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MUNICÍPIO DE MAPUTO

CONSELHO MUNICIPAL

PROJECTO DE TRANSFORMAÇÃO URBANA DE MAPUTO

(PTUM P171449)

Componente 1: Melhoria Integrada dos Assentamentos Informais

DIAGNÓSTICO INTEGRADO

Junho de 2021
FICHA TÉCNICA

José Henriques Líder da Equipa Técnica

Nome Posição Sector


Evans Mambo Sénior Drenagem
Nádia Sultanegy Sénior Espaços Públicos e Equipamentos Urbano
Sérgio Caetano Sénior Inclusão Social e Género
Sílvia Cabrita Sénior Ordenamento Territorial e Gestão de Solo Urbano
Paulo Miambo Sénior Água e Saneamento

Cristóvão Come Júnior Drenagem


Dionória Viegas Júnior Água e Saneamento
Hazrat Salamagy Júnior Espaços Públicos e Equipamentos Urbano
Ivan Muchanga Júnior Espaços Públicos e Equipamentos Urbano
Joana Cuambe Júnior Inclusão Social e Género
José John Júnior Drenagem
Nilton Milane Júnior Água e Saneamento
Osvaldo Matessane Júnior Ordenamento Territorial e Gestão de Solo Urbano
Safiana Pinto Júnior Inclusão Social e Género

Revisto Por: Aprovado por:


Rui Fonseca (Coordenador) Victor Mabeia (Director do GDEI)
Assinatura: Assinatura:

Data: Data:

1
ÍNDICE
1. INTRODUÇÃO ........................................................................................................ 21
2. OBJECTIVO ............................................................................................................. 22
3. METODOLOGIA ..................................................................................................... 24
4. ENQUADRAMENTO NORMATIVO, INSTRUMENTOS E PLANOS
SECTORAIS ..................................................................................................................... 28
4.1. Plano Director de Saneamento e Drenagem da Área Metropolitana de Maputo .. 30
5. ESTUDOS DE CARACTERIZAÇÃO E ANÁLISE DOS DADOS ........................ 31
5.1. Enquadramento ..................................................................................................... 31
5.2. Caracterização Sócio Económica, Gênero e VBG ................................................ 32
5.2.1. Principais Actividades económicas ....................................................................... 32
5.2.2. Análise demográfica e sócio-cultural .................................................................... 33
5.2.3. Caracterização dos agregados familiares e estrutura etária da população ............ 34
5.2.4. Dinâmica Económica ............................................................................................ 37
5.2.5. Educação ............................................................................................................... 37
5.2.6. Saúde ..................................................................................................................... 39
5.2.7. Caracterização da habitação .................................................................................. 40
5.2.8. Desigualdade nas relações de gênero .................................................................... 42
5.2.9. Problemática de exclusão social e vulnerabilidade ............................................... 44
5.2.10. Violência baseada no género ................................................................................. 45
5.2.11. Situação da Criminalidade .................................................................................... 51
5.2.12. Mapeamento de Organizações de Base e Programas actuando na área de Inclusão
Social, Gênero e VBG ....................................................................................................... 52
5.2.13. Mapeamento dos Serviços de Atendimentos Comunitário a situações de Violência
58
5.2.14. Teoria da Mudança sobre a Inclusão Social, Género e VBG ................................ 59
5.3. Caracterização Paisagística e Riscos Ambientais ................................................. 60
5.3.1. Caracterização Biofísica ........................................................................................ 60
5.3.2. Áreas Verdes e Agrícolas ...................................................................................... 60
5.3.3. Riscos Ambientais e Alterações Climáticas .......................................................... 62
5.4. Caracterização Urbanística .................................................................................... 64
5.4.1. Estrutura Urbana Existente ................................................................................... 64
5.4.2. Uso Actual do Solo ............................................................................................... 65
5.4.3. Tipologias de Ocupação ........................................................................................ 67
5.4.4. Densidade Habitacional ........................................................................................ 69
5.4.5. Espaços Públicos e Equipamentos Urbano ........................................................... 70
5.4.6. Condicionantes ao Uso do Solo .......................................................................... 221
5.5. Gestão do Solo Urbano ....................................................................................... 222
5.5.1. Estrutura da Propriedade ..................................................................................... 224
5.5.2. Projectos de Regularização Fundiária ................................................................. 225
5.5.3. Sistemas de Tratamento de Dados ...................................................................... 230
5.6. Rede de Infra Estruturas Urbanas ....................................................................... 231
5.6.1. Rede Viária e Mobilidade ................................................................................... 232
5.6.2. Rede de Drenagem .............................................................................................. 237

2
5.6.3. Sistema de Abastecimento de Água .................................................................... 265
5.6.4. Saneamento ......................................................................................................... 321
5.6.5. Gestão de Resíduos Sólidos Urbanos .................................................................. 386
5.6.6. Energia Eléctrica, Iluminação Pública e Telecomunicações ............................... 399
6. DIAGNÓSTICO INTEGRADO ......................................................................... 402
6.1. INTRODUÇÃO ........................................................................................................ 402
6.2. SÍNTESE DA ANÁLISE: MODELO DO TERRITÓRIO .................................................. 403
6.2.1. Espaços Públicos e Equipamentos Urbanos ........................................................ 406
6.2.2. Infraestrutura Urbana .......................................................................................... 415
6.2.3. Inclusão Social, Género e Posse de Terra pelas Famílias Vulneráveis ............... 423
6.3. ANÁLISE ESTRATÉGICA: ELABORAÇÃO MATRIZ SWOT ...................................... 426
7. CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES ............................................................... 439
8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .................................................................... 449
9. ANEXOS................................................................................................................. 452

3
LISTAS DE MAPAS
Mapa 1 - Área de intervenção .......................................................................................... 21
Mapa 2 – Famílias em situação de vulnerabilidade ......................................................... 44
Mapa 3 – Focos de criminalidade, prostituição, venda e consumo de drogas ................. 51
Mapa 4 - Associações na área de inclusão social e serviços de atendimento a grupos
vulneráveis ......................................................................................................... 57
Mapa 5 - Áreas Agrícolas e Verdes ................................................................................. 60
Mapa 6 - Riscos Ambientais e Alterações Climáticas ..................................................... 63
Mapa 7 - Uso Actual do Solo ........................................................................................... 67
Mapa 8 - Tipologias de ocupação .................................................................................... 69
Mapa 9 - Densidade habitacional .................................................................................... 70
Mapa 10 - Mancha Contígua dos Bairros Informais de Intervenção da Componente 1 do
PTUM ................................................................................................................. 71
Mapa 11: Localização das escolas primárias e seu raio de cobertura geográfica ............ 73
Mapa 12: Localização das escolas secundárias e seu raio de cobertura geográfica......... 74
Mapa 13: Mapa de localização das unidades sanitárias da área de intervenção e seu raio
de cobertura geográfica ...................................................................................... 76
Mapa 14: Distribuição territorial dos espaços públicos intervencionados na cidade....... 80
Mapa 15: EPEUs de Aeroporto A .................................................................................. 101
Mapa 16 - EPEUs de Aeroporto B ................................................................................. 106
Mapa 17 - EPEUs de Chamanculo A ............................................................................. 112
Mapa 18- EPEUs de Chamanculo B .............................................................................. 118
Mapa 19 - EPEUs de Chamanculo D ............................................................................. 124
Mapa 20 - EPEUs de Malanga ....................................................................................... 129
Mapa 21 - EPEUs de Minkadjuine ................................................................................. 135
Mapa 22 - EPEUs de Unidade 7..................................................................................... 142
Mapa 23 - EPEUs de Xipamanine.................................................................................. 147
Mapa 24 - EPEUs de Munhuana .................................................................................... 153
Mapa 25 - EPEUs de Maxaquene A............................................................................... 159
Mapa 26 - EPEUs de Mafalala ....................................................................................... 165
Mapa 27 - EPEUs de Urbanização ................................................................................. 171
Mapa 28 - EPEUs de FPLM ........................................................................................... 177
Mapa 29 - EPEUs de Mavalane A ................................................................................. 182
Mapa 30 - EPEUs de Mavalane B .................................................................................. 188
Mapa 31 - EPEUs de Inhagoia A ................................................................................... 192
Mapa 32 - EPEUs de Inhagoia B ................................................................................... 198
Mapa 33 - EPEUs de Nsalene ........................................................................................ 203
Mapa 34 - EPEUs de Luís Cabral .................................................................................. 209
Mapa 35 - Mapa de Condicionantes ............................................................................... 222
Mapa 36 - Planta de parcelas .......................................................................................... 225
Mapa 37- Rede Viária .................................................................................................... 233
Mapa 38 – Mapas de áreas de inundação natural nos Bairros do PTUM ...................... 240
Mapa 39 - Divisão administrativa dos bairros, sistemas de drenagem, sub-bacias e bacias
.......................................................................................................................... 242

4
Mapa 40 - Cursos receptores de água ............................................................................. 243
Mapa 41 - Rede de Abastecimento de água - área de intervenção do PTUM ................ 275
Mapa 42 - Localização dos fontanários operacionais (cor azul) e inoperacionais (cor
vermelha).......................................................................................................... 277
Mapa 43 - Rede de saneamento da área de intervenção ................................................. 322
Mapa 44 – Localização de contentores e respectivas instituições de recolha ................ 390
Mapa 45 - Energia Eléctrica, Iluminação Pública e Telecomunicações ........................ 401
Mapa 46 - Mapa síntese da área de intervenção ............................................................. 403
Mapa 47 - Espaços públicos potenciais no mapa integrado .......................................... 414

5
TABELAS
Tabela 1 – Distribuição populacional por Bairro ............................................................. 22
Tabela 2 - Instrumentos de Ordenamento Territorial de Nível Autárquico existentes .... 30
Tabela 3 - Divisão percentual da população da cidade de Maputo por ramo de
actividades .......................................................................................................... 33
Tabela 4 - Faixa etária por Distrito Municipal ................................................................. 36
Tabela 5 - Unidades sanitárias que os residentes têm acesso aos cuidados primários de
saúde ................................................................................................................... 39
Tabela 6 - Registos dos casos nos CAIVV ...................................................................... 49
Tabela 7 - Locais de internamento das vítimas. ............................................................... 50
Tabela 8 - Dados dos Mapeamento do OSC/ONGs na área socioeconómica nos 20
bairros ................................................................................................................. 53
Tabela 9 - Centros de ajuda pública por bairro ................................................................ 58
Tabela 10 - Espaços Verdes e agrícolas ........................................................................... 61
Tabela 11 – Ocupação em áreas de proteção ................................................................... 63
Tabela 12 - Ciclones em Moçambique (1996-2021) ........................................................ 64
Tabela 13 - Uso actual do solo ......................................................................................... 65
Tabela 14:Densidade habitacional ................................................................................... 70
Tabela 15 - Tabela dos EPEUs e seus atributos ............................................................. 104
Tabela 16 - Tabela dos EPEUs e seus atributos ............................................................. 105
Tabela 17 - Tabela dos EPEUs e seus atributos ............................................................. 110
Tabela 18 - Tabela dos EPEUs e seus atributos ............................................................. 111
Tabela 19 - Tabela dos EPEUs ....................................................................................... 116
Tabela 20- Tabela dos EPEUs e seus atributos .............................................................. 117
Tabela 21 - Tabela dos EPEUs e seus atributos ............................................................. 122
Tabela 22 - Tabela dos EPEUs e seus atributos ............................................................. 123
Tabela 23 - Tabela dos EPEUs e seus atributos ............................................................. 127
Tabela 24 - Tabela dos EPEUs e seus atributos ............................................................. 128
Tabela 25 - Tabela dos EPEUs e seus atributos ............................................................. 133
Tabela 26 - Tabela dos EPEUs e seus atributos ............................................................. 134
Tabela 27 - Tabela dos EPEUs e seus atributos ............................................................. 139
Tabela 28 - Tabela dos EPEUs e seus atributos ............................................................. 140
Tabela 29 - Tabela dos EPEUs e seus atributos ............................................................. 145
Tabela 30 - EPEUs de Xipamanine ................................................................................ 146
Tabela 31 - Tabela dos EPEUs e seus atributos ............................................................. 151
Tabela 32 - Tabela dos EPEUs e seus atributos ............................................................. 152
Tabela 33 - Tabela dos EPEUs e seus atributos ............................................................. 157
Tabela 34 - Tabela dos EPEUs e seus atributos ............................................................. 158
Tabela 35 - Tabela dos EPEUs e seus atributos ............................................................. 163
Tabela 36 - Tabela dos EPEUs e seus atributos ............................................................. 164
Tabela 37 - Tabela dos EPEUs e seus atributos ............................................................. 169
Tabela 38 - Tabela dos EPEUs e seus atributos ............................................................. 170
Tabela 39 - Tabela dos EPEUs e seus atributos ............................................................. 175

6
Tabela 40 - Tabela dos EPEUs e seus atributos ............................................................. 176
Tabela 41 - Tabela dos EPEUs e seus atributos ............................................................. 180
Tabela 42 - Tabela dos EPEUs e seus atributos ............................................................. 181
Tabela 43 - Tabela dos EPEUs e seus atributos ............................................................. 186
Tabela 44 - Tabela dos EPEUs e seus atributos ............................................................. 187
Tabela 45 - Tabela dos EPEUs e seus atributos ............................................................. 191
Tabela 46 - EPEUs de Inhagoia A ................................................................................. 197
Tabela 47 - Tabela dos EPEUs e seus atributos ............................................................. 202
Tabela 48 - Tabela dos EPEUs e seus atributos ............................................................. 207
Tabela 49 - Tabela dos EPEUs e seus atributos ............................................................. 208
Tabela 50 - Tabela dos EPEUs e seus atributos ............................................................. 213
Tabela 51 - Tabela dos EPEUs e seus atributos ............................................................. 214
Tabela 52 - Levantamento da rede viária ....................................................................... 234
Tabela 53 – Vias Pedonais ............................................................................................. 236
Tabela 54 – Capacidade dos centros distribuidores ....................................................... 268
Tabela 55 - Projecto existente da extensão da rede de abastecimento de água na área de
intervenção ....................................................................................................... 320
Tabela 56 - Lista dos projectos realizados no âmbito do saneamento ........................... 327
Tabela 57 – Calendário de recolha de resíduos .............................................................. 389
Tabela 58 - Número de contentores partilhados ............................................................. 391
Tabela 59 – Micro empresas que recolhem resíduos fora da área de jurisdição ............ 392
Tabela 60 – Mecanismo de recolha de resíduos ............................................................. 394
Tabela 61 - Índice de espaços públicos por habitantes .................................................. 410
Tabela 62 - Características e Potencialidades dos Espaços Públicos ............................. 413
Tabela 63 - Avaliação das Áreas total dos espaços públicos abertos, áreas serem
drenadas e áreas de alagamento ....................................................................... 444

7
GRÁFICOS
Gráfico 1 - Esquema da metodologia aplicada ................................................................. 24
Gráfico 2 – Distribuição da população por bairro da área de intervenção ....................... 33
Gráfico 3 - Divisão da população por sexo ...................................................................... 34
Gráfico 4 – Número de agregados familiares ................................................................... 35
Gráfico 5 - Análise do crescimento população nos 20 bairros entre 2007 e 2017 ........... 37
Gráfico 6 - Instituições de ensino público ........................................................................ 38
Gráfico 7 -Beneficiários do subsídio social básico na cidade de Maputo ........................ 43
Gráfico 8- Características dos espaços públicos identificados ....................................... 215
Gráfico 9- localização dos espaços públicos nos bairros ............................................... 216
Gráfico 10 - Distribuição de árvores nos espaços públicos .......................................... 217
Gráfico 11 - Dinâmica de apropriação actual dos espaços públicos ............................. 218
Gráfico 12 - distribuição dos espaços públicos por bairro quanto ao tipo de pavimento
.......................................................................................................................... 219
Gráfico 13 - Distribuição dos problemas entre os espaços públicos .............................. 220
Gráfico 14 - Número de fontanários. ............................................................................. 278
Gráfico 15 - Fonte de captação do Bairro de Xipamanine ............................................. 302
Gráfico 16 - Fontes de captação de água no bairro FPLM ............................................. 303
Gráfico 17-Fontes de captação de água no bairro Mavalane A ..................................... 304
Gráfico 18 - Fontes de captação de água no bairro Mavalane B .................................... 306
Gráfico 19 - Fontes de captação de água no bairro Urbanização ................................... 307
Gráfico 20: Fonte de captação do bairro Maxaquene A ................................................. 308
Gráfico 21: Fonte de captação do bairro da Mafalala ..................................................... 310
Gráfico 22 - Fontes de captação de água no bairro Inhagoia A ..................................... 311
Gráfico 23 - Fonte de captação no bairro Inhagoia B .................................................... 313
Gráfico 24 - Fonte de captação do bairro Luís Cabral .................................................. 314
Gráfico 25 - Fonte de captação do bairro Nsalene ......................................................... 315
Gráfico 26 - Diagrama de funcionamento das ETLF ..................................................... 328
Gráfico 27 - Tipo de latrinas existentes no Bairro do Aeroporto A ............................... 331
Gráfico 28 - Revestimento das latrinas/fossas no bairro Aeroporto A .......................... 331
Gráfico 29 - Tempo de enchimento das latrinas no bairro Aeroporto A ........................ 332
Gráfico 30 - Tipo de latrinas existentes no Bairro do Aeroporto B ............................... 333
Gráfico 31 - Revestimento das latrinas/fossas no bairro Aeroporto B ........................... 334
Gráfico 32 - tempo de enchimento das latrinas no bairro Aeroporto B ......................... 334
Gráfico 33 - Tipo de latrinas existentes no Bairro do Xipamanine ................................ 337
Gráfico 34 - Revestimento das latrinas/fossas no bairro Xipamanine ........................... 337
Gráfico 35 - tempo de enchimento das latrinas no bairro Xipamanine .......................... 338
Gráfico 36 - Tipo de latrinas existentes no Bairro do Mikadjuine ................................. 340
Gráfico 37 - Revestimento das latrinas/fossas no bairro Mikadjuine ............................ 340
Gráfico 38 - tempo de enchimento das latrinas no bairro Mikadjuine ........................... 341
Gráfico 39 - Tipo de latrinas existentes no Bairro do Unidade 7 ................................... 342
Gráfico 40 - Revestimento das latrinas/fossas no bairro Unidade 7 .............................. 343
Gráfico 41 - Tempo de enchimento das latrinas no bairro Unidade 7 ........................... 343

8
Gráfico 42 - Tipo de latrinas existentes no Bairro do Chamanculo A ........................... 345
Gráfico 43 - Revestimento das latrinas/fossas no bairro Chamanculo ........................... 345
Gráfico 44 - tempo de enchimento das latrinas no bairro Chamanculo A ..................... 346
Gráfico 45 - Tipo de latrinas existentes no Bairro do Chamanculo B ........................... 347
Gráfico 46 - Revestimento das latrinas/fossas no bairro Chamanculo B ....................... 348
Gráfico 47 - Tempo de enchimento das latrinas no bairro Chamanculo B .................... 348
Gráfico 48 - Tipo de latrinas existentes no Bairro do Chamanculo D ........................... 350
Gráfico 49 - Revestimento das latrinas/fossas no bairro Chamanculo D ....................... 351
Gráfico 50 - tempo de enchimento das latrinas no bairro Chamanculo D ..................... 351
Gráfico 51 - Tipo de latrinas existentes no Bairro do Malanga ..................................... 353
Gráfico 52 - Revestimento das latrinas/fossas no bairro Malanga ................................. 353
Gráfico 53 - tempo de enchimento das latrinas no bairro Malanga ............................... 354
Gráfico 54 - Tipo de latrinas existentes no Bairro do Munhuana .................................. 355
Gráfico 55 - Revestimento das latrinas/fossas no bairro Munhuana .............................. 356
Gráfico 56 - tempo de enchimento das latrinas no bairro Munhuana ............................ 356
Gráfico 57 - Tipo de latrinas existentes no Bairro do Maxaqueni A ............................. 358
Gráfico 58 - Revestimento das latrinas/fossas no bairro Maxaquene A ........................ 359
Gráfico 59 - tempo de enchimento das latrinas no bairro Maxaquene A ....................... 359
Gráfico 60 - Tipo de latrinas existentes no Bairro do Mafalala ..................................... 362
Gráfico 61 - Tipo de revestimento das latrinas do bairro de Mafalala ........................... 362
Gráfico 62 - Tempo de enchimento das latrinas no bairro Mafalala .............................. 363
Gráfico 63 - Tipo de latrinas existentes no Bairro do Urbanização ............................... 365
Gráfico 64 - Revestimento das latrinas/fossas no bairro Urbanização ........................... 365
Gráfico 65 - Tempo de enchimento das latrinas no bairro Urbanização ........................ 366
Gráfico 66 - Tipo de latrinas existentes no Bairro do FPLM ......................................... 367
Gráfico 67 - Revestimento das latrinas/fossas no bairro FPLM .................................... 368
Gráfico 68 - tempo de enchimento das latrinas no bairro FPLM ................................... 368
Gráfico 69 - Tipo de latrinas existentes no Bairro do Mavalane A................................ 369
Gráfico 70 - Revestimento das latrinas/fossas no bairro Mavalane A ........................... 370
Gráfico 71 - tempo de enchimento das latrinas no bairro Mavalane A .......................... 371
Gráfico 72 - Tipo de latrinas existentes no Bairro do Mavalane B ................................ 372
Gráfico 73 - Revestimento das latrinas/fossas no bairro Mavalane B ........................... 373
Gráfico 74 - Tempo de enchimento das latrinas no bairro Mavalane B ........................ 373
Gráfico 75 - Tipo de latrinas existentes no Bairro Inhagoia A ...................................... 374
Gráfico 76 - Revestimento das latrinas/fossas no bairro Inhagoia A ............................. 374
Gráfico 77- tempo de enchimento das latrinas no bairro Inhagoia A ............................ 375
Gráfico 78 - Tipo de latrinas existentes no Bairro do Xipamanine ................................ 376
Gráfico 79 - Revestimento das latrinas/fossas no bairro Inhagoia B ............................. 376
Gráfico 80 - Tempo de enchimento das latrinas no bairro Inhagoia B .......................... 376
Gráfico 81 - Tipo de latrinas existentes no Bairro do Luís Cabral ................................ 377
Gráfico 82 - Revestimento das latrinas/fossas no bairro Luís Cabral ............................ 378
Gráfico 83 - Tempo de enchimento das latrinas no bairro Luís Cabral ......................... 378
Gráfico 84 - Tipo de latrinas existentes no Bairro do Nsalene ...................................... 379
Gráfico 85 - Revestimento das latrinas/fossas no bairro Nsalene .................................. 379

