBANIZADAS

A Figura 1.2 apresenta a localização do Taquaril e da vila São José no município de Belo
Horizonte:

São José
Taquaril

Figura 1.2: Localização do Conjunto Taquaril e da Vila São José

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PREFEITURA BH
PROGRAMA BH VILAS URBANIZADAS

2 INFORMAÇÕES GERAIS (para licenciamento SMMA)

2.1 NOME DO EMPREENDIMENTO:

Programa BH Vilas Urbanizadas

2.2 LOCALIZAÇÃO DO EMPREENDIMENTO:

Conjunto Taquaril e Vila São José, em Belo Horizonte/MG.

2.3 RESPONSÁVEL TÉCNICO PELO EMPREENDIMENTO:

PREFEITURA MUNICIPAL DE BELO HORIZONTE – PBH


SCOMURBE – Secretaria Municipal de Coordenação da Política Urbana e Ambiental.
Avenida do Contorno, nº 5.454 - 8º Andar - Funcionários
Belo Horizonte – MG – CEP: 30.110-100
Fone: (31) 3277-8059

Contatos:
Secretário: Murilo de Campos Valadares
Assessora: Maria Caldas

2.4 RELAÇÃO DOS PROFISSIONAIS INTEGRANTES DA EQUIPE


TÉCNICA:

• Luciana Curi Araújo M. Mascarenhas - Engenheira Sanitarista - CREA/MG 59.313/D;


• Marilene Christina Oliveira Lopes - Engenheira Geotécnica - CREA/DF 9.908/D;
• Benício de Assis Araújo - Engenheiro Sanitarista - CREA/MG 4.041/D;
• Frieda Keifer Cardoso - Engenheira Sanitarista - CREA/MG 66.280/D;
• Hailton Curi - Arquiteto e Urbanista - CREA/MG 7.976/D;
• Flávia Lúcia Coelho Mota Pinheiro - Assistente Social - CRESS/MG 4.056;

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PREFEITURA BH
PROGRAMA BH VILAS URBANIZADAS

3 CONCEPÇÃO GERAL DO PROGRAMA

3.1 OBJETIVOS DO PROGRAMA

O PROGRAMA BH - VILAS URBANIZADAS tem por objetivo principal ampliar a inclusão social
e urbana das comunidades carentes, em especial do conjunto Taquaril e da Vila São José, à
cidade formal.

O Programa contempla, na forma de estudos planejados das intervenções, a urbanização do


conjunto Taquaril e da vila São José/Pedro II, no sentido de minimizar as péssimas condições
de moradia, a dificuldade de um planejamento habitacional e a gravidade dos problemas
provocados pela ocupação desordenada que ocorreu nestes locais.

O alcance do objetivo acima possibilitará atingir os seguintes propósitos:

Erradicação de áreas de risco encontradas no Taquaril, resolvendo-se os graves


problemas oriundos do risco geológico-geotécnico;

Remoção e reassentamento de famílias ocupantes de áreas consideradas de risco e/ou


com interferência direta no Programa;

Melhoria da qualidade de vida dos moradores que serão relocados em razão das
intervenções principais do projeto, sobretudo proporcionando a esse contingente
populacional condições sanitárias e de habitabilidade mais adequadas às suas
necessidades;

Redução da incidência de doenças de veiculação hídrica e os focos de propagação de


moléstias transmissíveis por insetos e roedores;

Melhoria das condições operacionais de transposição do Anel Rodoviário, dotando a


região de mais uma alternativa de acesso para o tráfego;

Assegurar a criação da acessibilidade a todas as áreas do município e consolidar o


corredor da Avenida Pedro II como estruturante da Bacia da Pampulha;

Proporcionar à população alternativas para desenvolvimento de atividades de lazer e


recreação.

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PROGRAMA BH VILAS URBANIZADAS

3.2 COMPONENTES DO PROGRAMA

Verifica-se que os principais problemas no conjunto Taquaril e na vila São José tiveram sua
origem ligada ao tipo de ocupação desordenada que se deu nestas áreas e que resultou numa
grande degradação ambiental e culminou em transformar o conjunto e a vila em bolsões de
pobreza, onde imperam extremas condições de insalubridade, tanto ao nível do saneamento
básico, quanto em relação ao risco geológico. Além disto, as duas vilas possuem um sistema
viário incompatível com as necessidades básicas que permitam uma acessibilidade segura e
confortável.

Embora, os problemas dos dois assentamentos em questão sejam muito parecidos o enfoque
das soluções que serão propostas para um é muito particular e diferencia-se sobremaneira.

A ocupação do Conjunto Taquaril iniciou-se em 1981, quando a área foi parcelada em grandes
chácaras. Em 1987 a Prefeitura Municipal de Belo Horizonte reparcelou a área em 2000 lotes
de 150m², onde foram assentadas famílias de “sem casas”. Desde então vêem ocorrendo
sucessivas ocupações das áreas verdes e de preservação, das margens dos córregos, dos
talvegues, das ravinas e das áreas de altíssimas declividades e de risco geológico do conjunto.

Sendo assim, a intervenção proposta no Conjunto Taquaril propõe uma ação de recuperação
urbanística e ambiental, através da reestruturação dos sistemas viários, ambiental, sanitário e
habitacional do conjunto, levando em conta a difícil topografia local. Somente serão removidas
as famílias que tiverem suas moradias em locais sujeitos a risco geológico muito alto, áreas de
proteção ambiental ou em locais onde serão abertas novas vias.

Com relação à Vila São José, a área de intervenção direta do atual programa é hoje cenário de
uma situação muito precária. O córrego São José atravessa uma região altamente adensada e
às suas margens vivem cerca de 2.300 famílias em péssimas condições sanitárias e
ambientais. Além disso, a Vila São José/Pedro II se conforma em uma barreira física no que
diz respeito à acessibilidade local e do entorno devido à posição estratégica que ocupa, isto é,
estar localizada entre o final da Avenida Pedro II e inicio da Avenida Presidente Tancredo
Neves (região onde se verifica a possibilidade de implementação de importante eixo viário que
fará a ligação entre a área central de BH e as regiões Noroeste e Pampulha)

Portanto, a condição de insalubridade da área, a presença de risco de inundações e a


necessidade de ligação viária entre as duas avenidas citadas justificam a não pertinência de
consolidação da vila naquele local. A intervenção planejada divide-se em duas grandes ações:
remoção e reassentamento das famílias residentes na Vila São José e implantação do projeto
viário.

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PROGRAMA BH VILAS URBANIZADAS

O Programa, em questão, constitui-se dos seguintes componentes:

PROGRAMA BH VILAS URBANIZADAS


Conjunto Taquaril e Vila São José

APOIO À GESTÃO
TAQUARIL INTEGRAÇÃO DA INTEGRADA DE
URBANIZADO VILA SÃO JOSÉ POLÍTICAS SOCIAIS
E URBANAS

Requalificação e Revitalização Requalificação e Revitalização Melhoria da capacidade de


Urbano Ambiental; Urbano Ambiental; planejamento, monitoramento e
Reestruturação do Sistema Reestruturação do Sistema fiscalização das ZEIS e áreas de
Habitacional Habitacional risco
Desenvolvimento Social Desenvolvimento Social Fortalecimento das Políticas
Regularização Fundiária Pós-Morar e Pós-Regularizar
Regularização Fundiária
Estudos, Projetos e Fiscalização Gestão do Programa
Implantação de Sistema Viário
Estudos, Projetos e Fiscalização

Não obstante os ganhos advindos das intervenções físicas deve-se notar que o Programa
favorecerá o fortalecimento da organização e mobilização comunitária do Taquaril e da vila São
José, a partir de um trabalho de participação da comunidade local a ser desenvolvido em
consonância com as intervenções físicas.

Serão parte integrante deste trabalho as atividades de educação ambiental, cuja


implementação deverá concorrer para a conscientização e sensibilização da população do
conjunto Taquaril e da vila São José, quanto ao imperativo de agir e contribuir para a
preservação do meio ambiente natural, de forma condizente com as necessidades das
gerações atuais e futuras.

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PROGRAMA BH VILAS URBANIZADAS

4 CARACTERIZAÇÃO DA SITUAÇÃO ATUAL


4.1 CARACTERÍSTICAS DO MUNICÍPIO DE BELO HORIZONTE

4.1.1 CARACTERIZAÇÃO DO MEIO NATURAL

4.1.1.1 Bacias Hidrográficas

Os principais cursos de água que formam a rede hidrográfica de Belo Horizonte são o ribeirão
Arrudas, em cuja bacia localiza-se o centro da cidade, e o ribeirão da Onça, que tem como seu
principal afluente o córrego Isidoro. Ambos os ribeirões nascem no vizinho município de
Contagem e correm no sentido sudoeste-nordeste. Dos 330 km2 que constituem a área do
município, 164 km2 (cerca de 50% do total) situam-se na bacia do ribeirão Arrudas e 158 km2
(cerca de 48% do total), na bacia do ribeirão da Onça. Os restantes, cerca de 2% do total, são
áreas que drenam diretamente para o rio das Velhas (Ver Figura 4.1).

Em Belo Horizonte há cerca de 694 quilômetros de cursos d’água, dos quais 28% encontram-
se revestidos (6% abertos e 22% fechados), correspondendo a 198 km de canais em concreto
armado. Restam, portanto, 496 km de córregos e ribeirões em leitos naturais e, destes, pouco
mais de 135 km situam-se na mancha urbana enquanto os demais se localizam em regiões
inadequadas ao parcelamento ou em áreas de preservação permanente.

Bacia do Ribeirão Arrudas


A bacia do ribeirão Arrudas tem uma área de drenagem da ordem de 200 km2, sendo que
seus tributários da margem direita possuem bacias de pequeno porte, com áreas de
drenagem inferiores a 10 km2. A região norte do município é drenada pelo ribeirão da Onça,
com bacia hidrográfica da mesma ordem de grandeza, também afluente do rio das Velhas,
integrando a bacia hidrográfica do rio São Francisco.

A maior parte do leito do ribeirão Arrudas, bem como de seus tributários, encontra-se
canalizada. O processo de canalização remonta ao início do processo de urbanização de
Belo Horizonte, no princípio do século, quando foram canalizados o trecho do ribeirão
situado na área central da cidade e o córrego da Serra. Em seguida, diversos córregos de
sua bacia também sofreram o mesmo tipo de intervenção, dando lugar a avenidas
sanitárias sem preocupação com a preservação do curso natural de água.

Grande parte da bacia, na região do empreendimento, já se encontra decapeada, devido à


implantação das vilas do Alto Vera Cruz, Taquaril e Saudade. Nessas áreas, a vegetação
nativa e natural já cedeu lugar para a semi-urbanização das vilas.

Bacia do Ribeirão da Onça


A bacia do ribeirão da Onça vem sendo urbanizada em período mais recente, e seus
córregos encontram-se, em grande parte, desprovidos de canalizações. São freqüentes os
problemas de enchentes nos vales dos córregos tributários do ribeirão da Onça,
destacando-se as ocorrências nas sub-bacias dos córregos Vilarinho, Ressaca, Engenho
Nogueira e Cachoeirinha, todos canalizados e situados em regiões densamente
urbanizadas.
Lançamentos clandestinos de resíduos sólidos, despejos de entulhos e de esgotos
sanitários e industriais são comuns ao longo de todos os cursos d’água que compõem a
malha hidrográfica da bacia.

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Fonte: DRENURBS

Figura 4.1 – Bacias Hidrográficas de Belo Horizonte

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4.1.1.2 Aspectos Físico-Climáticos

A área do município caracteriza-se por relevo ondulado indo, em declive contínuo, da Serra do
Curral, ao sul, ultrapassando o ribeirão Arrudas e atingindo a bacia do ribeirão da Onça, ao
norte.

A altitude mínima situa-se na faixa dos 680 m, próxima à foz do ribeirão da Onça, e a máxima
em torno dos 1000m, na Serra do Curral. O sistema de drenagem percorre amplos vales de
fundo chato, resultantes da acumulação de sedimentos aluviais. Em vários locais, os cursos
d’água adquirem padrões ortogonais, manifestando o condicionamento da drenagem à
estrutura do substrato.

O clima predominante é o tropical de altitude, apresentando um regime pluvial com média


anual de cerca de 1.500 mm. O período chuvoso, que ocorre nos meses de outubro a março,
concentra quase 90% do total anual, sendo que o mês de dezembro apresenta uma média de
precipitação de 315 mm. Esse regime de chuvas exerce forte pressão sobre o sistema de
drenagem urbana, que deve ser capaz de suportar uma sobrecarga significativa em
determinadas épocas do ano.

A variação anual do número de horas de insolação vai de 4,8 a 8,8 horas, observando-se os
valores maiores no período seco do ano. Por outro lado, a radiação solar diária incidente varia
de 180 a 260 watts/m2, ocorrendo os maiores valores no verão, notadamente nos meses de
janeiro e fevereiro.

4.1.1.3 Aspectos Geológicos e Geomorfológicos

A fisiografia de Belo Horizonte é diversificada e estreitamente vinculada às propriedades


geológicas do substrato. Distinguem-se três domínios geológicos e geomorfológicos
fundamentais: o “Domínio do Complexo de Belo Horizonte”, o “Domínio das Seqüências
Metassedimentares” e as coberturas cenozóicas descontínuas agrupadas no “Domínio das
Formações Superficiais”.

O Domínio do Complexo de Belo Horizonte representa cerca de 70% do território municipal,


sendo sua expressão maior ao norte da calha do ribeirão Arrudas. A presença de solos silto-
arenosos nas áreas de relevo suave e de solos essencialmente arenosos, nas áreas de relevo
acidentado neste domínio, favorece a ocorrência de processos erosivos em parte significativa
do território municipal. As áreas restantes do município, onde predominam seqüências
metassedimentares e coberturas cenozóicas descontínuas, apresentam menor propensão à
ocorrência de erosões.

O município de Belo Horizonte encontra-se parcialmente inserido no Quadrilátero Ferrífero


(QF), região de geologia complexa devido a mais de uma fase de deformação e metamorfismo.

Neste relatório adota-se a coluna estratigráfica sugerida por Dorr (1969), modificada por
Renger et al. (1994a), onde o QF apresenta-se constituído por quatro grandes unidades pré-
cambrianas, citadas a seguir da base para o topo:
• Complexo granito-gnáissico arqueano (Complexo Belo Horizonte);
• Seqüência metavulcano-sedimentar arqueana do Supergrupo Rio das Velhas (SGRV);
• Seqüência metassedimentar paleoproterozóica do Supergrupo Minas (SGM);
• Metassedimentos do Grupo Itacolomi.

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A Serra do Curral delimita a norte o polígono do Quadrilátero Ferrífero. Caracteriza-se por


apresentar uma estrutura onde os metassedimentos do SGM apresentam-se invertidos
estratigraficamente, estando o Grupo Sabará, unidade de topo do Supergrupo Minas, em
contato com o Embasamento Granito-Gnáissico.

4.1.1.3.1 Aspectos Geológicos Geotécnicos – Conjunto Taquaril


A área de influência do Taquaril está inserida no Complexo Ambiental do Quadrilátero
Ferrífero, situando-se nos contra-fortes noroeste da Serra do Curral. A constituição é por
rochas graníticas do Complexo Belo Horizonte, e filitos da Formação Sabará, de idade Pré-
Cambriana. Ainda ocorrem depósitos de cobertura de idade Terciária/Quarternária. Na estreita
faixa, até aproximadamente, a vila Alto Vera Cruz, ocorre o complexo Belo Horizonte,
constituído por rochas graníticas. Encontram-se em grande parte, decompostas, tendo como
produto de alteração um saprolito silto-arenoso. Ocupando a maior parte da área de influência
estão expostos metassedimentos da Formação Sabará, representados por filitos de
tonalidades variadas, devido à variações litológicas e do estado de alteração por intemperismo.

Próximo do contato com o complexo Belo Horizonte, a estrutura xistosa dos filitos esncontra-se
“perturbada” pelos efeitos do cisalhamento, encontrando-se sub-verticalizada. Ao longo do
córrego Taquaril, ocorre uma faixa contínua de largura de 50,0m, constituída por argilas
lateríticas de coloração avermelhada, pertecentes à Cobertura Terciário/Quaternária. Também,
ocorrem corpos aluvionares de pequena expressão ao longo do córrego, hoje, acrescidos de
contribuição antrópica, sob a forma de lixo. As distintas resistências das rochas, aliadas ao
intemperismo físico e químico, criaram processos erosivos naturais, que resultaram em uma
paisagem específica com encostas íngrimes, vale encaixado e cristas estreitas.

Quanto à erodibilidade, os saprolitos de filitos e as cangas ferruginosas são pouco susceptíveis


à erosão. Os ravinamentos exitentes no local, mesmo localizados nas encostas mais íngrimes,
são limitados em profundidade nunca superior a 1,0m. Os saprolitos de gnaisse, que ocorrem
na porção sul da área, mostram-se mais suscetíveis à erosão, sendo observados ravinamentos
mais intensos.

Do ponto de vista geotécnico, tanto os filitos da Formação Sabará, quanto as cargas


ferruginosas Terciário/Quaternário proporcionam boas condições de estabilidade. Os filitos da
Formação Sabará apresentam mergulho da ordem de 45o. a 50o. para montante, favorecendo
as condições de estabilidade das encostas. Os cortes para implantação, seja das habitações,
seja para implantação de ruas e acessos verificados no local, apresentam-se, via de regra,
verticalizados e de modo geral, estáveis. Os saprolitos de gnaisse apresentam mais instáveis,
que devem ser estabilizados para a construção.

Pode-se observar na região a ocorrência de algumas áreas críticas em processo de erosão


com sulcos e ravinas instalados, ativados pelo escoamento superficial das águas pluviais e
resultante, também, da ocupação desordenada em áreas de vertentes de média e alta
declividade; áreas desocupadas e sem cobertura vegetal, propiciando a ocorrência de
processos erosivos que podem desinstabilizar áreas habitadas; caminhos e ruas não
pavimentadas com carreamentos de sólidos; áreas decapadas, com horizonte superior de solo
retirado.

Tendo em vista as considerações acima mencionadas, é fundamental que em uma etapa


posterior seja feito um projeto básico das intervenções a serem executadas no Conjunto
Taquaril, o qual deverá ser elaborado a partir de estudos preliminares de campo e de
laboratório, tais como sondagens e ensaios de materiais. Esses estudos serão fundamentais
para definir a melhor solução de engenharia para a contenção, eliminação de áreas ou
prevenção de áreas potencialmente de risco.

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4.1.1.3.2 Aspectos Geológicos – Geotécnicos –Vila São José


A área de influência da vila caracteriza-se geologicamente por terrenos que se encontram
inseridos no Domínio do embassamento Cristalino, representado pelo Complexo Belo
Horizonte, no qual predominam rochas gnaíssico-migmatíticas, localmente milonitizadas e em
diferentes estágios de alteração, apresentando ainda corpos de natureza básica e ultramáfica
associados.

As formações superficiais associadas a esse Domínio são representadas por solos residuais e
por depósitos aluvionares de espessuras e evolução diferenciadas. Em geral, o solo é espesso
com textura silto argilosa em áreas de relevo suave, enquanto nas áreas de relevo acidentado
é silto-arenoso.

No que diz respeito às condições geotécnicas, a área de influência caracteriza-se pela


ocorrência de duas unidades geotécnicas básicas, as quais se dividem em subunidades:

- Unidade Geotécnica do Complexo Granito-Gnaisse


• Granito Gnaisse São a Alterado – apresenta boa resistência e baixa deformidade,
oferecendo capacidade de suporte, favorecendo a instalação de estruturas subterrâneas e
fundações rasas. Escavabilidade difícil. A permeabilidade depende de fraturas na rocha,
quando fraturada, apresenta alta percolação, porém sem capacidade de armazenamento.
• Saprólito - tem alta capacidade de suporte, alta a média erodibilidade. Se submetido à
percolação de águas pode apresentar queda na capacidade de suporte e aumenta o
potencial de erodibilidade. A permeabilidade é moderada a elevada, sua escavabilidade é
de franca a moderada, se exposto à intempéies, torna-se facilmente escavável. É
encontrado na vertente direita do córrego São José;
• Solo residual – suas características variam de acordo com sua textura, as proções mais
arenosas apresentam-se com menor coesão lítica, e protanto, mais susceptível a perda de
sua capacidade. Porém, de modo geral, é dotado de capacidade de suporte média,
permeabilidade de média a alta. Apresenta-se bastante vulnerável a erodibilidade e, se
exposto a escorrimento superficial e ação antrópica perde suas capacidades geotécnicas
de suporte e de erodibilidade;
• Solo Residual com blocos semi-alterados – a capacidade de suporte desta unidade
classifica-se como baixa a média, a escavabilidade é comprometida pela heterogeneidade
do mesmo, variando de franca a moderadamente difícil. Apresentam-se potencialmente
instáveis, devendo-se atentar para a impenetrabilidade deste material, caso seja motivo de
avaliação, em função de sua heterogeneidade e da disposição de blocos soltos em uma
matriz de solo residual.

- Unidade Geotécnica das Coberturas Superficiais


Englobam os colúvios e alúvios. Genericamente, apresentam baixa a média capacidade de
suporte e comprometimentos em relação às condições de permeabilidade e escavabilidade.

Através de um diagnóstico realizado na área de implantação do Projeto Pedro II, identificou-se


como característica principal, a ocorrência do talvegue do córrego São José. Caracterizaram-no
por um vale semi-encaixado, apresentando, em sua maioria, vertentes com declividades
médias a altas e significativas planícies de inundação, densamente, ocupadas.

O processo de ocupação inadequada e desordenada sobre terrenos potencialmente erodíveis,


submetidos à retirada de cobertura vegetal, a corte subverticais e a intensos lançamentos de
águas servidas e pluviais, desencadearam situações de instabilidades caracterizadas por
escorregamentos de solo, escorregamentos de solo/rocha, escorregamento de cobertura
superficial, processos erosivos, solapamentos e processos de inundação.

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Os solapamentos e as inundações são significativamente agravados pela redução da taxa de


permeabilização dos solos, pelo intenso processo de ocupação das planícies de inundação e
pelo assoreamento da calha do curso de drenagem por sedimentos oriundos de erosões e do
lançamento de lixo/entulho.

Os terrenos das áreas de reassentamento, encontram-se inseridos nas vertentes do vale do


córrego São José, caracterizadas por encostas com baixas a médias declividades variando no
máximo a 12%. São constituídos por saprólitos e solos residuais de granito-gnaisse,
apresentando-se, atualmente, decapeados, com indícios de processos erosivos laminares.

Suas características geotécnicas apresentam-se favorávies à implantação de moradias, pois


confere aos terrenos alta capacidade de suporte, favorecendo a instalação das fundações das
edificações e dos sistemas de esgotamento sanitário e de drenagem pluvial. Ressalta-se,
entretanto, a vulnerabilidade destes terrenos quanto à erodibilidade, quando expostos.

A área abrangida pelo município de Belo Horizonte apresenta sua geologia correspondente à
região do contato entre o embasamento granito-gnáissico e as rochas metassedimentares do
SGM. O SGRV não aflora no município.

Silva et al. (1995) dividem o município de Belo Horizonte em dois domínios litoestruturais e
morfológicos: Domínio do Complexo Belo Horizonte e Domínio das Seqüências
Metassedimentares.

O Domínio do Complexo Belo Horizonte ocorre em sua maior parte a norte da calha do ribeirão
Arrudas. Integra a unidade geomorfológica denominada Depressão Belo Horizonte,
abrangendo 70% do terrítório municipal. Neste domínio ocorrem principalmente rochas
gnáissico-migmatíticas que proporcionam um relevo de colinas de topo plano a arqueado com
encostas côncavo-convexas, altitudes entre 800 e 900m e depósitos cenozóicos. Espigões
alongados segundo direções N-S e E-W também ocorrem neste domínio.

O domínio das metassedimentares situa-se a sul da calha do ribeirão Arrudas e abrange 30%
do território municipal. Caracteriza-se pela diversidade litológica (itabiritos silicosos, itabiritos
dolomíticos, quatzitos puros e micáceos, filitos sericíticos e hematíticos e intrusões de
metadiabásios), estrutural e morfológica. O relevo apresenta vertentes íngremes, com altitudes
de até 1500m e um alinhamento de cristas orientadas segundo direção NE-SW.

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Conjunto Taquaril

Vila São José

LEGENDA

Filitos do Grupo Sabará

Gnaisse bandado
E sc ala
Gnaisse milonítico
0 3 km

Gnaisse de granulação grossa

Figura 3.2 - Mapa geológico de BH- Detalhe Conjunto Taquaril e Vila São José

4.1.1.4 Erosão e Assoreamento

Em Belo Horizonte, os processos de erosão e assoreamento são intensos e apresentam


estágios diversificados de evolução. A ocorrência de processos erosivos se destaca ao norte
da calha do ribeirão Arrudas em razão da predominância de solos arenosos e silto-arenosos.

Os processos erosivos são responsáveis por perdas econômicas significativas e severos


prejuízos de natureza ambiental. Fatores naturais, tais como o regime pluvial, a morfologia dos
terrenos e a geologia, favorecem a deflagração ou o agravamento desses processos.

A morfologia dos terrenos – a que se liga à geologia – marcada pela incidência de áreas
caracterizadas por elevada declividade e grandes desníveis locais, potencializa a ação do
escoamento superficial gerado a partir das intensas precipitações ocorrentes.

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Por outro lado, a intensificação do processo de urbanização concorre para o aumento de


sedimentos, devido às construções, limpeza de terrenos para novos loteamentos, construção
de ruas, avenidas e rodovias.

A produção de sedimentos gera pelo menos dois problemas:

• Assoreamento das seções de drenagem, com redução da capacidade de escoamento de


condutos, rios e lagos urbanos - a Lagoa da Pampulha em Belo Horizonte é um exemplo de
um lago urbano que vem sendo assoreado;
• Transporte de poluentes agregados ao sedimento, contaminando os cursos d’água.

4.1.1.5 Qualidade da Água dos Corpos Hídricos

O município de Belo Horizonte não dispõe, ainda, de monitoramento regular da qualidade da


água dos seus recursos hídricos. Porém, com base no conhecimento de campo e em alguns
monitoramentos específicos, constata-se que a maioria dos mananciais de água do município
localiza-se em bacias urbanizadas e encontra-se em avançado estado de degradação
ambiental, representando elevado risco sanitário para as pessoas que entrem em contato com
suas águas.

Existem alguns mananciais de superfície, localizados em bacias pouco habitadas, que se


encontram ainda relativamente preservados, sobretudo na bacia do Isidoro, na Regional Norte.
Eles ainda correm em seu leito natural e apresentam boa qualidade de água e mata ciliar em
suas margens.

Dentre as principais causas da degradação ambiental da maior parte dos cursos de água do
município, destacam-se:

• Inexistência de tratamento adequado dos fundos de vale – o que dificulta ou mesmo


impossibilita as ações de limpeza pública e de esgotamento sanitário em diversas áreas,
tornando-as fonte permanente de doenças de veiculação hídrica para as populações
próximas;
• Coleta de esgoto sanitário inadequada ou inexistente em algumas áreas de Belo Horizonte,
especialmente em vilas e favelas com urbanização precária;
• Lançamentos de esgotos sanitários brutos – a maior parte dos efluentes das redes de
esgoto da COPASA ainda é lançada diretamente nos córregos ou ribeirões, sem tratamento
prévio (a ETE Arrudas, inaugurada em outubro de 2001, trata, no momento, apenas 29% do
esgoto coletado em Belo Horizonte);
• Coleta de lixo precária ou inexistente – a despeito dos avanços ocorridos nos últimos anos,
em diversas vilas e favelas a coleta de lixo ainda é realizada de forma precária, induzindo a
população ao descarte do lixo em córregos e talvegues. A inexistência de urbanização
adequada em fundos de vale tem dificultado e mesmo impossibilitado serviços regulares de
varrição, capina e de coleta de lixo;
• Deficiência de educação ambiental - a inexistência de um projeto consolidado de educação
ambiental por parte dos gerenciadores dos serviços de saneamento básico, quer seja de
esgoto, drenagem ou lixo, tem limitado o uso eficiente desses serviços pela população;
• Urbanização descontrolada – ocasionada pela ocupação de áreas a partir de loteamentos
clandestinos;
• Descarte indevido de bota-fora e entulhos – atualmente a Prefeitura Municipal de Belo
Horizonte envida todos os esforços para combater essas irregularidades, porém se defronta

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com problemas operacionais que vão desde a insuficiência de pessoal até a dificuldade de
punição dos infratores;
• Alta taxa de impermeabilização das áreas ocupadas – as leis de uso do solo anteriores a
1996 não incluíam a questão da taxa de permeabilidade. A legislação atual permite a
substituição de áreas permeáveis por caixas de retenção de vazão, as quais podem vir a
contribuir para atenuar o problema dos picos de cheia;
• Poluição proveniente do município de Contagem – algumas bacias do ribeirão da Onça e
uma do ribeirão Arrudas têm suas cabeceiras localizadas no município de Contagem. Os
córregos Sarandi, Água Funda e Água Branca (bacias do Onça e do Arrudas,
respectivamente) ingressam nos limites de Belo Horizonte com elevada carga poluidora
originária do município de Contagem.

4.1.1.6 Vegetação

Do ponto de vista vegetacional, o município de Belo Horizonte está inserido na área recoberta
pela Província Central ou dos Cerrados, próximo à faixa de transição desta com a Província
Atlântica (FERNANDES et al., 1990).

A cobertura vegetal original encontra-se intensamente reduzida e descaracterizada, restando


apenas algumas áreas remanescentes ao longo da Serra do Curral, e em pontos isolados
como o Parque das Mangabeiras, Parque Aggeo Pio Sobrinho, Mata da Baleia, Área de
Proteção Especial do Cercadinho, Parque da Matinha, Instituto Agronômico/Horto Florestal,
Estação Ecológica da Universidade Federal de Minas Gerais, Parque Lagoa do Nado,
Fundação ZooBotânica e Parque Ursulina de Andrade Meio, entre outras.
De acordo com Brandão et al (1992), a cobertura vegetal original do município de Belo
Horizonte era composta por formações campestres (cerrado, campo rupestre e campo limpo) e
por formações florestais (mata pluvial e cerradão).

Entre as fisionomias vegetais originais, ocorriam no município o cerrado/campo cerrado


(savana arborizada), o cerradão (savana florestada), a floresta tropical subcaducifólia (floresta
estacional semidecidual) e a floresta ciliar. Estas fisionomias são confirmadas através de
alguns elementos arbóreos dispersos nas áreas loteadas e nas principais áreas verdes da
região, como o Parque Ursulina de Andrade Mello, localizado no bairro Castelo, Fundação Zoo-
Botânica de Belo Horizonte (bairro da Pampulha) e a Estação Ecológica da UFMG.

4.1.1.7 Fauna

A urbanização da cidade fez desaparecer muitos dos animais silvestres inicialmente


encontrados em Belo Horizonte. Atualmente, estão relacionados, na fauna de Belo Horizonte,
80 espécies ameaçadas de extinção, dentre as 178 catalogadas com este rótulo em Minas
Gerais. Entre elas estão 24 mamíferos, 34 aves e o único tipo de onicóforo existente no
Estado.

As ações voltadas para o aprimoramento da fauna da região de Belo Horizonte, se encontram


hoje divididas entre a Fundação Zoo-Botânica, que além da administração do Jardim
Zoológico, desenvolve atividades de pesquisa cientifica, educação ambiental e de conservação
das espécies ameaçadas, como o Lobo-Guará, o Mico-Leão-Dourado e o mutum, entre outra; e
a Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Saneamento Urbano, que coordena o Programa
Pró-Fauna.

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4.1.2 CARACTERIZAÇÃO SÓCIO-ECONÔMICA

4.1.2.1 Evolução Econômica

A cidade de Belo Horizonte surgiu sob a ótica da industrialização, mas alguns fatores
retardaram o amadurecimento industrial da cidade, a saber: crises econômicas da virada do
século 19 para o século 20; lutas políticas; e as dificuldades em resolver questões regionais e
urbanas, como transporte e energia.

Com a Primeira Guerra Mundial, o governo federal passou a conceder uma série de incentivos
ao setor produtivo, notadamente para a siderurgia, que encontra espaço privilegiado na Região
Metropolitana de Belo Horizonte - RMBH, em virtude dos recursos minerais existentes nas
proximidades. Assim, em 1917 é fundada em Sabará a Companhia Siderúrgica Mineira, que
em 1921 é incorporada pela Companhia Siderúrgica Belgo-Mineira, associando-se ao grupo
empresarial mineiro original de capital Belgo-Luxemburguês. Novas siderúrgicas são criadas
nos anos vinte.

Nos anos trinta, Belo Horizonte apresenta um surto de industrialização inicial com a
implantação da cidade industrial, facilitada, em grande medida, pela oferta de energia elétrica,
mão-de-obra de baixo custo e matérias primas. As indústrias que vieram a se instalar nesse
período foram as do ramo da mineração e das atividades que lhe são associadas.

Os anos cinqüenta notabilizam-se pela dinamização do crescimento industrial via substituição


de importação, processo que se mostra mais efetivo do que o observado nas duas décadas
anteriores. No período de 1950-60, Belo Horizonte e seus municípios limítrofes quase
dobraram a população, que cresceu a taxas de 6,5% aa, sendo a imigração responsável por
59% desse incremento populacional.

Com a crise econômica dos anos oitenta, a RMBH também entrou em processo de estagnação.

Atualmente, a participação do município de Belo Horizonte no valor de transformação industrial


da RMBH é pequena, e há clara tendência de substituição das atividades industriais no âmbito
do município pelo de prestação de serviços para o atendimento da demanda de produtores e
consumidores locais, estaduais e nacionais.

A área territorial de Belo Horizonte, de 330 km2, abriga atualmente uma população de cerca de
2,2 milhões de habitantes (IBGE – Censo de 2000). Considerando-se a região metropolitana de
Belo Horizonte (RMBH), a população totaliza mais de 5 milhões de habitantes, distribuídos em
9.000 km2 e 34 municípios.

O crescimento médio da população de Belo Horizonte tem sido pouco superior a 1% ao ano,
inferior ao crescimento vegetativo. Esse crescimento tem-se apresentado bastante desigual,
pois, enquanto as regiões centrais e bairros de classe média perdem população, há um
acentuado adensamento da região periférica pobre.

16
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4.1.2.2 Demografia

A Tabela 4.1 apresenta os dados censitários levantados junto ao IBGE, que caracterizam o
crescimento da população do município de Belo Horizonte no período de 1960 a 2000.

Tabela 4.1: Crescimento Populacional em Belo Horizonte


Ano População Taxa de Crescimento
Total Pop. Total
(hab) (%aa)
1940 211.377 - -
1950 352.724 1940/ 50 5,25
1960 693.328 1950/ 60 6,99
1970 1.235.030 1960/ 70 5,94
1980 1.780.855 1970/ 80 3,73
1991 2.020.161 1980/ 91 1,15
2000 2.238.526 1991/ 00 1,12

O processo de ocupação populacional do município, no período de 1920 a 2000, pode ser


observado graficamente (Figura 4.3). Pode-se observar que entre o período de planejamento e
implantação, em 1920, e os dias atuais, o crescimento atingiu 40 vezes o valor inicial,
superando qualquer expectativa de um planejamento econômico.

Entretanto, a partir da década de 70, Belo Horizonte vem apresentando uma dinâmica de
crescimento populacional caracterizada pelo acentuado declínio das suas taxas de crescimento
populacional.

EVOLUÇÃO DA POPULAÇÃO DO
MUNICÍPIO DE BELO HORIZONTE
2.500.000

2.000.000

1.500.000

1.000.000

500.000

0
1920 1940 1950 1960 1970 1980 1991 1996 2000

Figura 4.3- Evolução da População do Município de Belo Horizonte.

O crescimento demográfico da região Metropolitana de Belo Horizonte1 vem apresentando


taxas de crescimento populacional muito inferiores ao do Aglomerado Metropolitano2. O

1
Municípios da Região Metropolitana de Belo Horizonte: Baldim, Belo Horizonte, Betim, Brumadinho, Caeté, Capim
Branco, Confins, Contagem, Esmeraldas, Florestal, Ibirité, Igarapé, Itaguara, Jaboticatubas, Juatuba, Lagoa Santa,

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Aglomerado é um espaço em permanente expansão, onde estão os principais centros


propulsores de processo de metropolização e onde se verificam relações cotidianas mais
intensas com esses centros, especialmente Belo Horizonte.
Tabela 4.2: População na Região Metropolitana de Belo Horizonte – RMBH
1980 1991 2000
Território Total Total %da
%da RMBH¹ Total (1.000hab) %da RMBH¹
(1.000hab) (1.000hab) RMBH¹

Belo Horizonte 1.781 66,40% 2.020 57,50% 2.233 51,40%

AM², excluído o Município de Belo


662 24,70% 1.187 33,80% 1.697 39,10%
Horizonte
RMBH, excluído o Aglomerado
238 8,90% 309 808% 413 9,50%
Metropolitano
RMBH - total 2.681 100% 3.516 100% 4.342 100%

A queda no ritmo de crescimento populacional de Belo Horizonte, indicada pelo decréscimo da


taxa geométrica de crescimento (1,15% ao ano entre 1980/91 e 1,12% ao ano entre 91/2000)
comprova a desconcentração interna na RMBH, com redução da participação da capital,
aumento da participação dos demais municípios que compõem o Aglomerado Metropolitano e,
na última década, aumento discreto da participação dos municípios externos ao Aglomerado.

Tabela 4.3: Acréscimo Populacional e Taxas de Crescimento na RMBH por Grupos de


Municípios, 1980, 1991 – 2000
Taxa
Acréscimo de % do Acréscimo em
média
População relação à RMBH
Grupo de Municípios anual
1980 - 1991 - 1980 - 1991 -
1991 - 2000
1991 2000 1991 2000
Belo Horizonte 239.306 212.586 28,66 25,71 1,12
Contagem 169.111 88.218 20,25 10,67 2,01
AM, fora BH e
355.436 421.930 42,57 51,03 5,16
Contagem
Municípios externos ao
71.118 104.019 8,52 12,58 3,28
AM3
RMBH 834.971 826.753 100,00 100,00 2,37
Fonte: IBGE, Censos Demográficos.

No período entre 1980 e 1991, tal como na Região Metropolitana, o crescimento demográfico
do município de Belo Horizonte concentrou-se nos vetores norte e oeste. As Regiões

Neves, Rio Acima, Rio Manso, Sabará, S. Luzia, São Joaquim de Bicas, São José da Lapa, Sarzedo, Taquaraçu de
Minas, Vespasiano.
2
AM – Aglomerado Metropolitano: municípios com áreas urbanizadas conurbadas: Belo Horizonte, Betim,
Contagem, Ibirité, Nova Lima, Ribeirão das Neves, Sabará, Santa Luzia, São José da Lapa, Sarzedo e Vespasiano
3
Municípios não integrantes do Aglomerado: Baldim, Brumadinho, Caeté, Capim Branco, Confins, Esmeraldas,
Florestal, Igarapé, Itaguara, Jaboticatubas, Juatuba, Lagoa Santa, Mário Campos, Mateus Leme, Matozinhos, Nova
União, Pedro Leopoldo, Raposos, Rio Acima, Rio Manso, São Joaquim de Bicas, Taquaraçu de Minas

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administrativas ao norte (Venda Nova, Norte e Pampulha) apresentaram taxas de crescimento


muito superiores à média do município, acumulando cerca de 41,4% do acréscimo
populacional municipal. No vetor oeste de crescimento da cidade, a Região do Barreiro, com a
segunda mais alta taxa entre as Regiões administrativas (3,3%), concentrou cerca de 26,4% do
acréscimo da população municipal. As Regiões Leste e Noroeste sofreram perda de
população, as regiões Centro Sul e Oeste cresceram muito pouco.

Entre 1991 e 2000, manteve-se o crescimento da população nos vetores norte e oeste, todavia
com alterações significativas no crescimento das diversas regiões administrativas.

Ocorreu uma concentração muito maior do crescimento no vetor norte (Ver Tabela 4.4), sendo
mais da metade do acréscimo populacional do município absorvido pelas regiões da Pampulha,
Norte e Venda Nova. Nota-se queda na taxa de crescimento de Venda Nova e aceleração no
ritmo de crescimento da Região Norte e especialmente da Pampulha, região que apresentou a
maior dinâmica demográfica desta década. No vetor oeste de crescimento da cidade, o
Barreiro, embora tenha mantido um crescimento maior do que a média municipal, reduziu seu
ritmo de crescimento quase pela metade, perdendo participação no incremento da população
municipal. Por sua vez, as regiões Centro Sul e Oeste, embora tenham crescido pouco,
aumentaram ligeiramente seu ritmo de crescimento. O Noroeste, que estava estagnado,
perdeu uma população expressiva e o Leste continuou perdendo população, agora em ritmo
menos acelerado.

Tabela 4.4: População de Belo Horizonte por Regiões Administrativas- 1980 /1991/ 2000
Taxa de Taxa de
Região População População Cresciment População Cresciment
Administrativa 1980 1991 o 2000 o
80-91 91-00

Barreiro 154.743 221.072 3,30 262.380 1,85


Centro-Sul 238.971 251.481 0,46 265.837 0,61
Leste 261.626 250.032 - 0,41 248.713 - 0,06
Nordeste 211.138 249.693 1,54 273.936 1,03
Noroeste 337.763 340.530 0,07 332.673 - 0,26
Norte 114.585 154.028 2,73 193.590 2,57
Oeste 235.650 249.350 0,52 267.847 0,78
Pampulha 80.284 105.181 2,49 142.508 3,36
Venda Nova 133.730 198.794 3,67 245.263 2,36
Belo Horizonte 1.768.490 2.020.161 1,22 2.232.747 1,11
Fonte: IBGE, outubro de 2001 (Censo de 2000) e Censos Demográficos de 1980 e 1991

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4.1.2.3 Emprego

Segundo o Departamento Intersindical de Estudos Estatísticos e Socioeconômicos – DIEESE,


a população economicamente ativa em 2000 (população de 10 anos ou mais que trabalhou ou
procurou trabalho no último período de referência) é estimada em torno de 51% do total. Ainda
de acordo com estimativas do DIEESE, a distribuição da população ocupada por setor é a
seguinte: aproximadamente 18,8% estão empregados na indústria de transformação e na
construção civil; outros 20%, empregados na administração pública em seus três níveis –
federal, estadual e municipal; os serviços e o comércio privados ao produtor e consumidor
empregam em torno de 70,80 % da população economicamente ativa. O percentual restante,
mais de 10,40%, é formado por pessoas que têm emprego informal e trabalham em serviços
domésticos.
A taxa de desemprego no município de Belo Horizonte, em 1996, foi de 11,7%, enquanto que
em 2001 esse percentual aumentou para 16,2%. Para a faixa etária compreendida entre 18 a
24 anos, a taxa de desemprego em relação ao total foi de 18,7% e de 26,5% para os anos de
1996 e 2001, respectivamente.
De acordo com pesquisa da PBH (ver Tabela 4.5), os trabalhadores assalariados com carteira
de trabalho assinada compõem a maior parte dos trabalhadores de Belo Horizonte, mas sua
participação percentual no total recua de 41,8% em 1993 para 40,1% em 1999.

Tabela 4.5: PEA por Posição na Ocupação, Belo Horizonte, 1993 e 1999
Pessoas %
Posição na Ocupação
1993 1999 1993 1999
Emprego com carteira 369.791 386.510 41,8 40,1
Funcionário público estatutário 70.531 67.900 8,0 7,0
Emprego sem carteira 123.026 145.151 13,9 15,0
Trabalhador doméstico com carteira 23.033 43.641 2,6 4,5
Trabalhador doméstico sem carteira 55.677 62.608 6,3 6,5
Conta própria 161.501 173.036 18,3 17,9
Empregador 37.748 45.316 4,3 4,7
Trabalho p/ o próprio consumo 22.733 25.098 2,6 2,6
Não-remunerado 20.402 15.478 2,3 1,6
Total 884.442 964.738 100,0 100,0
Fonte: PNADs 1993 e 1999, dados trabalhados.

Mesmo com essa redução, foram criados 16,7 mil postos de trabalho com carteira assinada no
período. A categoria de funcionários públicos estatutários apresenta uma redução real de 2,6
mil postos de trabalho no período. Assim, sua participação relativa recua de 8% para 7%. No
período foram criados 22,1 mil postos de trabalho sem carteira assinada, fazendo a
participação dessa categoria avançar de 13,9% para 15%. Os trabalhadores domésticos (com
e sem carteira) responderam pela criação de 27,5 mil postos de trabalho, com destaque para
os trabalhadores domésticos com carteira assinada, que evoluíram de uma participação relativa
de 2,6% para 4,5%. Os trabalhadores por conta própria responderam pela criação de 11,5 mil
postos de trabalho. Mesmo com esse desempenho, a sua participação relativa recuou de
18,3% para 17,9%. O comportamento da categoria “empregadores” vai no sentido contrário,
com uma evolução da sua participação relativa de 4,3% para 4,7%, com a criação de 7,6 mil
novos postos.

20
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A cidade de Belo Horizonte experimentou, durante a década de 90, um profundo processo de


mudança da sua estrutura produtiva (capital físico) e ocupacional (capital humano). A indústria,
que já não ocupava um contingente muito elevado de trabalhadores no município no início da
década, apresenta redução na sua capacidade de absorção de mão-de-obra durante a década.
Atualmente, a participação do município de Belo Horizonte no valor de transformação industrial
da RMBH é pequena e há clara tendência de substituição das atividades industriais no âmbito
do município pelo de prestação de serviços para o atendimento da demanda de produtores e
consumidores locais, estaduais e nacionais.
O setor da construção civil revela uma tendência de redução tanto da capacidade de absorção
de mão-de-obra quanto de produção. O setor público, dada a crise financeira do Estado e dos
municípios, não se mostra como uma alternativa viável para a absorção de mão-de-obra.
O setor de prestação de serviços foi o responsável por mais da metade da expansão total de
postos de trabalho, respondendo pela criação de 43,2 mil postos. Entretanto, apesar da sua
grande capacidade de absorção de pessoal, esse setor é o que apresenta a menor
remuneração média dos seus trabalhadores (R$ 337,00), se forem consideradas apenas as
atividades urbanas.
Em relação aos níveis de renda, há grande concentração de riqueza entre as nove Regiões
Administrativas em que está dividido o município de Belo Horizonte, considerando-se o
rendimento mensal do chefe do domicílio. O aspecto mais notável diz respeito à região Centro-
Sul, que possui renda média quase três vezes superior à média do município e cerca de seis
vezes às médias das regiões do Barreiro e de Venda Nova. Levando-se em consideração que
a distribuição da renda para dentro de cada uma das Regiões é também desigual, fica
caracterizada uma situação de extrema desigualdade de rendimentos no interior do município.
A concentração de rendimentos nas regiões centrais corresponde à remuneração dos setores
modernos e formalmente inseridos (Ver Tabela 4.6). Os rendimentos contemplam setores
formais e informais, não sendo possível afirmar que os baixos rendimentos estão circunscritos
somente aos setores informais.

Tabela 4.6: Domicílios e pessoas moradoras, por classe de rendimento nominal médio mensal
do chefe do domicílio (em R$), segundo administrações regionais de Belo Horizonte 2000

Renda média
Região Nº domicílios Nº pessoas
do chefe (R$)
Barreiro 69.746 262.194 550,27
Centro-Sul 82.833 260.524 3.150,11
Leste 72.191 254.573 915,17
Nordeste 75.465 274.060 703,34
Noroeste 95.916 338.100 866,40
Norte 50.780 193.764 578,00
Oeste 76.949 268.124 1.413,71
Pampulha 39.668 141.853 1.389,25
Venda Nova 64.894 245.334 615,19
Total BH 628.442 2.238,526 -
Fonte: IBGE – Censo Demográfico de 2000 – Dados trabalhados pelo GEIT/SMMAI

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A Tabela 4.7 a seguir apresenta a composição setorial do Produto Interno Bruto-PIB de Belo
Horizonte, no ano de 2000:

Tabela 4.7: Composição Setorial do PIB/BH em 2000

Indicador Valor Composição setorial do PIB/BH em 2000

PIB - LOCA L (em 21.243.167.000,00 comércio atacadis ta e


R$ de dez/2000) varejista
4,8 2,73
5
Administração pública
5,52 28,95
PIB LOCAL per 9.527,40 Outros serviços
capita (em R$ de 6,19
dez/2000) indústria

construção civ il
9,02
Arrecadação 1.489.170.506,24 transporte
Municipal (em R$
de dez/2000) 21,29 instituições financeiras
16,48
aluguel
Número de 323
agências SIUP
bancárias (2000)

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4.1.3 USO E OCUPAÇÃO ATUAL DO SOLO

4.1.3.1 Aspectos de Planejamento do Desenvolvimento Urbano

A cidade de Belo Horizonte, planejada para ser a capital de Minas Gerais, foi inaugurada em 12
de dezembro de 1897. O projeto, finalizado em maio de 1895, revelando algumas
preocupações básicas, como as condições de higiene e circulação humana, ordena o espaço
ocupado pela cidade e estabelece o traçado básico do sistema viário, criando três espaços
distintos: as zonas urbana, suburbana e rural.

No centro, o traçado geométrico e regular estabelecia um padrão de ruas retas, formando uma
espécie de quadriculado, vias largas com as avenidas dispostas em sentido diagonal.
Em 1906, em razão do avanço da ocupação, promoveu-se a primeira redefinição das zonas da
cidade.
No fim da I Guerra Mundial, em 1918, o setor industrial de Belo Horizonte ganhou impulso. Os
serviços urbanos foram ampliados para atender a uma população sempre crescente. Neste
período inauguraram-se grandes obras, como o viaduto de Santa Tereza, a nova Matriz da Boa
Viagem e o Mercado Municipal. Essa onda de progresso continuou ao longo da década de 30.
Na periferia, surgiram novos bairros. Cresceram nessa época os bairros de Lourdes, Barreiro,
Nova Suíça, Gameleira, Renascença, Sagrada Família e Parque Riachuelo. Muitas favelas
também começaram a se formar. A expansão da cidade aconteceu sem um maior controle ou
planejamento e isso trouxe sérios problemas urbanos. Muitos dos novos bairros não possuíam
os serviços básicos de água, luz e esgotos. Enquanto isso, o centro permanecia relativamente
vazio.
A partir da década de trinta, foram empreendidas várias iniciativas para melhor ordenar o
crescimento da cidade, com destaque para a definição de padrões para construção em vilas e
a obrigatoriedade da urbanização de novos loteamentos. Além disso, foram regulamentados os
serviços de água e esgotamento sanitário e definidas taxas de ocupação e gabarito de altura
das edificações.
A grande transformação da cidade ocorreu na década de 40, com o objetivo de renovar a
capital, promovendo um surto de desenvolvimento e modernização, tendo sido realizadas
diversas obras que projetaram internacionalmente o nome da cidade. Pode-se citar o
Complexo Arquitetônico da Pampulha inaugurado em 1943, um dos maiores exemplos da
arquitetura modernista brasileira. Também a construção de um conjunto habitacional no bairro
São Cristóvão foi uma iniciativa marcante, localizado na Avenida Antônio Carlos, que, na época
se chamava Avenida Pampulha. O Conjunto IAPI (Instituto de Aposentadorias e Pensões dos
Industriários), como foi denominado, surgiu como uma alternativa para o problema da moradia
na cidade e como uma tentativa da Prefeitura de ordenar a região da Lagoinha.
Se a marca dos anos 40 foi a modernização da arquitetura da cidade, os anos 50 ficariam
conhecidos como a década da indústria, em razão do surto de desenvolvimento alcançado pela
capital. O centro da cidade tornou-se, então, uma área valorizada, principalmente para a
construção de edifícios e passou a sofrer especulação imobiliária. O desenvolvimento da
Cidade Industrial, nas proximidades de Belo Horizonte (Contagem) nessa década, foi
caracterizada pelo grande êxodo rural tendo a população da cidade dobrado, passando de
352.724 habitantes em 1950, para 693.328 habitantes em 1960. Surgiram novos bairros, uma
nova avenida foi aberta, sendo chamada de Cristiano Machado. Os problemas urbanos e a
falta de moradia tornam-se mais graves.

23
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A descaracterização da cidade fez-se sem remorsos. Enquanto os espaços verdes e a beleza


das antigas construções desapareciam, surgiam edifícios modernos e novas indústrias. A
cidade torna-se vertical com uma série de prédios cada vez mais altos sendo construídos.

Os anos 60 foram marcados pelo crescimento das indústrias e das instituições financeiras.
Nessa época, Belo Horizonte começou a irradiar seu crescimento e suas cidades vizinhas
também receberam muitos investimentos e fábricas. Esse progresso, contudo, não se fez sem
o agravamento das desigualdades e problemas sociais. O surgimento de inúmeras favelas
comprova o desequilíbrio causado pela concentração de renda.

Na década de 70, a cidade era o próprio retrato do caos. Com um milhão de habitantes, Belo
Horizonte continuava crescendo desordenadamente. Nas regiões norte e oeste e nos
municípios vizinhos, com a criação de distritos industriais e a instalação de empresas
multinacionais, a cidade tornou-se cada vez mais densa. A década de setenta foi marcada
pela preocupação com o desenvolvimento urbano do País, tendo sido editados vários
dispositivos legais tais como as Leis Complementares Federais 14/73 e 27/75, que
estabeleceram as regiões metropolitanas. Em Minas Gerais, as Leis Estaduais 6.695/75 e
6.765/76 trouxeram a regulamentação da Região Metropolitana de Belo Horizonte e instituiu o
Planejamento da Região Metropolitana de Belo Horizonte - PLAMBEL.

Em 1976, entrou em vigor o Plano de Ocupação do Solo da Região Metropolitana de Belo


Horizonte e a Lei de Uso e Ocupação do Solo (Lei no 2.662, de 27/11/76).

Em 1979, foi promulgada a Lei Federal 6.766, que introduziu novas exigências jurídicas e
técnicas para a implantação e comercialização de loteamentos urbanos e institucionalizou a
interferência da instância metropolitana na questão.

Na década de 80, surgiram loteamentos em áreas rurais da RMBH, dando origem aos
chamados condomínios fechados.

A preocupação com o planejamento urbano, já manifestada na década de 70, prossegue com a


promulgação das leis municipais 7.165 e 7.166 de agosto de 1996, que contêm,
respectivamente, o Plano Diretor Municipal e a Lei de Parcelamento, Uso e Ocupação do Solo.

Estas duas leis permitiram expressar e regulamentar graficamente o território urbano, definindo
em detalhes cada região da cidade, jurídica e urbanísticamente, subsidiando os planos
governamentais de Ordenação e Gestão.

A criação das Zonas de Especial Interesse Social - ZEIS-1, 2 e 3 através da Lei de


Parcelamento, Uso e Ocupação do Solo (7.166/96) foi muito importante no sentido de
possibilitar a geração de parâmetros urbanísticos para fiscalização e planejamento destas
áreas, otimizando o processo de regularização fundiária.

24
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4.1.3.2 ZEIS – Zonas Especiais de Interesse Social

As ZEIS são regiões nas quais há interesse público em ordenar a ocupação, por meio de
urbanização e regularização fundiária, ou em implantar ou complementar programas
habitacionais de interesse social, e que se sujeitam a critérios especiais de parcelamento,
ocupação e uso do solo, subdividindo-se nas seguintes categorias:

- ZEIS-1: regiões ocupadas desordenadamente por população de baixa renda, nas quais
existe interesse público em promover programas habitacionais de urbanização e
regularização fundiária, urbanística e jurídica, visando à promoção da melhoria da qualidade
de vida de seus habitantes e sua integração à malha urbana;
- ZEIS-2: regiões não edificadas, subutilizadas ou não utilizadas, nas quais há interesse
público em promover programas habitacionais de produção de moradias ou terrenos
urbanizados de interesse social;
- ZEIS-3: regiões edificadas em que o Executivo tenha implantado conjuntos habitacionais de
interesse social.

Para regular os processos de urbanização e de regularização fundiária das ZEIS-1 e ZEIS-3,


foi criada a Lei 8.137/00, estabelecendo critérios especiais de parcelamento, ocupação e uso
do solo. As potencialidades desta Lei são:
• Incorporação da abordagem estrutural integrada no processo de regularização urbanística
e jurídica;
• Plano Global como instrumento de planejamento e definidor de diretrizes;
• Criação de mecanismos de gestão da ZEIS;
• Lote padrão e limitação de área máxima;
• Limitação de área para usos não residenciais;
• Desafetação por ação do Executivo;
• Possibilidade de utilização dos instrumentos de operação urbana para regularização de
usos não residenciais.

Belo Horizonte pode ser considerada a cidade brasileira com o maior trabalho de titulação em
áreas ocupadas irregularmente, contemplando ao mesmo tempo a melhoria urbanística das
vilas bem como seu aspecto jurídico.

Em 1998 a Prefeitura concluiu o trabalho de mapeamento das terras ocupadas de forma


irregular, com o objetivo de identificar a situação de propriedade: se pertencem ao município,
ao estado ou à particulares. Tem-se priorizado a regularização das áreas do município, por
causa da maior facilidade de transferência da propriedade diretamente aos seus ocupantes.

Para se fazer qualquer regularização, titulação ou urbanização, são necessários indicativos do


Plano Global Específico (PGE).

Foi desenvolvido, em conjunto SMHAB/SMRU, a regulamentação da ZEIS-2, que passou a ser


denominada de AEIS (Área de Especial Interesse Social). A mesma deverá ser enviada a
Câmara Municipal de Belo Horizonte juntamente com as alterações da Lei de Parcelamento,
Uso e Ocupação do Solo, já referendadas pelo COMPUR. Para urbanizar e regularizar estas
áreas, até que a regulamentação seja aprovada na Câmara, a Urbel/SMHAB tem seguido os
parâmetros do maior zoneamento do entorno.

25
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4.1.3.3 Evolução do Crescimento da Cidade Informal

De forma geral, a ocupação informal do território foi marcada por faixas remanescentes do
tecido urbano que a princípio não se conformaram como interesse do mercado imobiliário,
normalmente por estarem situadas em encostas e baixadas, ao longo de cursos d’água e
faixas de domínio e/ou servidão.

Pode-se considerar que o fenômeno do surgimento das vilas e favelas remonta à construção
da cidade, inicialmente com caráter mais provisório e desenvolvendo-se ao longo dos grandes
eixos viários que se implantavam, fruto da inexistência de áreas na cidade previstas para
assentar os trabalhadores que vieram para sua construção e, por outro lado, indicando a
tentativa destes de estabelecerem-se próximos aos seus locais de trabalho.

A ocupação de áreas inadequadas para moradia e desprovida de qualquer infraestrutura


urbana se manteve e se intensificou nos anos posteriores a construção da cidade, fenômeno
que se aprofundou particularmente no período de 1937 a 1964. Este período destacou-se por
ser aquele em que proliferaram no município os loteamentos especulativos e clandestinos
(urbanização precária na periferia, mas acessível pelo preço), oferecidos pela iniciativa privada.

Neste processo, diversas organizações da sociedade civil expressavam a luta pelo direito à
moradia, que, nos anos 1940, culminou com o surgimento das Associações de Defesa Coletiva
– ADC. No período de 1948 a 1959, essas entidades tiveram um papel importante na
organização dos movimentos populares. Até então, a população e a organização de vilas e
favelas eram basicamente tratadas como caso de polícia e as famílias viviam em pânico devido
às ameaças de desfavelamento.

No período de 1964 a 1980, a indústria da construção civil atuou intensamente, com recursos
do BNH (Banco Nacional da Habitação) e o mercado imobiliário voltou-se para as camadas de
maior renda. A COHAB (Companhia da Habitação) realizou uma oferta mínima de moradias
populares. Consolidou-se, neste período, o processo de metropolização de Belo Horizonte,
impulsionado pelo expressivo crescimento econômico da década de 1970 e pela incorporação
de novos espaços urbanos, através da produção em massa de loteamentos populares que
ampliaram a periferia para além das fronteiras do município.

Ainda durante a década de 70, aconteceram lutas contra a remoção de favelas, com destaque,
na ainda incipiente organização dos favelados, para a Federação dos Trabalhadores Favelados
de Belo Horizonte, a União dos Trabalhadores da Periferia – UTP e a Pastoral das Favelas.

A consolidação das favelas e o contínuo crescimento das ocupações resultaram numa nova
maneira de encarar estes assentamentos pelo Poder Público: ao invés de removê-los, caberia,
agora, integrá-los à cidade, através da implantação de infra-estrutura urbana. Nesta
perspectiva, destaca-se o PRODECON - Programa de Desenvolvimento Comunitário, criado
em 1978 e desenvolvido pelo governo estadual, que incorporava às suas ações princípios de
participação do público alvo.

No âmbito municipal, após intenso processo de mobilização dos movimentos populares -


especialmente da UTP e da Pastoral de Favelas, e, posteriormente da FAMOBH (Federação
das Associações de Moradores de Bairros, Vilas e Favelas de Belo Horizonte) - foi criado, em
1983, o PROFAVELA- Programa Municipal de Regularização de Favelas, por meio do Decreto
4.762 de 10/08/1984. Este programa viabilizava a regularização jurídica e urbanística das
favelas, representando uma importante mudança, uma vez que a partir de então, elas passam
a ser reconhecidas como parte da estrutura da cidade.

26
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O PROFAVELA instituiu como providências de iniciativa do Poder Público Municipal:


• A delimitação de áreas do Setor Especial 4, isto é, as favelas passaram a ter um
zoneamento distinto (SE 4);
• A elaboração de projeto de parcelamento e definição das normas de uso e ocupação do
solo, para cada assentamento;
• A promoção ou acompanhamento da regularização fundiária objetivando a titulação da
propriedade.

Ainda na década de 80, foram implantados vários conjuntos habitacionais pela Prefeitura, para
atendimento a famílias de baixa renda, porém com condições precárias de urbanização e
saneamento básico, com recursos da SEAC – Secretaria Especial de Ação Comunitária da
Presidência da República.

Já, em 1996, Belo Horizonte contava com uma população estimada de 2.088.177 habitantes e
639.874 domicílios, dos quais aproximadamente 90.326 domicílios e 378.790 habitantes
encontravam-se nas ZEIS - Zonas de Especial Interesse Social, distribuídos nas 9 (nove)
Regionais da Cidade (Ver Figura 4.4), representando 16,3% do total de domicílios e 18,1% do
total de habitantes do município, índices estes superiores aos apontados em 1991 de 14,1% e
15,3%, respectivamente.

População em Vilas e favelas - 1996


400.000
350.000
População (hab.)

300.000 BH Vilas e favelas


250.000
200.000
150.000
100.000
50.000
0
Barreiro Centro-sul Leste Nordeste Noroeste Norte Oeste Pampulha Venda
Nova

Fonte: IBGE – Contagem Populacional 1996

Figura 4.4: População em vilas e favelas - 1996

Dados comparativos do IBGE para o período 91/964, apontam para Belo Horizonte um aumento
significativo do número de domicílios em Vilas e, principalmente de conjuntos habitacionais,
dando indicativos do crescimento da demanda por moradia de uma parcela da população que
tem dificuldade de ter acesso à moradia via mercado, e que busca essa alternativa como
solução (Ver Figura 4.5)

4
Dados trabalhados para o Plano Estratégico de Diretrizes de Intervenção em Vilas, Favelas e
Conjuntos Habitacionais, elaborado pela CEURB/UFMG, para a Urbel.

27
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Taxas de crescimento anual da


população de BH - 1991 a 1996 (%)

0,70

3,50

7,20

BH Vilas e favelas Conjuntos

Fonte: IBGE – Censo Demográfico 1991 e Contagem Populacional 1996


/ Plano Estratégico de Diretrizes de Intervenção – Planão- Urbel/2000.

Figura 4.5: Taxa de crescimento populacional em BH, vilas, favelas e conjuntos

Enquanto a população total cresceu a uma taxa de 0,7%, a de vilas apresentou índice bem
superior de 3,5% ao ano e a população de conjuntos atingiu a casa dos 7,2%, o que revela a
evolução e a dimensão do fenômeno da questão da moradia e da pobreza no período.

Nos últimos anos, os bairros de Belo Horizonte são apontados como o principal local de origem
dessas famílias, evidenciando o caráter da mobilidade entre bairros, fruto do processo de
empobrecimento da sociedade. Outro fator propulsor advém da migração das cidades do
interior do Estado e da Região Metropolitana de Belo Horizonte. Tal cenário tem sido o
responsável por um processo constante de aporte de novas famílias às áreas já existentes,
bem como a ocupação de novas áreas nos últimos cinco anos.

Atualmente a cidade informal é composta por 202 áreas de interesse social (ZEIS), sendo 180
vilas e favelas e 22 conjuntos habitacionais populares. Estas áreas perfazem uma população
estimada de 496.801 habitantes, distribuídos em uma área aproximada de 16,65 ha dos 335
km² do município, o que indica que 22% da população carente de Belo Horizonte encontra-se
assentada em cerca de 5% do território, apontando para uma marcada disparidade no
processo de ocupação do solo da cidade (dados do “Universo de Trabalho da Urbel - julho de
2004).

4.1.3.4 Áreas de Preservação Ambiental

Belo Horizonte se instalou em uma região de constituição física excepcionalmente variada, de


riqueza mineral significativa e relevo acidentado. No entanto, apresentando grande parte dos
335km2 de seu território ocupada por atividades urbanas, poucas áreas da cidade mantém
suas características naturais. Belo Horizonte possui 44 parques distribuídos pelas nove regiões
do município.

A Legislação Urbanística Municipal – Plano Diretor e Lei de Parcelamento, Ocupação e Uso do


Solo – definiu, conforme mencionado, uma divisão de zoneamentos, conforme a possibilidade
de ocupação, uso e impermeabilização do solo e necessidades de preservação e proteção.
Outras formas de proteção são praticadas no município, destacando-se a definição, a partir de
1991, do tombamento da Serra do Curral, marco geográfico do município, com grande valor
paisagístico, ambiental e simbólico para a população. A partir da revisão do tombamento,
efetuada em 2002, o perímetro de proteção passou a contar com duas zonas distintas de

28
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proteção: a primeira destinada à preservação das características naturais; e a segunda,


constituída pela vizinhança do bem tombado, destinada a proteger sua visibilidade.

Também se encontram criadas, através de legislações estaduais, duas Áreas de Proteção


Ambiental- APAS:
• APA SUL-RMBH, localizada nas encostas da Serra do Curral, criada em junho de 1994,
para, principalmente, proteger os mananciais de abastecimento de água de Belo Horizonte;
• APA Fazenda Capitão Eduardo.

Existe ainda a Área de Proteção Especial (APE) do Cercadinho, também destinada à proteção
de mananciais, assim como a área de proteção da bacia da Barragem de Santa Lúcia,
instituída pelo Conselho Municipal de Meio Ambiente- COMAM.

29
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4.1.4 INFRA-ESTRUTURA URBANA

4.1.4.1 Sistema de Esgotamento Sanitário

O serviço de esgotamento sanitário do município de Belo Horizonte é gerenciado e operado


pela Companhia de Saneamento de Minas Gerais (COPASA), empresa pública estadual
concessionária dos serviços municipais de abastecimento de água e de esgotamento sanitário
em toda a RMBH. A COPASA foi criada em 1963 sendo uma empresa vinculada à Secretaria
de Desenvolvimento Regional e Política Urbana do Governo do Estado de Minas Gerais.

O sistema de esgotamento sanitário existente em Belo Horizonte é constituído, basicamente,


por redes coletoras, interceptores e estações de tratamento.

Com uma área de 330,93 km², o município está totalmente inserido na bacia do Rio das
Velhas, sendo, 157,76 km² situados na bacia do Ribeirão da Onça (incluindo o seu afluente, o
Córrego Isidoro) e 163,63 km² na bacia do Ribeirão Arrudas. Apenas 9,54 km² contribuem
diretamente para a bacia do Rio das Velhas. Com exceção das áreas de proteção ambiental e
das áreas de parques, o restante do território (95%) é todo destinado à ocupação urbana.

Cerca de 85% da população atual do município, ou seja, aproximadamente 1,8 milhão de


habitantes, contam com serviço de coleta de esgoto. A extensão da rede coletora existente é
de 3.165 km, assim distribuídos: 1.587 km na bacia do Arrudas e 1.578 km na bacia do
Onça/Isidoro.

Com relação à interceptação, a Tabela 4.8 resume a situação atual nas bacias do Arrudas, do
Onça e de contribuição direta ao Rio das Velhas no Município de Belo Horizonte.

Tabela 4.8 - Situação da Interceptação em BH


Extensão de Interceptores (Km) - Belo Horizonte
Arrudas Onça Velhas Total
Necessários 278 301 6 585
Existentes 96 161 0 257
A serem implantados 182 140 6 328
Fonte: GGSAN - 2003 - Dados estimados a partir do cadastro de 2002 da Copasa MG.

Ressalta-se que, assim como Belo Horizonte, o município de Contagem é também carente
dessa infra-estrutura e, por estar contido parcialmente nas porções de montante das bacias do
Arrudas e do Onça, contribui significativamente para a poluição dos cursos d’água da capital.

Tendo em vista a ausência ou a descontinuidade do sistema de interceptação, todos os


córregos do Município, canalizados ou não, encontram-se poluídos por lançamentos de
efluentes de origem industrial e, principalmente, domiciliar. Existe um grande número de
ligações clandestinas e lançamentos de esgoto na rede de drenagem natural ou construída,
tanto efetuadas pela população quanto pela própria COPASA/MG, apesar de ser adotado
oficialmente o sistema separador absoluto, modelo no qual os esgotos sanitários não devem se
misturar às águas pluviais.

Aproximadamente 50% dos esgotos gerados na Bacia do Onça (cerca de 455.000 habitantes)
e 25% na Bacia do Arrudas (cerca de 340.000 habitantes), dentro dos limites da cidade, não

30
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estão interceptados, originando lançamentos diretos nos cursos d’água por cerca de 35% da
população total do município, ou seja, 795.000 habitantes.

Outro aspecto importante a ser considerado é que só em outubro de 2001 entrou em operação,
a primeira estação de tratamento de esgotos de Belo Horizonte, a ETE Arrudas (Ver Figura
4.6). Em dezembro de 2002, a ETE Arrudas passou a operar com o tratamento a nível
secundário, aumentando assim sua eficiência na remoção da carga de poluição por matéria
orgânica, uma vez que, com o tratamento primário já era possível a remoção de boa parte dos
sólidos sedimentáveis presentes nos esgotos afluentes à estação.

ETE Arrudas

Decantadores
Secundários Decantadores
Tanques de
Primários
aeração

Figura 4.6: Vista Aérea da ETE Arrudas

Esta situação tende a melhorar já que a outra grande estação de tratamento de esgotos
planejada para BH - a ETE Onça - está em construção e deverá entrar em operação em 2004.

Além disso, foi inaugurada, no final de 2002, a Estação de Tratamento das águas dos Córregos
Ressaca e Sarandi, na entrada da Lagoa da Pampulha, que, operando somente nos períodos
de estiagem, deverá melhorar a qualidade da água da represa. Outra ETE, essa de pequeno
porte, está operando no Bairro Pilar/Olhos d’Água, no Barreiro, e vai contribuir na despoluição
da Bacia do Córrego Bonsucesso.

Apesar desses avanços, porém, fica claro que, dentre as ações de saneamento, o
esgotamento sanitário é a que apresenta maior carência, principalmente se for considerado
que são as populações mais pobres que estão sujeitas a esta realidade, já que as áreas não
atendidas compreendem basicamente as vilas e favelas onde o atendimento por formas
convencionais de esgotamento sanitário, exige ações conjuntas de urbanização e/ou
remoções/desapropriações.

Esses locais apresentam maiores dificuldades para a execução de obras convencionais devido,
principalmente, aos seguintes fatores:
- O traçado e a largura de vielas e becos muitas vezes não permitem a implantação conjunta
de rede de drenagem e de esgotos;

31
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- A ocupação desordenada cria situações desfavoráveis como, por exemplo, fundos de vale
em interior de quarteirão, ausência de pontos de lançamento, formação de áreas de risco,
etc.;
- O dinamismo da ocupação dificulta o planejamento de ações de médio e longo prazo;
- A ausência e/ou precariedade de infra-estrutura urbana, muitas vezes executada pelos
próprios moradores, na maioria das vezes dificulta e encarece a implantação dos sistemas
de esgoto sanitário.

Como proposta para solução desses problemas, seria necessária a adoção de tecnologias
alternativas, tais como sistema condominial, estações elevatórias, pequenas estações de
tratamento coletivas ou individualizadas, sistema misto de drenagem e esgoto, com caixas
separadoras junto à interligação, rede de esgoto aérea ou ancorada na tubulação/galeria de
drenagem. Em alguns casos, inclusive, a solução pode passar pela remoção / desapropriação
de moradias.

Tendo em vista todos esses problemas, a Prefeitura de Belo Horizonte, ao definir o novo
arranjo institucional com a COPASA/MG, em Convênio assinado em 13/11/2002, tomou para si
a responsabilidade de atuar nas áreas de urbanização precária da cidade. Assim, a partir
dessa data, as ações de saneamento dentro das vilas e favelas serão implementadas de
maneira integrada pela PBH, com recursos repassados pela COPASA/MG, conforme os termos
do Convênio (o convênio será descrito detalhadamente no item 3.5.6).

Outra dificuldade encontrada nas áreas de vilas e favelas diz respeito à manutenção dos
sistemas. A ausência ou precariedade do sistema de coleta de lixo, associada à falta de
conscientização sanitária e ambiental se configuram, também, em um grave problema para a
vida útil das redes, que passam a demandar assim manutenção mais freqüente. Além disso, os
benefícios alcançados pela implantação de sistemas de esgotos ficam minimizados devido ao
elevado número de ligações domiciliares não executadas, por falta de adesão dos moradores
ao sistema oficial.
É fundamental um trabalho constante de eficiente parceria entre a Operadora dos Serviços e a
Administração Municipal, no sentido de sensibilizar os moradores dessas áreas para a
importância de ligarem suas instalações domiciliares ao sistema, bem como de, no momento
seguinte, fiscalizar e cobrar destes a adesão esperada, inclusive dando cumprimento ao
estabelecido pelo Código Sanitário Municipal – Lei N°. 4.323/86, Decreto N°. 5.616/87 e Lei N°.
7.031/96.

De acordo com o Código Sanitário, essa ligação é obrigatória, uma vez disponibilizado o
sistema de coleta por parte da operadora. Evidentemente a questão da situação de baixa renda
dessas populações precisa ser levada em consideração, no sentido de se facilitar ou
eventualmente dispensar o pagamento da taxa de ligação, além de garantir-lhes o direito ao
benefício da tarifa social.

A ausência de redes coletoras de esgotos, porém, não se restringe a vilas e favelas, apesar de
as mesmas apresentarem uma maior concentração desse problema. Existem outras áreas na
cidade que também não possuem esse serviço, como por exemplo, os loteamentos que não
foram aprovados pela PBH na época de sua ocupação.

Geralmente, o parcelamento dessas áreas não foi feito de forma adequada e a sua infra-
estrutura viária e sanitária não foi completamente implantada, gerando dificuldades na
viabilização técnica de soluções convencionais de esgotamento sanitário. À semelhança do
caso das vilas e favelas, torna-se necessária a utilização de tecnologias e estratégias
alternativas apropriadas à realidade desses locais.

32
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O restante das áreas não atendidas corresponde a locais de baixo adensamento, cuja
implantação de redes coletoras não apresenta viabilidade econômico-financeira para a
operadora dos serviços, dentro dos atuais critérios do crescimento vegetativo.

Quanto ao esgoto industrial, o Estudo sobre o Controle da Poluição Industrial das Bacias do
Arrudas e Onça contratado pela Fundação Estadual do Meio Ambiente - FEAM e concluído em
julho/96, indicou que o parque industrial de Contagem e Belo Horizonte é responsável por
9.600 kg de DBO5, o que corresponde a menos de 8% da carga de origem doméstica total da
mesma área.

A distribuição desta carga orgânica de origem industrial é apresentada na Tabela 4.9:


Tabela 4.9 – Distribuição da Carga Orgânica Industrial por bacia hidrográfica

Bacia Carga Orgânica Industrial


Bacia do Arrudas 6.319 kg de DBO 5 /dia
Bacia do Onça 3.281 kg de DBO 5 /dia
Total 9.600 kg de DBO 5 /dia

Os estudos revelaram que apenas 32 empresas são responsáveis por 84% da vazão dos
efluentes industriais, 83% da carga de DBO5, 86% da carga de DQO, 95% dos sólidos em
suspensão e 96% dos metais pesados, sendo 19 delas responsáveis pela carga orgânica de
DBO5 , DQO e Sólidos em Suspensão e as outras 13 pela descarga de Metais Pesados.

Entre as primeiras 19 empresas, apenas 4 representam 57,90% da carga de DBO5, a saber, a


Mannesman SA, a Companhia Siderúrgica Belgo Mineira, o Frigorífico Modelo Ltda. e o Fricon
SA – Frigorífico Industrial de Contagem. A Mannesman e a Belgo Mineira respondem por
84,08% da carga de metais pesados. Os dois abatedouros contribuem somente com carga
orgânica.

Entre as 13 empresas responsáveis pela descarga de metais pesados, 08 são da área de


galvanoplastia. Estas 13 indústrias apresentam individualmente carga de metais pesados
superior a 0,1 kg por dia.
A prioridade estratégica para intervenção por parte dos órgãos de controle ambiental
corresponde a estas 32 empresas, reunidas no grupo denominado classe A. Foram formados
mais 04 grupos em ordem decrescente de prioridade, que receberam as denominações de B a
E. Assim, 19 empresas foram reunidas no grupo classe B, 38 no grupo classe C, 12 no grupo
classe D e 59 no grupo classe E.
A Copasa/MG oferece a todas indústrias de Belo Horizonte a opção de receber os efluentes
líquidos destas em seus coletores sob condições especificadas em sua Norma Técnica 187/0,
de 05/08/98 para “Lançamento de efluentes líquidos de Indústrias na rede pública coletora de
esgotos da Copasa/MG”, com obrigatoriedade de tratamento dos metais pesados e pré-
tratamento opcional no caso de cargas orgânicas. Na hipótese da indústria assinar contrato
com a Copasa MG, esta Companhia ficará responsável perante os órgãos ambientais pelos
efluentes industriais da mesma.

33
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4.1.4.2 Sistema de Drenagem Pluvial

A concepção urbanística inicial de Belo Horizonte seguiu a orientação racionalista do domínio


da natureza pelo homem e a planta urbana foi desenhada sem que a hidrografia da região
fosse considerada (Ver Figura 4.7). Os córregos e ribeirões começaram a ser canalizados
segundo o traçado das vias de tráfego, relegando-os a um papel secundário na paisagem
urbana, como meros receptores de despejos sanitários.

Av. Contorno

Fonte: Fundação João Pinheiro

Figura 4.7: Planta Original de Belo Horizonte

Em Belo Horizonte há cerca de 694 quilômetros de cursos d’água, dos quais 28% encontram-
se revestidos (6% abertos e 22% fechados), correspondendo a 198 km de canais em concreto
armado. Restam, portanto, 496 km de córregos e ribeirões em leitos naturais e, destes, pouco
mais de 135 km situam-se na mancha urbana enquanto os demais se localizam em regiões
inadequadas ao parcelamento ou em áreas de preservação permanente.
O sistema de drenagem natural do município de Belo Horizonte é composto, principalmente,
pelos ribeirões da Onça e Arrudas, sendo que as cabeceiras de ambos se situam em
Contagem.

Bacia do Ribeirão Arrudas


O Ribeirão Arrudas, cuja bacia possui área de 207,76 km2, é formado pelos Córregos Jatobá
e Barreiro. Da confluência destes córregos até a sua foz tem-se uma extensão de 47 km e
declividade de 7 m/km.
A maior parte do leito desse ribeirão, bem como de seus tributários, encontra-se canalizada.
O processo de canalização remonta ao início do processo de urbanização de Belo
Horizonte, no princípio do século, quando foram canalizados o trecho do ribeirão situado na
área central da cidade e o córrego da Serra. Em seguida, diversos córregos de sua bacia
também sofreram o mesmo tipo de intervenção, dando lugar a avenidas sanitárias sem
preocupação com a preservação do curso natural de água.

Essas canalizações apenas atenuaram os problemas sanitários advindos da insalubridade


dos chamados “fundos de vale” que, em grande medida, recebem os resíduos e despejos
produzidos na cidade. Entretanto, nem sempre resolveram os problemas de inundações,

34
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como é o caso das bacias dos córregos Acaba Mundo e Leitão. Nestas, em março de 1996,
registraram-se enchentes - resultantes de precipitações cuja recorrência não ultrapassou o
período de dois anos, causadoras de danos patrimoniais consideráveis. Em outros locais da
bacia ocorrem enchentes regularmente, em todos os períodos chuvosos, em razão do mau
funcionamento do sistema de drenagem ou por inexistência deste.

Bacia do Ribeirão da Onça


A bacia do Ribeirão da Onça, com área total de 211,63 km2, pode ser dividida em duas
áreas bem distintas devido à existência da Lagoa da Pampulha, que amortece as enchentes
urbanas e retém os sedimentos da parte a montante da bacia. Esta bacia possui 28
afluentes diretos. Destaca-se entre eles o Ribeirão Isidoro (55,61 Km2), principal afluente do
Ribeirão da Onça, pela margem esquerda.

A bacia do ribeirão da Onça vem sendo urbanizada em período mais recente e seus
córregos encontram-se, em grande parte, desprovidos de canalizações. São freqüentes os
problemas de enchentes nos vales dos córregos tributários do ribeirão da Onça,
destacando-se as ocorrências nas sub-bacias dos córregos Vilarinho, Ressaca, Engenho
Nogueira e Cachoeirinha, todos canalizados e situados em regiões densamente
urbanizadas.

Lançamentos clandestinos de resíduos sólidos, despejos de entulhos e de esgotos


sanitários e industriais são comuns ao longo de todos os cursos d’água que compõem a
malha hidrográfica da bacia.

Tanto a bacia do ribeirão da Onça como a do Arrudas apresentam grande declividade e, como
conseqüência, escoamentos em velocidades muito altas.

O restante da drenagem refere-se aos afluentes diretos ao Rio das Velhas, localizados dentro
do município de Belo Horizonte, totalizando 10,50 km2. Os cursos d’água de BH desenvolvem-
se no sentido oeste-leste, em direção ao Rio das Velhas. Suas nascentes se encontram nos
municípios de Contagem e Belo Horizonte, sendo que o Arrudas ainda cruza o município de
Sabará, antes de afluir ao Rio das Velhas.

A Tabela 4.10 apresenta a proporção de áreas ocupadas pelos municípios nas bacias dos
córregos Arrudas, Onça e Velhas, numa área total de 429,89 Km2.(*)

Tabela 4.10: Proporção de áreas ocupadas pelos municípios nas bacias hidrográficas Arrudas,
Onça e Velhas

Área (km2) Total (km2) Percentual


Município Curso d’água
(*) (*) (%)
Arrudas 28,96
Contagem 82,41 19,17
Onça 53,45
Arrudas 163,70
Onça 102,57
Belo Horizonte 332,38 77,32
Isidoro 55,61
Rio das velhas 10,50
Sabará Arrudas 15,10 15,10 3,51
*Áreas quantificadas com auxílio de “software” de desenho assistido por computador, sobre base de
dados do Sistema de Informações Georeferenciadas - SIG-Sudecap.

35
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PROGRAMA BH VILAS URBANIZADAS

As condições naturais da hidrografia da região se encontram bastante alteradas, com exceção


da encosta da Serra do Curral e de alguns focos de áreas de preservação. As áreas centrais,
sobretudo, apresentam canalizados todos os cursos d’água, sejam simplesmente revestidos
ou, em sua grande maioria, confinados em canais fechados. A Tabela 4.11 resume os
quantitativos das extensões desses córregos, em Belo Horizonte e Contagem.

Tabela 4.11 - Quantitativos de Macrodrenagem de Belo Horizonte e Contagem

Bacia Características L (km)


Não Canalizado 283,0
Arrudas
Canalizado (Aberto+ Fechado) 113,5
Onça e Isidoro Não Canalizado 298,0
Canalizado (Aberto+ Fechado) 125,6
Velhas Não Canalizado 41,0
Total 861,10
Obs: Não foi quantificada a parte da bacia do Arrudas que pertence a Sabará.

Ainda nos primórdios de sua evolução, a cidade experimentou os efeitos negativos da


urbanização sobre a malha hidrográfica natural. Desde sua fundação constatou-se a ocorrência
de inundações, destacando-se as enchentes de 1908 e 1916 que levaram à canalização de
parte do Ribeirão Arrudas, em 1928. A poluição dos cursos d’água foi outra conseqüência
nefasta da percepção inadequada do papel dos recursos hídricos no plano da cidade.

O avanço da urbanização e o conseqüente uso do solo provocaram a redução do


armazenamento natural dos deflúvios, os quais se transferiram para outros locais no interior da
cidade, gerando novas ocorrências de inundações, repetidas a cada estação chuvosa e
sempre de forma evolutiva. Além disso, devido à predominante alteração do sistema de
drenagem, por canalizações e retificações dos cursos de água naturais e ao lançamento de
efluentes não tratados, são notórios os estrangulamentos do fluxo, em canais e galerias,
causando transbordamentos e alagamentos das vias da cidade. O aumento das vazões,
transferidas de montante para jusante nas bacias, também contribui para a ocorrência de
inundações.

As inundações ocorridas, nos últimos anos, nas avenidas sanitárias dos córregos do Acaba
Mundo, do Leitão, Vilarinho, Ressaca, além das enchentes recorrentes em diversos pontos da
cidade, colocam em evidência a vulnerabilidade do atual sistema. Além disso, o crescimento e
o adensamento informal da malha urbana, fora do controle dos processos de aprovação de
loteamentos e edificações, deu origem a uma série de loteamentos irregulares e favelas que,
por ocuparem áreas impróprias para assentamentos, como planícies de inundação e áreas de
risco geológico, constituem atualmente os locais de maior concentração dos problemas de
drenagem. A ausência de infra-estrutura de saneamento básico e as dificuldades de acesso
agravam a situação da drenagem pela poluição dos meios receptores por esgotos e lixo. Esta
situação é ainda mais grave em áreas periféricas do município, incluindo as áreas conturbadas
das bacias em Contagem e Sabará.

Pode-se concluir, portanto, que as ações de drenagem em Belo Horizonte foram, sobretudo
executadas com vistas a solucionar problemas de enchentes localizadas ou a viabilizar outras
metas de intervenção como, por exemplo, a implantação de avenidas sanitárias. Também
prevalecia, nesta época, a convicção de que os interceptores de esgotos somente poderiam
ser instalados caso também fosse implantada a avenida sanitária.

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Até os dias atuais, um número próximo a 200 km de cursos d’água foram submetidos a esta
concepção técnica de canalização associada à urbanização dos respectivos fundos de vale
onde, quase sem exceção, receberam via de tráfego do tipo avenida sanitária. Considerando-
se um custo médio de US$ 7 milhões para cada quilômetro de canal com avenida, tem-se que
foram aplicados cerca de US$ 1,4 bilhão em 100 anos, somente no sistema de
macrodrenagem da cidade. Isto posto, a crise do atual sistema de drenagem em Belo
Horizonte, pode ser vista sob 3 aspectos: o custo ambiental, o custo financeiro e o
funcionamento inadequado das canalizações da rede de macrodrenagem.

O custo ambiental do sistema tradicional de drenagem está na exclusão dos cursos d’água do
cenário urbano. As justificativas em geral apresentadas para esta exclusão e a conseqüente
implantação de canalizações são feitas sob os seguintes argumentos:
− O curso d’água transformou-se em esgoto a céu aberto;
− A comunidade deseja a canalização;
− A canalização é necessária para viabilizar a implantação de uma via;
− A canalização possibilita a implantação dos interceptores de esgotos;
− A canalização facilita a manutenção do córrego;
− O córrego deve ser canalizado para aumentar a velocidade de escoamento e reduzir os
níveis de pico das cheias e, conseqüentemente, reduzir as ocorrências de inundações.

Outro aspecto da crise é a pouca disponibilidade financeira da Prefeitura para dar continuidade
à construção de um sistema de canalizações, em geral muito caro, além dos custos inerentes à
sua manutenção. Somada a esta dificuldade está também a escassez de programas de
financiamento de obras públicas aos municípios por parte da União - recai atualmente sobre as
administrações municipais o fardo mais pesado do ônus financeiro dos custos de implantação e
manutenção dos sistemas de prevenção e controle de inundações.

O que agrava ainda mais esta situação é o fato de os municípios não disporem de meios de
tributação pela prestação destes serviços. Assim, as prefeituras encontram-se desprovidas de
condições financeiras para arcar com os elevados custos das novas obras e de manutenção do
serviço municipal de drenagem, forçando a busca de soluções alternativas de menor custo.
O último aspecto da crise é o funcionamento insatisfatório do sistema. Apesar das grandes
somas de recursos financeiros investidos em seu sistema de drenagem, Belo Horizonte
continua padecendo com as inundações. Muitos dos canais implantados funcionam de maneira
inadequada, não comportando as vazões para as quais foram projetados e recebendo cargas
de entulhos que obstruem a passagem das águas. Entre as causas da deficiência de
funcionamento de muitos desses canais, estão a metodologia de cálculo empregada
originalmente em seus projetos, as interferências com outros componentes da infra-estrutura
urbana, tais como a rede coletora de esgotos, adutoras, e os lançamentos indevidos de
resíduos sólidos, além dos problemas de assoreamento, ocupação das margens pela
população de baixa renda, etc.

A ausência de cadastro das redes é apontada por todos os setores como um problema básico,
mas contribuem para o agravamento desta situação a execução de obras de drenagem por
diferentes órgãos, a execução de obras sem projetos, principalmente pelos setores
responsáveis pela manutenção do sistema, e a não realização de “as built”, mesmo no contexto
da Sudecap, órgão mais bem estruturado para o controle destas informações.
A gravidade dos efeitos das inundações pode ser exemplificada através da comunicação feita
pela Coordenadoria Municipal de Defesa Civil de Belo Horizonte (COMDEC) em janeiro de

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1.991, onde, durante aquele mês, registraram-se 709 ocorrências de danos devido às chuvas,
sendo 112 inundações de residências e 102 desabamentos.
Em um levantamento dos registros de eventos de cheias noticiados pela imprensa local, foi
possível verificar que no período de 1.980 a 2.000 foram registradas 335 inundações devido a
transbordamentos de córregos e ribeirões, em sua quase totalidade revestidos com concreto. A
Figura 4.8 ilustra os registros noticiados pela imprensa local nas seis últimas décadas.

300 2.500.000
OC. INUNDAÇÃO
POPULAÇÃO
270
250
2.000.000
OCORRÊNCIAS DE INUNDAÇÃO

200
1.500.000

POPULAÇÃO
150

1.000.000
100

65 500.000
50

26
15 15
0 0
1940 1950 1960 1970 1980 1990
ANO
Fonte : Plano Diretor de Drenagem de Belo Horizonte

Figura 4.8: Evolução Populacional e Ocorrência de Inundações em Belo Horizonte

De maneira muito objetiva, pode-se identificar, ainda, como causadores dos problemas de
drenagem da cidade, os seguintes:
• A ausência de um instrumento de planejamento, que oriente de forma global as
intervenções no sistema de drenagem, tendo as bacias como unidades de análise e
definição de critérios para a tomada de decisões, principalmente no que se refere à
concepção para tratamento dos fundos de vale ainda não canalizados;
• A ausência de gestão integrada do sistema municipal de drenagem, principalmente no que
se refere às interferências com as redes de água e esgotos sob a responsabilidade da
Copasa MG;
• A existência de lançamentos clandestinos de esgotos em redes de drenagem e de águas
pluviais em redes coletoras de esgotos, sem que se tenha um cadastro dessas ocorrências
nem uma definição clara quanto às responsabilidades institucionais para sua correção;
• A execução apenas parcial de obras de drenagem, seja por falta de recurso ou falta de
definições quanto à totalidade da intervenção necessária;
• A insuficiência da estrutura técnica e administrativa para fazer frente às demandas de obras
emergenciais, principalmente no âmbito das Administrações Regionais e das Divisões de
Manutenção, e dos setores responsáveis pela elaboração de projetos para o atendimento
com a agilidade necessária aos setores de manutenção;
• A resistência histórica com relação ao reconhecimento dos assentamentos informais (vilas,
favelas e loteamentos irregulares) como parte integrante da cidade para fins de ampliação
da infra-estrutura e serviços urbanos, com graves conseqüências para os problemas de
drenagem;
• A insuficiência ou pouca disponibilidade de dados climatológicos e hidrológicos que
possibilitem a calibração dos modelos utilizados a partir de informações regionalizadas.

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4.1.4.3 Sistema de Limpeza Urbana

A produção diária de resíduos sólidos em Belo Horizonte é, em média, de 4,6 mil toneladas,
compreendendo os resíduos domiciliares e comerciais, das unidades de saúde e entulhos da
construção civil. Somente a produção de entulhos totaliza, aproximadamente, 2,0 mil t/dia.

O lixo doméstico é, em sua maior parte, disposto em sacos de plástico e recolhidos pela
Secretaria Municipal de Limpeza Urbana – SMLU, cujas atribuições incluem a coleta do lixo
doméstico, comercial e hospitalar e resíduos de poda, além de varrição e capina das áreas
públicas. Nos locais onde não é realizada a coleta, esse lixo é indevidamente lançado em
terrenos baldios ou cursos d’água. Cerca de 85% da população residente em Belo Horizonte
tem seu lixo recolhido de forma regular pela SMLU. Ainda assim, parcela da população que
reside em área de coleta depõe lixo e entulho nos cursos d’água.

A deposição ilegal de entulhos é, em boa parte, feita ao longo da malha viária urbana, em
terrenos da periferia ou às margens de córregos da cidade. Os resíduos predominantemente
constituídos de terra são recolhidos pelas respectivas administrações regionais. Os resíduos
sólidos retidos nas caixas das bocas-de-lobo ou encontrados nas calhas dos cursos d’água são
recolhidos pela SUDECAP.

4.1.4.3.1 Coletas e Outros Serviços

A) Coleta Domiciliar com Compactador


A coleta domiciliar abrange residências e estabelecimentos comerciais e 35% da mesma é
executada diretamente pela PBH. De um modo geral, nas áreas residenciais a freqüência é
alternada (3 vezes por semana), enquanto em algumas áreas comerciais e na regional Centro
Sul, a freqüência é diária. A coleta diurna é efetuada em toda a cidade, exceto no limite interno
da Avenida do Contorno onde a coleta é noturna.
496
Gráfico 4.4.1 - Coleta Domiciliar com Caminhão Compactador
Milhares (Toneladas/Ano) 2002

46 39 41 42 39 38 41 41 39 42 41 48

JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ TOTAL

Figura 4.9: Coleta domiciliar- caminhão compactador (toneladas/ano)- 2002

B) Coleta de Resíduos em Vilas, Favelas e Conjuntos Habitacionais de Baixa Renda


Grande parte das vilas e favelas ainda apresenta problemas de infra-estrutura, principalmente
no que se refere aos acessos, ao saneamento básico e à ocupação de áreas de risco, o que
torna a prestação dos serviços de limpeza urbana um desafio para o poder público. A coleta
dos resíduos domiciliares nesses locais é feita por caminhões convencionais e pelos garis, que
se deslocam porta a porta, com carrinhos de mão. Para melhorar a condição de tração dos
mesmos nos locais de mais difícil acesso, a SLU/SMLU desenvolveu um protótipo de carrinho
de fibra de vidro com freios de mão.

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É importante ressaltar que a implantação desse serviço requer, além da disponibilidade de


equipamentos apropriados, um prévio e intenso trabalho de mobilização social através do
envolvimento de instituições, escolas, líderes comunitários e demais organizações locais.
Locais de Difícil Acesso (Toneladas) - 2002 38.771

3.785 3.550
3.166 3.229 3.191 3.110 2.953 3.225 3.100 3.098 3.130 3.234

JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ TOTAL

Figura 4.10: Coleta domiciliar- caminhão carroceria aberta- em vilas e locais de difícil acesso
(toneladas)- 2002

A coleta regular em vilas e favelas, em geral, apresenta maior cobertura de população atendida
naqueles núcleos menores ou que se desenvolveram de forma mais linear ao longo de ruas ou
avenidas, pois nestes casos, geralmente, é possível se fazer o atendimento com caminhão
compactador ou carroceria aberta, dentro do itinerário de atendimento da região regularmente
urbanizada do entorno. Os aglomerados são, em geral, os que apresentam mais deficiências
de atendimento, em função da maior complexidade viária com becos, escadarias, vielas e ruas,
em parte em boas condições físicas, em parte erodidos ou com esgotos a céu aberto, entre
outros problemas.

Em função disso, constata-se que é significativo o déficit do atendimento com coleta em vários
desses locais e a varrição não é executada. O percentual médio da população atendida por
coleta regular de lixo em vilas e favelas é de 70%.

C) Coleta de Resíduos de Serviços de Saúde


O manejo de resíduos de serviços de saúde constitui atividade que requer cuidados especiais
tendo em vista as características desses resíduos.

O gerenciamento dos resíduos sólidos de estabelecimentos prestadores de serviços de saúde,


desde a sua geração até a disposição final, atendendo os requisitos ambientais e de saúde
pública, cabe aos estabelecimentos geradores de acordo com a Resolução do Conselho
Nacional de Meio Ambiente - CONAMA de 05/08/93 e o Regulamento de Limpeza Urbana, este
último facultando à PBH executar esses serviços, podendo os mesmos ser cobrados de acordo
com a Tabela de Preços Públicos para Serviços Extraordinários (Art. 4o, RLU).

Atualmente, a coleta diferenciada realizada pela PBH emprega cinco veículos compactadores,
é realizada no horário diurno e a freqüência é diária, atendendo majoritariamente
estabelecimentos de maior porte como hospitais (Públicos e Particulares), clínicas médicas e
veterinárias. A coleta nos postos de saúde é efetuada por dois veículos utilitários (Fiorinos).

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12.798 13.062

2001 2002
Figura 4.11: Resíduos da coleta em estabelecimentos de saúde (Toneladas)

D) Serviços de Varrição de Vias


A varrição consiste na atividade de remoção de resíduos em vias e logradouros públicos, com o
objetivo de minimizar riscos à saúde pública, mantendo a cidade limpa e prevenindo
enchentes. Atualmente, o município de Belo Horizonte conta com o serviço de varrição manual
de logradouros, englobando a limpeza de sarjetas, calçadas e áreas públicas em 78% da
extensão total de vias do município (excluindo as vilas e favelas que não são varridas). A
SMLU tem tido dificuldades para o imediato atendimento com varrição a logradouros
pavimentados mais recentemente, em função de limitações internas, da não disponibilidade de
garis varredores no quadro próprio e da impossibilidade de ampliar o contrato de prestação de
tais serviços.

Em 2002 foram varridos 511.225 km de sarjetas no município, considerando as freqüências e


repasses planejados para cada região. A maioria dos logradouros possui freqüência de
varrição semanal, sendo as freqüências alternadas (duas ou três vezes por semana) e diárias
adotadas em regiões específicas.

E) Serviços de Capina e Roçada


A capina é o procedimento de limpeza de rotina em locais públicos através da completa
remoção da cobertura vegetal, inclusive daquela que se desenvolve nas sarjetas das vias, junto
aos meio-fios e nos interstícios da pavimentação com calçamento de pedras ou
paralelepípedos. Roçada é a modalidade de capina na qual é feito apenas o desbaste da
vegetação herbácea sem a remoção de tocos ou de raízes, preservando a vegetação arbustiva
e tendo como padrão de acabamento a distância de 10 a 15 cm acima do nível do solo,
permitindo o uso de rastelo para a remoção de lixo e entulho.

F) Serviços de Raspagem Mecânica


O resíduo dessa atividade é predominantemente composto por entulho, terra, areia e outros,
depositados em pontos específicos da cidade, sendo que quase sempre são provenientes de
chuvas, mas também do descarte clandestino em terrenos, logradouros, passeios e áreas
verdes, propiciando a proliferação de vetores, impedindo o tráfego de veículos e pedestres e
deteriorando a paisagem urbana.

A coleta destes resíduos é feita, geralmente, por caminhões basculantes associados ou não a
pás carregadeiras. Cada máquina utiliza diariamente 06 (seis) caminhões tipo báscula. A
Prefeitura dispõe de 03 (três) máquinas e 18 (dezoito) veículos contratados para essa atividade
e os serviços são realizados durante uma semana no mês em cada uma das Gerências
Regionais de Limpeza Urbana. No último quadrimestre de 2002, a restrição da carga horária
dos serviços contratados contribuiu para a queda dos quantitativos removidos
comparativamente a 2001, conforme mostrado no Gráfico 4.4.6.

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G) Serviços de Multitarefa
As equipes de multitarefa realizam os serviços de limpeza em córregos, em áreas degradadas
pelo acúmulo de lixo, em áreas de risco (apoio à Defesa Civil), apoio à capina e roçada, além
de fortalecer e dar suporte à realização de campanhas de saúde pública. Outras atividades
realizadas referem-se à lavação de vias, limpeza de postes, pintura de meio-fio e atividades
executadas periodicamente em vias públicas no estilo mutirão como remoção de cartazes,
placas, faixas e recolhimento de resíduos diversos.

4.1.4.3.2 Destinação e Tratamento dos Resíduos Coletados

A destinação final dos resíduos coletados em Belo Horizonte é feita em apenas um aterro
sanitário, o qual recebe cerca de 4,55 mil t/dia de lixo e entulhos coletados pela SMLU.

Este aterro situa-se na Central de Tratamento de Resíduos - CTRS BR-040 (Ver Figura 4.12),
localizada às margens da BR-040, na Região Noroeste do município. A Central, que ocupa
uma área de 132 hectares e está em funcionamento desde 1975, já apresenta sinais de
esgotamento de sua vida útil.

Figura 4.12 – Central de Tratamento de Resíduos Sólidos de Belo Horizonte.

Por ter uma vida útil restante de apenas dois anos, a Prefeitura Municipal está desenvolvendo
novos estudos e projetos relativos à implantação de uma nova unidade de tratamento de
resíduos sólidos. É necessária a licitação para concessão da nova destinação final dos
resíduos de Belo Horizonte.

Os resíduos destinados à reciclagem (cerca de 389 t/dia) são encaminhados para as estações
de reciclagem do Bairro Estoril e da Pampulha (Ver Figura 4.13).

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Figura 4.13- Estação de Reciclagem de Entulhos – Bairro Pampulha

Na medida em que se intensifica a urbanização de uma bacia e se consolida o processo de


adensamento populacional, há tendência à redução da produção de sedimentos. Entretanto,
este fato é compensado negativamente pelo incremento da geração de lixo. Este, ao ser
lançado inadequadamente em cursos d’água, gera condições ambientais ainda mais críticas
por acelerar o processo natural de assoreamento da calha do curso d’água. Por sua vez, a
ocupação irregular de áreas ribeirinhas impede o acesso de veículos e, por conseguinte, a
implantação de sistema de coleta regular de lixo. Este fato contribui para o lançamento
inadequado de lixo e de entulhos nas encostas, às margens e nas calhas dos córregos. A
Tabela 4.12 apresenta as quantidades de resíduos destinados ao aterramento na Central de
Tratamento da BR-040 e à reciclagem, no ano 2002. (Os quantitativos apresentados na Tabela
3.11 referem-se à média dos valores obtidos ao longo de 2002).
Tabela 4.12-Resíduos coletados no ano 2002
Origem dos Resíduos % relativo à
(t/dia)
massa total
Coleta domiciliar e comercial com compactador 1.359,61 31,35
Resíduos Destinados ao

Coleta domiciliar com caminhão carroceria aberta 106,22 2,45


Coleta por caçambas 236,03 5,44
Aterro Sanitário

Coleta diversificada (basculantes e carroceria de 93,23 2,15


madeira)
Coleta em unidades de saúde 35,79 0,83
Particulares 185,17 4,27
Resíduos da construção civil 1.507,60 34,76
Coleta de resíduos públicos 472,43 10,89
Subtotal 3.996,08 92,15
Coleta seletiva de orgânicos 4,05 0,09
Destinados à
reciclagem

Entulho da construção civil (Estações Estoril e 320,71 7,40


Resíduos

Pampulha)
Coleta seletiva de papel, metal e plástico 13,51 0,31
Coleta seletiva de vidro 2,24 0,05
Subtotal 340,51 7,85
TOTAL 4.336,58 100%
Fonte: Relatório Anual da Limpeza Urbana - 2002.

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Observa-se a significativa quantidade de resíduos de construção civil destinada ao aterramento


na Central da BR-040, representando quase 35% do total de resíduos coletados no município
conforme pode-se observar no quadro acima. Desse total, pelo menos 50% (750 t/dia) é
potencialmente reciclável e poderia ter outro tipo de destinação que não o simples aterramento
como já ocorre com as 320 t/dia recicladas nas duas estações existentes.

A ampliação da reciclagem de entulho no município depende da implantação de nova estação


e do aumento da utilização do reciclado pela PBH e outros. Em relação aos resíduos de
construção civil, cabe lembrar que até 1994 não havia reciclagem de entulho no município. De
lá para cá, os quantitativos da reciclagem de entulho vêm aumentando a cada ano.

A coleta seletiva de papel, metal, plástico e vidro, se avaliada em termos do percentual da


massa, atinge 0,4% do total diário coletado, já que o peso específico desses materiais, à
exceção do vidro, é bastante pequeno. A PBH vem tentando viabilizar a implantação de outras
modalidades de coleta seletiva, visando ampliar o alcance da mesma e com isso o aumento
dos recicláveis coletados. Cabe ressaltar que os números apresentados na Tabela 3.11
refletem parte da coleta seletiva praticada no município, pois constata-se a existência de
receptores de materiais recicláveis não vinculados ao programa municipal da coleta seletiva
que compram recicláveis diretamente de estabelecimentos comerciais e industriais ou
recebem materiais de catadores autônomos. Vale lembrar ainda, pelas dificuldades
econômicas enfrentadas, a crescente prática da separação na fonte e venda de latinhas de
alumínio que hoje dificilmente são encontradas no lixo e, portanto, são disponibilizadas em
pequena quantidade para a coleta seletiva.

4.1.4.4 Sistema de Abastecimento de Água

Os sistemas produtores de água da Região Metropolitana de Belo Horizonte, segundo


informações da COPASA/MG, garantem o abastecimento da cidade por, no mínimo, mais vinte
anos. A capacidade instalada de produção para a Região Metropolitana (RMBH) é de
13.590 l/s, sendo que 7.430 l/s se destinam a Belo Horizonte, conforme mostrado na Tabela
4.13:

Tabela 4.13 - Capacidade dos Sistemas Produtores para RMBH e BH

Produção Produção destinada a B.H.


Sistema Produtor
Total RMBH (l/s) (%)
(l/s)
Sistema Ibirité 400 260 65
Sistema Morro Redondo 750 750 100
Sistema de Água Bruta Barreiro 200 200 100
Sistema de Água Bruta Catarina 170 170 100
Sistema Rio das Velhas 6.000 4.250 70
Sistema Vargem das Flores 1.470 450 30
Sistema Serra Azul 2.600 600 23
Sistema Rio Manso 2.000 750 38
Total 13.590 7.430 55
Fonte: COPASA MG

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O índice atual de atendimento pelo serviço de água potável em Belo Horizonte é de 99% (cerca
de 2,18 milhões de habitantes), percentual muito próximo da universalização do serviço. A
população não abastecida, estimada em cerca de 22 mil habitantes, corresponde
predominantemente àquela localizada em áreas isoladas, pouco adensadas, ou em
loteamentos urbanos irregulares.
Quanto à reservação, o sistema integrado da Região Metropolitana é composto de 34
reservatórios de macrodistribuição, possuindo volume total de 275.712 m3. O sistema de
microdistribuição da Região Metropolitana é composto de 103 reservatórios, com volume total
de 22.401 m3.
A extensão da rede de distribuição em operação é da ordem de 5.113 km. O volume anual de
água distribuído é de 235 milhões de metros cúbicos (7,45m3/s). O sistema conta com 99% de
hidrometração das ligações prediais. O índice de perdas físicas atual está estimado em 32% do
volume de água produzido, com perspectiva de diminuição para o padrão normal de 20%.

Esse bom nível de atendimento poderá manter-se a médio prazo, visto que os mananciais e as
unidades de produção do sistema atual apresentam capacidade para atender à demanda
prevista para toda a década em curso. A capacidade do sistema existente é de 15,3 m3/s, valor
que pode chegar a 22,1 m3/s com obras de porte relativamente pequeno. A vazão atualmente
produzida pela COPASA para suprir toda a RMBH é de 11,8 m3/s (77% da capacidade de
produção hoje instalada).
É importante observar que os mananciais utilizados para abastecer a Região Metropolitana de
Belo Horizonte situam-se em outros municípios e as respectivas captações não recebem a
contribuição dos cursos de água que atravessam a capital mineira. Não obstante, a jusante de
Belo Horizonte há rios importantes como o rio das Velhas e o próprio rio São Francisco, cuja
qualidade da água em muito depende das águas servidas e drenadas na cidade de Belo
Horizonte.

4.1.4.5 Sistema Viário e de Transporte Coletivo

4.1.4.5.1 Infra-Estrutura Viária da RMBH


A espacialização do sistema viário no território metropolitano configura uma estrutura ordenada
em função de grandes corredores, onde se localizam atividades terciárias, sendo os mesmos
convergentes para a área central de Belo Horizonte.

A malha viária se mostra descontínua. O acesso aos bairros, em geral, se dá por uma via
principal de penetração que converge para as vias de maior porte. Praticamente inexiste a
comunicação interbairros através de um sistema adequado e a ligação é feita por vias locais. A
importância do desempenho dos deslocamentos determina a hierarquização viária que decorre
da função da via independente de suas características físicas, principalmente fora da área
central de Belo Horizonte.

Destacam-se diversas situações em que o tráfego de passagem, característico de rodovias, se


mistura ao tráfego local, ocasionando grandes transtornos à área lindeira e elevado número de
acidentes. As vias principais normalmente “cortam” os centros de atividades, ao invés de
tangenciá-los, impedindo a humanização de áreas que se comportam como pólos
estruturadores do espaço. Com relação aos municípios não pertencentes ao Aglomerado,
normalmente a estruturação urbana se dá em função de uma via mais importante que,
linearmente, une os principais acessos rodoviários e concentra as atividades secundárias e
terciárias locais. Esta via, normalmente única, se ramifica para acessar aos bairros que
também, em geral, não se comunicam diretamente.

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4.1.4.5.2 Principais Articulações Metropolitanas


A localização estratégica da RMBH no contexto nacional, que a define como pólo receptor e
distribuidor de produção entre as regiões industrializadas e as consumidoras, faz com que seja
servida por rodovias que convergindo para Belo Horizonte transformam a região em nó
rodoviário de expressivo significado no contexto regional e nacional.

São na maioria rodovias federais, construídas para atender às necessidades dos transportes
de longa distância, sem nenhuma preocupação com tráfego urbano, a não ser o anel rodoviário
construído com o objetivo de desviar da área central o tráfego de passagem que, porém, já se
acha totalmente envolvido pela trama urbana, tendo hoje um papel mais de via urbana que o
de uma rodovia.

As principais rodovias são:


- BR-381 – Ligação com São Paulo;
- BR-381 – Ligação com Vale do Aço e Bahia (Via BR-116);
- BR-262 – Ligação com o Triangulo Mineiro;
- BR-262 – Ligação com Vitória;
- BR-040 – Ligação com Rio de Janeiro;
- BR-040 – Ligação com Brasília.

Este sistema é complementado por outras vias que ligam Belo Horizonte aos demais
municípios da região metropolitana tais como:
- MG-010 (Via Norte) – Dá acesso a Vespasiano e a Lagoa Santa;
- MG-424 – Se liga à Via Norte, dando acesso a Pedro Leopoldo;
- MG-020 – Liga Santa Luzia a Belo Horizonte;
- BR-381 – A leste, liga Caeté a Belo Horizonte através da ligação MG-435 e a oeste dá
acesso a Contagem, Betim e Igarapé;
- MGT-262 (Antiga MG-5) – Dá acesso a Sabará;
- MG-030 – Interliga Raposos, Rio Acima e Nova Lima ao centro Metropolitano;
- MG-040 – Interliga a Cidade Industrial a Ibirité e Brumadinho;
- MG-050/BR-262 – Ligam Betim a Mateus Leme;
- MG-060/MG-050 – Ligam Esmeralda a Betim;
- LMG-808 – Liga Esmeralda a Contagem;
- LMG-806 – Liga Ribeirão das Neves a Venda Nova/Belo Horizonte.

O Anel Rodoviário circunda o centro metropolitano, ligando entre si grande parte das rodovias
citadas e mantém características de suporte ao tráfego de passagem. Ao cortar áreas
urbanizadas, gera graves conflitos com o uso do solo lindeiro, constituindo barreiras à
integração urbana.

As rodovias têm como continuidade os seguintes corredores urbanos, que convergem para a
área central de Belo Horizonte:
- Av. Cristiano Machado e Av. Antônio Carlos, no sentido norte;
- Av. Amazonas e Via Urbana Leste-Oeste, no sentido oeste;
- Av Nossa Senhora do Carmo e Av. Raja Gabaglia, no sentido sul;
- Av. José Cândido da Silveira, Rua Niquelina e Av. dos Andradas, no sentido leste.

Também fora do aglomerado as rodovias têm seqüência dentro da área urbana dos municípios,
através da utilização das principais avenidas, sendo classificadas como vias arteriais primárias
ou secundárias, de acordo com sua importância. Repete-se o conflito com o uso urbano,
exceção feita a Pedro Leopoldo, onde as rodovias tangenciam a área ocupada, e Ribeirão das
Neves e Vespasiano que possuem acessos próprios.
46
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4.1.4.5.3 Sistema Viário - Âmbito Municipal


Apesar de ter sido planejada segundo princípios considerados visionários em sua época ou
bastante coerentes com as necessidades atuais, Belo Horizonte encontra hoje nos problemas
de transporte e trânsito um dos mais sérios desafios colocados para o seu desenvolvimento.

Face à urbanização acelerada, Belo Horizonte há muito ultrapassou os limites da área


planejada para contê-la (área situada dentro da Av. do Contorno), onde o sistema viário com
suas avenidas de 35m de largura e ruas de 20m, pode ser considerado, no conjunto, como
bastante satisfatório.

A ausência da implementação de um plano viário para o resto da aglomeração ou a falta de


uma regulamentação municipal apropriada fez com que o traçado e as características das vias
fossem deixados à iniciativa dos loteadores, criando-se uma rede descontínua e incompleta,
incompatível com o desempenho necessário.

Constata-se, que o que existe são trechos de vias inadequadas para as funções que
desempenham, não chegando a constituir um sistema ordenado. Segundo inventário realizado
existem atualmente em Belo Horizonte:
- 74km de vias de ligação;
- 933km de vias arteriais;
- 982km de vias coletoras.

Nesta classificação as categorias de vias nem sempre são definidas em função de


características geométricas, mas conforme o papel que desempenham dentro da estrutura
viária, o volume de tráfego observado e a utilização pelo transporte coletivo. A estrutura viária
ordena-se em função dos grandes corredores, todos eles convergindo para o centro de Belo
Horizonte, onde se localizam, preferencialmente, as atividades terciárias: comércio e serviços.

Os dois corredores principais: Av. Amazonas e Av. Antônio Carlos carreiam volumes de tráfego
extremamente elevados e embora não tenham ainda atingido o ponto de saturação da sua
capacidade técnica, estes corredores, principalmente a Av. Antônio Carlos, são atualmente
bastante sobrecarregados nas horas de pico, devido a uma série de motivos, que limitam
praticamente o número admissível de veículos.

Um dos principais motivos, diz respeito ao adensamento da ocupação e uso intensivo não
residencial. A principal função dos corredores é o escoamento e a fluidez do tráfego. É
importante esclarecer que a Lei anterior à Lei 7.166/96 privilegiava o adensamento e a
instalação de usos comerciais comprometendo a fluidez em função da necessidade de
estacionamento, manobras, operação de carga e descarga afetando diretamente o tempo de
viagem do transporte coletivo.

A atual legislação, Lei 7.166/96, flexibiliza o uso não residencial em vias secundárias impondo
restrições nas vias arteriais e de ligação regional. Estabelecendo exigências quanto à área
mínima dos lotes, maior afastamento frontal, quantidade mínima de vagas e, áreas específicas
para carga e descarga, embarque e desembarque.

Agregando importante contribuição, a Lei de Licenciamento Ambiental – Lei 7277/97


representa grande avanço ao definir a internalização das repercussões regionais dos
empreendimentos mais impactantes. Apesar das medidas citadas, pode-se observar a
excessiva concentração de atividades não residencial nas vias de ligação regional e arterial.
Essa situação, a médio e longo prazo, gera degradação precoce dessas vias, e
conseqüentemente onerosos alargamentos e prejuízos às próprias atividades lindeiras.

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São nos corredores secundários que se manifestam com maior amplitude os conflitos entre as
funções de circulação e acesso às áreas lindeiras. De fato, à medida que se intensificam os
usos terciários ao longo dessas vias, as necessidades somadas de paradas de coletivos,
estacionamento, manobras, operação de carga e descarga para suporte destas atividades,
tendem a provocar a diminuição de sua capacidade.
As características do sistema viário de Belo Horizonte são fortemente influenciadas pela
topografia acidentada do sítio onde foi instalada e se desenvolveu a cidade, assim como pelas
bacias dos Ribeirões Arrudas e do Onça e seus afluentes. Constituem ainda barreiras físicas
importantes, as linhas férreas de passageiros e de carga, o Anel Rodoviário de Belo Horizonte
e o conjunto formado pelo aeroporto da Pampulha / Lagoa / Jardim Zoológico / que impedem a
articulação entre regiões adjacentes, limitando as possibilidades de transposição.

Dentre as principais características do sistema viário destacam-se:


- Configuração geral do sistema sob a forma radial induzindo os usuários a convergirem /
passarem pela área central;
- Ausência de continuidade do sistema, coibindo articulações e ocasionando
congestionamentos com a conseqüente poluição e queda na qualidade de vida do usuário
da via e da população lindeira;
- Carência de ligações entre bairros consolidando a estrutura radial e ocasionando
movimentação de média e longa distância na busca de novas rotas, com a conseqüente
invasão de áreas ambientais pelo tráfego de passagem, através de percursos alternativos
inadequados. Some-se a este, o fato de serem aumentados os tempos de viagens e os
custos operacionais dos sistemas viário e de transporte público;
- Inexistência de uma hierarquia efetiva das vias que compõem o sistema tornando difícil
sua caracterização e compatibilização funcional do ponto de vista da circulação e uso do
solo;
- Falta de correlação entre as características geométricas das vias e as funções que
desempenham no sistema, gerando conflitos e distorções, pela presença de fluxos
superiores à capacidade ou pela dotação de capacidade superior à demanda;
- Inexistência ou carência de dispositivos de controle de trânsito;
- Excessiva concentração de atividades não residenciais nas vias de ligação regional e
arteriais, gerando a médio e longo prazos, degradação precoce dessas vias e
conseqüentemente à necessidade de onerosos alargamentos e prejuízos às próprias
atividades lindeiras.

