Você está na página 1de 97

RELATÓRIO DO PLANO DIRETOR DE ITACARÉ

PLANO DIRETOR DE ITACARÉ


RELATÓRIO FINAL

ATUALIZAÇÃO ESTATÍSTICA DO CENÁRIO ANALITICO

CENÁRIO PROPOSITIVO

PARA A REALIZAÇÃO DAS AUDIÊNCIAS PÚBLICAS DE 2013

OUTUBRO 2013

1
RELATÓRIO DO PLANO DIRETOR DE ITACARÉ

Prefeitura Municipal de Itacaré

Jarbas Barbosa Barros

Prefeito

Secretaria de Planejamento

Fernando Oliveira

Secretaria de Meio Ambiente, Agricultura, Pesca e Aquicultura

Bernadete Bittencourt

Secretaria Municipal de Educação

Maria do Socorro Silva Camargo

Secretaria Municipal de Saúde

Estela dos Santos Souza

Secretaria Municipal de Desenvolvimento Integrado

Antonio Geraldo Briglia

Secretaria Municipal de Turismo

Gilis Iran Nervino

Secretaria Municipal de Assistência Social, Direitos Humanos e Cidadania

Maria Cecilia Barros

Secretaria Municipal de Cultura, Esporte e Lazer

Luis Quadros

Secretaria de Administração

Silvio Mattos

Secretaria de Finanças Públicas, Economia e Desenvolvimento Sustentável

José Aloysio Andrade Nascimento Junior

Equipe técnica:

Arq. Ademar Sá

Adv. Vera Maria Weigand

2
RELATÓRIO DO PLANO DIRETOR DE ITACARÉ

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO............................................................................................... 8

HISTÓRICO ................................................................................................... 9

RELATÓRIO ANALÍTICO DO PLANO DIRETOR .............................................. 12

PERFIL ATUALIZADO DO MUNICÍPIO DE ITACARÉ IBGE 12/09/2013 .............. 12

NOVAS FRONTEIRAS DO MUNICÍPIO .............................................................. 13

RELATÓRIO PROPOSITIVO DO PLANO DIRETOR ......................................... 15

TITULO II – ESTRATÉGIA DE DESENVOLVIMENTO MUNICIPAL .................... 17

DA POLÍTICA DE DESENVOLVIMENTO URBANO ............................................. 17

DOS OBJETIVOS DO PLANO DIRETOR ............................................................. 18

Objetivo Geral ................................................................................................ 18

Objetivos Específicos ...................................................................................... 18

DAS DIRETRIZES DO PLANO DIRETOR ............................................................. 20

PRESERVAÇÃO DO MEIO AMBIENTE E DO VISUAL PAISAGÍSTICO ............... 20

A. Proteção dos remanescentes da Mata Atlântica .................................... 20

B. Revitalização das bacias hidrográficas, em especial A do Rio De Contas e


seus tributários ............................................................................................... 21

C. Proteção dos manguezais ....................................................................... 22

D. Valorização dos Elementos Paisagísticos ................................................ 22

E. Preservação e Conservação do Patrimônio Construído .......................... 23

F. Saneamento Básico ................................................................................. 23

G. Incentivo ao uso de fontes energéticas renováveis E TECNOLOGIAS


LIMPAS nos projetos a serem implantados no Município .............................. 24

DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO SUSTENTÁVEL ........................................ 25

A. Desenvolvimento Turístico Sustentável ................................................. 25

B. Fortalecimento da Agricultura, inclusive da agricultura urbana ............. 26

C. Incentivo e apoio à Pesca, Mariscagem e Aquicultura............................ 28

D. Desenvolvimento do Empreendedorismo ................................................. 28

E. apoio a atividades econômicas alternativas e de proteção ambiental. ..... 29

DESENVOLVIMENTO SOCIAL ......................................................................... 29

3
RELATÓRIO DO PLANO DIRETOR DE ITACARÉ

A. Fortalecimento da Participação Social e Mobilização Popular ............... 29

B. Fortalecimento do Desenvolvimento Comunitário e da Organização


Social .............................................................................................................. 30

C. Inclusão Sociodigital................................................................................ 30

MELHORIA DA QUALIDADE E ABRANGÊNCIA DOS SERVIÇOS PÚBLICOS ..... 31

Abastecimento Alimentar............................................................................... 31

Assistência social ............................................................................................ 31

Cultura ............................................................................................................ 32

Defesa civil ...................................................................................................... 33

Educação ........................................................................................................ 34

Energia Elétrica ............................................................................................... 35

Esportes, lazer e recreação ............................................................................ 36

Habitação de Interesse Social ......................................................................... 36

Regularização Fundiária ................................................................................. 37

Saúde .............................................................................................................. 38

Segurança, mediante articulações com o governo estadual .......................... 40

Transporte público ......................................................................................... 40

DESENVOLVIMENTO INSTITUCIONAL ............................................................ 42

Implantação do Sistema Municipal de Planejamento e Gestão Participativa 42

Revisão e Ajuste da Estrutura Organizacional ................................................ 43

Racionalização dos Gastos Públicos ............................................................... 43

TITULO III – DESENVOLVIMENTO TERRITORIAL .......................................... 44

Perímetros Urbanos ....................................................................................... 45

Diretrizes de Planejamento das Ocupações Rurais ........................................ 45

Diretrizes de Planejamento das Ocupações Urbanas ..................................... 46

Sede ................................................................................................................ 46

Km 6 e Fazenda São João................................................................................ 48

Taboquinhas ................................................................................................... 49

Zoneamentos Urbanos ................................................................................... 51

DISPOSIÇÕES GERAIS ...................................................................................... 51

4
RELATÓRIO DO PLANO DIRETOR DE ITACARÉ

SEDE ................................................................................................................ 51

Taboquinhas ................................................................................................... 53

SISTEMA VIÁRIO MUNICIPAL E ACESSIBILIDADE .......................................... 55

Diretrizes ........................................................................................................ 55

SISTEMA VIÁRIO DA Sede ............................................................................... 55

SISTEMA VIÁRIO DA Sede Do Distrito De Taboquinhas .................................. 56

Acessibilidade ................................................................................................. 56

TITULO IV - DIRETRIZES PARA APLICAÇÃO DOS INSTRUMENTOS DA


POLÍTICA URBANA ..................................................................................... 57

DISPOSIÇÕES GERAIS ..................................................................................... 57

INSTRUMENTOS JURÍDICOS E POLÍTICOS ...................................................... 57

Parcelamento Compulsório ............................................................................ 57

Utilização e Edificação Compulsórias ............................................................. 57

Da Desapropriação com Pagamento em Títulos ............................................ 58

Direito de Preempção ..................................................................................... 58

Outorga Onerosa do Direito de Construir ...................................................... 59

Alteração de Uso ............................................................................................ 60

Operação Urbana Consorciada ....................................................................... 60

Zonas Especiais de Interesse Social ................................................................ 61

Regularização Urbanística e Fundiária ........................................................... 61

Demarcação Urbanística ................................................................................ 62

Estudo de Impacto de Vizinhança e Impacto Visual ....................................... 63

Assistência Técnica e Jurídica às Populações de Baixa Renda ........................ 64

INSTRUMENTOS TRIBUTÁRIOS E FINANCEIROS ............................................ 65

Disposições Gerais .......................................................................................... 65

Fundo Municipal de Desenvolvimento Urbano .............................................. 65

TITULO V - SISTEMA MUNICIPAL DE PLANEJAMENTO E ............................. 67

GESTÃO PARTICIPATIVA ............................................................................. 67

ESTRUTURA .................................................................................................... 67

Secretaria de Planejamento ........................................................................... 67

5
RELATÓRIO DO PLANO DIRETOR DE ITACARÉ

Órgãos de Planejamento Setorial ................................................................... 68

Conselho da Cidade ........................................................................................ 68

Conselho Municipal do Meio Ambiente ......................................................... 70

SISTEMA MUNICIPAL DE INFORMAÇÕES ...................................................... 71

TITULO VI - PROGRAMAS E PROJETOS ESTRATÉGICOS ............................... 72

TITULO VII - DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS .................................... 73

Revisão ........................................................................................................... 73

Vigência .......................................................................................................... 74

ANEXO I – PLANTAS ................................................................................... 75

ANEXO II - DESCRIÇÃO DOS PERÍMETROS URBANOS .................................. 76

ANEXO III - QUADROS ................................................................................ 77

ANEXO IV – ATUALIZAÇÕES DO RELATÓRIO ANALÍTICO ............................. 78

QUADROS ....................................................................................................... 78

Quadro 1 – Evolução demográfica da zona cacaueira – Itacaré, Centros e Sub-


centros regional 2010 ..................................................................................... 78

Quadro 2 – Síntese das potencialidades, limitações e problemas ambientais


por georegiões em Itacaré.............................................................................. 78

Quadro 3- Unidades de conservação que integram o município. .................. 78

Quadro 4 - potencialidades e problemas ambientais do município de Itacaré.


........................................................................................................................ 78

Quadro 6 - Evolução da população de Itacaré 1940/1950/1960 ................... 79

Quadro 7- Evolução demográfica do Município ............................................. 79

Quadros 8 - Quantitativos de População e Domicílios de Itacaré - por Setores


Censitários – Rural, Urbano e total. ............................................................... 79

Quadro 9- projeção da população e domicílios Itacaré – Sede e


TABOQUINHAS. .............................................................................................. 80

Quadro 10 - Demanda de áreas para atender a projeção populacional Itacaré


/ Sede – 2.004/2.024 ...................................................................................... 80

Quadro 11- Demanda de áreas para atender a projeção populacional Itacaré


/ Taboquinhas – 2.004/2.024. ........................................................................ 80

Quadro 12- Evolução da oferta de leitos em Itacaré- BA. Período: 2002 há


2010. ............................................................................................................... 80

6
RELATÓRIO DO PLANO DIRETOR DE ITACARÉ

Quadro 13- Projeção da população flutuante em Itacaré. ............................. 80

Quadro 14: População por idade 2000 ........................................................... 80

Quadro 15: Distribuição de renda e renda média por setor censitário- 2000.
........................................................................................................................ 80

Quadro 17: Evolução da população de Itacaré – Urbana, Rural, total


1996/2010 ...................................................................................................... 81

Quadro 18: População residente segundo o grupo de idade urbano e rural. 81

Quadro 19: Valor da produção das culturas temporárias e permanentes. .... 81

Quadro 20: Área plantada das culturas temporárias e permanentes. ........... 81

Quadro 21: Quantidade produzida das culturas temporárias e permanentes.


........................................................................................................................ 82

Quadro 22: Posse na terra no município- 1995 .............................................. 82

Quadro 23: Estrutura Fundiária no município -1995 ...................................... 82

Quadro 24: Efetivo pecuário do município..................................................... 83

Quadro 25: Quantidade produzida e valor da produção de leite no município


........................................................................................................................ 83

Quadro 26: Produtos extrativos nativos......................................................... 83

Quadro 27: Financiamento rural .................................................................... 83

Quadro 28: Linhas intermunicipais ................................................................. 84

Quadro 29: Número de matriculas por região urbana e rural. ...................... 84

correções ........................................................................................................ 84

ANEXO V – OUTRAS INFORMAÇÕES ........................................................... 88

DIFERENÇAS ENTRE NOMENCLATURA DE ZONEAMENTO ............................. 88

COMPARTIMENTOS TURISTICOS .................................................................... 90

ANEXO VI - SOBRE A ELABORAÇÃO DO PLANO DIRETOR ........................... 91

LEIS MUNICIPAIS EM VIGOR AFETADAS PELO PLANO DIRETOR ..................... 93

CHUVA DE IDÉIAS ........................................................................................... 95

DOCUMENTO DO INCRA (CÓPIA) ................................................................... 97

7
RELATÓRIO DO PLANO DIRETOR DE ITACARÉ

INTRODUÇÃO

O presente Relatório destina-se a consolidar as propostas para o Plano Diretor de Itacaré, que deverão
ser apresentadas em audiências públicas a serem realizadas na Sede e em Taboquinhas. As propostas,
quando aprovadas, serão consolidadas em um projeto de lei complementar, que se transformado em lei,
revogará a Lei nº 191/2003, que dispõe sobre a institucionalização do Plano de Referência Urbano
Ambiental – PRUA de Itacaré.

Neste Caderno, estão presentes:

 as atualizações estatísticas do Relatório Analítico de 2006 (mantido como referência), com base
nas informações do IBGE do Censo de 2010 e informações dos setores competentes desta
Prefeitura, além das informações publicadas no Atlas de Desenvolvimento Humano no Brasil –
Perfil de Itacaré (2013);
 informações sobre as novas fronteiras do Município, estabelecidas pela Lei nº 12.638 de 10 de
janeiro de 2013; e
 o Relatório Propositivo elaborado levando-se em consideração todas as propostas anteriores
discutidas e aprovadas nas instâncias técnicas, governamentais e participativas da comunidade,
realizadas até o ano de 2011, acrescidas das revisões técnicas, atualizadas pelos atuais titulares
das Secretarias Municipais e outros interessados;
 a proposta de novo zoneamento da Sede, com o respectivo mapa.

Este Relatório Propositivo, elaborado de forma simples e objetiva, servirá de base, após sua aprovação
nas audiências públicas, para elaboração do Projeto de Lei do Plano de Diretor de Itacaré, a ser
encaminhado para a Câmara Municipal.

Itacaré, 21 de outubro de 2013.

Jarbas Barbosa Barros

Prefeito Municipal

8
RELATÓRIO DO PLANO DIRETOR DE ITACARÉ

HISTÓRICO

A elaboração do Plano de Referência Urbano Ambiental (PRUA), em 2002, fez parte de um processo de
planejamento, capacitação e infra-estruturação desenvolvido pela Secretaria da Cultura e Turismo /
Superintendência de Desenvolvimento do Turismo – SUDETUR para Itacaré com a participação de
técnicos da CONDER e envolvimento direto da comunidade. O PRUA Corresponde ao zoneamento e
estabelecimento de parâmetros para a área que foi identificada como o Núcleo Urbano Consolidado
(NUC) da sede municipal, como parte da APA da Costa de Itacaré/Serra Grande.

As indicações do PRUA, para serem válidas no perímetro urbano, deveriam ser aprovadas por lei
municipal, já que cada Município tem competência constitucional exclusiva para legislar sobre as suas
áreas urbanas. Isto tem fundamento na Constituição Federal (CF, art.30), que atribui aos municípios
competência para legislar sobre assuntos de interesse local (antes denominado peculiar interesse), ainda
que sob a orientação das normas gerais editadas pela União. Atendendo a este preceito, o zoneamento
urbano e respectivos parâmetros urbanísticos propostos pelo PRUA foram aprovados pela Lei municipal
nº 191, de 2 de setembro de 2003.

Estando a Lei do PRUA em vigor, e pairando dúvidas sobre qual dos relatórios da CONDER foi o aprovado
por lei, foi importante comparar os textos e Tabelas dos dois Relatórios do PRUA (agosto de 2002 e
janeiro de 2003) e apontar suas diferenças. Considerou-se que o texto final do Relatório foi mesmo o de
2004, embora tenham sido introduzidos alguns parâmetros urbanísticos nas respectivas Tabelas que são
considerados inadequados para o desenvolvimento da Cidade.

Já a elaboração do Plano Diretor resultou de um processo longo de discussões realizadas a partir de 2005
por uma equipe da CONDER, que apresentou, em acordo com a metodologia adotada, um relatório com
dois volumes:

 Cenário Analítico, com a descrição geográfica detalhada do Município,


além da identificação dos seus pontos fortes e pontos fracos;

 Cenário Propositivo, com as propostas para o futuro baseadas neste


cenário analítico.

Nessa fase do trabalho foram confeccionados muitos mapas temáticos para diagnóstico - que não
precisarão ser substituídos - e também mapas com a proposta do zoneamento urbano.

Este trabalho (2005), contudo, ficou incompleto e não chegou a resultar em um projeto de lei.

Em 2007, foram revistos e encaminhados novamente pela CONDER , os dois volumes (Cenário Analítico e
Cenário Propositivo) do Relatório do PDU, com os respectivos mapas, além do Projeto de Lei que chegou
a ser encaminhado à Câmara Municipal. A proposta que chegou a Câmara foi rejeitada pela nova equipe
da CONDER que assumiu o setor depois da mudança do governo.

A proposta foi também questionada pela representante do Ministério Público na Comarca, Promotora
Aline Salvador, que instaurou um Inquérito Civil Público (nº 01/07 – proc. nº 371.0.72376/2007) visando
apurar “possíveis irregularidades na elaboração do projeto do Plano Diretor e violação de normas
urbanísticas ambientais”.

Diante deste fato, foram comparados os textos dos Relatórios datados de 2006 e 2007 para apontar suas
diferenças, da mesma forma em que foi feito em relação aos relatórios do PRUA. Vale ressaltar que são
bem poucas diferenças entre as versões escritas de 2005 e 2007. É nos mapas que se encontram as
diferenças. Para melhor entendimento, foi elaborada uma Tabela com essas diferenças e suas
correspondências com o zoneamento atual, estabelecido pela Lei do PRUA.

9
RELATÓRIO DO PLANO DIRETOR DE ITACARÉ

O Projeto de Lei encaminhado à Câmara elaborado pela CONDER foi examinado e considerado desde
logo inadequado por falta de técnica jurídica, independentemente do seu conteúdo, e assim, foi pedido a
sua retirada de pauta para votação, para substituição posterior.

Assim, com esses exames, foi possível o aproveitamento de todo esse material para os estudos de
revisão, que abrangeram as modificações e acréscimos sugeridos pela comunidade por vários meios de
comunicação, como as informações constantes:

 nos autos do Inquérito Civil Público instaurado pelo Ministério Público,


com vários depoimentos e contribuições enviados à Promotora Aline
Salvador, inclusive pelo arquiteto e morador da Cidade Pascal Voisin,
então coordenador do grupo de trabalho do Plano Diretor, que adicionou
cópias de oito atas e relatórios de reuniões realizadas para discussões,
em12 de abril de 2006;

 nos relatórios de 4 reuniões do Conselho Gestor da APA de Itacaré Serra


Grande (GT do Plano Diretor Municipal de Itacaré), realizadas em
8.09.2005, 12.09.2005, 7.03.2006, 17.02.2006, e no respectivo Relatório
Final;

 nos relatórios do Plano de Referência Urbano Ambiental (PRUA), e


respectivos mapas e tabelas, comparados página a página;

 no Diagnóstico Socioeconômico e Ambiental da Área Proposta e das


Comunidades Extrativistas Beneficiárias e Conclusões e Diretrizes para o
Plano de Desenvolvimento da Reserva Extrativista Marinha de Itacaré,
elaborado em processo participativo pelo Grupo de Trabalho pela Criação
da Reserva Extrativista (RESEX) Marinha de Itacaré com apoio da
Universidade Estadual de Santa Cruz – UESC, em 2001.

 do relatório de visita realizada entre os dias 27 e 31 de Julho de 2009 a


comunidades remanescentes de quilombos no município de Itacaré;

Foram acrescidas também observações apresentadas por ocasião da realização da Conferência da


Cidade, em 21 de agosto de 2010, como etapa da IV Conferência Nacional das Cidades.

O resultado do trabalho de revisão foi apresentado nas Audiências Públicas realizadas na Sede e em
Taboquinhas em 8 de agosto de 2011, devidamente divulgadas segundo recomenda o Ministério das
Cidades.

Foram apresentados, de forma especial, em mapas impressos e por projeção em tela, todos os
zoneamentos propostos para a Cidade:

 o zoneamento do PRUA, aprovado por Lei; e


 os zoneamentos apresentados nas duas versões do Relatório Propositivo da CONDER para o
Plano Diretor, em 2005 e 2007.

Estas audiências tiveram a presença do arquiteto da CONDER, Wolf Reiber, coordenador técnico das
propostas do PRUA e do Relatório 2005 feitas pela CONDER, que respondeu sobre todas as dúvidas
suscitadas pela evolução das propostas de zoneamento.

A Audiência resultou na aprovação das propostas consolidadas e na recomendação de iniciarem-se


novos estudos para o zoneamento a serem apresentados também em audiências públicas, mas então os
trabalhos foram interrompidos.

10
RELATÓRIO DO PLANO DIRETOR DE ITACARÉ

Prefeitura e população voltam a debater o PDU

Representantes de diversos setores da comunidade, vereadores


e técnicos do município retomaram nesta segunda-feira, 8, os
debates sobre o Plano Diretor de Itacaré. Foram apresentados
mapas e um relatório de como o município vem se
desenvolvendo e os principais problemas causados pelo
crescimento desordenado da cidade.

A apresentação das propostas para o Plano Diretor foi feita pela


advogada Vera Maria Weigand, que será relatora do texto final
do documento, e a exposição dos mapas pelo arquiteto da
Prefeitura de Itacaré, Ademar Sá. Ele detalhou sobre a ocupação
do município e quais as medidas estão sendo propostas para
barrar o crescimento desordenado e assegurar a qualidade de vida para a população.

Vera Weigand explicou que as propostas do Plano Diretor elaboradas, em 2006, pela equipe técnica da Companhia de
Desenvolvimento Urbano do Estado da Bahia (Conder) vão ser aproveitadas e adequadas à realidade de hoje. “Estamos
fazendo a apresentação do que já foi produzido para que todos possam participar da construção do Plano Diretor
Urbano ideal para Itacaré”

Audiência pública

Vera Weigand esclareceu ainda que o conjunto de leis tem validade por 10 anos, mas que isso não significa que não
sofra modificações pontuais para acompanhar as necessidades do município. Ela destacou a importância da
participação popular na elaboração do plano.

Depois das modificações apresentadas pela comunidade, uma audiência pública será realizada em setembro. Segundo o
Secretário de Agricultura e Meio Ambiente, Paulo Baracho, a expectativa é que a redação final do Plano Diretor de
Itacaré seja encaminhada para a Câmara de Vereadores em novembro deste ano.

Além dos técnicos do município, participaram dos debates desta segunda-feira o promotor de justiça Fábio Pretti,
representantes do Instituto de Turismo de Itacaré, Associação dos Comerciantes e Empresários do Ramo Turístico,
Associação de Surf, Associação Quilombola Porto de Trás, Associação de Canoagem e Colônia de Pescadores Z-18 de
Itacaré, dentre outras entidades. Além da sede, as discussões também foram realizadas em Taboquinhas.

Audiência Pública realizada na Câmara Municipal em 8 de agosto de 2011.

11
RELATÓRIO DO PLANO DIRETOR DE ITACARÉ

RELATÓRIO ANALÍTICO DO PLANO DIRETOR

O Relatório analítico 2006 não foi atualizado em todo o seu texto. Muitas informações ali são pertinentes
e ainda são válidas. As que necessitam de atualização, a exemplo das informações estatísticas sobre
população e outras, foram atualizadas com informações do Censo 2010 e do Atlas do Desenvolvimento
1
Humano – Perfil Itacaré 2013.

PERFIL ATUALIZADO DO MUNICÍPIO DE ITACARÉ IBGE 12/09/2013

Área

733,62 km²

IDHM 2010

0,583

Faixa do IDHM

Baixo (IDHM entre 0,5 e

0,599)

População (Censo 2010)

24.318 hab.

Densidade demográfica

33,18 hab/km²

Ano de instalação

1732

Microrregião

Ilhéus-Itabuna

Mesorregião

Sul Baiano

Território de Identidade

Litoral Sul, juntamente com os municípios de Almadina, Arataca, Aurelino Leal, Barro Preto, Buerarema,
Camacan, Canavieiras, Coaraci, Floresta Azul, Ibicaraí, Ilhéus, Itabuna, Itacaré, Itaju do Colônia, Itajuípe,
Itapé, Itapitanga, Jussari, Maraú, Mascote, Pau Brasil, Santa Luzia, São José da Vitória, Ubaitaba, Una e
Uruçuca.

1
Há também algumas correções ao texto original do Relatório e estas estão no final do volume,
juntamente com observações, em alguns casos, sobre a necessidade ou não de atualização dos dados
para fins do Plano Diretor (Ver Errata do Relatório 2006).

12
RELATÓRIO DO PLANO DIRETOR DE ITACARÉ

Diferentemente do tempo em que foi elaborado o Relatório Cenário Analítico 2006, hoje se dispõe de
informações atualizadas sobre os Municípios em diversos sites da Internet. Estas informações foram
buscadas em todos os casos de interesse do relatório propositivo.

O Relatório Analítico 2006 fica, portanto, mantido como referência, mas as informações recentes
devem ser buscadas ou no site do IBGE ou no Atlas de Desenvolvimento Humano – Perfil de Itacaré,
além das atualizações apresentadas no Anexo IV, onde estão atualizados quadros de maior
importância e erratas ao texto original disponibilizado pela Conder.

NOVAS FRONTEIRAS DO MUNICÍPIO

A Lei nº 12.638 de 10 de janeiro de 2013, seu parágrafo 13, atualizou os limites do Município de
Itacaré, assim como dos outros municípios que integram o Território de Identidade Litoral Sul.