9
Gráfico 86 - tempo de enchimento das latrinas no bairro Xipamanine .......................... 380
Gráfico 87 - Estado dos sanitários nas escolas ............................................................... 381
Gráfico 88 - Estado dos sanitários nos mercados ........................................................... 383
Gráfico 89 - Esquema da Gestão dos Resíduos Sólidos ao nível da Cidade Maputo
(Fonte: CMM 2008) ......................................................................................... 387
Gráfico 90 - Número total de funcionários vs Número de funcionários do sexo feminino
.......................................................................................................................... 389
Gráfico 91 – Quantidade de resíduos colectados por dia ............................................... 391
Gráfico 92 - Avaliação do grau de envolvimento dos moradores na separação do lixo 395
Gráfico 93 - Ilustração das principais dificuldades enfrentadas na recolha de resíduos
sólidos .............................................................................................................. 395
Gráfico 94 - Índice de espaços públicos por habitantes ................................................. 409

10
FIGURAS
Figura 1 - Vala de Drenagem Bairro do Chamanculo D .................................................. 40
Figura 2 - Águas paradas no bairro Chamanculo B ......................................................... 40
Figura 3 – Tubos de água rompidos nos bairros Chamanculo B e Aeroporto B ............. 41
Figura 4 - Sanitário compartilhado do bairro da Mafalala ............................................... 42
Figura 5 - Esquema de gestão de casos de VBG nos 20 bairros. ..................................... 46
Figura 6 - Mulher violentada pelo marido no Bairro Unidade 7 ..................................... 47
Figura 7 - Bairro de Aeroporto A: Membro da comunidade indicando um foco de
criminalidade ...................................................................................................... 52
Figura 8 - Teoria de Mudança .......................................................................................... 59
Figura 9 - Vias Pedonais no Bairro Mavalane A .......................................................... 232
Figura 10 – Vias Pedonais no Bairro Inhagoia A .......................................................... 236
Figura 11 - vala-estrada no bairro da Mafalala .............................................................. 239
Figura 12 - Anilhas de descarregamento não interligadas a infra-estrutura de drenagem
(causam alagamento) ........................................................................................ 246
Figura 13 - Estado da principal vala de drenagem no Aeroporto B ............................... 247
Figura 14 - Ponto de alagamento, durante e depois da chuva no Xipamanine .............. 248
Figura 15 - Erosão Pluvial no Bairro Chamanculo D .................................................... 249
Figura 16 - Alagamento na Avenida Marcelino Dos Santos no Bairro Chamanculo D 249
Figura 17 - Orifícios em muros residenciais para facilitação dos escoamentos no Bairro
Chamanculo B .................................................................................................. 250
Figura 18 - Ponto de inundação junta na rua da secretaria do Bairro Unidade 7 ........... 251
Figura 19 - Micro drenagem no Bairro de Maxaquene A .............................................. 252
Figura 20 - Linha de escoamento natural obstruída por construções de habitação no
Bairro da Minkadjuine ..................................................................................... 253
Figura 21 - Situação das valas de drenagem no bairro da urbanização ......................... 254
Figura 22 - Linha de escoamento natural obstruída por construções de habitação no
Bairro da Munhuana ......................................................................................... 255
Figura 23 - Zonas de alagamento no Bairro da Munhuana ............................................ 256
Figura 24 - Zonas de alagamento no Bairro da Mafalala ............................................... 258
Figura 25 - Erosão pluvial nas ruas do Bairro de Nsalene ............................................. 259
Figura 26 - Estado dos elementos do sistema de drenagem existentes no bairro de
Chamanculo A .................................................................................................. 260
Figura 27 - Erosão pluvial no Bairro Luís Cabral .......................................................... 261
Figura 28 - Zona de inundação devidamente sinalizada no Bairro de Inhagoia A ........ 262
Figura 29 - Efeito na inexistência de sistema de drenagem no bairro Mavalane B ....... 263
Figura 30 - Zona de alagamento na escola e campo “Carzozo” .................................... 264
Figura 31 - Estado actual da vala de drenagem localizada na Av. 24 de Julho no Bairro
da Malanga ....................................................................................................... 265
Figura 32 - Albufeira da barragem dos Pequenos Libombos......................................... 266
Figura 33 – Estação de tratamento de água de Umbeluzi .............................................. 267
Figura 34 - Direita – Tanque enterrado com a casa de visita por cima, Esquerda – interior
da casa de visita acoplado ao reservatório. ...................................................... 270

11
Figura 35 - Esquerda– Tanque enterrado com a casa de visita por cima, Direita–
Tanques de cloro para correção de água .......................................................... 270
Figura 36 - Casa das bombas do CD de Chamanculo .................................................... 271
Figura 37 - Direita – Tanque elevado, Esquerda – Tanque apoiado. ............................. 271
Figura 38 - Esquerda - Bombas tipo instalada no centro distribuidor de Laulane, Direita –
acessório de redução das condutas ................................................................... 272
Figura 39 - Tanque elevado sobre o edifício, Direita – Tanque apoiado do CD de
Maxaquene ....................................................................................................... 273
Figura 40 - Bombas acoplados ao gerador, Direita – Ponto de transformação Rede de
Distribuição ...................................................................................................... 273
Figura 41 - Direita – Tanque de água apoiado, Esquerda – Canalização ligada a bomba
submersível ...................................................................................................... 281
Figura 42 - Tanques de água apoiado e elevado da família Sitio .................................. 282
Figura 43 - Tanques de água elevados da família Mulau............................................... 283
Figura 44 - Tanques de água elevados com o respectivo sistema de bombagem da família
Matusse ............................................................................................................ 284
Figura 45 - Direita – Tanque de água apoiado a cada de banho, Esquerda – Local para a
captação de água (furo privado) ....................................................................... 285
Figura 46 - Tanques de água elevados, apoiados as estrutura de betão ......................... 287
Figura 47 - 1-Ruptura de tubo de água; 2-Escoamento de água proveniente de ruptura de
tubo ................................................................................................................... 290
Figura 48 - 1-Torneira domiciliar; 2- Fontanário Inoperacional; .................................. 291
Figura 49 - Perda de água; 2-Fontanário Operacional; 3- Fontanário Inoperacional .... 293
Figura 50 - 1 e 2- Fontanários Inoperacional ................................................................. 294
Figura 51 - Fontenário inoperacional ............................................................................. 295
Figura 52 - Dispositivos de abastecimento de água nas valas de drenagem .................. 296
Figura 53 – (1) Ruptura de tubo; (2) Aproveitamento da água; (3) Fontanário
Inoperacional .................................................................................................... 297
Figura 54 - Dispositivo de abastecimento de água em algumas residências.................. 298
Figura 55 - Ruptura de tubo e tubo exposto a céu aberto .............................................. 299
Figura 56-Fontanário Inoperacional; 2- Tanque de água em estado de degradação; 3-
Perda de água. .................................................................................................. 303
Figura 57 - 1 e 2- Fontanário Inoperacional e vandalizado; 2- Perda de água............... 305
Figura 58 - Fontanário Inoperacional; 2- Perda de água ................................................ 306
Figura 59 -Tubos de água expostos próximos das águas residuais provenientes da casa de
banho; 2- Fontanário Inoperacional; 3- Perda de água .................................... 307
Figura 61 - 1- perda de água; 2- Fontanário Inoperacional ............................................ 309
Figura 62 - Ligação clandestina; 2- 4: Tubos de água expostos dentro da vala de
drenagem .......................................................................................................... 310
Figura 63 - 1-Fontenário público avariado, a esquerda; 2-Perdas de água nas vias de
circulação, a direita .......................................................................................... 312
Figura 64 - Tanque de abastecimento de água de um furo privado do bairro Inhagoia B
.......................................................................................................................... 313
Figura 65 - 1- Fontenário inoperacional; 2- Fontanário operacional ............................. 315

12
Figura 66 - 1- Fontanário Inoperacional; 2 e 3- Ruptura de tubo de agua ..................... 316
Figura 67 - Fontes de água nas escolas .......................................................................... 318
Figura 68 - 1-Poço de água no mercado Salubridade; 2- Reservatório de água mercado
da Unidade 7 .................................................................................................... 319
Figura 69 - Abastecimento de água na terminal de Xipamanine ................................... 319
Figura 70 - Estacão elevatório de bombagem de águas residuais da Av. Julius Nyerere.
.......................................................................................................................... 324
Figura 71 - Estacão de bombagem de água residuais na Avenida Bamabe Tawe ......... 324
Figura 72 - Vacutug - Exemplo de tanque para recolha e transporte de lamas .............. 329
Figura 73 - Esquerda: Latrina feita de betão, Direita: Latrina sobre a fossa séptica ..... 330
Figura 74 - Esquerda: Sanitário feito pela WSUP, Direita: Sanita por cima da fossa ... 333
Figura 75 - Esquerda: Águas residuais nas estruturas viárias, Direita: Águas residuais
encaminhadas para a estrutura viária ............................................................... 336
Figura 76 - Esquerda: Sanitário compartilhado financiado pela WSUP, Direita: Banheira
de betão com águas brancas ............................................................................. 336
Figura 77 - Direita-Sanitário com revestimento de chapa, Esquerda – Sanitário com
sanita Turca ...................................................................................................... 339
Figura 78 - Local para fazer ducha, Direita: Fossa séptica em condições precárias ...... 342
Figura 79 - Esquerda: Sanitário compartilhado, Direita: Sanita Turca no interior do
sanitário ............................................................................................................ 344
Figura 80 - Esquerda: local para fazer ducha, Direita: latrina com revestimento de pneus
.......................................................................................................................... 347
Figura 81 - Esquerda – Latrina tipo Turca de betão, Direita – Local de ducha com águas
brancas .............................................................................................................. 349
Figura 82 - Direita – Vala de drenagem entupida, Esquerda – lançamento de águas
residuais por uma residência ............................................................................ 350
Figura 83 - Esquerda: Latrina com revestimento de madeira, Direita: Local para ducha
.......................................................................................................................... 352
Figura 84 - Esquerda: Local de ducha e sanita no mesmo compartimento, Direita:
Sanitário ........................................................................................................... 355
Figura 85 - Latrina com laje de betão, b) Escoamento de águas residuais sobre as ruas
.......................................................................................................................... 357
Figura 86 - Valas de drenagem com contribuição de águas residuais domésticas ........ 361
Figura 87 - Esquerda: Local de ducha, Sanitário em degradação financiado pela WSUP
.......................................................................................................................... 361
Figura 88 - Latrina exterior de chapas com a sua respectiva latrina .............................. 364
Figura 89 - Sanitário sem cobertura ............................................................................... 367
Figura 90 - Esquerda: Sanita Turca, Direita: casa de banho com revestimento de
alvenaria ........................................................................................................... 369
Figura 91 - Casa de banho com ducha e sanita no mesmo lugar, Direita – Lugar de ducha
.......................................................................................................................... 372
Figura 92 - Esquerda: Sanita Turca, Direita: Latrina com tampa de betão .................... 375
Figura 93 - Interior do sanitário da Escola Secundária da Munhuana ........................... 382
Figura 94 - Interior do sanitário da Escola Primária Completa Mavalane A ................. 382

13
Figura 95 - Interior do sanitário do mercado Salubridade ............................................. 384
Figura 96 - Interior do sanitário do mercado Malanga informal .................................... 384
Figura 97 - Sanitário da paragem de Xipamanine .......................................................... 385
Figura 98 - Recolha primária de resíduos sólidos em AI ............................................... 392
Figura 99 - Baldes nos mercados incentivando a separação de resíduos ....................... 393
Figura 100 - Vendedores ao redor dos contentores no mercado Xipamanine ............... 393
Figura 101 - Objectos de adorno produzidos através de material reciclado e bancas de
venda de garrafas plásticas. .............................................................................. 397
Figura 102 - Material de uso doméstico produzido pela TOPAC ................................... 397
Figura 103 - Bancas de venda de material de vidro ........................................................ 398
Figura 104 – Processo de compostagem ......................................................................... 398
Figura 105 - Corredor de Infra-estrutura eléctrica de média e alta tensão (Inhagoia A e B)
.......................................................................................................................... 399

14
FICHAS

Ficha 1- Ficha técnica do espaço aberto minúsculo ......................................................... 82


Ficha 2 – Ficha técnica do espaço aberto grande ............................................................. 85
Ficha 3 – Ficha técnica do espaço aberto em área de passagem ...................................... 86
Ficha 4 – Ficha técnica do espaço aberto com maior comparticipação comunitária ....... 88
Ficha 5 – Ficha técnica do espaço aberto com monumento ............................................. 91
Ficha 6 – Ficha técnica do espaço aberto do centro comunitário ..................................... 93
Ficha 7 – Ficha técnica do espaço aberto do Hospital Central ......................................... 95
Ficha 8 – Ficha técnica do espaço aberto junto ao mural da Mafalala ............................. 97
Ficha 9 – Ficha técnica do espaço aberto junto a fontanária de Maxaquene D ................ 99
Ficha 10 – Ficha técnica do bairro Aeroporto A ............................................................ 103
Ficha 11 – Ficha técnica do bairro Aeroporto B ............................................................ 109
Ficha 12 – Ficha técnica do bairro Chamanculo A ........................................................ 115
Ficha 13 – Ficha técnica do bairro Chamanculo B ......................................................... 121
Ficha 14 – Ficha técnica do bairro Chamanculo D ........................................................ 126

15
Lista de Abreviaturas e Acrónimos

ACADEC Associação Comunitária de Ajuda e Desenvolvimento de


Chamanculo
ADASBU Associação De Água e Saneamento do Bairro Urbanização
ADeM Águas da região De Maputo
ADEMA Associação Para o Desenvolvimento de Mulauze
AIAS Administração de Infra-estruturas de Água e Saneamento
ANE Administração Nacional de Estradas
AJUDEM Associação Juvenil para o Desenvolvimento de Moçambique
AKK Associação Kutwana KaNhagoia
ASHA Associação Horizonte Azul
AVSI Associação dos Voluntários ao Serviço Internacional
BM Banco Mundial
BR Boletim da República
CAIVV Centro de Atendimento Integrado a Vítimas de Violência
CCS Conselho Comunitário de Segurança
CD Centro Distribuidor
CMM Conselho Municipal de Maputo
DM Distrito Municipal
DMSI Direcção Municipal de Sistema de Informação
DMOTC Direcção Municipal de Ordenamento do Território e Construção
DUAT Direito de Uso e Aproveitamento de Terra
EDM Electricidade de Moçambique
EPEUs Espaços Públicos e Equipamentos Urbanos
ETAR Estação de Tratamento de Águas Residuais
ETLF Estação de Transferência de Lamas Fecais
FPA Fornecedor Privado de Água
FIPAG Fundo de Investimento e Património de abastecimento de Água
GRS Gestão de Resíduos Sólidos
GIRSU Gestão Integrada de Resíduos Sólidos Urbanos
HIV Vírus de Imunodeficiência Humana
INAS Instituto Nacional de Acção Social
INAM Instituto Nacional de Meteorologia
INE Instituto Nacional de Estatística
MTA Ministério da Terra e Ambiente
MULEIDE Mulher e Desenvolvimento
NEE Necessidades Educativas Especiais
OCBs Organizações Comunitárias de Base
OMS Organização Mundial de Saúde
ONG Organização Não Governamental
ONU Organização das Nações Unidas
PAD Project Appraisal Document
PNUMA Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente

16
PPU Plano Parcial de Urbanização
PEUMM Plano de Estrutura de Urbanização do Município de Maputo
PTUM Projecto Transformação Urbana de Maputo
RS Resíduos Sólidos
SDGCAS Serviços Distritais de Género Criança e Acção Social
USGM Uaene Gama de Serviços de Maputo
VBG Violência Baseada no Género
VS Versus
WSUP Water and Santation for the Urban poor
Km Qilómetro
Kg Quilograma
m Metro
m² Metros quadrados
m³ Metros cúbicos
MT Meticais
USD Dólar Norte Americano
Hab Habitantes
Cm Centímetros
% Percentagem

17
Glossário

Abastecimento de água: Abastecimento através de rede geral ou outra forma ou adutora


de água bruta Tubulação para o transporte de água sem qualquer tipo de tratamento, que
normalmente se estende da captação até a estação de tratamento de água.

Águas Residuais Domésticas: águas provenientes de instalações sanitárias, cozinhas e


zonas de lavagem de roupas que se caracterizam por conterem quantidades apreciáveis de
matéria orgânica, serem facilmente biodegradáveis e manterem relativa constância das suas
características no tempo.

Águas Residuais: águas resultantes da actividade humana com origem na necessidade de


transportar resíduos domésticos, comerciais, industriais e outros na utilização da água para
fins higiénicos, recreativos e/ou resultantes de ocorrências de precipitação.

Alagamento: É o acúmulo momentâneo de águas em determinados locais por deficiência


no sistema de drenagem.

Bacia de amortecimento: é um reservatório construído para o armazenamento temporário


das águas das chuvas, que escoam por telhados, pátios, ruas, calçadas e redes pluviais,
liberando esta água acumulada de forma gradual, garantindo assim que o sistema de macro
drenagem local conduza eficientemente os picos das enxurradas.

Cadastro de drenagem: É o conjunto de redes existentes de esgotos pluviais ou de outros


serviços que possam interferir na área de projecto.

Captação de água: Local de tomada de água do manancial, superficial ou subterrâneo,


que compreende a primeira unidade do sistema de abastecimento. A captação de água
abrange toda retirada, recolhimento ou aproveitamento de água, para qualquer fim,
proveniente de qualquer corpo de água ou corpo hídrico. O mesmo que derivação de água.

Caudal: volume de água recolhida ao longo de um determinado período, expresso em


m3/dia.

Colector: componente da rede destinada a assegurar a condução do escoamento de águas


residuais provenientes das edificações ou da via pública ao destino final adequado.

Compone: Domínio de mais de uma pessoa simultaneamente de um determinado lote ou


de um determinado sanitário.

Contaminação: entende-se por contaminação a descarga de organismos patogénicos ou


substâncias químicas em quantidades apreciáveis na rede de saneamento e drenagem e no
meio receptor.

18
Dispositivo de Infiltração ou Filtração no Solo (Sumidouro): infra-estrutura
complementar associada à deposição final ou tratamento no solo associada à fossa séptica
ou outra solução descentralizada de saneamento onde as águas residuais sofrem um
processo de decantação.

Efluente: águas residuais que, provindo de qualquer tipo de actividade, sejam consideradas
águas residuais domésticas ou águas residuais industriais.

Erosão pluvial: É a acção de processos superficiais da acção do fluxo de água que remove
solo, rochas, ou material dissolvido de um local na crosta da terra e transporta para outro
local.

Escoamento superficial livre: São as linhas naturais de água, ou seja, a hidrografia gerada
pelas curvas de nível antes de obstrução pelos efeitos da urbanização.

Estacão de Transferência de Lamas Fecais: é um tanque de armazenamento estanque


utilizado para descarga de lamas fecais quando o transporte directo das mesmas para a
Estação de Tratamento seja inviável, em função dos meios de transporte utilizados, ou se
verifique oneroso em termos económicos.

Estação de Tratamento de Águas Residuais (ETAR): infra-estrutura destinada ao


tratamento das Águas Residuais Domésticas e/ou Industrias antes da sua descarga nos
meios receptores ou da sua reutilização para usos apropriados.