De um modo geral os aspectos mais relevantes sobre as deficiências existentes são:


- Ausência de continuidade do sistema, não havendo uma articulação satisfatória do sistema
viário planejado com o restante do sistema pertinente aos bairros, os quais, na maioria das
vezes possui uma única via de acesso orientada para o centro da cidade;
- Não há acessos ou comunicações entre bairros, o que consolida a estrutura rádio-
concêntrica do sistema, explicando a concentração de movimento verificada ao longo dos
corredores, opções únicas para os deslocamentos de média e longa distância;
- Inexistência de hierarquia entre as vias tornando difícil definir a função e a importância
relativa da maioria das vias que servem ao mesmo tempo ao tráfego local e o de
passagem. Além disto, não há uma correlação entre as características geométricas e a
função das vias, de vez que enquanto muitas se vêm congestionadas face à sua reduzida
plataforma, outras de largura bastante significativa pela falta de integração no sistema
viário, não têm tráfego expressivo.

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4.2 CARACTERÍSTICAS DAS ÁREAS DE INTERVENÇÃO

4.2.1 CONJUNTO TAQUARIL

4.2.1.1 Definição da área de Influência

A caracterização ambiental do conjunto Taquaril adotou uma área de influência distinta de


acordo com cada meio estudado: físico, biótico e sócio-econômico, sendo adaptada para temas
específicos sempre que recomendado pela disponibilidade de dados ou a incidência dos
impactos. As áreas de influência adotadas no presente estudo são apresentadas a seguir:

Meio Físico
A definição da área de influência indireta para o meio físico, conforme apresentado na
Figura 4.14, baseou-se na delimitação de bacia hidrográfica do córrego Olaria,
pertencente à bacia do ribeirão Arrudas;
Ribeirão Arrudas

Caetano
Furquim

Granja de Freitas

SABARÁ
Cor.
Olaria
BELO
HORIZONTE

Conj.
Taquaril

Flamingo

Figura 4.14: Bacia Elementar do córrego Olaria

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Como área de influência direta do empreendimento, considerou-se a área de implantação


das intervenções: conjunto Taquaril.

Meio Biótico e Sócio-Econômico


A área de influência indireta para os meios biótico e sócio-econômico abrange os bairros
mais próximos ao empreendimento: Conjunto Granja de Freitas, Alto Vera Cruz, Saudade
e Jonas Veiga, que sofrerão ou poderão sofrer interferências indiretas ocasionadas pela
implantação do empreendimento.

A Área de influência indireta do empreendimento pode ser vista no MAPA a seguir:

Como área de influência direta do empreendimento, considerou-se a área de implantação


das intervenções: conjunto Taquaril.

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INSERIR MAPA 1- INFLUÊNCIA INDIRETA TAQUARIL

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4.2.1.2 Caracterização do Meio Natural (Físico e Biótico)

O Conjunto Taquaril localiza-se na região Leste de Belo Horizonte na divisa com os Bairros Alto
Vera Cruz, Jonas Veiga e Granja de Freitas e com o Município de Sabará. Possui uma área de
145,2 ha e uma população estimada de 26.098 habitantes.
O conjunto subdivide-se em 14 setores, sendo 12 setores em BH e 2 em Sabará (Figura 4.15).
Os setores do Município de Sabará (13 e 14) também são conhecidos como Bairro
Castanheiras e não foram incluídos neste Programa.

ALTO VERA CRUZ

GRANJA DE
FREITAS
BELO
HORIZONTE

SABARÁ

Setores não contemplados pelo


Programa Vilas Urbanizadas

Figura 4.15: Localização dos setores do conjunto Taquaril

Ressalta-se que nos setores do conjunto Taquaril (13 e 14) que se localizam no município de
Sabará e que não foram incluídos no presente Programa, também se verificam ocupações em
áreas de risco ambiental e geológico (áreas de preservação permanente, de alta declividade e
com perfil geológico semelhante aos demais setores localizados em Belo Horizonte). Neste
sentido, deverão ser implementadas articulações institucionais com: (i) COPASA, no sentido de
reestruturação do sistema de esgotamento sanitário na bacia do córrego Olaria, no trecho do

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município em Sabará; e (II) Prefeitura de Sabará, para um possível entendimento ou


compromisso com vistas ao benefício global de todo o conjunto Taquaril.
Os principais acessos são a Avenida dos Andradas e a Rua Marzagânia (continuação da
Andradas em Sabará) para os setores 2 e 4, a Rua Niquelina para a área central do Taquaril,
abrangendo todos os setores e a estrada antiga para Nova Lima a sul, principalmente nos
setores 10, 11 e 12.
O Taquaril localiza-se na microbacia do Córrego Olaria, pertencente à sub-bacia do Ribeirão
Arrudas. O córrego, conhecido pelos moradores como córrego do Taquaril, é também o limite
entre os municípios de Belo Horizonte e Sabará, margeando os setores 2, 5, 11 e 12. As
principais referências na região são o Cemitério da Saudade e Hospital da Baleia, o Conjunto
Granja de Freitas, a antiga Estrada de Nova Lima e o final da avenida Andradas.

4.2.1.2.1 Bacias Hidrográficas


O Conjunto é cortado por dois cursos d’água:
− Córrego do Taquaril, a oeste, de direção geral N45oW, afluente do Córrego do Cachorro
Magro, pertencendo a bacia de mesmo nome que não se encontra na área em estudo;
− Córrego Olaria, a leste, segmentado nas direções N-S e N45oW (Piumbini &
Germano,1999), principal curso d’água do Taquaril sendo também o limite entre os
municípios de Belo Horizonte e Sabará, margeando os setores 2, 5, 11 e 12.
Dados do córrego Olaria
• Área da Bacia do Córrego Olaria: 299ha
• L1 = comprimento do curso d’água principal: 3.249m
• L = comprimento total do talvegue: 3.449m
Área impermeável (%)
1996 1999 Diferença
34,73 37,33 7,5
O Córrego Olaria deságua no Rio Arrudas, já no Município de Sabará, depois da Estação de
Tratamento de Esgoto (ETE). Isto significa que o Rio Arrudas continua recebendo esgoto a céu
aberto, sem tratamento, vindo do Município de Belo Horizonte. Os impactos da ocupação do
Taquaril sobre os cursos d’água no local e a jusante podem ser classificados como temerários
dado a forma de ocupação e movimentação do solo, com geração de pequenas plataformas
por escavação manual, lançando-se encosta abaixo o material escavado, em direção ao fundo
do vale.
O impacto hidrológico da área do Taquaril é significativo no córrego Olaria, assim como no
corpo d’água a jusante da área, o córrego Freitas – Santa Terezinha, e se dá, sobretudo, pela
constituição geológica do Taquaril, com a presença de filito, material de baixa permeabilidade,
que aliado às áreas de altas declividades sujeitas a ocupação urbana, acarreta a geração
continuada de material para assoreamento dos fundos de vale e, a partir da saturação, sua
transferência para jusante, alcançando os leitos do Arrudas e Velhas. Somam-se, ainda, as
repercussões negativas, reais e potenciais, pelo despejo a céu aberto e in natura de lixo e
esgoto.
4.2.1.2.2 Fisiografia
O Taquaril está localizado em uma região de relevo acentuado com declividades muito altas,
em geral, superiores a 30%, conforme pode ser observado no Mapa de declividades
apresentado a seguir. A região apresenta colinas predominantemente de topo convexo e vales
encaixados com perfis em “V” alargando-se a jusante.

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INSERIR MAPA 2- DECLIVIDADES TAQUARIL

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4.2.1.2.3 Geologia
A geologia estrutural da região do Taquaril acompanha o padrão regional da Serra do Curral,
estando as litologias observadas, salvo rochas intrusivas, orientadas segundo a direção NE-
SW com caimento para SE, com ângulos de mergulho variando na maioria dos casos entre 30o
e 70o.

Na região ocorrem filitos e xistos pertencentes ao Grupo Sabará. Intrusões de metadiabásio e


espessos veios de quartzo leitoso também foram observados cortando os filitos deste grupo.
Os metadiabásios apresentam-se sob a forma de blocos e matacões subarredondados de
textura maciça e coloração esverdeada. São também encontrados ao longo das drenagens.

Os filitos apresentam-se em grande parte bastante alterados, com coloração variando de vinho
a rósea. Geralmente apresentam-se truncados por dois e, às vezes, até quatro sistemas de
fraturas, que segundo SILVEIRA e CARNEIRO (1995) as atitudes preferenciais são
N60ºW/45ºNE, N10º-20ºW/90º-75ºNE, N05ºW/80ºSW e N30ºE/55ºNW. O filito fresco raramente
aflora. Apresenta coloração cinza esverdeada podendo ser observado próximo às drenagens e
em alguns cortes feitos para a construção das moradias.

Carneiro et al.(1994) identificaram grauvacas na porção sul da área, ao longo de erosões


profundas junto ao afluente do Córrego de Freitas.

O Conjunto Taquaril apresenta sua paisagem natural fortemente modificada em função da


intervenção antrópica. Fenômenos de instabilidade de encostas e taludes são freqüentes em
função da alta declividade, estrutura geológica local, e intervenção antrópica intensa.

Em relação ao contato solo/rocha pode-se dizer que este define uma superfície potencial de
escorregamento. As formações superficiais apresentam permeabilidade mais elevada que o
substrato de rocha alterada, originando no contato solo/rocha uma concentração e fluxo d'
água,
que alteram as características geotécnicas nesta região, dando origem a uma superfície
fragilizada. Entretanto, a pequena espessura das formações superficiais na região em estudo,
torna tal problema menos expressivo. Essas coberturas apresentam-se recobrindo saprólitos
(rocha extremamente alterada passando a solo, mas onde ainda se pode observar estruturas
da rocha original) e rochas alteradas.

O Mapa a seguir apresenta a geologia do conjunto Taquaril.

4.2.1.2.4 Geomorfologia
Quanto a geologia, conforme citado anteriormente, os filitos apresentam se segundo a direção
NE-SW, com mergulho para SE e truncados por sistemas de fraturas, dependendo do setor.
Dessa forma, os cortes feitos segundo a direção NE-SW podem favorecer o desconfinamento
dos filitos, exceto quando o mergulho destes for para NW.

Situações mais freqüentes de desconfinamento e escorregamentos (planares e em cunha) em


filitos ocorrem na encosta do setor 2, próxima ao talvegue limítrofe com o setor 5 e no setor 9.
Escorregamentos circulares também ocorrem em solos saprolíticos (solo residual onde podem
ser observadas estruturas primárias da rocha original) e em aterros ao longo de todo o
conjunto Taquaril.

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INSERIR MAPA 3- MAPA GEOLÓGICO TAQUARIL

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4.2.1.2.5 Vegetação
A região do Taquaril apresenta vegetação típica de cerrado, com espécies herbáceas e
arbustivas de pequeno a médio porte. Esta vegetação é observada nas poucas áreas não
urbanizadas e nas linhas de drenagem. No interior do conjunto a vegetação original foi em
grande parte removida pela população local, e foram introduzidas árvores frutíferas.
A presença de bananeiras é indicada aqui como agente potencializador do risco. Sua
plantação em encostas, bem como sua disseminação por praticamente toda a área do
Conjunto Taquaril, constituem um quadro problemático que se agrava quando acrescido da
dificuldade de conscientização dos moradores para seus potenciais riscos.

Na verdade, a bananeira — uma grande erva da família das musáceas (Musa paradisiaca) —
possui um rizoma subterrâneo como caule, e é ele que dá origem a novas bananeiras. Suas
folhas, amplas, têm bainhas que se enrolam umas nas outras, formando um pseudotronco, e
em seus frutos já não existem sementes. Uma vez que elas são adaptáveis a climas quentes e
úmidos, a sua presença indica a ' proximidade' de água e, por isso mesmo, é um fator
preocupante que deve ser eliminado.

Uma vez sujeita ao processo de deslizamento, a encosta que possui bananeiras em seu perfil
estão propensas a um efeito destruidor mais acentuado, uma vez que a ação da gravidade
atuando sobre a massa escorregada, acrescida de troncos de bananeiras, constitui um fluxo de
material/detritos capaz de provocar danos muito mais sérios do que os já causados quando de
um escorregamento apenas de solo ou aterro.

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4.2.1.3 Caracterização Sócio-Econômica

4.2.1.3.1 População
Segundo dados do Plano Diretor do Conjunto Taquaril, baseados no Censo IBGE, em 1991 a
população do Taquaril era de 11.013 habitantes. Hoje a população estimada é de 26.098
habitantes, o que significa que em dez anos a população quase triplicou.

4.2.1.3.2 Saúde
Segundo a Secretaria de Saúde do Município, Belo Horizonte possui ao todo 160 unidades
assistenciais distribuídas pelas regionais.
Tabela 4.14 - Unidades assistenciais ambulatoriais (próprias) da Secretaria Municipal de Saúde
- Belo Horizonte - 2000
Distrito Centro Laboratório Policlínica Unidade Unidade de Total
Sanitário de Especializada Emergência
Saúde
Barreiro 17 0 0 5 1 23
Centro Sul 11 3 2 1 0 17
Leste 13 1 2 3 0 19
Nordeste 19 0 0 1 0 20
Noroeste 19 1 1 3 0 24
Norte 14 1 0 1 1 17
Oeste 14 1 1 0 1 17
Pampulha 8 0 0 2 0 10
Venda Nova 12 0 0 0 1 13
Total 127 7 6 16 4 160
Fonte: PBH. SMSA. 2000

O conjunto Taquaril conta com dois postos de saúde (Novo Horizonte e Taquaril) sendo que é
considerada uma das 30 localidades onde mais se morre na capital e, em contrapartida, é um
dos 5 bairros com maior número de nascimentos. A taxa de mortalidade infantil, segundo o
Distrito Sanitário Leste (DISAL), é de 45 óbitos para cada 1.000 nascidos vivos, enquanto a
média da cidade é de 26 óbitos. A alta taxa de mortalidade verificada no Taquaril é resultado,
dentre outras causas, das péssimas condições sanitárias do conjunto.

4.2.1.3.3 Evolução da Ocupação no Taquaril


A ocupação do Taquaril iniciou-se em 1981 quando a área, que naquela época pertencia à
Companhia de Desenvolvimento Urbano de Belo Horizonte-CODEURB (que é o atual
Departamento de Obras Públicas de Minas Gerais (DEOP-MG), foi parcelada em sítios, com
tamanho mínimo de 2.300 m2 e recebeu o nome de bairro Castanheiras. Foram
implementados, nesta época, 40% da infra-estrutura do parcelamento, com implantação de
vias primárias e algumas obras de drenagem
Em 1987 a Prefeitura Municipal de Belo Horizonte negociou o loteamento Castanheiras com a
CODEURB e reparcelou a área, implantando o Conjunto Habitacional do Taquaril, que passou
a ser formado por 2 mil lotes de 150 m2 cada. Nesta ação o poder público assentou 1.883
famílias. Em 1988 mais 300 famílias de “sem casas” foram assentadas.

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Desde então a área vem sofrendo sucessivas invasões com a ocupação de áreas verdes,
margens de córregos, talvegues, ravinas, áreas de altíssima declividade e de risco geológico
muito alto. Este fato a torna uma das áreas de mais difícil solução urbanística de Belo
Horizonte, no que diz respeito a situações de risco, insalubridade ambiental e ocupação
desordenada.
Observa-se no processo de crescimento do Taquaril um aumento da área ocupada
(crescimento por expansão), além da ocupação e adensamento em áreas de preservação.
Grandes áreas livres no entorno imediato, principalmente no setor 2 abaixo da rua Diniz Dias e
nos setores 10, 11 e 12, acima da antiga estrada de Nova Lima, apontam para possibilidades
de novas invasões e expansão do aglomerado. São necessárias intervenções nestas áreas,
para que não se amplie a ocupação desregrada e todos os problemas que ela acarreta.

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4.2.1.4 Uso e Ocupação Atual do Solo

De acordo com a Lei de Uso e Ocupação do Solo de Belo Horizonte, de 1996, o Conjunto
Taquaril está inserido nos seguintes zoneamentos:
• ZAR 2: Zona de Adensamento Restrito 2
• ZEIS 3: Zona Especial de Interesse Social 3
• ZP1: Zona de Proteção 1

A área do Taquaril que está sendo objeto deste programa localiza-se na ZEIS 3 e na ZP 1.
A ZEIS 3 abrange os setores 6, 7, 9 e parte dos setores 2, 5, 10, 11 e 12. A ZP 1 abrange a
parte dos setores 2 e 5 em suas partes baixas, às margens do Córrego Olaria e a parte dos
setores 10, 11 e 12 onde eles fazem o limite do Conjunto.

4.2.1.4.1 Sistema de Espaços Públicos


Os espaços públicos são, em sua maioria, configurados pelo sistema viário, praças, parques e
largos. No caso do Taquaril os espaços públicos são configurados principalmente pelo sistema
viário já que praticamente inexistem outros equipamentos citados. A conformação urbana se dá
de forma diferenciada na área do loteamento original e nas áreas de ocupação mais recente
(setores 10, 11 e 12). A primeira relaciona-se ao planejamento feito em 1981, quando a área foi
parcelada, e a segunda assemelha-se à ocupação típica por invasão.
A primeira é estruturada por vias principais, a maioria já urbanizada e em boas condições, que
distribuem as vias locais de pedestres. O limite entre os setores é marcado pelas vias
principais, na maioria dos casos um dos poucos estruturadores da paisagem urbana do
Taquaril. No geral a paisagem é homogênea, com ocupação média a alta nos interiores de
quadras e manchas de vegetação próximo aos talvegues. Esta imagem pode ser visualizada
dos locais mais altos como a Estrada Antiga para Nova Lima. A segunda acontece na área de
ocupação mais recente, correspondente aos setores 10, 11 e 12, designado como área de
preservação rigorosa e área de preservação ambiental e de lazer no Plano Diretor de 1995.
Não houve um controle da ocupação e essa área adensou-se, com grande desmatamento e
ocupação de regiões de talvegues. Não existe um sistema viário veicular estruturado, sendo
este muito precário com a maioria das vias locais de pedestres implantadas de acordo com a
demanda de acesso a novas moradias (Ver Figura 4.16).

Figura 4.16: Setor 11. Área com precariedade de infra-estrutura. Notar vários cortes verticais
na encosta e cicatrizes de escorregamento.

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Os serviços prestados à população desta área como, por exemplo, transporte coletivo e
comércio localizam-se principalmente na vias regularizadas dos setores de 1 a 9 e nos bairros
Alto Vera Cruz e Granja de Freitas.

4.2.1.4.2 Sistema de Espaços Privados


No conjunto Taquaril é possível encontrar tipos distintos de apropriação do espaço privado
decorrentes dos estágios de consolidação do sistema viário, infra-estrutura instalada, tempo de
ocupação e condicionantes naturais.

A ocupação é constituída basicamente de residências unifamiliares, com um pavimento e de


alvenaria aparente. Nas áreas de comércio localizadas principalmente nas margens das vias
principais há construções de uso misto e o padrão construtivo é melhor. Devido à elevada
declividade, a densidade demográfica do Taquaril não é muito alta se comparada à de outras
vilas tais como o Alto Vera Cruz que faz divisa com ele. A densidade é mais alta às margens
das vias principais e nos setores 7, 10 e 11 e mais baixa nos talvegues e às margens do
Córrego Olaria.

No geral existe afastamento entre as edificações com áreas livres para quintais, possibilitando
melhor ventilação e iluminação nas moradias. Vale lembrar que esse é um dos problemas mais
graves em vilas muito adensadas. A consolidação das edificações está diretamente
relacionada à infra-estrutura instalada através do sistema viário, saneamento, iluminação,
abastecimento de água e topografia.

Na área com melhor infra-estrutura instalada, principalmente próximo ao sistema viário


estruturante (vias principais), observamos maior concentração de estabelecimentos comerciais,
“lotes” mais bem definidos e com acesso direto pelas vias e melhores padrões construtivos.
Estas áreas, no entanto, são as que apresentam maior densidade e menos áreas livres.

Nas áreas de ocupação mais recente, como setores 10 a 12, e próximo aos talvegues
encontramos situações mais precárias de apropriação do espaço privado decorrentes de
espaço público desestruturado. As edificações possuem padrões construtivos piores e em
algumas áreas não há definição precisa dos lotes. Em contrapartida a densidade é mais baixa,
com maiores afastamentos entre as edificações. Apresentam-se, na Tabela 4.15, os padrões
de ocupação no Conjunto Taquaril, de acordo as características predominantes em cada área:

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Tabela 4.15: Padrões de Ocupação no Conjunto Taquaril

Padrão Localização Características

1 Áreas delimitadas Área consolidada, relacionada à sistema viário definido e em


pelo sistema viário processo de consolidação nos interiores de quarteirão.
principal Concentração de estabelecimentos comerciais, de serviço e
consolidado institucionais nas margens das vias principais.
2 Área do talvegue Área em processo de consolidação, com sistema viário
entre setores 2 e precário e desarticulado. A maioria das vias não tem saída,
5 seguindo até encontrar o talvegue. As principais áreas livres
existentes encontram-se próximo ao talvegue, de difícil
ocupação.
3 Encosta entre rua Área em processo de consolidação. Ruas precárias e muito
Diniz Dias e íngremes, articuladas pela Ramiro Siqueira no alto e Diniz
Ramiro Siqueira Dias na baixada. Esta área se beneficia de toda a estrutura
instalada no Granja de Freitas (principalmente escola), dado a
proximidade.
4 Área de ocupação Área de ocupação mais recente, mas já em processo de
recente - Setores consolidação. A infra-estrutura é precária, sendo quase
10, 11 e 12 inexistente as possibilidades de acesso veicular. Principais
áreas livres existentes próximo aos talvegues.
5 Área às margens Região não consolidada, pouco adensada, com quase
do córrego Olaria inexistência de infra-estrutura instalada. Áreas livres
existentes, inclusive com vegetação densa em alguns trechos.
De um modo geral, nota-se que quanto mais perto dos talvegues ou linhas de drenagem, os
padrões vão se deteriorando, chegando a níveis muito baixos de qualidade urbana e ambiental.
A consolidação da área aumenta na medida em que se afasta dos talvegues e se aproxima de
áreas com melhor infra-estrutura e acessibilidade.

4.2.1.4.3 Sistema Viário


O Taquaril está localizado em uma região de relevo acentuado com declividades muito altas.
No entanto, as vias foram projetadas e construídas perpendiculares às curvas de nível, sendo
poucas as situações em que isso não ocorre. Justificam-se assim as declividades muito
elevadas que chegam até a 70% em alguns casos. Na Figura 4.17 pode-se observar a
ocorrência de vias muito íngremes e ocupação de fundo de vale no setor 5.

As vias que acompanham ou são obliquas às curvas de nível são insuficientes, gerando vias
secundárias que vencem desníveis de até 90 metros até alcançar via veicular. Desse modo, o
deslocamento dos moradores fica prejudicado tendo eles que andar grandes distâncias, vias
muito íngremes e precárias. Da mesma forma essa situação é desfavorável à coleta de lixo, ao
acesso ou aproximação de ambulâncias, caminhões de mudanças e caminhões de gás dentre
outros. Esse problema é mais grave nos setores 2, 5, e, em especial, nos setores 10, 11 e 12.

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Figura 4.17 : Vista do Setor 5: vias muito íngremes e ocupação de fundo de vale

A rua Santa Cruz, no Setor 5, é um exemplo de vários fatos citados até aqui. Ela começa na
rua Ramiro Siqueira e acaba no campo de futebol próximo ao Córrego Olaria. O desnível entre
a rua e o campo de futebol é de 80 metros e para vencê-los foi construída uma escada com
359 degraus, sem patamares nem guarda-corpo. Com certeza essa solução facilitou o acesso
dos moradores à rua Ramiro Siqueira, mas se houvesse uma via no meio do quarteirão
paralela às curvas de nível a caminhada não seria tão longa.

4.2.1.4.4 Equipamentos
Os principais equipamentos que atendem o Taquaril são postos de saúde e escolas do
conjunto e dos bairros no entorno, principalmente Granja de Freitas, Alto Vera Cruz e Saudade.
Existe deficiência no atendimento, principalmente aos setores 10, 11 e 12, que se encontram
mais distantes dos equipamentos instalados.

A Escola Fernando Dias Costa e o Centro de Saúde Novo Horizonte são os únicos grandes
equipamentos localizados dentro do conjunto (no setor 07- rua Pedro Alexandrino de
Mendonça). Atendem à população de todos os setores, com exceção do 1 e parte do 2 (área
próxima à rua Diniz Dias).
As áreas com maior dificuldade de acesso a estes equipamentos são as localizadas próximo
aos talvegues (parte baixa dos setores 2 e 5) e setores 11 e 12. O sistema viário veicular
deficiente e desarticulado destas regiões dificulta o acesso de ambulâncias, transporte coletivo
ou escolar. Na maioria dos casos é necessário percorrer grande distância a pé, em vias
precárias e muito íngremes.

A Escola Júlio Soares localizada no Granja de Freitas atende também parte dos moradores do
setor 2, principalmente na área mais baixa, próximo à rua Diniz Dias. O principal acesso é feito
por trilhas ou caminhos que ligam a rua Diniz Dias e o beco que margeia o córrego Olaria às
ruas do Grupo e Olaria, já no Granja de Freitas. A maioria destas trilhas estão previstas para
serem abertas de acordo com o Plano Diretor do Granja de Freitas, sendo muitas utilizadas
atualmente para trânsito veicular.

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Na região a oeste dos setores 4, 6 e 8 localizam-se mais duas escolas e o centro de saúde do
Taquaril. A Escola Municipal Professora Alcinda Torres, localizada na rua Vasco Balboa,
atende principalmente o setor 1, e alguns moradores do 3. A Escola Jorge Ricardo Salum e o
posto de saúde localizados na rua Desembargador Bráulio, atendem os setores10 e 11, além
de moradores do Alto Vera Cruz. O principal acesso é pela rua Teixeira dos Anjos. Sendo a
área já urbanizada, é possível o acesso por transporte coletivo.

Os moradores dos setores 11 e 12, principalmente, utilizam também escolas do bairro


Saudade, dada a dificuldade de acesso àquelas localizadas no conjunto. As crianças de 5 a 6
anos são atendidas apenas no Bairro Horto. Existe a proposta de instalação de uma escola
estadual no conjunto para atender principalmente os setores 11 e 12, que têm maior dificuldade
de acesso para os equipamentos existentes.

No Plano Diretor do Taquaril há a especificação de áreas para a implantação de equipamentos


comunitários e de lazer. Essas áreas estão localizadas principalmente nos setores 5 e 9. Não
está definido no Plano os tipos de equipamentos que serão implantados o que dificulta a
afirmação de que essas áreas serão suficientes para atender a demanda. O comentário
cabível é o de que os acessos a essas áreas, principalmente ao Setor 5, são muito precários e
devem ser estudados ou os equipamentos deverão ser propostos em áreas mais acessíveis e
que atendam a um número maior de moradores. Para a próxima etapa deste trabalho será
proposta a melhoria de acesso para o Setor 5. A partir daí ficará mais fácil a definição do
melhor local para a implantação desses equipamentos.

As quatro linhas de ônibus existentes não circulam na região interna do conjunto, em função da
precariedade do sistema viário local. O transporte coletivo passa apenas nas vias principais. A
identificação dos pontos de ônibus é difícil devido à ausência de placas de sinalização e
abrigos. São cinco as linhas de ônibus que atendem o Taquaril, sendo elas: 9803 (Taquaril –
Palmares), 901(Circular Leste), 9412 (Taquaril – Padre Eustáquio), 9208 (Taquaril – Conjunto
Santa Maria) e 9503 (Taquaril – Jaraguá).

O número de telefones públicos é satisfatório, concentrados principalmente nos


estabelecimentos comerciais e nas vias principais. Praticamente inexiste sinalização nas ruas,
dificultando a orientação no bairro. A maioria das ruas não possui placas com indicação de seu
nome.

• Organizações Sociais - Equipamentos Existentes

A Tabela 4.16 apresenta a relação dos equipamentos sociais existentes no Taquaril

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Tabela 4.16 - Organizações sociais destacando os grupos presentes no conjunto Taquaril, Belo
Horizonte.

Tipo Est/ Fed/ ONG/ Conveniada Capacidade Cobertura


Igreja/ Associação com PBH de do
Sim/não Atendimento Território
Centro Educacional Associação Não ___ Local
Comunitário da E. M.
George R. Salum
Assoc. Moradores Associação Não ___ Local
Unidos Vera Cruz e
Taquaril
Centro de Apoio Associação Sim 120 por dia Local
Comunitário Vera
Cruz
Creche Relante C. Igreja Sim 175 Local
Criança Feliz
Conf. Nossa Sra. Associação (SSVP) Não ___ Local
Aparecida
Igreja Assembléia de Igreja Não ___ Local
Deus
CEVAE (Centro de ONG Não ___ Local
Convivência
Agropecuária)
Paróquia São Gabriel Igreja Não ___ Local
Creche Nossa Sra. Igreja Sim 180 Local
Perpétuo do Socorro
Centro Cultural Alto ___ Sim 200 por dia Local
Vera Cruz
Centro Infantil ONG Sim 106 Local
Caminho do Céu
Projeto Providência Igreja Sim 1500 Local
Creche Maria Menina Igreja Sim 150 Local
Creche Shaekina Igreja Sim 150 Local
Creche Igreja Igreja Não 50 Local
Metodista
Creche Criança ___ Não 46 Local
Esperança
CECON - PCD - TECA Associação Não __ Local
Assoc. Pró - Associação Não __ Local
melhoramento
Castanheira
Igreja São Vicente de Igreja Não __ Local
Paula
Igreja Sagrada Família Igreja Não __ Local
Igreja Nossa Sra. Igreja Não __ Local
Rosa Mística
Igreja Shaekina Igreja Não __ Local
GAMET Associação Não __ Local

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4.2.1.4.5 Pontos de Concentração / Espaços Significativos


As áreas comerciais se concentram nas vias principais. O comércio aí se constitui de bares e
pequenas mercearias. Não há supermercados nem farmácias. O ponto de comércio mais
significativo é o da Rua Teixeira dos Anjos próximo à Rua JK. Aí há também um posto dos
Correios e é o ponto final da linha de ônibus 9412.

Os pontos de encontro e de maior concentração de pessoas coincidem com as áreas


comerciais e os pontos finais dos ônibus, em sua maioria. Aliás, os pontos finais dos ônibus
significam uma das maiores referências para os moradores do Taquaril.

As opções de lazer são poucas. Há apenas um campo de futebol no Setor 5, próximo ao


Córrego Olaria. Os meninos costumam jogar bola nos pontos menos íngremes das vias
principais.

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4.2.1.5 Infra-Estrutura Urbana

4.2.1.5.1 Sistema de Abastecimento de Água

Praticamente toda a extensão do Taquaril possui rede de abastecimento de água oficial. Os


moradores não atendidos pela rede oficial são abastecidos por rede clandestina.

O sistema de abastecimento de água é o do Rio das velhas, sendo os setores de 1 a 9


abastecidos pelo reservatório Taquaril e 10, 11 e 12 pelo reservatório Castanheira. A pressão
na rede é muito variável devido à grande variação de cota.

Os principais problemas de intermitência no abastecimento localizam-se nos setores 1, 3 e 8


(não incluídos no escopo deste trabalho) onde localizam-se os pontos mais altos e em parte do
setor 9, devido à insuficiência da rede. O sistema Castanheira é abastecido por reservatório
localizado próximo á estrada de Nova Lima esquina com a rua Castelo Branco, com
capacidade de 500 m3 e adutora de água tratada DN 200 em tubos de ferro fundido implantada
ao longo da antiga estrada.

A rede de água dos setores 10, 11 e 12 foi instalada em toda a extensão dentro do programa
Pró-Sanear em 1996 (vide texto de esgotamento sanitário). Em função das altas declividades e
características friáveis do solo, este programa adotou para a rede de distribuição de água,
tubos assentados a céu aberto nos trechos em que fossem inadequadas as soluções clássicas.
Foram feitos serviços de eletrofusão dos tubos em PEAD e as obras foram concluídas em
1999. As redes estão depredadas em muitos trechos devido principalmente aos processos
erosivos nas vias, impacto resultante de tráfego, entre outros.

É comum encontrar tubulações rompidas, com grande volume de água vazando. Técnicos da
COPASA - Companhia de Saneamento de Minas Gerais, fazem manutenção regular na rede
de água. Não foram detectadas nestes setores áreas com intermitência no abastecimento, a
não ser temporariamente por danificação da rede.

4.2.1.5.2 Sistema de Esgotamento Sanitário

Toda a região do Taquaril localiza-se em uma única bacia, do Córrego Olaria. Desta forma toda
a rede de esgotamento sanitário converge para este curso d’água, que deságua no ribeirão
Arrudas, já no Município de Sabará.

O sistema de esgotamento sanitário no Taquaril é bastante precário, com redes oficiais


limitando-se praticamente às vias principais. Nas demais encontra-se esgoto correndo a céu
aberto ou em redes precárias feitas pelos próprios moradores.

Nas margens do córrego foi instalado interceptor em vários trechos, mas a rede está danificada
(ver Figura 4.18) sendo o esgoto lançado no córrego Olaria. A rede interceptora está
implantada em terreno muito íngreme e sem infra-estrutura urbana (vias), é de difícil acesso
para manutenção e está exposta em muitos trechos, ficando sujeita à depredação, choque com
pedras, trânsito de pessoas e processo erosivo. Apenas no início do Córrego, no setor 12, o
interceptor esta em melhores condições sendo todo o esgoto da área lançado na rede. Apesar
disto existem também alguns PVs entupidos.

Devido à alta declividade da região existem grandes áreas com dificuldade de esgotamento
sanitário no Taquaril. Localiza-se principalmente próximo aos talvegues, onde a maioria das
casas estão em soleira negativa ou em locais de acesso precário. Nestes casos, algumas
edificações possuem fossas e outras lançam a céu aberto e nos cursos d’água.

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Estando a maior parte do Taquaril sem atendimento pela rede oficial, muitas áreas fazem
esgotamento por redes clandestinas executadas em mutirão pela comunidade. A maioria está
em situação precária, com vários trechos quebrados e entupidos, com esgoto correndo a céu
aberto (Ver Figura 4.19). Não existe padrão de material e diâmetro, sendo a maioria em pvc
DN100mm.

Figura 4.18: Córrego Olaria – Setor 2 Figura 4.19: Rua Itamaraty – Setor 5
Interceptor quebrado abaixo da Rua Esgoto a céu aberto e grande acúmulo de lixo
Teixeira dos Anjos

Vale fazer uma diferenciação entre o esgotamento sanitário nos setores de 1 a 9, de ocupação
mais antiga e nos setores 10, 11 e 12, de adensamento mais recente (posterior ao Plano
Diretor). Os primeiros setores possuem rede oficial apenas nas ruas principais, instaladas
quando do loteamento da área. A rede tinha problemas constantes de entupimento até que a
COPASA assumiu a manutenção regular, desentupindo-a em vários trechos.

Nas vias secundárias existem apenas redes clandestinas sendo a manutenção feita pelos
moradores. Em muitos casos, destas redes o esgoto é lançado á céu aberto nas ruas principais
ou diretamente nas bocas de lobo das ruas seguindo pelo sistema de drenagem e desaguando
no córrego. Algumas redes foram ligadas na oficial, muitas vezes de forma precária, com
caixas de passagem instaladas pelos moradores.

A rede de esgotamento sanitário dos setores 10, 11 e 12 foi instalada em toda sua extensão
dentro do programa Pró-Sanear em 1996 (juntamente com a rede de abastecimento de água),
contrariando diretrizes do Plano Diretor finalizado em 1995. De acordo com este, a área em
questão estava demarcada como de preservação ambiental, ou seja, de ocupação restritiva,
não devendo ser consolidada. Com a implantação das redes houve grande adensamento,
criando situações de risco e inviabilizando a desocupação total da área (devido ao alto índice
de relocação). Mesmo tendo sido a obra efetuada sem que fossem implantados os sistemas
urbanísticos e de drenagem esta rede poderá ser reaproveitada desde que sob a supervisão
técnica da COPASA.

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Existe rede oficial instalada em todas as vias dos setores 10, 11 e 12, a maioria em pvc, com
diâmetro variando entre 100 e 200 mm. Toda a rede esta ligada em interceptores nas duas
margens do córrego neste trecho e em um dos talvegues secundários no setor. Em função de
processos erosivos nas vias, grande parte da rede (implantada com profundidade inadequada)
esta exposta e rompida em muitos trechos. Com isto, encontramos vários pontos com esgoto a
céu aberto. Várias casas com soleira negativa e próximas aos talvegues secundários não
possuem ligações de esgoto, lançando diretamente nos talvegues e daí para o córrego.

Algumas redes possuem condições técnicas de serem reaproveitadas, estando instaladas em


locais onde podem receber manutenção regular.

Nos setores1 a 9 toda a rede oficial instaladas nas vias principais pode ser aproveitada, visto
haver poços de visita para manutenção em toda a extensão e estando as ruas já urbanizadas.
Devem ser reformulados, no entanto, os pontos de lançamentos que acontecem em redes de
drenagem (rua Teixeira dos Anjos e ao lado da Divinópolis) e no interceptor que está quebrado
em vários pontos. Na rua Padre Eustáquio a rede da COPASA lança o esgoto à céu aberto no
talvegue, em direção ao córrego. Os interceptores instalados devem ser refeitos dada a
precariedade da rede e dificuldade de manutenção. Afim de possibilitar a manutenção regular e
proteger a rede de choques, processos erosivos, etc., esta deve ser implantada sob vias
veiculares ou de pedestres, de acordo com as possibilidades e necessidades locais.

As redes feitas pelos moradores nas vias secundárias não devem ser reaproveitadas. A maioria
não possui poços de visita, algumas possuem trechos de entupimento e várias são lançadas à
céu aberto ou em redes de drenagem. O sistema de esgotamento sanitário nas áreas de
talvegues deve ser todo refeito, dado a precariedade das redes e grande quantidade de esgoto
correndo à céu aberto nos cursos d’água.

Nos setores de 10, 11 e 12 toda a rede deve ser refeita quando da urbanização da área, como
foi dito anteriormente. Além disto deve ser reestudado o esgotamento das casas com soleira
negativa que hoje lançam o esgoto à céu aberto nos talvegues.

As áreas próximo aos talvegues são as com maiores dificuldades para implantação e
manutenção de redes. Em função da alta declividade e precariedade de infra-estrutura,
principalmente acessibilidade, as redes instaladas nestes locais estão sujeitas à danificações,
agravadas pela dificuldade de manutenção. Nas partes mais baixas, onde o talvegue é mais
encaixado deverá ser previsto a relocação de todas as moradias na faixa de domínio para
possibilitar a instalação de interceptores.

Ressaltamos mais uma vez que, apesar de a maioria das vias possuírem rede de esgoto
instalada (oficial ou clandestina) o destino final de todo o esgoto é o córrego Olaria. Daí segue
para o Ribeirão Arrudas, sendo o ponto de lançamento em Sabará posterior à ETE que está
sendo implantada na divisa dos municípios.

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4.2.1.5.3 Sistema de Drenagem Pluvial

O conjunto Taquaril situa-se na Bacia do Córrego Olaria afluente da margem direita do rio
Arrudas.
Na porção da bacia do Olaria localizada em Belo Horizonte (margem esquerda), encontram-se
a totalidade do Conjunto Taquaril e do Conjunto Habitacional Granja de Freitas I e parte da Vila
Flamengo (88,4%) e dos Conjuntos Habitacionais Granja de Freitas II (49,6%) e Granja de
Freitas III (57,1%), assim como parte dos bairros Caetano Furquim, Saudade e Taquaril. O
córrego encontra-se em leito natural, percorrendo área bastante ocupada. Recebe a
contribuição dos esgotos sanitários oriundos dos locais citados anteriormente.
O conjunto Taquaril possui quatro sub-bacias de drenagem. Três delas (Sub-bacias 1,2 e 3)
deságuam no Córrego Olaria, principal curso d’água do Taquaril, sendo que a sub-bacia
deságua no Córrego Taquaril, afluente do Córrego do Cachorro Magro, pertencendo a bacia de
mesmo nome que não se encontra na área em estudo.
As principais vias do Taquaril possuem dispositivos de drenagem instalados. As demais vias
não possuem dispositivo de drenagem o que sobrecarrega o sistema de drenagem existente.

Na Sub-bacia 1 está inserida uma área bastante precária onde praticamente não existe
dispositivos de drenagem instalados. As ruas e os becos não são calçados e possuem
inclinações muito elevadas transformando-se em verdadeiras cachoeiras nas épocas de chuva.
Os cursos d’água localizados nessa bacia possuem grande quantidade de lixo e entulho que
dificultam a descida da água. Foram encontradas nessa sub-bacia manilhas de concreto onde
os cursos d’água são cortados por ruas, becos ou pontes.
Na Sub-bacia 2 os setores 6 e 7 escoam suas águas para os dispositivos instalados nas vias
principais. Os setores 2 e 5 jogam suas águas em um braço do Córrego Olaria sem nenhum
dispositivo que as capte. O talvegue localizado nos setores 2 e 5 encontra-se bastante poluído
e o lixo escoa pelas vias quando chove. Na Rua Industrial além da escada de drenagem há
também uma canaleta próxima à Rua Pedro Alexandrino de Mendonça.
Na Sub-bacia 3 que engloba parte do Setor 2 não há nenhum dispositivo de drenagem.
A sub-bacia 4 que engloba parte dos setores 2 e 3 também não possui dispositivos de
drenagem, com exceção de uma galeria de drenagem, que sai da rua Ramiro Siqueira, seguida
de uma canaleta de drenagem que captam toda a água desta encosta, desaguando no curso
d’água no fundo do vale.
Algumas vias possuem escada de drenagem. São elas:
- Rua Barroca (Setor 5)
- Rua Prado (Trecho localizado no Setor 5)
- Rua Santa Cruz (Setor 5)
- Rua Industrial (Setor 7)
- Rua José de Alencar (setor 10)
- Rua Aeroporto (Setor 11)
- Rua JK (Setor 11)

Há duas pequenas escadarias somente para drenagem no limite dos setores 2 e 5. Elas
captam a água do talvegue localizado na Rua Ramiro Siqueira e a encaminham para o córrego.

70
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4.2.1.5.4 Sistema de Limpeza Urbana


O sistema de coleta de lixo no Conjunto Taquaril é bastante deficiente. Isto se deve
principalmente à topografia local muito acidentada que dificulta o acesso de caminhões de lixo.

Os pontos de coleta de lixo feita por caminhão compactador concentram-se exclusivamente


nas vias principais. Aí há um número insuficiente de cestas para coleta e o lixo é colocado nas
ruas e nos passeios. Não havendo pontos fixos de coleta, encontramos vários pontos de
acúmulo de lixo ao longo das vias com coleta. Isso dificulta o trabalho da SMLU e faz com que
o lixo muitas vezes tenha outro destino que não a coleta, como ser levado pelas águas de
chuva e agravar o problema ambiental da região.

Os garis não entram nas ruas onde os caminhões não passam para fazer a coleta de lixo. Os
moradores devem levar seus lixos até as vias principais, onde há coleta (TLDA), mas nem
sempre isso acontece. Os moradores dos fundos de vale e das margens dos córregos jogam
os seus lixos por ali mesmo contaminando o solo e os córregos.

A existência de grandes áreas com declividades muito altas e com pouca cobertura vegetal
potencializam os impactos negativos provenientes da ação das águas. Entretanto, o que mais
compromete as linhas de drenagem é o acúmulo de lixo, principalmente nos setores 2, 5, 10,
11 e 12. Inclusive, em uma destas áreas no setor 12 há um ponto de constante despejo de lixo
feito por caminhões caçamba.

O difícil acesso ao Setor 11 devido à sua topografia torna-o isolado e com mais carência de
serviços como o de coleta de lixo. A coleta é feita apenas no início da Rua JK e na Rua
Geralda de Pinto Tavares. Poucos moradores das proximidades destas ruas levam seus lixos
até elas. Os demais jogam-nos nas encostas e nos córregos.

4.2.1.5.5 Sistema de Energia Elétrica

Praticamente toda a extensão do Taquaril está atendida por rede de energia elétrica, com
tarifação da CEMIG. A maior parte da área possui iluminação pública razoável, com
posteamento predominantemente em concreto. Os postes de madeira encontram-se
principalmente nas vias locais.

As áreas com iluminação precária encontram-se principalmente nas áreas de ocupação mais
recente e com infra-estrutura urbana ruim. Além disto, há dificuldade de iluminação das regiões
mais baixas próximo aos talvegues. Dado a grande inclinação das vias, o grande desnível no
posteamento cria situações de risco, com a fiação baixa em muitos trechos.

71
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4.2.1.6 Áreas Urbanas de Risco

O Conjunto Taquaril apresenta sua paisagem natural fortemente modificada em função da


intervenção antrópica. Fenômenos de instabilidade de encostas e taludes são freqüentes em
função da alta declividade, estrutura geológica local, e intervenção antrópica intensa.

O sistema de drenagem na área é precário não atendendo a demanda em diversos pontos


onde ocorrem problemas. Somente as vias de acesso principais são pavimentadas, as demais
além de não serem pavimentadas, apresentam traçados irregulares e/ou são perpendiculares
às curvas de nível. Este fato, associado ao lançamento de água servida e às águas de chuva,
provoca erosões em todo o conjunto. Essas erosões são, na maioria das vezes, rasas, mas
erosões profundas também ocorrem devido ao fato da água ser lançada em alguns casos em
queda livre. A água servida é um dos principais agentes potencializadores de risco mais
freqüente na área em estudo.

Observa se que os cortes verticais executados nesta região apresentam altura média de 3,5 m,
sendo comum também, a execução de seção mista do tipo corte e aterro. Associado a estes
cortes podemos notar a ocorrência de escorregamentos planares ou em cunha, algumas vezes
associados aos sistemas de fraturas existentes.

O entulho, composto geralmente por restos de construção civil, é também encontrado nos
setores do conjunto, distribuído aleatoriamente nos lotes. Associados a ele, pequenos volumes
de lixo doméstico são acumulados no entorno das moradias. A disposição deste material sobre
um terreno de declividades altas, associados a cortes verticais (por vezes em filito
desconfinado ou aterro) e lançamento de água servida sobre o mesmo, condicionam a
instabilização do terreno.

Quanto a geologia, conforme citado anteriormente, os filitos apresentam se segundo a direção


NE-SW, com mergulho para SE e truncados por sistemas de fraturas, dependendo do setor.
Dessa forma, os cortes feitos segundo a direção NE-SW podem favorecer o desconfinamento
dos filitos, exceto quando o mergulho destes for para NW.

Situações mais freqüentes de desconfinamento e escorregamentos (planares e em cunha) em


filitos ocorrem na encosta do Setor 2, próxima ao talvegue limítrofe com o Setor 5 e no Setor 9.
Escorregamentos circulares também ocorrem em solos saprolíticos (solo residual onde podem
ser observadas estruturas primárias da rocha original) e em aterros ao longo de todo o conjunto
Taquaril.

O Conjunto Taquaril mostra uma situação de risco diversificada, principalmente devido ao


tempo de ocupação diferenciado de cada residência. O processo de urbanização destas
regiões ocorreu de forma gradativa e sempre posterior à ocupação da área. Por isso é
naturalmente observado que as moradias com tempo de ocupação maior, apresentam-se
melhor servidas de infra-estrutura urbana e como conseqüência imediata, a solução de muitos
problemas de risco.

Os fatores naturais, tais como declividade do terreno, grau de alteração da rocha, estruturas
presentes na rocha, presença de formações superficiais e as linhas de drenagem, também são
definidores para as situações de risco, ao mesmo tempo em que configuram áreas non
aedificadi onde a ocupação não é possível.

Nesse sentido, é interessante observar, conforme apresentado no mapa a seguir, que as áreas
identificadas pela presença de risco médio e alto coincidem com as áreas de declividade
acentuada ou mesmo com as áreas de fundo de vale e ambientalmente degradas.

72
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A definição das zonas de risco geológico-geotécnico está em conformidade com o fornecido


pela Secretaria Municipal de Habitação, conforme exposto a seguir:

Risco Muito Alto: Processo destrutivo em adiantado estágio evolutivo, constatando-se


evidências e indícios claros de seu avançado desenvolvimento, com a possibilidade de
destruição imediata de moradias, não sendo necessário para isto chuvas elevadas em
termos de duração e/ou intensidade.
Risco Alto: Processo destrutivo instalado, constatando-se indícios de seu desenvolvimento
e a possibilidade de destruição de moradias em curto espaço de tempo; possibilidade de
acompanhamento do processo evolutivo, podendo entretanto, ocorrer evolução rápida com
chuvas mais intensas e/ou de longa duração.
Risco Médio: Processo destrutivo em condições potenciais de desenvolvimento,
constatando-se condicionantes físicas predispostas ao risco e/ou indícios iniciais do
desenvolvimento do processo.
Risco Baixo: Áreas estáveis até o momento da análise, não detectando indícios de
instabilidade aparente.

No zoneamento dos graus de risco evidenciou-se que o Conjunto Taquaril corresponde a uma
área de risco crítica, com predomínio do alto risco. Comparando se a gravidade das situações
de risco temos, do menos para o mais problemático, os setores 7, 12, 9, 5, 2, 10 e 11, como
pode ser visto na Figura 4.20.

Gravidade das situações de risco


Risco Baixo

Setores Risco Alto


7 12 9 5 2 10 11

Figura 4.20: Comparação da gravidade das situações de risco nos setores do Taquaril,
contemplados pelo Programa BH Vilas Urbanizadas
O Mapa de Risco apresenta os graus de risco, definidos na área do conjunto Taquaril.

73
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INSERIR MAPA 4- ÁREAS DE RISCO TAQUARIL

74
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A seguir são descritas as situações de risco para os setores do Taquaril, contemplados pelo
Programa BH Vilas Urbanizadas:

SETOR 1
Quanto a morfologia, o setor é restrito ao extremo NW do Taquaril, a área deste setor ocupa o
topo e lateral de pequena colina convexa, delimitada pela Granja de Freitas e talvegue de
direção NE. A Geologia local mostra filitos confinados a parcialmente confinados, pouco
alterados (nas zonas de fraqueza o intemperismo é mais intenso), de atitude principal NE/
70°SE. O setor apresenta pouca cobertura superficial detrítica cinza e declividades superiores
a 30%.

Notam-se que as vias de acesso são sem pavimentação ou possuindo pavimentação precária
estando algumas (beco Josefina e rua Diniz Dias) dispostas paralelas às curvas de nível e
outras transversais a estas (rua Vasco Balboa e beco Josefina).

Os principais agentes e feições instabilizadores mapeados foram lançados no Mapa 09. Os


principais processos instabilizadores são os escorregamentos de rocha alterada e de
formações superficiais naturais e antrópicas. Entretanto, ocorrem também processos erosivos
nas encostas e na margem do córrego. Os agentes potencializadores identificados neste setor
foram a execução de cortes nos taludes e o lançamento de água servida. A descrição das
situações de risco no setor 1 são descritas, a seguir:

Risco Baixo
A região delimitada como sendo de grau de risco baixo engloba a maior parte deste setor,
onde não se observam indícios de instabilidade aparente e as declividades não são
elevadas.

Risco Médio
As áreas definidas como de risco médio apresentam condições potenciais de
desenvolvimento de processos destrutivos, ou já apresentam o processo destrutivo
instalado, porém em um estágio de evolução inicial. O risco médio corresponde as
seguintes áreas:
• Uma pequena faixa entre o beco Josefina, rua Diniz Dias e rua Vasco Balboa. Notam-se a
execução de cortes subverticais efetuados pelos moradores, onde as moradias estão em
soleira negativa podendo serem atingidas por escorregamentos quando da evolução do
processo destrutivo. Identificou-se na rua Vasco Balboa o desenvolvimento de um
processo erosivo que encontra-se em adiantado estágio evolutivo.
• Área situada no beco Josefina, delimitada em função da proximidade da crista da encosta
íngreme deixando as moradias propensas a sofrerem processos de destruição caso haja
alguma intensificação do risco a montante.
• A porção junto a rua Diniz Dias que apresenta localmente, lançamento de aterros
executados sem nenhum controle de compactação, nos quais podem ocorrer processos
de escorregamentos caso esta área venha a ser ocupada.Pequenas porções entre o
talvegue abaixo da rua Diniz Dias e esta.
Risco Alto
O risco alto abrange a região da encosta Oeste do talvegue limite com o setor 2. Foram
identificados como processos geradores de situações de risco a ocorrência de
escorregamentos em rocha alterada, que são cortadas por sistemas de fraturas, causando
desplacamento da rocha (foto 35). Boa parte das moradias encontram-se em soleira
negativa e foram construídas no sistema tipo corte aterro, sendo o aterro lançado a

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montante no talvegue. Associado a isto, o lançamento de águas servidas e as altas


declividades agravam mais a situações de risco.

Junto ao talvegue e no acesso que liga a rua Diniz Dias ao Beco Josefina observa-se o
acúmulo de lixo e entulho além do desenvolvimento de processo erosivo, possivelmente
deflagrado pelo escoamento da água servida.

SETOR 2
Sob o aspecto geomorfológico este setor ocupa todo o entorno lateral da colina convexa de
topo alongado, posicionada a norte do conjunto Taquaril, tendo caimento para noroeste e
nordeste.

Na Geologia local desta área, os filitos apresentam-se bem alterados ou saprolíticos, com
atitudes de foliação N70°E / 70°SE confinados, ou com direção EW e mergulho de 35° para
Sul, desconfinados e semi-desconfinados. Nota-se, também, a presença de cobertura detrítica
cinza pouco espessa.

A maioria das vias de acesso deste setor são transversais em relação às curvas de nível,
estando muitas destas dispostas segundo a linha de máximo declive. Um número expressivo
de vias são precárias não possuindo pavimentação nem drenagem, o que favorece a
instalação de processos destrutivos levando ao surgimento de situações de risco.

De modo geral os processos destrutivos predominantes identificados são erosões e os


escorregamentos em solo, rocha e escorregamentos em aterro. Como agentes
potencializadores identifica-se a existência de cortes verticais a subverticais efetuados pelos
moradores, a existência de fraturas truncando o filito, além do lançamento de água servida.

Risco Baixo
O risco baixo é mapeado na região compreendida pelo início das ruas Santa Efigênia e
Tirol, onde não se observaram indícios de instabilidade aparente.

Risco Médio
As áreas definidas com o grau de risco médio são:
• Aquelas com declividades superiores a 47% que até o presente momento estão
praticamente desocupadas:
− Pequenas porções entre o talvegue abaixo da rua Diniz Dias e esta;
− Área nas imediações do final da rua Coração de Jesus;
• Aquelas com declividades superiores a 47% que foram fracamente ocupadas:
− Pequena área entre as ruas do Horto, Saudade e Ramiro Siqueira;
− Porção entre a rua Coração de Jesus e a rua São Jorge:
• Algumas áreas com declividades inferiores a 47% que podem ser observados processos
instabilizadores em evolução:
− Pequena área próxima das ruas Diniz Dias com Divinópolis;
− Pequena porção entre o talvegue que segue abaixo da rua São Lucas e a curva da
rua Diniz Dias.
• Grande porção da encosta voltada para NW, onde o filito está confinado:
− Área adjacente a rua Horto e entre as ruas Diniz Dias e Ramiro Siqueira;
− Drenagem a leste da rua Divinópolis e a rua São Lucas continuando pelo talvegue;
76
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• Encosta voltada para E, com o filito semi confinado a desconfinado:


− Da rua Coração de Jesus até a rua Sempre Viva, acompanhando a rua Ercília
Siqueira.

Estas áreas apresentam em comum, o fato de apresentarem declividades elevadas e pouca


urbanização. Na área citada, onde as declividades são inferiores a 47%, a densidade de
ocupação é maior. Entretanto, a existência de cortes praticamente verticais (apesar de não
muito altos), a ausência de becos pavimentados com mureta lateral e/ou contenções, de
sistema de drenagem pluvial e de esgotamento sanitário, desencadeiam processos
instabilizadores que podem evoluir facilmente para um nível alto de risco.

É importante ressaltar que nas áreas que estão fracamente ocupadas são observados
agentes potencializadores de risco geológico (principalmente água servida e esgoto
lançados aleatoriamente) e feições (pequenos cortes verticais e aterros para a construção
das moradias), caracterizando situações que podem evoluir e agravar a situação de risco
da área. Estas áreas devem receber uma atenção especial, no sentido de serem impedidas
da ocupação indiscriminada.

Risco Alto
No setor 2 foram mapeadas quatro grandes áreas de risco alto, são elas :
• Área situada na encosta voltada para noroeste, delimitada pelo talvegue (limite entre os
setores 2 e 1) e proximidades da rua Divinópolis. Verifica-se a existência de bananeiras e
acúmulo de lixo/aterro junto a drenagem, lançamento de água servida aleatoriamente,
erosões lineares em sulco, cicatrizes de escorregamento e/ou cortes verticais em solo,
aterro e rocha alterada, declividades superiores a 47% e encostas íngremes;
• Área na vertente oposta, com caimento para sudeste tendo como limite o talvegue que
faz limite com o setor 5. Destaca-se a atitude da foliação, que mostra-se desconfinada,
agravados pelos cortes verticais executados pelos moradores em uma área de
declividades maiores que 47%, encostas íngremes, acúmulo de lixo/aterro com presença
de escorregamentos, também cicatrizes de escorregamentos em solo e rocha alterada;
• Porção da encosta voltada para nordeste indo até o limite com o setor 14. Nesta área, há
a presença de encostas íngremes, onde o filito apresenta-se semi confinado, vários
cortes verticais, normalmente acima das moradias, erosões lineares e escorregamentos
em solo, aterro e rocha alterada
• Área entre as ruas Madalena e São Lucas, onde se verifica a presença de moradias
próximas à linha de drenagem e localizadas sobre uma área de aterro. Grande parte das
moradias possui cortes localizados próximos à construção.

As quatro situações são agravadas pela existência de fraturas (quatro sistemas principais
que truncam a foliação). Nota-se que, a montante, o nível de urbanização é menor e os
problemas são agravados por situações como, acúmulo de lixo, aterro e esgoto correndo a
céu aberto. Existem situações precárias, como por exemplo, moradias que foram
construídas muito próximas à linha de drenagem que recebe todo o esgoto, água servida e
lixo da porção superior e moradias situadas a menos de 1,0 m da base de cortes
subverticais com alturas superiores a da casa.

Risco Muito Alto


Identificou-se neste setor três regiões como sendo de risco muito alto.
• A primeira delas localiza se na rua Castanheira e proximidades, indo da rua Ercília
Siqueira até o talvegue. Observa-se que as casas são construídas sobre aterros lançados

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aleatoriamente e não compactados. A execução de cortes verticais a subverticais (Figura


4.21), o lançamento de água servida e/ou esgoto na meia encosta favorecem a
potencialização do risco. Somando-se a isto, tem se as declividades superiores a 47%.

Figura 4.21. Croquis esquemático mostrando a situação que ocorre em uma encosta.

• A segunda situação de risco muito alto localiza se próxima ao talvegue do córrego Olaria,
entre as Ruas São Jorge e Coração de Jesus, caracterizada pela alta declividade da
região, a presença de aterros, acrescidos de precárias construções;
• A terceira e última região de risco muito alto no setor 2 encontra-se no final da Rua Nova
Esperança abrangendo parte da encosta até o talvegue, nas proximidades do Beco dos
Gordos. A região caracteriza-se por edificações precárias, construídas próximas ao
talvegue em uma região de alta declividade (>47%) com presença de aterros e filitos semi
desconfinados.

SETOR 5

O setor 5 é delimitado pela rua Ramiro Siqueira (limite com os setores 4,6,7 e 9), pela rua
Teixeira dos Anjos (limite com o setor 11), pelo Córrego Olaria e talvegue de direção NE-SW
que o separa do setor 2.

A morfologia deste setor compreende toda uma meia encosta convexa, onde se observam
escarpas com afloramentos de rocha fresca, recortada por talvegues secundários que vertem
(direção NW-SE) para o córrego Olaria delimitados por dois talvegues principais e as ruas
Teixeira dos Anjos e Ramiro Siqueira.

A Geologia mostra filitos pouco alterados a alterados de atitudes de foliação EW / 35°S; N60°E
/ 45°SE, confinados a parcialmente confinados, recobertos por cobertura detrítica cinza de
espessuras oscilando entre menos de 1m até 3m.

Os acessos seguem o padrão geral da área, que é caracterizado por ruas em condições
precárias, dispostas em geral transversais em relação às curvas de nível, além disto os
sistemas de drenagem e esgotamento sanitário são precários.

78
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Os processos destrutivos mapeados neste setor englobam a ocorrência de escorregamentos


em rocha alterada, escorregamentos em aterro, erosões e escorregamentos em solo. Nota-se
também que os agentes potencializadores são similares aos observados em geral na área em
estudo, destacando: a construção de moradias ao longo da encosta em seção tipo corte/aterro;
cortes subverticais principalmente nas direções: NW/NE, NE/NW; lançamento de água servida
sobre a encosta e aterros sem drenagem superficial, aumentando significativamente a
probabilidade de ocorrerem situações de risco.

Além disto o filito apresenta-se confinado a parcialmente confinado, que associado a sistemas
de fraturas, desestabilizam a rocha e o terreno, favorecendo a geração de escorregamentos ou
queda de blocos.

Risco Baixo
Foram consideradas aquelas áreas estáveis (com ausência de indícios de instabilidade
aparente), que possuem declividade em geral inferior a 47%. Mesmo quando as
declividades são superiores a 47%, não se observam indícios de instabilização.

Risco Médio
Identificam-se pequenas áreas com grau de risco médio que apresentam condições
potenciais de desenvolvimento de processos destrutivos, ou já apresentam o processo
destrutivo instalado, porém em um estágio de evolução inicial. Nota-se a ação de agentes
potencializadores como cortes verticais e lançamento de água servida, além de várias
moradias estarem próximas aos cortes executados. Nestas áreas em geral as declividades
excedem 47%, no entanto, como citado, o estágio do processo destrutivo não é elevado.

Risco Alto
Ás áreas identificadas com grau de risco alto representam a maioria das situações de risco
neste setor. Como exemplo de situações de risco alto pode-se citar as ruas Princesa Isabel,
Riacho, Flamengo e parte do beco Pássaro Preto. Nestas ruas observam-se cortes e
fraturas favorecendo quedas de blocos e desplacamento de filitos. Escorregamentos de
solo e aterro também são comuns. Na encosta onde está a rua Expedicionários, a cobertura
vegetal foi totalmente removida, substituída por bananeiras e pode-se observar a água
servida sendo lançada na encosta. Na rua Aeroporto também observou-se o risco de queda
de blocos.

Apesar de alguns cortes verticais mostrarem o estado confinado e semiconfinado dos filitos
ao longo de toda a encosta, o risco geológico é predominantemente alto neste setor. Há
muitas moradias construídas a meia encosta e, nos aterros, geralmente, são introduzidas
bananeiras (Foto 37). Os cortes verticais e subverticais favorecem em alguns locais o
escorregamento de solo e aterro, conforme as Fotos 37 e 38.

Também foram observadas erosões nas ruas São João Baptista (Foto 40), Dom Rafael e
próximo à rua Riacho. Na rua São Jorge foi observado um pequeno sulco em função da
água servida. Entre a rua Aeroporto e rua Serra Negra observa-se um processo erosivo
ativo desenvolvendo-se sobre um acúmulo de aterro e lixo lançados a meia encosta.

Risco Muito Alto


A situação de risco iminente abrange parte da rua Beija Flor e o beco Pássaro Preto
estendendo-se até o talvegue. Observa-se que o processo destrutivo atuante é o
escorregamento em aterro, o qual é potencializado com a execução de cortes subverticais a
verticais executados pelos moradores(foto 39, rua Pássaro Preto). Além disso, observa-se
acessos precários sem pavimentação e drenagem, além das altas declividades.

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SETOR 6

A morfologia deste setor compreende dois trechos de meia encosta côncava, voltada para NW,
de alta declividade(cerca de 95% da área é de declividade maior que 47%). Observa-se na
Geologia local filitos alterados a saprolíticos, de atitude média de foliação N75°E / 50°SE,
confinados. O setor apresenta cobertura detrítica cinza pouco espessa, e declividades variando
entre 30% a 47%.

A maioria das vias de acesso existentes neste setor dentro da área de trabalho são
perpendiculares em relação às curvas de nível. Quase a totalidade das ruas são estreitas e
estão em estado precário, não possuindo pavimentação nem drenagem, o que favorece a
instalação de processos destrutivos.

De modo geral os processos destrutivos predominantes identificados são erosões lineares


rasas, presença de ravinamento e cicatrizes de escorregamentos circulares. Os agentes
potencializadores de risco identificados foram: cortes subverticais nas direções EW/N, NE/NW,
NW/NE e NS/E e lançamento de água servida nas encostas e cortes.

Risco Baixo
Foram consideradas aquelas áreas estáveis (com ausência de indícios de instabilidade
aparente), que possuem declividade em geral inferior a 47%. Mesmo quando as
declividades são superiores a 47%, não se observam indícios de instabilização.

Risco Médio
A área deste setor caracterizada como de risco médio corresponde aos quarteirões
delimitados pelas ruas Olaria e Monte Castelo, e ruas Durval de Barros e Eldorado. Os
processo destrutivo caracterizam-se pelos escorregamentos em rocha alterada favorecidos
por cortes verticais expondo filitos semiconfinados fraturados e lançamento de água servida

Risco Alto
É gerado principalmente pela ausência de um sistema de drenagem nos becos, evidenciado
pela presença de erosões lineares, ocasionando escorregamentos de solo e rocha alterada,
agravados pela execução de cortes verticais próximo as casas.

SETOR 7

O setor 7 é delimitado pelas ruas Ramiro Siqueira (limite com o setor 5), Gleucy José de
Oliveira (limite com os setores 6 e 8) e Alexandrino Mendonça (limite com o setor 9).

Quanto a morfologia, o setor é caracterizado por encostas convexas intercaladas por vertentes
côncavas e talvegues encaixados com encostas íngremes. A Geologia local é de filitos
alterados a pouco alterados, de atitude EW / 65°S, que devido a morfologia (colina), a norte
apresenta-se confinado, e a sul do setor, desconfinado. Presença de cobertura detrítica
superficial e declividades predominantes entre 30% a 47%.

As vias de acesso neste setor são praticamente ortogonais às curvas de nível. A maioria destas
vias são precárias e em algumas como na rua Prado e Aparecida existem pequenas erosões.

A porção do setor 7 incluída na área de estudo é caracterizada predominantemente como de


baixo risco.

80
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Quanto às ações antrópicas desencadeadoras de risco, foram observados cortes verticais


sobre os quais escorre água servida, conforme observado na rua Prado, e pequenos sulcos ao
longo das ruas Prado e Aparecida devido ao lançamento de água servida.

Risco Médio
Foram mapeadas algumas situações de risco médio no setor 7. Uma delas localizada entre
a rua Aparecida e Gleucy José de Oliveira onde observam-se pequenos sulcos na rua
Aparecida, cortes verticais a sub-verticais nos taludes, cicatrizes de escorregamento e
lançamento de água servida aleatoriamente sobre os cortes potencializando o processo
destrutivo. Outras duas áreas localizam-se entre as ruas Primeiro de Maio e Pai Tomás,
nota-se a existência de moradias bem próximas a cortes verticais executados nos taludes
pelos moradores. A ultima destas áreas localiza-se na rua Prado onde existe cortes
verticais em taludes.

SETOR 9

O setor 9 é delimitado pelas ruas Pedro Alexandrino Mendonça (limite com o setor 7), Gleucy
José de Oliveira (limite com o setor 8) e Teixeira dos Anjos (limite com os setores 10 e 11).

Quanto a morfologia, a área é constituída por uma encosta convexa de direção SE, com o
traçado das ruas acompanhando a linha de máximo declive.

A Geologia local deste setor apresenta diversas unidades geotécnicas, sendo principalmente
filitos não alterados a saprolíticos de foliação predominante N70°-80°E / 55°-85°SE, estando
em grande parte da área desconfinados. Observam-se também rochas básicas (Diabásio). O
setor é recoberto por cobertura detrítica cinza pouco espessa (NE) e outra cobertura
avermelhada de espessura média de 3m (SW) provavelmente relacionada a rocha básicas.
Quanto a declividade, existe grande heterogeneidade, não havendo predomínio significativo.

Quanto aos processos instabilizadores, podemos encontrar: lançamento de água servida, que
geram erosões lineares, além de agravar ainda mais o risco gerado pela execução de cortes
verticais, potencializados pela presença de bananeiras e encostas íngremes.

As vias de acesso neste setor são praticamente perpendiculares às curvas de nível, muitas
sem pavimentação.
Risco Baixo
Áreas estáveis (com ausência de indícios de instabilidade aparente), que possuem
declividade em geral inferior a 47%. Mesmo quando as declividades são superiores a 47%,
não se observam indícios de instabilização.

Risco Médio
As áreas definidas como de risco médio são:
• Área situada na porção central do setor onde se observam escorregamentos em solo e
rocha alterada, além da ocorrência de acúmulo de lixo e entulho (rua Jatobá);
• Área situada a sudoeste, abrangendo parte das Ruas Planalto, Mantiqueira, Coqueiro e
finalizando na Rua Anchieta, onde se observam cortes verticais nos taludes expondo
filitos desconfinados, altas declividades, além do padrão precário das vias de acesso que
não possuem sistema de drenagem eficiente.

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Risco Alto
Associadas à alta declividade, à cobertura saprolítica que ocorre em praticamente todo o
setor, às bananeiras e aos cortes verticais das moradias. Foram observados
escorregamentos de solo e aterro e, às vezes, de rocha alterada em toda a porção sul do
setor.

A maior concentração de escorregamentos ocorre nas porções sudoeste e sul. Tomando


com referência a Escola Municipal Fernando Dias Costa, os escorregamentos foram
observados nas ruas Floramar, Anchieta e final da União e também ao longo da rua
Teixeira dos Anjos. Estas áreas são consideradas de risco alto.

Na porção sul-sudeste do setor 9, a área limitada pelas ruas Itamarati, Gameleira e Teixeira
dos Anjos é também classificada como de risco alto. Nesta área há uma maior
concentração de agentes potencializadores, dentre os quais predominam a água servida e
cortes verticais. Também foram observados escorregamentos de solo e aterro (pontos 60,
62, 63, 64,65 e 66 no mapa 9). Observou-se que localmente há acúmulo de bananeiras.

Risco Muito Alto


A área de risco muito alto identificada encontra-se na rua Teixeira dos Anjos no trecho entre
as ruas Ouro Fino e Suzana (Ponto 61, Mapa X). Observa-se a execução de corte vertical
no talude, em filito desconfinado, o qual possui 2 sistemas de fraturas que causam o
truncamento da foliação predominante, o que favorece a ocorrência de escorregamentos. A
existência de fossa na crista do talude possibilita a percolação de fluidos, em função das
condições da rocha, gerando uma superfície fragilizada no contato solo/rocha que
potencializa os escorregamentos.

SETOR 10

O setor 10 é delimitado pela rua Teixeira dos Anjos (limite com o setor 9), Fazenda Vista Alegre
e rua Águas Claras (limite com o setor 11).

Quanto a morfologia, situa-se em um morro delimitado por dois cursos d'água, de direções N-S
e E-NE. A Geologia local mostra filitos saprolíticos de atitude predominante NE / SE,
apresentando-se desconfinados a norte do setor, confinados a sul e parcialmente confinados a
leste. Há ainda uma fina camada de cobertura detrítica cinza e declividades predominantes
acima de 47%.

As ruas Jonas Veigas e Maria Helena até o córrego, estão pavimentadas, porém, as suas
continuações e as demais ruas do setor estão em condições precárias; problemas de
drenagem, pavimentação(ausência) e até mesmo rua interrompida por escorregamento(rua
Natural).

Os processos destrutivos presentes no setor são: poucas erosões lineares rasas e cicatrizes de
escorregamento circulares, potencializados por cortes subverticais, taludes contínuos, aterros a
meia encosta, lançamento de água servida e esgoto e alta declividade.

Risco Baixo
Foram consideradas como áreas de risco baixo aquelas áreas estáveis (com ausência de
indícios de instabilidade aparente), que possuem declividade em geral inferior a 47%.
Mesmo quando as declividades são superiores a 47%, não se observam indícios de
instabilização. Destaca-se uma pequena área das ruas Padre Eustáquio e Maria Helena.

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Risco Médio
O risco médio compreende áreas que atualmente estão fracamente ocupadas ou
desocupadas onde notam-se declividades elevadas associadas a predisposição do terreno
a ocorrência de situações de risco. Estas áreas devem receber uma atenção especial, no
sentido de serem impedidas da ocupação indiscriminada.

Risco Alto
Destaca se ao centro do setor, dentro da área trabalhada, a ocorrência de encosta íngreme
de grande desnível com cicatrizes de escorregamento e alta declividade junto a rua Padre
Eustáquio, onde há uma concentração de residências logo abaixo da situação de risco.

No talvegue paralelo a rua águas claras, existe vários escorregamentos de solo e aterro que
ocorrem desde a rua Natural, que está interrompida, ameaçando as casas do outro lado,
até bem próximo ao talvegue, (ponto 83).

Risco Muito Alto


Apenas uma área foi identificada como de risco muito alto, composta por apenas uma
moradia localizada entre a Rua Águas Claras e o Beco São Caetano, junto à linha do
talvegue.

SETOR 11

Limite nas ruas Águas Claras, Arco Íris e Castelo Branco (incluindo edificações das últimas),
Antiga Estrada de Nova Lima até rua Santa Maria, descendo por esta até o talvegue abaixo da
rua JK. A área entre o beco Pôr do Sol e a rua Teixeira dos Anjos, no final da rua Arco Íris,
também pertence a este setor.

Quanto a morfologia, o setor é descrito como vertente côncavo convexa de alta declividade,
entrecortada por vales encaixados voltados para NE. A Geologia local apresenta filitos
alterados a saprolíticos, mas, mesmo onde os afloramentos não estão muito alterados, nota-se
grande intemperismo nas zonas de fraqueza da rocha. A atitude da foliação é de NE / 40°-
59°SE, estando confinados a parcialmente confinados, recobertos pela cobertura detrítica
superficial pouco espessa.
Declividades acima de 47% ocorrem na maior parte da área.

O arruamento em geral apresenta-se acompanhando a máxima declividade ou paralelo às


curvas de nível. Seu estado em geral pode ser descrito como precário, pois as ruas são na
maior parte são estreitas, sem pavimentação e drenagem.

Os processos destrutivos instalados são: erosão linear rasa, ravinas e voçorocamento nas
vertentes e escorregamentos; circulares, planares e em cunha. Todos agravados pelo
lançamento de água servida e esgoto nas encostas, cortes subverticais nas direções EW/N,
NW/NE e NE/NW, além de aterros a meia encosta.

Risco Médio
As áreas caracterizadas como risco médio possuem características similares as
encontradas nos demais setores, em especial no setor 2.

Risco Alto
As áreas caracterizadas como de risco alto correspondem às adjacências dos talvegues,
onde predominam extensas encostas íngremes, com ausência de um sistema de drenagem

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o que resulta em erosões lineares rasas e profundas. Há ainda o agravante de terem sido
executados inúmeros cortes verticais atrás das moradias e cortes tipo aterro/solo, e várias
cicatrizes de escorregamento.

Risco Muito Alto


As áreas definidas como de risco iminente são :
• Área compreendida entre as ruas Teixeira dos Anjos e o beco Pôr do Sol;
• Edificações na encosta a montante da rua JK, entre as ruas Arco Íris e Santa Maria;
• Área situada entre as ruas JK e Pedro Alvares Cabral;
• Casa situada no final da rua Sebastião Barbosa;
• Área delimitada pelas ruas Águas Claras e Arco Íris;
• Área situada no final da rua Águas Claras.

Na primeira área ocorrem escorregamentos com freqüência devido a execução de cortes


em aterro e solo coluvionar, declividades altas, além do lançamento de água servida
aleatoriamente;
As casas junto a drenagem, em risco muito alto, estão situadas bem próximas da crista
desta encosta íngreme, onde existe cicatriz de escorregamento e a execução de um corte
vertical . Além disto observam-se a existência de fossas, fraturamentos e erosão linear, que
agravam a situação de risco;

Á área junto à rua JK, apresenta uma combinação de fatores que potencializam ainda mais
o risco, que são: aterro, rocha alterada e fraturada e grande desnível das casas em relação
a rua. Observa-se que o filito apresenta-se semi confinado e há ainda escorregamentos de
solo, aterro e rocha alterada;

A quarta área engloba uma edificação situada em uma região de grande declividade, junto
ao talvegue, suscetível a escorregamento de solo.

A quinta área apresenta grande desnível entre as duas casas, onde foi feito corte vertical
entre as moradias, local este em que já houve escorregamento de solo.

A última área situa se junto à encosta íngreme cortada pela drenagem. A presença de corte
atrás das duas casas e lançamento de água servida, agrava ainda mais a estabilidade da
encosta.

SETOR 12

Limite com o setor 11 na rua Santa Maria e no talvegue abaixo da rua JK, beco Pôr do Sol,
córrego Olaria e Antiga Estrada de Nova Lima.

A morfologia do setor 12 é semelhante ao do setor 11 que apresenta, vertente côncavo


convexa de alta declividade, entrecortada por vales encaixados voltados para NE. A Geologia
local é de filitos alterados a saprolíticos de atitude da foliação N75°-90°E / 55°-75°SE,
confinados a parcialmente confinados, e afloramentos, principalmente nos talvegues. Existe
ainda cobertura detrítica superficial pouco espessa, e declividades normalmente maiores que
47%.

84
PREFEITURA BH
PROGRAMA BH VILAS URBANIZADAS

As ruas na maior parte das situações, são perpendiculares as curvas de nível, sendo seu
estado precário, com ausência de drenagem e pavimentação, algumas ameaçadas por
escorregamentos (beco Pôr do Sol).

Processos destrutivos tais como erosões lineares rasas e pequenos voçorocamentos são
comuns no arruamento. Há ainda escorregamentos circulares e em cunha no setor. Os agentes
potencializadores são: cortes subverticais na direção NE/NW, aterros a meia encosta e taludes
contínuos e ausência de drenagem nas ruas.

Risco Baixo
Existem no setor apenas dois locais de risco baixo, associados a declividades menores que
47% e sem a presença de agentes potencializadores de risco.

Risco Médio
As área de risco médio predominam no setor, associadas a declividades maiores que 47%,
com presença de erosões lineares, cortes verticais e escorregamentos, principalmente de
solo

Risco Alto
O risco alto corresponde às proximidades do talvegue limite com o setor 11 e dois pontos
próximos ao Córrego Olaria. Nestas áreas os cortes para a construção de moradias
expõem filitos semiconfinados, e em alguns locais, como no ponto 80, as fraturas causaram
escorregamento em cunha. Aterros a meia encosta e rocha alterada, ambos com presença
de escorregamentos, agravam a situação desses locais.

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4.2.1.7 Cursos d’água


A área do Taquaril está situada em micro bacias do córrego Olaria, afluente do Ribeirão
Arrudas, pertencente à bacia hidrográfica do Rio das Velhas. O Conjunto é cortado por dois
cursos d’água:
• Córrego do Taquaril, a oeste, de direção geral N45oW, afluente do Córrego do Cachorro
Magro, pertencendo a bacia de mesmo nome que não se encontra na área em estudo;
• Córrego Olaria, a leste, segmentado nas direções N-S e N45oW (Piumbini &
Germano,1999), principal curso d’água do Taquaril sendo, também, o limite entre os
municípios de Belo Horizonte e Sabará, margeando os setores 2, 5, 11 e 12.
Dados do córrego Olaria
• Área da Bacia do Córrego Olaria: 299ha
• L1 = comprimento do curso d’água principal: 3.249m
• L = comprimento total do talvegue: 3.449m

O Córrego Olaria deságua no Rio Arrudas, já no Município de Sabará, depois da Estação de


Tratamento de Esgoto (ETE). O padrão de drenagem é retilínio e paralelo em função dos
lineamentos litestruturais regionais.

4.2.1.7.1 Estudo Hidrológico


Estimativas de vazões de pico realizadas em caráter preliminar, com aplicação do modelo ABC
6 – Análise de Bacias complexas, resultaram nas vazões de pico do quadro a seguir, para o
tempo de recorrência de 25 anos.

P7

Figura 4.22: Divisão das bacias- córrego Platia

86
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Vazão de
Área da
Ponto Localização L (m) H(m) tc (min) CN Médio Pico
Bacia (ha) 3
(m /s)
Olaria a montante do
1 40 1.150 210 13 85 8,6
Afluente 1
2 Afluente 1 80 1.250 150 14 85 16,0
Olaria a jusante do
3 120 1.300 220 15 85 22,4
Afluente 1
Olaria a montante do
4 152 1.800 240 20 86 27,8
Afluente 2
5 Afluente 2 28 750 140 10 90 7,8
6 Olaria a jusante da Vila 193 2.500 260 25 87 34,3
7 Olaria na foz 300 3.500 370 34 87 46,4

Como se pode verificar, são vazões compatíveis com as calhas naturais dos cursos d’água,
especialmente considerando que as faixas laterais de APPs serão preservadas.

4.2.1.7.2 Estudo Hidrológico para dimensionamento do sistema de drenagem


proposto
A área foi subdividida em sub e micro-bacias, considerando-se as vias e redes a serem
implantadas. A cada micro-bacia corresponde um ponto de lançamento, com bueiro. Para
todas as bacias, foi realizada a estimativa de vazões de cheia, calculados através dos estudos
hidrológicos, utilizando-se o método racional recomendado pela SUDECAP. A expressão que
define o valor da vazão é a seguinte :

Q = 0,00185 . C2 . i . A , onde

− Q = vazão, em m3/s
− C2 = coeficiente de escoamento volumétrico
− i = intensidade pluviométrica, em mm/h
− A = área de contribuição, em ha
− 0,00185 = coeficiente de homogeneização das unidades

• Coeficiente de escoamento volumétrico - C2


Para a composição do coeficiente volumétrico, utilizou-se o zoneamento urbano e taxa de
ocupação definidos pela Lei do Uso e Ocupação do Solo Urbano de Belo Horizonte, que
estabelece os valores do coeficiente de escoamento volumétrico, em função da taxa de
impermeabilização do terreno. Uma vez que a compatibilização entre a Lei 4034/85, Novo
Plano Diretor, Lei 7165/96 e a Nova Lei de Uso e Ocupação do Solo, Lei 7166/96, não se
encontra disponível para a realização dos estudos hidrográficos, considerou-se o coeficiente
C2 com base na Lei 4034/85 (antiga), igual a 0,82.

• Intensidade Pluviométrica - i
A intensidade pluviométrica foi determinada através das equações de chuvas intensas
elaboradas pela SUDECAP , cujas expressões são as seguintes :

- para durações iguais ou inferiores a 60 minutos :


795,18 × T 0,1598
i=
(t + 5)0,7039×T
0,0106

- para durações superiores a 60 minutos :

87
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1.172,4 × T 0,1453
i=
( t)8331
sendo :
i = intensidade pluviométrica, em mm/h
T = período de recorrência, em anos
T = tempo de duração da chuva, em min.

• Período de recorrência - T
As vazões foram calculadas para 10 anos de período de recorrência .

• Tempo de concentração ( duração ) - tc


O tempo de concentração foi obtido pela expressão definida pelo U.S. Conservation Service.

tc = 57 . ( L3/H )0,385

onde :
tc = tempo de concentração, em min.
L = comprimento do trecho em estudo, em km
H = desnível geométrico, em m

Adotou-se o tempo de concentração mínimo de 5 minutos.

• Área da bacia hidrográfica e dimensionamento


As áreas foram determinadas por planimetria. Os limites das bacias foram definidos
considerando as vias e pontos de lançamento propostos. No caso das bacias 1,2 e 3 grande
área não está representada no mapa, visto este não abranger toda a encosta até a cumeeira.

Bacia Área Área acumulada Área Q Dn rede


parcial total
bueiro (ha) (ha) (ha) (m3 / s) (mm)
1 20,00 0,00 20,00 6,38 só bueiro
A -------- bacia1 20,00 6,38 1500
2 2,50 0,00 2,50 0,80 sem rede
B -------- bacia 2 2,50 0,80 600
3 1,67 0,00 1,67 0,53 600
C bueiro B bacias 3 4,17 1,33 800
4 4,38 0,00 4,38 1,40 800
D bueiro bacia 4 25,84 8,24 1500
A,C
5 3,21 0,00 3,21 1,02 sem rede
E -------- bacia 5 3,21 1,02 600
6 1,80 0,00 1,80 0,57 600
F bueiro E bacia 6 5,01 1,60 800
7 1,35 0,00 1,35 0,43 sem rede
8 1,12 1,35 2,47 0,79 600
G -------- bacia 8 2,47 0,79 600
9 1,05 0,00 1,05 0,33 sem rede
10 0,83 0,00 0,83 0,26 sem rede

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11 0,69 0,00 0,69 0,22 sem rede


12 6,29 0,00 6,29 2,01 sem rede
13 23,91 0,00 23,91 7,63 existente
14 1,60 0,00 1,60 0,51 600
H -------- bacia 14 1,60 0,51 600
15 1,17 0,00 1,17 0,37 600
I -------- bacia 15 1,17 0,37 600
16 6,21 0,00 6,21 1,98 existente
17 0,20 0,00 0,20 0,06 sem rede
18 0,16 0,00 0,16 0,05 sem rede
19 0,78 0,00 0,78 0,25 sem rede
20 4,09 0,00 4,09 1,30 existente
21 3,71 0,00 3,71 1,18 só bueiro
22 0,79 0,00 0,79 0,25 sem rede
23 2,39 0,00 2,39 0,76 600
24 1,31 0,00 1,31 0,42 600
25 1,71 3,70 5,41 1,73 800
26 0,87 0,00 0,87 0,28 600
J -------- Bacias17,18,19,20,2 16,01 5,11 1500
1,22,25,26
27 1,11 0,00 1,11 0,35 existente
28 1,35 0,00 1,35 0,43 600
K -------- bacia 28 1,35 0,43 600
29 1,86 0,00 1,86 0,59 600
L bueiro K bacia 29 3,21 1,02 600
30 1,27 1,86 3,13 1,00 sem rede
31 1,03 0,00 1,03 0,33 600
32 0,53 4,16 4,69 1,50 só bueiro
M -------- bacias 31,32 5,72 1,82 800
33 1,56 4,69 6,25 1,99 sem rede
34 11,39 0,00 11,39 3,63 sem rede
35 1,13 0,00 1,13 0,36 600
36 0,95 0,00 0,95 0,30 600
37 1,34 2,08 3,42 1,09 600
38 6,47 0,00 6,47 2,06 existente
N -------- bacia 38 6,47 2,06 1000
39 3,01 0,00 3,01 0,96 600
Bacia Área Área acumulada Área Q Dn rede
parcial total
bueiro (ha) (ha) (ha) (m3 / s) (mm)
O bueiro N bacia 39 9,48 3,02 1000
40 0,60 0,00 0,60 0,19 sem rede
P bueiro O bacia 40 10,08 3,22 1500
41 0,59 0,00 0,59 0,19 sem rede
Q -------- bacia 41 0,59 0,19 600

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4.2.1.8 Vegetação e Áreas de Preservação

A concentração de áreas verdes é baixa, se comparada à encontrada na época de elaboração


do Plano Diretor. As mais representativas estão nos fundos dos talvegues e às margens dos
cursos d’água. Os quintais não apresentam vegetação de porte nem adensada, mas
contribuem no aumento das áreas verdes já que neles sempre há pequenas árvores, jardins ou
hortas.

Apesar de não ser muito adensado se comparado a outras vilas, o Taquaril não dispõe de
áreas livres propícias à ocupação. As áreas livres existentes são de talvegues que devem ser
preservados ou possuem declividades muito altas. A exceção é a área no Setor 5 próxima ao
campo de futebol (lazer) e ao Córrego Olaria.

Entretanto, observando-se o entorno percebe-se áreas livres no Granja de Freitas, com espaço
para construção de conjuntos habitacionais para remoção de famílias em situação de risco do
Taquaril. Três conjuntos foram construídos e um está em execução. Entretanto, foram
destinados a famílias acampadas (Programa Habitar Brasil) e participantes do Movimento
Organizado dos Sem Casa, através do Orçamento Participativo da habitação.

Devido à topografia acidentada o Taquaril é rico em visadas. A Serra do Curral, por exemplo, é
vista de vários pontos principalmente dos Setores 7 e 9. Da Antiga Estrada para Nova Lima,
nos Setores 11 e 12 é possível avistar-se quase todo o conjunto além da bela vista da cidade
onde vê-se em destaque o Horto Florestal. No campo de futebol próximo ao Córrego Olaria
avista-se todo o Setor 5 e parte do Setor 2.

Na região onde será implantado o empreendimento, na Área de Influência Indireta, destaca-se


a Mata da Baleia, que possui um dos poucos remanescentes de mata da região metropolitana
de Belo Horizonte. A vegetação reúne espécies pertencentes ao campo de altitude, cerrado e
mata de galeria. Dentre os exemplares da mata de galeria podem ser observados jequitibás
(Cariniana sp), braúnas (Schinopsis brasiliensis) e o vinhático (Platymenia reticulata). As
principais espécies de cerrado e campo de altitude encontradas são: o barbatimão (Kielmeyera
coriaceae), o pau santo (Kielmeyera variabilis) e o capim-flecha (Tristachya beiostachya). A
flora serve de refúgio para mamíferos como o mico estrela, tatus, gambás, esquilos e quatis. A
avifauna é representada por 158 espécies, representando cerca de 25% do total encontrado no
Estado de Minas Gerais. Os répteis são representados por doze espécies e os anfíbios por
dezesseis.

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4.2.2 VILA SÃO JOSÉ

A vila São José situa-se na Região Noroeste da cidade, numa área aproximada de 14,5
hectares, com densidade populacional de 593 habitantes por hectare (Ver Figura 4.22). Quanto
à propriedade, parte da área pertence a terceiros (particulares) e a faixa ao longo do córrego
ao Poder Público Municipal.

Figura 4.22: Vista da porção central da vila e sua precária interseção com os bairros do
entorno.

A ocupação da área se deu no fim da década de 70, sendo sua área física limitada pelos
Bairros Jardim Alvorada, Alípio de Melo e São José, tendo a Av. Pedro II e o Anel Rodoviário
como importantes referências urbanas.

4.2.2.1 Definição da área de Influência

A caracterização ambiental da vila São José de acordo com o Estudo de Impacto Ambiental do
Projeto Pedro II, elaborado em 1999, foi organizada para os três meios tradicionais da análise
ambiental: meio físico, biótico e antrópico. Este estudo adotou uma área de influência distinta
de acordo com cada meio estudado: físico, biótico e antrópico, sendo adaptada para temas
específicos sempre que recomendado pela disponibilidade de dados ou a incidência dos
impactos. As áreas de influência adotadas no EIA são apresentadas a seguir:

Meio Físico
A definição da área de influência para o meio físico, conforme apresentado no Mapa 4,
baseou-se na delimitação de bacia hidrográfica. Do ponto de vista ambiental, as
características do empreendimento que propiciam impactos positivos ou negativos,
gerando alterações na bacia hidrográfica, constituem predominantemente na canalização
do córrego São José e na redução das áreas de permeabilidade geradas pela ampliação
do sistema viário.

91
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Portanto a área de influência para o meio físico abrange:


• Sub-bacia do córrego São José, pertencente à bacia do córrego Ressaca, um dos
tributários da represa da Pampulha (bacia do Onça);
• Parte da bacia do ribeirão Arrudas, no trecho a ser abrangido pelo alargamento da Av.
Tancredo Neves, pertencente à sub-bacia do córrego Flor D’água, também conhecido
como Serrinha;
• Área do trecho compreedido entre as ruas Henrique Gorceix e Carlos Góes,
localizada na sub-bacia do córrego Pastinho.

Como área de influência direta do empreendimento, considerou-se a área de implantação


das intervenções.

Meio Biótico
A área de influência para o meio biótico abrange os bairros mais próximos ao
empreendimento, situados dentro do limite municipal de Belo Horizonte, que sofrerão ou
poderão sofrer interferências indiretas ocasionadas pela implantação do
empreendimento, uma vez que a melhoria no sistema de tráfego irá proporcionar uma
aceleração no processo de ocupação dos vazios urbanos existentes, ocasionando uma
aceleração no processo de remoção de árvores e áreas verdes remanescentes.

Considera-se que a área de influência para o meio biótico deve ser acrescida da área
ocupada pela Fundação Zôo-botânica e pela reserva ecológica da Universidade Federal
de Minas Gerais.

Como área diretamente afetada, considerou-se os trechos viários a serem ampliados e os


terrenos destinados ao reassentamento da população residentes na vila São José. Para
efeito da caracterização da cobertura vegetal, a área afetada foi dividida em
compartimentos, a saber:
Compartimento 1: Vila São José e vias laterais;
Compartimento 2: Terrenos para reassentamento dos moradores da vila São José,
localizado no bairro Manacás;
Compartimento 3: Avenida Presidente Tancredo neves, entre a rua Flor da
Cachoeira e a av. dos Engenheiros.

Meio Antrópico
A área de influência para o meio antrópico recebeu três denominações distintas visando
uma melhor diferenciação da análise, principalmente em termos do aprofundamento dos
estudos realizados. Conforme apresentado no Mapa a seguir, á área de estudos divide-
se em:

Área beneficiada – compreende uma grande área a ser beneficiada pelas


intervenções no sistema viário, com repercussões pouco significativas na ocupação
e uso atual do solo e, conseqüentemente, em outras variáveis abordadas no
estudo, como a expansão ou retração da população. Essa área abrange a região
noroeste do município de Belo Horizonte e parte do município de Contagem;
Área de Adensamento – é formada por uma área que, além dos benefícios viários,
tende a sofrer influências em sua dinâmica de uso e ocupação do solo, com
desdobramentos na dinâmica demográfica e na demanda por infra-estrutura;

92
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Área de Intervenção – compreende a área diretamente compreendida com as obras


e seu entorno imediato, ou seja, aquela que sofrerá a intervenção viária e o
reassentamento habitacional. Esta área é assim subdividida:
- Trecho da av. Pedro II que será objeto de desapropriação para alargamento da
pista;
- Áreas onde será implantado o projeto de prolongamento da av. Pedro II,
incluindo a interseção com o Anel Rodoviário e sua extensão na av. João XXIII;
- Trecho da av. Tancredo Neves com previsão de alargamento;
- Área localizada no bairro Manacás, onde será efetuado o reassentamento da
vila São José.

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INSERIR MAPA 5- ÁREA DE INFLUÊNCIA MEIO ANTRÓPICO – VILA SÃO JOSÉ

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4.2.2.2 Caracterização do Meio Natural (Físico e Biótico)

4.2.2.2.1 Bacias Hidrográficas

A vila São José encontra-se instalada, preponderantemente, no talvegue do córrego São José,
tributário do córrego da Ressaca, que integra a bacia da represa da Pampulha (Bacia do
Onça).

O córrego São José tem uma extensão total de 2,75 km com 1,25 km canalizados e 1,50 km
por canalizar. O trecho não canalizado é constituído por um talvegue profundo com áreas
adjacentes íngremes e densamente povoadas (vila São José), o que implica situações de risco.
Devido à ausência de infra-estrutura na vila, há uma elevada alteração do seu quadro natural,
sendo que uma parcela expressiva dos seus taludes está ocupada com lixo doméstico.

O córrego é responsável por grande parcela da contribuição de carga orgânica para represa da
Pampulha, em função da elevada taxa de ocupação em sua bacia e devido ao fato dos esgotos
sanitários da vila São José e de algumas ruas dos bairros Jardim Montanhês e São Luiz serem
lançados sem qualquer tipo de tratamento neste curso d’água.

No entroncamento da Avenida João XXIII com a Avenida João Paulo I, o córrego São José
para a ser canalizado, inicialmente com uma galeria fechada e, posteriormente, em canal
aberto. Ao longo deste trecho existem interceptores de esgoto sanitário.

Na Avenida Pedro II, entre as ruas Henrique Gorceix e Carlos Góes, o solo encontra-se
totalmente ocupado e a drenagem natural foi substituída pela rede de drenagem pluvial, que é
constituída pela canalização do córrego do Pastinho, afluente do ribeirão Arrudas. Não há,
portanto, na atualidade, um curso d’água natural.

Na área abrangida pela Av. Tancredo Neves, o córrego Flor D’água, também conhecido como
córrego da Serra ou Serrinha foi canalizado. Esse córrego é tributário do córrego da Ressaca.

A Bacia da Pampulha faz parte da Bacia do Córrego do Onça que deságua no Rio das Velhas,
um dos principais formadores da Bacia do São Francisco. Sua área de drenagem abrange 97
Km2 dos quais 56% pertencem ao Município de Contagem. Os principais formadores do
Ribeirão Pampulha são o Ribeirão Sarandi e o Córrego da Água Funda que nascem no
município de Contagem e os córregos Ressaca e Mergulhão no município de Belo Horizonte. A
partir da confluência com o córrego Cachoeirinha o Ribeirão Pampulha passa a ser
denominado de Ribeirão do Onça.

4.2.2.2.2 Fisiografia
O talvegue do córrego São José caracteriza-se por um vale semi-encaixado, apresentando em
sua maioria vertentes com declividades médias a altas e significativas planícies de inundação
densamente ocupadas.

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4.2.2.2.3 Aspectos Geológicos Geotécnicos

Área de Influência
A Área de Influência caracteriza-se geologicamente por terrenos que se encontram inseridos
no Domínio do Embasamento Cristalino, representado pelo Complexo Belo Horizonte, no qual
predominam rochas gnaíssico-migmatíticas, localmente milonitizadas e em diferentes estágios
de alteração, apresentando ainda corpos de natureza básica e ultramáfica associados.

As formações superficiais associadas a este Domínio são representadas por solos residuais e
por depósitos aluvionares de espessuras e evolução diferenciadas. Em geral, o solo é espesso
com textura silto argilosa em áreas de relevo suave, enquanto nas áreas de relevo acidentado
ele é silto-arenoso.

Geomorfologicamente, a área do empreendimento integra a unidade denominada de


Depressão Periférica de Belo Horizonte. Nesta unidade, predomina um relevo de colinas com
topo plano e arqueado, com encostas côncavo-convexas e altitude entre 800 e 900m. Espigões
alongados destacam-se na paisagem, apresentando encostas de média a alta declividade.

Área Diretamente Afetada


A vila São José caracteriza-se por um vale semi-encaixado, apresentando em sua maioria
vertentes com declividades médias a altas e significativas planícies de inundação densamente
ocupadas.

Os terrenos da área constituem-se por afloramentos rochosos de granito-gnaisse em vários


estágios de alteração, recobertos por solos residuais silto-arenosos a argilo-siltosos. Nas
encostas e ao longo das margens do curso d' água observa-se a incidência de pacotes de
material coluvionar (oscilando de 2,0 a 4,0 metros de espessura) e de solos residuais com
ocorrência de blocos soltos de gnaisse.

No leito do córrego observa-se aluviões arenosos inconsolidados e ocorrência de afloramentos


rochosos.

Observa-se o nível do lençol freático apresentando-se pontualmente subaflorante ao longo das


margens do córrego, em pontos situados na porção ocupada pela Vila.

Os terrenos das áreas de reassentamento encontram-se inseridos nas vertentes do vale do


córrego São José, caracterizadas por encostas com baixas a médias declividades variando no
máximo a 12%. São constituídos por saprólitos e solos residuais de granito-gnaisse,
apresentando-se atualmente decapeados, com indícios de processos erosivos laminares.
Observa-se, ainda, incidência de focos de erosão linear na área situada na vertente direita.

Suas características geotécnicas apresentam-se favoráveis à implantação de moradias, pois


confere aos terrenos alta capacidade de suporte, favorecendo a instalação das fundações das
edificações e dos sistemas de esgotamento sanitário e de drenagem pluvial. Ressalta-se,
entretanto, a vulnerabilidade destes terrenos à erodibilidade, quando expostos.

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4.2.2.3 Caracterização Sócio-Econômica

4.2.2.3.1 Distribuição e Análise da População


A análise das características sócio-econômicas da população residente na região em estudo
utiliza os dados do Censo Demográfico de 1.991 e da Contagem de População de 1.996, da
Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE, complementados, para a área
ocupada pela vila São José, por dados coletados nos meses de maio e junho de 1.998 pelo
Instituto de Pesquisas Econômicas, Administrativas e Contábeis de Minas Gerais - IPEAD.

População Residente
A população residente na área de estudo do Projeto Pedro lI, segundo os dados secundários
disponíveis, atingia 237.057 habitantes em 1.996 e apresentava a distribuição mostrada na
Tabela 4.17.

Área de Estudo Considerada Domicílios População


1991 1996 1991 1996
Área beneficiada pelo programa
Área de - Belo Horizonte 32.702 35.629 134.491 137.339
Influência - Contagem 16.150 19.386 63.970 70.300
Área de adensamento 394 916 1.767 3.606
Sub-total 49.246 55.931 200.228 211.245
Alargamento da Av. Pedro II 2.116 2.253 8.001 7.841
Área de Prolongamento da Av. Pedro II
Intervenção - Vila São José 1.641 1,837 7.401 7.814
- Outras áreas 1.445 1,614 6.030 6.342
Alargamento da Av. Tancredo Neves 506 496 2.116 1.950
Área de reassentamento 222 533 900 1.865
Sub-total 5.930 6.733 24.448 25.812
TOTAL 55.176 62.664 224.676 237.057
Fonte: IBGE, Censo Demográfico de 1991 e Contagem da População, 1996

A área de influência do projeto, subdividida em área beneficiada e área de adensamento, e que


inclui habitantes dos municípios de Belo Horizonte e Contagem, tinha uma população de
211.245 habitantes, que representavam 8,6% da população residente nos dois municípios.

Na área de intervenção, o principal contingente de pessoas encontrava-se na Vila São José e


na área de implantação das obras de engenharia vinculadas ao prolongamento da Avenida
Pedro II, ao todo 14.156 pessoas que representavam 54,8% do total de pessoas residentes na
área de intervenção em 1.996 (25.812).

Deve-se assinalar que uma parte significativa desta população deverá ser relocada em função
das obras, havendo também um contingente significativo residente no entorno da área de
intervenção que permanecerá no local após a conclusão dos trabalhos.

Nos levantamentos realizados pelo IPEAD, o número de domicílios existentes na vila São José,
que era igual a 1.837 em 1.996, passa para 2.158 em 1.998, enquanto a população atinge
8.567 pessoas (contra 7.814 em 1.996). Atualmente estima-se uma população em torno de
10.000 habitantes na vila São José.

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Densidade Demográfica

Utilizando-se os dados da Tabela 4.17 e as informações sobre as áreas dos setores censitários
que as compõem, podem ser calculadas as densidades demográficas verificadas no ano de
1.996. A Figura 4.23 mostra os resultados para o total das unidades consideradas:

Dens. Demográfica na área de influência - 1996

62
26
100
Alargamento da av. Tancredo neves
55
Prolongamento da av. Pedro II - Outras
340
Prolongamento da av. Pedro II - Vila...
Alargamento da av. Pedro II
52
11
43
96

0 50 100 150 200 250 300 350 400

hab./ hectare

Vê-se pelo gráfico que as densidades da área de influência apresentam diferenças


consideráveis, desde um máximo de 340 habitantes por hectare na vila São José até um
mínimo de 11 hab./ha na área considerada de adensamento, sendo a baixa densidade um dos
fatores mais importantes para sua consideração nesta categoria (a densidade demográfica do
município de Belo Horizonte, em 1.996, era igual a 62 hab./ha). Resultado semelhante foi
obtido para as áreas do município de Contagem, consideradas na categoria de área
beneficiada, ao invés de na área de adensamento, porque se acredita que a maior distância em
relação à área de intervenção tende a diminuir a capacidade do beneficio em provocar
adensamento significativo na área (provavelmente sua baixa densidade está ligada a outros
fatores mais importantes que a alternativa de acessibilidade pela avenida Pedro II).

Na distribuição espacial mostrada, vê-se que as maiores densidades demográficas encontram-


se em áreas de vilas e conjuntos habitacionais, como a vila São José (que apresenta a maior
densidade da área, 699 hab./ha no setor censitário 71, margem esquerda do córrego São
José), a vila Paquetá (setor censitário 9, no bairro Paquetá), a vila Antena (setor censitário 40,
no bairro Jardim Montanhês), a vila Santo Antônio (setor censitário 224, no bairro Conjunto
Itacolomi) e o Conjunto Habitacional Jardim Pampulha, localizado no bairro Santa Terezinha
(setores censitários número 59, 60 e 61).

As menores densidades, por outro lado, estão no bairro Castelo (setores censitários 20, 21 e
46, considerados na área de adensamento)_ o setor censitário número um da área de
alargamento da Av. Pedro II, onde se encontra o aeroporto Carlos Prates, que ocupa um
terreno de grande extensão_ o setor censitário 16, no Jardim Montanhês, que contém uma
grande área desocupada, aos fundos dos equipamentos voltados para o Anel Rodoviário_ e o
bairro Manacás (setor censitário 45), onde deverá ser reassentada a população hoje residente
na vila São José.

98
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PROGRAMA BH VILAS URBANIZADAS

Alguns outros setores censitários localizados nos bairros Paquetá (setores censitários 7 e 8) e
Santa Terezinha (setores 25 e 48) também apresentam uma baixa densidade, não sendo
considerados na área de adensamento por apresentarem melhores alternativas de acesso que
os bairros Castelo e Manacás, julgando-se que sua baixa densidade esteja associada mais ao
padrão de uso e ocupação do solo que aos problemas de acesso.

4.2.2.3.2 Níveis de Renda


O perfil sócio-econômico da população da vila São José situa-se em nível muito baixo. Do total
de residentes 67,3% possui renda inferior a 01 salário mínimo; 30,63% de 1 a 3 salários
mínimos e apenas 2,04% recebe 3 ou mais salários mínimos.

A população não se constitui como mão-de-obra especializada, possuindo, porém, alguma


experiência na área de construção civil e trabalhos domésticos. A maioria está desempregada
ou se ocupa de trabalhos temporários e biscates, decorrente daí, o baixo nível de remuneração
recebida.

Das edificações encontradas 95,6% têm uso residencial, sendo o índice de uso do lote para
outros fins como serviço, indústria, comércio e uso coletivo pouco significativo (4,4% do total).
As edificações em sua maioria são de alvenaria precária (98,5%), tendo sido encontradas
construções de adobe, tábuas e outros.

Os dados demonstram que o regime de ocupação dos imóveis em sua maioria é "próprio", com
93,18 % nesta condição e apenas 6,82% morando em regime de aluguel ou cessão.

4.2.2.3.3 Educação
Existe na área do entorno a Escola Municipal Inácio Andrade Melo, situada no bairro São José,
à rua Violeta de Meio, e a Escola Estadual Ursulina Andrade Meio, situada no bairro Jardim
Montanhês, à rua Flor de Vidro.

Atualmente a Escola Municipal oferece até a sexta série do primeiro grau e, à noite, atende a
população adulta com o curso de Suplência. A Escola Estadual também situa-se muito próximo
à Vila e oferece o primeiro grau completo, até a oitava série.

O atendimento ao primeiro grau pode ser considerado satisfatório, mas a população da Vila
convive com duas demandas relacionadas à questão educacional. Uma delas é a demanda
pelo atendimento às crianças com idade inferior a sete anos, creche e pré-escolar. Apenas um
pequeno número de crianças é atendido por creches particulares situadas no entorno. Outra
demanda é o atendimento de segundo grau. Com a valorização do ensino formal essa
demanda tem crescido, mas ainda é uma carência bastante comum em algumas áreas do
município.

O grau de escolaridade da população da vila São José é baixo, sendo que 49,1% da população
possui o 1º grau (completo ou incompleto) e o índice de analfabetismo atinge 28,9% da
população (analfabetos ou semi-analfabetos). Nota-se pelos dados que a população é
eminentemente jovem, sendo que 54,24% se insere na faixa etária de 0 a 21 anos.

99
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4.2.2.3.4 Saúde

Situação da Saúde
Para fazer esta avaliação foi considerada de fundamental importância a percepção que a
população tem sobre a sua própria saúde e a percepção dos profissionais de saúde sobre as
condições de assistência e de saúde da população por eles atendida.

A Vila São José está situada em uma área de grande degradação ambiental. A ocupação
desordenada do espaço, com moradias e vias de acesso precárias, além da total falta de
estrutura de saneamento, favorecem a proliferação de roedores e insetos vetores de uma
variada gama de doenças. No período das chuvas são muito freqüentes as enchentes que, não
raro, causam desabamentos de moradias e outros acidentes graves.

Um dos principais problemas de saúde apontados pelos entrevistados é a desnutrição infantil,


que mantém níveis endêmicos no local. Os casos particularmente mais graves são verificados
nos locais de ocupação mais recente, onde costumam instalar-se as famílias que chegam das
regiões mais pobres de Minas Gerais e de outros estados do país. Os episódios de diarréia e
os transtornos respiratórios agudos, como gripe, bronquite e asma são muito freqüentes na
população infantil. Nos adultos, a hipertensão arterial e os transtornos mentais foram citados
como problemas importantes.

Chama a atenção a existência de um grande número de cães que perambulam pelos becos e
ruas, além de outros animais como cavalos e porcos. É notória a presença de muitas pessoas
desocupadas nas portas das casas, sendo muitas alcoolizadas.

Informações sobre Morbidade


Como principais motivos de consulta entre as crianças destacam-se as causas respiratórias,
seguida pelas doenças infecciosas e parasitárias e pelos problemas de pele. Os atendimentos
para controle de transtornos nutricionais são bastante comuns, sendo encontrados casos
graves de desnutrição nas áreas mais pobres da Vila. Nos adultos, os motivos principais de
consulta, tanto para homens como para mulheres, são as doenças do aparelho circulatório,
especialmente a hipertensão arterial. Também as doenças respiratórias agudas e os problemas
de ossos e articulações foram causa freqüente de consulta.

Informações sobre Doenças Transmissíveis/notificáveis


Segundo informa a Secretaria Municipal de Saúde, entre as doenças transmissíveis de
notificação obrigatória, a dengue tem sido o principal problema para a população residente na
vila São José. No ano de 1.998, esta região apresentou o maior número de casos de toda a
área do Distrito Sanitário Noroeste, com 1.776 casos registrados. Atualmente vem diminuindo
bastante, acompanhando a tendência de declínio acentuado da epidemia observada no
município como um todo, embora esta área se mantenha como de alto risco, exigindo a ação
permanente da vigilância epidemiológica e ambiental na área.

Outra doença que vem preocupando as autoridades sanitárias é a leishmaniose visceral ou


calazar que tem se manifestado nesta zona. Foram notificados três casos da enfermidade em
humanos no período 1.996-98. Apesar do pequeno número, a doença tem sido encontrada
com grande freqüência na população canina que por aí circula, faltando entretanto informações
sobre o vetor da doença.

Entre as doenças imunizáveis, no ano de 1.996, observou-se um surto de caxumba, com o


registro de 28 casos. O bloqueio vacinal e outras medidas de controle adotadas foram

100
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suficientes para reduzir este número para quatro casos em 1.997 e nenhum em 1.998. O
sarampo e a rubéola também foram doenças notificadas neste período cujo controle se
mostrou eficaz. Foram notificados ainda alguns casos de hepatite, sendo a maior parte deles
identificada como sendo causada por vírus tipo A, cuja transmissão é comum em áreas de
baixo nível sócio-econômico, onde falta o saneamento básico. Outra doença transmissível que
tem se mostrado importante na região da vila São José é a tuberculose, com 15 casos
notificados de janeiro a novembro de 1.998.

Situação dos Serviços de Saúde


Para atendimento dos seus problemas primários de saúde, a população residente na Vila
recorre prioritariamente ao Centro de Saúde São José, embora eventualmente também procure
os centros de saúde Jardim Alvorada e Dom Bosco. A área de abrangência do Centro de
Saúde São José compreende ainda os bairros Jardim Inconfidência, Alípio de Meio e o bairro
Castelo, cobrindo uma população total de 23.712 pessoas (IBGE-I996). Cerca de 80% da
demanda atendida é proveniente da vila São José, sendo priorizadas as mulheres e crianças.

O centro de saúde funciona das 7 às 19 horas, é amplo, tem um bom padrão de construção e
ocupa um terreno de cerca de 1.100 m2. Possui cinco consultórios médicos e um amplo
consultório com três cadeiras para atendimento odontológico. Ao todo, conta com os serviços
de 47 profissionais, sendo 17 de nível superior e 30 de nível técnico e auxiliar. Com
atendimento médico nas áreas de clínica médica, pediatria e ginecologia, o centro de saúde
possui ainda atendimento de enfermagem, serviços de odontologia, psicologia e assistência
social. Através de programas específicos, é dada uma atenção especial ao combate à
desnutrição e ao controle do diabetes e da hipertensão arterial.

Algumas insuficiências foram apontadas pelos trabalhadores como: disponibilidade de


medicamento para controle de hipertensão arterial e esquemas alternativos de
antibioticoterapia. Embora seja dada prioridade para a mulher e a criança, ressentem-se da
falta de recursos humanos para atendimento em ginecologia e obstetrícia.

Os casos de maior complexidade são encaminhados para outros serviços da região. As


consultas especializadas são, em geral, atendidas no Posto de Atendimento Médico Padre
Eustáquio, enquanto que os casos de urgência são encaminhados ao ambulatório do Posto de
Atendimento Médico Campos Sales e aos hospitais Alberto Cavalcanti e Odilon Beherens.

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INSERIR MAPA 6- SERVIÇOS DE SAÚDE E EDUCAÇÃO- VILA SÃO JOSÉ

102
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4.2.2.4 Uso e Ocupação do Solo

De acordo com a Lei de Uso e Ocupação do Solo de Belo Horizonte, de 1996, a vila São José
classifica-se como Zona de Especial Interesse Social 1- ZEIS 1.

A descrição do uso e ocupação do solo apresentada no EIA da av. Pedro II considerou três
unidades definidas paras as áreas de influência do projeto:
• Área Beneficiada pelo Projeto Viário: Diversos bairros de Belo Horizonte e Contagem;
• Área de Adensamento: Bairros com possibilidade de sofrerem adensamento;
• Área de Intervenção: Toda a área diretamente afetada e entorno imediato do projeto,
incluindo a área para reassentamento da população da vila São José

Área Beneficiada pelo Projeto


A área a ser beneficiada com melhoria de acessibilidade, sem impacto significativo no processo
de ocupação do solo, compreende um amplo espaço que tem sua maior parcela no vetor
noroeste do Aglomerado Metropolitano, nos municípios de Belo Horizonte e Contagem. Esta
área é constituída por bairros em diversas etapas do processo de ocupação, sendo que a
maioria dos pertencentes a Belo Horizonte encontram-se com ocupação consolidada, em
tipologias predominantemente horizontais (91,5% das moradias recenseadas em 1991 eram
casas), alguns já tendo atingido a saturação, embora ainda se possam identificar espaços
vazios no interior da área.

Área de Adensamento
As denominadas áreas de adensamento, além de beneficiadas pelas obras no sistema viário,
deverão ter o processo de ocupação do solo alterado pela implantação da continuação da av.
Pedro ll. Estas áreas abrangem basicamente os bairros Manacás e Castelo e ainda uma área
desocupada constituída pelo loteamento Ouro Preto, situado entre o bairro de mesmo nome e
o Castelo, e pelo vazio a leste da avenida Tancredo Neves. Toda a área de adensamento,
apresenta problemas de acessibilidade, o que em parte explica a existência de tantos lotes e
áreas ainda desocupadas.

Área de Intervenção
A área diretamente afetada pela obra é analisada por trecho segundo a intervenção proposta
no projeto, de acordo com a Tabela 4.16:

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Área de Intervenção Localização Descrição


Área de Alargamento da Trecho da av Pedro II entre as Densamente ocupada por edificações de um pavimento (96,8%), a maior parte de padrão médio
Avenida Pedro II ruas Henrique Gorceix e Narcizo (35,5%). Predominam atividades de comércio (47,1% dos estabelecimentos), na maioria
Coelho. relacionadas ao ramo de veículos e auto-peças, que representam 75% dos estabelecimentos
comerciais instalados neste corredor. o uso residencial é pouco expressivo (26,5%) e quando
acontece,em geral, está associado a usos não residenciais,
Jardim Montanhês Quadras do Predominam os usos residenciais (62,1%). As tipologias de ocupação assentadas na área a ser
bairro atingidas pela implantação desapropriada são basicamente horizontais, observando-se edificações em sua maioria com um
das alças do viaduto de interseção (63,2%) e dois (30,1%) pavimentos. O padrão das edificações é predominantemente baixo
da av. Pedro II com o Anel (52,1%), tratando-se principalmente de imóveis próprios (65,7%) cuja ocupação se deu há mais
Rodoviário. de quinze anos (46,4% dos que informaram).
Vila São José A área onde será O uso do solo, predominantemente residencial (79,1%), é representado pelas tipologias
Área de Prolongamento implantado o prolongamento da habitacionais da Vila, que ocupa de forma mais intensa as encostas nas proximidades do Anel
da Avenida Pedro II av. Pedro II e João XXIII, inicia-se Rodoviário e vai tomando-se mais dispersa e descontínua na direção da avenida João XXIII.
na parte da Vila São José mais Observam-se, de forma esparsa, poucos usos não residenciais (11,8%), representados por
próxima ao Anel Rodoviário e estabelecimentos de comércio e serviços de pequeno porte e por uma indústria, cujas remoções
estende-se até o trecho já estão previstas junto com as moradias da Vila São José. Nesta área, as edificações são, em sua
implantado da avenida João XXIII, maioria, de um pavimento (78,5%) e mais da metade de padrão ruim (51,8%). Apenas 15,5%
nos limites do conjunto Alípio de são de bom padrão. A maior parte dos imóveis são próprios (63,6%) e, como é comum nas vilas
MeIo. de Belo Horizonte, o percentual de imóveis cedidos é relevante (3,6%), sendo maior que o de
alugados (2,1%).
Área de Alargamento da Área ao longo da av. Tancredo Na parte desta avenida mais próxima à avenida Pedro lI, os terrenos lindeiros encontram-se
Av. Tancredo Neves neves vagos. Entre as edificações que serão atingidas, 10,3% encontram-se desocupadas. Na área em
que se inicia a ocupação dos terrenos lindeiros à avenida (região do Manacás), algumas casas
provocam estrangulamento da pista, Em seguida, nas proximidades da avenida dos
Engenheiros, a avenida Presidente Tancredo Neves continua com seção reduzida, mas as
edificações encontram-se afastadas o suficiente para o alargamento previsto no projeto. Neste
trecho, que tem continuidade flsica com a parte de ocupação antiga do Manacás, instalou-se, em
edificações de padrão baixo e médio, um pequeno corredor de serviços de pequeno porte
relacionadas com o tráfego de passagem. Este uso representa 14,0% do universo pesquisado na
área.
Área de Reassentamento Parte do bairro Manacás, Áreas desocupadas do bairro que vem sofrendo um processo de ocupação multifamiliar
da Vila confrontante com a vila São José verticalizado.