Com a nova Lei, os limites do Município de Itacaré, estabelecidos na forma da Lei nº 628, de 30 de
dezembro de 1953, na forma da Lei nº 12.057, de 11 de janeiro de 2011, ficam atualizados, passando a
vigorar com a seguinte redação:

I - com o Município de Ubaitaba - começa na foz do rio Catolé no rio de Contas (coordenadas -14º 18'
47,18"; -39º 17' 29,56"), desce por este até a foz do rio Oricó Mirim (coordenadas -14º 18' 20,31"; -39º
16' 15,54"), sobe por este até a foz do seu afluente (coordenadas -14º 17' 25,99"; -39º 15' 55,13"), ao
norte da fazenda Floresta Azul;

II - com o Município de Maraú - começa na foz do afluente do rio Oricó-Mirim no rio Oricó-Mirim
(coordenadas -14º 17' 25,99"; -39º 15' 55,13"), ao norte da fazenda Floresta Azul, sobe por este até sua
nascente (coordenadas -14º 15' 50,46"; -39º 13' 19,52"), a nordeste da fazenda Piragi, daí em reta,
sentido sudeste, até a foz do ribeirão Bitu no rio Batés (coordenadas -14º 16' 12,68"; -39º 12' 18,36"), daí
em reta, sentido sudeste, até a nascente do primeiro afluente da margem esquerda do ribeirão Coiúdo
(coordenadas -14º 16' 30,13"; -39º 09' 39,96"), a sudoeste da fazenda Boa Vista, continua em reta,
sentido nordeste, até a foz do córrego Mucuri no córrego Gentio (coordenadas -14º 16' 06,74"; -39º 08'
17,98"), sobe pelo córrego Mucuri até o ponto de coordenadas -14º 15' 29,55"; -39º 08' 17,04", ao sul da
localidade Mucuri, segue pelo divisor de águas das sub-bacias dos rios Pinheiro e Paramirim até o alto
(coordenadas -14º 15' 10,58"; -39º 07' 01,69"), continua por este divisor, sentido nordeste, até o alto do
divisor das sub-bacias dos rios Ambuba, Piracanga e ribeirão do Engenho (coordenadas -14º 14' 55,80"; -
39º 05' 06,04"), continua por este divisor, sentido leste, até alcançar o cruzamento da estrada que passa
pela localidade Mucuri com o rio Piracanga (coordenadas -14º 14' 57,46"; -39º 03' 59,83"), desce por
este até sua foz no oceano Atlântico (coordenadas -14º 13' 09,15"; -38º 59' 21,13");

III - com o Oceano Atlântico - começa na foz do rio Piracanga no oceano Atlântico (coordenadas -14º 13'
09,15"; -38º 59' 21,13"), segue pela linha de costa até a foz do rio Tijuípe (coordenadas -14º 25' 12,03"; -
39º 01' 04,49");

IV - com o Município de Uruçuca - começa na foz do rio Tijuípe no oceano Atlântico (coordenadas -14º
25' 12,03"; -39º 01' 04,49"), sobe pelo rio Tijuípe até sua nascente (coordenadas -14º 29' 20,03"; -39º 07'
54,17"), daí em reta, sentido noroeste, até o ponto na estrada Pé de Serra-Nova Esperança (coordenadas
-14º 28' 55,52"; -39º 10' 36,25"), continua em reta, sentido noroeste, até o ponto na BA-655
(coordenadas -14º 28' 11,48"; -39º 15' 27,36"), ao sul da localidade São Benedito, continua em reta,
sentido noroeste, até o ponto no rio Catolé (coordenadas -14º 27' 34,74"; -39º 19' 27,29"), a leste do
marco da antiga Estação Santa Cruz, na fazenda de mesmo nome;

13
RELATÓRIO DO PLANO DIRETOR DE ITACARÉ

V - com o Município de Aurelino Leal - começa no rio Catolé no ponto de coordenadas -14º 27' 34,74"; -
39º 19' 27,29", a leste do marco da antiga Estação Santa Cruz, na fazenda de mesmo nome, desce pelo
rio Catolé até sua foz no rio de Contas (coordenadas -14º 18' 47,18"; -39º 17' 29,56").

São, portanto, confrontantes com o Município de Itacaré, os municípios de Maraú, ao Norte, Uruçuca, do
lado Sul, Aurelino Leal e Ubaitaba, do lado Oeste, e o Oceano Atlântico, a Leste.

A cidade de Itacaré teve origem numa aldeia de índios, onde o padre jesuíta, Luís da Grã, erigiu uma
capela sob a invocação de São Miguel, batizando a povoação com o topônimo São Miguel da Barra do Rio
das Contas. Em 1718, o arcebispo primaz, Dom Sebastião Monteiro da Vide, elevou a capela à categoria
de freguesia, com a mesma denominação.

Em 1732, a povoação de São Miguel da Barra do Rio das Contas foi elevada à categoria de vila e logo
depois a município, em 27 de janeiro, por ordem de D. Ana Maria Ataíde e Castro, condessa de Resende
e donatária da capitania de Ilhéus, à qual pertenciam as terras de Itacaré.

Em divisão administrativa referente ao ano de 1911, o município aparece constituído de 2 distritos: Barra
do Rio de Contas e Faisqueira. Pelos decretos estaduais nº 7.455, de 23 de junho de 1931 e nº 7.479, de
8 de julho de 1931, a sede do município foi transferida para a povoação de Itapira, tomando esta
denominação, por pouco tempo. Pelo decreto estadual nº 7.850, de 16 de dezembro do mesmo ano, a
sede do município do distrito de Itapira mudou para Itacaré.

Em divisão administrativa referente ao ano de 1933, o município é constituído de 2 distritos: Itacaré e


Catulé, não figurando o distrito de Faisqueira. Em divisões territoriais datadas de 31 de dezembro de
1936 e 31 de dezembro de 1937, o município aparece constituído de 3 distritos: Itacaré, Coronel Soares e
São Miguel, não mais figurando o distrito de Catulé. Pelo decreto estadual nº 11.089, de 30 de novembro
de 1938, o distrito de São Miguel passou a denominar-se Itaipava e o de Coronel Soares passou a
denominar-se Poço Central. Pelo decreto-lei estadual nº 141, de 31 de dezembro de 1943, confirmado
pelo decreto-lei estadual nº 12.978, o distrito de Itaipava passou a denominar-se Poiri.

No quadro fixado para vigorar no período de 1939-1943, o município era constituído de 3 distritos:
Itacaré, Itaipava e Poço Central. Em divisão territorial datada 1 de julho de 1950, o município era
constituído de 3 distritos: Itacaré, Poço Central e Poiri, ex-Itaipava. Pela lei estadual nº 628, de 301-2-
1953, foi criado o distrito de Lage do Banco, criado com terras desmembrada do distrito de Poiri e
anexado ao município de Itacaré. Sob a mesma lei, foi criado o distrito de Taboquinhas.

Em divisão territorial datada de 1 de julho de 1955, o município era constituído de 5 distritos: Itacaré,
Laje do Banco, Poço Central, Poiri e Taboquinhas, assim permanecendo em divisão territorial datada de I
de julho de 1960. A lei estadual nº 1.579, de 15 de dezembro de 1961 desmembrou do município de
Itacaré os distritos de Poiri, Laje do Branco e Poço Central, para formar o novo município com a
denominação de Aurelino Leal.

Em divisão territorial datada de 31 de dezembro de 1963, o município já aparece constituído de 2


distritos: Itacaré e Taboquinhas.

14
RELATÓRIO DO PLANO DIRETOR DE ITACARÉ

RELATÓRIO PROPOSITIVO DO PLANO DIRETOR

O Relatório Propositivo inicia-se pela descrição do que é o Plano Diretor.

O Plano Diretor de Itacaré, também chamado de Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano (PDDU) é o
instrumento básico da política de desenvolvimento e de expansão urbana. Foi previsto no parágrafo 1º,
do art. 161, da Lei Orgânica do Município e é fundamentado nas demais disposições legais federais e
municipais pertinentes.

O PDDU contém, como instrumentos básicos de política urbana:

a. as políticas setoriais e os projetos estratégicos para o desenvolvimento


municipal sustentável;

b. os modelos de desenvolvimento territorial, com novos perímetros


urbanos e parâmetros urbanísticos estabelecidos para a Sede, Km 6 e para
Taboquinhas;

c. a delimitação das áreas urbanas onde poderá ser aplicado o


parcelamento, edificação ou utilização compulsórios, considerando a
existência de infra-estrutura e de demanda para utilização, na forma dos
arts. 4º e 5º (parcelamento, a edificação ou a utilização compulsórios do
solo urbano não edificado, subutilizado ou não utilizado), da Lei n° 10.257,
de 10 de julho de 2001 (Estatuto da Cidade);

d. as disposições requeridas para aplicação do direito de preempção (art.25),


outorga onerosa do direito de construir (art. 28), alteração de uso do solo,
mediante contrapartida a ser prestada pelo beneficiário (art. 29),
operações urbanas consorciadas (art. 32), transferência do direito de
construir (art. 35) da Lei n° 10.257, de 10 de julho de 2001 (Estatuto da
Cidade);

e. disposições relativas à desapropriação com pagamento em títulos (art.8º)


usucapião especial de imóvel urbano (art. 9º), direito de superfície (art.
21), estudo de impacto de vizinhança (art. 36), previstos como
instrumentos urbanísticos facultativos na Lei n° 10.257, de 10 de julho de
2001 (Estatuto da Cidade);

f. a instituição de um Sistema de Planejamento e do Sistema de Gestão


Participativa, para o acompanhamento e controle da execução do Plano
Diretor.

O Plano Diretor de Itacaré compreende todas as informações que levam a este propositivo, que deverá
ser aprovado por lei complementar, revogando a Lei nº 191/2003, que dispõe sobre a institucionalização
do Plano de Referência Urbano Ambiental – PRUA, de Itacaré.

A Lei do Plano Diretor também revogará a Lei n° 7.293, de 31 de agosto de 1995, que dispõe sobre o uso
e ocupação de solo no Município de Itacaré, porque suas disposições conflitam com as do Plano Diretor.

Para complementar o Plano Diretor, um novo projeto de lei de parcelamento do solo deverá ser
elaborado e encaminhado a Câmera de Vereadores posteriormente, juntamente com o projeto de lei do

15
RELATÓRIO DO PLANO DIRETOR DE ITACARÉ

Código de Obras e projeto de Lei que alterará a legislação tributária, com a implantação do Imposto
Predial Progressivo no Tempo, instrumento típico de desenvolvimento urbano só utilizável depois de
efetivadas outras medidas exigidas pelo Estatuto das Cidades, que são o parcelamento, a edificação e a
utilização compulsória de imóveis urbanos.

Estas medidas visam ao cumprimento da função social dos imóveis urbanos.

Segundo a definição do Estatuto da Cidade, a propriedade urbana cumpre sua função social quando
atende às exigências fundamentais de ordenação da cidade expressas no Plano Diretor, assegurando o
atendimento das necessidades dos cidadãos quanto a:

 qualidade de vida;
 justiça social e
 desenvolvimento de atividades econômicas.

Essa função social orienta as normas de ordenação e controle do uso do solo que têm o objetivo de
evitar:

 a utilização inadequada dos imóveis urbanos;


 a proximidade de usos incompatíveis ou inconvenientes;
 o parcelamento do solo, a edificação ou o uso excessivos ou inadequados em relação à infra-
estrutura urbana;
 a instalação de empreendimentos ou atividades que possam funcionar como pólos geradores de
tráfego, sem a previsão da infra-estrutura correspondente;
 a retenção especulativa de imóvel urbano, que resulte na sua subutilização ou não utilização;
 a deterioração das áreas urbanizadas;
 a poluição e a degradação ambiental.

São integrantes deste Relatório – Cenário Propositivo:

Anexo I – Plantas de zoneamento da Sede e de Taboquinhas;


Anexo II – Descrição dos Perímetros Urbanos da Sede e de Taboquinhas;
Anexo III - Quadros Urbanísticos:

 Quadro I - Classificação das Categorias de Uso do Solo;


 Quadro II – Índices Urbanísticos – Sede;
 Quadro III – Índices Urbanísticos – Taboquinhas;
 Quadro IV – Hierarquização do Sistema Viário - Sede;
 Quadro V - Hierarquização do Sistema Viário - Taboquinhas;
 Quadro VI - Parâmetros Mínimos para Vias;

Anexo IV – Atualizações do Relatório Analítico;


Anexo V - Outras Informações.

16
RELATÓRIO DO PLANO DIRETOR DE ITACARÉ

TITULO II – ESTRATÉGIA DE DESENVOLVIMENTO MUNICIPAL

DA POLÍTICA DE DESENVOLVIMENTO URBANO

A política de desenvolvimento urbano tem por objetivo ordenar o pleno desenvolvimento das funções
sociais da Cidade e da propriedade urbana, tendo como diretrizes gerais, dentre outras estabelecidas na
legislação federal, as seguintes:

a. planejamento do desenvolvimento da Cidade, da distribuição espacial


da população e das atividades econômicas do Município e do território sob sua
área de influência, de modo a evitar e corrigir as distorções do crescimento
urbano e seus efeitos negativos sobre o meio ambiente;

b. proteção, preservação e recuperação do meio ambiente natural e


construído, do patrimônio cultural, histórico, artístico, paisagístico e
arqueológico.

c. direito a cidade sustentável, entendido como o direito à terra urbana,


à moradia, ao saneamento ambiental, à infra-estrutura urbana, ao transporte
e aos serviços públicos, ao trabalho e ao lazer, para as presentes e futuras
gerações;

d. integração e complementaridade entre as atividades urbanas e rurais,


tendo em vista o desenvolvimento socioeconômico do Município e do
território sob sua área de influência;

e. gestão democrática, por meio da participação da população e de


associações representativas dos vários segmentos da comunidade na
formulação, execução e acompanhamento de planos, programas e projetos de
desenvolvimento urbano;

f. cooperação entre os governos, a iniciativa privada e os demais setores


da sociedade no processo de urbanização, em atendimento ao interesse social;

g. recuperação dos investimentos do Poder Público dos quais tenha


resultado a valorização de imóveis urbanos, pelos devidos instrumentos legais
e justa distribuição dos benefícios e ônus decorrentes dos processos de
urbanização.

17
RELATÓRIO DO PLANO DIRETOR DE ITACARÉ

DOS OBJETIVOS DO PLANO DIRETOR

OBJETIVO GERAL

O Plano Diretor de Itacaré tem como objetivo geral orientar a execução da política de desenvolvimento
municipal e urbano, de forma sustentável.

Os cinco objetivos específicos abaixo, com seus componentes, são os eixos norteadores da execução de
todos os planos, programas, projetos e ações do Poder Público municipal.

OBJETIVOS ESPECÍFICO S

São objetivos específicos do Plano Diretor de Itacaré, tendo em vista seu objetivo geral:

a. preservar o meio ambiente e o visual paisagístico de Itacaré, seu maior


ativo para as presentes e futuras gerações:

1. preservação de áreas, paisagens e ecossistemas para manter o equilíbrio


ecológico e o desenvolvimento turístico do Município;
2. prevenção contra a degradação dos espaços protegidos e apoio à sua
recuperação;
3. adoção de medidas para a prevenção e repressão à poluição sonora e
visual;

b. promover o desenvolvimento econômico sustentável:

1. dinamização da economia, pelo incentivo ao turismo sustentável,


agricultura, pesca, mariscagem e aquicultura e outras atividades
econômicas;

2. desenvolvimento do empreendedorismo individual, e das pequenas e


médias empresas, tanto na Sede quanto em Taboquinhas e nas principais
localidades rurais, no comércio e indústria;

3. geração de emprego;

4. implementação de políticas públicas de combate à pobreza;

c. promover o desenvolvimento social e comunitário:

1. desenvolvimento pessoal e exercício da cidadania;

2. fortalecimento do desenvolvimento comunitário e da organização social;

3. inclusão sócio-digital;

4. melhoria da qualidade dos serviços públicos: atendimento às demandas


básicas do saneamento básico em todos seus componentes (água tratada,
esgotamento sanitário, resíduos sólidos e drenagem urbana), saúde,
assistência social, educação, cultura, esporte, lazer, recreação, defesa civil,
transporte público, energia elétrica, habitação e regularização fundiária,
dentre outros;

d. planejar o desenvolvimento territorial:

18
RELATÓRIO DO PLANO DIRETOR DE ITACARÉ

1. estrutura urbana adequada ao crescimento populacional da Cidade e de


Taboquinhas;
2. ordenamento do uso e ocupação das áreas da zona rural, observadas as
disposições das legislações federal e estadual e os planos de manejo da
APA de Itacaré-Serra Grande e da APA de Camamu;
3. ordenamento do uso e ocupação das orlas oceânica e fluvial, observadas
as disposições das legislações federal e estadual;

e. promover o desenvolvimento institucional:

1. estruturação da administração municipal para o controle e fiscalização do


uso e ocupação do solo;
2. qualificação técnica da gestão pública municipal para o planejamento
urbano e a execução e revisão do Plano Diretor;
3. estruturação do sistema de gestão participativa para a implantação,
acompanhamento e revisão do Plano Diretor
4. complementação da legislação para o planejamento urbano.

19
RELATÓRIO DO PLANO DIRETOR DE ITACARÉ

DAS DIRETRIZES DO PLANO DIRETOR

PRESERVAÇÃO DO MEIO AMBIENTE E DO VISUAL PAISAGÍSTICO

A necessidade de preservação do meio ambiente para as presentes e futuras gerações não carece de
explicações, mas em Itacaré a preservação do meio ambiente e do visual paisagístico é também seu
maior ativo para o desenvolvimento econômico. Sem suas belas paisagens, utilizadas de forma
sustentável ou até mesmo não utilizadas, quando necessário, e sem suas matas, manguezais e recursos
hídricos que caracterizam o território municipal, e um saneamento básico abrangente, não se pode
esperar a realização do belo destino que Itacaré merece.

São sete as principais diretrizes para a preservação do meio ambiente:

a. proteção dos remanescentes de Mata Atlântica, ameaçados pelo


desmatamento ilegal;

b. revitalização das bacias hidrográficas, em especial a do Rio de Contas e


seus tributários;

c. proteção aos manguezais, ameaçados pelas ocupações irregulares e


despejo de resíduos sanitários;

d. valorização dos elementos paisagísticos que garantem a atratividade


turística de Itacaré e preservam sua qualidade de vida;

e. preservação e conservação do patrimônio construído;

f. implementação do plano municipal de saneamento básico,


compreendendo seus componentes tratamento de água, esgotamento
sanitário, drenagem urbana e tratamento de resíduos sólidos;

g. uso de fontes energéticas renováveis e tecnologias limpas nos projetos a


serem implantados no Município.

A. PROTEÇÃO DOS REMANESCENTES DA MATA ATLÂNTICA

São diretrizes para a proteção dos remanescentes de vegetação nativa no estágio primário e nos estágios
secundário inicial, médio e avançado de regeneração na área de abrangência de Mata Atlântica:

a. quanto ao planejamento:

1. apoio à revisão do zoneamento e do plano de manejo das áreas da APA de


Itacaré-Serra Grande e da APA da Baía de Camamu, na parte
compreendida pelo território municipal;

2. apoio à elaboração do plano de manejo do Parque do Conduru, na parte


compreendida pelo território municipal;

3. aplicação da Lei nº 12.651/2012, que estabelece normas para as Áreas de


Preservação Permanente urbanas (Código Florestal) e da Lei nº
11.428/2006, que dispõe sobre a utilização e proteção da vegetação
nativa do Bioma Mata Atlântica;

20
RELATÓRIO DO PLANO DIRETOR DE ITACARÉ

b. quanto à vegetação:

1. preservação e recuperação das áreas remanescentes de Mata Atlântica no


entorno da sede e valorização do agrossistema de cabruca;

2. criação de zonas de proteção ambiental e de corredores ecológicos na


área urbana, incluído o corredor florestal do entorno da Sede e ao longo
da Rodovia BA - 001;

3. formação de um sistema de áreas verdes urbanas, visando à aplicação de


recursos advindos da compensação ambiental em praças, ruas, avenidas e
zonas urbanas de proteção ambiental e de proteção visual;

c. quanto ao desenvolvimento econômico, para viabilizar alternativas


sustentáveis e ecologicamente adequadas:

1. incentivo ao ecoturismo e ao turismo rural;

2. implantação de programa de seqüestro de carbono como forma de uso da


terra florestal sustentável e rentável;

3. apoio à emissão de Cotas de Reserva Ambiental (CRA), quando


regulamentado;

d. quanto à mobilização e capacitação das comunidades:

1. elevação dos níveis de conscientização da população em idade escolar;

2. promoção de eventos e atividades vivenciadas de conscientização


ambiental;

3. implantação de programas de treinamento de lideranças comunitárias em


planejamento e gestão de projetos.

B. REVITALIZAÇÃO DAS BACIAS HIDROGRÁFICAS, EM ESPECIAL A DO RIO DE


CONTAS E SEUS TRIBUTÁRIOS

São diretrizes para a revitalização dos rios, riachos das bacias hidrográficas, e em especial para a do Rio
de Contas:

a. quanto ao planejamento:

1. cadastramento das áreas utilizadas destinadas a atividades


agrosilvopastoris, ecoturismo e turismo rural nas Áreas de Preservação
Permanente (APP) até 22 de julho de 2008;

2. engajamento do Município no Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio de


Contas;

3. apoio a projetos, ações e campanhas realizadas nos demais


Municípios integrantes da Bacia Hidrográfica do Rio de Contas, que visem
medidas de proteção e controle tomadas a jusante do Rio;

21
RELATÓRIO DO PLANO DIRETOR DE ITACARÉ

b. quanto à ocupação de áreas ribeirinhas:

1. controle e fiscalização do uso e ocupação nas Áreas de Preservação


Permanente (APP);

2. elaboração e implementação de programas de recomposição das Áreas de


Preservação Permanente (APP);

3. controle da exploração de jazidas de minerais não ferrosos,


compreendendo argila, cascalho, areia, pedra, nos leitos dos rios;

c. quanto a viabilizar alternativas sustentáveis e ecologicamente


adequadas de sobrevivência das comunidades ribeirinhas:

1. fortalecimento das comunidades tradicionais extrativistas;

2. promoção do desenvolvimento da pesca artesanal, aqüicultura e criação


de peixe e crustáceos em regime de cooperativa ou de associação;

3. utilização do potencial do Rio de Contas para a navegação, visando rotas


alternativas de turismo ecológico e transporte alternativo para a população.

C. PROTEÇÃO DOS MANGUEZAIS

São diretrizes para a revitalização e proteção dos manguezais:

1. implementação de programas de conservação e recuperação de


manguezais;

2. controle e fiscalização da ocupação irregular de novas áreas;

3. regularização fundiária, nas situações permitidas por lei.

D. VALORIZAÇÃO DOS ELEMENTOS PAISAGÍSTICOS

São diretrizes para a valorização dos elementos paisagísticos que garantem a atratividade turística de
Itacaré e sua qualidade de vida:

a. quanto ao planejamento:

1. levantamento do patrimônio paisagístico, especialmente nos Conjuntos


Paisagísticos Ecológicos da Serra do Vinhático, Serra da Jacutinga, Serra
do Capitão, Bacias Aracaju e Coiúdo, Rio do Engenho Alto, Médio e Baixo
Rio de Contas e Faixas Litorâneas;

2. manutenção das Zonas de Proteção Visual (ZPV) instituídas pela Lei do


Plano Diretor, compreendendo áreas que se destacam pela singular
inserção na paisagem, já utilizadas para o turismo contemplativo,
contíguas à orla marítima e ao Rio de Contas;

3. implementação de unidade de conservação municipal ao longo do Rio das


Contas, abrangendo as corredeiras, no Distrito de Taboquinhas.

22
RELATÓRIO DO PLANO DIRETOR DE ITACARÉ

E. PRESERVAÇÃO E CONSERVAÇÃO DO PATRIMÔNIO CONSTRUÍDO

São diretrizes para o preservação e conservação do patrimônio construído:

a. quanto ao planejamento:

1. realização de inventário e mapeamento do patrimônio histórico, artístico,


e arquitetônico local nas áreas urbanas e rurais;

2. levantamento de sítios arqueológicos e de áreas de ocupação indígena,


quilombola e colonial;

b. quanto à preservação:

1. regulamentação e aplicação da Lei municipal 260/2005, referente ao


tombamento de bens ainda não tombados pela União ou pelo Estado;

2. preservação de bens tombados ou pela União ou pelo Estado,


destacadamente a Igreja de São Miguel Arcanjo e seu entorno;

3. preservação de sítios arqueológicos;

4. busca de recursos para reforma de edifícios históricos.

