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UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS – UFAL

EIXO DAS TECNOLOGIAS


CAMPUS DO SERTÃO

ALTAIR ALVES GOMES


BÁRBARA MAGALHÃES SIMIONATTO
DOUGLAS DE OLIVEIRA TENÓRIO LIMA
SANDERSON CARLOS DOS SANTOS MENDES

EIA – COMPLEXO EÓLICO CURVA DOS VENTOS

DELMIRO GOUVEIA
2021
ALTAIR ALVES GOMES
BÁRBARA MAGALHÃES SIMIONATTO
DOUGLAS DE OLIVEIRA TENÓRIO LIMA
SANDERSON CARLOS DOS SANTOS MENDES

EIA – COMPLEXO EÓLICO CURVA DOS VENTOS

Trabalho apresentado ao professor


Antônio de Oliveira Netto da disciplina
Controle Ambiental, como requisito
avaliativo da AB2 do curso de Engenharia
Civil.

DELMIRO GOUVEIA
2021
SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO........................................................................................................6
2. DEFINIÇÕES IMPORTANTES...............................................................................6
1.1. Aspecto Ambiental / Ação Geradora...............................................................6
1.2. Impacto ambiental............................................................................................7
3. CARACTERIZAÇÃO DO EMPREENDIMENTO....................................................7
4. METODOLOGIA PARA IDENTIFICÃO E AVALIAÇÃO DOS IMPACTOS
AMBIENTAIS.................................................................................................................9
1.3. Impacto cumulativo........................................................................................14
1.4. Impacto sinérgico...........................................................................................15
5. APRESENTAÇÃO DA IDENTIFICAÇÃO E AVALIAÇÃO DOS IMPACTOS
AMBIENTAIS...............................................................................................................16
5.1. Impactos no meio físico.................................................................................16
5.2. Impactos no meio biótico...............................................................................28
5.3. Impactos no meio antrópico...........................................................................37
6. PLANOS DE CONTROLE E MONITORAMENTO AMBIENTAL (PCA)..............45
5.4. Considerações gerais....................................................................................45
5.5. Plano de Gestão Ambiental...........................................................................46
5.6. Plano Ambiental para Construção da Obra (PAC)........................................46
5.7. Programa de Gerenciamento de Resíduos Sólidos (PGRS)........................47
5.8. Programa de Recuperação das Áreas Degradadas......................................47
5.9. Programa de Controle de Desmatamento.....................................................48
5.10. Programa de Monitoramento do Nível de Ruídos......................................48
5.11. Programa de Comunicação Social.............................................................48
5.12. Programa de Desativação do Empreendimento........................................49
7. REFERÊNCIAS....................................................................................................50
8. APÊNDICE...........................................................................................................51
LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Planta baixa de situação do terreno do empreendimento............................8


Figura 2 - Listagem das atividades sujeitas ao licenciamento ambiental e respectivos
estudos..........................................................................................................................9
Figura 3: Fluxograma dos procedimentos de Avaliação de Impactos Ambientais.....10

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Conceituação da magnitude dos impactos em relação aos meios físico,


biótico e antrópico.......................................................................................................13
Tabela 2: Definição das medidas mitigadoras, potencializadoras ou compensatórias
.....................................................................................................................................15
Tabela 5:Classificação do Impacto “Alteração da qualidade ambiental devido à
geração de ruído”........................................................................................................18
Tabela 6:Classificação do Impacto “Alteração da dinâmica superficial.”...................20
Tabela 7:Classificação do Impacto “Alteração da qualidade das águas superficiais,
subterrâneas e do solo.”..............................................................................................23
Tabela 8:Classificação do Impacto “Alteração da qualidade ambiental devido à
geração de ruído.”.......................................................................................................25
Tabela 9: Classificação do impacto “Alteração da Qualidade das Águas Superficiais,
Subterrâneas e do Solo.”............................................................................................27
Tabela 10: Classificação do impacto “Perda de cobertura vegetal contínua e por
indivíduos arbóreos isolados.”....................................................................................30
Tabela 11: Classificação do impacto “Alteração na Biota Aquática.”.........................32
Tabela 12: Classificação do impacto “Colisão de aves e morcegos com os
aerogeradores.”...........................................................................................................33
Tabela 13: Classificação do impacto “Alteração na Biota Aquática.”.........................35
Tabela 14: Classificação do impacto “Interferência na rota migratória de aves.”......36
Tabela 15: Classificação do impacto “Geração de Expectativa.”...............................38
Tabela 16: Classificação do impacto “Dinamização da economia local e regional.”..40
Tabela 17: Classificação do impacto “Interferência no cotidiano da população local
devido à movimentação de veículos e pessoal.”........................................................41
Tabela 18: Classificação do impacto “Interferência na paisagem natural.”................43
Tabela 19: Classificação do impacto “Geração de energia renovável.”.....................44
1. INTRODUÇÃO

A metodologia para identificação, previsão, caracterização e avaliação dos


impactos ambientais relacionados às fases de planejamento, instalação, operação e
desativação do empreendimento é baseado na experiência dos profissionais
envolvidos no estudo, tendo partido de uma identificação preliminar de impactos
potenciais, elaborada por equipe multidisciplinar habilitada, detalhada e confirmada
na etapa pós-diagnóstico das áreas envolvidas. Os potenciais impactos ambientais
foram avaliados separadamente para as três fases do empreendimento
(Planejamento, Instalação e Operação).
A fase de desativação não foi objeto de avaliação específica neste estudo,
levando em consideração a longa vida útil do empreendimento.
Para cada impacto potencial identificado ou previsto, e avaliado em seguida,
foram analisadas as possibilidades de mitigação de seus efeitos negativos, assim
como a potencialização dos positivos. As medidas mitigadoras e/ou
potencializadoras (no caso dos impactos positivos), resultantes da análise, foram
organizadas na forma de planos e programas ambientais.

2. DEFINIÇÕES IMPORTANTES

Para um melhor entendimento e compreensão dos métodos adotados, os


termos e definições para a elaboração desta avaliação de impactos são
apresentados a seguir:

1.1. Aspecto Ambiental / Ação Geradora

Ação e/ou matéria e/ou energia, associada a qualquer fase do


empreendimento (planejamento, instalação e operação), cuja ocorrência pode
resultar em um ou mais impactos ambientais (SÁNCHEZ, 2008).

1.2. Impacto ambiental

Segundo a Resolução CONAMA nº 01/1986, em seu artigo 1°: “considera-se


impacto ambiental qualquer alteração das propriedades físicas, químicas e

6
biológicas do meio ambiente, causada por qualquer forma de matéria ou energia
resultante das atividades humanas que, direta ou indiretamente, afetam: a saúde, a
segurança e o bem-estar da população; as atividades sociais e econômicas; a biota;
as condições estéticas e sanitárias do meio ambiente; a qualidade dos recursos
ambientais”.
Da mesma forma, a Norma ISO NBR-14.001:2004, no item 3.7, define
impacto ambiental como qualquer modificação do meio ambiente, adversa ou
benéfica, que resulte, no todo ou em parte, dos aspectos ambientais da organização,
neste caso do empreendimento; e, para Sánchez (2008) impacto ambiental é
qualquer alteração positiva ou negativa sobre o meio ambiente, provocada por ações
humanas num determinado local, que resulte na modificação de processos naturais
ou sociais.

3. CARACTERIZAÇÃO DO EMPREENDIMENTO

O empreendimento situa-se em uma zona rural do semiárido do nordeste


brasileiro onde predominam a pecuária extensiva e atividades agrícolas voltadas
para o mercado (plantio de sisal e algodão), ao lado de atividades de subsistência.
O local escolhido para o empreendimento situa-se em um alto topográfico, em
uma fazenda de 520ha exclusivamente voltada à criação de gado. A fazenda situa-
se a 15Km da sede de um pequeno município e o acesso de faz por estrada
estadual pavimentada. Vizinho à fazenda há um povoado rural onde vivem cerca de
40 famílias que realizam plantio de subsistência e trabalham nas fazendas da região.
Ademais, há na região diversos fragmentos de vegetação nativa com
potencial de abrigar espécies ameaçadas, principalmente nos locais de maior
altitude e dificuldade de acesso. A baixa disponibilidade de água e os solos
oligotróficos contribuíram para a conservação de remanescentes de vegetação
nativa.