104
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Situação Fundiária
A implantação do projeto demandará a relocação de várias atividades hoje desenvolvidas na
área, prevendo-se a indenização para os proprietários e reassentamento de parte da
população residente na vila São José.

Foram identificados pelo IPEAD, na Vila São José, um total de 2.258 imóveis, sendo a maior
parte para uso residencial (95,6%) e os restantes ocupados por pequenos estabelecimentos
comerciais. Apesar de não ter a propriedade do terreno, a maioria das construções identifica
das são próprias (93,2%), sendo os restantes dos imóveis alugados (3,59%) ou cedidos
(3,23%).

4.2.2.5 Áreas Urbanas de Risco

O processo de ocupação inadequada e desordenada sobre terrenos potencialmente erodíveis,


submetidos à retirada de cobertura vegetal, a cortes subverticais (Ver Figura 4.24) e a intensos
lançamentos de águas servidas e pluviais, desencadearam situações de instabilidades e riscos.
Foram identificadas, na Vila São José, situações de instabilidades caracterizadas por
escorregamentos de solo, escorregamentos de solo/rocha, escorregamento de cobertura
superficial, processos erosivos, solapamentos e processos de inundação.

Figura 4.24: Situação de risco na vila São José

Os solapamentos e as inundações são significativamente agravados pela redução da taxa de


permeabilização dos solos, pelo intenso processo de ocupação das planícies de inundação e
pelo assoreamento da calha do curso de drenagem por sedimentos oriundos de erosões e do
lançamento de lixo/entulho.

Os processos de instabilidades mencionados acarretam o desenvolvimento de situações de


risco, para as moradias instaladas na vila São José, com níveis de susceptibilidade variando de
muito alto a alto e médio, desencadeando, ainda, significativos impactos e perdas ambientais
para a área em questão e a jusante desta.

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4.2.2.6 Cursos d’Água

Apresenta-se, a seguir uma breve síntese do Estudo Hidrológico, elaborado pela empresa
ENGESOLO, parte integrante da Memória Justificativa do Projeto Final de Engenharia
Urbana da VIA-210, trecho Anel Rodoviário e Av. João XXIII, contemplando ainda os
Projetos das Interseções com Anel Rodoviário e Av. Tancredo Neves.
O mosaico das bacias contribuintes à canalização proposta na vila São José é apresentado
no Mapa a seguir.

A Tabela 4.17 apresenta a área, o tempo de concentração e a vazão máxima provável de


cada sub-bacia:

Tabela 4.17: Área, Tc e Vazão máxima provável de cada sub-bacia


3
Sub- Área Tc Q Sub- Área Tc Q (m /s)
Bacia (km2) (min.) (m3/s) Bacia (km2) (min.)
1 0,032 5 1,050 14 0,422 14 11,253
2 0,010 5 0,360 15 0,018 5 0,610
3 0,035 8 0,960 16 0,026 5 0,867
4 0,046 8 1,269 17 0,036 6 1,105
5 0,119 10 3,640 18 0,041 6 1,278
6 0,026 6 0,820 19 0,034 5 1,135
7 0,157 11 4,664 20 0,202 14 7,17
8 0,154 10 4,278 21 0,704 17 16,859
9 0,325 13 9,017 22 0,026 5 0,988
10 0,015 5 0,591 23 0,777 22 15,725
11 0,414 13 11,487 24 0,118 7 3,928
12 0,059 8 1,886 25 0,990 27 17,366
13 0,017 5 0,693 26 0,949 30 17,263
Sendo:
o Intensidade Pluviométrica (mm/h): Equação de Chuvas Intensas para a região
metropolitana de BH - SUDECAP;
o Período de Recorrência: córrego São José - T=50 anos;
o Tempo de Concentração: Calculado pela fórmula de Kirpich que também é conhecida
como a expressão do "Califórnia Highways and Public Roads", sendo dada a seguir:

3 0,385
Tc = 57 (L /H)

sendo:
− Tc = tempo de concentração (minutos - valor mínimo adotado de 5 min.);
− L = comprimento do talvegue (Km);
− H = desnível médio (m).
o Vazão máxima provável calculada segundo o Método Racional;

Q = 0,278 x C I A

106
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sendo:
− Q = vazão máxima prevista para o período de recorrência T (m3/s);
− 0,278 = coeficiente de homogeneização das unidades;
− C = coeficiente de escoamento superficial “run-off”;
− I = Intensidade pluviométrica (mm/h);
− A = Área da bacia de contribuição em Km2.

O canal projetado no córrego São José possui as seguintes características:

Extensão (m) Seção


Início 310 Ø 1000mm
450 1,50 x 1,50m
630 1,50 x 1,80m
Final 56,9 3,50 x 2,00m

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Av. Pedro II
SB-1 Anel Rodoviário

5
6 SB-20
2
Via 210
SB-26
4 18
7
17
SB-18
SB-8 9
16
11 SB-20
3 10

14
22

13
SB-21
SB-12 23

SB-24

SB-27
SB-25
SB-27
Av. Tancredo Neves Av. João XXIII

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4.2.2.7 Vegetação e Áreas de Preservação

Área de Influência
A cobertura vegetal da Área de Influência apresenta-se extremamente descaraterizada,
estando ocupada quase que totalmente pela malha urbana. Como estas áreas foram
ocupadas anteriormente por fazendas, como a Fazenda São José pertencente a Alípio
Ferreira de Mello e Ursulina de Andrade Mello, a vegetação, à época do parcelamento, já se
encontrava bastante degradada e substituída por áreas de pastagens.

Entre as fisionomias originais ocorrem na área de influência :


• Cerrado/campo;
• Cerrado (savana arborizada)
• Cerradão (savana florestada)
• Floresta Tropical Subcaducifólia (floresta estacional semidecidual)
• Floresta Ciliar

Estas fisionomias são confirmadas através de alguns elementos arbóreos dispersos nas
áreas loteadas e nas principais áreas verdes da região, como o Parque Ursulina de Andrade
Mello, localizado no bairro Castelo, Fundação Zôo-Botânica de Belo Horizonte (bairro
Pampulha) e a Estação Ecológica da UFMG.

Nos loteamentos ainda desocupados observa-se, atualmente, o predomínio de vegetação


herbácea formada por gramíneas e espécies invasoras. As árvores nativas, quando
presentes, são em pequeno número, apresentando-se dispersas ou formando pequenos
agrupamentos. As espécies mais comumente observadas são: angico do cerrado
(Anadenanthera lalcata), louro (Cordia trichotoma), jacarandá de espinho (Machaerium
aculeatum), jacarandá canzil (Platypodium elegans), açoita cavalo (Luehea grandiflora) e
mutamba (Guazuma ulmifolia). Observa-se, ainda, a existência de áreas com maior
adensamento arbóreo representada por chácaras, principalmente, onde predominam
árvores frutíferas e ornamentais.

Papel importante é desempenhado pelas árvores existentes nos quintais das residências e
nos passeios e canteiros centrais de algumas avenidas, observando uma maior densidade e
porte nos bairros mais antigos e consolidados. A arborização das ruas dos loteamentos
ainda pouco ocupados, como o Manacás e o Castelo, ainda é rarefeita e, nos locais onde foi
implantada, observa-se o predomínio de plantas jovens.

Neste contexto, destacam-se duas áreas verdes representadas pelos parques municipais
Ursulina de Andrade Mello e a Fundação Zoo-Botânica, que podem ser vistos na Figura 5.2.

A Fundação Zoo-Botânica de Belo Horizonte possui uma área de 145 ha acrescidos de 30


ha correspondentes às ilhas da Lagoa da Pampulha, onde se observa remanescentes de
vegetação de cerrado.

A área do Parque Ursulina de Andrade Mello foi doada ao município em 1.978, quando do
parcelamento da fazenda. Possui uma área total de 24,2 ha, recobertos em quase sua
totalidade por floresta semidecidual. Possui infra-estrutura mínima, em conformidade com o
projeto definido para outros parques dentro do Programa Parque Preservado, não possuindo
quadras ou outros equipamentos.

109
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Existem outras áreas verdes na Área de Influência advindas do processo de parcelamento


do solo urbano, conforme Lei Municipal Nº 7.803 de 1.989. Dentre estas, destacam-se duas
que estão situadas nas proximidades do empreendimento, ambas no bairro Manacás,
conforme pode ser observado no Mapa a seguir.

A primeira corresponde à Área Verde 3 (AV 3 do CP 51-2-M), com 0,468 ha, situada na
confluência entre a rua Campos Nunes e a rua Três, imediatamente acima do conjunto
formado pelas quadras 48, 51 e 113 a 116, onde será reassentada grande parte dos
moradores da Vila São José. A Figura 4.25 apresenta detalhe desta área, observando-se a
presença de árvores de médio porte.

Figura 4.25: Vista da Área Verde 3

A Área Verde 3 apresenta cobertura predominantemente herbácea, com a presença de


alguns indivíduos arbóreos de médio porte (seis metros) e declividade acentuada, com um
talvegue natural na parte central. Existe a possibilidade de implantação nesta área de alguns
equipamentos básicos para atendimento a seus visitantes, como sanitários, portaria, play-
ground, aparelhos de ginástica em conformidade com o projeto mínimo definido para outros
parques dentro do Programa Parque Preservado.

A segunda área refere-se à Área Verde 4 (AV 4 do CP 51-3-M) que possui uma extensão
aproximada de 6,57 ha e está situada à rua Francisca Santos Anastácia, ao lado da Escola
Municipal Jornalista Jorge Paes Sardinha. Na Figura 4.26 apresenta uma vista geral da
área, mostrando a cobertura predominantemente herbácea.

Figura 4.26: Vista da Área Verde 4

A cobertura vegetal da Área Verde 4 apresenta um predomínio de vegetação herbácea


(pasto sujo), com árvores dispersas, e possui declividade acentuada, com talvegue natural

110
PROGRAMA BH VILAS URBANIZADAS PREFEITURA BH

INSERIR MAPA 7- ÁREAS VERDES- VILA SÃO JOSÉ

111
PROGRAMA BH VILAS URBANIZADAS PREFEITURA BH

em sua porção sul, junto ao bairro Jardim Montanhês. Da mesma forma que a AV-3, existe a
possibilidade de implantação no local de alguns equipamentos básicos, como sanitários,
portaria, play-ground, aparelhos de ginástica e até mesmo uma quadra poli esportiva.

Além dos parques municipais e das áreas verdes, existem áreas classsificadas como ADE 1
- Áreas de Diretrizes Especiais de Interesse Ambiental identificadas no Plano Diretor de Belo
Horizonte. Dentre estas, destacam-se duas em função de sua maior extensão e cobertura
vegetal mais expressiva, sendo a primeira situada dentro da Área Diretamente Afetada,
entre o bairro Manacás (rua Grande Otelo) e Alípio de MeIo (rua dos Geólogos), e a
segunda localizada entre o anel rodoviário e a rua Henrique Gorceix, na Área de Influência.

Entre as duas ADE, a primeira possui maior expressividade em relação à presença de


vegetação de porte arbóreo. No terreno previsto para implantação da Estação de Integração
da BHTRANS, localizado no bairro Manacás, junto À av. João XXIII, observa-se um grupo
de guapuruvus (Schizolobium parayba), junto à residência.

Área Diretamente Afetada

A análise da Área Diretamente Afetada é apresentada segundo os quatro compartimentos


básicos, em que foi subdividida.

• Compartimento 1 - Vila São José


Neste compartimento inclui-se, além da vila São José, as vias laterais, a interseção da Av.
Pedro II com a avenida Tancredo Neves e o trecho a ser implantado desta avenida. A
cobertura vegetal da área é caracterizada pela presença de árvores esparsas ao longo do
canal de drenagem ou associadas às moradias.

As poucas árvores observadas ao longo da drenagem são, em grande parte, espécies


nativas, como ingazeira (Inga sp), sangra d' água (Croton urucurana), candiúba (Trema
micrantha), macaúba (Acrocomia aculeata), jacarandá de espinho (Machaerium aculeatum)
e jatobá (Hymenaea courbaril).

Entre as espécies associadas às moradias, predominam as árvores frutíferas, sendo


freqüente as mangueiras (Mangifera indica) e os abacateiros (Persea americana),
ocorrendo, ainda, a ameixa (Eriobotrya japonica), a pitanga (Eugenia uniflora), o jambo
(Sisygium lambo) e a amora (Morus nigra). Além destas espécies, observou-se também a
paineira (Chorisia speciosa), o urucum (Bixa orellana), pau doce (Hovenia dulcis), salgueiro
reto (Salix humboldtiana), jasmim manga (Plumeria sp), cinamomo (Melia azedarach) e
moitas de bananeira (Musa paradisiaca) e cana (Saccarum officinalis).

• Compartimento 2 - Terreno para Reassentamento


Os terrenos para reassentamento dos moradores da Vila São José é formado pelas quadras
48, 51 e 113 a 116, cuja cobertura vegetal é caracterizada a seguir:

- Quadra 48 - Predomínio de solo exposto e trechos revestidos por vegetação herbácea


composta por gramíneas e espécies invasoras. Verificam-se poucas árvores isoladas,
com pequeno grupamento junto à rua Três.

- Quadra 51 - Predomínio de vegetação herbácea com invasoras. Presença de poucos


indivíduos arbóreos;

112
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- Quadra 113 - Cobertura vegetal formada por cerrado já muito degradado, observando-se
a presença de alguns elementos típicos desta fisionomia, incluindo alguns indivíduos
arbóreos de porte baixo (2,5 a 4,0 m) dispersos na área;

- Quadra 114 - Cobertura vegetal quase inexistente com solo bastante exposto, sendo que
grande parte está ocupada pela Vila São José;

- Quadra 115 - Junto à rua Três, a vegetação está bastante degradada, com predomínio
de vegetação herbácea e ocorrência de áreas com solo exposto, incluindo um campo de
futebol. No ponto de confluência da avenida Coletora com a rua Dez, observa-se uma
cobertura vegetal mais expressiva, com a presença de maior adensamento de árvores
de médio porte (5,0 a 6,0 m) que formam um de tipo de bosque devido à limpeza do
subbosque. Predominam ai o angico do campo (Anadenanthera lalcata) e o louro (Cordia
trichotoma );

- Quadra 116 - Esta quadra será utilizada parcialmente, no trecho de confluência da rua
Leopoldo Campos Nunes com a rua Três. A cobertura vegetal é basicamente herbácea,
com gramíneas e outras espécies invasoras.

• Compartimento 3 - Avenida Presidente Tancredo Neves


Este trecho encontra-se entre a rua Flor da Cachoeira e a Avenida dos Engenheiros.

Na avenida Presidente Tancredo Neves, entre a rua Flor da Cachoeira e a avenida dos
Engenheiros, as residências existentes no lado esquerdo da avenida (sentido centro /bairro)
já possuem afastamento que permitirá o alargamento da pista.

Neste trecho, não existe arborização de passeios laterais, observando-se algumas árvores
junto ao alinhamento frontal de algumas residências situadas à esquerda, entre a ruas Flor
de Abóbora e Flor da Serra.

Dentro da Área Diretamente Afetada, existe apenas uma área verde mais expressiva situada
ao lado da quadra 113, entre as ruas Grande OteIo, dos Geólogos e avenida João Paulo I.
Esta área está classificada como ADE 1, Área de Diretriz Especial de Interesse Ambiental,
conforme o Plano Diretor de Belo Horizonte.

A cobertura vegetal desta área é composta, basicamente, por espécies frutíferas em grande
densidade, como as mangueiras, ocorrendo ainda jabuticabeiras, abacateiros e frutas
cítricas, além de algumas árvores ornamentais, como o guapuruvu.

De acordo com as informações obtidas junto à BHTRANS, este terreno está sendo
desapropriado com vistas à implantação de uma Estação de Integração do BHBUS, sendo
apresentada uma proposta de modificação de sua categoria de uso. De acordo com o
projeto proposto, esta estação ocuparia apenas a parte do terreno situada junto à avenida
João XXIII, ficando o restante como área permeável associada à preservação da cobertura
vegetal.

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Levantamento da Arborização

O PCA – Plano de Controle Ambiental, elaborado em 2000, contém um levantamento da


arborização na área de intervenção, tendo sido considerados, separadamente a área
destinada à implantação da Av. João XXIII e a área destinada a construção do conjunto
habitacional.

• Trecho da Av. João XXIII

A densidade da ocupação neste trecho é fator restritivo a ocorrência de formações vegetais


ou mesmo áreas verdes isoladas. Toda a área, inclusive as lindeiras ao córrego, estão
ocupadas por moradias e becos. Verifica-se um alto grau de impermeabilização e
compactação do solo, o que restringe o espaço de vegetação tanto nativa quanto plantada.
Nos poucos espaços existentes e associados a residências, observa-se de forna bastante
esparsa a presença de algumas árvores frutíferas como Mangueiras (Mangifera indica),
abacateiros (persea americana), ameixeiras (Sisygium jambo) e amoreira (Morus nigra),
além de algumas bananeiras (Musa paradisiaca) ao longo do córrego. Algumas poucas
espécies ornamentais de pequeno porte ou arbustivas como Romã (Punica granatum),
hibisco (Hibiscus moscheutos) e croton (Croton variegatum), também eventualmente são
observadas em áreas muito restritas. Ao longo do córrego, junto a confluência com a R.
David Rabelo, observou-se uma pequena moita de bambu (Bambusa sp), além de alguns
indivíduos isolados de Ipiu-Ipiu (Leucaena leococephala) praticamente as únicas plantas
remanescentes na faixa ciliar do trecho analisado.

Em ternos quantitativos, considerando apenas o trecho de intervenção imediata (da R. dos


Construtores até o campo de futebol, ambas as margens), foram observados os seguintes
indivíduos arbóreos:
• Abacateiros (Persea americana) : 3
• Mangueiras (Mangifera indica) : 2
• Ipiu-Ipiu (Leucaena leococephala) : 4
• Guapuruvu (Schizolobium parayba) : 1
• Bananeiras (Musa paradisiaca) : 4
• Bambu (Bambusa sp) : 1 moita
• Hibisco (Hibiscus moscheutos) : 2

Neste trecho inexiste qualquer arborização planejada, uma vez que o processo de
urbanização, representado pela Vila, ocorreu de forma espontânea e intensa, sendo os
espaços públicos de circulação bastante reduzidos e os de lazer inexistentes.

As vias laterais, cuja complementação será feita nesta etapa da obra, correspondem a
continuidade das ruas David Rabelo e a Flor de Figueira (margem direita), e os trechos das
ruas adjacentes ao conjunto habitacional a ser implantado (margem esquerda), também não
possuem qualquer tipo de arborização, visto que o traçado complementar proposto
encontra-se, em grande parte, ocupado pela Vila.

Pela margem direita e englobada como área marginal situa-se a Quadra 112, que será
afetada principalmente pelo "lay-out" da obra. Ela possui a vegetação mais expressiva de
toda a área analisada, apresentando vegetação arbórea mais adensada, representada
principalmente por espécies frutíferas e ornamentais. Observa-se nesta quadra as
mangueiras (Mangifera indica), predominantes na área, além de jaboticabeiras (Eugenia

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cauliflora), coqueiros (Cocos nucifera) e guapuruvus (Schizolobium parayba), estes últimos


formando um alinhamento junto ao barranco do córrego.

No trecho, ao longo do córrego São José e o entorno ocupado pela Vila, em função do
modelo irregular de ocupação e procurando evitar novas invasões, será necessária a
imediata remoção de todas as edificações situadas na área. Neste contexto o mesmo
ocorrerá com a vegetação existente que também será removida na sua totalidade, junto com
as moradias.

Considerando que esta vegetação é bastante esparsa e representada em sua totalidade por
frutíferas arbóreas e poucas ornamentais arbustivas, considera-se que o impacto ambiental
a ser causado, em termos de vegetação, é de pouca ou nenhuma expressividade.

No caso da área situada à margem direita, representada pela Quadra 112, o impacto será
causado pelo "lay-out" da obra, ou seja, a área destinada ao "off set" que ainda não está
precisamente delimitado. Desta forma considera-se que o corte das árvores estará restrito a
faixa desta quadra situada junto ao córrego São José. Considerando que a referida Quadra
somente será afetada parcialmente pela obra, ao longo do córrego, foram quantificados os
seguintes indivíduos:
• Jaboticabeira (Eugenia cauliflora) : 1
• Bananeiras (Musa paradisiaca) : 2
• Mangueiras (Mangifera indica) : 3
• Ipiu-Ipiu (Leucaena leococephala) : 1
• Guapuruvu (Schizolobium parayba) : 5 + 1 cortado

Em termos ambientais, a remoção da espécie citada (Schizolobium parahyba) pode ser


considerada como de baixo impacto, por se tratar de uma espécie relativamente comum e
de fácil reprodução em viveiros convencionais. Deve-se considerar ainda que, apesar da
necessidade desta remoção, a vegetação remanescente nesta quadra será preservada.

• Área Destinada ao Conjunto Habitacional

A área a ser ocupada pelos conjuntos residenciais para reassentamento da população


atingida pelas obras de canalização e urbanização é representada pelas Quadras n° 48, 51,
113, 114, 115 e 116, bastante descaracterizadas em termos de sua cobertura vegetal e
parcialmente com solo exposto. Parte das Quadras 51 e 114 encontram-se ocupadas pela
Vila São José.

Embora predomine nestas quadras (loteamentos desocupados) áreas descobertas, muitas


vezes compactadas, e vegetação herbácea de gramíneas, observa-se, a exemplo da
Quadra 113, a presença de indivíduos arbóreos. Essa quadra, embora bastante
descaracterizada, com predominância de vegetação herbácea (gramíneas) e invasoras
como a Mamona (Ricinus communis), são encontrados poucos indivíduos arbóreos isolados
e de pequeno porte como o Angico (Anadenanthera falcata) e o Jacarandá de espinho
(Machaerium aculeatum).

A vegetação arbórea é formada principalmente por espécies do cerrado, em estágios iniciais


de desenvolvimento e composta basicamente por: Angico do Cerrado (Anadenanthera
falcata), Louro (Cordia trichotoma), Jacarandá Canzil (Platypodium elegans), Jacarandá de

115
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Espinho (Machaerium aculeatum), Açoita Cavalo (Luehea grandiflora), Mutamba (Guazuma


ulmifolia).

A Quadra 113 apresenta apenas indivíduos arbóreos isolados, com predominância de


herbácea-arbustiva foram quantificados os seguintes indivíduos:
• Jacarandá de espinho (Machaerium aculeatum);
• Angico (Anadenantherafalcata) : 3
• Louro (Cordia trichotoma) : 1

Quantitativamente, considerando apenas as espécies mais expressivas que ocorrem nas


demais Quadras, verificou-se a presença de 56 árvores em estágios iniciais de crescimento,
distribuídas da seguinte forma:
• Angico do Cerrado (Anadenanthera falcata) : 11
• Louro (Cordia trichotoma) : 5 .
• Jacarandá Canzil (Platypodium elegans) : 7
• Jacarandá de Espinho (Machaerium aculeatum) : 9
• Açoita Cavalo (Luehea grandiflora) : 4
• Mutamba (Guazuma ulmifolia): 7
• Pau Terra (Qualea spp) : 6
• Caviúna do Cerrado (Dalbergia miscolobium) : 3
• Barbatimão (Stryphnodendron adstringens) : 3

Esta cobertura, entretanto, é pouco significativa, esparsa e em sua maioria de porte


pequeno a médio, uma vez que se encontram em estágio juvenil ou regeneração inicial.
Observa-se em toda esta área uma área representativa ocupada por deposição de entulhos
de construção e sendo colonizadas por espécies pioneiras com destaque para a mamona
(Ricinus communis).

Nas referidas quadras, destinadas a receberem o conjunto habitacional para o


reassentamento dos moradores da Vila São José. Em função do número de edificações,
considera-se que haverá necessidade de erradicação total da vegetação existente. Esta
vegetação é em grande parte representada por gramíneas e invasoras, e por espécies
típicas de áreas de cerrado em regeneração. Não foram observadas nesta área espécies
raras ou ameaçadas, o que permite afirmar que esta erradicação também não apresenta
impactos ambientais significativos.

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4.2.2.8 Infra-estrutura Urbana

4.2.2.8.1 Sistemas de Esgotamento Sanitário, Abastecimento de Água e


Energia Elétrica

Apenas 1% dos domicílios da vila São José dispõe de algum tipo de esgotamento sanitário
(rede pública, fossa ou sumidouro); ou seja, 99% do esgoto corre a céu aberto. Tanto o
esgoto a céu aberto, como o encaminhado para a rede coletora da COPASA são
posteriormente drenados para o córrego São José, contribuindo para alterar a qualidade das
águas superficiais deste corpo d’água.

Já o abastecimento de água e energia elétrica atinge uma parcela maior das moradias,
66,4% e 73,9%, respectivamente.

Um elemento que chama a atenção na vila São José é a presença de uma adutora da
COPASA. Ela é sub-aflorante e corta o córrego São José, num trecho de aproximadamente
20m, Trata-se de uma adutora de água tratada pertencente ao sistema Serra Azul- Manso,
com 800mm de diâmetro.

Figura 4.27: Precariedade das moradias da vila São José

Como conseqüência direta das condições de insalubridade, alimentação inadequada e falta


de higiene, há uma incidência significativa de desnutrição, verminose e doenças
infecto-contagiosas.

4.2.2.8.2 Sistema de Drenagem Pluvial

Na maior parte da vila São José inexistem redes de drenagem pluvial. Porém, em algumas
passagens e becos da vila, por iniciativa da comunidade ou da Prefeitura, forma implantadas
manilhas de diâmetros diversos, que acabam funcionando como rede coletora de
esgotamento sanitário e águas pluviais.

O córrego São José é tributário da margem direita do córrego Ressaca, pertencente à bacia
de contribuição da barragem da Pampulha (sub-bacia do ribeirão do Onça - tributário do rio
das Velhas).

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O córrego São José tem uma extensão total de 2,75 km com 1,25 km canalizados e 1,50 km
por canalizar. Na vila São José o córrego homônimo não é canalizado, sendo constituído por
um talvegue profundo com áreas adjacentes íngremes e densamente povoadas. No
entroncamento das avenidas João XXIII e João Paulo I, o córrego São José passa a ser
canalizado, inicialmente em galeria fechada e, posteriormente, em canal aberto. Ao longo
desse trecho, existem interceptores de esgoto sanitário.

Os esgotos sanitários da Vila São José e de algumas ruas dos bairros Jardim Montanhês e
São Luiz são lançados sem qualquer tipo de tratamento no córrego São José. Devido à
ausência de infra-estrutura, na região da Vila São José, há uma elevada alteração do seu
quadro natural.

O córrego São José é responsável por grande parcela da contribuição de carga orgânica
para represa da Pampulha; em função da elevada taxa de ocupação em sua bacia.

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Cor. Sarandi

Bacia do
córrego
Ressaca

córrego São José

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4.2.2.8.3 Sistema Viário Local

Quanto às condições do sistema viário interno, apenas 2,61% das vias são, pavimentadas
(Ver Figuras 4.28 e 4.29). A vila é servida por duas linhas de transporte coletivo e o serviço
de coleta de lixo é feito em três pontos, através de caçambas.

A vila se conforma em uma barreira física no que diz respeito à acessibilidade local e do
entorno devido à posição estratégica que ocupa, isto é, estar localizada entre o final da
Avenida Pedro II e inicio da Avenida Presidente Tancredo Neves (região onde se verifica a
possibilidade de implementação de importante eixo viário que fará a ligação entre a área
central de Belo Horizonte e as regiões Noroeste e Pampulha).

RUA VILA NOVA

CÓR. SÃO JOSÉ

Figura 4.28 Vista do córrego São José, corpo Figura 4.29 Vista da rua Vila Nova (à esquerda,
receptor dos esgotos provenientes de moradias sem calçamento) que se constitui em uma das
da vila. poucas vias de penetração da vila

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4.2.2.8.4 Sistema de Coleta de Lixo

Na área da vila São José não há sistema convencional de limpeza urbana. A SMLU não
realiza coleta domiciliar ou limpeza pública neste local, disponibilizando três caçambas em
pontos específicos de áreas limítrofes a esse aglomerado.

O Sistema existente na vila não funciona de forma satisfatória, por motivos diversos que vão
desde a distancia dos pontos de geração até o local de disposição temporária, incluindo-se
até mesmo, fatores culturais relacionados aos moradores. Prevalece, portanto, o
lançamento de lixo nos leitos de drenagem, em condições bastante desfavoráveis do ponto
de vista da saúde pública, higiene e meio ambiente. É importante salientar que as vielas e
becos que terminam nas margens do córrego São José são os locais onde há uma maior
concentração de lixo.

Para agravar mais essa situação, um elevado volume de entulho de cosntrução civil, oriundo
de vários pontos da cidade, está sendo lançado em terrenos baldios contíguos à vila São
José, contribuindo para aumentar os níveis de insalubridade e uso indevido do solo da
região.

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5 CONCEPÇÃO GERAL DAS INTERVENÇÕES


5.1 COMPONENTE: TAQUARIL URBANIZADO

Para a elaboração das propostas de intervenção no Taquaril foi considerada a influência da


difícil topografia local sobre as soluções para a rede viária aliadas às soluções no entorno,
no saneamento e na salubridade das unidades habitacionais.
As propostas de reorganização da ocupação são amparadas em diretrizes que garantem,
além da integração da área em estudo com o entorno, o aproveitamento racional da
topografia local, permitindo um aproveitamento da região, respeitadas suas características
topográficas.

As principais intervenções propostas são:


Requalificação e Revitalização Urbano-ambiental;
Reestruturação do Sistema Habitacional;
Desenvolvimento Social;
Regularização Fundiária;
Estudos, Projetos e Fiscalização.

A Figura 5.1 apresenta um esquema dos principais sub-componentes do Componente


Taquaril Urbanizado, bem como as atividades que serão desenvolvidas:

TAQUARIL URBANIZADO

Requalificação e Saneamento Ambiental


Revitalização Urbano Infra-estrutura
Ambiental Recuperação Ambiental e controle de riscos

Reestruturação do Sistema Reassentamento e indenizações


Habitacional Construção e recuperação de moradias

Orientação técnica para construção


Educação Infantil
Desenvolvimento Social
Socialidade de jovens
Mobilização e comunicação social
Educação Ambiental
Desenvolvimento Organizativo
Fortalecimento dos Centros de Saúde
existentes

Projeto e regularização do parcelamento


Regularização Fundiária
Titulação

Figura 5.1: Esquema do Componente Taquaril Urbanizado

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5.1.1.1 Requalificação e Revitalização Urbano-Ambiental

5.1.1.1.1 Saneamento Ambiental

A infra-estrutura sanitária existente no Taquaril é insatisfatória. O índice de vias com


esgotamento sanitário e drenagem é baixo e ocorre apenas nas vias principais. A definição
da infra-estrutura sanitária está relacionada às soluções urbanísticas propostas. Nas novas
ruas a serem implantadas serão criados sistemas de água, esgoto, drenagem e iluminação.

Esgotamento Sanitário: Propõe-se a implantação de rede coletora convencional nas


ruas (diâmetro de 200mm nas vias veiculares e 150mm nas de pedestres). Nos
interiores de quarteirão, em locais de difícil acesso, deverão ser implantadas redes
condominiais (diâmetro de 100 mm). As redes de esgoto existentes feitas pela própria
comunidade não poderão ser aproveitadas devendo ser refeitas. As redes em PEAD
feitas pelo Pro-Sanear nos setores 10, 11 e 12 poderão ser reaproveitadas desde que
tenham uma supervisão de técnicos da COPASA. As redes convencionais existentes nas
vias principais existentes serão aproveitadas. O Mapa 8 apresenta as propostas do
Programa Vilas Urbanizadas para o sistema de esgotamento sanitário.
Serão implantados interceptores ao longo dos talvegues e do córrego Olaria. Sabendo-
se que o córrego Olaria deságua a jusante da Estação de Tratamento do Arrudas, a rede
interceptora deverá alcançar elevatória, provavelmente na rua Olaria, seguindo daí para
a ETE Arrudas.
Os talvegues que não possuírem casas voltadas para eles não possuirão vias de
pedestres sobre os interceptores que os margeiam. A faixa de servidão será coberta por
um cimentado com 2m de largura que delimitará a área verde, dificultando a sua
ocupação.

Drenagem: Serão implantadas redes de drenagem nas vias veiculares e escoamento


superficial nas vias de pedestres, além disto no cruzamento com os talvegues foram
previstos pontos de lançamento em bueiros. Todas as ruas serão dotadas de sarjetas do
tipo A, bem como bocas de lobo simples ou duplas, poços de visita e caixas de
passagem (padrão Sudecap). Nas ruas exclusivas de pedestres estão previstas
escadarias de descida d’água. O lançamento também será feito nos talvegues ou nas
redes a serem implantadas nas ruas. Deverão ser limpas e a recuperadas as matas
ciliares dos talvegues. O sistema a ser implantado pode ser visto no Mapa de Propostas
para o sistema de drenagem

Abastecimento de Água: Com a implantação do novo sistema viário, será ampliado e


adequado o sistema de abastecimento de água para as novas e antigas habitações e
desta forma será possível atender completamente a área objeto de intervenção através
de redes oficiais. Para tanto, estão previstas a implantação de redes nas novas áreas
habitacionais, o remanejamento de redes existentes em função da alteração do traçado
e greide de algumas vias e, as ligações prediais.
Limpeza Urbana: A questão da limpeza urbana no Taquaril só estará resolvida
quando a reestruturação do sistema viário estiver completa. À medida que as novas vias
forem sendo implantadas os equipamentos de apoio à coleta de lixo irão disponibilizar
gradativamente a melhoria do serviço para a população. Nos encontros de vias com
talvegues serão implantadas escadas de dissipação como pode ser observado nos
padrões 05 e 10. Enquanto se trabalha na implementação da infra-estrutura adequada
para a coleta convencional propõe-se priorizar o investimento na mudança de atitudes
dos cidadãos e na capacitação técnica e institucional de organizações locais.

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INSERIR MAPA 8- PROPOSTAS ESGOTAMENTO SANITÁRIO- TAQUARIL

124
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5.1.1.1.2 Infra-Estrutura
Reestruturação do Sistema Viário: A reestruturação do sistema viário do Taquaril
será feita com o intuito de melhorar a acessibilidade, integrando os setores do Taquaril,
bem como o seu entorno, ampliando as possibilidades de entrada no Conjunto.

O sistema viário existente não permite a circulação interna e articulação do Conjunto


com o entorno, dificultando a ampliação do transporte coletivo, coleta de lixo, instalação
de rede de água, esgoto e drenagem, ou seja, não dá condições de acesso para
otimização dos serviços públicos.

Para melhorar a acessibilidade e a integração entre os setores do Taquaril foram


propostas vias veiculares acompanhando as curvas de nível que melhorarão as
condições de acesso e a otimização dos serviços públicos de transporte urbano e de
limpeza pública. Estas vias foram locadas a cada 30m de desnível do terreno (Ver Mapa
9). A Via Principal ou Via do Córrego Olaria é a que proporcionará a maior integração já
que corta os setores 2 e 5, ligando-os aos setores 7 e 9 em uma área mais consolidada
do Taquaril. As demais vias veiculares propostas são:
- Via do Setor 2;
- Via 1 do Setor 5;
- Via do Setor 7;
- Rua Arco Íris - extensão e alargamento.
As ruas existentes serão tratadas de modo a melhorar suas acessibilidades. Aquelas
que não forem veiculares e possuírem inclinação maior que 15% serão em escadaria.
Os trechos destas vias que possuírem inclinação menor que 15% serão calçadas com
poliédrico ou com concreto. Alguns percursos existentes serão estendidos com o
objetivo de melhorar as conexões e os acessos.
Todas as vias veiculares terão passeios de 1m de cada lado. Nas transposições de
talvegues o passeio será apenas de um lado, à montante, para diminuir a faixa de
intervenção da via e consequentemente a contenção e seu custo que nesses trechos
são mais elevados devido à topografia muito acidentada.
Para melhorar a integração com o entorno serão tomadas as seguintes medidas:
- Ligação com a estrada Antiga de Nova Lima: pavimentação e infra-estrutura
das ruas JK, Arco Íris e Ouro Branco permitindo o acesso veicular destas vias
e melhorando o acesso à Estrada Antiga de Nova Lima;
- Ligação com o Granja de Freitas e com a “área nobre” do Setor 1 através da
Via Principal.

Reestruturação do Sistema de Referências: A reestruturação do sistema de


referências proporcionará uma maior integração física e social do Taquaril e deste com
os bairros vizinhos. O objetivo é gerar lugares adequados ao encontro social e
permanência confortável e segura no espaço público.
No setor 5, às margens do córrego Olaria, onde já existe um campo de futebol, será
implantado um conjunto de equipamentos que irá contribuir para a criação de um local
propício para encontros e lazer no Taquaril. Além disto, a implantação da via do córrego
Olaria irá facilitar o deslocamento e proporcionar maior integração desta região com os
outros setores do conjunto. Os equipamentos a serem criados são respectivamente:
- Campo de futebol (reforma do atual);
- Praça poliesportiva;
- Edifício de uso misto.

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INSERIR MAPA 9- PROPOSTAS SISTEMA VIÁRIO- TAQUARIL

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5.1.1.1.3 Recuperação Ambiental e Controle das Áreas de Risco

Os fatores naturais, tais como declividade do terreno, grau de alteração da rocha, estruturas
presentes na rocha, presença de formações superficiais e as linhas de drenagens, são
definidores para as situações de risco e condicionam o tipo e porte adequado da obra para
cada local.

De maneira geral, as obras para estabilização das áreas de risco e extinção de diversas
situações deste tipo estão já relacionadas ao próprio sistema viário implantado, à
urbanização prevista e, principalmente, às obras de drenagem pluvial, esgotamento sanitário
e recuperação de becos.

Porém, para os locais que constituem risco geológico e geotécnico e que não são tratados
com as próprias intervenções do Programa BH Vilas Urbanizadas, serão implantadas
contenções de pequeno e médio porte com drenagem associada, lançamento de concreto
projetado e colocação de tela vegetal nos taludes.

Outra forma prevista para tratamento de algumas áreas de risco é a simples destinação
destas áreas para reflorestamento e proteção de nascentes com a demolição de moradias
destas áreas para evitar novas ocupações.

A implantação das obras previstas para o Conjunto Taquaril acarretará a necessidade de


estruturas de arrimo de diversas alturas, tanto em corte quanto em aterro, com soluções
para os variados tipos de carregamento e condições de subsolo bem diversificadas.

Para a implantação de todas as vias veiculares, vias de pedestres e edificações, faz-se


necessárias estruturas de contenções como muros atirantados, muros com fundações em
tubulão, muros de concreto ciclópico, solo grampeado e a utilização da estrutura dos
edifícios como muros, para contenção de encostas sempre com intuito de otimizar
investimentos públicos.

Figura 5.2 - Exemplo de aproveitamento e contenção da encosta com edificação

Os muros atirantados para corte ou aterros terão altura a partir de 3,50 m com sobrecarga
de veículos ou 4,50 m sem sobrecarga. Já os muros com fundação em tubulões são
destinados às alturas menores de aterro, mas como solo de fundação de baixa capacidade
de suporte. Muros em concreto ciclópico são destinados para os locais onde será
necessária uma contenção em aterro de pequena altura (até 2,0 m), com fundação em
material de boa capacidade de suporte. Por fim, o solo grampeado a ser utilizado nos
trechos em corte com predominância de solo residual, em tráfego de veículos a montante e
altura até 4,0 m. tal solução consiste na colocação de chumbadores curtos em furos

127
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preenchidos com calda de cimento, sendo o talude resultante do corte revestido com
concreto projetado, o que evita escavações excessivas para implantação de muros de
gravidade ou custos adicionais com tirantes que seriam a solução convencional.

A reestruturação do sistema ambiental implica, no caso do Taquaril, na desocupação dos


talvegues, dos fundos de vale e na implantação de interceptores de esgoto margeando o
córrego Olaria, resultando numa importante redução da degradação deste córrego.

Como metas para a proteção dos fundos de vales, nascentes e tratamento dos talvegues
propõe-se a criação de áreas de proteção permanente, de no mínimo 15 m, da margem do
córrego Olaria, limitadas por vias de veículos ou de pedestres que permitam a instalação de
interceptores de esgoto sanitário.

Objetiva-se, deste modo, a preservação destas áreas, com vistas à sua reintegração à
paisagem urbana, além da implantação de áreas de lazer e convívio onde a topografia
permitir.

Como a área do setor 2, próxima ao Córrego Olaria, é considerada como de preservação


ambiental, segundo o Plano Diretor do Granja de Freitas. Esta análise foi aqui respeitada e
todas as famílias aí instaladas serão relocadas.

A faixa de proteção permanente, às margens do Córrego Olaria, foi aplicada apenas do lado
de Belo Horizonte. Será importante que este procedimento seja adotado também pelo
Município de Sabará, para que se consiga a preservação total das margens do córrego e
uma completa despoluição do mesmo.
Nos setores 10 e 11 será criada uma grande área de preservação ambiental, devido às
dificuldades topográficas de se instalarem vias aí.

Erradicação das Situações de Risco Geológico-Geotécnico: A necessidade de


erradicação das situações de risco encontradas no conjunto Taquaril é fato
inquestionável. Todas as áreas diagnosticadas no conjunto Taquaril como de risco vão
sofrer intervenção. Esta intervenção será diferenciada, conforme o grau de risco (muito
alto, alto, médio e baixo) da área em questão. Cabe ressaltar que a proposta de
reestruturação urbanístico-ambiental traz benefícios significativos para resolução dos
problemas oriundos do risco geológico-geotécnico. A implantação das vias de acesso,
do sistema de drenagem e também do sistema de esgotamento sanitário contribui para a
erradicação das situações de risco. Para as áreas de risco que não estão em interseção
direta com as propostas urbanísticas e sanitárias serão propostas intervenções
específicas.

Erradicação das Áreas de Risco Muito Alto não contempladas pelas Intervenções
Urbanísticas: O tratamento dado às áreas de risco muito alto tem o caráter de solucionar
de maneira imediata a situação de risco. Para tal são propostas intervenções específicas
para cada caso (Ver Tabela 5.1):

O Mapa 10, a seguir, apresenta a localização de todas as áreas com ocorrência de


situações críticas de risco, numeradas de acordo com a Tabela 5.1.

128
PROGRAMA BH VILAS URBANIZADAS PREFEITURA BH

INSERIR MAPA 10- PROPOSTAS ERRADICAÇÃO ÁREA DE RISCO- TAQUARIL

129
PROGRAMA BH VILAS URBANIZADAS PREFEITURA BH

Tabela 5.1: Tratamento das áreas com ocorrência de situações críticas de risco

Inte Setor Localização da área Obra proposta


rven
ção
1 10 - Área entre a Rua Águas -remoção de moradias com risco muito alto;
11 Claras e o Beco São - demolição destas moradias;
Caetano, junto à linha do - destinação desta área como de preservação
talvegue. ambiental.
2 11 Área entre as ruas Águas -remoção das moradias com risco muito alto;
Claras e Arco Íris - demolição destas moradias;
- destinação desta área como de preservação
ambiental.
3 09 Rua Teixeira dos Anjos, - execução de contenção de médio porte (32m-h=3m);
entre as Ruas Suzana e - tamponamento da fossa existente (1 unidade);
Ouro Fino. - pavimentação do beco na crista do talude (20 m2).
4 11 Fim da Rua Sebastião -remoção das moradias com risco muito alto;
Barbosa - demolição destas moradias;
- destinação desta área como de preservação
ambiental.
5 11 Encosta da Rua JK entre as - execução de retaludamento (312,5 m2);
Ruas Domingos Rodrigues - concreto projetado (312,5 m2).
e Caetano Furquim.
6 11 Encosta da Rua JK próximo - remoções (1 unidade);
ao final da Rua Pedro - execução de retaludamento (943 m2);
Alvares Cabral. - tamponamento da fossa existente (1 unidade);
- drenagem (40 m).
7 11 Rua Arco Íris, junto ao fim - execução de retaludamento (384 m2);
das Ruas Santa Maria e - remoções (1 unidade);
Santa Helena. -construção de contenções de médio porte (14m-
h=3m);
8 11 - Área entre o Beco Por do -remoção das moradias comm risco muito alto;
12 Sol e Rua Teixeira dos - demolição destas moradias;
Anjos. - destinação desta área como de preservação
ambiental.
9 2 -5 Área compreendendo a Como parte desta área será destinada à preservação
Rua Castanheira, passando do talvegue (onde ai serão removidas 11 moradias),
pelo talvegue até o Beco propõe se uma obra de contenção de médio porte e
Pássaro Preto pela lateral execução de drenagem na Rua Castanheira.
da Rua Beija Flor. -construção de contenções de médio porte (12m-
h=3m);
- drenagem Rua Castanheira (32m).
10 2 Área próxima ao talvegue -remoção das moradias com risco muito alto;
do córrego Olaria, entre as - demolição destas moradias;
Ruas São Jorge e Coração - destinação desta área como de preservação
de Jesus. ambiental.
11 2 Área localizada no final da -remoção das moradias com risco muito alto;
Rua Nova Esperança - demolição destas moradias;
abrangendo parte da - destinação desta área como de preservação
encosta até o talvegue, nas ambiental.
proximidades do Beco dos
Gordos

130
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5.1.1.2 Reestruturação do Sistema Habitacional

5.1.1.2.1 Reassentamento / Indenizações

As famílias a serem relocadas deverão ter asseguradas as novas moradias, de preferência,


próximas ao local de origem. Os motivos que causarão a relocação das famílias são:
• Desocupações das áreas de risco geológico muito alto;
• Desocupação das áreas de proteção ambiental - APP;
• Interferência com as obras - abertura de vias.

Serão relocadas 1.167 famílias (Ver Mapa 11 Relocações). A Tabela 5.2 apresenta a
quantidade de famílias que será relocada, de acordo com as causas da relocação:

Tabela 5.2: Quantitativos das Remoções /Causa


Motivos das Remoções Nº de
Remoções
1 Áreas de proteção ambiental /APP 441
2 Áreas de proteção ambiental /APP + Risco muito alto 437
3 Interferência com as obras 149
4 Interferência com as obras + Risco muito alto 106
5 Risco muito alto pontual 34
Total 1.167

Observa-se na Tabela 4.18 que as remoções em áreas de risco muito alto somam 577
famílias, no entanto, 437 destas famílias além de estarem em áreas de risco muito alto,
também se encontram em área de preservação permanente. As remoções em função de
obras somam 255 famílias, das quais 106 famílias além de ocuparem áreas diretamente
afetadas pelas obras, também estão localizadas em áreas de risco muito alto.

Em alguns locais pouco adensados foi feito um estudo de custo para conferir se seria mais
viável a abertura de uma via para atender poucas famílias ou a remoção destas. Na maioria
dos casos é mais viável economicamente a abertura das vias. Quando houve empate de
valores optou-se pela abertura da via evitando, assim, o impacto social gerado pelas
relocações.

Esta regra não foi obedecida nos setores 10 e 11 onde a topografia é muito acidentada
apresentando forte restrição à ocupação. Optou-se, então, pela criação nestes setores de
áreas de preservação ambiental. Esta opção resulta num maior número de relocações e
conseqüente custo mais elevado, no entanto evita as dificuldades técnicas de abertura das
vias nestes setores.

Como solução para a questão habitacional propõe-se o reassentamento da população do


Taquaril (a ser reassentada) nas áreas 1, 2, e 3 do Granja de Freitas, conforme já
direcionado no Plano Global Específico do Taquaril. O Granja de Freitas é uma área de
expansão do Taquaril (Ver Figuras 4.32 e 4.33):

Serão construídos também “edifícios-contenção” em alguns locais do Taquaril. Esses


edifícios são conjuntos lineares que funcionam como contenção de encosta, com o

131
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INSERIR MAPA 11- RELOCAÇÕES- TAQUARIL

132
PROGRAMA BH VILAS URBANIZADAS PREFEITURA BH

pavimento térreo reservado para garagens ou para uso comercial e com apartamentos nos
demais pavimentos.

As habitações construídas na primeira etapa abrigarão as famílias relocadas na segunda


etapa e assim por diante. Sendo assim é necessário que se tenha um saldo de habitações
que viabilize a continuidade da implantação do plano nas etapas subseqüentes. Os projetos
das unidades habitacionais foram desenvolvidos de acordo com a legislação municipal
pertinente e as diretrizes da Companhia Urbanizadora de Belo Horizonte, para atendimento
de parte das famílias a serem removidas para a recuperação urbanística e ambiental do
Conjunto Taquaril.

Figura 5.3: Edifícios do Granja de Freitas II (Concluído em 2001)

Figura 5.4: Vista Geral do Granja de Freitas I, II e III


OBS: O reassentamento dos moradores do conjunto Taquaril não será feito nestes prédios
mostrados nas fotos e sim em outros a serem concluídos na área

133
PROGRAMA BH VILAS URBANIZADAS PREFEITURA BH

INSERIR MAPA 12 – PLANO DIRETOR GRANJA DE FREITAS

134
PROGRAMA BH VILAS URBANIZADAS PREFEITURA BH

5.1.1.2.2 Construção e Recuperação de Moradias

Em algumas situações, em função da implantação das obras, podem ser necessárias a


reconstrução e/ou recuperação de moradias, acompanhadas ou não de remoções
temporárias de famílias. Quando se tratar de remoções temporárias para execução de
obras, o projeto executivo a ser elaborado definirá os locais onde as reconstruções
ocorrerão. Dessa forma, duas situações podem se apresentar:

a) Remoção temporária de famílias e abrigamento em abrigos conveniados, casa de


conhecidos ou através do Programa Bolsa Moradia5, para atender as seguintes
demandas de obras:
− Reconstrução de moradias no mesmo local, cuja remoção é necessária para
execução de obras ou por causa de situações localizadas de risco, em locais que
apresentem condição de retorno e manutenção da ocupação;
− Recuperação e/ou reconstrução parcial de moradias, para implantação de obras ou
recuperação de danos provocados por sua execução.

As ações a serem implementadas nesta situação são:


Remoção da família;
Abrigamento temporário;
Execução da obra;
Reconstrução da moradia;
Retorno da família.

b) Execução das seguintes intervenções que não demandam remoção temporária de


famílias:
- Recuperação de moradias em função de danos provocados por execução de obras;
- Reconstrução parcial da edificação ou qualquer elemento construtivo (muro, cerca,
etc).

As ações a serem implementadas nesta situação são:


Demolição parcial da edificação
Execução da obra
Reconstrução parcial ou recuperação da moradia.

5
Bolsa Moradia – Programa da Prefeitura Municipal que atende com um valor de R $ 200,00/ mês
para pagamento de aluguel

135
PROGRAMA BH VILAS URBANIZADAS PREFEITURA BH

5.1.1.3 Desenvolvimento Social

O componente de desenvolvimento social proposto para o conjunto Taquaril compreende os


eixos apresentados na Figura 5.5:

Orientação técnica para construção


Educação infantil
Desenvolvimento Socialidade de jovens
Social Mobilização e comunicação social
Educação ambiental
Desenvolvimento organizativo
Fortalecimento dos centros de saúde existentes
Criação do centro “BH Cidadania”

Figura 5.5: Eixos do Desenvolvimento Social no Taquaril

Dentro deste enfoque serão priorizadas as idades correspondentes às faixas etárias entre 3
e 5 anos e 8 meses e 15 a 18 anos. Às crianças e jovens dentro desta faixa etária, assim
como à suas famílias, serão proporcionados todos os serviços sociais do município como
escola, saúde, inclusão produtiva e assistência social. Além das atividades que são
focalizadas, especificamente, nas crianças e jovens nas faixas etárias priorizadas, haverá
outras ações que beneficiarão a população em geral (Orientação técnica para construção,
Mobilização e comunicação social, Desenvolvimento Organizativo, Fortalecimento dos
centros de Saúde existentes).

5.1.1.3.1 Orientação Técnica para Construção

Em Belo Horizonte, encontra-se em fase final de implantação o “Programa de Engenharia e


Arquitetura Públicas” que objetiva:
• Conscientizar a população da necessidade dos serviços de engenharia e arquitetura e
da regularização de seu patrimônio, para melhoria de sua qualidade de vida e da cidade;
• Disponibilizar os serviços de engenharia e arquitetura à parcela da população que não
consegue acessá-los por conta própria, por desconhecimento e/ou incapacidade
financeira;
• Buscar a ampliação das situações de regularidade de parcelamentos e construções na
cidade, mediante uma aproximação entre a legislação, as técnicas construtivas e as
práticas da população na produção do espaço construído.

Através do Programa de Engenharia e Arquitetura Públicas serão prestados serviços à


população tanto no atendimento a empreendimentos em situações regulares do ponto de
vista urbanístico e jurídico (lotes em parcelamentos já aprovados e registrados) quanto a
situações irregulares, fornecendo assessoria à população com fins à regularização futura,
nas seguintes questões:

136
PROGRAMA BH VILAS URBANIZADAS PREFEITURA BH

• Atendimento da população nas questões da moradia:


− Projetos e assistência técnica a obras de novas construções;
− Projetos e assistência técnica a obras de reformas;
− Projetos e assistência técnica a situações isoladas de risco à moradia;
− Adequação de projetos de parcelamentos e edificações com vistas à sua
regularização;
• Assessoria técnica a comunidades e entidades assistenciais em projetos de
parcelamento, construção de edificações e regularização de posse e domínio;
• Assessoria técnica à população de baixa renda em programas de geração de renda.

5.1.1.3.2 Educação Infantil


O reconhecimento do direito das crianças de 0 (zero) a 6 (seis) anos à educação, como
etapa da Educação Básica, impõe ao Município a necessidade de implementar diretrizes
relativas ao acesso e à qualidade de atendimento a esse público, até então negligenciado
pelas políticas públicas.

Ampliação do Número de Espaços na Pré-Escola: O Programa BH Vilas Urbanizadas


prevê a construção de 4 novas pré-escolas, no conjunto Taquaril (240 crianças cada
uma), para o atendimento de qualidade em tempo integral para crianças de 3 a 5 anos e
8 meses, atingindo um público alvo de 960 crianças, além de aquisição de equipamentos
e material escolar para as mesmas.

Capacitação dos Funcionários das Pré-Escolas: O Programa BH Vilas Urbanizadas


prevê a capacitação dos funcionários das 4 novas Pré-Escolas, com objetivo de oferecer
aos profissionais subsídios para aprimorar, acompanhar e avaliar as práticas inerentes
ao trabalho desenvolvido na Educação Infantil.
- Capacitação de docentes das novas Pré-escolas;
- Capacitação do Pessoal de Apoio das novas Pré-escolas;

5.1.1.3.3 Socialidade de Jovens


Constitui-se de um conjunto articulado de atividades que buscam estimular e favorecer a
inclusão social de jovens de 15 a 18 anos, através de ações e atividades sócio-educativas,
facilitadoras na perspectiva da elaboração de projetos de vida pessoal, para a ação
comunitária e sua re-inserção e permanência na escola, monitorando os vínculos familiares
e comunitários, ampliando seus conhecimentos e desenvolvendo suas habilidades. O
enfoque na socialidade de jovens nas idades de 15 a 18 anos é devido à prioridade dada
pelo governo à temática da violência, gravidez precoce e desperdício do potencial do jovem,
com preferência às ações preventivas. Este sub-componente inclui:

Atividades para Jovens com ONGs: Realização de oficinas conveniadas com ONGs.
Objetiva estimular, induzir ou promover a convivência comunitária, por meio de
atividades de cultura, esporte, educação e assistência social.

Formação profissional e preparação para o mercado de trabalho


- Aumento da escolaridade p/ Jovens com E.Fundamental Incompleto (12% dos jovens
15 a 18);

137
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- Aumento da escolaridade p/Jovens com E.Médio Incompleto (8% dos jovens 15 a


18).

Preparação dos Chefes de Família (10% dos chefes de família): O objetivo desta
atividade é a preparação dos chefes de família, que se encontram fora do mercado de
trabalho já há muito tempo, através do oferecimento de oficinas de preparação para o
trabalho, com atividades focadas na elevação da auto-estima e na formação de hábitos e
aquisição de competências. Para os chefes de família será organizado um ciclo
formativo e estabelecido os encaminhamentos possíveis, conforme a Tabela 5.3, a
seguir.
Tabela 5.3: Preparação dos Chefes de Família
Ciclo Formativo Encaminhamento
- Oficina de preparação para o - Reinserção no mercado
Preparação dos trabalho - Programas Sociais de combate
Chefes
de - Requalificação profissional. ao alcoolismo
Família - Oficina de conhecimentos - Cursos de alfabetização e
básicos de informática. elevação da escolaridade
- Elaboração de currículo

5.1.1.3.4 Mobilização e comunicação social

Sendo a comunicação social um elemento fundamental na garantia da participação


comunitária, a presente atividade objetiva assegurar a participação e co-responsabilidade da
comunidade no processo de preparação, realização e discussão da manutenção das obras.
A mobilização e comunicação social consta das seguintes atividades:

Infra-estrutura: Estabelecimento de uma infra-estrutura básica para o


desenvolvimento das atividades de mobilização e comunicação social:
- Aquisição de palco para a realização de eventos de comunicação e ou educativos em
momentos marcantes da intervenção (início da obra, inauguração dos equipamentos
comunitários, apresentação de esquetes e inauguração de obras);
- Aquisição de aparelhos de recursos audiovisuais (aparelho de som, vídeo, filmadora,
projetor de slides e TV) para serem usados nos trabalhos desenvolvidos com a
comunidade na memória do trabalho, mobilização e a capacitação dos grupos
operativos (grupo de referência, NUDEC e etc) com vistas à sua participação nas
várias etapas do processo garantindo a sustentabilidade das ações e gestão
compartilhada.
Jornal: O jornal local, com edição trimestral para cada morador da comunidade do
Taquaril, terá por objetivo informar a comunidade sobre as intervenções que
acontecerão no conjunto, além de exercer papel educativo (trabalhar com assuntos
como manutenção dos espaços, conhecimento das políticas públicas que estão sendo
incrementadas e etc). Os serviços incluem projeto editorial e gráfico, cobertura
jornalística e fotográfica, redação, programação visual, edição, impressão e distribuição
porta a porta na vila e entorno e distribuição via mala direta para órgãos e entidades
afins.

138
PROGRAMA BH VILAS URBANIZADAS PREFEITURA BH

Programa de rádio: As campanhas semestrais, nas rádios comunitárias que atendem


o conjunto Taquaril, terão como objetivo informar a comunidade sobre os
empreendimentos, além de exercer possibilidade da comunidade ter um espaço de
interlocução. As atividades incluem serviços jornalísticos de apuração, entrevista e
edição e alocação de caixas de som nos principais pontos do conjunto para difusão do
programa que será veiculado gratuitamente na rádio comunitária.

Material de Divulgação:Entendendo que a comunicação é um elemento fundamental


na garantia da participação comunitária, será feito um levantamento de todos os meios
de comunicação que a comunidade da vila São José possui, além da realização
sistemática de reuniões com o NUDEC São José para que sejam multiplicadas as
informações e ações que se estabelecem durante o processo de intervenção direta e
após o mesmo (pós morar).
Os materiais de divulgação, incluindo edição, criação e arte, folito e impressão de folder
institucional, serão veiculados em momentos importantes da intervenção, pelos atores
institucionais da vila São José e do entorno, sendo de grande importância para a
divulgação e construção de parcerias. O folder comunitário, também, conhecido como
mosquitinho e/ou folheto é um instrumento de informação e divulgação mais rápido, mais
dinâmico e poderá ser realizado nos momentos que a equipe julgar importante.

Teatro comunitário: Propõe-se através da realização do teatro comunitário, a


divulgação das atividades do Projeto que subsidiem as campanhas de mobilização e
organização comunitária do Taquaril envolvendo:
- Criação e apresentação de esquetes teatrais, performances e oficinas alusivas às
atividades;
- Criação e produção de figurinos e adereços adequados ao tema, disponibilizando
recursos materiais referente a maquilagem, desmaquilagem, instrumentos de música,
cenários, perna de pau, vestuários;
- Recursos humanos: um diretor de teatro, 2 assistentes e 5 estagiários selecionados
entre moradores da vila, prestando trabalho de segunda a sexta feira no horário
comercial, em finais de semana e apresentações noturnas, previamente agendadas
com jornada mensal de 80 horas durante período de 9 meses ininterrupto. Após este
período os estagiários deverão estar aptos a se constituírem enquanto grupo de
teatro amador.

Equipe técnica: Contratação de equipe social (composta por técnico social e da área
física) para a realização das atividades de mobilização e comunicação social. É de
grande importância a presença de profissional da área física neste trabalho já que o
mesmo é um produto multidisciplinar.

Cadastro sócio-Econômico “Marco Zero”: O cadastro, a ser realizado em todas as


edificações, tem como objetivo a atualização cadastral e a definição de possíveis
impactos sociais gerados com o empreendimento. Estes impactos serão monitorados ao
longo do trabalho a ser desenvolvido.

139
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5.1.1.3.5 Educação Ambiental

Estas atividades prevêem curso de capacitação para a equipe (curso ministrado por
consultores sobre temas relevantes para o bom funcionamento do trabalho) e para os
integrantes da comunidade (curso ministrado para os 50 integrantes dos NUDEC s Núcleos
de Defesa Civil, com o objetivo de capacitá-los sobre as diversas políticas públicas, sobre
gestão comunitária e manutenção dos espaços públicos).

Tem por objetivo propiciar aos moradores uma leitura crítica da realidade, de forma que
estes possam ter elementos para participar de maneira efetiva da reflexão e realização de
ações. Esta capacitação/ instrumentalização será destinada aos integrantes do NUDEC
Taquaril, que exercerão o papel de interlocutores e multiplicadores de informações entre
comunidade e URBEL, garantindo a sustentabilidade da infra-estrutura implantada e dos
serviços criados.

5.1.1.3.6 Desenvolvimento Organizativo


A criação de um cenário de co-responsabilidade entre o poder público e a comunidade -
sejam estes considerados individualmente ou organizados em grupos ou associações -
fortifica a concepção de que a melhor perspectiva é aquela construída a partir de um
ambiente de legitimidade, surgindo do respeito mútuo, da transparência da informação e do
reconhecimento do valor sócio-cultural de determinada população.

O trabalho Social a ser desenvolvido pela URBEL, na comunidade do Taquaril, estabelece


como premissas o conhecimento do capital social, reconhecimento do cotidiano local (como
forma de entender a dinâmica das redes primárias e secundárias do tecido social), a
mobilização da população e a sua capacitação com vistas à sua participação nas várias
etapas do processo garantindo a sustentabilidade das ações e gestão compartilhada.

Infra – estrutura: Tendo em vista viabilizar o atendimento in loco em algumas regiões,


monitoradas pelo programa, inclusive com a instalação de plantão social nos CREAR -
Centros de Referência em Área de Risco e possibilitando uma ação pró-ativa dos
técnicos responsáveis na identificação e equacionamento dos problemas iniciais, o
programa prevê a locação de escritórios nas comunidades. Além do aluguel do escritório
faz-se necessária a aquisição de equipamentos como quadros de avisos, aluguel de
carro para a equipe se deslocar em vistorias e retornar para o escritório quando
necessário.

Estagiários comunitários: Prevê-se a contratação de um estagiário da própria


comunidade do Taquaril para que este exerça o papel de “porta de entrada” das
demandas da comunidade.

Equipe técnica:Prevê-se a contratação de equipe social (composta por técnico social


e da área física) para a realização das atividades de desenvolvimento sócio organizativo.
È de grande importância a presença de profissional da área física neste trabalho já que o
mesmo é um produto multidisciplinar.

Cadastro Sócio – Econômico “Monitoramento”: A elaboração do Cadastro Sócio–


Econômico “Monitoramento” objetiva avaliar, sistematicamente, todas as atividades
realizadas através de pesquisa qualitativa, com os vários segmentos da comunidade e
indicadores de monitoramento definidos no “marco zero”.

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PROGRAMA BH VILAS URBANIZADAS PREFEITURA BH

5.1.1.3.7 Fortalecimento dos Centros de Saúde Existentes


O Programa prevê a capacitação das Equipes de Saúde da Família e de Agentes
Comunitários da Saúde do Taquaril, além de investimentos na renovação dos equipamentos
dos dois centros de saúde existentes no Taquaril (Novo Horizonte e Taquaril).

Capacitação das equipes da saúde da família: A existência de equipes de saúde da


família potencializa a ação de saúde já que elas criam vínculos e se responsabilizam por
uma população adscrita. Elas podem agir em círculo com as outras políticas
intersetoriais e em outros momentos podem ser referência e contra-referência. O
Programa BH Vilas Urbanizadas prevê a capacitação das equipes integrantes dos 2
centros de Saúde existentes no Taquaril. O conteúdo do curso que será ministrado é
descrito a seguir, dividido em 5 módulos:
- 1º Módulo – Abordagem familiar – Entendendo a família como fundamental no
sentido de facilitar a promoção à saúde, a qualidade de vida e a garantia da vida,
sem, entretanto esquecer dos determinantes históricos e sociais do processo saúde-
doença;
- 2º Módulo – Trabalho em equipe na saúde – Entendendo a abordagem dos vários
saberes na saúde como parte aglutinadora de ações eficazes no sentido de promover
a saúde, a cura das doenças e a qualidade de vida;
- 3º Módulo – Relação intersetorial – A abordagem do trabalho em equipe com outros
setores sociais para além da saúde ultrapassando o limite corporativo do setor saúde
como único na solução dos problemas da saúde;
- 4º Módulo – Identificação de situações de risco à saúde e riscos sociais – risco
nutricional, risco de abandono de tratamento, desagregação familiar, violência
intrafamiliar, drogadição;
- 5º Módulo – Capacitação para ações de promoção à saúde:
- Infantil – no sentido do estímulo ao aleitamento materno e ao desenvolvimento
psico-motor, na prevenção à desnutrição, nos cuidados com a higiene e com o
corpo, tanto para a abordagem individual como para a abordagem nas creches;
- Jovens de 15 a 18 anos – no sentido de promover hábitos de vida mais
saudáveis, cuidados com a higiene e o corpo, na discussão da sexualidade, na
prevenção às DST/AIDS, à drogadição e à gravidez precoce.

Serão capacitadas no Taquaril, 8 equipes de Saúde da Família (ESF), lotadas nos 2 Centros
de Saúde, compostas por:
- 8 médicos generalistas;
- 8 enfermeiras;
- 8 assistentes sociais;
- 16 auxiliares de enfermagem;
- 4 dentistas;
- 8 técnicas em higiene dental;
- 2 psiquiatras;
- 2 psicólogos.

141
PROGRAMA BH VILAS URBANIZADAS PREFEITURA BH

Capacitação dos agentes comunitários da saúde: A existência de agentes


comunitários bem treinados é muito importante, uma vez que os mesmos fazem visita
domiciliar e podem, deste modo, diagnosticar agravos à saúde e outros tipos de agravos
como o abandono, a negligência, a desagregação familiar e a exclusão escolar.
Portanto, os agentes comunitários têm um papel decisivo para que as famílias nas quais
foram identificados os agravos possam ser incluídas nos serviços setoriais e
intersetoriais. O Programa prevê a capacitação de 48 agentes comunitários da saúde
que atendem o Taquaril.

Renovação dos equipamentos dos centros de saúde existentes: Conforme


mencionado, existem dois Centros de Saúde no conjunto Taquaril. Apesar de serem
Centros de Saúde com atendimento qualificado, observa-se a necessidade de investir
em materiais e equipamentos permanentes que certamente melhorarão a qualidade dos
serviços oferecidos, favorecendo um atendimento mais adequado à população residente
nestas áreas.

5.1.1.3.8 Criação de Centro “BH Cidadania”

O Espaço BH Cidadania consta de um conjunto de equipamentos, que abrigarão a


execução das ações do Programa. A modelagem deste espaço será resultado da
sensibilização e do pacto institucional, que serão realizados através de seminários regionais,
reuniões com lideranças locais.

O Programa BH Vilas Urbanizadas prevê a construção de 1 espaço BH – Cidadania no


Taquaril, com aproximadamente 500 m². Sua estrutura contará com:
- Auditório multiuso;
- Sala para o projeto “Ponto de Leitura”;
- Sala para o projeto “Casa de Brincar”;
- Salas para atendimento individual;
- Sala para reuniões;
- Salas para realização de oficinas;
- Sala de coordenação;
- Recepção;
- Cozinha;
- Banheiros

O Espaço BH Cidadania irá permitir que as secretarias sociais e administrações regionais,


envolvidas no Programa BH Vilas Urbanizadas, possam se articular de maneira mais efetiva
ao dividirem uma gestão compartilhada e um espaço único de trabalho, aumentando a
convivência diária entre os gestores e permitindo ao poder público dar maior visibilidade aos
serviços ofertados ao Taquaril, potencializando a ocupação de um espaço público por meio
de um gerenciamento integrado.

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PROGRAMA BH VILAS URBANIZADAS PREFEITURA BH

5.1.1.4 Regularização Fundiária

5.1.1.4.1 Projeto e Regularização do Parcelamento


O conjunto Taquaril, localizado na região Leste do município, encontra-se inserido em ZEIS-
3 (Zona de Especial Interesse Social 3) conforme Lei de Parcelamento, Ocupação e Uso do
Solo Leis 7.166/96 e 8137/00 e ocupa terreno de propriedade do Estado. As áreas
inicialmente previstas para implantação de equipamentos e áreas verdes encontram-se
ocupadas em situação de risco e necessitam de intervenções físicas antes do processo de
regularização jurídica.
O Projeto de Regularização Fundiária do Conjunto – a ser executado pela Companhia
Urbanizadora de Belo Horizonte, URBEL – tem como objetivo promover a regularização
urbanística e jurídica da área, através da transferência da propriedade dos terrenos às
famílias que os ocupam.
O conjunto assenta-se em terreno adquirido pelo Estado de Minas Gerais, através da
CODEURB, localizado nos municípios de Belo Horizonte e Sabará. Assim, para dar início ao
processo de regularização fundiária, da área localizada no Município de Belo Horizonte,
deve se efetuar a transferência da propriedade para o Município, conforme previsto no
convênio firmado em 1987 entre a CODEURB e a Prefeitura de Belo Horizonte.
O processo de regularização jurídica das ZEIS 1 e das ZEIS 3, regulado pela Lei Municipal
8137/00, a ser implantado após a urbanização do conjunto, compreende o levantamento
topográfico planimétrico-cadastral da área, a aplicação de cadastro sócio-econômico dos
ocupantes, o estudo urbanístico do local, a elaboração e aprovação da planta de
parcelamento, o registro do parcelamento e por fim, a emissão e registro dos títulos de
propriedade.

5.1.1.4.2 Titulação
A implementação das ações de regularização do Taquaril se dará de forma estrutural e
integrada àquelas de caráter urbanístico e de desenvolvimento social e obedecendo sempre
os estritos limites legais. O desenvolvimento dessas ações tem como critério fundamental a
participação popular, possibilitando o envolvimento da comunidade no decorrer de todo o
processo, garantindo a permanência dos benefícios alcançados e conferindo maior
legitimidade às intervenções. O processo de regularização do Conjunto Taquaril pressupõe
o cumprimento das etapas abaixo relacionadas:
a. Vistoria de identificação da área;
b. Identificação da propriedade;
c. Vistoria da área para identificação de áreas de risco geológico/geotécnico e outros;
d. Definição de estratégia de regularização;
e. Reunião com a comunidade para início ao processo de regularização e montar o Grupo
de Referência;
f. Levantamento topográfico planimétrico cadastral;
g. Aplicação e análise do cadastro sócio-econômico dos ocupantes do imóvel;
h. Estudos urbanísticos para elaboração da planta de parcelamento;
i. Adequação às intervenções propostas no Plano Global e outros;
j. Elaboração da planta de parcelamento;
k. Elaboração das normas de uso e ocupação do solo específicas para a área;
l. Reunião com a comunidade para apresentação da proposta de parcelamento;

143
PROGRAMA BH VILAS URBANIZADAS PREFEITURA BH

m. Aprovação do parcelamento junto à Secretaria Municipal de Regulação Urbana;


n. Emissão das escrituras de transferência da propriedade;
o. Registro, em cartório, da planta de parcelamento;
p. Entrega das escrituras;
q. Registro das escrituras no cartório de registro de imóveis;
r. Acompanhamento e manutenção das áreas tituladas.

144
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5.1.1.5 Escopo das Intervenções Físicas no Taquaril

A Tabela 5.4 apresenta o escopo de todas as intervenções físicas que serão feitas no
Taquaril:
Tabela 5.4: Escopo das Intervenções Físicas no Taquaril
SISTEMA INTERVENÇÃO PROPOSTA
REQUALIFICAÇÃO E REVITALIAÇÃO URBANO AMBIENTAL
1.1 - Abertura de novas vias veiculares
-via do córrego Olaria
- via do setor 2
-via 1 do setor 5
- via do setor 7
- rua Arco-Iris (extensão e alargamento)
1 1.2 - Melhorias em ruas existentes
INFRA- - escadarias em ruas não veiculares com inclinação maior que 15%
ESTRUTURA - calçamento em ruas não veiculares com inclinação maior que 15%
- pavimentação e infra-estrutura das ruas JK, Arco-Íris, Ouro Branco
- alargamento da rua Diniz Dias
- consolidação da rua São Lucas
1.3 - Confecção de passeios
- passeio de 1m de cada lado em vias veiculares
- passeio de 1m de um lado apenas nas transposições de talvegue
2- 2.1 - Desocupação dos talvegues, fundos de vales e nascentes
RECUPERAÇÃO 2.2 - Criação de área de proteção permanente, de no mínimo 15m da
AMBIENTAL E
margens do córrego Olaria
CONTROLE DE
RISCOS 2.3 – Criação de área de proteção ambiental nos setores 10 e 11
Drenagem
3.1 - Implantação de redes de drenagem nas vias veiculares
3.2 - Implantação de bueiros no cruzamento com talvegues
3.3 - Implantação de sarjeta tipo A, boca-de-lobo, PV e caixa de passagem
nas vias veiculares
3.4 - Limpeza e recuperação das matas ciliares nos talvegues
Esgotamento Sanitário
3
3.5 – Implantação de rede convencional (DN de Ø200mm nas vias veiculares
SANEAMENTO
e Ø150mm nas vias de pedestres)
AMBIENTAL
3.6 – Implantação de rede condominial em locais de difícil acesso (Ø100mm)
3.7 – Regularização de todas as redes existentes
3.8 – Implantação de interceptor nas margens do córrego Olaria (Ø 250mm)
Limpeza Urbana
3.9 – Instalação de cestas de lixo em cada esquina das vias veiculares
3.10 – Instalação de infra-estrutura para coleta seletiva
3.11 – Instalação de pontos de apoio para trabalhadores da limpeza
3.12 – Implantação de escadas de dissipação no encontro de vias com
REQUALIFICAÇÃO E REVITALIAÇÃO URBANO AMBIENTAL
4- 4.1 – Relocação de 1.161 famílias
REASSENT./INDENIZ 4.2 – Construção de 16 edifícios com 20 apartamentos (320 apartamentos)
.

145
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Tabela 5.4: Escopo das Intervenções no Taquaril (Continuação)

SISTEMA INTERVENÇÃO PROPOSTA


DESENVOLVIMENTO SOCIAL
5- EDUCAÇÃO 5.1 – Construção de 4 pré-escolas
INFANTIL 5.2 – Construção de 1 espaço BH Cidadania
ESPAÇO BH
CIDADANIA

146
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5.1.1.6 Padrões Urbanísticos Propostos

A partir da classificação de uso do sistema viário feito nesta proposta e dos condicionantes
topográficos e geotécnicos, as vias existentes a serem mantidas e as novas vias a serem
criadas foram enquadradas em padrões urbanísticos que serão expostos a seguir, no Mapa
12 de Padrões. A Tabela 5.5 apresenta uma listagem de todos estes padrões:

Tabela 5.5: Padrões Urbanísticos Propostos para o Taquaril


Padrão Descrição

1 Via de mão dupla em meio de quadra


2 Via de mão dupla próxima à área verde
3 Via de mão dupla próxima a talvegue
4 Via de mão dupla com prédio, próxima à área verde
5 Transposição de via de mão dupla em fundo de talvegue
6 Conexão de via de mão dupla com via existente
7 Via de mão única em meio de quadra
8 Via de mão única próxima á área verde
9 Via de mão única próxima á talvegue
10 Transposição de via de mão única em fundo de talvegue
11 Conexão de via de mão única com via existente acima
12 Via de topo de mão única
13 Via de topo de mão dupla
14 Via em poliédrico – declividade > 25%
15 Via de pedestre em rampa – declividade <15%
16 Via de pedestre com 15% < i < 45%n - escada
17 Via de pedestre com declividade > 45% - escada em zig-zag

Alguns detalhes são comuns a todos os padrões:

• O terreno passa sempre no meio das vias com o intuito de balancear os volumes de
corte e aterro;
• Os arrimos de corte serão feitos de concreto armado;
• Os arrimos de aterro serão feitos em blocos de concreto;
• Todos os aterros serão reforçados com geossintéticos;
• A altura máxima dos muros é 3,5m.

Os desenhos de todos os padrões propostos se encontra no Anexo.

147
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INSERIR MAPA 13- PADRÕES- TAQUARIL

148
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5.1.1.7 Programa de Implantação das Intervenções

Elaborou-se uma programação das intervenções a serem realizadas no Conjunto Taquaril,


priorizando as regiões mais carentes de melhorias, bem como levando em conta a urgência
de algumas obras a serem executadas. As intervenções foram divididas em cinco etapas,
sendo que cada etapa abrange uma determinada área e é capaz de solucionar todos os
problemas de infra-estrutura desta área. A única etapa que foge a esta regra é a Etapa 1
como será explicitado mais à frente.

Etapa 1
A primeira etapa abrange o Setor 11 e uma pequena parte do Setor 5, incluindo-se aí a
consolidação de um trecho da Rua Teixeira dos Anjos.

Esta etapa está sendo também chamada de etapa de preparação para as subsequentes.
Nela serão tomadas as medidas mais urgentes e será construída a base para as etapas
seguintes. As intervenções a serem feitas nesta etapa são as seguintes:

• Relocação de todas as famílias em condições de risco muito alto;


• Transformação da área a ser desocupada por estas famílias, em área de preservação.
• Construção dos primeiros prédios, que abrigarão as primeiras famílias a serem
relocadas na próxima etapa, juntamente com o primeiro trecho da Via do Córrego Olaria.

O grande diferencial desta etapa para as outras é que nela está sendo proposta uma grande
mobilização social abrangendo toda a comunidade e órgãos governamentais, como Controle
urbano e SMLU, para conscientização e participação de todos.

Etapa 2
Esta etapa abrange o Setor 5 e uma pequena parte do Setor 2. As intervenções a serem
feitas nesta etapa são as seguintes:

• Serão feitas melhorias nas vias existentes;


• Serão abertas vias veiculares estruturadoras do sistema viário, sendo elas:
- Trecho da Via do Córrego;
- Via do Setor 5:
• Construção de um interceptor de esgoto ao longo do Córrego Olaria;
• Implantação dos equipamentos que irão possibilitar a criação de uma centralidade
principal próximo ao córrego Olaria:
- Campo de futebol- reforma ;
- Praça poliesportiva;
- Centro BH Cidadania;
- Edifício de uso misto;
- Pré-escolas.
• Remoção das primeiras famílias para os edifícios construídos na etapa anterior. Com
isso, as casas destas famílias poderão ser demolidas para a construção de novos
edifícios que abrigarão as demais famílias a serem relocadas nesta etapa e as primeiras
que serão relocadas na etapa seguinte.

149
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• Consolidação da ligação entre o Taquaril e a Estrada Antiga de Nova Lima e a um


acesso veicular aos setores 10, 11 e 12, através de reforma das rua JK, Ouro Branco e
um trecho da Arco Íris.

Etapa 3
Esta etapa abrange os setores 10, 11 e 12, que são os mais carentes de infra-estrutura e,
portanto, deveria ser prioritária em relação à etapa 2. No entanto, priorizou-se a etapa 2 pela
necessidade de se instalar um interceptor de esgoto ao longo do Córrego Olaria. As
intervenções a serem feitas nesta etapa são as seguintes:

• Serão feitas melhorias nas vias existentes;


• Será aberta uma nova via veicular (Rua Arco Íris – extensão e alargamento );
• Construção de 16 edifícios com 20 apartamentos cada um, somando um total de 320
apartamentos.

Etapa 4
Esta etapa abrange os setores 1 e 2. As intervenções a serem feitas nesta etapa são as
seguintes:

Serão abertas vias veiculares:


- Via do Córrego Olaria – continuação;
- Via do Setor 2:
- Rua Diniz Dias – alargamento
- Rua São Lucas – consolidação de via existente

Construção das últimas habitações.

Etapa 5
A etapa 5 atenderá os setores 6, 7 e 9. Essa área ficou para a última etapa por ser um das
melhores estruturadas do Taquaril. As intervenções a serem feitas nesta etapa são as
seguintes:

Serão abertas vias veiculares:


- Via do setor 7;
- Rua São Francisco – consolidação de via existente:

O Mapa 13 ilustra a hierarquização das intervenções propostas pelo Programa Vilas


Urbanizadas para o conjunto Taquaril.

O Mapa 14 apresenta a revisão desta hierarquização feita após reunião com a comunidade.

150
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INSERIR MAPA 14- HIERARQUIZAÇÃO DAS INTERVENÇÕES- TAQUARIL

151
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INSERIR MAPA 15- HIERARQUIZAÇÃO DAS INTERVENÇÕES PROPOSTAS PELA


COMUNIDADE- TAQUARIL

152
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5.1.1.8 Etapas Já Realizadas e em Andamento - Conjunto Taquaril

Em 1997, a Prefeitura de Belo Horizonte investiu R$ 1,7 milhões em obras de urbanização


nas ruas Ercília Siqueira, Ramiro Siqueira e Teixeira dos Anjos no Taquaril. Essas melhorias
foram discutidas e aprovadas pelos próprios moradores nos Orçamentos Participativos de
1994, 1995 e 1996. Executou-se obras de drenagem pluvial, pavimentação de vias para
tráfego de veículo e construção de escadarias em concreto armado para pedestres; além de
muros de contenção, taludes, corrimões e passeios.

Por meio de recursos oriundos do OGU e da PBH, investiu-se R$ 820.000,00 na execução,


entre 1997 e 1998, de obras de drenagem pluvial, pavimentação de vias para tráfego de
veículo e construção de escadarias em concreto armado para pedestres; além de muros de
contenção, taludes, corrimões e passeios em ruas do Setor 3.

A Prefeitura de Belo Horizonte investiu R$ 6,5 milhões em obras de urbanização em ruas


dos setores 1, 2, 6, 7, 8 e 9 do Taquaril. Essas melhorias foram discutidas e aprovadas
pelos próprios moradores nos Orçamentos Participativos de 1998 e 1999/2000. Trata-se de
obras de drenagem pluvial, pavimentação de vias para tráfego de veículo e construção de
escadarias em concreto armado para pedestres; além de muros de contenção, taludes,
corrimões e passeios nas seguintes ruas (ver Tabela 5.6):

Tabela 5.6: Obras concluídas no Conjunto Taquaril


Setor Ruas
1 Nuno Tristão, Mestre João, Bartolomeu Dias, Vasco Balboa,
Dom Henrique, Francisco Serrão e Àlvaro Fernandes
2 Casa Branca, São Luiz e Nova Esperança
6 Eldorado, Antão Gonçalves, Maria Gorete, Gloria
7 Nacional, Belvedere, Serrano,
8 Grajaú, Dona Clara, Nova Suíça, Guanabara, Betânia, Mangabeiras,
Céu Azul, Jaraguá, Paraíso, Sagrada Família e Esplanada
9 Cruzeiro, União, Itamarati, Suzana, Gameleira e Jatobá

Não obstante os investimentos citados acima, a Prefeitura de Belo Horizonte vêm aplicando
recursos, sistematicamente, no Taquaril, em obras e serviços de manutenção viária e de
erradicação de áreas de risco.

Estas obras trarão melhorias e influenciarão o estudo que está sendo feito (Ver Tabelas 5.7
e 5.8). No entanto, são obras pontuais que não trarão benefícios generalizados:

153
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Tabela 5.7: Obras previstas para o conjunto Taquaril


Urbanização Valor contratado (R$)
Ruas Teresópolis, Alterosa e via de Ligação 583.436,45
Abertura da rua Olaria 621.502,90
Ruas Álvaro Fernandes, Josefina, Dinis Dias e complementação 1.379.464,11
da rua Francisco Serrão e Dom Henrique
Rua Aparecida 440.735,01
TOTAL 3.025.138,47

A Tabela 5.8 apresenta as ruas do Taquaril que, atualmente estão recebendo serviços de
manutenção:
Tabela 5.8: Obras de manutenção no conjunto Taquaril
Local Intervenção Custo (R$)
Rua Ercília Siqueira, - Muro de arrimo (3,5 x 25,6 m) 29.671,58
esquina com rua Divinóp. - Canaleta de crista
Rua Ercília Siqueira, ao - Muro de arrimo (2,5x18,5 m) 11.288,26
lado da rua São Pedro - Canaleta de crista
Rua Geralda Pinto - Recuperação e construção de contenção 62.997,92
Tavares – setor 10 (gabião)
- Implantação de acesso
- Implantação de rede de esgotamento sanitário
Rua Pindorama – setor 9 -Recuperação de encosta 3.600,60
-Retaludamento e tela vegetal
Rua Laguna – setor 9 - Recuperação e construção de guarda-corpo 4.619,50
Rua Coração de Jesus - Muro de arrimo (3,2 x 9,0 m) 7.457,31
- Drenagem - grelha
Rua Dom Rafael – setor 5 - Contenção (1,0 x 6,5 m) 12.862,70
- Pavimentação
Rua Gameleira – setor 9 - Drenagem Pluvial - escadaria 14.142,80
Rua Teixeira dos Anjos - Drenagem Pluvial – escadaria 18.386,20
(Final) - Pavimentação
TOTAL 165.026,87

A Tabela 5.9 apresenta as obras em processo de licitação no conjunto Taquaril:

Tabela 5.9: Obras em licitação no conjunto Taquaril

Urbanização Valor contratado (R$)


Ruas Vista Alegre, Durval de Barros, Santo André, Calafate e 1.149.989,25
Água Branca
Ruas Saudade, São Geraldo, Dom Rafael, Riacho, Aeroporto 886.128,00
Camargo, Gutierrez e Califórnia
TOTAL 2.036.117,25

154
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5.1.1.9 Beneficiários – Conjunto Taquaril

Com o resultado do conjunto de suas ações, o Programa beneficiará, diretamente, toda a


comunidade do Taquaril, ou seja, aproximadamente 26.098 pessoas.

Tendo em vista a precária infra-estrutura viária e de saneamento existente no Taquaril,


entende-se que a reestruturação urbana, com a relocação das famílias moradoras de áreas
de risco geológico ou em função de obras, para conjuntos habitacionais a serem
construídos no entorno do Conjunto Taquaril ou por reassentamento monitorado, associada
à regularização fundiária, promoverão uma elevação da qualidade de vida de toda a
população do Taquaril.

Vale ressaltar que, por meio da componente de reestruturação urbana, se promoverá a


erradicação de áreas de risco encontradas no Taquaril, resolvendo-se os graves problemas
oriundos do risco geológico-geotécnico. Com isto, espera-se garantir a integridade física de
vidas humanas, além de extinguir ou reduzir os prejuízos materiais de famílias vítimas de
acidentes em áreas de risco.

Não obstante os ganhos advindos das obras, deve-se notar que o Programa favorecerá o
fortalecimento da organização e mobilização comunitária do Taquaril, a partir de um trabalho
de participação da comunidade local a ser desenvolvido em consonância com as
intervenções físicas. Serão parte integrante deste trabalho as atividades de educação
ambiental, cuja implementação deverá concorrer para a conscientização e sensibilização da
população do Taquaril quanto ao imperativo de contribuir e agir para a preservação do meio
ambiente natural de forma condizente com as necessidades das gerações atuais e futuras.

Por fim, a redução de impactos nos córregos e nascentes do Taquaril, resultante das
intervenções que pretendem reestruturar o sistema ambiental, concorrerá para o benefício,
também, de comunidades assentadas a jusante dos cursos d’água, ainda que as mesmas
não estejam localizadas dentro dos limites da área a ser trabalhada.

155
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5.1.2 COMPONENTE: INTEGRAÇÃO VILA SÃO JOSÉ

5.1.2.1 Requalificação e Revitalização Urbano Ambiental

5.1.2.1.1 Saneamento Ambiental


Drenagem Pluvial: Para possibilitar a implantação do projeto viário de continuação da
Av. Pedro II será necessária a canalização do talvegue natural. O desnível entre a linha
de água do talvegue (NA) e a cota de assentamento da Avenida Pedro II, entre a BR 262
(anel rodoviário) e a Avenida Tancredo Neves, é de cerca de 12,00 m, o que justifica a
opção pela galeria de concreto fechada.
Além dessas características topográficas, a poluição hídrica do talvegue natural conduz
todo o esgoto sanitário “in natura” e os rejeitos sólidos da sub-bacia, provocando
transbordamentos constantes no canal aberto da Avenida João Paulo I, a jusante. No
trecho da Avenida João XXIII, entre as Avenidas Presidente Tancredo Neves e João
Paulo I, a declividade natural do córrego, em média 3%, é alta para soluções que não
sejam em fundo de concreto, agravada pela qualidade do deflúvio já citada.
Como o custo para implantação de um canal aberto para as condições topográficas,
geológicas e ocupacionais do trecho seriam substancialmente acrescidas, manteve-se a
solução do trecho anterior, ou seja, galeria fechada com seção variável, com as devidas
adequações em função da redução da plataforma.

Esgotamento sanitário: Serão implantados interceptores de esgoto ao longo da


canalização do córrego São José, bem como serão interligadas a estes interceptores as
redes coletoras locais.

Limpeza Urbana: A limpeza Urbana vai seguir as determinações da SMLU


(Secretaria Municipal de Limpeza Urbana) ao longo da avenida e da vila São José.

5.1.2.1.2 Infra-estrutura
As áreas para fins de reassentamento da população da vila São José, onde serão
construídos os conjuntos habitacionais serão dotadas da seguinte infra-estrutura:

• Implantação de redes de drenagem, abastecimento de água e esgotamento sanitário


As escavações necessárias à execução de drenagem, rede de esgoto e distribuição de
água, deverão ser executadas de modo a não causar danos às vias existentes ou às
quadras, sempre em concordância e aprovadas pela concessionária de serviço –
COPASA.
• Pavimentação asfáltica das vias Seguirá o padrão SUDECAP.
• As áreas de circulação internas das quadras deverão ser iluminadas em posteamento de
tubos de aço, luminária e lâmpadas padrão, alimentados por extensão da rede
condominial. Esta iluminação interna também deverá ter projeto específico a ser
aprovado pela CEMIG.
• Em cada quadra estão previstas áreas para estacionamento de veículos e áreas de lazer
comunitário.
• As áreas remanescentes serão gramadas e arborizadas, objetivando coibir ocupações e
vandalismos indesejados.

156
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5.1.2.1.3 Recuperação Ambiental e Controle de Riscos


Conforme mencionado, foram identificadas na Vila São José situações de instabilidades
caracterizadas por escorregamentos de solo, escorregamentos de solo/rocha,
escorregamento de cobertura superficial, processos erosivos, solapamentos e processos de
inundação.

Os processos de instabilidades acarretam o desenvolvimento de situações de risco para as


moradias instaladas na vila São José, com níveis de susceptibilidade variando de muito alto
a alto e médio, desencadeando, ainda, significativos impactos e perdas ambientais para a
área em questão e a jusante desta.

A canalização do córrego São José contribuirá para:


• Sanar os problemas causados pelo risco de inundação e solapamento das margens do
córrego São José;
• Implantar rede de interceptores, o que solucionará os problemas de descarga orgânica
“In natura”, e reduzirá a incidência de doenças infecto-contagiosas;
• Complementar a rede de esgotos;
• Implementar a coleta de lixo, principalmente na área ocupada pela vila São José, ação
esta essencial às medidas de controle de vetores.

O projeto de canalização inclui, também, soluções para as interseções e vias transversais às


avenidas.

157
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5.1.2.2 Reestruturação do Sistema Habitacional

5.1.2.2.1 Reassentamento /Indenizações


O projeto de remoção e reassentamento das famílias da vila São José enquadra-se na linha
referente à produção de novos assentamentos, categoria de produção de conjunto
habitacional, e foi concebido considerando as diretrizes gerais constantes da Política
Municipal de Habitação e, pelas famílias optantes, o reassentamento monitorado do
PROAS.

Seleção das Áreas para o Reassentamento:


Após uma primeira seleção foram escolhidos seis quarteirões próximos à Avenida Pedro II,
ou seja, a maioria das famílias será reassentada próximo ao local onde residem (Ver Fig
5.6).

ÁREA PARA RELOCAÇÃO DAS


FAMÍLIAS

Figura 5.6: Vista de parte das áreas destinadas à relocação das famílias da vila São José

As áreas em questão foram enquadradas como de utilidade pública para fins de


desapropriação de interesse social em decreto sancionado pelo Prefeito Municipal de Belo
Horizonte e destinadas ao reassentamento das famílias moradoras na vila São José.

Os terrenos das áreas de reassentamento encontram-se inseridos nas vertentes do vale do


córrego São José, caracterizadas por encostas com baixas a médias declividades variando
no máximo a 12%. São constituídos por saprólitos e solos residuais de granito-gnaisse,
apresentando-se atualmente decapeados, com indícios de processos erosivos laminares.

Suas características geotécnicas apresentam-se favoráveis à implantação de moradias, pois


confere aos terrenos alta capacidade de suporte, favorecendo a instalação das fundações
das edificações e dos sistemas de esgotamento sanitário e de drenagem pluvial. Ressalta-
se, entretanto, a vulnerabilidade destes terrenos à erodibilidade, quando expostos.

158
PROGRAMA BH VILAS URBANIZADAS PREFEITURA BH

Formas de Atendimento
A legislação vigente estabelece que o beneficiário do Projeto de Reassentamento não pode
possuir renda familiar superior a cinco Salários Mínimos (SM), requisito considerado como
critério básico no planejamento do Projeto de Remoção e Reassentamento. Foram previstas
três formas de tratamento a serem adotadas no atendimento à população da vila São José,
quais sejam:

- Reassentamento Monitorado – nesses casos, após a avaliação do valor do imóvel, o


beneficiário que se enquadra nessa forma de atendimento receberá
acompanhamento especial até a aquisição, ou construção em lote próprio,
regularizado, de nova moradia. Em nenhuma hipótese ele receberá o pagamento da
indenização em dinheiro;
- Indenização Monetária – tratamento estabelecido para grupos formados por
proprietários de estabelecimentos comerciais e de prestação de serviços e outras
exceções.
- Reassentamento em conjunto habitacional – tratamento previsto para as famílias que
possuem renda igual ou inferior a cinco salários mínimos que optarem pelo
reassentamento no conjunto a ser construído para este fim.

Nas duas primeiras modalidades de atendimento, o processo se esgota após a compra de


novo imóvel para o público enquadrado na indenização monitorada e no pagamento da
avaliação prevista para o grupo que irá receber indenização monetária. A terceira forma
prevista, reassentamento em conjunto habitacional, exigirá um período maior de
envolvimento dos órgãos públicos, pois pressupõe a construção do conjunto habitacional
que irá abrigar as famílias optantes pelo reassentamento.

A partir das informações levantadas na pesquisa do IPEAD, os beneficiários do Projeto de


Remoção e Reassentamento, estarão distribuídos segundo as formas de atendimento
mostradas na Tabela 5.10. Há de se observar que a opção feita pelos entrevistados poderá
ser alterada quando ocorrer a negociação efetiva com a população da vila São José.
Tabela 5.10: Formas de Atendimento ao Público Alvo
Formas de Atendimento Nº de unidades atendidas
Reassentamento Monitorado ou Indenização Monetária 706
Reassentamento em Conjunto Habitacional 1.522
Total 2.258

Os que optarem pelo reassentamento e sua moradia atual for avaliada abaixo do custo da
unidade habitacional proposta para o reassentamento terão direito ao mesmo,
considerando-se que a situação sócio-econômica da família não será fator de discriminação
ou negação de direitos à efetivação do repasse da unidade habitacional.

A capacidade total prevista no programa é de implantação de 1.552 unidades habitacionais


de dois quartos nos 97 blocos a serem distribuídos nas sete quadras selecionadas. A
possibilidade de arranjo prevê 388 unidades habitacionais de um quarto, cada uma com
área de 34,44 m2, 774 de dois quartos e área de 43,61m2 e 388 de três quartos, tendo área
de 52,78m2.

159
PROGRAMA BH VILAS URBANIZADAS PREFEITURA BH

Tipologia habitacional
A tipologia a ser adotada é composta por condomínios verticais. As unidades habitacionais
terão, em média, 43,61 m2 de área. Foram previstas unidades habitacionais (UH´s) de dois
quartos, com possibilidade de rearranjos internos, viabilizando unidades de um e três
quartos, conforme a demanda de reassentamento apresentada e confirmada durante o
processo de remoção das famílias da Vila São José. A proposta é de verticalização através
de blocos de quatro pavimentos com quatro apartamentos por andar, totalizando 16 UH´s
por bloco.

2 Quartos 1 Quarto
A=44,85 m2 A=35,26 m2

3 Quartos
2 Quartos A=54,44 m2
A=44,85 m2

Figura 5.7: Tipologia dos Apartamentos

As áreas para fins de reassentamento da população da vila São José apresentam topografia
bastante acidentada, o que acarretou uma proposta de implantação das edificações em
desnível, procurando acompanhar ao máximo o terreno natural. Os blocos de apartamento
apresentarão desnível interno em torno de 1,50 metros e a geminação que se pretende visa
à redução de planos verticais e, conseqüentemente, de acabamentos.
A capacidade total prevista no projeto é de implantação de 1.552 unidades habitacionais de
dois quartos nos 97 blocos a serem distribuídos nas sete quadras selecionadas. A
possibilidade de arranjo prevê 388 unidades habitacionais de um quarto, cada uma com
área de 34,44 m², 774 de dois quartos e área de 43,61 m² e 388 de três quartos, tendo área
de 52,78 m².
Na quadra 48 está prevista a implantação de duas pré-escolas e de um Espaço BH
Cidadania, para atender à demanda das famílias residentes no conjunto habitacional. Não
foram previstas áreas comerciais e de serviço.

160
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INSERIR MAPA 16- PLANTA SITUAÇÃO QUADRAS PARA REASSENTAMENTO-


São José

161
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Infra-estrutura a ser implantada

• Características do Projeto das Edificações:


Os projetos das edificações a serem construídas apresentam as seguintes características:
- Fundação – Devido às diversidades do subsolo encontrado e apresentado nos
relatórios de sondagem das seis quadras, as soluções adotadas paras as fundações
poderão variar entre estacas, sapatas e tubulões. A implantação de cada bloco
deverá ser objeto de estudo individualizado.
- Estrutura – a estrutura sugerida pela URBEL é a de alvenaria estrutural em blocos de
concreto, cerâmicos ou concreto celular autoclavado, de qualidades comprovadas
para tal finalidade e em conformidade com as normas técnicas previstas pela ABNT.
Poderá ser ainda utilizada a estrutura metálica como sistema construtivo.
- Alvenaria – no caso de se optar pelo sistema construtivo em alvenaria estrutura, esta
deverá ser em blocos estruturais de concreto, cerâmico ou celular autoclavado, com
revestimento interno e externo em reboco e pintura. Caso o sistema construtivo seja
outro, a alvenaria adotada deverá ser de qualidade comprovada e, também, revestida
interna e externamente com reboco e pintura.
- Pisos e Laje – o contrapiso dos pavimentos térreos será executado em concreto
sobre solo compactado. Este contrapiso deverá ser executado em todo o perímetro
dos blocos, com largura de 1,00 m, reduzindo assim possíveis infiltrações. A laje irá
funcionar como contrapiso nos demais pavimentos, recebendo uma camada de
concreto e acabamento em cimento natado. O teto deverá ser todo em laje aparente
ou com revestimento.
- Pintura e revestimento – as paredes internas serão pintadas com tinta PVA à base de
látex sobre reboco; as dos banheiros, cozinhas e área de serviço deverão receber
argamassa de cimento natado até a altura de 1,80 m e as das áreas comuns e de
circulação serão pintadas com tinta acrílica até a altura de 1,80 m. As paredes
externas, além de barrado de proteção com chapisco, com altura mínima de 40 cm,
receberão tinta acrílica sobre reboco ou pintura tipo hidrofugante.
- Cobertura – a cobertura das edificações será em telha de fibrocimento ondulada
sobre laje e engradamento de madeira, com previsão de ventilação permanente para
renovação de ar nos entreforros, ou outra solução que atenda as necessidade e
qualidades pretendidas.
- Portas e Janelas – as portas de entrada e do banheiro serão do tipo prancheta em
compensado de madeira para acabamento em pintura a óleo e os marcos metálicos
com acabamento, dispensando o uso de alizares.

• Educação
O projeto de reassentamento das famílias da vila São José adotou como critério básico
para escolha de área de reassentamento a proximidade desta com a de origem,
buscando minimizar o impacto da mudança de localização da moradia e,
conseqüentemente, sua interferência e impacto nos serviços de saúde e educação.
Nesse sentido, a demanda relativa à educação será absorvida nas 03 escolas públicas
próximas à vila, sendo duas estaduais e uma municipal, quais sejam: Escola Estadual
Guia Lopes, Escola Estadual Ursulina Andrade Melo e Escola Municipal Ignácio de
Andrade Melo.

162
PROGRAMA BH VILAS URBANIZADAS PREFEITURA BH

5.1.2.3 Desenvolvimento Social

O Componente de desenvolvimento social proposto para a vila São José compreende os


eixos apresentados na Figura 5.8:

Orientação técnica para construção


Educação Infantil
Socialidade de jovens
Desenvolvimento Mobilização e comunicação social
Social Educação Ambiental
Desenvolvimento Organizativo
Fortalecimento do centro de saúde existente
Criação de Centro “BH Cidadania”

Figura 5.8: Eixos do Desenvolvimento Social na vila São José

Dentro deste enfoque serão priorizadas as idades correspondentes às faixas etárias entre 3
e 5 anos e 8 meses e 15 a 18 anos. Às crianças e jovens dentro desta faixa etária, assim
como à suas famílias, serão proporcionados todos os serviços sociais do município como
escola, saúde, inclusão produtiva e assistência social.

Além das atividades que são focalizadas, especificamente, nas crianças e jovens nas faixas
etárias priorizadas, haverá outras ações que beneficiarão a população em geral (Orientação
técnica para construção, Mobilização e comunicação social, Desenvolvimento Organizativo,
Fortalecimento dos centros de Saúde existentes).

5.1.2.3.1 Orientação para Construção


Conforme já detalhado no Item 4.3.1.3, através do Programa de Engenharia e Arquitetura
Públicas serão prestados serviços à população da vila São José tanto no atendimento a
empreendimentos em situações regulares do ponto de vista urbanístico e jurídico (lotes em
parcelamentos já aprovados e registrados) quanto a situações irregulares, fornecendo
assessoria à população com fins à regularização futura, nas seguintes questões:

5.1.2.3.2 Educação Infantil


Ampliação do Número de Espaços na Pré-Escola: O Programa BH Vilas Urbanizadas
prevê a construção de 2 novas pré-escolas, na vila São José (240 crianças cada uma),
para o atendimento de qualidade em tempo integral para crianças de 3 a 5 anos e 8
meses, atingindo um público alvo de 480 crianças, além de aquisição de equipamentos e
material escolar para as mesmas.

Capacitação dos Funcionários das Pré-Escolas: O Programa BH Vilas Urbanizadas


prevê a capacitação dos funcionários das 2 novas Pré-Escolas, com objetivo de oferecer
aos profissionais subsídios para aprimorar, acompanhar e avaliar as práticas inerentes
ao trabalho desenvolvido na Educação Infantil.
- Capacitação de docentes das novas Pré-escolas;
- Capacitação do Pessoal de Apoio das novas Pré-escolas.

163
PROGRAMA BH VILAS URBANIZADAS PREFEITURA BH

5.1.2.3.3 Socialidade de Jovens


Constitui-se de um conjunto articulado de atividades que buscam estimular e favorecer a
inclusão social de jovens de 15 a 18 anos, através de ações e atividades sócio-educativas,
facilitadoras na perspectiva da elaboração de projetos de vida pessoal, para a ação
comunitária e sua re-inserção e permanência na escola, monitorando os vínculos familiares
e comunitários, ampliando seus conhecimentos e desenvolvendo suas habilidades.

Atividades para Jovens com ONGs: Realização de oficinas. Objetiva estimular,


induzir ou promover a convivência comunitária, por meio de atividades de cultura,
esporte, educação e assistência social. Trabalhará com grupos de 25 jovens.

Formação profissional e preparação para o mercado de trabalho:


- Aumento da escolaridade p/ Jovens com E.Fundamental Incompleto (12% dos jovens
15 a 18).
- Aumento da escolaridade p/Jovens com E.Médio Incompleto (8% dos jovens 15 a
18).

Preparação dos Chefes de Família (10% dos chefes de família): O objetivo desta
atividade é a preparação dos chefes de família, que se encontram fora do mercado de
trabalho já há muito tempo, através do oferecimento de oficinas de preparação para o
trabalho, com atividades focadas na elevação da auto-estima e na formação de hábitos e
aquisição de competências. Para os chefes de família será organizado um ciclo formativo
e estabelecido os encaminhamentos possíveis, conforme a Tabela 5.11, a seguir.
Tabela 5.11: Preparação dos Chefes de Família
Ciclo Formativo Encaminhamento
- Oficina de preparação para o - Reinserção no mercado
Preparação trabalho
dos Chefes - Programas Sociais de
de - Requalificação profissional. combate ao alcoolismo
Família - Oficina de conhecimentos - Cursos de alfabetização e
básicos de informática. elevação da escolaridade
- Elaboração de currículo

5.1.2.3.4 Mobilização e comunicação social

Sendo a comunicação social um elemento fundamental na garantia da participação


comunitária este componente objetiva assegurar a participação e co-responsabilidade da
comunidade no processo de preparação, realização e discussão da manutenção das obras.
A mobilização e comunicação social consta das seguintes atividades:

Infra-estrutura: Estabelecimento de uma infra-estrutura básica para o


desenvolvimento das atividades de mobilização e comunicação social:
- Aquisição de palco para a realização de eventos de comunicação e ou educativos em
momentos marcantes da intervenção.
- Aquisição de aparelhos de recursos audiovisuais (aparelho de som, vídeo, filmadora,
projetor de slides e TV).

164
PROGRAMA BH VILAS URBANIZADAS PREFEITURA BH

Jornal: O jornal local, com edição trimestral para cada morador da comunidade da
vila São José, terá por objetivo informar a comunidade sobre as intervenções que
acontecerão no conjunto, além de exercer papel educativo. Os serviços incluem projeto
editorial e gráfico, cobertura jornalística e fotográfica, redação, programação visual,
edição, impressão e distribuição porta a porta na vila e entorno e distribuição via mala
direta para órgãos e entidades afins.

Programa de rádio: As campanhas semestrais, nas rádios comunitárias que


atendem a vila São José, terão como objetivo informar a comunidade sobre os
empreendimentos, além de exercer possibilidade da comunidade ter um espaço de
interlocução. As atividades incluem serviços jornalísticos de apuração, entrevista e
edição e alocação de caixas de som nos principais pontos da vila para difusão do
programa que será veiculado gratuitamente na rádio comunitária.

Material de Divulgação: Entendendo que a comunicação é um elemento


fundamental na garantia da participação comunitária, será feito um levantamento de
todos os meios de comunicação que a comunidade da vila São José possui, além da
realização sistemática de reuniões com o NUDEC São José para que sejam
multiplicadas as informações e ações que se estabelecem durante o processo de
intervenção direta e após o mesmo (pós morar).
A confecção, incluindo edição, criação e arte, folito e impressão de folder institucional a
serem veiculados em momentos importantes da intervenção para os atores institucionais
da vila e do entorno são de grande importância para a divulgação e construção de
parcerias. O folder comunitário, também, conhecido como mosquitinho e/ou folheto é um
instrumento de informação e divulgação mais rápido, mais dinâmico e poderá ser
realizado nos momentos que a equipe julgar importante.

Teatro comunitário: Propõe-se através da realização do teatro comunitário, a


divulgação das atividades do Projeto que subsidiem as campanhas de mobilização e
organização comunitária da vila São José envolvendo:
- A criação e apresentação de esquetes teatrais, performances e oficinas alusivas às
atividades;
- A criação e produção de figurinos e adereços adequados ao tema, disponibilizando
recursos materiais referente a maquilagem, desmaquilagem, instrumentos de música,
cenários, perna de pau, vestuários;
- Recursos humanos, composto de um diretor de teatro, 2 assistentes e 5 estagiários
selecionados entre moradores da vila, prestando trabalho de segunda a sexta feira no
horário comercial, em finais de semana e apresentações noturnas, previamente
agendadas com jornada mensal de 80 horas durante período de 9 meses ininterrupto.
Após este período os estagiários deverão estar aptos a se constituírem enquanto um
grupo de teatro amador.

Equipe técnica: Contratação de equipe social (composta por técnico social e da área
física) para a realização das atividades de mobilização e comunicação social. È de
grande importância a presença de profissional da área física neste trabalho já que o
mesmo é um produto multidisciplinar.

Cadastro sócio-Econômico “Marco Zero”: O cadastro a ser realizado em todas as


edificações tem como objetivo a atualização cadastral e a definição de possíveis
impactos sociais gerados com o empreendimento. Estes impactos serão monitorados ao
longo do trabalho a ser desenvolvido.

165
PROGRAMA BH VILAS URBANIZADAS PREFEITURA BH

5.1.2.3.5 Educação Ambiental


Com relação à educação ambiental o componente de Desenvolvimento Social do Programa
Vilas Urbanizadas, prevê a realização de cursos de capacitação para a equipe (curso
ministrado por consultores sobre temas relevantes para o bom funcionamento do trabalho) e
para os integrantes da comunidade da vila São José (curso ministrado para os 50
integrantes dos NUDEC s Núcleos de Defesa Civil, com o objetivo de capacitá-los sobre as
diversas políticas públicas, sobre gestão comunitária e manutenção dos espaços públicos).

Tem por objetivo propiciar aos moradores uma leitura crítica da realidade, de forma que
estes possam ter elementos para participar de maneira efetiva da reflexão e realização de
ações. Esta capacitação/ instrumentalização será destinada aos integrantes do NUDEC São
José, que exercerá o papel de interlocutores e multiplicadores de informações entre
comunidade e URBEL, garantindo a sustentabilidade da infra-estrutura implantada e dos
serviços criados.

5.1.2.3.6 Desenvolvimento Organizativo


A criação de um cenário de co-responsabilidade entre o poder público e a comunidade -
sejam estes considerados individualmente ou organizados em grupos ou associações-
fortifica a concepção de que a melhor perspectiva é aquela construída a partir de uma
ambiente de legitimidade, surgindo do respeito mútuo, da transparência da informação e do
reconhecimento do valor sócio-cultural de determinada população.

O trabalho Social a ser desenvolvido pela URBEL, com a comunidade da vila São José,
estabelece como premissas o conhecimento do capital social, reconhecimento do cotidiano
local (como forma de entender a dinâmica das redes primárias e secundárias do tecido
social), a mobilização da população e a sua capacitação com vistas à sua participação nas
várias etapas do processo garantindo a sustentabilidade das ações e gestão compartilhada.

Infra – estrutura: Tendo em vista viabilizar o atendimento in loco em algumas regiões,


monitoradas pelo programa, inclusive com a instalação de plantão social nos CREAR -
Centros de Referência em Área de Risco e possibilitando uma ação pró-ativa dos
técnicos responsáveis na identificação e equacionamento dos problemas no início, o
programa prevê a locação de escritórios nas comunidades. Além do aluguel do escritório
faz-se necessária a aquisição de equipamentos como quadros de avisos, aluguel de
carro para a equipe se deslocar em vistorias e retornando para o escritório quando
necessário.

Estagiários comunitários: Este item prevê a contratação de um estagiário, da própria


comunidade da vila São José, que exerça o papel de “porta de entrada” das demandas
da comunidade.

Equipe técnica: Contratação de equipe social (composta por técnico social e da área
física) para a realização das atividades de desenvolvimento sócio organizativo. È de
grande importância a presença de profissional da área física neste trabalho já que o
mesmo é um produto multidisciplinar.

Cadastro Sócio – Econômico “Monitoramento”: Avaliar sistematicamente todas as


atividades realizadas através de pesquisa qualitativa, com os vários segmentos da
comunidade e indicadores de monitoramento, definidos no “marco zero”.

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5.1.2.3.7 Fortalecimento do Centro de Saúde Existente


O Programa prevê a capacitação das Equipes de Saúde da Família e de Agentes
Comunitários da Saúde da vila São José, além de investimentos na renovação dos
equipamentos do centro de saúde existente na vila São José.

Capacitação das equipes da saúde da família:


O Programa BH Vilas Urbanizadas prevê a capacitação da equipe integrante do centro
de Saúde existente na vila São José. O conteúdo do curso que será ministrado é
semelhante ao descrito para o componente Taquaril Urbanizado (Item 4.3.1.3.7). Serão
capacitadas na vila São José 5 equipes de Saúde da Família (ESF), lotadas no centro de
Saúde existente, compostas por:
- 5 médicos generalistas;
- 5 enfermeiras;
- 5 assistentes sociais;
- 3 dentistas;
- 6 técnicas de higiene dental;
- 1 psiquiatra;
- 1 psicólogo.

Capacitação dos agentes comunitários da saúde: O Programa prevê a capacitação


de 30 agentes comunitários da saúde, que atendem a vila São José.

Renovação dos equipamentos dos centros de saúde existentes: Atualmente existe


um Centro de Saúde que atende a vila. Apesar de ser um Centro de Saúde com
atendimento qualificado, observa-se a necessidade de investir em materiais e
equipamentos permanentes que certamente melhorarão a qualidade dos serviços
oferecidos, favorecendo um atendimento mais adequado à população residente nestas
áreas.

5.1.2.3.8 Criação de Centro “BH Cidadania”


O Programa BH Vilas Urbanizadas prevê a construção de 1 espaço BH – Cidadania na vila
São José, com aproximadamente 500 m². Sua estrutura contará com:
- Auditório multiuso;
- Sala para o projeto “Ponto de Leitura”;
- Sala para o projeto “Casa de Brincar”;
- Salas para atendimento individual;
- Sala para reuniões;
- Salas para realização de oficinas;
- Sala de coordenação;
- Recepção;
- Cozinha;
- Banheiros

O Espaço BH Cidadania irá permitir que as secretarias sociais e administrações regionais,


envolvidas no Programa BH Vilas Urbanizadas, possam se articular de maneira mais efetiva
ao dividirem uma gestão compartilhada e um espaço único de trabalho, aumentando a
convivência diária entre os gestores e permitindo ao poder público dar maior visibilidade aos
serviços ofertados na vila São José, potencializando a ocupação de um espaço público por
meio de um gerenciamento integrado.

167
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5.1.2.4 Regularização Fundiária

5.1.2.4.1 Projeto e Regularização do Parcelamento


A implantação do trecho final da Av Pedro II, que compõem a estruturação viária,
denominada Via 210, bem como as obras de interseção com o Anel Rodoviário, BR-262 e
com a Av. Tancredo Neves, trechos incluídos pelo VIURBS como prioritários, implicarão na
desapropriação de lotes situados em Zona de Adensamento Preferencial-ZAP e em Zona de
Adensamento Restrito 2- ZAR2, assim como a desapropriação de parte de uma gleba
classificada como Zona de Proteção 1- ZP1.

Além destas desapropriações a intervenção na vila São José exigirá a remoção e


reassentamento de toda a vila, hoje classificada como Zona de Especial Interesse Social 1 –
ZEIS 1.

Para o reassentamento das famílias da vila São José serão utilizados terrenos próximos à
área de intervenção, localizados nos bairros Manacás e São José. Esses terrenos foram
objeto de decreto de utilidade pública para fins de desapropriação de interesse social
sancionado pelo Prefeito Municipal de Belo Horizonte. Trata-se de seis quadras que
apresentam os seguintes zoneamentos:
• Quadra 48 – ZAP (Zona de Adensamento Preferencial)
• Quadra 51 – ZAP / ZEIS-1
• Quadra 113 – ZAP/ ZEIS-1
• Quadra 114 – ZAP /ZEIS-1
• Quadra 115 – ZAP
• Quadra 116 – ZAP

Embora o zoneamento predominante nas quadras seja ZAP, o projeto desenvolvido pela
URBEL optou por adotar os parâmetros urbanísticos da ZAR-2 (Zona de Adensamento
Restrito), predominante no entorno da vila. Conforme se pode constatar pelos dispositivos
legais apresentados anteriormente, os parâmetros estabelecidos para esta zona são
consideravelmente mais restritivos que os da ZAP e, portanto, resultarão em menores
impactos na região. De acordo com o projeto viário, será necessária ainda a desapropriação
de uma faixa de lotes classificados como ZAP para a implantação de novas pistas de
rolamento na Avenida Presidente Tancredo Neves.

Considera-se também importante constar entre as disposições legais aquelas que orientam
a Política Municipal de Habitação e de Reassentamento, em função das características das
famílias residentes na vila São José, cujos objetivos e diretrizes estão relacionados com a
Política Habitacional do Município de Belo Horizonte, aprovada pelo Conselho Municipal de
Habitação, e com a Política de Desenvolvimento Social da Prefeitura de Belo Horizonte.

As definições contidas nessa política estabelecem como público alvo prioritário para os
programas de reassentamento as populações passíveis de remoção, moradores em áreas
de risco e de locais onde serão executadas obras públicas. A prioridade dada pela atual
Administração à vila São José decorre, portanto, desta diretriz, ou seja, trata-se de um dos
maiores assentamentos urbanos em área insalubre e de risco da cidade.

168
PROGRAMA BH VILAS URBANIZADAS PREFEITURA BH

INSERIR MAPA 17- USO E OCUPAÇÃO DO SOLO- SÃO JOSÉ

169
PROGRAMA BH VILAS URBANIZADAS PREFEITURA BH

O encaminhamento do processo de desapropriação das áreas que serão utilizadas para o


reassentamento deverá seguir os procedimentos administrativos previstos na legislação
vigente, tendo como referência as seguintes questões:

• o princípio da “Função Social” que permeia todo o tratamento dado à propriedade no


Ordenamento Jurídico Brasileiro. Em nome de tal princípio, pode o Poder Público
promover a desapropriação de bens em função do interesse social, qual seja,
adquirir imóvel independentemente da vontade do proprietário, mediante prévia e
justa indenização em dinheiro (art. 5º, XXIII, Constituição Federal);

• o Poder Público, com base no que dispõe a Constituição Federal em seus artigos 5º,
incisos III e XXIV, e 170º, inciso III, poderá desapropriar, em razão da função social
da propriedade, as áreas necessárias à implantação do projeto. A desapropriação
para urbanização ou reurbanização está prevista no art. 5º “i” do Decreto Lei
3.365/41 com redação dada pela lei n.º 6.602/78, complementada pela Lei 6.766/79.