Fossa Séptica: são instalações individuais ou colectivas de recepção e tratamento de águas


residuais constituídas por um reservatório estanque onde as águas se mantêm durante um
certo período, suficiente para sofrerem tratamento físico por decantação e flotação e um
tratamento biológico por digestão anaeróbia e que podem englobar diferentes tipos
construtivos.

Gestão de Lamas Fecais: conjunto de serviços que compreendem o armazenamento,


recolha, transporte, tratamento e deposição final adequada das lamas fecais provenientes
de opções tecnológicas de saneamento descentralizado, i.e., fossas sépticas e latrinas.

Inundação: É a consequência da acumulação de grandes quantidades de água em locais


habitualmente secos.

Lamas Fecais: é uma mistura de sólidos e líquidos, constituída maioritariamente por


excreta e água em combinação com fracções menores de areia, metais, lixo e outros
compostos químicos.

Latrina Melhorada: cova circular, quadrangular ou rectangular, revestida em blocos de


alvenaria, coberta por uma laje, provida de uma abertura para entrada de excreta.

19
Macro drenagem: É o conjunto dos sistemas colectores de diferentes sistemas de
microdrenagem.

Perdas de água: fugas originadas de vazamentos no sistema, envolvendo a captação, a


adução de água, o tratamento, a reservação, a adução de água tratada e a distribuição estes
provocam consumos superiores ao estritamente necessário para operação.

Rede Colectora: Tubagem e órgãos acessórios destinados a recolha e remoção de águas


Residuais.

Resíduos biomédicos: é qualquer tipo de resíduos hospitalares com concentrações


perigosas, incluindo esponjas, luvas cirúrgicas, mascaras, seringas e laminas.

Resíduos de Poda: resíduos que resultam da poda ou corte de árvores.

Resíduos sólidos: todo material, substância, objecto ou bem descartado resultante de


actividades humanas.

Tchova: carroça rudimentar feita de uma chapa metálica sobre duas rodas e movida por
tração humana. E usada ao nível dos 20 bairros para transportar resíduos sólidos na recolha
primária.

Violência baseada no Género: qualquer tipo de agressão física, psicológica, sexual contra
alguém em situação de vulnerabilidade devido a sua identidade de género.

20
1. INTRODUÇÃO

O Município de Maputo está a implementar o Projecto de Transformação Urbana de


Maputo (PTUM) em apoio à implementação das principais prioridades do Plano de
Desenvolvimento Municipal (PDM-2019-2023), visando combater a pobreza e promover
um crescimento inclusivo. O objetivo do projecto é melhorar as infra-estruturas
urbanas e fortalecer a capacidade institucional para um desenvolvimento urbano
sustentável da Cidade de Maputo, a ser implementado por um período de 5 anos
(Novembro de 2020 a Novembro 2025), com financiamento do Banco Mundial/IDA (U$
100 milhões). O projecto inclui 4 componentes, nomeadamente:
1) Melhoria Integrada dos Assentamentos Informais;
2) Revitalização da Baixa da Cidade;
3) Crescimento Urbano Sustentável da KaTembe; e,
4) Cidade Aberta e Bem Governada.
A Componente 1 visa apoiar o CMM na implementação do Programa de Melhoria
Integrada dos Assentamentos Informais nos bairros mais vulneráveis da Cidade de Maputo.
As intervenções incluirão a melhoria das infra-estruturas urbanas para reduzir a incidência
de inundações recorrentes, aumentar o acesso à água potável e melhorar o saneamento e a
acessibilidade e mobilidade nos bairros.
No âmbito do projecto foi elaborado um estudo de análise espacial, que definiu, através
dos critérios de vulnerabilidade climática, pobreza e acesso à infra-estrutura, a priorização
dos bairros de intervenção da Cidade de Maputo. Assim foi definido que a área de
intervenção do projecto no que concerne à Componente 1 abrange 20 bairros,
nomeadamente: 1. Aeroporto B; 2. Xipamanine; 3. Chamanculo D; 4. Chamanculo B; 5.
Unidade 7; 6. Mikajduine; 7. Maxaquene A; 8. Urbanização; 9. Munhuana; 10. Aeroporto
A; 11. FPLM; 12. Inhagoia B; 13. Mafalala; 14. Nsalene; 15. Chamanculo A; 16. Luís
Cabral; 17. Inhagóia A; 18. Mavalane B; 19. Mavalane A; 20. Malanga.

Mapa 1 - Área de intervenção

21
Face aos resultados do censo de 2017, a área de intervenção tem uma população com
264.054 habitantes beneficiários e cobre uma área física de cerca de 17.26 km21 (Mapa 1),
sendo que em termos de organização administrativa incide em 4 distritos municipais
conforme indicado na Tabela 1.
Distrito População Densidade
Bairro
Municipal 2017 (hab) Pop (hab/ha)
Chamanculo A 10 014 227
Chamanculo B 9 022 218
Chamanculo D 11 093 227
Aeroporto A 13 362 154
Aeroporto B 15 965 205
Nlhamankulu
Unidade 7 7 783 278
Malanga 10 166 66
Minkadjuine 6 986 193
Xipamanine 14 895 196
Munhuana 5 191 115
Mavalane A 19 407 166
KaMavota Mavalane B 12 796 243
FPLM 10 722 116
Urbanização 13 269 195
KaMaxakeni Maxaquene A 19 300 243
Mafalala 17 822 214
Inhagoia A 14 471 171
Inhagoia B 15 481 178
KaMubukwana
Luís Cabral 33 040 168
Nsalene 3 269 169
Total de População 2017 264.054
Tabela 1 – Distribuição populacional por Bairro
Fonte: INE, 2019

2. OBJECTIVO
O presente diagnóstico visa, de forma geral, informar sobre o estado actual integrado da
área de intervenção, com vista a auxiliar a elaboração de estudos e subprojectos executivos
a serem elaborados pela consultoria da componente I do PTUM.
De forma específica, tendo em consideração as áreas de actuação do PTUM, pretende-se o
seguinte:

1
Relativamente a área indicada pelo PAD, esta área inclui o bairro da Malanga e exclui a área do cemitério
de Lhanguene

22
a) Inclusão Social e gênero
▪ Colectar, sistematizar e analisar todos os dados relativa a área da Inclusão Social,
Gênero e Violência Baseada no Género (VBG), visando proporcionar uma base
concreta de conhecimento sobre situação actual ao nível dos bairros de intervenção
na componente 1;
▪ Adquirir elementos que subsidiem o desenho de futuras intervenções nos
assentamentos informais, permitindo assim o ajustamento das necessidades da área
de intervenção.
▪ Compilar fontes diversas e propor o diálogo entre elas através da observação feita.
b) Espaços Públicos e Equipamentos Urbanos
▪ Mapear a estrutura do tecido actual de EPEU em cada bairro;
▪ Compreender as características físicas e socio-ambientais, assim como os
problemas associado a cada espaço público aberto da área de intervenção;
▪ Medir a cobertura geográfica dos equipamentos públicos;
▪ Criar uma base de dados para ilustrar a situação atual dos EPEU, constituída por
fichas técnicas de espaços abertos, mapas temáticos, bem como fichas síntese de
EPEU de cada bairro.
c) Rede Viária e Mobilidade
▪ Recolher informação sobre a rede viária e transportes de forma a caracterizar e
classificar as redes existentes, bem como vias pedonais que possam ser usadas
como vias activas de mobilidade;
▪ Reflectir sobre a rede viária (onde se inclui as vias pedonais activas de mobilidade)
cuja intervenção e conexão à rede rodoviária existente dentro e ao redor dos bairros
seleccionados que permitirá melhorar a acessibilidade das áreas residenciais mais
isoladas do PTUM, bem como oferecer alternativas às rotas de transporte
congestionadas.
d) Drenagem
▪ Identificar infra-estruturas de micro e macro drenagem, avaliar o seu estado de
funcionamento e conservação;
▪ Identificar áreas de inundação, zonas susceptíveis a alagamento e erosão;
▪ Produção de mapas temáticos que possam servir como instrumentos de apoio na
tomada de decisões para a redução de ocorrência de cheias nos Assentamentos
Informais.
e) Ordenamento do Território
▪ Apresentar um sumário da actual situação do sector que alavanque e seja orientador
da estratégia urbanística e de gestão do solo a aplicar;
▪ Identificar as principais características paisagísticas, urbanísticas e as
condicionantes aplicáveis à área de intervenção;
▪ Recolher informação sobre as melhores práticas associadas a projectos de
regularização fundiária executados na cidade de Maputo;
▪ Levantamento do ponto de situação e constrangimentos dos Sistemas de
Tratamento de Dados Alfanumérico e Geográfico do CMM.

23
f) Água e Saneamento
▪ Descrever os sistemas existentes de água e saneamento de forma narrativa e com
mapas, diagramas esquemáticos, fluxogramas, fotografias e planilhas com dados
técnicos gerais de caracterização dos sistemas;
▪ Analisar as principais deficiências relacionadas à produção, operação, planificação,
gestão de abastecimento de água e saneamento;
▪ Caracterizar e avaliar a qualidade de prestação dos serviços de abastecimento de
água e saneamento; e,
▪ Identificar as principais opções tecnológicas, soluções de saneamento individual,
colectivo e abastecimento de água nos assentamentos informais, como também nas
escolas públicas, mercados e terminais de chapas.

3. METODOLOGIA
Na literatura geral, metodologia é entendida como conjunto de métodos e técnicas
aplicadas ao estudo e tratamento do que se pretende estudar, métodos que consistem num
conjunto de regras a observar para conhecer a realidade das técnicas a aplicar à recolha e
análise dos dados, ferramentas e modos de aplicação. A metodologia é que valida o estudo
e as suas conclusões, sendo que no caso concreto foi definida uma metodologia geral
aplicável a todas as áreas em análise (Gráfico 1). Na definição desta metodologia geral foi
ainda considerada a Metodologia para Elaboração do Diagnóstico Integrado que consta do
Manual de Intervenção em Assentamentos Informais, tendo a parte da análise síntese de
dados sido adaptada ao contexto do PTUM, onde obedeceu os procedimentos ilustrados no
esquema abaixo, considerando as seguintes áreas de análise, espaços públicos, inclusão
social e gênero e infra-estruturas.

Gráfico 1 - Esquema da metodologia aplicada

24
Para o presente diagnóstico aplicou-se essencialmente o método descritivo, análise
documental que implicou análise e recolha de dados, efectivada através de uma análise de
conteúdo, com enfoque quantitativo e qualitativo e técnicas matemáticas.

• Revisão da literatura

Centrou-se numa “abordagem descritivo-observacional, orientada para acção-decisão [1],


onde deu primazia uso da estratégia de triangulação [2], ou seja, uso de métodos mistos
(mixed methods-conjugação de técnicas quantitativas e qualitativas) sensíveis ao género”
e para cobrir as necessidades da informação integrada foram utilizadas várias técnicas e
procedimentos participativos de pesquisa aplicada como revisão extensiva e aprofundada
da literatura e documentação chave de cada área, incluindo recolha de dados secundários
utilizadas para apoiar no desenho de instrumentos, validação das análises no âmbito do
diagnóstico; na área de inclusão social e género, foram consultados documentos inerentes
a temática, como o Plano Director de Saúde Acção Social, planos parciais de urbanização,
manuais de recolha de dados em pesquisas sociais, instrumentos normativos inerentes as
questões de género e combate a violência baseada no género, bem como, estudos
elaborados por diversas ONGs no contexto moçambicano. Foram realizados diversos
encontros com varias entidades que trabalham em prol dos grupos vulneráveis e combate
a VBG. A área de drenagem centrou-se na busca de dados secundários como o Plano
Director de Saneamento e Drenagem da Área Metropolitana de Maputo, estudos e projectos
existentes tanto em planificação bem como em execução disponibilizadas pelo CMM e
AIAS, incluindo a consulta de publicações e fontes documentais obtidas na internet de
forma a contextualizar a diversificada informação encontrada durante a busca. Relativo ao
Ordenamento Territorial procedeu-se à produção e análise de informação espacial e a sua
caracterização quantitativa, ou seja, a transformação em dados numéricos. Mas também
análise documental relativa aos instrumentos de gestão territorial. Atendendo às regras de
distanciamento relativos à COVID foram, sempre que possível, priorizados os encontros
‘online’ de confirmação e recolha de dados; Em termos de informação relacionada a Agua
e Saneamento culminou na recolha de informação baseada na discussão de assuntos,
encontros presenciais e recolha de dados relativos a rede de abastecimento de água,
sistemas de saneamento e seus processos a nível do município de Maputo com as partes
directamente envolvidas no desenvolvimento autárquico, nomeadamente: Departamento
de Abastecimento de Água e Saneamento (DAAS), Águas da Região de Maputo (AdeM),
Direcção Nacional de Abastecimento de Agua e Saneamento (DNAAS), Fundo de
Investimento e Património do Abastecimento de Água (FIPAG), Água da Região Sul (ARA
Sul), Administração de Infra-estruturas de Abastecimento de Agua e Saneamento (AIAS).

• Trabalho de campo

A segunda fase da metodologia consistiu no trabalho de campo, onde foram realizadas


visitas nas áreas seleccionadas com a participação e envolvimento dos residentes dos
bairros abrangidos, estruturas locais (secretários e chefes dos quarteirões), Organizações
da Sociedade Civil ou ONG’s que actuam nas áreas de interesse do estudo, fez-se a

25
observação directa e participativa na qual, a equipe técnica em coordenação e
acompanhamento pelos secretários e representantes dos 20 bairros objecto do diagnóstico,
visitaram os bairros alvos. Este foi realizado com recurso aos seguintes instrumentos de
apoio ao trabalho de campo: GPS, máquinas fotográficas, questionários, fichas técnicas e
a fotografia aérea atual dos bairros.

Durante estas visitas para as áreas de Água e Saneamento, Inclusão Social e Gênero e
Espaços Públicos e Equipamentos Urbanos foram realizadas entrevistas semi-estruturadas
com informantes chaves e discussões em grupos focais; Inquérito por amostragem- junto
de uma amostra não probabilística; Perfis Transversais (caminhadas), para observação
directa com registo fotográfico e coordenadas geográficas, onde foram percorridos os
bairros com apoio de um guia, residente na comunidade para reconhecimento das
diferenças nos usos do solo, acidentes geográficos, práticas culturais, infra-estruturas
urbanas, mobiliário, maiores focos de incidência de problemas relacionados com violência
ou criminalidade, doenças, famílias vulneráveis que vivem em camponês, pontos de
abastecimento de água (poços, furos), pontos de lançamento de esgoto, prestadores de
serviços (gestão de lamas fecais), identificação dos pontos de lançamento de águas
residuais, registo de dispositivos de abastecimento de água expostos em valas de drenagem
e identificação dos sistemas unitários, características, principais funções, formas de
apropriação, problemas, qualidades e potencialidades e outros aspectos importantes para
compreender as dinâmicas atuais nos espaços públicos dos assentamentos informais
selecionados. Ademais, levantou-se outros elementos que possam contribuir para uma
compreensão integrada do contexto, assim como para compressão do funcionamento geral
dos sistemas públicos de interesse colectivos, designadamente: os postos de transformação
eléctrica, as edificações devolutas, igrejas, fontanários.

Para Drenagem este exercício consistiu no mapeamento dos seguintes sistemas urbanos:
(i) áreas propensas a inundações em caso de ocorrência de chuvas, (ii) caminhos naturais
dos escoamentos superficiais, (iii) pontos das áreas susceptíveis a alagamentos, (iv) pontos
das áreas danificadas pela erosão pluvial e, o que culminou com a elaboração do cadastro
dos sistemas de drenagem existentes. Estes pontos e áreas foram mapeados com recurso ao
software UTM Geo Map. Na Rede Viária e Mobilidade foram priorizadas as visitas de
campo e reuniões técnicas de avaliação dos traçados propostos, com os sectores de
mobilidade e trânsito, infra-estruturas viárias e ordenamento do território do CMM, foi
feito o reconhecimento das características das vias propostas, mas também analisada a sua
articulação com o plano geral do Município, bem como os princípios de mobilidade do
PTUM.

• Sistematização e análise dos resultados de campo

Este procedimento consistiu, na organização e análise da informação recolhida em campo,


de modo a compor um relatório de diagnóstico constituído pela seguinte base de dados: (1)
mapas temáticos de inclusão social e género, sistemas de abastecimento de água e
saneamento, drenagem, redes viárias, ordenamento territorial e espaços públicos e
equipamentos urbanos que reflitam o tecido actual dos assentamentos informais, assim

26
como as suas áreas de abrangência geográfica; Produção de fichas técnicas com informação
detalhada (nome, localização, função, área, configuração, problemas, potencialidades,
qualidades e registo fotográfico) de cada espaço público identificado, (3) fichas técnicas
síntese de cada bairro com informação sobre o tecido de EPEU, estrutura demográfica e
administrativa e física actual, assim como (4) as fichas técnicas de experiências relevantes
de intervenção em espaços públicos no contexto de Maputo, com vista aprender
os aspectos qualitativos e, também, problemáticos associados a estas intervenções.

Posteriormente, todos os dados colectados foram sistematizados, processados e analisados


com recurso aos ‘softwares’ AutoCAD, ArcGIS, Google Earth, MS-Excel e MS-Word,
produzindo-se tabelas e mapas temáticos ilustrativos de modo que facilitasse a posterior
interpretação dos resultados obtidos. A recolha de informação relativa às vias visitadas
onde se inclui as vias pedonais foi realizada através do OpenStreetMap tendo sido ainda
usado o software Mapillary.

27
4. ENQUADRAMENTO NORMATIVO, INSTRUMENTOS E PLANOS
SECTORAIS

● Política de Acção Social e Estratégia de Implementação social


● Lei n 19/2019, “Lei de Prevenção e Combate as Uniões Prematuras”
● Lei n 29/2009, sobre Violência Doméstica Praticada contra a Mulher.
● Lei n 10/2019, Lei da Família
● Coletânea de legislação Nacional de Proteção da Criança.
● Mecanismo Multissectorial de combate a Violência Baseada no Género
● Plano Nacional de Prevenção e Combate a Violência Baseada no Género -
2018/2021
● Plano quinquenal do Governo -2019/2024
● Plano Estratégico do Sector de Saúde 2014/2019/24
● Plano Estratégico da Educação 2020/2029
● Objectivos do Desenvolvimento Sustentável – Agenda 20/30
● A Lei das Águas (Lei n°16/91 de 03 de Agosto de 1991)
● A Política Tarifária de Águas (Resolução 60/98 de 23 de Setembro de 1998)
● O Regulamento dos Sistemas Públicos de Distribuição de Água e de Drenagem de
● Águas Residuais (Decreto 30/03 de 01 de Julho de 2003)
● A Política de Águas (Agosto de 2007)
● Postura de Saneamento e Drenagem (Resolução no 68/AMM/2016 de 14 de
Dezembro)
● Plano Director de Saneamento e Drenagem da Área Metropolitana de Maputo
(Fevereiro de 2015)
● Lei 19/97 de 1 de Outubro (Lei de Terras);
● Decreto 66/98 de 8 de Dezembro (Regulamento da Lei de Terras)
● Regulamento de Solo Urbano (Decreto n.º 60/2006 de 26 de Dezembro);
● Lei de Ordenamento do Território (Lei n.º 19/2007, de 18 de Julho);
● Regulamento da Lei de Ordenamento do Território (RLOT) (Decreto n.º 23/2008,
de 1 de Julho);
● Postura de DUAT (Resolução n 115/AM/2003 de 30 de Outubro) e revisões
pontuais efectuadas pelas resoluções n 24/AM/2014 de 11 de Dezembro (sobre
taxas de DUAT);
● Postura de Construções e Edificações;
● Manual de Procedimentos do Programa de Regularização Massiva de DUATs
(CMM, 2018);
● Programa de Desenvolvimento Municipal (2019-2023);
● Plano de Estrutura Urbana do Município de Maputo (PEUMM) (Resolução n.º
96/AMM/2008 de 10 de Dezembro);
● Planos Parciais de Urbanização da área de intervenção (ver tabela 3);
● Estratégia Integrada e Plano de Acção para Intervenção Integrada em
Assentamentos Informais no Município de Maputo, 2010;
● Estudo de Base para o Programa de Regularização Massiva De Posse De Terra
(DUAT’s), COWI 2014;

28
● Pacote autárquico (revisto);
● Estatuto Orgânico do CMM;
● Sistema de Gestão Municipal (SIGEM), incluindo mapas digitais georreferenciados
e uma plataforma de software em rede capaz de produzir uma variedade de análises
e imagens;
● Manual da MCA sobre o projecto de cadastro e titulação massiva de terras em
quatro províncias do norte do país, a saber: Zambézia, Nampula, Niassa e Cabo
Delgado.
No que concerne aos instrumentos de ordenamento do território de nível autárquico o
principal documento orientador que o Município de Maputo dispõe consiste no Plano de
Estrutura Urbana elaborado em 2008 e que abrange toda a área do Município. Sendo que o
mesmo deverá ser obrigatoriamente revisto decorrido 10 anos após a sua entrada em vigor
(n.º 3 do artigo 64 do RLOT).