7
Figura 1 - Planta baixa de situação do terreno do empreendimento

Fonte: Autores
(2021)

Considerando-se que o empreendimento será instalado em território estadual


alagoano, pode-se constatar através da resolução nº 10/2018 do Conselho Estadual
de Proteção Ambiental – CEPRAM, que Define os procedimentos de aprovação dos
processos de licenciamento de competência estadual, aprova a Listagem das
Atividades Consideradas Potencialmente Causadoras de Degradação Ambiental
passíveis de licenciamento ambiental pelo Instituto do Meio Ambiente do Estado de
Alagoas – IMA/AL, e dá outras providências que o empreendimento caracterizado
como Usina de Geração de Energia Eólica, é em essência abrangido pelo item
“10.08.01 Produção de energia eólica” de potência poluidora de grau médio, com os
Estudos de Impactos Ambientais (EIA) e Relatório de Avaliação Ambiental (RAA),
necessários à liberação do seu funcionamento legal, conforme o exposto na figura
02.

8
Figura 2 - Listagem das atividades sujeitas ao licenciamento ambiental e respectivos estudos

Fonte: Adaptado de SEMARH (2018)

4. METODOLOGIA PARA IDENTIFICÃO E AVALIAÇÃO DOS IMPACTOS


AMBIENTAIS

A metodologia empregada para a avaliação dos impactos ambientais baseou-


se nos métodos existentes amplamente utilizados para a avaliação de impactos
ambientais de empreendimentos potencialmente geradores de alterações no meio
ambiente. Para além disto, utilizou-se também da experiência do corpo responsável
pelo estudo, permitindo realizar uma análise qualitativa dos impactos identificados
para o empreendimento em questão. Para a identificação e avaliação dos impactos
ambientais do empreendimento adotou-se os seguintes passos, resumidos na Figura
3.

 Análise das características do empreendimento e suas interações com os meios


físico, biótico e antrópico, com a finalidade de identificar os fatores ambientais mais
críticos às ações do empreendimento, considerando precisamente as etapas de
planejamento, instalação e operação.

 Identificação dos aspectos ambientais abrangidos, relacionados às interferências


causadas pelas ações do empreendimento geradoras de impactos ambientais nas
devidas áreas de influência.

 Identificação dos impactos ambientais potenciais e efetivos considerando as


etapas do empreendimento (planejamento, instalação e operação). Para cada
impacto identificado é apresentada: a designação do impacto, a descrição do fator
potencialmente gerador do impacto, a fundamentação técnica do referido impacto, o

9
apontamento das medidas e programas ambientais pertinentes e o quadro síntese
do impacto com a avaliação de atributos.
Figura 3: Fluxograma dos procedimentos de Avaliação de Impactos Ambientais

Fonte: Adaptado de Sanchez (2008)

Foram utilizadas duas ferramentas afim do alcance mais completo da


avaliação dos impactos gerados a partir da implantação do empreendimento. A
primeira delas foi escolhida devido melhor se adaptar no curso natural do
reconhecimento e identificação de impactos ambientais, conhecida como Listagem
de Controle Descritiva (Checklist). Isto, para cada fase de operação do
empreendimento (Planejamento, Implantação, Operação) e em seu respectivo meio
(Físico, Biótico, Antrópico).
Essa ferramenta foi utilizada justamente por poder prover uma listagem dos
impactos mais relevantes de um empreendimento de uma forma organizada e
simples, trazendo uma avaliação de caráter qualitativa. Com isto, tornou-se possível
a associação das características ambientais afetadas e às ações que as provocam,
conforme o que será apresentado nos parágrafos próximos.

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No entanto, com a finalidade da complementação da avaliação, buscou-se
outra ferramenta afim de complementar os resultados, com um método de avaliação
de caráter quantitativo. Foi eleito o método de Matriz de Interação.
O método complementar proposto (Matriz) permite associar as ações ou até
mesmo os impactos de um empreendimento às características ambientais de sua
área de influência, através de uma listagem bidimensional, de forma clara, simples e
direta.
De forma resumida, o primeiro método permitiu a análise dos aspectos
ambientais e a identificação dos respectivos impactos ambientais. A partir disto, o
segundo método permitiu uma análise quantitativa, identificando os principais
impactos negativos, por exemplo.
Uma vez identificados os impactos ambientais, o passo metodológico
subsequente foi a determinação dos atributos a serem considerados para avaliação
conforme apresentado na Quadro 1, e as suas respectivas definições, baseadas em
(SÁNCHEZ, 2008), apresentadas no Quadro 2.

Quadro 1 - Quadro de Avaliação dos Impactos Ambientais

Graus de
Identificação Atributos/critérios Classificação
classificação
Magnitude Importância do impacto
Duração Temporário, permanente
Impactos

Grau Baixo =
Natureza Positivo, negativo
1, Médio = 2,
Temporalidade Curto, médio e longo prazo Alto = 3.
Reversibilidade Reversível, irreversível
Forma Direta, indireta
Fonte: Os autores (2021)

Os atributos apresentados possuem as seguintes características descritivas,


esquematizadas na tabela abaixo (Quadro 2).

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Quadro 2 - Atributos de classificação dos impactos utilizados neste estudo

Fonte: Os autores (2021)

12
A identificação dos atributos de um impacto, em geral, busca prever e valorar
os efeitos que uma determinada ação do empreendimento causará ao ambiente
analisado. Para este estudo, utilizou-se de parâmetros qualitativos e quantitativos
para orientar essa previsão, as conclusões se deram a partir do somatório dos graus
atribuídos para cada critério e a observação da sua qualificação. A magnitude diz
respeito à estimativa, qualitativa ou quantitativa, de sua intensidade. A Tabela 1
apresenta a conceituação da magnitude dos impactos que será seguida quando da
caracterização. O enquadramento de um impacto em magnitude pequena (grau 1),
média (grau 2) ou grande (grau 3) deverá ser sempre justificado, indicando-se o
elemento de referência para esse grau de enquadramento.

Tabela 1 - Conceituação da magnitude dos impactos em relação aos meios físico, biótico e antrópico

13
Fonte: Adaptado de Biodinâmica (2006).

1.3. Impacto cumulativo

Define-se como sendo derivado da soma de outros impactos ou por cadeias


de impacto que se somam, gerado por um ou mais de um empreendimento isolado,
porém contíguos, num mesmo sistema ambiental.

14
1.4. Impacto sinérgico

Resultado de interações de outros impactos diferentes incidentes em um


mesmo fator ambiental, podendo ou não estarem associados a um mesmo
empreendimento e/ou atividade que ocorrem em uma mesma área. Para
determinados autores, o sinergismo é uma das formas de tipificação da acumulação
(ou cumulatividade) de impactos.

A partir da identificação e avaliação dos impactos ambientais decorrentes das


atividades do empreendimento em questão, a equipe propôs ações que visam à
redução ou eliminação dos impactos negativos e também ações objetivando a
maximização dos impactos positivos. Além da apresentação das medidas
mitigadoras e potencializadoras, o presente capítulo contempla ações que serão
parte integrante dos planos e programas ambientais a serem apresentados
posteriormente os quais visam à implantação das medidas mitigadoras e corretivas,
e também o acompanhamento e avaliação da eficácia dessas medidas propostas
para a redução ou maximização dos impactos. Sempre que possível, associa-se ao
impacto uma ou mais medidas mitigadoras, potencializadoras ou compensatórias
(Tabela 2).

Tabela 2: Definição das medidas mitigadoras, potencializadoras ou compensatórias

Fonte: adaptado de Sánchez (2008).

15
5. APRESENTAÇÃO DA IDENTIFICAÇÃO E AVALIAÇÃO DOS IMPACTOS
AMBIENTAIS

5.1. Impactos no meio físico

FASE DE PLANEJAMENTO

Não estão previstos impactos sobre o meio físico para esta fase do
empreendimento. Na fase de planejamento e paralelo ao processo de licenciamento
ambiental, ocorrem as atividades de desenvolvimento do projeto junto à equipe de
engenharia. Todo o escopo ora apresentado está em comum acordo com os
procedimentos estabelecidos pelo empreendedor, considerando-se os cuidados com
o meio ambiente junto às diretrizes e programas ambientais que seguem neste
estudo.

FASE DE IMPLANTAÇÃO

Impacto Ambiental 01: ALTERAÇÃO DA QUALIDADE AMBIENTAL DEVIDO À


GERAÇÃO DE RUÍDO.