5.1.2.4.2 Titulação
A URBEL – Companhia Urbanizadora de Belo Horizonte, responsável pela definição e
execução da Política Municipal de Habitação e pela aplicação da Lei do PROFAVELA, tem
acumulado vários anos de experiências na regularização de vilas, favelas e conjuntos
habitacionais de interesse social, beneficiando um grande número de famílias com o título
de propriedade da terra.

A implementação das ações de regularização da vila São José se dará de forma estrutural e
integrada àquelas de caráter urbanístico e de promoção social e, obedecendo sempre os
estritos limites legais. O desenvolvimento dessas ações tem como critério fundamental a
participação popular, possibilitando o envolvimento da comunidade no decorrer de todo o
processo, garantindo a permanência dos benefícios alcançados e conferindo maior
legitimidade às intervenções.

O processo de regularização das unidades habitacionais destinadas ao reassentamento das


famílias da vila São José pressupõe o cumprimento das etapas abaixo relacionadas:

a. Cadastramento sócio-econômico das famílias da Vila São José;


b. Desapropriação de terrenos adequados para execução de Conjuntos Habitacionais de
Interesse Social;
c. Licenciamento ambiental, se for legalmente exigido, aprovação de projetos e das obras
junto aos órgãos competentes;
d. Emissão e entrega das escrituras de transferência da propriedade das unidades
habitacionais;
e. Registro das escrituras no cartório de registro de imóveis;
f. Acompanhamento e manutenção.

170
PROGRAMA BH VILAS URBANIZADAS PREFEITURA BH

5.1.2.5 Reestruturação do Sistema Viário

5.1.2.5.1 Importância da implantação do projeto viário - Av. Pedro II


A Av. Pedro II enquadra-se como um dos mais importantes eixos de ligação da Área Central
com as regiões Nordeste, Pampulha e Ceasa, conforme o Plano Municipal de Classificação
Viária de Belo Horizonte. Entretanto, o seccionamento desta avenida, na altura do Anel
Rodoviário, e a barreira constituída por este (Ver Figura 5.9), causada pela inexistência de
transposição, impedem uma melhor estruturação da malha viária Municipal, dificultando as
ligações com os bairros situados além do Anel Rodoviário.

Figura 5.9: Vila São José na estrutura urbana de Belo Horizonte

171
PROGRAMA BH VILAS URBANIZADAS PREFEITURA BH

Segundo o Plano Diretor de Belo Horizonte, deveriam ser criadas alternativas ao sistema de
tráfego radiocêntrico do município, mediante interligações transversais, usando trechos de
vias existentes e através da implantação de outras vias.

É neste contexto que se insere este Projeto Viário de Continuação da Av. Pedro II, a partir
de importantes intervenções em vias estruturais no município - avenidas Pedro II, Tancredo
Neves e João XXIII. O sistema proposto irá melhorar de forma significativa o trânsito nas
referidas regiões, tanto pela criação de novos acessos, como pelo desafogamento de
acessos existentes.

A Avenida Pedro II, juntamente com as Av. Tancredo Neves e João XXIII, irão compor um
dos mais importantes eixos de ligação da área central de Belo Horizonte, com as regiões
Noroeste e Pampulha. Atualmente, o seccionamento da Av. Pedro II na altura do Anel
Rodoviário e a inexistência dos trechos iniciais das Av. Tancredo Neves e João XXIII
impedem uma melhor estruturação da malha viária municipal, na região considerada.

Portanto, a implantação do sistema viário, na vila São José, numa extensão de 3,15 km,
facilitará a ligação viária do vetor norte, da região noroeste e de Contagem com o centro de
Belo Horizonte, e permitirá:

• Melhorar as condições de operacionalidade da transposição do Anel Rodoviário;


• Dotar a região Noroeste de mais uma alternativa de tráfego. A articulação da Av. Pedro II
com a Av. João Paulo I e ruas de circulação local beneficiará os bairros Inconfidência,
Coqueiros, São Sebastião, Patrocínio, Glória e os conjuntos Alípio de Melo, Itacolomi e
Celso Machado. Atualmente é utilizado o acesso através das avenidas Abílio Machado e
Ivaí, vias estas estranguladas na interseção com o Anel Rodoviário, e do sistema coletor
dos bairros Padre Eustáquio e Carlos Prates através das ruas Pará de Minas, Padre
Eustáquio e Três Pontas, vias com grandes restrições ao tráfego devido a suas larguras
reduzidas;
• Consolidar o corredor da Av. Pedro lI. A articulação desta via com as vias estruturantes
da região da Bacia da Pampulha - Avenidas Presidente Tancredo Neves, Heráclito
Mourão de Miranda e Atlântida - Contribuirá para um melhor aproveitamento da
infra-estrutura instalada, constituindo alternativa ao tráfego que, atualmente, utiliza a Av.
Presidente Carlos Luz e a Rua Conceição do Mato Dentro;
• Viabilizar a implantação de mais um segmento da via denominada 210;
• Viabilizar a implantação do projeto BHBUS (Programa de reestruturação do transporte
coletivo de Belo Horizonte) no eixo da Av. Pedro lI. Este projeto, ora em fase de
implantação, prevê a criação de uma linha troncal de transporte, de média capacidade,
integrando diretamente as linhas de coletivos que servem à região, através de terminais
de integração, à Área Central de Belo Horizonte.

172
PROGRAMA BH VILAS URBANIZADAS PREFEITURA BH

5.1.2.5.2 Implantação do Sistema Viário


A concepção do projeto viário está condicionada à topografia local e ao aproveitamento do
segmento da Av. Pedro II, já implantado.

A intervenção na vila São José prevê a canalização do córrego São José, em galeria celular
de concreto, com a implantação de vias sobre o mesmo, contemplando a implantação de
trechos das Avenidas Pedro II, João XXIII e Tancredo Neves, na área onde atualmente
encontra-se a vila São José. As obras previstas pelo projeto são (Ver Figura 5.10):

A) Implantação da Avenida Pedro II entre o Anel Rodoviário e a interseção das Avenidas


Pedro II, Tancredo Neves e João XXIII;
B) Implantação da Avenida João XXIII, entre a interseção das Avenidas Pedro II, Tancredo
Neves e João XXIII e a Avenida João Paulo I (1ªparte do trecho em execução);
C) Alargamento e complementação da Avenida Presidente Tancredo Neves, entre as
Avenidas João XXIII e a Avenida dos Engenheiros;
D) A Av. Pedro II enquadra-se como um dos mais importantes eixos de ligação da Área
Central com as regiões Nordeste, Pampulha e Ceasa, conforme o Plano Municipal de
Classificação Viária de Belo Horizonte.

IMPLANTAÇÃO DO
PROJETO VIÁRIO
Figura 5.10: Sistema Viário Proposto

Por outro lado, tem-se discutido na etapa de preparação do Programa, novas alternativas de
interseções entre a vias a serem implantadas, bem como com o Anel Rodoviário. Essas

173
PROGRAMA BH VILAS URBANIZADAS PREFEITURA BH

alternativas, depois de estudadas, poderão tornar o sistema viário mais eficiente, bem como
reduzir o número de famílias reassentadas, o que implicaria diretamente no custo das
intervenções.

Portanto, em etapa posterior, deverão ser analisadas essas alternativas de forma mais
detalhada, para que o Projeto Executivo seja revisado levando em consideração a
implantação do canal a céu aberto e as alternativas mais viáveis em termos técnicos,
econômicos, ambientais e sociais.

Alguns croquis dessas alternativas já foram desenvolvidos em parceria com os consultores


do Banco Mundial. Os mesmos estão apresentados no Item 5.1.7.

174
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5.1.2.5.3 Descrição do Projeto Viário Existente (Projeto Executivo)

Av. Pedro II
Este trecho inicia-se na interseção da Av. Pedro II com Av. Tancredo neves e termina na
interseção da Av. Pedro II, com rua Henrique Corceix, correspondendo a um total de 1.907,7
metros de extensão. Como as intervenções são diferenciadas ao longo do trecho, três
segmentos foram determinados para melhor compreensão:

Primeiro Segmento Entre a Avenida Presidente Tancredo Neves (Est.143+1.63) e


a BR 262(Est. 109+14.36) – 667.27 metros de extensão deste segmento
desenvolvem-se por um vale íngreme, sendo que a plataforma projetada tem 50,00
m de largura, com duas pistas de rolamento de 11,00 m, passeios de 6,00 m e
canteiro central de 16,00 m.

Segundo Segmento Entre a BR 262 (Est. 109 +14.36) e a rua Narciso Coelho
(Est. 86 + 18.71 Pedro II = Est. 0+0.00 alargamento), numa extensão de 455.65
metros. Tendo em vista que a Avenida Pedro II já se encontra com duas pistas de
rolamento com 10,50 m de largura, passeios laterais com 6,00 m e canteiro central
com largura variável entre 18 a 27 m, não estão previstas alterações viárias nesse
segmento. Será necessário apenas o rebaixamento do terreno, exatamente abaixo
do viaduto da BR 262, adequando-o para a interligação com o primeiro segmento.

Terceiro Segmento Entre as ruas Narciso Coelho (Est. 86+18.71 Pedro II = Est.
0+0.00 alargamento) e Henrique Gorceix (Est. 39+ 4.81) – Este segmento será
objeto de obras para alargamento da plataforma existente, em uma extensão de
784,81 metros. Será implantada uma pista de rolamento com 10,50 m de largura, à
direita da já existente(sentido bairro /centro), passando a plataforma a contar com
duas pistas de rolamento de 10,50 m, canteiro central de 1,00 m e passeios com
6,00 m, num total de 34,00 m de largura.

Avenida Presidente Tancredo Neves


O trecho inicia-se na interseção com Avenida dos Engenheiros (Est. 151 + 0.00) e termina
na interseção com Av. Pedro II (Est. 194+ 1.76 Tancredo Neves = Est. 143+1.63 Pedro II),
numa extensão de 861.76 metros, podendo ser dividido em dois segmentos:

Primeiro Segmento: Entre a Avenida dos Engenheiros (Est. 151 + 0.00) e a rua Flor
da Cachoeira (Est. 175+0.00), numa extensão de 480 metros. A plataforma projetada
é de 50,00 m, sendo constituída por duas pistas de rolamento de 11,00 m, passeios
laterais com 6,00 m e canteiros central com 16,00 m. Para implantação desta
plataforma será executada um alargamento à direita da via existente (sentido
bairro/centro), hoje com uma pista de 11,00 m e passeio de 6,00m, possibilitando
assim uma continuidade uniforme da plataforma do trecho anterior da Av. Pedro II;

Segundo Segmento: Entre a rua Flor da Cachoeira (Est. 175+0,00) e Av. Pedro II
(Est. 194+ 176 Tancredo Neves = Est. 143+ 1,63 Pedro II), numa extensão de
381,76 metros. Será implantada a avenida com duas pistas de rolamento de 11 m,
passeios de 6 m e canteiro central de 16 m, numa plataforma total de 50 m de
largura.

175
PROGRAMA BH VILAS URBANIZADAS PREFEITURA BH

Av. João XXIII


A Avenida João XXIII receberá tratamento entre a Av. Presidente Tancredo Neves (Est.
143+ 1,63) e a Av. João Paulo I (Est. 194+ 16.72), numa extensão de 1.035,09 m.

No início deste trecho, entre as estacas 154 a 159, foi projetada uma transição linear da
plataforma de 50,00 para 31,00 m de largura, que passará a contar com duas pistas de
rolamento de 10,50 m, canteiro central de 4,00 m e passeios de 3,00m.

Interseções

As duas interseções consideradas são:

a) Avenida Pedro II com a BR 262 (Anel Rodoviário) – Esta interseção, na altura da


estaca 101, será tratada em desnível, recebendo as alças necessárias para todos os
movimentos de acesso ao Anel Rodoviário e à Pedro II. Os ramos semi-direitos
(externos) foram ligados às marginais existentes, possibilitando tanto sua continuidade
como acesso às áreas lindeiras e vias transversais. Para viabilizar esses acessos, serão
construídos dois novos viadutos nas marginais do anel, um em cada lado do viaduto já
existente, com comprimento total de 170 m e plataforma de 12,50 m, cuja infra –
estrutura será em estaca metálica, tipo trilho triplo, num total de 1.920 m. Estas obras de
arte consumirão aproximadamente 244 toneladas de aço e 1.600 m3 de concreto
estrutural. O greide projetado para a Avenida Pedro II nesta interseção foi rebaixada,
com o objetivo de minimizar o volume de terraplenagem do aterro subseqüente.

Para acesso ao bairro Jardim Montanhês foi projetada uma trincheira na Rua Flor das
Pedras com extensão de 55 m e altura livre de 5,00 m e, para saída, uma passagem
sobre o Ramo F da interseção, a partir da Rua Flor das Cobras. Para possibilitar o
acesso às propriedades e edificações na Rua Flor das Pedras, junto ao trecho da
trincheira, foi projetada uma via de interligação das Ruas Silva Rezende e Flor das
Pedras.

No Ramo H da interseção foi executado projeto de muro de arrimo para contenção de


aterro, no sistema “Batcon“ muro em solo grampeado – com extensão aproximado de
155,00 m e altura variável de 0 a 13,00 m, e área = 580 m². O mesmo sistema foi
projetado para o ramo F, porém para contenção de corte, numa área = 288 m².

b) Avenida Pedro II com Avenida João XXIII – Esta interseção, na altura da estaca 143,
receberá tratamento em nível, através de uma grande rotatória que garantirá todos os
movimentos possíveis. Para o controle da travessia da Avenida Pedro II está prevista a
implantação de semáforos. Logo abaixo do ramo G, será implantada a continuação da
Rua da Flagelação até a Rua da Crucificação que, devido à significativa diferença de
nível, não terá acesso à Avenida João XXIII. Neste local foi realizada numa detalhada
inspeção geológica de campo, devido aos aterros de alturas significativas, não sendo
constatada evidência de problemas para a fundação dos mesmos.

176
PROGRAMA BH VILAS URBANIZADAS PREFEITURA BH

INSERIR MAPA 18- IMPLANTAÇÃO DO SISTEMA VIÁRIO- São José

177
PROGRAMA BH VILAS URBANIZADAS PREFEITURA BH

5.1.2.6 Etapas Já Realizadas ou em Andamento - Vila São José

A Prefeitura de Belo Horizonte investiu R$ 1,4 milhões em serviços de engenharia no trecho


compreendido entre as ruas Narciso Coelho (Estaca 86+18,71 Pedro II = Estaca 0 + 0,00
alargamento) e Henrique Gorceix (Estaca 39 + 4,81). Neste segmento o objeto das obras foi
o alargamento da plataforma existente, em uma extensão de 784,81 metros.

Foi implantada uma pista de rolamento com 10,50 m de largura, à direita da já existente
(sentido bairro/centro), passando a plataforma a contar com duas pistas de rolamento de
10,50m, do canteiro central de 1,00m e passeios com 6,00m, num total de 34,00m de
largura. Na quadra 115 do Bairro Manacás – área destinada à construção de unidades
habitacionais para o reassentamento de famílias da Vila São José – foram investidos R$ 8,5
milhões em obras de infra-estrutura viária, ao longo de aproximadamente 300 metros de
vias, e na edificação de 13 prédios (Ver Figuras 5.11 e 5.12), totalizando 208 unidades
habitacionais

Figura 5.11: Perspectiva da ocupação dos 13 edifícios

Figura 5.12: Localização da Quadra 115 onde foram construídos os 13 edifícios

178
PROGRAMA BH VILAS URBANIZADAS PREFEITURA BH

A Figura 5.13 apresenta a construção das unidades habitacionais e a Figuras 5.14


apresenta a obra concluída.

Figuras 5.13: Construção dos 13 Prédios

Vila
São José

Figuras 5.14: Unidades Habitacionais construídas para o reassentamento

179
PROGRAMA BH VILAS URBANIZADAS PREFEITURA BH

5.1.3 COMPONENTE: APOIO À GESTÃO INTEGRADA DE PROJETOS


ESTRUTURANTES

Os programas estruturantes da PBH, apesar de serem distintos e com intervenções bem


definidas, algumas vezes se sobrepõem e interagem entre si.

Através deste sub-componente pretende-se implantar uma unidade de coordenação e


integração dos Programas Estruturantes da Prefeitura Municipal de Belo Horizonte, para
fazer frente ao contexto de iteração no qual os programas se inserem, através da
consolidação de práticas de planejamento e gerência de projetos, buscando obter resultados
alinhados com as demandas da prefeitura e dos cidadãos.

Prevê-se a criação de câmaras de planejamento que serão instâncias para a integração dos
projetos, bem como irão permitir o acompanhamento e controle dos projetos. Deste modo,
espera-se obter maior visibilidade dos programas estruturantes e de suas ações
empreendidas, propiciando um planejamento integrado mais dinâmico.

5.1.3.1 Melhoria da Capacidade de Planejamento, Monitoramento e


Fiscalização das ZEIS e Áreas de Risco

Este componente consiste de um conjunto de ações que visam a contribuir para que os
órgãos da Prefeitura Municipal de Belo Horizonte, com atribuições diretas no campo de ação
do Programa Vilas Urbanizadas, em especial a URBEL-Companhia Urbanizadora de Belo
Horizonte, exerça, com ainda maior eficiência e eficácia, as funções que lhe são próprias.

Incluirá, portanto, esforços no sentido de ampliar a capacitação de pessoal em diversas


áreas temáticas de interesse do Programa, modernização operacional, reforço da
capacidade de fiscalização ambiental da Prefeitura e a realização de estudos específicos.

A seguir são listadas as ações que serão implementadas:


• Implantação de Sistema de Informações Geográficas (SIG) para o monitoramento e
fiscalização das ZEIS e áreas de risco de Belo Horizonte;
• Capacitação técnica da equipe da URBEL;
• Potencialização das ações do CREAR
• Educação Ambiental

5.1.3.1.1 Implantação de Sistema de Informações Geográficas (SIG)


Conforme mencionado a URBEL está realizando a atualização do diagnóstico de áreas de
risco nas áreas de vilas, favelas e conjuntos favelizados de Belo Horizonte. Este diagnóstico
tem como principal objetivo servir como instrumento de planejamento urbano, além de
reconhecer a situação de risco geológico, suas gradações e processos geodinâmicos
atuantes, contabilizando as moradias em risco alto e muito alto. No entanto, as situações de
risco geológico e a evolução da ocupação das ZEIS são muito dinâmicos, sendo necessária
uma constante atualização dos processos de ocupação nestas áreas.

O Programa BH Vilas Urbanizadas prevê a implantação de um SIG (Sistema de Informações


Geográficas) ou GIS (Geographic Information System) para o planejamento, monitoramento
e a fiscalização das ZEIS e áreas de risco. O mapeamento das áreas de risco, bem como

180
PROGRAMA BH VILAS URBANIZADAS PREFEITURA BH

sua atualização é fundamental para que a prefeitura execute ações preventivas de infra-
estrutura, visando evitar a ocorrência de problemas. A análise de risco irá localizar,
diagnosticar, hierarquizar e mapear as situações de risco geológico, além de ser subsídio
básico para a definição de medidas de prevenção de acidentes.

Os Sistemas de Informações Geográficas (SIG) fazem parte de um leque de tecnologias


mais amplo denominado Geoprocessamento, que reúne numerosos recursos para a coleta,
o processamento e a análise de informações cuja localização geográfica seja uma
característica inerente.

Particularmente, na área ambiental, a expressiva difusão da tenologia dos SIG deve-se à


estimativa de que cerca de 85 a 90% das informações envolvidas nas atividades de
avaliação e diagnóstico ambiental possuem expressão fortemente geográfica, requerendo,
portanto tratamento e análise espacial. Como o processo de avaliação das áreas de risco
manuseia essencialmente este tipo de informação, o uso de um SIG pode contribuir
significativamente para o monitoramento e a fiscalização nas áreas de risco.

O SIG, a ser implantado, envolverá a coleta, análise e manipulação de diferentes


informações tais como: solos, geotecnia, clima, vegetação, uso atual do solo, números sobre
a população. O grande número de variáveis, a natureza diversa e geralmente vinculada a
uma posição geográfica e os inter-relacionamentos complexos das variáveis que precisam
ser mensurados, dificultam sua integração pelos métodos convencionais, elevando o tempo
necessário para sua análise e obtenção dos resultados esperados. Neste contexto, a
tecnologia dos Sistemas de Informação Geográfica (SIG) emerge como ferramenta de
elevado potencial para auxiliar os processos planejamento, monitoramento e fiscalização
das ZEIS e áreas de risco.

A seguir são listados alguns benefícios específicos relacionados com a implantação do SIG:

• A digitalização da base cadastral fornece uma base única e adequada para abranger
os aspectos urbanos.
• Proporciona facilidades para a atualização dos dados.
• Facilita o acesso dos usuários às informações que sejam de seu interesse.
• Produção de mapas em papel, com o mesmo nível de atualização e confiabilidade da
base digital, de qualquer área, em qualquer escala e com a combinação desejada de
níveis de informação.
• Dados podem ser mais facilmente combinados, possibilitando consultas complexas
de forma rápida. Estas consultas podem respaldar decisões e subsidiar os projetos a
serem desenvolvidos.
• Permite que os dados possam ser rapidamente agregados segundo o critério
espacial.
• As tarefas que se baseiam no SIG terão um alto grau de automatização, resultando
em maior rapidez, precisão e confiabilidade dos procedimentos.
• Integra, pelo critério espacial, os dados gerados em cada setor, contribuindo para um
aproveitamento maior dos mesmos.

181
PROGRAMA BH VILAS URBANIZADAS PREFEITURA BH

5.1.3.1.2 Capacitação técnica da URBEL


Um fator importante para o sucesso do SIG é a montagem de uma equipe multidisciplinar
para gerenciamento do sistema.

Um dos maiores fatores de dificuldade na utilização de Geoprocessamento por profissionais


envolvidos com administração ou planejamento vem do desconhecimento das possibilidades
oferecidas por essas tecnologias para atividades de planejamento e gestão do espaço, tais
como análise espacial, simulações de ambientes, comunicação e apresentação, modelagem
cartográfica, apoio a decisão, entre outras. Falta de capacitação técnica é outro obstáculo,
diretamente associado ao anterior. É importante levar conhecimento tecnológico para os
usuários, não só para a equipe que venha a ser responsável por suporte e manutenção,
mas para formar uma cultura de Geoprocessamento nas organizações. Esse conhecimento
deve ser introduzido antes da implantação de sistemas e não depois da aquisição de
hardware e software, pois desse modo os usuários podem participar do projeto do sistema,
fase crucial no processo de implantação de tecnologias de Geoprocessamento.

5.1.3.1.3 Potencialização das ações do CREAR e NUDEC


Atualmente, dada a carência de mecanismos de fiscalização nas áreas de risco e a urgência
da implementação de ações de controle urbano, a PBH vem adotando medidas nessa
direção, através da capacitação e consolidação dos NUDEC’s - que exercem uma
fiscalização preventiva e se apropriam do conhecimento das áreas que não são
consideradas edificantes, e CREAR – que, pelo trabalho sistemático e área de abrangência
definida, passam a coibir algumas ocupações. Tanto a Vila São José como o Taquaril
possuem CREAR.

O Programa BH Vilas Urbanizadas deverá potencializar as ações destes centros, de


maneira a otimizar a fiscalização das áreas de risco no conjunto Taquaril e na vila São José.

O programa de Arquitetura e Engenharia Pública que está sendo implementado nas áreas
de vilas e favelas pela PBH, em parceria com Instituições de Ensino, também irá contribuir
neste sentido, uma vez que oferece a oportunidade à esta população de acessar os serviços
de projetos de arquitetura e engenharia, permitindo uma ação pró-ativa no processo de auto
construção e orientação para a ocupação adequada de áreas predispostas ao risco
geológico.

5.1.3.2 Fortalecimento das Políticas Pós-Morar e Pós-Regularizar

5.1.3.2.1 Política de Pós- Morar


No âmbito da política habitacional, quando se trabalha o processo de assentamento ou de
reassentamento de famílias de baixa renda através da produção de unidades habitacionais,
é de extrema importância incorporar a preocupação com a sustentabilidade física, social e
econômica dos empreendimentos, sob pena de comprometer seriamente o cumprimento de
seus objetivos. Tal preocupação implica na adoção de determinados procedimentos e
critérios desde os primeiros passos do processo de produção até o estágio que comumente
é denominado pós-morar, correspondente ao período que se inicia com a ocupação das
unidades habitacionais pelas famílias beneficiárias.

É essencial para a compreensão da importância do acompanhamento pós-morar


caracterizar o público que é atendido nos programas da política municipal de habitação.
Trata-se de famílias, em sua grande maioria, com renda mensal inferior a três salários
mínimos de baixíssimo nível cultural e extremamente dependentes dos serviços públicos.

182
PROGRAMA BH VILAS URBANIZADAS PREFEITURA BH

Para viabilizar a implantação dos novos empreendimentos habitacionais em terrenos


adequados, e por esse motivo mais valorizados, vem se utilizando nos assentamentos
produzidos através da Política Municipal de Habitação a tipologia de condomínios verticais
ou horizontais, que permitem um maior adensamento e viabilizam a diminuição dos custos
por família referentes a aquisição e urbanização da área. Sendo assim, um dos maiores
desafios que surge no pós-morar é o da gestão condominial. As famílias têm que ser
preparadas para que consigam se organizar em condomínio e enfrentar com o mínimo de
sucesso problemas cotidianos referentes a conservação de prédios e espaços coletivos,
convivência entre vizinhos, pagamento de despesas comuns etc. Atualmente esse trabalho
já é feito e tem início a discussão dos conceitos básicos da vida condominial, passa pelo
apoio à constituição formal do condomínio e se estende com o monitoramento.

É possível surgirem problemas, seja nas edificações ou nas áreas livres coletivas,
relacionados com falhas de execução na etapa de obras, uso inadequado por parte dos
moradores ou mesmo desgaste normal decorrente da ação do tempo. Para evitar o
comprometimento irreversível de suas condições de qualidade e conservação, a PBH
promove o monitoramento técnico sistemático e o tratamento adequado dos problemas
surgidos através de obras e ações de manutenção, sempre apurando responsabilidades e
trabalhando em parcerias, quando for o caso.

A descaracterização dos imóveis constitui outra grande preocupação no trabalho de


acompanhamento pós-morar, podendo acontecer em menor ou maior grau dependendo do
investimento realizado na preparação das famílias durante o período anterior ao
assentamento.

A participação efetiva das famílias na discussão do projeto, por exemplo, contribui para
evitar esse problema já que favorece uma melhor apropriação das soluções espaciais e
construtivas previstas por parte das famílias. Os casos mais comuns de descaracterização
referem-se à construção de “puxados” não previstos no projeto original, instalação de
atividades irregulares ou ocupação de logradouros e espaços de uso coletivo. Os técnicos
da URBEL/SMHAB fazem um trabalho educativo, de caráter preventivo, alertando os
moradores para as conseqüências negativas da descaracterização. Além disso, são feitas
vistorias sistemáticas para acompanhamento da situação. Em casos mais graves, quando
se esgotam as possibilidades de negociação, é necessária a atuação da fiscalização através
das SCOMGER, responsáveis em última instância por esse serviço.

Além dos possíveis transtornos já citados a população beneficiária lida com outros tipos de
dificuldades, cujo enfrentamento pode ser apoiado pelo trabalho de acompanhamento pós-
morar. A ocupação da nova moradia implica em novos compromissos financeiros, obrigando
as famílias por vezes a reforçar sua renda mensal. Entre esses encargos podem estar, por
exemplo, despesas referentes à mudança, gastos com acabamento da unidade residencial
de destino, taxa de administração de condomínio, taxas referentes a serviços de
saneamento e fornecimento de energia elétrica e, quando for o caso, prestação de
financiamento.

Na maior parte dos casos, conclui-se que só uma presença forte do poder público, quer seja
exercendo o poder de polícia, quer seja promovendo ações no âmbito das políticas sociais,
pode efetivamente oferecer uma possibilidade de saída dos impasses.

183
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5.1.3.2.2 Política de Pós- Regularizar


As intervenções de regularização fundiária somente serão sustentáveis se forem
devidamente acompanhadas e monitoradas pelo Poder Público. O fracasso de muitas
intervenções no Brasil deveu-se ao abandono das comunidades após a regularização
fundiária.

Para superar essa prática, a política de Pós-Regularizar deve procurar antecipar os


impactos urbanos e sociais pós-regularização e estabelecer uma estratégia em relação a
eles. Em função do fato de que parte das estratégias e procedimentos para avançar o
acesso aos serviços e à cidade como um todo se faz notadamente pelo mercado, este
último tende a ser afetado pelos programas de regularização fundiária.

A regularização pode retirar os lotes e unidades habitacionais do mercado informal e inseri-


los no mercado imobiliário formal. Se isso ocorrer sem maiores proteções, a população do
assentamento pode ser expulsa pela própria ação do mercado. E as famílias desalojadas
vão produzir irregularidade em outros sítios do território.

No caso dos reassentados da Vila São José, para garantia de que os imóveis atenderão os
objetivos da Política Municipal de Habitação, especialmente no que diz respeito à
priorização de atendimento das famílias de baixa renda, é necessário, além do
acompanhamento social visando a inserção sócio-econômica da população beneficiária, o
monitoramento constante da situação de ocupação das unidades residenciais. Para isso, a
PBH promove o controle sistemático das transferências oficiais de unidades habitacionais de
uma família para outra, quando autorizadas, assim como dos casos de transferências
irregulares, abandono, invasão ou troca de imóveis. Em casos extremos, o trabalho resulta
na atuação da PBH com apoio policial ou através de ações judiciais para ser reintegrada na
posse dos imóveis ocupados irregularmente.

Já no caso do Conjunto Taquaril, apesar de não ter sido realizado nenhum estudo específico
no âmbito municipal para verificar a efetividade da aplicação de dispositivos previstos na Lei
8137/00- capítulo IV (atualização da Lei do Profavela), existem evidências claras de que o
zoneamento (Zona de Especial Interesse Social), o lote padrão, os procedimentos previstos
para exclusão de áreas das ZEIS (alguns artigos e Anexo XIII), vêm contribuindo para que
mudanças significativas (tanto de ocupação/uso como do perfil da população local) não
aconteçam, mesmo reconhecendo as dificuldades de controle por parte das autoridades
locais.

Mesmo considerando-se o exposto acima, é essencial o monitoramento constante por parte


do poder público.

184
PROGRAMA BH VILAS URBANIZADAS PREFEITURA BH

5.1.3.3 Gestão do Programa

5.1.3.3.1 Gerenciamento da Preparação do Projeto


A coordenação e a supervisão da elaboração do Programa Vilas Urbanizadas estarão a
cargo da Unidade de Preparação do Projeto - UPP, a ser formalmente criada pela Prefeitura
Municipal de Belo Horizonte.

A UPP estará composta por representantes dos diversos órgãos municipais envolvidos na
preparação do Programa e será conformada por uma Coordenação Geral e uma Supervisão
para cada uma das áreas correspondentes aos temas contemplados na proposta do Projeto.
A Unidade contará com o apoio de consultoria para desenvolvimento de suas atividades.

A UPP atuará como interlocutora junto ao Banco Mundial e órgãos municipais, estaduais e
federais envolvidos ou intervenientes na preparação do projeto.

A par de dedicar-se às atividades típicas da coordenação da preparação de um projeto de


desenvolvimento a ser parcialmente financiado com recursos de organismo internacional
(notadamente a elaboração dos projetos técnicos de engenharia, estudos de viabilidade
econômica e financeira e de impactos ambientais e outros estudos e documentos requeridos
pelo agente financiador), a UPP também terá como atribuição a “preparação da execução
do projeto”.

Entende-se por esta última expressão, a adoção, de forma tempestiva, de todas as


providências que assegurem prevenir-se ou minimizar-se, quanto possível, a ocorrência de
fatos que atrasem ou dificultem a execução do projeto.

Incluem-se entre essas medidas pelo menos as seguintes:


A) preparação e aprovação dos procedimentos (termos de referência, minutas contratuais
etc) para a contratação de consultorias e serviços técnicos especializados destinados a:
B) elaboração de estudos relacionados aos diversos componentes do Projeto;
C) elaboração de minutas de documentação técnica usualmente exigida como condição
prévia ao primeiro desembolso ou condição de efetividade do contrato;
D) preparação de minutas de editais para aquisição de bens e realização de obras;6
E) preparação da proposta de plano operativo anual para o primeiro ano de execução do
Projeto;
F) preparação da proposta orçamentária para o primeiro ano de execução do Projeto, a ser
encaminhada aos órgãos competentes;
G) adoção de todas as providências para que se cumpram, em tempo hábil, as condições
de assinatura do contrato de empréstimo e as condições prévias para o primeiro
desembolso dos recursos do financiamento do Banco Mundial;
H) obtenção de licenças ambientais.

6
Quando possível, poder-se-ão realizar “licitações condicionadas”, vale dizer, que somente serão
efetivadas uma vez celebrado o acordo de empréstimo. Caso seja adotado esse procedimento, esse
caráter da licitação estará indicado no edital respectivo. Medida dessa natureza pode contribuir, na
prática, para antecipar o início da execução das ações do projeto.

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PROGRAMA BH VILAS URBANIZADAS PREFEITURA BH

A UPP realizará amplo esforço para identificar outros fatores-chave que possam retardar ou
dificultar a execução do projeto e sugerirá as providências cabíveis em tempo hábil.

Concluída a elaboração do projeto e a preparação de sua execução, nos termos acima


expostos, a UPP se converterá em uma Unidade de Gerenciamento do Projeto - UGP,
conforme abaixo detalhado.

5.1.3.3.2 Gerenciamento, Supervisão, Monitoramento e Avaliação da Execução


do Programa
O Projeto será executado pela Prefeitura Municipal de Belo Horizonte, por meio de uma
Unidade de Gerenciamento do Projeto – UGP, cuja estrutura, composição e vinculação
institucional serão definidas com base no estabelecido para a Unidade de Preparação do
Projeto – UPP.

A UGP executará o Projeto com o apoio de uma Empresa Gerenciadora – EG e contará


também com o suporte de todos os órgãos do poder executivo municipal afetos às questões
do campo de ação imediato do Projeto.

Constituirão responsabilidades da UGP, entre outras, as seguintes:

A) Abertura de contas bancárias para movimento dos recursos do Projeto;


B) Apresentação, ao organismo financiador, de pedido de desembolsos, comprovações de
gastos e de prestações de conta do Projeto;
C) Manutenção de sistemas adequados para a administração das contratações efetuadas
à conta do Projeto, o registro contábil e financeiro das transações do Projeto (com apoio
da Empresa Gerenciadora);
D) Preparação e apresentação das informações de ordem financeira do Projeto.
E) Cumprirá, ainda, à UGP, com o apoio da Empresa Gerenciadora – EG, as seguintes
atividades operacionais:
F) Preparar e acompanhar os processos de licitação e de contratação dos estudos e de
assistência técnica;
G) Acompanhar os processos de licitação das obras, equipamentos e serviços para o
Projeto;
H) Supervisionar a execução do Projeto;
I) Desenvolver e implantar os instrumentos e procedimentos operacionais do Projeto
(incluindo os relativos às solicitações de desembolso, comprovações de gastos e
prestações de contas, acompanhamento físico e financeiro, avaliações de execução,
contabilidade do Projeto etc);
J) Conceber, implantar e operar um sistema de informações gerenciais para o suporte ao
acompanhamento físico e financeiro do Projeto;
K) Supervisionar o desenvolvimento de estudos específicos e de avaliações do Projeto;
L) Elaborar as normas e procedimentos para catalogar e arquivar os documentos técnicos,
administrativos e financeiros do Projeto.

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5.1.4 COMPATIBILIDADE ENTRE AÇÕES DO PROGRAMA E OUTRAS


PLANEJADAS NO ÂMBITO DO MUNICÍPIO

5.1.4.1 Plano Diretor de Drenagem Urbana de Belo Horizonte – PDDU/BH

O Plano Diretor de Drenagem Urbana de Belo Horizonte é um instrumento de planejamento


para o serviço de drenagem pluvial, prestado pela municipalidade à cidade. Portanto, orienta
a Política Municipal de Controle das Enchentes em todos os seus aspectos.

A principal característica do PDD é a sua integração com as diversas ocorrências


urbanísticas, como o planejamento da ocupação urbana, o uso do solo, a poluição das
águas, o serviço de coleta de resíduos sólidos, a geologia, a geotecnia, a morfologia, a
pedologia, enfim todos os fatores que de alguma forma interferem em algum dos
componentes do ciclo hidrológico da cidade. Os aspectos relativos à saúde pública também
são relevantes para a orientação dos estudos.

5.1.4.1.1 Componentes
A área de abrangência do PDDU foi composta pelos cursos d’água existentes no município
de Belo Horizonte, distribuídos nas bacias do Ribeirão Arrudas, Ribeirão da Onça, Ribeirão
do Isidoro e afluentes diretos do Rio das Velhas. O PDDU foi concebido para ser implantado
em 4 fases, onde a primeira consiste em:
• Diagnóstico do sistema existente, por bacia hidrográfica;
• Cadastro de macro e micro drenagem;
• Implantação de Sistema de Informações Geográficas para a drenagem urbana.
Em linhas gerais, as fases subseqüentes devem conceber:
• Campanhas de qualidade das águas e medição pluviométrica;
• Estudos para a gestão do sistema de drenagem, com modelagem específica;
• Campanhas de controle de poluição dos corpos d’água;
• Plano de execução de obras;
• Estudos para a operação otimizada do sistema, com programa de alerta contra
inundações.

5.1.4.1.2 Estágio Atual


Na primeira fase do PDDU, concluída em janeiro de 2001, realizou-se o levantamento físico
do sistema de drenagem existente e promoveu-se a coleta de dados básicos sobre as
ocorrências urbanísticas que interferem com a drenagem. Além das redes tubulares que
integram o sistema de microdrenagem, todos os canais revestidos do sistema de
macrodrenagem foram vistoriados e devidamente cadastrados em suas características
geométricas e estruturais, enquanto 21% dos canais em leito natural, mereceram esta
abordagem. Deste modo, ma primeira fase do PDDU foram obtidos os seguintes produtos:
- Cadastro da microdrenagem;
- Cadastro da macrodrenagem;
- Caracterização das bacias hidrográficas;
- Caracterização da estabilidade estrutural das canalizações existentes;
- Implantação do Sistema de Informações Geográficas para o sistema de drenagem
(SIG-Drenagem);

187
PROGRAMA BH VILAS URBANIZADAS PREFEITURA BH

O sistema de macrodrenagem abrange cerca de 300 km de extensão, assim distribuídos:


- 139,6 km de canais fechados
- 39,2 km de canais revestidos abertos;
- 135,0 km de canais em leito natural;

188
PROGRAMA BH VILAS URBANIZADAS PREFEITURA BH

5.1.4.2 Programa de Recuperação Ambiental e Saneamento dos Fundos de


Vale e dos Córregos em Leito Natural - DRENURBS

Na seqüência do Plano Diretor de Drenagem, a Prefeitura tomou a decisão de implementar


ações de melhoramento ambiental, com ênfase na conservação de cursos d’água, que,
embora degradados pela poluição e pela invasão de suas margens, conservam-se em seus
leitos naturais.

Assim, O DRENURBS – Programa de Recuperação Ambiental e Saneamento dos Fundos


de Vale e dos Córregos em Leito Natural, conforme diretrizes do PDDU, tem como objetivo
promover a melhoria da qualidade de vida da população, através da valorização do meio
ambiente urbano, da integração dos fundos de vale ao cenário urbano, da despoluição dos
cursos d’ água, da redução dos riscos de inundação e do controle da produção de
sedimentos.

O objetivo precípuo do DRENURBS é a preservação das condições naturais dos córregos


da cidade, saneando-os e desocupando suas margens e as áreas de inundação.

A implementação do Programa DRENURBS pretende contribuir para a melhoria da


qualidade vida da população de Belo Horizonte, através da implantação de um conjunto de
intervenções na rede de drenagem urbana, cujo resultado, uma vez implementado o
programa, extrapola a simples solução de problemas hidráulicos atualmente existentes.

O processo não planejado de expansão urbana vem, ao longo do tempo, se caracterizando


pela ocupação de áreas inadequadas e, com isso, criando situações de risco, com graves
conseqüências para a população diretamente afetada. O abandono do partido urbanístico
adotado quando do projeto da cidade de Belo Horizonte, com preocupações nitidamente
sanitaristas, agravado pelo processo de crescimento acelerado, através do surgimento de
núcleos subnormais em áreas periféricas, comprometeu de forma irreversível os recursos
naturais existentes na região, sobretudo os recursos hídricos.

A concepção geral do Programa pretende contemplar um conjunto de aspectos que são


definidores da crise do sistema de drenagem de Belo Horizonte: o custo financeiro, o
funcionamento inadequado das canalizações da rede de macrodrenagem e o custo
ambiental. Canalizar cursos d’água em ambiente urbano tem sido a solução convencional
encontrada para conter enchentes e o despejo de resíduos, evitando o contato direto da
população com esse ambiente insalubre. Todavia, essa solução não tem se mostrado
satisfatória; em Belo Horizonte a canalização, além de ter suprimido as condições naturais
dos cursos d’água, induziu a ocupação das várzeas remanescentes, não conteve as
ocorrências de enchente em determinadas áreas da cidade e não conseguiu impedir a
ocupação irregular e de risco de suas margens.

A modificação dessa tendência tradicional, que isola as águas superficiais da paisagem


urbana e transfere para jusante os problemas de enchente, é uma premissa do Programa
DRENURBS, cuja concepção e objetivos a alcançar são descritos a seguir.

Englobando 73 córregos, que percorrem 140km dentro do município de Belo Horizonte e


atingem uma população de cerca de um milhão de pessoas, o DRENURBS é um dos mais
completos estudos já feitos no sentido de erradicar os problemas decorrentes da falta de
saneamento e das inundações, que transformam fundos de vale em áreas de risco e focos
de doenças e endemias. Foram selecionados cerca de 200km de cursos d’água existentes

189
PROGRAMA BH VILAS URBANIZADAS PREFEITURA BH

em 47 bacias hidrográficas. O horizonte de implantação do Programa, incluindo todos seus


serviços e obras, é de 15 anos, tendo sido estimado um custo global de US$300 milhões.

5.1.4.2.1 Componentes
Dentre os córregos e ribeirões existentes no Município, foram escolhidos para figurar no
Programa aqueles que reúnem as seguintes condições:
• Encontrar-se em seus leitos naturais;
• Percorrerem áreas de significativo adensamento habitacional.

Partindo das 94 bacias elementares caracterizadas no PDDU, o Programa DRENURBS


definiu inicialmente uma abrangência de trabalho que contemplaria 47 bacias, destacadas
em função de (i) densidade e tamanho da mancha urbana (ii) curso d’água principal
apresentar-se total ou parcialmente em leito natural, e (iii) impacto da degradação ambiental
no curso d’água principal.

47 Bacias do
DRENURBS

Figura 5.15: Aplicação das diretrizes do PDD em 47 bacias

190
PROGRAMA BH VILAS URBANIZADAS PREFEITURA BH

Figura 5.16: 47 Bacias Integrantes do DRENURBS

191
PROGRAMA BH VILAS URBANIZADAS PREFEITURA BH

A partir da necessidade de responder às questões anteriormente apontadas, atuando a


curto e médio prazo numa parcela do município, foram adotados 14 critérios de priorização
de bacias7. Os critérios receberam pesos diferenciados, em ordem decrescente, de acordo à
sua importância no contexto das soluções a apresentar e à sua relevância em termos do
benefício que as obras a eles associadas poderiam gerar.
A classificação resultante desses critérios apontou uma proposta de hierarquização
daquelas bacias a sofrerem intervenções, nos 4 anos de execução previstos para o
Programa DRENURBS a ser parcialmente financiado com recursos do Banco
Interamericano de Desenvolvimento-BID. A partir dessa pontuação, foram escolhidas 10
sub-bacias elementares que compõem o universo do Programa DRENURBS/BID, conforme
quadro a seguir (Ver Figura 4.42). A maior incidência de cada tipo de obra está destacada
na Tabela 5.12, por bacia contemplada no Programa DRENURBS.

Tabela 5.12: Incidência das obra nas 10 bacias priorizadas no Programa DRENURBS
Desapropriaçã
Esgotament Sistem Áreas de
Drenage Famílias o
o a Uso
Córrego m Afetadas e Aquisição
Sanitário Viário Social
(km) (n.º) de Áreas
(m) (m) (m2)
(m2)
Ribeirão Pampulha/
0,44 674 16 38.455 -.- 38.455
1o de Maio
Engenho Nogueira em
2,81 46 em elaboração
elaboração
Baleares 1,37 2.006 76 6.989 1.300 2.537
Terra Vermelha 4,97 6.763 49 200.000 6.815 2.200
Ribeirão do Onça/
2.94 2.284 1723 126.960 4.173 -.-
Gorduras
Bonsucesso 22,6 24.567 710 288.742 12.691 86.833
Maria Carmem
1,26 13.526 171 149.541 970 144.624
Valadares
Ribeirão do Onça/
Nossa Senhora da 0,99 1.242 169 6.526 1.000 46.526
Piedade
Nado em
10,96 2267 em elaboração
elaboração
Piteiras 0,65 2.457 128 2.100 810 -.-
Fonte: Programa DRENURBS - Memória Técnica Básica, Belo Horizonte, Julho de 2003.
(*) atendimento previsto pelo PROAS – Programa de Reassentamento em função de risco ou Obras
Públicas, Secretaria Municipal de Habitação.
(**) atendimento através da construção de conjuntos habitacionais, Secretaria Municipal de Habitação.
Obs: Os córregos em negrito constituem a amostra representativa do Programa DRENURBS/BID.

7
Critérios e pesos adotados – densidade populacional (1), custo/habitante (6), taxa de impermeabilização (1),
cobertura de esgotamento sanitário (3), índice de coleta de lixo (4), incidência de IPTU (2), ocorrência de
enchentes (6), ocorrência de erosões (3), doenças de veiculação hídrica (7), ocupação de talvegues (2), situação
ambiental (7), mobilização social (5), remoção e reassentamento (7), interferência com obras viárias previstas
(4).

192
PROGRAMA BH VILAS URBANIZADAS PREFEITURA BH

Figura 5.17: Bacias do DRENURBS selecionadas para a 1º Fase

193
PROGRAMA BH VILAS URBANIZADAS PREFEITURA BH

A aferição dos resultados do Programa DRENURBS orientará a implantação de fases


subseqüentes, através da correção derivada dos indicadores de desempenho ambiental e
social das intervenções previstas. Esses indicadores são parte dos programas ambientais e
sociais resultantes da avaliação de impacto ambiental que embasou o licenciamento prévio
das obras junto à Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Saneamento. Dessa forma,
serão utilizadas as lições aprendidas no processo para a melhoria da qualidade do
planejamento e execução das etapas posteriores.Para tornar o Programa viável, foi feita
uma subdivisão em etapas sucessivas, sendo que a primeira reúne 10 bacias.

Os componentes do Programa dividem-se em (1) obras de esgotamento sanitário,


drenagem e sistema viário, (2) remoção e reassentamento de população e (3) implantação
de áreas verdes e de uso público. Para tanto, também estão previstas ações de
desapropriação e compra de terrenos e benfeitorias.

Em vista das características e semelhanças das obras e intervenções previstas no


Programa, este se classifica como um programa de obras múltiplas, com intervenções de
saneamento e coleta de resíduos, drenagem, obras viárias, implantação de áreas de uso
público e ações de mobilização e educação ambiental incidindo simultaneamente em
praticamente todas as bacias escolhidas. A fim de compor a amostra representativa desse
universo de trabalho, foram escolhidos 3 bacias que representam cerca de 30% do conjunto
de obras e investimentos totais – Ribeirão Pampulha/1o de Maio, Córrego da Av. Baleares e
Córrego Bonsucesso.

Dentre as bacias da amostra representativa, o Córrego do Bonsucesso receberá boa parte


dos recursos dessa fase do Programa. As obras de drenagem de maior extensão ocorrerão
nas bacias dos Córregos Bonsucesso e Nado, muito embora a importância de cada
intervenção na drenagem não esteja associada, necessariamente, à sua extensão,
envolvendo obras de contenção de taludes, melhoria de calha, limpeza das margens, etc. O
incremento da rede de coleta e afastamento de esgotos sanitários também será maior na
bacia de Bonsucesso, além da bacia do Córrego Maria Carmo Valadares e Terra Vermelha,
onde também está prevista uma Estação Elevatória.

5.1.4.2.2 Estágio Atual


O DRENURBS, numa primeira etapa, está estruturado em 10 projetos de intervenção,
referentes a 10 bacias hidrográficas selecionadas dentre as 47 a serem recuperadas,
segundo o Plano Diretor de Drenagem do Município. As obras e ações desses projetos
foram definidas em função das especificidades e carências encontradas em cada uma das
bacias, prevendo-se a necessidade do remanejamento involuntário de moradores e
unidades de negócio.

5.1.4.2.3 Relação com o Programa Vilas Urbanizadas


Entre as 47 bacias elementares prioritárias do DRENURBS encontra-se a bacia elementar
do córrego Taquaril. No entanto, o conjunto Taquaril não está localizado na bacia elementar
do córrego Taquaril e sim na bacia elementar do córrego Olaria (Ver Figura 5.18), que por
sua vez não se encontra entre as 47 bacias prioritárias do DRENURBS.

194
PROGRAMA BH VILAS URBANIZADAS PREFEITURA BH

Conjunto
Taquaril

Bacia Olaria

DRENURBS
Bacia
Taquaril
Bacia
Taquaril

Figura 5.18: Localização do conjunto Taquaril na bacia elementar do córrego Olaria

Uma vez que o DRENURBS não prevê intervenções no conjunto Taquaril, reitera-se o
quanto é necessária a implantação do Programa BH Vilas Urbanizadas, no que se refere à
importante reestruturação da infra-estrutura urbana e ambiental que este Programa propõe
para o Taquaril.

195
PROGRAMA BH VILAS URBANIZADAS PREFEITURA BH

5.1.4.3 Programa de reestruturação e integração do sistema viário do


município de belo horizonte - VIURBS

A proposta do Programa de Reestruturação e Integração do Sistema Viário do Município de


Belo Horizonte -VIURBS é dotar o município de Belo Horizonte, tendo sempre presente o
espírito Metropolitano, de um sistema viário eficiente, composto de vias funcionais e
seguras, destinado a otimizar os níveis de serviço de toda a malha viária, sem prejuízo da
estrutura habitacional, ambiental ou dos locais de trabalho, cultura e lazer.

A estratégia e políticas para implantação do sistema buscam de modo particular:


• Minimizar custos de deslocamentos;
• Aumentar acessibilidade dos lugares urbanos;
• Preservar o meio-ambiente e a paisagem urbana;
• Utilizar o transporte como instrumento conformador da estrutura urbana;
• Privilegiar o transporte coletivo;
• Aplicar estrategicamente os recursos a serem disponibilizados, equilibrando oferta e
demanda, promovendo a economicidade de empenho dos modos.

A macro-análise da situação atual do sistema viário municipal, com vistas às diretrizes


propostas no Plano Diretor de Belo Horizonte-Lei 7166/96 e da Lei de Parcelamento, Uso e
Ocupação do Solo – LPOUS- Lei 7165/96, a avaliação criteriosa das competências descritas
nos Princípios Fundamentais, nas Disposições Gerais, nos Objetivos Estratégicos e nas
diretrizes de desenvolvimento urbano do Plano Diretor, objetivaram o planejamento do
VIURBS.

Através do VIURBS, o centro político-administrativo regional busca melhorar as condições


de vida metropolitana, considerando diversos fatores, inclusive um sistema viário
intermunicipal integrado para que o transporte coletivo não comprometa a fluidez do trânsito
e a prestação de serviços nas diversas áreas.

5.1.4.3.1 Componentes
O VIURBS prevê intervenções em 72 áreas do Município, sendo composto de 35
interseções viárias visando possibilitar integração de vias já implantadas com aquelas a
serem implantadas e propostas no programa, sendo o total de 66 obras viárias. Contempla
ainda seis áreas de revitalização urbanística, mobilizando recursos totais estimados em US$
440 milhões (quatrocentos e quarenta milhões de dólares).
As diretrizes propostas para atingir os objetivos do Programa são as seguintes:
• Implantar um sistema viário em acordo com a hierarquização proposta no Plano de
Classificação Viária do município no qual o "lay-out" de cada via seja pertinente ,às
características do uso do solo lindeiro, e compatível com a função que desempenha
dentro do sistema;
• Dotar o município de vias que promovam rotas de tráfego preferenciais não
radioconcêntricas, implantando ou complementando ligações transversais, buscando
evitar a passagem desnecessária dos usuários do sistema, pelo centro;
• Suprir equipamentos adequados e seguros para o atendimento entre as diversas áreas
urbanas durante o período de tráfego normal;
• Prover espaços seguros e agradáveis para o uso dos pedestres.

196
PROGRAMA BH VILAS URBANIZADAS PREFEITURA BH

Estas diretrizes se baseiam num enfoque hierárquico do sistema onde a especialização dos
canais pertinentes a cada nível de vias (ligações regionais, arteriais, coletoras e locais)
compõem diversos sub-sistemas articulados com funções de uso e nível de serviço definido.
Pretende-se desta forma alocar e dimensionar o sistema viário em função das demandas e
características de cada tipo de deslocamento, o torna-se economicamente desejável.

Busca-se ainda preservar as unidades ambientais dos efeitos danosos de uma circulação
indiscriminada, muitas vezes incompatível com sua capacidade ambiental. Claro está que se
pretende exercer controle sobre os efeitos do tráfego, melhorando as condições de
segurança, diminuindo a poluição sonora e atmosférica, com a conseqüente melhoria da
própria qualidade de vida destas áreas.

5.1.4.3.2 Estágio Atual


Tendo em vista que a política municipal de estruturação do sistema viário engloba não só a
implantação de novas vias como também a complementação de trechos existentes e o
tratamento de interseções, pode-se eleger aquelas consideradas prioritárias para a 1ª Fase
do VIURBS, considerando-se os seguintes pressupostos:
• Privilegiar propostas que venham conformar rotas alternativas ao sistema
radioconcêntrico e às ligações transversais existentes, seguindo as diretrizes do Plano
Diretor;
• Construir alternativas que minimizem o efeito negativo do tráfego externo de passagem
pela cidade;
• Propor vias que apresentem potencial de criação de desenvolvimento de processos de
desconcentração das atividades econômicas e de reforço de centros urbanos, no sentido
de reduzir as distâncias de deslocamentos e os tempos de viajem, com ganhos
expressivos para a qualidade de vida urbana;
• Propor vias que possibilitem novas ligações do transporte coletivo, assim como vias que
maximizem a utilização das estações previstas no BHBUS.

A Tabela 5.13 apresenta os empreendimentos de Reestruturação e Integração Viária da 1ª


Fase do VIURBS:

197
PROGRAMA BH VILAS URBANIZADAS PREFEITURA BH

Tabela 5.13: Empreendimentos de Reestruturação e Integração Viária da 1ª Fase do


VIURBS
Via
N.º Regional Identificação da Via ou Interseção
(N.º)
1 Leste AP- 260 Av. dos Andradas-ligação até o Município de Sabará
1°Segmento Via 710 entre Av dos Andradas/ Av. Itaituba/
2 Leste AP-710
Av. José Cândido da Silveira
2ª segmento Via 710 entre Av. José Cândido da Silveira /
3 Nordeste AP-710
Av. Bernardo Vasconcelos
3° Segmento Via 710 entre Av. Américo Vespúcio/ Av.
4 Noroeste AP 710
Pres. Carlos Luz
5 Noroeste LR- 800 Ligação da Av. Pres. Carlos Luz/ Av. Tereza Cristina
Interseção das vias: Av. Cristiano Machado/ Av. Silviano
6 Leste AP- 230
Brandão/ R. Jacuí
7 Centro-sul AP- 840 Av. do Contorno c/ viaduto Oeste até Av. Tereza Cristina
Nordeste/ Av. Pres. Ant. Carlos entre Complexo da Lagoinha/ Anel
8 LR-810
Noroeste Rodoviário
Av. do Ribeirão Cercadinho entre Av. Tereza Cristina/ Av.
9 Oeste AS-681
Barão Homem de Melo
10 Barreiro AP-908 Interseção Av. Afonso Vaz de Melo / Av. Nélio Cerqueira
Rov. MG–020 BH - Santa Luzia, entre trecho implantado
11 Norte LR-240
pelo PROSAN até final do Município
Via do Ribeirão do Isidoro, entre MG-20 / Av. Cristiano
12 Norte LR 540
Machado/ Via Norte
Av. Várzea da Palma, entre Av. Pedro I/ Av dos
13 Venda-nova AP-590
Navegantes (Ribeirão Capão),inclusive interseções
Av. dos Navegantes (cór. Do Capão)/ Av. Várzea da
14 Venda-nova AP-220
Palma, inclusive interseções
Via-220- Av. dos Navegantes, entre Av. Portugal/ Av.
15 Pampulha AP-220
Francisco Negrão de Lima
Noroeste/
16 VIA 210 Via 210-Ligação da Av.Pedro II com Av. Sarandi
Pampulha
Av.
Norte/ Revitalização Urbanística do da Av. Cristiano Machado e
17 Cristiano
Nordeste entorno, entre Anel Rodoviário/ R. Último de Carvalho
Machado
Centro
de Revitalização Urbanística do eixo da Av. Vilarinho / R.
18 Venda- Nova
Venda Padre Pedro Pinto e entorno
Nova
Centro
Noroeste/
19 do Alípio Revitalização Urbanística do eixo da Av. Abílio Machado
Pampulha
de Melo
Centro Revitalização Urbanística das Vias S. Brandão/ R.
20 Leste
do Horto Conselheiro Rocha/ R. Pitangui/ Av. dos Andradas
21 Centro-Sul Lagoinha Revitalização Urbanística do Complexo Viário Lagoinha
Centro
Revitalização Urbanística das Vias centrais da Regional
22 Barreiro do
Barreiro sob impacto da Estação do BHBUS
Barreiro

198
PROGRAMA BH VILAS URBANIZADAS PREFEITURA BH

Programa Vilas
Urbanizadas

Continuação da
Av. Pedro II

Sistema Viário Existente


Projeto Básico Elaborado
Sistema Viário c/ Projeto a Contratar
Projeto Básico Contratado em Elaboração
Proposta de Traçado Básico a Contratar

199
PROGRAMA BH VILAS URBANIZADAS PREFEITURA BH

5.1.4.3.3 Relação com o Programa Vilas Urbanizadas


A continuidade da Av. Pedro II até a Av. Tancredo Neves e Av. João XIII, no local onde hoje
se encontra instalada a vila São José foi considerada via prioritária para implantação pelo
PROGRAMA VIURBS. No entanto, o VIURBS não tem recursos alocados para a
implantação desta via, reforçando o enfoque dado a este componente no Programa Vilas
Urbanizadas.

200
PROGRAMA BH VILAS URBANIZADAS PREFEITURA BH

5.1.4.4 Plano Estratégico de Diretrizes de Intervenção nas Zonas de Especial


Interesse Social - PLANÃO

O Plano Estratégico de Diretrizes de Intervenção em Vilas, Favelas e Conjuntos


Habitacionais de Interesse Social - “Planão” conforma-se como um importante instrumento
de planejamento que visa, através de um reconhecimento prévio da realidade dessas áreas,
estabelecer diretrizes gerais e prioridades para as ações e intervenções nas mesmas.

Para tal, estruturou uma base de dados a partir de uma Pesquisa Amostral realizada de
novembro a dezembro de 1998, distribuída nas 9 administrações regionais, com objetivo de
proceder à caracterização sócio-econômica e organizativa das comunidades, bem como da
situação urbanística e domiciliar (dados da edificação, ocupação, infra-estrutura, serviços
urbanos e equipamentos, principais problemas e demandas das comunidades, dentre
outros).

A partir desta caracterização, e agregando-se outras fontes de dados tais como o


diagnóstico das situações de risco (URBEL, 1994), a situação da regularização fundiária
(URBEL, 1998), o mapeamento de declividade (IGC/UFMG, 1998), definiu-se uma
metodologia para hierarquização das ações e intervenções nas áreas, por regional.

5.1.4.4.1 Tipologia e Hierarquização das ZEIS

A identificação das características das áreas de especial interesse social procura classificá-
las a partir de uma visão integrada das mesmas, na qual as condições físicas, sociais,
econômicas e de inserção urbana se interrelacionam de modo a permitir o estabelecimento
de prioridades de intervenção segundo conjuntos de ações a serem desenvolvidas pelo
poder público. Estas ações, centradas nas necessárias requalificações urbanísticas,
contemplam também a possibilidade de consolidação de relações locais, de
desenvolvimento social e de melhor articulação com o tecido urbano vizinho e com a cidade
como um todo, possibilitando o reforço de identidades positivas locais.

A análise realizada utiliza os dados coletados na pesquisa de campo (pesquisa amostral),


feita para este Plano com vistas à caracterização do universo das Zonas de Especial
Interesse Social, além dos mapeamentos das condições topográficas e de risco, realizados
pelo Instituto de Geociências da UFMG, e do levantamento da situação legal dos diversos
assentamentos.

Os mapeamentos de situação de risco tiveram por base as informações de diagnóstico


realizado pela Urbel em 1994 e, posteriormente, atualizado em parte. Dessa forma, as
informações trabalhadas referem-se a esse universo objeto do diagnóstico, o que não
significa a inexistência de risco em áreas não pesquisadas do universo de atuação da Urbel.

A unidade básica de análise utilizada são grupamentos de favelas ou de conjuntos, reunidos


em função da proximidade física e tendo em vista a utilização estatisticamente confiável dos
dados coletados. Algumas variáveis, no entanto, como as relativas às condições
topográficas, à situação de risco e as referentes à situação legal de propriedade, puderam
ser utilizadas separadamente para cada assentamento.
As análises, classificações e priorizações são sempre separadas por Administração
Regional, o que se justifica, especialmente, pela estrutura regionalizada do Orçamento
Participativo e pelas facilidades que tal separação propicia em termos da orientação para o
processo de tomada de decisões.

201
PROGRAMA BH VILAS URBANIZADAS PREFEITURA BH

Os grupamentos de favelas e de conjuntos são avaliados segundo três matrizes básicas: a


de Condições Urbanísticas, a de Inserção Urbana e a de Condições Sócio-Econômicas.
Cada grupamento recebe pontuações nas variáveis componentes de cada matriz e o
somatório dessas pontuações permite classificar os grupamentos, em cada uma das
matrizes, segundo três níveis. As variáveis utilizadas nessas matrizes são:

a) Matriz 1 - Condições Urbanísticas:

• Condição topográfica;
• Situação de risco;
• Condição das moradias;
• Infra-estrutura viária;
• Abastecimento de água;
• Esgotamento sanitário;
• Coleta de lixo.

b) Matriz 2 - Inserção Urbana :

• Renda familiar;
• Índice de Qualidade de Vida Urbana (IQVU) do entorno;
• Distância ao transporte coletivo;
• Tempo gasto no deslocamento casa-trabalho.

c) Matriz 3 : Condições Sócio-Econômicas :

• Renda familiar;
• Condição de ocupação da moradia;
• Grau de associativismo.

A partir da pontuação e classificação obtida em cada uma das matrizes, os grupamentos de


favelas e de conjuntos são hierarquizados, por Regional, segundo prioridades de
atendimento quanto a três tipos de ações: as ações de reurbanização, as de eliminação de
situações de risco e as de geração de emprego e renda.
Para esta hierarquização a análise da inserção urbana funciona como uma espécie de
variável de ajuste, capaz de amenizar ou de acentuar as situações expressas nas varáveis
físicas e sócio-econômicas. Desse modo, a hierarquização de prioridades para as ações de
reurbanização é gerada a partir da associação entre a pontuação obtida na matriz de
Condições Urbanísticas e a pontuação obtida na matriz de Inserção Urbana.
A hierarquização de prioridades para as ações de eliminação de situações de risco é feita a
partir da pontuação que cada assentamento recebe, em separado, para a variável situação
de risco na matriz das Condições Urbanísticas, ressalvada a inexistência de informações
para alguns assentamentos, o que não exclui a possibilidade de existência de situações de
risco nos mesmos.

A hierarquização de prioridades para as ações de geração de emprego e renda é gerada a


partir da associação entre a pontuação obtida na matriz de Condições Sócio-Econômicas e
a pontuação obtida na matriz de Inserção Urbana.

202
PROGRAMA BH VILAS URBANIZADAS PREFEITURA BH

Cruzando-se as prioridades quanto às ações de reurbanização, de eliminação de situações


de risco e de geração de emprego e renda, é obtida, por Regional, uma hierarquia dos
assentamentos segundo a necessidade de melhorias físicas e sócio-econômicas. Para esse
cruzamento, os assentamentos recebem pontuações relativas à sua classificação nos três
níveis: bom, médio e ruim.

A definição de um quadro final indicativo de uma hierarquia dos assentamentos segundo as


prioridades de intervenção do Poder Público Municipal, através de ações integradas de
melhorias urbanísticas, desenvolvimento sócio-econômico e regularização fundiária, é obtida
cruzando-se a hierarquia de necessidades com a pontuação de cada assentamento, no que
diz respeito à situação de propriedade existente nos mesmos. As variáveis utilizadas para
esta pontuação são: a propriedade dos terrenos e a situação de regularização, envolvendo
tanto a porcentagem de áreas tituladas como o estágio do Plano Global de cada
assentamento.

A Figura 5.19 apresenta um esquema dos critérios de hierarquização das áreas por regional:

Condição Inserção Condição Sócio-


Urbana Urbana Econômica

Eliminação de Ações de Geração de


Situação de Risco Reurbanização Emprego e Renda

Necessidade de Melhorias Físicas e


Sócio-Econômicas Situação
Propriedade

Situação
Regularização
Hierarquização Final para Ações
Integradas
Titulação + PGE

Figura 5.19: Hierarquização das áreas por regional

O Plano Global constitui-se em pressuposto básico para cada comunidade concorrer aos
recursos do Orçamento Participativo, além de estabelecer diretrizes para a regularização
fundiária, daí a importância de utilização dessa variável. Se a hierarquização geral das
necessidades parte das piores situações, consideradas de maior prioridade, para as
melhores, a priorização de intervenções em função apenas da situação de propriedade parte
das situações mais favoráveis, onde é mais fácil a ação de regularização, para as situações

203
PROGRAMA BH VILAS URBANIZADAS PREFEITURA BH

mais desfavoráveis. No cruzamento dessas duas lógicas de hierarquização é que se


estabelece o quadro final de prioridades de intervenção.

Além disso, são destacados também os assentamentos que, pelo Plano Diretor de Belo
Horizonte, se encontram em faixas de projetos viários futuros e indicados aqueles que, por
essas razões e pela presença significativa de situações de risco, deveriam ser objeto de
remoção.

5.1.4.4.2 Inserção na Política Urbana Municipal


O “Planão” é um instrumento de planejamento previsto na Lei Nº 7165/96 (Plano Diretor do
Município de Belo Horizonte), artigo 41 e 42 e referendado, porém reformulado em seu
conteúdo, pela Lei Nº 8137/00, artigo 41 e seu Parágrafo Único.

“O Executivo deve elaborar, em até 12 (doze) meses após a promulgação desta Lei,
projeto de lei instituindo o Plano Estratégico de Diretrizes de Intervenção em Vilas,
Favelas e Conjuntos Habitacionais de Interesse Social, com indicativos gerais de
ações necessárias à recuperação sócio-urbanística-jurídica dessas áreas (...)”

Desta forma, o “Planão” tem por objetivo traçar diretrizes gerais e estabelecer prioridades
para as ações e intervenção em vilas, favelas e conjuntos habitacionais de interesse social.

5.1.4.4.3 Estágio Atual


O “Planão” foi concluído em 1999 e encontra-se disponível na Diretoria de Planejamento da
URBEL / Supervisão de Informações Técnicas.

5.1.4.4.4 Relação com o Programa Vilas Urbanizadas


A partir da metodologia de hierarquização supracitada, tem-se que o Taquaril figura como
área prioritária para ações e intervenções do Poder Público, na Regional Leste, conforme
demonstrado na Tabela 5.14:

204
PROGRAMA BH VILAS URBANIZADAS PREFEITURA BH

Tabela 5.14: Matriz de Hierarquização do Planão para a regional Leste de BH

Matrizes Prioridade Vilas, favelas e conjuntos habitacionais de interesse


social
1 São Vicente, Buraco Quente I e II, Caetano Furquim, Vila da
Área, ConjuntoTaquaril, Conjunto Mariano de Abreu,
Conjunto João Pio de Souza
Hierarquia Síntese de
2 Boa Vista, União I e II
Necessidades de
Melhorias Físicas e 3 Belém, Nossa Senhora do Rosário, Rock´in Rio, São Geraldo,
Alto Vera Cruz,
Sócio-Econômicas
Flamengo, Novo São Lucas
4 Paraíso, Cônego Pinheiro, Cônego Pinheiro A, São Rafael,
João Alfredo,
Camponesa I, II e III, Grota, Esplanada
Hierarquização de Prioridade Vilas, favelas e conjuntos habitacionais de interesse social
Prioridades para 1 Conjunto Taquaril, Buraco Quente I e II, Alto Vera Cruz,
Ações Integradas de Novo São Lucas, Cônego Pinheiro
Melhorias 2 São Rafael, São Vicente, Caetano Furquim, Vila da Área, União
Urbanísticas, I e II, Conjunto Mariano de Abreu, Conjunto João Pio de Souza
Desenvolvimento 3 Boa Vista, Nossa Senhora do Rosário
Sócio-Econômico e 4 Belém, Rock in Rio, São Geraldo, Flamengo
Regularização
Fundiária 5 Paraíso, Cônego Pinheiro A, João Alfredo, Grota, Esplanada

Prioridade Vilas, favelas e conjuntos habitacionais de interesse social


1 Conjunto Taquaril, Conjunto Mariano de Abreu, João Pio de
Hierarquia de Souza
Prioridades para 2 Caetano Furquim, Vila da Área, São Vicente, Buraco Quente I e
Reurbanização II, União I e II
3 Rock in Rio, Boa Vista, São Geraldo, Alto Vera Cruz, Flamengo,
Novo São Lucas
4 Belém, Paraíso, Cônego Pinheiro, Cônego Pinheiro A, São
Rafael, Nossa Senhora do Rosário, João Alfredo, Camponesa I,
II e III, Grota, Esplanada
Hierarquia de Prioridade Vilas, favelas e conjuntos habitacionais de interesse social
Prioridades para 1 Conjunto Taquaril, São Vicente, Buraco Quente I e II
Eliminação das 2 Conjunto Mariano de Abreu, Boa Vista, Belém, Nossa Senhora do
Situações de Risco Rosário
Prioridade Vilas, favelas e conjuntos habitacionais de interesse social
1 Caetano Furquim, Vila da Área
Hierarquia de 2 Conjuntos Taquaril, Mariano de Abreu, João Pio de Souza
Prioridades para 3 Rock in Rio, Boa Vista, São Geraldo, São Vicente, Buraco
Geração de Emprego e Quente I e II, União I e II, Alto Vera Cruz, Flamengo, Novo São
Renda Lucas
4 Belém, Paraíso, Cônego Pinheiro, Cônego Pinheiro A, São
Rafael, Nossa Senhora do Rosário, João Alfredo, Camponesa I,
II e III, Grota, Esplanada

205
PROGRAMA BH VILAS URBANIZADAS PREFEITURA BH

Observa-se, que o conjunto Taquaril é área prioritária, com nível 1 de prioridade, para todas
as matrizes de hierarquização do Planão para a Regional Leste, exceto para a Hierarquia de
Prioridades para Geração de Emprego e Renda, na qual o conjunto é prioridade 2.

Portanto, o Planão reforça e subsidia a implantação do Programa BH Vilas Urbanizadas,


quanto às intervenções propostas para o conjunto Taquaril que se mostra tão carente de
ações integradas de melhorias urbanísticas, desenvolvimento sócio-econômico e
regularização fundiária, bem como da eliminação das áreas de risco.

A Figura 5.20 apresenta o Mapa da Hierarquia Síntese de Necessidade de Melhorias Físicas


e Sócio-Econômicas, do município de Belo Horizonte, com destaque para o conjunto
Taquaril.

206
PROGRAMA BH VILAS URBANIZADAS PREFEITURA BH

Prioridade 1

Taquaril

Legenda
Prioridade 1
Prioridade 2
Prioridade 3
Prioridade 4
Prioridade 5
Prioridade 6
Prioridade 7
Prioridade 8
Sem Prioridade
Limite de atuação da regional

Fig. 5.20: Hierarquia Síntese de Necessidade de Melhorias Físicas e Sócio-Econômicas

207
PROGRAMA BH VILAS URBANIZADAS PREFEITURA BH

5.1.4.5 Plano Municipal de Saneamento de Belo Horizonte

O Plano Municipal de Saneamento de Belo Horizonte se constitui em um dos instrumentos


do Sistema Municipal de Saneamento e foi institucionalizado quando da sanção da Lei 8.260
de 03 de dezembro de 2001, que instituiu a Política Municipal de Saneamento.

5.1.4.5.1 Componentes
A Lei 8.260/01 determinou a formulação do PMS, quadrienal e atualizado a cada dois anos,
“destinado a articular, integrar e coordenar recursos tecnológicos, humanos, econômicos e
financeiros, com vistas ao alcance de níveis crescentes de salubridade ambiental.” O Fundo
Municipal de Saneamento - FMS, outro instrumento que compõe o Sistema, destina-se a
financiar os instrumentos da Política Municipal de Saneamento, cujos programas tenham
sido aprovados pelo COMUSA” - Conselho Municipal de Saneamento.

O Convênio de Cooperação PBH/COPASA MG, firmado no final de 2002, entre o Município


e o Governo do Estado, além de definir a participação do Município na gestão dos serviços
de água e esgoto, estabeleceu um repasse para o Município, de parte da arrecadação das
tarifas, recurso este que será encaminhado diretamente a uma conta do FMS, viabilizando
investimentos definidos no Plano Municipal de Saneamento.

É importante destacar que, segundo a lei, o PMS é o único instrumento hábil disciplinador
da aplicação dos recursos financeiros do Fundo Municipal de Saneamento, estando
inclusive vedadas quaisquer outras destinações.
Os objetivos do PMS, definidos na lei 8260/01, são os seguintes:
• Avaliar e caracterizar a situação da salubridade ambiental do Município, por meio de
indicadores sanitários, epidemiológicos e ambientais;
• Definir objetivos e diretrizes gerais, a partir de um planejamento integrado, em
consonância com outros planos setoriais e regionais;
• Estabelecer metas de curto e médio prazos;
• Identificar os obstáculos de natureza político-institucional, legal, econômico-financeira,
administrativa e tecnológica ;
• Formular estratégias e diretrizes para a superação dos obstáculos ;
• Caracterizar os recursos humanos, materiais, tecnológicos, institucionais e
administrativos necessários à execução das ações propostas;
• Estabelecer um cronograma de execução das ações formuladas;
• Definir os recursos financeiros necessários, sua origem e cronograma de aplicação;
• Definir programa de investimentos em obras e outras medidas relativas à utilização,
recuperação, conservação e proteção dos sistemas de saneamento, em consonância
com o Plano Plurianual de Ação Governamental.

Objetivando um estudo mais detalhado, que permitisse avaliações comparativas das


diversas realidades da situação de salubridade ambiental no Município, e com uma dinâmica
mais ágil de atualização, foram definidas três unidades territoriais de análise:
- Bacias Elementares conforme estabelecidas no Plano Diretor de Drenagem de Belo
Horizonte;
- Áreas de Planejamento resultantes da compatibilização dos limites das regiões
administrativas com o limite mais próximo de um divisor de águas ou um talvegue;
- Território Municipal.

208
PROGRAMA BH VILAS URBANIZADAS PREFEITURA BH

A metodologia adotada orientou-se por três eixos de priorização, que definiram as bacias
elementares nas quais se mostram mais urgentes os investimentos em infra-estrutura e
serviços de saneamento:
• O Índice de Salubridade Ambiental – ISA, que quantifica a cobertura por serviços de
saneamento nas diversas unidades territoriais;
• A densidade populacional em cada bacia elementar, objetivando obter-se maior
abrangência do benefício em termos populacionais;
• A existência de programas de saneamento previstos e/ou em implementação por bacia
elementar, inclusive com a identificação da disponibilidade de recursos para esses
investimentos.

O ISA, instrumento de maior peso na definição das áreas prioritárias de intervenção, foi
construído a partir do somatório ponderado de índices setoriais referentes aos cinco
aspectos tradicionalmente identificados como componentes do saneamento ambiental –
abastecimento de água, esgotamento sanitário, limpeza urbana, drenagem urbana e
controle de vetores. Assim, o ISA, nesta primeira versão do PMS, assumiu a seguinte
formulação:

ISA = [Iab] x 0,05 + [Ies] x 0,45 + [Irs] x 0,35 + [Idr] x 0,05 + [Icv] x 0,10
Em que:
- IAB: Índice de Abastecimento de Água - IDR: Índice de Drenagem Urbana
- IES: Índice de Esgotamento Sanitário - ICV: Índice de Controle de Vetores
- IRS: Índice de Resíduos Sólidos

Resumidamente, os critérios aplicados para a hierarquização das bacias elementares foi


composto pelo somatório das diversas notas dadas ao ISA nas bacias elementares, pela
pontuação aplicada à existência, naquela bacia, dos programas prioritários em
desenvolvimento pelo Executivo Municipal, pelo peso relativo dado à densidade
populacional e pela existência ou não de recursos financeiros assegurados.

Os critérios de priorização de áreas a serem contemplados no PMS foram os seguintes:


- 1 menor nota do ISA;
- 2 maior densidade demográfica;
- 3 PGE - elaborado ou em elaboração;
- 4 ocorrência de áreas prioritárias de intervenções de DRENURBS ou do PROPAM;
- 5 ocorrência de empreendimentos aprovados e ainda não executados do OP;
- 6 empreendimento com recurso assegurado;
- 7 empreendimento com recurso em negociação.

Após o processamento e a sistematização dos dados e realizada a somatória final para


todas as bacias elementares do município, foram definidas as dez mais prioritárias para a
aplicação de recursos financeiros do Fundo Municipal de Saneamento:
1) Córrego Cardoso (Av. Mem de Sá);
2) Córrego Freitas (Av. Santa Terezinha);
3) Ribeirão Arrudas (Av. dos Andradas);
4) Córrego Olaria (Taquaril);
5) Córrego Piteiras (Av. Silva Lobo);

209
PROGRAMA BH VILAS URBANIZADAS PREFEITURA BH

6) Córrego Lagoinha (Av. Antônio Carlos);


7) Córrego Engenho Nogueira;
8) Córrego Ressaca;
9) Córrego Bonsucesso;
10) Córrego Fazenda Velha (Jardim Felicidade).

5.1.4.5.2 Estágio Atual


A elaboração do PMS exigiu, além do envolvimento de uma equipe multidisciplinar de
técnicos de diversos órgãos da PBH, coordenados pelo GGSAN – Grupo Gerencial de
Saneamento da Sudecap, a definição de uma metodologia capaz de diagnosticar
satisfatoriamente o quadro do saneamento ambiental em Belo Horizonte. Seria necessário
ainda, a proposição de ações a serem implementadas no sentido de se buscar a solução
gradual e global das carências destes serviços em Belo Horizonte. Desta forma,
estabeleceu-se uma análise comparativa, explicitada pelos números do Índice de
Salubridade Ambiental - ISA, entre as 99 bacias elementares que compõem o território do
Município.

Tendo em vista a importância de se produzir logo a primeira versão do PMS, optou-se, na


construção do ISA, pela formulação de índices a partir de dados e informações já
disponíveis, independentemente de vistorias em campo ou de geração de novos dados
primários, e que permitissem, em uma mesma base de análise, uma compatibilização e uma
sistematização imediata.

Os índices setoriais foram definidos para cada tipo de serviço, com pesos diferenciados de
acordo com a maior carência de atendimento ou mesmo com a fragilidade dos indicadores
adotados.
Obtidos os valores dos indicadores e índices setoriais (abastecimento de água, esgotamento
sanitário, drenagem urbana, resíduos sólidos e controle de vetores) e os do ISA por bacia
elementar, concluiu-se pela necessidade de se agregar outros aspectos na análise de
priorização das bacias elementares. Percebeu-se que a análise pura e simples dos aspectos
ligados à presença de infra-estrutura e de serviços de saneamento seria insuficiente para
uma definição mais coerente das prioridades de investimentos.

Assim, a metodologia adotada agregou análise comparativa do adensamento demográfico


por bacia elementar, além de considerar a existência de programas de saneamento
previstos e/ou em implementação, inclusive com a identificação da disponibilidade de
recursos para esses investimentos.

5.1.4.5.3 Relação com o Programa Vilas Urbanizadas


A partir de agora, portanto, as prioridades de investimentos em saneamento nas vilas de
BH, passam a ser definidas num planejamento único, materializado no PMS, que é, na
verdade, um processo dinâmico de planejamento das ações e serviços de saneamento.

Neste primeiro Plano, a Vila São José (8º bacia elementar prioritária bacia córrego
Ressaca) e o Conjunto Taquaril (4º bacia elementar prioritária bacia Olaria) foram
considerados prioritários, reforçando o enfoque dado a eles pelo Programa Vilas
Urbanizadas.

210
PROGRAMA BH VILAS URBANIZADAS PREFEITURA BH

INSERIR MAPA 19- PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO - TAQUARIL

211
PROGRAMA BH VILAS URBANIZADAS PREFEITURA BH

INSERIR MAPA 20- PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO – VILA SÃO JOSÉ

212
PROGRAMA BH VILAS URBANIZADAS PREFEITURA BH

5.1.4.5.4 Programa de Recuperação e Desenvolvimento Ambiental da Bacia da


Pampulha - PROPAM
Este Programa propõe a recuperação e o desenvolvimento ambiental da Bacia da Pampulha
através da preservação das nascentes, da despoluição das águas, da melhoria das
condições sanitárias e do tratamento das áreas urbanas degradadas e sob ameaça de
erosão e de inundação. As ações propostas implicam em impactos positivos diretos na
Lagoa da Pampulha, na melhoria de qualidade das águas do Ribeirão da Onça e,
consequentemente, nas águas do Rio das Velhas e do Rio São Francisco, dos quais estes
são tributários.

Por se tratar de uma bacia situada em área urbana, as ações do Programa trarão também
impactos positivos na qualidade de vida da população, notadamente para as camadas de
baixa renda, habitantes de áreas carentes. Estas populações encontram-se, muitas vezes,
ameaçadas por risco geológico, enchentes e doenças originadas das condições insalubres
às quais estão submetidas. Além disso, é importante ressaltar que a manutenção da lagoa
da Pampulha é condição fundamental para o amortecimento dos picos de cheias,
protegendo de inundação toda área a jusante da barragem.

Acrescente-se ainda que, apesar das condições atuais da Lagoa, a pesca é uma prática
freqüente da população de baixa renda para a complementação alimentar. Com a
recuperação da qualidade das águas, planeja-se o povoamento da lagoa com espécies
comestíveis para atendimento dessa atividade.

O planejamento ambiental, considerando como unidade espacial a bacia hidrográfica da


Pampulha, tem por objetivos principais:
A) Tratamento integrado das questões relativas à recuperação de sua qualidade ambiental;
B) Monitoramento do processo de urbanização e a mitigação de seus impactos e a
melhoria das condições habitacionais da população moradora na bacia.

5.1.4.5.5 Componentes
O Plano de Intervenções prevê um elenco de medidas das quais a maior parte, tendo em
vista o “passivo ambiental” ainda existente na bacia, é de natureza corretiva e agirá no
sentido de minimizar os impactos ambientais constatados na região; propõem-se também
medidas preventivas que se aplicam especialmente às áreas de expansão urbana. Para
efeito de estruturação do plano, as intervenções encontram-se agrupadas em três
subprogramas: Saneamento Ambiental, Recuperação da Lagoa, Gestão e Planejamento
Ambiental, este último apoiado pelo Consórcio de Recuperação da Bacia da Pampulha. Os
subprogramas desdobram-se em componentes que podem incluir projetos diversos,
conforme apresentado no diagrama a seguir.

213
PROGRAMA BH VILAS URBANIZADAS PREFEITURA BH

Diagrama do Plano de Intervenções

CONSÓRCIO DE RECUPERAÇÃO DA
PROPAM BACIA DA PAMPULHA

Subprograma Subprograma Subprograma


Saneamento Ambiental Recuperação da Lagoa Planejamento e Gestão Ambiental

Recuperação das
Nascentes e Cursos Desassorea- Tratamento da Educação para as Monitoramento
Resíduos sólidos ilhas, enseada e Planejamento
áreas degradadas dágua mento da Lagoa poluição difusa águas ambiental
orla

Córregos: Ciruito
Proteção das Ampliação da Tratamento de Construção do Ilha da Mergulhão, Intermunicipal de Qualidade da Estudos
nascentes coleta de lixo fundo de vales novo vertedouro Ressaca Ressaca, Sarandi Percepção água Hidrológicos
e Bom Jesus Ambiental

Recuperação Central de
Interceptores de Dragagem de Projeto "Águas Qualidade do Uso e ocupação
de áreas tratamento de Ilha dos amores
esgoto sedimentos da Pampulha" peixe do solo
degradadas resíduos

Intervenções
Estação de
Urbanização de Rede coletora de Enseada do culturais e Centro Conservação de
reciclagem de Disposição final Hidrológico
vilas e favelas esgoto zoológico de recursos hídricos
entulho
Documentação

Formação de
Recuperação e
Usina de Aproveita- mento Revitalização da multiplicadores Conservação de
pavimentação de Sedimentológico
compostagem da areia orla em Educação recursos hídricos
vias
Ambiental

Recuperação do Projeto Coleta


Áreas Verdes
"lixão" Seletiva

214
PROGRAMA BH VILAS URBANIZADAS PREFEITURA BH

5.1.4.5.6 Estágio Atual


A implantação do PROPAM iniciou-se no ano de 2001, com a licitação pública do subprograma
de Recuperação da Lagoa da Pampulha, no valor de 82 milhões de reais.

Até o presente momento foram realizadas as seguintes obras deste programa:


• Construção de novo vertedouro;
• Dragagem prévia de 800 mil m3 de sedimentos e retirada de 500 toneladas de lixo;
• Implantação de infra-estrutura de drenagem do córrego Engenho Nogueira- Área do bota-
fora dos sedimentos dragados;
• Requalificação da orla da lagoa, com implantação de calçada para pedestre, ciclovia,
mirantes com equipamentos de ginástica e readequação da drenagem e do sistema viário;
• Implantação do Parque Ecológico Promotor Francisco Lins do Rego;
• Restauração da Casa do Baile;
• Implantação da Estação de Tratamento das Águas dos córregos Ressaca e Sarandi, em
convênio com a COPASA;

Em paralelo, as intervenções do subprograma de Saneamento ambiental vem sendo


implementadas, no sentido de conter a poluição na bacia, com a recuperação das erosões, a
urbanização de vilas e favelas, a ampliação da coleta de lixo, o controle de bota-foras
clandestinos, o tratamento de fundos de vales e implantação dos interceptores de esgoto.
Neste subprograma, a Prefeitura já investiu cerca de 20 milhões de reais, com recursos
orçamentários do tesouro, vinculados ao Orçamento Participativo.

5.1.4.5.7 Relação com o Programa Vilas Urbanizadas


Encontram-se na bacia da Pampulha dez vilas e dois conjuntos, conforme apresentado na
Tabela 5.15, nos quais residem cerca de 20.000 habitantes.
Tabela 5.15 - Vilas e Conjuntos Habitacionais
Sub-Bacia Vilas / Conjuntos
Mergulhão Alvorada, Antena
Ressaca Novo Ouro Preto, Califórnia, Jardim Filadélfia,
Coqueiral, Paquetá, Santo Antônio, São José
Olhos D’água São Francisco de Assis
Ribeirão Pampulha São Bernardo/São Tomás *
OBS: As vilas São Bernardo e São Tomás, embora não se encontrem na bacia, fazem parte do PROPAM
por situarem-se junto da área de “bota-fora” dos sedimentos dragados da Lagoa da Pampulha.

O PROPAM não prevê intervenções na mesma, justamente pela condição do assentamento se


configurar como não consolidável e pela necessidade de abertura viária no local, embora a vila
São José se encontre na bacia da Pampulha, o que destaca a importância do Programa BH
Vilas Urbanizadas no que se refere à reestruturação ambiental e habitacional proposta para
esta área.

215
PROGRAMA BH VILAS URBANIZADAS PREFEITURA BH

5.1.4.6 Plano de Reestruturaçâo do Sistema de Transporte Coletivo de Belo


Horizonte - BHBUS

O Plano de Reestruturação do Sistema de Transporte Coletivo de Belo Horizonte - BHBUS foi


elaborado a partir das diretrizes de desenvolvimento estabelecidas no Plano Diretor, e
começou a ser implementado pela BHTRANS em 1997. O programa tem o objetivo de
reestruturar o sistema de transporte coletivo através de uma rede tronco-alimentada com
integração intra e intermodal, através de estações ou pontos de troca especiais, tendo como
sua espinha dorsal, o metrô.

5.1.4.6.1 Componentes
O sistema de transporte coletivo de Belo Horizonte está sendo reestruturado com a criação de
uma rede de transporte integrada, tendo o metrô (trem metropolitano) como seu principal modo
estruturador.

A proposta foi desenvolvida dentro do conceito de integração ampla da rede de transporte, de


forma a promover maior articulação interna às regiões, ampliando a macro acessibilidade em
todo o sistema.

O novo sistema de transporte coletivo está baseado no atendimento à demanda através de


serviços de alta capacidade (o metrô) e de média capacidade (serviços troncais para o
subsistema sobre pneus), alimentados em estações de integração. As linhas estruturais
troncais, incluindo o metrô, interligarão as estações com a Área Central, com outras estações e
com outros pólos de atração da cidade, atendendo aos principais corredores de transporte.

Um segundo conjunto de linhas que atendem o entorno da Área Central, constituindo as linhas
interbairros do novo sistema também serão integradas aos serviços estruturais. Com o objetivo
de atender a viagens mais curtas, buscando o fortalecimento de novas centralidades, foram
propostas novas linhas circulares regionais.

Também integram o BHBUS o sistema suplementar, operado com micro-ônibus, fazendo


ligações regionais em rotas de baixa demanda e os serviços auxiliares, também operados com
micros, que complementam as viagens do serviço convencional em vilas e favelas nas quais,
seja pela topografia seja pelas características do sistema viário, não é possível o atendimento
por veículos de maior porte.

Além das estações de integração, do uso de novas tecnologias de material rodante, dois outros
projetos são de fundamental importância para que sejam atingidos os objetivos propostos:
• O primeiro é a implantação do sistema de bilhetagem eletrônica, facilitando os transbordos
e que permite a implementação de uma nova política tarifária. Este sistema entrou em
operação no ano de 2003 e vem sendo ampliado gradualmente.
• O segundo refere-se ao tratamento preferencial para o transporte coletivo nos principais
corredores.

A reestruturação do sistema de transporte coletivo foi concebida tendo como metas:


• Suprir as carências que o sistema atual apresenta para o atendimento das necessidades de
transporte da população;
• Utilizar seu potencial de estruturador da vida da cidade; e
216
PROGRAMA BH VILAS URBANIZADAS PREFEITURA BH

• Induzir novas centralidades e a ocupação do espaço urbano.

O programa BHBUS tem como objetivos gerais:


• Aumentar a acessibilidade a todas as áreas da cidade;
• Oferecer flexibilidade ao usuário, permitindo diferentes alternativas de itinerários para
atender aos desejos de deslocamento entre as diversas regiões da cidade, evitando-se a
concentração de viagens no hipercentro;
• Reduzir os tempos de viagens e dos custos operacionais através da elevação da
velocidade comercial e da racionalização dos itinerários;
• Melhorar os níveis de conforto e de segurança para os usuários, priorizando os pedestres;
• Facilitar o acesso da pessoa com mobilidade reduzida ao sistema;
• Melhorar as condições de embarque e redução dos tempos de espera nos pontos e
estações;
• Implantar o pagamento de uma só tarifa por deslocamento, através da integração tarifária e
da bilhetagem eletrônica;
• Melhorar as condições ambientais ao longo dos corredores e na Área Central, com a
reorganização da circulação de pedestres e veículos, redução do volume de ônibus e
concentração de passageiros; e
• Integrar o sistema na paisagem urbana.

5.1.4.6.2 Estágio Atual


O BHBUS está sendo desenvolvido em etapas e, durante o processo de detalhamento dos
projetos, vão sendo incorporadas as alterações necessárias à viabilidade de sua operação.

Das 9 estações de integração previstas, quatro já se encontram em operação (Diamante,


Barreiro, Venda Nova e São Gabriel) e outras duas deverão entrar em operação ainda em 2004
(Vilarinho e José Cândido), bem como os equipamentos necessários à distribuição da
demanda do trem metropolitano na Área Central.

Dos três principais corredores, dois já foram tratados: a avenida Cristiano Machado, com cerca
de 11km de pistas exclusivas e a av. Amazonas, que dispõe de cerca de 10km de faixas
preferenciais. A av. Antonio Carlos, corredor que apresenta o maior volume de ônibus em toda
a cidade, está sendo tratada com vistas à priorização do transporte coletivo.

Apesar disso, a configuração atual da rede de transporte coletivo (aliada à frota de transporte
individual) ainda sobrecarrega o sistema viário nos diversos corredores de transporte da cidade
e, particularmente, na Área Central. Em conseqüência, diversos trechos da rede apresentam
um nível de congestionamento elevado que reduz significativamente a velocidade operacional
dos ônibus.

O congestionamento causa grande impacto no custo do sistema de ônibus, levando à


necessidade de se ter em circulação um número adicional elevado de veículos para cumprir a
especificação de viagens que precisa ser realizada.

A quantificação das deseconomias geradas pelos congestionamentos urbanos, em dez cidades


brasileiras, entre elas BH, é um alerta para os gerenciadores, conforme pode ser observado em
217
PROGRAMA BH VILAS URBANIZADAS PREFEITURA BH

estudo concluído em 1998, pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), em parceria
com a Associação Nacional de Trnsporte Público (ANTP) 8. No caso de Belo Horizonte, o
número adicional de veículos, foi estimado em 315, o que equivale a 11,73% da frota total. O
impacto desta deseconomia no custo operacional é da ordem de 6%, que tem reflexo direto na
tarifa e onera, desnecessariamente, todos os usuários. Além deste impacto, o referido estudo
indica a ocorrência , em BH de deseconomias da ordem de R$22,5 milhões/ano, relativas a
tempo de viagem, consumo de combustível, poluição e sistema viário.

Nesse contexto, a implantação de rotas de priorização do transporte coletivo na Área Central é


uma medida de importância estratégica para o funcionamento do sistema. Das 12 rotas
previstas no BHBUS, quatro já foram implantadas.

As intervenções vêm sendo implementadas com recursos próprios da Prefeitura Municipal,


através de parcerias com a iniciativa privada (implantação de abrigos e Estação Barreiro) e de
financiamentos do BNDES. O projeto do trem metropolitano é de responsabilidade do governo
federal e conta com financiamento do BIRD.

As demais intervenções previstas dependem da implantação de infraestrutura viária para que


possam ser viabilizadas. É o caso da estação intermodal Salgado Filho, que depende da
conclusão do trecho Calafate-Barreiro do trem metropolitano e da estação Alípio de Melo, que
só oferece viabilidade com a implantação da Av. Pedro II.

Ponto importante na implementação do programa é o atendimento a vilas e favelas. Serviços


especiais, com atendimento através de micro-ônibus, vêm sendo implantados para
atendimento a essas comunidades, integrados aos serviços convencionais. Atualmente, já
existem 11 dessas linhas em operação. Por outro lado, quando da elaboração dos PGEs
procura-se garantir as condições necessárias circulação do transporte coletivo nos
aglomerados.

A entrada em operação do sistema de bilhetagem eletrônica, importante instrumento para


facilitar a ampliação das possibilidades de integração e agilizar os embarques dos passageiros,
está permitindo a implementação de uma nova política tarifária.

A qualidade do serviço oferecido vem sendo incrementada e cada nova estação de integração
possibilita oferecer aos usuários menores intervalos entre as viagens, atendimento com
veículos mais adequados nas linhas troncais - ônibus com entrada baixa e articulados - e mais
opções de destino.

Em 2004, além da criação da tarifa regional, reduzindo os custos das viagens dentro de uma
mesma região, estão sendo ampliadas as possibilidades de integração via bilhetagem
eletrônica. Além disto foram construídos quatro pequenas estações para distribuição da
demanda do metrô na Área Central.

8
Redução das Deseconomias Urbanas com a Melhoria do Transporte Público. Rio de Janeiro/São
Paulo. IPEA/ANTP, 1998.
218
PROGRAMA BH VILAS URBANIZADAS PREFEITURA BH

5.1.4.6.3 Relação com o Programa Vilas Urbanizadas


As intervenções previstas pelo Programa BHBUS dependem da implantação de infra-estrutura
viária para que possam ser viabilizadas. É o caso da estação Alípio de Melo, que só oferece
viabilidade com a implantação da continuidade da Av. Pedro II, onde hoje se encontra instalada
a vila São José.

Portanto, a intervenção proposta na vila São José, pelo Programa BH Vilas Urbanizadas, irá
beneficiar e subsidiar a continuidade do Programa BHBUS através da implantação da estação
Alípio de Melo, que irá criar uma nova rota de priorização do transporte coletivo na Área
Central, que é uma medida de importância estratégica para o funcionamento do trânsito do
município.

219
PROGRAMA BH VILAS URBANIZADAS PREFEITURA BH

5.1.4.7 Programa de Desenvolvimento Integrado dos Assentamentos Subnormais


do Município de Belo Horizonte - BH CIDADANIA

O Programa BH Cidadania é um programa de inclusão social que busca garantir maior


resolutividade e acessibilidade dos bens e serviços públicos à população vulnerabilizada.
Busca também, implementar um modelo de gestão baseado na descentralização, articulação e
integração intersetorial e inverter a lógica setorial e fragmentada de operação dos diversos
programas da área social da Prefeitura de Belo Horizonte. Possui as seguintes diretrizes:

• Planejamento e intervenção organizada, a partir do território, em áreas socialmente críticas;


• Integração dos recursos governamentais e não-governamentais presentes na comunidade;
• Participação da comunidade na formulação, gestão e avaliação do Programa;
• Atuação referenciada no grupo familiar;
• Promoção da autonomia.

Coordenado pela Secretaria Municipal da Coordenação da Política Social – SCOMPS, o BH


Cidadania envolve a participação das sete secretarias temáticas da área social
(Abastecimento, Assistência Social, Cultura, Educação, Esportes, Direitos de Cidadania e
Saúde) e as nove Secretarias de Coordenação de Gestão Regional e sus respectivas
Secretarias de Serviços Sociais.

5.1.4.7.1 Inserção na Política Urbana Municipal


A formulação teórica do BH Cidadania (2001), assim como a identificação das áreas-piloto, a
partir dos critérios mencionados acima, coincidiu com o período de ajuste da máquina da PBH
à Reforma Administrativa, incluindo a estruturação e consolidação das novas secretarias, entre
elas a SCOMPS e as Secretarias de Coordenação Regional. Em 2002, o Programa iniciou sua
primeira fase, a de implantação, esbarrando nos naturais problemas que a própria dinâmica
desse novo modelo de gestão – baseado na descentralização, articulação e integração
intersetorial – envolve, e que o torna exemplar. E é exatamente o balanço das inúmeras ações
consolidadas que o credenciam a dar o próximo passo, ou seja, avançar para a segunda fase,
a de expansão.

Se em sua fase de implantação, com relação ao componente da socialidade, o BH Cidadania,


no início, praticamente se ateve às atividades envolvendo as áreas de assistência, cultura e
esporte, a sua continuidade prevê um conjunto de ações integradas por parte de todas as
secretarias afetas à Política Social, além de órgãos vinculados às áreas da Política Urbana e
de Planejamento.

O Orçamento Participativo fez convergir a definição das intervenções sociais e urbanas,


priorizando as áreas de maior vulnerabilidade, a partir do OP 2003/2004. Isto se traduz na
articulação das intervenções físicas conquistadas através do OP, o principal instrumento de
urbanização do poder público municipal, com as políticas sociais que integram o Programa BH
Cidadania. As áreas prioritárias que foram contempladas com obras do OP serão também,
contempladas com a expansão do Programa BH Cidadania, criando-se assim o positivo
entrelaçamento entre a urbanização física e as intervenções sociais nas referidas áreas de
menor carência, resultando na concreta articulação da política urbana com a política social.

220
PROGRAMA BH VILAS URBANIZADAS PREFEITURA BH

5.1.4.7.2 Componentes
O Programa BH Cidadania, cuja fase de implantação foi iniciada há cerca de um ano em áreas-
piloto situadas nas noves regionais administrativas da cidade, entra agora em sua fase de
expansão.

Estruturado a partir dos princípios da descentralização, intersetorialidade, territorialidade e


participação popular - os mesmos princípios que condicionaram a Reforma Administrativa da
Prefeitura de Belo Horizonte o BH Cidadania encontra-se implantado em áreas de grande
vulnerabilidade social, identificadas através de diversos indicadores sociais, entre os quais o
IQVU (Índice de Qualidade de Vida Urbana - 1994); IVS (Mapa da Exclusão Social - Índice de
Vulnerabilidade Social - 2000) e Índice de Vulnerabilidade à Saúde (Setores Censitários).

O BH Cidadania propõe trabalhar com os seguintes componente:

• Direito á Educação: ênfase na educação infantil, para crianças de zero a cinco e oito
meses e educação para jovens / adultos;
• Direito á Saúde: investimento em ações de prevenção em saúde, buscando promover
mudanças efetivas dos hábitos e condições de vida das famílias;
• Inclusão Produtiva: voltado para a questão de autonomia familiar, prevê ações de
qualificação profissional, encaminhando ao mercado formal de trabalho e organização para
a prestação de serviços autônomos;
• Socialidade: pretende estimular, induzir ou promover a convivência comunitária, por meio
de atividades de cultura, esporte, educação e assistência social.

5.1.4.7.3 Estágio Atual


O BH Cidadania encontra-se implantado há um ano nas nove regionais, conforme previsto.
Atualmente, das 5.804 famílias identificadas como público-alvo, 3.122 (cerca de 13.000
pessoas) já participam das inúmeras ações propostas pelos cinco eixos estratégicos do
programa: direito à educação, direito à saúde, inclusão produtiva, transferência de renda e
socialidade.

A seguir são listadas as ações já desenvolvidas:


• Núcleo de Apoio à Família – implantado nas nove áreas desenvolvendo o trabalho de
identificação, cadastramento e mobilização das famílias para participação na vida social e
comunitária.
• Casa de Brincar – implantada em sete regionais e em fase de implantação nas demais,
sendo que o número de crianças beneficiadas até o momento é cerca de 660. Neste espaço
a criança, acompanhada de um familiar, encontra uma atividade lúdica onde o brincar
favorece o desenvolvimento cognitivo-emocional, além do fortalecimento do vínculo familiar.
Na avaliação da equipe técnica que acompanha esta ação os resultados obtidos até o
momento são extremamente favoráveis, o que reforça a metodologia aplicada;
• Oficinas de Esporte – implantada em todas as regionais no segundo semestre do ano
passado atendendo cerca de 2000 cr/ad. Atualmente iniciando a segunda fase. As atividades
de esporte e lazer desenvolvidas procuram favorecer aspectos relacionados à integração e
socialização, sendo extremamente favoráveis ao público;
• Oficinas de Cultura – em fase de execução já estando contemplado cerca de 550 cr/ad em
todas as regionais. São oficinas de áudio-visual, artes plásticas, música, circo e dança que

221
PROGRAMA BH VILAS URBANIZADAS PREFEITURA BH

facilitam as manifestações criativas e colaboram para o desenvolvimento sócio-cultural dos


participantes;
• Programa para Jovens – Até o momento cerca de 470 adolescentes das áreas do Programa
estão sendo beneficiados. Este Programa, que tem verba federal, repassa uma bolsa para
que os adolescentes participem de atividades que os preparem e dê suporte para a vivência
de suas atividades cotidianas;
• CENAFOCO – Curso de capacitação para lideranças comunitárias. Total aproximado de
100 pessoas das áreas piloto contempladas.
• Inclusão Produtiva – estão acontecendo nas nove regionais ações desenvolvidas pela
GEDE com objetivo de capacitar o público e identificar a potencialidade em relação à
geração de renda. Além dessa ação, cada regional tem buscado, através do levantamento
da realidade local, incluir o público atendido em projetos já existentes.
• Transferência de Renda – todas as famílias identificadas como tendo o perfil para inclusão
no programa Bolsa Escola Municipal (Educação) foram incorporadas para receber uma bolsa
em dinheiro para manutenção dos filhos de até 14 anos na escola.
• Saúde – todas as famílias cadastradas estão recebendo atendimento pelas Equipes de
Saúde da Família, sendo que os dados cadastrais da saúde foram disponibilizados para
acompanhamento regional. Os Agentes Comunitários tem trabalhado diretamente junto às
equipes do NAF no processo de acompanhamento.

Para a continuidade do Programa, no seu segundo ano, planeja-se:

- Completar o trabalho de identificação e inclusão das famílias cadastradas nas ações do


Programa;
- Finalizar a reforma em duas casas de brincar (Centro-sul e Barreiro) e implantar a última
programada para as nove áreas piloto (Venda Nova);
- Implantar a segunda fase das oficinas de esporte;
- Implantar a segunda fase das oficinas de cultura e realização do projeto “Encontros da
Comunidade”;
- Dar continuidade ao Programa para jovens e CENAFOCO;
- Promover o funcionamento do Núcleo da Juventude;
- Inclusão Produtiva: dar seguimento à segunda fase do processo de capacitação e
identificação de potencialidades nas cominuidades-alvo com o objetivo de implantar ações
de geração de renda;
- Implantar o Plano de Trabalho da Secretaria Municipal de Abastecimento;
- Incluir ações da Secretaria Municipal de Direitos de Cidadania;
- Expansão do Programa BH Cidadania para outras áreas.

5.1.4.7.4 Relação com o Programa Vilas Urbanizadas


O conjunto Taquaril e a vila São José não estão contemplados entre as 9 áreas pilotos do
Programa BH Cidadania e nem entre as 19 áreas selecionadas na atual fase de expansão do
Programa.

No entanto, o componente social do Programa BH Vilas Urbanizadas segue a mesma linha de


atuação do Programa BH Cidadania, garantindo a inclusão social das comunidades do
conjunto Taquaril e da vila São José, através da maior resolutividade e acessibilidade dos bens
e serviços públicos à estas populações vulnerabilizadas.
222
PROGRAMA BH VILAS URBANIZADAS PREFEITURA BH

5.1.5 ANÁLISE DE EFICIÊNCIA DA IMPLANTAÇÃO DO PROGRAMA VILAS


URBANIZADAS

5.1.5.1 Conjunto Taquaril

O Taquaril está localizado em uma região de relevo acentuado com declividades muito altas. A
infra-estrutura sanitária existente no Taquaril é insatisfatória. O índice de vias com
esgotamento sanitário e drenagem é baixo e ocorre apenas nas vias principais. O sistema de
coleta de lixo é bastante deficiente, principalmente devido à topografia local muito acidentada
que dificulta o acesso de caminhões de lixo.

O Conjunto Taquaril apresenta sua paisagem natural fortemente modificada em função da


intervenção antrópica. Fenômenos de instabilidade de encostas e taludes são freqüentes em
função da alta declividade, estrutura geológica local e intervenção antrópica intensa.

A necessidade de erradicação das situações de risco observadas no conjunto Taquaril é fato


inquestionável. Cabe ressaltar que a reestruturação urbanístico-ambiental que está sendo
proposta para o conjunto traz benefícios significativos para resolução dos problemas oriundos
do risco geológico-geotécnico. A implantação das vias de acesso, do sistema de drenagem e
também do sistema de esgotamento sanitário contribuem para a erradicação das situações de
risco.

Conforme mencionado, o PLANÃO - Plano Estratégico de Diretrizes de Intervenção nas Zonas


de Especial Interesse Social - tem por objetivo traçar diretrizes gerais e estabelecer prioridades
para as ações e intervenção em vilas, favelas e conjuntos habitacionais de interesse social, o
conjunto Taquaril figura como área prioritária para ações e intervenções do Poder Público, com
nível “1” de prioridade para todas as matrizes de hierarquização da Regional Leste, exceto para
a Hierarquia de Prioridades para Geração de Emprego e Renda, na qual o conjunto é
prioridade ”2” (Ver Tabela 5.16).

Tabela 5.16: Matriz de Hierarquização do Planão para o Conjunto Taquaril

Matriz Prioridade -Conjunto


Taquaril
Hierarquia de Prioridades para Reurbanização 1

Hierarquia de Prioridades para Eliminação das Situações de 1


Risco
Hierarquia de Prioridades para Geração de Emprego e Renda 2

Hierarquia Síntese de Necessidades de Melhorias Físicas e 1


Sócio-Econômicas
Hierarquização de Prioridades para Ações Integradas de 1
Melhorias Urbanísticas, Desenvolvimento Sócio-Econômico e
Regularização Fundiária

223
PROGRAMA BH VILAS URBANIZADAS PREFEITURA BH

Portanto, o PLANÃO reforça e subsidia a implantação do Programa BH Vilas Urbanizadas,


quanto às intervenções propostas para o conjunto Taquaril que se mostra tão carente de ações
integradas de melhorias urbanísticas, desenvolvimento sócio-econômico e regularização
fundiária, e principalmente, eliminação das áreas de risco.

Do mesmo modo, a intervenção no conjunto Taquaril é subsidiada pelo Plano Municipal de


Saneamento - PMS, recém elaborado, que define as prioridades de investimentos em
saneamento nas vilas de BH. De acordo com o PMS, o conjunto Taquaril é a 4º área prioritária
para intervenção. Vale destacar que, embora o Taquaril seja considerado como 4º área
prioritária, o seu ISA (Índice de Salubridade Ambiental) que é o instrumento de maior peso na
definição das áreas prioritárias de intervenção é o de menor nota no Município.

Este fato mostra claramente que as condições de salubridade ambiental no conjunto são
realmente muito precárias e, portanto, reforça a intervenção proposta pelo Programa BH Vilas
Urbanizadas, no conjunto Taquaril.

5.1.5.2 Vila São José

Conforme mencionado, na faixa lindeira ao córrego São José identifica-se uma região
altamente adensada onde as famílias residem em péssimas condições sanitárias e ambientais.
São moradias de baixo padrão construtivo, em condições de alto nível de insalubridade e
submetidas a processos de instabilidades e risco. O Programa BH Vilas Urbanizadas objetiva,
através da remoção e reassentamento de todas as famílias residentes na vila, melhorar as
condições de habitabilidade da população, em termos de adensamento e qualidade da
habitação assim como a recuperação físico-ambiental desta área, acabando com as situações
de instabilidade e de risco. A implantação de interceptores irá eliminar os lançamentos
inadequados de esgoto, interrompendo as condições de insalubridade e garantindo a melhoria
na qualidade de vida da população da vila e de seu entorno.

Aos benefícios advindos da remoção e reassentamento das famílias em condições de melhor


habitabilidade somam-se, os efeitos altamente benéficos e necessários de reestruturação do
sistema viário.

O atual seccionamento da Av. Pedro II na altura do anel rodoviário e a inexistência dos trechos
iniciais das Av. Tancredo Neves e João XVIII impedem uma melhor estruturação da malha
viária municipal nesta região. A continuidade da Avenida Pedro II, juntamente com as Avenidas
Tancredo neves e João XVIII, proposta pelo Programa BH Vilas Urbanizadas irá compor um
dos mais importantes eixos de ligação da área central de Belo Horizonte, com as regiões
noroeste e Pampulha.

Atualmente o acesso aos bairros pertencentes à administração regionais Noroeste e Pampulha


é feito através das avenidas Abílio Machado e Ivaí (vias estas estranguladas na interseção com
o Anel Rodoviário) e do sistema coletor da região oeste, bairros Padre Eustáquio e Carlos
Prates, mais precisamente pelas ruas Pará de Minas, Padre Eustáquio e Três Pontas. Estas
vias apresentam grandes restrições à circulação de veículos, pois possuem caixas viárias de
largura reduzida.

A continuidade da Av. Pedro II, no local onde hoje se encontra instalada a vila São José foi
considerada prioritária para intervenção pelo PROGRAMA VIURBS, reforçando o enfoque dado
a este componente no Programa Vilas Urbanizadas. No entanto, o VIURBS não possui
recursos para a implantação deste importante projeto viário.
224
PROGRAMA BH VILAS URBANIZADAS PREFEITURA BH

Em função da reestruturação viária que o projeto de continuidade da av. Pedro II possibilita,


este empreendimento foi incluído entre as intervenções necessárias à implantação do
Programa de Reestruturação do Transporte Coletivo-BHBUS, já mencionado. Na concepção do
BHBUS, que considera o ônibus como o meio de transporte mais adequado do município é
preciso trabalhar os corredores de transporte para aumentar a capacidade de tráfego e,
conseqüentemente, possibilitar uma melhor oferta dos serviços de transporte coletivo para
atendimento à população do município.

No entanto, as intervenções previstas pelo Programa BHBUS dependem da implantação de


infra-estrutura viária para que possam ser viabilizadas. É o caso da estação Alípio de Melo, que
só oferece viabilidade com a implantação da continuidade da Av. Pedro II, onde hoje se
encontra instalada a vila São José. Portanto, a intervenção proposta na vila São José, pelo
Programa BH Vilas Urbanizadas ira beneficiar e subsidiar a continuidade do Programa BHBUS
através da a implantação da estação Alípio de Melo, que irá criar uma nova rota de priorização
do transporte coletivo na Área Central, que é uma medida de importância estratégica para o
funcionamento do trânsito do município.

Além disto, o projeto viário em questão irá possibilitar a articulação entre as av. Pedro II e
Tancredo Neves, compondo mais um segmento da via transversal, denominada 210 que, no
futuro, através da implantação de projetos complementares em outras vias do município,
pretende ligar a região do Barreiro, em Belo Horizonte, ao CEASA, em Contagem.

Do ponto de vista viário, é nesta estratégia que se insere o Programa BH Vilas Urbanizadas, a
partir de importantes intervenções em vias estruturais do município - avenidas Pedro II,
Tancredo neves e João XVIII. O sistema proposto irá melhorar de forma significativa o trânsito
nas referidas regiões, tanto pela criação de novos acessos, como pelo desafogamento dos
acessos existentes.

Portanto a implantação do projeto viário irá consolidar o corredor da av. Pedro II, como
estruturante da bacia da Pampulha, contribuindo para um maior aproveitamento da infra-
estrutura viária.

Para possibilitar a implantação do projeto viário será necessária a canalização do córrego São
José, em galeria fechada. O córrego São José integra a sub-bacia da represa da Pampulha,
bacia do ribeirão do Onça. Entre os córregos não canalizados que compõem a bacia da
Pampulha, o córrego São José aparece como responsável pela maior parcela de contribuição
de carga orgânica à represa da Pampulha, em função da elevada taxa de ocupação em sua
sub-bacia. A canalização e interceptação dos esgotos da vila São José irá reduzir
consideravelmente os problemas de assoreamento e poluição da Lagoa da Pampulha.

225
PROGRAMA BH VILAS URBANIZADAS PREFEITURA BH

5.1.6 ETAPAS JÁ REALIZADAS OU EM ANDAMENTO

5.1.6.1 Interface com o Plano Diretor do Granja de Freitas

Os principais pontos do Plano Diretor do Granja de Freitas que beneficiam o Taquaril são:

Previsão de áreas para uso residencial;


Articulação viária entre os dois bairros;
Previsão de áreas de uso institucional, comercial e de serviços.

As áreas previstas para uso residencial suprem uma falta de áreas livres com potencial para
esse fim no Taquaril. Além disso, essas zonas correspondem a uma das áreas de expansão do
Taquaril, no Setor 2 e que poderão ser utilizadas para a construção de moradias para as
famílias que por ventura precisarem ser removidas do Taquaril.

As articulações do Setor 2 com o Granja de Feitas propostas no Plano Diretor já existem hoje
em forma de caminhos. Concorda-se que essas vias são as principais alternativas para essa
articulação e que a ligação por via veicular será prejudicada pela topografia acidentada. Das
propostas viárias feitas apenas um trecho da rua Olaria foi concretizado. Segundo a Divisão de
Obras (DVPJ) da Urbel não há previsão para que o restante do sistema viário seja consolidado.
Isso só deve ocorrer quando as áreas destinadas ao uso residencial sejam consolidadas para
que não estimule uma ocupação desordenada das mesmas.

A criação de áreas de uso institucional, comercial e de serviços no Granja de Freitas


beneficiará principalmente o Setor 2 do conjunto Taquaril, que possui uma forte ligação com o
Granja devido a dificuldade de integração deste setor com o restante do Taquaril em função do
elevado desnível que há entre este setor e a rua Ramiro Siqueira. Um dos fatos que
comprovam esta ligação é o de que os moradores do setor 2 utilizam a escola do Granja de
Freitas.

226
PROGRAMA BH VILAS URBANIZADAS PREFEITURA BH

5.1.7 ANÁLISE DAS ALTERNATIVAS TÉCNICAS

5.1.7.1 Componente Integração Vila São José

Solução de Projeto - trata-se da solução detalhada em nível de projeto de engenharia, da


Interseção das avenidas João XXIII e Tancredo Neves, em que a primeira avenida era
classificada como Via Arterial Primária (Via 210) e a segunda, como Via Arterial Secundária.
Observar que se trata de uma solução tipo Rótula Vazada, com dois grupos de cruzamentos
semaforizados. Nesta solução, já está indicada a proposta de canal aberto, comparativamente
àquela em rede fechada, detalhada na solução do projeto original.

Figura 5.21 - Solução de Projeto

Solução Proposta - Etapa I - A partir do esclarecimento dado pela Sudecap da troca na


classificação viária, passando a Avenida Tancredo Neves a ser classificada como Via Arterial
Primária (Via 210) e a avenida João XXIII como Via Arterial Secundária, foi sugerida a
alteração da solução de projeto para uma Rótula Não Vazada, buscando priorizar o movimento
principal (Avenida Pedro II - Anel Rodoviário / Avenida Tancredo Neves - Via 210). Esta
proposta elimina os dois grupos de cruzamentos semaforizados, restando uma avaliação da
necessidade de semáforo na ligação Pedro II / João XXIII, no trecho de entrecruzamento com a
Tancredo Neves que poderá ser feito com os carregamentos de tráfego a serem propostos
quando da revisão do projeto ou, durante a operação da interseção, pela BH Trans, a partir do
monitoramento de seu funcionamento. O canal aberto proposto se mantém nesta Etapa.

