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FUNDAÇÃO EDUCACIONAL MIGUEL MOFARREJ

CENTRO UNIVERSITÁRIO DE OURINHOS


AGRONOMIA

ALISSON WENDY DE MEIRA MACHADO


LUCAS ZANATTA
GUSTAVO HENRIQUE PINHEIRO DOS REIS

ORIENTAÇÕES TÉCNICAS PARA A IDENTIFICAÇÃO E


CULTIVO DE PLANTAS MEDICINAIS

OURINHOS-SP
2022
ALISSON WENDY DE MEIRA MACHADO
LUCAS ZANATTA
GUSTAVO HENRIQUE PINHEIRO DOS REIS

ORIENTAÇÕES TÉCNICAS PARA A IDENTIFICAÇÃO E


CULTIVO DE PLANTAS MEDICINAIS

Projeto de Pesquisa apresentado ao


Curso de Agronomia das Faculdades
Integradas de Ourinhos, a ser utilizado
como diretrizes para a manufatura do
Projeto Integrador I.
Orientador: profª. Drª Aline Mendes de
Souza Gouveia

OURINHOS-SP
2022
Sumário

1. Introdução ................................................................................................... 4

2. Referencial Teórico ..................................................................................... 4

3. Material e Métodos ...................................................................................... 5

3.1. Identificação das plantas ................................................................. 5

3.2. Preparo de solo ............................................................................... 5

3.3. Tipos de Adubos ..............................................................................6

3.4. Aplicação do Adubo .........................................................................6

3.5. Calculo do numero de mudas ..........................................................6

3.6. Calculo da quantidade de sementes ............................................... 6

3.7. Custo de Produção ..........................................................................7

3.8. Recomendações para o plantio ....................................................... 7

3.8.1. Preparo da sementeira .......................................................... 8

3.8.2. Locais para o transplantio ..................................................... 8

3.9. Manejo das principais pragas e doenças ........................................ 9

3.10. Colheita ......................................................................................... 9

3.11. Secagem ....................................................................................... 9

4. Orçamento .................................................................................................10

5. Referências ............................................................................................... 11
1. Introdução

As plantas medicinais sempre foram utilizadas no tratamento de feridas e


doenças ao longo de milénios. Há relatos que na Mesopotâmia, a 2.600 anos
A.C., já havia o uso de tais plantas para fins medicinais.

Denominados remédios fitoterapicos, o produto extraído de plantas


utilizados na medicina tem seu próprio espaço dentro de órgãos reguladores.
Hoje no Brasil quem regula esses medicamentos é o Sistema Nacional de
Vigilância Sanitária (SNVS), coordenado pela Agência Nacional de Vigilância
Sanitária (ANVISA). Mas ainda existem muitos “medicamentos” que são
produzidos de forma “ilegal”, ou seja, produzidos sem uma certa
regulamentação de órgãos como a ANVISA, muitos desses casos ocorrem
porque a produção é feita seguindo orientação de vizinhos, parentes ou algum
conhecido que indica tal medicação porque para ela foi bom ou é uma
indicação passada de geração em geração e com isso podem acabar sofrendo
uma intoxicação ou até um envenenamento por conta de substancias tóxicas.

O objetivo desde artigo é disseminar o o conhecimento sobre o cultivo da


Salvia para posteriormente utiliza-la como fitoterápico, atendendo todas as
orientações agronômicas para escolha da espécie, plantio, tratos culturais,
colheita e secagem das folhas.

2. Referencial Teórico

O uso de plantas medicinais tem sido significativo nos últimos tempos.


Dados da Organização Mundial de Saúde (OMS) mostram que 80% da
população mundial faz uso da medicina popular para a amenização ou cura de
doenças (LOPES et al. 2010).