Aspecto ambiental gerador de impacto:


Circulação de veículos e equipamentos em consequência das seguintes
atividades:

 Transporte de equipamentos e materiais


 Constituição do canteiro de obras e estruturas de apoio
 Desmatamento das áreas diretamente afetadas
 Movimentação de terra para aterro dos acessos e das praças dos aerogeradores
 Construção das fundações / edificações
 Montagem dos aerogeradores
 Testes Pré-Operacionais
 Desmobilização e Limpeza Geral da Obra

16
Fator Ambiental
População da ADA e AID.

Fundamentação técnica
A sensação de som é produzida quando variações de pressão em certa faixa
característica alcança o ouvido humano e, dada a grande gama de frequências e
variações dos níveis de pressão, os aparelhos de medição de ruídos usam uma
escala denominada dB(A), que utiliza curvas de ponderação para tentar avaliar
corretamente a suscetibilidade do ouvido humano. Poluição sonora é a poluição
resultante da propagação de energia sonora (ruído), que produz efeitos nocivos à
saúde de indivíduos e da população. Os níveis de poluição sonora estão
relacionados às atividades antrópicas, como indústrias; comércio; eventos (shows,
festas, cerimônias, etc.); veículos e maquinários automotores, e, também, agentes
naturais, por exemplo, ventos; vulcões; descargas atmosféricas; cursos de água em
queda; marés; animais; entre outros. O nível de ruído tem profunda relação com o
tipo e intensidade de utilização do solo.
Avaliação do impacto
O impacto de emissão de ruído será de probabilidade alta, negativo, de
abrangências direta e indireta, curto prazo e temporário, enquanto vigorar as
atividades de implantação do empreendimento. Ele é reversível, sendo interrompido
quando do término das atividades de instalação do projeto. Embora esteja em zona
predominantemente rural, o ruído terá alta importância e magnitude principalmente
se considerado o tráfego de veículos e equipamentos nas vilas de acesso à área,
tanto no trecho da estrada de Ilha Grande (AII) como no trecho de acesso à Testa
Branca. Será cumulativo e sinérgico devido às outras atividades que já ocorrem na
área, com a operação dos demais parques eólicos.

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Tabela 3:Classificação do Impacto “Alteração da qualidade ambiental devido à
geração de ruído”

Fonte:

Medidas Mitigadoras
Como medidas mitigadoras propõem-se:

 Seleção dos equipamentos com especificações técnicas rigorosas com relação à


emissão de ruídos, adotando-se a melhor tecnologia disponível.
 Manutenção e regulagem periódicas das máquinas e equipamentos utilizados na
obra, além da fiscalização dos veículos para a verificação do nível de ruídos e a
manutenção das características originais do sistema de escapamento.
 Adoção de sistemas eficazes de atenuação de ruídos nos equipamentos mais
ruidosos, quando necessário, tais como enclausuramento, barreiras, isolamento, etc.
 Implantação de um Programa de Monitoramento de Ruído.
 Desenvolvimento das atividades mais ruidosas em períodos com maior tolerância
ao ruído, o que ocorre geralmente durante o período diurno e durante os dias úteis;
 Uso de abafadores sonoros, defletores acústicos e/ou demais equipamentos de
controle de ruídos junto aos equipamentos ruidosos para evitar a propagação
sonora;
 Empregar dispositivos adequados, para controle de velocidade a cada travessia
urbana. Se necessário acionar a concessionária responsável para providências;
 Realizar ações de manutenção das vias (se necessário), pois irregularidades na
superfície, tais como ondulações, buracos e exsudações asfálticas são fontes de
geração de ruídos e vibrações.

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Para o Programa de Monitoramento dos Níveis de Ruído proposto para este
estudo, serão usados os mesmos pontos para que seja feito o monitoramento dos
níveis de ruído da implantação e operação do empreendimento. Destaca-se que o
monitoramento dos níveis de ruído deve estar associado e voltado ao incômodo da
população, devendo ser desenvolvido com maior frequência caso haja reclamação
de incômodo ao sossego, por parte da comunidade do entorno do empreendimento,
quando de sua implantação.

 Sugere-se que caso sejam observadas reclamações de forma significativa em


relação ao ruído no âmbito do Programa de Comunicação Social, o empreendedor
deverá tomar as devidas providências incluindo intensificação das medições de
ruído durante as atividades das obras.
 Em relação às medidas de controle de ruído durante as obras, deverão ser
observadas as diretrizes constantes do PAC.

Esta é uma medida mitigadora e de controle cuja responsabilidade pela


implantação é do empreendedor.

Impacto ambiental 02: Alteração da qualidade do ar devido à geração de poeira e


emissão de gases de queima de combustíveis

Aspecto ambiental gerador de impacto


Atividades associadas com a movimentação de terra na fase de implantação
do empreendimento:
 Desmatamento das áreas diretamente afetadas
 Constituição do canteiro de obras e estruturas de apoio
 Movimentação de terra para aterro dos acessos e das praças dos aerogeradores
 Construção das fundações / edificações
 Desmobilização e Limpeza Geral da Obra

Fator Ambiental
Solos, dunas, corpos d´água, dinâmica hídrica

Fundamentação técnica
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Este impacto está relacionado, sobretudo, à fase de implantação, aliado às
atividades geradoras de movimentação e exposição temporária de solo, como:
limpeza do terreno, obras de terraplenagem para instalação das estruturas do
projeto, acessos, áreas de empréstimo e do canteiro de obras. As ações de
movimentação e exposição do solo, assim como a criação de aterros, alteram a
superfície do terreno devido a remoção da camada superficial e seguinte
compactação, implicando alterações físicas e a depender físico-químicas em sua
estrutura, deixando-o desprotegido ao impacto direto das chuvas, da erosão,
assoreamento, e no caso específico desta área, possível interceptação do fluxo
hídrico, alteração da dinâmica local, fator este preponderante para o estudo. A
avaliação realizada para as áreas de influência direta e diretamente afetadas
definidas para o presente estudo, no contexto físico, demonstrou sua alta
vulnerabilidade a processos de dinâmica superficial como um todo.

Avaliação do impacto
Devido à sensibilidade da área a movimentação de terra, o impacto de
alteração da dinâmica superficial é de probabilidade alta, negativo, de abrangência
direta e indireta, longo prazo e permanente. Ele é irreversível. Devido a existência de
outros projetos já em operação, pode-se considerar um impacto de média
importância e magnitude principalmente se considerada a consolidação dos
impactos no sistema como um todo. Vale destacar que os parques já instalados já
desconfiguraram parte do sistema, sendo a inclusão do atual projeto amenizada em
decorrência disso.

Tabela 4:Classificação do Impacto “Alteração da dinâmica superficial.”

Fonte:

20
Medidas Mitigadoras
Este impacto relacionado a problemas de caráter geotécnico, pode ser
controlado e mitigado pelo planejamento e manutenção das condições dos solos e
materiais inconsolidados existentes nas áreas, sendo importante considerar no
planejamento das atividades:

 Conservação das obras.


 Recursos para evitar erosão e assoreamento como reconformação adequada do
terreno, instalação de sistema de drenagem, revegetação de taludes...etc.
 Execução das atividades de cortes e aterros de acordo com as boas práticas de
engenharia, respeitando-se o projeto elaborado para tal.
 Implantação de sistema de drenagem, a fim de assegurar o bom escoamento das
águas e a comunicação da água subaflorante.
 Colocação de revestimento vegetal nos taludes sujeitos à erosão.
 Utilização prioritária de equipamentos leves ou mesmo de operação manual nas
áreas mais críticas.
 Verificação constante de pontos críticos, promovendo-se a recuperação e o
isolamento da área e evitando-se os efeitos potencializadores da erosão e
assoreamento.
 Para garantir que as áreas sejam controladas e minimamente afetadas, será
proposto um Programa de Monitoramento de Processos Erosivos e de
Assoreamento para a fase de implantação do projeto. As diretrizes para evitar este
impacto constam do PAC.

Esta é uma medida mitigadora e de controle cuja responsabilidade pela


implantação é do empreendedor.

Impacto Ambiental 03: Alteração da qualidade das águas superficiais, subterrâneas


e do solo

Aspecto ambiental gerador de impacto


Atividades associadas com a movimentação de terra e instalação do canteiro
de obras na fase de implantação do empreendimento.