F. SANEAMENTO BÁSICO

São diretrizes para o desenvolvimento do programa de saneamento básico além das estabelecidas na
política e no Plano Municipal de Saneamento Básico:

a. quanto ao fornecimento de água tratada:

1. atendimento a todas as áreas da Sede;

2. atendimento a Taboquinhas e outros núcleos urbanos;

3. adoção de medidas de fomento à moderação do consumo de água;

b. quanto aos resíduos sólidos:

1. escolha do local adequado, mediante estudos e licenciamento ambiental,


e construção da central de tratamento de resíduos sólidos (CTRS);

2. implantação de projeto integrado de coleta seletiva de lixo em toda a


Cidade e triagem dos resíduos com separação dos comercializáveis, os
orgânicos secos e úmidos e dos rejeitos, que não se enquadram nas duas
primeiras categorias, para os fins de trituração, compostagem e
incineração;

3. melhora do sistema de limpeza urbana;

c. quanto ao esgotamento sanitário:

1. implantação de sistemas simplificados nas margens do rio de Contas em


Taboquinhas e nas localidades próximas ao Rio nas áreas urbanas que

23
RELATÓRIO DO PLANO DIRETOR DE ITACARÉ

não foram contemplados pelos sistemas de esgotamento sanitário da


Embasa e estabelecimento de medidas preventivas do lançamento de
esgotos nos cursos d´água;

2. realização de monitoramento dos efluentes lançados no Rio de Contas e


rios menores, inclusive os originadas pela estação de subtratamento,
conforme Plano Municipal de Saneamento Básico;

3. identificação e relocação das ligações clandestinas de efluentes


domésticos;

4. solução para a poluição do Rio Canoeiro e outras microbacias, no


Assentamento Marambaia;

d. quanto à drenagem urbana:

1. reparação e melhoria da rede de drenagem existente;

2. ampliação da rede de drenagem urbana;

3. proibição da realização de aterros em áreas úmidas para qualquer fim


que não seja de interesse público, observadas as condições de prévio
estudo ambiental;

e. quanto à participação da população: realização de campanhas


educativas e de estimulo à minimização da produção de resíduos
sólidos, especialmente na zona rural, e à reciclagem de lixo..

G. INCENTIVO AO USO DE FONTES ENERGÉTICAS RENOVÁVEIS E TECNOLOGIAS


LIMPAS NOS PROJETOS A SEREM IMPLANTADOS NO MUNICÍPIO

Poderão ser incentivados, mediante lei tributária específica:

1. uso de aquecimento solar;

2. captação de água de chuva e reuso da água;

3. sistema natural de iluminação;

4. construção com materiais sustentáveis e telhado verde (gramado);

5. quintal gramado ou de terra e plantio ou manutenção de árvores na


parte frontal dos terrenos, conforme orientação da Secretaria Municipal de
Meio Ambiente, Agricultura, Pesca e Aquicultura;

6. utilização de tecnologias limpas nos hotéis e em outros


empreendimentos.

24
RELATÓRIO DO PLANO DIRETOR DE ITACARÉ

DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO SUSTENTÁVEL

Com base na preservação do meio ambiente e do patrimônio paisagístico, são diretrizes gerais para o
desenvolvimento econômico sustentável:

a. apoio ao desenvolvimento do turismo sustentável;

b. fortalecimento da agricultura, inclusive da agricultura urbana;

c. incentivo e apoio à pesca, mariscagem e aquicultura;

d. desenvolvimento do empreendedorismo individual e de


microempresas, no comércio e indústria;

e. apoio a atividades econômicas alternativas e de proteção ambiental.

A. DESENVOLVIMENTO TURÍSTICO SUSTENTÁVEL

São diretrizes para o incentivo ao desenvolvimento turístico de forma sustentável:

a. quanto ao planejamento:

1. elaboração de Plano Turístico Municipal com identificação das localidades


dotadas de atributos de interesse ambiental e cultural para a consolidação
de Itacaré como destino turístico, nos Conjuntos Paisagísticos Ecológicos
da Serra do Vinhático, Serra da Jacutinga, Serra do Capitão, Bacias Aracaju
e Coiúdo e Rio do Engenho;

2. expansão das atividades turísticas para Alto, Médio e Baixo Rio de Contas
e para zona a rural, Taboquinhas e vilas do entorno e comunidades
quilombolas preservadas;

3. apoio aos eventos culturais, tradicionais e de esportes, em especial da


pesca oceânica e outros esportes no mar, como forma de atração turística;

4. adoção de planejamento e estudos referentes à poluição sonora e visual


que possam prejudicar o turismo de qualidade e às consequências dos
eventos turísticos na saúde, limpeza pública e outros setores da vida
comunitária;

b. quanto à informação e divulgação:

1. construção e implementação do Portal da Cidade e marca de publicidade;

2. implantação de centrais de informação turística, na Sede e em


Taboquinhas;

3. conscientização das comunidades residentes nas áreas de interesse


turístico, sobre a importância da conservação do meio ambiente, limpeza
e informação correta aos turistas;

c. quanto à melhoria da infra-estrutura, voltada para o apoio ao turismo:

25
RELATÓRIO DO PLANO DIRETOR DE ITACARÉ

1. implantação de nova pista de pouso, em área aprovada pelos órgãos


competentes;

2. implantação da nova rodoviária e utilização da estrutura da atual


rodoviária como terminal de transporte urbano;

3. implantação da via náutica do Rio de Contas, com infra-estrutura de apoio


de terminal marítimo na Sede e de atracadouros no Distrito de
Taboquinhas e em outros pontos de interesse;

4. sinalização de todos os locais de interesse e convergência turística,


inclusive nas comunidades rurais;

5. manutenção das trilhas de acesso às praias, sob regime de servidão


pública, com a preservação da vegetação nativa, em uma faixa de 10
metros a cada lado da trilha;
6. manutenção das trilhas nas zonas rurais, sob regime de servidão pública
com a preservação da vegetação nativa, em uma faixa de 10 metros a
cada lado da trilha;

d. quanto à participação e capacitação profissional da população local:

1. formação de guias de turismo;

2. realização de programa de assistência técnica para gestores de atividades


turísticas;

3. treinamento em serviços de hotelaria e realização de oficinas de formação


de micro e pequenos negócios visando à melhora nos serviços
relacionados ao turismo.

B. FORTALECIMENTO DA AGRICULTURA, INCLUSIVE DA AGRICULTURA URBANA

Sempre tendo em vista a preservação do meio ambiente e do patrimônio paisagístico, são diretrizes para
o fortalecimento da agricultura:

a. quanto ao planejamento:

1. apoio à diversificação e expansão das atividades agrícolas, por meio de


promoção e execução de programas de apoio ao desenvolvimento de
cultivos do trópico úmido, agricultura orgânica e aqüicultura;

2. incentivo à produtividade e a qualidade da produção através da


introdução de novas culturas e de práticas de adubação orgânica;

3. criação de unidades avançadas de transferência de tecnologia de


agricultura familiar e de produtos orgânicos e incentivo à formação de
parcerias que viabilizem a introdução de inovações de tecnologias de
produção e de gerenciamento;

b. quanto à expansão dos negócios agrícolas:

26
RELATÓRIO DO PLANO DIRETOR DE ITACARÉ

1. implantação de postos de comercialização de produtos agrícolas e


artesanais na Fazenda São João e ao longo das rodovias;

2. elaboração de projeto de seqüestro de gás carbônico para sua negociação


no mercado internacional de carbono;

3. identificação e promoção de produtos derivados da agricultura, como


2
chocolate , e polpas de frutas locais;

c. quanto ao pequeno agricultor e a agricultura familiar:

1. identificação de terras rurais com aptidão agrícola e disponibilidade de


infra-estrutura para implantar projetos produtivos de produtos orgânicos
produzidos em escala familiar, em regime de cooperativa, associativismo
ou em regime de pequena empresa rural;

2. incentivo à formação de redes de produtores para comercialização da


produção, e fortalecimento da capacidade das cooperativas e associações
locais em gestão de projetos agropecuários e comercialização
cooperativada;

3. apoio aos assentamentos de Pancada Grande, Paraíso e Camboinha,


mediante a avaliação do desempenho econômico e agrícola

4. levantamento dos quintais urbanos onde poderão ser implantadas hortas


e pomares para o estímulo à ocupação verde desses espaços, mediante
medidas tributárias a serem implementadas por lei específica;

d. quanto à preservação e conservação ambientais relacionadas às


atividades agrícolas:

1. difusão de informação e estimulo à adoção de tecnologias


ambientalmente sustentáveis;

2. efetivação de parcerias com o Estado e a União, visando o controle do uso


de agroquímicos;

3. estímulo à atividade de fruticultura consorciada entre lavoura cacaueira,


floresta e cultivo de plantas ornamentais, em sintonia com os programas
em desenvolvimento na Região;

e. quanto ao desenvolvimento do agricultor:

1. implantação de programa de assessoramento técnico para produtores


rurais em áreas de importância ambiental divulgando técnicas adequadas
de manejo do solo, das águas e da cobertura vegetal;

2
Cite-se, em especial, o chocolate funcional, com fibras e sem açúcar, novo produto em
desenvolvimento para diabéticos e dietas.

27
RELATÓRIO DO PLANO DIRETOR DE ITACARÉ

2. implantação de programas intensivos de capacitação de mão de obra em


técnicas agrícolas e em sistemas de gerenciamento e comercialização de
produtos agrícolas;

3. desenvolvimento de programa de mobilização social orientado para a


preservação e defesa do meio ambiente, sustentabilidade das atividades
econômicas e fortalecimento comunitário.

C. INCENTIVO E APOIO À PESCA, MARISCAGEM E AQUICULTURA

Como atividades importantes para o desenvolvimento econômico, são estabelecidas também diretrizes
para o desenvolvimento da pesca e mariscagem e aquicultura:

a. quanto ao planejamento:

1. desenvolvimento, de forma participativa, de um Plano de Gestão para o


setor da pesca e mariscagem, visando o dimensionamento da capacidade
de carga das áreas de pesca e mariscagem;

2. implementação da aquicultura;

3. inserção social das comunidades pesqueiras no processo de


desenvolvimento;

b. quanto ao desenvolvimento econômico das comunidades tradicionais:

1. apoio às comunidades pesqueiras e às cooperativas e associações de


pescadores;

2. implantação de programas de capacitação de mão-de-obra em atividades


pesqueiras (captura, transporte, acondicionamento e tratamento), em
sistemas de gerenciamento e comercialização de peixes e mariscos e
desenvolvimento da aquicultura;

3. apoio a infra-estrutura nos principais centros produtores.

D. DESENVOLVIMENTO DO EMPREENDEDORISMO

O desenvolvimento econômico depende de iniciativas particulares que devem ser apoiadas, e diante
desta constatação, foram estabelecidas diretrizes, em especial, para o apoio ao empreendedorismo
individual e de micro e pequenas empresas:

a. quanto ao planejamento:

1. implementação da Lei Geral de micro e pequenas empresas, visando o


fortalecimento das atividades econômicas dos empreendimentos
individuais, e de micro e pequenas empresas;

2. organização dos microempreendimentos rurais e urbanos para fins de


organização produtiva e criação de redes de produtores em
empreendimentos cooperativos e associativos para comercialização;

b. quanto à execução:

1. apoio à criação de micro e pequenas empresas de beneficiamento do

28
RELATÓRIO DO PLANO DIRETOR DE ITACARÉ

cacau para produção de chocolate e outros produtos da região;

2. estímulo às ações empreendedoras de iniciativa popular, através da


divulgação de informações sobre os programas de financiamento
existentes;

3. apoio ao associativismo e ao cooperativismo, com base nos fundamentos


da economia solidária e na articulação das iniciativas do Poder Público,
empresas privadas e do terceiro setor;

4. incentivo ao ramo de construções, através do apoio a novos


empreendimentos imobiliários, inclusive do ramo de construção de
habitações de interesse social.

E. APOIO A ATIVIDADES ECONÔMICAS ALTERNATIVAS E DE PROTEÇÃO AMBIENTAL.

Independentemente do apoio ao empreendedorismo, são estabelecidas diretrizes para o fortalecimento


de outras atividades econômicas voltadas para negócios alternativos, em especial os destinados à
preservação e melhoria do meio ambiente:

a. quanto ao planejamento:

1. elaboração de cadastro de atividades utilizadoras de recursos ambientais;

2. apoio e orientação ao artesanato, desde a coleta de materiais e produção


à divulgação e comercialização;

3. apoio a novas atividades de ocupantes de áreas insuscetíveis de ocupação;

b. quanto aos negócios voltados para a proteção do meio ambiente:

1. apoio ao desenvolvimento dos negócios voltados para soluções


tecnológicas dos problemas ambientais;

2. requalificação de atividades econômicas em empreendimentos em


desacordo com as diretrizes do PDU;

3. incentivo aos serviços ambientais, especialmente para inserção no


mercado de vendas de carbono. .

DESENVOLVIMENTO SOCIAL

São diretrizes gerais para a promoção do desenvolvimento social:

a. fortalecimento da participação social e mobilização popular;

b. fortalecimento do desenvolvimento comunitário e da organização social;

c. inclusão sócio-digital;

d. melhorias da qualidade e abrangência da prestação de serviços públicos.

A. FORTALECIMENTO DA PARTICIPAÇÃO SOCIAL E MOBILIZAÇÃO POPULAR

São diretrizes para o fortalecimento da participação social e mobilização popular:

29
RELATÓRIO DO PLANO DIRETOR DE ITACARÉ

1. capacitação da sociedade civil para participação efetiva nos processos de


construção da gestão participativa do Município, através de conferências,
conselhos, orçamento participativo;

2. participação da comunidade no processo de planejamento e


implementação das propostas que visem o desenvolvimento municipal,
em especial nas deliberações referentes à gestão e execução do Plano
Diretor;

3. implantação de unidades de descentralização administrativa, promotoras


da cidadania e catalizadoras dos sentimentos de auto-estima das
populações e das comunidades na Sede e nos Distritos.

B. FORTALECIMENTO DO DESENVOLVIMENTO COMUNITÁRIO E DA ORGANIZAÇÃO


SOCIAL

São diretrizes para o fortalecimento do desenvolvimento comunitário e organização social:

1. cadastramento das organizações existentes e fornecimento de assessoria


técnica para possam melhorar sua inserção nos processos decisórios;

2. envolvimento das comunidades na discussão e implementação de políticas


públicas;

3. organização de comitês, nas unidades de vizinhança, para participação no


3
Conselho da Cidade.

C. Inclusão Sociodigital

São diretrizes para o fortalecimento da inclusão social e digital de minorias de baixa renda:

c. quanto à assistência social:

1. prestação de assistência social, conforme disposto no item referentes à


melhoria dos serviços públicos;

2. execução de programas de redução da desigualdade da distribuição de


renda e promoção ao acesso e usufruto dos bens econômicos;

3
Sede:

 Área central/Porto; Passagem; Porto de Trás/Baixa da Gia; Santo


Antonio/Rua da Linha; Pituba; São Miguel; Angelim; Conchas; Outeiro de
Santo Antonio/Morro da Telebahia; praias urbanas; Ladeira Grande/Alto
da Boa Vista;
 Marambaia
 Taboquinhas.
Condomínios externos.

30
RELATÓRIO DO PLANO DIRETOR DE ITACARÉ

3. desenvolvimento de programas que visem à integração de idosos e com


necessidades especiais ao mercado de trabalho;

4. execução de programas de inclusão digital nas escolas;

d. quanto à promoção de emprego:

1. identificação e expansão das atividades urbanas potencialmente


geradoras de trabalho e renda, sobretudo as que absorvem grandes
contingentes de mão-de-obra;

2. montagem de sistema de informação sobre a disponibilidade de vagas de


emprego nos diferentes setores econômicos;

3. acesso às instituições de identificação e documentação pessoal e da


família e de condições para a capacitação profissional;

4. apoio à implantação de ensino profissionalizante, em parcerias com os


demais níveis de governo, organizações não-governamentais,
universidades e outras instituições de ensino;

5. requalificação de ofícios vinculados à construção civil, com o objetivo de


promover a absorção desta mão de obra no mercado de trabalho;

6. disponibilização de creches para possibilitar o trabalho das mães.

MELHORIA DA QUALIDADE E ABRANGÊNCIA DOS SERVIÇOS PÚBLICOS

A melhoria da qualidade dos serviços de saneamento básico, saúde, assistência social, educação, cultura,
esportes e lazer, segurança pública, defesa civil, transporte, abastecimento alimentar e demais direitos
deverá ser executada em acordo com as diretrizes gerais abaixo, apresentadas em ordem alfabética.

ABASTECIMENTO ALIMENTAR

São diretrizes para a prestação de serviços públicos voltada para o abastecimento alimentar:

a. quanto à estrutura física:

1. implantação de estrutura para funcionamento do Porto Seco na Fazenda


São João;

2. organização das feiras livres;

b. quanto ao abastecimento:

1. apoio à utilização dos produtos agrícolas locais;

2. controle da origem dos peixes e mariscos colocados à disposição da


população.

ASSISTÊNCIA SOCIAL

São diretrizes para a prestação de assistência social:

31
RELATÓRIO DO PLANO DIRETOR DE ITACARÉ

a. quanto ao planejamento:

1. elaboração ou atualização do Plano Municipal de Assistência Social para o


atendimento a necessidades essenciais à segurança da existência, da
sobrevivência cotidiana e da dignidade humana;

2. articulação e fomento para a consolidação dos programas compensatórios


de renda de responsabilidade do governo federal;

3. prestação de assessoria técnico-jurídica para a regularização fundiária.

CULTURA

São diretrizes para a elevação do nível de cultura e reforço da identidade cultural do habitante com o
Município::

a. quanto ao planejamento:

b. elaboração ou atualização do Plano Municipal de Cultura;

1. implantação do Sistema Municipal de Cultura e integração com o sistema


de educação;

2. identificação e preservação do patrimônio imaterial e de manifestações


representativas do processo de ocupação e da cultura da Cidade e do
Município de elementos culturais, inclusive do quilombola e de
populações tradicionais, contribuindo para o resgate da autoestima da
população e o sentido de pertencimento ao território;

3. incentivo e indução dos habitantes ao reconhecimento do patrimônio


arquitetônico e urbanístico;

c. quanto à promoção de atividades culturais:

1. incentivo às atividades culturais praticadas ou idealizadas pela população


local, que contribuem para o fortalecimento da identidade com o
Município;

2. resgate e consolidação dos marcos da história e da tradição regional


cultural do Município e da Cidade, principalmente, da história econômica
da Região;

3. capacitação das novas gerações, pela transmissão dos saberes culturais,


artísticos e artesanais e culturas de curanderias, indumentárias, danças e
sua difusão pelas novas linguagens audiovisuais;

4. conscientização dos direitos de propriedade intelectual dos saberes


tradicionais ou comunitários e ampliação da capacidade de geração de
renda dessas famílias com a realização de eventos culturais, artísticos e
artesanais e controle dos recursos genéticos dos produtos derivados da
Mata Atlântica;

32
RELATÓRIO DO PLANO DIRETOR DE ITACARÉ

5. promoção de condições e alternativas de apoio aos produtores, artistas,


artesãos e outros realizadores culturais do município, a partir de parcerias
com entidades privadas e órgãos estaduais e federais, utilizando os
mecanismos e leis de incentivo cultural;

d. quanto a instalações e uso de equipamentos:

1. criação de um sistema de bibliotecas públicas central e sedes distritais e


principais núcleos urbanos, com espaços de convivência e de realização de
atividades sócio-culturais, inclusive para exibição de filmes de arte e
educativos;

2. criação de equipamentos móveis para atividades culturais;

3. implantação de museu da história do Município, sua cultura, e seu


patrimônio natural, com espaço para exposições e projeção de vídeos com
coleta de objetos de arte, móveis e utensílios históricos;

e. quanto promoção de eventos:

1. valorização das manifestações populares espontâneas vinculadas aos


eventos festivos;

2. realização de exposições, cursos, seminários e palestras sobre o desenho


da Cidade, em seus elementos naturais e construídos;

3. apoio às escolas de capoeira e incentivo para a sua apresentação em


espaços públicos.

DEFESA CIVIL

São diretrizes para a prestação de serviços de defesa civil:

a. quanto ao planejamento:

1. levantamento das situações de risco e vulnerabilidades e elaboração de


plano de contingência que considere as ameaças e prevenção de
alagamento, por transbordamento eventual do Rio de Contas e outros
cursos d’água como o Angelim e Gangaçu;

2. cadastramento das pessoas em situação de risco, inclusive por meios


fotográficos, visando o resgate em situações de emergência, priorizando
crianças e idosos;

3. indicação dos locais de abrigo, em direta colaboração com a Secretaria de


Educação;

b. quanto à execução de obra preventivas:

1. restrição da ocupação ao longo ou no leito dos córregos Angelim e


Gangaçu e manguezais;

2. construção de canal de escoamento do córrego Gangaçu, na Passagem;

33
RELATÓRIO DO PLANO DIRETOR DE ITACARÉ

3. relocação das ocupações existentes em cota atingida pelas cheias ou


inundáveis por embarramento dos córregos, na Passagem, São Miguel e
em Taboquinhas.

EDUCAÇÃO

São diretrizes para a prestação de serviços de educação:

b. quanto ao planejamento:

1. elaboração ou atualização do Plano Municipal de Educação;

2. maximização do uso das unidades de ensino existentes, através da


reestruturação dos turnos e calendários;

3. incentivo à participação da comunidade no ensino, com a promoção de


pesquisas e debates, visando incrementar a visão crítica e a criatividade;

c. quanto à capacitação dos professores:

1. qualificação e formação continuada do quadro docente, mediante a


realização de programas sistemáticos de capacitação do corpo docente,
inclusive educação à distância;

2. capacitação para o ensino de excepcionais e a integração das pessoas com


necessidades especiais ao sistema formal de ensino;

3. capacitação para a educação ambiental, inclusive em parceria com


entidades com ou sem finalidade econômica;

d. quanto ao apoio aos estudantes:

1. atendimento à população em atraso escolar, mediante programa


específico de regularização de fluxo;

2. promoção de campanhas para evitar e reduzir a evasão escolar;

3. estabelecimento gradativo de número máximo de alunos por classe;

e. quanto à qualidade da merenda escolar;

1. melhoria da qualidade dos alimentos;

2. prioridade para a utilização de produtos locais;

3. implantação de hortas nas escolas, especialmente na zona rural;

f. quanto à ampliação e melhoria das estruturas físicas da rede escolar:

1. implementação de novos estabelecimentos escolares em áreas definidas


como prioritárias pelo MEC, considerando os diversos níveis de ensino e
a proporcionalidade da distribuição da população nestes níveis;

2. implantação da Casa dos Professores, na sede;

34
RELATÓRIO DO PLANO DIRETOR DE ITACARÉ

3. aquisição de computadores e respectivos equipamentos para as escolas


da sede;

4. promoção de campanhas para a conservação dos prédios escolares e


quadras de esportes pelos alunos e pela comunidade em geral;

g. quanto à integração com a preservação da cultura local:

1. atualização e aprimoramento dos currículos escolares, com ênfase na


conservação do meio ambiente, valorização da cultura local e cidadania;

2. integração da rede escolar com os arquivos, centros de pesquisa e


outras instituições culturais que possuam acervos de memória do
Município, da Região ou do país;

3. implantação de estabelecimentos escolares associados à construção de


equipamentos de lazer e cultura, onde possível e promoção de circuitos
de arte nas escolas municipais, na sede e em Taboquinhas;

h. quanto ao atendimento do zona rural:

1. construção de ao menos cinco escolas nucleadas na zona rural;

2. melhoria do transporte escolar, pela conservação das estradas e dos


veículos;

3. fornecimento de material didático;

4. aquisição de computadores e equipamentos, com equipamentos de


energia elétrica alternativa, quando for o caso.

ENERGIA ELÉTRICA

São diretrizes para a prestação de serviços de energia elétrica:

a. quanto ao planejamento:
1. ampliação da cobertura de atendimento, iluminando os pontos escuros da
Cidade e eliminando a existência de ruas sem iluminação pública;
2. viabilização das instalações da rede elétrica e de iluminação pública em
galerias técnicas no subsolo urbano;

b. quanto à iluminação pública:


1. adequada iluminação noturna nas vias, calçadas e logradouros públicos;

2. implantação de iluminação de áreas verdes previstas em conjuntos


habitacionais e loteamentos;

3. iluminação em pontos turísticos, monumentos, obras e edificações


culturais e históricas;

c. quanto à economia:

35
RELATÓRIO DO PLANO DIRETOR DE ITACARÉ

1. modernização e busca de maior eficiência da rede de iluminação pública


com a substituição de lâmpadas, luminárias e reatores por outros de
maior eficiência e economia;

2. racionalização do uso de energia em prédios municipais e edifícios


públicos;

3. incentivo ao uso de fontes alternativas de energia.