A espécie Salvia officinalis L., Lamiaceae, é conhecida como chá-da-frança,


salva-das-boticas ou sálvia sendo suas folhas utilizadas na culinária desde os
tempos medievais (Lorenzi & Matos, 2002). É nativa da região mediterrânea da
Europa e suas partes aéreas são popularmente utilizadas para o tratamento da
dispepsia, ansiedade, dos sintomas do climatério, como anti-inflamatória e no
controle do diabetes (Walch et al., 2011). Alguns estudos têm mostrado que
extratos de S. offinalis podem reduzir significativamente os níveis de glicose em
ratos diabéticos (Eidi et al., 2005), potencializar a capacidade antioxidante do
fígado (Lima, 2005) e apresentarem in vitro, efeitos antimutagênico (Patenkovic
et al., 2009) e antiangiogênico (Keshavarz et al., 2010). A atividade
gastroprotetora do extrato hidroalcoólico S. offinalis foi observada por Mayer et
al. (2009) e as atividades farmacológicas, provavelmente estão relacionadas
com a presença de polifenóis como carnosol (Topçu, 2006), apigenina,
hispidulina, ácidos caféico, rosmarínico e ursólico (Imanshahidi et al., 2006).

3. Material e Métodos

O trabalho tem como objetivo expor de forma simples e de fácil


aplicabilidade orientações para o planejamento e cultivo da Sálvia (Salvia
officinalis), demonstrando etapas como preparo de solo, adubação, cálculo de
mudas, manejo de pragas e doenças, plantio, colheita e secagem.

A pesquisa foi realizada com base em artigos e revistas especializadas.


Dividido entre os integrantes do grupo, um dos pontos fracos na realização da
pesquisa é a obtenção de dados relacionado a cultura sálvia pois a quantidade
de materiais disponíveis é escassa.

Após a primeira etapa de pesquisa e montagem do projeto, será realizado o


plantio no campo experimental do Centro Universitário de Ourinhos (UNIFIO) e
a parte de produção de medicamentos com base nas plantas será realizada por
alunos do curso de farmacêutica da UNIFIO.

3.1. Identificação das plantas

A sálvia é originária da Europa, é popularmente usada para o tratamento de


dispepsia, ansiedade, anti inflamatória e no controle do diabetes.

Há estudos que relatam que extratos de S. officinalis reduzem os níveis de


glicose em ratos diabéticos e potencializam a capacidade antioxidante do
fígado. Pesquisadores relatam a ação gastroprotetora do seu extrato
hidroalcóolico, onde as atividades farmacológicas, estão relacionadas com a
presença de polifenóis, fundamentando, o uso desse chá para problemas
digestórios.

3.2. Preparo de solo

A terra a ser preparada deve estar localizada em um local onde tenha


acesso a luz em abundância. Escolha o local que será realizado o plantio, ou
seja, se será em vaso ou em canteiros. Prepare bem a terra, deixando-a bem
revolvida, bem drenado e adicione composto orgânico. O solo deve ser rico em
nutrientes, terra de boa qualidade e pouca acidez, areia grossa, húmus e
esterco em partes iguais. A planta é bastante tolerante quanto ao pH e o tipo
de solo, desde que este não retenha muita água. A sálvia pode crescer bem
mesmo em solos pedregosos.

3.3. Tipos de Adubos

A adubação é feita de acordo com a necessidade do solo utilizando-se de


macros nutrientes NPK de acordo sua escassez. Pode ser utilizado também
adubos orgânicos, que são resíduos de origem animal e vegetal como folhas
secas, gramas, restos vegetais, restos de alimentos, esterco animal e tudo
mais que se decompõem.

3.4. Aplicação do Adubo

A aplicação do adubo tanto sintético quanto o orgânico, pode ser realizada


tanto no preparo de solo incorporando ele ao solo ou quando a planta estiver já
adulta e sofrer alguma perda de produção por conta da falta de nutrientes.

3.5. Calculo do numero de mudas

Utilizando um espaçamento de 60cm entre linhas e 40cm entre


mudas/sementes temos uma ocupação de 4,16 plantas por metro quadrado.

3.6. Calculo da quantidade de sementes

A quantidade de sementes foi calculado utilizando as seguintes premissas,


poder germinativo de 90% e uma densidade de 10% acima do valor calculado
anteriormente.