21
 Desmatamento das áreas diretamente afetadas.
 Movimentação de veículos e equipamentos.
 Manutenção de veículos e equipamentos.
 Geração de resíduos sólidos e efluentes.
 Movimentação de terra para aterro dos acessos e das praças dos aerogeradores.
 Construção das fundações / edificações.
 Montagem dos aerogeradores, SE e LT.
 Desmobilização e Limpeza Geral da Obra.

Fator Ambiental
Águas das lagoas, água subterrânea, solo e dinâmica sedimentar

Fundamentação técnica
Neste impacto pode-se dar foco em três partes:

 O potencial de alteração da qualidade em decorrência de erosão e assoreamento


bem como à contaminação por substâncias tóxicas (das atividades do canteiro e das
obras em geral).
 O potencial de alteração da cunha salina em decorrência da formação dos aterros
e da interferência na dinâmica hídrica.
 E sobre a balneabilidade, sendo este assunto não tratado uma vez que não há
balneário de uso público na AID.

Avaliação do impacto
Devido à sensibilidade da área à alteração da dinâmica hídrica, o impacto é
de probabilidade alta, negativo, de abrangência direta e indireta, longo prazo e
permanente. Ele é irreversível. Devido a existência de outros projetos já em
operação, pode-se considerar um impacto de média importância e magnitude
principalmente se considerada a consolidação dos impactos no sistema como um
todo. Vale destacar que os parques já instalados desconfiguraram parte do sistema,
sendo a inclusão do atual projeto amenizada em decorrência disso.

22
Tabela 5:Classificação do Impacto “Alteração da qualidade das águas superficiais,
subterrâneas e do solo.”

Fonte:

Medidas Mitigadoras
Para a fase de implantação, as medidas a serem adotadas pelo
empreendedor, com o intuito de evitar o carreamento de sedimentos para as lagoas,
evitar a contaminação da água e dos solos, e a consequente interferência na
qualidade das águas e dos solos, são:

 Evitar a exposição do solo por tempos prolongados além do estritamente


necessário às atividades de construção.
 Promover, quando necessário, a proteção do solo exposto com dispositivo de
impermeabilização temporária.
 Implantar sistemas de drenagem adequados para a condução das águas, tendo
em vista evitar o fluxo concentrado de água e a consequente remoção e
carreamento de partículas.
 Implantar canaletas de drenagem de águas pluviais nos acessos e nas frentes de
trabalho.
 Implantar sistema de coleta dos efluentes sanitários gerados nos banheiros
químicos e destiná-los para tratamento adequado. Destaca-se que não será lançado
efluente (mesmo que tratado) nos corpos d’água na fase de implantação do
empreendimento. Os banheiros serão descarregados em caminhões pipa para
posterior tratamento, por empresa devidamente licenciada.
 Realizar a revegetação das áreas degradadas conforme Programa de Reposição
Florestal.

23
 Destinar adequadamente os resíduos sólidos gerados, conforme ações descritas
no PAC, priorizando a reciclagem e o reuso dos materiais, e a segregação conforme
Norma ABNT 10.004/04 e Resolução CONAMA nº 307/02. Os resíduos sólidos
gerados na fase de obras civis serão coletados de forma seletiva, sendo que os
funcionários deverão ser devidamente treinados quanto ao manuseio e
armazenamento adequados.

Será implantado também o Programa de Monitoramento da Qualidade das


Águas Superficiais e da Biota Aquática, que permitirá o acompanhamento ordenado
dos impactos. As atividades deste programa deverão estar associadas integralmente
com:

 Plano Ambiental para a Construção


 PAC;
 Programa de Reposição Florestal,
 Programa de Monitoramento de Processos Erosivos e de Assoreamento;
 PRAD.

Esta é uma medida mitigadora e de controle cuja responsabilidade pela


implantação é do empreendedor.

FASE DE OPERAÇÃO

Impacto Ambiental 01: Alteração da qualidade ambiental devido à geração de ruído

Aspecto ambiental gerador de impacto


As atividades da fase de operação do empreendimento passíveis de gerar
este impacto referem-se a:

 Movimentação de veículos e equipamentos.


 Operação dos aerogeradores.

Fator Ambiental
População da AID e ADA.
24
Fundamentação técnica
Conforme apresentado na ficha de avaliação de impactos para a fase de
implantação, a sensação de som é produzida quando variações de pressão em certa
faixa característica alcança o ouvido humano e, dada a grande gama de frequências
e variações dos níveis de pressão, os aparelhos de medição de ruídos usam uma
escala denominada dB(A), que utiliza curvas de ponderação para tentar avaliar
corretamente a suscetibilidade do ouvido humano. Poluição sonora é a poluição
resultante da propagação de energia sonora (ruído), que produz efeitos nocivos à
saúde de indivíduos e da população. Os níveis de poluição sonora estão
relacionados às atividades antrópicas, como indústrias; comércio; eventos (shows,
festas, cerimônias, etc.); veículos e maquinários automotores, e, também, agentes
naturais, por exemplo, ventos; vulcões; descargas atmosféricas; cursos de água em
queda; marés; animais; entre outros. Neste caso em específico as fontes estarão
associadas às atividades de operação do empreendimento, considerando a
movimentação de veículos e equipamentos, manutenção e operação dos
aerogeradores e acessos.

Avaliação do impacto
O impacto de emissão de ruído será de probabilidade alta, negativo, de
abrangências direta longo prazo e permanente, enquanto vigorar as atividades de
operação do empreendimento. Ele é reversível, sendo interrompido quando do
término das atividades de operação do projeto. Embora esteja em zona
predominantemente rural, o ruído terá baixa importância e magnitude se
considerado o tráfego de veículos e equipamentos reduzido nas vias de acesso à
área.

Tabela 6:Classificação do Impacto “Alteração da qualidade ambiental devido à


geração de ruído.”

25
Fonte:
Medidas e Programas Ambientais
São propostas as seguintes medidas mitigadoras:

 Seleção dos equipamentos com especificações técnicas rigorosas com relação à


emissão de ruídos, adotando-se a melhor tecnologia disponível.
 Manutenção e regulagem periódicas das máquinas e equipamentos utilizados na
obra, além da fiscalização dos veículos para a verificação do nível de ruídos e a
manutenção das características originais do sistema de escapamento.
 Adoção de sistemas eficazes de abatimento de ruídos nos equipamentos mais
ruidosos, quando necessário, tais como enclausuramento, barreiras, isolamento, etc.
 Implantação de um Programa de Monitoramento de Ruído.
 Sugere-se que no Programa de Comunicação Social sejam observadas
reclamações em relação ao ruído. Caso ocorram e de forma significativa, o
empreendedor deverá tomar as devidas providências.

Esta é uma medida mitigadora e de controle cuja responsabilidade pela


implantação é do empreendedor.

Impacto Ambiental 02: Alteração da Qualidade das Águas Superficiais,


Subterrâneas e do Solo

Aspecto ambiental gerador de impacto


As atividades da fase de operação do empreendimento passíveis de causar
este impacto referem-se a:

 Manutenção dos aerogeradores


26
 Movimentação de veículos e equipamentos
 Manutenção dos acessos

Fator Ambiental
Águas das lagoas, águas subterrâneas, solo e dinâmica sedimentar.

Fundamentação técnica
As alterações na qualidade das águas são suscetíveis de advir principalmente
devido à contribuição de sólidos (cargas dispersas), como também de efluentes e de
resíduos sólidos (cargas pontuais). Os impactos desta fase (operação) estão
relacionados especialmente às atividades de manutenção dos aerogeradores,
veículos e equipamentos e dos acessos.
A manutenção de veículos e equipamentos pode vir a acarretar no
derramamento de substâncias como óleos e graxas na superfície, as quais poderão
atingir o solo e a água. As atividades de manutenção dos acessos deverão
centralizar a atenção nos processos erosivos, ou seja, cuidar para que não sejam
ocasionados processos erosivos lineares, e se ocorrerem, devem ser adotadas, com
rapidez, medidas de reconformação e contenção, justamente pela fragilidade da
área em relação a esses processos.