ESPORTES, LAZER E RECREAÇÃO

São diretrizes para a prestação de serviços públicos de incentivo aos esportes, lazer e recreação à
população:

a. quanto ao planejamento:

1. estabelecimento de agenda e captação de eventos como estímulo a


esportes aquáticos e terrestres;

2. suporte para as trilhas ecológicas interpretativas;

3. apoio à prática da pesca esportiva oceânica e esportes radicais;

b. quanto à melhoria da estrutura física:

1. melhora da estrutura física, mediante a construção de parques infantis,


palco para apresentações teatrais e outras atividades e centro esportivo –
quadras;

2. apoio a construção de estaleiro, na Passagem;

3. construção de ciclovias, para esporte e transporte, ligando os bairros


populares ao centro e a orla marítima;

4. requalificação das Praias da Tiririca e Ribeira, para apoio ao turismo e aos


esportes.

HABITAÇÃO DE INTERESSE SOCIAL

São diretrizes para a oferta de habitação de interesse social:

quanto ao planejamento:

1. elaboração ou revisão do Plano Local de Habitação de Interesse


Social;

2. articulação da política de habitação de interesse social com as


políticas sociais, para promover a inclusão social das famílias
beneficiadas;

3. oferecimento de alternativas habitacionais em locais apropriados e a


destinação adequada a essas áreas coibir novas ocupações por
assentamentos habitacionais inadequados nas áreas de preservação

36
RELATÓRIO DO PLANO DIRETOR DE ITACARÉ

ambiental e de mananciais, nas remanescentes de desapropriação,


nas de uso comum do povo e nas áreas de risco;

4. incentivo ao uso de fontes alternativas de energia nos projetos


habitacionais;

quanto à execução:

1. regularização urbanística dos assentamentos irregulares, com melhor


aproveitamento da infra-estrutura instalada;

2. melhoria das habitações existentes das famílias de baixa renda;

3. estímulo à produção de Habitação de Interesse Social - HIS, de forma


a reverter a tendência de ocupação dos espaços inadequados pela
população de baixa renda.

REGULARIZAÇÃO FUNDIÁRIA

São diretrizes para a regularização da situação jurídica das ocupações urbanas:

a. quanto ao planejamento:

1. análise dos problemas fundiários da Sede em especial os casos da Pituba,


São Miguel, Passagem, Santo Antonio e Marambaia;

2. cadastro dos ocupantes em situação irregular e elaboração de Plano de


Regularização Fundiária, com uso dos instrumentos do Estatuto da Cidade
e do Código Civil Brasileiro;

3. promoção da efetiva aplicação dos instrumentos de política urbana


voltados à salvaguarda do direito à moradia digna e à cidade;
4. articulação da política de regularização fundiária sustentável ao plano
diretor municipal, com base na inclusão das regras para aplicação dos
instrumentos de regularização fundiária no plano diretor e/ou na
legislação municipal aplicável;
5. priorização de assentamentos inseridos em Zona Especial de Interesse
Social (ZEIS) prevista em legislação municipal;
6. promoção da sustentabilidade dos programas de regularização fundiária
por meio da integração dos aspectos socioeconômicos, ambientais,
urbanísticos, jurídico-patrimoniais, histórico-culturais, dentre outros;
7. participação efetiva da comunidade local em todas as etapas do processo
de regularização fundiária;
8. preferência de titulação à mulher, qualquer que seja seu estado civil.

b. quanto à execução:

1. implantação de programa de regularização fundiária nas áreas de Pituba e


Passagem, consoante os instrumentos definidos no Estatuto das Cidades e
outras leis civis;

37
RELATÓRIO DO PLANO DIRETOR DE ITACARÉ

4
2. regularização da área doada à municipalidade pelo INCRA no
Assentamento Marambaia (lotes e área coletiva);

3. entendimentos com o INCRA e Ministério Público Federal para a solução


das pendências judiciais dos proprietários e ocupantes do Assentamento
Marambaia e assistência jurídica às associações representativas dos
parceleiros e moradores;

4. assistência técnica e jurídica gratuitas, diretamente, ou mediante


convênio com instituições de ensino, organizações não governamentais ou
com associações profissionais, às pessoas de baixa renda e entidades
representativas, para a solução dos problemas de regularização fundiária

5. regularização em Áreas de Preservação Permanente, nos termos da


legislação federal, quando verificado e comprovada a utilidade pública e o
interesse social.

SAÚDE

São diretrizes para a prestação de serviços de saúde, de acordo com o Plano Municipal de Saúde:

a. quanto ao planejamento:

1. atualização do Plano Municipal de Saúde, quadrienal, elaboração do Plano


Municipal Anual de Saúde, e realização dos relatórios quadrimestrais;

2. gestão plena do sistema, promovendo a integração da rede pública com a


rede privada contratada, com e sem fins lucrativos;

3. preparo para a ampliação do quadro de médicos e outros profissionais de


saúde e aumento dos equipamentos e medicamentos necessários para o
atendimento aos turistas, em proporção que chega a 300% da população,
nas férias de verão;

4. promoção de ações de vigilância sanitária e melhoria das condições


sanitárias das habitações e de estabelecimentos de hospedagem e
alimentação;

5. promoção da vigilância epidemiológica, com a implantação de programa


de identificação e controle de doenças endêmicas, como
esquistossomose, leishmaniose, tuberculose, dengue e hanseníase;

6. promoção do programa de saúde do trabalhador;

4
Em 22 de agosto de 2011 foi encaminhado ao INCRA ofício sobre as intenções da Prefeitura Municipal
de Incluir a área do Projeto no perímetro urbano e utilizar parte da área, em especial, o entorno do
contorno rodoviário, como núcleo de expansão urbana (Projeto de Assentamento Marambaia (0014000)
- Processo INCRA/SR/05/BA nº 54160.000757/2001-89). Ver, ao final do texto, fac símile da Resolução
CDR/SR /nº 12, de 18 de dezembro de 2001.

38
RELATÓRIO DO PLANO DIRETOR DE ITACARÉ

7. promoção, em colaboração com a Secretaria de Meio Ambiente, da


vigilância ambiental;

8. capacitação e reciclagem dos funcionários municipais para o correto


desempenho de suas funções;

9. cobertura de 100% de equipe de saúde da família e de saúde bucal.

b. quanto à ampliação e melhoria das estruturas físicas da rede de


atendimento:

1. construção do hospital municipal, com 70 leitos atendendo aos padrões e


dimensionamento adequados à necessidade da população local e dos
visitantes, com a perspectiva de implantação de UTI;

2. reforma do hospital de Taboquinhas, aquisição de equipamentos e


materiais para o funcionamento do centro cirúrgico especializado em
cirurgias eletivas;

3. implantação de centro médico e odontológico, para atendimentos


especializados;

4. construção de unidade de pronto atendimento (UPA), atendendo ao


critério da sazonalidade;

5. ampliação do número de leitos no hospital municipal, e dos postos


médicos existentes, com aquisição de novos aparelhos e equipamentos;

6. implantação de centro de análises clínicas, com coletas em cada unidade


de saúde da família, tanto na zona urbana quanto zona rural, através de
agendamento;

7. instalação do Centro de Atendimento PsicoSocial (CAPS ad III), no Km 6;

8. construção da unidade de saúde da família, na Marambaia – Km 6;

9. reforma das unidades de saúde da família – PSF Otto Alencar I; PSF Otto
Alencar II; PSF Otto Alencar III; PSF Otto Alencar IV; PSF Maria de Lourdes
Araujo; PSF Deputado Jairo Carneiro;

c. quanto ao desenvolvimento de programas específicos:

1. implantação do programa Melhor em Casa;

2. ampliação de ações de combate à desnutrição infantil;

3. continuidade do programa de planejamento familiar;

4. promoção do programa de saúde nas escolas;

5. desenvolvimento de programas especiais para os jovens, no que se refere


à educação sexual, prevenção de doenças sexualmente transmissíveis e
uso de drogas;

6. implantação de núcleo de atendimento à anemia falciforme;

7. implantação do Núcleo de Apoio a Saúde da Família (NASF);

8. implantação do Programa Olhar Brasil;

39
RELATÓRIO DO PLANO DIRETOR DE ITACARÉ

9. desenvolvimento do Programa Nacional de Melhoria e Acesso da


Qualidade;

10. implantação do Programa de Qualificação das Ações de Vigilância em


Saúde (PQA/VS);

11. remapeamento do município de Itacaré obter a cobertura de 100% de


Agente Comunitário de Saúde;

d. quanto ao atendimento na zona rural:

1. estabelecimento de uma rede de atendimento médico sistemático a


Marambaia e aos povoados da área rural com instalação de postos
satélites de PSF;

2. implantação de atendimento odontológico na zona rural;

4. aquisição de ambulâncias e equipamentos para os postos de saúde da


zona rural.

SEGURANÇA, MEDIANTE ARTICULAÇÕES COM O GOVERNO ESTADUAL

São diretrizes para a prestação de serviços públicos de segurança, mediante articulações com o governo
estadual:

a. implantação de postos policiais nas áreas de maior incidência de


ocorrências, inclusive, da Delegacia de Polícia Turística (DELTUR);

b. melhoria das condições gerenciais e operacionais das polícias civil e militar


proporcionadas pela Prefeitura;

c. apoio ao aumento, qualificação e humanização do contingente policial,


voltado para proteção ao cidadão e para as questões peculiares do
município, como a proteção ambiental, orientação ao turista, coibição do
tráfico de drogas e da prostituição de menores.

TRANSPORTE PÚBLICO

São diretrizes para a prestação de serviços de transporte, segundo Plano Municipal de Transporte e
Trânsito:

a. quanto ao planejamento:

1. regularização do serviços de taxi, com redução progressiva de seu número


até que comprovada a necessidade de ampliação e dos serviços de
mototaxi;

2. regularização do transporte rodoviário de ligação da sede com


Taboquinhas e povoados rurais;

3. regularização do transporte interurbano para Municípios vizinhos de


Maraú (BA 001), Serra Grande (BA 001) e Aurelino Leal (BA 684 e BR 101);

b. quanto à acessibilidade:

40
RELATÓRIO DO PLANO DIRETOR DE ITACARÉ

1. utilização de veículo alternativo sobre rodas, para transporte de pedestres


na Sede, mediante estudo especial;

2. transporte náutico coletivo nas partes navegáveis do Rio de Contas e


restauração ou recuperação de serviços de balsas no Rio de Contas, na
Sede, na Associação São Gonçalo e em Porto da Farinha;

3. melhora da acessibilidade para a população de baixa renda às instalações


desportivas e áreas de lazer, através da implantação de ciclovias e
freqüências adequadas de transporte coletivo;

4. garantia de acesso às moradias e propriedades, como também aos pontos


turísticos por caminhos tradicionalmente utilizados por pedestres como
servidões publicas com largura de 2,2 metros.

41
RELATÓRIO DO PLANO DIRETOR DE ITACARÉ

DESENVOLVIMENTO INSTITUCIONAL

A Prefeitura de Itacaré está em estudos para sua reforma administrativa, a ser apreciada pela Câmara
Municipal. Segundo esta proposta, a gestão do serviço público municipal, direto e indireto, obedecerá
aos princípios constitucionais da legalidade, impessoalidade, moralidade, eficiência e publicidade dos
seus atos e também às seguintes diretrizes:

I – adotar critérios de eficiência, racionalidade e agilidade na prestação de serviços públicos, visando


garantir aos usuários serviços de boa qualidade;

II – descentralizar serviços, visando o atendimento direto e imediato à população, com redução de


custos, eliminação de controles superpostos e imposição de deslocamentos desnecessários;

III – adotar mecanismos que favoreçam a articulação, integração e complementaridade entre os setores
públicos do próprio Município, do Estado, da União, de outros Municípios e o setor privado, bem como a
construção de parcerias com os diversos setores e segmentos da Sociedade, organizações não
governamentais e organismos internacionais.

Para fins de adequar as instituições municipais às diretrizes e proposições do Plano Diretor e ao disposto
no Estatuto das Cidades, são estabelecidas as seguintes diretrizes gerais:

a. implantação do sistema de gestão democrática e conseqüente revisão e


ajuste da estrutura organizacional;

b. melhoria da eficiência nos procedimentos de captação de receita e de


gastos públicos;

c. envolvimento das comunidades na discussão e implementação de políticas


públicas.

d. complementação da legislação de gestão da ocupação e uso do solo


urbano (Lei de Parcelamento do Uso do Solo, Código de Obras, Imposto
Territorial Progressivo no Tempo).

IMPLANTAÇÃO DO SISTEMA MUNICIPAL DE PLANEJAMENTO E GESTÃO PARTICIPATIVA

O Sistema Municipal de Planejamento e Gestão Participativa deverá ser composto pelos seguintes órgãos
e entidades:

a. Secretaria de Planejamento, como órgão de planejamento;

b. órgãos setoriais de planejamento;

c. órgão de execução dos licenciamentos e da fiscalização;

d. organismos de gestão participativa legalmente instituídos:

1. Conselho da Cidade;

2. Conferência da Cidade;

3. Conselho Municipal de Meio Ambiente.

42
RELATÓRIO DO PLANO DIRETOR DE ITACARÉ

REVISÃO E AJUSTE DA ESTRUTURA ORGANIZACIONAL

A revisão e o ajuste da estrutura organizacional da Prefeitura serão executados em acordo com as


seguintes diretrizes específicas:

e. definição das competências e estrutura da Secretaria de


Planejamento, como órgão de planejamento e dos órgãos de execução de
licenciamentos e da fiscalização;

a. inserção na estrutura das unidades da administração direta e indireta


de núcleos de planejamento e informação para atuar em consonância com a
Secretaria de Planejamento.

RACIONALIZAÇÃO DOS GASTOS PÚBLICOS

A racionalização dos gastos públicos deverá ser executada em acordo com as seguintes diretrizes
específicas:

a. melhoria nos procedimentos de captação de receita, com presteza no


atendimento a prazos de captação de recursos e viabilização de
financiamentos;

b. implantação de medidas de política fiscal, visando maior eficiência na


arrecadação das receitas próprias.

43
RELATÓRIO DO PLANO DIRETOR DE ITACARÉ

TITULO III – DESENVOLVIMENTO TERRITORIAL

O planejamento do desenvolvimento territorial inicia-se pela definição das macrozonas em que pode ser
dividido o território municipal, para então serem definidos os perímetros urbanos, com isto separando as
zonas urbanas, das zonas rurais.

Para a finalidade de planejamento territorial, foram definidas as seguintes Macrozonas, excluídas do


perímetro urbano:

a. F1 - Faixa Interiorana, localizada no lado Oeste do Município,


contendo os povoados de Água Fria, Catolé, Jacutinga, Pau Grande e Rua da
Palha, com áreas destinadas a agricultura e pecuária e a assentamentos
agrários; áreas com sistema de cabruca e remanescentes de florestas em
diversos estados de recuperação; Áreas de Preservação Permanente (APP) da
margem direita do Rio de Contas e de outros cursos d’água, conforme a
legislação federal vigente; e, em especial, a área de desenvolvimento turístico,
abrangendo as corredeiras do Rio de Contas e o Complexo da Jacutinga;

b. F2 - Faixa Central, localizada na parte central do município, tendo


Taboquinhas como núcleo polarizador, contendo os povoados de Aldeia,
Cachimbo Seco, Cajueiro, Corisco, Pau Brasil, Pé de Serra, Queimado, Serra
D'Água e Toco Preto com áreas destinadas a agricultura e pecuária e a
assentamentos agrários; áreas com remanescentes de florestas em diversos
estados de recuperação; Áreas de Preservação Permanente (APP) da margem
direita do Rio de Contas e de outros cursos d’água, conforme a legislação
federal vigente;

c. F3 - Faixa Litorânea, localizada no lado Leste do Município, tendo a


Sede municipal como centro básico e constituída pela faixa litorânea e parte
da zona rural, contendo os povoados de Camboinha; Campo Seco, Capitão,
Fojo, Marambaia, Povoação e a parte da Sede que faz confronto com o
Oceano, contendo áreas destinadas à agricultura, à pecuária e a
assentamentos agrários áreas integrantes da Área de Proteção Ambiental
(APA) Itacaré Serra Grande, com remanescentes de florestas em diversos
estados de recuperação, matas primárias, abrangidas pelo Parque do Conduru;
Áreas de Preservação Permanente (APP) dos cursos d’água, conforme a
legislação federal vigente e áreas de empreendimentos turísticos, em especial,
abrangendo as praias, costões e encostas;

d. F4 - Faixa Norte, localizada na parte Norte do Município e separada


das demais pelo divisor do rio de Contas, contendo os povoados de Baetés,
Cuiudos, Mata Grande, Matinha, Piracanga, Pontal, Socó, Tijuípe, Vinháticos e
Volta do Poço, com áreas destinadas a agricultura e pecuária, integrantes da
Área de Proteção Ambiental (APA) Itacaré Serra Grande e área integrante da
APA da Baia de Camamu; Áreas de Preservação Permanente (APP) da margem
esquerda do Rio de Contas e de outros cursos d’água; e áreas destinadas a
empreendimentos turísticos, ao longo das praias.

44
RELATÓRIO DO PLANO DIRETOR DE ITACARÉ

As diretrizes de planejamento para estas macrozonas são as estabelecidas pelos Planos de Manejo da
APA Itacaré Serra Grande, da Baía de Camamu e Parque do Conduru, onde couberem e, especialmente:

• recuperação econômica da Macro-Zona I, a partir da recuperação da lavoura cacaueira e da


identificação de outras atividades produtivas, como as culturas agro florestais e o turismo rural;

• recomposição da ocupação da Zona II, pela formulação de política de apoio à agricultura familiar
e incentivo à produção de hortifrutigranjeiros, criando condições que facilitem a comercialização desses
produtos na rede hoteleira;

• implantação de projeto estratégico e planejamento territorial para a Macro-Zona III, visando a


para expandir a agricultura de base familiar, evitando seu quase completo isolamento;

• adoção de programas de conservação dos recursos naturais, na Zona IV, considerando a forte
pressão para ocupações.

As Áreas Quilombolas, reconhecidas e delimitadas pelos órgãos competentes, inseridas em qualquer


zona, serão geridas em acordo com a legislação específica.

PERÍMETROS URBANOS

Os perímetros urbanos da Cidade de Itacaré e da Sede do Distrito de Taboquinhas, representados nas


Plantas I, do Anexo I, são os descritos no Anexo II.

A expansão do perímetro urbano permitirá ao Poder Público Municipal maior controle e fiscalização da
ocupação e uso do solo.

DIRETRIZES DE PLANEJAMENTO DAS OCUPAÇÕES RURAIS

O modelo de desenvolvimento territorial das áreas rurais compreende:

a. áreas destinadas à agricultura e pecuária e a assentamentos agrários;

b. áreas sujeitas a regime específico:

1. áreas integrantes das Áreas de Proteção Ambiental (APA) Itacaré Serra


Grande e da Baía de Camamu;

2. áreas integrantes do Parque do Conduru e de outros parques criados ou a


serem criados;

3. Áreas de Preservação Permanente (APP), estatuídas pela legislação federal


vigente;

4. áreas destinadas a empreendimentos turísticos, do lado Leste do


Município e próximas ao Rio de Contas, em Taboquinhas;

5. áreas com matas primárias, com remanescentes de florestas em diversos


estados de recuperação e áreas com o sistema de cabruca;

6. praias com costões e encostas, no lado Leste do Município e ao Norte do


Rio de Contas;

45
RELATÓRIO DO PLANO DIRETOR DE ITACARÉ

7. áreas definidas como de proteção visual, com elementos da paisagem


natural que configuram referencial cênico ou simbólico significativo para
Itacaré;

8. áreas quilombolas a serem reconhecidas e demarcadas.

DIRETRIZES DE PLANEJAMENTO DAS OCUPAÇÕES URBANAS

SEDE

O modelo de desenvolvimento urbano, nas áreas urbanas da Sede do Município, compreende:

a. definição das áreas de ocupação consolidada, abrangendo áreas


ocupadas, dotadas de infra-estrutura de boa qualidade, em que podem ser
aplicados instrumentos urbanísticos, visando sua densificação, onde serão
aplicadas as seguintes diretrizes específicas:

1. controle dos processos de densificação, através da observância de


parâmetros urbanísticos;

2. cobrança de solo criado, quando da permissão de elevação do gabarito;

3. exigência de estudo de impacto de vizinhança para a construção de novos


equipamentos de porte;

4. estabelecimento de diretrizes para as áreas de proteção cultural,


vinculadas à vida, à cultura e a imagem da Cidade (Centro Histórico),
tendo em vista sua: proteção e conservação;

5. priorização do Centro para pedestres, limitando-se a circulação de


veículos, e construção de estacionamentos periféricos;

6. regularização urbanística e fundiária;

7. condicionamento de novas construções ao parecer do Conselhos de


Desenvolvimento Urbano e Conselho de Cultura;

b. definição de áreas de ocupação controlada, abrangendo áreas que por


suas características devem ser mantidas com baixo índice de densificação,
observada a existência de alguns espaços a serem especialmente protegidos,
onde serão aplicadas as seguintes diretrizes específicas:

1. controle dos processos de densificação, através da observância de


parâmetros urbanísticos;

2. cobrança de solo criado, quando da permissão de elevação do gabarito;

3. exigência de estudo de impacto de vizinhança, para o licenciamento da


construção de novos equipamentos de porte;

c. definição de áreas de expansão urbana, que abrangem áreas


antropizadas no entorno e interior da Sede, onde serão aplicadas as seguintes
diretrizes específicas:

46
RELATÓRIO DO PLANO DIRETOR DE ITACARÉ

1. implantação de planos urbanísticos específicos de expansão urbana, com a


delimitação de espaços a serem ambientalmente protegidos, dos trechos
com restrições à urbanização e dos trechos sujeitos a controle especial em
função de ameaça de riscos e a definição de diretrizes específicas de áreas
que serão utilizadas para infraestrutura, sistema viário, equipamentos e
instalações públicas, urbanas e sociais;

2. estímulo à utilização, nos parcelamentos do solo e nas edificações


urbanas, de sistemas operacionais, padrões construtivos e aportes
tecnológicos que objetivem a redução de impactos ambientais e a
economia de recursos naturais;

3. definição de parâmetros de parcelamento, uso e ocupação do solo, de


modo a promover a diversidade de usos e contribuir para a geração de
emprego e renda;

4. previsão de áreas para habitação de interesse social por meio da


demarcação de zonas especiais de interesse social por lei específica;

5. aplicação de contribuição de melhoria, quando adequado.

d. definição de áreas de desenvolvimento turístico, situadas do lado Leste


do Município e nas margens do Rio de Contas, além do Loteamento Conchas
do Mar:

1. estabelecimento de padrões que permitam a construção de


empreendimentos turísticos de médio e grande portes e condomínios
residenciais;

2. cobrança de solo criado, quando da permissão de elevação do gabarito;

3. aplicação de contribuição de melhoria, quando adequado;

e. definição das áreas especiais de interesse social, destinadas ao


atendimento das necessidades da população de baixa renda ou à redução das
desigualdades econômicas e sociais, cujas diretrizes específicas são:

1. a regularização urbanística;

2. a regularização fundiária apropriada para cada caso, em áreas particulares


ou públicas.

3. o estabelecimento de diretrizes e parâmetros urbanísticos específicos,


atendendo às suas peculiaridades, mediante lei específica.

4. execução de ações governamentais de requalificaçao e melhorias


habitacionais;

f. definição das áreas a serem protegidas sob regime específico de proteção


ambiental, abrangendo:

47
RELATÓRIO DO PLANO DIRETOR DE ITACARÉ

1. áreas de interesse de proteção ambiental onde as diretrizes são fixadas


em acordo com planos de manejos específicos, em vista dos atributos
bióticos e abióticos que requeiram proteção;

2. áreas de proteção visual, além de elementos da paisagem natural que


configuram referencial cênico para Itacaré;

3. faixas das orlas marítima e fluvial, em acordo com a legislação própria de


cada situação;

4. a faixa ao longo da Rodovia BA – 001, em toda a sua extensão, de ambos


os lados, compreendendo a faixa de domínio e faixa non aedificandi do
DERBA, de 20m de cada lado do eixo da pista, mais a faixa de 15 metros
de largura, com o plantio e manutenção de uma “cortina verde” para
preservar o visual;

g. definição das áreas a serem protegidas, em qualquer categoria de zona


urbana, com a finalidade de:

1. proteção aos recursos naturais e paisagísticos, compreendendo:

a) praias, costões e suas encostas;

b) margens do Rio de Contas, rios e canais, lagoas e reservatórios;

c) áreas com inclinação superior a 30% (trinta por cento);

d) áreas com florestas primárias ou em estado avançado de regeneração;

e) áreas verdes dos loteamentos e condomínios, designadas em projetos de


parcelamento do solo;

f) unidades de conservação criadas ou a serem criadas;

g) preservação das áreas quilombolas.