A nível autárquico o plano de estrutura consiste no principal instrumento orientador do


ordenamento de todo o território municipal, ou seja, estabelece a organização espacial, os
parâmetros e as normas para a sua utilização, tendo em conta a ocupação actual, as infra
estruturas e os equipamentos sociais existentes e a implantar, bem como a sua integração
na estrutura espacial regional (n.º 5 do artigo 4.º do RLOT).

Relativamente aos restantes instrumentos aplicáveis constata-se que apenas os de


Maxaquene “A” e Luís Cabral dispõem de instrumentos de ordenamento territorial, mais
concretamente Planos Parciais de Urbanização (PPU) (Tabela 2), ou seja, apenas cerca de
22% do território é coberto por instrumento de ordenamento do território. Contudo de
salientar que quase todos têm sido alvo de estudo por parte dos estudantes de arquitectura
e planeamento físico conforme consta no Anexo 1. Sendo que através de memorandos de
entendimento com entidades interessadas foi ainda iniciada a elaboração dos Planos
Parciais de Urbanização de Xipamanine e Chamanculo D.

O Plano Parcial de Urbanização materializa os princípios e os parâmetros definidos no


Plano de Estrutura Urbana, e o Plano de Pormenor é um instrumento mais pormenorizado
que define o desenho urbano (Macucule, 2010). Constituem elementos fundamentais destes
planos a planta de ordenamento, planta de condicionantes, o regulamento e o programa de
execução.

Em termos institucionais os instrumentos de ordenamento territorial são geridos pelo


Departamento de Planeamento Urbano da Direcção Municipal de Ordenamento do
Territorial e Construções - DMOTC.

29
Tipo de Área de Ano de ÁREA
Aprovado
Plano Intervenção Elaboração (ha)

Resolução 74/AM/2011 de
Plano Parcial Maxaquene "A" 2011
28 de Setembro de 2011
87,5
de
Urbanização Luís Cabral Resolução 52/AM/2016 de
2015 254,0
25 de Maio de 2016

Total 341,5
Tabela 2 - Instrumentos de Ordenamento Territorial de Nível Autárquico existentes

Mais importa referir que nos termos do n.º 1 do artigo 39 e do artigo 40 do Regulamento
da Lei de Ordenamento do Território (RLOT), os instrumentos de ordenamento do
território de nível autárquico são elaborados por iniciativa do Presidente da Autarquia e o
processo de elaboração inicia-se com a publicação do despacho do Presidente. Sendo que
nos termos do n.º2 do artigo 39.º após a aprovação pela Assembleia Municipal, devem ser
enviados ao Ministério da tutela para ratificação, mas cuja eficácia nos termos do n.º 1 do
artigo 73 do RLOT depende ainda da sua publicação no Boletim da República.

Relativamente à gestão do solo urbano no CMM encontra-se associada ao Ordenamento


do Território, sendo este assunto tratado na Direcção Municipal de Ordenamento do
Territorial e Construções - DMOTC, na qual se localizam os Departamentos de Cadastro
de Terras, Assentamentos Informais e Planeamento Urbano, estando em aprovação a
repartição de DUAT´s.

4.1. Plano Director de Saneamento e Drenagem da Área Metropolitana de Maputo

O Plano Director De Saneamento e Drenagem da Área Metropolitana de Maputo é um


documento orientador sobre as intervenções necessárias e investimentos prioritários na
construção e expansão das infra-estruturas de drenagem e saneamento sustentáveis, assim
como a melhoria da gestão de inundações, através de:

● Fortalecimento da capacidade dos serviços municipais para assegurar que as infra-


estruturas urbanas têm um desempenho sustentável de forma a garantir a melhoria da
saúde pública, da segurança e do meio ambiente;
● Promoção da gestão ambiental, de modo a aumentar a resiliência da Área
Metropolitana de Maputo aos impactes das alterações climáticas, contribuindo, desta
forma, para o desenvolvimento económico em linha com as estratégias e políticas
relevantes do Governo.

30
5. ESTUDOS DE CARACTERIZAÇÃO E ANÁLISE DOS DADOS

5.1. Enquadramento

À área de intervenção do PTUM enquadra-se no conceito urbanístico de assentamento


informal ou seja, áreas não planeadas, ocupadas de forma espontânea em “mancha de óleo”.
Nestas áreas as construções são maioritariamente precárias e por regra não ultrapassam um
piso. Têm uma elevada densidade de ocupação do solo o que dificulta a circulação, bem
como: falta de espaços para serviços; fracas ou inexistentes redes de abastecimento de
água; energia e telecomunicações; falta de serviços de saneamento básico; predominância
de material de construção de baixo custo ou precário; falta de serviços; deficiente rede
comercial; e, dificuldades de circulação viária. Por outro lado, são áreas fundamentalmente
residenciais ocupadas por famílias de baixa renda, mas onde também se verifica a presença
de algumas unidades industriais com implicações ambientais.

Historicamente a cidade de Maputo expandiu-se de maneira informal, sem planeamento


urbano e os investimentos necessários em infra-estrutura básica. A informalidade urbana
remonta aos tempos coloniais, quando a cidade foi estruturada em duas áreas desiguais: a
“Cidade Cimento” construções convencionais com comodidades modernas para os
colonos, e a “Cidade Caniço” (cidade de madeira) onde a população local só tinha
permissão para construir abrigos com materiais não duráveis. Durante o período da Guerra
Civil (1977-92), a urbanização informal acelerou significativamente à medida que centenas
de milhares de pessoas das áreas rurais procuraram segurança na Cidade de Maputo. Ao
mesmo tempo, os investimentos em infra-estrutura urbana pararam à medida que o País
mergulhava na crise económica devido à combinação de conflito, nacionalização
fracassada e desastres naturais.

Sem políticas urbanas adequadas, a população crescente ocupou prédios vazios na Cidade
Cimento que foram deixados para trás após a Independência, ou construiu as suas casas em
faixas de servidão, planícies aluviais e áreas sem infra-estrutura urbana. O resultado é que,
hoje, cerca de 80% da população da Cidade de Maputo vive em assentamentos informais.
Embora nos últimos anos as conexões de electricidade e água tenham-se expandido, cerca
de 20% dos domicílios ainda não têm acesso a água canalizada e mais de 60% não têm
acesso a saneamento seguro. Como resultado, os pobres urbanos acabam comprando água
de fornecedores privados a um custo muito mais alto. Por outro lado, as inundações são
muito comuns na maioria dos assentamentos informais, pois os sistemas de drenagem são
quase inexistentes, aumentando significativamente a incidência de doenças de veiculação
hídrica como diarreia, cólera e malária, que por sua vez impactam não apenas na saúde dos
residentes, mas também na sua produtividade. Importa ainda referir que a intervenção em
Assentamentos Informais dadas as suas características exige um consenso social sobre as
acções estratégicas a implementar para os bairros do projecto, entre os organismos da
administração pública e os demais stakeholders.

31
5.2. Caracterização Sócio Económica, Gênero e VBG

Nesta subsecção apresentam-se resultados dos estudos de caracterização na área da


Inclusão Social, Gênero e Violência Baseada no Género (VBG), onde se procurou
descrever a situação actual nestas temáticas ao nível dos bairros de intervenção da
componente 1.

5.2.1. Principais Actividades económicas

Os bairros abrangidos pelo PTUM apresentam um alto nível de desemprego, caracterizado


pela existência de jovens que concluíram o nível médio e não conseguiram ingressar para
o ensino superior, contudo há esforços notáveis por parte de várias organizações e
associações com vista a reduzir esses níveis através da promoção de projectos de formação
profissional e inserção no mercado de emprego ou ainda financiamento em equipamentos
de auto-emprego.

A condição de vida destas comunidades é baixa e em alguns casos média caracterizada pela
existência de famílias que se dedicam no desenvolvimento de actividades de conta-própria
sobretudo pequenos negócios nos grandes mercados (Xipamanine, Fajardo, Malanga) ou
artesanais (carpintaria, tecelagem, etc.). Ainda assim, existe uma parte dos habitantes com
um emprego formal no sector público e privado.

Importa referir ainda que estes bairros possuem grande parte dos residentes integrados em
negócios informais, que garantem a subsistência de suas famílias. De acordo com os líderes
comunitários, os rendimentos são maioritariamente baixos (não suficiente para costear a
cesta básica), com uma notável existência da prática do trabalho infantil nos negócios
informais, nos mercados e paragens, muitas vezes com o consentimento dos seus pais,
situação que conheceu agravamento durante os meses da pandemia.

Descrição Homens Mulheres Total

Agricultura silvicultura e pescas 1,8% 2,7% 4,4%

Extracção mineira 0,5% - 0,6%

Indústria manufactureira 4,5% 1,1% 5,6%

Energia 0,3% 0,1% 0,3%

Construção 5,5% 0,2% 5,7%

Transporte e comunicação 3,7% 1,0% 4,7%

Comércio e finanças 9,9% 15,5% 25,4%

32
Serviços administrativos 4,1% 1,9% 6,0%

Outros serviços 17,4% 11,1% 28,5%

Desconhecidos 10,6% 8,2% 18,7%


Tabela 3 - Divisão percentual da população da cidade de Maputo por ramo de
actividades
Fonte: INE, 2019

5.2.2. Análise demográfica e sócio-cultural

Os bairros são densamente habitados, sendo que os Distritos Municipais de Nlhamankulu


e KaMaxakeni apresentam as maiores densidades populacionais do município, situando-se
em aproximadamente 20.000 habitantes por Km²2. Em relação aos bairros abrangidos pelo
PTUM, Luís Cabral encontra-se na primeira posição com 33.040 habitantes e Nsalene
última posição com 3.269 habitantes, conforme ilustra o gráfico abaixo.

Gráfico 2 – Distribuição da população por bairro da área de intervenção


Fonte: INE, 2019

Em termos de composição populacional as mulheres constituem a maioria da população


destes 20 bairros e o gráfico a seguir ilustra a divisão da população por sexo.

2
Fonte: Plano Director do pelouro de Saúde e Acção Social 2015-2019

33
Gráfico 3 - Divisão da população por sexo
Fonte: INE, 2019

Como se pode verificar nos gráficos acima, o projecto poderá beneficiar de forma directa
e indirecta a 264.054 pessoas que residem nos 20 bairros seleccionados. Estes bairros são
habitados maioritariamente por pessoas de etnia ronga (pessoas naturais de Maputo), não
obstante a maior parte dos residentes fala a língua portuguesa 62.3%, seguido por
população que fala a língua xichangana situada em 24.4%3.

Em termos religiosos, predominam nos bairros pessoas que professam a religião cristã,
embora alguns bairros são historicamente habitados por pessoas de religião Islâmica
(Chamanculo, Minkadjuine e Mafalala), mas com o crescimento dos mesmos encontram-
se muitos praticantes da religião cristã, com uma forte presença de igrejas evangélicas.

Quase todos estes bairros são caracterizados por possuir uma população maioritariamente
jovem e para actividades de lazer, é notável a prática do desporto sobretudo por parte de
crianças e jovens. Existem também parques infantis no interior dos bairros, embora na sua
maioria em um estado avançado de degradação devido a falta de cuidados. Quanto às infra
estruturas socioculturais locais, destacam-se o Centro Cultural Municipal (Ntyindza),
localizado no bairro de Xipamanine, um Museu em Mafalala.

Nestes bairros existe uma grande proliferação de estabelecimentos de comercialização de


álcool, factor que contribui para focos de criminalidade e de toxicodependência de
adolescentes e jovens.

5.2.3. Caracterização dos agregados familiares e estrutura etária da população

A ocupação destes bairros data da época colonial, ao redor da cidade cimento, tendo havido
maior registo de chegada de pessoas devido à procura de melhores condições de vida. Este

3
Anuário Estatístico da Cidade de Maputo, 2019.

34
crescimento massivo da população registou-se ainda mais com a guerra dos 16 anos, onde
muitos residentes de Gaza e Inhambane acorreram a Maputo por ser uma região mais
segura.

Como muitos jovens de outros bairros, os jovens destes distritos que conseguem ter
melhores condições de trabalho tendem a construir suas casas fora da cidade, porém a
situação não regista melhorias por que as taxas de natalidades continuam altas, razão que
contribui para o crescimento dos agregados familiares. Segundo INE (2019), até o
recenseamento de 2017, o Distrito Nlhamankulu registou uma população de 40.854 (31%
da população total do distrito) com idades compreendidas de 0 a 10 anos, realidade que se
replica nos outros distritos municipais, onde as taxas de natalidade mantêm-se altas.

Actualmente estes bairros se caracterizam por agregados familiares numerosos,


caracterizados pela presença de dois ou mais agregados familiares dividindo o mesmo
talhão com uma variação média de 5 a 10 membros em cada família.

Importa enfatizar que os dados sobre o total de agregados abaixo apresentados resultam de
uma estimativa feita tendo em conta o total da população e o número médio de membros
por família.

Gráfico 4 – Número de agregados familiares

De um modo geral, de acordo com os dados do Anuário Estatístico do INE de 2019, em


todos os distritos municipais, grande parte da população têm idades compreendidas dos 0
aos 34 anos de idade, o que demonstra que estamos diante de uma população jovem. Não
obstante, temos uma forte presença de pessoas em idade economicamente activa partindo
dos 16 aos 60 anos de idade para diante, pese embora muitas destas pessoas neste momento
possam ser classificadas como população desocupada, visto que não têm dado o seu
contributo económico devido às altas taxas de desemprego e/ou desocupação que
apoquenta a população residente nestes bairros.

35
Idades DM DM DM DM
Nlhamankulu KaMaxakeni KaMavota KaMabucuane

0-4 13 392 20 619 34 434 33 708

5-9 13 912 21 415 35 771 35 020

10-14 13 550 20 856 34 840 34 111

15-19 14 122 21 736 36 311 35 551

20-24 15 245 23 464 39 200 38 380

25-29 13 430 20 675 34 533 33 807

30-34 10 513 16 185 27 031 26 462

35-39 8 497 13 074 21 850 21 397

40-44 6 744 10 369 17 343 16 989

45-49 5 252 8 074 13 507 13 234

50-54 4 717 7 251 12 131 11 886

55-59 4 200 6 460 10 801 10 579

60-64 3 172 4 881 8 155 7 985

64-69 2 093 3 220 5 382 5 270

70-74 1 252 1 925 3 221 3 155

75-79 788 1 210 2 026 1 985

+80 1 181 1 813 3 038 2 979

Total 132 060 203 229 339 575 332 497


Tabela 4 - Faixa etária por Distrito Municipal
Fonte: INE, 2019

Ainda no que tange caracterização da estrutura da população foi feito o levantamento


relativo ao crescimento urbano de cada bairro, tendo sido comparado os dados dos censos
populacionais de 2007 e 2017, de um modo geral, os dados indicam uma desaceleração do
crescimento populacional em Maputo Cidade entre 2007 e 2017, em particular ao nível dos
20 bairros e este fenómeno está relacionado à forte perda de população por emigração,
principalmente para a Província de Maputo.

36
Gráfico 5 - Análise do crescimento população nos 20 bairros entre 2007 e 2017
Fonte: INE, 2019
5.2.4. Dinâmica Económica

Os 20 bairros abrangidos pelo PTUM apresentam altos níveis de desemprego,


principalmente entre a camada jovem, que tendo concluído o nível médio e não conseguido
ingressar para o ensino superior, não conseguem arranjar um emprego.

Dos trabalhos de campo, positivamente registou-se que há esforços notáveis por parte de
várias organizações e associações com vista a reduzir esses níveis, através da promoção de
projectos de formação profissional e inserção no mercado de emprego ou ainda
financiamento em kits de auto-emprego.

A condição socioeconómica destas comunidades é muita baixa e em alguns casos média,


porém o padrão de vida de maior parte das famílias é totalmente de rendimentos
provenientes do desenvolvimento de actividades por conta-própria (carpintaria, serralharia,
etc.) ou pequenos negócios nos grandes mercados informais (Xipamanine, Fajardo,
Malanga, etc.). Ainda assim, existe uma certa parte dos habitantes com um emprego formal
no sector público e privado.

“Há aqui no bairro casos de pais que mandam as crianças para fazer negócio de venda
de água, plásticos, gelinhos etc. No Mercado, enquanto eles estão sentados em casa, logo
nem toda criança que está nos mercados e órfã ou abandonada.”[1]
O trecho acima reflecte fielmente o que foi discutido nesta subsecção do quanto à
precariedade em termos socioeconómicos em que se encontra maior parte dos residentes
destes bairros.

5.2.5. Educação

Os bairros arrolados neste diagnóstico possuem infra-estruturas educativas, desde creches,


escolas primárias e em alguns casos escolas secundárias. Os residentes têm acesso a
educação formal, embora existam muitos adolescentes que não frequentam por diversos
motivos, entre os quais encontramos vulnerabilidade e consequente trabalho infantil, entre

37
outros motivos. O gráfico abaixo, ilustra o numero das infra-estruturas educacionais em
cada bairro.

Gráfico 6 - Instituições de ensino público

O Gráfico acima demonstra claramente que os estabelecimentos de ensino secundário


nestes bairros são escassos, o que faz com que os alunos após a conclusão do ensino
primário desloquem-se para outros bairros, de modo que possam prosseguir com os
estudos. No caso de Nsalene, o cenário é pior visto que, não possui nenhuma creche e
nem escola primária, o que faz com que o deslocamento para outros bairros comece ainda
mais cedo.
A nível do Distrito Municipal Nlhamankulu, o Bairro da Munhuana apresenta-se como o
mais completo em termos de infra-estrutura educacionais, pois tem maior número de
escolas secundárias, possuindo também escolas primárias e creches, e ainda possui um
centro de formação de professores.

Os moradores do Bairro da Mafalala afirmam que as infra-estruturas educativas existentes


ainda estão aquém do desejado, pois que, estas não respondem à demanda, principalmente
porque existe por parte destes uma insatisfação com relação às escolas onde os alunos
devem frequentar quando passam para o ensino secundário. Muitos alunos do bairro
passam para a escola Estrela Vermelha, onde segundo os moradores, acabam sofrendo
situações de roubos constantes, o que contribui também para o fraco desempenho dos
mesmos. Outro desafio que se enfrenta no campo da educação tem a ver com o consumo
de bebidas alcoólicas e drogas ilícitas, por parte dos jovens e adolescentes, o que tem
contribuído bastante para a desistência escolar de muitos alunos4.

Neste campo manifesta-se também a questão da educação das pessoas com deficiência
física, que enfrentam grandes dificuldades, pois os gestores de creches (com excepção de

4
Informação fornecida pelo grupo focal realizado no bairro de Mafalala numa reunião realizada no dia 16
de Fevereiro de 2021.

38
um centro infantil no Bairro da Mafalala5 afirmam não ter condições de receber crianças
com necessidades educativas especiais, e as educadoras também não são preparadas no seu
processo de formação para lidar com esses casos. E quando se trata do ensino primário e
secundário a situação é ainda mais desafiadora, pois as crianças com necessidades
educativas especiais devem ser levadas para a escola especial que fica no Distrito
Municipal entretanto, por causa da distância os pais acabam desistindo da educação dos
filhos, porque não suportam os custos de transporte.

5.2.6. Saúde

Em relação aos serviços de saúde, estes bairros possuem uma rede sanitária entre centros
de saúde públicos e privados, mas que ainda se encontra a quem do desejável, abaixo a lista
das unidades sanitárias frequentadas pelos residentes destes bairros.

N°. de Unidade Sanitária Bairro


ordem

1 Hospital Geral de Chamanculo Chamanculo B

2 Hospital Geral José Macamo Malanga

3 Centro Saúde de Xipamanine Aeroporto B

4 Posto de saúde de Xipamanine (salubridade) Xipamanine

5 Centro de Saúde Vilas (privado) Chamanculo A

6 Hospital geral de Mavalane Mavalane A

7 Centro de Saúde de Inhagoia Inhagoia A

8 Centro de Saúde 1° de Maio Maxaquene C

9 Centro de Saúde Santa Filomena Alto Maé

10 Centro de Saúde da Malhangalene Malhangalene


Tabela 5 - Unidades sanitárias que os residentes têm acesso aos cuidados primários de
saúde

Nem todos os bairros possuem Unidades Sanitárias, sendo que os residentes devem
escolher o que estiver mais próximo do seu bairro para o seu uso, em casos de doenças,
entretanto muitos desafios se levantam nesta área, pois em alguns casos os residentes
devem percorrer longas distâncias para chegar a Unidade Sanitária, e por vezes não tem
dinheiro de transporte. Há por parte dos residentes reclamações da qualidade do
atendimento hospitalar caracterizado pelo longo tempo de espera para o atendimento,
dificuldade na obtenção de medicamentos nas farmácias dos hospitais, sendo obrigados a

5
Centro infantil Dambu, recebe crianças com necessidades educativas especiais

39
recorrer a farmácias privadas onde os custos são elevados para a maioria dos pacientes,
sem contar com a escassez de ambulâncias em caso de transferências para outros hospitais,
tendo os familiares do paciente que mobilizar recursos para aluguer de uma viatura para o
transporte do doente para outras unidades.