Avaliação do impacto
Devido à sensibilidade da área à alteração da dinâmica hídrica, o impacto é
de probabilidade alta, negativo, de abrangência direta e indireta, longo prazo e
permanente. Ele é irreversível. Pode-se considerar um impacto de média
importância e magnitude principalmente se considerada a consolidação dos
impactos no sistema como um todo.
Tabela 7: Classificação do impacto “Alteração da Qualidade das Águas Superficiais,
Subterrâneas e do Solo.”

27
Fonte:

28
Medidas Mitigadoras
As medidas a serem adotadas pelo empreendedor, visando evitar o
carreamento de sedimentos para as lagoas, evitar a contaminação da água e dos
solos, e a decorrente alteração na qualidade destes compartimentos, são:

 Promover, quando necessário, a proteção do solo exposto com dispositivo de


impermeabilização temporária.
 Implantar sistemas de drenagem adequados para a condução das águas, tendo
em vista evitar o fluxo concentrado de água e a consequente remoção e
carreamento de partículas.
 Promover a limpeza periódica das canaletas de drenagem de águas pluviais e de
interconexão entre lagoas, garantindo assim seu pleno funcionamento.
 Realizar a revegetação das áreas degradadas conforme Programa de Reposição
Florestal.
 Realizar a manutenção de equipamentos e veículos em áreas devidamente
impermeabilizadas.

Será implantado, também, o Programa de Monitoramento da Qualidade das


Águas Superficiais e da Biota Aquática, que permitirá o acompanhamento ordenado
dos impactos. Este programa interagirá com o PRAD. Esta é uma medida mitigadora
e de controle onde a responsabilidade pela implantação é do empreendedor.

5.2. Impactos no meio biótico

FASE DE PLANEJAMENTO

Não estão previstos impactos sobre o meio biótico para esta fase do
empreendimento. Nesta fase, e paralelo ao processo de licenciamento ambiental,
ocorrem as atividades de desenvolvimento do projeto junto à equipe de engenharia.
Toda a proposta apresentada nesta ocasião está acordada com os procedimentos
estabelecidos pelo empreendedor, levando em consideração os cuidados com o
meio ambiente junto às diretrizes e programas ambientais que seguem neste estudo.

29
FASE DE IMPLANTAÇÃO

IMPACTO 1: Perda de cobertura vegetal contínua e por indivíduos arbóreos isolados

Aspecto ambiental gerador de impacto


Supressão de vegetação das áreas diretamente afetadas para abertura dos
acessos, praças dos aerogeradores e obras de terraplanagem.

Fator Ambiental
Flora terrestre.

Fundamentação técnica
Mesmo considerando que existe já um processo de uso dos ecossistemas
dos entornos das regiões do empreendimento em questão, estes ainda têm papel
fundamental na conexão entre as populações das espécies da flora e fauna que se
distribuem ao longo de toda a região. Os agrupamentos de remanescentes naturais
dentro das matrizes de áreas alteradas, ao longo das diferentes regiões e
fitofisionomias, ainda permitem a dinâmica de dispersão e fluxo gênico entre as
várias comunidades de fauna e flora. Assim, apesar do baixo grau de alteração
registrado para a área de influência do empreendimento, todos os tipos de
vegetação e ambientes naturais remanescentes possuem um papel importante na
manutenção da biodiversidade local. A fragmentação e perda de habitats que
certamente acompanharão a instalação do empreendimento de forma permanente
caracterizam-se como impactos negativos sobre a flora e fauna, de alta significância,
com repercussão ao nível de toda área de influência direta. Portanto, uma das
atividades da fase de implantação do Parque Eólico será a remoção de vegetação
herbácea-arbustiva contínua e árvores isoladas existentes na área onde serão
construídos os acessos, subestação de energia, linha de transmissão e
aerogeradores.
De modo geral, no que se refere aos impactos à vegetação, a implantação do
empreendimento causará efeitos no tamanho, na conectividade e no estado de
conservação das formações vegetais nativas remanescentes, contudo, ao suprimir
os exemplares arbóreos isolados para a implantação do Parque haverá efeitos
negativos como diminuição de sítios de refúgio e alimentação.

30
Avaliação do impacto

Tabela 8: Classificação do impacto “Perda de cobertura vegetal contínua e por


indivíduos arbóreos isolados.”

Fonte:

Medidas Mitigadoras
O impacto de perda da cobertura vegetal nativa não é mitigável, uma vez que
para a implantação do empreendimento será necessário o corte da vegetação. Para
estas atividades está previsto o Programa de Supressão da Vegetação. Desta
forma, as ações devem ser voltadas a garantir que as intervenções na cobertura
vegetal não excedam ao estritamente necessário para a implantação do
empreendimento e que seja dado o melhor destino para a biomassa retirada, de
modo a otimizar o seu aproveitamento. Por outro lado, são propostas medidas
destinadas à compensação deste impacto, reunidas no Programa de Reposição
Florestal.
Para a compensação ambiental pela supressão de vegetação a compensação
será definida pelo órgão ambiental conforme Lei Nº 5854 de 14/10/1996 que Dispõe
sobre o consumo de matéria-prima florestal e as modalidades de cumprimento da
reposição florestal obrigatória no Estado de Alagoas, previstos no art. 33, § 1º, da
Lei Federal nº 12.651, de 25 de maio de 2012.

IMPACTO 2: Alteração na Biota Aquática

Aspecto ambiental gerador de impacto

31
Atividades associadas com a movimentação de terra, instalação do canteiro
de obras e vias de acesso na fase de implantação do empreendimento.

 Desmatamento das áreas diretamente afetadas


 Movimentação de veículos e equipamentos
 Manutenção de veículos e equipamentos
 Geração de resíduos sólidos e efluentes
 Movimentação de terra para aterro dos acessos e das praças dos aerogeradores
 Construção das fundações / edificações
 Montagem dos aerogeradores, SE e LT
 Desmobilização e Limpeza Geral da Obra

Fator Ambiental
Biota aquática (fitoplâncton, zooplâncton, invertebrados bentônicos e
macrófitas)

Fundamentação técnica
Os sedimentos gerados pelas obras civis poderão ser carreados por
escoamento superficial aos corpos d’água receptores, podendo ocasionar o aumento
nos níveis de sólidos, de cor e de turbidez das águas, com redução na zona
eufótica, interferindo diretamente na produtividade primária do fitoplâncton, com
reflexos à comunidade zooplanctônica e bentônica. Com o aumento do arraste de
sólidos nos cursos d’águas é esperado que o zooplâncton seja predominantemente
constituído por rotíferos, microrganismos que possuem hábito filtrador e
normalmente indicadores de ambientes onde há fluxo de sólidos e detritos, pois
apresentam habilidade em selecionar nutrientes entre as partículas orgânicas e
inorgânicas disponíveis no ambiente.
Avaliação do impacto
Devido à sensibilidade da área à alteração da dinâmica hídrica e
principalmente à implantação de vias de acesso, soterramento e seccionamento das
lagoas existentes, o impacto é de probabilidade alta, negativo, de abrangência direta
e indireta, longo prazo e permanente. Ele é irreversível. É um impacto de alta
magnitude e importância.

32
33
Tabela 9: Classificação do impacto “Alteração na Biota Aquática.”

Fonte:

Medidas e Mitigadoras
As ações que visam minimizar o impacto na biota aquática em função da
instalação do empreendimento envolvem as medidas de controle apresentadas no
Programa de Monitoramento da Qualidade das Águas Superficiais e da Biota
Aquática, que permitirá acompanhar alterações na qualidade das águas superficiais
e interferências nas comunidades aquáticas e, caso necessário, propor medidas
mitigadoras.

FASE DE OPERAÇÃO

IMPACTO 1: Colisão de aves e morcegos com os aerogeradores

Aspecto ambiental gerador de impacto


Operação dos aerogeradores

Fator Ambiental
Fauna Alada

Fundamentação técnica
Vários estudos, realizados na América do Norte e Europa, tem definido o
impacto dos aerogeradores em aves e morcegos (redução e exclusão de habitat
disponível, barreira intransponível, colisão com os aerogeradores, eletrocussão no
choque com as linhas de transmissão associadas, redução no crescimento e no
sucesso reprodutivo) e suas causas: condições meteorológicas adversas, altas
34
densidades, atividade/comportamento e morfofisiologia da espécie, corredores
migratórios, aerogeradores antigos. Já no Brasil, o conhecimento relativo a esses
impactos, ainda que inicial, está restrito aos relatórios de licenciamento ambiental,
praticamente inacessíveis a grande parte da população e pesquisadores. Os
aerogeradores do arquipélago de Fernando de Noronha apesar de serem poucos,
apresentam um impacto significativo sobre as aves marinhas presentes, em razão
da importância da área para a avifauna. Já as primeiras usinas eólicas de
Pernambuco, Minas Gerais, Ceará, Santa Catarina, Paraná e Rio Grande do Norte,
por serem de porte não tão elevado, em pequeno número e em regiões onde não há
altas concentrações de aves e morcegos, além de corredores migratórios,
aparentemente não causam impacto negativo nesses.