KM 6 E FAZENDA SÃO JOÃO

São diretrizes específicas, para o planejamento do desenvolvimento urbano, até o km 6:

a. inclusão da área do Assentamento Marambaia no perímetro urbano, para que


a sede municipal tenha um espaço para expansão, haja vista a impossibilidade
de verticalização dos edifícios na sede e da expansão horizontal da parte já
ocupada, devido à presença de remanescentes florestais, de Áreas de
Preservação Permanente e de Zonas de Proteção Visual que devem
permanecer desocupadas;

1. consolidação das ocupações existentes, tendo em vista que o


Assentamento encontra-se consolidado desde 18 de dezembro de 2001,
com todos os lotes pagos, tendo por conseqüência a extinção das
cláusulas resolutivas dos contratos de assentamento;

2. estabelecimento de parâmetros urbanísticos para as edificações;

48
RELATÓRIO DO PLANO DIRETOR DE ITACARÉ

3. estabelecimento de normas de proteção ambiental, identificando as Áreas


de Preservação Permanente e outras áreas para conservação das florestas
existentes;

4. preservação dos recursos hídricos, com identificação e estudo da situação


das microbacias e relocação das ocupações das margens dos rios;

5. implantação de política de resíduos soídos com a eliminação do lixão e o


execução de Plano de Recuperação de Áreas Degradadas (PRAD);

6. execução de projeto estratégico na Fazenda São João (Bairro Planejado),


com planejamento de locais para porto seco, venda de produtos
agropecuários, estádio, Jardim Botânico, posto de saúde, escola e creche;

7. construção de conjuntos habitacionais;

8. construção de nova central rodoviária.

b. a definição de áreas de expansão urbana, que abrangem áreas no entorno do


Km 6, onde serão aplicadas as seguintes diretrizes específicas:

1. implantação de planos urbanísticos específicos de expansão urbana, com a


delimitação de espaços a serem ambientalmente protegidos, dos trechos
com restrições à urbanização e dos trechos sujeitos a controle especial em
função de ameaça de riscos;

2. definição de diretrizes específicas de áreas que serão utilizadas para


infraestrutura, sistema viário, equipamentos e instalações públicas,
urbanas e sociais;

3. estímulo à utilização, nos parcelamentos do solo e nas edificações


urbanas, de sistemas operacionais, padrões construtivos e aportes
tecnológicos que objetivem a redução de impactos ambientais e a
economia de recursos naturais;

4. definição de parâmetros de parcelamento, uso e ocupação do solo, de


modo a promover a diversidade de usos e contribuir para a geração de
emprego e renda;

5. previsão de áreas para habitação de interesse social por meio da


demarcação de zonas especiais de interesse social por lei específica;

6. aplicação de contribuição de melhoria, quando adequado.

TABOQUINHAS

São diretrizes específicas para a consolidação do modelo de desenvolvimento urbano, na Sede do


Distrito de Taboquinhas:

a. a definição de áreas de ocupação consolidada abrangendo áreas ocupadas,


dotadas de infra-estrutura de boa qualidade, em que podem ser aplicados
instrumentos urbanísticos, visando sua densificação, onde serão aplicadas as
seguintes diretrizes específicas:

49
RELATÓRIO DO PLANO DIRETOR DE ITACARÉ

1. manutenção e recuperação dos imóveis históricos;

2. a transferência da ocupação Beira Rio;

3. criação de uma via para pedestres e ciclistas, urbanizada e arborizada,


estabelecendo uma faixa-limite de proteção na cota máxima de inundação
do rio, conectada ao antigo Caminho Real dos Tropeiros;

4. a continuidade da balaustrada da Orla Fluvial de Taboquinhas até a foz do


Rio São João;

b. a definição das áreas de ocupação controlada, onde serão aplicadas as


seguintes diretrizes específicas onde serão aplicadas as seguintes diretrizes
específicas:

1. controle dos processos de densificação, através da observância dos


parâmetros urbanísticos fixados por Lei;

2. realização de investimentos pontuais e complementares em infra-


estrutura equipamentos e outras;

3. preservação dos recursos hídricos e remanescentes florestais e relocação


das ocupações das margens dos rios;

c. a definição das áreas de expansão urbana onde serão aplicadas as seguintes


diretrizes específicas:
1. implantação de planos urbanísticos específicos de expansão urbana, com a
delimitação de espaços a serem ambientalmente protegidos, dos trechos
com restrições à urbanização e dos trechos sujeitos a controle especial em
função de ameaça de riscos;

2. definição de diretrizes específicas de áreas que serão utilizadas para


infraestrutura, sistema viário, equipamentos e instalações públicas,
urbanas e sociais;

3. estímulo à utilização, nos parcelamentos do solo e nas edificações


urbanas, de sistemas operacionais, padrões construtivos e aportes
tecnológicos que objetivem a redução de impactos ambientais e a
economia de recursos naturais;
4. definição de parâmetros de parcelamento, uso e ocupação do solo, de
modo a promover a diversidade de usos e contribuir para a geração de
emprego e renda;
5. previsão de áreas para habitação de interesse social por meio da
demarcação de zonas especiais de interesse social por lei específica;

6. aplicação de contribuição de melhoria, quando adequado;

7. implantação do Mercado do Produtor Rural;


d. identificação das áreas a serem protegidas sob regime específico de proteção
ambiental, abrangendo:

50
RELATÓRIO DO PLANO DIRETOR DE ITACARÉ

1. corredeiras, em acordo com planos específicos, em vista dos atributos


bióticos e abióticos que requeiram proteção;

2. áreas de proteção cultural: o estabelecimento de diretrizes fixadas em


planos específicos, tendo em vista sua: proteção e conservação;

3. áreas de interesse social: ações governamentais de requalificação e


melhorias habitacionais, além da regularização fundiária.

ZONEAMENTOS URBANOS

Com a definição das diretrizes de planejamento das zonas urbanas, foram propostos os seguintes
zoneamentos, para fins de estabelecimento de parâmetros urbanísticos:

DISPOSIÇÕES GERAIS

Complementam os dispositivos referentes às zonas urbanas:

a. a classificação dos usos previstas no Quadro I - Classificação das


Categorias de Uso do Solo; do Anexo III, desta Lei;

b. os parâmetros urbanísticos referentes às zonas descritas nesta Seção


são as que constam do Quadro II - Zonas, Parâmetros Urbanísticos e
Instrumentos - Sede, do Anexo III, desta Lei;

c. os dispositivos do Título IV - Instrumentos de política urbana,


aplicáveis às Zonas Especiais de Interesse Social, destinadas ao uso
predominante residencial de padrão popular, programas sociais de melhorias
urbanas; requalificação e melhorias habitacionais e regularização fundiária.

Havendo áreas que estejam situadas em mais de uma zona, serão adotados os seguintes critérios, pelo
órgão licenciador, além de outros fixados pelo Conselho da Cidade:

a. predominância da área objeto do projeto de parcelamento ou outro


empreendimento;
b. inserção na mesma bacia hidrográfica;
c. relevo;
d. uso contíguos.

SEDE

Foram propostas seguintes zonas de uso do solo urbano da Sede municipal, representadas na Planta
Zoneamento de Uso e Ocupação do Solo da Sede, do Anexo I:

a. Zonas de Ocupação Consolidada:

1. ZCH - Zona do Centro Histórico, compreendendo a área do núcleo de


ocupação inicial da Cidade, destinada a uso comercial, misto, turístico e
residencial;

51
RELATÓRIO DO PLANO DIRETOR DE ITACARÉ

2. ZCS 1 – Zona de Comércio e Serviços: ocupações contíguas ao Centro


Histórico, destinada à concentração de comércio e serviços, permitidos os
usos residencial e turístico;

3. ZCS 2 – Zona de Comércio e Serviços: ocupações contíguas à ZCS1,


destinada à concentração de comércio e serviços;

b. Zonas de Ocupação Controlada:

1. ZOC-1 - Zona de Ocupação Controlada 1, destinada a uso


predominantemente residencial;

2. ZOC-2 - Zona de Ocupação Controlada 2, destinada a uso residencial e


parcelamento por condomínios com reserva de áreas verdes e públicas e
cultivos agroflorestais ou agrícolas;

3. ZOC-3 - Zona de Ocupação Controlada 3, destinada a uso residencial e


parcelamento por condomínios com reserva de áreas verdes e públicas e
cultivos agroflorestais ou agrícolas;

c. Zonas de Expansão Urbana:

1. ZEX 1 - Zonas de Expansão Urbana 1, já integrantes do perímetro urbano,


destinadas a uso misto, mais próximas das áreas de ocupação consolidada,
com parâmetros urbanísticos que permitam maior densidade de
ocupação;

2. ZEX 2 - Zonas de Expansão Urbana 2, destinadas a uso misto, com


densidade média de ocupação;

3. ZEX 3 - Zonas de Expansão Urbana 3, destinada a uso misto, com menor


densidade, a serem objeto de Plano Diretor de Expansão Urbana
específico.

d. Zonas de Desenvolvimento Turístico:

1. ZDT 1 – Praia da Concha, destinada a empreendimentos turísticos de


média densidade;

2. ZDT 2 – Orla Marítima, destinada a empreendimentos turísticos de baixa


densidade;

3. ZDT 3 - Rio de Contas, destinada a empreendimentos turísticos de baixa


densidade e estruturas de apoio a esportes náuticos;

e. ZEIS - Zonas Especiais de Interesse Social;

.f. Zonas submetidas a regime específico de proteção ambiental:

1. ZPP – Zonas de Preservação Permanente, compreendendo todas as


margens de rios e lagos em acordo com a legislação florestal vigente;

52
RELATÓRIO DO PLANO DIRETOR DE ITACARÉ

2. ZPA - Zonas de Proteção Ambiental, compreendendo os manguezais,


matas ciliares, encostas íngremes, maciços florestais da Mata Atlântica,
com ocupação restrita em acordo com a legislação florestal vigente;

3. ZPV - Zonas de Proteção Visual, em que é proibido parcelamento do solo e


edificações, admitidos equipamentos para apoio à visitação, como
mirantes, quiosques e trilhas e vias de acesso de acesso local, sem
pavimentação, devidamente integrados à paisagem;

4. ZOF – Faixa da Orla Fluvial do Rio de Contas, estabelecida pela legislação


federal, admitidos os equipamentos de segurança e apoio à pesca, ao
recreio e ao turismo, e onde são proibidas edificações permanentes,
arruamentos, cercas e muros;

5. ZOM - Faixa da Orla Marítima, abrangendo as praias, costões e encostas,


fora do perímetro urbano, compreendendo faixa de 60m (sessenta
metros) metros a partir da preamar máxima, admitidos os equipamentos
de segurança e apoio à pesca, ao recreio e ao turismo, e onde são
proibidas edificações permanentes, arruamentos, cercas e muros;
contendo os povoados de Camboinha; Campo Seco, Capitão, Fojo,
Marambaia, Povoação e a parte da Sede que faz confronto com o Oceano,
Áreas de Preservação Permanente (APP) dos cursos d’água, conforme a
legislação federal vigente e áreas de empreendimentos turísticos.

6. ZFR – Zona da Faixa da Rodovia BA -001, destinada a formação de uma


“cortina vegetal” para preservar o visual paisagístico, a partir do final do
calçamento em direção do Km 6, conforme regulamento;

TABOQUINHAS

Foram propostas as seguintes zonas de uso do solo urbano de Taboquinhas representadas na Planta -
Zoneamento de Uso e Ocupação do Solo de Taboquinhas, do Anexo I:

a. Zonas de Ocupação Consolidada:

1. ZCH - Zona do Centro Histórico, situada de ambos os lados ao longo do


eixo rodoviário BA-654, compreendendo as quadras em que se encontram
imóveis antigos e a Igreja;

2. ZCS – Zona de Comércio e Serviços, abrangendo os eixos das Ruas São


Roque e Padre Edgar Torres, destinada ao uso residencial, comercial e de
serviços;

b. ZOC – Zona de Ocupação Controlada;

c. ZEX – Zonas de Expansão:

1. ZEX 1: área contígua à Zona de Interesse Social que acompanha o Bairro


Novo e o Riacho da Providência, nas proximidades da escola e hospital;

2. ZEX 2, área contígua à Zona de Comércio e Serviços, e destinada à


expansão desta;

53
RELATÓRIO DO PLANO DIRETOR DE ITACARÉ

3. ZEX 3: constituída por faixa que acompanha a estrada até o limite do


antigo matadouro, limitada pela Área de Preservação Permanente do
riacho Cangambá;

d. Zona de Desenvolvimento Turístico:

1. ZDT: faixa ao longo do eixo rodoviário BA-654, no seu trecho dentro da


malha urbana, que tem como um dos limites a cota máxima de inundação
do Rio de Contas e a Zona do Centro Histórico, destinada a equipamentos
turísticos de pequeno porte;

e. ZEIS - Zonas Especiais de Interesse Social:

1. Alto do Morumbi;

2. Bairro São Borges / Bairro Novo;

f. Zonas submetidas a regime específico de proteção ambiental:

1. ZPP – Zonas de Preservação Permanente, compreendendo todas as


margens de rios e lagos em acordo com a legislação florestal vigente;

2. ZOF – Faixa da Orla Fluvial do Rio de Contas, estabelecida pela legislação


federal;

3. ZPA - Zonas de Proteção Ambiental, e constituída pelas áreas de fundo dos


vales dos riachos Cangambá, Matança Preguiça, Providência e Serra
D´Água, protegidas por legislação ambiental, que envolvem todas as áreas
ocupadas, destinada a conservação dos remanescentes florestais,
coibindo-se a ocupação;

Complementam os dispositivos referentes às zonas urbanas de Taboquinhas:

d. a classificação dos usos previstas no Quadro I - Classificação das


Categorias de Uso do Solo; do Anexo III;

e. os parâmetros urbanísticos que constam do Quadro II - Zonas,


Parâmetros Urbanísticos e Instrumentos - Sede, do Anexo III.

54
RELATÓRIO DO PLANO DIRETOR DE ITACARÉ

SISTEMA VIÁRIO MUNICIPAL E ACESSIBILIDADE

O sistema viário municipal é um instrumento integrador do desenvolvimento municipal e para sua


consolidação e melhorias foram propostas as diretrizes gerais e específicas abaixo especificadas.

DIRETRIZES

São as seguintes diretrizes para a melhoria do sistema viário, no território municipal:

a. articulação viária inter-regional e interna do município e de seus


principais conjuntos ecológicos paisagísticos e seus respectivos atrativos
turísticos específicos;

b. pavimentação da BA 654 (estrada de acesso a Taboquinhas e à BR 101), e


definição de características de estradas-parque;

c. melhoria das estradas vicinais de articulação interna, facilitando a


circulação de pessoas e de mercadorias, a difusão das inovações tecnológicas,
o processo de capacitação da sua população e a prestação dos serviços
públicos;

d. implantação de estruturas de apoio ao transporte interno, com áreas


para comércio de produtos regionais;

e. implantação de ciclovias e estruturas de apoio aos ciclistas, promovendo


a regularização do trânsito de bicicletas entre as comunidades;

f. elaboração e implantação de um sistema de informações para orientação


da população fixa e flutuante quanto a logradouros, repartições, rotas e
modos de transporte, grandes equipamentos, compreendendo postos fixos e
volantes, folhetos e outros meios;

g. garantia de acesso às moradias e propriedades, como também aos


pontos turísticos por caminhos tradicionalmente utilizados por pedestres
como servidões publicas com largura de 2,2 metros e vegetação lateral
intacta dentro de uma faixa de 10 metros a cada lado da trilha.

SISTEMA VIÁRIO DA SEDE

Foram propostas as seguintes diretrizes específicas para a melhoria do sistema viário, na Sede:

a. pavimentação das vias de saída da Pituba para o Centro e Pituba para a


Coroinha;

b. implantação de nova via estrutural de acesso às praias da Orla Atlântica,


direto com a Rodovia BA-001;

c. melhoria da estrutura física das vias municipais, em especial nas áreas


periféricas dos núcleos urbanos, dotando-as de meio-fios, passeios, sarjetas e
pavimentação;

55
RELATÓRIO DO PLANO DIRETOR DE ITACARÉ

d. implantação de sistema de sinalização e identificação de logradouros nos


núcleos urbanos, orientação de tráfego e faixas protegidas para pedestres e
ciclistas.

Os parâmetros técnicos das vias constam do Quadro IV - Parâmetros Mínimos para Vias, do Anexo III.

As vias existentes, indicadas graficamente na Planta - Hierarquização Viária, do Anexo I, ficam


classificadas em acordo com os Quadros pertinentes do Anexo III.

As vias existentes, classificadas como arteriais, que não atendam às características técnicas estabelecidas
por este Plano Diretor terão seus alinhamentos definidos através de plano funcional a ser regulamentado
pelo órgão de planejamento municipal.

SISTEMA VIÁRIO DA SEDE DO DISTRITO DE TABOQUINHAS

São diretrizes específicas para o sistema viário de Taboquinhas:

a. pavimentação das vias de acesso à Sede e à Rodovia BR 101;

b. criação de uma via para pedestres e ciclistas, urbanizada e arborizada,


estabelecendo uma faixa-limite de proteção na cota máxima de inundação do
rio, conectada ao antigo Caminho Real dos Tropeiros.

ACESSIBILIDADE

São diretrizes específicas para a acessibilidade urbana a implementação de plano de acessibilidade, de


acordo com normas técnicas pertinentes, visando assegurar às pessoas com necessidades especiais o
pleno exercício de seus direitos.

O Poder Executivo dotará as seguintes edificações, áreas, locais, equipamentos culturais e turísticos para
serem, prioritariamente, objeto de interferência arquitetônica e urbanística, visando assegurar às
pessoas com necessidades especiais o pleno exercício de seus direitos:

1. Edificações: Igreja de São Miguel; Rodoviária; Porto da Balsa;


Secretaria de Turismo; Centro Cultural Porto de Trás; Casa dos
Bonecos;
2. Praças: São Miguel; do Canhão; do Atracadouro; dos Cachorros
(Santos Dumont); do Fórum; da Bandeira; Marimbondo; das
Mangueiras;
3. Ruas da Área Central: Pedro Longo (Pituba); Rui Barbosa; Plínio
Soares; Rua Nova; Rua Nova Conquista; Francisco Silva; 25 de
dezembro; 31 de março; Joaquim Vieira (entrada da cidade); João
Coutinho; João Souza; Lodônio Almeida; Leonardo Setúbal; Ataíde
Setúbal; Leonardo Magalhães; Rua do Porto de Trás; avenida de
Ligação entre as Praias; rua das praias.
4. Orla Fluvial: Praia Coroinha; raia da Concha; Praia do Resende; Praia
do Costa; Praia da Tiririca; Praia da Ribeira.

56
RELATÓRIO DO PLANO DIRETOR DE ITACARÉ

TITULO IV - DIRETRIZES PARA APLICAÇÃO DOS INSTRUMENTOS DA POLÍTICA


URBANA

DISPOSIÇÕES GERAIS

A aplicação dos instrumentos de política urbana atende aos dispositivos do Estatuto da Cidade e às
diretrizes para o modelo de planejamento territorial.

INSTRUMENTOS JURÍDICOS E POLÍTICOS

Parcelamento Compulsório

São compreendidos como subutilizados para fins de parcelamento compulsório, visando à otimização da
infra-estrutura urbana existente, glebas, terrenos, lotes vazios, dotados de infra-estrutura e serviços
urbanos, em acordo com a legislação federal específica.

O parcelamento compulsório poderá ser aplicado exclusivamente nas Zonas de Expansão Urbana e Zonas
Especiais de Interesse Social.

Utilização e Edificação Compulsórias

São compreendidos como subutilizados para fins de utilização e edificação compulsórios, os imóveis que
se encontrem nas seguintes situações:

a. edificações inacabadas ou paralisadas por mais de cinco anos, em zonas


de ocupação consolidada;

b. edificações sem utilização e instalações ociosas e em ruínas, nas áreas


comerciais e de serviços;

c. terrenos sem edificações em zonas de expansão urbana.

Leis específicas definirão as condições para a implementação dos instrumentos disciplinados neste
Capítulo, estabelecendo os respectivos prazos, dispondo sobre:

a. os imóveis sobre os quais incidirão as obrigações;

b. a aplicação do Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU) progressivo no


tempo;

c. a desapropriação com títulos da dívida pública;

d. a definição dos parâmetros de aproveitamento mínimo dos imóveis;

e. a utilização do consórcio imobiliário, como forma de viabilização


financeira do parcelamento do imóvel.

Não deverá ser exigida a edificação ou a utilização compulsória de proprietário que comprove possuir
somente um imóvel situado no Município.

57
RELATÓRIO DO PLANO DIRETOR DE ITACARÉ

A aplicação da utilização e edificação compulsórias dar-se-á nas Zonas Consolidadas, Zonas de Ocupação
Controlada e Zonas de Desenvolvimento Turístico.

Poderá dar-se mediante programas de reurbanização ou de revitalização urbana, operação urbana


consorciada, consórcio imobiliário ou programas de habitação de interesse social ou ainda, por
integração a lotes ocupados, quando a parcela possuir área inferior à do lote mínimo da zona onde se
localiza.

O Poder Executivo poderá criar programas de parceria, consórcio imobiliário e outros que contribuam
para a viabilidade da aplicação da utilização e edificação compulsórias em edificações sem uso, com
instalações ociosas ou em ruína.

Da Desapropriação com Pagamento em Títulos

Decorridos cinco anos de cobrança do IPTU progressivo sem que o proprietário tenha cumprido a
obrigação de parcelamento, edificação ou utilização, o Poder Executivo poderá proceder à
desapropriação do imóvel, com pagamento em títulos da dívida pública.

Os títulos da dívida pública deverão ter prévia aprovação pelo Senado Federal e deverão ser resgatados
no prazo de até dez anos, em prestações anuais, iguais e sucessivas, assegurados o valor real da
indenização e os juros legais de seis por cento ao ano.

O valor real da indenização refletirá o valor da base de cálculo do IPTU, descontado o montante
incorporado em função de obras realizadas pelo Poder Executivo na área onde o mesmo se localiza após
a notificação do proprietário e não computará expectativas de ganhos, lucros cessantes e juros
compensatórios.

Os títulos não terão poder liberatório para pagamento de tributos.

O Município procederá ao adequado aproveitamento do imóvel no prazo máximo de cinco anos, contado
a partir da sua incorporação ao patrimônio público.

O aproveitamento do imóvel poderá ser efetivado diretamente pelo Poder Executivo ou por meio de
alienação ou concessão a terceiros, observando-se, nesses casos, o devido procedimento licitatório.

Ficarão mantidas para o adquirente de imóvel as mesmas obrigações de parcelamento, edificação ou


utilização previstas na Lei específica.

Direito de Preempção

O direito de preempção que confere, ao Município, a preferência para aquisição de imóvel urbano,
objeto de alienação onerosa entre particulares, deverá ser exercido sempre que se necessitar de áreas
para:

a. regularização fundiária;

b. execução de programas e projetos habitacionais de interesse social;

c. constituição de reserva fundiária;

d. ordenamento e direcionamento da expansão urbana;

e. implantação de equipamentos urbanos e comunitários;

58
RELATÓRIO DO PLANO DIRETOR DE ITACARÉ

f. criação de espaços públicos de lazer e áreas verdes;

g. criação de unidades de conservação ou proteção de outras áreas de


interesse ambiental;

h. proteção de áreas de interesse histórico, cultural ou paisagístico.

O exercício do direito de preempção poderá ser aplicado em toda a área urbana, desde que estabelecido
mediante Lei municipal específica, que delimitará as áreas em que incidirá o direito de preempção e
fixará prazo de vigência, não superior a cinco anos, renovável a partir de um ano após o decurso do prazo
inicial de vigência, enquadrando cada área em que incidirá o direito de preempção em uma ou mais das
finalidades enumeradas por este artigo.

O direito de preempção fica assegurado durante o prazo de vigência fixado na forma do § 2º,
independentemente do número de alienações referentes ao mesmo imóvel.

O proprietário deverá notificar sua intenção de alienar o imóvel, para que o Município, no prazo máximo
de trinta dias, manifeste por escrito seu interesse em comprá-lo.

À notificação deverá ser anexada proposta de compra assinada por terceiro interessado na aquisição do
imóvel, da qual constarão preço, condições de pagamento e prazo de validade.

O Poder Executivo fará publicar, em órgão oficial e em pelo menos um jornal local ou regional de grande
circulação, edital de aviso da notificação recebida e da intenção de aquisição do imóvel nas condições da
proposta apresentada.

Transcorrido o prazo, sem manifestação da Prefeitura fica o proprietário autorizado a realizar a alienação
para terceiros, nas condições da proposta apresentada.

Concretizada a venda a terceiro, o proprietário ficará obrigado a apresentar ao Município, no prazo de


trinta dias, cópia do instrumento público de alienação do imóvel.

A alienação processada em condições diversas da proposta apresentada será nula de pleno direito.

O Município poderá adquirir o imóvel pelo valor da base de cálculo do IPTU ou pelo valor indicado na
proposta apresentada, se este for inferior àquele.

Outorga Onerosa do Direito de Construir

A outorga onerosa do direito de construir consiste na possibilidade de o Município estabelecer relação


entre a área edificável e a área do terreno, a partir da qual a autorização para construir passa a ser
concedida de forma onerosa.