Etapa II - Esta solução poderá ser implantada futuramente, a partir do monitoramento da


operação do sistema ou, caso os dados de tráfego propostos o justifiquem, já em sua
implantação inicial. Poder-se-á manter a ligação Pedro II / João XXIII, no trecho de
entrecruzamento com a Tancredo Neves, passando a operar como simples retorno no sentido
do Anel Rodoviário. É importante alertar que a Obra de Arte Especial, proposta para manter
livre o tráfego de sentido avenida Tancredo Neves / Anel rodoviário, deverá prever em sua
227
PROGRAMA BH VILAS URBANIZADAS PREFEITURA BH

extensão, a passagem futura da Bus Way, a ser implantada ao longo da Via 210 e, indicada na
Etapa III. O canal aberto proposto, se mantém nesta Etapa.
Etapa IIB – Derivação da Alternativa II – com viaduto

Etapa III - Esta solução contempla a implantação futura da Bus Way. Nesta Etapa, far-se-á
necessário o cobrimento de parte do canal aberto proposto na Etapa I.

A seguir apresenta-se a etapalização proposta para a interseção da VIA 210.

Figura 5.22 - Solução Proposta – Etapa 1

Figura 5.23 - Solução Proposta – Etapa 2


228
PROGRAMA BH VILAS URBANIZADAS PREFEITURA BH

Figura 5.23 - Solução Proposta – Etapa 3

Foi elaborada uma avaliação preliminar baseada nos custos fornecidos pela SUDECAP para a
alternativa de projeto. A simulação a seguir deverá ser detalhada com maior profundidade
quando da revisão do projeto, levando em consideração o monitoramento de tráfego, a ser
implementado pela BHTRANS, com o objetivo de definir os anos ideais de implementação das
etapas II e III. Entretanto, para fins de análise de sensibilidade elaboramos três cenários cujos
resultados apresentamos a seguir:

229
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• Cenário 1 – Segunda etapa iniciando no ano 8 e terceira etapa iniciando no ano 15;
• Cenário 2 – Segunda etapa iniciando no ano 11 e terceira etapa iniciando no ano 19;
• Cenário 3 – Segunda etapa iniciando no ano 13 e terceira etapa no ano 20;

Tabela 5.17 - Análise das Alternativas da Interseção VIA 210

Alternativa Alternativa Proposta


Ano
de Projeto
Cenário 1 Cenário 2 Cenário 3
1 2.000.000 1.400.000 1.400.000 1.400.000 Etapa 1
2 100.000 70.000 70.000 70.000 Etapa 2
3 100.000 70.000 70.000 70.000 Etapa 3
4 100.000 70.000 70.000 70.000
5 100.000 70.000 70.000 70.000
6 100.000 70.000 70.000 70.000
7 100.000 70.000 70.000 70.000
8 100.000 400.000 70.000 70.000
9 100.000 90.000 70.000 70.000
10 100.000 90.000 70.000 70.000
11 100.000 90.000 400.000 70.000
12 100.000 90.000 90.000 70.000
13 100.000 90.000 90.000 400.000
14 100.000 90.000 90.000 90.000
15 100.000 700.000 90.000 90.000
16 100.000 125.000 90.000 90.000
17 100.000 125.000 90.000 90.000
18 100.000 125.000 90.000 90.000
19 100.000 125.000 700.000 90.000
20 100.000 125.000 125.000 700.000
VPL 2.736.578 2.271.554 2.139.555 2.094.560

230
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6 MARCO LEGAL E INSTITUCIONAL


6.1 LEGISLAÇÃO AMBIENTAL E DE RECURSOS HÍDRICOS

6.1.1 LEGISLAÇÃO FEDERAL

6.1.1.1 Constituição Federal

A Constituição da República Federativa do Brasil, promulgada em 1988, diz, em seu Título III
(“Da Organização do Estado”) que compete à União, aos Estados e aos Municípios:

• Proteger o meio ambiente e combater a poluição em qualquer de suas forma


• Promover programas de construção de moradias e a melhoria das condições habitacionais e
de saneamento básico.

Além disso, diz que compete à União e aos Estados legislar, concorrentemente, sobre:
• Floresta caça, pesca, fauna, conservação da natureza, defesa do solo e dos recursos
minerais, proteção do meio ambiente e controle da poluição.
• Igualmente, no seu Capítulo VIII (“Da Ordem Social”) diz que:
• Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado

Com relação aos Recursos Hídricos, o principal enfoque dado pela Carta Magna é o seguinte:

• Todos os corpos d’água passaram a ser de domínio público, ou seja: com dominialidade da
União e dos Estados e do Distrito Federal.

Ainda determina que compete à União: “instituir sistema nacional de gerenciamento de


recursos hídricos e definir critérios de outorga de direitos de seu uso”.

6.1.1.2 Meio Ambiente

A Lei 6.938, de 31 de agosto de 1981, que dispõe sobre a Política Nacional de Meio Ambiente,
criou o CONAMA – Conselho Nacional do Meio Ambiente, órgão consultivo e deliberativo.
Posteriormente, o Decreto 99.274, de junho de 1990, estabeleceu o SISNAMA – Sistema
Nacional de Meio Ambiente, integrado, essencialmente, pelo CONAMA e pela Secretaria do
Meio Ambiente (depois transformada em Ministério do Meio Ambiente, através da Lei nº 8.490,
de novembro de 1992).

Principais tópicos contidos na Política Ambiental, pertinentes ao assunto em pauta:


• Racionalização no uso do solo, do subsolo, da água e do ar;
• Acompanhamento da situação da qualidade ambiental;
• Recuperação de áreas degradadas;
• A imposição, ao poluidor e ao predador, de recuperar e/ou indenizar os danos causados ao
Meio Ambiente;
• A competência estendida aos Estados e Municípios na elaboração de normas e padrões,
porem observado o prescrito pelo CONAMA.
231
PROGRAMA BH VILAS URBANIZADAS PREFEITURA BH

Outras legislações federais importantes no contexto do atual Programa são:

• Lei nº 4.771, de 15 de setembro de 1965, que dispõe sobre o Código Florestal,


principalmente o seu artigo 2°, que trata das áreas de proteção permanente as florestas e
demais formas de vegetação nas nascentes e ao longo dos cursos d’água.
• Lei Nº 9.605, de 12 de fevereiro de 1998, que dispõe sobre as sanções penais e
administrativas derivadas de condutas e atividades lesivas ao meio ambiente, e dá outras
providências.
• Lei Nº 10.257, de 10 e julho de 2001, que regulamenta os artigos 182 e 183 da
Constituição Federal, estabelece diretrizes gerais da política urbana e dá outras
providências.
• Resolução CONAMA Nº 302, de 20 de março de 2002, que dispõe sobre os parâmetros,
definições e limites de Áreas de Preservação Permanente de reservatórios artificiais e o
regime de uso do entorno.

Art. 1º Constitui objeto da presente Resolução o estabelecimento de parâmetros,


definições e limites para as Áreas de Preservação Permanente de reservatório
artificial e a instituição da elaboração obrigatória de plano ambiental de conservação e
uso do seu entorno.

Art 3º Constitui Área de Preservação Permanente a área com largura mínima, em


projeção horizontal, no entorno dos reservatórios artificiais, medida a partir do nível
máximo normal de:
- I - trinta metros para os reservatórios artificiais situados em áreas urbanas
consolidadas e cem metros para áreas rurais;
- II - quinze metros, no mínimo, para os reservatórios artificiais de geração de
energia elétrica com até dez hectares, sem prejuízo da compensação
ambiental.
- III - quinze metros, no mínimo, para reservatórios artificiais não utilizados em
abastecimento público ou geração de energia elétrica, com até vinte
hectares de superfície e localizados em área rural.

- § 1º Os limites da Área de Preservação Permanente, previstos no inciso I, poderão


ser ampliados ou reduzidos, observando-se o patamar mínimo de trinta metros,
conforme estabelecido no licenciamento ambiental e no plano de recursos hídricos da
bacia onde o reservatório se insere, se houver.
- § 2º Os limites da Área de Preservação Permanente, previstos no inciso II, somente
poderão ser ampliados, conforme estabelecido no licenciamento ambiental, e, quando
houver, de acordo com o plano de recursos hídricos da bacia onde o reservatório se
insere.
- § 3º A redução do limite da Área de Preservação Permanente, prevista no § 1º deste
artigo não se aplica às áreas de ocorrência original da floresta ombrófila densa –
porção amazônica, inclusive os cerradões e aos reservatórios artificiais utilizados para
fins de abastecimento público.

232
PROGRAMA BH VILAS URBANIZADAS PREFEITURA BH

• Resolução CONAMA Nº 303, de 20 de março de 2002, que dispõe sobre parâmetros,


definições e limites de Áreas de Preservação Permanente.
Art. 3º Constitui Área de Preservação Permanente a área situada:
I - em faixa marginal, medida a partir do nível mais alto, em projeção horizontal, com
largura mínima, de:
- trinta metros, para o curso d’água com menos de dez metros de largura;
- cinqüenta metros, para o curso d’água com dez a cinqüenta metros de largura;
- cem metros, para o curso d’água com cinqüenta a duzentos metros de largura;
- duzentos metros, para o curso d’água com duzentos a seiscentos metros de largura;
- quinhentos metros, para o curso d’água com mais de seiscentos metros de largura;

6.1.1.3 Recursos Hídricos

Em janeiro de 1995, uma Medida Provisória alterou o nome do Ministério do Meio Ambiente,
inserindo-lhe a expressão “Recursos Hídricos”, criando então a SRH - Secretaria de Recursos
Hídricos, dentro do âmbito do próprio ministério.

Em 08 de janeiro de 1997 foi promulgada a Lei 9.433, que instituiu a Política Nacional de
Recursos Hídricos e criou o SINGRH - Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos
Hídricos; essa Lei substituiu, parcialmente, o Código das Águas (Lei de Direito de Água do
Brasil), promulgado em julho de 1.934. Principais tópicos da Lei das Águas, pertinentes ao
assunto em pauta:

• Criou o Conselho Nacional de Recursos Hídricos - CNRH;


• Enfatizou a integração entre gestão de recursos hídricos e gestão ambiental;
• Criou o Conselho Nacional dos Recursos Hídricos;
• A bacia hidrográfica passou a ser a unidade territorial para implementação da política da
respectiva gestão;
• A referida gestão passou a ser descentralizada, dela participando, além do poder público,
os usuários e a sociedade civil;
• Enfatizou a necessidade de elaboração dos Planos Diretores de cada bacia hidrográfica,
reforçou a necessidade do enquadramento e da outorga, criando a cobrança pelo uso dos
recursos hídricos;
• Salientou a necessidade de não dissociação entre os aspectos quantitativos e qualitativos
da água;
• A outorga passou a se fazer necessária para todos os usos dos recursos hídricos, que
alterem o seu regime, a sua quantidade e a sua qualidade, notadamente:
− Derivação ou captação;
− Extração de água subterrânea;
− Lançamento de efluentes.
• Criou os comitês de bacias e as agências de água.

Em 17 de julho de 2000 foi promulgada a Lei N0 9.984, que dispõe sobre a criação da ANA –
Agência Nacional de Águas, entidade integrante do SINGRH e responsável pela
implementação da Política Nacional de Recursos Hídricos. Em termos de administração
pública, a lei que instituiu a ANA inova ao dizer que a autarquia será dirigida por uma Diretoria

233
PROGRAMA BH VILAS URBANIZADAS PREFEITURA BH

Colegiada, cujos membros terão tempos de mandato, somente podendo ser exonerados de
suas funções se ocorrerem motivos especiais, devidamente explicitados no mencionado texto.

6.1.1.4 Legislação Pertinente ao Processo de Regularização

• Lei Federal nº 6.766/79 que dispõe sobre o Parcelamento do Solo Urbano;


• Lei Federal nº 9.785/99 que altera o Decreto-Lei nº 3.365/41 (Desapropriação por Utilidade
Pública), e as Leis Federais nº 6.015/73 (Registros Públicos) e nº 6.766/79 (Parcelamento do
Solo Urbano);
• Lei Federal nº 8.666/93 (Licitações);
• Lei Federal nº 10.257/01 (Estatuto da Cidade);

6.1.2 LEGISLAÇÃO ESTADUAL

A Constituição do Estado de Minas Gerais, promulgada em 1.989 define como competência do


Estado a proteção do Meio Ambiente; define também a competência do Estado para legislar
sobre:
• Conservação da natureza;
• Defesa dos recursos naturais;
• Proteção do ambiente;
• Controle da poluição e
• Responsabilidades por danos ao Meio Ambiente

No capítulo relativo ao Meio Ambiente, diz que todos têm direito ao Meio Ambiente
ecologicamente equilibrado, incumbindo ao Estado outras atribuições correlatas:

• Prevenir e controlar a poluição, a erosão, o assoreamento e outras formas de degradação


ambiental;
• Estabelecer, através de órgão colegiado, com participação da sociedade civil, normas,
padrões e medidas para proteção do Meio Ambiente e controle da utilização racional dos
recursos ambientais;
• Exigir prévia anuência do órgão estadual de controle e política ambiental, para início e
desenvolvimento de atividades capazes de causar degradação ao Meio Ambiente;
• Promover a educação ambiental;

A política ambiental no Estado de Minas Gerais teve início em 1.977, através do Decreto N0
18.466 de 29 de abril, quando foi criada a Comissão de Política Ambiental – COPAM, atual
Conselho Estadual de Política Ambiental, órgão colegiado paritário de caráter deliberativo,
constituído por representantes do poder público e da sociedade civil.
Posteriormente, em julho de 1997, a Lei nº 12.581 altera a estrutura da Secretaria de Estado
do Meio Ambiente e do Desenvolvimento Sustentável - SEMAD, que passa a ser, em nível
estadual, o coordenador do SISNAMA e do SINGRH. Na mesma lei, são integrados, à estrutura
da SEMAD, os seguintes órgãos:
• COPAM – Conselho Estadual de Política Ambiental;
• CERH – Conselho Estadual de Recursos Hídricos;

234
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• FEAM – Fundação Estadual de Meio Ambiente;


• IEF – Instituto Estadual de Florestas;
• IGAM – Instituto Mineiro de Gestão das Águas.
O COPAM contou, até 1.983, com o apoio técnico da Superintendência de Ecologia e
Engenharia Ambiental da Fundação Centro Tecnológico de Minas Gerais – CETEC. Em 1.983
foi criada a Superintendência de Meio Ambiente – SMA, cujas atribuições incluíam o
assessoramento técnico ao COPAM. A partir da estrutura da SMA é que, em 1.988, foi criada a
Fundação Estadual de Meio Ambiente – FEAM, implementada a partir de março de 1.989.

A evolução do processo de institucionalização da política ambiental no Estado, resultante de


discussões e propostas nas esferas do setor público e da sociedade civil, levou, em 1.995, à
criação da Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável – SEMAD,
estabelecendo-se, assim, as condições para a integração das ações dos órgãos executivos do
sistema estadual de proteção, conservação e melhoria do meio ambiente.

A partir de março de 1.998, os órgãos vinculados à SEMAD assumiram as funções executivas


e de assessoramento técnico junto às Câmaras Especializadas e ao Plenário do COPAM.
Assim, a estruturação do sistema estadual de meio ambiente se deu através de três agendas: a
“agenda marrom” a cargo da FEAM, que tem como atribuição atuar especificamente na
prevenção e controle de atividades potencialmente modificadoras do meio ambiente, no
tocante às atividades industriais, minerárias e de infra-estrutura, incluindo aquelas de
saneamento; a “agenda verde” a cargo do Instituto Estadual de Florestas - IEF, cujas
atividades referem-se à coordenação e execução das políticas florestal e de pesca, ao controle
do desmatamento e à manutenção de parques e unidades de conservação; a “agenda azul” a
cargo do Instituto Mineiro de Gestão das Águas – IGAM, cuja atuação contempla os temas
ligados à gestão de bacias hidrográficas, à proteção de mananciais de abastecimento e ao
controle dos recursos hídricos.

6.1.2.1 Agenda Marrom

Um dos principais instrumentos de controle da “agenda marrom” é o licenciamento ambiental, o


qual foi instituído pela Lei N0 7.772 de 08 de setembro de 1.980, que dispõe sobre a proteção,
conservação e melhoria do meio ambiente no Estado de Minas Gerais. A referida Lei foi
regulamentada pelo Decreto N0 21.228, de 10 de março de 1.981, e consolidada pelo Decreto
N0 39.424, de 05 de fevereiro de 1.998.

Conforme apresentado no Capítulo III da Lei N0 7.772, o licenciamento ambiental é o


procedimento pelo qual “a construção, instalação, ampliação e funcionamento de
estabelecimento que utilize recursos ambientais, considerado efetiva ou potencialmente
poluidor, bem assim o empreendimento capaz, sob qualquer forma, de causar degradação
ambiental, ficam sujeitos ao licenciamento do Conselho Estadual de Política Ambiental –
COPAM, por intermédio de suas Câmaras especializadas ou dos órgãos seccionais de apoio
correspondentes, sem prejuízo de outras licenças legalmente exigíveis”.

O COPAM, no exercício de sua competência de controle ambiental, expedirá as seguintes


licenças:

• I – Licença Prévia (LP), na fase preliminar do planejamento da atividade, contendo


requisitos básicos a serem atendidos nas fases de localização, instalação e operação,
observados os planos municipais, estaduais ou federais de uso do solo;
235
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• II – Licença de Instalação (LI), autorizando o início da implantação, de acordo com as


especificações constantes do Projeto Executivo aprovado;
• III – Licença de Operação (LO), autorizando, após as verificações necessárias, o início da
atividade licenciada e o funcionamento de seus equipamentos de controle de poluição, de
acordo com o previsto nas Licenças Prévia e de Instalação.

6.1.2.2 Agenda Verde

Em 27 de dezembro de 1.991 foi promulgada a Lei N0 10.561, que dispõe sobre a política
florestal no Estado de Minas Gerais, sendo que alguns de seus dispositivos foram alterados
pela Lei N0 13.048, de 17 de dezembro de 1998.

“A Lei Florestal de Minas Gerais (Lei 10.561 de 27/12/91), de iniciativa do Poder Legislativo do
Estado, foi recentemente substituída pela Lei n° 14.309, de 19/06/2.002, que dispõe sobre as
políticas florestal e de biodiversidade no Estado de M.G. Esta legislação se compatibiliza com o
Código Florestal no que respeita às medidas de proteção das florestas e demais formas de
vegetação.

No concerne à atuação em área de preservação permanente, esta legislação determina:

• Art. 13 – A supressão de vegetação nativa em área de preservação permanente somente


poderá ser autorizada em caso de utilidade pública ou de interesse social, devidamente
caracterizado e motivado em procedimento administrativo próprio, quando não existir
alternativa técnica e locacional ao empreendimento proposto.
§ 1° – A supressão de vegetação em área de preservação permanente situada em área
efetivamente urbanizada dependerá de autorização do órgão municipal competente,
desde que o município possua conselho de meio ambiente com caráter deliberativo e
plano diretor, mediante anuência prévia do órgão estadual competente, fundamentada
em parecer técnico.

§ 2° – Consideram-se efetivamente urbanizadas as áreas parceladas e dotadas da


infra-estrutura mínima, segundo as normas federais e municipais.

§ 3° – Para fins do que dispõe este artigo, considera-se:


I – de utilidade pública:
a) a atividade de segurança nacional e proteção sanitária;
b) a obra essencial de infra-estrutura destinada a serviço público de transporte,
saneamento ou energia;
c) a obra, plano, atividade ou projeto assim definido na legislação federal ou
estadual;
II – de interesse social :
a) a atividade imprescindível à proteção da integridade da vegetação nativa, tal como
a prevenção, combate e o controle do fogo, o controle da erosão, a erradicação de
invasoras e a proteção de plantios com espécies nativas, conforme definida na
legislação federal ou estadual;
b) a obra, plano, atividade ou projeto assim definido na legislação federal ou estadual;
c) a ação executada de forma sustentável, destinada à recuperação, recomposição ou
regeneração de área de preservação permanente, tecnicamente considerada
degradada ou em processo avançado de degradação.

236
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§ 4 – O órgão ambiental competente poderá autorizar a supressão de vegetação em


área de preservação permanente, quando eventual e de baixo impacto ambiental,
conforme definido em regulamento.
§ 5 – O órgão ambiental competente indicará, previamente à emissão da autorização
para a supressão de vegetação em área de preservação permanente, as medidas
mitigadoras e compensatórias a serem adotadas pelo empreendedor.
§ 6 – A supressão de vegetação nativa protetora de nascente somente poderá ser
autorizada em caso de utilidade pública.
§ 7° – Na implantação de reservatório artificial, o empreendedor pagará pela restrição
de uso da terra de área de preservação permanente criada no seu entorno, na forma de
servidão ou outra prevista em lei, conforme parâmetros e regime de uso definidos na
legislação.
§ 8° – A utilização de área de preservação permanente será admitida mediante
licenciamento ambiental, quando couber.
§ 9° – A área de preservação permanente recuperada, recomposta ou regenerada é
passível de uso sustentável mediante projeto técnico a ser aprovado pelo órgão
competente.
§ 10° – São vedadas quaisquer intervenções nas áreas de veredas, salvo em caso de
utilidade pública, de dessedentação de animais ou de uso doméstico.

6.1.2.3 Agenda Azul

Em 29 de Janeiro de 1.999 foi promulgada a Lei N0 13.199, que dispõe sobre a Política
Estadual de Recursos Hídricos e dá outras providências, sendo que de acordo com o Capítulo
VIII, Art. 60, tem-se: “Revogam-se as disposições em contrário, em especial a Lei N0 11.504,
de 20 de junho de 1994”.

A Lei N0 13.199/99 foi regulamentada pelo Decreto N0 41.578, de 08 de março de 2.001.


No Capítulo III da Lei N0 13.199 estão descritos todos os direitos de uso de recursos hídricos
que são sujeitos a outorga pelo poder público, independentemente da natureza pública ou
privada dos usuários, os quais são:

• As acumulações, as derivações ou a captação de parcela da água existente em um corpo


de água para consumo final, até para abastecimento público, ou insumo de processo
produtivo;
• A extração de água de aqüífero subterrâneo para consumo final ou insumo de processo
produtivo;
• O lançamento, em corpo de água, de esgotos e demais efluentes líquidos ou gasosos,
tratados ou não, com o fim de sua diluição, transporte ou disposição final;
• O aproveitamento de potenciais hidrelétricos;
• Outros usos e ações que alterem o regime, a quantidade ou a qualidade da água existente
em um corpo de água.

Conforme o Art. 19, a outorga do direito de uso de recursos hídricos efetivar-se-á por ato do
IGAM.

237
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De acordo com o apresentado no Capítulo IV, o Sistema Estadual de Gerenciamento de


Recursos Hídricos – SEGRH-MG tem os seguintes objetivos:
• Coordenar a gestão integrada e descentralizada das águas;
• Arbitrar administrativamente os conflitos relacionados com os recursos hídricos;
• Implementar a Política Estadual de Recursos Hídricos;
• Planejar, regular, coordenar e controlar o uso, a preservação e a recuperação de recursos
hídricos do Estado;
• Promover a cobrança pelo uso de recursos hídricos.

Integram o SEGRH-MG:
• A Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável;
• O Conselho Estadual de Recursos Hídricos - CERH-MG;
• O Instituto Mineiro de Gestão das Águas - IGAM;
• Os comitês de bacia hidrográfica;
• Os órgãos e as entidades dos poderes estadual e municipais cujas competências se
relacionem com a gestão de recursos hídricos;
• As agências de bacias hidrográficas.

Ao IGAM, na condição de entidade gestora do SEGRH-MG, compete:


− Superintender o processo de outorga e de suspensão de direito de uso de recursos
hídricos, nos termos desta lei e dos atos baixados pelo Conselho Estadual de Recursos
Hídricos;
− Gerir o Sistema Estadual de Informações sobre Recursos Hídricos e manter atualizados,
com a cooperação das unidades executivas descentralizadas da gestão de recursos
hídricos, os bancos de dados do sistema;
− Manter sistema de fiscalização de uso das águas da bacia, com a finalidade de capitular
infrações, identificar infratores e representá-los perante os órgãos do sistema competentes
para a aplicação de penalidades, conforme dispuser o regulamento;
− Exercer outras ações, atividades e funções estabelecidas em lei, regulamento ou decisão
do CERH-MG, compatíveis com a gestão de recursos hídricos.

Aos comitês de bacia hidrográfica, órgãos deliberativos e normativos na sua área territorial de
atuação, compete:
− Promover o debate das questões relacionadas com os recursos hídricos e articular a
atuação de órgãos e entidades intervenientes;
− Arbitrar, em primeira instância administrativa, os conflitos relacionados com os recursos
hídricos;
− Aprovar os Planos Diretores de Recursos Hídricos das bacias hidrográficas e seus
respectivos orçamentos, para integrar o Plano Estadual de Recursos Hídricos e suas
atualizações;
− Aprovar planos de aplicação dos recursos arrecadados com a cobrança pelo uso de
recursos hídricos, inclusive financiamentos de investimentos a fundo perdido;
− Aprovar a outorga dos direitos de uso de recursos hídricos para empreendimentos de
grande porte e com potencial poluidor;
238
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− Estabelecer critérios e normas e aprovar os valores propostos para cobrança pelo uso de
recursos hídricos;
− Definir, de acordo com critérios e normas estabelecidos, o rateio de custos das obras de
uso múltiplo, de interesse comum ou coletivo, relacionados com recursos hídricos;
− Aprovar o Plano Emergencial de Controle de Quantidade e Qualidade de Recursos Hídricos
proposto por agência de bacia hidrográfica ou entidade a ela equiparada, na sua área de
atuação;
− Deliberar sobre proposta para o enquadramento dos corpos de água em classes de usos
preponderantes, com o apoio de audiências públicas, assegurando o uso prioritário para o
abastecimento público;
− Deliberar sobre contratação de obra e serviço em prol da bacia hidrográfica, a ser
celebrada diretamente pela respectiva agência ou por entidade a ela equiparada nos
termos desta Lei, observada a legislação licitatória aplicável;
− Acompanhar a execução da Política Estadual de Recursos Hídricos na sua área de
atuação, formulando sugestões e oferecendo subsídios aos órgãos e às entidades
participantes do SEGRH-MG;
− Aprovar o orçamento anual de agência de bacia hidrográfica na sua área de atuação, com
observância da legislação e das normas aplicáveis e em vigor;
− Aprovar o regime contábil da agência de bacia hidrográfica e seu respectivo plano de
contas, observando a legislação e as normas aplicáveis;
− Aprovar o seu regimento interno e modificações;
− Aprovar a formação de consórcios intermunicipais e de associações regionais, locais e
multissetoriais de usuários na área de atuação da bacia, bem como estimular ações e
atividades de instituições de ensino e pesquisa e de organizações não governamentais, que
atuem em defesa do meio ambiente e dos recursos hídricos na bacia;
− Aprovar a celebração de convênios com órgãos, entidades e instituições públicas ou
privadas, nacionais e internacionais, de interesse da bacia hidrográfica;
− Aprovar programas de capacitação de recursos humanos, de interesse da bacia
hidrográfica, na sua área de atuação;
− Exercer outras ações, atividades e funções estabelecidas em lei, regulamento ou decisão
do Conselho Estadual de Recursos Hídricos, compatíveis com a gestão integrada de
recursos hídricos.

Tem-se ainda que “A outorga dos direitos de uso de recursos hídricos para empreendimentos
de grande porte e com potencial poluidor compete, na falta do Comitê de Bacia Hidrográfica, ao
COPAM-MG, por meio de suas Câmaras, com apoio e assessoramento técnicos do IGAM, nos
termos do artigo 5º da Lei nº 12.585, de 17 de julho de 1997”.

239
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6.1.3 LEGISLAÇÃO MUNICIPAL

O município de Belo Horizonte possui as seguintes Leis e Decretos pertinentes ao assunto em


pauta:

• Lei Nº 3.995, de 16 de janeiro de 1985 – Cria o Programa Municipal de Regularização de


favelas – PROFAVELA
• Lei Nº 4.253, de 04 de dezembro de 1984, que dispõe sobre a política de Proteção, do
Controle e da Conservação do meio Ambiente e da Melhoria da Qualidade de Vida da
População e o Decreto Nº 5.893 de dezesseis de marco de 1988, que a regulamenta. A
exigência de licenciamento ambiental para atividades potencialmente causadoras de grande
impacto mo meio ambiente estava prevista na Lei Municipal Nº 4.253/85, que institui a
Política Municipal de Meio Ambiente, bem como o Conselho Municipal de Meio Ambiente-
COMAM, órgão colegiado, representativo de várias instâncias do governo e da sociedade, de
ação deliberativa, normativa e de assessoramento na gestão ambiental do município.
Entretanto, foi a partir de 1997, com a vigência da nova Lei de Parcelamento e Uso do Solo
(Lei Nº 7.166/96) e da regulamentação do licenciamento de empreendimentos de impacto,
que o licenciamento ambiental assumiu novas conotações
• Lei Nº 6.508, 12 de janeiro de 1994 que cria o Conselho Municipal da Habitação e dá
outras providências.
• Lei Nº 7.165, de 27 de agosto de 1996 institui o Plano Diretor do Município de Belo
Horizonte.
• Lei Nº 7.166, de 27 de agosto de 1996 estabelece normas e condições para parcelamento,
ocupação e uso do solo urbano do município. Esta legislação determina entre outras coisas,
que o território do Município é considerado área urbana, dividindo-se em zonas, de acordo
com as diretrizes estabelecidas no Plano Diretor.
- Art. 5º - As zonas, diferenciadas segundo os potenciais de adensamento e as
demandas de preservação e proteção ambiental, histórica, cultural, arqueológica ou
paisagística, são as seguintes:
I - Zona de Preservação Ambiental - ZPAM;
II - Zona de Proteção - ZP;
III - Zona de Adensamento Restrito - ZAR;
IV - Zona de Adensamento Preferencial - ZAP;
V - Zona Central - ZC ;
VI - Zona Adensada - ZA;
VII - Zona de Especial Interesse Social - ZEIS;
VIII - Zona de Grandes Equipamentos - ZE.

- Art. 12 - São ZEIS as regiões nas quais há interesse público em ordenar a ocupação,
por meio de urbanização e regularização fundiária, ou em implantar ou complementar
programas habitacionais de interesse social, e que se sujeitam a critérios especiais de
parcelamento, ocupação e uso do solo, subdivindo-se nas seguintes categorias:
I - ZEIS-1, regiões ocupadas desordenadamente por população de baixa renda,
nas quais existe interesse público em promover programas habitacionais de
urbanização e regularização fundiária, urbanística e jurídica, visando à promoção

240
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da melhoria da qualidade de vida de seus habitantes e a sua integração à malha


urbana;
II - ZEIS-2, regiões não edificadas, subutilizadas ou não utilizadas, nas quais há
interesse público em promover programas habitacionais de produção de moradias,
ou terrenos urbanizados de interesse social;
III - ZEIS-3, regiões edificadas em que o Executivo tenha implantado conjuntos
habitacionais de interesse social.

• Lei Nº 7.277, de 17 de janeiro de 1997 que institui a Licença Ambiental e dá outras


providências.
• Lei Nº 8.137, de 21 de dezembro de 2000 que altera as Leis Nº 7.165 e 7.166 e dá outras
providências:

Art. 29 - A Subseção XII, da Seção II, do Capítulo III, do Título II da Lei nº 7.165, de 1996
passa a vigorar acrescido do seguinte art. 32-A:

"Art. 32-A - Os programas habitacionais referentes a assentamentos existentes devem


ser implantados de acordo com as seguintes diretrizes:
I - elaborar Plano Global Específico para cada assentamento, considerando as
particularidades de cada área e abordando de forma integrada os aspectos físico -
ambiental, jurídico legal, sócio-econômico e organizativo, promovendo a integração à
cidade;
II - adequar as intervenções dos diversos órgãos e esferas de governo às diretrizes do
Plano Global Específico, ressalvadas aquelas para atendimento a situações
emergenciais, de calamidade pública ou de manutenção;
III - desenvolver programas para a urbanização e a regularização fundiária de favelas, a
complementação da infra-estrutura urbana de loteamentos populares e o
reassentamento de população desalojada em decorrência de obras públicas ou
calamidades;
IV - efetivar a regularização fundiária de loteamentos populares e favelas localizados
em terrenos pertencentes ao Município, mediante a aprovação de projetos de
parcelamento, urbanização da área e titulação dos moradores;
V- promover a regularização fundiária de loteamentos populares e favelas localizadas
em terrenos particulares e em áreas públicas federais e estaduais, visando à execução
de projetos de parcelamento, urbanização da área e a titulação dos moradores;
VI - criar mecanismos para garantir a permanência das famílias de baixa renda nas
vilas, favelas e conjuntos habitacionais de interesse social, assegurando a função de
moradia."

• Lei Nº 8146, de 29 de dezembro de 2000, que dispõe sobre a estrutura organizacional da


administração direta do poder executivo e dá outras providências.
Capítulo VI
Da Regularização Fundiária das ZEIS-1 e ZEIS-3

Seção I
Do PROFAVELA

241
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Art. 137 - O Programa Municipal de Regularização de Favelas - PROFAVELA - é o


instrumento destinado a regular os processos de urbanização e de regularização
fundiária das Zonas de Especial Interesse Social 1 (ZEIS-1) e das Zonas de Especial
Interesse Social 3 (ZEIS-3), estabelecendo critérios especiais de parcelamento,
ocupação e uso do solo, nos termos do Parágrafo único do art. 57 da Lei nº 7.165, de
27 de agosto de 1996, e dos arts. 12 e 43 da Lei nº 7.166, de 27 de agosto de 1996,
bem como o art. 12 - Das Disposições Transitórias da mesma Lei.

Art. 138 - O PROFAVELA tem como objetivo orientar as ações públicas ou privadas
que impliquem na urbanização ou na regularização fundiária das ZEIS-1 e das ZEIS-3.
Parágrafo único - A regularização fundiária das ZEIS compreende os processos de
regularização urbanística e de regularização jurídica do domínio da terra em favor dos
ocupantes, visando:
I - melhorar a qualidade de vida da população;
II - adequar a propriedade do solo a sua função social; e
III - exercer efetivamente o controle sobre o solo urbano.

Seção II
Dos Planos Globais Específicos para Intervenção Estrutural
Art. 139 - Fica instituída a figura dos Planos Globais Específicos a serem elaborados
para cada ZEIS-1 e ZEIS-3 sob a coordenação do Executivo, com aprovação do
Conselho Municipal de Habitação - CMH e ouvido Conselho Municipal de Política
Urbana - COMPUR.

Art. 140 - Os Planos Globais Específicos para cada ZEIS deverão considerar três níveis
de abordagem: físico-ambiental, jurídico-legal e sócio-organizativo, elaborados
concomitamente e contendo, no mínimo:
I - levantamento de dados referente à situação jurídico-legal, sócio organizativa e físico-
ambiental;
II - diagnóstico integrado da situação sócio-organizativa, físico-ambiental e jurídico-
legal;
III - proposta integrada de intervenção social, física e de regularização fundiária;
IV - cronograma de implantação das atividades, com priorização de intervenções e
estimativas de custo; e
V - as diretrizes para Parcelamento, Uso e Ocupação do Solo.

Parágrafo único - Para efeito de ordenação territorial, o Plano Global Específico para
cada ZEIS-1 e ZEIS-3 poderá subdividi-las em áreas de categorias diferenciadas, em
função dos potenciais de adensamento, da necessidade de proteção ambiental e das
características de expansão das mesmas, sujeitas a índices ou parâmetros urbanísticos
próprios.

Seção III
Do Parcelamento do Solo

Art. 143 - Os projetos de parcelamento das ZEIS-1 e ZEIS-3 serão aprovados pelo
Executivo a título de urbanização específica de interesse social, em conformidade com
o art. 4º, inciso II, da Lei nº 6.766, de 19 de dezembro de 1979.

242
PROGRAMA BH VILAS URBANIZADAS PREFEITURA BH

Art. 144 - Para o parcelamento do solo de cada ZEIS deverá ser elaborado:
I - levantamento topográfico planialtimétrico cadastral; e
II - pesquisa sócio-econômica, físico-ambiental e jurídico-legal, de forma censitária.

§ 1º - Após a realização da pesquisa censitária e do levantamento topográfico


planialtimétrico cadastral, a construção, ampliação ou reforma de edificações fica
condicionada a parecer favorável da URBEL que verificará as implicações da obra
proposta com o Plano Global Específico da área.
§ 2º - A pesquisa sócio-econômica, físico-ambiental e jurídico-legal indicará os
ocupantes responsáveis pelos lotes e servirá de referência para o processo de
regularização fundiária da área.

Art. 146 - O percentual de reserva de áreas destinadas à implantação de equipamentos


urbanos e comunitários, sistema de circulação e espaços para lazer e recreação nas
ZEIS-1 e nas ZEIS-3 será estabelecido nos respectivos projetos de parcelamento do
solo.
Parágrafo único - A reserva de áreas destinadas à implantação de equipamentos
urbanos e comunitários deverá ser suficiente, no mínimo, para promover o atendimento
adequado da população residente.

Subseção II
Da Ocupação do Solo

Art. 160 - Nos lotes ocupados por mais de uma família, o parcelamento e a titulação
serão precedidos de Estudo Básico de Ocupação efetuados com a participação dos
moradores, para definição das frações ideais respectivas, quando necessário.
Art. 161 - As obras de novas edificações, reformas e ampliações das existentes estarão
sujeitas às disposições do decreto específico, que fixará parâmetros urbanísticos
necessários à ocupação da área, tais como os Coeficientes de Aproveitamento do Solo,
os Afastamentos, as Alturas Máximas permitidas nas divisas dos lotes, as Taxas de
Permeabilização e as Quotas Mínimas de terreno por unidade habitacional, exceto
aquelas destinadas a reassentamentos em áreas acima de 1.000 m², que deverão
seguir os parâmetros de ocupação do solo da ZEIS-2.

• Legislação Pertinente ao Processo de Regularização Fundiária

- Lei Orgânica do Município de Belo Horizonte;


- Lei Municipal nº 6.326/93 (Regulamentação do Fundo Municipal de Habitação);
- Lei Municipal nº 6.508/94 (Conselho Municipal de Habitação)
- Lei Municipal nº 7.165/96 (Plano Diretor do Município);
- Lei Municipal nº 7.166/96 (Lei de Parcelamento, Ocupação e Uso do Solo de Belo
Horizonte);
- Lei Municipal nº 9.758/98 (PROAS);
- Lei Municipal nº 8.137/00 (Altera as leis 7.165/96 e 7.166/96 e regulamenta as ZEIS 1 e
ZEIS 3);
- Resoluções do Conselho Municipal de Habitação;

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6.2 MARCO INSTITUCIONAL

6.2.1 SISTEMA FEDERAL DE MEIO AMBIENTE - SISNAMA

No âmbito Federal, o Sistema Nacional do Meio Ambiente SISNAMA é composto pelo:

• Conselho Nacional do Meio Ambiente - CONAMA: Órgão consultivo e deliberativo.


• Ministério do Meio Ambiente - MMA: Órgão Central.
• Instituto Brasileiro de Meio Ambiente - IBAMA: Órgão executor.

O Conselho Nacional do Meio Ambiente - CONAMA, órgão colegiado com poderes


deliberativos e normativos é composto por representantes de todos os ministérios, de todos os
Estados da Federação, de entidades de classe, de organizações governamentais e, também,
de representação dos municípios.

6.2.2 SISTEMA ESTADUAL DE MEIO AMBIENTE E RECURSOS HÍDRICOS -


SISEMA

Na esfera estadual adota-se o mesmo modelo definido para esfera federal (composto por um
órgão central, órgão deliberativo e órgãos executivos). No estado de Minas Gerais, a ação dos
órgãos governamentais em meio ambiente está centrada na Secretaria de Estado de meio
Ambiente e desenvolvimento sustentável – SEMAD.

Secretaria de Estado de meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável - SEMAD

Conselho Estadual Conselho Estadual


de Política de Recursos
Ambiental Hídricos
COPAM CERH

Fundação Estadual do Instituto Estadual de Instituto Mineiro de


Meio Ambiente – FEAM Florestas – IEF Gestão das Águas -IGAM
Agenda Marrom Agenda Verde Agenda Azul

Conselho Municipal de Meio Ambiente -CMMA

Secretarias ou Departamentos Municipais de


Meio Ambiente

244
PROGRAMA BH VILAS URBANIZADAS PREFEITURA BH

6.2.2.1 Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável –


SEMAD

É função da SEMAD: formular e coordenar a política estadual de proteção do meio ambiente e


de gerenciamento dos recursos hídricos, bem como articularas políticas de gestão dos
recursos assegurando o desenvolvimento do Estados sem a destruição da natureza.

6.2.2.1.1 Órgãos Deliberativos e Consultivos


Conselho Estadual de Política Ambiental - COPAM
O Conselho Estadual de Política Ambiental - COPAM é um órgão normativo, colegiado,
consultivo e deliberativo, atualmente subordinado à Secretaria de Estado de Meio Ambiente
e Desenvolvimento Sustentável - SEMAD. Tem por finalidade deliberar sobre diretrizes,
políticas, normas regulamentares e técnicas, padrões e outras medidas de caráter
operacional, para proteção e conservação do meio ambiente e dos recursos ambientais,
bem como sobre a sua aplicação pela SEMAD, por meio das entidades a ela vinculadas,
dos demais órgãos seccionais e dos órgãos locais.

Sua estrutura, fundamentada em um sistema colegiado, consagrou a fórmula do


gerenciamento participativo, inovando a forma de organização de conselhos
governamentais e a própria elaboração de políticas públicas. Exercendo o papel de órgão
colegiado do sistema ambiental estadual é responsável pela deliberação e normatização
das políticas públicas formalizadas pelo Sistema Estadual de Meio Ambiente - SISEMA
(SEMAD, FEAM, IGAM e IEF) na área ambiental. O Copam está organizado em sete
Câmaras Especializadas, que têm competência para atuar na elaboração de normas,
visando a proteção e a preservação ambiental, na sua respectiva área de atuação.
− Câmara de Política Ambiental;
− Câmara de Atividades Industriais;
− Câmara de Atividades Minerarias;
− Câmara de Atividades de Infra-Estrutura;
− Câmara de Atividades Agropastoris;
− Câmara de Proteção da Biodiversidade;
− Câmara de Recursos Hídricos.

Estas câmaras, além da formulação de políticas setoriais, atuam na elaboração de normas


técnicas para a proteção ambiental, concessão de licenças ambientais para atividades
potencialmente poluidoras e no julgamento dos processos de aplicação da penalidade.

Conselho Estadual de Recursos Hídricos - CERH


O Conselho Estadual de Recursos Hídricos – CERH é a instância superior do Sistema
Estadual de Gerenciamento de Recursos Hídricos – SEGRH-MG. Cabe a ele tomar as
decisões globais a respeito das águas de Minas, ou seja, promover a gestão da política
estadual de recursos hídricos, desenvolvida pela Secretaria de Estado de Meio Ambiente e
Desenvolvimento Sustentável – SEMAD.

245
PROGRAMA BH VILAS URBANIZADAS PREFEITURA BH

Para o exercício das atribuições, definidas no artigo 41 da Lei nº 13.199/99, poderá


organizar-se em câmaras técnicas especializadas, que têm a função de atuarem de forma
integrada, aprovando e acompanhando a execução do Plano Estadual de Recursos
Hídricos, intermediando as relações com os órgãos federais, usuários, empreendedores e
órgãos técnicos, atuando como instância superior - nesse caso o CERH - de mediação de
conflitos entre os usos da água no Estado de Minas Gerais.

Compõem também o SEGRH-MG os Comitês e as Agências de Bacias Hidrográficas, à


semelhança dos Comitês e Agências do Sistema Nacional de Recursos Hídricos.

Os comitês de bacia hidrográfica são instâncias colegiadas deliberativas e normativas,


compostas pelo poder público(estado e municípios da bacia), por usuários e por
representantes da sociedade civil organizada, responsável pela efetivação da gestão
descentralizada e participativa. Os comitês são integrantes dos Sistemas Nacional (para
bacias de domínio nacional) e Estadual ( para bacias de domínio estadual) de
Gerenciamento de Recursos Hídricos e foram criados com o a finalidade de democratizar e
descentralizar a gestão dos recursos hídricos.

O SEGRH-MG deverá contar ainda com a participação das Agências de Bacia. Órgãos
Executivos que deverão se encarregar de operacionalizar as políticas e diretrizes
estabelecidas pelos Comitês de Bacia. Embora diversos Comitês já estejam em
funcionamento no Estado de Minas Gerais, não foi ainda possível criar as suas agências
em razão de dificuldades relacionadas com a escolha de seu formato jurídico.

A legislação estadual (Lei 13.199/99) permite que o CERH reconheça os Consórcios


Intermunicipais e as Associações de Usuários equiparando-os às Agências.

Finalmente, é necessário reconhecer que todo arcabouço jurídico institucional do atual


Sistema Estadual de Gerenciamento de Recursos Hídricos recebeu grande contribuição
dos estudos e propostas do “ Estudo para a Implantação da Agência de Bacia do Rio das
Velhas” elaborado pela Secretaria de Estado do Planejamento e Coordenação Geral, no
Programa PROSAM, financiado pelo BIRD.

6.2.2.1.2 Órgãos Técnicos Executivos

Instituto Estadual de Florestas - IEF


O Instituto Estadual de Florestas – IEF é um dos órgãos vinculados ao Sistema Estadual de
Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável – SISEMA, que tem por missão propor,
coordenar e executar as políticas florestais e de gestão da pesca no Estado de Minas
Gerais, responsabilizando-se pela “Agenda Verde” do setor.

Num trabalho integrado com as diretrizes definidas nos conselhos, tem a responsabilidade
de promover a preservação e conservação da flora e da fauna sob os critérios do
desenvolvimento sustentável dos recursos naturais renováveis, bem como a realizar
pesquisas em biomassa e biodiversidade.

Por ser Minas um Estado de intensa vocação florestal, o IEF atua de forma descentralizada
nas diversas regiões mineiras, através de escritórios regionais e Florestais, em parceria
com as prefeituras municipais na realização do uso sustentado dos recursos naturais.

246
PROGRAMA BH VILAS URBANIZADAS PREFEITURA BH

O IEF atua em diversos programas de: fomento florestal, assistência técnica para proteção
de solos e mananciais, proteção e recomposição de matas ciliares. Além disso, o IEF
administra diversas Unidades de Conservação (Parques Estaduais, Reservas Biológicas,
Estações Ecológicas e Áreas de Proteção Ambiental) em Minas Gerais, destinadas
principalmente à conservação e preservação da fauna e flora. É também de sua
competência a execução e o desenvolvimento de uma a Política de Pesca e Aquicultura
Sustentável, além de buscar a recuperação dos recursos pesqueiros em Minas Gerais.
Fundação Estadual do meio Ambiente - FEAM

Fundação Estadual do Meio Ambiente - FEAM integra, no âmbito estadual, o Sistema


Nacional do Meio Ambiente - SISNAMA, como órgão executivo seccional, ao lado do IEF -
Instituto Estadual de Florestas e do IGAM - Instituto Mineiro de Gestão das Águas.

Desenvolve a “Agenda Marrom”, um projeto que busca o controle das atividades industriais
, minerárias e de infra-estrutura. Por isso, enprega técnicas de avaliação e planejamento
ambiental e vem desenvolvendo e aplicando novos instrumentos para a fiscalização e
licenciamento das atividades.

A Fundação ainda atua diretamente nos empreendimentos de significativo impacto


ambiental de âmbito regional e procura, cada vez mais, promover a capacitação das
administrações municipais para cuidar das ações de impacto local.

A FEAM tem por finalidade propor e executar a política de proteção, conservação e


melhoria do meio ambiente no que concerne à prevenção e à correção da poluição ou da
degradação ambiental provocada por atividades industriais, minerárias e de infra-estrutura,
bem como promover e realizar estudos e pesquisas sobre a poluição, qualidade do ar, da
água e do solo.

Instituto Mineiro de Gestão das Águas - IGAM

O Instituto Mineiro de Gestão das Águas - IGAM é o órgão responsável pelo planejamento e
administração de todas as ações direcionadas à preservação da quantidade e da qualidade
dos recursos hídricos em Minas Gerais, responsabilizando-se pela “Agenda Azul” do setor.

Conforme os princípios da Política Nacional (Lei Federal 9.433/97) e Estadual (Lei Estadual
13.199/99) dos Recursos Hídricos, a água é um bem finito, vulnerável e de valor
econômico. A gestão das águas deve visar a utilização múltipla e ser realizada de forma
descentralizada e participativa, considerando-se a bacia hidrográfica como unidade de
planejamento e de gestão.

Segundo a constituição brasileira de 1988, as águas são de domínio público. São


consideradas como de domínio do Estado as águas superficiais ou subterrâneas efluentes,
emergentes e em depósito, que banham o território estadual.

O IGAM é o órgão estadual responsável pela administração da outorga para uso de água. A
outorga é o instrumento pelo qual o usuário recebe uma autorização ou concessão para
fazer uso da água e está condicionada às prioridades estabelecidas nos Planos de
Recursos Hídricos. Para implementar empreendimentos que utilizem ou interfiram nos
recursos hídricos de domínio estadual é necessário solicitar a outorga junto ao IGAM.

247
PROGRAMA BH VILAS URBANIZADAS PREFEITURA BH

6.2.3 SISTEMA MUNICIPAL DE MEIO AMBIENTE

O Sistema Municipal de Meio Ambiente é constituído pela Secretaria Municipal de Meio


Ambiente e Saneamento Urbano–SMMAS e pelo Conselho Municipal de Meio Ambiente –
COMAM.

6.2.3.1 Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Saneamento Urbano–SMMAS

Segundo a Lei º 8146, de 29 de Dezembro de 2000, compete à Secretaria Municipal de Meio


Ambiente e Saneamento Urbano :

• Coordenar a elaboração de planos, programas, pesquisas, projetos e atividades para


implementação da política ambiental;
• Coordenar e executar as atividades de gestão da política de meio ambiente no Município,
abrangendo controle e fiscalização ambiental, estudos e projetos, educação ambiental,
áreas verdes e desenvolvimento ambiental;
• Coordenar e gerir, em colaboração com a Superintendência de Desenvolvimento da
Capital - SUDECAP, as atividades de gestão da política de saneamento ambiental no
Município, abrangendo a distribuição de água e o esgotamento sanitário e drenagem
urbana;
• Coordenar as atividades de controle ambiental, gerenciando o licenciamento ambiental, a
fiscalização e a avaliação dos empreendimentos de impacto, com colaboração das
demais secretarias da Secretaria Municipal da Coordenação de Política Urbana e
Ambiental;
• Elaborar, coordenar, executar e monitorar a política de educação ambiental do Município;
• Elaborar, coordenar, executar e monitorar estudos e projetos de desenvolvimento
ambiental;
• Normatizar, monitorar e avaliar a qualidade ambiental do Município;
• Normatizar, coordenar e monitorar a política de áreas verdes e de arborização do
Município e desenvolver estudos e projetos sobre a matéria;
• Coordenar a elaboração da proposta de legislação ambiental e de saneamento do
Município;
• Prestar suporte técnico ao Conselho Municipal de Meio Ambiente - COMAM;
• Normatizar, monitorar e avaliar a fiscalização de controle ambiental no Município, em
colaboração com as secretarias municipais regionais de Serviços Urbanos.

A Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Saneamento Urbano – SMMAS está vinculada


estruturalmente à Secretaria Municipal da Coordenação de Política Urbana e Ambiental –
SCOMURBE, que tem por finalidade definir e articular a implementação das políticas de
desenvolvimento urbano e ambiental do Município, de forma integrada e intersetorial, visando
ao pleno cumprimento das funções sociais da Cidade. A SCOMURBE compõe-se das
seguintes secretarias

Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Saneamento Urbano


Secretaria Municipal de Limpeza Urbana
Secretaria Municipal de Estrutura Urbana
Secretaria Municipal de Regulação Urbana
248
PROGRAMA BH VILAS URBANIZADAS PREFEITURA BH

Secretaria Municipal de Habitação


Companhia Urbanizadora de Belo Horizonte- URBEL
BHTrans - Empresa de Transporte e Trânsito de Belo Horizonte S/A

6.2.3.1.1 Quadro de Pessoal da SMMAS


A força de trabalho da SMMAS é composta 496 pessoas, sendo 80 funcionários efetivos de
nível superior com atribuições de natureza técnica, 50 funcionários efetivos de nível superior
voltados para a fiscalização, 147 funcionários de outros níveis de escolaridade com atribuições
diversas, 12 ocupantes de cargos comissionados, sem vínculo com a Prefeitura e 206
profissionais admitidos por meio de contratos especiais – serviços terceirizados, estagiários,
convênios com entidades diversas.

Atividades continuadas de capacitação técnica são desenvolvidas no âmbito da SMMAS,


dentre as quais um Curso de Princípios Ambientais para o Desenvolvimento Sustentável, com
38 horas /aula e 90 vagas ano (duas turmas), elaborado e ministrado por técnicos da
Secretaria e destinado a servidores públicos envolvidos com questões de fiscalização e
licenciamento de atividades potencialmente poluidoras e outras correlatas, como saneamento,
parques e áreas de proteção ambiental. Da mesma forma, um Curso de Capacitação de
Fiscais de Controle Ambiental, com 80 horas/atividades, é ofertado para 43 profissionais/ano.

A estrutura da SMMAS é composta por oito Gerências principais, diretamente subordinadas ao


Secretário Municipal, cujas competências são a seguir transcritas do texto legal que as instituiu.

6.2.3.1.2 Gerência de Licenciamento e Fiscalização Ambiental


Competências:
• Gerir a política de licenciamento e fiscalização ambiental do Município e coordenar,
normatizar e definir padrões e procedimentos para as atividades de licenciamento,
controle e fiscalização ambiental, abrangendo as atividades inerentes aos
empreendimentos de impacto;
• Coordenar, acompanhar, prestar suporte técnico e avaliar as ações concernentes à
consecução de seus objetivos, executadas pelas Secretarias Municipais da Coordenação
de Gestão Regional;
• Prestar suporte técnico ao Conselho Municipal de Meio Ambiente – COMAM, no tocante
às suas áreas de atuação.
• Subdivide-se em Gerências de segundo nível voltadas para:
− Licenciamentos para Infra-Estrutura e Parcelamento do Solo e Autorizações
Especiais
− Licenciamento de Comércio e Prestação de Serviços
− Licenciamento de Atividades Industriais
− Fiscalização Ambiental Especial e Articulação Regional

6.2.3.1.3 Gerência de Recursos Hídricos e Saneamento Urbano


Competências:
• Elaborar estudos de salubridade ambiental do Município;

249
PROGRAMA BH VILAS URBANIZADAS PREFEITURA BH

• Consolidar, a partir dos planejamentos setoriais, o Plano Municipal de Saneamento e


estabelecer normas e critérios para o equacionamento dos problemas de saneamento,
assegurando a sua compatibilização com a política de meio ambiente do Município;
• Estabelecer diretrizes para a formulação dos programas e projetos destinados à captação
dos recursos do Fundo Municipal de Saneamento e analisar e emitir pareceres técnicos
sobre os projetos e obras a serem financiados;
• Coordenar a elaboração de proposta de enquadramento dos corpos d´água do Município;
• Prestar suporte técnico ao Conselho Municipal de Meio Ambiente - COMAM, assim como
a outros órgãos e entidades, nos assuntos compatíveis com a natureza de suas
atribuições.

6.2.3.1.4 Gerência de Áreas Verdes e Gestão Ambiental


Competências:
• Planejar, coordenar, supervisionar e avaliar a execução das atividades de gestão da
política de meio ambiente no Município, abrangendo o desenvolvimento de pesquisas,
estudos, projetos, planos, programas e normatizações relativos à educação ambiental, à
preservação e ao aprimoramento da vegetação urbana, fauna, áreas verdes e demais
espaços de especial interesse ambiental, ao monitoramento da qualidade ambiental e ao
desenvolvimento ambiental como um todo;
• Coordenar, acompanhar, prestar suporte técnico e avaliar as ações concernentes à
consecução de seus objetivos, executadas pelas Secretarias Municipais da Coordenação
de Gestão Regional;
• Prestar suporte técnico ao Conselho Municipal de Meio Ambiente – COMAM, assim como
a outros órgãos e entidades, nas questões concernentes à sua área de atuação;
• Coordenar a avaliação técnica e acompanhamento da execução dos projetos
desenvolvidos com recursos do Fundo Municipal de Defesa Ambiental.
• Subdivide-se em gerências voltadas para:
− Programas Especiais de Meio Ambiente
− Planejamento e Monitoramento Ambiental
− Projetos e Acompanhamento de Intervenções em Áreas Verdes
− Educação Ambiental

6.2.3.1.5 Gerência de Normatização e Análise Técnico Processual


Competências:
• Fornecer apoio técnico-processual e jurídico às demais Gerências da Secretaria
Municipal de Meio Ambiente e Saneamento Urbano e ao Conselho Municipal de Meio
Ambiente – COMAM e às suas Câmaras Técnicas Especializadas;
• Coordenar juridicamente a elaboração de normas técnicas e elaborar propostas de
regulamentação de matérias ambientais referentes a licenciamento, fiscalização, áreas
verdes, vegetação urbana, fauna e saneamento do Município;
• Articular-se junto às Secretarias Municipais da Coordenação da Gestão Regional e aos
demais órgãos afins da administração pública municipal, visando a adequação dos
critérios jurídicos na condução dos trabalhos afetos ao meio ambiente e saneamento
urbano.

250
PROGRAMA BH VILAS URBANIZADAS PREFEITURA BH

6.2.3.1.6 Gerência Executiva do Conselho Municipal de Meio Ambiente – COMAM


e de Planejamento e Serviços
Competências:
• Coordenar e prestar suporte técnico operacional ao COMAM, assim como às Audiências
Públicas, abrangendo a elaboração de normas, padrões e procedimentos afins;
• Coordenar o acompanhamento de processos em licenciamento pelas demais Gerências
de SMMAS, e revisar e supervisionar a emissão de Licenças Ambientais, de acordo com
as deliberações do COMAM;
• Coordenar a pesquisa da legislação e acompanhar o desenvolvimento das normas junto
às demais Gerências da Secretaria e dos membros do COMAM e de suas Câmaras
Técnicas Especializadas;
• Coordenar, monitorar e avaliar as atividades de atendimento, recebimento, tramitação e
gestão eletrônica de documentos, inclusive os pertinentes aos licenciamentos e
notificações, bem como o seu lançamento no cadastro de Dívida Ativa, junto à Secretaria
Municipal da Coordenação de Finanças.
• Subdivide-se em Gerências voltadas para:
− Suporte e Orientação aos Serviços de Meio Ambiente e Saneamento Urbano
− Gestão de Documentação e Informações

6.2.3.1.7 Gerências do Parque Municipal das Mangabeiras e do Parque Municipal


Américo Renée Gianetti
Competências:
• Coordenar e supervisionar a administração do Parque, praticando os atos necessários à
supervisão dos serviços e gestão do patrimônio, e fazendo cumprir o Regulamento do
parque;
• Coordenar e Supervisionar a realização de projetos e programas relacionados com o
lazer, turismo, promoção social, educação ambiental, manejo, manutenção, segurança e
transportes no Parque.

6.2.3.1.8 Gerência do PROPAM


Competências:
• Dirigir, planejar e executar a política de meio ambiente pertinente à Bacia Hidrográfica da
Pampulha, abrangendo a coordenação e o monitoramento da gestão ambiental
compartilhada dos problemas existentes, por meio do Consórcio da Bacia Hidrográfica da
Pampulha;
• Coordenar a implementação do saneamento ambiental da Bacia Hidrográfica da
Pampulha através da proteção das nascentes, do combate a erosões e da reparação de
áreas degradadas;
− Executar programas de educação ambiental e promover o monitoramento e a
fiscalização das águas da Bacia Hidrográfica da Pampulha.

251
PROGRAMA BH VILAS URBANIZADAS PREFEITURA BH

Secretaria Municipal
de Meio Ambiente e
Saneamento Urbano
SMMAS

Gerência de Gerência de Recursos Ger.Áreas Verdes e Gerência de Ger. Exec.do Gerência do Parque Ger.Parque
Licenciamento e Hídricos e Saneamento Gestão Ambiental Normatização e Análise COMAM e Planejamento Municipal das Mun. Américo Gerência do
Fiscalização Ambiental Urbano Técnico-Processual Serviços Mangabeiras Rennèe Giannetti PROPAM
GEAV
GELF GESB GENA
GPQM GPQA
Ger.
Ger. Licenciam. Ger.Suporte e Gerência de Manejo e
Iinfra-Estrutura e Progr. Espec. Meio Amibiente Ger.Manejo
Orientação aos Serv.de M; Amb. e Educação Ambiental
Parcelamento Solo Educ.Amb. e Projetos Especiais
Saneamento Urbano
Proj. Especiais
GEMEPE
GESOMA

Ger. Licenciam. Ger.


Ativ.Comércio e Plan.Monitoramento Amb. Gerência de
Prest. Serviços Manejo e Educação Gerência de
Ambiental Manutenção e
Ger.Gestão de Segurança
Ger. Licenc. Documentação e
Ativ. Ger.Proj.
Informações
Industriais e Acompanh.de
Gerência de Apoio
Interv.Áreas Verdes
Administrativo -
Financeiro
Ger.Fisc.
Amb. Especial e Gerência de
Articulação Regional Educação Ambiental

GEEDA Gerência de
Projetos Sociais
Ger. Progr.Espec. e Controle da
Poluição Sonora

Gerência de
Apoio Operacional
Ger.Controle
da Poluição Veicular
Estrutura Organizacional da Secretaria Mu
Ger.Apoio
Administrativo
Financeiro

Ger.
Manutenção eSegurança
Legislação:
Decreto nº 10.549, de 09 de março de 2001

252
PROGRAMA BH VILAS URBANIZADAS PREFEITURA BH

A atuação da Prefeitura Municipal de Belo Horizonte, e mais especificamente a


SCOMURBE/SMMAS, toma por base, além da Legislação Federal e Estadual pertinente às
questões ambientais:
• A Lei Municipal 4253/85, que dispõe sobre a Política de Proteção, do Controle e da
Conservação do Meio Ambiente e da Melhoria da Qualidade de Vida em Belo Horizonte:
• O Decreto 5893, de 18 de março de 1988, que regulamenta a Lei no. 4253/85, no que diz
respeito à Política de Proteção, Controle e Conservação do Meio Ambiente e Melhoria da
Qualidade de Vida em Belo Horizonte;
• As Deliberações Normativas do COMAM – Conselho Municipal de Meio Ambiente.

6.2.3.2 COMAM - Conselho Municipal do Meio Ambiente

Criado pela Lei Municipal nº 4.253/ 1986, está vinculado à SMMAS, tendo o Secretário Municipal
como seu Presidente. É composto por quinze membros efetivos e quinze suplentes, com mandato
de um ano, sendo:
• um Presidente, o Secretário Municipal de Meio Ambiente;
• um representante de cada um dos seguintes organismos:
− Câmara Municipal de Belo Horizonte;
− Secretaria Municipal de Atividade Urbana;
− Secretaria Municipal de Cultura;
− Superintendência de Desenvolvimento da Capital - SUDECAP;
− Secretaria Municipal de Saúde;
− Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais - FIEMG;
− Associação Comercial de Minas - ACM;
− Federação das Associações de Moradores de Bairros e Favelas de Belo Horizonte;
− Coordenadoria de Defesa do Meio Ambiente, Patrimônio Histórico, Artístico Cultural,
Estético e Paisagístico da Procuradoria Geral de Justiça do Estado de Minas Gerais;
• um representante escolhido entre cada um dos seguintes conjuntos de órgãos e entidades:
• Entidades civis criadas com finalidade específica de defesa da qualidade do meio ambiente,
com atuação no âmbito do Município de Belo Horizonte;
• Entidades civis representativas de categorias profissionais liberais com atuação no âmbito
do Município de Belo Horizonte;
• Universidades e unidades de ensino superior, públicas ou não, que operem no Município de
Belo Horizonte;
• Sindicatos de trabalhadores de categorias profissionais não liberais, com base territorial no
Município de Belo Horizonte.
• um cientista, tecnólogo, pesquisador ou pessoa de notório saber, dedicado à atividade de
preservação do meio ambiente e à melhoria da qualidade de vida, de livre escolha do
Prefeito Municipal de Belo Horizonte.

São competências do COMAM:

• Formular as diretrizes da Política Municipal do Meio Ambiente;


253
PROGRAMA BH VILAS URBANIZADAS PREFEITURA BH

• Promover medidas destinadas à melhoria da qualidade de vida no Município;


• Estabelecer as normas e os padrões de proteção, conservação e melhoria do meio
ambiente, observadas as legislações Federal e Estadual;
• Opinar, previamente, sobre os planos e programas anuais e plurianuais de trabalho da
Secretaria Municipal de Meio Ambiente;
• Decidir, em segunda e última instância administrativa, sobre a concessão de licenças e a
aplicação de penalidades previstas nesta lei e sua regulamentação;
• Deliberar sobre a procedência de impugnação, sob a dimensão ambiental, relativa às
iniciativas de projetos do Poder Público, ou de entidades por este mantidas, destinadas à
implantação física no Município;
• Apresentar ao Prefeito Municipal o projeto de regulamentação desta lei;
• Avocar a si, exame e decisão sobre qualquer assunto que julgar de importância para a
política ambiental do Município.

6.3 COMPETÊNCIAS – CONVÊNIO ESTADO/ MUNICÍPIO

Lei Federal Nº 6.938, de 1981, dispõe sobre a competência da União e dos Estados no que se
refere ao Licenciamento Ambiental. Os municípios podem e devem participar dos processos de
licenciamento ambiental nos níveis Estadual e Federal. Porém, a competência municipal para
licenciamento de atividades potencialmente poluidoras será apenas aquelas consideradas de
impacto estritamente local ou aquelas que forem delegadas elo estado ao Município por
instrumento legal ou convênio.

No caso de Minas Gerais, as atividades de competência estadual estão detalhadas na


Deliberação Normativa COPAM 01/1990. As atividades de porte inferior aquelas ali discriminadas
podem ser consideradas de impacto local, podendo, portanto, serem objeto de licenciamento por
parte do município.

Em Minas Gerais o COPAM tem delegado competência para os municípios que dispõem
capacitação operacional na área ambiental para licenciar empreendimentos de impacto local. Este
é o caso de Belo Horizonte que dispõe de uma Secretaria Municipal de Meio Ambiente – SMMA e
um conselho municipal de meio ambiente em pleno funcionamento e, portanto o Programa BH
Vilas Urbanizadas será licenciado pelo município.

O Convênio firmado entre a PBH e a SEMAD, aos 05 de março de 1985, possui como objeto,
definido por sua Cláusula Primeira:
"...a cooperação técnica entre a SECRETARIA DE ESTADO e entidades a ela vinculadas, em
especial a Comissão de Política Ambiental/COPAM, a SECRETARIA MUNICIPAL, visando à
realização de atividades conjuntas orientadas no sentido de promover a proteção, a conservação
e a melhoria do meio ambiente, no município de Belo Horizonte."

Seu prazo de vigência é indeterminado, de acordo com a Cláusula Sexta, e assim, permanece em
vigor até a presente data, uma vez que não foi denunciado pelos partícipes.

Com o escopo neste Convênio o município de Belo Horizonte vem exercendo a atribuição de
licenciar ambientalmente os empreendimentos cujos impactos gerem repercussão apenas local."
254
PROGRAMA BH VILAS URBANIZADAS PREFEITURA BH

6.4 AÇÕES DE FORTALECIMENTO INSTITUCIONAL PROPOSTAS


PELO DRENURBS PARA SECRETARIA MUNICIPAL DE MEIO
AMBIENTE

6.4.1 DESENVOLVIMENTO E A IMPLANTAÇÃO DE UM SISTEMA INTEGRADO DE


INFORMAÇÕES AMBIENTAIS GEOREFERENCIADAS

O Sistema visa instrumentalizar a Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Saneamento Urbano –


SMMAS para o pleno cumprimento de suas competências no campo da gestão ambiental nas
bacias integrantes do Programa, tais como licenciamento ambiental, fiscalização ambiental,
gerenciamento de parques, praças e áreas verdes, monitoramento de educação ambiental e
monitoramento da qualidade das águas.

Este sistema deverá gerar, incorporar, tratar e disponibilizar informações que sirvam para o
cadastro, diagnóstico, monitoramento e gerenciamento de áreas e atributos afetos à gestão
ambiental das áreas de intervenções do Programa DRENURBS, através da instalação de
estações computacionais interligadas entre as gerências da SMMAS.
Deverão ser desenvolvidas aplicações apoiadas em técnicas de geoprocessamento,
compatibilizando análises espaciais feitas sobre o cadastro georeferenciado das informações
ambientais a ser constituído, com as bases espaciais georeferenciadas do Programa DRENURBS
e do Plano Diretor de Drenagem de Belo Horizonte.

As atividades serão desenvolvidas conforme descrição a seguir:


a) Reconhecimento das atividades de gestão ambiental demandadas pelo Programa Drenurbs;
b) Estudo de alternativas e implementação de projetos físicos e lógicos para o Sistema Integrado
de Informações Ambientais Georeferenciadas
c) Levantamento de serviços e produtos baseados em imageamento terrestre digital;
d) Desenvolvimento da base de dados do Sistema Integrado de Informações Ambientais
Georeferenciadas;
e) Definição, aquisição, instalação e configuração de equipamentos;
f) Definição, aquisição, instalação e configuração de softwares;
g) Definição e normatização de processos, procedimentos e rotinas operacionais relativas ao
Sistema Integrado de Informações Ambientais Georeferenciadas;
h) Capacitação e treinamento de todo o pessoal necessário para processar e operar o Sistema
Integrado de Informações Ambientais Georeferenciadas
i) Suporte técnico à SMMAS na operacionalização do Sistema Integrado de Informações
Ambientais Georeferenciadas
j) Elaboração de relatórios parciais e consolidados de implantação do Sistema Integrado de
Informações Ambientais Georeferenciadas;

255
PROGRAMA BH VILAS URBANIZADAS PREFEITURA BH

6.4.2 CAPACITAÇÃO DOS GESTORES E TÉCNICOS DA SMMAS E DAS UNIDADES


EXECUTORAS DE AÇÕES AMBIENTAIS DAS SCOMGER

Compreende serviços que promovam a capacitação dos gestores e técnicos da SMMAS e das
unidades executoras de ações ambientais das SCOMGER, em função de criar o conhecimento
organizacional, além de subsidiá-los teórica e metodologicamente, para a prática do
planejamento, monitoramento e avaliação da política de meio ambiente, tendo como foco a gestão
dos recursos hídricos, a tecnologia voltada para a recuperação e manutenção da cobertura
vegetal, o controle sobre os resíduos poluidores das águas e sua relação com o meio antrópico,
principalmente para as bacias hidrográficas integrantes do Programa DRENURBS 1ª Etapa.

As atividades a serem cumpridas, na execução dos serviços, serão desenvolvidas conforme


descrição a seguir.

a) Implementar processo de capacitação da equipe técnica da SMMAS para as ações


relacionadas à gestão ambiental integrada do Programa ao DRENURBS;
b) Promover o aperfeiçoamento tecnológico a fim de desenvolver soluções para os problemas
ambientais ocorrentes nas bacias hidrográficas objeto de intervenção do Drenurbs;
c) Atualizar os procedimentos técnicos e administrativos em vigor, de modo a adaptá-los às
peculiaridades das bacias hidrográficas abrangidas pelo Drenurbs, consolidando-os em
Deliberações Normativas ou Instruções de Serviço.

256
PROGRAMA BH VILAS URBANIZADAS PREFEITURA BH

6.5 SITUAÇÃO DO PROCESSO DE LICENCIAMENTO DE CADA


COMPONENTE

6.5.1 CONJUNTO TAQUARIL

O presente relatório de Avaliação Ambiental servirá para entrar com o pedido de licença prévia do
Programa Vilas Urbanizadas no Conjunto Taquaril. A OLA (Orientações para Licenciamento
Ambiental) já foi requerida em novembro de 2004.

6.5.2 VILA SÃO JOSÉ

O “Complexo Viário da Av. Pedro II e Reassentamento da Vila São José - Projeto Pedro lI”,
localizado à Av. Pedro II e bairros adjacentes, obteve a Licença Prévia - LP com condicionantes,
concedida pelo Conselho Municipal do Meio Ambiente - COMAM, na reunião ordinária do dia 21
de março de 2.000.

Em reunião ordinária do dia 13 de setembro de 2.000, o COMAM concedeu a Licença de


Implantação - LI para a 1ª Etapa do empreendimento "Complexo Viário da Avenida Pedro II e
Reassentamento da Vila São José - Projeto Pedro II", também com condicionantes. A Tabela 5.1
apresenta as condicionantes da LI e a situação atual de cada uma.

A 1ª etapa do referido empreendimento contempla as seguintes atividades:


• Implantação da Avenida João XXIII, entre as estacas 178 + 5,64 à 194, considerando o
sistema de drenagem, canalização e pavimentação e da rua Davi Rabelo entre as estacas
11 + 18,18 à 16 + 3,14 da seguinte forma:
- Canalização de 221,92 m do córrego São José, em galeria celular.
- Canalização de 81,32 m do córrego Davi Rabelo, em galeria celular.
- Implantação de 314,36 m da via av. João XXIII.
- Implantação de 81,32 m da rua Davi Rabelo.

• Execução das obras de infra-estrutura das quadras. Implantação das quadras 113, 115, 116
e 48, compreendendo basicamente a execução dos serviços de terraplanagem, obras de
drenagem, contenção das quadras 113 e 116, urbanização da quadra 116 e área adjacente
aos prédios edificados na quadra 115, bem como as obras de contenção.

• Implantação das ruas adjacentes às quadras. Compreende basicamente os serviços de


topografia, terraplenagem, pavimentação, drenagem, abastecimento de água, sistema de
esgotos, contenções, urbanização e sinalização numa extensão aproximada de 2.215 m,
assim distribuídos por rua:
- Rua Raul Seixas 380m
- Rua 3 213m
- Rua Leopoldo Campos Nunes 487m
- Av. Coletora A 295 m
- Rua 2 596m
- Rua 1 244m

257
PROGRAMA BH VILAS URBANIZADAS PREFEITURA BH

• Construção de 13 blocos de apartamentos do conjunto habitacional projetado, com


capacidade para reassentar 208 famílias, nas quadras 115 e 116.
- Quadra 115 03 blocos, com 48 Unidades habitacionais
- Quadra 116 10 blocos, com 160 Unidades habitacionais

Foram elaborados no processo de Licenciamento do Projeto da Av. Pedro II os seguintes


documentos, que serviram de base para a presente avaliação ambiental:
• EIA/RIMA Projeto Pedro II
• Plano de Controle Ambiental – Projeto Pedro II- 1º Etapa

258
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ITEM CONDICIONANTE PRAZO SITUAÇÃO ATUAL


A SUDECAP deverá apresentar o projeto paisagístico
detalhado da área do conjunto habitacional com especificação Quatro meses
das espécies a serem utilizadas, os locais de plantio, com a
após a emissão
devida justificativa da utilização das espécies escolhidas para
1 da Ordem de Cumprida
compor o paisagismo da área, contendo, além do detalhamento
da proposta da horta de ervas medicinais e hortaliças, projeto Serviço - OS
de equipamentos de lazer (tipo play-ground). Esses projetos
deverão ser devidamente avaliados e aprovados pelo DPJMA.
A SUDECAP deverá apresentar o projeto de implantação de
equipamentos mínimos de lazer, na área de 0,468 ha situada Quatro meses
2 na confluência da Rua Campo Nunes e Rua Três, no sentido de após a emissão Cumprida
se evitar possíveis invasões. O projeto deverá ser devidamente da OS
aprovado pelo DPJMA.
A SUDECAP deverá implantar a praça descrita na Não cumprida - Implantação da Praça.
Doze meses
3 condicionante 2 com cronograma compatível com as demais Aguarda contratação do projeto executivo,
após a OS
obras de 1 a etapa. cujo escopo já foi aprovado pela SMMAS.
A SUDECAP deverá apresentar à SMMA o Projeto de
Educação Ambiental a ser desenvolvido junto aos moradores
Dois meses Cumprida - O monitoramento foi efetuado
do futuro conjunto habitacional para melhor utilização dos
4 após a emissão pelo GGMA/ SUDECAP e o Projeto foi
espaços verdes criados, no sentido de se evitar a depredação
da OS devidamente implantado junto á comunidade.
das espécies arbóreas e uma utilização mais adequada dos
recursos oferecido.

259
PROGRAMA BH VILAS URBANIZADAS PREFEITURA BH

ITEM CONDICIONANTE PRAZO SITUAÇÃO ATUAL


A SUDECAP deverá apresentar o detalhamento do projeto de
movimentação de terra, de forma a atender a DN 08/92, com
indicação específica do volume de escavação, aterro e bota-
'fora, do material aproveitável, do material de bota fora. O
volume de bota-fora, previsto para envio à SLU, deverá ser
minimizado, devendo ser identificadas as alternativas de área
para destinação do material. Caso exista empréstimo, a Quatro meses Cumprida - Movimento de Terra, conforme
5 SUDECAP deverá definir, antes do início efetivo das obras, as após a emissão documento expedido pela GOPE-SMEU/
áreas de bota-fora e empréstimo a serem utilizadas, para que da OS SUDECAP.
sejam devidamente autorizadas pela SMMA; nessa definição,
deverão constar medidàs de estabilização e recomposição, no
fim das obras, além disso, deverá ser solicitada a autorização
de tráfego de caminhões na respectiva Administração Regional
da PBH. A SUDECAP deverá apresentar também o tratamento
vegetal para contenção e ornamentação dos taludes e aterros.
Cumprida em parte - Projetos de
A SUDECAP deverá apresentar o laudo de aprovação emitido abastecimento de água aprovados. Os projetos
pela COPASA para os projetos do sistema de Esgotos Seis meses de esgoto, a COPASA condicionou a
6
Sanitários e do Sistema de Abastecimento de água do Conjunto após a OS desocupação antrópica. Documento emitido
Habitacional. pela gerência COPASA, Divisão de Serviços e
Tratamento de Efluentes da Metropolitana.
A SUDECAP deverá apresentar o cronograma das ações
previstas no Plano de comunicação social e Educação Cronograma Cumprida - O Projeto de Educação Ambiental,
dois meses após o Plano de Comunicação Social e o Projeto de
Ambiental, bem como, enviar à SMMA, após cada etapa de
a OS e Geração de Renda foram protocolados na
7 execução, as ações que foram desenvolvidas e seus Relatórios a Secretaria Municipal de Meio Ambiente, ,juntos,
respectivos resultados junto aos moradores do futuro conjunto cada quatro em 16/12/2002. Monitorada pelo GGMA/
habitacional. meses. SUDECAP.

260
PROGRAMA BH VILAS URBANIZADAS PREFEITURA BH

ITEM CONDICIONANTE PRAZO SITUAÇÃO ATUAL


A SUDECAP deverá implementar a formação de um grupo de
representantes comunitários composto por lideranças e
moradores da vila para que seja possível a discussão dos
interesses da coletividade acerca de possíveis
modificações/adequações no projeto (tanto em nível dos
Dois meses Cumprida - Dentro das ações dos Planos de
equipamentos coletivos como dos prédios). Assim, o processo
8 após a Ordem Comunicação e Mobilização Social.
de comunicação social a ser implementado junto à comunidade
de Serviço
da Vila São José deverá ser interativo de modo a permitir que
as perspectivas da população sejam atendidas, partindo-se do
pressuposto que dentro de uma mesma estrutura orçamentária
e área geográfica é possível obter arranjos e possibilidades
diferenciadas que favoreçam a habilidade destes moradores.
Cumprida - O local da obra foi umidificado
A SUDECAP deverá controlar os níveis de ruído e emissão de tantas vezes quanto necessário, comprovado
material particulado, estruturando medidas para pelas visitas de monitoramento. Quanto aos
Durante a
acompanhamento e comparação das alterações ocorridas. níveis de ruído, não foi registrada nenhuma
9 execução da
Deverão ser atendidos, os valores contidos na Lei Municipal ocorrência de reclamação por parte dos
obra
7166/96, Decreto 5893/88, modificado pelo Decreto 9139/97, moradores durante o período de obras e os
que trata da questão dos ruídos. equipamentos encontravam-se em boas
condições de manutenção.
A SUDECAP deverá apresentar à SMMA os relatórios do
monitoramento permanente das obras. O Programa de Durante a
Cumprida - Enviado à SMMAS os relatórios
10 Monitoramento deverá adotar medidas para correção de execução das
periódicos.
quaisquer problemas que vierem a ser detectados, em especial obras
aqueles relacionados aos ruídos e emissão de particulados.

261
PROGRAMA BH VILAS URBANIZADAS PREFEITURA BH

ITEM CONDICIONANTE PRAZO SITUAÇÃO ATUAL


A SUDECAP deverá apresentar a SMMA relatórios mostrando Durante a Cumprida em parte - O GGMA estará
11 que os projetos arquitetônicos e paisagísticos estão sendo execução das enviando o relatório à SMMAS até dia 03,
implantados de forma simultânea. obras próximo.
Doze meses Não cumprida - Aguardamos a Fiscalização de
A SUDECAP deverá identificar as áreas remanescentes, bem
após a emissão obra, a expedir documento onde estará relatado
12 como propor forma de uso e ocupação de tais áreas e submete-
de ordem de que não há área remanescente, o qual será
las à aprovação da SMMA, com a anuência do COMAM.
serviço enviado a SMMAS (até dia 03, próximo).
A SUDECAP deverá apresentar documentação, dentro dos No pedido da LI
13 Não cumprida
aspectos legais, sobre áreas do aeroporto Carlos Prates. da 2ª etapa
A SUDECAP deverá apresentar projeto do parque na área
verde situada à Rua Francisca Santos Anastácia (6,57 ha), com
No pedido da LI
14 instalação de equipamentos básicos para atendimento a Não cumprida
da 2ª etapa
visitantes. O projeto deverá ser devidamente aprovado pelo
DPJMA
A SUDECAP deverá manter contatos com os órgãos e/ou
Durante a Cumprida - Consta dos ofícios e atas no
concessionárias de serviços públicos para equacionamento das
15 execução das processo do licenciamento.
possíveis interferências com esses serviços. obras

A SUDECAP deverá apresentar à SMMA o mapeamento da


arborização existente e das condições da mesma, indicando
Quatro meses
onde ocorrerá a supressão das espécies e a possibilidade de
após a emissão
16 transplantio, ações que deverão ser aprovadas pela COMAV. A -
da Ordem de
SUDECAP deverá apresentar ainda o laudo de aprovação da Serviço
BHTrans da arborização, de forma a atender todos os aspectos
de segurança.

262
PROGRAMA BH VILAS URBANIZADAS PREFEITURA BH

7 AVALIAÇÃO AMBIENTAL DO PROGRAMA


Neste item, são identificados, valorados e interpretados os prováveis impactos ambientais que
podem ser causados com a implantação das intervenções propostas pelo Programa BH Vilas
Urbanizadas, nas fases de planejamento, implantação e operação dos empreendimentos
propostos por cada componente do Programa. A avaliação dos impactos ambientais será
realizada considerando as intervenções específicas relativas aos componentes: (i)Taquaril
Urbanizado; (ii) Integração da Vila São José e (iii) Apoio a Gestão Integrada de Políticas
Sociais e Urbanas.

7.1 AVALIAÇÃO DOS IMPACTOS AMBIENTAIS

7.1.1 CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO DOS IMPACTOS AMBIENTAIS

Para mensuração dos efeitos ambientais, foram utilizados os critérios de avaliação de impactos
descritos a seguir:

Fase de Ocorrência
Diz respeito ao período em que o impacto deverá ocorrer:
• Fase de planejamento;
• Durante a execução das obras e implementação das ações;
• Após a implantação do Programa, na sua fase de operação/utilização.

Causa-Efeito
Avalia se o impacto resulta diretamente de uma ação ou intervenção do Programa, ou se é um
efeito indireto das ações ou obras a serem implantadas:
• D - Direta (decorre de uma ação do empreendimento);
• I - Indireta (é conseqüente de outro impacto).

Reflexo Sobre o Meio Ambiente


Avalia-se se o impacto tem reflexos positivos ou negativos sobre o ambiente, ou mesmo se ele
é de difícil qualificação (apresenta divergência quanto ao seu reflexo global ou não é passível
de análise antes de sua ocorrência efetiva) o que torna difícil seu enquadramento em um dos
grupos anteriores:
• P - Positivo (representa um ganho para o ambiente);
• N - Negativo (representa um prejuízo para o ambiente);
• D - Difícil Qualificação (não há elementos técnicos disponíveis para sua qualificação).

Periodicidade
Diz respeito à duração do impacto, avaliando se o mesmo é temporário, permanente ou cíclico.
• T - Temporária (ocorre uma única vez, durante um certo período);
• P - Permanente (depois de instalada, não tem fim definido);
• C - Cíclico (repete-se ciclicamente durante a implantação/operação do empreendimento).

Tempo de Ocorrência
Diz respeito ao momento em que o impacto ocorre, tendo como referência o início da fase a
que ele se refere - planejamento, execução, operação/utilização:
263
PROGRAMA BH VILAS URBANIZADAS PREFEITURA BH

• C - Curto Prazo (o impacto ocorre imediatamente após a ação que o causou);


• M - Médio Prazo (o impacto inicia-se após um certo período a partir da ação que o causou);
• L - Longo Prazo (o impacto inicia-se após um longo período a partir da ação que o causou).

Reversibilidade
Refere-se à possibilidade do impacto ser revertido ou não, mediante a adoção de medidas ou
conclusão de etapas:
• R - Reversível (pode ser revertido);
• I - Irreversível (não pode ser revertido, mesmo c/ medidas mitigadoras).

Abrangência Espacial
Avalia-se se o impacto é local, isto é, se é restrito à área de influência direta do Programa, ou
se ele tem uma abrangência maior, podendo impactar determinada região, ou ainda se tem um
caráter estratégico por impactar uma grande área do município de Belo Horizonte e outros
vizinhos.
• L - Local (impacto cujos efeitos se fazem sentir apenas nas imediações ou no próprio sítio
onde se dá a ação);
• R - Regional (impacto cujos efeitos se fazem sentir além das imediações do sítio onde se
dá a ação);
• E - Estratégico (impacto cujos efeitos têm interesses coletivos ou se fazem sentir em nível
nacional).

Magnitude Relativa
Diz respeito à intensidade do impacto, ou seja, à sua capacidade de alterar o ambiente,
podendo ser classificada como alta, média e baixa magnitude, de acordo com o grau de
comprometimento da qualidade ambiental que o impacto impõe. Serão adotados os valores 1,
2 ou 3 para Magnitudes Baixa, Média ou Alta, respectivamente.

Em síntese, a Tabela 7.1 ilustra alguns parâmetros básicos considerados e suas respectivas
qualificações, conforme utilizado na caracterização dos impactos ambientais:

Tabela 7.1: Parâmetros Básicos e suas qualidades

Parâmetro Qualidade
Pequena - 1
Magnitude Média - 2
Grande - 3
Total
Reversibilidade Parcial
Nula (irreversível)
Curta
Duração Média
Longa
Pontual
Abrangência Local
Regional
264
PROGRAMA BH VILAS URBANIZADAS PREFEITURA BH

As obras previstas no Programa BH Vilas Urbanizadas para o Conjunto Taquaril e para a Vila
São José serão executadas em áreas já descaracterizadas pela ocupação e má utilização do
espaço urbano. As intervenções físicas propostas para o conjunto Taquaril, para as quais
serão avaliados os possíveis impactos ambientais estão listadas na Tabela 7.2. As
intervenções físicas propostas para vila São José, para as quais serão avaliados os possíveis
impactos ambientais estão listadas na Tabela 7.3.

Tabela 7.2: Intervenções Físicas a serem avaliadas ambientalmente - Taquaril Urbanizado -


Programa BH Vilas Urbanizadas

Sub-Componente Ações Atividades Intervenções propostas

Drenagem - Implantação de redes, bueiros e


Urbana dispositivos de micro-drenagem

- Implantação de redes coletoras


Esgotamento
- Implantação de interceptores
Saneamento Sanitário
- Implantação de elevatória de esgoto
Ambiental
- Implantação de redes nas novas áreas
Abastecimento habitacionais
de Água
- Remanejamento de redes existentes
- Implementação da infra-estrutura
Requalificação e Limpeza Urbana adequada para a coleta convencional
Revitalização
Urbano-Ambiental - Implantação de vias veiculares e de
Reestruturação pedestres
Infra-Estrutura
do Sist. Viário
- Tratamento das vias existentes
- Desocupação dos talvegues e fundos de
vale
Erradicação das - Implantação de áreas de preservação
Recuperação
Situações de permanente - APP
Ambiental e
Risco - Erradicação das áreas de risco geológico
Controle de
Geológico- muito alto (remoção e demolição de
Risco
Geotécnico moradia, destinação da área como de
preservação ambiental, execução de
retaludamento, construção de contenção).

Reassentamento - Remoção e reassentamento de 1.167 famílias


Reestruturação
do Sistema Construção e - Construção e recuperação de Moradia
Habitacional Recuperação de
Moradias
- Implantação de 4 Pré-Escolas
Desenvolvimento
- Implantação de centro BH Cidadania
Social
- Capacitação (funcionários) e renovação de equipamentos (dois centros de saúde)

Regularização - Projeto e Regularização do Parcelamento


Fundiária - Titulação

265
PROGRAMA BH VILAS URBANIZADAS PREFEITURA BH

Tabela 7.3: Intervenções Físicas a serem avaliadas ambientalmente - Integração Vila São José
- Programa BH Vilas Urbanizadas

Sub-Componente Ações Atividades Intervenções propostas

- Implantação de redes coletoras de


Esgotamento esgoto nas quadras*
Sanitário - Implantação de interceptores nas
margens do córrego São José
Abastecimento - Implantação de redes de água nas
Saneamento quadras para reassentamento
de Água
Ambiental
- Implantação de redes e dispositivos de
Requalificação e Drenagem micro-drenagem nas quadras*
Revitalização Urbana - Canalização do córrego São José
Urbano-Ambiental
- Implementação da infra-estrutura
Limpeza Urbana adequada para a coleta convencional
- Terraplanagem, contenção das quadras,
implantação das vias e das ruas
Quadras para adjacentes às quadras, pavimentação,
Infra-Estrutura
reassentamento urbanização e sinalização

Recuperação Erradicação das - Erradicação das áreas de risco de


Ambiental e Situações de inundação e solapamento das margens do
Controle das Risco córrego São José
Áreas de Risco
Reestruturação Reassentamento - Remoção e reassentamento de 2.050 famílias
do Sistema
Habitacional
- Implantação de 2 Pré-Escolas
Desenvolvimento - Implantação de centro BH Cidadania
Social
- Capacitação (funcionários) e renovação de equipamentos (um centro de saúde)

Regularização - Projeto e Regularização do Parcelamento


Fundiária - Titulação
- Implantação de 667,0 m da av. Pedro II;
Implantação de - Implantação de 840,0 m da av. Tancredo Neves;
Sistema Viário
- Implantação de 558,37 m da av. João XXIII
* Quadras situadas no bairro Manacás destinadas ao reassentamento da população da vila São José

A seguir serão descritos e detalhados todos os impactos ambientais resultantes da implantação


do Programa BH Vilas Urbanizadas, separadamente para o conjunto Taquaril e para a vila São
José.

Entretanto, tendo em vista que alguns impactos gerados na fase de planejamento e execução
das obras são comuns aos dois componentes (Taquaril Urbanizado e Integração Vila São
José), os mesmos serão descritos previamente, antes da análise específica de cada
componente.

266
PROGRAMA BH VILAS URBANIZADAS PREFEITURA BH

7.2 DESCRIÇÃO DOS IMPACTOS COMUNS AO TAQUARIL


URBANIZADO E À INTEGRAÇÃO DA VILA SÃO JOSÉ

7.2.1 FASE DE PLANEJAMENTO

Na fase de planejamento do Programa BH Vilas Urbanizadas a principal ação desenvolvida é a


elaboração dos projetos para o caso do Taquaril e a revisão dos projetos para a vila São José,
além da mobilização/ sensibilização da população, em especial daquela que reside nas áreas
onde serão implantadas as intervenções, bem como em seu entorno.

Geração de expectativas na população residente nas áreas de intervenção e entorno


O envolvimento da população residente no conjunto Taquaril e na vila São José é um dos
pressupostos do Programa BH Vilas Urbanizadas. Quando da elaboração do Plano Global
Específico do Taquaril a comunidade foi consultada e opinou, tendo até sido elaborado um
mapa de hierarquização das intervenções de acordo com os anseios da comunidade. Até a
fase de elaboração e apresentação dos projetos básicos, ainda são muitas as indefinições
quanto às intervenções a serem feitas. Esse é um fato inerente ao processo. Contudo, para
as populações residentes nas áreas de intervenção e entorno, as perspectivas de
intervenção e, especialmente, a possibilidade de remoção de famílias, desencadeiam
impactos negativos associados à ausência de dados mais conclusivos sobre essas ações.
Este impacto é observado em nível local e tende a ser reduzido com o avanço do Programa
e a continuidade dos contatos planejados através dos mecanismos de consulta instituídos,
trabalhos de educação popular, como fomento, formação e consolidação dos NUDECS
(Núcleo de Defesa Civil) que poderão viabilizar o desenvolvimento da co - reponsabilidade.

Fortalecimento da Mobilização Comunitária


As propostas de intervenção do Programa poderão resultar no incremento das formas
associativas, com os moradores atuando organizadamente em prol da coletividade. Esse
impacto é considerado positivo e deverá receber apoio através de programas de
comunicação e de educação ambiental. Um exemplo disto vem ocorrendo no conjunto
Taquaril, a partir da iniciativa do NUDEC Taquaril que criou o Programa (NUDEC no ar) na
rádio comunitária do Taquaril

Entrosamento entre Secretarias e Órgãos da Administração Pública Municipal


Considerando-se que um dos princípios fundamentais do Programa BH Vilas Urbanizadas é
a compatibilização de soluções para os diversos sistemas de infra-estrutura e serviços
urbanos intervenientes com a drenagem, as intervenções propostas pelo Programa
pressupõem a integração de políticas públicas setoriais, implementadas pelos diversos
órgãos municipais e concessionárias, tais como Secretarias Municipais de Estrutura
Urbana, Meio Ambiente, Habitação, URBEL, BHTRANS e COPASA, dentre outros. Os
efeitos dessa integração são altamente benéficos para a promoção do desenvolvimento
urbano ambientalmente sustentável que tem a gestão integrada de ações setoriais como
um de seus pré-requisitos essenciais

267
PROGRAMA BH VILAS URBANIZADAS PREFEITURA BH

7.2.2 FASE DE EXECUÇÃO DAS OBRAS


Nesta fase as principais ações são a contratação de mão de obra, a desapropriação dos
imóveis e a execução das obras propriamente ditas. Os impactos diretos e indiretos,
decorrentes das principais ações nesta fase de implantação do Programa, são apresentados a
seguir.

Alteração na qualidade de vida da população residente nas áreas próximas ás obras


Durante a implantação das obras (redes de esgoto, interceptores, elevatória de esgoto
(Taquaril), redes de água, redes e galeria de drenagem, construção das unidades
habitacionais) deverão ocorrer incômodos à população residente nas proximidades das
intervenções previstas, em decorrência das atividades necessárias à execução dos vários
projetos, tais como: transporte de material, seja de bota-fora ou de insumos da construção
civil, escavação, reaterro de valas, demolições, etc. Trata-se de atividades que demandam,
em geral, maquinário pesado, tais como retro-escavadeiras, serras-elétricas, tratores,
compressores etc.
Podem ser citados os seguintes incômodos que interferem no cotidiano das famílias
residentes nas proximidades das obras:
• Aumento dos níveis de ruído e poeira e da emissão de gases de motores;
• Interdição de vias, de calçadas e acessos a edificações;
• Desvios de tráfego;
• Circulação de pessoas que não mantém relações de vizinhança com o local;
• Trânsito de veículos pesados;
• Danos a equipamentos públicos;
• Danos a moradias;
• Impactos no comércio.

Estes impactos ambientais temporários gerados durante o período de obras são de caráter
reversível e, em geral, aceitos pelos moradores, quando são devidamente informados sobre
o empreendimento e os benefícios para a região. A abrangência desse tipo de impacto é
local.

Supressão da Vegetação
Conjunto Taquaril
As intervenções previstas dentro do Programa BH Vilas Urbanizadas pelo seu caráter
estruturante ordenam e reconformam o tecido urbano do Conjunto Taquaril. Nesse sentido,
a eliminação de algumas espécies arbóreas torna-se inevitável.
De modo geral, a supressão da vegetação para implantação das intervenções propostas no
Conjunto Taquaril será localizada e de pequena magnitude, afetando pequenas áreas, não
se prevendo casos onde haverá a remoção total do fragmento. A retirada de árvores
ornamentais, frutíferas e nativas isoladas ou na forma de pequenos agrupamentos situados
nas áreas diretamente afetadas será a situação mais comumente encontrada, já que as
áreas em intervenção se encontram bastante antropizadas.
Portanto, trata-se de um impacto negativo que terá inicio com os trabalhos de movimento de
terra, sendo permanente e de abrangência localizada já que se restringe às áreas onde
estão previstas as intervenções e de baixa magnitude considerando o estado de alteração
antrópica havida no Conjunto Taquaril.

268
PROGRAMA BH VILAS URBANIZADAS PREFEITURA BH

Vila São José


No trecho, ao longo do córrego São José e o entorno ocupado pela Vila, será necessária a
imediata remoção de todas as edificações situadas na área. Neste contexto o mesmo
ocorrerá com a vegetação existente que também será removida na sua totalidade, junto
com as moradias. Considerando que esta vegetação é bastante esparsa e representada em
sua totalidade por frutíferas arbóreas e poucas ornamentais arbustivas, considera-se que o
impacto ambiental a ser causado, em termos de vegetação nesta área, é de pouca
expressividade.
A área a ser ocupada pelos conjuntos residenciais para reassentamento da população
atingida pelas obras é representada pelas Quadras n° 48, 51, 113, 114, 115 e 116, bastante
descaracterizadas em termos de sua cobertura vegetal e parcialmente com solo exposto.
Nas referidas quadras, em função do elevado número de edificações que serão
implantadas, considera-se que haverá necessidade de erradicação total da vegetação
existente. Esta vegetação é em grande parte representada por gramíneas e invasoras, e
por espécies típicas de áreas de cerrado em regeneração. Não foram observadas nesta
área espécies raras ou ameaçadas, o que permite afirmar que esta erradicação também
não apresenta impactos ambientais significativos.

O impacto de degradação da fauna foi considerado insignificante, tendo em vista que está
intimamente associado à retirada dos poucos indivíduos remanescentes da mata ciliar, que,
atualmente, não tem condição de abrigar e alimentar as espécies silvestres ainda
ocorrentes no município. Também a ictiofauna não possui condições de sobrevivência
atualmente, nas águas poluídas. Espera-se, inclusive, que as condições ambientais finais
venham a propiciar melhor condição de suporte para a fauna ocorrente na região.

Possibilidade de erosão do terreno pela retirada da camada superficial do mesmo


Considerando a implantação dos sistemas de esgotamento sanitário (redes e interceptores),
abastecimento de água (redes) e drenagem pluvial (redes), o processo de abertura das
valas compreende a remoção de qualquer material abaixo da superfície natural do terreno,
até as cotas especificadas em projeto, com a separação dos materiais reempregáveis e a
remoção imediata dos não utilizáveis.

Risco de Acidentes
O risco de acidentes é um impacto presente em obras de engenharia, de maneira geral. No
caso do Programa BH Vilas Urbanizadas a multiplicidade e o volume de obras previstos no
Taquaril e na Vila São José ressaltam este impacto como merecedor de atenção e de
medidas que visem a sua atenuação.

Deterioração das condições urbanísticas e paisagísticas


No momento das obras, poderá ocorrer deterioração das condições urbanísticas e
paisagísticas, tendo em vista que várias obras envolvem abertura de valas e formação de
pilhas de armazenamento temporário se solos retirados de escavações, transformando toda
a área em um canteiro de obras.

269
PROGRAMA BH VILAS URBANIZADAS PREFEITURA BH

Comprometimento da qualidade das águas durante as obras


A movimentação de terra necessária para a implantação das intervenções tem como
conseqüência direta a produção de sedimentos, podendo ocasionar um maior
comprometimento dos cursos d’água (córrego Olaria e ribeirão São José), o que torna o
impacto negativo. Entretanto, sua ocorrência é apenas na implantação das intervenções,
sua incidência local, temporário e de baixa magnitude.

Geração de bota-fora
A implantação do sistema viário (Taquaril e São José) e da galeria de drenagem (São José)
irá gerar material de bota-fora, o que se traduz em impacto negativo. Soma-se a este
volume, todo o material, basicamente orgânico, oriundo das atividades de destocamento,
desmatamento e limpeza dos terrenos, bem como o material resultante do processo de
demolição das moradias pertencentes às famílias que serão removidas, tanto no Taquaril,
quanto no São José.
A criação de áreas de bota-fora, a princípio, pode se constituir em um impacto negativo, na
medida em que pode desestabilizar um sistema anteriormente estável. Entretanto, se o
material de bota-fora for aproveitado para tratamento de algum foco de erosão já instalado,
a produção de material torna-se um fato positivo.
Para o conjunto Taquaril o volume de corte não poderá, a princípio, ser utilizado para a
realização de aterro, devido às características não adequadas dos materiais e, portanto
este impacto é negativo, temporário, de abrangência local e média magnitude.

Incômodos provocados pelo transporte de bota-fora


O transporte de material de bota-fora apresenta aspectos negativos, devido ao aumento do
tráfego de veículos pesados com carga que apresenta riscos de poluição atmosférica e de
sujar as vias públicas.

Geração de empregos
A implantação do Programa BH Vilas Urbanizadas no Conjunto Taquaril deverá gerar como
um de seus impactos positivos um significativo número de empregos, em função das
características do empreendimento, em duas fases distintas: durante o período de obras e
após a sua implantação.
Durante as obras, deverá haver uma forte demanda por mão-de-obra não especializada nos
diversos tipos de intervenções a serem executadas na área do Conjunto, seja na
construção das vias de acesso as vilas, nas obras de saneamento e principalmente na
construção de moradias e recuperação de becos e ruas. Este tipo de mão-de-obra deverá
ser recrutada em grande parte no Conjunto, dadas as características do tipo de serviço
necessário. Estima-se a “grosso modo” uma geração de até mil empregos diretos e
indiretos durante as obras do empreendimento.
Após a implantação do empreendimento, espera-se que com a abertura das vias e o tipo de
construção prevista com implantação de lojas e a criação de uma rede de comércio e de
serviços, possibilite a geração de empregos e a criação de pequenos negócios. Por outro
lado, os equipamentos de uso comum a serem implantados, possibilitariam oportunidades
de emprego a serem, em parte, preenchidas pela população da área.
Nesse sentido, o impacto de geração de empregos temporários e permanentes é altamente
positivo beneficiando não só a população do Conjunto como também de seu entorno e, em
certo ponto, o próprio Município.

270
PREFEITURA BH
PROGRAMA BH VILAS URBANIZADAS

7.2.3 FASE DE OPERAÇÂO

A fase de operação do sistema proposto corresponderá ao período posterior à implantação das


obras.

Consolidação de novos valores culturais e enfoque ambientalista


A busca de mudança no comportamento da população a partir da visão integrada do
ambiente e do estabelecimento de uma relação de respeito com os recursos naturais é um
aspecto que será trabalhado no Programa BH Vilas Urbanizadas. A consolidação da
mudança no comportamento, propriamente, é um impacto positivo e de alta magnitude que
deverá ocorrer num período entre médio e longo prazo, uma vez que a mudança de valores,
em geral, se dá de forma lenta.

Recuperação dos Recursos Naturais


As intervenções previstas pelo Programa BH Vilas Urbanizadas, visando a recuperação
ambiental do conjunto Taquaril e da vila São José, minimizam os fatores de degradação
ambiental existentes, principalmente os lança,mentos clandestinos de lixo e esgoto, o
tratamento dos fundos de vale, a revegetação das encostas e o tratamento das áreas de
risco. Assim, tais intervenções propiciam a preservação e revitalização do conjunto de
elementos naturais relevantes existentes no Taquaril e na vila São José (nascentes,
vertentes, margens e calhas dos cursos d’água, cobertura vegetal, etc). Trata-se de impacto
positivo, de abrangência local e magnitude elevada, ocorrendo com a conclusão das
intervenções e de duração permanente.

Aumento do Controle sobre Atividades Irregulares


A falta de infra-estrutura instalada no conjunto Taquaril e na vila São José propicia e conduz
os moradores a posturas irregulares causadoras de degradação ambiental, principalmente a
deposição de lixo, bota-fora e entulho nos talvegues e a destinação incorreta de efluentes
líquidos. Aliado a isso, há a freqüente possibilidade de novas ocupações em direção das
áreas pouco adensadas que se caracterizam normalmente pelos fundos de vales.
Nesse sentido, a reestruturação urbanística e ambiental proposta pelo Programa BH Vilas
Urbanizadas, nestas duas áreas, com a implantação de infraestrutura viária aliada a de
saneamento básico, reforçada pelo trabalho de acompanhamento e mobilização social com
os moradores, tem importância fundamental, na contribuição para a eliminação dessas
atividades. Trata-se de um impacto positivo, que se inicia na fase de implantação e perdura
com sua operação, sendo permanente, de abrangência local e magnitude média.

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7.3 AVALIAÇÃO AMBIENTAL: TAQUARIL URBANIZADO

7.3.1 SUB-COMPONENTE: REQUALIFICAÇÃO E REVITALIZAÇÃO URBANO-


AMBIENTAL

7.3.1.1 Saneamento Ambiental

7.3.1.1.1 Esgotamento Sanitário

O sistema de esgotamento proposto compreende, conforme mencionado, redes coletoras


(convencional e condominial), interceptores e elevatória. A rede coletora e o interceptor de
esgotos sanitários constituem projetos de execução fácil e rápida, e têm caráter duradouro e
benéfico, não sendo prevista a sua desmobilização.

Com efeito, os principais impactos ambientais resultantes da execução de projetos dessa


natureza incidem direta ou indiretamente sobre a situação socioeconômica da população,
notadamente nos aspectos relacionados às condições públicas e de qualidade de vida, vez que
os componentes dos meios físico e biótico encontram-se em geral já bastante modificados pelo
processo de urbanização.

De maneira geral, a simplicidade das obras de implantação de redes coletoras, interceptores e


emissários de esgoto fundamentam-se no próprio tipo de instalação, que exige apenas a
abertura de valas dispostas nas vias públicas para o assentamento das tubulações e posterior
reaterro e recomposição das áreas afetadas.

A maior parte dos impactos negativos refere-se à fase de execução das obras (Conforme já
mencionado no Item 7.2.2- alteração na qualidade de vida da população residente nas áreas
próximas ás obras; possibilidade de erosão do terreno pela retirada da camada superficial do
mesmo; risco de acidentes; deterioração das condições urbanísticas e paisagísticas e
comprometimento da qualidade das águas durante as obras), sendo considerados, na maioria
das vezes, impactos de baixa magnitude, localizados e de curta duração, se restringindo à
época das obras.

A seguir são descritos os demais impactos negativos específicos da implantação do sistema de


esgotamento sanitário:

Interferência das obras de infra-estrutura existentes no Taquaril


As redes e interceptores de esgoto a serem implantados podem interferir nos sistemas de
infra-estrutura existentes no Taquaril, como por exemplo, nas redes de abastecimento de
água, nas redes de esgotos, telefonia, de eletrificação e outros sistemas a cabo
subterrâneos, indicando a necessidade de deslocamento e readequação dos mesmos.

Remoção da população
Um complicador para a execução deste conjunto de obras diz respeito ao trajeto dos
interceptores, sendo que para a implantação de alguns trechos, haverá a necessidade de
remoção de população, ação esta que será objeto de estudo específico e detalhado na
Política de Reassentamento Involuntário do conjunto Taquaril.

A fase de operação do sistema proposto corresponderá ao período posterior à implantação das


obras. Trata-se, principalmente, de um impacto benéfico, dada a melhoria significativa das

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condições sanitárias locais. A seguir são descritos os principais impactos negativos específicos
da operação do sistema de esgotamento sanitário:

Eventuais problemas de entupimento e/ou ruptura de tubulação


Os impactos negativos decorrentes do funcionamento das redes e interceptores de esgoto
resumem-se a eventuais problemas de entupimento e ou ruptura da tubulação.

Possibilidade de emissão de gases mal cheirosos na elevatória


É relevante a possibilidade de geração de maus odores no interior da elevatória de esgotos
a ser implantada no Taquaril. Entretanto a mesma será instalada nas proximidades do rio
Arrudas, portanto este impacto não será sentido com intensidade no conjunto, dada a
distancia considerável entre o conjunto e o rio Arrudas

Possibilidade de extravasamento de efluentes devido a paralisação da elevatória


Outro possível impacto decorrente da operação da elevatória a ser implantada no Taquaril
estão condicionados ao funcionamento dos conjuntos moto-bombas, sendo que eventuais
problemas e ou falta de energia elétrica podem acarretar extravasamentos, possibilitando o
lançamento de efluentes no córrego Olaria (quase na confluência com o rio Arrudas) e a
conseqüente poluição do mesmo.

Aumento das despesas familiares com tarifas de saneamento básico


O aumento do custo, decorrente das tarifas de esgoto a serem cobradas dos novos
usuários da rede coletora constitui também um aspecto negativo, especialmente para as
famílias do conjunto Taquaril de menor renda, uma vez que nos setores 10 a 12, devido à
urbanização precária, não é cobrada tarifa de esgoto da população. Nos demais setores é
cobrado 100% do valor de água para esgotamento sanitário, entretanto são aplicadas
tarifas sociais. Ressalta-se que a inadimplência atinge em torno de 40% da população.

Entre os impactos positivos pode-se ressaltar:


Redução do lançamento de esgotos sanitários nos córregos do conjunto e a céu
aberto
A implantação de redes coletoras e interceptores eliminará a disposição final dos esgotos
domésticos diretamente no solo (a céu aberto). Sabendo-se que esta prática pode
potencializar situações de risco geológico a implantação das redes irá contribuir para a
diminuição das situações de risco geológico, resultando em um impacto altamente positivo.

Melhoria das condições sanitárias hoje existentes nos locais beneficiados, evitando-
se a proliferação de vetores e de mau cheiro, bem como o aspecto desagradável dos
cursos d’água e também dos becos e vias

Melhoria da qualidade da água dos córregos Olaria e ribeirão Arrudas e imediata


redução das doenças de veiculação hídrica
O conjunto de ações estruturais para o sistema de drenagem pluvial propostas pelo
Programa irá transformar os atuais cursos de água de meros receptores e condutores de
poluição dos esgotos domésticos e do lixo em corpos de água limpos. O impacto é
considerado estratégico, beneficiando toda a população do Taquaril, bem como das
comunidades à jusante do córrego Olaria.

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O sistema de esgotamento sanitário proposto será interligado através de uma elevatória à


Estação de Tratamento de Esgotos do Arrudas - ETE Arrudas (bem próxima ao Taquaril). Não
haverá problemas quanto às condições de suporte de tratamento nesta ETE, frente ao
acréscimo de vazão referente ao sistema a ser implantado no Taquaril, uma vez que a ETE
Arrudas tem capacidade para tratamento de 4.500 L/s e atualmente opera com vazão média de
1.370 L/s.
No intuito de garantir o sucesso das medidas a serem implantadas no âmbito do componente
de esgotamento sanitário, julga-se necessário complementar as intervenções físicas propostas
com as seguintes medidas:
• Implementação do programa melhorias operacionais no sistema de esgotos,
especialmente do programa “caça esgoto”, para evitar ligações cruzadas (esgoto em
água pluvial e água pluvial em esgoto), ligações clandestinas, lançamentos clandestinos
e correção de problemas de funcionamento do sistema;
• Reforço das ações de incentivo à adesão ao sistema com implementação de programa
especifico de promoção de ligações, conforme modelo já adotado pela COPASA em
áreas de baixa renda na RMBH.

Observa-se que a maior parte dos impactos negativos refere-se à fase de execução das obras.
É preciso ressaltar, contudo, que tais impactos são de baixa magnitude, localizados e de curta
duração, se restringindo à época das obras. Por outro lado, os impactos mais significativos são
positivos e terão efeito direto sobre os cursos d’água da região (córrego Olaria e ribeirão
Arrudas a jusante do Olaria) e sobre a saúde da população.

7.3.1.1.2 Abastecimento de Água

As intervenções relativas ao sistema de abastecimento de água referem-se apenas à avaliação


e expansão das redes existentes. Serão avaliadas as condições atuais do sistema, as
necessidades de setorização, estado geral e conservação.

A maior parte dos impactos negativos refere-se à fase de execução das obras (Conforme já
mencionado no Item 7.2.2- alteração na qualidade de vida da população residente nas áreas
próximas ás obras; possibilidade de erosão do terreno pela retirada da camada superficial do
mesmo; risco de acidentes; deterioração das condições urbanísticas e paisagísticas), sendo
considerados, na maioria das vezes, impactos de baixa magnitude, localizados e de curta
duração, se restringindo à época das obras.

A seguir são descritos os principais impactos específicos da complementação do sistema de


abastecimento de água:
Interferência das obras de infra-estrutura existentes no Taquaril
As redes de água a serem implantados podem interferir nos sistemas de infra-estrutura
existentes no Taquaril, como por exemplo, nas redes de esgotos, telefonia, de eletrificação
e outros sistemas a cabo subterrâneos, indicando a necessidade de deslocamento e
readequação dos mesmos. Trata-se de um impacto negativo, porém temporário, de curta
duração de pouco sognificativo.

Melhoria das condições sanitárias e de saúde da população


A fase de operação do sistema proposto corresponderá ao período posterior à implantação
das obras. Trata-se, principalmente, de um impacto benéfico, dada a melhoria significativa
que ocorrerá no sistema de abastecimento de água local, concorrendo para elevar a oferta
d’água no conjunto, se constituindo em um impacto altamente positivo para a população do
Taquaril.

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7.3.1.1.3 Drenagem Urbana


O conjunto Taquaril situa-se na sub-bacia do córrego Olaria, afluente do Ribeirão Arrudas,
pertencente à bacia hidrográfica do Rio das Velhas. O córrego Olaria e os talvegues recebem
todo o esgoto sanitário e pluvial da região. Além disto são também utilizados como corpo
receptor de lixo doméstico das edificações localizadas nas proximidades, dificultando o
escoamento e criando situações de insalubridade.
O Programa BH Vilas Urbanizadas prevê para o conjunto Taquaril a implantação de redes de
drenagem nas vias veiculares e escoamento superficial nas vias de pedestres, além disto no
cruzamento com os talvegues foram previstos pontos de lançamento em bueiros. Nas ruas
exclusivas de pedestres estão previstas escadarias de descida d’água. O lançamento também
será feito nos talvegues ou nas redes a serem implantadas nas ruas.
A consideração a respeito dos impactos ambientais provocados pela implantação e operação
de um sistema de drenagem urbana contempla dois tipos de áreas de influência:
A) Área de influência direta do Programa BH Vilas Urbanizadas no conjunto Taquaril
local onde serão executadas as obras;
B) Área de influência indireta bacia do córrego Olaria.
A) Área de Influência Direta
A implantação de dispositivos de micro-drenagem no conjunto Taquaril (redes, sarjetas, bocas-
de-lobo, sarjetas, bueiros e descidas d’água), devido a simplicidade dos serviços, causa
impactos ambientais de baixa magnitude, temporários se restringindo ao período das obras. Os
principais impactos9 de implantação e operação do sistema de drenagem proposto são
apresentados a seguir:
Interferência das obras de infra-estrutura existentes no Taquaril
As redes de drenagem a serem implantados podem interferir nos sistemas de infra-
estrutura existentes no Taquaril, como por exemplo, nas redes de abastecimento de água,
nas redes de esgotos, telefonia, de eletrificação e outros sistemas a cabo subterrâneos,
indicando a necessidade de deslocamento e readequação dos mesmos.

Adequada condução das águas da chuva


A fase de operação do sistema proposto corresponderá ao período posterior à implantação
das obras. Trata-se, principalmente, de um impacto benéfico, resultante da na adequada
condução das águas de chuva, a fim de se evitar os seus efeitos adversos que podem
representar sérios prejuízos à saúde, segurança e bem estar da população do Taquaril. Em
via de regra, esses efeitos se manifestam no Taquaril de quatro formas: empoçamentos,
inundações, erosões e assoreamentos.

Redução das situações de risco geológico


A água pluvial, se não conduzida de forma adequada é potencializadora de situações de
risco geológico, uma vez que é no período chuvoso que ocorre a maioria absoluta dos
acidentes relacionados a escorregamentos em encostas. A água pluvial atua na
desestabilização de uma encosta de várias formas:
- Eleva o grau de saturação do solo e conseqüentemente diminui sua resistência;
- Aumenta o peso específico do solo, devido à retenção da parte infiltrada da água;
- Provoca infiltração nos vazios, fissuras e juntas dos maciços ou em parte deles, gerando

pressões hidrostáticas ou hidrodinâmicas, que podem ocasionar a ruptura de um talude;


- Gera o escoamento superficial, podendo ocasionar diferentes tipos de erosões (laminar,
em sulcos e boçorocas) que aumentam a instabilidade nas encostas.

9
Ver no item 7.2.2 os demais impactos da implantação do sistema de drenagem no Taquaril

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Portanto, a implantação do sistema de micro-drenagem no Taquaril irá contribuir para a


redução das situações de risco geológicos nesta área, resultando em um impacto altamente
benéfico.

B) Área de Influência Indireta


O sistema de macro-drenagem no Taquaril compreendem basicamente o córrego Olaria que irá
receber após a implantação do sistema ao longo de seu percurso as contribuições laterais e a
rede primária urbana provenientes da microdrenagem.

Ampliação da cheia natural do córrego Olaria e transferência da vazão de pico para


jusante
A operação do sistema de micro-drenagem a ser implantado no conjunto Taquaril poderá
causar a alteração do regime hídrico do córrego Olaria, em razão do incremento da
velocidade de escoamento por meio das redes e à maior impermeabilização das superfícies
drenadas, podendo resultar na ampliação da cheia natural e na transferência da cheia para
jusante. A implantação de redes de drenagem reduz o tempo de pico da cheia e aumenta o
volume de sua vazão. Entretanto estão sendo previstas áreas de preservação permanente
ao longo dos cursos d’água e talvegues do Taquaril, de maneira que a revegetação destes
locais irá contribuir para aumentar permeabilização das águas da chuva.

Entretanto a preservação ambiental proposta para as áreas ao longo dos cursos d’água e
talvegues do Taquaril, libera um espaço adicional junto à calha dos mesmos, para
escoamento do acréscimo de vazão previsto, que não é significativo

7.3.1.1.4 Resíduos Sólidos

A questão da limpeza urbana no Taquaril está intimamente ligada à reestruturação do sistema


viário. Enquanto se trabalha na implementação da infra-estrutura adequada para a coleta
propõe-se priorizar o investimento na mudança de atitudes dos cidadãos e na capacitação
técnica e institucional de organizações locais.

A atuação constante da SMLU e da SCOMGER (Regional) LESTE no sentido de ampliar ainda


mais a coleta utilizando carrinhos de mão, assim como as ações de educação ambiental,
contribuirão também para a melhoria das condições.