Poder Germinativo (90%): Plantas por m² x 100/90 = X

4,16 x 100/90 = 4,62 sementes por m².

Densidade (10%): Sementes por m² x 10% = X

4,62 x 10% = 5,08 sementes por m²


3.7. Custo de Produção

Tabela 1: Custo de produção.

O custo de produção está baseado em itens básicos para inicio do plantio


de salvia.

3.8. Recomendações para o plantio

A sálvia pode ser cultivada a partir de sementes, por estaquia, por alporquia
ou por divisão de touceiras. As sementes podem ser semeadas em canteiros,
sementeiras, pequenos vasos e outros recipientes, sendo transplantadas
quando ficam grandes o suficiente para serem manuseadas sem causar danos
as mudas. Plante as sementes a 1 cm de profundidade ou menos. A
germinação das sementes leva 10 a 21 dias.

Os outros métodos são recomendados para quem quer obter plantas com
as mesmas características da planta mãe (clones). O plantio por estaquia é
feito cortando ramos lenhosos e plantando estes em solo bem úmido, até que
enraízem.

Como nem sempre é fácil conseguir que os ramos enraízem para formar as
mudas, muitas vezes é preferível usar a alporquia, que consiste em estimular o
surgimento de raízes em ramos da planta antes que estes sejam cortados. Isto
é feito geralmente curvando um ramo até o solo, e enterrando um trecho deste
para que enraíze neste local.

Após o enraizamento, o ramo é cortado antes do trecho que enraizou, e a


muda é então cuidadosamente desenterrada e transplantada. Outro método
consiste em amontoar terra em torno de uma planta adulta, de forma que seus
ramos enraízem. Então a planta é cuidadosamente desenterrada e os ramos
enraizados são cortados e plantados em um novo local. Em todos estes casos,
o tempo necessário para que ocorra o enraizamento dos ramos é de
aproximadamente um mês.

O espaçamento pode ser geralmente de 60 a 80 cm entre as linhas de


plantio e de 40 a 50 cm entre as plantas.

A sálvia também pode ser cultivada em jardineiras e vasos. Ela pode


sobreviver em vasos menores, mas estes devem ser de tamanho grande se o
objetivo for atingir um bom desenvolvimento da planta.

3.8.1. Preparo da sementeira

Figura 1: Época de plantio.

As sementeiras precisam ficar no sol com temperaturas médias a altas. A


temperatura ideal é de 28°C, acima de 32°C recomenda-se deixar a sementeira
em sombra parcial. Com a temperatura correta o processo de maturação será
acelerado.

Na irrigação ela deve ser de forma homogênea, utilizando o borrifador


quando estiver em estagio inicial de germinação, evitando o encharcamento.

3.8.2. Locais para o transplantio

Após o plantio na sementeira o transplantio deve ser feito quando a planta


atingir 4 polegadas de altura, ou 10 cm de comprimento. O local a ser
replantado fica a seu critério, podendo ser em canteiros ou vasos, lembrando
que o solo deve estar preparado a receber a planta, ou seja livre plantas
invasoras e rico em nutrientes. Optando por canteiros deve se respeitar o
espaçamento indicado, 40 cm entre plantas e 60 cm entre linhas.
Se o plantio for realizado diretamente no canteiro respeitar o espaçamento
e colocar a semente a uma profundidade de 1 cm ou menos.

3.9. Manejo das principais pragas e doenças

Cuidados especiais para evitar pragas e doenças:

 Tenha certeza que seu substrato não está contaminado;

 Tenha certeza que suas sementes não estão contaminadas;

 Não faça sua sementeira próximo a locais onde ocorrem plantas


daninhas;

 Evite colocar a mão na semente durante o desenvolvimento para


evitar contaminação;

 Não deixe animais e insetos chegarem perto da sua sementeira;

 Não a deixe encharcar e isso inclui tomar chuvas e,

 Não deixe no vento.