A contrapartida financeira pela utilização da Outorga Onerosa do Direito de Construir será definida pelo
Poder Executivo.

A outorga onerosa poderá ser aplicada em qualquer zona, desde que aprovada pelo Conselho da Cidade.

Os recursos provenientes da adoção da outorga onerosa do direito de construir e de alteração de uso


poderão aplicados na construção de unidades habitacionais, regularização e reserva fundiária,
implantação de equipamentos comunitários, criação e proteção de áreas verdes ou de interesse
histórico, cultural ou paisagístico.

59
RELATÓRIO DO PLANO DIRETOR DE ITACARÉ

O limite máximo do Coeficiente de Aproveitamento Máximo (CAM), nas zonas objeto de outorga onerosa
do direito de construir, é o estabelecido no Quadro de Parâmetros Urbanísticos, do Anexo III.

Alteração de Uso

Ficará facultada a alteração de uso do solo nas Zonas de Ocupação Controlada (ZOC) e em casos
específicos e individualizados, mediante contrapartida ao Município e estudo prévio de impacto de
vizinhança, a ser aprovado pelo Conselho da Cidade.

Operação Urbana Consorciada

As operações urbanas consorciadas poderão ser criadas por leis específicas. Das leis específicas que
aprovarem operações urbanas consorciadas, constará o plano de operação urbana consorciada,
contendo, no mínimo:

 definição das áreas a serem atingidas;

 programa básico de ocupação das áreas e índices e parâmetros


urbanísticos a serem aplicados;

 programa de atendimento econômico e social para a população


diretamente afetada pela operação;

 finalidades da operação;

 a concessão de incentivos a operações urbanas que utilizam tecnologias


visando à redução de impactos ambientais, e que comprovem a utilização,
nas construções e uso de edificações urbanas, de tecnologias que reduzam
os impactos ambientais e economizem recursos naturais, especificadas as
modalidades de design e de obras a serem contempladas;

 estudo prévio de impacto de vizinhança e de impacto visual;

 contrapartida a ser exigida dos proprietários, usuários permanentes e


investidores privados em função dos benefícios previstos;

 forma de controle da operação, obrigatoriamente compartilhado com


representação da sociedade civil;

 natureza dos incentivos a serem concedidos aos proprietários, usuários


permanentes e investidores privados que utilizarem tecnologias visando à
redução de impactos ambientais, e que comprovem a utilização, nas
construções e uso de edificações urbanas, de tecnologias que reduzam os
impactos ambientais e economizem recursos naturais, especificadas as
modalidades de design e de obras a serem contempladas.

As leis específicas que aprovarem a operação urbana consorciada poderão prever a emissão, pelo
Município, de quantidade determinada de certificados de potencial adicional de construção, que serão
alienados em leilão ou utilizados diretamente no pagamento das obras necessárias à própria operação.
Os certificados de potencial adicional de construção serão livremente negociados, mas conversíveis em
direito de construir unicamente na área objeto da operação.

60
RELATÓRIO DO PLANO DIRETOR DE ITACARÉ

Apresentado o pedido de licença para construir ou implantar, o certificado de potencial adicional deverá
ser utilizado no pagamento da área de construção que supere os padrões estabelecidos pela legislação
de uso e ocupação do solo, até o limite fixado pela lei específica que aprovar a operação urbana
consorciada.

A partir da edição dessas leis específicas, serão nulas as licenças e autorizações expedidas em desacordo
com o plano de operação urbana consorciada.

Os recursos obtidos serão aplicados exclusivamente na própria operação urbana consorciada.

Zonas Especiais de Interesse Social

Constituem diretrizes para as ZEIS:

I - a regularização urbanística;

II - a regularização fundiária apropriada para cada caso:

a) em áreas particulares, a usucapião especial;

b) em terrenos municipais, em acordo com o art. 63, desta Lei.

Em cada ZEIS poderão ser estabelecidas diretrizes e parâmetros urbanísticos específicos, atendendo às
suas peculiaridades, mediante lei específica.

§2° Não são passíveis de urbanização e regularização fundiária os


assentamentos localizados:

I- nas áreas de servidão pública do sistema viário, redes de


abastecimento de água, esgotos, energia elétrica de alta tensão;

II - áreas reservadas para realização de obras ou implantação de planos


urbanísticos de interesse coletivo;

III - áreas de alto risco para a segurança;

IV - áreas discriminadas para preservação ambiental.

Regularização Urbanística e Fundiária

A regularização urbanística e fundiária de ocupações irregulares dar-se-á em acordo com as seguintes


diretrizes:

a. Lei específica estabelecerá os critérios para a regularização fundiária,


priorizando as áreas mais precárias, especialmente as Zonas Especiais de
Interesse Social.

b. O Poder Executivo promoverá a regularização fundiária nos assentamentos


humanos em terras públicas do Município e prestará apoio de assistência
jurídica e técnica gratuita à população de baixa renda para requerer o uso
coletivo de propriedade urbana ocupada pelo prazo mínimo de cinco anos.

61
RELATÓRIO DO PLANO DIRETOR DE ITACARÉ

c. O direito à posse da terra deverá ser reconhecido aos ocupantes de


assentamentos em terrenos municipais, na forma de lei, desde que não
situados:

1. em áreas de uso comum do povo;

2. em áreas destinadas a projeto de urbanização;

3. em áreas protegidas pela legislação ambiental, em desconformidade com


os critérios específicos de conservação ou preservação;

4. em vias existentes ou em áreas previstas para implantação destas;

5. em áreas de risco à vida humana ou ambiental, de acordo com parecer do


órgão municipal competente.

d. Não são passíveis de urbanização e regularização fundiária os


assentamentos localizados:

1. nas áreas de servidão pública do sistema viário, redes de abastecimento


de água, esgotos, energia elétrica de alta tensão;

2. nas áreas reservadas para realização de obras ou implantação de planos


urbanísticos de interesse coletivo;

3. nas áreas de alto risco para a segurança;

4. nas áreas discriminadas para preservação ambiental.

Demarcação Urbanística

O Poder Executivo, para fins de regularização fundiária de interesse social poderá lavrar auto de
demarcação urbanística, com base no levantamento da situação da área a ser regularizada e na
caracterização da ocupação.

O auto de demarcação urbanística deve ser instruído com:

I – planta e memorial descritivo da área a ser regularizada, nos quais constem suas medidas perimetrais,
área total, confrontantes, coordenadas preferencialmente georeferenciadas dos vértices definidores de
seus limites, bem como seu número de matrícula ou transcrição e a indicação do proprietário, se houver;

II – planta de sobreposição do imóvel demarcado com a situação da área constante no registro de


imóveis; e

III – certidão da matrícula ou transcrição da área a ser regularizada, emitida pelo registro de imóveis, ou,
diante de sua inexistência, das circunscrições imobiliárias anteriormente competentes.

Na possibilidade de a demarcação urbanística abranger área pública ou com ela confrontar, o Poder
Executivo deverá notificar previamente os órgãos responsáveis pela administração patrimonial dos
demais entes federados, para que informem se detêm a titularidade da área, no prazo de 30 (trinta) dias.

Na ausência de manifestação no prazo previsto, o Poder Executivo dará continuidade à demarcação


urbanística.

62
RELATÓRIO DO PLANO DIRETOR DE ITACARÉ

O poder público poderá propor a alteração do auto de demarcação urbanística ou adotar qualquer outra
medida que possa afastar a oposição do proprietário ou dos confrontantes à regularização da área
ocupada.

Havendo impugnação apenas em relação à parcela da área objeto do auto de demarcação urbanística, o
procedimento seguirá em relação à parcela não impugnada.

A partir da averbação do auto de demarcação urbanística, o poder público deverá elaborar o projeto
previsto e submeter o parcelamento dele decorrente a registro.

Após o registro do parcelamento, o Município concederá título de legitimação de posse aos ocupantes
cadastrados, nos termos da Lei nº 11.977, de 7 de julho de 2009.

O título será concedido preferencialmente em nome da mulher e registrado na matrícula do imóvel.

Estudo de Impacto de Vizinhança e Impacto Visual

O Conselho da Cidade, o Conselho Municipal de Meio Ambiente e entidades não-governamentais


poderão solicitar o prévio Estudo de Impacto de Vizinhança nos procedimentos relativos a licenciamento
de atividades que possam afetar a drenagem, as redes de água, de esgoto, de energia elétrica e de
telecomunicações e causar significativo aumento de tráfego.

O EIV deverá ser executado de forma a contemplar os efeitos positivos e negativos do empreendimento
ou atividade quanto à qualidade de vida da população residente na área e suas proximidades, incluindo a
análise, no mínimo, das seguintes questões:

 adensamento populacional;

 presença de equipamentos urbanos e comunitários;

 uso e ocupação do solo;

 valorização imobiliária;

 geração de tráfego e demanda por transporte público;

 ventilação e iluminação;

 paisagem urbana e patrimônio natural e cultural.

O EIV também contemplará o impacto visual dos novos empreendimentos, tendo em vista as Zonas de
Proteção Visual (ZPV), e as linhas do relevo e da vegetação.

A elaboração do EIV não substitui a elaboração e a aprovação de estudo prévio de impacto ambiental
(EIA), requeridas nos termos da legislação ambiental.

O Estudo de Impacto de Vizinhança poderá ser realizado pelo Poder Executivo ou pelo interessado e
deverá ser apreciado pelo Conselho da Cidade. Dar-se-á publicidade aos documentos integrantes do EIV,
que ficarão disponíveis para consulta por qualquer interessado.

Foram apontados como geradores de impacto de vizinhança, dentre outros previstos na legislação
ambiental, as instalações de:

 indústrias;

 hidrelétricas;

63
RELATÓRIO DO PLANO DIRETOR DE ITACARÉ

 campo de pousos;

 complexos turísticos;

 igrejas e templos religiosos;

 auditórios para convenções, congressos e conferências, espaços e


edificações para exposições e para shows;

 escolas, centros de compras, mercados;

 estádios;

 autódromos, velódromos e hipódromos;

 aterros sanitários e estações de transbordo de lixo;

 casas de detenção e penitenciárias;

 postos de gasolina;

 terminais rodoviários urbanos e interurbanos;

 estacionamentos para veículos de grande porte;

 jardim zoológico, parques de animais selvagens, ornamentais e de


lazer;

 hospitais;

 aquisição do direito de construir, mediante outorga onerosa.

ASSISTÊNCIA TÉCNICA E JURÍDICA ÀS POPULAÇÕES DE BAIXA RENDA

O Poder Executivo deverá promover assistência técnica e jurídica gratuitas, diretamente, ou mediante
convênio com instituições de ensino, organizações não governamentais ou com associações
profissionais, às pessoas de baixa renda e entidades representativas.

O assessoramento técnico e jurídico gratuito deverá preceder e acompanhar os projetos de regularização


fundiária para efeito de titulação, na forma da Lei específica, os processos de desapropriações e as
relocações de famílias que estejam ocupando áreas de risco à vida humana ou ambiental.

Lei específica deverá estabelecer as condições em que se dará o referido assessoramento, devendo
abranger, no mínimo:

a. a orientação técnica para:

1. elaboração de projeto, a implantação e construção de edificações;

2. debates sobre o Plano Diretor, os planos urbanísticos e os programas e


projetos a serem realizados; e

3. discussão dos projetos da Lei do Plano Plurianual (PPA), da Lei de


Diretrizes Orçamentárias (LDO) e da Lei Orçamentária Anual (LOA);

b. a orientação jurídica e defesa dos direitos individuais e coletivos para a regularização fundiária.

64
RELATÓRIO DO PLANO DIRETOR DE ITACARÉ

INSTRUMENTOS TRIBUTÁRIOS E FINANCEIROS

Disposições Gerais

São instrumentos tributários e financeiros da política de desenvolvimento urbano:

a. o Imposto sobre a Propriedade Predial e Territorial Urbana (IPTU)


progressivo no tempo;

b. a Contribuição de Melhoria;

c. incentivos e benefícios fiscais e financeiros;

d. a instituição do Fundo Municipal de Desenvolvimento Urbano e do Fundo


Municipal de Habitação de Interesse Social.

Os instrumentos mencionados regem-se pela legislação que lhes é própria.

Fundo Municipal de Desenvolvimento Urbano

A Lei que aprovar o PDU deverá instituir o Fundo Municipal de Desenvolvimento Urbano, para viabilizar o
funcionamento do Sistema Municipal de Planejamento e Desenvolvimento Urbano, programas, projetos
e ações decorrentes dessa lei, constituído pelos seguintes recursos:

a. dotações orçamentárias;

b. créditos suplementares a ele destinados;

c. recursos decorrentes da contribuição de melhoria e da aplicação de


outros instrumentos da política urbana;

d. produto das multas administrativas por infrações às normas sobre obras,


uso e ocupação do solo ou das condenações judiciais delas decorrentes;

e. rendimentos, de qualquer natureza, que venha a auferir como


remuneração decorrente de aplicações de seu patrimônio;

f. resultantes de doações, contribuições em dinheiro, valores, bens móveis


e imóveis, que venha a receber de pessoas físicas ou jurídicas;

g. provenientes de ajuda e de cooperação internacionais;

h. provenientes de acordos, convênios, contratos e consórcios;

i. provenientes de contribuições, subvenções e auxílios;

j. provenientes de operações de crédito destinadas ao desenvolvimento de


planos, programas e projetos de desenvolvimento urbano;

k. outras receitas eventuais.

65
RELATÓRIO DO PLANO DIRETOR DE ITACARÉ

Os recursos orçamentários ou não do Fundo Municipal de Desenvolvimento Urbano deverão ser


depositados em conta especial a ser aberta e mantida em instituição financeira.

A movimentação da conta especial somente poderá ser feita através de cheques nominais ou de ordens
de pagamento aos beneficiários.

Os atos de gestão orçamentária, financeira e patrimonial relacionados com o Fundo Municipal de


Desenvolvimento Urbano deverão ser praticados por servidores designados pelo Prefeito, observadas as
diretrizes fixadas pelo Conselho da Cidade.

66
RELATÓRIO DO PLANO DIRETOR DE ITACARÉ

TITULO V - SISTEMA MUNICIPAL DE PLANEJAMENTO E

GESTÃO PARTICIPATIVA

ESTRUTURA

A Lei do PDU deverá instituir o Sistema Municipal de Planejamento e Gestão Participativa, para
assegurar a participação da sociedade no processo de planejamento da Sede e núcleos urbanos, com os
objetivos de:

a. identificar as necessidades prioritárias de intervenção pública;

b. fornecer os subsídios necessários para a definição de diretrizes gerais


da política de desenvolvimento urbano;

c. estabelecer os meios de operacionalização do Plano Diretor e de sua


atualização e revisão, no prazo de dez anos;

d. fornecer subsídios para a elaboração de programas e projetos


executivos;

e. possibilitar a participação dos cidadãos e de suas organizações


representativas no planejamento municipal e na formulação, controle e
avaliação de políticas, planos e decisões administrativas;

O Sistema Municipal de Planejamento e Gestão Participativa deverá ser composto pelos seguintes órgãos
e entidades:

a. a Secretaria de Planejamento, como órgão coordenador e executor;

b. órgãos de planejamento setorial;

c. os organismos de gestão participativa legalmente instituídos:

1. Conselho da Cidade;

2. Conselho Municipal de Meio Ambiente.

Deverão ser convidados para presenciar as reuniões dos Conselhos os representantes dos organismos
das esferas federais e estaduais, em especial da APA Itacaré Serra grande, representantes do Ministério
Público e do Poder Legislativo.

O Sistema Municipal de Planejamento e Gestão Participativa deverá ter como suporte:

a. o Centro de Informações; e

b. o Fundo Municipal de Desenvolvimento Urbano.

Secretaria de Planejamento

Competirá à Secretaria de Planejamento, sem prejuízo das outras competências que lhe são atribuídas
por lei:

67
RELATÓRIO DO PLANO DIRETOR DE ITACARÉ

a. coordenar os processos de elaboração do planejamento estratégico,


do Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano – PDDU, do Plano Plurianual -
PPA, da Lei de Diretrizes Orçamentárias – LDO e da Lei Orçamentária Anual –
LOA;

b. assessorar as Secretarias Municipais no desempenho de suas


competências organizacionais e na elaboração do planejamento estratégico e
dos planos municipais estruturantes da atuação de cada unidade;

c. implementar as ações voltadas para a mobilização popular e


participação da comunidade no processo de elaboração do planejamento
municipal, acompanhamento os mecanismos adotados para a efetividade da
participação popular na gestão pública municipal, mediante a realização de
conferências municipais, audiências públicas, grupos de escuta social, para
validação dos processo de planejamento participativo junto aos órgãos
federais, estaduais e municipais;

d. fomentar os arranjos institucionais e estratégicos para a gestão


estratégica do planejamento para o atendimento dos objetivos de governo,
consoante as proposições do PPA e do PDDU;

e. efetuar a coleta, sistematização e disseminação de dados das


secretarias municipais, mantendo atualizado um banco de dados de
informações técnicas e sócio-econômicas;

f. coordenar as ações voltadas para o levantamento de informações e


elaboração de mapas por meio de georeferenciamento e geoprocessamento,
articulando com as demais Secretarias os demais estudos estatísticos e
econômicos de viabilidade técnica necessários para elaboração de projetos.

Deverão ser criados, na estrutura da Secretaria de Planejamento, os seguintes novos Departamentos:

1. Departamento de Acompanhamento do Plano Diretor;


2. Departamento de Regularização Fundiária

As competências, cargos e funções dos novos Departamentos serão instituídos em lei específica.

Órgãos de Planejamento Setorial

O órgão responsável pelo planejamento ambiental e demais órgãos setoriais de planejamento da


administração municipal deverão articular-se com a Secretaria de Planejamento para orientar o
planejamento de seus programas e projeto e a execução de suas ações, para atender as diretrizes do
Plano Diretor.

Conselho da Cidade

O Conselho da Cidade, colegiado com caráter consultivo e deliberativo, deverá ser composto por:

 representantes do Poder Executivo municipal;

68
RELATÓRIO DO PLANO DIRETOR DE ITACARÉ

 administradores distritais e dos núcleos urbanos ou representantes dos


núcleos urbanos, compreendendo, no mínimo, um representante de cada
um dos Distritos;

 representantes de entidades com finalidade econômicas;

 representantes de entidades sem finalidade econômica.

Deverão ser convidados para as reuniões do Conselho da Cidade:

 representantes do Ministério Público;

 representantes de entidades estaduais e federais prestadoras de serviços


públicos, atuantes no Município; com escritório local.

Deverão ser conferidas ao Conselho da Cidade, as seguintes competências:

I - avaliar a execução do Plano Diretor, seus planos específicos,


programas e projetos e redirecionar suas diretrizes;

II - aprovar os projetos estratégicos e de impacto para o


desenvolvimento da Sede e núcleos urbanos, a partir da aprovação do
Plano Diretor;

III - realizar debates públicos sobre o planejamento e


desenvolvimento urbano, com as organizações representativas de
bairros e núcleos urbanos;

IV - acompanhar a movimentação e aprovar as contas do Fundo de


Desenvolvimento Urbano;

V - promover, a cada dois anos, com o apoio da Secretaria de


Desenvolvimento Urbano, a Conferência da Cidade;

VI - emitir parecer sobre:

a) compatibilidade da legislação orçamentária, com as diretrizes e


projetos estratégicos do Plano Diretor;

b) projetos de lei, planos e programas de desenvolvimento urbano,


bem como os projetos de iniciativa popular;

VII - avaliar propostas para a revisão e atualização do Plano Diretor.

O Conselho da Cidade deverá ter a capacidade de coordenação e regulação, ao mesmo tempo em que
deverá promover os meios para elevar o peso da participação da sociedade civil e das iniciativas não
governamentais, no processo de desenvolvimento do Município, sempre em consonância com os
princípios e propostas apresentadas no Plano Diretor.

Quando houver potencial de significativo impacto ambiental, nos assuntos sob sua deliberação, o
Conselho da Cidade, encaminhará os processos sob sua apreciação ao Conselho Municipal do Meio
Ambiente.

O regimento do Conselho da Cidade deverá ser aprovado por ato do Poder Executivo.

69
RELATÓRIO DO PLANO DIRETOR DE ITACARÉ

O Conselho da Cidade poderá formar comissões temáticas para estudar e proferir pareceres sobre
assuntos específicos, com base nas diretrizes do Plano Diretor, inclusive para acompanhamento e de
impulsão de projetos estratégicos aprovados por esta Lei, atendendo aos seguintes objetivos:

I- promover a articulação entre o Poder Público e os setores privados,


definindo as respectivas responsabilidades e atribuições para a
implementação dos projetos estratégicos aprovados por esta Lei;

II - garantir a continuidade da implementação dos projetos estratégicos,


face às mudanças nos Poderes Legislativo e Executivo;

III - compatibilizar o conhecimento técnico das análises dos programas e


projetos com a experiência e visão política das demandas sociais na escolha
de novos projetos; e

IV - fornecer indicações à Câmara Municipal para assegurar que os


projetos estratégicos sejam contemplados na proposição das leis
orçamentárias.

A cada dois anos, o Conselho da Cidade promoverá audiência pública, tendo como objetivos dar
conhecimento à população do andamento do Plano Diretor e a aplicação de suas diretrizes, apontar
modificações a serem feitas no planejamento e na execução do Plano Diretor; e discutir problemas e
apontar novas alternativas de desenvolvimento para o Município.

Conselho Municipal do Meio Ambiente

Caberá ao Conselho Municipal do Meio Ambiente, sem prejuízo das demais competências que lhe forem
dadas por lei, opinar sobre o planejamento, o parcelamento e o controle do uso e ocupação do solo,
quando houver potencial de significativo impacto ou degradação ambiental e sobre o estímulo à
utilização, nos parcelamentos do solo e nas edificações urbanas, de sistemas operacionais, padrões
construtivos e aportes tecnológicos que objetivem a redução de impactos ambientais e a economia de
recursos naturais.

70
RELATÓRIO DO PLANO DIRETOR DE ITACARÉ

SISTEMA MUNICIPAL DE INFORMAÇÕES

Deverá ser criado o Sistema Municipal de Informações, vinculado à Secretaria de Planejamento, onde
serão consolidadas as informações básicas para o planejamento da Sede e dos núcleos urbanos,
compreendendo as informações básicas para o planejamento urbano da sede, sedes distritais e demais
núcleos urbanos, em especial:

 Relatório Final do Plano Diretor;

 Cadastro Imobiliário Urbano;

 Plantas do Município;

 Registro histórico-fotográfico municipal;

 Lei do Plano Plurianual, de Diretrizes Orçamentárias e do Orçamento


Anual;

 informações ambientais da Região, incluindo as informações sobre


unidades de conservação criadas por qualquer esfera de governo;

 legislação do Plano Diretor;

 informações sobre a estrutura e o funcionamento da Administração


municipal..

O Poder Executivo permitirá o acesso do público ao Sistema Municipal de Informações, na forma de


Regulamento.

Em cada uma das Secretarias Municipais serão indicados prepostos que fornecerão as informações e
responderão pela implementação das medidas e providências determinadas pelo Chefe do Executivo
para o Sistema Municipal de Informações.

71
RELATÓRIO DO PLANO DIRETOR DE ITACARÉ

TITULO VI - PROGRAMAS E PROJETOS ESTRATÉGICOS

São projetos estratégicos a serem realizados prioritariamente, quando obtidos recursos:

1. “NOVA ORLA”, com planejamento, reforma e construção de acessos,


substituição de barracas, saneamento, paisagismo equipamentos para uso
público e outros serviços;

2. “BAIRRO PLANEJADO”, com planejamento de novas áreas


habitacionais, construção de porto seco, mercado de venda de produtos
hortigrangeiros, shopping centers ou outros equipamentos de grande porte,
estádio, Jardim Botânico, posto de saúde, escola e creche;

3. “PISTA DE POUSO”, com escolha, aprovação e construção de nova


pista de pouso;

4. “NOVA RODOVIÁRIA”, com a construção de nova rodoviária no Km 6 e


reforma da atual rodoviária como terminal de transporte urbano;

5. "ESTRADAS-PARQUE", com a relocação parcial ou total dos muros


construídos à beira das Rodovias, plantio de árvores e outras espécies
conforme projeto de arborização e controle da poluição visual;

6. “VIA PITUBA”, com a priorização do trânsito de pedestres, definição


das calçadas, construção do calçadão, com normas restritivas para acesso para
veículos e pavimentação das saídas laterais para a Concha e para o Centro;

7. “ITACARÉ, EXCELÊNCIA EM SAÚDE”, com a construção de Hospital


Municipal, com 70 leitos, atendendo aos padrões e dimensionamento
adequados às necessidades da população local e dos visitantes, com a
perspectiva de implantação de UTI, e reforma do hospital de Taboquinhas,
com aquisição de equipamentos e materiais para o funcionamento de um
centro cirúrgico especializado em cirurgias eletivas e implantação de centro
médico e odontológico, para atendimentos especializados;

8. “ITACARÉ SUSTENTÁVEL”, implantação total dos serviços de água,


esgotamento sanitário, drenagem e tratamento de resíduos sólidos, em
especial, a escolha do local, mediante estudos e licenciamento ambiental, e
construção da central de tratamento de resíduos sólidos (CTRS), erradicação
do lixão e melhora do sistema de limpeza urbana;

9. “ITACARÉ HISTÓRICA”: caracterização de um corredor histórico, com a


reforma das casas e estabelecimentos comerciais;

10. “ORLA DOS EVENTOS”, destinada a eventos turísticos, museus


náuticos, aquários e outros equipamentos, com a criação de um caminho não
pavimentado para pedestres e pequenos veículos e retorno da balsa para
travessia do Rio de Contas.