Os principais impactos da complementação do sistema de limpeza urbana no Taquaril são


apresentados a seguir:

Melhoria das condições sanitárias


O Programa BH Vilas Urbanizadas prevê a ampliação da coleta de lixo no conjunto
Taquaril, bem como a eliminação dos atuais pontos de concentração de lixo, que se
localizam em grande parte nas linhas de drenagem, tais como no alto das encostas nos
setores 10 e 12 do conjunto. Estas ações promoverão a melhoria das condições sanitárias,
com reflexos positivos sobre o ambiente urbano, resultando em um impacto altamente
benéfico que reflete diretamente na qualidade de vida e nas condições de saúde da
população. É importante ressaltar que a reestruturação viária proposta permitirá a
ampliação da coleta de lixo.

Eliminação de pontos de concentração de lixo


À medida que as novas vias forem sendo implantadas os equipamentos de apoio à coleta de
lixo irão disponibilizar gradativamente a melhoria do serviço para a população.

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7.3.1.2 Infra-Estrutura

7.3.1.2.1 Reestruturação do Sistema Viário

A reestruturação do sistema viário do Taquaril será feita com o intuito de melhorar a


acessibilidade, integrando os diversos setores do Taquaril. O Programa prevê a
implantação de vias veiculares, vias de pedestres e tratamento de vias existentes, de modo
a melhorar sua acessibilidade. Além disso, as vias a serem implantadas exercerão “funções
sócio-ambientais” variadas, tais como:
- Complementação do sistema viário do conjunto Taquaril promovendo a necessária
integração e articulação da estrutura urbana;
- Prestação de serviços públicos à população de suas áreas de influência (transporte
público, coleta de lixo);
- Proteção dos fundos de vale urbanos;
- Proteção dos cursos d’água de intervenções não permitidas e impedimento de
ocupação de áreas ribeirinhas.
- Seus leitos permitirão a implantação de diversas redes de infra-estrutura urbana
(água, esgotos, drenagem, eletricidade e telefonia);
- Facilitarão a coleta de lixo.

A maior parte dos impactos negativos resultantes da implantação do sistema viário refere-
se à fase de execução das obras (Conforme já mencionado no Item 7.2.2- alteração na
qualidade de vida da população residente nas áreas próximas ás obras; geração de bota-
fora; incômodos causados pelo transporte de bota-fora; supressão da vegetação;
possibilidade de erosão do terreno pela retirada da camada superficial do mesmo; risco de
acidentes; deterioração das condições urbanísticas e paisagísticas e comprometimento da
qualidade das águas durante as obras). Os demais impactos relativos à reestruturação do
sistema viário no Taquaril são descritos a seguir:

Remoção de famílias
Um impacto negativo da implantação de sistema viário diz respeito à necessidade de
remoção de população residente nos locais onde serão abertas as novas vias. Prevê-se a
remoção de cerca de 255 famílias, devido a abertura de vias (sendo que destas famílias
106 se encontram em áreas de risco muito alto).

Possibilidade das intervenções propostas complicarem as situações de risco


geológico

Algumas vias veiculares propostas (Vias dos Setores 2, 5 e 7, parte da Via do Olaria e Rua
Arco Íris), e algumas vias propostas de pedestres se localizam em área de risco geológico
alto ou muito alto, portanto, existe a possibilidade das intervenções no sistema viário
complicarem as situações de risco geológico do conjunto Taquaril. Entretanto, sua função
principal é a erradicação da situação de risco.

Melhoria da acessibilidade
As intervenções previstas para reestruturação do sistema viário propiciarão a melhoria na
acessibilidade nas moradias com novas alternativas e adequação das condições atuais de
deslocamento.
É um impacto positivo e de abrangência local, que possibilita também a implantação dos
serviços de saneamento básico, o acesso dos serviços de emergência, segurança, coleta
de lixo, fornecimento de gás e transporte público. Como também permite facilidade de

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acesso aos equipamentos públicos da região, aos existentes no Conjunto e aos que serão
construídos.

A melhoria da acessibilidade no Conjunto Taquaril também propiciará a criação de uma


rede de comércios e de serviços com grande geração de empregos e pequenos negócios,
bem como a implantação de unidades habitacionais. Sendo, portanto, um impacto
altamente positivo e poderá ter abrangência local ou até mesmo regional, já que em alguns
casos, as vias previstas deverão melhorar a articulação de todo o conjunto Taquaril, bem
como do Taquaril com os bairros vizinhos: Alto Vera Cruz, Saudade, Jonas Veiga e Granja
de Freitas. Este impacto possui duração permanente, média magnitude e ocorrendo
efetivamente com a conclusão das intervenções.

7.3.1.2.2 Reestruturação do Sistema de Referências


No setor 5, às margens do córrego Olaria, onde já existe um campo de futebol, será implantado
um conjunto de equipamentos:
- Campo de futebol (reforma do atual);
- Praça poli-esportiva.
O impacto resultante deste subcomponente é apresentado a seguir:

Criação de Áreas de Lazer e Convívio


A implantação dos equipamentos listados acima irá contribuir para a criação de um local
propício para encontros e lazer no Taquaril. O objetivo é gerar lugares adequados ao
encontro social e permanência confortável e segura no espaço público. Trata-se de um
impacto positivo de alta magnitude, em vista da carência atual de áreas de lazer e convívio
no Taquaril.

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7.3.1.3 Recuperação Ambiental e Controle de Áreas de Risco

As intervenções propostas pelo Programa BH Vilas Urbanizadas no Taquaril, visando a


recuperação ambiental do conjunto, minimizam os fatores de degradação ambiental existentes,
principalmente os lançamentos clandestinos de lixo e esgoto, a revegetação das encostas e o
tratamento das áreas de risco. Assim, tais intervenções propiciam a preservação e revitalização
do conjunto de elementos naturais relevantes existentes no Taquaril (nascentes, vertentes,
margens e calha dos cursos d’água, cobertura vegetal, etc.). Trata-se de impacto positivo, de
abrangência local e magnitude elevada, ocorrendo com a conclusão das intervenções e de
duração permanente.

7.3.1.3.1 Tratamento de Fundo de Vale


Os ambientes ciliares ao longo do córrego Olaria e dos talvegues do conjunto Taquaril
sofreram alterações advindas da ocupação desordenada, erosão e poluição do córrego, aporte
de entulhos e outros tipos de resíduos sólidos e desmatamento.
As matas que ocupam os fundos de vale apresentam a função de reter excedentes pluviais que
eventualmente escorreriam pela superfície do solo, bem como devolver parte deste volume
para a atmosfera na forma de evapotranspiração. Essa vegetação, principalmente em zonas de
recarga e margens de córregos - em que é chamada mata ciliar - é de fundamental importância
para controlar o fluxo hídrico em uma unidade de paisagem. Em função dessa importância, as
matas ciliares são protegidas dentre as formas de vegetação de áreas de preservação
permanente por textos legais em âmbito federal e estadual e em muitas cidades esta proteção
é objeto também de leis municipais. De fato, a preservação da vegetação de fundos de vale é
necessária também nas cidades, dada sua função de conservação dos corpos d’água,
manutenção da permeabilidade do terreno, prevenção de processos erosivos e como
corredores de valorização biológica.
Como tratamento dos fundos de vale do conjunto Taquaril propõe-se a implantação de uma
faixa de domínio dos córregos para a máxima preservação da vegetação existente nas ravinas
e aproveitamento os fundos rochosos dos talvegues para drenagem pluvial. Na mesma direção
vai a proposta de desadensar os fundos de vale ainda abertos e já ocupados com habitações,
sempre expostas a elevados riscos e ao desconforto das enxurradas, necessitando em épocas
emergenciais (chuvas) recursos que poderiam ser utilizados para a construção de novas
habitações.
A sobreposição das manchas de APP e de áreas de risco geológico é menor do que a área
final proposta pelo projeto para preservação ambiental. Isto porque o critério utilizado para
proposição das áreas de preservação levou em conta não somente o atendimento às normas
legais (faixa non aedificandi de proteção dos cursos d’água) e de erradicação de moradias
situadas em áreas de risco e a erradicação de moradias isoladas, que embora estivessem em
área adequada para habitação encontravam-se desconectadas do contexto urbano proposto,
sendo que a sua permanência poderia incentivar a ocupação de áreas próximas com restrições
a ocupação. Assim sendo, a quantificação final do reassentamento considerou,
cumulativamente, o critério acima explicitado.

Em alguns locais pouco adensados foi feito um estudo de custo para conferir se seria mais
viável a abertura de uma via para atender poucas famílias ou a remoção destas. Na maioria
dos casos é mais viável economicamente a abertura das vias. Quando houve empate de
valores optou-se pela abertura da via evitando, assim, o impacto social gerado pelas
relocações. No entanto, esta regra não foi obedecida nos setores 10 e 11 onde a topografia é
muito acidentada apresentando forte restrição à ocupação. Optou-se, então, pela criação
nestes setores de áreas de preservação ambiental. Esta opção resultou num maior número de

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relocações e conseqüente custo mais elevado, no entanto evita as dificuldades técnicas de


abertura das vias nestes setores.

Remoção de famílias
Um impacto negativo da implantação de sistema viário diz respeito à necessidade de
remoção de população residente nos locais onde serão abertas as novas vias. Prevê-se a
remoção de cerca de 255 famílias, devido a abertura de vias (sendo que destas famílias
106 se encontram em áreas de risco muito alto).

Aumento das Áreas Verdes


Estima-se que a área permeável será aumentada, uma vez que as intervenções prevêem a
desocupação e recuperação (revegetação) dos talvegues com a implantação de áreas de
preservação ambiental, mesmo considerando que serão realizadas obras que acarretem
maior impermeabilização do solo, como por exemplo, o capeamento de vias. Isso porque,
considerando o processo intenso de ocupação havido, estas áreas se encontram hoje
ocupadas e com grande quantidade de lixo e entulho acumulado, o que contribui para sua
impermeabilização. O impacto previsto como resultante da ação do Programa BH Vilas
Urbanizadas na APPs é positivo e caracterizado como significativo, considerando que as
medidas de preservação e proteção a serem implementadas nestas áreas assegurarão
maior retenção das águas pluviais, reduzindo erosões, aumentando a estabilidade do solo,
aumento da recarga do aqüífero e regeneração do bioma local.

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7.3.1.3.2 Controle de Áreas de Risco

No Taquaril as inundações sempre ocorrem em pontos localizados e não comprometem muito


a vida dos moradores, o que mais afeta é o deslizamento. Como agentes potencializadores dos
escorregamentos foram identificadas no conjunto as seguintes situações: declividade e altura
excessiva dos taludes; lançamento de água servida; plantio de bananeiras nas calhas dos
córregos; lançamento de água pluvial, devido à falta de urbanização das vias de acesso;
execução incorreta de aterros e construção de moradias nesses pacotes; vazamentos na rede
de abastecimento de água; descontinuidade do maciço rochoso.

Os principais impactos deste sub-componente são listado a seguir:

Remoção de famílias
Um impacto negativo referente ao controle de áreas de risco diz respeito à necessidade de
remoção de população residente em áreas de risco geológico muito alto. As remoções em
áreas de risco muito alto somam 577 famílias. Destas, 437 famílias além de estarem em
áreas de risco muito alto, também se encontram em área de preservação permanente.

No entanto, considerando que estas famílias possuem uma situação precária de


habitabilidade, estando expostas à riscos, a retirada destas famílias possibilita a melhoria
do padrão habitacional da população, tanto para o reassentamento via PROAS, quanto para
o reassentamento nas unidades habitacionais. Neste sentido, o impacto é positivo, tem
abrangência local, magnitude elevada e duração permanente.

Redução das Áreas de Risco


A intervenção estrutural proposta para o conjunto Taquaril contempla a urbanização
integrada do conjunto a partir da implantação de sistema viário, remoção das famílias
situadas em áreas de risco geológico muito alto, implantação de áreas de preservação
ambiental ao longo dos cursos d’água, bem como a implantação de redes de esgoto, água
e drenagem e dispositivos para viabilizar a coleta de lixo. Essa intervenção fatalmente
provocará uma forte alteração no mapa de risco já elaborado, tendo em visita que os
movimentos geológicos se desenvolvem de forma muito mais lenta quando não associados
à agentes deflagradores e potencializadores.

Porém, para os locais que constituem risco geológico e geotécnico e que não são tratados
com as próprias intervenções do projeto urbanístico, serão implantadas contenções de
pequeno e médio porte com drenagem associada.

Outra forma prevista para tratamento de algumas áreas de risco é a simples destinação
destas áreas para preservação ambiental com a demolição de moradias destas áreas para
evitar novas ocupações.

Nesse sentido as intervenções propostas para o Conjunto Taquaril, principalmente as


estruturantes, aliadas com as ações de reflorestamento e preservação ambiental,
implicando inclusive na remoção de moradias localizadas nas áreas de risco, ou mesmo a
execução de obras de contenção, propiciam a erradicação das situações de risco
existentes que é fato inquestionável.

Assim, o impacto da erradicação das áreas de risco é positivo, de duração permanente,


abrangência local, magnitude elevada e ocorrendo na fase de operação das intervenções.

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7.3.2 SUB-COMPONENTE: REESTRUTURAÇÃO DO SISTEMA HABITACIONAL

A implantação das intervenções estruturantes propostas para Taquaril, principalmente a


implantação do sistema viário, o controle das áreas de risco geológico e a destinação de áreas
de preservação ambiental, acarretará um grande número de remoções e o consequentemente
reassentamento das famílias. Tal ação está restrita ao mínimo necessário para a melhoria da
habitabilidade do Taquaril e para tanto, gera a demanda de remoção de 1.167 famílias, cerca
de 4,5% dos domicílios do conjunto.

A Prefeitura Municipal, através da URBEL- Companhia Urbanizadora de Belo Horizonte,


trabalha com várias possibilidades de atendimento às famílias que precisam ser removidas,
considerando as condições específicas em que elas se encontram.

Para tanto, o remanejamento das famílias será feito pela relocação das famílias para as
unidades habitacionais a serem construídas no Granja de Freitas, pelo reassentamento das
famílias através do PROAS ou pelo processo de indenização. Maiores detalhes podem ser
obtidos no Política de Reassentamento Involuntário do Taquaril, em anexo.

Em algumas situações, em função da implantação das obras, podem ser necessárias a


reconstrução e/ou recuperação de moradias, acompanhadas ou não de remoções temporárias
de famílias. Quando se tratar de remoções temporárias para execução de obras, o projeto
executivo a ser elaborado definirá os locais onde as reconstruções ocorrerão. Dessa forma,
duas situações podem se apresentar:
c) Remoção temporária de famílias e abrigamento em abrigos conveniados, casa de
conhecidos ou através do Programa Bolsa Moradia10;
d) Recuperação de moradias em função de danos provocados por execução de obras;
e) Reconstrução parcial da edificação ou qualquer elemento construtivo (muro, cerca, etc).

Os principais impactos advindos da reestruturação habitacional do Conjunto Taquaril são


descritos a seguir:

Desestruturação das comunidades e transtornos provocados pela remoção


compulsória das famílias
A mudança do local de residência constitui um impacto, devido ao risco de rompimento dos
laços de vizinhança. As dificuldades de adaptação da população constituem um aspecto
negativo a ser considerado. A alta densidade que caracteriza o projeto pode constituir-se
também em um impacto negativo, caso o reassentamento não seja acompanhado de
medidas necessárias à garantia de sua qualidade ambiental (possibilidade de deterioração
ambiental futura da área, a exemplo do ocorrido em outros conjuntos habitacionais
populares). Esse impacto deverá ser temporário, embora alguns possam ter maior duração,
ainda que também tendam a se extinguir com a adaptação da família ao novo local de
moradia.

Remoção de Famílias
Considerando que a maioria das famílias a serem removidas se encontra em áreas de
preservação ou de risco, conformando uma situação precária de habitabilidade, a retirada
dessas famílias possibilita a melhoria do padrão habitacional da população, tanto para o
reassentamento via PROAS quanto para o reassentamento nas unidades habitacionais a
serem construídas. Nesse sentido, o impacto positivo tem abrangência local, magnitude
elevada e duração permanente.
10
Bolsa Moradia – Programa da Prefeitura Municipal que atende com um valor de R $ 200,00/ mês para
pagamento de aluguel

282
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PROGRAMA BH VILAS URBANIZADAS

Entretanto, a mudança de residência de famílias dos locais onde estão instaladas a muitos
anos constitui um impacto negativo significativo quando consideramos a necessidade de
adaptação a novo padrão construtivo, o rompimento dos laços de vizinhança e a geração de
ansiedade na população removida quanto ao seu local de destino, nestes dois últimos
casos principalmente, quando as famílias não permanecem no Conjunto. Assim,
considerando o impacto negativo, sua duração passa a ser temporária e de média
magnitude, sendo que sua abrangência permanece como local considerando a área de
destino das famílias.

Reassentamento das famílias


As famílias que serão reassentadas pelo PROAS terão garantida uma nova moradia, em local
escolhido pela própria família, com acompanhamento de técnicos qualificados.
Já as famílias a serem reassentadas nos conjuntos habitacionais, terão asseguradas as
novas moradias, no Granja de Freitas que é bem próximo ao Taquaril, o que é extremamente
positivo.
O reassentamento, portanto, tem como conseqüência direta melhorara as condições de
habitabilidade com a transferência das famílias removidas para os conjuntos habitacionais ou
uma moradia à escolha da família e também para áreas já regularizadas ou passíveis de
regularização. Este impacto tem duração permanente, abrangência local e magnitude
elevada.

Melhoria do padrão habitacional da população reassentada


Além dos problemas relacionados às condições ambientais, que dizem respeito ao risco
geológico e à falta de saneamento básico, as habitações a serem removidas, de maneira
geral, apresentam baixo padrão construtivo. Além disso, em grande parte das áreas
ocupadas não há regularização fundiária. A relocalização das famílias para áreas com
condições ambientais adequadas, com moradias apresentando nível mínimo de conforto e
com a propriedade regularizada traduz-se em um impacto positivo e relevante para o
conjunto das famílias envolvidas.

Alteração no uso e ocupação do solo na área do entorno


Alterações no parcelamento e no uso do solo na área de intervenção e em alguns casos em
sua área de influência poderão ocorrer de modo diferenciado. A implantação do Programa,
quando não se prevê a necessidade de remoção de edificações, não implica em alteração do
uso na área de intervenção.
Por outro lado, a implantação de sistema viário e de áreas de uso social poderão implicar na
mudança de uso e ocupação nas respectivas áreas. Em geral, a implantação das obras no
Conjunto Taquaril proporcionará a valorização dos terrenos e imóveis nas áreas de entorno
das mesmas, em função da requalificação urbanística decorrente da melhoria das condições
ambientais e de acessibilidade à área que o Programa propõe.
Como conseqüência da valorização das áreas, prevê-se a atração de novos investimentos
que promoverão alterações graduais nas características do uso e ocupação do solo. As
alterações poderão surgir pela introdução de melhorias nos imóveis existentes, pela
substituição por outros de melhor padrão, ou mesmo pela implantação de novas unidades
residenciais e não residenciais.
Este impacto apresenta aspectos positivos e negativos. De maneira geral, essas mudanças
significam benefícios para a comunidade do entorno, que passa ter seu imóvel mais
valorizado, e a contar com mais unidades de comércio e serviços que tendem a se implantar

283
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no local. Entretanto, em alguns casos, a implantação das melhorias significa a


desapropriação e o reassentamento de população e/ou o deslocamento de atividades de
comércio, serviços, ou ainda, podem trazer a expulsão de um grupo social. Neste caso, o
impacto incorpora aspectos negativos.

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7.3.3 SUB-COMPONENTE: DESENVOLVIMENTO SOCIAL

Para atender as demandas sociais do conjunto Taquaril, o Programa BH Vilas Urbanizadas


prevê as seguintes ações:
• Educação infantil
• Socialidade de jovens
• Mobilização e comunicação social
• Educação ambiental
• Desenvolvimento organizativo
• Fortalecimento dos dois centros de saúde existentes
• Criação do centro “BH Cidadania”

Dentro deste enfoque serão priorizadas as idades correspondentes às faixas etárias entre 3 e 5
anos e 8 meses e 15 a 18 anos. Às crianças e jovens dentro desta faixa etária, assim como à
suas famílias, serão proporcionados todos os serviços sociais do município como escola,
saúde, inclusão produtiva e assistência social. Além das atividades que são focalizadas,
especificamente, nas crianças e jovens nas faixas etárias priorizadas, haverá outras ações que
beneficiarão a população em geral (Orientação técnica para construção, Mobilização e
comunicação social, Desenvolvimento Organizativo, Fortalecimento dos centros de Saúde
existentes).
3
Os impactos do componente de Desenvolvimento Social do Conjunto Taquaril estão descritos a
seguir.

Desequilíbrio Social entre os setores do Taquaril localizados em Belo Horizonte e os


localizados em Sabará (setores 13 e 14)
Os setores do conjunto Taquaril (13 e 14) que se localizam no município de Sabará não
foram incluídos no presente Programa. As intervenções propostas para os setores do
Taquaril situados em Belo Horizonte terão obrigatoriamente reflexo nas condições de vida
da população de Sabará, onde também se verificam ocupações sujeitas a riscos ambientais
e geológicos, semelhantes aos dos setores de BH.

Mobilização Comunitária e Elevação da Auto-estima da População


As propostas de intervenção do Programa BH Vilas Urbanizadas no Conjunto Taquaril
permite que haja um alto grau de mobilização das comunidades, reforçando as formas
associativas locais, com uma atuação destacada de associações e representantes
comunitários em prol da coletividade, até mesmo porque as intervenções propostas são, em
grande medida, reivindicações antigas dos moradores.
Além disso, a possibilidade de uma ampla intervenção que garanta a recuperação
urbanística-ambiental e, ao mesmo tempo, propicie significativos ganhos sociais em
equipamentos públicos e comunitários, assistência social, geração de trabalho e renda, etc.,
proporcionará uma nova valorização do Conjunto Taquaril por parte de seus moradores.
Sendo assim, o impacto identificado é extremamente positivo, tendo início com a execução
das intervenções, mas com duração permanente e magnitude elevada.
Ampliação da Infra-Estrutura de Atendimento à Saúde
De forma a atender parte da demanda prevista para a área de saúde no Conjunto Taquaril,
dentro das intervenções do Programa BH Vilas Urbanizadas, serão realizadas a
capacitação das Equipes de Saúde da Família e de Agentes Comunitários da Saúde do
Taquaril, e, a renovação dos equipamentos de dois centros de saúde existentes (Novo
285
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Horizonte e Taquaril). Esse é um impacto positivo de magnitude elevada e abrangência


local, que terá duração permanente após o término das intervenções.

Ampliação da Infra-Estrutura de Atendimento à Educação e Geração de Renda


A implantação do Espaço BH-Cidadania possibilitará o atendimento aos jovens com o
intuito de promover a qualificação profissional. Desta forma, a implantação desse
equipamento associada potencializará a inclusão produtiva e o desenvolvimento local,
sendo um impacto extremamente positivo que ocorrerá com a conclusão das obras e assim,
de duração permanente, abrangência local e magnitude elevada.

Redução da Violência no Conjunto Taquaril e no seu Entorno


Todas as mudanças propostas que garantem maior acessibilidade ao Conjunto, melhoria da
qualidade de vida da população e ações específicas que procuram atuar nas causas sociais
do problema da insegurança e violência no Conjunto Taquaril poderão permitir uma rápida
diminuição do grande número de ocorrências verificadas atualmente. Dessa forma, espera-
se que com a implantação do empreendimento, haja uma redução geral dos níveis de
violência no Conjunto, impactando positivamente, quanto a esse quesito, a região afetada
pelo empreendimento. Assim, o impacto de duração permanente tem abrangência regional
e magnitude elevada.

Promoção da Cidadania
Verificou-se que a partir da reestruturação e da intervenção junto à comunidade com o
trabalho de acompanhamento social, aliado a seus impactos positivos pós-implantação,
propiciando a integração interna do Conjunto Taquaril e com seu entorno, a inserção
socioeconômica da população residente e melhoria da qualidade de vida, garante-se a
ampliação dos direitos de cidadania, que se tornou um dos aspectos mais beneficiados pelo
empreendimento.
Também se tem o procedimento de regularização fundiária com a titulação de terreno e o
repasse da propriedade aos moradores do Conjunto Taquaril e, posteriormente, a
valorização dos bens patrimoniais. Aliado a isso, o simples fato de o cidadão ser
reconhecido e respeitado pelo poder público o transforma completamente, garantindo a sua
inserção na sociedade organizada. Numa intervenção deste porte, a participação da
comunidade em todas as etapas do projeto propicia a ampliação dos direitos de cidadania.
Trata-se de impacto extremamente positivo, de abrangência local, ocorrendo na operação
do empreendimento, de duração permanente, e magnitude elevada.
Aumento do número de crianças de 0 a 6 anos na pré-escola
Trata-se de um impacto positivo, resultante da ampliação do número de pré-escolas no
Conjunto Taquaril. Sua magnitude é considerada alta, uma vez que vai estar contribuindo
para suprir a grande demanda por atendimento na educação infantil na região.

Inclusão Social de Jovens (15 a 18 anos)


Trata-se de um impacto positivo, resultante do componente de socialidade de jovens que
objetiva estimular e favorecer a inclusão social de jovens de 15 a 18 anos, através de ações
e atividades sócio-educativas, facilitadoras na perspectiva da elaboração de projetos

286
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7.3.4 SUB-COMPONENTE: REGULARIZAÇÃO FUNDIÁRIA

Conforme anteriormente mencionado, o Município de Belo Horizonte criou, em 1993, o


Programa Municipal de Regularização de Favelas - PROFAVELA - que define os parâmetros
mínimos necessários à regularização urbanística e jurídica das áreas ocupadas irregularmente
por populações de baixa renda. Conjugado às demais legislações federais e municipais
pertinentes, este instrumento possibilita a integração desses assentamentos à cidade
formalmente ocupada, a elevação dos padrões de qualidade de vida e o acesso dessas
populações aos diversos serviços públicos e privados, à propriedade da terra e à moradia
digna.

Atualmente como parte integrante da Política Municipal de Habitação, o Programa trabalha


com a regularização do domínio do imóvel em áreas de propriedade pública e em áreas de
propriedade privada dos assentamentos caracterizados como Zona de Especial Interesse
Social 1 e 3 (ZEIS 1 e 3). São ZEIS as regiões nas quais há interesse público em ordenar a
ocupação, por meio de urbanização e regularização fundiária, ou em implantar ou
complementar programas habitacionais de interesse social, e que se sujeitam a critérios
especiais de parcelamento, ocupação e uso do solo, distinguindo-se a ZEIS 1 como as regiões
ocupadas desordenadamente por população de baixa renda e a ZEIS 3 como as regiões
edificadas em que o Executivo tenha implantado conjuntos habitacionais de interesse social.

A URBEL – Companhia Urbanizadora de Belo Horizonte, órgão da administração indireta do


Município responsável pela definição e execução da Política Municipal de Habitação,
desempenha funções diferenciadas quanto à regularização fundiária em áreas de propriedade
privada e em áreas de propriedade pública.

O conjunto Taquaril, localizado na região Leste do município, encontra-se inserido em ZEIS-3


(Zona de Especial Interesse Social 3) conforme Lei de Parcelamento, Ocupação e Uso do Solo
– Leis 7.166/96 e 8137/00.

O conjunto assenta-se em terreno adquirido pelo Estado de Minas Gerais, através da


CODEURB, localizado nos municípios de Belo Horizonte e Sabará. Assim, para dar início ao
processo de regularização fundiária, da área localizada no Município de Belo Horizonte, deve
se efetuar a transferência da propriedade para o Município, conforme previsto no convênio
firmado em 1987 entre a CODEURB e a Prefeitura de Belo Horizonte.

O impactos da regularização Fundiária do Conjunto Taquaril está descrito a seguir.

Possibilidade de Regularização Fundiária


As intervenções propostas pelo Programa BH Vilas Urbanizadas possibilitarão ações de
regularização fundiária, e conseqüentemente a posse dos imóveis, através da titulação, o
que implica em impactos positivos de alta importância para a dinâmica populacional, uma
vez que contribui para a fixação da população no local de moradia, evitando-se com isso,
as migrações, além da melhoria da qualidade de vida e promoção da cidadania.

Trata-se de impacto da operação do empreendimento, de duração permanente,


abrangência local e magnitude elevada.

287
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7.3.5 HIERARQUIZAÇÃO DOS IMPACTOS AMBIENTAIS

Os critérios de abrangência, tempo de ocorrência, reversibilidade e magnitude combinados


mostram a valoração final dos impactos analisados acima que podem ser considerados,
conforme a definição representada na Tabela 7.4:

• Significativos Impactos de alta magnitude, com abrangência estratégica, regional ou


local, independente do tempo de ocorrência e da reversibilidade;
• Moderados Impactos de média magnitude, com abrangência estratégica ou regional, e
local, nos casos em que tem longo prazo de duração, independente da condição de
reversibilidade ou médio prazo, mas são irreversíveis;
• Pouco significativos Impactos de média magnitude, abrangência local e curto prazo,
independente do grau de reversibilidade, ou de médio prazo, mas reversível e os de baixa
magnitude, abrangência regional, independente da duração e da condição de
reversibilidade e os de baixa magnitude, abrangência local e médio ou longo prazo de
duração irreversíveis;
• Desprezíveis Impactos de baixa magnitude, abrangência local e de curto prazo, ou
baixa magnitude, abrangência local de médio e longo prazo, mas reversíveis.

Tabela 7.4: Critérios de Valoração dos Impactos

Valoração do Magnitude Abrangência Tempo de Reversibilidade


Impacto Ocorrência
Estratégico /
Longo / Médio /
Significativo Alta Regional / Irreversível / Reversível
Curto
Local
Regional Longo/médio/curto Irreversível / Reversível
Moderado Média Longo Irreversível / Reversível
Local
Médio Irreversível
Médio Reversível
Média Local
Curto Irreversível
Pouco
Regional Longo/médio/curto Irreversível / Reversível
Significativo
Baixa Longo Irreversível
Local
Médio Irreversível
Longo Reversível
Desprezível Baixa Local Médio Reversível
Curto Irreversível / Reversível

Apresenta-se, a seguir, a avaliação final dos impactos com reflexos positivos (Tabela 7.5) ,
negativos (Tabela 7.6) e de difícil qualificação (Tabela 7.7), de acordo com os critérios de
valoração apresentados acima.

288
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Tabela 7.5: Avaliação Final dos Impactos Positivos - Conjunto Taquaril

IMPACTOS POSITIVOS
Significativos Moderados Pouco Desprezíveis
Significativos
Possibilidade de geração de Fortalecimento da Entrosamento entre -
empregos e aumento de mobilização comunitária Secretarias e
renda em função da Órgãos da
contratação de mão de obra Administração
para os trabalhos pública
Redução das áreas de risco Aumento das áreas - -
geológico verdes
Redução do lançamento de Valorização dos imóveis - -
esgotos nos córregos e a céu da área de entorno
aberto
Melhoria das condições Ampliação das áreas de
sanitárias e de infra-estrutura lazer e de convívio
urbana
Melhoria da qualidade de Aumento do Controle - -
água do ribeirão Arrudas e do sobre Atividades
córrego Olaria Irregulares
Consolidação de novos - -
Melhoria da acessibilidade enfoques culturais e
ambientalistas
Eliminação de pontos de Geração de Renda - -
concentração de lixo
Melhoria das condições de Inclusão Social de - -
saúde da população Jovens
Mobilização comunitária e - - -
elevação da auto-estima da
população
Ampliação da Infra-Estrutura - - -
de Atendimento à Saúde
Redução da Violência no - - -
Conjunto Taquaril e no seu
Entorno
Promoção da Cidadania - - -
Aumento do número de - - -
crianças de 0 a 6 anos na pré-
escola
Melhoria do padrão - - -
habitacional da população
reassentada
Reassentamento das famílias
Possibilidade de - - -
Regularização Fundiária

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Tabela 7.6: Avaliação Final dos Impactos Negativos

IMPACTOS NEGATIVOS
Significativos Moderados Pouco Significativos Desprezíveis
- Desestruturação das Geração de expectativas Interferências das obras de
comunidades e e insegurança da infra-estrutura e
transtornos provocados população da área de equipamentos urbanos
pela remoção intervenção e entorno
compulsória de famílias
- Aumento das despesas Alteração na qualidade de Eventual instalação de
familiares com tarifas vida da população processo erosivo em função
de saneamento básico residente nas áreas da remoção da camada
próximas às obras superficial do solo
- Possibilidade das Supressão da vegetação Possibilidade de exalação de
intervenções propostas mal odor na elevatória
complicarem as
condições de riscos
geológicos
- - Geração de Sedimentos -
- - Deterioração das -
condições urbanísticas e
paisagísticas
- - Risco de acidentes -
- - Descargas eventuais de -
esgotos para manutenção
da elevatória
- - Geração de Bota-fora -
- - Ampliação da cheia -
natural do córrego Olaria
e Transferência da cheia
para jusante

Tabela 7.7: Avaliação Final dos Impactos de Difícil Qualificação

IMPACTOS DE DIFÍCIL QUALIFICAÇÃO


Significativos Moderados Pouco Significativos Desprezíveis
Remoção de - Alteração no uso e -
Famílias ocupação do solo na área
do entorno

290
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7.4 AVALIAÇÃO AMBIENTAL: INTEGRAÇÃO VILA SÃO JOSÉ

7.4.1 SUB-COMPONENTE: REQUALIFICAÇÃO E REVITALIZAÇÃO URBANO-


AMBIENTAL

7.4.1.1 Saneamento Ambiental

7.4.1.1.1 Esgotamento Sanitário


O sistema de esgotamento a ser implantado na vila São José compreende redes coletoras nas
quadras para reassentamento, interceptores de esgoto ao longo do córrego São José, bem
como trechos de redes para fazer a interligação das redes coletoras existentes nos bairros
próximos à vila São José com o interceptor proposto. O interceptor proposto, por sua vez será
conectado ao interceptor existente ao longo do córrego Ressaca, sendo que o tratamento será
feito na ETE Onça, em fase final de construção.
A rede coletora e o interceptor constituem projetos de execução fácil e rápida, e têm caráter
duradouro e benéfico, não sendo prevista a sua desmobilização.
De maneira geral, a simplicidade das obras de implantação de redes coletoras e interceptores
fundamentam-se no próprio tipo de instalação, que exige apenas a abertura de valas dispostas
nas vias públicas para o assentamento das tubulações e posterior reaterro e recomposição das
áreas afetadas.
Com efeito, os principais impactos ambientais resultantes da execução de projetos dessa
natureza incidem direta ou indiretamente sobre a situação socioeconômica da população,
notadamente nos aspectos relacionados às condições públicas e de qualidade de vida, vez que
os componentes dos meios físico e biótico encontram-se em geral já bastante modificados pelo
processo de urbanização.
A maior parte dos impactos negativos refere-se à fase de execução das obras, sendo
considerados, na maioria das vezes, de baixa magnitude, localizados e de curta duração, se
restringindo à época das obras. A seguir são descritos os impactos negativos específicos da
implantação do sistema de esgotamento sanitário:

Interferência das obras de infra-estrutura e equipamentos urbanos


A análise das possíveis interferências na infra-estrutura e nos equipamentos urbanos
existentes identificou a possibilidade de ocorrência de alterações no fornecimento de
energia elétrica, distribuição de água, telefonia e gás existentes ao longo das vias públicas
que serão objeto de intervenção. Além da interferência sobre os referidos serviços foram
identificadas outras:
• Adutora da COPASA localizada na vila São José, próxima à interseção com a Av.
Tancredo Neves;
• Gasoduto pertencente à GASMIG, situado na Av. Pedro II, junto ao Anel Rodoviário.
A fase de operação do sistema proposto corresponderá ao período posterior à implantação das
obras. Trata-se, principalmente, de um impacto benéfico, dada a melhoria significativa das
condições sanitárias locais. Entre os impactos positivos pode-se ressaltar:

Redução do lançamento de esgotos sanitários nos córregos e a céu aberto


A implantação do sistema de esgotamento proposto para a vila São José, que compreende
redes coletoras nas quadras para reassentamento, interceptores de esgoto ao longo do
córrego São José, bem como trechos de redes para fazer a interligação das redes coletoras
existentes nos bairros próximos à vila São José com o interceptor proposto, eliminará a
291
PREFEITURA BH
PROGRAMA BH VILAS URBANIZADAS

disposição final dos esgotos domésticos sem qualquer tipo de tratamento nos córregos e a
céu aberto. O interceptor proposto, por sua vez, será conectado ao interceptor existente ao
longo do córrego Ressaca, sendo que o tratamento será feito na ETE Onça, em fase final
de construção.

Melhoria das condições sanitárias e de infra-estrutura urbana


A implantação de coleta e interceptação dos efluentes domésticos, bem como a ampliação
da coleta de lixo e de oferta de água tratada promoverão uma considerável melhoria das
condições sanitárias e de infra-estrutura, melhorando o aspecto desagradável dos cursos
d’água e também dos becos e vias hoje extremamente comprometidos.
Melhoria da qualidade da água dos córregos São José e Ressaca
A implantação do sistema de esgotamento sanitário na área de intervenção da vila São
José irá impactar positivamente as condições de saúde da população, reduzindo índices de
morbidade e de mortalidade infantil, na medida em que reduzirão vetores de doenças
redutíveis por ações de saneamento. Conseqüentemente, serão reduzidos dos orçamentos
familiares os custos com medicamentos, e dos orçamentos públicos os gastos com
tratamentos de saúde.
A melhoria da qualidade das águas do córrego São José irá ocorrer a partir da realização
das seguintes ações:
• Remoção do lixo e entulho de construção civil depositado ao longo da área de estudo;
• Correta destinação do lixo gerado na fase de implantação do projeto, evitando o
carreamento dos mesmos para a drenagem;
• Reavaliação dos sistemas de esgoto e ampliação da rede coletora para a efetiva
recuperação da bacia de córrego São José;
• Implantação de sistemas coletores de esgoto na bacia de contribuição;
• Ampliação dos serviços de coleta e varrição de lixo na região.
Essas ações irão refletir positivamente na qualidade das águas do córrego Ressaca e da
represa da Pampulha.
O conjunto de ações estruturais para o sistema de esgotamento sanitário propostas pelo
Programa irá transformar os atuais cursos de água de meros receptores e condutores de
poluição dos esgotos domésticos e do lixo em corpos de água limpos. O impacto é
considerado estratégico, beneficiando toda a população da área.
Os impactos negativos decorrentes do funcionamento das redes coletoras e interceptores são:

Eventuais problemas de entupimento e/ ou ruptura de tubulação


Os impactos negativos decorrentes do funcionamento das redes e interceptores de esgoto
resumem-se a eventuais problemas de entupimento e ou ruptura da tubulação.

Aumento das despesas familiares com tarifas de saneamento básico


O aumento do custo, decorrente das tarifas de esgoto a serem cobradas dos novos
usuários da rede coletora (comumente, dobra-se o valor mensal da “conta d’água”) constitui
também um aspecto negativo, especialmente para as famílias de menor renda. Tarifas
sociais deverão ser aplicadas, bem como outras medidas de subsídio para as ligações.
Conforme mencionado, na avaliação de impactos da vila São José, a tarifa mínima social
estabelecida pela COPASA para unidades residenciais situadas em áreas não servidas por
redes coletoras de esgoto, mas com abastecimento de água, é de R$ 5,13. Com a
implantação da rede de esgotos esta tarifa passará a ser o dobro, ou seja, R$ 10,26, já que
se tributa o mesmo valor da água para o serviço de esgoto.

292
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No intuito de garantir o sucesso das medidas a serem implantadas no âmbito do componente


de esgotamento sanitário, julga-se necessário complementar as intervenções físicas propostas
com as seguintes medidas:
• Implementação do programa melhorias operacionais no sistema de esgotos,
especialmente do programa “caça esgoto”, para evitar ligações cruzadas (esgoto em
água pluvial e água pluvial em esgoto), ligações clandestinas, lançamentos clandestinos
e correção de problemas de funcionamento do sistema;
• Reforço das ações de incentivo à adesão ao sistema com implementação de programa
especifico de promoção de ligações, conforme modelo já adotado pela COPASA em
áreas de baixa renda na RMBH.
Observa-se que a maior parte dos impactos negativos refere-se à fase de execução das obras.
É preciso ressaltar, contudo, que tais impactos são de baixa magnitude, localizados e de curta
duração, se restringindo à época das obras. Por outro lado, os impactos mais significativos são
positivos e terão efeito direto sobre os cursos d’água da região (córrego São José e córrego
Ressaca) e sobre a saúde da população.

7.4.1.1.2 Abastecimento de Água


As intervenções relativas ao sistema de abastecimento de água referem-se apenas à
implantação de redes de água nas quadras para reassentamento.

Todos os impactos negativos gerados a partir da implantação de redes de abastecimento de


água nas quadras destinadas ao reassentamento, referem-se à fase de execução das obras,
sendo considerados, na maioria das vezes, de baixa magnitude, localizados e de curta
duração, se restringindo à época das obras. Por outro lado, os impactos mais significativos são
positivos e terão efeito direto na melhoria das condições sanitárias e na saúde da população.

A seguir são descritos os principais impactos específicos da complementação do sistema de


abastecimento de água:

Interferência das obras de infra-estrutura e equipamentos urbanos


As redes de água a serem implantados podem interferir nos sistemas de infra-estrutura
existentes na área de intervenção, como por exemplo, nas redes de esgotos, telefonia, de
eletrificação e outros sistemas a cabo subterrâneos, indicando a necessidade de
deslocamento e readequação dos mesmos. Trata-se de um impacto negativo, porém
temporário, de curta duração e pouco significativo.

Melhoria das condições sanitárias e de infra-estrutura urbana


A fase de operação do sistema proposto corresponderá ao período posterior à implantação
das obras. Trata-se, principalmente, de um impacto benéfico, dada a melhoria significativa
que ocorrerá no sistema de abastecimento de água local, garantindo a oferta d’água nas
quadras para reassentamento, se constituindo em um impacto altamente positivo para a
população da vila São José.

293
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7.4.1.1.3 Drenagem Urbana


Conforme mencionado, a vila São José encontra-se instalada no talvegue do córrego São
José, tributário do córrego Ressaca, que integra a bacia da represa da Pampulha (Bacia do
Onça). O córrego São José tem uma extensão total de 2,75 km com 1,25 km canalizados e
1,50 km por canalizar. O trecho não canalizado é constituído por um talvegue profundo com
áreas adjacentes íngremes e densamente povoadas (vila São José), o que implica situações
de risco. No entroncamento das avenidas João XXIII e João Paulo I, o córrego São José passa
a ser canalizado, inicialmente em galeria fechada e, posteriormente, em canal aberto. Ao longo
desse trecho, existem interceptores de esgoto sanitário.
Devido à ausência de infra-estrutura na vila, há uma elevada alteração do quadro natural do
córrego, que se encontra muito poluído, sendo que uma parcela expressiva dos seus taludes
está ocupada com lixo doméstico.

Quanto à micro-drenagem o programa prevê a implantação de redes de drenagem nas quadras


destinadas ao reassentamento, redes de drenagem nas vias transversais à vila São José, bem
como todo o complexo formado pelas obras de captação superficial. Com relação à macro-
drenagem prevê-se a canalização do córrego São José, em galeria fechada.

A consideração a respeito dos impactos ambientais provocados pela implantação e operação


de um sistema de drenagem urbana contempla dois tipos de áreas de influência:
A) Área de influência direta local onde serão executadas as obras;
B) Área de influência indireta bacia do córrego Ressaca.

A) Área de Influência Direta


A implantação de redes de drenagem devido a simplicidade dos serviços causam impactos
ambientais de baixa magnitude, temporários se restringindo ao período das obras. A fase
de operação do sistema proposto corresponderá ao período posterior à implantação das
obras. Trata-se, principalmente, de um impacto benéfico, resultante da na adequada
condução das águas de chuva, a fim de se evitar os seus efeitos adversos que podem
representar sérios prejuízos à saúde, segurança e bem estar da população da área de
influência direta.

Interferência das obras de infra-estrutura e equipamentos urbanos


As redes de drenagem a serem implantados podem interferir nos sistemas de infra-estrutura
existentes na área da vila São José, como por exemplo, nas redes de abastecimento de
água, nas redes de esgotos, telefonia, de eletrificação e outros sistemas a cabo
subterrâneos, indicando a necessidade de deslocamento e readequação dos mesmos.

B) Área de Influência Indireta


Ampliação da cheia natural do córrego São José e transferência da cheia para jusante
A operação do sistema de micro-drenagem a ser implantado na área da vila São José
poderá causar a alteração do regime hídrico do córrego São José, em razão do incremento
da capacidade de escoamento por meio das redes e à maior impermeabilização das
superfícies drenadas, podendo resultar na ampliação da cheia natural e na transferência da
cheia para jusante. A implantação de redes de drenagem reduz o tempo de pico da cheia e
aumenta o volume de sua vazão. Entretanto estão sendo previstas áreas de preservação
permanente ao longo dos cursos d’água e talvegues da região, de maneira que a
revegetação destes locais contribuirá para aumentar a permeabilização das águas da
chuva.
A canalização do córrego São José poderá causar a alteração do seu regime hídrico, em
razão do incremento da velocidade de escoamento e à maior impermeabilização das
294
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superfícies drenadas, podendo resultar na ampliação da cheia natural e na transferência da


cheia para jusante. Irá contribuir para:

• Sanar os problemas causados pelo risco de inundação e solapamento das margens do


córrego São José;
• Implantar rede de interceptores, o que solucionará os problemas de descarga orgânica
“In natura”, e reduzirá a incidência de doenças infecto-contagiosas;
• Complementar a rede de esgotos;
• Implementar a coleta de lixo, principalmente na área ocupada pela vila São José, ação
esta essencial às medidas de controle de vetores.
O projeto de canalização inclui, também, soluções para as interseções e vias transversais
às avenidas.

No item 4.2.2.6 foi apresentado o Estudo Hidrológico elaborado pela empresa ENGESOLO,
parte integrante da Memória Justificativa do Projeto Final de Engenharia Urbana da VIA-
210, trecho Anel Rodoviário e Av. João XXIII, contemplando ainda os Projetos das
Interseções com Anel Rodoviário e Av. Tancredo Neves.
O canal projetado no córrego São José irá desaguar no canal existente do córrego Gloria,
que deságua seqüencialmente no córrego Ressaca.
A vazão máxima provável da bacia do córrego São José não é significativa a nível de
influenciar as vazões à jusante, tendo em vista que a bacia do córrego São José possui
uma área pequena (aproximadamente 7% da área da bacia do córrego Ressaca). Além
disto, frente a situação atual de grande urbanização da bacia do córrego São José, a
canalização deste córrego não provocará modificação significativa no regime atual.

Aumento do percentual de impermeabilização dos terrenos


Conforme mencionado, a canalização, em galeria fechada, do córrego São José conjugada
à implantação do sistema viário extenso, com alto índice de impermeabilidade poderá
causar o aumento do percentual de impermeabilização dos terrenos. Este é um impacto
negativo de incidência regional, pois mesmo que de forma moderada, a intervenção
proposta estará agravando o estágio de impermeabilidade da bacia hidrográfica da
Pampulha. A magnitude deste impacto é considerada média, uma vez que a sub-bacia do
córrego São José encontra-se em estágio avançado de urbanização, não influenciando tão
significativamente no aumento do percentual de impermeabilização dos terrenos.

Atenção especial deve ser dada à destinação da “vasa” removida quando da canalização
dos cursos d’água. IMHOFF, em seu trabalho “Manual de Tratamento de Águas
Residuárias”, utiliza a expressão “vasa” para indicar as camadas de lodos sedimentados
nos fundos dos corpos hídricos. Esses lodos são formados por sólidos flutuantes, cujas
origens podem ser:
• Esgotos domésticos;
• Efluentes industriais;
• Resíduos arrastados pelas águas pluviais.

As camadas de vasa podem ser deslocadas e arrastadas pela correnteza, quando da


ocorrência de enchentes. No caso de remansos, essa remoção torna-se mais dificultada,
pois as velocidades se apresentam muito baixas, tendo em vista a dependência quanto à
tensão de arraste e à rugosidade do fundo. Saliente-se que somente uma tênue película
superficial da vasa (com espessura em torno de 4 mm) é acessível ao oxigênio dissolvido
no seio da massa líquida acima; as camadas inferiores da vasa abrigam, portanto, apenas

295
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PROGRAMA BH VILAS URBANIZADAS

organismos que promovem a digestão anaeróbia, com elevada produção de metano e gás
sulfídrico. Dessa forma, quando da dragagem, a ser realizada logo no início da construção
da canalização, atenção especial deverá ser dedicada a disposição final do material retirado
dos fundos dos cursos hídricos, pois o material da vasa pode se encontrar altamente
contaminado.
Recuperação físico-ambiental das áreas ao longo do talvegue do córrego São José
A canalização do córrego São José e a remoção das famílias irão propiciar a eliminação
das áreas de risco ao longo do talvegue do referido córrego, beneficiando as famílias ali
residentes com melhoria significativa da qualidade de vida.
A implantação das vias nos fundos de vale, ao par de proporcionar condições de
interligação e estruturação das áreas urbanas em que se inserem, permitirá solucionar
problemas oriundos do processo descontrolado de expansão urbana, típico das cidades
brasileiras que receberam o impacto do crescimento urbano acelerado.

De maneira geral, o conjunto de ações estruturais para o sistema de drenagem pluvial e


esgotamento sanitário propostas pelo Programa, irá transformar o córrego São José, de mero
receptor e condutor de poluição dos esgotos domésticos e do lixo, em corpo de água limpo. O
impacto é considerado estratégico, beneficiando toda a população da área diretamente
afetada, bem como das comunidades localizadas à jusante do córrego São José.

7.4.1.1.4 Resíduos Sólidos


A implantação do sistema viário propiciará à SMLU (Secretaria Municipal de Limpeza
Urbana) que proceda a limpeza urbana do local. Estas ações promoverão a melhoria das
condições sanitárias, com reflexos positivos sobre o ambiente urbano, resultando em um
impacto altamente benéfico que reflete diretamente na qualidade de vida e nas condições
de saúde da população.

Melhoria das condições sanitárias e de infra-estrutura urbana


Este é um impacto benéfico, dada a melhoria significativa que ocorrerá no sistema de
disposição dos resíduos sólidos, garantindo a oferta de coleta dos mesmos nas quadras
para reassentamento, beneficiando a população da vila São José.

Eliminação de pontos de concentração de lixo


À medida que as novas vias forem sendo implantadas, os equipamentos de apoio à coleta
de lixo irão disponibilizar gradativamente a melhoria do serviço para a população.

7.4.1.2 Infra-Estrutura

Interferência das obras de infra-estrutura e equipamentos urbanos nas áreas de


entorno das quadras
As intervenções relativas à implantação de infra-estrutura nas quadras onde serão
construídos os conjuntos habitacionais para reassentamento da população da vila São José
referem-se aos serviços de terraplanagem, pavimentação, posteamento e contenção das
quadras, podendo interferir nos sistemas de infra-estrutura existentes na área da vila São
José, como por exemplo, nas redes de abastecimento de água, nas redes de esgotos,
telefonia, de eletrificação e outros sistemas a cabo subterrâneos, indicando a necessidade
de deslocamento e readequação dos mesmos. A implantação das redes de esgoto, água e
drenagem nas quadras já foi prevista nos itens anteriores relativos ao saneamento.

296
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PROGRAMA BH VILAS URBANIZADAS

7.4.1.3 Recuperação Ambiental e Controle das Áreas de Risco

O processo de ocupação inadequada e desordenada ao longo do córrego São José, sobre


terrenos potencialmente erodíveis, submetidos à retirada de cobertura vegetal, a cortes
subverticais e a intensos lançamentos de águas servidas e pluviais, desencadearam situações
de instabilidades e riscos caracterizadas por escorregamentos de solo, escorregamentos de
solo/rocha, escorregamento de cobertura superficial, processos erosivos, solapamentos e
processos de inundação.

Os solapamentos e as inundações são significativamente agravados pela redução da taxa de


permeabilização dos solos, pelo intenso processo de ocupação das planícies de inundação e
pelo assoreamento da calha do curso de drenagem por sedimentos oriundos de erosões e do
lançamento de lixo/entulho. Os processos de instabilidades mencionados acarretam o
desenvolvimento de situações de risco, para as moradias instaladas na vila São José, com
níveis de susceptibilidade variando de muito alto a alto e médio, desencadeando, ainda,
significativos impactos e perdas ambientais para a área em questão e a jusante desta.

Recuperação físico-ambiental das áreas ao longo do talvegue do córrego São José


Embora a política de intervenções nos fundos de vale tenha manifestado a prioridade para a
manutenção dos cursos d’água em seus leitos naturais, esta solução não poderá ser
adotada para o córrego São José, que deverá ser canalizado em galeria fechada.
A canalização do córrego São José irá propiciar a eliminação das áreas de risco ao longo
do talvegue do referido córrego, onde se verificam instabilidades e níveis de risco
geológico-geotécnico alto a muito alto, se traduzindo em um impacto positivo de magnitude
alta tendo em vista a eliminação das situações de risco às famílias ali residentes, com
melhoria significativa da qualidade de vida.
A implantação das vias nos fundos de vale, ao par de proporcionar condições de
interligação e estruturação das áreas urbanas em que se inserem, permite solucionar
diversos problemas oriundos do processo descontrolado de expansão urbana, típico das
cidades brasileiras que receberam o impacto do crescimento urbano acelerado.

Redução das áreas de risco ao longo do córrego São José


Para a erradicação das áreas de risco ao longo do córrego São José serão necessários o
tratamento do fundo de vale e a remoção da população residente na vila. Com a realização
dessas ações, serão eliminados os processos erosivos e o assoreamento do córrego São
Jose. Haverá ainda uma melhoria da qualidade de vida das famílias residentes na vila São
José.

297
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PROGRAMA BH VILAS URBANIZADAS

7.4.2 SUB-COMPONENTE: REESTRUTURAÇÃO DO SISTEMA HABITACIONAL

7.4.2.1 Reassentamento/ Indenizações

O reassentamento/ indenização dos moradores da vila São José será realizado de acordo com
o Plano Básico de Desapropriação e Reassentamento Involuntário - PDRI da Vila São José,
que caracteriza a comunidade envolvida, apresenta as diretrizes e as alternativas de
reassentamento, a proposta de monitoramento e avaliação bem como a estrutura de
responsabilidade institucional do PDRI, os custos e as fontes necessárias para implementação
do Projeto.

A concepção e elaboração das propostas contidas neste documento estão baseadas nas
diretrizes da Política Municipal de Habitação de Interesse Social de Belo Horizonte (PMH,
1994) e em consonância com a Política de Reassentamento do Banco Mundial (diretriz
operacional “Assentamento Involuntário” - OD 4.30 de 1º de Julho de 1990).

Dentro dos limites da vila São José não existem equipamentos sociais utilizados pelos
moradores. Os serviços públicos de saúde, educação e assistência social que atendem esta
comunidade estão nos bairros de seu entorno.

Segundo o EIA Projeto Pedro II, deverá ser considerada, para avaliação dos impactos, a
população residente na vila não incluída no banco de dados do IPEAD à época do
cadastramento, além dos moradores sob o viaduto do Anel Rodoviário. Para esse público,
também sujeito ao deslocamento, sugere-se, caso não contrarie a Política Municipal de
Habitação, as mesmas alternativas de reassentamento abertas à população da vila. Na
impossibilidade de adoção desta medida, deve-se estudar valores de indenização compatíveis
com os modelos de ocupação do imóvel e que garantam o deslocamento da família para outra
área.

Obedecendo a um dos parâmetros estabelecidos para o projeto de reassentamento das


famílias da vila São José, a escolha das áreas de reassentamento procurou garantir a
proximidade desta com a de origem, buscando minimizar o impacto da mudança de localização
da moradia e, conseqüentemente, sua interferência e impacto nos serviços de saúde e
educação.

Os principais impactos advindos das ações de reassentamento são descritos a seguir:

Desestruturação das comunidades e transtornos provocados pela remoção


compulsória das famílias
A mudança do local de residência constitui um impacto, devido ao risco de rompimento dos
laços de vizinhança. As dificuldades de adaptação da população constituem um aspecto
negativo a ser considerado. A alta densidade que caracteriza o projeto pode constituir-se
também em um impacto negativo, caso o reassentamento não seja acompanhado de
medidas necessárias à garantia de sua qualidade ambiental (possibilidade de deterioração
ambiental futura da área, a exemplo do ocorrido em outros conjuntos habitacionais
populares).
Mesmo levando em conta que o Manacás é um bairro vizinho à vila São José e ocupado
predominantemente por edificações verticalizadas, pode-se considerar este impacto de alta
magnitude em função do montante de população a ser reassentada e do nível de renda da
mesma, que é bem inferior ao da que hoje se encontra no bairro.
Esse impacto deverá ser temporário, embora alguns possam ter maior duração, ainda que
também tendam a se extinguir com a adaptação da família ao novo local de moradia.

298
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Melhoria do padrão habitacional da população reassentada


Considerando que a todas as famílias da vila São José serão removidas e que as mesmas
vivem em situação precária de habitabilidade, a retirada dessas famílias possibilita a
melhoria do padrão habitacional da população, tanto para o reassentamento via PROAS
quanto para o reassentamento nas unidades habitacionais a serem construídas. Nesse
sentido, o impacto positivo tem abrangência local, magnitude elevada e duração
permanente.

A área a ser ocupada pelos conjuntos residenciais se encontra bastante descaracterizadas


em termos de sua cobertura vegetal e parcialmente com solo exposto. Em função do
elevado nº de edificações que serão implantadas, haverá necessidade de erradicação total
da vegetação existente. Esta vegetação é em grande parte representada por gramíneas e
invasoras, e por espécies típicas de áreas de cerrado em regeneração. Não foram
observadas nesta área espécies raras ou ameaçadas, o que permite afirmar que esta
erradicação também não apresenta impactos ambientais significativos.

Remoção de famílias
A mudança de residência de famílias dos locais onde estão instaladas a muitos anos
constitui um impacto negativo significativo quando consideramos a necessidade de
adaptação a novo padrão construtivo, o rompimento dos laços de vizinhança e a geração de
ansiedade na população removida quanto ao seu local de destino, nestes dois últimos
casos principalmente, quando as famílias não permanecem na área. O impacto passa a ser
negativo, sua duração passa a ser temporária e de média magnitude, uma vez que o
reassentamento se fará em área bem próxima à vila.

Reassentamento de famílias
Além dos problemas relacionados às condições ambientais, que dizem respeito aos riscos
de inundação e solapamento das margens e à falta de saneamento básico, as habitações
nos fundos de vale, de maneira geral, apresentam baixo padrão construtivo, ou seja, na
maioria desses casos, são desprovidas de conforto, às vezes sem instalação sanitária e
sem canalização interna para abastecimento de água. Além disso, em grande parte das
áreas ocupadas não há regularização fundiária. O reassentamento das famílias para áreas
com condições ambientais adequadas, com moradias apresentando nível mínimo de
conforto e com a propriedade regularizada traduz-se em um impacto positivo e relevante
para o conjunto das famílias envolvidas.

Geração de ansiedade na população residente nas áreas de intervenção


Os moradores da vila São José, há 20 anos, presenciam reuniões e promessas de que
haverá o reassentamento da vila, porém, com a demora da concretização dessas
promessas, a população residente na vila recebe os técnicos e pesquisadores com
desconfiança, ceticismo, má receptividade e até mesmo com violência. De forma a
minimizar a geração da ansiedade na população referente a execução das obras
recomenda-se que seja realizado um plano de comunicação social durante todo o tempo de
execução das intervenções constantes no Projeto. Tal plano deverá informar a comunidade
envolvida sobre todo o processo de execução das obras, incluindo o cronograma e as
ações previstas, e de licenciamento ambiental, com detalhamento sobre os impactos
gerados pelas intervenções e as respectivas medidas para a sua atenuação.
Essas informações poderão circular de maneiras variadas utilizando recursos tais como as
rádios comunitárias, comunicação visual, faixas, panfletos e outros equipamentos que forem

299
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PROGRAMA BH VILAS URBANIZADAS

julgados adequados. A credibilidade da população em relação ao reassentamento é um


fator importante para o sucesso do Programa.

Valorização dos imóveis da área de entorno


Os imóveis situados na área de entorno da vila São José serão valorizados a partir do
momento em que a vila mudar o seu zoneamento e passar a fazer parte da cidade formal,
com moradias adequadas e garantia de saneamento básico.

Alteração no uso e ocupação do solo na área do entorno


No trecho da av. Tancredo Neves onde são atingidas edificações predominantemente
residenciais este impacto pode ser considerado negativo. No trecho onde o alargamento não
envolverá desapropriação, o impacto do projeto é considerado positivo do ponto de vista do
uso do solo, devido ao melhor aproveitamento da infra-estrutura instalada, maior geração de
impostos e outros.
No trecho de prolongamento da av. João XXIII este é um impacto positivo, representando a
requalificação urbanística da área. Do ponto de vista mais geral do uso e ocupação do solo,
o efeito multiplicador deste impacto também é positivo, representado pela intensificação da
ocupação dos terrenos lindeiros à via, requalificação e expansão do corredor de atividades
instalado em um trecho da mesma.

Queda na população residente nas áreas de intervenção e entorno


Como resultado direto das alterações do uso do solo na área de intervenção tem-se a queda
na população residente nas áreas de intervenção e entorno. O efeito é direto nas áreas onde
estão previstas remoções de domicílios para implantação de alguma intervenção. O efeito
indireto é devido a mudanças de uso residencial para comercial como conseqüência da
melhoria da acessibilidade propiciada pela implantação do sistema viário. O impacto direto
deve acontecer na fase de implantação do programa, enquanto o indireto iniciará após sua
conclusão e atuação sobre o mercado.
Em termos demográficos, a queda na população residente é neutra (nem positiva e nem
negativa), sendo o resultado final analisado de acordo com os efeitos que provoca. A maioria
dos impactos associados ao deslocamento das famílias na vila São José é positiva, como a
melhoria da qualidade de vida das habitações dos que adquirirem novos imóveis ou forem
reassentados, ou mesmo daqueles que tiverem suas residências valorizadas e realizaram
transações financeiras vantajosas.

Interferência sobre o setor saúde


A suspensão de material particulado no canteiro de obras interfere negativamente na saúde
da população. Para atenuar estes efeitos sugere-se o planejamento de medidas específicas
que possam diminuir o impacto sobre a saúde da comunidade vizinha. Tais medidas devem
ser tomadas considerando dois níveis distintos: (i) atenuação do volume de poeira gerada,
podendo haver frequente humidificação do solo, por exemplo; (ii) melhoria das condições de
assistência aos grupos de maior risco na população, através de uma vigilância
epidemiológica e ambiental.

A intervenção no habitat de vetores e reservatórios deverá ser antecedida por ações visando
a redução da população desses animais, de modo a controlar o seu deslocamento para
outros locais próximos, bem como manter a vigilância epidemiológica e ambiental na área. O
setor de zoonoses da Secretaria Municipal de Saúde deverá ser acionado para a execução
das ações de controle da população de animais errantes ou abandonados. A implantação
dessas medidas é de responsabilidade da PBH, através da Secretaria Municipal de Saúde e
seus diversos segmentos

300
PREFEITURA BH
PROGRAMA BH VILAS URBANIZADAS

Trata-se de um impacto negativo, diretamente associado à transferência da população da


vila São José, podendo provocar o aumento do número de doenças como a leptospirose,
leishmaniose visceral ou calazar e dengue, além de colocar sob risco grupos humanos antes
não expostos a estes agentes, disseminando doenças.
A abrangência do impacto é a área de intervenção e seu entorno, que poderá servir como
refúgio, ainda que temporário, para os vetores existentes. Os efeitos negativos deste impacto
são reversíveis pela adoção de medidas adequadas.

301
PREFEITURA BH
PROGRAMA BH VILAS URBANIZADAS

7.4.3 SUB-COMPONENTE: DESENVOLVIMENTO SOCIAL

Os principais impactos relacionados ao componente de desenvolvimento social na vila São


José estão descritos a seguir:

Mobilização Comunitária e Elevação da Auto-estima da População


As propostas de intervenção do Programa BH Vilas Urbanizadas na vila São José permite
que haja um alto grau de mobilização das comunidades, reforçando as formas associativas
locais, com uma atuação destacada de associações e representantes comunitários em prol
da coletividade, até mesmo porque as intervenções propostas são, em grande medida,
reivindicações antigas dos moradores.

Além disso, a possibilidade de uma ampla intervenção que garanta a recuperação


urbanística-ambiental e, ao mesmo tempo, propicie significativos ganhos sociais em
equipamentos públicos e comunitários, assistência social, geração de trabalho e renda, etc.,
proporcionará uma nova valorização da vila São José por parte de seus moradores.

Sendo assim, o impacto identificado é extremamente positivo, tendo início com a execução
das intervenções, mas com duração permanente e magnitude elevada.

Aumento do Controle sobre Atividades Irregulares


A falta de infra-estrutura instalada na vila São José propicia e conduz os moradores a
posturas irregulares causadoras de degradação ambiental, principalmente a deposição de
lixo, bota-fora e entulho nos talvegues, e a destinação incorreta de efluentes líquidos. Aliado
a isso, há a freqüente possibilidade de novas ocupações em direção das áreas pouco
adensadas que caracterizam-se normalmente pelos fundos de vales.

Nesse sentido, a reestruturação urbanística e ambiental proposta pelo Programa BH Vilas


Urbanizadas, com a implantação de infraestrutura viária aliada a de saneamento básico,
reforçada pelo trabalho de acompanhamento e mobilização social com os moradores da
vila, bem como com a criação de áreas de lazer junto aos cursos d’água e talvegues, tem
importância fundamental, na contribuição para a eliminação dessas atividades.

Trata-se de um impacto positivo, que se inicia na fase de implantação e perdura com sua
operação, sendo permanente, de abrangência local e magnitude média.

302
PREFEITURA BH
PROGRAMA BH VILAS URBANIZADAS

Melhoria das condições de saúde da população


De forma a atender parte da demanda prevista para a área de saúde na vila, dentro das
intervenções do Programa BH Vilas Urbanizadas, serão realizadas a capacitação das
Equipes de Saúde da Família e de Agentes Comunitários da Saúde da vila São José, e, a
renovação dos equipamentos do centro de saúde existente.
Esse é um impacto positivo de magnitude elevada e abrangência local, que terá duração
permanente após o término das intervenções.

Fortalecimento da mobilização comunitária


As propostas de intervenção do Programa BH Vilas Urbanizadas na vila São José poderão
resultar no incremento das formas associativas, com os moradores atuando
organizadamente em prol da coletividade. Esse impacto é considerado positivo e deverá
receber apoio através de programas de comunicação e de educação ambiental.

Redução da Violência na Vila São José e no seu Entorno


Todas as mudanças propostas que garantem maior acessibilidade à vila, melhoria da
qualidade de vida da população e ações específicas que procuram atuar nas causas sociais
do problema da insegurança e violência na vila São José poderão permitir uma rápida
diminuição do grande número de ocorrências verificadas atualmente. Dessa forma, espera-
se que com a implantação do empreendimento, haja uma redução geral dos níveis de
violência na vila, impactando positivamente, quanto a esse quesito, a região afetada pelo
empreendimento. Assim, o impacto de duração permanente tem abrangência regional e
magnitude elevada.

Promoção da Cidadania
Verificou-se que a partir da reestruturação e da intervenção junto à comunidade com o
trabalho de acompanhamento social, aliado a seus impactos positivos pós-implantação,
propiciando a integração interna da vila São José e com seu entorno, a inserção
socioeconômica da população residente e melhoria da qualidade de vida, garante-se a
ampliação dos direitos de cidadania, que se tornou um dos aspectos mais beneficiados pelo
empreendimento.Também se tem o procedimento de regularização fundiária com a titulação
de terreno e o repasse da propriedade aos moradores da vila São José e, posteriormente, a
valorização dos bens patrimoniais.

Aliado a isso, o simples fato de o cidadão ser reconhecido e respeitado pelo poder público o
transforma completamente, garantindo a sua inserção na sociedade organizada. Numa
intervenção deste porte, a participação da comunidade em todas as etapas do projeto
propicia a ampliação dos direitos de cidadania. Trata-se de impacto extremamente positivo,
de abrangência local, ocorrendo na operação do empreendimento, de duração permanente,
e magnitude elevada.

Aumento do número de crianças de 0 a 6 anos na Pré-escola


Trata-se de um impacto positivo, resultante da ampliação do número de pré-escolas na vila
São José. Sua magnitude é considerada alta, uma vez que vai estar contribuindo para
suprir a grande demanda por atendimento na educação infantil na região.

Inclusão Social de Jovens (15 a 18 anos)


Trata-se de um impacto positivo, resultante do componente de socialidade de jovens que
objetiva estimular e favorecer a inclusão social de jovens de 15 a 18 anos, através de ações
e atividades sócio-educativas, facilitadoras na perspectiva da elaboração de projetos.

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PROGRAMA BH VILAS URBANIZADAS

7.4.4 SUB-COMPONENTE: REGULARIZAÇÃO FUNDIÁRIA

Possibilidade de Regularização Fundiária


As intervenções propostas pelo Programa BH Vilas Urbanizadas possibilitarão ações de
regularização fundiária, e conseqüentemente a posse dos imóveis, através da titulação, o
que implica em impactos positivos de alta importância para a dinâmica populacional, uma
vez que contribui para a fixação da população no local de moradia, evitando-se com isso,
as migrações, além da melhoria da qualidade de vida e promoção da cidadania. Trata-se de
impacto da operação do empreendimento, de duração permanente, abrangência local e
magnitude elevada.

As áreas em questão foram enquadradas como de Utilidade Pública para fins de


desapropriação de interesse social, em decreto sancionado pelo Prefeito Municipal de Belo
Horizonte.

Dentro dos parâmetros expostos, o Município de Belo Horizonte, em consonância com o


que dispõe a Lei do PROFAVELA - Lei n.º 3.995/85 e a Lei n.º 8.137/00 que regulamenta
as ZEIS, tem alienado os lotes de sua propriedade resultantes dos parcelamentos
aprovados em vilas e favelas, aos moradores constantes do Cadastro Oficial de Ocupantes,
instrumento este que funciona como referência para a titulação da propriedade dos lotes.

Quanto à transferência dos imóveis públicos, a Lei Orgânica do Município de Belo


Horizonte prevê como instrumento de outorga preferencial a concessão de direito real de
uso, porém, o fato de indicá-la tão-somente como preferencial e não como obrigatória,
permite o atendimento ao disposto na Lei do PROFAVELA, que prevê, no Art. 13, as
titulações através de instrumento
de alienação.

Ainda com referência à transferência dos lotes aos ocupantes, a legislação federal que trata
das licitações e contratos administrativos - Lei 8.666/93, prevê a dispensa de licitação, por
interesse social, para alienação de imóveis.

Com base nas informações acima e em consonância com a autorização legislativa do Art.
13 e as determinações constantes dos Art. 14 e 15 da Lei 3.995/85 - Lei do PROFAVELA,
propõe-se que os lotes de propriedade do Município sejam transferidos diretamente a seus
ocupantes através da outorga de escritura de compra e venda, na qual consta a destinação
específica de moradia do ocupante e sua família ou o seu comprometimento com os
demais usos possíveis na área, e, ainda, a obrigação do beneficiado de, em caso de
alienação do imóvel, fazê-la a pessoa que se enquadre nas normas e diretrizes do
PROFAVELA, ouvindo-se, para tanto, o Executivo Municipal, através da URBEL, que
comparecerá ao ato na qualidade de interveniente.

304
PREFEITURA BH
PROGRAMA BH VILAS URBANIZADAS

7.4.5 SUB-COMPONENTE: IMPLANTAÇÃO DE SISTEMA VIÁRIO

Os principais impactos relacionados à implantação do sistema viário são relacionados a seguir:

Melhoria do Sistema Viário Municipal


Este impacto decorre diretamente da complementação dos corredores de transporte das
avenidas Pedro II, Tancredo Neves e João XXIII. É um impacto positivo, uma vez que
representa melhoria dos acessos da região noroeste do município, com redução de fluxo de
tráfego em outros corredores de transporte como as ruas Pará de Minas e Padre Eustáquio.
O impacto irá abranger toda a área classificada como beneficiada e de adensamento,
significando melhorias no sistema viário das regionais Noroeste e Pampulha e um melhor
acesso ao município de Contagem.
A magnitude do impacto é alta tendo em vista a situação de estrangulamento viário em que
se encontra a área em questão, reduzindo o tempo de viagem em vários corredores de
tráfego importantes para os municípios de Belo Horizonte e Contagem.

Melhoria da Acessibilidade da Área Beneficiada pelo Projeto


Este impacto é positivo, pela ampliação e melhoria das condições de acesso à área e
abrange os bairros que tem acesso pelas avenidas Atlântida, Tancredo Neves, Abílio
Machado/ Ivaí, ocupando um amplo espaço nas regiões Pampulha e Noroeste de BH,
chegando até o CEASA e bairros da região da Ressaca em Contagem.

A magnitude deste impacto varia no interior da área:


- Alta no trecho acessado pela av. Abílio Machado/ rua Pará de Minas/ rua Padre
Eustáquio que, após a implantação do sistema viário proposto terá uma alternativa de
acesso pela Av. Pedro II;
- Média no trecho que hoje já utiliza a av. Tancredo Neves, pela melhoria das
condições de acesso à av. Pedro II;
- Baixa no trecho que atualmente tem como acesso a av. Carlos Luz que, com a
implantação do sistema viário terá mais uma alternativa de articulação espacial.

Alteração no Fluxo de Veículos no Interior do Bairro Jardim Montanhês


È considerado impacto positivo, em virtude da melhoria do acesso ao bairro e da redução
do tráfego de passagem em seu interior. A magnitude deste impacto é alta, já que com a
implantação do sistema viário a rua Flor das pedras, principal via de acesso e corredor de
atividades do Jardim Montanhês, perderá a função de via de interligação entre as avenidas
Tancredo Neves e Pedro II.

Aceleração do processo de Ocupação da Área de Adensamento


Trata-se de um impacto indireto causado pela melhoria da acessibilidade decorrente da
implantação do sistema viário, levando, por um lado, à expansão dos centros que estão se
formando na área e, por outro, a uma provável carência de equipamentos públicos de
suporte ao uso residencial devido ao ritmo acelerado de ocupação. É um impacto positivo,
pois de forma indireta incentiva a ocupação dos terrenos vagos, possibilitando a ampliação
da oferta de moradia para populações de renda média. No entanto, tem como aspecto
negativo a possível perda de qualidade ambiental em virtude da alta densidade de
ocupação que o programa tende a potencializar.

305
PREFEITURA BH
PROGRAMA BH VILAS URBANIZADAS

A abrangência deste impacto limita-se á áreas de mais baixa densidade no entorno da área
de intervenção, principalmente nos bairros Manacás, Castelo e loteamento vazio adjacente
a esses bairros.

A simples expectativa de melhoria de acessibilidade motivada pela futura implantação do


sistema viário, já vem contribuindo para o rápido adensamento desta área. Esta tendência
deve ser acelerada após a implantação do programa, perdurando por alguns anos até que
sejam ocupadas as áreas disponíveis, de acordo com o interesse de seus proprietários.

Aumento da População na Área de Adensamento


O aumento da população e da densidade demográfica é um impacto previsto em função da
ocupação de áreas livres. Trata-se de um impacto indireto derivado da melhoria de
acessibilidade propiciada pela implantação do sistema viário. O impacto pode ser
considerado positivo levando-se em conta o melhor uso da infra-estrutura já implantada e a
melhoria da arrecadação pública através de taxas e impostos. Caso ocorra estrangulamento
na oferta de serviços, contudo, esta alteração na densidade pode tornar-se negativa, à
medida que provoca queda na qualidade de vida da população residente. A área de
abrangência do impacto concentra-se no bairro Castelo (área definida como de
adensamento), em parte do bairro Manacás e outras regiões com menor densidade
incluídas na área beneficiada pelo projeto. A magnitude do impacto é considerada alta.

Criação de barreiras físicas


Durante o período de obras e, principalmente, após a implantação do sistema viário
proposto e alterado serão criadas barreiras físicas que dificultarão o acesso a alguns locais.
Alguns moradores podem se sentir prejudicados com as alterações de trajeto, além disso, o
aumento do tráfego, com a melhoria da acessibilidade dificultará o tráfego de pedestres.

Deverão ser avaliadas a possibilidade de instalação de sinalização semafórica e/ ou


implantação de passarelas sobre as vias de acesso com tráfego mais intenso. A
implantação das ações são de responsabilidade da SUDECAP BHTRANS.

306
PREFEITURA BH
PROGRAMA BH VILAS URBANIZADAS

7.4.6 HIERARQUIZAÇÃO DOS IMPACTOS AMBIENTAIS

Apresenta-se, a seguir, a avaliação final dos impactos com reflexos positivos (Tabela 7.8) e
negativos (Tabela 7.9) no meio ambiente, de acordo com os critérios de valoração
apresentados anteriormente.

Tabela 7.8: Avaliação Final dos Impactos Positivos - Vila São José

Impactos Positivos - Vila São José


Significativos Moderados Pouco Significativos Desprezíveis
Possibilidade de geração de empregos e Fortalecimento da
aumento de renda em função da mobilização comunitária
- -
contratação de mão de obra para os
trabalhos
Redução do lançamento de esgotos Valorização dos imóveis
- -
sanitários nos córregos e a céu aberto da área de entorno
Melhoria das condições sanitárias e de Alteração no fluxo de
infra-estrutura urbana veículos no interior do - -
Jardim Montanhês
Melhoria da qualidade de água do Entrosamento entre as
córrego São José e do córrego Ressaca Secretarias e Órgãos da - -
Administração pública
Recuperação físico-ambiental das áreas
ao longo do talvegue do córrego São - - -
José
Redução das áreas de risco ao longo do
- - -
córrego São José
Recuperação físico-ambiental das áreas
ao longo don talvegue do córrego São - - -
José
Consolidação de novos valores culturais
- - -
e enfoque ambientalista
Eliminação de pontos de concentração
- - -
de lixo
Melhoria das condições de saúde da
- - -
população
Melhoria do padrão habitacional da
- - -
população removida e reassentada
Mobilização comunitária e elevação da
- - -
auto-estima da população
Aumento do Controle sobre Atividades
- - -
Irregulares
Ampliação da Infra-Estrutura de
- - -
Atendimento à Saúde
Redução da Violência na Vila São José e
- - -
no seu Entorno
Promoção da Cidadania - - -
Aumento do número de crianças de 0 a 6
- - -
anos na pré-escola
Inclusão Social de Jovens - - -
Reassentamento de Famílias - - -
Possibilidade de Regularização Fundiária - - -
Melhoria do sistema viário municipal - - -
Melhoria da acessibilidade da área
- - -
beneficiada pelo Projeto

307
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Tabela 7.9: Avaliação Final dos Impactos Negativos - Vila São José
Impactos Negativos - Vila São José
Significativos Moderados Pouco Significativos Desprezíveis
Desestruturação das Alteração na Geração de expectativas Incômodos provocados
comunidades e qualidade de vida da e insegurança da pelo transporte de bota-fora
transtornos provocados população residente população da área de
pela remoção nas áreas próximas intervenção e entorno
compulsória de famílias às obras
Aumento das Supressão da vegetação Possibilidade de erosão do
despesas familiares terreno pela retirada da
-
com tarifas de camada superficial do
saneamento básico mesmo
Ampliação da cheia Interferências das obras
- natural do córrego de infra-estrutura e -
São José equipamentos urbanos
Transferência da Risco de acidentes
- cheia para jusante -

Aumento do Deterioração das


percentual de condições urbanísticas e
- -
Impermeabilização paisagísticas
dos terrenos
Interferência sobre o Problemas de
- setor saúde entupimento e/ ou ruptura -
de tubulação
Geração de ansiedade na
- - população residente nas -
áreas de intervenção
Criação de barreiras
- - -
físicas
- Comprometimento da
- qualidade das águas -
durante as obras

Tabela 7.10: Avaliação Final dos Impactos de Difícil Qualificação - Vila São José

Impactos de Difícil Qualificação - Vila São José


Significativos Moderados Pouco Significativos Desprezíveis
Queda na população Alteração no uso e Geração de Bota-fora -
residente nas áreas de ocupação do solo na
intervenção e entorno área do entorno
Aumento da População - - -
na área de adensamento
Remoção de Famílias - - -
Aceleração do processo - - -
de ocupação da área de
adensamento

308
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7.5 AVALIAÇÃO AMBIENTAL - APOIO À GESTÃO INTEGRADA DE


POLÍTICAS SOCIAIS E URBANAS

Belo Horizonte possui uma população de cerca de 400.000 habitantes (20%) que vivem em
áreas chamadas de Vilas e Favelas, sujeitas a altos índices de vulnerabilidade social e urbana.
Estes assentamentos apesar de na maior parte das vezes serem estrategicamente localizados
na estrutura urbana (proximidades de áreas de concentração de infra-estrutura urbana e social,
conseqüentemente de fontes e alternativas de obtenção de trabalho e renda), constituem
ocupações irregulares de terrenos públicos e privados. Nessa condição, boa parte deles
possuem contra-indicações físicas (declividades acentuadas, risco geológico, propensão a
inundações etc) e de acessibilidade (sistema viário, transporte urbano, equipamento sociais
etc), o que os tornam bolsões de pobreza e de concentração de déficits de infra-estrutura
urbana, destacando-se as deficiências de habitação e de serviços públicos. Alem disso, tais
assentamentos vêm apresentando altas taxas de crescimento demográfico e de adensamento
urbano, o que os tornam extremamente dinâmicos face ao insuficiente aparato de controle
institucional e de atendimento às demandas sociais em geral disponível no poder público, quer
no âmbito municipal, estadual e federal.
Por essas peculiaridades, a PBH criou unidades especificas para atendimento dessa clientela
social expressiva, destacando-se a URBEL e as estruturas, descentralizadas ou não, do tipo
CREAR e NUDEC, voltadas para as áreas de risco onde se localizam, ainda, mais de 10.000
moradias, distribuídas em todas as regionais do município. No caso especifico do Taquaril e
Vila São José, tais estruturas estão atuantes, diretamente no local ou através das regionais.
Alem disso, o município atua por meio de programas estruturantes (DRENURBS,
VIURBS,PLANÃO, PROPAM, BHBUS, BH CIDADANIA etc) que visam a cidade como um todo,
mas cuja aplicabilidade, nas áreas de urbanização não convencional e de ocupação irregular,
se torna mais complexa, requisitando a conscientização e participação formal e informal da
população, bem como padrões tecnológicos de habitabilidade, de urbanização e de
atendimento social diferenciados.
Nessas áreas ocorre, também, a atuação de órgãos estaduais e federais, em aspectos
essenciais como abastecimento de água, esgoto, energia elétrica, e políticas públicas como
combate a fome e exclusão social, segurança publica, defesa civil, dentre outras.
Conseqüentemente, reputa-se como altamente positivo o impacto ambiental do componente de
Apoio á Gestão Integrada de Políticas Sociais e Urbanas, da forma como está estruturado no
Programa Vilas Urbanizadas, destacando-se, resumida e estrategicamente, as seguintes
diretrizes:

• Capacitação técnica, institucional, instrumental e de recursos humanos


Objetiva-se criar a sinergia e a coordenação, em nível multissetorial e interdisciplinar, na
aplicação das políticas e recursos públicos nas vilas em questão, através de: a) melhoria da
capacidade de planejamento, monitoramento e fiscalização das ZEIS e áreas de risco; b)
implantação do SIG, c) capacitação da URBEL; d) potencialização das ações do CREAR e
NUDECS. Aqui se destacam os instrumentos de acompanhamento e gestão voltados para
comunidades que se mostram altamente dinâmicas, com processos de adensamento urbano e
humano, verticalização das edificações e de complexidade social quanto aos aspectos de
marginalização e exclusão.

309
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• Sustentabilidade das intervenções

Objetiva-se a implementação de políticas voltadas para processos denominados pós-morar e


pós-regularizar, em geral relegados a segundo plano nas grandes cidades e metrópoles
brasileiras, criando-se passivos quanto à inserção urbanística, ambiental e social da população
mais pobre. Aqui se destaca a necessidade de buscar e atribuir aos assentamentos urbanos
não convencionais e às suas respectivas populações os meios de acesso à cidade formal,
especialmente os direitos quanto à regularização e manutenção da propriedade dos imóveis,
quer em seus requisitos cartoriais e parâmetros urbanísticos, quer em relação ao usufruto do
meio ambiente com padrões adequados de habitabilidade.

310
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8 MEDIDAS MITIGADORAS
8.1 DESCRIÇÃO DAS MEDIDAS MITIGADORAS COMUNS AO
CONJUNTO TAQUARIL E A VILA SÃO JOSÉ

8.1.1 FASE DE PLANEJAMENTO

IMPACTO: Geração de Expectativas na População Residente nas Áreas de


Intervenção e Entorno
MEDIDA MITIGADORA: Implementação de ações de comunicação social, participação
comunitária e educação ambiental
Na fase de planejamento, bem como na fase de implantação das obras, faz-se necessária a
implementação das ações de comunicação social sob a forma de um programa bem
estruturado, para incorporar ações de divulgação do programa e ações específicas de
comunicação dos transtornos e cuidados das obras. As ações de comunicação são ações
pró–ativas e irão viabilizar confiança e, inclusive, contribuir para evitar o desencadeamento
de problemas ou mesmo conflitos não desejáveis, que poderão trazer repercussões
negativas para o Projeto.
O objetivo das ações de comunicação é promover a divulgação e mobilização social e
sensibilização da população envolvida nos diversos segmentos do Programa BH Vilas
Urbanizadas e de promover a articulação das atividades com as diretrizes de comunicação
social da Prefeitura Municipal de Belo Horizonte, tendo como referência as seguintes
diretrizes:
• Promover a ampla divulgação das ações do Programa BH Vilas Urbanizadas, para a
população do Taquaril e da vila São José;
• Promover ações de comunicação social junto à população indireta e diretamente
afetada e beneficiada pelo empreendimento;
• Apoiar a execução dos projetos e programas ambientais propostos;
• Viabilizar o desenvolvimento da co responsabilidade que poderá garantir a
sustentabilidade da intervenção.

Já foram realizadas, durante a 1º etapa do Projeto Pedro II, reuniões quinzenais com grupos
de referência (formado por atores sociais da comunidade e entorno), objetivando
implementação das ações de comunicação social, na vila São José.

Figura 8.1: Reunião com os moradores da vila São José

311
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IMPACTO: Fortalecimento da Mobilização Comunitária


MEDIDA POTECIALIZADORA: Ações de Comunicação e Mobilização Social e
Educação Ambiental
Esse é um impacto positivo de caráter moderado que deverá ser potencializado, pelas ações
de comunicação social do Programa conjugadas com as ações de educação ambiental. Faz-
se necessário estabelecer um plano de comunicação através de canais de participação
direta e indireta, que vão desde a veiculação de informações até o desenvolvimento de
oficinas, palestras e encontros temáticos.

IMPACTO: Entrosamento entre Secretarias e Órgãos da Administração Pública


Municipal
MEDIDA POTENCIALIZADORA: Implementação de sistema de gestão ambiental e
social, visando promover a articulação interinstitucional e garantir a implementação
dos programas ambientais e sociais indicados nesse estudo.

312
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8.1.2 FASE DE EXECUÇÃO DAS OBRAS

IMPACTO: Alteração na qualidade de vida da população residente nas áreas próximas


ás obras
MEDIDA MITIGADORA: Implantação de métodos e procedimentos construtivos
adequados
Recomenda-se a adoção de medidas preventivas no sentido de evitar ou reduzir quaisquer
problemas e garantir que os níveis de qualidade de vida sejam próximos do encontrado no
local.
A SCOMURBE dispõe de Caderno de Encargos de Infra-estrutura instituído pelo Decreto
Municipal 10.710/2001 que contém procedimentos de utilização, acompanhamento e
fiscalização de obras que, entre outros, visam diminuir os transtornos das obras públicas
para a coletividade. Estão nele listadas medidas de proteção ao canteiro de obras e a
vizinhança; orientações quanto às inspeções das edificações vizinhas, medidas de controle
do bota-fora, detalhamento da sinalização de advertência a ser implantada, entre outros
procedimentos.
O Caderno de Encargos deverá ser complementado com ações de controle ambiental a
constarem de Manual Ambiental das Construções contendo métodos e procedimentos
construtivos adequados e integrando o edital de licitação das obras. O MAC deverá envolver,
entre outros: (i) a gestão ambiental dos canteiros de obra e acampamentos de trabalhadores;
(ii) o controle ambiental das atividades de construção com exigências de controle de ruído,
horários de funcionamento, atividades de terraplanagem, abertura de valas, reaterro,
transporte e guarda temporária de material, seja de bota-fora ou de insumos da construção
civil, e de atividades de etc.; (iii) controle de trânsito; e (iv) ações de recuperação de imóveis,
vias e equipamentos de serviços públicos eventualmente danificados, etc.
O Manual Ambiental das Construções descrito no Capítulo 12 contém os métodos e
procedimentos construtivos adequados e deverá constar do edital de licitações de obras.

IMPACTO: Supressão da Vegetação


CONJUNTO TAQUARIL
MEDIDA MITIGADORA: Plano de Recomposição Vegetal do Conjunto
O corte de árvores deverá ser evitado ao máximo. As árvores que venham a ser cortadas
devem ser desdobradas com moto-serra, para possibilitar a utilização da madeira produzida
como lenha, a ser doada para uma instituição de cunho social. Além disso, deverá ser
prevista a arborização nas vias veiculares de maior porte.
VILA SÃO JOSÉ
MEDIDA MITIGADORA: Métodos construtivos adequados e reposição da vegetação
afetada
As medidas mitigadoras recomendadas consistem na redução do nível de impacto por meio
do planejamento prévio das atividades e execução das obras com a observação de normas
que incluem a retirada de árvores somente quando for estritamente necessária e redução da
área de intervenção, sobretudo em locais com ocorrência de remanescentes nativos.
Recomenda-se a implantação de um programa de revegetação das áreas de intervenção
com o plantio de revestimento herbáceo de proteção do solo e plantio de essências arbóreas
nativas, ornamentais e frutíferas. Nos casos previstos para implantação de projetos
paisagísticos, recomenda-se a utilização de espécies que atraem a fauna, sobretudo as
aves, fornecendo alimento como frutos, sementes e néctar.

313
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IMPACTO: Possibilidade de erosão do terreno pela retirada da camada superficial


MEDIDA MITIGADORA: Métodos construtivos adequados e adoção de medidas que
impeçam a formação de fluxo preferencial pela vala
O material passível de reaproveitamento deve ser depositado provisoriamente de um lado
só da vala, de modo a não comprometer a estabilidade dos taludes e não perturbar o
andamento dos serviços, permitindo também melhor fluxo na área. Assim, busca-se
também evitar a invasão das valas por água de chuva, de modo a não criar processos
erosivos.

IMPACTO: Risco de Acidentes


MEDIDA MITIGADORA: Planejamento de obras, procedimentos de segurança e
seguros de acidentes
O planejamento adequado da obra e a utilização de mão de obra qualificada para as várias
tarefas a serem executadas constituem medidas preventivas para a redução do risco. Além
disso, é também indicada a adoção de todos os procedimentos definidos pela legislação
específica no que diz respeito aos riscos de acidentes em obras civis, que vão desde a
obrigatoriedade de utilização de equipamentos de segurança até a constituição da
Comissão Interna de Prevenção de Acidentes - CIPA, além da promoção de palestras entre
os funcionários das obras alertando para os riscos do trabalho.
Nesse sentido, o planejamento da obra deve obedecer rigidamente a Lei Federal n.º 6514
de 22 de Dezembro de 1977 e as Normas Regulamentadoras (NR) aprovadas pela Portaria
Federal n.º 3214 de 8 de junho de 1978, que se referem a segurança do trabalhador das
obras de construção civil. Além disso, a obra deverá ser orientada, de forma a eliminar os
atos inseguros, por meio da instrução do trabalhador, e criar condições para um melhor
entendimento entre contratantes e empregados, dando a este condições mais dignas de
trabalho e sobretudo de segurança.
O Manual Ambiental das Construções deverá incluir as medidas de segurança e
responsabilidades institucionais constantes do Caderno de Encargos de Infra-Estrutura da
SCOMURBE complementadas com a contratação, sob responsabilidade das empresas
construtoras, de seguros de acidentes envolvendo tanto o trabalhador da obra quanto
terceiros, ao qual deverá ser dada divulgação adequada.

IMPACTO: Deterioração das condições urbanísticas e paisagísticas


MEDIDA MITIGADORA: Planejamento prévio das obras e métodos construtivos
adequados
Este impacto é de difícil mitigação, já que a implantação de canteiro e o desenvolvimento
das atividades de obras são temporariamente fator de degradação do ambiente. Sugere-se
que a obra seja executada rigidamente no prazo previsto e que o cronograma seja
divulgado para a população do entorno, de forma a evitar situações em que a comunidade
tenha que conviver eternamente com seu entorno deteriorado.
Alem disso, recomenda-se que sejam feitas gestões junto às escolas próximas, para que
estas promovam a utilização dos tapumes de obra para realização de pinturas e desenhos
pelos alunos locais, grupos de grafiteiros ou artistas plásticos, no intuito de amenizar a
paisagem edificada e de ser um canal de comunicação/apropriação com a comunidade.
Ainda com relação aos tapumes, deverá ser estudada a implantação de telas metálicas em
pontos estratégicos dos mesmos, que possibilitem não só a observação da obra pelos
moradores do entorno, mas que dão maior segurança, em comparação com elementos
completamente vedados, aos transeuntes da região. O Manual Ambiental das Construções
(Capítulo 12) deverá indicar as principais ações visando a minimização dos efeitos durante
as obras.

314
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IMPACTO: Comprometimento da qualidade das águas durante as obras


MEDIDA MITIGADORA: Métodos construtivos adequados e monitoramento
A primeira medida para mitigação deste impacto refere-se ao desenvolvimento de projetos
visando uma menor movimentação de solos. A Prefeitura de Belo Horizonte deverá exigir
das empresas contratadas a adoção de cuidados específicos durante a realização das
obras, entre os quais destacam-se: a definição de cronogramas que evitem trabalhos
durante a época das chuvas, a execução de canaletas de proteção aos depósitos
temporários de solos removidos, o armazenamento em separado de solo orgânico e
previsão de seu retorno mantendo o perfil original do solo e umidificação dos locais das
obras e das estradas não pavimentadas para evitar produção de poeiras. As ações
detalhadas constam do Manual Ambiental de Construções. O Programa de Monitoramento
da Qualidade da Água deverá fornecer informações que permitam indicar problemas na
execução das obras.

IMPACTO: Geração de bota-fora


VILA SÃO JOSÉ
MEDIDA MITIGADORA: Reconstituição urbano-paisagística das áreas utilizadas.
Destino adequado do volume de terra excedente em área adequada, com medida de
proteção ambiental.
Uma das medidas indicadas é a possibilidade de utilização do material para recuperação
de focos erosivos das proximidades. Para tanto, deverá ser feita pesquisa específica para
definição do local mais adequado ao bota-fora de material oriundo da demolição das
moradias e de movimentação de terreno. Caso o bota-fora seja executado em áreas
receptoras das proximidades das obras, deverão ser feitos projetos específicos
contemplando as medidas clássicas de proteção ambiental como: vegetação de faces de
bancos, impermeabilização de bermas com camadas argilosas, drenos internos nas
bermas, caimento longitudinal e transversal adequado, drenos superficiais de proteção da
pilha, etc. Na opção de translado do bota-fora para outros locais deve-se respeitar as
recomendações apresentadas na medida seguinte.
CONJUNTO TAQUARIL
MEDIDA MITIGADORA: Plano de Trabalho para Realização do Movimento de Terra
Como não é possível a compensação dos volumes de corte e aterro necessários ao
movimento de terra, devido às características dos materiais encontrados e da grande
quantidade de lixo e entulho acumulada, será necessária a utilização de bota-fora, além
do material de desmatamento e limpeza do terreno que obrigatoriamente não é
reaproveitável na execução das intervenções.
De forma a minimizar o impacto gerado os volumes a serem retirados, incluindo
impreterivelmente o material orgânico oriundo das atividades de desmatamento e limpeza
deverão ser encaminhados para o Aterro Sanitário de Belo Horizonte, localizado na
BR040.
O material originado das demolições das moradias e de restos de obras deverá ser
enviado para a Usina de Reciclagem de Entulho localizada na BR040 junto ao Aterro
Sanitário de Belo Horizonte.
Na opção de translado do bota-fora para outros locais, deve-se respeitar as
recomendações apresentadas na medida seguinte. As ações detalhadas constam do
Manual Ambiental de Construções (Capítulo 12).

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IMPACTO: Incômodos provocados pelo transporte de bota-fora


MEDIDA MITIGADORA: Projetos com transporte e destino final adequados.
O transporte deverá ser adequado, acondicionando corretamente o material, evitando
sujar as ruas da cidade e comprometer o sistema de drenagem urbana e os recursos
hídricos.
Os materiais imprestáveis para execução de aterros e aqueles que forem escavados em
excesso deverão ser transportados, obrigatoriamente, sobre caminhões basculantes,
forrados com lona e transportados para bota-foras ou aterros sanitários indicados nos
projetos executivos ou pela fiscalização da PBH. Nos locais de bota fora, o material
deverá ser espalhado, compactado, drenado e receber cobertura vegetal.
Deverá ser prevista, para o Taquaril e para a vila São José a realização da caracterização
da ABNT NBR 10.004 e respeitadas as normas regulamentadoras do Caderno de
Encargos da SCOMURBE.
A circulação dos caminhões de transporte, bem como a quantidade de veículos em cada
comboio, deverá ser definida previamente de tal forma a reduzir os transtornos de trânsito
em áreas de ocupação densa. Além disso, os veículos utilizados deverão estar em bom
estado de conservação e manutenção, permitindo assim a diminuição de ruídos e a
emissão de poluentes atmosféricos.
As ações são detalhadas no Manual Ambiental das Construções - Capítulo 12.

IMPACTO: Geração de empregos


MEDIDA POTENCIALIZADORA: Priorização de contratação de mão de obra local
A SCOMURBE deverá incluir nas cláusulas dos contratos com as empresas vencedoras
das licitações para implantação das obras, a priorização de mão-de-obra local, de forma
que parcela dos trabalhadores seja originária das áreas de intervenção. Esta cláusula
deverá constar como orientação da SCOMURBE às empresas, já que a Constituição
Federal em seu Capítulo I - da Organização Política e Administrativa - Art. 19, parágrafo III,
estabelece ser vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e Municípios criar
distinções entre brasileiros ou preferências entre si.
Essa orientação consta do Manual Ambiental das Construções descrito no Capítulo 12 e
que deverá ser parte integrante dos editais de licitação de obras.

316
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8.1.3 FASE DE OPERAÇÃO

IMPACTO: Consolidação de novos valores culturais e enfoque ambientalista


MEDIDA POTENCIALIZADORA: Implementação de ações de educação e
fortalecimento institucional
Trata-se de impacto positivo de caráter significativo caso as ações de educação ambiental,
comunicação social e de fortalecimento institucional sejam implementadas da forma
prevista nos programas respectivos constantes do Capítulo 11- Plano de Gestão Ambiental.

IMPACTO: Interferência das obras com a infra-estrutura existente


MEDIDA MITIGADORA: Articulação com concessionárias de serviços
Uma das medidas mitigadoras deste impacto é o planejamento adequado da obra
considerando um trabalho articulado com as concessionárias do serviço público
procurando definir com antecedência as interferências existentes e promover alguma
adequação de traçado que se faça necessária. Além disso, é de extrema importância a
divulgação de eventuais cortes de serviço, em função das obras, a toda população usuária
da concessionária do serviço em questão, de forma a trazer o menor transtorno ao seu
cotidiano.
Esses procedimentos de trabalho, tanto de entrosamento com as concessionárias quanto
de divulgação à população, já vêm sendo desenvolvidos nas obras executadas pela PBH,
que estabeleceu convênios com as concessionárias do serviço público, que indicam a
adoção dos seguintes procedimentos no caso de obras em logradouros públicos: (i)
levantamento da infra-estrutura existente; (ii) elaboração dos projetos executivos de
interferências; (iii) aprovação das modificações junto às concessionárias; (iv) comunicação
antecipada do início de obras às concessionárias; (v) comunicação à população com
antecedência de 1 semana de eventuais cortes de serviços, utilizando-se os meios de
comunicação mais eficientes na área da intervenção.
No caso específico da COPASA, a PBH mantém um convênio com a instituição que
orienta os procedimentos. Quanto à CEMIG e à TELEMAR, uma vez disponível o projeto
executivo, a SUDECAP o encaminhará às referidas empresas que elaboram o orçamento
do custo das intervenções necessárias e apresenta esses custos à SUDECAP que, por
sua vez, faz o empenho para as próprias concessionárias executarem as obras
necessárias.
Além das interferências sobre os referidos serviços, foram identificadas, no caso do
componente vila São José, sendo uma a adutora da COPASA, localizada na vila,
conforma já mencionamos anteriormente, e a outra, um gasoduto pertencente à GASMIG,
situado na avenida Pedro II, junto ao anel Rodoviário. A GASMIG já foi notificada quanto à
interferência, e as entidades responsáveis irão fazer um estudo específico para alteração
da localização do gasoduto, sem prejuízo do fornecimento deste às empresas
conveniadas.
O Manual Ambiental das Construções (Capítulo 12) deverá trazer detalhes dos
procedimentos acima e que deverão constar dos editais de licitação de obras.

317
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IMPACTO: Remoção de famílias


VILA SÃO JOSÉ
MEDIDA MITIGADORA: Desenvolvimento do Plano de Desapropriação e
Reassentamento Involuntário da Vila São José
Com o objetivo de garantir que o processo de remoção das 2.050 famílias (considerando
que 208 famílias já foram removidas na 1º etapa) da vila São José ocorra com
tranqüilidade e de acordo com as diretrizes da Prefeitura de Belo Horizonte e do Banco
Mundial foi elaborado pela PBH o Plano de desapropriação e Reassentamento
Involuntário da vila São José.
CONJUNTO TAQUARIL
MEDIDA MITIGADORA: Desenvolvimento da Política de Desapropriação e
Reassentamento Involuntário do Taquaril
Com o objetivo de garantir que o processo de remoção das 1.167 famílias do Taquaril
ocorra com tranqüilidade e de acordo com as diretrizes da Prefeitura de Belo Horizonte e
do Banco Mundial foi elaborado pela PBH a Política de Desapropriação e
Reassentamento Involuntário do Taquari.

IMPACTO: Aumento das despesas familiares com tarifas de saneamento básico


MEDIDA MITIGADORA: Aplicação de Tarifas Sociais
A Tarifa Social é um benefício concedido aos clientes com imóveis "exclusivamente"
residenciais, com consumo mensal menor ou igual a 15m³ (por economia) e que
apresentem as seguintes características:
• 01 (uma) economia com área construída menor ou igual a 44m²;
• 02 (duas) economias verticais, desde que a média das áreas construídas das
economias seja menor ou igual a 44m²;
• 02 (duas) economias ou mais, com ocupação multifamiliar horizontal, desde que a
média das áreas construídas das economias seja menor ou igual a 44m²;
• conjuntos habitacionais de baixa renda, desde que a média das áreas construídas
das economias seja menor ou igual a 44m².

A Tabela 8.1 apresenta o preço da Tarifa aplicada pela COPASA/MG para os clientes
cadastrados na tarifa social:

Tabela 8.1: Preço da Tarifa Social - COPASA


Faixa de Consumo Tarifa R$/m3
(m3) Água Esgoto
10 0,5137 0,5137
11 1,5600 1,5600
12 1,7600 1,7600
13 1,2600 1,2600
14 1,3600 1,3600
15 1,5500 1,5500

A tarifa mínima social estabelecida pela COPASA para unidades residenciais situadas em
áreas não servidas por redes coletoras de esgoto, mas com abastecimento de água, é de
R$ 5,13. Com a implantação da rede de esgotos esta tarifa passará a ser o dobro, ou
seja, R$ 10,26, já que se tributa o mesmo valor da água para o serviço de esgoto.

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IMPACTO: Problemas de entupimento e/ou ruptura das tubulações


MEDIDA MITIGADORA: Adequada manutenção do sistema pela COPASA

IMPACTO: Melhoria da qualidade da água dos córregos Olaria, no conjunto Taquaril e


córrego São José, na vila São José e imediata redução das doenças de veiculação
hídrica
MEDIDA POTENCIALIZADORA: Monitoramento da Qualidade da Água
O programa constante do Capítulo 11 deverá possibilitar a avaliação do funcionamento
dos sistemas de coleta e transportes de esgotos e do sistema de resíduos sólidos
implantados no conjunto Taquaril e na vila São José.

IMPACTO: Redução do lançamento de esgotos sanitários nos córregos e a céu aberto


MEDIDA POTENCIALIZADORA: Implementação do Programa de eliminação de
ligações cruzadas (Caça-Esgoto)
O Programa de Eliminação de Ligações Cruzadas pretende alcançar os seguintes
objetivos:
- evitar que continuem chegando aos cursos d’água esgotos domésticos após ter sido
concluído o sistema de coleta e de transporte de esgotos até as ETEs Arrudas e
Onça;
- evitar que o sistema de esgotamento sanitário tenha seu funcionamento prejudicado
pela sobrecarga de águas pluviais nele indevidamente introduzidas.

MEDIDA POTENCIALIZADORA: Implementação do Programa de Adesão à Conexão


de Esgoto
Consiste em reforço das ações de incentivo à adesão ao sistema de esgotamento
sanitário com implementação de programa especifico de promoção de ligações, conforme
modelo já adotado pela COPASA em áreas de baixa renda na RMBH;

IMPACTO: Eliminação de pontos de concentração de lixo


MEDIDA POTENCIALIZADORA: Implementação do Programa de Educação
Ambiental

IMPACTO: Desestruturação das comunidades e transtornos provocados pela remoção


compulsória de famílias
MEDIDA MITIGADORA: Acompanhamento social às famílias no novo espaço de
moradia e desenvolvimento do Plano de Desapropriação e Reassentamento
Involuntário da Vila São José e da Política de Desapropriação e Reassentamento
Involuntário do Taquaril

IMPACTO: Reassentamento das famílias


MEDIDA MITIGADORA: Acompanhamento social às famílias no novo espaço de
moradia e desenvolvimento do Plano de Desapropriação e Reassentamento
Involuntário da Vila São José e da Política de Desapropriação e Reassentamento
Involuntário do Taquaril

319
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8.2 DESCRIÇÃO DAS MEDIDAS MITIGADORAS ESPECÍFICAS AO


CONJUNTO TAQUARIL

IMPACTO: Possibilidade de emissão de gases mal cheirosos na elevatória


MEDIDA MITIGADORA: Operação adequada da elevatória

IMPACTO: Possibilidade de extravasamento de efluentes devido a paralisação da


elevatória
MEDIDA MITIGADORA: Manutenção adequada da elevatória e comunicação do fato
à população situada a jusante

IMPACTO: Redução das situações de risco geológico do Taquaril


MEDIDA POTENCIALIZADORA: Programa de Monitoramento geológico-geotécnico
das áreas de riscos do Taquaril
Trata-se de impacto altamente positivo e estratégico, na medida que contribui para reduzir
os riscos de geração de áreas de risco geológico no conjunto. O Programa de
Monitoramento geológico-geotécnico prevê o monitoramento da situação de risco no
Taquaril de forma a garantir todo o investimento feito pelo Programa BH Vilas
Urbanizadas, no Taquaril.

IMPACTO: Ampliação da cheia natural do córrego Olaria e transferência da vazão de


pico para jusante
MEDIDA MITIGADORA: A preservação ambiental proposta no programa para as
faixas marginais aos cursos d’água do Taquaril é a medida mitigadora deste
impacto.

IMPACTO: Possibilidade das intervenções propostas complicarem as situações de


risco geológico
MEDIDAS MITIGADORAS: Elaboração criteriosa dos Projetos Básicos de
Engenharia desenvolvidos a partir de estudos preliminares consistentes, como
levantamento topográfico, bem como a execução de avaliações de campo e
laboratório, principalmente sondagens e ensaios de caracterização dos materiais.
É importante salientar que, apesar das classificações de risco anteriormente
mencionadas, em muitos dos casos essa classificação é condicionada pela existência de
fatores potencializadores de risco, tais como as ações antrópicas e a inexistência de
infra-estrutura. Além disso, é fundamental a execução de análises de estabilidade dos
taludes existentes ou criados pelo projeto, para subsidiar a definição das soluções de
contenção convenientes.
A deflagração das instabilizações de taludes e encostas é controlada por uma cadeia de
eventos, muitas vezes de caráter cíclico, que tem origem com a formação da própria
rocha, que no caso do Taquaril é o filito, rocha com estrutura planar suscetível à
escorregamentos na direção de sua clivagem, e chegam nas deflagrações por ação
antrópica. Apesar disso, é quase sempre possível estabelecer um conjunto de
condicionantes que atuam de forma mais direta e imediata na deflagração destes
processos.

320
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PROGRAMA BH VILAS URBANIZADAS

O filito, como qualquer rocha com plano de clivagem definido, comporta-se bem e as
intervenções de engenharia nessas rochas são relativamente fáceis, quando a mesma
encontra-se confinada. O desconfinamento da rocha pode provocar movimentação entre
os seus vários planos de clivagem, direções preferenciais de ruptura, e provocar rupturas
planares muito comuns nessas estruturas. É comum também a ruptura em cunha, quando
mais de uma direção de clivagem desconfina-se.
No entanto, o desconfinamento não é condição única para a ocorrência da ruptura. Nos
taludes rochosos, os mecanismos de instabilização são controlados pelo seu grau de
alteração e pelas anisotropias existentes no maciço, tais como xistosidade, juntas, falhas,
etc., cujas relações com os mecanismos de instabilização são regidas pelos seguintes
fatores:
• Distribuição espacial das descontinuidades, relação entre suas altitudes (direção
e mergulho) e a geometria dos taludes e encostas;
• Presença e natureza dos materiais de preenchimento destas descontinuidades;
• Irregularidades nas superfícies das descontinuidades;
• Cisalhamentos e movimentos anteriores;
• Ângulo de desconfinamento.
Portanto, na maioria dos processos de instabilização de encostas e taludes, atuam mais
de um condicionante, agente, causa ou fator, concomitantemente.
Para todos os casos existem soluções de engenharia que minimizam ou eliminam a
condição de risco. Para tanto, estudos preliminares (topográficos, geológicos-geotécnicos,
análise de estabilidade) são fundamentais para a definição do Projeto Básico e das
soluções geotécnicas adequadas.

No anexo 5 são apresentadas soluções já implantadas em áreas de risco do conjunto


Taquaril para elaboração de seção de corte/contenção da rua Ercília Siqueira e solução
para transposição de talvegues- seção de aterro das ruas Ramiro Siqueira e Diniz Dias.

As Figuras 7.1 a 7.3 apresentam exemplos de soluções que foram usadas na abertura de
vias em áreas de risco geológico no Taquaril.

321
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PROGRAMA BH VILAS URBANIZADAS

Figuras 7.1 e 7.2: Solução já implantada no Taquaril para implantação de sistema


viário em áreas de risco

322
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PROGRAMA BH VILAS URBANIZADAS

Figura 7.3: Solução já implantada no Taquaril para implantação de sistema viário em


áreas de risco
Em síntese, tendo em vista as considerações acima mencionadas, é fundamental que em
uma etapa posterior seja feito um projeto básico das intervenções a serem executadas no
Conjunto Taquaril, o qual deverá ser elaborado a partir de estudos preliminares de campo
e de laboratório, tais como sondagens e ensaios de materiais. Esses estudos serão
fundamentais para definir a melhor solução de engenharia viária, estrutural e geotécnica,
as quais contribuirão para a contenção, eliminação de áreas ou prevenção de áreas
potencialmente de risco.

IMPACTO: Alteração no uso e ocupação do solo no Taquaril


MEDIDA MITIGADORA: Elaboração da Política de Desapropriação e
Reassentamento Involuntário do Taquaril e Adequação do zoneamento em função
do novo uso do solo previsto
O impacto da saída compulsória de população está sendo tratado no contexto da Política
de Desapropriação e Reassentamento Involuntário do Taquaril.
A expulsão de população do entorno tem dois aspectos a serem considerados: aquela
população que é proprietária do imóvel, quando se transfere da área de intervenção, está
exercendo seu direito legítimo de vender um bem e obter lucro através de sua
comercialização. Na verdade, ocorre neste caso, uma reinserção desta população no
mercado imobiliário, com maior poder de barganha.
Já a população mais vulnerável, que não tem a posse da área que habita, deverá ser
protegida, contra as pressões de mercado, através da figura do Zoneamento de Especial
Interesse Social - ZEIS, discutida no parágrafo seguinte, reforçada pela aplicação dos
dispositivos previstos pelo Estatuto da Cidade.
Nesse sentido, as medidas a serem adotadas são: agilizar, na Secretaria Municipal de
Regulação Urbana, os procedimentos que se fizerem necessários para aprovação de
modificação no parcelamento do solo em decorrência da intervenção, quando for o caso e
encaminhar as modificações de zoneamento propostas para aprovação na Câmara
Municipal.

323
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IMPACTO: Desequilíbrio Social entre os setores do Taquaril localizados em Belo


Horizonte e os localizados em Sabará (setores 13 e 14)
MEDIDAS MITIGADORAS: Deverão ser implementadas articulações institucionais
com:
(i) COPASA, no sentido de reestruturação do sistema de esgotamento sanitário na
bacia do córrego Olaria, no trecho do município em Sabará;
(II) Prefeitura de Sabará, para um possível entendimento ou compromisso com
vistas ao benefício global de todo o conjunto Taquaril.

324
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8.3 INTEGRAÇÃO VILA SÃO JOSÉ

Medidas relativas a condicionante da licença prévia- Projeto Pedro II


Implantação de Parque
Há uma condicionante da licença prévia, que solicita a implantação de um parque, na
área verde 4, situada à Rua Francisca Santos Anastácia (6,57 ha), com instalação de
equipamentos básicos para atendimento a visitantes, dentro do Programa Parque
Preservado. O Parque será executado quando for implantado o Programa BH Vilas
Urbanizadas.
O projeto do Parque será detalhado pela equipe da SUDECAP, sendo analisado pela
SMMA. Após a aprovação da SMMA, o parque será implantado pela SUDECAP, durante
a fase executiva do programa BH Vilas Urbanizadas, sendo que seu custo será inserido
ao custo das obras.

IMPACTO: Aumento do percentual de impermeabilização dos terrenos


MEDIDA MITIGADORA: Implantação do Projeto Paisagístico nas vias e na área do
reassentamento.
O Projeto visa a criação de áreas permeáveis ao longo dos canteiros, alças e taludes de
corte e aterro.
Encontram-se incluídos no referido Projeto, a forração em grama do canteiro central, a
arborização de todo o leito da via e o ajardinamento das áreas de interseções viárias.
Propõe-se ainda, no Projeto de Reassentamento, a substituição de 30% dos passeios de
concreto por material permeável, podendo ser utilizado materiais reciclados da SMLU.

IMPACTO: Alteração no uso e ocupação do solo na área do entorno

MEDIDAS MITIGADORAS:
− Agilização dos procedimentos que se fizerem necessários para aprovação de
modificação no parcelamento do solo em decorrência da intervenção;
− Permissão para se adotar a área total do terreno original no cálculo do potencial
construtivo dos lotes parcialmente desapropriados;
− Adoção de procedimentos simplificados para obtenção de nova licença de
funcionamento (ou manutenção da licença atual) para atividades transferidas para
outro terreno dentro do mesmo trecho;
− Adequação paisagística das vias a serem implantadas, buscando atender a
população local;
− Elevação da oferta de áreas verdes e de espaços livres de lazer, em extensão
compatível com o volume e as características da população;
− Adequação de equipamentos coletivos;
− Tratamento urbanístico e paisagístico das áreas de convivência;
− Manutenção permanente das áreas públicas;
− Acompanhamento social das famílias reassentadas antes e durante o processo de
transferência;
− Estabelecimento de formas objetivas de monitoração após a transferência das
famílias.

325
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PROGRAMA BH VILAS URBANIZADAS

IMPACTO: Redução das áreas de risco ao longo do córrego São José


MEDIDAS POTENCIALIZADORAS: Tratamento do fundo de vale e a remoção da
população residente na vila.
Com a realização dessas ações, serão eliminados os processos erosivos e o
assoreamento do córrego São Jose. Haverá ainda uma melhoria da qualidade de vida das
famílias residentes na vila São José.

IMPACTO: Aceleração do processo de ocupação da área de adensamento

MEDIDAS MITIGADORAS:
− Acompanhamento sistemático do processo de ocupação pela Prefeitura;
− Aplicação de instrumentos de política urbana previstos em lei para minimizar a
apropriação particular dos benefícios gerados pelos investimentos públicos;
− Reavaliação dos sistemas de drenagem, coleta de esgotos e de águas pluviais e
abastecimento de água;
− Reavaliação da capacidade dos equipamentos públicos de suporte ao uso residencial
e implantação e/ ou adequação dos serviços públicos existentes (educação, saúde,
segurança).

IMPACTO: Aumento da população na área de adensamento

MEDIDA MITIGADORA: Acompanhamento da expansão populacional da área


Esta medida possibilitará que o crescimento da oferta de infra-estrutura de serviços
básicos aconteça em ritmo adequado, visando manter os índices de qualidade de vida
atualmente existentes na região.

IMPACTO: Interferência sobre o setor saúde

MEDIDAS MITIGADORAS:
Permanente vigilância epidemiológica ambiental e vigilância social na área
Estas medidas deverão ser tomadas considerando dois níveis distintos: o primeiro de
atenuação do volume de poeira gerado (umidificação do solo, por exemplo) e o segundo
de melhoria das condições de assistência aos grupos de maior risco na população.
Acionar o setor de zoonoses da Secretaria Municipal de Saúde para a execução das
ações de controle da população canina
A intervenção no habitat dos vetores e reservatórios deverá ser antecedida por ações
visando a redução da população desses animais, de modo a controlar o seu
deslocamento para outros locais próximos, bem como manter a vigilância epidemiológica
ambiental e a vigilância social na área.

IMPACTO: Criação de barreiras físicas

MEDIDA MITIGADORA: Instalação de sinalização semafórica e/ ou implantação de


passarelas sobre as vias de acesso com tráfego mais intenso
A implantação das ações são de responsabilidade da SUDECAP BHTRANS.

IMPACTO: Geração de ansiedade na população residente nas áreas de intervenção

MEDIDA MITIGADORA: Plano de Comunicação Social

326
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PROGRAMA BH VILAS URBANIZADAS

9 AVALIAÇÃO AMBIENTAL GLOBAL DO PROJETO


O mais importante indicador da importância e da necessidade do Programa Vilas Urbanizadas
é a avaliação da situação do conjunto Taquaril e da vila São José na hipótese de não se
implantar esse Programa. Esta avaliação foi feita para os dois assentamentos e a conclusão
incontestável é que a manutenção do cenário atual, sem o Programa, apresenta prejuízos de
tal ordem que a sua consideração somente se justifica como elemento de convicção e
justificativa das proposições feitas.