Em relação a doenças, há prevalência de doenças diarreicas e malária causados em grande


escala pela falta de higienização das áreas habitacionais, valas de drenagem, lixeiras
clandestinas, águas paradas e negras, conforme ilustram as imagens abaixo:

Figura 1 - Vala de Drenagem Bairro do Figura 2 - Águas paradas no bairro


Chamanculo D Chamanculo B

5.2.7. Caracterização da habitação

Os bairros em alusão são constituídos por habitações que na sua maioria são de material
convencional, sendo que a maior parte não termina a construção, existem também casas de
madeira e zinco e caniço, na sua maioria são do tipo 1. Em termos de fornecimento de água,
a maior parte das famílias possui água canalizada em suas residências, grande parte
fornecida pelas águas da região de Maputo e uma menor parte por fornecedores privados.
Existe também uma minoria da população que não tem água canalizada, uns já tiveram,
mas por falta de pagamentos sofreram cortes, outros nunca tiveram devido às condições
económicas, e este percentual recorre a vizinhos, e outros a alguns funcionários privados.

Fora das questões numéricas com relação ao fornecimento de água às famílias, existem
aspectos sociais que são levantados a nível das comunidades, que tem a ver com o grau de
satisfação em relação aos serviços fornecidos, principalmente pelos clientes das águas da
região de Maputo, que mostram-se agastados, uma vez que reclamam da qualidade da água,
os horários que não convém aos clientes, pois muitas vezes a água sai de madrugada,
fazendo com que os moradores tenham de acordar muito cedo para armazenar o precioso
líquido, reclamam ainda das facturas que são na sua óptica bastante elevadas e não tem
esclarecimento por parte do fornecedor quanto ao cálculo dos metros cúbicos consumidos,
e quando dirigem-se aos seus balcões para reclamar são confrontados com o lema de “paga

40
e depois reclama6” e nunca recebem uma solução do problema, por se tratar de famílias
com poucas posses, essas acabam acumulando dívidas com a empresa, pois os valores
cobrados chegam a 2000mt por mês, o que é insustentável para os clientes, sem contar com
o problema dos tubos gerais e particulares furados que condicionam a chegada da água em
determinadas famílias, conforme ilustram as imagens abaixo.

Figura 3 – Tubos de água rompidos nos bairros Chamanculo B e Aeroporto B

Em termos do saneamento do meio, todos os bairros têm microempresas que fazem recolha
de lixo duas vezes por semana em cada quarteirão, entretanto os bairros apresentam
problemas com o escoamento de águas pluviais. Estes bairros, com excepção de Nsalene,
de acordo com os líderes comunitários, são propensos a inundações urbanas, situação que
se verifica em todas as épocas chuvosas7. Os bairros apresentam também uma grande parte
da população que ainda faz uso de latrinas tradicionais, e durante a época chuvosa essas
latrinas tendem a transbordar, criando situação de águas negras ao longo das ruas.

Estes bairros são caracterizados pela existência de “compones” onde várias famílias
partilham o mesmo quintal e serviços básicos de água e saneamento. Entretanto, a situação
da higiene dos sanitários compartilhados deixa muito a desejar, pois, apresentam muita
imundice e em alguns casos tem o problema de água que já não jorra nesses locais.

6
Afirmou um morador do bairro Chamanculo D, aquando do encontro com grupo focal, decorrido no dia 11.02.21 .
7
Em termos de escoamento das águas pluviais o bairro mais crítico é, onde parte dos residentes vive literalmente rodeado
de “riachos”, com águas negras, onde as crianças brincam sob o olhar impávido dos pais, colocando-se em risco de
desenvolver doenças relacionadas com a falta de saneamento do meio (ex. Malária, Diarreia e Cólera).

41
Figura 4 - Sanitário compartilhado do bairro da Mafalala

Os líderes comunitários são unânimes em afirmar que 80% das casas possuem ligações de
energia eléctrica, fornecida pela EDM. Existem casos de roubo de energia, e parte de
famílias que não tem condições de aquisição e/ou manutenção da ligação eléctrica. A
iluminação pública é que deixa muito a desejar, pois nos bairros verifica-se que muitas ruas
possuem candeeiros estragados já há anos, e a situação segundo os moradores têm
contribuído bastante para o recrudescimento do crime.

5.2.8. Desigualdade nas relações de gênero

A desigualdade de gênero nestes bairros é caracterizada por aspectos de vária ordem,


sobretudo económicos, sociais e culturais. Na ordem económica, verifica-se uma
desigualdade entre famílias, sobressaindo as que têm um maior poder económico,
sobretudo, aquelas em que pai e mãe são trabalhadores, pois que há comparticipação na
renda familiar. Esta situação contradiz-se com a das famílias onde a mulher não trabalha e
a sua função é simplesmente cuidar do lar.

Nesta senda, Bourdie (1998) afirma que os esforços que têm sido desenvolvidos para a
emancipação e a eliminação das desigualdades entre homens e mulheres através da
promoção dos direitos humanos das mulheres ainda não são suficientes, porque prevalecem
hesitações impostas nas construções sociais assentes na dominação masculina, que tendem
a colocar a mulher como o outro sexo e não como um ser humano.

Um outro cenário que se verifica, são as famílias chefiadas por mulheres, que em muitos
dos casos, estas apresentam uma desvantagem a nível económico e social. A maioria das
mulheres nesta situação, não possui um emprego formal, dependendo assim, de uma banca
ou um emprego doméstico, factor que contribuiu para que os programas governamentais

42
de apoio a camadas vulnerável abarquem mais mulheres comparado ao número de homens
conforme ilustra o gráfico abaixo:

Gráfico 7 -Beneficiários do subsídio social básico na cidade de Maputo


Fonte: INE (2019)

Nas questões sociais e culturais, verifica-se uma limitação no acesso a educação para
raparigas, porque quando estas engravidam, são transferidas para o curso nocturno,
independentemente da idade. Este factor tem contribuído para desistências escolares das
mesmas. Todavia, a situação similar não acontece com os rapazes que engravidam. Há
também casos em que os pais limitam os estudos das suas filhas com o fundamento de que
o direito à educação é exclusivamente dos rapazes.

Para além das gravidezes precoces, o outro factor que causa desigualdades de género no
acesso à educação está relacionado com a insuficiência de infra-estruturas educacionais a
nível dos bairros. Este factor obriga os alunos a se matricularem em escolas distantes,
algumas delas sem segurança. Isto acaba sendo determinante para as desistências escolares,
sobretudo para as raparigas conforme declarou a comunidade de Mafalala:

“Os nossos filhos quando terminam a 7ª classe são afectos a escola Secundaria Estrela
vermelha e mesma não oferece condições de segurança seja no interior da mesma assim
como fora, porque todos os dias nossos filhos voltam sem sapatos e por vezes são
espancados, daí que as meninas por medo de serem violentadas acabam desistindo de
estudar”8.

A desigualdade entre homens e mulheres também se estende ao nível de empregabilidade


nas áreas técnicas, devido ao pensamento ainda enraizado na sociedade, que rotula essas
áreas como sendo meramente masculinas.

8
Informação fornecida pelo Grupo focal do Bairro Mafalala, durante um encontro realizado em 16 de Fevereiro de 2021.

43
5.2.9. Problemática de exclusão social e vulnerabilidade

A situação de exclusão social nos 20 bairros em alusão apresenta-se de forma


multifacetada, com maior destaque para a descriminação. As vítimas da discriminação são,
geralmente, as pessoas portadoras de deficiência física e mental, pessoas da terceira idade,
cujos filhos e a comunidade acusam-nos de feitiçaria e mulheres viúvas acusadas de terem
morto os respectivos maridos para ficarem com os bens. Encontram-se também nesta
situação os consumidores de drogas e as mulheres trabalhadoras do sexo, que por causa das
suas práticas, muitos pais não permitem que seus filhos brinquem nas suas casas.

São também excluídas as famílias pobres, por causa do seu fraco poder económico, facto
que concorre para limitação no acesso aos serviços básicos tais como água, energia,
transporte, saúde e por vezes educação. Embora, alguns destes serviços sejam a um certo
nível gratuito (educação e saúde), a sua oferta é ineficiente obrigando os residentes a
recorrer a privados.

“As desigualdades na saúde podem ser entendidas como diferenças no estado de saúde ou
na distribuição dos determinantes (serviços) de saúde entre diferentes grupos
populacionais. Em Moçambique, as desigualdades na saúde estão muitas vezes
relacionadas com o acesso aos cuidados de saúde, bem como com a posse desigual dos
rendimentos entre diferentes grupos sociais. (Macore, 1992: 3)”.

Mapa 2 – Famílias em situação de vulnerabilidade

Portanto, a inclusão destes grupos requer um trabalho profundo com as comunidades por
forma a melhorar as condições de vida e promoção dos direitos humanos,

44
independentemente da situação social, física e/ou económica. É importante também que se
preste uma assistência contínua aos grupos que se beneficiam dos programas do INAS,
pois estes reclamam a demora da chegada tardia dos apoios e quando chega não compensa
os meses em falta. De igual forma, existe a necessidade de adequação das infra-estruturas
por forma a ultrapassar as limitações das pessoas com deficiência física, visto que, embora
haja esforços envidados por organizações não-governamentais para dar voz a estes grupos
excluídos socialmente, ainda não conseguem responder à demanda.

5.2.10. Violência baseada no género

Do trabalho realizado, quer por via dos grupos focais, entrevistas realizadas com as
lideranças locais e inquérito aos moradores, constatou-se que pouco se fala da problemática
da violência baseada no género.

Maior parte dos destes afirmaram que são práticas que quase não existem no seio das
famílias destes bairros, com excepção dos bairros de Maxaquene A e Unidade 7 que
confirmaram a existência dos casos, mas são geridos a nível domiciliar.

Muitas vezes quando os casos transcendem o nível familiar, são em primeira instância
resolvidos pelos líderes comunitários, em que juntam as duas partes (agressor e vítima)
para uma possível resolução, em caso de reincidência ou complexidade, os líderes buscam
o apoio do Conselho Comunitário de Segurança (CCS), e do Tribunal Comunitário. Em
casos mais complexos ainda, ou em preferência da vítima os casos chegam à polícia, nos
gabinetes de atendimento às vítimas de violência doméstica até ao tribunal, pese embora
haja ainda poucos casos denunciados. Segue abaixo a figura ilustrativa do processo usado
para gestão dos casos de VBG a nível dos 20 bairros.

45
Caso de VBG

Gestão do caso a nivel familiar, Participação do caso na


ou lideres Esquadra da policia
comunitários/religiosa

Registo do caso em
associações de apoio à VBG

Centro de Atendimento a Vitimas de Violência


(CAIVV)

Policia, Medicina legal Assistencia médica

Segmento Judicial Assistência psicologica e


Social

Figura 5 - Esquema de gestão de casos de VBG nos 20 bairros.

Os principais factores que contribuem para que não haja denúncia são: na maioria dos casos
a mulher que sofre a violência não denuncia porque tem medo de perder o lar e ver o marido
na cadeia. Nos casos em que o homem é que sofre a violência, este tem vergonha de
denunciar e assumir que foi violentado. Recentemente na Unidade 7, uma mulher foi
queimada com água quente e ficou em casa durante três (3) dias sem ir ao hospital por
medo de denunciar o marido. A vítima só o fez, depois que os vizinhos descobriram e

46
encaminharam o caso ao secretário do bairro. Este, por sua vez, mobilizou esforços para se
levar a mulher ao hospital9.

Figura 6 - Mulher violentada pelo marido no Bairro Unidade 7

Outro factor que concorre para que as pessoas não façam as denúncias, segundo a
comunidade do Bairro Maxaquene A, são cobranças de valores monetários que a polícia
faz às vítimas para dar segmento aos casos. Há também situações em que o agressor
suborna a polícia, ou ainda em que o agente que está a dar seguimento ao caso, é amigo do
agressor. Nestes cenários, muitas vezes o agente tende a favorecer o agressor em
detrimento da vítima10.

Os dados colhidos nos centros de atendimento integrado a vítimas de violência baseada no


género (CAIVV) a nível de cada distrito, também demonstram a existência da violência
nas famílias, pois há distritos que chegam a uma média mensal de 130 casos, com excepção
do CAIVV que responde pelo Distrito KaMaxakeni, com uma média mensal de 20 casos.
De acordo com responsável do mesmo:

Os números do distrito baixaram porque muitas pessoas do distrito eram atendidas no


CAIVV do Hospital da Polana Caniço que chegava a registar uma média mensal de 100
casos por mês, mas desde o ano de 2020 este hospital passou a atender de pessoas com

9
Informação fornecida por Grupos focais de Unidade 7 e Maxaquene A, 12 durante as reuniões realizadas em 12 e 16
Fevereiro de 2021, respectivamente.

10
Responsável do CAIVV do hospital I° de Maio, entrevista realizada no dia 02 de Fevereiro de 2021.

47
suspeitas ou diagnosticados com Covid-19, pelo que o distrito ficou apenas com o CAIVV
do I° de Maio, que por sua vez é menos conhecido11.

Com esta declaração pode-se concluir que há uma fraca disseminação dos serviços
prestados neste CAIVV ao nível da comunidade, porque já faz aproximadamente um ano
que o hospital da Polana Caniço é usado como centro da Covid-19. Até Fevereiro, nem
toda população do distrito KaMaxakeni tinha conhecimento da existência de um outro
CAIVV. A mesma situação acontece com os residentes dos Bairros Chamanculo D e
Xipamanine que afirmaram nunca terem ouvido falar da existência de um CAIVV no
Hospital José Macamo12.

Em relação as vítimas importa referir que, muitos casos de violação sexual envolvem
crianças e adolescentes que são aliciadas ou forçadas a praticar relações sexuais e para os
casos de violência física, são mulheres, com idades compreendidas entre 25 a 50 anos.

As causas da violação estão associadas a factores económicos, consumo de bebidas


alcoólicas ou ainda o baixo nível de escolaridade de ambas partes o que dificulta uma
negociação ou diálogo saudável, conforme ilustra a tabela abaixo.

11
Informação fornecida por Grupos focais numa reunião realizada no bairro de Maxaquene A.

12
Informação obtida das discussões dos Grupos focais num encontro realizado nos bairros de Maxaquene A,
Chamanculo D e Xipamanine.

48
Local Média mensal Idades e casos Pessoal fixo no Bairros com
de casos mais frequentes CAIVV mais casos

0 a 20- Violação
CAIVV-José sexual Clínica geral, Chamanculo
Macamo 85
(Nlhamankulu) 25 a 40- Violação polícia. A, B e D
física

0 a 20- Violação Informação


CAIVV -1° de sexual Clínica geral,
fornecida por
Maio 20 polícia e
25 a 49- Violação psicólogo. Grupos focais
(KaMaxakeni)
física Maxaquene

15 a 19- Violação Clínica geral,


sexual polícia,
CAIVV- HG
psicólogo,
Mavalane 130 Mavalane A
25 a 49-Violacao medicina legal,
(KaMavota)
física assistente
social.

CAIVV- CS 15 a 24 Clínica geral,


Bagamoio 40 25 a 49-fisica polícia, Luís Cabral
(KaMubukwana) psicólogo,

Tabela 6 - Registos dos casos nos CAIVV


Fonte: CAIVVs

Para todos distritos, há mais registos de casos de mulheres do que dos homens, e segundo
os responsáveis dos CAIVV, isso associa-se a factores culturais e sociais, pois o habitual é
o homem que espanca a mulher e não o contrário, o que faz com que o homem tenha
vergonha de denunciar.

O atendimento prestado às vítimas é também deficitário, devido à insuficiência de recursos


humanos, com excepção do hospital de Mavalane, que tem uma equipe completa, incluindo
um médico legista. Os CAIVV dos outros distritos só tem serviços de medicina geral,
polícia e em alguns casos psicólogo, para serviços de assistência social dependem
totalmente dos Serviços distritais de Acção Social.

No geral, o percurso feito para casos de violência baseada no género inicia no local da
ocorrência, que muitas vezes é no domicílio, onde há uma primeira intervenção dos
vizinhos e por vezes líderes locais (chefes de 10 casas e chefes dos quarteirões), seguido
pela esquadra ou hospital e onde, em muitos casos, as vítimas são encaminhadas aos
CAIVV. É nos CAIVV onde são feitos o tratamento e o registo do caso, incluindo
acompanhamento psicológico da vítima. Este processo pode durar 3 a 6 meses dependendo

49
dos casos, mas a realidade mostra que muitas vítimas desistem das sessões do
acompanhamento psicológico13.

Portanto, estes factos demonstram que ainda deve ser feito um trabalho profundo na
sensibilização, disseminação de informação sobre a importância e necessidade de
denunciar todos tipos de agressão e dar a conhecer a comunidade todos caminhos possíveis
para se fazer cumprir a justiça, já que se notou que as comunidades só conhecem a esquadra
da polícia para submissão das queixas. Há, igualmente, necessidade de se envidar esforços
por forma a garantir segurança das vítimas depois da denúncia, visto que nenhum dos
CAIVV tem centro de centro de trânsito para acolher as vítimas que demonstram medo de
voltar às suas casas por causa da presença do agressor. Portanto, em casos extremos, alguns
CAIVV têm encontrado algumas alternativas conforme ilustra a tabela abaixo:

CAIVV LOCAL DE INTERNAMENTO

CAIVV- José Macamo (Nlhamankulu) Centros de acolhimento dos idosos

CAIVV - 1° de Maio (KaMaxakeni) Lar dos desamparados de Maxaquene C

CAIVV- Mavalane (KaMavota) Lar dos desamparados de Maxaquene C

CAIVV- Bagamoio (KaMubukwana) Enfermarias da Maternidade


Tabela 7 - Locais de internamento das vítimas.
Fonte: CAIVVs

Há organizações não-governamentais e associações que também tem envidado esforços


para resposta aos casos de violência baseada no género, através dos trabalhos de
sensibilização e formações comunitárias realizadas por equipas de activistas, com vista a
transmitir conhecimentos e mecanismos de defesa contra esta prática, com maior destaque
para ASHA, KUTENGA, MULEIDE, AVSI, KANDLELO. Para além das sensibilizações
comunitárias, estas organizações recebem denúncias, encaminham a vítima de acordo com
cada situação, prestam acompanhamento psicossocial continuado à vítima e algumas
chegam a prestar um apoio jurídico como é o caso da MULEIDE.

Estes caminhos serão sempre insuficientes, enquanto as pessoas não se sentirem seguras
em denunciar os casos, porque os agressores ficarão sempre impunes e continuarão a
perpetrar estas práticas. Todavia, urge, paralelamente, a necessidade de fortalecimento dos
canais de denúncia e dar a conhecer as comunidades acerca dos mesmos, pois o único meio
de denúncia é o deslocamento da vítima para o CAIVV, com excepção do hospital de José
Macamo que tem uma linha verde.

Para além da disseminação da informação, há necessidade de se implementar um


atendimento de 24 horas por dia, visto que os CAIVV funcionam no horário normal de

13
CAIVV a nível dos distritos, dados colhidos em Fevereiro de 2021

50
trabalho (07h30 às 15h30), com excepção do hospital de Mavalane, que funciona das 07h
às 19h todos dias, incluindo finais de semana, tendo em consideração que maior parte dos
casos de violência ocorrem durante o período nocturno.

5.2.11. Situação da Criminalidade

A situação de criminalidade é uniforme para todos bairros abrangidos pelo PTUM, com
características similares a saber: roubos domésticos durante o dia e no período nocturno,
situação que se agrava sobretudo no período do Inverno, assaltos nas ruas isoladas, casas
abandonadas, durante a noite e em alguns locais, principalmente becos, durante o dia e nas
paragens de transporte. Estes roubos são muitas vezes perpetrados por adolescentes e
jovens após o consumo de drogas que são vendidas nos próprios bairros ou circunvizinhos.

Mapa 3 – Focos de criminalidade, prostituição, venda e consumo de drogas

As comunidades destacaram o trabalho de patrulha da polícia, mas a criminalidade ganhou


proporções que a polícia não consegue controlar. Destacaram também a corrupção no seio
da própria polícia, pois vezes sem conta as comunidades conseguem capturar os ladrões e
encaminham a polícia, mas em pouco tempo os mesmos são soltos sem nenhuma
explicação clara e isso desencoraja a população em procurar a polícia, optando por justiça
pelas próprias mãos.