72
RELATÓRIO DO PLANO DIRETOR DE ITACARÉ

TITULO VII - DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS

A elaboração, pelo órgão competente, dos Planos Plurianuais, das Leis de Diretrizes Orçamentárias e dos
Orçamentos Anuais, deve refletir obrigatoriamente as diretrizes estabelecidas na Lei do PDU.

Além disto, a Lei de Diretrizes Orçamentárias, o Plano Plurianual e as Leis Orçamentárias Anuais serão
adaptadas para possibilitar a execução dos programas constantes nessa Lei.

REVISÃO

O Poder Executivo deverá promover a revisão e atualização do Plano Diretor a cada dez anos, após a sua
aprovação pela Câmara Municipal.

O Plano Diretor poderá sofrer complementações e ajustamentos, antes do prazo estabelecido.

Uma vez efetuadas a revisão e atualização do Plano Diretor, serão revistos e atualizados os planos
setoriais e os planos urbanísticos para subunidades espaciais ou áreas especiais assim designadas no
Plano Diretor que tenham parte, ou a totalidade de seus conteúdos, afetados pelas novas proposições.

O processo de revisão e de atualização do Plano Diretor deverá ser precedido de ampla mobilização da
sociedade, formando-se um grupo de trabalho com representação da administração pública e da
sociedade para o fornecimento de contribuições e monitoramento dos trabalhos durante todo o
processo, devendo o referido grupo ser extinto quando da aprovação da revisão.

O material produzido para a revisão deverá ser disponibilizado com antecedência mínima de quinze dias
para discussão em audiências públicas.

Não são consideradas revisões do Plano Diretor e far-se-ão:

I - mediante decreto do Poder Executivo, ouvido o Conselho da Cidade:

a) a declaração ou revisão de faixa de preservação permanente


excedente ao exigido pela legislação federal;

b) a declaração de tombamento de bem imóvel;

c) a declaração de árvore como imunes ao corte;

d) a definição de empreendimentos de impacto;

e) a definição das atividades potencialmente geradoras de poluição de


qualquer espécie;

II - mediante decisão do Conselho da Cidade, homologada por ato do Poder


Executivo:

a) a identificação de edificações, obras e monumentos de interesse de


preservação;

b) o estabelecimento de parâmetros urbanísticos complementares, não


previstos nesta Lei.

73
RELATÓRIO DO PLANO DIRETOR DE ITACARÉ

. As revisões do Plano Diretor não se aplicam aos processos administrativos em curso nos órgãos técnicos
municipais, salvo disposição em contrário no texto da revisão.

Não são consideradas revisões do Plano Diretor os atos que tenham por objeto:

I - a regulamentação das normas desta Lei;

II - a aprovação de programas e projetos governamentais;

III - as decisões exaradas em processos administrativos:

a) de aprovação de projetos e licenciamento de construção de edificações;

b) a implantação de usos considerados especiais;

c) o enquadramento das atividades como de uso permitido, tolerado ou


proibido;

d) os atos e decisões referentes ao parcelamento do solo.

VIGÊNCIA

A Lei do PDU deverá entrar em vigor na data de sua publicação, e revogar a:

1. Lei n° 72, de 31 de agosto de 1993, que dispõe sobre o uso de ocupação


de solo no município de Itacaré;

2. Lei nº 191, de 2 de novembro de 2003, que dispõe sobre a


institucionalização do Plano de Referência Urbano Ambiental de Itacaré.

3. Lei nº 254, de 2009, que cria Zonas Especiais de Interesse Social.

74
RELATÓRIO DO PLANO DIRETOR DE ITACARÉ

ANEXO I – PLANTAS

75
RELATÓRIO DO PLANO DIRETOR DE ITACARÉ

ANEXO II - DESCRIÇÃO DOS PERÍMETROS URBANOS

76
RELATÓRIO DO PLANO DIRETOR DE ITACARÉ

ANEXO III - QUADROS

77
RELATÓRIO DO PLANO DIRETOR DE ITACARÉ

ANEXO IV – ATUALIZAÇÕES DO RELATÓRIO ANALÍTICO

QUADROS

Os quadros apresentados no Relatório de 2006, Cenário Analítico, foram atualizados e abaixo estão,
quadro a quadro, as atualizações necessárias para o entendimento da situação de Itacaré.

QUADRO 1 – EVOLUÇÃO DEMOGRÁFICA DA ZONA CACAUEIRA – ITACARÉ, CENTROS E


SUB-CENTROS REGIONAL 2010

Dados demográficos 2010


Cidades
POP. TOTAL POP. URBANA POP. RURAL

Centro Itacaré 24.318 13.642 10.676

Ibicaraí 24.272 17.885 6.387

Sub- centros: Coaraci 20.964 19.130 1.834

Camacan 31.472 24.685 6.787

Ubaitaba 20.691 17.598 3.093

Itabuna 204.667 199.643 5.024


Centros- Regional
Ilhéus 184.236 155.281 28.955

5
Fonte: IBGE/ Censo Demográfico 2010 :

 Obs: Atualizado com dados do CENSO 2010

QUADRO 2 – SÍNTESE DAS POTENCIALIDADES, LIMITAÇÕES E PROBLEMAS


AMBIENTAIS POR GEOREGIÕES EM ITACARÉ.
 Obs: Não há dados mais recentes, que possam ser adicionados.

QUADRO 3- UNIDADES DE CONSERVAÇÃO QUE INTEGRAM O MUNICÍPIO.


 Obs: Não há dados mais recentes, que possam ser adicionados.

QUADRO 4 - POTENCIALIDADES E PROBLEMAS AMBIENTAIS DO MUNICÍPIO DE


ITACARÉ.
 Obs: Não há dados mais recentes, que possam ser adicionados.

5
Fonte: IBGE, Censo Demográfico 2010. http://www.censo2010.ibge.gov.br/

78
RELATÓRIO DO PLANO DIRETOR DE ITACARÉ

Quadro 5 – Evolução da população de Itacaré 1970 - 2010

Quadro 5 -

Período TAXA DE CRESCIMENTO


1970 1980 1991 1996 2000 2010 70/ 91/9 96/0 00/
80/90
Área 80 6 0 10
Pop. Urbana 0,2 10,5
1.701 1.764 2.324 2.984 5.712 - 2,9 17,6
(Sede) 6 1

Pop. Urbana 929 1.386 1.951 2.111 2.239 - 3,4 4,7 1,5 1,5
( Taboquinhas)

Total Urbana 2.630 3.150 4.275 5.095 7.951 13.642

Pop. Rural 11.511 10.425 14.156 11.354 10.676 10.676 -1,2 3,04 -4,4 -2,7

Pop. Total 14.141 13.575 18.431 14.449 18.120 24.318 -0,6 3,07 -2,8 2,45

Fonte: IBGE/Censos -1970/80/91/96/00 – 2010.

 Entre 2000 e 2010, a população de Itacaré teve uma taxa média de crescimento anual de 2,99%. Na
década anterior, de 1991 a 2000, a taxa média de crescimento anual foi de -0,19%.
 No Estado, estas taxas foram de 1,01% entre 2000 e 2010 e 1,01% entre 1991 e 2000. No país,
foram de 1,01% entre 2000 e 2010 e 1,02% entre 1991 e 2000. Nas últimas duas décadas, a taxa de
urbanização cresceu 141,86%.
 O Censo 2010 não diferenciou população da Sede e Taboquinhas.
 A Taxa de Urbanização variou de 23,19% (1991) a 43,88% (2000) e a 56,10 (2010)

QUADRO 6 - EVOLUÇÃO DA POPULAÇÃO DE ITACARÉ 1940/1950/1960


(Fonte: Plano de Desenvolvimento Municipal, 1985).
 Obs: Ver Atlas do Desenvolvimento Humano – Perfil Itacaré 2013.

QUADRO 7- EVOLUÇÃO DEMOGRÁFICA DO MUNICÍPIO


(Sem fonte citada).
 Obs: Ver Atlas do Desenvolvimento Humano – Perfil Itacaré 2013.

QUADROS 8 - QUANTITATIVOS DE POPULAÇÃO E DOMICÍLIOS DE ITACARÉ - POR


SETORES CENSITÁRIOS – RURAL, URBANO E TOTAL.
 Obs: No IBGE, CENSO de 2010 não houve discriminação quantitativa da População e Domicílios de
Itacaré - por Setores Censitários – Rural, Urbano e total para os distritos Sede e o de Taboquinhas.

79
RELATÓRIO DO PLANO DIRETOR DE ITACARÉ

QUADRO 9- PROJEÇÃO DA POPULAÇÃO E DOMICÍLIOS ITACARÉ – SEDE E


TABOQUINHAS.
 Obs: Não há necessidade de alteração.

QUADRO 10 - DEMANDA DE ÁREAS PARA ATENDER A PROJEÇÃO POPULACIONAL


ITACARÉ / SEDE – 2.004/2.024
 Obs: Não há necessidade de alteração.

QUADRO 11- DEMANDA DE ÁREAS PARA ATENDER A PROJEÇÃO POPULACIONAL


ITACARÉ / TABOQUINHAS – 2.004/2.024.
 Obs: Não há necessidade de alteração.

QUADRO 12- EVOLUÇÃO DA OFERTA DE LEITOS EM ITACARÉ- BA. PERÍODO: 2002 HÁ


2010.

(Fonte: Bahiatursa).

 Obs: Os dados da Bahiatursa não estão atualizados

QUADRO 13- PROJEÇÃO DA POPULAÇÃO FLUTUANTE EM ITACARÉ.


 Obs: Não há necessidade de alteração (Período: 2000/2003/2023).

QUADRO 14: POPULAÇÃO POR IDADE 2000


 Obs: Atualizado pelo Censo 2010.
 Obs: No Censo 2010, não houve discriminação da idade por zona urbana e rural.

QUADRO 15: DISTRIBUIÇÃO DE RENDA E RENDA MÉDIA POR SETOR CENSITÁRIO-


2000.
 Obs: O Censo 2010, não houve a distribuição de renda e renda média por setor censitário. Ver Atlas
de Desenvolvimento Urbano – Perfil Itacaré 2013

Quadro 16: Número de matriculas em 2001 (atualizado- fonte IBGE 2012).

Tipo de Escola Escolas públicas Escola pública Escolas públicas Escolas


Total (%)
Tipo de ensino estaduais federal municipais privadas
Ensino
0 Não existente 4295 192 4487 74.9
fundamental
Ensino
609 Não existente 0 0 609 10.2
médio
Ensino
0 Não existente 838 56 894 14.9
pré-escolar
Total de matrículas 2012 5990 100

Fonte: (1) Ministério da Educação, Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais - INEP - Censo Educacional 2012. NOTA:
Atribui-se zeros aos valores dos municípios onde não há ocorrência da variável.

80
RELATÓRIO DO PLANO DIRETOR DE ITACARÉ

QUADRO 17: EVOLUÇÃO DA POPULAÇÃO DE ITACARÉ – URBANA, RURAL, TOTAL


1996/2010
 (Atualizada para 2010).

Período

2010 % sobre o total


Área

Total Urbana 13.642 56,1

Pop. Rural 10.676 43,9

Pop. Total 24.318 100

Fonte: IBGE, Censo Demográfico 2010. "http://www.censo2010.ibge.gov.br

QUADRO 18: POPULAÇÃO RESIDENTE SEGUNDO O GRUPO DE IDADE URBANO E


RURAL.
 Obs: No Censo 2010, não houve discriminação da idade da população por zona urbana e rural.

QUADRO 19: VALOR DA PRODUÇÃO DAS CULTURAS TEMPORÁRIAS E PERMANENTES.

Tipo de cultivo Cultivos 1999 2000 2011


Mandioca 328 58 432
Temporárias Abacaxi - - 476
Milho (em grão) - - 40
Banana (cacho) 20 6 5.760
Cacau (em amêndoa) 4.752 1.350 1.7062
Coco-da-baia 1.584 1.350 0,36
Permanentes Café (em grão) - - 140
Dendê (cacho de coco) - - 14
Mamão - - 240
Borracha (látex coagulado) - - 345

(Fonte: IBGE-SEI e IBGE, Produção Agrícola Municipal 2011. Rio de Janeiro: IBGE, 2012).

 Nota 1: (-) atribui-se aos valores dos municípios onde, por arredondamento, os
totais não atingem a unidade de medida.
 Nota 2: a tabela esta em R$ 1.000,00 - Preços correntes.

QUADRO 20: ÁREA PLANTADA DAS CULTURAS TEMPORÁRIAS E PERMANENTES.

Tipo de cultivo Cultivos 1999 2000 2011


Mandioca 78 8 240
Temporárias
Abacaxi - - 50

81
RELATÓRIO DO PLANO DIRETOR DE ITACARÉ

Milho (em grão) - - 70


Banana (cacho) 25 8 500
Cacau (em amêndoa) 14.616 15.337 1.3000
Coco-da-baia 466 815 800
Permanentes Café (em grão) - - 160
Dendê (cacho de coco) - - 20
Mamão - - 20
Borracha (látex coagulado) - - 50

(Fonte: IBGE-SEI e IBGE, Produção Agrícola Municipal 2011. Rio de Janeiro: IBGE, 2012).

Nota 1: (-) atribui-se aos valores dos municípios onde, por arredondamento, os totais não
atingem a unidade de medida.

Nota 2: a tabela esta em Ha.

QUADRO 21: QUANTIDADE PRODUZIDA DAS CULTURAS TEMPORÁRIAS E


PERMANENTES.

Tipo de cultivo Cultivos Unidade 1999 2000 2011


Mandioca t 11.170 128 2.880
Temporárias Abacaxi T - - 50
Milho (em grão) T - - 700
Banana (cacho) Mil cachos 25 26 9000
Cacau (em amêndoa) T 2.611 675 3250
Coco-da-baia Mil frutos 2.530 1.481 7200
Permanentes Café (em grão) T - - 39
Dendê (cacho de coco) T - - 60
Mamão T - - 320
Borracha (látex coagulado) T - - 144

(Fonte: IBGE-SEI e IBGE, Produção Agrícola Municipal 2011. Rio de Janeiro: IBGE, 2012).

Nota 1: (-) atribui-se aos valores dos municípios onde, por arredondamento, os totais não atingem a
unidade de medida.

QUADRO 22: POSSE NA TERRA NO MUNICÍPIO- 1995


 Obs: Não há necessidade de alteração, sem dados recentes no IBGE.

QUADRO 23: ESTRUTURA FUNDIÁRIA NO MUNICÍPIO -1995


 Obs: Não há necessidade de alteração, sem dados recentes no IBGE.

82
RELATÓRIO DO PLANO DIRETOR DE ITACARÉ

QUADRO 24: EFETIVO PECUÁRIO DO MUNICÍPIO

Rebanho 2000 Efetivo 2010 Efetivo


Bovinos 2.920 2.890
Asininos 26 5
Muares 800 940
Equinos 600 750
Suínos 720 980
Ovinos 280 410

Fonte: IBGE, Produção da Pecuária Municipal 2011. Rio de Janeiro: IBGE, 2012.

QUADRO 25: QUANTIDADE PRODUZIDA E VALOR DA PRODUÇÃO DE LEITE NO


MUNICÍPIO

Anos Produção (litros) Valor R$ 1.000


2000 96.000 52.690
2011 22.000 187.000

Fonte: IBGE, Produção da Pecuária Municipal 2011. Rio de Janeiro: IBGE, 2012.

 Obs: atualizado para 2012)

QUADRO 26: PRODUTOS EXTRATIVOS NATIVOS.

Valor Valor Valor


1999 2000 2011
Produto Unidade R$ R$ R$
Quantidade Quantidade Quantidade
1.000 1.000 1.000
Madeira - Lenha M3 2.100 2 500 1 165 2
Madeira em tora M3 730 7 120 1 23 1
Madeira – carvão
t - - - - 1 2
vegetal
Piaçava- fibra t 36 32 38 38 48 111

Fonte: IBGE, Produção da Extração Vegetal e da Silvicultura 2011. Rio de Janeiro: IBGE, 2012.

 Obs: atualizado para 2012


QUADRO 27: FINANCIAMENTO RURAL


 Obs: Sem informações, mas não é relevante para a elaboração das propostas do PDU.

83
RELATÓRIO DO PLANO DIRETOR DE ITACARÉ

QUADRO 28: LINHAS INTERMUNICIPAIS


 Obs: Em virtude da nova estrada via Camamu, novas rotas novas foram adicionadas. Verificação
disponível na Internet.

QUADRO 29: NÚMERO DE MATRICULAS POR REGIÃO URBANA E RURAL.


 Obs: No Censo 2010, não houve discriminação do numero de matriculas por região urbana e rural.

Todos os demais quadros foram considerados desnecessários para fins de atualização, diante do Censo
2010, do Atlas de Desenvolvimento Urbano, publicado pelo IBGE em 2013, juntado este documento e diante
da perspectiva de que cada setor elaborará seu plano municipal setorial, a exemplo do plano municipal de
saneamento básico, plano de educação, plano de cultura e plano de saúde, plano de transportes e outros
exigidos pelo governo federal.

CORREÇÕES

3- Caracterização Eco-Ambiental (pág 18 a 28)

• No ítem 3.2 pág 18, trocar 746km² por 732Km² de acordo com o ultimo estudo do IBGE em 2010.

• No parágrafo 5º da pág 19, sugiro avaliar o contexto histórico (datas) com relação a crise do cacau e
o início do turismo em massa de Itacaré.

• No 7º parágrafo da pág 19, esse desmatamento para fins pastoris não aconteceu, todo o
desmatamento que teve nessa área ou foi para a introdução de plantios de coco ou agricultura de pequeno
porte ou para especulações imobiliárias e construções de algum tipo de equipamento para atendimento ao
turista.

• No 8º parágrafo, as considerações feitas com relação ao entorno da sede municipal foi baseada em
informações do PRUA.

• No 6º parágrafo da pág 20, confirmar a informação de que polpa de cacau é matéria prima para
produzir adubo orgânico.

• No 8º parágrafo da pág 20, acrescentar que o município não possui nenhum tipo de exploração
mineral legalmente autorizada, havendo a ocorrências de explorações clandestinas de areia no seu
território.

• No 9º parágrafo da pág 20, acrescentar as localidades do Apertado e Porto Novo.

• No 3º parágrafo da pág 21, as áreas consideradas em estado desestabilizado e degradados foram


verificadas na foto aérea georeferenciada.

• No 5º parágrafo da pág 21, a porcentagem não corresponde.

• No 9º parágrafo da pág 21, alterar de 18 anos para 28 anos a afirmação da CEPLAC sobre
desmatamento.

84
RELATÓRIO DO PLANO DIRETOR DE ITACARÉ

• No 1º parágrafo da pág 22, acrescentar a intervenção em áreas de APP com plantações de cacau,
como também o método de plantação de cacau na derruba total da mata e a introdução de árvores exóticas
para sombreamento.

• No 2º parágrafo da pág 22, ressaltar que é o cacau na forma de cabruca que foi responsável pela
conservação da biodiversidade.

• No 4º parágrafo da pág 22, este parágrafo deve ser atualizado com o surgimento de alternativas de
novas culturas e atividades que estão sendo desenvolvidas (aqüicultura, seringa entre outras) e as novas
tecnologias aplicadas na cultura do cacau, na qual estão tendo resultados satisfatórios.

• No 6º parágrafos da pág 22, acrescentar a localidade do João Rodrigues.

• No 8º parágrafo da pág 22, tem alguns erros de nomenclaturas dos nomes dos rios, excluir o rio
Sargi (não está no município) e acrescentar o rio Patizeiro.

• No 1º parágrafo da pág 24, atualizar com a não possibilidade da proposta de criação de uma RESEX
pelo fato de haver sido descoberto petróleo e gás na zona marinha, e que atualmente se tem uma proposta
de RDS (Reserva Desenvolvimento Sustentável).

• No 1º parágrafo da pág 25, inserir o planejamento sustentável para a estrada de Taboquinhas.

• No 2º parágrafo da pág 25, acrescentar o nome de todos os rios do municípios em que há a


presença de manguezal. Estas informações, contudo, não impedem a proposta de descrever
detalhadamente os impactos neste ecossistema a partir de estudos mais detalhados.

• No 3° parágrafo da pág 25, acrescentar o desmatamento ao longo de toda Bacia do Rio de Contas
desde a sua nascente e a poluição por lançamento de esgotos não tratados neste rio por todas as cidades
por onde ele passa. (Toda ação feita a montante da foz do Rio de Contas causa impacto na sua zona
estuarina, na qual está inserida a parte urbana de Itacaré, pelo foi proposto que Itacaré deve participar ou
articular-se com o Comitê de Bacia Hidrográfica.

• No 6º parágrafo da pág 25, excluir a possibilidade da criação da Reserva Extrativista Marinha (não é
possível essa modalidade de UC nesta área pela descoberta de petróleo e gás).

• No 7º parágrafo da pág 25, o detalhadamente todos os pequenos rios que estão sofrendo ação
humana e e tipos de ações (lançamento de esgotos, supressão ou intervenção da mata ciliar, aterramento)
deverão ser identificados em estudos posteriores, para gerar um plano de ação futuro.

• Na pág 27, alterar o item condicionantes por impactos negativos, para uma melhor interpretação.

Agricultura (pág 38 a 41)

• No 7º parágrafo da pág 38, as informações do quadro 12, 13 e 14 não coincidem.

• No 3º parágrafo da pág 39, o estudo faz referencia ao um quadro que não está no trabalho.

• No 3º parágrafo da pág 39, é preciso atualizar o valor do ha. Esta informação, contudo, não altera o
propositivo.

85
RELATÓRIO DO PLANO DIRETOR DE ITACARÉ

• No 9º e 10º parágrafo, enfatizar a expressão da pesca na economia do município fazendo a ligação


entre a pesca e a atividade do turismo desenvolvida em Itacaré. Or o número de pescadores filiados à
Colônica não está atualizado.

• No 11º parágrafo, foi citado a espécie ‘’mero’’ como um dos peixes capturados na pesca, porém o
mesmo está em extinção desde 2002.

• No capítulo da pesca, contextualizar a presença de barcos de outras localidades no qual utilizam a


cidade de Itacaré apenas como apoio e todo produto pescado por esses barcos na costa deste município. O
produto retirado do mar não é comercializado localmente e sim exportado para outras cidades sem deixar
renda na cidade. Outro ponto importante é a pesca de compressor por barcos de fora e o desrespeito ao
defeso de algumas espécies, o qual este último aspecto é praticado por pescadores de fora como também
os pescadores do lugar. Esta observação se reflete no propositivo.

• No 1º parágrafo da pág 40, informar que falta uma fábrica de gelo mais eficiente no município.

• No 2º parágrafo da pág 40, o estudo faz menção a um quadro o qual não consta no trabalho.

• No 2º parágrafo da pág 40, o estudo consta a extração de lenha como uma das atividades mais
importantes do extrativismo. No entanto, esta atividade só é praticada artesanalmente para atender apenas
as necessidades locais.

• No 3º parágrafo da pág 40, acrescentar que atualmente existe a equipe (técnicos agrícolas e
engenheiro agrônomo) da Prefeitura Municipal que atua na área de extensão rural e assistência técnica. .

• No 6º parágrafo da pág 40, as informações sobre as práticas de revitalização da lavoura cacaueira,


devem ser atualizadas pelos interessados.

• No 2º, 3º e 4º parágrafo da pág 41, acrescentar a produção do cacau fino e orgânico.

• No 7º parágrafo atualizar as novas agencias bancárias existentes no município (Bradesco, Caixa


Econômica) e o Banco do Brasil já existente há algum tempo no município. Vale também ressaltar que
muitos créditos agrícolas feitos por produtores de Itacaré foram feitos no Banco do Nordeste em Ilhéus.

6- Organização e Ocupação Do Espaço Territorial (pág 48 a 50)

• • No 5º parágrafo da pág 48, vale atualizar a conexão da BA001 trecho Itacaré-Camamu , o


qual facilitou a chegada ao município principalmente por pessoas que vem de Salvador.

• No 6º parágrafo pág 48, atualizar a população de acordo com o último censo do IBGE de 2010,
que é de 24.318 habitantes.