A sálvia pode ser suscetível a mosca branca, ácaros, cochonilhas e oídio. O


manejo pode ser realizado tanto de forma química, física ou biológica
escolhendo sempre o método que causam menos dano a plantação.

3.10. Colheita

A colheita das folhas da sálvia ou salva pode ser iniciada quando as plantas
estão bem desenvolvidas. No primeiro ano é possível fazer uma colheita leve.
Nos anos seguintes, duas colheitas por ano. Para uso doméstico, colha folhas
ou ramos quando necessário. A colheita pode ser feita de 90 a 120 dias após o
plantio.

Os ramos ou folhas devem ser colhidos antes que a floração comece, o que
ocorre geralmente somente a partir do segundo ano. Os ramos e folhas podem
ser usados frescos ou secos.

3.11. Secagem

Secagem dos ramos deve ser feita em local fresco, sem ficarem expostos à
luz solar direta. Seque em uma sala bem ventilada e depois guarde em frascos
bem fechados.
4. Orçamento

O orçamento foi realizando considerando uma área de 1 ha:

Tabela 3: orçamento área 1 ha.


5. Referências

CAMPOS, Thiago. Dicas para preparar uma sementeira em casa. Ciclo Vivo,
disponivel em: https://ciclovivo.com.br/mao-na-massa/horta/dicas-para-
preparar-uma-sementeira-em-
casa/#:~:text=As%20sementeiras%20precisam%20ficar%20no,temperatura%2
0ideal%20est%C3%A1%20em%2028%C2%BAC. Acesso, Março/2022.

EIDI, M. et al. Effect of Salvia officinalis L. leaves on serum glucose and


insulin in healthy and streptozotocin-induced diabetic rats. Journal of
Ethnopharmacology, v.100, n.3, p.310-313, 2005.

IMANSHAHIDI, M. et al. The pharmacological effects of Salvia species on


the central nervous system. Phytotherapy Research, v.20, n.6, p.427-437,
2006.

KESHAVARZ, M. et al. In vitro and ex vivo antiangiogenic activity of Salvia


officinalis. Phytotherapy Research, v.24, n.10, p.1526-1531, 2010.

LIMA, C.F. The drinking of a Salvia officinalisinfusion improves liver


antioxidant status in mice and rats. Journal of Ethnopharmacology, v.97, n.2,
p.383-389, 2005.

LORENZI, H.; MATOS F.J.A. Plantas medicinais no Brasil: nativas e


exóticas São Paulo. Editora Instituto Plantarum, 2002, 512 p.

MAYER, B. et al. Gastroprotective constituents of Salvia


officinalis. L. Fitoterapia, v.80, n.7, p.421-426, 2009.

PATENKOVIC, A. et al. Antimutagenic effect of sage tea in the wing spot


test of Drosophila melanogaster. Food and Chemical Toxicology, v.47, n.1,
p.180-183, 2009.

TEIXEIRA, Silvana. Horta - como plantar Sálvia (Salvia officinalis).


Disponivel em: https://www.cpt.com.br/artigos/horta-como-plantar-salvia-salvia-
officinalis, acesso em março/2022.

TOPÇU, G. Bioactive triterpenoids from Salviaspecies. Journal of Natural


Products, v.69, n.1, p.482-487, 2006.
WALCH, S.G. et al. Antioxidant capacity and polyphenolic composition as
quality indicators for aqueous infusions of Salvia officinalis L (sage
tea). Frontiers in Pharmacology, v.2, n.79, p.1-6, 2011.

W.A. ROMAN, et al. Atividade antiulcerogênica do extrato aquaso de Salvia


officinalis L. (Lamiceae). Rev. Bras. Plantas, 2015.

XAVIER CABRAL, V.; GLIOSCI POSTAL DA SILVA, L.; DE FREITAS SALLA,


P. FITOTERÁPICOS SÁLVIA E TOMILHO APLICADO NA MEDICINA
VETERINÁRIA. Anais do Salão Internacional de Ensino, Pesquisa e Extensão,
v. 12, n. 2, 4 dez. 2020.

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