9.1 EVOLUÇÃO DO TAQUARIL SEM A IMPLANTAÇÃO DO


PROGRAMA

Os principais problemas do conjunto Taquaril tiveram sua origem ligada ao planejamento e


desenho urbano equivocado, implementado pelo poder público municipal na concepção do
novo assentamento e na sua gestão, bem como ao tipo de ocupação desordenada que se deu
nesta área e que resultou numa grande degradação ambiental e culminou por transformar o
conjunto em um bolsão de pobreza, onde imperam extremas condições de insalubridade, tanto
ao nível do saneamento básico, quanto em relação ao risco geológico. Além disto, o Taquaril
possui um sistema viário incompatível com as necessidades básicas que permitam uma
acessibilidade segura e confortável.
Todos os anos, principalmente nos períodos chuvosos, a população do Taquaril sofre com as
graves situações de risco geológico. Fenômenos de instabilidade de encostas e taludes são
freqüentes em função da alta declividade, estrutura geológica local e da intervenção antrópica
intensa.
Os agentes potencializadores das situações de risco geológico atuam simultaneamente em
todo o conjunto Taquaril, tais como a disposição de lixo em terrenos de declividades altas,
associados a cortes verticais (por vezes em filito desconfinado ou aterro) e lançamento de água
servida sobre os mesmos, condicionando a instabilização do terreno como um todo. A
permanecer essa situação, ou seja, implantação pontual de soluções de contenção das áreas
de risco, sem um planejamento global, um alto percentual da população do Taquaril estará
sujeito às gravíssimas situações de risco, com prejuízos econômicos, financeiros e,
principalmente, sociais.
O Taquaril está localizado em uma região de relevo acentuado com declividades muito altas.
No entanto, as poucas vias existentes foram projetadas e construídas perpendiculares às
curvas de nível, o que justifica as declividades muito elevadas, que chegam até a 70%. Do
mesmo modo, o sistema viário existente é extremamente desfavorável à coleta de lixo e ao
acesso de ambulâncias, transporte coletivo, caminhões de mudanças e caminhões de gás
dentre outros serviços públicos e privados. A permanecer esta situação, o sistema viário do
conjunto continuará deficiente e desarticulado, fazendo com que os moradores precisem
vencer grandes distâncias em vias muito íngremes e precárias.
O sistema de esgotamento sanitário no Taquaril é bastante precário, com redes oficiais
limitando-se praticamente às vias principais. Nas demais vias encontram-se esgoto correndo a
céu aberto ou em redes precárias feitas pelos próprios moradores. Do ponto de vista do
saneamento básico, não investir na ampliação do sistema de esgotamento seria condenar a
população do Taquaril a viver em gravíssimas condições sanitárias e ambientais, uma vez que
o Programa prevê investimentos na implantação de interceptores, estação elevatória e
complementação de redes coletoras. Como conseqüência, seriam retardadas, também, as
soluções para os problemas de saúde associados a doenças redutíveis por ações de
saneamento, com grande prevalência no conjunto.

327
PREFEITURA BH
PROGRAMA BH VILAS URBANIZADAS

O sistema de drenagem pluvial do Taquaril restringe-se a poucos dispositivos de drenagem


instalados somente nas vias principais. As demais vias não possuem dispositivo de drenagem
o que sobrecarrega o sistema de drenagem existente. A existência de grandes áreas com
declividades muito altas e com pouca cobertura vegetal potencializam os impactos negativos
provenientes da ação das águas. Entretanto, no Taquaril o que mais compromete as linhas de
drenagem é o acúmulo de lixo.
As áreas de preservação permanente previstas pela legislação para proteção de mananciais e
conservação de remanescentes florestais, inclusive aquelas indicadas por zoneamento
especial, continuarão ocupadas ou ameaçadas pela expansão do conjunto Taquaril,
aumentando o número de famílias sujeitas aos riscos de inundações. Percebidas pela
população em geral como áreas sem propriedade definida, permanecem como locais
preferenciais para lançamento de lixo e bota-fora, o que provoca o aumento dos
assoreamentos, contaminação dos cursos d’água e, conseqüentemente, aumento das doenças
redutíveis por ações de saneamento.
A qualidade das águas dos córregos que cortam o Taquaril será progressivamente piorada
pelos lançamentos de efluentes domésticos e resíduos sólidos. A retirada da vegetação nestas
áreas e nas vertentes desprotege o solo e as margens de cursos d’água, que se tornam
vulneráveis ao desgaste pela ação de agentes intempéricos, transformando-as em pontos de
erosão acentuada e passando a gerar uma carga maior de sedimentos carreados para as
calhas. Locais cuja vegetação foi devastada também perdem muito da sua capacidade de
absorver as águas pluviais, que passam a fluir, com altas velocidades de escoamento, para a
drenagem fluvial, contribuindo para a ocorrência de enchentes. Os focos de erosão
concentrada nas vertentes continuarão a ser fonte de sedimentos e a ameaçar a integridade de
casas e outras construções.
Em relação ao uso e ocupação do solo, a ausência das intervenções previstas pelo Programa
no Taquaril significa, de maneira geral, a manutenção das tendências atuais, que indicam o
adensamento das áreas ocupadas, assim como a ocupação de áreas ainda vazias, cuja
manutenção é necessária. São áreas que deveriam ser preservadas, como aquelas situadas
ao longo de cursos d’água e em zonas classificadas na Lei de Parcelamento, Uso e Ocupação
do Solo do município como Zona de Preservação Ambiental.
Outra conseqüência do cenário de não implantação do Programa BH Vilas Urbanizadas é que
deixarão de ser desenvolvidas no Taquaril ações de educação ambiental e sanitária destinadas
à população residente na sua área de influência, conforme previsto e detalhado no escopo do
Programa de Educação Ambiental.
Do mesmo modo não serão implementadas medidas destinadas ao fortalecimento institucional,
previstas no âmbito do Programa, que estão sendo detalhadas em um programa específico. As
ações previstas nesse componente destinam-se, também, a promover a integração da gestão
urbana, através de seu planejamento e de estratégias de vinculação dessas ações, visando a
gestão urbana municipal.

Concluindo, a grande perda resultante da não implantação deste Programa está na


desarticulação de ações, que por sua natureza devem ser tratadas conjuntamente, pois só seu
planejamento integrado proporciona soluções ambientalmente sustentáveis. Em outras
palavras, significaria a continuidade da intervenção setorial, com predomínio de soluções
pontuais e, portanto, com possibilidade de maiores impactos negativos sobre o meio ambiente,
com a manutenção de níveis de baixa qualidade de vida da população e de qualidade
ambiental.

328
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PROGRAMA BH VILAS URBANIZADAS

9.2 EVOLUÇÃO DO TAQUARIL COM A IMPLANTAÇÃO DO


PROGRAMA
Com a implantação do empreendimento incontáveis benefícios ocorrerão sobre o conjunto
Taquaril. Neste ponto é imprescindível notar que o Programa consiste em um planejamento
minucioso e exaustivo das ações a serem tomadas de forma estruturante, ou seja, pensando a
lógica com que as mesmas possam ser aproveitadas da melhor maneira possível pela
comunidade, dentro de uma hierarquia de ações físicas e sociais que possibilite uma evolução
gradativa e uma conseqüente melhoria sustentada da qualidade de vida da população do local.

A implantação de redes coletoras e interceptores no Taquaril eliminará a disposição final dos


esgotos domésticos diretamente no solo (a céu aberto). Sabendo-se que esta prática pode
potencializar situações de risco geológico a implantação das redes irá contribuir para a
diminuição das situações de risco geológico, resultando em um impacto altamente positivo.

O conjunto de ações estruturais para o sistema de esgotamento sanitário propostas pelo


Programa irá transformar o córrego Olaria, de mero receptor e condutor de poluição dos
esgotos domésticos e do lixo em um corpo de água limpo, assim como evitar a proliferação de
vetores e de mau cheiro, bem como o aspecto desagradável dos cursos d’água e também dos
becos e vias.

A água pluvial, se não conduzida de forma adequada é potencializadora de situações de risco


geológico, uma vez que é no período chuvoso que ocorre a maioria absoluta dos acidentes
relacionados a escorregamentos em encostas. Portanto, a implantação do sistema de micro-
drenagem no Taquaril irá contribuir para a redução das situações de risco geológicos nesta
área.

O Programa prevê a ampliação da coleta de lixo no conjunto Taquaril, bem como a eliminação
dos atuais pontos de concentração de lixo, que se localizam em grande parte nas linhas de
drenagem. Estas ações conjugadas aos investimentos propostos para o sistema de
esgotamento sanitário promoverão a melhoria das condições sanitárias do conjunto, com
reflexos positivos sobre o ambiente urbano.

As intervenções propostas visando a recuperação ambiental do conjunto, minimizará os fatores


de degradação ambiental existentes, principalmente os lançamentos clandestinos de lixo e
esgoto, a revegetação das encostas e o tratamento das áreas de risco. Assim, tais
intervenções propiciarão a preservação e revitalização do conjunto de elementos naturais
relevantes existentes no Taquaril (nascentes, vertentes, margens e calha dos cursos d’água,
cobertura vegetal, etc.).

Conforme mencionado a intervenção estrutural proposta para o conjunto Taquaril contempla a


urbanização integrada do conjunto a partir da implantação de sistema viário, remoção das
famílias situadas em áreas de risco geológico muito alto, implantação de áreas de preservação
ambiental ao longo dos cursos d’água, bem como a implantação de redes de esgoto, água e
drenagem e dispositivos para viabilizar a coleta de lixo. Essa intervenção fatalmente provocará
uma forte alteração no mapa de risco já elaborado, tendo em visita que os movimentos
geológicos se desenvolvem de forma muito mais lenta quando não associados à agentes
deflagradores e potencializadores.

As intervenções previstas para reestruturação do sistema viário propiciarão a melhoria na


acessibilidade nas moradias com novas alternativas e adequação das condições atuais de

329
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PROGRAMA BH VILAS URBANIZADAS

deslocamento Além disso, as vias a serem implantadas exercerão “funções sócio-ambientais”


variadas, tais como:
• Complementação do sistema viário do conjunto Taquaril promovendo a necessária
integração e articulação da estrutura urbana;
• Prestação de serviços públicos à população de suas áreas de influência (transporte público,
coleta de lixo);
• Proteção dos cursos d’água de intervenções não permitidas e impedimento de ocupação de
áreas ribeirinhas.
• Seus leitos permitirão a implantação de diversas redes de infra-estrutura urbana (água,
esgotos e drenagem);
• Facilitarão a coleta de lixo.

Considerando que a maioria das famílias a serem removidas se encontra em áreas de


preservação ou de risco, conformando uma situação precária de habitabilidade, a retirada
dessas famílias possibilitará a melhoria do padrão habitacional da população, tanto para o
reassentamento via PROAS quanto para o reassentamento nas unidades habitacionais a
serem construídas.

As intervenções propostas pelo Programa BH Vilas Urbanizadas possibilitarão ações de


regularização fundiária, e conseqüentemente a posse dos imóveis, através da titulação, o que
implicará em impactos positivos de alta importância para a dinâmica populacional, uma vez que
contribuirá para a fixação da população no local de moradia, evitando-se com isso, as
migrações, além da melhoria da qualidade de vida e promoção da cidadania.

A implantação do Programa BH Vilas Urbanizadas beneficiará toda a população de Belo


Horizonte em diversos aspectos, que vão desde a redução da criminalidade até o aumento da
qualidade de vida, passando pela economia futura de recursos gastos com obras emergenciais
e com o atendimento médico para doenças oriundas de veiculação hídrica de agentes
patogênicos.

330
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9.3 EVOLUÇÃO DA VILA SÂO JOSÉ SEM A IMPLANTAÇÃO DO


PROGRAMA
O planejamento viário oficial do município de Belo Horizonte prevê a implantação integral da
Avenida Pedro II, através do seu prolongamento a partir da intercessão com o Anel Rodoviário
e sua conexão com vias importantes já implantadas (avenidas João Paulo, Abílio Machado e
Tancredo Neves, por exemplo) proporcionando a ligação da área central da cidade com
diversos bairros da Região Noroeste de Belo Horizonte, atingindo-se, também, a Região da
Pampulha e demais áreas do vetor norte da capital.

No entanto, a perspectiva da consolidação da Pedro II remonta a décadas, tendo como


empecilhos históricos a existência, na diretriz do prolongamento da avenida, o assentamento
da Vila São José no fundo de vale e nas vertentes do córrego de mesmo nome, os custos da
intervenção propriamente dita (obras de sistema viário e suas conexões, macrodrenagem
urbana e interceptores de esgoto, alem de outras ações complementares).

Portanto, atrelada à solução do sistema viário, de interesse geral da estruturação urbana de


Belo Horizonte, encontra-se a necessidade de se promover o reassentamento de cerca de
2.050 famílias moradoras da Vila São José, com todos os requisitos e implicações financeiras,
socioeconômicas e ambientais que esse tipo de intervenção requer.

A hipótese de reassentamento da comunidade, persistente por várias décadas, ensejou que a


população local não investisse mais seriamente seus recursos na melhoria de sua qualidade de
vida, notadamente no que se refere às condições de moradia, bem como o próprio poder
público postergasse as intervenções urbanas mais estruturantes na localidade, tornando,
assim, as condições de vida ali presentes de baixíssima qualidade quanto aos aspectos
urbanísticos e de saneamento ambiental.

Todos os anos, especialmente no período chuvoso, verifica-se que a população da vila de sofre
as conseqüências de inundações e deslizamento de terrenos, colocando em risco as moradias
e vidas humanas. Os transtornos atingem principalmente a população lindeira ao fundo de vale
e nas áreas de declividades mais acentuadas ou densamente ocupadas.

As más condições do sistema viário interno á vila provoca inúmeras dificuldades no quotidiano
dos moradores, especialmente no que se refere à destinação dos resíduos sólidos, os quais,
regra geral, são despejados no córrego São José e em suas imediações, agravando o
escoamento das águas servidas e pluviais, tornando as condições ambientais e de moradia ali
críticas, pela proliferação de vetores de doenças transmissíveis, poluição do ar e
contaminação do corpo d’ água.

Alem disso, as dificuldades impostas pela acessibilidade externa, devido ao fato de que a Vila
São José situa-se marginalmente ao Anel Rodoviário, agravam as já precárias condições
desse assentamento urbano, pois o anel implica numa série de dificuldades adicionais pela
natureza do seu tráfego e a insegurança gerada pelas suas inadequadas condições viárias e
de manutenção.

Portanto, se para atender à cidade como um todo, é necessária a consolidação da Avenida


Pedro II, com importante via do sistema estrutural de transporte urbano e de acessibilidade
regional, a não implantação do reassentamento habitacional implicaria condenar a população,
em tese afetada pela obra viária, a uma condição de vida inaceitável, inclusive quanto ao
aspecto jurídico-legal da posse irregular da terra.

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PREFEITURA BH
PROGRAMA BH VILAS URBANIZADAS

Isso porque o Programa prevê a construção de novas moradias, no entorno da nova via, para
todos aqueles que optaram pela unidade residencial, beneficiando cerca de 2.050 famílias
inclusive com o acompanhamento social e econômico que a nova situação requer, ou seja,
enfatizando a possibilidade de que as relações sociais, culturais, comunitárias e econômicas
das famílias possam ser de alguma forma respeitadas, considerado o critério espacial da
localização atual, e não sejam desestruturadas, como ocorreria em localizações distantes da
atual.

Do ponto de vista do saneamento básico, a não implantação do Programa BH Vilas


Urbanizadas, condenaria a população da Vila São José a viver em gravíssimas condições
sanitárias e ambientais, pois o Programa prevê investimentos, também, na implantação de
interceptores e redes coletoras de esgotos. A não implantação destas unidades levaria a uma
situação insustentável quanto ao impacto na qualidade de água do córrego São José e de seus
desaguadouros, inclusive a bacia da Pampulha.

Avaliações da qualidade da água nestes corpos d’água indicam a necessidade de tratamento


dos esgotos, sem o que não se atingiriam os padrões de classe para eles estabelecidos pela
regulamentação ambiental municipal, estadual e federal. Na verdade, o córrego São José
contribui para o córrego Ressaca, que deságua na bacia da represa da Pampulha. Assim,
sendo, suas águas, se contaminadas, poluem esses corpos d’água, o que é ambientalmente
inadequado. A interceptação dos esgotos ao longo de seu percurso será destinada a ETE
Onça, em implantação.O córrego, uma vez despoluído, não agravará as condições de seus
receptores.

Como conseqüência da não implantação do Programa, seriam retardadas, também, as


soluções para os problemas de saúde, associados a doenças redutíveis por ações de
saneamento.

A não implantação do Programa BH Vilas Urbanizadas poderá resultar, além da permanência


em condições insustentáveis da população e do assentamento da Vila São José, em prejuízos
econômicos, financeiros e, principalmente, sociais para o conjunto da cidade. Finalmente, a
população continuaria socialmente estigmatizada.

Outro aspecto do cenário de não implantação do Programa BH Vilas Urbanizadas é que


deixarão de ser desenvolvidas ações de educação ambiental e sanitária destinadas à
população residente na sua área de influência.

Do mesmo modo não serão implementadas medidas destinadas ao fortalecimento institucional,


previstas no âmbito do Programa, que estão sendo detalhadas em um programa específico.

Concluindo, a grande perda da não implantação desse Programa está na desarticulação de


ações, que por sua natureza devem ser tratadas conjuntamente, pois só seu planejamento
integrado proporciona soluções urbanísticas e ambientalmente sustentáveis.

Em outras palavras, seria a continuidade de intervenções setoriais, com predomínio de


soluções pontuais e, portanto, com possibilidade de maiores impactos negativos sobre o meio
ambiente.

332
PREFEITURA BH
PROGRAMA BH VILAS URBANIZADAS

9.4 EVOLUÇÃO DA VILA SÂO JOSÉ COM A IMPLANTAÇÃO DO


PROGRAMA

O Programa BH Vilas Urbanizadas, como se espera haver demonstrado neste estudo, deverá
significar a recuperação de qualidade ambiental em sua área de incidência, notadamente a
sub-bacia do córrego São José, proporcionando, ainda, a implantação de vias importantes do
sistema viário municipal, notadamente pela continuidade da avenida Pedro II e de suas
conexões nas regiões Noroeste e Pampulha.

A implantação do Programa, com o reassentamento das famílias da Vila São José em


unidades e conjuntos habitacionais planejados, no entorno da nova via, próximos à antiga
ocupação, com a melhoria em geral das condições de moradia e socioeconômicas da
população afetada, promoverá, ainda, a recuperação dos cursos d’água, com claros benefícios
decorrentes do controle das cheias. Decorre daí que o Programa evitará os custos anuais de
atendimento emergencial às vitimas de enchentes, por parte do poder público, bem como as
perdas de vida humana e de patrimônio das pessoas e famílias afetadas pelas calamidades.

Deverá, sobretudo, promover o planejamento e implementação integrada dos diversos


sistemas de infra-estrutura urbana, a saber: sistema de abastecimento de água, energia
elétrica e iluminação pública, sistema de esgotamento sanitário, macro e micro drenagem
urbana, planejamento do uso e ocupação do uso do solo.

O Programa prevê a implantação de interceptores e rede coletoras de esgotos, o que além de


representar uma grande melhoria das condições sanitárias e de infra-estrutura urbana em
geral, com repercussões altamente positivas na saúde dos moradores a serem reassentados,
será também um impedimento para o lançamento dessas fontes de sedimentos orgânicos
diretamente no leito dos cursos d’ água, contribuindo para melhorar a qualidade do córrego
São José e de seus corpos receptores, que constituem importantes unidades espaciais e
ambientais da cidade, como é o caso da Pampulha.

Outro aspecto benéfico da implantação do Programa BH Vilas Urbanizadas é que serão


desenvolvidas ações de educação ambiental e sanitária destinadas à população residente na
sua área de influência.

A situação futura que se espera alcançar no município, segundo esse prognóstico, deverá
demonstrar que o Programa - e seus impactos positivos, inerentes à própria natureza das
intervenções, (i) provocará benéfica interferência no ambiente urbano e natural hoje
profundamente degradado, (ii) promoverá a melhoria da qualidade de vida da população do
município, tanto a direta quanto a indiretamente afetada, e (iii) implantará os princípios de
articulação ambiental e social integrada no tratamento das questões de planejamento da
ocupação e adequação da sub-bacia do São José.

Em termos econômicos, essas obras, uma vez concluídas, aumentarão o interesse de


atividades econômicas em se instalarem em nas regiões Noroeste e Pampulha, criando não
apenas oportunidade de trabalho para a população local, mas também impactos positivos
sobre as finanças do município, bem como a descentralização do comércio e serviços.
Propiciará, ainda, a implementação do sistema de transporte público do município,
notadamente o BHBUS e terminal de integração previsto para a região do Alípio de Melo.

333
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PROGRAMA BH VILAS URBANIZADAS

9.5 RESUMO DOS IMPACTOS DO PROGRAMA

9.5.1 IMPACTOS POSITIVOS CONSEQÜENTES DA IMPLANTAÇÃO DO


PROGRAMA BH VILAS URBANIZADAS

A implantação do Programa BH Vilas Urbanizadas deverá acarretar os seguintes impactos


positivos no conjunto Taquaril e na vila São José, sob os aspectos ambiental e sócio-
econômico:

• Entrosamento entre Secretarias e Órgãos da Administração pública


• Fortalecimento da mobilização comunitária
• Geração de empregos
• Redução das áreas de risco geológico
• Redução do lançamento de esgotos nos cursos d’água e a céu aberto
• Melhoria das condições sanitárias e de infra-estrutura urbana
• Melhoria da qualidade de água dos córregos Olaria e São José
• Melhoria da acessibilidade
• Consolidação de novos enfoques culturais e ambientalistas
• Eliminação de pontos de concentração de lixo
• Melhoria das condições de saúde da população
• Mobilização comunitária e elevação da auto-estima da população
• Ampliação da Infra-Estrutura de Atendimento à Saúde
• Geração de Renda
• Redução da Violência no Conjunto Taquaril e na vila São José
• Promoção da Cidadania
• Aumento do número de crianças de 0 a 6 anos na pré-escola
• Inclusão Social de Jovens
• Melhoria do padrão habitacional da população reassentada
• Possibilidade de Regularização Fundiária
• Fortalecimento da Mobilização Comunitária
• Ampliação de áreas verdes e de lazer no Taquaril;
• Valorização dos imóveis da área do entorno
• Aumento do Controle sobre Atividades Irregulares
• Valorização dos imóveis da área de entorno
• Melhoria do sistema viário municipal (vila São José)
• Fortalecimento do órgão gestores do município

334
PREFEITURA BH
PROGRAMA BH VILAS URBANIZADAS

9.5.2 IMPACTOS NEGATIVOS CONSEQUENTES DA IMPLANTAÇÃO DO


PROGRAMA BH VILAS URBANIZADAS

A implantação do Programa deverá acarretar os seguintes impactos negativos, no conjunto


Taquaril e na vila São José, sob os aspectos ambiental e sócio-econômico:

• Alteração na qualidade de vida da população residente nas áreas próximas às obras


• Interferências das obras de infra-estrutura e equipamentos urbanos
• Eventual instalação de processo erosivo em função da remoção da camada superficial do
solo
• Possibilidade de exalação de mal odores na elevatória do Taquaril
• Desestruturação das comunidades e transtornos provocados pela remoção compulsória de
famílias
• Geração de expectativas e insegurança da população da área de intervenção e entorno
• Supressão da vegetação
• Geração de Sedimentos
• Deterioração das condições urbanísticas e paisagísticas
• Risco de acidentes
• Descargas eventuais de esgotos para manutenção da elevatória
• Geração de Bota-fora
• Incômodos provocados pelo transporte de bota-fora
• Ampliação da cheia natural dos córregos Olaria e São José e transferência da cheia para
jusante
• Aumento das despesas familiares com tarifas de saneamento básico
• Possibilidade das intervenções propostas complicarem as condições de riscos geológicos
no Taquaril
• Desequilíbrio social entre a população dos setores do Taquaril localizados em Belo
Horizonte e a população dos setores localizados em Sabará
• Possibilidade de criação de vetores de doenças de veiculação hídrica no São José.

335
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PROGRAMA BH VILAS URBANIZADAS

9.5.3 IMPACTOS DE DIFÍCIL QUALIFICAÇÃO CONSEQUENTES DA


IMPLANTAÇÃO DO PROGRAMA BH VILAS URBANIZADAS

A implantação do Programa deverá acarretar os seguintes impactos de difícil qualificação, no


conjunto Taquaril e na vila São José, sob os aspectos ambiental e sócio-econômico:

• Queda na população residente nas áreas de intervenção e entorno da vila São José
• Aumento da População na área de adensamento da vila São José
• Aceleração do processo de ocupação da área de adensamento da vila São José
• Alteração no uso e ocupação do solo na área do entorno

9.5.4 BREVE CONCLUSÃO

Observa-se que a maior parte dos impactos negativos refere-se à fase de execução das obras.
É preciso ressaltar, contudo, que tais impactos são na sua maioria de baixa magnitude,
localizados e de curta duração, se restringindo à época das obras. Por outro lado, os impactos
mais significativos são positivos e terão efeito direto sobre os cursos d’água da região e sobre
a saúde e a qualidade de vida da população do conjunto Taquaril e da vila São José.

Feita tal avaliação concernente à quantidade e qualidade dos impactos gerados pela
implantação do Programa BH Vilas Urbanizadas, conclui-se pela viabilidade ambiental do
mesmo, desde que as medidas mitigadoras sugeridas sejam efetivamente empreendidas.

336
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PROGRAMA BH VILAS URBANIZADAS

9.6 CONDIÇÕES DE SUSTENTABILIDADE

As ações propostas apresentam, certamente, todas as condições futuras de sustentabilidade


ambiental.

No caso das vias a serem implantadas, tanto as vias veiculares e de pedestres do Taquaril
quanto o sistema viário a ser implantado na vila São José, as mesmas serão conservadas e
mantidas pela própria municipalidade.

No caso do sistema de esgotamento sanitário e abastecimento de água a concessionária


(COPASA) se encarregará de sua correta manutenção e operação.

A implementação da coleta de lixo no Taquaril e da vila São José estará a cargo da SMLU-
Secretaria Municipal de Limpeza Urbana, que aliada a ações de educação ambiental irá
garantir a limpeza e a adequada destinação final dos resíduos sólidos destas áreas.

Estão sendo previstas, dentro do contexto do Projeto, ações destinadas ao fortalecimento


institucional da Companhia Urbanizadora de Belo Horizonte- URBEL, no sentido de promover a
melhoria da sua capacidade de planejamento, monitoramento e fiscalização das ZEIS e áreas
de risco, contribuindo para garantir a segurança quanto às condições de risco geológico do
conjunto bem como a não ocupação das áreas do Taquaril destinadas à preservação
ambiental.
No reassentamento das famílias de baixa renda como é o caso do Taquaril e da vila São José,
através da produção de unidades habitacionais é de extrema importância incorporar a
preocupação com sustentabilidade física, social e econômica dos empreendimentos. Neste
sentido, o fortalecimento posposto pelo Programa BH Vilas Urbanizadas para as políticas de
Pós-Morar e Pós-Regularizar, da URBEL irá garantir o sucesso das ações de reassentamento.
O acompanhamento dos conjuntos habitacionais após a sua implantação estará a cargo da
URBEL através de sua política de Pós-Morar. Serão desenvolvidas atividades de preparação
das famílias para o novo espaço de convivência, propiciando às mesmas, uma maior
integração com sua nova vizinhança e entorno imediato, bem como, intermediando os contatos
que se fizerem necessários com a empreiteira para o encaminhamento de pendências relativas
à construção da moradia. Será incentivada a formação de síndicos de quadra visando a
preservação das áreas comuns e a organização da nova comunidade.
As intervenções em regularização fundiária serão devidamente acompanhadas e monitoradas
pelo poder público, através da URBEL.

Estão também sendo previstas, dentro do contexto do Projeto, ações relativas à ampliação da
Educação Ambiental.
As intervenções propostas para os setores do Taquaril situados em Belo Horizonte terão
obrigatoriamente reflexo nas condições de vida da população do Taquaril que reside nos
setores localizados em Sabará e que não foram incluídos no Programa e onde também se
verificam ocupações sujeitas a riscos ambientais e geológicos, semelhantes aos dos setores de
BH. De forma a garantir a sustentabilidade das intervenções propostas no Taquaril deverão ser
viabilizadas articulações institucionais com: (i) COPASA, no sentido de reestruturação do
sistema de esgotamento sanitário na bacia do córrego Olaria, no trecho do município em
Sabará;(II) Prefeitura de Sabará, para um possível entendimento ou compromisso com vistas
ao benefício global de todo o conjunto Taquaril.
O Plano de Gestão Ambiental (Capítulo 11) proposto deverá garantir as condições de
sustentabilidade do Programa BH Vilas Urbanizadas

337
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PROGRAMA BH VILAS URBANIZADAS

10 POLÍTICAS OPERACIONAIS E SALVAGUARDAS DO


BANCO MUNDIAL
10.1 INTRODUÇÃO

As políticas operacionais do Banco Mundial são vitais em seus esforços para promover a
redução da pobreza e o desenvolvimento sustentável. Um subconjunto dessas políticas
necessita que os impactos ambientais potencialmente prejudiciais e determinados impactos
sociais dos projetos de investimento do Banco Mundial sejam identificados, evitados ou
minimizados onde for possível, além de mitigados e monitorados.
Embora o Banco tenha estabelecido políticas ambientais e sociais há mais de 20 anos, a sua
Direção criou pela primeira vez o conceito de política de salvaguarda em 1997 para enfatizar a
importância deste conjunto específico de políticas operacionais com a finalidade de atingir os
seus objetivos sociais e ambientais e melhorar a qualidade de suas operações.

10.2 PRINCIPAIS POLÍTICAS OPERACIONAIS E SALVAGUARDAS

As políticas de salvaguarda fornecem um mecanismo para integrar os interesses ambientais e


sociais às decisões sobre desenvolvimento. Além de servir como orientação para as medidas
de aperfeiçoamento e apoio às operações em áreas específicas, essas políticas estabelecem
em sua maioria que (a) os impactos potencialmente adversos que afetam o ambiente físico, as
funções do ecossistema, a saúde humana e os recursos físicos e culturais, bem como os
impactos sociais específicos, devem ser identificados e avaliados no início do ciclo do projeto;
(b) os impactos prejudiciais inevitáveis devem ser minimizados ou reduzidos na medida do
possível, e (c) as informações devem ser fornecidas no momento oportuno às partes
interessadas, que deveriam ter a oportunidade de comentar a natureza e o significado dos
impactos e as medidas de alívio propostas.

Tabela 10.1: Políticas Operacionais e Salvaguardas Aplicadas ao Projeto

PO/PB 4.01 Avaliação ambiental


PO/PB 4.04 Habitat natural
PO 4.09 Gestão de pragas
PO/PB 4.12 Reassentamento involuntário
PO 4.20 Povos indígenas
PO 4.36 Atividades florestais
PO/PB 4.37 Segurança de represas
PO 11.03 Propriedade cultural
PO/PB 7.50 Projetos em vias navegáveis internacionais
PO/PB 7.60 Projetos nas áreas em litígio
Salvaguardas acionadas pelo Programa BH Vilas Urbanizadas

338
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PROGRAMA BH VILAS URBANIZADAS

Tabela 10.2: Políticas Operacionais e Salvaguardas - Exigências


POLÍTICA PRINCIPAIS REQUISITOS CONSULTAS PÚBLICAS

PO/PB-4.01- Fazer uma triagem prévia dos impactos potenciais Consultar os grupos afetados e as
Avaliação e escolher o instrumento apropriado para avaliar, ONGs o mais cedo possível
Ambiental minimizar e reduzir os efeitos potencialmente (para os projetos nas categorias A e
adversos. B).

PO/PB 4.04 – Não financiar projetos que degradem ou Consultar a comunidade local sobre
Habitat convertam os habitats críticos. Apoiar projetos que planejamento, desenho
Natural afetem os habitats não críticos somente no caso e monitoramento dos projetos.
de não haver alternativas disponíveis e se
existirem medidas de mitigação.
PO 4.09 – Apoiar as abordagens integradas para gestão de Consultar a comunidade local sobre
Gestão de pragas. Identificar os pesticidas que podem ser planejamento, desenho e
Pragas financiados pelo projeto e desenvolver o plano monitoramento dos projetos.
apropriado para gestão de pragas com o objetivo
de tratar dos riscos.
PO/PB 4.12 – Assistir as pessoas desalojadas em seus esforços Consultar os reassentados e a
Reassentame para melhorar ou pelo menos restaurar a sua Comunidade hospedeira; incorporar
nto qualidade de vida. as visões expressas nos planos de
Involuntário reassentamento; listar as opções
propostas pelos reassentados.
PO 4.20 – Identificar os impactos prejudiciais Consultar os povos indígenas
Povos e desenvolver um plano para abordá-los. Projetar durante todo o ciclo do projeto.
Indígenas benefícios que reflitam as preferências culturais
dos povos indígenas.
PO 4.36 – Apoiar a exploração florestal sustentável e Consultar a comunidade local, o
Atividades orientada para a conservação. Não apoiar a setor privado e grupos de interesse
Florestais extração comercial de madeira nas florestas na área da floresta.
tropicais úmidas primárias.
PO/PB 4.37 – No caso de grandes represas, realizar análises Nenhuma consulta pública.
Seguranças técnicas e inspeções de segurança por
de Barragens profissionais independentes.
PO 4.11.03 – Investigar e inventariar os recursos culturais Consultar as agências, ONGs e
Propriedade potencialmente afetados. departamentos universitários
Cultural Incluir medidas de mitigação quando houver apropriados.
impactos prejudiciais ao patrimônio cultural físico.
PO/PB 7.50 – Verificar se existem acordos com os proprietários Nenhuma consulta pública.
Vias ribeirinhos e garantir que os estados ribeirinhos É necessária a notificação dos
Navegáveis sejam informados e não façam objeções às proprietários ribeirinhos.
Internacionais intervenções do projeto.
PO/PB 7.60 - Garantir que os pretendentes às áreas disputadas Nenhuma consulta pública.
Projetos nas não façam objeções ao projeto proposto. Os pretendentes serão informados.
áreas em
litígio

Embora as políticas de salvaguarda do Banco Mundial incorporem princípios comuns, há


diferenças entre elas e no sistema como um todo. Por exemplo, a política de avaliação
ambiental abrange todos os impactos significativos sobre o meio ambiente, porém seus efeitos
sociais precisam ser esclarecidos. Outras políticas diferem em suas disposições quanto à
consulta pública e a divulgação de informações, aos instrumentos de empréstimo aos quais se
aplicam, à clareza sobre isenções e ao nível de orientação das equipes.

339
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PROGRAMA BH VILAS URBANIZADAS

10.3 SALVAGUARDAS ACIONADAS PELO PROGRAMA

10.3.1 PO/PB 4.01 – AVALIAÇÃO AMBIENTAL

A avaliação ambiental (AA) é parte integrante dos estudos de preparação do Projeto. A AA é


um processo cuja dimensão, profundidade e tipo de análise depende da natureza, escala e
impacto ambiental potencial do projeto proposto.

A AA avalia os potenciais riscos ambientais do projeto na sua área de influência; examina


alternativas ao projeto; identifica maneiras de melhorar a seleção, localização, planejamento,
concepção e execução do Projeto, propõe medidas para a evitar, minimizar, mitigar ou
compensar os efeitos ambientais adversos, realça os impactos positivos; inclui o processo de
mitigação e gestão dos impactos ambientais adversos durante a execução do Projeto.

Sempre que possível, o Banco prefere a adoção de medidas preventivas às medidas


mitigadoras ou compensatórias.

O Banco faz uma análise ambiental preliminar de cada um dos projetos propostos para
determinar o grau e o tipo apropriado de AA. O Banco classifica o projeto proposto dentro de
uma das quatros categorias, dependendo do tipo, localização, sensibilidade e escala do projeto
e a natureza e magnitude dos potenciais impactos ambientais, conforme demonstrado na
Tabela 10.3
Tabela 10.3: Categorias dos Projetos na AA

Categoria em que o projeto pode ser Exemplos


enquadrado
A Probabilidade de haver impactos Barragens e represas, portos, aqüicultura,
ambientais adversos significativos e que geração térmica, manejo de dejetos
são sensíveis, diversos ou sem perigosos, fábricas industriais de grande
precedentes. Estes impactos podem porte, abertura de novas áreas para
afetar uma área mais extensa do que os desenvolvimento, adequação de rios, projetos
locais onde ocorrem as atividades setoriais com investimentos futuros
físicas. desconhecidos na avaliação do projeto.
B Têm impactos potenciais que são Agroindústrias de pequeno porte, linhas de
localizados e em sua maioria transmissão elétrica, energia renovável,
reversíveis; existem as medidas de eletrificação rural, água e saneamento rural,
litígio ou podem ser desenhadas mais turismo
facilmente do que para os projetos A
C Com pouco ou nenhum impacto educação, saúde, nutrição,
adverso. Além da análise ambiental desenvolvimento institucional
preliminar, não se exige nenhuma ação
AA adicional para um projeto de
Categoria C.
Fi Investimento de recursos do Banco Fundos de desenvolvimento municipal,
através de um intermediário financeiro janelas de financiamento para infra-estrutura,
em subprojetos que poderiam causar fundos de controle da poluição industrial.
impactos adversos

O Programa BH Vilas Urbanizadas é classificado na Categoria A, provavelmente pelos


impactos ambientais adversos significativos e de caráter sensível. Estes impactos podem afetar
uma área mais extensa do que os locais ou instalações onde ocorrerem as atividades físicas.

340
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PROGRAMA BH VILAS URBANIZADAS

Para algumas das intervenções propostas pelo Programa BH Vilas Urbanizadas, já foram
realizados estudos de impacto ambiental, relatórios de impacto ambiental e planos de controle
ambiental.

Durante a etapa de preparação do Programa, foi elaborado um Relatório de Avaliação


Ambiental de acordo com Termo de Referência desenvolvido em conjunto entre o Banco
Mundial e a PBH, de forma a atender, simultaneamente, às políticas ambientais do Banco,
aplicáveis aos projetos de categoria “A” e às políticas de licenciamento ambiental do Município.
O Relatório de Avaliação Ambiental examinou os potenciais impactos ambientais negativos e
positivos, comparou-os com os de alternativas viáveis (incluindo a situação de sem o projeto), e
recomendou medidas necessárias para evitar, minimizar, mitigar ou compensar os impactos
adversos e melhorar o desempenho da gestão ambiental do Projeto.

Foi elaborado um amplo plano de gestão ambiental envolvendo: sistema de gestão ambiental
durante a implantação do empreendimento e programas de:
1. Sistema de Gestão Ambiental
2. Comunicação Social
3. Educação Ambiental
4. Eliminação de Ligações Cruzadas e Incentivo à Adesão ao Sistema de Esgotos
5. Monitoramento Geológico das Áreas de Risco do Taquaril
6. Monitoramento da Qualidade das Águas
7. Monitoramento Hidrológico
8. Plano (vila São José) e Política (conjunto Taquaril) de Desapropriação e
Reassentamento Involuntário
9. Fortalecimento Institucional
10. Manual Ambiental de Construção onde constam as principais diretrizes e regras
ambientais a serem adotadas na execução das obras das intervenções previstas;

É importante salientar que esse projeto trata de uma conjugação de intervenções de caráter
urbanísticas e de caráter social, o que traz como impacto positivo não só a redução da
vulnerabilidade urbana da população como também da sua vulnerabilidade social.
Complementarmente, ações de fortalecimento de gestão e de fortalecimento institucional
buscam promover a integração entre os diversos projetos estruturantes da PBH com o
Programa Vilas Urbanizadas e a promoção dos órgãos executores do Programa,
especialmente a Secretaria de Meio Ambiente. Como a PBH atualmente já desenvolve um
Programa chamado DRENURBS, cujo foco é a recuperação e a preservação dos fundos de
vale de Belo Horizonte, as ações propostas, dentro do Programa Vilas Urbanizadas, para
fortalecimento da Secretaria de Meio Ambiente e das demais instituições ambientais, gestoras
e executoras do Programa, vêm apenas complementar àquelas que já estão sendo
desenvolvidas no DRENURBS.

Consulta Pública
A Consulta Pública do Programa Vilas Urbanizadas será efetuada na próxima reunião do
COMAM – Conselho Municipal de Meio Ambiente. A opção por se fazer essa Consulta no
COMAM foi pelo fato de que o Conselho é composto por integrantes da sociedade civil,
membros da Secretaria de Meio Ambiente do Município, entidades de classe, representantes
de organizações não governamentais e de órgãos licenciadores, tais como FEAM, IGAM e IEF.
A Consulta Pública está prevista para ser realizada na segunda quinzena de fevereiro/05,
quando então seus resultados serão incorporados ao RAA do programa.

341
PREFEITURA BH
PROGRAMA BH VILAS URBANIZADAS

10.3.2 PO/PB 4.04 – HABITAT NATURAL

10.3.2.1 Princípios Básicos

Habitat naturais são áreas terrestres e marítimas nas quais ainda existe a maioria das espécies
nativas da flora e fauna. A conservação de habitats naturais, como outras medidas que
protegem e melhoram o ambiente, é essencial para o desenvolvimento sustentável em longo
prazo. Conseqüentemente, o Banco, apóia a proteção, manutenção e reabilitação dos habitats
naturais e as suas funções nos seus estudos econômicos e setoriais. O Banco apóia e espera
que os mutuários tratem cuidadosamente a gestão dos recursos naturais, a fim de assegurar
oportunidades para o desenvolvimento ambientalmente sustentável.

A Política de Salvaguardas de Habitat Natural do Banco considera como habitats naturais


críticos aqueles: (i) protegidos legalmente; (ii) propostos oficialmente para serem protegidos;
(iii) desprotegidos, mas com alto valor ambiental.

Projetos financiados pelo Banco deverão:


• Evitar o dano ambiental significativo (transformação ou degradação) de todos os habitat
naturais críticos;
• Identificar todo habitat natural crítico na área de influência do projeto, durante o processo
de avaliação ambiental;

A política do Banco sobre habitat naturais garante que os projetos de infra-estrutura e outros
projetos não causem danos excessivos ou injustificados aos habitat naturais. Portanto, os
projetos financiados pelo Banco Mundial:
• Não deverão causar danos aos habitat naturais críticos;
• Deverão evitar ou procurar minimizar o dano aos demais habitat naturais;
• Se o dano for necessário e justificado, deverá ser mitigado na forma adequada como parte
do próprio projeto, geralmente mediante a preservação de áreas compensatórias.

A OP 4.04 Habitats Naturais foi acionada dentro do Programa BH Vilas Urbanizadas


exclusivamente porque as áreas de intervenções apresentam habitats que se enquadram no
item (i) da Política. Essas áreas são exatamente as Áreas de Preservação Ambiental (APPs).

Segundo a Lei Florestal de Minas Gerais (Lei 10.561 de 27/12/91), lei esta compatível com o
Código Florestal Nacional, em áreas de preservação permanente, a supressão de vegetação
nativa somente poderá ser autorizada em caso de utilidade pública ou de interesse social,
devidamente caracterizado e motivado em procedimento administrativo próprio, quando não
existir alternativa técnica e locacional ao empreendimento proposto. A supressão de vegetação
em área de APP situada em área efetivamente urbanizada dependerá de autorização do órgão
municipal competente, desde que o município possua conselho de meio ambiente com caráter
deliberativo e plano diretor, mediante anuência prévia do órgão estadual competente,
fundamentada em parecer técnico. Consideram-se efetivamente urbanizadas as áreas
parceladas e dotadas da infra-estrutura mínima, segundo as normas federais e municipais.
As áreas do Programa BH Vilas Urbanizadas (Taquaril e Vila São José) enquadram-se dentro
da caracterização de áreas urbanizadas do Código Florestal, e por essa razão, suas áreas de
APP são tratadas de forma diferenciada, buscando sempre atender às especificações de faixas
mínimas de APPs definidas no Código, mas conciliando com a realidade de urbanização do
local, de forma a minimizar os impactos sociais.
O Município de Belo Horizonte, conforme exigência do Código para licenciamentos
diferenciados em áreas urbanizadas, possui conselho de meio ambiente com caráter
342
PREFEITURA BH
PROGRAMA BH VILAS URBANIZADAS

deliberativo e plano diretor. Por essa razão está capacitado a avaliar com critério os pedidos de
supressão de vegetação ou manutenção de áreas ocupadas dentro das APPs. Assim, alguns
critérios de largura de faixa de APPs e ocupação foram adotados diferentemente dos definidos
pelo Código, em especial no conjunto Taquaril.
No conjunto Taquaril, serão retiradas as famílias das APP, no entanto, a faixa de desocupação
é variável, tendo em vista questões técnicas, sociais e econômicas. A faixa mínima adotada
será de 15 m. Essas áreas são extremamente adensadas e a adoção de faixas maiores
provocaria a relocação de um nº de famílias aproximadamente 70% maior do que o projeto
prevê hoje, o que traria implicações extremas em impactos sociais e econômicos.

Por outro lado, em outras áreas foram adotadas faixas superiores a 30 m. Isto porque o critério
utilizado para proposição das áreas de preservação levou em conta não somente o
atendimento às normas legais (faixa non aedificandi de proteção dos cursos d’água) e de
erradicação de moradias situadas em áreas de risco, como também da erradicação de
moradias isoladas, que embora estivessem em área adequada para habitação encontravam-se
desconectadas do contexto urbano proposto, sendo que a sua permanência poderia incentivar
a ocupação de áreas próximas restritivas a ocupação. Assim sendo, a quantificação final do
reassentamento considerou, cumulativamente, o critério acima explicitado. Este critério
acarretou um pequeno aumento no nº de relocações, mais o benefício social e de
sustentabilidade do Programa é evidente.

De uma forma geral, a implantação do Programa BH Vilas Urbanizadas trará impactos muito
positivos para habitats naturais do Taquaril, tendo em vista a recuperação de grande parte dos
seus fundos de vale, através da liberação das APPs e da melhoria da qualidade de água do
Córrego Olaria.

Na Vila São José, todas as famílias serão retiradas do fundo de vale, liberando a faixa de APP.
No entanto, tendo em vista a necessidade de implantação de eixo viário, essa faixa não será
revegetada. Sobre ela será implantado será implantada o próprio sistema viário. Dependendo
da solução a ser adotada para as interseções entre as vias, o canal poderá ser mantido a céu
aberto com taludes revegetados. Além disso, restarão áreas remanescente que poderão sofrer
tratamento paisagístico. Mesmo que o canal seja implantado em calha fechada, os impactos
positivos dessa implantação são incontestáveis. A via não só melhorará a acessibilidade de
toda uma região importante de Belo Horizonte, como também inibirá a reocupação de uma
área com condições extremas de insalubridade. Associado a isso, o programa ainda apoiará a
implantação de um parque na região, o qual promoverá uma reestruturação do sistema de
referências da região, com a criação de áreas de lazer e integração.

343
PREFEITURA BH
PROGRAMA BH VILAS URBANIZADAS

10.3.3 PO/PB 4.12 – REASSENTAMENTO INVOLUNTÁRIO

Para atender as exigências da política de reassentamento do Banco Mundial e planejar o


reassentamento das famílias atingidas pelas intervenções do programa, foi elaborado um Plano
de Reassentamento Involuntário para a vila São José e uma Política de Reassentamento para
o conjunto Taquaril, o qual terá seu PDRI elaborado no primeiro ano do programa.

A opção por se fazer apenas uma Política de reassentamento para o conjunto Taquaril justifica-
se pelo fato de que muitas intervenções físicas deverão ainda ser detalhadas em nível de
projeto básico antes da implementação do programa. No entanto, essa decisão não gera riscos
para a implementação do programa (em termos financeiros). O nº de famílias hoje estimado
para reassentamento ou relocação na região leva em consideração todas aquelas famílias
assentadas em áreas de risco, em áreas de preservação ambiental e em áreas de interface
com as intervenções físicas. Além dessas, a estimativa ainda leva em consideração àquelas
famílias que, mesmo não estando em áreas sujeitas à remoção, em função da remoção da
vizinhança, passam a sofrer um isolamento físico. Logo, a estimativa é bastante conservadora.
Já na Vila São José, a construção de um PDRI foi possível, tendo em vista que a área já possui
um projeto executivo definido e um cadastro censitário elaborado.

Com base na caracterização demográfica da vila e nas opções de reassentamento de


reassentamento propostas, apresenta-se uma síntese dos quantitativos preliminares estimado
para as modalidade de reassentamento, conforme indica a Tabela 10.4.

Tabela 10.4: Categorias dos Projetos na AA

Reassentamento Reassentamento Total de


Independente Assistido Famílias

Indenização PROAS Apto. 1.167

59 1.108

O PDRI elaborado para a Vila São José apresenta uma síntese dos quantitativos preliminares
para as modalidades de reassentamento, definidas com base na caracterização demográfica
da vila (cadastro censitário 1998) e nas opções de reassentamento propostas. Essa síntese é
apresentada na Tabela 10.5 a seguir.

Tabela 10.5: Categorias dos Projetos na AA

Reassentamento Reassentamento Assistido Total de famílias


Independente

Indenização PROAS Apto. 2.050

736 1.314

Informações mais completas sobre o assunto são encontradas no capítulo 11 - Plano de


Gestão Ambiental e, especialmente em documento à parte denominado “ Plano Básico (São
José) e Política (Taquaril) de Desapropriações e de Reassentamento Involuntário”.

344
PREFEITURA BH
PROGRAMA BH VILAS URBANIZADAS

10.4 SALVAGUARDAS NÃO ACIONADAS PELO PROGRAMA

As seguintes salvaguardas foram analisadas, entretanto não possuem relação com o


Programa:
• PO 4.09 - Gestão de pragas;
• PO 4.20 - Povos indígenas;
• PO 4.36 - Atividades florestais;
• PO/PB 4.12 - Segurança de Barragens:
• PO 11.03 – Propriedade Cultural;
• PO/PB 7.50 - Projetos em vias navegáveis internacionais;
• PO/PB 7.60 - Projetos nas áreas em litígio;

345
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PROGRAMA BH VILAS URBANIZADAS

11 PLANO DE GESTÃO AMBIENTAL – PGA


Com base na avaliação empreendida no Relatório de Avaliação Ambiental foi estruturado o
Plano de Gestão Ambiental (PGA) do Programa BH Vilas Urbanizadas.

O PGA contempla os programas ambientais e sociais que buscam, tanto mitigar efeitos
negativos das intervenções físicas, quanto maximizar os efeitos positivos do programa, além
das ações de controle e monitoramento. A Tabela 11.1 relaciona os sub-programas concebidos
no Plano de Gestão Ambiental e os respectivos custos associados:

Tabela 11.1: Sub-Programas Ambientais

Identificação Custos (R$)

1 Sistema de Gestão Ambiental Incluso nos custos de


administração e gerenciamento
do programa.

2 Programa de Comunicação Social R$ 700.000,00

3 Programa de Educação Ambiental R$ 900.000,00

4 Eliminação de Ligações Cruzadas Custos Internos da


COPASA

5 Monitoramento Hidrológico e de Qualidade de Água A ser feito no “Drenurbs”

6 Monitoramento Geológico-Geotécnico das Áreas de R$ 400.000,00


Risco do Taquaril

7 Plano de Desapropriações e Reassentamento Custos Inseridos no PDRI


Involuntário- PDRI da Vila São José

8 Política de Desapropriações e Reassentamento Custos Inseridos na Política de


Involuntário- Conjunto TaquarilI Desapropriação e
Reassentamento Involuntário

9 Fortalecimento Institucional R$ 1.000.000,00

10 Manual Ambiental de Construção Incorporados aos custos das


obras

TOTAL R$ 3.000.000,00

11.1 SUB-PROGRAMAS AMBIENTAIS

Os sub-programas ambientais concebidos para o Programa BH Vilas Urbanizadas são


descritos a seguir:

346
PREFEITURA BH
PROGRAMA BH VILAS URBANIZADAS

11.1.1 SISTEMA DE GESTÃO AMBIENTAL

O Programa BH Vilas Urbanizadas terá como Mutuário, no contrato com o Banco Mundial, a
Prefeitura Municipal de Belo Horizonte e como organismo de coordenação geral a Secretaria
Municipal da Coordenação de Política Urbana e Ambiental - SCOMURBE.

Unidade de Gerenciamento do Programa – UGP será implantada no âmbito da SCOMURBE e


contará com o concurso de Unidades Técnicas, na figura de outros organismos da
administração municipal afetos aos setores envolvidos com o Programa. A gama de
responsabilidades e atribuições da Unidade de Gerenciamento do Programa e das Unidades
Técnicas envolvidas é ampla e variada e pressupõe o cumprimento, tanto de diretrizes,
processos e procedimentos típicos da Administração Municipal, quanto de orientações e
exigências do Banco Mundial, enquanto agente financiador do Programa BH Vilas
Urbanizadas.

Dentre as diversas atribuições da UGP, citam-se:


• Controlar e avaliar resultados das ações desenvolvidas no âmbito do Programa,
compatibilizando e articulando as ações e os agentes envolvidos na execução do Programa
e demais órgãos e entidades públicas e privadas intervenientes ou parceiras;
• Representar a Prefeitura Municipal de Belo Horizonte nas questões relacionadas às ações
administrativas, técnicas e financeiras resultantes do Programa, atuando como unidade de
interface com o Banco Mundial durante a sua execução;
• Acompanhar, supervisionar e avaliar a execução físico-financeira do Programa BH Vilas
Urbanizadas;
• Assegurar o cumprimento das diretrizes e das estratégias fixadas para consecução dos
objetivos e metas do Programa;
• Gerenciar os recursos alocados ao Programa e propor alterações na programação
financeira durante a sua execução, de acordo com prioridades estabelecidas;
• Elaborar diretamente ou gerenciar a elaboração dos estudos e dos projetos pertinentes ao
Programa BH Vilas Urbanizadas;
• Promover a elaboração e a compatibilização dos planos operativos anuais do Programa BH
Vilas Urbanizadas;
• Promover, por meio da Secretaria Municipal da Coordenação de Política Urbana e
Ambiental – SCOMURBE e no Departamento de Licitações/Assessoria Jurídica da
SUDECAP as licitações pertinentes à execução do Programa, de acordo com a legislação
vigente e com as diretrizes e normas do Banco Mundial sobre o assunto, e solicitar as
contratações resultantes;
• Promover e coordenar, em colaboração com os organismos municipais pertinentes, as
ações de divulgação do Programa e a interação com a comunidade abrangida,
assegurando a manutenção de entendimento e diálogo permanente com organismos e
entidades representativas da sociedade local, estabelecendo parcerias que assegurem a
efetividade do Programa;
• Gerenciar contratos de obras e serviços, focando no acompanhamento global das
intervenções, no controle de qualidade e no monitoramento e avaliação continuada de
resultados. Inclui a administração de interfaces e a manutenção de entendimentos com as
Unidades Técnicas e demais agentes internos e externos envolvidos;
• Produzir e divulgar dados e informações quantitativas e qualitativas sobre o andamento da
execução das intervenções, observadas as normas, os procedimentos e os instrumentos de
controle e acompanhamento definidos para o Programa;

347
PREFEITURA BH
PROGRAMA BH VILAS URBANIZADAS

• Para cumprimento de suas atribuições e responsabilidades, a UGP deverá contar com


todas as condições físicas, técnicas e humanas para cumprir o seu relevante papel, e
ainda, dispor de serviços especializados, a serem especialmente contratados, para suporte
ao gerenciamento do Programa.
A Figura 11.1 a seguir apresenta o Arranjo Proposto para Gerenciamento e Execução do
Programa BH Vilas Urbanizadas. MUTUÁRIO
Prefeitura Municipal de Belo Horizonte
Ordenador de Despesas: Prefeito Municipal de Belo Horizonte
ORGANISMO DE COORDENAÇÃO GERAL DO PROGRAMA
SCOMURBE- Secretaria Municipal de Coordenação da Política Urbana e
Ambiental
A
Coordenação Executiva / Gerenciamento da Execução
P
UGP - Unidade de Gerenciamento do Projeto
O
Co-Gestão Financeira Processamento de I B
- SCOPLAN/SMPL – Ger. Financiam. Repasses Licitações e Contratos O
- SCOMF/SMTES – Secretaria do Tesouro SCOMURBE
- SCOMURBE/SMAF-URBEL – Secretaria. UGP/ Programa BH Vilas
Administrativa e Financeira da Política Urbana e Urbanizadas A
Ambiental O
01 Coordenador Executivo e Administrativo I
G
01 Coordenador Setorial para Aquisição E
01 Coordenador Setorial Financeiro
R
E
01 Coordenador Setorial para a Desenvolvimento Social e Relocação N R
01 Coordenador Setorial de Gestão Sócio - Ambiental C
I
A
UNIDADES TÉCNICAS DE EXECUÇÃO M
Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Saneamento Urbano- SMMAs E D
N
Secretaria Municipal de Estrutura Urbana / SUDECAP T
Secretaria Municipal de Habitação O
Secretaria Municipal de Assistência Social
Companhia Urbanizadora de Belo Horizonte- URBEL

ORGANISMOS OPERADORES/MANTENEDORES DOS SISTEMAS RESULTANTES

SCOMURBE
Companhia Urbanizadora de Belo Horizonte- URBEL
Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Saneamento Urbano
Secretaria Municipal de Assistência Social
BHTRANS
Companhia de Saneamento de Minas Gerais - Operadora Estadual
Secretaria Municipal de Coordenação de Gestão Regional Leste
Secretaria Municipal de Coordenação de Gestão Regional Noroeste

348
PREFEITURA BH
PROGRAMA BH VILAS URBANIZADAS

POPULAÇÃO ABRANGIDA PELO PROGRAMA BH VILAS URBANIZADAS

Figura 11.1: Arranjo Proposto para Gerenciamento e Execução do Programa BH Vilas


Urbanizadas

349
PREFEITURA BH
PROGRAMA BH VILAS URBANIZADAS

A UGP contará com 1 Coordenador Executivo, que responderá diretamente à SCOMURBE,


responsável pela coordenação geral e administrativa do projeto, e com uma equipe técnica
formada por 4 profissionais, na sua maioria pertencentes aos quadros dos organismos
municipais diretamente envolvidos com o Projeto. A UGP será assim composta:
- 1 Coordenador Executivo, que responderá diretamente à SCOMURBE, responsável pela
coordenação geral e administrativa do Programa BH Vilas Urbanizadas;
- 1 Coordenador Setorial para Aquisições, que será responsável pela parte de Licitações e
Contratos que se reportará ao Coordenador Executivo e à SCOMURBE;
- 1 Coordenador Setorial Financeiro, que será responsável pelo Fluxo Financeiro no
Programa BH Vilas Urbanizadas que se reportará ao Coordenador Executivo e à
SCOMURBE;
- 1 Coordenador Setorial para a Desenvolvimento Social e Relocação de Famílias que se
reportará ao Coordenador Executivo e à SCOMURBE;
- 1 Coordenador Setorial de Gestão ambiental e para fortalecimento institucional que será
responsável pela coordenação dos projetos das áreas ambiental e social do Programa BH
Vilas Urbanizadas. Terá a função de interlocução com as unidades técnicas e com os
demais órgãos da prefeitura atuantes na parte ambiental e social. Este coordenador será
também responsável pela área de Fortalecimento Institucional dos órgãos diretamente
envolvidos no Programa BH Vilas Urbanizadas e se reportará ao Coordenador Executivo e
à SCOMURBE.

O princípio da multi-setorialidade considerado para composição da equipe da UGP tem por


finalidade promover a articulação e integração entre os agentes envolvidos. As unidades
técnicas terão as seguintes atribuições:
• A Secretaria Municipal da Coordenação de Política Urbana e Ambiental- SCOMURBE
será responsável pela fiscalização ambiental e acompanhará a implantação das obras de
infra-estrutura do Programa, envolvendo as ações de implantação de macrodrenagem,
esgotamento sanitário e abastecimento de água. Fica a cargo desta secretaria a
contratação das empresas/consultores contratados para trabalhar no Programa BH Vilas
Urbanizadas.
• A Secretaria Municipal de Habitação e a Companhia Urbanizadora de Belo Horizonte-
URBEL que tem por competência legal coordenar a elaboração e a implementação da
Política Municipal de Habitação, como responsável pela execução das diferentes fases do
Plano e da Política de Desapropriação e Reassentamento Involuntário, bem como
promoverá as ações de fortalecimento da gestão de políticas urbanas do município.
• A COPASA será responsável pela gestão das obras de saneamento no que se refere ao
esgotamento sanitário e abastecimento de água.
• A Secretaria Municipal da Coordenação de Política Social fará a gestão dos Centros BH
Cidadania.
• A SCOMF - Secretaria Municipal de Coordenação de Finanças será responsável pelo
planejamento e coordenação da política fazendária e assessorará a UGP nas atividades
relacionadas com as áreas financeira, contábil, fiscal e tributária
• As Secretarias Municipais da Coordenação de Gestão Regional Leste e Noroeste
atuarão como unidades facilitadoras e promotoras do envolvimento e da participação das
comunidades envolvidas nas áreas de intervenção do Programa, de acordo com
estratégias, mecanismos e ações estabelecidos pela Unidade de Gerenciamento do
Programa – UGP.
• A Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Saneamento Urbano, como responsável
pela fiscalização ambiental acompanhará a implantação das obras e promoverá as ações
de fortalecimento da gestão ambiental do município.

350
PREFEITURA BH
PROGRAMA BH VILAS URBANIZADAS

O Sistema de Gestão Sócio-ambiental – SGSA integra-se ao Sistema de Gestão do


Programa acima apresentado, constituindo-se de:
• Coordenação Setorial de Gestão Sócio-ambiental, responsável pela coordenação das
ações sócio-ambientais do Programa devidamente articulados com as demais
coordenações e com as unidades técnicas executoras;
• Unidades Técnicas Executoras – Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Saneamento
Urbano- SMMAs com a função de implementação dos sub-componentes a Educação
Ambiental e dos projetos de fortalecimento institucional específicos da secretaria e
Companhia Urbanizadora de Belo Horizonte-URBEL com a responsabilidade de
implantação do Plano e da Política de Desapropriação e Reassentamento Involuntário;
• Supervisão Ambiental de Obras responsável pela fiscalização, acompanhamento e
orientação das ações ambientais relativas ao Manual Ambiental de Construção – MAC e às
medidas mitigadoras referentes às obras indicadas nas licenças ambientais;

11.1.1.1 Funções e Competências Gerais por Áreas

11.1.1.1.1 Coordenação Setorial de Gestão Ambiental - CSGA

Será responsável pela coordenação das ações relativas á:


- Plano e Política de Desapropriação e Reassentamento Involuntário;
- Programa de Educação Ambiental;
- Manual Ambiental de Construção;
- Revisão e aprovação dos projetos de infra-estrutura;
- Revisão e aprovação dos projetos relativos aos sistemas de esgotamento sanitário,
abastecimento de água e drenagem compatibilizado com os sistemas de
macrodrenagem já existentes;

A Coordenação Setorial de Gestão Sócio-Ambiental será responsável, também, por garantir o


cumprimento dos requisitos ambientais previstos, notadamente:
- Nos contratos com as empresas construtoras;
- Nos estudos de impacto e de controle ambiental – EIA e PCA;
- Na legislação e nas normas nacionais e estaduais;
- Nas licenças de instalação – LIs;
- Nas licenças de Operação - LOs
- Nas autorizações emitidas pelo Instituto Estadual de Florestas – IEF;
- Nos regulamentos da entidade financiadora (Banco Mundial).
A CSGA deverá ser constituída por profissional sênior com experiência em gerenciamento
ambiental nas fases de preparação e/ou de implantação de obras de saneamento,
macrodrenagem e sistema viário

11.1.1.1.2 Coordenação Setorial para o Desenvolvimento Social e Relocação de


Famílias
Será responsável pelo planejamento e execução de medidas que garantam a reconstrução do
habitat das populações afetadas, de modo a mitigar os impactos negativos e repor as
moradias e áreas de pequenos negócios, seja através de justa indenização das propriedades
ou pela aquisição/construção de outra moradia, preferencialmente de qualidade superior a que
foi perdida. Elaborará, ainda, o Plano (vila São José) e a Política de Desapropriação e
Reassentamento Involuntário (conjunto Taquaril).

351
PREFEITURA BH
PROGRAMA BH VILAS URBANIZADAS

A Coordenação Setorial para o Desenvolvimento Social e Relocação de Famílias deverá ser


constituída por profissional sênior com experiência em relocação de famílias e apoio ao
desenvolvimento social de crianças, jovens e adultos.

11.1.1.1.3 Unidades Técnicas Executoras

• Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Saneamento Urbano, responsável pela


execução dos subcomponentes de:
- Educação Ambiental;
- Projetos de Fortalecimento Institucional: (i) Gestão Ambiental Urbana; (ii) Matas ciliares
e Áreas de Preservação – criação e planos de manejo; (iii) Capacitação Continuada da
Gestão Ambiental; (iv) Manuais Técnicos Ambientais; (v) Sistema de Informações
Ambientais para o Licenciamento e Fiscalização.
- Monitoramento Ambiental;
As ações relativas a essa Secretaria serão realizadas pela equipe técnica própria com apoio
de consultores individuais e/ou empresas de consultoria, de acordo com o estabelecido em
cada Termo de Referência.

• SUDECAP/URBEL responsáveis pelas obras de urbanização e habitação e ações


complementares.
• URBEL responsável pela implantação do Plano (vila São José) e da Política de
Desapropriação e Reassentamento Involuntário (conjunto Taquaril);
• COPASA responsável pela implementação do Programa de Eliminação das Ligações
Cruzadas e de Incentivo a Adesão ao Sistema de Esgotamento Sanitário e gestão dos
sistemas de abastecimento de água e esgotamento sanitário a serem implantados;

11.1.1.1.4 Supervisão Ambiental de Obras


Deverá ser exercida no âmbito do contrato com empresa supervisora de obras ou empresa
gerenciadora do Programa BH Vilas Urbanizadas. A supervisão será responsável por verificar e
atestar que todas as atividades relativas ao meio ambiente envolvidas na construção das obras
estão sendo executadas dentro dos padrões de qualidade ambiental recomendados nas
especificações de construção e montagem, no Manual Ambiental de Construção e nas
Licenças Ambientais.

11.1.1.2 Funções e Competências Específicas

11.1.1.2.1 Coordenação de Gestão Sócio-ambiental


Além das responsabilidades gerais acima descritas, são atribuições específicas da
Coordenação de Gestão Sócio-Ambiental:
- Articular-se permanentemente com as demais coordenações setoriais considerando, em
especial:
a elaboração e/ou revisão conceitual dos projetos de infra-estrutura com a
adoção de conceitos de preservação ambiental e de gestão ambiental urbana,
o sub-programa de fortalecimento institucional da PBH nas áreas de interface o
Programa,
as questões de planejamento ambiental das obras envolvendo as ações de
macrodrenagem, saneamento e de implantação de sistema viário;
- Articular-se com a FEAM/MG, IEF e Secretaria de Meio Ambiente no que diz respeito aos
processos de licenciamento ambiental dos componentes e sub-componentes do Programa;
- Articular-se com a BHTRANS no que diz respeito ao sistema viário;

352
PREFEITURA BH
PROGRAMA BH VILAS URBANIZADAS

- Aprovar, no âmbito da UGP, os projetos de infra-estrutura urbana, garantindo a inserção


dos conceitos de preservação ambiental e de gestão ambiental urbana;
- Garantir que as ações de comunicação social, relativas à convivência com as obras,
estejam devidamente articuladas com o planejamento de obras,
- Acompanhar a execução do Manual Ambiental de Construção em conjunto com a
Supervisão Ambiental de Obras;
- Decidir sobre ações e procedimentos de obras, de modo a evitar, minimizar, controlar ou
mitigar impactos potenciais;
- Apresentar, periodicamente, à Coordenação da UGP, avaliação sobre a eficiência dos
programas ambientais relacionados às intervenções físicas previstas e sobre os ajustes
necessários;
- Aprovar, em conjunto com a SUDECAP/URBEL, as penalidades às empresas construtoras,
no caso de não atendimento dos requisitos técnicos e ambientais, ou seja, na situação de
configuração de não – conformidades significativas e não resolvidas no âmbito das reuniões
quinzenais de planejamento de obras.
- Aprovar, em conjunto com a SUDECAP/URBEL, no caso de ações que tragam impactos
ambientais significativos ou de continuidade sistemática de não-conformidades
significativas, a paralisação das obras no trecho considerado de modo a possibilitar a
adoção, a tempo, de medidas corretivas.
- Preparar e apresentar relatórios periódicos de supervisão ambiental à Coordenação
Executiva da UGP e ao Banco Mundial. Os relatórios de supervisão devem ser, no mínimo,
mensais.
- Cuidar, também, dos questionamentos da sociedade civil, incluindo as Organizações Não-
Governamentais – ONGs e outras partes interessadas nas obras e nos sub-programas
ambientais do empreendimento.

11.1.1.2.2 Supervisão Ambiental de Obras


De acordo com o arranjo institucional proposto para o gerenciamento e execução do Programa
BH Vilas Urbanizadas, a função de supervisão das obras deverá ser realizada por Empresa
Supervisora, contratada no âmbito da SCOMURBE/SUDECAP.
Dentre as atividades da Empresa Supervisora de Obras deverá constar a atividade de
supervisão ambiental de obras. Para tanto, a Empresa supervisora deverá disponibilizar
profissionais que serão responsáveis pelo acompanhamento do cumprimento dos requisitos
técnicos e ambientais que constam do contrato de execução das obras. Esses l serão
responsáveis por verificar e atestar que todas as atividades relativas ao meio ambiente
envolvidas na construção das obras estão sendo executadas dentro dos padrões de qualidade
ambiental recomendados nas especificações de construção e montagem, nas licenças
ambientais expedidas e no Manual Ambiental de Construção.
O Manual Ambiental de Construção apresenta um conjunto de atividades que incluem desde
aspectos considerados nas diretrizes para localização e operação de canteiros até ações ao
gerenciamento de resíduos, de saúde e segurança nas obras, articulando-se com outros
programas como o de Comunicação Social.
A supervisão ambiental deverá trabalhar em coordenação permanente com os demais
integrantes da gestão ambiental do empreendimento, executando inspeções técnicas nas
diferentes frentes de obra ou atividades correlatas em desenvolvimento.
À Supervisão Ambiental caberá:
- Acordar, aprovar e revisar o planejamento ambiental de obras, por meio de reuniões
quinzenais com a coordenação ambiental do programa e os responsáveis ambientais de cada
construtora / lote de obras;

353
PREFEITURA BH
PROGRAMA BH VILAS URBANIZADAS

- Implementar inspeções ambientais, para verificar o grau de adequação das atividades


executadas, em relação aos requisitos ambientais estabelecidos para as obras e sub-
programas ambientais a elas ligados;
- Verificar o atendimento às exigências dos órgãos ambientais relativas ao processo de
licenciamento do empreendimento e às recomendações das entidades financiadoras
internacionais;
- Inspecionar, periodicamente, e sem aviso prévio, as distintas frentes de serviço no campo,
para acompanhar a execução das obras e sua adequação ou não aos programas de gestão
ambiental;
- Avaliar as atividades das equipes ambientais das empresas construtoras;
- Sugerir ações e procedimentos, de modo a evitar, minimizar, controlar ou mitigar impactos
potenciais;
- Propor, no caso de não atendimento dos requisitos ambientais, ou seja, na situação de
configuração de não – conformidades significativas e não resolvidas no âmbito das reuniões
quinzenais de planejamento, penalidades contra a empresa construtora.
- Avaliar, no caso de ações que tragam impactos ambientais significativos ou de continuidade
sistemática de não-conformidades significativas, a necessidade de paralisação das obras no
trecho considerado de modo a possibilitar a adoção, a tempo, de medidas corretivas. Nesse
caso, a supervisão deve preparar relatório sintético à coordenação de gestão sócio-
ambiental, informando das questões envolvidas e da proposição de paralisação.
- Avaliar periodicamente a eficiência dos programas ambientais relacionados às intervenções
físicas previstas e propor os ajustes necessários;
- Preparar e apresentar relatórios periódicos de supervisão ambiental ao empreendedor e às
entidades financiadoras nacionais e internacionais. Os relatórios de supervisão devem ser, no
mínimo, mensais.

354
PREFEITURA BH
PROGRAMA BH VILAS URBANIZADAS

11.1.2 COMUNICAÇÃO SOCIAL

11.1.2.1 Objetivo Geral


Favorecer a implementação dos projetos e ações previstos no Programa BH Vilas Urbanizadas
a partir do envolvimento da sociedade local.

11.1.2.2 Objetivos Específicos


• Divulgar junto à imprensa informações básicas sobre o Programa BH Vilas Urbanizadas -
em que consiste, objetivos e benefícios, etc;
• Estabelecer princípios, estratégias e prioridades para mobilização social e divulgação do
Programa BH Vilas Urbanizadas junto à população;
• Demonstrar a importância da realização das intervenções para a população de Belo
Horizonte de modo geral e, mais especificamente, para a comunidade diretamente afetada
pelas obras;
• Contribuir para a visão articulada das intervenções, por parte da comunidade afetada;
• Desenvolver campanhas relativas a questões ambientais, a partir de visitas e outras
atividades desenvolvidas junto às comunidades-alvo;
• Criar e manter uma imagem favorável do Programa, dando visibilidade aos papéis e
responsabilidades assumidos pela Prefeitura, enquanto mutuária junto ao Banco Mundial,
pela SCOMURBE, como organismo coordenador e pelos organismos municipais tidos como
Unidades Técnicas do Programa, e ressaltar a importância da ação integrada desses
organismos e da parceria com as comunidades abrangidas;
• Divulgar e manter diálogo com as comunidades afetadas sobre os transtornos que serão
causados pelas obras, tendo em vista motivar a colaboração dos envolvidos e incentivá-los
para a busca de soluções corretivas ou mitigadoras de impactos;
• Sensibilizar a população atendida quanto à necessidade de preservação das intervenções
estruturais, ambientais e sociais, bem como estimular uma nova percepção e apropriação
do espaço coletivo;
• Divulgar periodicamente os resultados obtidos pelo projeto, como forma de obter o
reconhecimento da comunidade e assegurar a transparência das ações governamentais.

11.1.2.3 Público Alvo


• População situada nas áreas atingidas pelo Programa, que pode ser dividida em dois
segmentos: população diretamente atingida e população situada no entorno das
intervenções do Programa BH Vilas Urbanizadas.
• População da cidade dividida em segmentos: População em geral; Público interno da
Prefeitura; Comunidade Técnica e Acadêmica.

11.1.2.4 Metodologia
A metodologia propõe que a Comunicação Social esteja diretamente associada à Mobilização
Social e fundamenta-se numa intervenção ativa e participativa, cuja finalidade reside na
organização das ações em um processo orgânico de transformação da realidade das
comunidades nas quais se pretende atuar.

As informações devem atingir os moradores de forma apropriada ao seu perfil sócio-


econômico-cultural e garantir a possibilidade de escolha do cidadão, em participar ativamente
do processo de execução das intervenções e da gestão de suas conquistas.

355
PREFEITURA BH
PROGRAMA BH VILAS URBANIZADAS

A Comunicação Social deverá atuar como um agente facilitador e conciliador das atividades do
Programa, na área física, e, portanto, deve produzir um elo que agregue as suas ações, para
que ele seja, na sua totalidade, apreendido, vivenciado e apropriado pelos cidadãos e que,
após concluído, seja capaz de garantir a qualidade do uso dos espaços modificados e
requalificados.

11.1.2.5 Atividades
As ações do Plano de Comunicação serão organizadas em três módulos, que devem ser
desenvolvidos de forma integrada para o alcance dos objetivos propostos.

• Módulo I – Marketing Institucional


Envolve a realização de atividades referentes à divulgação do Programa junto aos veículos
de comunicação (rádio, televisão, revistas e jornais) da cidade. A divulgação do Programa
deverá se estender pelo período de execução – 5 anos, inicialmente no sentido de
lançamento do mesmo; em seqüência com notícias sobre o andamento das intervenções e
etapas concluídas e sobre os resultados já alcançados, a opinião dos beneficiados e a
melhoria da qualidade de vida conquistada. A comunicação com a população deve ser
continuada.

• Módulo II – Comunicação sobre a Realização das Obras


a. Comunicação direta junto às comunidades-alvo
- Veiculação de informações sobre o início e sobre o andamento das intervenções físicas
previstas, por meio do site da PMBH, de releases enviados à imprensa, de folhetos
distribuídos nos locais diretamente afetados, de outdoors, etc; deverá veicular, com
antecedência mínima de cinco dias úteis, os transtornos a serem causados pelas obras,
afetando diretamente o cotidiano das comunidades-alvo;
- Visitas às comunidades-alvo, organizadas por bairros ou regiões, para esclarecimentos
sobre o Programa BH Vilas Urbanizadas e sobre os seus benefícios, ressaltando que os
transtornos (desvios de tráfego, aumento dos níveis de poeira, cortes eventuais no
abastecimento de água e luz, etc) causados durante a execução das obras serão
compensados por significativa melhoria da qualidade de vida na região e para toda a -
cidade;
- Distribuição de informativos, em linguagem direta e diagramação leve, adequada ao
público a que se destina, sobre as intervenções a serem realizadas, destacando os
benefícios que delas advirão; os conteúdos, ainda que não aprofundados, visam
esclarecer dúvidas mais freqüentes.

b. Divulgação junto às entidades envolvidas


Contatos pessoais e por meio de correspondências com as Organizações Não-
Governamentais, Associações de Moradores dos bairros e outras Entidades Comunitárias
existentes nas áreas de intervenção para obter o seu apoio na divulgação de informações
para facilitar a compreensão do Programa BH Vilas Urbanizadas e para divulgar, com
antecedência, os transtornos que serão causados pelas intervenções na área.

• Módulo III – Divulgação Específica de Resultados


As informações sobre a evolução física e sobre a execução financeira do Programa, bem
como a divulgação dos indicadores de qualidade fixados para o seu monitoramento e
avaliação, serão veiculadas para a imprensa, comunidades-alvo, população em geral,
funcionários da PMBH e outros públicos interessados, como forma de ressaltar,
periodicamente, os benefícios auferidos.

356
PREFEITURA BH
PROGRAMA BH VILAS URBANIZADAS

11.1.2.6 Resultados esperados

• Comunidades alvo e população em geral envolvidas e cônscias da importância do


Programa, dos benefícios dele advindos e da necessidade de sua mobilização, visando a
sustentabilidade dos investimentos realizados;
• Comunidades alvo e população em geral informada, de forma transparente, sobre o
investimento de recursos públicos no Programa;
• Transtornos causados pelas intervenções físicas do Programa, minimizados a partir da
prévia informação e da preparação das comunidades afetadas para a busca de medidas
paliativas para a sua superação.

11.1.2.7 Cronograma

O Programa de Comunicação Social deverá ser implementado durante todo o período de


implantação do Programa BH Vilas Urbanizadas:
• O módulo de marketing institucional deverá ser mais intenso no mês anterior ao início das
obras e será mantido em um nível mínimo durante os 5 anos do Programa.
• O módulo de comunicação sobre a realização das obras deverá ser executado durante
todo o Programa, de acordo com a evolução das obras.
• O módulo de divulgação dos resultados será executado durante todo o Programa até um
mês após o encerramento das obras;

11.1.2.8 Orçamento

Estão reservados, no âmbito do Programa BH Vilas Urbanizadas, recursos financeiros da


ordem de R$700.000,00 para fazer face aos custos de implantação do Plano de Comunicação
Social.

11.1.2.9 Responsabilidade Institucional

A execução do Plano de Comunicação Social deverá ser realizada pela Assessoria de


Comunicação Social do Município, em articulação permanente com a SCOMURBE.

357
PREFEITURA BH
PROGRAMA BH VILAS URBANIZADAS

11.1.3 EDUCAÇÃO AMBIENTAL

11.1.3.1 Introdução

O Programa de Educação Ambiental consiste num sistema integrado de proposições, ações e


metodologias, assentado em dois pilares:

• O primeiro, denominado Educação Ambiental Extensiva, encontra-se relacionado à


transmissão de valores, conceitos e informações ambientais visando à inserção do meio
hídrico preservado, das áreas verdes e de preservação ambiental e da infra-estrutura
sanitária e de drenagem no conjunto de questões pensadas, assumidas e dotadas de
relevância para a população municipal. A Educação Ambiental Extensiva está voltada
para a população em geral. A veiculação das mensagens ambientais será efetivada através
dos meios de comunicação de massa, buscando-se expor e justificar, para toda a
população da cidade, a relevância da preservação das áreas verdes e do meio hídrico
municipal. E nada melhor do que colocar uma questão num contexto onde a abertura para
a recepção de mensagens é a tônica da situação.
• O segundo, denominado Educação Ambiental Local, voltado para a população do entorno
das intervenções, consiste em subordinar e transformar a preocupação sanitária e
ambiental em prática, tendo como eixo central a realidade vivida e experimentada na
dimensão do dia-a-dia. Neste segundo pilar, a questão do saneamento básico, da
preservação das áreas verdes e do meio hídrico é segmentada em dois pontos básicos: o
da transformação do valor/saber em prática concreta e o da convocação à atuação prática
num lugar privilegiado e redutível às experiências dos cidadãos – o lugar vivido.

Encontra-se, também, programado o Monitoramento Sócio-Ambiental voltado para a


mensuração quali-quantitativa da percepção social do significado do Programa BH Vilas
Urbanizadas ao longo do tempo e para o acompanhamento sistemático dos valores, conceitos,
avaliações e práticas da coletividade, e suas respectivas mudanças em função das ações de
educação ambiental.

A Figura a seguir mostra a correlação dessas ações, assim como os respectivos públicos-alvo
e instrumentos previstos em cada uma das metodologias adotadas.

11.1.3.2 Educação Ambiental Extensiva

11.1.3.2.1 Objetivo geral


Promover a preservação dos recursos ambientais do município, especialmente das áreas de
preservação ambiental (unidades de conservação, áreas verdes, parques, etc.) e dos recursos
hídricos além de divulgar as boas práticas sanitárias, como valores que façam parte e orientem
as ações dos cidadãos de todo o território municipal.

11.1.3.2.2 Público-alvo
O público a ser abrangido pela educação ambiental extensiva divide-se em dois segmentos, a
saber:
• População municipal em geral;
• Público escolar do ensino infantil, fundamental e médio de escolas públicas e privadas
instaladas no município.

358
PREFEITURA BH
PROGRAMA BH VILAS URBANIZADAS

11.1.3.3 Educação Ambiental Local

11.1.3.3.1 Objetivo geral


Promover a sensibilização ambiental das comunidades localizadas no entorno das
intervenções do Programa BH Vilas Urbanizadas, orientar a população no uso correto dos
recursos ambientais e da infra-estrutura implantada, assim como a sua capacitação para ao
desenvolvimento de ações ambientais próprias, autônomas e contínuas.

11.1.3.3.2 Público-alvo
O público alvo da educação ambiental local encontra-se segmentado em dois grupos, a saber:
• Comissões locais a serem compostas por representantes de escolas, associações de
bairro, conselhos regionais populares, organizações ambientais, grupos empresariais,
lideranças e outros;
• Comunidades do entorno imediato das intervenções do Programa;

11.1.3.4 Monitoramento Sócio-ambiental


11.1.3.4.1 Objetivo geral
Acompanhar, continuadamente, a recepção e adesão das comunidades e grupos em relação
aos valores, conceitos, informações e práticas democratizados pelo processo de educação
ambiental e as avaliações em relação às intervenções do Programa BH Vilas Urbanizadas.

11.1.3.4.2 Público-alvo
Todos os segmentos e grupos envolvidos pelo presente Programa de Educação Ambiental, ou
seja:
• População municipal em geral;
• Público escolar;
• Comissões Locais das Regionais;
• Comunidades das regionais focalizadas pelo Programa BH Vilas Urbanizadas;
• Comunidades do entorno imediato das intervenções.

11.1.3.5 Estimativa de Custos


A estimativa de gastos com esse programa está na ordem de R$ 900.000,00.

11.1.3.6 Cronograma
A execução deste sub-programa deverá ser realizada durante toda implementação do
Programa BH Vilas Urbanizadas. Prevê-se, inicialmente o detalhamento da concepção do
Programa e a contratação de empresa de consultoria especializada.

11.1.3.7 Responsável Institucional


A coordenação do sub-programa será da Secretaria de Meio Ambiente e Saneamento Urbano.
Prevê-se a instituição de um Comitê Gestor, constituído por representantes da:
• UGP/ Programa BH Vilas Urbanizadas;
• Própria Secretaria (áreas de educação ambiental, saneamento urbano, limpeza urbana e de
áreas verdes);

359
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PROGRAMA BH VILAS URBANIZADAS

• Assessoria de Comunicação Social;


• Secretaria de Educação.

360
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PROGRAMA BH VILAS URBANIZADAS

PROGRAMA BH VILAS URBANIZADAS / SUB-PROGRAMA DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL


GRUPO GESTOR

EDUCAÇÃO AMBIENTAL EDUCAÇÃO AMBIENTAL LOCAL

Infantil

População Público Comissões Locais das Comunidades do entorno


Fundamental
em geral Escolar Regionais imediato das intervenções

Médio

Mensagens Cartilhas do
educativas: aluno (A1, A2 e Vídeos Cartilha tipo B
TVs A3) e do Cartilha tipo B Mapa da bacia
Rádios professor (A4) Capacitação de lideranças Visita pedagógica
Revistas Vídeos Elaboração de diagnóstico por porta a porta (mutirão)
Jornais Bótons e Regional
Ônibus panfletos Trabalhos de mobilização e
Concurso sensibilização
municipal de
redação

Incentivos à elaboração e Eventos Ambientais


execução de projetos

MONITORAMENTO SÓCIO-AMBIENTAL
Acompanhamento dos resultados do Programa de Educação Ambiental
LEGENDA:

Ações Pesquisas qualitativas e quantitativas


Públicos-alvo
Instrumentos AVALIAÇÃO E ADAPTAÇÃO DO PROGRAMA

361
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11.1.4 ELIMINAÇÃO DE LIGAÇÕES CRUZADAS

11.1.4.1.1 Objetivos
O Sub-programa de Eliminação de Ligações Cruzadas pretende alcançar os seguintes
objetivos:

• Evitar que continuem chegando aos cursos d’água esgotos domésticos após ter sido
concluído o sistema de coleta e de transporte de esgotos até aos interceptores e ETEs.
• Evitar que o sistema de esgotamento sanitário (redes, interceptores e ETEs) tenha seu
funcionamento prejudicado pela sobrecarga de águas pluviais nele indevidamente
introduzidas.

11.1.4.1.2 Atividades
• Cadastramento de todas as redes coletoras e interceptores;
• Pesquisa e eliminação das ligações cruzadas (esgoto ligado em rede pluvial e água pluvial
ligada em rede de esgoto) nas redes dos sistemas públicos;
• Pesquisa e eliminação de ligações cruzadas nas ligações domiciliares;
• Pesquisa e eliminação de lançamentos clandestinos de esgotos em cursos d’água,
talvegues e terrenos vagos;
• Pesquisa e conserto de redes rompidas;
• Interligação de segmentos de redes interrompidos

11.1.4.1.3 Resultados Esperados


Com a implantação do Sub-programa espera-se melhorar o desempenho do sistema de
esgotamento sanitário e a eliminação de esgotos urbanos nos cursos d’água da área do
Programa BH Vilas Urbanizadas.

11.1.4.1.4 Programação de Trabalho


O Sub-programa será desenvolvido e custeado exclusivamente pela COPASA. Os custos do
Sub-programa não estão, por conseguinte, incluídos no Programa BH Vilas Urbanizadas.

As atividades deverão ser desenvolvidas por bacia de esgotamento e a sua programação deve
ser estabelecida pela COPASA, dentro dos seguintes limites:
• Data limite para início: coincidente com o início das obras dos interceptores das respectivas
sub-bacias do Programa;
• Data limite para término: 6 meses após a conclusão das obras dos interceptores.

362
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11.1.5 MONITORAMENTO HIDROLÓGICO E DE QUALIDADE DE ÁGUA

O monitoramento hidrológico é um instrumento de aperfeiçoamento do sistema de gestão de


recursos hídricos, especialmente de drenagem urbana, do Município. As informações obtidas
com a sua aplicação permitem avaliar o comportamento do sistema de drenagem urbana,
melhorar a consistência dos estudos hidrológicos, a utilização de modelos de simulação
hidrológica mais confiáveis e a implementação de medidas preventivas e corretivas de
problemas de drenagem urbana. Por sua vez, o monitoramento de qualidade de água é
importante para subsidiar a avaliação dos impactos do Projeto na qualidade dos recursos
hídricos das bacias objeto das intervenções.

Ocorre, no entanto que o Município está implementando, com financiamento do Banco


Interamericano de Desenvolvimento –BID, o “Projeto de Recuperação Ambiental de Belo
Horizonte – DRENURBS, que já inclui ações suficientes para suprir as necessidades de
monitoramento do Projeto Programa BH Vilas Urbanizadas, são elas: Monitoramento
Hidrológico, Monitoramento de Qualidade de Água, Modelagem Matemática do Sistema de
Drenagem, Expansão do SIG para os Sistemas de Drenagem e Gestão Ambiental,
Implantação do Modelo de Gestão de Drenagem.

Recomenda-se, portanto, que a ações do Programa neste campo se limitem ao


acompanhamento dos trabalhos e dos resultados dos monitoramentos do DRENURBS, como
referência para a análise dos seus impactos

363
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11.1.6 PLANO DE MONITORAMENTO GEOLÓGICO/GEOTÉCNICO

Tendo em vista as condições geológicas-geotécnicas da área do Taquaril, onde predominam


filitos com direções preferenciais de cisalhamento e fragilidades estruturais (expansão) na
presença de água e mediante desconfinamento, a área das intervenções deverá ter um
monitoramento não só durante a fase de implementação do programa, para impedir a
potencialização das situações de risco, mas também um monitoramento periódico e regular em
toda o conjunto, com diferentes procedimentos em períodos de seca e de chuva. O Programa
BH Vilas Urbanizadas deverá contar com um programa de monitoramento para avaliação das
alterações geológicas-geotécnicas ocorridas em função da execução da obras e apoiar o
município no desenvolvimento de um Programa de Monitoramento Anual. O primeiro programa
deverá ser iniciado com a realização de pesquisas de campo (sondagens), ensaios de
caracterização de material (tanto de solo como de rocha) e análises de estabilidade (tanto dos
taludes naturais como os executados), para prever eventuais riscos antes do início das obras.
Deverá ser complementado durante a implantação das obras com ações de inspeção visual e
fotográfica periódica e com equipamentos que possam medir, pelo menos, recalques
(medidores de recalque) e poropressões (pressão da água).

Esta tarefa estará a cargo da URBEL que será fortalecida pelo atual Programa, por meio de
implantação de geoprocessamento e capacitação técnica para fiscalização e monitoramento
das ZEIS e áreas de risco.

O plano deverá ser implantado desde o início das intervenções e será executado durante todo
o período de implantação do Programa. Seu custo é estimado em R$ 400.000,00.

364
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11.1.7 PLANO DE DESAPROPRIAÇÃO E REASSENTAMENTO INVOLUNTÁRIO -


PDRI - VILA SÃO JOSÉ

O Programa de Desapropriação e Reassentamento Involuntário da Vila São José, caracteriza a


comunidade envolvida, apresenta as diretrizes e as alternativas de reassentamento, a proposta
de monitoramento e avaliação bem como a estrutura de responsabilidade institucional do PDRI,
os custos e as fontes necessárias para implementação do Projeto.

No caso específico do componente “Integração da Vila São José”, o alcance desse objetivo
geral possibilitará atingir outros propósitos:
- remoção e reassentamento de famílias ocupantes de áreas com interferência direta no
Programa;
- melhorar a qualidade de vida dos moradores que serão reassentados em razão das
intervenções do projeto, sobretudo proporcionando a esse contingente populacional
condições sanitárias e de habitabilidade mais adequadas às suas necessidades;
- reduzir a incidência de doenças de veiculação hídrica e os focos de propagação de
moléstias transmissíveis por insetos e roedores;
- melhorar as condições operacionais de transposição do Anel Rodoviário, dotando a região
de mais uma alternativa de acesso para o tráfego;
- assegurar a criação da acessibilidade a todas as áreas do município e consolidar o corredor
da Avenida Pedro II como estruturante da Bacia da Pampulha;
- proporcionar à população destes assentamentos alternativas para desenvolvimento de
atividades de lazer e recreação fazendo sua inserção na cidade forma.

Caraterização sócio-econômica das famílias da Vila São José


Os dados apresentados aqui constam no anexo – Plano Básico de Desapropriação e
Reassentamento Involuntariado onde aponta que a vila São José possuía em 1998, de acordo
com o levantamento censitário realizado pelo IPEAD, uma população de 8.567 pessoas
distribuídas em 2.348 núcleos familiares e 2.258 edificações, sendo 100 comerciais. A remoção
total da vila São José, por sua vez, implica no reassentamento de todas as famílias moradoras
deste assentamento, que apresenta péssimas condições sanitárias, de moradia e com graves
situações de risco.

Os imóveis da vila são na grande maioria (94,1%) de caráter exclusivamente residencial.


Quanto a renda familiar, constata-se que, das famílias em que este dado foi informado,
aproximadamente 37,4% recebem, no máximo, 1 salário mínimo, sendo que 155 destas
famílias possuem rendimento de até meio salário mínimo, conforme mostrado no anexo do
PDRI.

Organização comunitária
Conforme mencionado, o município de Belo Horizonte conta, com uma estrutura de
participação social expressa pelas inúmeras entidades que atuam no município, quer em seus
inúmeros conselhos quer através das sociedades/associações constituídas no âmbito das
regiões urbanas em que se encontra subdividida a ação municipal.

Foram, também, apuradas na já citada pesquisa informações sobre a organização comunitária


dos moradores, sendo o nível de participação relativamente baixo: Apenas 18,7% dos
entrevistados se identificam como participantes de alguma organização social (associação de

365
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moradores, igrejas, etc) da comunidade da Vila. Sendo destacada a participação em atividades


religiosas a mais relevante. Pouco mais de 7% dos entrevistados ressaltaram a participação em
conselhos, colegiados ou na associação comunitária.

Dentro dos limites da vila São José, não existem equipamentos sociais utilizados pelos
moradores. Os serviços públicos de saúde, educação e assistência social que atendem esta
comunidade estão nos bairros de seu entorno, com pode ser observada na figura 4 do anexo
PDRI.

Áreas destinadas para o reassentamento


As áreas selecionados para reassentamento das famílias da vila São José são seis quarteirões
próximos à Avenida Pedro II: Quadras nº 48, 51,113,114,115 e 116. As áreas já encontram-se
parceladas regularmente e dotadas de infra-estrutura (redes de água, luz, telefonia, drenagem
superficial e subterrânea e pavimentação asfáltica).11

As áreas em questão foram enquadradas como de Utilidade Pública para fins de


desapropriação de interesse social, em decreto sancionado pelo Prefeito Municipal de Belo
Horizonte.

Entretanto, ao se tratar de ação que afeta diretamente famílias específicas não resta dúvida
que a condução do processo participativo a partir das entidades representativas
municipais/regionais não se faz suficiente. Neste caso, a necessidade de envolver a população
diretamente afetada no processo de reassentamento.

Ações sociais desenvolvidas na primeira etapa do Projeto Pedro II


Fase 1: Abordagem Inicial
• Sensibilização da população;
• Atualização dos dados da Pesquisa do IPEAD;
• Identificação e sensibilização das lideranças da área;
• Apresentação e discussão do Projeto;
• Formação de grupos representativos para acompanhamento das obras e do processo
de reassentamento;
• Formação de Grupo de Referência com lideranças da Vila e lideranças do entorno.12

Fase 2: Remoção
• Formação de Grupos por opção de reassentamento ("Grupo PROAS" e "Grupo do
apartamento");
• Promoção de reuniões com as comissões de acompanhamento da remoção, visando ao
repasse de informações sobre as etapas dos trabalhos e a preparação para a mudança;
• Promoção de discussões sobre normas de uso e ocupação das áreas comuns,
constituição de condomínio e elaboração de regimentos internos;
• Visita a outros conjuntos construídos pela Política Municipal de Habitação, como o
Conjunto Habitacional Itatiaia Serrano, construído em regime de mutirão autogestionário
e os conjuntos habitacionais na Vila Senhor dos Passos;
• Promoção da mudança das famílias.

11
Projeto Pedro II – Remoção e Reassentamento da Vila São José – PBH/URBEL, 1999
12
A Lei de Parcelamento, Uso e Ocupação do Solo – 7.166/96 no Capítulo VI – Do Grupo de Referência
das ZEIS 1 e ZEIS 3 incentiva a criação de Grupo de Referência para acompanhar as ações públicas.

366
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Fase 3: Assentamento Definitivo


• Acompanhamento social às famílias no novo espaço de moradia.

Articulação do trabalho social com o entorno/ comunidade anfitriã


Conforme apresentado no já referido anexo, quanto à comunidade vizinha/anfitriã, verificou-se,
pelas visitas a campo e entrevistas com técnicos da equipe social, que não foram registrados
atos de rejeição da população do bairro São José e do entorno ao reassentamento das famílias
da Primeira Etapa do Projeto Pedro II. Pode-se avaliar, portanto, que o trabalho desenvolvido
pela referida equipe na mobilização das lideranças do entorno e formação do Grupo de
Referência foi positivo, haja visto, a participação de moradores do Conjunto Manacás na missa
realizada na chácara, conhecida como casa amarela onde a equipe social atendia os
moradores( vide registro fotográfico) .

Alternativas de reassentamento
Encaminhamento para efetivar o reassentamento independente: indenização de
benfeitorias, com as etapas: Montagem do processo, avaliação do imóvel,negociação e
fechamento do processo.
Encaminhamento via PROAS que compreende: repasse de informações e organização da
população, avaliação do imóvel, identificação e escolha do imóvel para compra e
acompanhamento da mudança.

Construção de unidades habitacionais, com: seleção da área (já realizada);organização da


população;elaboração de projetos;aprovação dos projetos;obras;acompanhamento social das
famílias e preparação para a mudança.

Alternativas de Reassentamento: distribuição preliminar

Reassentamento Reassentamento Assistido Total de famílias


Independente

Indenização PROAS Apto. 2.050

736 1.314

Conforme já relatado o Plano Básico de Desapropriação e Reassentamento Involuntário - PDRI


Vila São José está na íntegra em documento anexo.

367
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11.1.8 POLÍTICA MUNICIPAL DE REASSENTAMENTO DO TAQUARIL

Não obstante os benefícios que as intervenções possam trazer para as populações residentes
no conjunto Taquaril, e seu entorno, devem-se reconhecer os possíveis efeitos negativos
inerentes aos remanejamentos populacionais involuntários: (i) perda de laços de vizinhança e
parentesco, de redes de apoio e solidariedade; (ii) aumento de despesas anteriormente não
existentes (transporte, impostos e taxas, por exemplo); (iii) diminuição de oportunidades de
trabalho e renda pela mudança do local de moradia, por exemplo.

Para que sejam evitadas e mitigadas as situações mencionadas, é necessário o planejamento


de um conjunto de ações que garantam condições, na medida do possível, para a reconstrução
do habitat com a melhoria da qualidade de vida da população reassentada.

A Política de Reassentamento para o Conjunto Taquaril é deverá adotar os princípios


estabelecidos no documento de Política OD 4.30 “Assentamento Involuntário”, de junho de
1990, e da Política Municipal de Habitação, considerando as seguintes diretrizes básicas:
Evitar ou minimizar o reassentamento involuntário de populações;
Executar o Plano de Reassentamento Involuntário como programa de desenvolvimento,
nos quais as pessoas reassentadas recebam recursos suficientes de investimento e
oportunidades para compartilhar dos benefícios do projeto. As pessoas deslocadas
devem ser: (i) compensadas pelo total do custo de substituição das suas perdas antes
da mudança acontecer; (ii) ajudadas nos seus esforços de melhorar os seus antigos
padrões de vida, capacidade de gerar renda e níveis de produção, ou pelo menos
restaurá-las;
Planejar as ações de reassentamento a fim de possibilitar a integração social e
econômica às comunidades anfitriãs, através de informações e consultas aos futuros
anfitriões;
Realizar os reassentamentos, preferencialmente na própria região e entorno,
Assegurar a participação das comunidades afetadas em todas as etapas previstas no
Plano, através de mecanismos adequados de consulta e participação das decisões;
Promover o reassentamento como uma oportunidade para o desenvolvimento das
comunidades e principalmente das famílias afetadas;
Considerar os sistemas de propriedades informais existentes em áreas de baixa renda,
buscando formas de compensação eqüitativas e justas.
Evitar as compensações em dinheiro, sempre que seja possível, dando preferência a
outras alternativas.
Diretrizes Metodológicas
Considerando os princípios paradigmáticos que alimentam toda discussão contemporânea
sobre as políticas e programas de reassentamento de populações - especialmente, dos grupos
socialmente vulneráveis - a Política de Reassentamento para o Taquaril não se restringirá
apenas à transferência da população e promoção de novas unidades habitacionais, devendo
proporcionar e impulsionar mudanças tanto nos padrões de habitabilidade das populações,
tanto no que diz respeito à unidade habitacional como também, e significativamente, no que se
refere a habitabilidade urbana.

Para garantir o atendimento de tais diretrizes, a implantação da Política de Reassentamento


Taquaril deverá ser conduzida de forma a alimentar um sistemático processo de monitoramento
e avaliação, a fim de atuar na retroalimentação da condução do processo.

368
PREFEITURA BH
PROGRAMA BH VILAS URBANIZADAS

Adicionalmente e de acordo com as orientações do agente financiador, após a implantação do


programa deverá ser realizada uma avaliação dos impactos resultantes da implantação da
Política de Reassentamento, tendo como objetivo identificar a eficácia de suas ações em
relação aos objetivos gerais do programa.
Alternativas de Reassentamento
Considerando-se a diversidade de situações apresentadas pelo conjunto de população a ser
submetida a processo de reassentamento involuntário, devido à implementação do PROJETO
BH VILAS URBANIZADAS e em consonância com os objetivos e diretrizes da Política de
Reassentamento para o Taquaril, assim como com os princípios da Política Municipal de
Habitação da PBH, apresenta-se a seguir, o detalhamento das alternativas de reassentamento.

Reassentamento Reassentamento Total de


Independente Assistido Famílias

Indenização PROAS Apto. 1.167

59 1.108

Descrição das Fases


Fase I – MONTAGEM DO SISTEMA DE GERENCIAMENTO DA EXECUÇÃO
Envolve a criação da estrutura básica que deverá conduzir os trabalhos de implantação do
Plano ora proposto. Caberá a URBEL, em consonância com a UCP, a responsabilidade de
implantação das ações aqui propostas devendo a mesma definir um grupo executivo para o
projeto em tela.

Dentre as inúmeras atividades a serem desenvolvidas, nesta primeira fase dos trabalhos,
destacam-se:
• Criação do Grupo Executivo
• Montagem de TR para contratação dos serviços quando terceirizados
• Montagem de sistema de acompanhamento
• Mobilização dos recursos internos.

Fase II - CONGELAMENTO DAS ÁREAS, DELIMITAÇÃO DO PÚBLICO ALVO E


MONTAGEM DE GRUPOS DE INTERESSE
Esta fase constitui o início da implantação do Plano de Reassentamento “stricto sensu”. Trata-
se aqui, do desenvolvimento das atividades que informarão o projeto executivo para o
reassentamento da população, explicitando-se as alternativas concebidas visando o
estabelecimento de compromissos entre as diversas partes envolvidas com a efetivação do
Plano proposto.

As discussões realizadas, inicialmente, que se limitaram a apresentar o escopo geral do


Programa, suas ações e intervenções, deverão agora ser aprofundadas no sentido de levar a
população a ser reassentada, a refletir e optar por uma determinada forma de tratamento e se
organizar no sentido de fazer presente seus interesses em tais encaminhamentos.

369
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PROGRAMA BH VILAS URBANIZADAS

Essa fase se inicia com uma ampla divulgação do Projeto e de sua respectiva Política de
Reassentamento, que deverá anteceder o processo de selagem das casas e posterior
cadastramento.

A atividade de selagem e cadastramento socioeconômico envolvem as seguintes ações:

Preparação do material para a identificação e selagem dos domicílios, tais como plantas, selos
e planilhas de selagem;
Visita aos locais de cadastramento para definições técnicas sobre o processo de
identificação dos domicílios;
Identificação dos domicílios e do nº de famílias por domicílio – selagem dos domicílios;
Elaboração do formulário padrão de cadastro;
Aprovação do formulário padrão de cadastro e preparação do material de campo;
Treinamento da equipe de cadastradores;
Aplicação de cadastro;
Criação da máscara do banco de dados;
Revisão e codificação dos cadastros;
Digitação dos cadastros;
Conferência da consistência do banco de dados;
Processamento do banco de dados.
Paralelamente ao cadastro socioeconômico, deverá ser realizado o cadastro físico dos imóveis
para efeito de avaliação das benfeitorias. Tais atividades deverão consubstanciar o projeto de
indenização que alimentará o processo de escolha de alternativas de reassentamento. Deverá,
também, ser realizado o estudo de alternativa para reassentamento das unidades econômicas
existentes na área.

Conforme a metodologia adotada pela URBEL, o trabalho social de acompanhamento começa


depois que as famílias beneficiárias estejam cadastradas pela URBEL e quando há previsão de
início da obra. Desta forma, o cronograma dos trabalhos de mobilização deverá acompanhar o
cronograma de obras do Programa como um todo.

Atente-se que, ao se iniciar a ampla divulgação do Projeto faz-se extremamente necessário


que se implemente todas as formas de controle de novas ocupações. A selagem dos imóveis,
associada ao comprometimento da população com os propósitos e limites do programa,
constituem eficazes mecanismos neste sentido.

No bojo do amplo processo de discussão que deverá acompanhar todas as atividades a serem
desenvolvidas, durante essa fase, deverão ser identificados os grupos de interesse para cada
uma das alternativas de reassentamento propostas.

Para efetivação de todo este processo e, de acordo com metodologia adotada pela URBEL,
serão demandadas as seguintes ações:
Reunião inicial de contato com o grupo para apresentação do Programa e da Política de
Reassentamento; esclarecimentos sobre formação de um grupo de referência e suas
atribuições; e apresentação da proposta de acompanhamento do trabalho social.
Reuniões com os Grupos de Referência (e/ou Grupos e Interesse de Reassentamento)
constituídos, visando esclarecer e aprofundar os aspectos expostos na reunião geral;

370
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Reunião com detalhamento das alternativas visando a definição preliminar de


alternativas pelas famílias que compõem o público-alvo;
Primeira reunião com grupos de família constituídos em função da alternativa escolhida
para aprofundamento dos encaminhamentos a serem tomados no prosseguimento das
atividades. Neste momento deverá ser firmado com a população um cronograma
preliminar para a mudança.

Fase III – IMPLANTAÇÃO DO PROCESSO DE RELOCALIZAÇÃO


Uma vez definidos e organizados os diferentes grupos de interesse, trata-se agora de proceder
às ações substantivas que possibilitarão a liberação das áreas em questão. Cada uma das
alternativas previstas anteriormente serão implantadas mediante o cronograma de obras do
Projeto.

Nesta fase, inclui-se o detalhamento do projeto executivo do novo conjunto, que deverá ser
apresentado e discutido com as famílias que optaram por tal alternativa. Deverá, também, ser
efetuado o levantamento dos equipamentos urbanos da região onde os novos conjuntos vão
ser construídos, tais como: escolas, postos médicos, creches, associação de moradores e
outros que possam ser de utilidade da população. Inclui-se, também, nesta macro-atividade a
construção das novas unidades habitacionais.

Dever-se-á aprofundar um processo de orientação das famílias para a futura mudança,


incluindo as alternativas de transferência de escolas, educação ambiental e a
avaliação/implantação de possíveis programas de geração de renda. Neste sentido, durante o
período que antecede a mudança propriamente dita e maximizando o processo de mobilização
da população deverão ser implementados com a participação de outras esferas da
administração municipal – educação, saúde, meio ambiente entre outras – ou mesmo de
entidade não governamentais que atuam no município, cursos de capacitação da população
previamente identificados como substantivos para o fortalecimento dos laços internos dos
grupos, e que permitam orientar a inserção na nova realidade habitacional e urbana.

Para todas as situações de tratamento deverão ser constituídas comissões de


acompanhamento das obras/projetos de forma a manter o conjunto da população informada do
andamento de todo o processo, o que inequivocamente ampliará o comprometimento da
população com as ações do plano.

As famílias que optarem pela alternativa PROAS deverão neste momento apresentar a URBEL
as alternativas de imóveis para avaliação e negociação. Durante este período deverá, também,
ser concluído o processo de reassentamento independente, com a consecução das respectivas
indenizações.

Ainda neste momento, deverão ser identificadas e focalizadas as famílias e/ou pessoas que
devido às condições de composição famíliar (indivíduos sós), idade (idosos) ou mesmo
situação socioeconômica (sem renda) deverão ser objeto de atenção especial na implantação
do plano. Destaque-se que tal identificação tem como objetivo desenvolver mecanismo que
possibilitem a identificação de soluções adequadas de inserção social para os
indivíduos/grupos inseridos em tais situações.

Em resumo, considerando-se cada uma das alternativas postas pelo presente Plano, essa
Fase envolve as seguintes ações:

Encaminhamento para efetivar o reassentamento independente: indenização de


benfeitorias

371
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Montagem do processo
Avaliação do imóvel
Negociação
Fechamento do processo

Encaminhamento via PROAS


Repasse de informações e organização da população
Avaliação do imóvel
Identificação e escolha do imóvel para compra
Acompanhamento da mudança
Construção de unidades habitacionais
Seleção da área (já realizada)
Organização da população
Elaboração de projetos
Aprovação dos projetos
Obras
Acompanhamento social das famílias
Preparação para a mudança.

FASE IV –Mudança e liberação das áreas


Para aqueles que serão transferidos de local de moradia, especialmente quando se tratar da
alternativa de conjunto habitacional, o processo de mudança deverá será antecedido de
intensa atividade de preparação das famílias para o uso adequado e racional dos
equipamentos de infra-estrutura implantados - usos coletivos e individuais - bem como da
conservação das novas moradias.

Com o objetivo de promover a manutenção e conservação dos bens adquiridos - unidades


habitacionais e espaços comuns - municiando os moradores para manutenção de um ambiente
salubre, a fim de garantir a melhoria de sua qualidade de vida, deverá ser desenvolvido
trabalho de educação ambiental de forma a preparar a população para o novo habitat.
Deverão, portanto, ser introduzidas na discussão com os vários grupos de reassentados,
noções básicas de meio-ambiente envolvendo, dentre outras, questões relativas a coleta e
destinação do lixo; uso correto e conservação de equipamentos como canaletas de
escoamento de água, rede de esgoto e caixas de gordura; alteração irregular das unidades
habitacionais e em áreas comuns do conjunto que venham a comprometer, de alguma forma, o
que foi edificado e causar transtorno aos moradores.

Paralelamente, dever-se-á promover a discussão sobre a organização de uma associação


condominial que culminará com a constituição dos novos condomínios e respectivos
regulamentos.

A situação de mudança deverá ser acompanhada diretamente pela equipe responsável pela
implementação do Plano que deverá disseminar informações relativas as intercorrências que
poderão advir no decorrer da mesma tais como: controle de bens pessoais, cuidados no

372
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transporte dos bens, cuidados com os animais domésticos e acondicionamento de objetos que
façam parte do comércio local (papelão, ferro velho e outros) etc.

Conforme metodologia adotada pela URBEL, destaca-se, desde já, que antes da efetiva
mudança para as novas unidades habitacionais deverá ser realizado todo um processo de
preparação da população que envolve desde a distribuição das unidades habitacionais entre as
famílias beneficiárias até a vistoria do empreendimento, após conclusão da obra.

Paralelamente a todo o processo descrito anteriormente deverão ser detalhadas as estratégias


a serem adotadas para impedir a reocupação das unidades até sua completa demolição, assim
como para impedir o adensamento das áreas até a efetiva implantação de cada alternativa
proposta. Estas estratégias deverão ser produto de avaliação a ser realizada em conjunto com
moradores.

Para que se obtenha sucesso neste amplo processo de formação e informação, deverão ser
elaborados e distribuídos materiais educativos como: cartazes, folhetos, cartilhas, maquetes,
entre outros.

Fase V – MONITORAMENTO
A implantação da Política de Reassentamento e do PDRI será conduzida de forma a alimentar
um sistemático processo de monitoramento e avaliação que deverá atuar na retroalimentação
da condução do processo. O processo avaliativo permanente a ser implementado deverá ser
focado na avaliação dos seguintes aspectos: mudança de padrões de habitabilidade; inserção
social; e sustentabilidade do programa, tanto na perspectiva econômico-financeira, quanto na
implementação de práticas ambientalmente sustentáveis. O detalhamento do processo de
monitoramento e avaliação constante dessa fase deverá constituir uma das atividades a serem
desenvolvidas na FASE II de implantação do presente Plano.

Fase VI - AVALIAÇÃO
Nessa fase será realizada a avaliação dos impactos resultantes da Política de Reassentamento
e do PDRI, tendo como objetivo identificar a eficácia de suas ações em relação aos objetivos
gerais do Projeto. Essa avaliação que deverá ser realizada em um processo de pesquisa de
caráter longitudinal tem como objetivos específicos:
Avaliar as transformações ocorridas no contexto da qualidade de vida das populações
beneficiadas com o programa em tela, incluindo as dimensões sociais, econômicas e
ambientais;
Avaliar as alterações nos padrões de inserção social e urbana dos beneficiados tanto no
que concerne a integração nos recursos oferecidos pela cidade quanto aos processos
organizativos e de desenvolvimento da sociabilidade e construção da cidadania;
Avaliar os ganhos de sustentabilidade socioeconômica-ambiental em âmbito
local/municipal;
Avaliar a sustentabilidade econômica e financeira do Programa.
Na implementação desta ação deve-se ter bastante presente que avaliação de impactos
pós-ocupação implica identificação de um quadro complexo de conseqüências em cadeia
resultantes de um projeto implantado ou a ser implantado em uma determinada região ou
em um determinado território. Compreende necessariamente a identificação de:
Cenário preexistente;
Transformações verificadas em diferentes tempos.

373
PREFEITURA BH
PROGRAMA BH VILAS URBANIZADAS

Dessa forma, a avaliação a ser realizada deverá partir do diagnóstico da situação de cada
comunidade/família, a ser obtida quando da realização do cadastro socioeconômico,
independentemente do tipo de tratamento que lhes será conferido.

Constituem objeto de avaliação, tanto as famílias diretamente afetadas pelo programa, como o
conjunto do assentamento afetado e/ou conjunto habitacional para onde foram transferidas as
famílias reassentadas, fazendo-se possível desde já indicar, preliminarmente, as seguintes
dimensões de avaliação:
Condições de vida: saúde, educação, lazer, alimentação, saneamento ambiental,
trabalho e renda; capacitação para o trabalho, padrões de habitabilidade individual;
Incorporação de práticas sustentáveis: usos da água e respectivas fontes; instalações
sanitárias; relações com o rio;
Organização e Inserção social: relações societárias, práticas associativas e
cooperativas;
Condições urbanas: infra-estrutura urbana, ambiente construído, padrões de
habitabilidade local, acesso aos serviços urbanos.
Para cada uma das dimensões anteriormente assinaladas serão identificadas as variáveis
relevantes e adequadas a serem tomadas como elemento de avaliação e deverão ser
identificados os respectivos indicadores de avaliação, os quais deverão ser replicados em cada
um dos momentos de levantamento a ser realizado.

374
PREFEITURA BH
PROGRAMA BH VILAS URBANIZADAS

11.1.9 MANUAL AMBIENTAL DE CONSTRUÇÃO

A maioria dos impactos promovidos pela implantação da infra-estrutura no âmbito do Programa


BH Vilas Urbanizadas é inerente à fase de obras compreendendo, entre outros: (i) aumento
dos níveis de ruído e poeira e da emissão de gases de motores; (ii) interdição temporária de
vias, de calçadas e acessos a edificações;(iii) desvios de tráfego; (iv) circulação de pessoas
que não mantém relações de vizinhança com o local; (v) trânsito de veículos pesados; (vi)
danos a equipamentos públicos; (vii) tratamento e destino final de resíduos sólidos e líquidos,
etc.

Esses impactos podem ser manejados com critérios e métodos adequados de construção. A
Prefeitura incluirá nos editais de obras a obrigatoriedade de execução de diretrizes e
procedimentos construtivos ambientalmente adequados, constantes de manual ambiental de
construção, minorando sensivelmente os transtornos acima citados

O Manual Ambiental de Construção contempla diretrizes e procedimentos referentes aos


seguintes itens:

• Gerenciamento Ambiental – UGP


• Supervisão Ambiental de Obras
• Equipe Ambiental das Construtoras
• Requerimentos Ambientais para Contratação de Empresas
• Planejamento Ambiental de Obras
• Implantação e gerenciamento das Obras
− Canteiro de Obras
− Planos de Gerenciamento de Riscos e Ações de Emergência na Construção
− Educação ambiental dos trabalhadores e Código de conduta na Obra
− Saúde e segurança nas Obras
− Gerenciamento e disposição de resíduos
− Controle de ruído
− Controle de emissão de material particulado
− Pátio de equipamentos
− Interferências com infra-estrutura de serviços
− Controle de Trânsito
− Estradas de Serviços
• Atividades Construtivas
− Obras especiais
− Obras comuns
• Plano de Controle e Recuperação das Áreas de Empréstimo e Bota-foras

O Manual Ambiental foi baseado em manuais elaborados pelo Engº Alexandre Fortes para
projetos similares junto às prefeituras de Betim, Belo Horizonte e Juiz de Fora, em Minas
Gerais.

375
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PROGRAMA BH VILAS URBANIZADAS

11.1.10 PROGRAMA DE FORTALECIMENTO INSTITUCIONAL

A partir da caracterização e da análise do ambiente institucional do Programa BH Vilas


Urbanizadas, um conjunto harmônico de ações foi definido, tendo em vista o aumento da
capacidade legal, técnica e gerencial das organizações municipais envolvidas na execução do
Programa e na operação dos sistemas resultantes dos investimentos nele previstos.

Esse conjunto de ações se constitui no veículo (ação-meio) de incremento institucional para a


execução dos programas ambientais e sociais do Programa BH Vilas Urbanizadas. Assim, o
Plano de Fortalecimento Institucional deverá promover capacitação das organizações
diretamente encarregadas de prestar os serviços públicos relacionados com a gestão
ambiental, de infra-estrutura urbana e de saneamento. A Secretarias Municipais de Meio
Ambiente, URBEL, SUDECAP serão as organizações a serem prioritariamente consideradas.
Deverão ser implementadas ações de equipamento das organizações, treinamento de pessoal,
elaboração de manuais técnicos e operacionais.