Avaliação do impacto

Tabela 10: Classificação do impacto “Colisão de aves e morcegos com os


aerogeradores.”

Fonte:

Medidas e Mitigadoras
Recomenda-se a execução de um programa de monitoramento dos eventos
de colisão da fauna alada durante a fase de operação e uma análise quantitativa dos
óbitos que ocorrerão por este motivo. Além disso, sugere-se a coleta de dados sobre
a vulnerabilidade de cada espécie, a altura de voo, presença de movimentos,
existência de agrupamentos intra ou interespecíficos, frequência com que as
espécies transitam nas proximidades dos aerogeradores e o comportamento de
cada espécie em virtude de condições climáticas adversas.

35
IMPACTO 2: Alteração na Biota Aquática

Aspecto ambiental gerador de impacto


As atividades da fase de operação do empreendimento passíveis de causar
este impacto referem-se a:

 Manutenção dos aerogeradores


 Movimentação de veículos e equipamentos
 Manutenção dos acessos

Fator Ambiental
Biota aquática (fitoplâncton, zooplâncton, invertebrados bentônicos e
macrófitas).

Fundamentação técnica
Os impactos esperados para a fase de operação do empreendimento estão
relacionados ao aporte de sólidos devido à processos erosivos e o possível
derramamento de substâncias como óleos e graxas na superfície dos corpos d’água,
interferindo diretamente na biota aquática. Os aspectos de interferência nas
comunidades foram descritos para a fase de implantação.

Avaliação do impacto
Devido à vulnerabilidade da área à alteração da dinâmica hídrica, o impacto é
de probabilidade alta, negativo, de abrangência direta e indireta, curto prazo e
temporário. Ele é reversível, e considerado não cumulativo. É um impacto de baixa
magnitude e importância.

36
Tabela 11: Classificação do impacto “Alteração na Biota Aquática.”

Fonte:

Medidas e Mitigadoras
As ações que visam minimizar o impacto na biota aquática em função da
operação do empreendimento envolvem as medidas de controle apresentadas no
Programa de Monitoramento da Qualidade das Águas Superficiais e da Biota
Aquática, que permitirá acompanhar alterações na qualidade das águas superficiais
e interferências nas comunidades aquáticas e, caso necessário, propor medidas
mitigadoras.

IMPACTO 3: Interferência na Rota Migratória de Aves

Aspecto ambiental gerador de impacto


Aumento da concentração e operação dos aerogeradores em áreas de
ocorrência de aves migratórias.

Fator Ambiental
Fauna Alada.

Fundamentação técnica
Quanto aos impactos ambientais considerados relevantes à fauna alada
durante a operação, a movimentação de grandes grupos de aves aquáticas e
limícolas podem ser influenciados negativamente pela presença de um complexo
eólico com um grande conjunto de unidades geradoras. Além disso, muitas aves
migratórias ou espécies que realizam deslocamentos sazonais de menor amplitude e

37
utilizam a área como local de invernada ou reprodução, também poderão ser
afetadas. As turbinas eólicas atuais são mais altas, com torres que ultrapassam os
100m de altura, suas pás são mais longas e as velocidades das pontas das lâminas
mais lentas. Essa configuração tem causado maior mortalidade de aves em relação
às turbinas eólicas mais antigas e mais curtas (Barclay et al. 2007, Kuvlesky et al.
2007).

Avaliação do impacto

Tabela 12: Classificação do impacto “Interferência na rota migratória de aves.”

Fonte:

Medidas e Programas Ambientais


Visando minimizar os impactos sobre as rotas migratórias de aves deve-se:

 realizar o monitoramento de impacto sobre a avifauna durante a operação, nas


áreas de influência direta e indireta dos aerogeradores e dos sistemas associados;
 estabelecer no programa de monitoramento atividades para identificação de
carcaças nas áreas de influência direta e indireta do empreendimento;
 testar a utilização de iluminação intermitente para evitar atrair as aves noturnas;
 realizar a quantificação e localização espacial das colisões das aves nos
aerogeradores e estruturas associadas;
 realizar a pratica regular de recolhimento de carcaças das áreas de influência
direta e indireta do empreendimento, para evitar a atração de aves carniceiras;

38
 o empreendedor deve atentar para as ações previstas nos Planos de Ação
Nacional para a Conservação de Espécies Ameaçadas e Migratórias (PAN) nas
áreas de ocorrência de espécies que são objeto dos mesmos.
5.3. Impactos no meio antrópico

FASE DE PLANEJAMENTO

Impacto Ambiental 01: Geração de Expectativa

Aspecto ambiental gerador de impacto


A geração de expectativa na fase de planejamento, é o primeiro impacto
antrópico a ser percebido. É característico de empreendimentos deste porte devido
haver informações a respeito de sua implantação. Pode-se dizer que desde o
momento inicial dos trabalhos de campo, relacionados à coleta de dados e
pesquisas para o diagnóstico da região, passam a circular informações sobre o novo
projeto de forma indireta. Esta situação acarreta em diversas opiniões baseadas nas
diferentes experiências vividas pela população local. Outro aspecto que contribui
para a geração de expectativa, relaciona-se à etapa adiante do planejamento,
quando ocorre a divulgação de informações sobre vagas de trabalho, seleção e
contratação de pessoal.

Fator Ambiental
Pode-se dizer que este impacto tem como fator ambiental a população local e
regional, o que corresponde às áreas de influência indireta e direta do
empreendimento (AII e AID).

Fundamentação técnica
Todo e qualquer empreendimento gera expectativas na população quanto às
reais interferências em suas terras e no cotidiano local. As expectativas da
população residente no conjunto da AII e AID, sobretudo na área de implementação
do empreendimento, são geradas por diferentes fatores ou aspectos relacionados às
expectativas vividas ou mesmo relatadas por moradores. Fazendo-se as avaliações
através de entrevistas junto aos atores locais, percebe-se que os habitantes da AII
atribuem expectativas positivas quanto a instalação deste empreendimento, visto a
dinamização econômica regional com a contratação de mão-de-obra e arrecadação
39
de impostos, e até mesmo pelo notório destaque como um importante local de
geração de energia renovável.

Avaliação do impacto
Este impacto tem probabilidade alta de ocorrer entre a população da região,
possui natureza positiva e negativa se considerar as diferentes opiniões que
envolvem a instalação do empreendimento na AII e na AID, abrangência direta, de
prazo imediato ainda na fase de planejamento. A duração é temporária, reversível e
considerado de magnitude baixa. Desta forma o impacto é avaliado como de
importância baixa.

Tabela 13: Classificação do impacto “Geração de Expectativa.”

Fonte:

Medidas e Programas Ambientais


Através do Programa de Comunicação Social, devem ser previstas medidas
de relacionamento com a população da região, para que sejam informadas as
etapas de obras e como estas irão impactar no funcionamento do cotidiano
populacional. As medidas se referem à mobilização social, agenda de encontros
com representantes de associações e moradores, elaboração e distribuição de
materiais impressos, divulgação de informações através da internet e instalação de
posto de seleção de vagas próximo ao empreendimento com metas que priorizem a
contratação de pessoas das comunidades do entorno e, posteriormente, da AII e de
demais regiões do país.

40
FASE DE IMPLANTAÇÃO

Impacto Ambiental 01: Dinamização da economia local e regional

Aspecto ambiental gerador de impacto


Para a instalação dos 95 aerogeradores, a fase de implantação do
empreendimento prevê, em seu pico, a mobilização de cerca de 800 pessoas diretas
e 1.500 pessoas indiretas, totalizando 2.300 trabalhadores. Dentre os profissionais
previstos estão: pedreiros, carpinteiros, armadores, soldadores, especialistas em
montagem de estruturas metálicas, eletricistas, motoristas, engenheiros, etc. O
aspecto ambiental gerador deste impacto diz respeito, portanto, à implantação do
empreendimento e a cadeia de eventos atrelados a ele.