• No 7º e 8º parágrafo da pág 48, há novas diretrizes que a zona rural de Itacaré vem tomando nos
últimos anos, principalmente pelo surgimento de novas tecnologias na agricultura e pecuária com
diversificação de culturas e práticas agronômicas como também o surgimento de outras atividades como a
aqüicultura e o turismo rural.

• No 2º item da pág 50 que se refere a Macro-Zona II, sugere-se criar núcleos cooperativos, no intuito
de beneficiar a produção de frutas e palmitos.

86
RELATÓRIO DO PLANO DIRETOR DE ITACARÉ

• No 4º item da pág 50 que se refere a Macro-Zona IV sugere-se acrescentar os produtores de


seringa (borracha) e pequenos produtores de melancia na região do Piracanga, além de um resort próximo a
foz do rio Piracanga. Pode-se citar também as comunidades de João Rodrigues, Pancada Grande, Mata
Grande, Matinha e Fojo, que vem produzindo hortaliças que são comercializadas principalmente na zona
urbana de Itacaré.

7- Estrutura Urbana da Sede pág (51 a 58)

• Na pág 53 no parágrafo que se refere ao Bairro da Passagem, é importante ressaltar que esta
localidade vem sofrendo problemas graves com relação a violência e tráfico de drogas.

• Da pág 51 a 58 todas as propostas estão alteradas, face ao crescimento da Cidade, melhor


conhecimento da situação geográfica e das ocupações consolidadas.

8- Corredor Taboquinhas (pág 76 a 85)

• Dda pág 76 a 85 igualmente as propostas estão alteradas, conforme se pode avaliar pelo Relatório
Propositivo..

9- Plano Estratégico (pág 86 a 92)

• No 4º parágrafo da pág 86, os dados com relação aos servidores públicos municipais precisam ser
atualizados; neste parágrafo se refere a um quadro que não consta no plano.

10- Sensibilização e Mobilização Comunitária (pág 93 a 103)

• Este capítulo trata das reuniões e audiências públicas realizadas durante todo o processo de
formatação desta versão do PDUI, onde abrangeu localidades da zona rural e sede.

11- Pontos Fortes de Pontos Fracos (pág 104 a 111)

• No item 11.1.6 da pág 105, acrescentar a ligação Itacaré-Camamu.

• No item 11.1.7 da pág 106, há reformulação deste aspecto levando em conta as novas diretrizes
atuais da zona rural. (Ver Relatório Propositivo).

• No item 11.2.1 da pág 107, acrescentar que as ocupações urbanas desordenadas, em áreas de APP,
a poluição dos cursos hídricos, a pressão imobiliária como novos empreendimentos no entorno da sede
onde existem expressivos remanescentes de mata atlântica, podem ser prejudicados os recursos naturais e
até mesmo o turismo, se estes empreendimentos não forem bem planejados.

• No item 11.2.7 da pág 109, atualizar as informações sobre o êxodo rural nos últimos 5 anos.

87
RELATÓRIO DO PLANO DIRETOR DE ITACARÉ

ANEXO V – OUTRAS INFORMAÇÕES

DIFERENÇAS ENTRE NOMENCLATURA DE ZONEAMENTO

ZONAS DO PDU 2006 ZONAS DO PDU 2007 ZONAS PROPOSTA 2013


CORRESPONDENTES
PRUA
ZCH – Zona do Centro Mantida Não estabelecida, ZCH – Zona do Centro
Histórico ZCH – Zona do Centro fazendo parte do Histórico
Histórico NUC (Núcleo Urbano
Consolidado)
ZCS – Zona de Comércio e Mantida Não estabelecida, ZCS – Zona de Comércio
Serviços ZCS – Zona de Comércio e fazendo parte do e Serviços
Serviços NUC (Núcleo Urbano
Consolidado)
ZIS – Zona de Interesse Mantida Parte do NUC + ZEP 3 ZEIS – Zona de Interesse
Social ZIS Social

ZEX I – Zona de Expansão Mantida e Aumentada Corresponde a Parte ZEX – 1 - Zona de


– Alta Densidade ZEX I – Zona de Expansão da ZOC U, ZEP 2 e Expansão – Alta
– Alta Densidade parte ZT1 Densidade
+ parte da ZEX II, ZTE U + parte da ZEX II, ZTE
U
ZEX II – Zona de Expansão Mantida Corresponde a duas ZEX – 2 - Zona de
– Média Densidade (3) ZEX II – Zona de Expansão partes da ZEP 1 + ZEP Expansão – Média
– Média Densidade 2, ZEP 3, ZTE U Densidade

ZEX III – Zona de Mantida Corresponde a uma ZEX – 3 - Zona de


Expansão – Baixa ZEX III – Zona de Expansão parte da ZEP 1 + ZOC Expansão – Baixa
Densidade – Baixa Densidade U, ZEP 3 Densidade ou
parâmetros a serem
estabelecidos
ZSR – Zona de Serviços Mantida Corresponde a partes ----
Rodoviários ZSR – Zona de Serviços da ZEP I e ZEP II
Rodoviários
ZOC U – Zona de Mantida Corresponde a ZOC U ZOC – Zona de Ocupação
Ocupação Controlada ZOC U – Zona de – ZSR, ZMU, ZEX 1 Controlada
Urbana Ocupação Controlada
Urbana
ZMU – Zona Multiuso Mantida Corresponde a ZOC ZCS – Zona de Comércio
ZMU – Zona Multiuso U, ZPR E, parte da ZT e Serviços
E
ZOR U – Zona de Mantida Corresponde a ZOR U ZPA – Zona de Proteção
Ocupação Rarefeita ZOR U – Zona de – parte incorporada a Ambiental
Urbana Ocupação Rarefeita ZAFE1
Urbana
ZTE U – Zona Turística Mantida ZTE U - ZMU ZDT – Zona de
Especial Urbana ZTE U – Zona Turística Desenvolvimento
Especial Urbana Turístico

88
RELATÓRIO DO PLANO DIRETOR DE ITACARÉ

ZONAS DO PDU 2006 ZONAS DO PDU 2007 ZONAS PROPOSTA 2013


CORRESPONDENTES
PRUA
ZT1 – Zona Turística 1 Mantida ZT1 - ZMU ZDT – Zona de
ZT1 – Zona Turística 1 Desenvolvimento
Turístico
ZAF E 1 – Zona Mantida ZAFE 1 – parte ZOR U ZOC – Zona de Ocupação
Agroflorestal Especial 1 ZAF E 1 – Zona Agro- Controlada
florestal Especial 1
ZPV – Zona de Proteção Mantida ZPV U - ZPRE ZPV – Zona de Proteção
Visual ZPV – Zona de Proteção Visual
Visual
Excluída parte
ZOM – Zona da Orla Mantida ZOM U ZOM – Zona da Orla
Marítima ZOM – Zona da Orla Marítima
Marítima
ZPR E – Zona de Proteção Aumentada ZPR E ZOM – Zona da Orla
Rigorosa Especial ZPR E – Zona de Proteção Fluvial
Rigorosa Especial (Faixa de
proteção aos recursos
hídricos)
+ Áreas úmidas, ZPV U
Incluída parte na ZEX II – ZEP 1 ZEX – 2 - Zona de
Zona de Expansão – Expansão – Média
Média Densidade (3) e Densidade
parte na ZEX III – Zona de ZEX – 3 - Zona de
Expansão – Baixa Expansão – Baixa
Densidade Densidade
Incluída parte na ZEX I – ZEP 2 ZEX – 1 - Zona de
Zona de Expansão – Alta Expansão – Alta
Densidade (2), parte na Densidade e
ZEX II – Zona de Expansão ZEX – 2 - Zona de
– Média Densidade (3) Expansão – Média
Densidade
- Incluída parte na ZEX II – ZEP 3 ZEX – 2 - Zona de
Zona de Expansão – Expansão – Média
Média Densidade (3) e Densidade
parte na ZEX III – Zona de ZEX – 3 - Zona de
Expansão – Baixa Expansão – Alta
Densidade e transformada Densidade e
parte em- ZIS – Zona de ZEIS – Zona de Interesse
Interesse Social (1) Social
Não incluída (rural) ZAF E 2
Não incluída (rural) ZAG
Acrescentada Não incluída ZEX – 3 - Zona de
ZEX E – Zona de Expansão Expansão – Baixa
Especial Densidade

89
RELATÓRIO DO PLANO DIRETOR DE ITACARÉ

COMPARTIMENTOS TURISTICOS
Compartimentos turísticos Atividades permitidas
Conjunto Paisagístico Ecológico Serra do Vinhático passeios paisagísticos de contemplação com
mirantes e paisagens exóticas naturais e trilhas
ecológica
Conjunto Paisagístico Ecológico Agroflorestal das passeios de contemplação e turismo
Bacias Aracaju e Coiúdo agroflorestal, nas trilhas paisagísticas e
ecológicas e nas cachoeiras;
atividades agroflorestais sustentáveis;
Conjunto Ecológico Rio do Engenho passeios de contemplação, com trilhas
paisagísticas e ecológicas

Conjunto Paisagístico Agroflorestal Serra da passeios de contemplação nas trilhas


Jacutinga paisagísticas e ecológicas;
turismo rural;
esportes radicais;
construção de rampa para vôo;
Conjunto Ecológico Serra do Capitão passeios nas trilhas ecológicas;
construção de rampa para vôo;
visitação científica;
Faixa litorânea Norte (Pontal) criação de parque turístico, como projeto
estratégico;
turismo de contemplação;
esportes náuticos;
comércio de alimentos e bebidas;
empreendimentos turísticos e
empreendimentos residenciais de baixa
densidade
Faixa Litorânea Sul turismo de contemplação;
esportes náuticos;
comércio de alimentos e bebidas;
empreendimentos turísticos e
empreendimentos residenciais de baixa
densidade
Rio de Contas Baixo Rio de comunicação hidroviária entre Itacaré e
Contas Taboquinhas e aos atrativos naturais e de
interesse esportivo;
passeios de contemplação de barco;
pesca esportiva;
esportes náuticos;
Médio Rio de prática de esportes radicais;
Contas - turismo de contemplação passeios de
Corredeiras de contemplação com mirantes sobre o Rio de
Taboquinhas Contas, nas trilhas paisagísticas e ecológicas e
nas cachoeiras;
turismo rural;
esportes radicais no “Parque das Corredeiras”;
Alto Rio de passeios, nas trilhas, via de pedestre e
Contas Caminho Real Taboquinhas a Ubaitaba;

90
RELATÓRIO DO PLANO DIRETOR DE ITACARÉ

ANEXO VI - SOBRE A ELABORAÇÃO DO PLANO DIRETOR

Uma das mais destacadas competências municipais é a elaboração do Plano Diretor Urbano (CF, art. 182).

O Plano Diretor é um instrumento de política de desenvolvimento urbano, razão porque também é chamado
de Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano. Não é, porém, o único instrumento. O Plano Diretor é
constituído de um complexo de documentos – relatórios, diagnósticos, mapas, e sua finalização é a Lei do
Plano Diretor, onde a linguagem expositiva dos seus autores se torna a linguagem impositiva da lei. A lei que
instituir o Plano Diretor deve ser revista, pelo menos, a cada dez anos, ou seja, trata-se de lei com vigência
restrita no tempo.

O Estatuto da Cidade (Lei federal 10.257/01), como será visto adiante, veio trazer normas gerais que
disciplinaram a aplicação dos instrumentos previstos na Constituição Federal e que deverão ser observadas
pelo Município quando da elaboração de seu Plano Diretor.

O Plano Diretor tem a importante função de estabelecer indicadores para o cumprimento da função social
da propriedade urbana, em acordo com o Estatuto da Cidade, “em prol do bem coletivo, da segurança e do
bem-estar dos cidadãos, bem como do equilíbrio ambiental”.

A Constituição de 1988 reconhece que “a propriedade urbana cumpre sua função social quando atende às
exigências fundamentais de ordenação da cidade previstas no Plano Diretor.” É uma inovação da
Constituição de 1988, que merece ser especialmente destacada: o efetivo reconhecimento de que a
propriedade urbana deve obrigatoriamente cumprir sua função social, não só no sentido de limitar seu
exercício, como no caso das posturas sobre vizinhança e sobre o meio ambiente, como também no de lhe
dar um caráter de obrigação, de dever social.

Segundo a definição do Estatuto da Cidade, a propriedade urbana cumpre sua função social quando atende
às exigências fundamentais de ordenação da cidade expressas no Plano Diretor, assegurando o atendimento
das necessidades dos cidadãos quanto a:

 qualidade de vida;

 justiça social e

 desenvolvimento de atividades econômicas.

Essa função social orienta as normas de ordenação e controle do uso do solo que têm o objetivo de evitar:

 a utilização inadequada dos imóveis urbanos;

 a proximidade de usos incompatíveis ou inconvenientes;

91
RELATÓRIO DO PLANO DIRETOR DE ITACARÉ

 o parcelamento do solo, a edificação ou o uso excessivos ou inadequados em relação à infra-estrutura


urbana;

 a instalação de empreendimentos ou atividades que possam funcionar como pólos geradores de


tráfego, sem a previsão da infra-estrutura correspondente;

 a retenção especulativa de imóvel urbano, que resulte na sua subutilização ou não utilização;

 a deterioração das áreas urbanizadas;

 a poluição e a degradação ambiental.

As disposições referentes ao uso e ocupação e parcelamento do solo devem obedecer às normas gerais
estabelecidas pela União (Lei Federal 6.766/79, modificada pela Lei 9785/99).

O Plano Diretor trata ainda das diretrizes para o desenvolvimento econômico municipal, colocando o
aspecto espacial a serviço do desenvolvimento social, da habitação, da educação, da saúde, da assistência
social, da cultura, dos esportes e lazer, do abastecimento da Cidade, da defesa civil e da segurança dos seus
habitantes.

A legislação colocou à disposição dos planejadores todo um conjunto de instrumentos de planejamento


instrumentos jurídicos e políticos, e instrumentos tributários.

A legislação urbanística entrelaça-se com a de proteção ambiental, para permitir a utilização de


instrumentos que lhe são próprios, a exemplo do estudo prévio de impacto ambiental (EIA) e estudo prévio
de impacto de vizinhança (EIV).

O Estatuto da Cidade apenas define os instrumentos. Sem o Plano Diretor, não há como aplicar os
instrumentos que a Constituição criou e a legislação federal disciplinou, a exemplo de.

a) o parcelamento, a edificação ou a utilização compulsórios do solo:

O Plano Diretor pode determinar que certas áreas específicas da Cidade estejam sujeitas ao parcelamento, à
edificação ou à utilização compulsórios, se não estiverem sendo utilizadas ou estiverem sendo subutilizadas,
dando melhor aproveitamento à infra-estrutura municipal. O parcelamento, a edificação e a utilização
compulsórios geram a possibilidade da instituição do IPTU progressivo no tempo e também a possibilidade
de desapropriação do imóvel, com pagamento em títulos da dívida pública emitidos pelo Município. A
desapropriação ocorre em último caso, no mínimo 5 anos depois que tiver sido aplicado o IPTU progressivo
sem que o proprietário tenha cumprido suas obrigações. Lei específica determinará a aplicação oportuna
destes instrumentos e os imóveis a eles sujeitos.

b) o direito de preempção:

O Poder Público municipal pode assegurar para si preferência para aquisição de imóveis urbanos que
estiverem colocados à venda ou outra forma de alienação onerosa entre particulares. A preferência será
exercida para possibilitar programas e projetos de regularização fundiária, a execução de programas e

92
RELATÓRIO DO PLANO DIRETOR DE ITACARÉ

projetos habitacionais de interesse social e constituição de reserva fundiária. Como nos casos anteriores, o
Plano Diretor deve prever as áreas em que o Poder Público exercerá o direito de preempção. Na
oportunidade, devem ser reservados recursos orçamentários para tal finalidade.

c) o direito de construir:

O Plano Diretor pode fixar o coeficiente de aproveitamento dos imóveis urbanos. Em certos países, este
coeficiente somente é gratuito se igual a 1. O Plano Diretor pode fixar o coeficiente básico único ou
diferenciado para áreas específicas, nas quais o direito de construir seja exercido acima do coeficiente de
aproveitamento básico adotado, de forma gratuita ou onerosa para o particular.

d) a demarcação urbanística:

Um novo instrumento foi criado após a edição do Estatuto da Cidade, que é o da demarcação urbana, pela
Lei federal 11.977, de 7 de julho de 2009. É o procedimento administrativo pelo qual o poder público, no
âmbito da regularização fundiária de interesse social, demarca imóvel de domínio público ou privado,
definindo seus limites, área, localização e confrontantes, com a finalidade de identificar seus ocupantes e
qualificar a natureza e o tempo das respectivas posses. Com isto, pode conferir título de reconhecimento de
posse de imóvel objeto de demarcação urbanística, com a identificação do ocupante e do tempo e natureza
da posse.

LEIS MUNICIPAIS EM VIGOR AFETADAS PELO PLANO DIRETOR


1. Plano Diretor de Referência Urbano-Ambiental (PRUA)

O Plano Diretor de Referência Urbano-Ambiental (PRUA) foi aprovado pela Lei municipal 191, de 2 de
setembro de 2003, estabelecendo as normas para uso de parcelamento, uso e ocupação do solo, na
ausência de um Plano Diretor.

A Lei do Plano Diretor terá fundamento nas disposições do Estatuto da Cidade e revogará a Lei do PRUA, no
que for pertinente. É a Lei do Plano Diretor que deverá tratar do zoneamento e de parâmetros urbanísticos,
bem como das áreas que estarão sujeitas aos instrumentos criados pelo Estatuto da Cidade.

2. Código de Obras

O PDU vai alterar disposições do Código de Obras de Itacaré (Lei 072/1993), prevendo-se sua revogação e
oportuna substituição. O Código de Obras deve estabelecer apenas as normas para elaboração de projetos e
execução de obras e urbanização de áreas particulares, fiscalização e infrações e penalidades
administrativas. Não deverá incluir normas de parcelamento do uso do solo, abrangidas pela Lei municipal
72/93. O parcelamento do solo será objeto de projeto de lei específico, destinado a disciplinar o
licenciamento e incluirá a fiscalização e infrações e penalidades administrativas referentes a esta atividade
administrativa, facilitando o trabalho dos servidores municipais e o entendimento dos interessados
empreendedores.

3. Código de Posturas

93
RELATÓRIO DO PLANO DIRETOR DE ITACARÉ

O Código de Posturas do Município de Itacaré (Lei Complementar municipal 05, de 08/10/2001), que
estabelece medidas de polícia administrativa a cargo do Município em matéria de higiene, segurança,
ordem, costumes públicos, defesa do meio ambiente e institui normas disciplinadoras dos estabelecimentos
industriais, comerciais e prestadores de serviços. trata das posturas humanas na administração da saúde
pública, deverá ser revogado. É mais adequado a utilização do modelo de Código de Vigilância Sanitária e
Epidemiológica, que é mais técnico e de acordo com a política federal relativa a esta atividade.

4. Código Tributário

O Código Tributário e de Rendas de Itacaré (Lei 4, de 11 de dezembro de 2000) deve receber um adendo
para constar o Imposto Predial e Territorial Urbano Progressivo no Tempo, em projeto de lei específico.

5. Código Municipal do Meio Ambiente

O Código Municipal do Meio Ambiente está em votação na Câmara Municipal e não será afetado pelo PDDU.
O Código foi elaborado tendo em vista a nova Lei Florestal (Lei 12. 651/2012) e a Lei nº 11.428/2006, que
dispõe sobre a utilização e proteção da vegetação nativa do Bioma Mata Atlântica. Não cabe ao Município
modificar esta legislação.

O Município legisla sobre sua política de saneamento, mas não sobre o uso e a qualidade das águas, que,
tanto de origem superficial quanto subterrânea, são do domínio do Estado. A Lei federal nº 11.445, de 5 de
janeiro de 2007, estabelece diretrizes nacionais para o saneamento básico, não sendo necessário reproduzi-
las totalmente no Código de Meio Ambiente.

As normas do Plano de Manejo (Resolução CEPRAM 1.334 de 19 de dezembro de 1996) da APA da Costa de
Itacaré Serra Grande, criada pelo Decreto estadual 2.186, de 7 de junho de 1993, abrangendo partes dos
territórios dos Municípios de Itacaré e Uruçuca, com poligonal ampliada pelo Decreto estadual 8.649, de 22
de setembro de 2003, ficam inalteradas na zona rural. As normas criadas pelo Plano de Manejo não incidem
sobre a área abrangida pelo perímetro urbano, sujeita à competência municipal, exceto quanto às Áreas de
Preservação Permanente que estão disciplinadas pela nova Lei Florestal (Lei 12.651/2012).

94
RELATÓRIO DO PLANO DIRETOR DE ITACARÉ

CHUVA DE IDÉIAS

Em reunião ocorrida no dia 03/12/2007, na sede da Câmara de Vereadores de Itacaré, foram indicadas as
seguintes questões, encontradas num documento chamado “chuvas de idéias”, cuja solução foi essencial
para a conclusão do zoneamento:

AREA PROPOSTAS IDENTIFICADAS:


1. Campo de futebol a) manter o campo de futebol
b) construção de mercado de abastecimento incluindo espaço para a feira ou de
um centro cultural ou centro de convenções
c) atual: construção de mercado de abastecimento incluindo espaço para a feira

2. Rodoviária a) manter a Rodoviária no local ou transferi-la para KM 06


b) construção de mercado de abastecimento juntamente com Centro de
Artesanato (ver alternativa campo de futebol);
c) atual: construção de nova rodoviária no km 6 e transformar a atual em terminal
urbano
3. Campo de a) manter o atual campo de pouso
Aviação b) não manter - utilização da área para moradias ou equipamentos públicos, como
hospital municipal
c) atual: utilização da área para equipamentos públicos, como hospital municipal
4. Orla a) integração com o Projeto Orla de Itacaré, do governo federal;
b) atual: Requalificação das Orlas Fluvial e Marítima, projeto Orla
5. Marambaia a) consolidar vocação para agrovila;
b) utilizar o entorno do contorno rodoviário como núcleo de expansão urbana;
c) atual: uso e ocupação da Marambaia como áreas de expansão urbana de
acordo com o novo zoneamento
6. Fazenda São João a) loteamento popular em áreas antropizadas para diminuir pressão sobre áreas
protegidas no núcleo urbano de Itacaré;
b) Porto Seco;
c) Rodoviária (ver opção rodoviária).
d) atual: bairro planejado com áreas para moradias e grandes equipamentos
7. Passagem a) construção de atracadouro no local;
b) construção de Complexo Esportivo (Ponta Grossa);
c) construção de novo cemitério (Ponta Grossa);
d) atual: descartada a construção de novo cemitério na Passagem
8. Bairro S. Antonio a) conclusão das obras de urbanização e adoção de medidas para evitar novas
ocupações de áreas protegidas;
b) construção de Estádio Municipal e Complexo Esportivo no local denominado
“Sapé” com acesso na ladeira grande após a entrada do Bairro Santo Antonio,
depois do canteiro de obras;
c) construção de novo cemitério após canteiro de obras
9. Porto De Trás a) construção do Centro Cultural do bairro (feito)
b) revitalização do patrimônio arquitetônico, histórico e cultural;
c) atual: requalificação do atual cemitério
b) atual: valorização do patrimônio imaterial, histórico e cultural do quilombo
urbano do Porto de Trás

95
RELATÓRIO DO PLANO DIRETOR DE ITACARÉ

10. Parque a) não criar Parque, mas manter o que consta no zoneamento da APA (ZPR, ZPV);
Municipal b) criar parque como categoria de Unidade de Conservação de Proteção Integral,
dentro do Sistema Nacional de Unidades de Conservação (SNUC);
c) atual: não criar Parque, mas manter o que consta no zoneamento (ZPP, ZPA e
ZPV);
11. Piracanga a) definir como área de proteção rigorosa com impedimento de qualquer uso
econômico;
b) permitir empreendimentos turísticos de baixa densidade e baixo impacto em
áreas já antropizadas (coqueirais, seringais, pastagens), respeitadas as áreas de
proteção permanente (fragmentos de mata atlântica, restingas e manguezais)
como já definido em lei federal, condicionando ainda à recuperação, revegetação
de áreas degradadas, recomposição de matas ciliares de cursos d´água e
nascentes; apresentação do projeto para apreciação do conselho Gestor da APA
e/ou conselho da Cidade;
c) atual: permitir empreendimentos turísticos de baixa densidade e baixo impacto
em áreas já antropizadas (coqueirais, seringais, pastagens), respeitadas as áreas
de proteção permanente (fragmentos de mata atlântica, restingas e manguezais)
como já definido em lei federal, condicionando ainda à recuperação, revegetação
de áreas degradadas, recomposição de matas ciliares de cursos d´água e
nascentes
12. Rezende a) manter diretrizes do zoneamento da APA.
b) atual: manter diretrizes do zoneamento da APA.

96
RELATÓRIO DO PLANO DIRETOR DE ITACARÉ

DOCUMENTO DO INCRA (CÓPIA)

97

Você também pode gostar