Assim, o Plano de Fortalecimento Institucional, ora em fase de detalhamento, terá como foco
prioritário a gestão urbana por meio da URBEL, a gestão ambiental, por meio da Secretaria
Municipal de Meio Ambiente e Saneamento Urbano e a gestão da drenagem urbana por meio
da SUDECAP.

O Plano de fortalecimento se dará sob três pilares:


• Apoio à gestão integrada de projetos estruturantes da Prefeitura de Belo Horizonte, uma
vez que os mesmos, apesar de serem distintos e com intervenções bem definidas, algumas
vezes se sobrepõem e interagem entre si;
• Melhoria da capacidade de planejamento, monitoramento e fiscalização das ZEIS e áreas
de risco;
• Fortalecimento das políticas pós-morar e pós-regularizar

Atualmente, dada a carência de mecanismos de fiscalização nas áreas de risco e a urgência da


implementação de ações de controle urbano, a PBH vem adotando medidas nessa direção,
através da capacitação e consolidação dos NUDEC’s- Núcleos de Defesa Civil - que exercem
uma fiscalização preventiva e se apropriam do conhecimento das áreas que não são
consideradas edificantes, e CREAR – que, pelo trabalho sistemático e área de abrangência
definida, passam a coibir algumas ocupações. Tanto a Vila São José (CREAR Jardim Alvorada)
como o Taquaril possuem CREAR.O Programa BH Vilas Urbanizadas deverá potencializar as
ações destes centros, de maneira a otimizar a fiscalização das áreas de risco no conjunto
Taquaril e na vila São José.

No âmbito da política habitacional, quando se trabalha o processo de assentamento ou de


reassentamento de famílias de baixa renda através da produção de unidades habitacionais, é
de extrema importância incorporar a preocupação com a sustentabilidade física, social e
econômica dos empreendimentos, sob pena de comprometer seriamente o cumprimento de
seus objetivos. Tal preocupação implica na adoção de determinados procedimentos e critérios
desde os primeiros passos do processo de produção até o estágio que comumente é
denominado pós-morar, correspondente ao período que se inicia com a ocupação das
unidades habitacionais pelas famílias beneficiárias. As famílias têm que ser preparadas para
que consigam se organizar em condomínio e enfrentar com o mínimo de sucesso problemas
cotidianos referentes a conservação de prédios e espaços coletivos, convivência entre
vizinhos, pagamento de despesas comuns etc.

376
PREFEITURA BH
PROGRAMA BH VILAS URBANIZADAS

As intervenções de regularização fundiária somente serão sustentáveis se forem devidamente


acompanhadas e monitoradas pelo Poder Público. O fracasso de muitas intervenções no Brasil
deveu-se ao abandono das comunidades após a regularização fundiária. Para superar essa
prática, a política de Pós-Regularizar deve procurar antecipar os impactos urbanos e sociais
pós-regularização e estabelecer uma estratégia em relação a eles. Em função do fato de que
parte das estratégias e procedimentos para avançar o acesso aos serviços e à cidade como
um todo se faz notadamente pelo mercado, este último tende a ser afetado pelos programas de
regularização fundiária. A regularização pode retirar os lotes e unidades habitacionais do
mercado informal e inseri-los no mercado imobiliário formal. Se isso ocorrer sem maiores
proteções, a população do assentamento pode ser expulsa pela própria ação do mercado. E as
famílias desalojadas vão produzir irregularidade em outros sítios do território.

Portanto, são objetivos do Plano de Fortalecimento:

• Implantar uma unidade de coordenação e integração dos Programas Estruturantes da


Prefeitura Municipal de Belo Horizonte, para fazer frente ao contexto de iteração no
qual os programas se inserem, através da consolidação de práticas de planejamento
e gerência de projetos, buscando obter resultados alinhados com as demandas da
prefeitura e dos cidadãos;
• Implantação de Sistema de Informações Geográficas (SIG) para o monitoramento e
fiscalização das ZEIS e áreas de risco de Belo Horizonte;
• Capacitação técnica da equipe da URBEL;
• Potencialização das ações do CREAR- Centros de Referência em Área de Risco;
• Fortalecimento das políticas pós-morar e pós-regularizar
• Definir, junto à URBEL e SMMAs, a efetiva necessidade de apoio suplementar para
melhorar sua capacidade operacional e suprí-las, segundo possível e pertinente;
• Realizar estudos específicos do interesse da Prefeitura Municipal de Belo Horizonte
nas áreas temáticas compreendidas no Programa, incluídos estudo de impactos do
projeto na gestão dos sistemas de esgotamento sanitário e abastecimento de água
pela COPASA.

377
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PROGRAMA BH VILAS URBANIZADAS

12 MANUAL AMBIENTAL DE CONSTRUÇÕES


O Manual Ambiental de Construções objetiva apresentar as diretrizes ambientais gerais que as
empresas construtoras devem seguir no planejamento e execução das obras no âmbito do
Programa BH Vilas Urbanizadas.

12.1 REQUERIMENTOS AMBIENTAIS PARA CONTRATAÇÃO DE


EMPRESAS

O edital de licitação das obras deverá estabelecer os requisitos ambientais mínimos a serem
atendidos pelas empresas construtoras na fase de licitação das obras. Deve-se exigir das
empresas proponentes:

• Qualificação técnica ambiental, com base em experiência comprovada na execução de pelo


menos uma obra de esgotamento sanitário (coletores tronco e interceptores),
macrodrenagem (estabilização e recuperação de margens), microdrenagem,
desassoreamento dos cursos d’água, barragens de terra, estruturas hidráulicas e
urbanização/paisagismo com a consideração de aspectos ambientais construtivos. A
comprovação deve ser feita por meio de atestado do contratante e Certidão de Acervo
Técnico expedido pelo CREA, acompanhado(s) de declaração do órgão ambiental
licenciador de que as obras cumpriram os requisitos ambientais que constaram da Licença
de Instalação. A declaração do órgão ambiental pode ser substituída pela cópia da Licença
de Operação da obra objeto do atestado e CAT.
• Relação da equipe ambiental própria ou de empresa subcontratada, acompanhada de
declaração de que esta atuará sob total responsabilidade da empresa proponente.
• Orçamento onde constem explicitamente os preços unitários e globais propostos para as
atividades ligadas às questões ambientais, assim como pela atuação da equipe ambiental
na obra.

Os editais de licitação devem prever, também, exigência de aplicação e cumprimento do


Manual Ambiental de Construção e cláusulas de penalização financeira para o não-
cumprimento do PGA.

12.2 PLANEJAMENTO AMBIENTAL DE OBRAS

O Manual Ambiental de Construção é um conjunto de atividades que inclui desde aspectos


considerados nas diretrizes para localização e operação de canteiros aos aspectos relativos de
gerenciamento de resíduos, de saúde e segurança nas obras, passando pela articulação com
os demais programas ambientais como os Programas de Comunicação Social e de Educação
Ambiental.

No âmbito do MANUAL AMBIENTAL DE CONSTRUÇÃO, o planejamento ambiental deve ser


realizado logo ao início do contrato com a empresa construtora e atualizado permanentemente.
A empresa construtora deverá, 30 dias antes do início das obras, apresentar à supervisão
ambiental um detalhamento do Manual Ambiental de Construção, com base: (i) no projeto
executivo elaborado; (ii) nas diretrizes gerais constantes desse Manual Ambiental de
Construção; (iii) nos programas constantes nos estudos ambientais EIA/RIMA e RCA/PCA,
elaborado por intervenção; e (iv) nas licenças de instalação – LI emitidas pelo CODEMA e
FEAM. Este detalhamento deverá conter:

378
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PROGRAMA BH VILAS URBANIZADAS

• As medidas adotadas, ou a serem adotadas, para cumprimento das exigências e


condicionantes de execução de obras constantes na Licença de Instalação – LI;
• A definição dos locais para implantação de canteiros, áreas de bota-foras e de áreas de
empréstimo com as devidas licenças ambientais;
• O planejamento ambiental das obras a serem executadas, prevendo-se: (i) um plano global
para o lote contratado; e (ii) plano detalhado para os trechos previstos no período de 3
meses.

Nesses planos deverão constar:


• Os métodos de construção propostos para cada tipo de intervenção;
• O planejamento de sua execução;
• Os principais aspectos ambientais a serem considerados e as principais medidas
construtivas a serem adotadas
• As interferências previstas com redes de infra-estrutura e a articulação com as
concessionárias de serviços públicos com vistas à sua compatibilização / solução;
• A articulação com a BHTRANS, para as ações de desvio de tráfego e sinalização
adequada;
• A articulação com os programas ambientais de comunicação social e de educação
ambiental;
• A articulação com as ações do plano de indenização.
• O início das obras só será autorizado pela Coordenação de Gestão Ambiental da UGP,
após parecer favorável da Supervisão Ambiental, do Plano acima proposto.

A implantação do Manual Ambiental de Construção tem, também, como característica relevante


a análise prévia do dia-a-dia das obras. Nesse sentido, o planejamento ambiental deve ser
reavaliado semanalmente. A reunião semanal de planejamento ambiental deve ter como pauta,
em geral:
• Apresentação, pela construtora, do planejamento da construção para as duas semanas
seguintes, de forma global;
• Apresentação, pela construtora, dos serviços a serem executados na semana seguinte, de
forma detalhada;
• Discussão, entre o Coordenador de Gestão Ambiental da UGP, Responsáveis da
supervisora, sobre os aspectos ambientais relevantes relacionados ao planejamento da
construção, para as duas semanas seguintes;
• Discussão dos aspectos ambientais relevantes relacionados aos serviços a serem
executados na semana seguinte, de forma detalhada, com o estabelecimento de diretrizes
e recomendações a serem seguidas pela construtora e que serão alvo de controle, no
período, pela supervisora ambiental;
• Discussão das eventuais não-conformidades observadas na semana anterior, cobrança das
medidas tomadas para saná-las e eventual determinação de outras a serem tomadas;
• Outros assuntos relacionados, tais como a situação do licenciamento e fiscalização pelo
órgão ambiental, andamento de outros programas ambientais específicos, etc.

A realização dessa reunião semanal, que deve ser rápida e objetiva, possibilita não só planejar
adequadamente os trabalhos de implantação das obras, como verificar o cumprimento desse
planejamento, num horizonte de tempo que permita ao Gerenciamento Ambiental estar sempre
à frente das atividades da construção, podendo, dessa forma, atuar preventivamente na
conservação do meio ambiente.
Relatórios Ambientais durante a Construção

379
PREFEITURA BH
PROGRAMA BH VILAS URBANIZADAS

Durante a execução das obras, o acompanhamento dos aspectos ambientais deve ser
realizado por meio de uma série de relatórios periódicos. Esses relatórios, de periodicidade
mensal, devem contemplar, de um lado, as realizações quantitativas nos aspectos ambientais,
permitindo a medição e o pagamento correspondente à empresa construtora. Por outro lado,
devem apontar as medidas adotadas para cumprimento das demais exigências do
licenciamento, possibilitando o acompanhamento por parte do empreendedor e do órgão
licenciador.

Os relatórios para acompanhamento devem ter, sempre que possível, registros fotográficos da
evolução da obra e das medidas e programas ambientais, servindo, posteriormente, aos
programas educação ambiental e comunicação social.

12.3 PROBLEMAS TÍPICOS A SEREM TRATADOS NO MANUAL


AMBIENTAL DE CONSTRUÇÕES

As intervenções físicas do Programa BH Vilas Urbanizadas constituem-se em obras de:

TAQUARIL URBANIZADO
Requalificação e Revitalização Urbano Ambiental
Saneamento Ambiental
Infra-estrutura
Recuperação Ambiental e controle de riscos
Reestruturação do Sistema Habitacional
Construção e recuperação de moradias
Desenvolvimento Social
Criação de Centro “BH Cidadania”

INTEGRAÇÃO VILA SÃO JOSÉ


Requalificação e Revitalização Urbano Ambiental
Saneamento Ambiental
Infra-estrutura
Recuperação Ambiental

A execução dessas obras envolve uma seqüência de atividades no campo que, dependendo
da natureza do terreno, do uso urbano ou rural e da cobertura vegetal existente, podem ter
impactos variáveis sobre o meio ambiente.

A Prefeitura de Belo Horizonte faz acompanhamento e fiscalização de obras que, entre outros,
visam diminuir os transtornos das obras públicas para a coletividade. Estão nele listadas
medidas de proteção ao canteiro de obras e a vizinhança; orientações quanto às inspeções das
edificações vizinhas, procedimentos relativos aos serviços de terraplanagem, demolições e
remoções, drenagem urbana, pavimentação e obras complementares de urbanização além de
medidas de controle do bota-fora, detalhamento da sinalização de advertência a ser
implantada, entre outros procedimentos.

O Manual Ambiental de Construção envolve, entre outros: (i) a gestão ambiental dos canteiros
de obra e acampamentos de trabalhadores; (ii) o controle ambiental das atividades de
construção com exigências de controle de ruído, horários de funcionamento, atividades de
terraplanagem, abertura de valas, reaterro, transporte e guarda temporária de material, seja de
bota-fora ou de insumos da construção civil, e de atividades de etc; (iii) controle de trânsito; e

380
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PROGRAMA BH VILAS URBANIZADAS

(iv) ações de recuperação de imóveis, vias e equipamentos de serviços públicos eventualmente


danificados, etc.

O Manual Ambiental de Construção é constituído de diretrizes ambientais relacionadas aos


seguintes itens:

12.3.1 AÇÕES RELATIVAS À IMPLANTAÇÃO E GERENCIAMENTO DAS OBRAS

• Canteiro de Obras;
• Planos de Gerenciamento de Riscos e de Ações de Emergência na Construção;
• Educação Ambiental dos Trabalhadores e Código de Conduta na Obra;
• Saúde e Segurança nas Obras;
• Gerenciamento e Disposição de Resíduos;
• Controle de Ruído;
• Pátio de Equipamentos;
• Controle de Trânsito;
• Estradas de Serviço.

12.3.2 AÇÕES RELATIVAS ÀS ATIVIDADES CONSTRUTIVAS

• Obras especiais
- Áreas Urbanas;
- Cruzamentos de Rodovias e Ferrovias;
- Travessias de Cursos d’Água;

• Obras Comuns
- Abertura da Faixa de Obras
- Abertura da Vala
- Transporte e Manuseio de Tubos
- Colocação dos Tubos
- Cobertura da Vala
- Limpeza, Recuperação e Revegetação da Faixa de Obras
- Plano de manejo e disposição final de material dragado dos rios e córregos
- Plano de Controle e Recuperação das Áreas de Empréstimo e de Bota-Fora

Estes itens estão detalhados a seguir.

381
PREFEITURA BH
PROGRAMA BH VILAS URBANIZADAS

12.4 IMPLANTAÇÃO E GERENCIAMENTO DAS OBRAS

12.4.1 CANTEIRO DE OBRAS

Os Canteiros de Obras são instalações destinadas a abrigar escritórios, alojamentos,


refeitórios, ambulatórios, sanitários, oficinas, almoxarifados, armazenamento de materiais, etc.
A escolha do local para implantação do canteiro de obras e dos alojamentos deverá ser feita
considerando alguns aspectos:
• O local deve ser de fácil acesso, livre de inundações, ventilado e com insolação
adequada;
• O desmatamento deverá ser mínimo, procurando-se preservar a árvores de grande porte;
• Dever-se-á escolher locais onde não serão necessários grandes movimentos de terra;
• Deve-se levar em conta a direção dos ventos dominantes no caso do canteiro de obras se
situar próximo a núcleos habitacionais.

A primeira diretriz que deve nortear o planejamento das construtoras, com relação à sua infra-
estrutura de apoio em campo, refere-se às características das comunidades existentes nas
vizinhanças das áreas que serão afetadas, no sentido de que as atividades de obra, o
funcionamento do canteiro e o convívio com os trabalhadores, mesmo por período de tempo
reduzido, não venham a acarretar impactos negativos significativos na qualidade de vida das
populações.
Normalmente, as atividades de obra e o afluxo de mão-de-obra durante a construção
constituem um fator de incentivo às atividades econômicas das localidades e, assim, podem
propiciar um impacto positivo. No entanto, conforme o tamanho e as peculiaridades de cada
comunidade, impactos negativos podem ocorrer, tais como:
• Sobrecarga na infra-estrutura de serviços urbanos;
• Aumento das demandas e conseqüente elevação de preços de bens e serviços;
• Alterações no comportamento e convívio social da comunidade.

A construtora deve prover mecanismos adequados que garantam a auto-suficiência dos


canteiros, em termos de abastecimento de bens e insumos, garantir a oferta de transporte de
trabalhadores, atendendo, no mínimo, aos critérios preconizados na norma da ABNT -
Associação Brasileira de Normas Técnicas, a NB – 1367 (Áreas de Vivência em Canteiros de
Obras), para permanência de trabalhadores nos canteiros de obras (alojados ou não), além dos
requisitos ambientais a seguir apresentados.
As construtoras devem estar cientes de que a localização dos canteiros, o planejamento de
suas instalações e as rotinas de operação devem levar em conta as características das
comunidades locais. Ações de comunicação social devem ser realizadas para conhecer as
peculiaridades locais, promovendo o diálogo com as comunidades sobre as atividades que ali
serão desenvolvidas e informando-as, dentre outros temas, sobre:

• Os benefícios do empreendimento e os riscos potenciais das atividades de construção;


• A existência de um Código de Conduta (a ser preparado pela Construtora) ao qual
estarão sujeitos todos os trabalhadores da obra, cujo teor inclui o comportamento em
relação à comunidade local, cujo desrespeito acarretará medidas punitivas, além dos
mecanismos da legislação penal ordinária;
• A existência de local apropriado no canteiro para recebimento de queixas e sugestões da
comunidade;

382
PREFEITURA BH
PROGRAMA BH VILAS URBANIZADAS

• A decisão do empreendedor de que as atividades fiquem cobertas por um seguro de


responsabilidade civil, abrangendo danos a terceiros que eventualmente venham a
ocorrer;
• A localização do canteiro deverá ser licenciada pelo órgão municipal de meio ambiente,
conforme a legislação vigente;
• A escolha dos locais para implantação do canteiro deve contar com a participação direta
da Prefeitura, para propiciar a integração dessas instalações com a infra-estrutura
existente;
• Deve ser evitada a implantação de canteiros próximo a unidades de conservação, áreas
de preservação permanente e áreas com cobertura natural preservada. Para instalação
do canteiro deve-se, preferencialmente, escolher área já alterada;
• O planejamento das instalações do canteiro deve considerar a previsão, quando do
término da obra, do possível aproveitamento da infra-estrutura, ou para a operação do
sistema ou pela comunidade local;
• Deve-se solicitar o apoio da Prefeitura Municipal e líderes comunitários locais para
cadastrar a mão-de-obra local disponível para as obras.

Deve ser priorizado o recrutamento de mão-de-obra local, reduzindo assim o contingente de


trabalhadores de fora da região e, ao mesmo tempo, diminuindo a estrutura de apoio às obras
(alojamentos, sanitários, lixo, etc.). Este procedimento contribui também para evitar a
veiculação de doenças transmissíveis e minimizar os problemas de aumento da prostituição e
da violência, dentre outros.
A localização do canteiro não deve interferir com o sistema viário e de saneamento básico,
sendo necessário contactar a Prefeitura, órgãos de trânsito, segurança pública, sistema
hospitalar, concessionárias de água, esgoto, energia elétrica, telefone, etc., para qualquer
intervenção em suas áreas e redes de atuação, face à implantação do canteiro de obras.
O tráfego de caminhões e de equipamentos pesados deve se restringir aos horários que
causem a menor perturbação na vida cotidiana da população. Esses horários devem ser pré-
estabelecidos e submetidos à aprovação da Fiscalização, que deverá obter a anuência da
BHTRANS.
O canteiro deve atender às diretrizes da Legislação Brasileira de Segurança e Medicina no
Trabalho, especialmente o Plano de Emergência Médica e Primeiros Socorros, para eventuais
remoções de acidentados para hospital da região.

Considerando a vinda de pessoas de outras áreas e a aglomeração das mesmas em


alojamentos, é necessário o desenvolvimento de um controle epidemiológico, com a adoção de
medidas de saúde pública visando evitar a proliferação de doenças. Entre essas medidas
incluem-se a vacinação, a medicação e a educação sanitária dos operários para a adoção de
hábitos saudáveis de convivência.

Os operários deverão dispor dos equipamentos adequados de proteção individual e coletiva de


segurança do trabalho. Na obra deverá ser instalada uma Comissão Interna de Prevenção de
Acidentes (CIPA), com a incumbência de promover a segurança do trabalhador.

Após o término das atividades de implantação, toda a infra-estrutura utilizada durante a


construção das obras, caracterizada essencialmente por canteiro de obras, equipamentos e
maquinaria, deverão ser removidos, exceto nos casos em que essas estruturas forem
aproveitadas na fase de operação do sistema, pelo empreendedor ou pela comunidade.

Não será permitido o abandono da área de canteiro sem recuperação do uso original, nem o
abandono de sobras de materiais de construção, de equipamentos ou partes de equipamentos
383
PREFEITURA BH
PROGRAMA BH VILAS URBANIZADAS

inutilizados. Os resíduos devem ser acondicionados em locais apropriados, os quais devem


receber tratamento adequado, conforme suas características.

Documentação fotográfica, retratando a situação original das áreas do canteiro e das faixas de
obras dos coletores e interceptores, da macro e micro drenagem, das vias e da urbanização
deve ser obrigatoriamente elaborada e utilizada durante a execução dos serviços de
restauração, visando a comparação da situação dessas áreas antes e depois da construção
das obras.

Além da restauração definitiva das instalações eventualmente danificadas pela obra, os


serviços devem englobar a execução de proteção vegetal nas áreas alteradas, de forma a
garantir a estabilidade do terreno, dotando as faixas de obras de uma proteção permanente.

12.4.2 PLANOS DE GERENCIAMENTO DE RISCOS E DE AÇÕES DE


EMERGÊNCIA NA CONSTRUÇÃO

Os Planos de Gerenciamento de Riscos e de Ações de Emergência contemplam as atividades


que devem ser implementadas para evitar e/ou minimizar riscos de acidentes ambientais,
durante a construção. A ocorrência mais comum é o derramamento de óleos combustíveis e
lubrificantes utilizados nos equipamentos de construção e montagem.

A responsabilidade pela implementação e manutenção de medidas preventivas de acidentes e


de medidas de controle, caso eles venham a ocorrer, é da construtora.

12.4.2.1 Medidas Preventivas

Deve ser implantado, pela construtora, um Plano de Gerenciamento de Riscos contemplando:

• Treinamento dos recursos humanos envolvidos;


• Procedimentos específicos para atividades relevantes;
• Materiais e equipamentos, especificados de acordo com as normas em vigor.
A construtora deve instruir a equipe de obras na operação e manutenção dos equipamentos de
construção, para evitar a descarga ou derramamento de combustível, óleo ou lubrificantes,
acidentalmente. Devem ser enfatizados os seguintes assuntos: principais causas de
derramamento, tais como mau funcionamento de equipamentos; procedimentos comuns de
operação no caso de derramamento; equipamentos; materiais e suprimentos na limpeza do
derramamento.

A construtora deve proceder à manutenção do equipamento a ser reabastecido e/ou


lubrificado, de acordo com um rígido programa. Todos os motores, tanques, container, válvulas,
dutos e mangueiras devem ser examinados regularmente, para identificação de qualquer sinal
de deterioração que possa causar um derramamento e sinais de vazamento. Todos os
vazamentos devem ser prontamente consertados e/ou corrigidos.

A construtora deve garantir que todo o reabastecimento será feito considerando que devem
estar disponíveis, para utilização imediata, os necessários equipamentos e materiais, bem
como a tomada de medidas mitigadoras, para conter possíveis vazamentos que possam
alcançar áreas sensíveis, como os cursos d'água.

384
PREFEITURA BH
PROGRAMA BH VILAS URBANIZADAS

A construtora deve preparar uma lista sobre o tipo, quantidade, local de armazenamento de
contenção e material de limpeza para ser usado durante a construção. A lista deve incluir
procedimentos e medidas para minimizar os impactos no caso de derramamento.

A construtora deve realizar um inventário dos lubrificantes, combustíveis e outros materiais que
possam acidentalmente ser derramados durante a construção.

Nos canteiros de obra, o armazenamento deve ser realizado em reservatórios apropriados e


confinados da rede de drenagem, através de barreiras físicas.

Áreas de armazenamento de contenção não devem ter drenos, a não ser que os fluidos
possam escoar dessas áreas contaminadas para outra área de contenção ou reservatório,
onde todo o derramamento possa ser recuperado.

12.4.2.2 Medidas Corretivas

As medidas corretivas são desencadeadas em atenção ao Plano de Ações de Emergência


para a ocorrência de acidentes, na fase de construção e montagem, considerando também a
hipótese acidental de derramamento de óleos combustíveis e lubrificantes utilizados nos
equipamentos de construção, e outros possíveis eventos acidentais.

Em caso de derramamento, a prioridade mais imediata é a contenção. O derramamento deve


ser mantido no local, sempre que possível.

Procedimentos de limpeza devem ser iniciados assim que o derramamento for contido. Em
nenhuma circunstância se deve usar o equipamento de contenção para armazenar material
contaminado. Em caso de derramamento, a construtora deve notificar a Supervisora e a
Coordenação Ambiental da UGP, através de seu Responsável Ambiental.

385
PREFEITURA BH
PROGRAMA BH VILAS URBANIZADAS

12.4.3 EDUCAÇÃO AMBIENTAL DOS TRABALHADORES E CÓDIGO DE


CONDUTA NA OBRA

O Programa de Educação Ambiental no âmbito da obra visa ensinar, mostrar, conscientizar e


prover as ferramentas necessárias para que os trabalhadores, inspetores e gerentes
envolvidos na obra possam cumprir todas as medidas de proteção ambiental planejadas para a
construção.
O Programa deve cobrir todos os tópicos ambientais, exigências e problemas potenciais do
início ao término da construção. O método do Programa é o de utilizar uma apresentação
sucinta, objetiva e clara de todas as exigências e restrições ambientais e das correspondentes
medidas de proteção, restauração, mitigação e corretivas, no campo.
O Programa deve ser apresentado em linguagem acessível aos trabalhadores, eventualmente
com conteúdos e meios diferenciados, conforme a bagagem cultural de cada grupo.
O Programa de Educação Ambiental aos Trabalhadores deve ser de responsabilidade das
construtoras. As atribuições dos responsáveis pelas ações de gestão ambiental devem ser
descritas de forma a enfatizar suas responsabilidades e autoridade. As responsabilidades de
cada trabalhador e sua respectiva especialidade devem ser definidas de forma objetiva.
O treinamento nas relações com o meio ambiente e com a comunidade deve ser oferecido a
todos os trabalhadores, antes do início das obras. Trabalhadores contratados após o início das
obras devem receber o treinamento o mais breve possível, antes do início de suas
participações nas obras.
Um dos principais impactos que deve ser gerenciado é o contato entre os trabalhadores das
construtoras e a comunidade local, além do comportamento desses trabalhadores frente ao
meio ambiente. Justifica-se, assim, a emissão de normas de conduta para os trabalhadores
que se alojarem nos canteiros, bem como a promoção de atividades educacionais para a
manutenção de bom relacionamento com as comunidades (Código de Conduta). Deve ser
requerido dos trabalhadores o cumprimento das normas de conduta e a obediência a
procedimentos de saúde e de diminuição de resíduos, nas frentes de trabalho, canteiros, faixa
de domínio e estradas de serviço, como os relacionados a seguir.
• Não devem ser permitidas, em nenhuma hipótese, a caça, a comercialização, a guarda ou
maus-tratos a qualquer tipo de animal silvestre. A manutenção de animais domésticos deve
ser desencorajada, uma vez que freqüentemente tais animais são abandonados nos locais
de trabalho ou residência ao término da obra;
• Não é permitida a extração, comercialização e manutenção de espécies vegetais nativas.
• Caso algum animal silvestre seja ferido em decorrência das atividades da obra, o fato deve
ser notificado ao responsável pela gestão ambiental da construtora e este informará à
Gerência Ambiental do empreendedor;
• O porte de armas brancas e de fogo é proibido nos alojamentos, canteiros e demais áreas
da obra. Canivetes são permitidos nos acampamentos, cabendo ao pessoal da segurança
julgar se tais utensílios devem ser retidos e posteriormente devolvidos quando do término
da obra. Apenas o pessoal da segurança, quando devidamente habilitado, pode portar
armas de fogo. As construtoras devem assegurar o necessário treinamento do pessoal da
segurança;
• Equipamentos de trabalho que possam eventualmente ser utilizados como armas (facão,
machado, moto-serra, etc.) devem ser recolhidos diariamente;
• É proibida a venda, manutenção e consumo de bebidas alcoólicas nos alojamentos;
• A realização de comemorações e de acontecimentos pode ocorrer, desde que previamente
autorizada, dentro dos limites dos acampamentos, em local adequado. Para os alojamentos
de trabalhadores, devem ser incentivados programas de lazer, principalmente práticas
386
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desportivas (campeonatos de futebol, truco, etc.) e culturais (filmes, festivais de música,


aulas de alfabetização, etc.), no sentido de amenizar as horas sem atividade;
• Os trabalhadores devem obedecer às diretrizes de geração de resíduos e de saneamento.
Assim, deve ser observada a utilização de sanitários (é bastante comum a sua não-
utilização) e, principalmente, verificado o não-lançamento de resíduos no meio ambiente,
tais como recipientes e restos de refeições ou materiais descartados na manutenção de
veículos;
• Os trabalhadores devem se comportar de forma adequada no contato com a população,
evitando a ocorrência de brigas, desentendimentos e alterações significativas do cotidiano
da população local;
• O uso de drogas ilegais, no âmbito dos canteiros, deve ser expressamente proibido e
reprimido;
• Os trabalhadores devem ser informados dos limites de velocidade de tráfego dos veículos e
da proibição expressa de tráfego em velocidades que comprometam a segurança das
pessoas, equipamentos, animais e edificações;
• Devem ser proibidos a permanência e o tráfego de carros particulares, não vinculados
diretamente às obras, nos canteiros ou áreas adjacentes.;
• Todos os trabalhadores devem ser informados sobre o traçado, configuração e restrições
às atividades construtivas na faixa de obras, bem como das viagens de ida-e-volta entre o
acampamento e o local das obras. Outros assuntos a serem abordados incluem os limites
das atividades de trabalho, atividades de limpeza e nivelamento, controle de erosão e
manutenção das instalações, travessias de corpos d’água, cercas, separação do solo
superficial do solo escavado, bermas e programa de recuperação, após o término das
obras. Devem ser descritos o uso público e privado dos acessos, bem como as atividades
de manutenção dessas áreas;
• Todos os trabalhadores devem ser informados sobre os procedimentos de controle para
prevenir erosão do solo dentro dos limites e adjacências da faixa de obras, providenciar
recuperação das áreas alteradas e contribuir para a manutenção em longo prazo da área,
propiciando o restabelecimento da vegetação;
• Todos os trabalhadores devem ser informados de que o abastecimento e lubrificação de
veículos e de todos os equipamentos, armazenamento de combustíveis, óleos lubrificantes
e outros materiais tóxicos devem ser realizados em áreas especificadas, localizadas fora
dos limites da Área de Preservação Permanente. Essa APP corresponde a uma faixa de 50
metros de largura, ao longo de cada margem dos córregos, conforme definido na
Resolução CONAMA 303/2002. Os procedimentos especiais de recuperação de áreas que
sofreram derramamentos devem ser explicados aos trabalhadores;
• Todos os trabalhadores devem ser informados que nenhuma planta pode ser coletada,
nenhum animal pode ser capturado, molestado, ameaçado ou morto dentro dos limites e
áreas adjacentes da faixa de domínio. Nenhum animal pode ser tocado, exceto para ser
salvo;
• Todos os trabalhadores devem ser orientados quanto ao tipo, importância e necessidade de
cuidados, caso recursos culturais, restos humanos, sítios arqueológicos ou artefatos sejam
encontrados parcial ou completamente enterrados. Todos os achados devem ser
imediatamente relatados ao responsável pela gestão ambiental, para as providências
cabíveis;
• Todos os trabalhadores devem implementar medidas para reduzir emissões dos
equipamentos, evitando-se paralisações desnecessárias e mantendo os motores a
combustão funcionando eficientemente;

387
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12.4.4 SAÚDE E SEGURANÇA NAS OBRAS

É possível antever alguns tipos de acidentes que podem ocorrer nesse tipo de obra: acidentes
decorrentes de trânsito de veículos; da utilização de equipamentos e ferramentas; no desmonte
de rochas; lesões causadas por animais selvagens ou peçonhentos; doenças causadas por
vetores transmissores, parasitas intestinais ou sexualmente transmissíveis, dentre outros.

Deve ser prevista a elaboração e execução, pelas construtoras, de um “Programa de


Segurança e Medicina do Trabalho”, onde esteja definida a política de atuação da empresa
quanto aos procedimentos de saúde e segurança nas obras, cumprindo as exigências legais e
normas do Ministério do Trabalho.

Definem-se como objetivos gerais do Programa de Saúde e Segurança:

• Promover as condições de preservação da saúde e segurança de todos os funcionários das


obras;
• Dar atendimento às situações de emergência;
• Ampliar o conhecimento sobre prevenção da saúde e de acidentes, aos trabalhadores
vinculados às obras.
• Definir diretrizes para atuação das construtoras no controle de saúde dos seus funcionários,
garantindo a aplicabilidade do Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional –
Portaria no 3.214, de 08/06/78, NR-07, do Ministério do Trabalho;

Deverá ser feita a estruturação da Comissão Interna de Prevenção de Acidentes – CIPA, com
funcionários da empresa construtora, a qual se reunirá periodicamente e deverá elaborar o
Mapa de Riscos Ambientais e definir os Equipamentos de Proteção Individual, a serem
utilizados pelos diferentes setores das obras, cuidando para que sejam utilizados e mantidos
estoques de reposição.

Deverá ser elaborado um Plano de Contingência para Emergências Médicas e Primeiros


Socorros, incluindo a implementação de convênios com serviços hospitalares da cidade de
Belo Horizonte, garantindo o pronto atendimento de casos emergenciais, quando vier a ser
necessário.

A empresa construtora deve ter, também, as seguintes responsabilidades:


• Exigir dos fornecedores dos equipamentos de proteção individual o certificado de
aprovação emitido pelo Ministério do Trabalho e Emprego;
• Remeter à UGP Programa BH Vilas Urbanizadas, o calendário de reuniões mensais da
CIPA, bem como enviar cópias das atas e cópias das fichas de informações (Anexo I da
NR5) à DRT-MG;
• Comunicar imediatamente à UGP Programa BH Vilas Urbanizadas os acidentes que
gerarem mais de 15 dias de afastamento;
• Cuidar para que os responsáveis pelo pessoal da obra instruam com detalhes as tarefas
dos seus subordinados, objetivando maior eficiência e menor número de acidentes;

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12.4.5 GERENCIAMENTO E DISPOSIÇÃO DE RESÍDUOS

As ações de Gerenciamento e Disposição de Resíduos tem como objetivo básico assegurar


que a menor quantidade possível de resíduos seja gerada durante a implantação das obras e
que esses resíduos sejam adequadamente coletados, estocados e dispostos, de forma a não
resultar em emissões de gases, líquidos ou sólidos que representem impactos significativos
sobre o meio ambiente.

Durante a execução das obras, é prevista a geração de dois tipos de resíduos: sólidos e
sanitários.

O gerenciamento ambiental dos resíduos sólidos está baseado nos princípios da redução na
geração, na maximização da reutilização e da reciclagem e na sua apropriada disposição.

O canteiro deve contar com sistema de coleta interna de resíduos sólidos, os quais devem ser
colocados em locais próprios para serem recolhidos pelo sistema público de coleta e
disposição. Deve haver uma negociação a Secretaria Municipal de Meio Ambiente e
Saneamento Urbano visando a utilização desse sistema.

Deve haver um perfeito controle sobre o lixo doméstico gerado no canteiro de obras. O lixo
deve ser recolhido separadamente (orgânico/úmido e inorgânico/seco) para que possam ter
destino final diferenciado. O lixo deve ser colocado em local adequado para ser recolhido pelo
serviço de limpeza urbana do município ou, especificamente no caso do lixo seco (papel,
papelão, vidro, plástico, latas, etc), disponibilizado para ser recolhido por pessoas da
comunidade próxima para a sua posterior reciclagem.

No transporte de entulho e lixo, para evitar a perda do material transportado deve ser evitado o
excesso de carregamento dos veículos, além de ser mantida uma fiscalização dos cuidados
necessários no transporte, tais como em relação à cobertura das caçambas ou carrocerias dos
caminhões com lona.

A disposição final do entulho de obra deve considerar o que preconiza a Resolução CONAMA
no. 307, de 07 de julho de 2002, que estabelece:

Art. 3º Os resíduos da construção civil deverão ser classificados, para efeito desta
Resolução, da seguinte forma:
I - Classe A - são os resíduos reutilizáveis ou recicláveis como agregados, tais como:
a) de construção, demolição, reformas e reparos de pavimentação e de outras obras de
infra-estrutura, inclusive solos provenientes de terraplanagem;
b) de construção, demolição, reformas e reparos de edificações: componentes cerâmicos
(tijolos, blocos, telhas, placas de revestimento etc.), argamassa e concreto;
c) de processo de fabricação e/ou demolição de peças pré-moldadas em concreto
(blocos, tubos, meios-fios etc.) produzidas nos canteiros de obras;
II - Classe B - são os resíduos recicláveis para outras destinações, tais como: plásticos,
papel/papelão, metais, vidros, madeiras e outros;
III - Classe C - são os resíduos para os quais não foram desenvolvidas tecnologias ou
aplicações economicamente viáveis que permitam a sua reciclagem/recuperação, tais
como os produtos oriundos do gesso;

389
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IV - Classe D - são os resíduos perigosos oriundos do processo de construção, tais como:


tintas, solventes, óleos e outros, ou aqueles contaminados oriundos de demolições,
reformas e reparos de clínicas radiológicas, instalações industriais e outros.

Art. 4º Os geradores deverão ter como objetivo prioritário a não geração de resíduos e,
secundariamente, a redução, a reutilização, a reciclagem e a destinação final.
§ 1º Os resíduos da construção civil não poderão ser dispostos em aterros de resíduos
domiciliares, em áreas de "bota fora", em encostas, corpos d`água, lotes vagos e em
áreas protegidas por Lei, obedecidos os prazos definidos no art. 13 desta Resolução.
§ 2º Os resíduos deverão ser destinados de acordo com o disposto no art. 10 desta
Resolução.

Art. 10. Os resíduos da construção civil deverão ser destinados das seguintes formas:
I - Classe A: deverão ser reutilizados ou reciclados na forma de agregados, ou
encaminhados a áreas de aterro de resíduos da construção civil, sendo dispostos de
modo a permitir a sua utilização ou reciclagem futura;
II - Classe B: deverão ser reutilizados, reciclados ou encaminhados a áreas de
armazenamento temporário, sendo dispostos de modo a permitir a sua utilização ou
reciclagem futura;
III - Classe C: deverão ser armazenados, transportados e destinados em conformidade
com as normas técnicas especificas.
IV - Classe D: deverão ser armazenados, transportados, reutilizados e destinados em
conformidade com as normas técnicas específicas.
Art. 13. No prazo máximo de dezoito meses os Municípios e o Distrito Federal deverão
cessar a disposição de resíduos de construção civil em aterros de resíduos domiciliares e em
áreas de "bota fora".
Art. 14. Esta Resolução entra em vigor em 2 de janeiro de 2003.

Com relação aos resíduos sanitários, havendo infra-estrutura no local os efluentes líquidos
gerados pelo canteiro de obras só devem ser despejados diretamente nas redes de águas
servidas após uma aprovação prévia da Fiscalização do empreendedor, em conjunto com a
PBH.

Não existindo infra-estrutura, devem ser previstas instalações completas para o tratamento dos
efluentes sanitários e águas servidas por meio de fossas sépticas, atendendo aos requisitos da
norma brasileira NBR 7229/93, da ABNT.

Quanto aos resíduos oriundos das oficinas mecânicas, das lavagens e lubrificação de
equipamentos e veículos, deve ser prevista a construção de caixas coletoras e de separação
dos produtos, para posterior remoção dos óleos e graxas através de caminhões ou de
dispositivos apropriados.

O canteiro deve contar também com equipamentos adequados para minimizar a emissão de
gases e para a diminuição de poeira (caminhão-pipa).

390
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A construtora deve prever a execução das seguintes ações, juntamente com a seleção do local
do canteiro de obras:
• Previsão dos principais resíduos a serem gerados, com estimativas iniciais de suas
quantidades;
• Levantamento dos aterros e locais adequados para a disposição dos resíduos previstos;
• Elaboração de um plano de redução da geração, reciclagem e manejo/disposição de
resíduos;
• Estabelecimento de acordos com os órgãos locais para a utilização de equipamentos e
instalações de tratamento/disposição de resíduos;
• Inclusão, no programa de treinamento ambiental dos trabalhadores, dos aspectos de
manejo de resíduos;
• Fiscalização contínua sobre as atividades geradoras de resíduos durante a fase de obras.

A principal meta a ser atingida é o cumprimento das legislações ambientais federal, estadual e
municipal vigentes, tanto no tocante aos padrões de emissão quanto no tocante à correta e
segura disposição dos resíduos.

Algumas áreas mais sensíveis, como as Áreas de Preservação Permanente, devem ser
especialmente protegidas quanto à disposição ou aplicação de resíduos no solo.

12.4.6 CONTROLE DE RUÍDO

Várias atividades previstas no contexto da implantação das obras poderão gerar alteração dos
níveis de ruído, entre as quais destacam-se aquelas relacionadas à preparação do terreno -
corte de árvores, implantação do canteiro de obras, movimentação de terra, trânsito de
caminhões/bota-fora, recebimento de materiais, transporte de pessoal, concretagem em muros
de arrimo, e outras atividade afins.
O ruído e as vibrações provenientes da execução dessas atividades deverão ser minimizados.
É importante exercer um controle à emissão de ruídos por motores mal regulados ou com
manutenção deficiente. Os silenciadores dos equipamentos deverão receber manutenção
rotineira para permanecer funcionando a contento. Deve ser evitado o trabalho no horário
noturno (das 22 até as 7 horas).
Deve ser realizada uma campanha, antes do início das obras, para medição do ruído nos locais
de intervenções, junto aos principais receptores. Deverão ser consideradas as características
de uso dos locais de intervenção, os principais equipamentos previstos nas obras e suas
características de emissão de ruído com o objetivo de garantir o necessário atendimento à
legislação vigente: CONAMA 1/90, Norma ABNT NBR 10151 e legislação Municipal Lei
4253/85.

Conforme o resultado da avaliação preliminar, deverão ser previstas medidas para minimização
e controle dos níveis de ruído esperados, tais como restrição de horários de operação,
tapumes, etc.

391
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12.4.6.1 Norma Técnicas 10.151 da ABNT

Fixa os índices aceitáveis aos ruídos, visando o conforto da comunidade e à proteção da


saúde.

Tabela 9.1: Limites de Ruído Conforme ABNT NBR 10.151


Diurno Noturno
Uso Predominante do Solo
dB(A) dB(A)
40 35
Áreas de sítios e fazendas

Área estritamente residencial urbana ou de hospitais ou 50 45


de escolas
Área mista, predominantemente residencial. 55 50
Área mista, com vocação comercial e administrativa. 60 55
Área mista, com vocação recreacional 65 55
Área predominantemente industrial 70 60
Obs: Caso o nível de ruído preexistente no local seja superior aos relacionados nesta tabela,
então este será o limite.

Deverão ser realizadas, quinzenalmente, em programação aprovada pela supervisão


ambiental, medições de ruído nas áreas próximas às faixas de execução das obras.

392
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12.4.7 CONTROLE DE EMISSÃO DE MATERIAL PARTICULADO

O objetivo é o de garantir atendimento ao padrão qualidade ar (CONAMA 3/90)

Tabela 9.2: Padrões de qualidade do ar


Norma Resolução CONAMA 3/90 Banco Mundial Diretrizes OMS
1999

Padrões de Padrões Padrões Média Média 24


qualidade Primários secundários anual horas
do ar
Partículas
totais em 80 ug/m3 240 ug/m3 60 ug/m3 150 ug/m3 80 ug/m3 230 ug/m3 ---- ----
suspensão Média Média 24 Média Média 24
Anual horas Anual horas
3 3 3
Partículas 50 ug/m 150 ug/m 50 ug/m 150 ug/m3 50 ug/m3 150 ug/m3 ----- -----
inaláveis Média Média 24 Média Média 24
Anual horas Anual horas
3 3
80 ug/m 40 ug/m
Dióxido de média 365 ug/m3 média 100 ug/m3 80 ug/m3 150 ug/m3 50 125 ug/m3
enxofre aritmética média de aritmética média de ug/m3 média de
anual 24 horas anual 24 horas média 24 horas
anual
3
100 100 ug/m
Dióxido de ug/m3 320 ug/m3 média 190 ug/m3 100 ug/m3 150 ug/m3 40 200 ug/m3
nitrogênio média média de 1 aritmética média de ug/m3 média de
aritmética hora anual 1 hora média 1 hora
anual anual

60 ug/m3 150 ug/m3 40 ug/m3 100 ug/m3 ---- ----


Fumaça média média de média média de
aritmética 24 horas aritmética 24 horas
anual anual
10.000 45.000 ---- ----
Monóxido de ug/m3 ug/m3 10.000 40.000
carbono média de média de 1 ug/m3 ug/m3
8 horas hora
3 3
---- 160 ug/m --- 160 ug/m ---- ------
Ozônio média de 1 média de
hora 1 hora

- Padrão Primário – Concentrações que, se ultrapassadas poderão afetar a saúde da


população.
- Padrão Secundário – Concentrações abaixo das quais se prevê o mínimo efeito adverso
sobre o bem estar da população bem como o mínimo dano à fauna e à flora. Em áreas
poluídas, podem ser entendidos como níveis desejados de concentração de poluentes,
constituindo-se em meta de longo prazo.
- A poeira resultante das atividades de obras deve ser controlada, utilizando aspersão de
água por caminhões-pipa. Os caminhões e demais equipamentos só poderão circular em
vias públicas com pneus e rodas devidamente limpos.

393
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12.4.8 PÁTIO DE EQUIPAMENTOS

Deverão ser estabelecidos critérios de filtração e recuperação de óleos e graxas, de forma que
os refugos ou perdas de equipamentos não escoem, poluindo o solo e sendo levados aos
cursos d’água.

12.4.9 INTERVENÇÕES COM INFRA-ESTRUTURA DE SERVIÇOS

As obras de engenharia a serem implantadas podem interferir nos sistemas de infra-estrutura


existentes na cidade, como por exemplo, nas redes de abastecimento de água, nas redes de
esgotos, drenagem, telefonia, eletrificação e outros sistemas a cabo, sejam subterrâneos ou
aéreos, indicando a necessidade de deslocamento e readequação dos mesmos. Podem
igualmente interferir em equipamentos existentes nas áreas diretamente afetadas, exigindo
remoções e recomposições compatibilizadas com as propostas do Programa.

O projeto executivo a ser elaborado pela empresa construtora deve promover:


• Levantamento das redes existentes nos trechos de obras, sua profundidade, diâmetro,
extensão e tipo;
• Definição das interferências com a infra-estrutura identificada;
• Elaboração de projeto de solução das interferências, como relocação, adequação de
traçado da interferência, etc.

O projeto deve ser submetido à avaliação e aprovação das concessionárias de serviços


públicos e órgãos governamentais responsáveis pela operação das infra-estruturas
identificadas. Essa aprovação é condicionante do início das obras em determinado trecho.

O planejamento de obras deve considerar a necessária articulação com as concessionárias e


órgãos públicos responsáveis tanto para uma comunicação antecipada do início da obra
respectiva quanto para o acompanhamento da obra por técnico da empresa concessionária.

Deve-se prever, também, a divulgação de eventuais cortes de serviço, a toda população


usuária da concessionária do serviço em questão, com antecedência mínima de 5 dias úteis,
utilizando-se os meios de comunicação mais eficientes na área da intervenção, de forma a
trazer o menor transtorno ao seu cotidiano. Essa divulgação e comunicação deve ser articulada
com o Programa de Comunicação Social do Programa BH Vilas Urbanizadas.

394
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12.4.10 CONTROLE DE TRÂNSITO

A Construtora se empenhará em tornar mínima a interferência dos seus trabalhos sobre o


tráfego, o público e o trânsito, criando facilidades e meios que demonstrem essa sua
preocupação. Suas ações serão acompanhadas pelo empreendedor (contratante), através da
Supervisão Ambiental, que participará da análise dos problemas previsíveis e da definição das
soluções a serem adotadas.

As obras e serviços em vias públicas devem ser executadas com a indispensável cautela da
adequada sinalização, durante o dia e a noite, e de acordo com os elementos de sinalização
diurna e noturna recomendados e descritos nas Normas de Sinalização de Obras da
BHTRANS.

A sinalização adequada das obras deve ser feita não só para atender às exigências legais, mas
também para proteger trabalhadores, transeuntes, equipamentos e veículos.

Qualquer obra nas vias públicas que possa perturbar ou interromper o livre trânsito ou oferecer
perigo à segurança pública não será iniciada sem prévios entendimentos com a Prefeitura
Municipal e com o órgão responsável pelo trânsito - BHTRANS. Nenhuma obra em rua
transitada por pedestres ou veículos será iniciada sem prévia sinalização para o seu desvio,
tudo de acordo com as autoridades competentes ou entidades concessionárias de serviços de
transportes.Todas as providências relativas ao assunto serão da responsabilidade exclusiva da
Contratada.

Nos trechos em obras, calçadas e faixas de segurança de passagem de pedestres,


particularmente diante de escolas, hospitais e outros pólos de concentração, deverão ser
providenciadas pela Contratada, recursos de livre trânsito de pessoas, durante o dia ou à noite,
em perfeitas condições de segurança.

Vias de acesso sujeitas a interferências com a obra deverão ser deixadas abertas com
passadiços ou desvios adequados, que serão construídos e mantidos pela Contratada. Vias de
acesso fechadas ao trânsito deverão ser protegidas com barricadas efetivas, com a devida e
convencional sinalização de perigo e indicação de desvio, colocados os sinais antecedentes de
advertência. Durante a noite, essas barreiras deverão ser iluminadas e, em casos em que o
risco de acidentes seja maior, serão postados vigias ou sinaleiros devidamente equipados para
orientação, evitando acidentes.

A sinalização para o tráfego desviado obedecerá às recomendações do Código Nacional de


Trânsito quanto às dimensões, formatos e dizeres. Tais sinais deverão ser executados pela
Contratada, que fornecerá os materiais necessários tanto para sinalização diurna como
noturna. Qualquer sinalização complementar de obras nas vias públicas deverá seguir a
Resolução n° 561/80 do CONTRAN.

Nas saídas e entradas de veículos de obras, de área de empréstimo ou bota-fora, a Contratada


deverá prover a sinalização diurna e noturna adequadas. Especial cautela e sinalização se
recomendam para eventuais inversões de tráfego, ficando sob a responsabilidade da
Contratada os entendimentos e autorizações das autoridades competentes.

Toda a obra que interferir nas vias de tráfego deverá ter autorização BHTRANS, onde caberá a
este órgão liberar ou não a execução da obra no sistema viário e fiscalizar com o intuito de
prover segurança a pedestres e veículos, além de garantir fluidez do tráfego.

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A fiscalização de obras que estejam sendo executadas em vias públicas é de competência da


BHTRANS que disporá de um elemento para o cumprimento desta tarefa. A fiscalização deverá
ser sistemática e periódica, verificando se a obra está ou não autorizada pelo órgão
competente. Deverá ser verificada se as exigências previamente impostas estarão sendo
cumpridas.

A BHTRANS deverá estabelecer, quando da autorização da obra à Contratada, o prazo de


início e término, o nome da empreiteira ou empresa responsável pela obra, as situações e
restrições em que a obra deverá ser executada, ou seja, horários, movimentação de máquinas,
equipamentos, etc...

Os equipamentos empregados pela Contratada deverão ter características que não causem
danos em vias públicas, pontes, viadutos, redes aéreas, etc. Quaisquer danos desse tipo serão
reparados pela Contratada, sem ônus para o empreendedor (Contratante). Quando a
Contratada necessitar transportar cargas excepcionalmente pesadas ou de dimensões
avantajadas, que possam causar algum transtorno ao trânsito, deverá informar previamente à
Fiscalização, de modo a estabelecerem as rotas, dias e horários a serem utilizados. Caberá à
Contratada toda a responsabilidade e providência pertinente.

A Contratada será inteiramente responsável por quaisquer danos a viaturas particulares ou


acidentes que envolvam pessoas, empregados ou não nas obras. Onde não for possível
desviar o trânsito, a Contratada efetuará os serviços por etapas, de modo a não bloqueá-lo.
Tais serviços deverão prosseguir sem interrupção até a sua conclusão e poderão ser
programados em dias não úteis ou em horas de movimento sabidamente reduzido.

Sempre que necessário, a Contratada construirá passagens temporárias que permitam o


tráfego de veículos para estacionamento ou recolhimento a garagens comerciais ou
residenciais.

Deverá haver na obra cópia xerox ou fotocópia autenticada dos documentos de liberação da
área de serviço pelo órgão de trânsito com jurisdição sobre o local.

12.4.10.1 Dispositivos de Sinalização Diurna

De acordo com o "Sistema Uniforme de Sinalização", adotado pelo Código Nacional de


Trânsito, os sinais de trânsito podem ser classificados em três categorias principais:

• Sinais de advertência, cuja finalidade é avisar o usuário da existência e da natureza de um


perigo na rua ou rodovia;
• Sinais de regulamentação, que têm por fim informar o usuário sobre certas limitações e
proibições, governando o uso da rua, cuja violação constitui uma contravenção das normas
estabelecidas pelo Código Nacional de Trânsito;
• Sinais de indicação, destinados a guiar o usuário no curso de seu deslocamento e fornecer
outras informações que possam ser úteis.

De modo geral, os sinais usados durante a execução das obras serão de advertência. Porém,
sempre que as condições exigirem serão utilizados também sinais de regulamentação,
fornecidos e instalados diretamente pelo órgão responsável pelo trânsito.

Quanto à "sinalização complementar", quando necessária e a critério do órgão responsável


pelo trânsito, seus detalhes serão por esse órgão fornecidos, cabendo a sua execução à
Contratada.

396
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As placas de sinalização deverão seguir as dimensões e disposições descritas nas “Normas


para Sinalização de Obras na Via Pública”, onde as sinalizações deverão ser refletivas, sendo
a tarja preta com fundo laranja refletivo e o verso pintado de preto. A alta distinção da cor
laranja durante o dia ou a noite em material refletivo, identifica facilmente um trecho em obras
mesmo a grande distância.

12.4.10.2 Dispositivos de Sinalização Noturna

A sinalização noturna será feita com os mesmos dispositivos utilizados na sinalização diurna,
acrescidos de sinalização luminosa e outros dispositivos refletivos.

Além das recomendações normalmente indicadas para as obras, o mesmo cuidado e atenção
deverá ser dispensado à sinalização noturna dos equipamentos móveis ou semimóveis, que
muitas vezes precisam ficar estacionados na rua durante a execução dos serviços.

A sinalização refletiva tem por fim refletir toda a luz incidente, tornando claramente visível, em
sua totalidade, o dispositivo em que é aplicada. A refletividade de um elemento de sinalização
pode ser conseguida por meio de dispositivos especiais (olhos-de-gato, películas refletivas e
outros) ou de tintas que possuam essas propriedades.

Dispositivos especiais, quando adotados, deverão ser vermelhos e colocados, de preferência,


sobre cavaletes.

Tintas refletivas serão utilizadas na pintura das faixas amarelas dos cavaletes zebrados e dos
demais dispositivos da sinalização diurna que venham a ser utilizados à noite.

A sinalização luminosa pode ser constituída por um mais dos tipos descritos a seguir:
• Sinalização a querosene - compõe-se de um recipiente para o querosene e para o pavio
grosso, que é extraído para fora do local à medida que é utilizado. São usados na
sinalização de locais que não dispõem de outro tipo de iluminação. Serão colocados à
altura adequada e perto dos sinais que se quer tornar visíveis.
• Lâmpadas vermelhas comuns - Quando houver necessidade e a critério da Fiscalização,
serão utilizadas lâmpadas vermelhas comuns ou baldes de plástico vermelhos perfurados.
• Sinalização rotativa ou pulsativa - Em locais de grande movimento poderão ser exigidos
sinalizadores rotativos ou pulsativos, que são visíveis a grande distância.

A Contratada poderá usar qualquer recurso técnico para iluminação da sinalização. Quando for
usado exclusivamente sistema elétrico, a partir da rede comum da concessionária, deverá
haver gerador de emergência no local e operador permanente. As redes elétricas deverão ser
duplas, com lâmpadas alternadas, alimentadas pelos dois circuitos diferentes, providos de
navalhas, com fusíveis diferentes, sendo a rede usada exclusivamente para iluminação elétrica.

O sistema de emergência poderá ser de bateria com "cut-off" automático. Quando for usado
outro tipo de iluminação, com "lampiões", esses serão protegidos das intempéries e serão
mantidos no local operários encarregados de reabastecê-los durante a noite. Os montes de
material escavado que permanecerem expostos serão caiados.

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12.4.10.3 Recuperação da Sinalização Afetada


Durante as obras, a implantação de placas de sinalização, advertindo sobre os trabalhos, não
implica na retirada ou danificação de placas originalmente locadas para sinalização da pista
existente. Assim, deverá ser previsto que qualquer placa de sinalização, que seja danificada ou
retirada, deverá ser recuperada, quando do fim das obras.
Toda e qualquer sinalização, que eventualmente seja afetada durante a execução das obras,
deverá ser completamente recuperada, de acordo com as especificações e modelos originais,
sob responsabilidade da Construtora, que arcará com os custos correspondentes. Na tabela
onde são descritos os custos de material e execução para as placas de sinalização,deverá ser
fornecidos pela BHTRANS.
A fiscalização deverá também observar, junto com a Construtora, as recuperações das
sinalizações afetadas, sendo de vital importância que essas sejam restituídas após o fim das
obras, para assegurar a segurança da via.

12.4.11 ESTRADAS DE SERVIÇO

Praticamente toda a extensão das obras do sistema de esgotamento está localizada em áreas
urbanas com acesso rodoviário já existente. No entanto, em situações especificas pode-se
necessitar da abertura de estrada de acesso para intervenções de esgotamento sanitário,
macrodrenagem, etc.

Para que sejam evitados problemas ambientais comuns a essas obras de acesso provisório,
duas diretrizes básicas devem ser seguidas. A primeira refere-se à localização e dimensão
dessas obras de apoio, que devem ser projetadas com os seguintes cuidados:
• O traçado deve evitar interferências com áreas de interesse ambiental e a fragmentação de
habitat natural.
• Os materiais de construção (solo, cascalho) devem ser provenientes de jazidas que serão
recuperadas.
• A via deve conter dispositivos de drenagem e de controle da erosão adequados.

A segunda diretriz consiste na recuperação das condições originais de todos os trechos de


terreno afetados pela construção de estradas de serviços, permitindo que as águas superficiais
percorram seus trajetos naturais, sem impedimentos ou desvios.

No caso dessas estradas de serviço passarem a integrar a rede de estradas vicinais locais,
devem ser tratadas como se fossem parte das obras principais, ou seja, replanejadas e
dotadas de todas as características que seriam exigidas normalmente para a implantação e
manutenção de vias vicinais.

Antes do início das atividades de obra, devem ser verificadas as condições dos acessos
existentes, principalmente no que se refere à capacidade de carga das travessias e à
capacidade de suporte da pista de rolamentos.

A abertura deve ser precedida de vistoria prévia e aprovação do Supervisão Ambiental e da


Coordenação de Gestão Ambiental da UGP e do órgão ambiental licenciador (licença a ser
obtida junto com a licença para instalação do canteiro).

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12.5 ATIVIDADES CONSTRUTIVAS

12.5.1 OBRAS ESPECIAIS

12.5.1.1 Áreas Urbanas

Nessas áreas, a presença da população obriga a que os procedimentos construtivos sejam


precedidos por um planejamento detalhado, visando minimizar os transtornos às pessoas,
atenuar as dificuldades de uso das vias públicas e do acesso às propriedades privadas, evitar a
remoção da vegetação que compõe a paisagem, maximizar a segurança durante a construção,
minimizar os transtornos nas áreas adjacentes à faixa de obras e assegurar rapidez e eficiência
na construção, restaurando a faixa no menor prazo possível.

Durante a construção, as vias de tráfego e os acessos às residências devem ser mantidos,


exceto por períodos curtos necessários ao assentamento dos tubos. Técnicas de avanço
coordenado (execução intervalada) devem ser usadas para permitir que as interrupções dos
acessos sejam feitas seletivamente e de forma descontínua. A utilização de tapumes, telas de
segurança e farta sinalização visual diurna e noturna é indispensável para a segurança das
populações residentes. Deverá ser seguido o Plano de Controle de Trânsito, apresentado neste
documento

Ações de comunicação social, tais como distribuição de folhetos orientativos para as


populações, realização de divulgação das atividades de construção na área e a presença de
agentes de comunicação para contato com os residentes devem ser implementadas, utilizando-
se todos os meios disponíveis de comunicação com as comunidades.

Havendo necessidade de manejo de redes de serviços públicos, tais como água, luz, gás e
telefone, que inevitavelmente resultam em interrupções no fornecimento desses serviços, tal
fato deve ser comunicado à comunidade, com a devida antecedência, sendo que qualquer
manejo só será efetuado na presença de equipes de emergência das concessionárias.
A poeira resultante das atividades deve ser controlada, utilizando aspersão de água por
caminhões-pipa. Os caminhões e demais equipamentos só poderão circular em vias públicas
com pneus e rodas devidamente limpos. Para tanto, a empresa construtora deve prever locais
adequados para aspersão de água e limpeza.

12.5.1.1.1 Cruzamento de vias urbanas e rodovias

As obras previstas no Programa BH Vilas Urbanizadas poderão ter interferências com vias
urbanas estruturais e rodovias estaduais e federais.

Os cruzamentos de vias urbanas estruturais e rodovias devem ser executados obedecendo a


projetos específicos para cada caso, em conformidade com os conceitos básicos estabelecidos
nos documentos do Licenciamento Ambiental. Além da aprovação pela Supervisão Ambiental,
tais projetos devem ser submetidos à aprovação dos órgãos gestores dos serviços: DNIT e
BHTRANS.

Todos os cruzamentos devem obedecer a alguns princípios básicos, independentemente do


método utilizado para o cruzamento:
• Os cruzamentos devem ser, preferencialmente, transversais às vias;
• As escavações ou perfurações devem ser executadas de forma a permitir a continuidade do
fluxo do trânsito;

399
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• Deve ser providenciada a instalação de sinalização, inclusive noturna, para a segurança do


tráfego, em concordância com as exigências das autoridades responsáveis pela
administração da via cruzada;
• As bordas da via cruzada devem ser recuperadas acompanhando a conformação dos
taludes pré-existentes;
• As escavações a céu aberto não podem ser aplicadas para o caso dos cruzamentos com
ferrovias.

Onde não for possível a escavação a céu aberto devem ser adotados métodos não-destrutivos,
tais como a utilização de “tubo camisa”, um revestimento metálico colocado previamente à
tubulação a ser instalada, servindo de proteção e guia para a passagem.

12.5.1.1.2 Travessias de Cursos D’água

As travessias de cursos d’água devem ser executadas obedecendo a projetos específicos para
cada caso, em conformidade com o que for estabelecido nos documentos do Licenciamento
Ambiental. Em muitos casos, a travessia de cursos d’água pode ser realizada fixando-se a
tubulação nos tabuleiros ou pilares de pontes rodoviárias ou ferroviárias. Nesses casos, a
instituição responsável pela estrada (DNIT, RFFSA) deve ser consultada formalmente.

Durante todas as fases da obra, a empreiteira deve proteger e minimizar os impactos


ambientais adversos aos cursos d’água, da seguinte forma:

• Realizar todas as fases da construção (abertura da faixa, escavação, abaixamento de tubos


e recomposição) em uma só etapa, de modo a reduzir o tempo da obra no local;
• Limitar o corte de árvores na faixa de mata ciliar somente à largura estritamente necessária
para realização dos serviços;
• Construir a travessia perpendicular à direção predominante do curso d’água;
• Não criar estruturas que possam interferir com as vazões naturais do curso d’água;
• Inspecionar periodicamente a faixa durante e após a construção, reparando todas as
estruturas de controle de erosão e contenção de sedimentos ao término de cada fase da
obra;
• Remover do leito do curso d’água todo o material e estruturas relacionados com a
construção, após seu término;
• Recuperar o canal e o fundo do curso d’água, de maneira que ele retorne, o mais próximo
possível, às condições naturais;
• Estabilizar as margens dos cursos d’água e terras elevadas em áreas adjacentes, através
da utilização de medidas de controle de erosão e de cobertura de vegetação, logo após o
término da construção, levando em consideração as características dos materiais, as
declividades dos taludes de aterro e as condições hidrológicas locais.

Para evitar o aporte de substâncias contaminantes ao corpo d’água, a construtora deve seguir
as medidas de prevenção contra derramamento de poluentes. Produtos e efluentes perigosos,
como produtos químicos, combustíveis e óleos lubrificantes, só podem ser armazenados a uma
distância mínima de 200 metros da margem de cursos d' água, em conformidade com a
legislação vigente.

Reabastecimento de equipamentos devem ser realizados fora da APP – área de preservação


ambiental.

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12.5.1.1.3 Áreas que requerem o Uso de Explosivos

Nos locais onde existirem rochas que necessitam ser desmontadas com a utilização de
explosivos, as empreiteiras devem tomar todas as precauções exigidas pela legislação e pelas
normas específicas existentes. Essas precauções podem ser sintetizadas em:

• Transporte, armazenamento e manuseio de explosivos só pode ser realizado por veículos e


pessoal devidamente autorizados, com documentação emitida pelo Ministério do Exército,
exclusivamente para a obra especificada;
• Preparação de um plano de fogo compatível com as necessidades do trabalho que se
pretende executar;
• Instalação de sinalização de advertência, como bandeiras e barricadas, em todos os
acessos dentro da área de influência do fogo;
• Execução de detonações em horários pré-estabelecidos, programados com pelo menos 24
horas de antecedência. Uma hora antes da detonação, deve ser acionada uma sirene. Este
procedimento deve ser repetido 30 minutos antes da detonação, quando toda a área, no
raio de 300 metros do ponto de detonação, é evacuada. Imediatamente antes da
detonação, a sirene é novamente acionada;
• Desmontes realizados próximo a edificações devem ser precedidos por inventário das
mesmas, com documentação fotográfica;
• As detonações devem ser executadas no horário compreendido entre 10 e 17 horas;
• Os ruídos e vibrações provocados pela explosão devem enquadrar-se nos limites
estabelecidos pela legislação;
• Todo e qualquer animal silvestre que, porventura, seja atingido deve ser recolhido ao
zoológico mais próximo, para os devidos cuidados e o fato comunicado aos órgão
competentes.

12.5.2 OBRAS COMUNS

Na implantação dos emissários e interceptores deverão ser seguidas as especificações


técnicas convencionais para esse tipo de obra, produzidas pela empresa consultora
responsável pelo Projeto Básico ou Executivo e pelo fabricante dos tubos e conexões
selecionados.

Os grandes fabricantes, como a Barbará (tubos e conexões de ferro fundido dúctil), a Tigre
(tubos e conexões de PVC), e outros têm manuais próprios. A ABNT – Associação Brasileira de
Normas Técnicas tem publicadas Normas, Especificações e Métodos para fabricação, ensaios
e recebimento desses materiais.
Adicionalmente, deverão ser seguidas também as condicionantes ambientais descritas a
seguir.

12.5.2.1 Abertura da Faixa de Obras

A abertura da faixa de caminhamento das tubulações, macrodrenagem, pavimentação, etc.


envolve trabalhos de limpeza, terraplenagem e construção de dispositivos de controle de
erosão e drenagem necessários à constituição da pista de serviço e do local de instalação das
tubulações.

A tubulação deverá acompanhar o relevo existente, dentro dos limites de curvatura admitidos
em projeto, sendo, neste caso, minimizada a execução de cortes e aterros (terraplenagem).
Somente quando a morfologia do terreno não permitir o uso de equipamentos que possam

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operar com segurança e também não haja uma área de trabalho acessível ou eficiente, é
permitida a execução de cortes e aterros. Esses trabalhos são precedidos de um projeto,
submetido à aprovação prévia da Fiscalização (e Supervisora).

A limpeza do terreno envolve a remoção de árvores, arbustos e vegetação rasteira da faixa. Os


procedimentos convencionais, durante o processo de limpeza, são:

• As laterais da faixa devem ser claramente delineadas, certificando-se de que não irá
ocorrer nenhuma limpeza além dos seus limites;
• As árvores a preservar devem ser marcadas com bandeiras, cercas, ou algum outro tipo de
marca, antes de iniciar a limpeza;
• Vegetação tipo arbustos, matos rasteiros e árvores devem ser cortados no nível do chão,
procurando-se deixar as raízes intactas, nas Áreas de Preservação Permanente.
• Todas as cercas encontradas devem ser mantidas pelo uso de um sistema temporário de
colchetes. O colchete deve ser construído com um material similar ao da cerca. Em
nenhum momento, deve-se deixar uma cerca aberta;
• As cercas permanentes devem ser refeitas com o mesmo material e nas mesmas
condições que existiam antes da construção;
• As árvores devem ser tombadas dentro da faixa;
• Qualquer árvore que cair dentro de cursos d’água ou além do limite da faixa deve ser
imediatamente removida;
• As árvores localizadas fora dos limites da faixa de domínio não devem ser, em hipótese
alguma, cortadas com o objetivo de obter madeira, evitando-se a poda dos galhos
projetados na faixa;
• A madeira não especificamente designada para outros usos deve ser cortada no
comprimento da árvore e ficar organizadamente empilhada ao longo da delimitação da
faixa, para ser usada como estiva ou para controlar a erosão. As estivas devem ser
necessariamente removidas do trecho, depois que a construção estiver concluída;
• A madeira não deve ser estocada em valas de drenagem ou dentro de áreas úmidas, a não
ser que as condições específicas do local permitam.

12.5.2.2 Abertura da Vala

De uma forma geral, a vala deve ser aberta e preparada, considerando-se as recomendações a
seguir apresentadas.
O solo superficial (camada orgânica) e o solo mineral escavado devem ser separados, durante
o processo de escavação, e armazenados separadamente.
O solo superficial orgânico deve ser removido na sua profundidade detectada.
Em nenhuma circunstância o solo superficial poderá ser usado como revestimento de fundo da
vala.
Interferências subterrâneas devem ser localizadas, (tubulações e cabos) escavadas
cuidadosamente e identificadas. As autoridades envolvidas (concessionárias, agências) devem
ser notificadas.

Tampões de valas são partes da vala que interrompem a continuidade da vala que está aberta.
Tampões macios são solos compactados ou sacos de areia colocados sobre a vala durante a
escavação. Tampões duros são partes da vala que ainda não foram escavadas.

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Em declives íngremes, os tampões servem para reduzir a erosão e a sedimentação das valas
e, com isso, diminuir os problemas de descarga na base do declive, onde geralmente estão
localizadas áreas de ambientes sensíveis, cursos d’água e áreas alagadiças. Além disso, os
tampões permitem que o gado e os animais selvagens possam atravessar a vala. As medidas
que devem ser aplicadas aos tampões das valas são as apresentadas a seguir.

Para evitar que os tampões macios fracassem no controle da passagem da água, eles devem
ser mais compridos do que altos, feitos de camadas compactadas e construídos ao longo das
valas. Devem ser inspecionados regularmente pela empreiteira, para evitar que se rompam.
A instalação dos tampões deve ser coordenada junto com a instalação das banquetas e calhas
d’água provisórias, para com isso poder desviar, com eficácia, a água para fora da faixa de
obras.

O solo superficial não deve ser usado como tampão.

Quando os tampões localizados acima de corpo d’água ou áreas alagadiças são removidos, a
água que acumulada atrás delas deve ser bombeada para uma área bem vegetada, ou filtrada
antes dos tampões serem removidos.

12.5.2.3 Transporte e Manuseio de Tubos

As operações de transporte de materiais, especialmente dos tubos, devem ser realizadas de


acordo com as disposições das autoridades responsáveis pelo trânsito (BHTRANS). Ruas,
rodovias federais, estaduais e municipais, estradas particulares ou mesmo caminhos de acesso
não devem ser obstruídos. O transporte deve ser feito de forma a não constituir perigo para o
trânsito normal de veículos.

Os tubos devem ser distribuídos ao longo da pista, de maneira a não interferir com o uso
normal dos terrenos atravessados.

12.5.2.4 Colocação dos Tubos

Para preservar a estabilidade da vala contra processos erosivos e, conseqüentemente, garantir


a integridade da rede coletora, devem ser adotados, antes do início dos serviços de colocação
da tubulação no interior da vala, os seguintes procedimentos:

• Execução de uma inspeção minuciosa das condições das paredes laterais e do fundo da
vala;
• Esgotamento preferencial da vala, nos casos da ocorrência de água no seu interior, de
forma a permitir uma inspeção detalhada das suas paredes laterais e do seu fundo;
• Verificação dos trechos da vala aberta em rocha, visando um repasse das condições de
suas paredes e do seu fundo, com a remoção de eventuais ressaltos que venham a
comprometer a segurança da tubulação;
• Recolhimento de detritos detectados no interior da vala, tais como: pedaços de madeira,
tacos e sacos de apoio da tubulação, protetores de bisel dos tubos, pedras soltas, luvas,
lixas, escovas, restos de papel feltro, lã de vidro, fitas de polietileno, embalagens de
comidas, etc.
• Revestimento do fundo da vala com camada de solo isento de pedras e outros materiais
que possam danificar o revestimento da tubulação nos trechos de vala aberta em rocha, ou
onde, na superfície do fundo da vala, o terreno estiver muito irregular;

403
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• Preparação de berços de apoio, tipo travesseiro, no fundo da vala, para permitir um


assentamento contínuo da tubulação, com o uso de solo escavado da própria vala, isento
de pedras e outros materiais que possam danificar o revestimento dos tubos.

Deve ser feita uma inspeção para a verificação de eventuais danos nos tubos e no seu
revestimento original, com a execução dos reparos que se fizerem necessários.

Sempre que o serviço de colocação dos tubos for interrompido deve ser verificado se a
tubulação colocada na vala está com as suas extremidades tamponadas, para impedir a
entrada de animais, detritos e outros objetos estranhos.

12.5.2.5 Cobertura da Vala

Devem ser empregados métodos, equipamentos e materiais adequados à execução do serviço


de enchimento da vala e cobertura da tubulação, para não causar danos à tubulação e ao seu
revestimento anticorrosivo (se for o caso). Na definição do método de execução, devem ser
levados em consideração o tipo de solo e as características de cada região atravessada.

O serviço de cobertura deve ser iniciado logo após a colocação da tubulação na vala e a sua
aprovação pela Fiscalização, de forma que:

• Seja evitado o risco de instabilidade da vala, da pista e da tubulação, face à retirada do


material pela escavação e, conseqüentemente, pela maior infiltração de água no solo
através da vala;
• Seja minimizada a alteração no uso de terras cultivadas e/ou irrigadas pelos proprietários,
com o reaterro da vala e a recomposição do substrato (camada vegetal) nas áreas
atingidas no seu nível original, no menor espaço de tempo possível, para permitir a
retomada da produção.
Deve ser observado o atendimento da cobertura mínima definida nos documentos técnicos
contratuais (especificações da consultora projetista e do fabricante dos tubos), especialmente
nas situações de área de culturas com lavra mecanizada ou não mecanizada e áreas ocupadas
ou com previsão de ocupação residencial/industrial.

Em áreas de significativo interesse ambiental (áreas de preservação permanente ou com a


cobertura natural não alterada anteriormente), o serviço de cobertura deve incluir o reaterro
compactado do solo e o replantio de espécies vegetais retiradas para a montagem da rede
coletora, desde que não venham a comprometer a tubulação. No caso de Unidades de
Conservação, o órgão responsável pela sua administração deve ser consultado.

Em princípio, todo o material oriundo da escavação da vala deve ser recolocado nela,
tomando-se o cuidado para que a camada externa de solo vegetal venha a ocupar a sua
posição original.

As camadas recolocadas devem ser constituídas de solo solto e macio, retirado do material
escavado da própria vala, isento de impurezas e detritos. Na impossibilidade de contar com o
material escavado da vala - caso de trecho em rocha - deve ser providenciado o transporte do
material de uma área de empréstimo previamente escolhida, cujo solo atenda aos requisitos
especificados.

Nos trechos em rampa com declividade acentuada, o material de cobertura deve ser totalmente
compactado, para evitar deslizamento ou erosão.

404
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Quando requerida a compactação do reaterro da vala, devem ser colocadas camadas de altura
compatível com o tipo de solo e o grau de compactação desejado. A compactação junto à
tubulação deve ser feita com soquete manual. Na camada superficial do terreno, a
compactação do solo deve ser reduzida, objetivando facilitar o desenvolvimento do sistema
radicular das espécies a serem utilizadas na revegetação.

Deve ser executada uma sobrecobertura ao longo da vala, para compensar possíveis
acomodações do material e o aparecimento de focos de erosão. O solo deve cobrir toda a
parte superior da vala, visando facilitar a estabilização do terreno. A sobrecobertura não deve,
entretanto, ser executada nos seguintes casos:

• Passagem através de regiões cultivadas;


• Nos trechos aonde venha a obstruir o sistema de drenagem da pista;
• Nos locais de cruzamentos e ao longo de ruas, estradas, acostamentos, pátios de ferrovias,
trilhas, caminhos e passagens de quaisquer natureza.

Nos casos em que não for possível executar a sobrecobertura da vala, deve ser providenciada
a compactação do material de cobertura.

12.5.2.6 Limpeza, Recuperação e Revegetação da Faixa de Obras.

Os serviços de limpeza e recuperação da faixa de obras devem ser definidos em função dos
seguintes princípios básicos para a minimização dos impactos causados ao meio ambiente:

• Adoção de métodos para zelar pela proteção ao solo, pelo combate à erosão e pela
manutenção da integridade física da tubulação, com a correspondente estabilidade da vala
onde for implantada;
• Devolução, à faixa de obras e aos demais terrenos atravessados e/ou próximos da
tubulação, do máximo de seu aspecto e condições originais de drenagem, proteção vegetal
e de estabilidade, restaurando todos os eventuais danos ecológicos e socioeconômicos
causados às propriedades de terceiros e aos bens públicos, assim como aos sistemas
hidrográficos e aos mananciais, afetados pela construção da rede coletora.

Os serviços de limpeza e recuperação devem ser executados imediatamente após a conclusão


da cobertura da vala.

Em áreas sujeitas a ação erosiva intensa, tipo voçorocamento, em face do risco da tubulação
ficar exposta, a restauração da faixa de obras deve ser executada simultaneamente com as
fases de montagem da rede coletora.

Deve ser feita documentação fotográfica, retratando a situação original da faixa, visando a
comparação da situação da área atravessada ou envolvida pela obra, antes e depois da
construção da rede coletora, dos serviços de drenagem, vias e urbanização.

Além da restauração definitiva das instalações danificadas pela obra, os serviços devem
englobar a execução de drenagem superficial e de proteção vegetal nas áreas envolvidas, de
forma a garantir a estabilidade do terreno, dotando a faixa de obras, a pista, a vala e a
tubulação enterrada de uma proteção permanente.

A execução dos serviços de drenagem superficial e de proteção vegetal deve obedecer ao


projeto construtivo previamente elaborado e aprovado pela Fiscalização.

405
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PROGRAMA BH VILAS URBANIZADAS

Nos pontos onde a faixa interceptar rios e corpos d’água, deve ser executada a restauração
das margens e taludes.

Deve ser realizada a limpeza completa da faixa de obras e das pistas de acesso, assim como
dos demais terrenos e estruturas de apoio utilizados nos serviços de construção e montagem
da rede coletora.

Os serviços de limpeza devem compreender a remoção de:


• Pedras, matacões, restos de raízes, troncos de árvores, galhos e demais obstáculos e
irregularidades existentes na faixa e nas pistas, oriundos da execução dos serviços;
• Fragmentos de equipamentos, ferramentas, embalagens e demais materiais;
• Sobras de tubos, protetores de bisel, etc.

Exceto quando estabelecido de outra forma, devem ser desativados todos os acessos
provisórios, assim como eliminados ou removidos pontes, pontilhões, estivas e outras
instalações provisórias utilizadas na execução dos serviços de construção e montagem da rede
coletora.
As cercas de divisas de propriedades, divisas de áreas de pastagem e/ou de culturas, assim
como portões, porteiras, mata-burros, etc., devem ser restauradas ou reinstaladas
integralmente como eram no seu estado original, tudo de conformidade com o registrado no
cadastramento de benfeitorias e no documentário fotográfico executado previamente nas
propriedades.

Devem ser totalmente desobstruídos os canais e valas de drenagem e de irrigação existentes


nas propriedades e áreas contíguas, eventualmente interceptados pela obra.

O projeto de recuperação vegetal deve contemplar a vegetação ou revegetação de todas as


áreas atingidas pela construção e montagem da rede coletora, das atividades de drenagem,
vias, etc. Tal projeto deve propiciar a proteção do solo e dos mananciais hídricos contra os
processos erosivos e de assoreamento, assim como a reintegração paisagística e a integridade
física da própria tubulação.

Os projetos devem seguir as recomendações a seguir e as propostas porventura apresentadas


nos PCAs de cada intervenção.

Deve ser executado o replantio de espécies nativas em áreas contíguas aos remanescentes
atingidos, a partir da coleta de mudas e sementes nas áreas desmatadas, desde que
autorizado pelo órgão ambiental licenciador. Devem também ser selecionadas espécies de
maior adaptabilidade e rapidez de desenvolvimento, levando-se em conta a necessidade da
reintegração paisagística.

Os trabalhos de revegetação devem ocorrer paralelamente aos serviços de recomposição, logo


após o nivelamento do terreno e a recolocação da camada superior de solo orgânico,
observada a sazonalidade climática da região.

Devem ser priorizadas, para a revegetação, as áreas íngremes e as margens de cursos d’água,
consideradas por lei como de preservação permanente, as quais apresentam maiores riscos de
danos ambientais, como erosões e assoreamentos.

As Áreas de Preservação Permanente - faixas marginais dos cursos d’água (variável em


relação às suas dimensões), os topos de morros e as áreas de elevada declividade (acima de
45%) - receberão um tratamento de revegetação para cobertura rápida do solo, evitando o

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PROGRAMA BH VILAS URBANIZADAS

surgimento de processos erosivos. Para tal, deverá ser utilizado um coquetel de espécies
vegetais de gramíneas e leguminosas de rápido crescimento, preferencialmente nativas.

Os plantios devem ser realizados manualmente, com a semeadura a lanço do coquetel de


sementes previamente misturado.

Na restauração de áreas cultivadas devem ser adotados cuidados especiais para assegurar
que os terrenos possam ser preparados em condições para o plantio, ou seja, com o substrato
recuperado no seu nível original, permitindo a sua reintrodução ao uso original pelos
proprietários.

Deve ser de responsabilidade da empreiteira a execução – ou acompanhamento, no caso de


convênios e subcontratação - dos serviços de revestimento vegetal, incluindo a sua irrigação e
manutenção, até que fique comprovado, após germinação, a pega total da vegetação.
Nos locais definidos no projeto de proteção vegetal, devem ser instaladas “placas educativas”,
indicando a área, extensão da faixa e espécies plantadas ou replantadas, o tipo de vegetação e
suas principais finalidades.

As áreas de canteiros de obras que não forem utilizadas para outro fim posteriormente devem
ser revegetadas.

Os canteiros possuem superfícies como estradas internas e pátios muito compactadas pelo
trânsito de máquinas e caminhões. Para a revegetação, inicialmente deve ser feita uma
subsolagem para romper as camadas compactadas das superfícies em pauta.

12.5.2.7 Plano de Controle e Recuperação das Áreas de Empréstimo e de Bota-


fora

Basicamente três tipos de áreas degradadas podem ser geradas pela implantação das obras
do Programa BH Vilas Urbanizadas, além da própria faixa de execução das obras: áreas de
empréstimos de materiais naturais (eventualmente necessários para aterros, revestimento de
estradas de serviço ou preenchimento de valas); bota-foras; e local do canteiro de obras.

Essas áreas, ao término da construção, deverão ser trabalhadas de modo que as suas novas
condições situem-se próximas às condições anteriores à intervenção, procurando-se devolver a
esses locais o equilíbrio dos processos ambientais ali atuantes anteriormente, ou permitir a
possibilidade de novos usos.,

12.5.3 EXPLORAÇÃO DE JAZIDAS

Para os casos de necessidade de importação de materiais de empréstimo para a implantação


de vias e parques, melhorias das estradas de acesso, preenchimento ou recobrimento de valas
e implantação de dispositivos de controle de erosão (leiras em nível), a exploração desses
materiais deve ter a aprovação prévia do proprietário da área onde se localiza a jazida, bem
como ser licenciada pelos órgãos ambientais competentes.

As atividades de extração deverão ser acompanhadas pelo Supervisor Ambiental, visando a


manutenção da qualidade ambiental da área e a compensação e atenuação das adversidades
geradas.

Delimitação da área a ser explorada

407
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PROGRAMA BH VILAS URBANIZADAS

A identificação das diversas jazidas de diferentes materiais naturais e sua cubagem


(quantificação do material explorável) deve ter sido feita em fase anterior ao início de execução
das obras (Projeto Executivo). Na fase de execução de obras, trata-se de definir
topograficamente e marcar, no terreno, a extensão da área de extração, em cada trecho.

A seleção das áreas de jazidas a serem exploradas são feitas pela construtora e aprovadas
pela Supervisão, em função das distâncias de transporte até o local de utilização do material.
No planejamento prévio das obras já se saberá qual o volume a ser retirado de cada jazida e,
conseqüentemente, a extensão da superfície a ser alterada. Pode ocorrer alguma diferença
entre os volumes necessários e disponíveis planejados e a real execução, em função de
condições do solo que só são observadas durante a execução, mas essas diferenças
geralmente não são significativas.

De qualquer forma, é importante que cada jazida seja claramente delimitada em campo, pois,
da mesma forma que não se deve pagar por um volume não utilizado, também não se deve
alterar uma superfície sem motivo. Deve-se sempre respeitar as áreas de interesse ecológico
(áreas em bom estado de conservação natural e áreas de preservação permanente), evitando-
se, sempre que possível, alterar as condições naturais desses ambientes.

Desmatamento das áreas a serem exploradas (limpeza do terreno)

A cobertura vegetal deverá ser removida somente na área prevista e delimitada para
exploração, onde ocorrerá a decapagem do estéril, e em período imediatamente precedente a
essa operação, de forma que logo após o desmatamento ocorra a decapagem. A retirada da
vegetação deverá ocorrer na medida em que for havendo necessidade de se explorar cada
jazida, evitando-se o desmatamento de várias jazidas em um mesmo período. Os cuidados
nessa fase são:

• Delimitar a área a ser desmatada e a área onde será feita a estocagem do solo superficial,
para posterior recuperação das áreas alteradas.
• Orientar os operários quanto aos processos de retirada da vegetação, no sentido de
reaproveitar os restolhos vegetais.
• Evitar a queima da cobertura vegetal, encontrando destino para os troncos vegetais que
forem cortados e estocar quando possível os restolhos vegetais juntamente com o solo,
para utilização futura na reabilitação de áreas degradadas.

Decapagem do estéril
Definir previamente a espessura do horizonte considerado como solo fértil, quando este existir,
e fazer a remoção dessa camada para as áreas delimitadas para a estocagem. A camada de
solo fértil compreende, em geral, uma espessura de até 30 cm (pode ser bem menor), onde se
concentram as maiores quantidades de matéria orgânica e a atividade biológica do solo.

Orientar os trabalhos de decapagem em função da espessura do capeamento de solo


orgânico.

O solo fértil removido e estocado deverá ser conservado para uso posterior nos setores
degradados a serem reabilitados, podendo ser utilizado também na cobertura da superfície
final do bota-fora.

Estocagem do solo
Para a estocagem do solo fértil, é recomendável fazer o depósito em local plano, formando
pilhas regulares não superiores a 2 metros de altura. No sentido de prevenir a erosão e o

408
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carreamento de partículas mais finas, a base da pilha deverá ser protegida com troncos
vegetais (do desmatamento da própria área) e toda sua superfície deverá ser recoberta com
restolhos vegetais;

Procurar não alterar as características do solo removido, evitando a compactação do material.


O revolvimento periódico do solo irá facilitar o processo de aeração promovendo uma melhor
atividade biológica, o que aumenta a sua fertilidade.

Escavação
Sinalizar e cercar as áreas em exploração para evitar acidentes com pessoas ou animais. A
área deverá permanecer cercada com estacas de madeira e arame farpado.
Durante a operação da lavra, os trabalhadores deverão usar equipamentos de proteção
individual (luvas, botas, capacetes e óculos de proteção e máscara contra poeiras).

Transporte de materiais
Durante o transporte dos materiais até a área de utilização ou até os depósitos de estocagem,
atenção especial deverá ser dada às estradas de serviço utilizadas, controlando a velocidade
dos veículos e sinalizando as pistas para evitar acidentes com outros usuários.
Recuperar eventuais trechos deteriorados da estrada.

Fazer o controle da manutenção e regulagem periódica dos caminhões como forma de evitar
emissões abusivas de ruídos e gases.

Controlar a poeira durante a estiagem através da aspersão de água nos acessos dentro da
área do projeto. As cargas de material terroso devem ser transportadas com coberturas de
lona.

Drenagem superficial
Os trabalhos de drenagem superficial das áreas a serem exploradas se farão necessários
somente se a operação ocorrer durante o período chuvoso, de forma que o objetivo principal da
drenagem superficial nesse caso será o de facilitar os trabalhos de exploração, evitando que as
áreas a serem exploradas fiquem submersas.

Nas jazidas de solo, durante o período chuvoso, deverão ser abertas valetas de drenagem no
entorno da área de exploração visando controlar e evitar o fluxo superficial para dentro da
escavação.

As pilhas de estoque de solo acumulado devem ser protegidas, tanto em suas bases como na
superfície. Deve-se colocar na base das pilhas troncos de madeiras e recobri-las com restolhos
vegetais, evitando-se o carreamento e transporte de sedimentos.

Recuperação das Áreas Exploradas


Para recuperação das áreas exploradas como jazidas recomenda-se a aplicação de métodos
físicos e biológicos. Os métodos físicos deverão ser executados tão logo as áreas sejam
exploradas e os métodos biológicos deverão ser executados no início do primeiro período
chuvoso subseqüente.

São métodos físicos recomendados:

• Recomposição topográfica das áreas exploradas, incluindo a eventual utilização de material


de bota-fora, se houver;

409
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• Sistematização dos terrenos, os quais deverão ficar com inclinação suave, compatível com
a direção predominante de escoamento das áreas vizinhas, evitando-se criar locais sem
escoamento natural;
• Leve compactação dos terrenos, para sua estabilização;
• Recobrimento de toda a área com a camada superficial de solo orgânico, anteriormente
removida e estocada. Deverá ser colocada uma camada de solo orgânico, de forma regular,
com a mesma espessura da camada original, no mínimo, obedecendo a conformação
topográfica e recobrindo toda a superfície. A finalidade dessa cobertura é de reconstruir um
horizonte orgânico sobre o solo depositado, contendo o húmus que propiciará a absorção
dos elementos nutrientes pelas espécies vegetais a serem implantadas.

Os métodos biológicos são as operações de revegetação das áreas recompostas


topograficamente. Como o objetivo é devolver à área uma cobertura vegetal tão próxima
quanto possível de sua situação original, essas operações podem ser diferenciadas, conforme
seja conveniente estabelecer vegetação rasteira, arbustiva ou arbórea.

A recomposição da cobertura vegetal, além do aspecto estético, torna possível a instalação de


ciclos de nutrientes que mais tarde podem se auto-regular, sem a necessidade de intervenção
externa pelo homem.

A recuperação da cobertura vegetal é capaz de permitir e sustentar o restabelecimento da


fauna nativa nos locais recuperados. Assim, após a reestruturação das paisagens naturais,
espera-se ocorrer um repovoamento gradual das áreas por espécies silvestres.

A recomposição da cobertura vegetal tem como objetivos básicos:


• a reintegração das áreas à paisagem dominante na região;
• a recomposição paisagística com características próximas à situação original;
• o controle dos processos erosivos;
• a proteção dos corpos hídricos;
• a recuperação da flora;
• Repovoamento e manutenção da fauna silvestre regional ou migratória.

Dependendo da localização da jazida explorada – áreas de propriedade rural em uso, ou região


já bastante alterada -, pode ser mais interessante o plantio de espécies forrageiras, gramíneas
e leguminosas, em vez de se procurar uma recomposição vegetal próxima da condição natural
mas que não se sustentaria muito tempo. Nesse caso, o objetivo é permitir e dar suporte a uma
atividade econômica, juntamente com uma cobertura que proteja o solo da erosão.

De modo geral, tanto para recuperação da condição anterior quanto para implantação de
pastagens, a fixação da vegetação será mais rápida e eficiente se for feita a correção da
fertilidade do solo, o que consiste em duas ações complementares: a calagem, que é a
correção da acidez do solo, normalmente feita com a adição de calcário dolomítico; e a
adubação, por meio da adição de nutrientes químicos ou orgânicos. As quantidades a serem
aplicadas devem ser indicadas depois de análise do solo, em laboratórios específicos.

A incorporação do calcário ao solo deve ser feita por meio de gradagem, no mínimo 3 meses
antes do plantio. A incorporação dos adubos se faz juntamente com o plantio.

O plantio de forrageiras geralmente se faz a partir de sementes, a lanço ou com implementos


agrícolas. As espécies a serem utilizadas e as quantidades serão estabelecidas em cada caso.

410
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No caso de se pretender a recomposição de vegetação original rasteira e/ou arbustiva, isso


pode ser feito por meio de semeadura a lanço ou pela dispersão de propágulos recolhidos em
áreas naturais próximas, procurando-se obter uma cobertura completa do terreno.

Para recompor uma cobertura também arbórea, deve ser prevista a aquisição de mudas de
espécies vegetais em estabelecimentos especializados ou viveiros da região. Dependendo do
tamanho da área a ser recuperada, pode ser necessário que o próprio empreendedor instale
um canteiro para a produção das mudas. A quantidade de mudas deve ser calculada em
função da área superficial a ser recuperada e do espaçamento recomendado para cada
espécie.

A composição de espécies para o reflorestamento de recuperação deverá incluir espécies


pioneiras, secundárias e climácicas, incluindo espécies leguminosas e frutíferas. Esta
consorciação otimizará o plantio, pois as espécies pioneiras vão produzir sombra para as
demais, as leguminosas possuem a propriedade de fixar o nitrogênio no solo e as espécies
frutíferas atrairão a fauna mais rapidamente, principalmente as aves que por sua vez agilizarão
a disseminação e o intercâmbio de sementes entre a mata da região e as áreas em
recuperação.

O terreno deve ser preparado antecipadamente para receber as mudas. Deve-se preparar as
covas e o adubo para enchimento das covas. Após o plantio, fazer o acompanhamento do
crescimento das plantas, aplicando-se tratos culturais como eliminação de ervas daninhas,
combate a formigas, etc.

O plantio deve ser feito preferencialmente no início do período chuvoso, que na região de Belo
Horizonte corresponde ao final novembro ou início de dezembro. Por ocasião do plantio alguns
cuidados devem ser tomados:
• o plantio das mudas deve ser executado em nível, visto que o local possuirá uma suave
declividade;
• ao retirar a muda do saquinho deve cuidar-se para que o torrão não quebre, danificando o
sistema radicular. Após a remoção da muda os recipientes plásticos devem ser recolhidos e
dispostos em local adequado;
• realizar um suave embaciamento ao redor da muda, por ocasião do plantio, propiciando um
melhor armazenamento de água;
• ao plantar as mudas deve tomar-se o cuidado de não encobrir o caule da planta, uma vez
que isso pode causar morte das mudas por afogamento.
• Colocar tutores nas plantas para evitar a quebra dos galhos.

O replantio deverá ser realizado 45 dias após o plantio, visando repor as mudas mortas.

O processo de recuperação de uma área que recebeu mudas de espécies arbóreas exige que
se faça o controle e o acompanhamento dos resultados obtidos. Esse acompanhamento
consiste em:
• Adubação de cobertura em cada cova, por no mínimo 3 (três) anos consecutivos;
• Coroamento e limpeza no entorno das mudas;
• Replantio de mudas que se fizerem necessárias;
• Realização de desbastes e podas;
• Combate às formigas, inclusive nas redondezas, num raio de 200 metros, até que se tenha
controle total das formigas cortadeiras;

411
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• Correção e fertilização do solo das covas - além da adubação química é de grande


importância a incorporação de matéria orgânica ao material das covas (usualmente esterco
curtido).

Bota-Foras
Podem ser implantados bota-foras de dois tipos: temporários e permanentes.

Bota-foras temporários podem ser formados durante as escavações de valas e cortes cujos
materiais são utilizados para o recobrimento das valas e recomposição dos taludes. Nesses
casos, esses bota-foras devem estar nos limites da faixa e serem providos de dispositivos de
controle de drenagem e contenção de sedimentos, visando evitar o carreamento de material
para os talvegues a jusante.

Bota-foras permanentes podem ser necessários caso haja grandes volumes de material
retirado e que não devam ser aproveitados no reaterro e cobrimento das valas, tais como
rochas e solos expansivos. Devem ser dispostos em locais com aprovação prévia do
proprietário da área, e também ser precedidos de vistoria pelos Responsáveis pela Gestão
Ambiental, da construtora, da Supervisora e do Empreendedor, bem como ser licenciados
pelos órgãos ambientais competentes, se assim for requerido. Deve-se observar que já existem
bota-foras licenciados pela prefeitura e este ainda possuem volume passivo de recebimento de
resíduos.

Os materiais terrosos ou granulares, de granulometria fina a média, devem ser dispostos em


depósitos executados em conformidade com a ABNT, com lançamento do material em local
devidamente preparado, com dispositivos de drenagem e contenção de sedimentos a jusante
dos mesmos.

Os materiais formados por blocos e matacões podem ser dispostos ao longo da faixa, desde
que haja anuência do proprietário e dos Responsáveis pela Gestão Ambiental. Esses materiais
deverão ser arranjados adequadamente, recobertos por solos e revegetados.

A seleção de áreas para bota-fora deve ser organizada em conjunto com a Prefeitura
Municipal, aproveitando o material para corrigir pequenas áreas degradadas e estabelecer
aterros em outras obras próximas ao local do bota-fora.

A recuperação de bota-fora, de modo geral, deve compreender as seguintes etapas:


• Regularização topográfica
• Recomposição ou implantação de cobertura vegetal

A regularização topográfica é o preparo do relevo para o recebimento da cobertura vegetal,


dando-lhe uma forma estável e adequada ao uso futuro do solo. O relevo final deverá atender
os seguintes objetivos:
• Promover a estabilidade do solo e taludes;
• Adequar o terreno a eventuais equipamentos exigidos pelo uso futuro do solo;
• Contribuir para o controle de erosão;
• Compor favoravelmente a paisagem do ponto de vista estético, atendendo às condições do
paisagismo pré-existente.

Sempre que possível, o terreno deverá ser mantido plano ou com pouca declividade. Em
terrenos com declividade superior a 20%, recomenda-se a construção de bancadas, também
denominadas terraços em patamar (terraceamento). O terraceamento visa diminuir a

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velocidade e o volume das águas de enxurrada que correm perpendicularmente às curvas de


nível do terreno, coletando-as e dividindo-as, de modo a minimizar seus efeitos erosivos.

O planejamento da recomposição ou da implantação de cobertura vegetal no bota-fora deve


seguir os mesmo passos indicados para a recuperação de áreas de jazidas.

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13 CRONOGRAMA DE IMPLANTAÇÃO DAS ATIVIDADES


As atividades se darão ao longo os cinco anos de execução das Obras do Programa BH Vilas
Urbanizadas, correndo em conformidade com o cronograma de implantação de obras.

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14 ESTIMATIVA DE CUSTOS
A planilha apresentada a seguir foi elaborada em fevereiro de 2005 e encontra-se em processo
de ajustamento. Portanto, poderá ter seus custos modificados e programas incluídos,
especialmente na área de gestão ambiental.

415
CUSTOS

Custo Custo % (ação/ % %


compone (ação/ (compon
Componente Ação REAL DÓLAR
nte) total) ente/
(x 1.000) (x 1.000) total)
Apoio à UCP 1.514,44 504,81 23,0% 1,2%
Estudos e Projetos(Taquaril e São José) 2.547,89 849,30 38,8% 2,0%
Engenharia e Supervisão de obras 1.333,46 444,49 20,3% 1,0%
5,1%
Administração Monitoramento e Avaliação 942,06 314,02 14,3% 0,7%
Auditoria 235,78 78,59 3,6% 0,2%
Sub total 1 6.573,63 2.191,21 100,0%

Gestão Integr.Progr. Estruturantes 0,00 0,00 0,0% 0,0%


Monitoramento e Fiscalização ZEIS 2.105,30 701,77 64,3% 1,6%
Fortalecimento
Pós morar e Pós regularizar 1.170,24 390,08 35,7% 0,9% 2,6%
Institucional
Projeto-Intervenção Estrutural em Favelas 0,00 0,00 0,0% 0,0%
Sub total 2 3.275,54 1.091,85 100,0%

Des.Educ.Infantil (construção de UMEI) 1.100,00 366,67 21,0% 0,9%


Socialidade de Jovens 0,00 0,00 0,0% 0,0%
Centro BH Cidadania 492,19 164,06 9,4% 0,4%
Social 4,1%
Quadra Poliesportiva 300,00 100,00 5,7% 0,2%
Des. Institucional, Social e Organizativo 3.338,26 1.112,75 63,8% 2,6%
Sub total 3 5.230,45 1.743,48 100,0%

Intervenção Reestr. Habitacional - 300UH 9.000,00 3.000,00 39,5% 7,0%


urbanística Reestr. Saneamento 1.173,61 391,20 5,2% 0,9%
17,8%
ambiental no Reestr. Urbana 12.583,13 4.194,38 55,3% 9,9%
Conj Taquaril Sub total 4 22.756,74 7.585,58 100,0%

Implantação da obra 855,81 285,27 1,0% 0,7%


Desapropriação 2.000,00 666,67 2,2% 1,6%
Quadras / Arruamento 8.196,04 2.732,01 9,1% 6,4%
Intervenção
Edificações (1980UH x 30.000,00) 59.400,00 19.800,00 66,1% 46,5%
urbanística
Indenizações(PROAS-230 x 15.0000,00) 3.450,00 1.150,00 3,8% 2,7% 70,4%
ambiental na
Viário - Av. Pedro II 11.168,73 3.722,91 12,4% 8,7%
Vila São José
Viário - Tancredo Neves 3.812,73 1.270,91 4,2% 3,0%
Viário - Av. João XXIII 1.018,97 339,66 1,1% 0,8%
Sub total 5 89.902,28 29.967,43 100,0%

Total geral 127.738,64 42.579,55 100,0%


MUNICIPIO DE BELO HORIZONTE TC = 1 U$S 3,0
PROGRAMA BH VILAS URBANIZADAS - COMPONENTE SOCIAL
UNIDADES FISICAS Preço Unit Preço Unit CUSTOS ANO A ANO (US$) CUSTO TOTAL
Categ. Un.Fisicas ANO 1 ANO 2 ANO 3 ANO 4 ANO 5 TOTAL R$ U$S ANO 1 ANO 2 ANO 3 ANO 4 ANO 5 US$ R$

TOTAL DO PROJETO (Componente social) 953.700 749.137 1.172.514 1.269.408 855.241 5.000.000 15.000.000
1- DESENVOLVIMENTO DA EDUCAÇAO INFANTIL 317.754 354.822 697.174 759.927 176.877 2.306.554 6.919.662
1.1 Ampliação do Nº de espaçõs na Pre-Escola Crianças 3 a 5 anos e 8 meses240 240 480 480 0 1.440 316.667 353.734 696.087 758.840 176.877 2.302.205 6.906.614
1.1.1 Construção de Pre-Escolas 1 Pre-escolas novas 1 1 2 2 6 950.000 316.667 316.667 316.667 633.333 633.333 0 1.900.000 5.700.000
1.1.2 Equipamento das Pre-Escolas 2 Set Equipagem 1 1 2 2 6 39.147 13.049 0 13.049 13.049 26.098 26.098 78.294 234.881
1.1.3 Material de Consumo (PBH) Mat.Consumo p/escola 61.021 20.340 0 18.674 39.014 78.028 118.709 254.426 763.278
Caixa Escolar (gastos de manutenção e funcionamento) 6 caixa esc.p/escola 0 1 2 4 6 13 35.950 11.983 0 11.983 23.967 47.933 71.900 155.783 467.350
Compra (materiais de consumo) 6 compra mat.cons.p/escola 0 1 2 4 6 13 20.071 6.690 0 6.690 13.381 26.762 40.143 86.976 260.928
Reposição (mobilia) 6 reposição mobilia p/escola 0 0 1 2 4 7 5.000 1.667 0 0 1.667 3.333 6.667 11.667 35.000
1.1.4 Despesas de Custeio (PBH) Despesas p/escola 16.035 5.345 0 5.345 10.690 21.380 32.070 69.485 208.455
Energia Elétrica 6 energia p/escola 0 1 2 4 6 13 5.554 1.851 0 1.851 3.703 7.405 11.108 24.066 72.199
Água e Esgoto 6 agua p/escola 0 1 2 4 6 13 7.245 2.415 0 2.415 4.830 9.660 14.490 31.395 94.185
Telefonia 6 telefonia p/escola 0 1 2 4 6 13 3.236 1.079 0 1.079 2.158 4.315 6.473 14.024 42.071
1.2 Capacitação dos funcionários da Pre-escola Funcionários capacit. 26 26 52 52 0 156 1.087 1.087 1.087 1.087 0 4.349 13.048
1.2.1 Capacitação de Doscentes Doscentes capacit. 16 16 32 32 0 96 202 67 743 743 743 743 0 2.973 8.920
Capacitador 4 Hs.capacitação 40 40 40 40 0 160 52 17 693 693 693 693 0 2.773 8.320
Material Didático 4 Mat.p/turma 1 1 1 1 0 4 150 50 50 50 50 50 0 200 600
1.2.2 Capacitação de Cantineiro, Lactarista, Cozinherio etc Outros capacitados 10 10 20 20 0 60 252 84 344 344 344 344 0 1.376 4.128
Capacitador 4 Hs.capacitação 16 16 16 16 0 64 52 17 277 277 277 277 0 1.109 3.328
Material Didático 4 Mat.p/turma 1 1 1 1 0 4 200 67 67 67 67 67 0 267 800
2- SOCIALIDADE DE JOVENS 0 244.928 290.217 360.095 429.973 1.325.213 3.975.638
2.1 Atividades para jovens com ONGs (40% dos jovens de 15 a 18 anos) Jovens atendidos 0 325 325 325 325 1.300 645 215 0 95.198 139.757 209.635 279.513 724.103 2.172.308
2.1.1 Oficinas conveniadas com ONGs 0 13 13 13 13 52 13.210 4.403 0 95.198 139.757 209.635 279.513 724.103 2.172.308
Equipamento e Material Permanente (1 set por vila) 2 Set.equip.por vila 0 2 0 0 0 2 37.980 12.660 0 25.320 0 0 0 25.320 75.960
Oficinas base: 25 jovems por turma 5 Custo p/joven 0 325 650 975 1.300 3.250 380 127 0 41.208 82.416 123.624 164.831 412.078 1.236.235
Oficineros da cultura 5 Custo p/joven 0 325 650 975 1.300 3.250 84 28 0 9.100 18.200 27.300 36.400 91.000 273.000
Oficineros de esportes 5 Custo p/joven 0 325 650 975 1.300 3.250 33 11 0 3.537 7.074 10.611 14.148 35.371 106.113
Lanches 5 Lanches 0 325 650 975 1.300 3.250 148 49 0 16.033 32.067 48.100 64.133 160.333 481.000
2.2.1 Formação Profissional e preparação para o mercado de trabalho 0 149.730 150.460 150.460 150.460 601.110 1.803.330
Aumento de escolaridade p/Jovens com E.Fundamental Incompleto (12% dos joven 15 a 18) 5 Jovens de 15 a 18 s/EF 90 100 100 100 390 2.181 727 0 65.430 72.700 72.700 72.700 283.530 850.590
Aumento de escolaridade p/Jovens com E.Médio incompleto (8% dos jovenns 15 a 18) 5 Jovens de 15 a 18 s/EM 50 60 60 60 230 1.548 516 0 25.800 30.960 30.960 30.960 118.680 356.040
Preparação dos Chefes de família (10% dos chefes das flias) 5 Chefes de flia 250 200 200 200 850 702 234 0 58.500 46.800 46.800 46.800 198.900 596.700
3- DESENVOLVIMENTO INSTITUCIONAL 635.946 149.387 185.123 149.387 248.390 1.368.233 4.104.700
3.1 Mobilização e Comunicação Social Flias comunicadas x ano 8.500 8.500 8.500 8.500 8.500 8.500 144.970 70.417 70.737 70.417 70.737 427.277 1.281.830
3.1.1 Infraestrutura 4.733 1.333 1.333 1.333 1.333 10.067 30.200
Palco (2 por ano x 2 vilas) 2 Palcos 4 4 4 4 4 20 1.000 333 1.333 1.333 1.333 1.333 1.333 6.667 20.000
Recurso audiovisual (aparelho de son, vídeo, filmadora, projetor,TV) 2 Equipamentos 1 1 10.200 3.400 3.400 0 0 0 0 3.400 10.200
3.1.2 Jornal de edição trimestral (8.500 exemplares por trimestre para todas as famílias) 3 Journais 34.000 34.000 34.000 34.000 34.000 170.000 2 1 17.000 17.000 17.000 17.000 17.000 85.000 255.000
3.1.3 Programa de radio (2 campanhas anuais x 2 vilas) 3 Programa de radio 4 4 4 4 4 20 2.500 833 3.333 3.333 3.333 3.333 3.333 16.667 50.000
3.1.4 Material de divulgação 5.287 4.967 5.287 4.967 5.287 25.793 77.380
Folders institucionais (3 edições na vida do projeto: 400 folders x 2 vilas x3 = 2400 exemplares) 3 Folders inst. 800 800 800 2.400 1,20 0,40 320 0 320 0 320 960 2.880
Folders comunitários por família (2 edições de 8.500 folders por ano x 2 vilas) 3 Folders comunit. 34.000 34.000 34.000 34.000 34.000 170.000 0,25 0,08 2.833 2.833 2.833 2.833 2.833 14.167 42.500
Banner (8 baners por ano x 2 vilas) 3 Banner 16 16 16 16 16 80 150 50 800 800 800 800 800 4.000 12.000
Faxas (50 faixas por ano x 2 vilas) 3 Faxas 100 100 100 100 100 500 40 13,3 1.333 1.333 1.333 1.333 1.333 6.667 20.000
3.1.5 Teatro comunitário para divulgação (150 hs anuais x 2 vilas) 5 Hs.teatro anuais 300 300 300 300 300 1.500 65 22 6.500 6.500 6.500 6.500 6.500 32.500 97.500
3.1.6 Equipe Técnico de Divulgação 30.800 30.800 30.800 30.800 30.800 154.000 462.000
Estagiarios (2,5 estagiarios x 12 meses para as 2 vilas) 3 Estagiarios anual 2,5 2,5 2,5 2,5 2,5 13 5.280 1.760 4.400 4.400 4.400 4.400 4.400 22.000 66.000
Técnico da área social (1 técnico para as 2 vilas) 3 Técnico social anual 1 1 1 1 1 5 52.800 17.600 17.600 17.600 17.600 17.600 17.600 88.000 264.000
Técnico da área infraestrutura física (0,5 técnico para as 2 vilas) 3 Técnico infra anual 0,5 0,5 0,5 0,5 0,5 3 52.800 17.600 8.800 8.800 8.800 8.800 8.800 44.000 132.000
3.1.7 Cadastro socioeconómico censitário: "Marco zero" (na entrada, universo de 8.500 famílias) 3 Cadastro p/flia 8.500 8.500 25 8 70.833 0 0 0 0 70.833 212.500
3.1.8 Promoção da Educação Ambiental 6.483 6.483 6.483 6.483 6.483 32.417 97.250
Curso de capacitação para a Equipe (30 técnicos que atendem as duas vilas; 2 cursos por ano) 4 Curso equipe 2 2 2 2 2 10 5.000 5.000 5.000 5.000 5.000 25.000 75.000
* Horas de preparação e aplicação: 80 hs por curso x 2 por ano 4 Hs capacitação 160 160 160 160 160 800 60 20 3.200 3.200 3.200 3.200 3.200 16.000 48.000
* Hospedagem, alimentação, transporte dos participantes 4 Diarias e transp.por curso 2 2 2 2 2 10 1.300 433 867 867 867 867 867 4.333 13.000
* Material, equipamentos, etc 4 Sets de material por curso 2 2 2 2 2 10 1.400 467 933 933 933 933 933 4.667 14.000
Curso de capacitação para a Comunidade (50 pessoas que atendem as 2 vilas, 2 cursos por ano) 4 Curso comunidade 2 2 2 2 2 10 600 600 600 600 600 3.000 9.000
* Horas de preparação e aplicação: 5 dias por curso x 4 hs/dia x 2 cursos/ano 4 Hs capacitação 40 40 40 40 40 200 35 12 467 467 467 467 467 2.333 7.000
* Folders para 50 pessoas x 2 cursos por ano 4 Folders 100 100 100 100 100 500 1,2 0,4 40 40 40 40 40 200 600
* Material, equipamentos, etc 4 Sets de material por curso 2 2 2 2 2 10 140 47 93 93 93 93 93 467 1.400
Visitas de monitoria (50 pessoas que atendem as 2 vilas) 4 883 883 883 883 883 4.417 13.250
* Onibus ( 2 visitas por ano para cada uma das 2 vilas) 4 Onibus 4 4 4 4 4 20 300 100 400 400 400 400 400 2.000 6.000
* Lanche (50 pessoas por cada vila, 2 vezes ao ano) 4 Lanches 200 200 200 200 200 1.000 3,5 1,2 233 233 233 233 233 1.167 3.500
* Materiais (50 camisetas, convites e accessórios por ano, para equipe da Comunidade) 4 Materiais 50 50 50 50 50 250 15 5 250 250 250 250 250 1.250 3.750
3.2 Desenvolvimento Organizativo 77.087 76.720 112.137 76.720 112.137 454.800 1.364.400
3.2.1 Infraestrutura 41.167 40.800 40.800 40.800 40.800 204.367 613.100
Aluguel de escritorio (1 por vila) 6 Aluguel anual 2 2 2 2 2 10 7.200 2.400 4.800 4.800 4.800 4.800 4.800 24.000 72.000
Equipamentos (quadros) 2 Equipamentos 2 2 550 183 367 0 0 0 0 367 1.100
Aluguel de carro (1 por vila) 6 Aluguel anual 2 2 2 2 2 10 18.000 6.000 12.000 12.000 12.000 12.000 12.000 60.000 180.000
Vigias (2 por vila) 6 Vigias 4 4 4 4 4 20 18.000 6.000 24.000 24.000 24.000 24.000 24.000 120.000 360.000
3.2.2 Estagiarios comunitários (2 por vila) 3 Estagiarios comunitarios 4 4 4 4 4 20 3.840 1.280 5.120 5.120 5.120 5.120 5.120 25.600 76.800
3.2.3 Equipe Técnico de Desenvolvimento Organizativo 30.800 30.800 30.800 30.800 30.800 154.000 462.000
Estagiarios (2,5 estagiarios x 12 meses para as 2 vilas) 3 Estagiarios anual 3 3 3 3 3 13 5.280 1.760 4.400 4.400 4.400 4.400 4.400 22.000 66.000
Técnico da área social (1 técnico para as 2 vilas) 3 Técnico social anual 1 1 1 1 1 5 52.800 17.600 17.600 17.600 17.600 17.600 17.600 88.000 264.000
Técnico da área infraestrutura física (0,5 técnico para as 2 vilas) 3 Técnico infra anual 1 1 1 1 1 3 52.800 17.600 8.800 8.800 8.800 8.800 8.800 44.000 132.000
3.2.4 Cadastro socioeconómico amostral: "Monitoramento" (no ano 3 e na saída - 4.250 famílias cada vez) 3 Cadastro p/flia 4.250 4.250 8.500 25 8 0 0 35.417 0 35.417 70.833 212.500
3.3 Fortalecimento dos Centros de Saúde 78 26 44 0 0 148 63.224 0 0 0 0 63.224 189.671
3.3.1 Curso para Equipes da Saúde da Família (2 turmas de 35 pessoas) 4 Pessoal da ESF capac. 0 26 44 0 0 70 6.833 0 0 0 0 6.833 20.500
Capacitador (120 hs de curso por turma; 40hs pagas)(3 turmas de 30 pessoas=90) 4 Hs.capacitação 120 0 0 0 0 120 80 27 3.200 0 0 0 0 3.200 9.600
Material Didático 4 Mat.p/turma 3 0 0 0 0 3 300 100 300 0 0 0 0 300 900
Passagens/Diárias 4 Pass/Diaria p/pessoa 90 0 0 0 0 90 111 37 3.333 0 0 0 0 3.333 10.000
3.3.2 Curso para Agentes Comunitários da Saúde 4 ACS capacit. 78 0 0 78 1.237 0 0 0 0 1.237 3.710
Capacitador (40 hs de curso) 4 Hs.capacitação 40 0 0 0 0 40 0 0 0 0 0 0 0 0
Material Didático 4 Mat.p/turma 1 0 0 1 200 67 67 0 0 0 0 67 200
Vale Transporte 4 10 vales p/pessoa 1.170 0 0 0 0 1.170 3 1 1.170 0 0 0 0 1.170 3.510
3.3.3 Equipamento Especializado para os 3 centros de saúde existentes 2 3 55.154 18.385 55.154 0 0 0 0 55.154 165.461
3.4 Creação de espaço BH Cidadania 350.666 2.250 2.250 2.250 2.250 359.666 1.078.998
3.4.1 Construção de Centro BH Cidadania(1 por vila) 1 Construção Centro BH 2 0 0 0 0 2 492.189 164.063 328.126 0 0 0 0 328.126 984.378
3.4.2 Equipamento 2 Equipamento Centro BH 2 0 0 0 0 2 33.810 11.270 22.540 0 0 0 0 22.540 67.620
3.4.3 Custeio (gastos de funcionamento) 6 Custeio 2 2 2 2 8 3.375 1.125 0 2.250 2.250 2.250 2.250 9.000 27.000
3.5 Estudos e pesquisas 0 0 0 0 63.267 63.267 189.801
3.5.1 Estudos de impacto A DEFINIR 3 Estudos 1 1 189.801 63.267 0 0 0 0 63.267 63.267 189.801
PREFEITURA BH
TRABALHO PELA VIDA

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