Fator Ambiental
Este impacto tem como fator ambiental a população regional e local, no que
se refere AII e AID do empreendimento.

Fundamentação técnica
Durante a fase de implantação, o Complexo Eólico Curva dos Ventos
provocará o aumento da demanda por bens e serviços, contribuindo para o aumento
do capital circulante na economia local. A dinamização econômica local deve
contribuir para aumento dos impostos, taxas e contribuições, possibilitando a
geração e manutenção de postos de trabalho diretos e indiretos. A previsão do
empreendimento é que boa parte dos trabalhadores sejam contratados das
localidades do entorno ou da área de influência indireta, sendo um aspecto positivo
visto a baixa ocupação de empregos formais na região, contribuindo para a
possibilidade de redução das taxas de desemprego e aumento de renda da
população.

Avaliação do impacto
O impacto é de alta probabilidade, positivo, com abrangência direta e indireta
e temporalidade de médio prazo que passarão a ser percebidos conforme forem
feitas as contratações de mão-de-obra ao longo da implantação do empreendimento.

41
A duração pode ser considerada permanente, uma vez que os efeitos da
dinamização econômica, mesmo depois das obras, serão superiores ao T0. Desta
forma, ele é irreversível, com magnitude alta e avaliado como de alta importância.

Tabela 14: Classificação do impacto “Dinamização da economia local e regional.”

Fonte:

Medidas e Programas Ambientais


Para contribuir na dinamização da economia local, o Programa de
Comunicação Social, deverá conter ações informativas sobre o empreendimento
com medida de priorização na contratação de mão-de-obra local nos postos de
vagas.

Impacto Ambiental 02: Interferência no cotidiano da população local devido à


movimentação de veículos e pessoal

Aspecto ambiental gerador de impacto


O aspecto ambiental gerador deste impacto se refere à movimentação de
veículos e equipamentos que deverá ocorrer durante a fase de implantação.

Fator Ambiental
O fator ambiental afetado refere-se diretamente à população localizada no
entorno do empreendimento, nas áreas de influência direta e indireta.

Fundamentação técnica

42
A implantação do empreendimento provocará aumento do fluxo de veículos
nas vias de acesso às obras aumentando situações de riscos de acidentes e
alteração do fluxo em importantes vias de acesso, dificuldade de acesso aos bairros
localizados na AID e demais perturbações relacionadas ao fluxo de veículos, como a
geração de ruído e material particulado. O mesmo aspecto ambiental provoca o
aumento significativo dos níveis de poluentes e material particulado, seja por meio
de depósito nas vias sem pavimentação ou ainda pelo acúmulo de poeira no ar,
impactando diretamente a população local e apresentando riscos à saúde.

Avaliação do impacto
O impacto tem probabilidade alta de ocorrer, natureza negativa, abrangência
direta, pelos efeitos de movimentação de veículos na estrada e temporalidade de
curto prazo na fase de implantação. O impacto é considerado reversível e com
duração temporária. A interferência no cotidiano da população local é considerada
de magnitude baixa e, portanto, de baixa importância.

Tabela 15: Classificação do impacto “Interferência no cotidiano da população local


devido à movimentação de veículos e pessoal.”

Fonte:

Medidas e Programas Ambientais


Para esse impacto as medidas adequadas serão apresentadas no PAC,
considerando-se ações de Sinalização de Obras, com o objetivo de informar a
população local a respeito do trânsito de veículos, periodicidade e implicações nos
principais acessos. Associa-se ainda com o Programa de Comunicação Social
(PCS) por este ser o canal de relacionamento da comunidade com o empreendedor.

43
FASE DE OPERAÇÃO

Impacto Ambiental 01: Interferência na paisagem natural

Aspecto ambiental gerador de impacto


O impacto de interferência na paisagem natural refere-se diretamente à
presença dos aerogeradores.

Fator Ambiental
O fator ambiental afetado é a paisagem natural regional.

Fundamentação técnica
A paisagem natural é elemento fundamental à constituição de pertencimento
à região por parte da população local e, portanto, revela-se como fator ambiental
significativo, podendo afetar diretamente a dinâmica social local. As alterações na
paisagem natural, provocadas pela construção, instalação ou interferência de
construções, equipamentos ou estruturas físicas necessárias a empreendimentos
dessa magnitude, apresentam-se como interferências negativas à região. A
presença dos aerogeradores pode ser percebida de maneira regional, dada sua
magnitude. A estrutura pode chegar a 120 metros de altura, e se apresenta como
uma novidade à região. Além de apresentar-se dessa maneira, o efeito da
passagem de luz entre as pás também pode provocar incômodos (efeito
estroboscópio). No entanto, como percebido durante o trabalho de campo, parte da
população local acredita que tais estruturas modernas podem impulsionar o turismo
regional e rapidamente se integrarem à localidade.

Avaliação do impacto
A probabilidade deste impacto ocorrer é média, haja visto seu caráter
subjetivo, e de natureza negativa. A abrangência é direta e a temporalidade de longo
prazo, uma vez que a presença dos aerogeradores ocorrerá durante toda a
operação do empreendimento. Dessa forma o impacto é considerado irreversível,
porém de magnitude e importância médias.

44
Tabela 16: Classificação do impacto “Interferência na paisagem natural.”

Fonte:

Medidas e Programas Ambientais


Acredita-se que as medidas apropriadas ao entendimento das alterações e
possíveis interferências na paisagem natural estarão apresentadas nos Programas
de Comunicação Social e Educação Ambiental, haja visto que a paisagem natural é
componente importante da estrutura turística regional e também elemento de
reconhecimento territorial por parte da população. Ações voltadas à relevância do
projeto em interface com a população local são fundamentais para a mitigação
desse impacto.

Impacto Ambiental 02: Geração de energia renovável

Aspecto ambiental gerador de impacto


O aspecto gerador deste impacto se refere à geração de energia elétrica a
partir de fonte renovável.

Fator Ambiental
O fator ambiental sobre o qual recai o impacto é na disponibilidade de energia
no SIN.

Fundamentação técnica
De acordo com a Associação Brasileira de Energia Eólica (ABEEólica), em
2020, o Brasil atingiu a marca de 18 GW de capacidade de geração de energia
eólica, o que corresponde a 10,3% da capacidade da matriz elétrica nacional,
representando a segunda maior fonte de geração, perdendo apenas para as
45
hidrelétricas que possuem 58,7% da capacidade total. Entretanto, mesmo sendo
fonte de energia renovável, os impactos socioambientais atrelados a implantação e
operação deste tipo de empreendimento pode afetar imensas áreas com impactos
irreversíveis.
A região em questão não dispõe de recurso hídrico na forma requerida para
fonte hidrelétrica. Deste modo, considerando as características da região de
implantação do empreendimento, para a geração de energia as alternativas de UHE,
CGH, PCH não são viáveis.

Avaliação do impacto
Trata-se de um impacto positivo, direto, permanente e de curto prazo, pois
passa a favorecer o sistema no momento da geração de energia. Além disso, é
considerado irreversível devido à contínua operação do empreendimento ao longo
do tempo. A magnitude é alta tendo em vista a capacidade instalada do parque
eólico e, portanto, o impacto é classificado como de alta importância.

Tabela 17: Classificação do impacto “Geração de energia renovável.”

Fonte:

Medidas e Programas Ambientais


Os resultados positivos relacionados a este impacto podem ser utilizados
como medida através do Programa de Comunicação Social, na divulgação de
indicadores que representam a magnitude de contribuição do Complexo Eólico
Curva dos Ventos na geração de energia.