51
Figura 7 - Bairro de Aeroporto A: Membro da comunidade indicando um foco de
criminalidade

5.2.12. Mapeamento de Organizações de Base e Programas actuando na área de


Inclusão Social, Gênero e VBG

No âmbito dos trabalhos do diagnósticos ao nível do bairros em referência, também foi


feito foram mapeadas 21 organizações que desenvolvem diferentes áreas com programas
de Geração de Renda para grupos vulneráveis em particular mulheres, Educação (Pré-
Primária e outros subsistemas), Saúde (prevenção e resposta a VBG, educação da rapariga,
apoio nutricional, HIV, resposta COVID 19, etc.), Planeamento Urbano, Cultura (difusão
de diferentes mensagens através do teatro e dança), Combate a Drogas e Prevenção da
delinquência juvenil, Turismo, Abastecimento de Água e Saneamento do Meio
(sensibilização e cobrança de consumo de água, recolha de lixo e limpeza de valas de
drenagem), conforme ilustra a tabela em abaixo.

Organizações/Associações
Sector Socioeconómico Áreas de intervenção
envolvidas

KANDLELO, AVSI, ACADEC,


Educação pré-escolar
ACODE, ATIA, DAMBO

KANDLELO, AVSI, ACCAO


Educação primária
Educação SOLIDARIA, PACO

KANDLELO, AVSI, ACADEC,


Formação Profissional AKK, AJUDEM, DAMBO,
LIXILE MAXACA.

52
Prevenção e resposta a
KANDLELO, AVSI
COVID-19

KUYANAKANHA,
Saúde sexual e
Saúde AHITIPALUXENI, KANDLELO,
reprodutiva
PROVIDA, ASCODECHA

Serviços de referência a MOZPUD, MÉDICOS SEM


Toxicodependente FRONTEIRA

Ambiente IVERCA

KUYANAKANHA,
Desporto KANDLELO, CESAL,
KWATINE

Turismo IVERCA, AVSI

Kuyanakanha, DAMBO,
VISABEL, MODAC,
ACODESPU, Kateta, EFEMAC-
Limpezas, Mbonga Mbilu, Uniao
Gestão de resíduos
Laboral, Fine Services, Panhatar
sólidos
Camapany, Serlimpes, Market
Saneamento Bacisa, Mufundisse Moiane,
Baptista Fumo, HL Higiene,
Tchocuemba Ltda.[1]

ACADEC, AKK, ADEMA,


Recolha e gestão de
ACODESPU, Monga Mbilu,
lamas fecais
Ntamu ua vavansati, Npucanini

Kutenga, ASHA, FÓRUM


Violência Baseada no
MULHER, AVSI, Kandlelo,
Género
Muleide, Reencontro, AAAJC

Ntamu wa vavasati, ACADEC,


Abastecimento de água
AKK

ATIA, Ntamu Wa Vavasati,


Geração de renda para Aprocresmude, AMAXA,
mulheres Ahitipaluxeni, ADJOMA,
AMDMCV, MozHope

Preservação do
Iverca, AVSI, Cesal
Património Cultural
Tabela 8 - Dados dos Mapeamento do OSC/ONGs na área socioeconómica nos 20 bairros

53
Formação profissional

Na componente de formação profissional, as organizações têm financiado os jovens que


vivem em situação de vulnerabilidade para realização de cursos de formações
profissionalizantes, estágios e financiamento em kits de auto-emprego. Nesta área
encontram-se a desenvolver actividades as seguintes ONGs e associações: AVSI, Kandlelo,
ACADEC, DAMBO, AJUDEM, AKK, Lixile Maaxaca. Portanto, para o processo formativo
eles seguem as seguintes etapas:

● Mobilização dos jovens sobretudo os mais vulneráveis em parceria com as


lideranças locais;
● Inscrição e posteriores visitas domiciliárias para avaliação das condições
socioeconómicas de cada jovem;
● Orientação profissional e formação vocacional, onde realizam-se sessões com vista
a incutir nos jovens, a escolha de uma área profissional consoante suas habilidades,
o valor do trabalho, a responsabilidade, honestidade a importância pelo respeito aos
outros, etc;
● Formação profissional, onde os jovens são matriculados nos centros de formação
profissional e iniciam as aulas;
● Estágios profissionais;
● Inserção profissional. Nesta fase, há três caminhos onde no primeiro, alguns jovens
são contratados nas empresas onde fazem o estágio devido a sua boa prestação, o
segundo onde concorrem em outras instituições e o terceiro onde são financiados
pelas próprias organizações em matérias para iniciarem um auto-emprego.

Gênero e prevenção e resposta a GBV

Na componente do empoderamento do gênero, a maior parte das acções incidem para apoio
na geração de renda, onde encontram-se actuando as seguintes organizações: Atia,
Ahitipaluxeni, Amaxa, Ntamu Wa Vavasati, Kuyalakanha. Estas organizações promovem
formações com vista a capacitar as mulheres em matérias de negócio e criação de grupos
de poupança, onde através dos fundos que elas mesmas criam, conseguem dar empréstimos
umas das outras, com vista a alavancar os seus negócios. Portanto, nas sessões de formação
e acompanhamento, difundem mensagens de combate a violência baseada no género e
indicam os canais de apoio em caso de violência. Por sua vez, estas mulheres são também
canais de disseminação destas mensagens no meio onde elas vivem.

Na componente de resposta a violência baseada no género, encontram-se a AVSI,


Kandlelo, MULEIDE, ASHA, Kutenga, com o objectivo de apoiar e dotar a comunidade
de conhecimentos virados a área de violência baseada no género e caminhos de resposta.
Para tal, estas organizações, realizam as seguintes actividades:

● Sensibilização comunitária e domiciliar para as pessoas denunciarem quando são


violentadas;
● Instalação de caixas de denúncia em diversos pontos;

54
● Disponibilização de uma linha telefônica para denúncias;
● Formação de mulheres, recurso que que serve de meio de difusão de informação e
apoio em matéria de género nas suas comunidades.

Portanto, a MULEIDE e a ASHA, para além destas actividades, fazem também a assistência
jurídica para as mulheres violentadas.

Nos casos em que ocorrem situações de violência, estas organizações prestam um trabalho
inicial através de uma equipe institucional formada por um psicólogo, uma especialista em
gênero e assistentes sociais, com vista a minimizar os impactos sociais e psicológicos que
a violência pode causar na vítima. Nos casos em que a situação ultrapassa as suas
competências, encaminham a vítima para polícia e saúde através dos CAIVV e, de forma
contínua, fazem um acompanhamento da vítima tanto do processo, assistência jurídica e
hospitalar, assim como o apoio psicossocial à vítima.

Importa referir que a Kandlelo e a AVSI trabalham em parceria com a UniMaputo (antiga
Universidade Pedagógica), onde estes acolhem estudantes finalistas dos cursos de
Psicologia e Serviço Social para estágios e estes tem auxiliado nos trabalhos que prestam
às vítimas de violência baseada no género.

Em relação aos serviços à vítima de violência importa referir que dos números atendidos
ao nível de todos CAIVV, cerca de 95% são mulheres e o mesmo sucede com as
organizações e associações que trabalham na área de violência baseada no género, assim
como esquadras que possuem gabinetes de atendimento às vítimas de violência doméstica

I. Educação

Para melhor compreensão, a componente educativa foi dividida em dois níveis a saber: a
educação pré-escolar e a educação primária.

● Educação pré-escolar - nesta área encontram-se actuar as seguintes associações:


ATIA, ACODE, DAMBO, ACADEC, Kandlelo e AVSI. Para além das outras actividades
de cariz social, estas associações têm creches comunitárias cujo enfoque é a educação
pré-escolar de crianças em idade pré-escolar a baixo custo. Dependendo da situação
socioeconómica de cada criança, algumas pagam 50% da mensalidade estabelecida e
as que estão em situações precárias não pagam nenhum valor. Para o estabelecimento
destas condições é feito um trabalho de base com o objectivo de apurar a real situação
de cada família.

De realçar que a Kandlelo e AVSI, não tem escolinhas, mas prestam apoio psicossocial às
crianças de algumas creches comunitárias, assim como apoio na reabilitação e ampliação
das infra-estruturas e equipamentos de ensino.

● Educação primária - nesta área encontram-se as seguintes associações: Kandlelo e


AVSI, onde através dos seus projectos garantem um apoio psicológico às crianças com
Necessidades Educativas Especiais (NEE) nas escolas primárias, sobretudo no Distrito

55
de Nlhamankulu, realização de actividades extracurriculares como é o caso da
dinamização de leitura, criação de clubes de ambiente, arte e cultura, desporto, direitos
humanos, género, por forma a educar as crianças nestes campos, mas também para que
elas mesmas sejam meios de difusão de mensagens construtivas e protagonistas de
mudança de atitude nas suas famílias e comunidades.

Para além das actividades acima descritas, estas organizações fazem também o apoio na
componente de infra-estruturas das escolas, como é o caso de reabilitação e ampliação das
escolas, colocação de rampas por forma a facilitar o acesso das crianças com deficiência,
melhoria dos sanitários, colocação de lavatórios de mãos sobretudo como resposta a
emergência da Covid-19, assim como a capacitação de professores do ensino primário em
várias temáticas como gênero, formações psicopedagógicas, formação humana, entre
outros.

Importa referir que a associação Kandlelo possui três centros educativos abertos, sendo um
no Bairro de Xipamanine, o segundo no bairro de Laulane e o terceiro no Bairro de Jorge
Dimitrov, onde faz actividades de reforço escolar e nutricional a criança vulneráveis,
actividades recreativas, como canto, dança e poesia.

Resposta a covid-19

Acima da metade das organizações visitadas faz trabalhos com vista a resposta à
emergência da Covid-19, com maior destaque para campanhas de sensibilização
comunitária, distribuição de máscaras e álcool em gel. Portanto, há que destacar o trabalho
das seguintes instituições:

➔ IVERCA - Formação de 20 jovens na prática da agricultura urbana, com o objectivo


de minimizar a necessidade de acesso aos mercados, visto que estes constituem um dos
maiores focos de contágio.
➔ Kandlelo- Formação de professores, chefes dos mercados e líderes comunitários em
matérias de covid-19.
◆ Desinfecção das escolas, mercados, paragens de transporte;
◆ Distribuição de kits de higiene e alimentares a famílias.
➔ AVSI - instalação de pontos de sensibilização, lavagem de mãos e medição de
temperatura nos pontos com maior circulação de pessoas;
◆ Distribuição mensal de sabão em duas escolas primárias
◆ Financiamento de microempresas que desenvolvem actividades em áreas
prioritárias para resposta a covid-19 (alfaiates, serralheiros para produzirem
máquinas de lavagem de mãos através de pedais).
◆ Requalificação de 2 mercados no bairro de Chamanculo C
◆ Reabilitação de sanitários de 7 mercados (Xipamanine, Fajardo, Mandela,
Xiquelene, Mercado do Povo, Janet e Malanga).
◆ Requalificação de 2 centros de saúde para tratamento de pessoas com Covid-19 (1
em Marracuene e outro na Matola).

56
Mapa 4 - Associações na área de inclusão social e serviços de atendimento a grupos
vulneráveis

Programas de Apoio aos Grupos Vulneráveis

Dos trabalhos de campo também foram mapeados os programas de assistência aos grupos
vulneráveis, implementados por entidades do Governo, sendo de destacar:

● Subsídio Social Básico que é destinado a idosos e pessoas com deficiência, com um
valor que varia de 540 a 1000 Meticais.
● Apoio Social Directo é destinado a doentes crónicos e crianças chefes de agregado
familiar e é composto por uma cesta básica mensal.
● PASP (Programa de Acção Social Produtiva), que consiste na realização de actividades
durante o período da manhã (Varredura de vias públicas), com uso de mão-de-obra
local, sobretudo mulheres que encontram-se em situação de vulnerabilidade social,
onde trabalham seis meses por ano, no contexto urbano e quatro meses no contexto
rural contam com um subsídio mensal de 1050 Meticais. Este programa é financiado
pelo Banco Mundial e destina-se a apoiar famílias vulneráveis, sobretudo aquelas cujo
chefe é uma pessoa incapacitada para o trabalho, mas no meio da mesma família existe
alguém que possa exercer as actividades com um mínimo de 18 anos de idade. Os
participantes do programa são seleccionados em função da sua vulnerabilidade, e ficam
no programa durante 3 anos, no final deste período, passam por uma graduação, onde
recebem uma formação profissional de curta duração, e depois recebem um kit de auto-
emprego em função do curso frequentado. Neste momento estão inscritos no programa
3500 pessoas onde os homens não chegam a 200.

57
Para além dos programas do governo, há que destacar o trabalho desenvolvido pelas ONGs,
associações e instituições religiosas que também prestam serviços de apoio às pessoas e
famílias vulneráveis ao nível dos bairros em referência.

5.2.13. Mapeamento dos Serviços de Atendimentos Comunitário a situações de


Violência

No que tange a questão serviços de atendimento e ajuda comunitária, importa referir que
em apenas 7 bairros é que possuem esquadras ou postos policiais. Os bairros que não dispõe
destes serviços recorrem aos bairros vizinhos. Sendo que maior parte dos entrevistados
apontaram como maior dificuldade para o acesso a estes serviços as longas distâncias que
percorrem para terem estes serviços, sobretudo no período nocturno14.

Existem também os CAIVV, Tribunais e Procuradorias Distritais, bem como Serviços


Distritais de Género, Criança e Acção Social em cada distrito municipal, conforme ilustra
a tabela abaixo.

BAIRRO SERVIÇOS

CAIVV do hospital José Macamo

Malanga Serviços distritais de SDGCAS

Posto policial

Tribunal distrital
Munhuana
9ª Esquadra da polícia

Aeroporto B 10 ª Esquadra

Mafalala 2 Postos policiais

Uma esquadra
Mavalane A
CAIVV do hospital de Mavalane

Inhagoia A Posto policial

Luís Cabral Posto policial


Tabela 9 - Centros de ajuda pública por bairro

Portanto, estes dois serviços (Esquadras da polícia e CAIVV) trabalham em coordenação


com os Serviços Distritais de Gênero, criança e Acção Social na prevenção e resposta a

14
Informação obtida da discussão dos Grupos focais em encontros realizados em Fevereiro de 2021

58
GBV, porém estes serviços estão presentes 1 para cada distrito, facto que faz que estes
estejam próximos para certos bairros e distantes para outros bairros, conforme ilustra o
mapa abaixo.

5.2.14. Teoria da Mudança sobre a Inclusão Social, Género e VBG

Com base nos resultados obtidos do diagnóstico foi construída uma matriz que reflecte a
teoria de mudança (tabela 20) a ter em conta nas intervenções tendente a inclusão social,
género e VBG.

De referir que o processo para sua formulação baseou-se nos vários dos desafios
identificados que concorrem para precariedade das condições e qualidade de vida, como
destaque para iniquidade nas relações de género, questão do trabalho infantil, prostituição,
segurança/criminalidade, casos de violência baseada no género, a par de outros factores
correlacionados, a saber, fracas condições de mobilidade e vias acesso, drenagem e
saneamento, abastecimento água, etc.

Figura 8 - Teoria de Mudança

59
5.3. Caracterização Paisagística e Riscos Ambientais
5.3.1. Caracterização Biofísica

O clima da Cidade de Maputo, onde se insere a área de intervenção é do tipo semiárido,


caracterizado por um Verão quente e muito chuvoso (Novembro a Março) e um Inverno
que ocorre em Julho e Agosto, com precipitação escassa. Em termos de características
geológicas localiza-se numa zona costeira sobre formações geológicas do Terciário e
Quaternário e em termos de tipo de solos predomina na área de intervenção os solos
arenosos. Relativamente à flora e fauna por se tratar de uma zona maioritariamente urbana,
destacam-se as árvores de fruto, ornamentais e animais domésticos.

5.3.2. Áreas Verdes e Agrícolas

Do levantamento efectuado constata-se que as zonas verdes existentes na área de


intervenção são essencialmente espaços residuais associados a zonas de jogos,
equipamentos (educação) e situações de bacias de retenção, sendo que uma parte destes
está desprovida de vegetação ou consistem em espaços verdes não planificados. Já a
arborização predomina nos logradores dos talhões e está sobretudo associada a árvores de
fruto (mangueiras, coqueiros). Em termos ornamentais poucas são as vias rodoviárias que
dispõem de arborização.

Mapa 5 - Áreas Agrícolas e Verdes

60
No caso particular do Bairro Luís Cabral e Inhagoia A e B, uma parte da área de intervenção
coincide com as margens do Rio Infulene, verificando-se aqui alguns maciços arbustivos e
zona de mangal. Aliás de acordo com o diagnóstico do Plano Parcial de Urbanização do
Bairro de Luís Cabral “os maciços de vegetação junto ao rio Infulene têm características
mais arbustivas, ainda que de grandes dimensões e compacta, onde predomina a vegetação
típica de “mangal”. Trata-se de um ecossistema costeiro, de transição entre o ambiente
terrestre e o marinho (característico de regiões tropicais e subtropicais), de grande
importância ecológica devido ao seu papel como exportador de matéria orgânica para os
estuários, contribuindo para a produtividade primária na zona costeira. (PPULC, 33; 2014).

Total espaço por Dimensão do espaço


Distrito Municipal Bairro
Bairro verdes e Agrícolas (m2)
Chamanculo B 1 426.32
Malanga 4 63042.29
Nlhamankulu
Xipamanine 1 2266.88
Munhuana 2 6110.13
Sub Total Nlhamankulu 8 71845.62
KaMavota Mavalane A 1 10654.26
Sub Total KaMavota 1 10654.26
Maxaquene A 1 132.03
Sub Total KaMaxakeni 1 132.03
Inhagoia A 1 334301.35
KaMubukwana Inhagoia B 2 436698.05
Luis Cabral 3 123495.63
Sub Total KaMubukwana 6 894495.03
Total Geral 16 977126.94

Tabela 10 - Espaços Verdes e agrícolas

Considerando o levantamento dos espaços verdes efectuado constata-se um grande


desfasamento entre os Distritos, contudo tal deve-se ao facto dos Bairros de Inhagoia A e
B localizarem-se junto às margens do Rio Infulene e no Bairro da Malanga existir uma
extensa área verde associada à rede viária.

Relativamente às zonas agrícolas estas estão associadas às margens do Rio Infulene, aliás
como consta do Plano de Estrutura Urbana do Município de Maputo (PEUMM) nesta zona
destaca-se a presença de actividades primárias, mais concretamente a agricultura que é
praticada em pequenas unidades que se dedicam à produção de legumes e hortas para venda
na Cidade e Província de Maputo.

61
Nas margens do Rio Infulene, que coincide com zona inundável constata-se a existência de
espaços agrícolas com edificações dispersas associadas e espaços essencialmente agrícolas,
sendo que de acordo com o PPU do Bairro Luís Cabral “existência de um mosaico agrícola
constituído por inúmeras parcelas agrícolas de reduzida dimensão (em média 6 m2) onde
se cultivam na sua maioria hortícola (couve, beterraba, alface, abóbora, pepino, etc.). A
rega é feita manualmente e com recurso a poços e valas de drenagem que proliferam
naturalmente nesta zona.”

Ainda de acordo com o PPU de Luís Cabral as zonas associadas às margens do Rio Infulene
foram caracterizadas como Espaços Agrícolas de Produção e Espaços Agrícolas a
Recuperar para a Agricultura. Nestas áreas são permitidas e incentivadas todas as
actividades relacionadas à agricultura e silvicultura e proibidas todas as acções que possam
diminuir a capacidade que se encontra prevista para esta áreas, este plano define ainda que
deve ser promovida a demolição de todas as construções que tenham outro uso que não o
agrícola.

5.3.3. Riscos Ambientais e Alterações Climáticas

Os riscos ambientais são relativos a todos os fenómenos que apesar de não resultarem
directamente da acção do homem, são actualmente exacerbados pela acção deste, com
graves implicações no território, perdas de vidas e gerando emergências/desastres naturais
cada vez mais comuns e atrelados às alterações climáticas, destes destacam-se: ciclones,
cheias/inundações, secas e sismos. Por outro lado, cresce a percepção dos riscos e o
estabelecimento de estratégias para fazer face a estes, tem vindo a aumentar e actualmente
Moçambique aprovado na 39ª Sessão de Conselho de Ministros a Estratégia Nacional de
Adaptação e Mitigação de Mudanças Climáticas (2013-2025).

No caso em concreto de Moçambique, devido sobretudo à sua localização, é um País muito


vulnerável às alterações climáticas. Aliás no Mundo são poucos os casos em que no espaço
inferior a 2 anos, tivessem ocorrido 3 ciclones com impacto na mesma área geográfica,
situação que ocorreu no Centro do País em 2019 (ciclones Idai e Keneth) e em 2020
(Eloise). Muitos têm sido os estudos e análises realizados nos últimos 10 anos, destes,
destaca-se as cartas de risco do País produzidas em 2014 pela UN Habitat em parceria com
a Universidade Eduardo Mondlane, sendo que de acordo com esta a situação na área de
intervenção do projecto é a seguinte.