46
6. PLANOS DE CONTROLE E MONITORAMENTO AMBIENTAL (PCA)

5.4. Considerações gerais

Os planos de controle e monitoramento técnico e ambiental têm como objetivo


apresentar soluções para mitigar e/ou equilibrar os impactos ambientais prejudiciais
produzidos e/ou presumíveis aos componentes do sistema ambiental pelas ações do
projeto de implantação e operação do COMPLEXO EÓLICO CURVA DOS
VENTOS. Desse modo, constituem-se em elementos básicos de planejamento e de
saneamento ambiental durante a fase de implantação do projeto, bem como de
gerenciamento ambiental durante a fase de operação.
A instalação do COMPLEXO EÓLICO CURVA DOS VENTOS no meio natural
irá acarretar alterações dos parâmetros físicos e biológicos locais, devido a
necessidade de manejar os recursos naturais existentes na área, sobretudo a
vegetação de Caatinga e antrópica que predominam na área de implantação do
empreendimento. Verifica -se, na área, a presença de recursos hídricos superficiais,
referentes a quatro cursos d’água. Os planos apresentados são elaborados de
acordo com as características da área e prognóstico futuro.
A implantação dos programas para o controle e monitoramento ambiental
visando a mitigação ou absorção dos impactos adversos e aproveitamento dos
impactos benéficos é de grande importância, tendo em vista que a não inclusão
destes poderá resultar em danos ao meio natural, assim como à própria
operacionalização do empreendimento.

Os Planos sugeridos neste estudo, para o plano de Controle e Monitoramento


Técnico-Ambiental são:

 Plano de Gestão Ambiental;


 Plano Ambiental para Construção Geral (PAC);
 Programa de Gerenciamento de Resíduos Sólidos (PGRS);
 Programa de Recuperação das Áreas Degradadas;
 Programa de Controle de Desmatamento;
 Programa de Monitoramento dos Ruídos;
 Programa de Comunicação Social;
47
 Programa de Desativação do Empreendimento.

Em cada Programa é recomendado um conjunto de medidas preventivas, de


controle e de acompanhamento, com base na caracterização ambiental e no
conhecimento dos mecanismos de ocorrência das diversas modalidades de poluição
e princípios de saneamento básico e ambiental.

5.5. Plano de Gestão Ambiental

O objetivo geral do Plano de Gestão Ambiental é fornecer ferramentas


eficientes que assegurem a execução e o controle das ações planejadas e a correta
condução ambiental das obras ao empreendimento, no que se refere aos
procedimentos ambientais, conservando-se um elevado padrão de qualidade na sua
implantação e operação.
São objetivos também deste plano, estabelecer procedimentos e instrumentos
técnico-gerenciais, para garantir a implementação das ações propostas nos planos e
programas ambientais, nas diversas fases do empreendimento. O Plano de Gestão
Ambiental, devidamente implementado, permitirá o controle e o monitoramento dos
impactos ambientais identificados no Estudo de Impacto Ambiental (EIA), através da
eficiente execução e acompanhamento do Plano de Controle e Monitoramento
Ambiental.

5.6. Plano Ambiental para Construção da Obra (PAC)

O objetivo geral deste plano é a presentar as diretrizes e orientações a serem


seguidas pelo empreendedor e seus contratados durante as fases de implantação
das obras que compõem o empreendimento. O Plano Ambiental para Construção da
Obra - PAC apresenta os cuidados a serem tomados para a preservação da
qualidade ambiental do meio físico e biótico das áreas que vão sofrer intervenção
humana e para a minimização dos impactos sobre as comunidades vizinhas e os
trabalhadores. O conjunto das obras principais, acessórias e de apoio para
implantação do empreendimento pode afetar o meio ambiente devido à ação dos
seguintes agentes: desmatamento, erosão, assoreamento, resíduos e efluentes,
poeira e ruídos. Esses vetores poderão causar poluição do solo, água e ar,
48
instabilidade de taludes, alterações da fauna e da flora e incômodos às comunidades
do entorno, entre outros. Assim, faz -se necessária a adoção de procedimentos e
medidas para minimizar os possíveis impactos.

5.7. Programa de Gerenciamento de Resíduos Sólidos (PGRS)

A adoção de um Programa de Gerenciamento de Resíduos Sólidos visa


manter sempre a área do empreendimento dentro de um padrão ambiental
satisfatório, e evitar a degradação dos ambientes naturais pela disposição
inadequada de lixo, durante as fases de implantação e operação do projeto. Toda e
qualquer atividade humana gera, em maior ou menor quantidade, resíduos sólidos,
ou seja, sua produção é inerente as atividades humanas, ao processo de
desenvolvimento, criação, transformação, produção.
A partir deste contexto se faz necessária à aplicabilidade de um programa de
controle dos resíduos sólidos a serem gerados na área do empreendimento a fim de
ordenar todos os procedimentos desde a fonte geradora até o destino final, como
prevenção de atitudes que gerem degradação ambiental e comprometimento dos
recursos ambientais locais. Dessa forma o programa se antecede com soluções de
saneamento ambiental, aplicáveis e práticas garantindo assim a manutenção da
qualidade ambiental da área do empreendimento.

5.8. Programa de Recuperação das Áreas Degradadas

O Programa de Recuperação das Áreas Degradadas tem por objetivo


assegurar que possíveis danos causados ao meio ambiente durante a fase de
implantação do empreendimento sejam minimizados e recuperados.
Na área de influência direta do empreendimento as degradações são restritas
aos locais de obras e seu entorno imediato, prevendo -se alterações ambientais
decorrentes de ações como deposição de produtos de construção, acúmulo de bota-
fora e outros materiais, de forma que um programa de controle a ser executado
durante e após a implantação dos parques eólicos será de significativo valor para a
manutenção da qualidade ambiental.

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5.9. Programa de Controle de Desmatamento

O Programa de Controle de Desmatamento é destinado para a área de


influência direta do empreendimento e tem como objetivo assegurar que os impactos
resultantes da ação de supressão vegetal sejam mitigados ao máximo, como forma
de mitigar e controlar os processos dinâmicos que podem ser intensificados com a
exposição das superfícies arenosas aos agentes erosivos. Desta forma o programa
visa o ordenamento da ação.
Para a implantação do empreendimento será necessária a remoção da
vegetação existente na área de implantação das estruturas e vias de circulação
internas. Se por um lado a remoção da vegetação é uma etapa fundamental para
implantação do empreendimento, por outro se pode conduzir a ação de forma a
minimizar algumas adversidades e propor compensações ambientais, além de
orientar e direcionar todas as fases da ação.

5.10. Programa de Monitoramento do Nível de Ruídos

O monitoramento do nível de ruídos tem por finalidade fornecer suporte para


o controle do nível de ruídos gerados na área através da aplicação de medidas
mitigadoras e de controle, as quais deverão atuar diretamente na fonte emissora. O
Programa de Monitoramento do Nível de Ruídos será de fundamental relevância
para a prevenção e controle da saúde operacional dos funcionários diretamente
envolvidos no processo produtivo, a utilização de equipamentos de proteção
individual (EPI), ou outras formas de atuação, como remanejamento periódico entre
setores, e ainda a detecção do raio de abrangência dos ruídos gerados e o nível de
incômodos à população e outros.

5.11. Programa de Comunicação Social

A implementação do Programa de Comunicação Social tem como objetivo


principal o repasse de informações sobre as principais etapas e ações do
empreendimento, estabelecendo um adequado fluxo de informações entre o
empreendedor e as comunidades circunvizinhas, proporcionando um diálogo franco
e transparente, minimizando, consequentemente, eventuais situações de conflito.

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Desta forma, a interação entre as partes envolvidas é foco de um Programa de
Comunicação Social concebido com vistas à criação de canais de diálogo entre o
empreendedor e os diferentes atores sociais e institucionais representativos da área
de influência do projeto. A efetiva participação da população, sempre que possível,
deve ser estimulada, estabelecendo-se um fluxo contínuo de informações que
permita esclarecer a realidade dos impactos, suas mitigações e consequências, de
forma a não causar descontinuidade às ações do empreendedor. Isto conduzirá ao
estabelecimento de um processo de negociação franco e transparente, sendo,
plenamente justificável a implementação de um Programa de Comunicação Social
que, com base na informação através do diálogo com as comunidades que possam
ser afetadas pelo deslocamento natural dos ventos, principal agente de transporte
de poluentes atmosféricos, tal interação resultará em forte componente para o
sucesso da mitigação dos impactos ambientais identificados.

5.12. Programa de Desativação do Empreendimento

O Programa de Desativação do Empreendimento objetiva descrever as


etapas que deverão ser seguidas na desmontagem do parque eólico no final do
período de concessão, além da destinação final dos componentes dos
aerogeradores. Assim se justifica a necessidade de se estabelecer as fases e etapas
do trabalho de desativação do empreendimento e desmontagem dos equipamentos.

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7. REFERÊNCIAS

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8. APÊNDICE

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