62
Area de Proteção (50 metros) Total de Ocupações
Area de Proteção de Estradas 1,574
Area de Proteção de Linhas de Alta Tensão 1,723
Area de Proteção de Aeroporto 1,116
Area de Proteção de Linha Ferrea 1,682
Area de Proteção de Adutora 1,248
Tabela 11 – Ocupação em áreas de proteção

Mapa 6 - Riscos Ambientais e Alterações Climáticas

a) Risco de inundação: a ocorrência de cheias pelos rios é baixa, e o nível de


inundação nas planícies é inferior a 1m, este risco encontra-se sobretudo associado
ao vale do Rio Infulene que integra parcialmente a área de intervenção;
b) Risco de seca: áreas moderadamente propensas a seca (com o valor máximo de
precipitação anual de cerca de 1610 mm);
c) Risco de ciclones: zona II, ou seja, a segunda mais preocupante na escala em termos
de impacto ciclónico, com velocidades máximas que poderão atingir os 112 km/h
e os 155 km/h;
d) Risco de sismos: apesar da percepção do risco ser diminuta, Moçambique localiza-
se na margem oriental da Placa Africana, e apesar da área de maior risco se localizar

63
na zona Centro do País a área de intervenção numa escala de 3 zonas, situa-se zona
2 em termos de risco.

Apesar do risco de inundação em termos geográficos ser baixo, na realidade este risco no
contexto urbano acaba sendo exacerbado pela tipologia de ocupação e os deficientes
sistemas de drenagem existentes.

Ainda no que concerne ao risco de ciclones de acordo com o Plano de Estrutura a Cidade
de Maputo encontra-se sobre influência da bacia do Sudeste do Oceano Indico que é muito
propícia à ocorrência de ciclones os quais normalmente acabam por atingir Moçambique.
A época ciclónica ocorre de Novembro a Abril, mas com maior frequência em Janeiro e
Fevereiro. Apesar do elevado número de ciclones que tem ocorrido nos últimos anos,
nenhum incidiu directamente na cidade de Maputo tendo sido apenas afectada pelos seus
resquícios.

Tabela 12 - Ciclones em Moçambique (1996-2021)


Fonte: Adaptado de INAM (2008)

Além dos riscos ambientais associados às alterações climáticas, com aplicabilidade na área
de intervenção, importa ainda referir os seguintes riscos: incêndios urbanos, poluição da
água, acidentes associados a tráfego rodoviário, ferroviário e aéreo, e transporte de matérias
perigosas.

5.4. Caracterização Urbanística

5.4.1.Estrutura Urbana Existente

A estrutura urbana da área de intervenção é o resultado da grande transformação urbana


que vem ocorrendo na Cidade de Maputo, sobretudo associada à expansão demográfica e

64
às fragilidades do sector público de prover a infra-estrutura e serviços básicos. Assim
verifica-se uma estrutura assente nas principais infra-estruturas viárias, equipamentos
gerais, bem como identitárias associadas a bairros.

Considerando as tipologias de espaços definidos por Henriques (2008, 166), verifica-se


que a área de intervenção enquadra-se em: (1) zonas de transição entre a cidade cimento e
os subúrbios, onde predominam as habitações plurifamiliares (prédios) e algumas situações
de habitações precárias, onde a alteração do uso do solo não tem sido significativo; (2)
subúrbio antigo, área com elevada densidade de ocupação mas associada a habitações
construídas de forma precária e áreas não demarcadas; (3) subúrbio recente, que consiste
nas zonas com maiores fragilidades ao nível do acesso aos principais serviços urbanos tais
como água, energia e saneamento; (4) periferia, onde se localizam alguns espaços agrícolas
da cidade e as áreas de expansão da cidade.

5.4.2.Uso Actual do Solo

Para a definição do uso do solo foi considerada a informação constante do PEUMM,


actualizada face às plantas temáticas dos planos parciais de urbanização, que foram
elaborados para alguns dos Bairros que integram a área de intervenção, e feitas visitas de
campo preliminares à área de intervenção. Assim, no que concerne ao uso do solo
constataram-se os seguintes usos dominantes:

● Residencial;
● Comércio e Serviços;
● Equipamentos e Espaços Livres Públicos;
● Espaços Verdes;
● Indústria/Armazéns;
● Agrícola.

Uso Actual do Solo Areas ( m2 ) %


Residencial 12410165.81 77%
Comércio e Serviços 1051156.02 7%
Equipamentos e Espaços Livres Públicos 638328.70 4%
Espaços Verdes 508543.67 3%
Indústria/Armazéns 1096675.30 7%
Agrícola 457796.97 3%
Total 16162666.47 100%
Tabela 13 - Uso actual do solo

Assim considerando a Tabela 14 na área de intervenção o uso do solo é maioritariamente


residencial, alternando entre áreas residenciais planificadas (ARP), áreas residências
formalmente demarcadas (ARFD) e áreas residenciais não demarcadas formalmente
(ARNDF), mas com predominância destas últimas, ou seja, ARNDF.

65
De uma maneira geral as zonas limítrofes à cidade “cimento” consistem nos bairros cuja
ocupação ocorreu na década de 1950 a 1960, quando de acordo com o PEUMM houve um
incremento de população de 2% para 8%, êxodo associado às oportunidades que a cidade
oferecia sobretudo, aumento de renda, mas o qual não foi acompanhado com a criação das
infra-estruturas urbanas essenciais. Nestas áreas destacam-se as habitações de dimensões
reduzidas, destituídas de comércio e com vias muito estreitas. Os fluxos migratórios
intensificaram-se após a Independência com grande impacto na Cidade de Maputo tendo-
se assim assistido a um aumento da ocupação não planificada das áreas peri-urbanas,
localizadas entre a área urbanizada e o campo, sem a devida infra-estruturação de base e
serviços mínimos, apesar de alguns esforços realizados na execução de projectos que
procuraram minimizar estas carências. Ainda assim destaca-se a existência de algumas
“bolsas” do território que foram formalmente demarcadas.

Relativamente ao comércio e serviços apesar do seu crescente incremento na cidade, na


área de intervenção é bastante residual, apesar de ser muito comum o comércio informal
de rua, destacando-se os mercados de Xipamanine e Malanga por envolverem mais trocas
comerciais de acordo com o PEUMM.

Sobre os espaços verdes e agrícolas consta informação no ponto 5.4.2. Finalmente, em


relação aos espaços para a actividade industrial/armazenagem verifica-se que este tem
alguma significância no uso do solo da área de intervenção, sobretudo associadas ao Porto
Comercial, ao Aeroporto e aos grandes eixos viários da cidade, de onde se destacam as
actividades tais como panificação, oficinas de manutenção de equipamentos.

66
Mapa 7 - Uso Actual do Solo

5.4.3. Tipologias de Ocupação

A Lei de Terras (Lei n.º 19/97, de 1 de Outubro) define ocupação como a forma de
aquisição de direito de uso e aproveitamento da terra por pessoas singulares nacionais que,
de boa-fé, estejam a utilizar a terra há pelo menos dez anos, ou pelas comunidades locais.
Já o Regulamento da Lei de Ordenamento do Território refere que as tipologias de
ocupação devem ser definidas nos Planos de Pormenor. Sendo que o Plano de Estrutura da
Cidade de Maputo define três alternativas de desenvolvimento territorial que estão
associados a tipos de ocupação do solo, respectivamente: 1. desenvolvimento não ordenado
e não controlado; 2. expansão ordenada concêntrica e 3. Expansão ordenada linear.
Finalmente o Manual de Intervenção Integrada em Assentamentos Informais refere ser
importante identificar as áreas impróprias para ocupação humana, indicando o caso de
encostas de morros e áreas de preservação e margens de rios, cuja ocupação interfere
directamente na qualidade ambiental do macro e micro território (pág. 94).

Assim, considerando a literatura consultada e as características urbanísticas da área de


intervenção foram definidas as seguintes tipologias de ocupação (Mapa 8- Tipologias de
ocupação):

67
● Áreas de ocupação ordenada: inclui ocupações em talhões com os requisitos mínimos
de urbanização básica (de acordo com Regulamento do Solo Urbano a urbanização
básica é associada a zonas onde os lotes se encontram demarcados, dispõe de uma
malha de acessos básicos, abastecimento de água e ruas arborizadas), nos termos
elegíveis para o reconhecimento de DUATs sem necessidade de intervenções físicas;

● Área de ocupação desordenada: as quais se subdividem em áreas que sujeitas a


pequenas intervenções permitem a regularização do perímetro dos talhões e a
observância dos requisitos mínimos de urbanização básica, bem como áreas que exigem
- reassentamento in situ (construção vertical no talhão colectivo) ou soluções de
DUATs colectivos, de forma a responder aos requisitos mínimos da urbanização básica
definidos na Lei.

● Áreas impróprias para ocupação humana: áreas consideradas de risco (exemplo


áreas de inundação) e associadas a condicionantes do uso do solo nas quais a actual
ocupação exigirá reassentamento (afectação total).

68
69

Mapa 8 - Tipologias de ocupação

Estima-se que cerca de 30 % das ocupações são regulares e/ou planeadas (ruas e talhões definidos sem
necessidade de intervenção física de reordenamento), 60 % são ocupações irregulares e/ou não
planeadas (carecendo de intervenções de reordenamento) e 10 % são impróprias para ocupação
humana.

Com base no levantamento feito na área de intervenção, constatou-se que nas áreas impróprias para
ocupação humana encontram-se 8117 construções.

5.4.4. Densidade Habitacional

No que concerne à densidade habitacional, o PEUMM (2008) e a Estratégia Municipal e Metodologia


de Intervenção em Assentamentos Informais (2010) estabelecem parâmetros de densidade para áreas
residenciais planificadas, áreas residências formalmente demarcadas e áreas residenciais não
demarcadas formalmente (Mapa 9 - Mapa Densidade Habitacional), de uma forma geral aplicam-se as
seguintes densidades à área de intervenção:

● Área Residencial Alta densidade: > 60 habitações/hectare;

● Área Residencial de Média densidade: 20 a 60 habitações por hectare;

● Área Residencial de Baixa Densidade: < 20 habitações por hectare.


70

Tabela 14:Densidade habitacional

Apesar da área de intervenção ser maioritariamente Área Residencial de Média Densidade


Habitacional, de acordo com levantamento populacional efectuado, verifica-se que a densidade
populacional é elevada sobretudo nos bairros que fazem parte da primeira linha de crescimento urbano,
respectivamente Chamanculo A, B, Mafalala, Maxaquene A.

Mapa 9 - Densidade habitacional

5.4.5. Espaços Públicos e Equipamentos Urbano

A caracterização dos equipamentos Espaços Públicos e Equipamento Urbano foi elaborada


principalmente com base na informação recolhida em campo, informação recolhida aquando das
consultas aos líderes locais, as entidades competentes locais e de alguns estudos que fornecem
informação de equipamentos e serviços da área de intervenção MISAU, et all (2018).
71

Mapeados os dados levantados obteve-se o mapa abaixo que ilustra a localização dos equipamentos e
espaços públicos na área de intervenção. Os elementos foram sintetizados em 3 grupos principais: 1)
o dos Espaços Públicos Abertos a qual foi atribuída a coloração verde; 2) ao dos Equipamentos
Urbanos para o qual foi atribuída a coloração vermelha, e 3) aos Elementos de Interesse Colectivo que
foi atribuída a coloração preta. Cada círculo representa a localização de um equipamento urbano ou
espaço público, de acordo com a codificação acima descrita.

Compreende espaços públicos (abertos e fechados) todos os espaços usados colectivamente pela
comunidade como ponto de encontro;

Compreende Equipamento Urbano os espaços devolutos, cuja função é a de prestar serviços básicos
a comunidade. Enquadram-se no Equipamento Urbano as escolas, unidades sanitárias, museus,
bibliotecas, mercados e outras instituições públicas que prestam serviços a comunidade;

Compreende Elementos de Interesse Colectivo as infra-estruturas de suporte e ou serviços que de


alguma forma respondem/suprimem as necessidades da comunidade. Enquadram-se nestes no âmbito
deste projecto os Postos de Transformação, os Fontenários, os pontos de recolha de lixo.

Mapa 10 - Mancha Contígua dos Bairros Informais de Intervenção da Componente 1 do PTUM

Cada um dos elementos mapeados é objecto de uma ficha descritiva das características e
condicionantes apresentadas como anexo.
72

5.4.5.1. Equipamentos Urbanos

5.4.5.1.1. Equipamentos de Educação

Foram encontradas no perímetro dos 20 bairros da área de intervenção 24 escolas primárias e 7 Escolas
Secundárias do Sistema Nacional de Educação. A listagem abaixo dá informação do tipo da escola e
do bairro onde se localiza:

Escolas Primárias Localização

Escola Primária Completa Inhagoia A Inhagoia A


Escola Primária Completa Inhagoia B Inhagoia B
Escola Primária Completa Mavalane Mavalane A
Escola Primária Completa Unidade 27 Mavalane A
Escola Primária Completa de Mavalane B Mavalane B
Escola Primária Completa Unidade 6 Luís Cabral
Escola Primária Completa Luís Cabral Luís Cabral
Escola Primária Completa Unidade 23 Chamanculo A
Escola Primária Completa Lurdes Mutola Chamanculo B
Escola Primária Completa Unidade 10 Chamanculo D
Escola Primária Completa Unidade 19 Aeroporto A
Escola Primária Completa Unidade 18 Aeroporto B
Escola Primária Completa C.L.M FPLM
Escola Primária Completa FPLM Maxaquene A
Escola Primária Completa Unidade 24 Maxaquene A
Escola Primária Completa Lhanguene Piloto Malanga
Escola Primária Completa 24 de Julho Malanga
Escola Primária Completa Unidade 22 Mafalala
Escola Primária Completa 25 de Junho Mafalala
Escola Primária Completa Unidade 16 Minkadjuine
Escola Primária Completa IV Congresso Urbanização
Escola Primária Completa Unidade 11 Munhuana
Escola Primária Completa Unidade 16 Xipamanine
Escola Primária Completa 21 de Outubro Xipamanine
73

Mapa 11: Localização das escolas primárias e seu raio de cobertura geográfica

Escolas Secundárias Localização

Escola Secundária Unidade 2 Nsalene


Escola Secundária Solidariedade Mavalane
Escola Secundária do Aeroporto Aeroporto A
Escola Secundária Noroeste 1 Maxaquene A
Escola Secundária Noroeste 2 Maxaquene A
Escola Secundária da Munhuana Munhuana
Escola Secundária Armando Emílio Guebuza Chamanculo A
74

Mapa 12: Localização das escolas secundárias e seu raio de cobertura geográfica

Para análise da cobertura do equipamento urbano foram usados os raios definidos pela
legislação/literatura técnica especializada. Para os estabelecimentos de ensino os raios variam de
acordo com o nível de escolaridade; sendo de 1.5km para as escolas primárias e 5km para as escolas
secundárias.

De acordo com estes parâmetros, o sistema nacional de ensino já faz a cobertura geográfica standard.

Além das instituições de ensino público de educação, foram encontradas outras privadas,
(comunitárias, religiosas e outras) na área de intervenção, que contribuem para cobertura e
acessibilidade a educação.

Abaixo a listagem de instituições de educação:

Bairro Tipo de instituição de ensino Nr de Estabelecimentos


Pré-escolar 3
Nível Primário 1
Aeroporto A Profissionalizante 1
Aeroporto B Pré-escolar 2
75

Chamanculo A Pré-escolar 2
Chamanculo B
Chamanculo D Nível Primário
Pré-escolar 2
FPLM Nível Primário
Inhagoia A
Inhagoia B
Pré-escolar 2
Nível Primário 1
Luís Cabral Profissionalizante 1
Mafalala Pré-escolar 1
Malanga Profissionalizante 3
Pré-escolar 1
Nível Primário 1
Nível Secundário 1
Mavalane A Profissionalizante 1
Pré-escolar 2
Mavalane B Nível Primário 1
Maxaquene A Pré-escolar 1
Ensino Geral 1
Minkadjuine Profissionalizante 1
Munhuana Profissionalizante 1
Nsalene
Unidade 7 Pré-escolar 1
Pré-escolar 5
Ensino Geral 1
Urbanização Profissionalizante 1

5.4.5.1.2. Equipamento de Saúde


Foram encontrados na área de intervenção 6 unidades sanitárias, dentre as quais 2 hospitais gerais, 1
centros de saúde urbano tipo A, 2 centros de saúde urbano tipo B e 2 centros de saúde urbano tipo C.
A lista abaixo da informação do tipo de unidade sanitária, nível de atendimento e localização:

Nome da Unidade Sanitária Tipo Nível de Atendimento Localização

Centro de Saúde de Inhagóia C Saúde Urbano C Primário Inhagoia A


Centro de Saúde José Macamo C Saúde Urbano B Primário Malanga
Centro de Saúde Xipamanine C Saúde Urbano B Primário Aeroporto B
Posto de Saúde de Xipamanine Xipamanine
Hospital Geral Chamanculo C Saúde Urbano A Primário Chamanculo B
Hospital Geral José Macamo Hospital Geral Secundário Malanga
Hospital Geral Mavalane Hospital Geral Secundário Mavalane A
76

Abaixo o mapa da área de influência geográfica das unidades sanitárias na área de intervenção

Mapa 13: Mapa de localização das unidades sanitárias da área de intervenção e seu raio de cobertura
geográfica

De acordo com o diploma ministerial nr° 127/2002 de 31 de Julho, o raio da zona de influência directa
de uma unidade de saúde em meio urbano, independentemente do tipo da unidade é de 1 a 4km.

5.4.5.1.3. Equipamento Mercados e Feiras


Durante o trabalho de levantamento foram levantados os grandes mercados e também os mercados
menores, mas com algum impacto na área onde se encontram. Abaixo apresentam-se duas tabelas: 1)
mercados de maior raio de influência, que até são de influência a nível de cidade, e 2) mercados locais
de influência a nível de bairro.

Mercados de Influência Alargada

Equipamento Urbano Localização Coordenadas

Mercado Vulcano Aeroporto B 456172; 7131647


Mercado Formal Fajardo Chamanculo A 455971; 7129712
Barracas e Feira de Zixaxa Chamanculo D 455861; 7131450
Mercado de Inhagoia A Inhagoia A 455931; 7133116
77

Mercado Municipal da Mafalala Mafalala 456936; 7129259


Mercado Malanga Malanga 455709; 7129361
Mercado de Mavalane Mavalane A 458640; 7132939
Mercado de Mussavene Mavalane B 458968; 7132458
Mercado Unidade 7
Mercado Xipamanine 456194; 7130254
Novo Mercado Xipamanine 456219; 7130102

Mercados de Influência a Nível de Bairro

Equipamento Urbano Localização Coordenadas

Mercadinho Aeroporto A 456667; 7131098


Pequeno Mercado Chamanculo D 455726; 7130634
Espaço Aberto Com Mercadinho Chamanculo D 455930; 7130452
Mercadinho FPLM 458777; 7132255
Mercadinho Informal FPLM 460535; 7132482
Concentração de Bancas Mavalane A 458163; 7132248
Espaço Aberto com Bancas Mavalane A 458298; 7132418
Concentração de Bancas Mavalane B 459166; 7132634
Concentração de Bancas Nsalene 456143; 7132918
Concentração de Bancas Urbanização 457724; 7130507

5.4.5.1.4. Equipamento Religiosos


Aeroporto A 9 Igrejas 2 Mesquitas
Aeroporto B 13 Igrejas 1 Mesquita
Chamanculo A 9 Igrejas 1 Mesquita
Chamanculo B 7 Igrejas
Chamanculo D 4 Igrejas 1 Mesquita
FPLM 8 Igrejas
Inhagoia A 5 Igrejas
Inhagoia B 9 Igrejas 2 Mesquitas
Luís Cabral 10 Igrejas 1 Mesquita
Mafalala 5 Igrejas 6 Mesquitas
Malanga 1 Igreja 1 Mesquita
Mavalane A 7 Igrejas 1 Mesquita
Mavalane B 22 Igrejas
Maxaquene A 3 Igrejas
Minkadjuine 2 Igrejas 1 Mesquita
Munhuana 4 Igrejas
Nsalene 5 Igrejas
Unidade 7 2 Igrejas
Urbanização 14 Igrejas
78

Xipamanine 4 Igrejas 3 Mesquitas

5.4.5.1.5. Equipamento de Solidariedade e Comunitários


Cinema Império Aeroporto A
Casa Riambo Bartolomeu Chamanculo A Ass. Tradicionais
Antigo Clube Desportivo Beira Mar Chamanculo B
Salão de Eventos Chamanculo D
Centro Comunitário do Bairro de Maxaquene Maxaquene A
Sede Antigo Clube de Desportos de Minkadjuine Minkadjuine
Clube de Desportos de Mahafil Minkadjuine
Centro Cultural Municipal Ntsindya Xipamanine
Centro Comunitário Maria Grazia Rizzo Xipamanine ONG
Lar dos Idosos Malanga

5.4.5.1.6. Equipamentos Administrativos e de Segurança


Secretaria do Bairro Aeroporto A 456789 7131167
Secretaria do Bairro Aeroporto B 456202 7131295
Sede do Partido 456041 7129888
Sede do Partido 456047 7129897
Secretaria de Bairro 455310 7129999
Secretaria do Bairro Chamanculo D 455737 7130998
Posto Policial 456195 7131251
Secretaria do Bairro FPLM 459304 7132215
Secretaria do Bairro Inhagoia A 455923 7133506
Posto Policial 455923 7133506
Secretaria do Bairro Inhagoia B 455684 7132880
Secretaria do Bairro Luís Cabral 454012 7131900
Secretaria do Bairro Mafalala 457063 7129737
Posto Policial 457063 7129737
Posto Policial da Mafalala 456936 7129259
Posto Policial da Malanga 455627 7129387
Secretaria do Bairro Malanga 455517 7129257
Secretaria do Bairro Mavalane A 457763 7132250
Administração do Bairro Mavalane B 459643 7132915
Secretaria do Bairro de Maxaquene A 458490 7131503
Secretaria do Bairro Minkadjuine 456647 7129442
Secretaria do Bairro da Munhuana 456968 7130235
9 Esquadra (Xipamanine) 456990 7130318
Tribunal Judicial do Distrito Urbano N.2 457112 7130225
Secretaria do Bairro Nsalene 456404 7133708
Secretaria do Bairro Unidade 7 455436 713600
79

Secretaria do Bairro Urbanização 457547 7130551


Secretaria do Bairro Xipamanine 456198 7130796
Futuras Instalações do Posto Policial 456194 7130254
Terminal de Transportes 456190 7130223
Futuras Instalações da Secretaria do Bairro 456229 7130106

5.4.5.2. Espaços Públicos


Para compreender a potencialidade e problemas correntes dos espaços abertos e a interação
comunidade - espaços abertos, o capítulo espaços públicos dividiu o diagnóstico em duas partes
principais: 1) levantamento e diagnóstico de espaços que se beneficiaram de melhorias, e 2)
levantamento e diagnóstico dos espaços abertos de uso colectivo pela comunidade.

Pretende-se com a análise aos espaços que se beneficiaram de intervenções, perceber problemas
relacionados ao planeamento da intervenção, concepção do projecto, envolvimento da comunidade,
estratégia de apropriação, estratégia de manutenção, funcionalidade, durabilidade e resiliência, entre
outros.

Com a análise aos espaços abertos, pretende-se mapear e catalogar senão todos, pelo menos 90% dos
espaços abertos da área de intervenção, não obstante o seu uso actual. Foram neste âmbito levantado
todos os espaços abertos encontrados, desde largos, pontos de convergência de caminhos (com alguma
amplitude), espaços abertos entre casas, espaços onde as crianças brincam, espaços onde as senhoras
se encontram, largos próximos a fontanários, espaços de uso desportivo, e outros.

5.4.5.2.1. Análise de Intervenções Relevantes de Espaços Públicos

Com vista a aprender das experiências anteriores relevantes de intervenções realizadas em espaços
públicos dos assentamentos informas de Maputo, neste capítulo, analisa-se várias soluções de modo a
compreender as suas vantagens e desvantagens, para isso, elaborou-se uma ficha técnica de
levantamento constituída pelos seguintes atributos: enquadramento urbano, funções, dimensão,
características dos materiais usados, tipo de intervenção, orçamento de construção, estratégia de
manutenção, promotores da intervenção, problemas e qualidades actuais.

Foram visitados 9 espaços públicos distribuídos em 04 bairros da Cidade de Maputo (conforme ilustra
o mapa) sobre os quais apresentamos uma descrição pormenorizada; cada um deles apresenta variáveis
diferentes relacionadas a dimensão, materiais empregues, gestão, tipo de construção (autoconstrução
ou adjudicação de obra) manutenção e conservação. Foram abaixo considerados 1) um espaço aberto
minúsculo, 2) um espaço aberto fechado com muros e portões, 3) um espaço aberto degradado, 4) um
espaço aberto bem mantido, 5) um espaço aberto cuja intervenção resumiu-se a drenagem, 6) um
espaço aberto grande e 7) um espaço aberto fora dos assentamentos informais.
80

Mapa 14: Distribuição territorial dos espaços públicos intervencionados na cidade


81

ESPAÇO PÚBLICO ABERTO 1


Espaço Aberto Minúsculo
Dados Gerais
Nome
Bairro localizado Chamanculo C
Coordenadas geográficas de localização Lat. -25.939822 Long. 32.548562°
Enquadramento Urbano

Características específicas do espaço


Parque de diversão infantil encontro e socialização
Função
adulta
Área do espaço 21,5 m2
Proveniência dos utilizadores Crianças da envolvente imediata
Delimitação, aterro e instalação e construção de
Tipo de Intervenção equipamentos urbano (brinquedos fixos e banco para
sentar)
Promotor Aliança Trilateral
Orçamento
Síntese da reportagem fotográfica
82

Principais ilações
• Blocos de solo e cimento para definição dos
limites do espaço;
• Argamassa de solo e cimento para reboco das
paredes;
• Concreto para a construção de bancos para
Características dos materiais
sentar;
• Aproveitamento de pneus para construção de
brinquedos fixos;
• Tintas de diversas cores para a definição da
composição artística nas paredes rebocadas.
Elementos qualitativos actuais • Grande apropriação infantil do espaço;
A limpeza e controle da utilização adequada do
espaço é da responsabilidade de uma família
Estratégia de manutenção
localizada junto ao espaço, em compensação foi-lhe
construída um wc WSUP.
• Degradação do mobiliário urbano instalado;
Problemas actuais
• Dispersão de lixo em todo o espaço.
A intervenção mostra como espaços minúsculos
bem aproveitados podem gerar pequenos ambientes
públicos que respondem pontualmente a
necessidade de lazer para diversas gerações.
Conclusão
Contudo, destinar a manutenção e conservação do
espaço à uma família revela-se ser uma estratégia
ineficiente, pois neste caso espaço mostra uma
grande degradação física.
Ficha 1- Ficha técnica do espaço aberto minúsculo
83

ESPAÇO PÚBLICO ABERTO 2


Espaço Aberto Grande
Dados Gerais
Nome Campo Cape Cape
Bairro localizado Chamanculo C
Coordenadas geográficas de localização Lat. -25.943987° Long. 32.555120°
Enquadramento Urbano

Características específicas do espaço


Campo de futebol 11 associada a uma praça com
Função equipamento infantil e mais algum espaço livre
destinado a função comercial sazonal
Área do espaço 10 209 m2
Campo: delimitação, drenagem, reabilitação dos
Proveniência dos utilizadores sanitários,
Praça: nova construção
Delimitação, aterro e instalação e construção de
Tipo de Intervenção equipamentos urbano (brinquedos fixos, banco
para sentar, pavimentação)
Campo: Aliança Trilateral
Promotor
Praça: Asscodecha
Orçamento
Síntese da reportagem fotográfica
84

Principais Ilações
• Pavimento em pavê;
• Argamassa de solo e cimento para reboco das
paredes;
• Brinquedos fixo em estrutura metálica;
• Aproveitamento de pequenos tanques
Características dos materiais metálicos para construção de depósitos de
lixo;
• Tintas de diversas cores para a definição da
composição artística nas paredes rebocadas;
• Concreto para a construção de bancos de
sentar.
• Campo com dimensões padrão para futebol
profissional;
• Existência de canal de drenagem revestido;
• Existência de espaço adicional numa das
extremidades, que pode permitir a execução
de um poço de rebaixamento de nível
freático;
Elementos qualitativos actuais
• Pouca deformação topográfica do piso do
campo;
• Existência de uma grande arvore que da
sombra na praça;
• Existência de Mobiliário urbano (bancos de
praça) em bom estado ;
• Grande apropriação humana do espaço.
Estratégia de manutenção
85

• Rápida degradação do mobiliário urbano do


Problemas actuais parque e do campo;
• Inundações no Playground infantil
A intervenção criou uma centralidade de interesse
colectivo, que oferece várias formas de recreação.
Entretanto, os problemas de manutenção e
conservação dos espaços são muitos, não obstante
a seleção de soluções arquitetónicas
Conclusão sustentavelmente adequadas.
Fica evidente que a combinação de um desenho
urbano adequado com uma boa estratégia de
manutenção e programação da utilização do
espaço é fundamental para o sucesso de uma
intervenção.
Ficha 2 – Ficha técnica do espaço aberto grande

ESPAÇO PÚBLICO ABERTO – 3


Espaço Aberto em área de passagem
Dados Gerais
Nome
Bairro localizado Chamanculo C
Coordenadas geográficas de localização Lat. -25.941262° Long. 32.547734°
Enquadramento Urbano

Características específicas do espaço


Função Passagem, estar e socialização na barraca
Área do espaço 27 m2
Usado como passagem e esplanada da
Proveniência dos utilizadores
barraca aí próxima
Tipo de Intervenção Execução de um poço drenante
Promotor Aliança Trilateral
86

Orçamento
Síntese da reportagem fotográfica

Principais ilações
Características dos materiais • Nivelamento e pavimentação em pedra
• Pequena praça dominada pelo bar;
• Ausência de inundações que antes
Elementos qualitativos actuais ocorriam;
• Espaço calmo, livre da mobilidade
veicular;
Estratégia de manutenção
Problemas actuais • Reduzida apropriação humana
A intervenção mostra como uma simples
Conclusão operação urbana podem reduzir o problema de
inundações pontuais

Ficha 3 – Ficha técnica do espaço aberto em área de passagem


87

ESPAÇO PÚBLICO ABERTO – 4


Espaço aberto de maior comparticipação comunitária
Dados Gerais
Nome Praça
Bairro localizado Maxaquene D
Coordenadas geográficas de localização Lat. -25.930999° Long. 32.595911°
Enquadramento Urbano

Características específicas do espaço


Praça com equipamento infantil, anfiteatro ao ar
Função livre, biblioteca, um compartimento para a função
comercial, praça digital.
Área do espaço 510 m2
Proveniência dos utilizadores Crianças, adultos e idosos do bairro
Delimitação, drenagem, construção dos dois
compartimentos, construção do anfiteatro aberto
Tipo de Intervenção
com palco, instalação dos brinquedos infantis,
construção da pérgula.
Promotor Arquitectos sem fronteira, Unicef
Orçamento
Síntese da reportagem fotográfica
88

Principais ilações
• Blocos de solo e cimento para definição dos
limites do espaço;
• Argamassa de solo e cimento para reboco das
paredes;
Características dos materiais • Concreto para a construção de bancos para
sentar;
• Tintas de diversas cores para a definição da
composição artística nas superfícies
rebocadas.
• Localização do empreendimento em frente a
casa da chefe do quarteirão;
• Sentido de responsabilidade e conservação
resultante de ter sido construído pelos
Elementos qualitativos actuais próprios;
• Existência de um coqueiro em idade adulta;
• Mobiliário urbano (bancos de praça) em bom
estado.
Conservação e manutenção do espaço e da
Estratégia de manutenção responsabilidade do chefe do quarteirão que reside
enfrente ao bairro
Problemas actuais
A intervenção mostra como criar um espaço
Conclusão público multifuncional com ambientes adequados
para várias formas de apropriação social
Ficha 4 – Ficha técnica do espaço aberto com maior comparticipação comunitária
89

ESPAÇO PÚBLICO ABERTO – 5


Reabilitação de espaço aberto com “monumento”
Dados Gerais
Nome Praça da estrela
Bairro localizado Chamanculo C
Coordenadas geográficas de localização Lat. -25.941242° Long. 32.554139°
Enquadramento Urbano

Características específicas do espaço


Função Diversão infantil, encontro e socialização adulta
Área do espaço 308 m2
Proveniência dos utilizadores Crianças, adultos e idosos do bairro
Aproveitamento do monumento e construção de
Tipo de Intervenção
uma praça equipada com mobiliário urbano
Promotor Aliança trilateral
Orçamento
Síntese da reportagem fotográfica
90

Principais ilações

• Blocos de solo e cimento para definição dos


limites do espaço;
• Argamassa de solo e cimento para reboco das
paredes;
Características dos materiais
• Aproveitamento de pequenos tanques
metálicos para construção de depósitos de
lixo;
• Brinquedos fixos em estrutura metálica
diversa
• Grande vitalidade urbana do espaço;
• Excelente acessibilidade multimodal;
• Boa permeabilidade visual;
Elementos qualitativos actuais • Enquadramento e valorização do monumento
com alguma história;
• Serve a várias gerações; infância,
adolescentes e jovens, adultos e idosos;
Estratégia de manutenção
• Degradação física de quase todo mobiliário
Problemas actuais urbano instalado;
• Manutenção e conservação deficientes

A intervenção possui valores históricos


Conclusão aproveitados na definição da ideia do projecto, cria
um ambiente público com excelente dinâmica de
apropriação, mas, apresenta-se complemente
91

degradado. Os materiais aplicados são apropriados,


mas a manutenção do espaço é quase inexistente.

Ficha 5 – Ficha técnica do espaço aberto com monumento

ESPAÇO PÚBLICO ABERTO – 6


Reconstrução do Centro Comunitário e Construção de Praça
Dados Gerais
Nome Centro comunitário
Bairro localizado Chamanculo C
Coordenadas geográficas de localização Lat. -25.943600° Long. 32.552680°
Enquadramento Urbano

Características específicas do espaço


Função Diversão infantil, encontro e socialização adulta
Área do espaço 498 m2
Proveniência dos utilizadores Crianças, adultos e idosos do bairro
• Construção do muro de vedação;
• Construção do Centro Comunitário;
• Reconstrução do alpendre, construção dos
gabinetes da polícia municipal e do escritório
Tipo de Intervenção de obra do projecto;
• Pequeno parque infantil;
• Delimitação da área com pavimentação do
passeio perimetral, instalação de brinquedos
fixos no Playground.
Promotor Aliança trilateral
Orçamento
92

Síntese da reportagem fotográfica

Principais ilações
• Blocos de solo e cimento para definição dos
limites do espaço e construção do invólucro
das edificações;
• Argamassa de solo e cimento para reboco das
paredes;
• Aproveitamento de pneus para construção de
Características dos materiais brinquedos fixos do Playground infantil;
• Brinquedos fixos em estrutura metálica
diversa;
• Painéis metálicos para a construção de
involucro de edificações.
• Chapa metálica para a cobertura do centro
comunitário
• Boa manutenção e estado de conservação;
• Espaço não alagável
Elementos qualitativos actuais
• Concentração de várias funções de interesse
colectivo;
93

Estratégia de manutenção A manutenção é feita pela secretaria do bairro


• Reduzida permeabilidade física e visual
• Espaço de uso restrito, tendo em conta o
Problemas actuais
murro de vedação que define o espaço no seu
todo;
A vedação física do espaço, não obstante interferir
negativamente na dinâmica de apropriação humana
Conclusão
do espaço, neste caso o espaço apresenta-se muito
bem conservado.

Ficha 6 – Ficha técnica do espaço aberto do centro comunitário

ESPAÇO PÚBLICO ABERTO – 7

Reestruturação de Espaço Aberto no Hospital Central


Dados Gerais
Nome Espaço Aberto junto a Maternidade
Bairro localizado Polana
Coordenadas geográficas de localização Lat. -25.967757° Long. 32.590402°
Enquadramento Urbano

Características específicas do espaço


Função Diversão infantil, encontro e socialização adulta
Área do espaço 1374 m2
Público, pacientes e acompanhantes da
Proveniência dos utilizadores
maternidade e consultas externas
• Reconstrução do pavimento;
Tipo de Intervenção • Colocação de pinos para impedir
estacionamento no passeio;
94

• Construção da pérgula e da bancada do


passeio perimetral, instalação de brinquedos
fixos no Playground.
Promotor Arquitectos sem fronteira
Orçamento
Síntese da reportagem fotográfica

Principais ilações
• Pavimento e bancos em concretos;
• Construção da pérgula em estrutura metálica;
Características dos materiais
• Plantação de arranjos paisagísticos;
• Construção de placa informativa em metal.
• Área aberta ampla “desafogada”
• Passeios livres de carros
Elementos qualitativos actuais
• Espaço confortável, seguro e com
acessibilidade universal;
Estratégia de manutenção
• Desgaste muito acentuado do pavimento
Problemas actuais
(mistura muito fraca)
95

• Oxidação dos acessórios de fixação da placa


informativa
• Solução de sombra não apropriada (não
produz sombra)
A solução mostra como se pode criar um ambiente
Conclusão com apropriado a acessibilidade universal embora
a forma da pérgula aplicada não funciona

Ficha 7 – Ficha técnica do espaço aberto do Hospital Central

ESPAÇO PÚBLICO ABERTO – 8


Mural da Mafalala
Dados Gerais
Nome Mural da Mafalala
Bairro localizado Mafalala
Coordenadas geográficas de localização Lat. -25.953887° Long. 32.576097°
Enquadramento Urbano

Características específicas do espaço


Função Ilustração artística
Área do espaço
Proveniência dos utilizadores Residentes do bairro, visitantes e turistas
• Pintura artística mural
• Escrita do nome do bairro com materiais
Tipo de Intervenção
reciclados
• Escritas de mensagens com tintas
Promotor Arquitectos sem fronteira
Orçamento
Síntese da reportagem fotográfica
96

Principais ilações
• Tintas de diversas cores para a composição
artística textual e decorativa;
• Reciclagem e reutilização de materiais como
Características dos materiais
garrafas, tampas, chinelo entre outros para de
forma muito criativa escrever o nome do
bairro no mural.
• Marco urbano com interesse turístico;
• Mural com composição bela e visualmente
atrativa;
Elementos qualitativos actuais
• Abordagem artística sustentável
consubstanciada com a reciclagem e
reutilização de materiais
Estratégia de manutenção
97

Problemas actuais
A intervenção aproveita de forma muito criativa
uma superfície urbana cega, tornando-a um ponto
Conclusão
de interesse taurisco que afirma, com matérias
reciclados, o nome do bairro.

Ficha 8 – Ficha técnica do espaço aberto junto ao mural da Mafalala

ESPAÇO PÚBLICO ABERTO – 9


Fontanária de Maxaquene D
Dados Gerais
Nome Mural da Mafalala
Bairro localizado Maxaquene A
Coordenadas geográficas de localização Lat. -25.945722° Long. 32.581070°
Enquadramento Urbano

Características específicas do espaço


Função Espaço de recreação à sombra
Área do espaço 122 m2
Proveniência dos utilizadores Residentes do bairro, visitantes e turistas
• Construção de sombra com chama IBR
assente numa estrutura de plástico de material
Tipo de Intervenção aproveitado;
• Construção de um arranjo paisagístico com
garrafas.
Universidade Eduardo Mondlane – “Faculty of
Architecture and Physical Planning and KADK -
Promotor The Royal Danish Academy of Fine Arts, Schools
of Architecture, Design and Conservation -
Institute of Architecture, Urbanism & Landscape”
98

Orçamento
Síntese da reportagem fotográfica

Principais ilações
• Vigas produzidas com resíduos plásticos
reciclados;
Características dos materiais • Blocos de concreto usados no projeto
paisagístico foram lançados em garrafas de
água recicladas de cinco litros
• Boa dinâmica de apropriação;
Elementos qualitativos actuais
• Bom estado de conservação da fontanária;
Estratégia de manutenção
Problemas actuais
99

As fontanárias inativas distribuem-se em vários


lugares nos assentamentos informais, nesta criativa
solução que adopta intervenções de custo
controlado e ambientalmente sustentáveis mostra-
se como se pode converter uma fontanária em um
Conclusão
espaço publico que responde pontualmente a
necessidade de socialização. Estabelece-se assim
uma relação de aproveitamento de infraestruturas
de abastecimento de água com a criação de novos
espaços públicos

Ficha 9 – Ficha técnica do espaço aberto junto a fontanária de Maxaquene D


100

5.4.5.1.7. Espaços Públicos e Equipamentos Urbanos por Bairro


Este capítulo trata da informação dos espaços públicos e equipamentos urbanos por bairro.
A informação relacionada ao Equipamento Urbano por bairro foi sintetizada num mapa, agregada a
informação dos espaços abertos e outros elementos de interesse colectivo do bairro.
Para os Espaços Públicos Abertos foi recolhida informação relativa a:
- Localização geográfica
- Dimensão e forma
- Tipo de apropriação/ uso
- Condições de Salubridade
- Equipamento existente

A descrição e análise dos Espaços Públicos e Equipamento Urbano são apresentadas por bairro,
agrupados por Distrito Municipal:

Distrito Municipal Nhlamankulu

Estão incluídos na área de intervenção do projecto os seguintes bairros do Distrito Municipal


Nlhamankulu: Aeroporto A, Aeroporto B, Chamanculo A, Chamanculo B, Chamanculo D, Malanga,
Minkadjuine, Unidade 7, Xipamanine e Munhuana.

Bairro Aeroporto "A"

O bairro do Aeroporto A possui na sua extensão um tecido de uso de solo urbano misto;
aproximadamente 50% da sua morfologia é desordenado, 30% formalmente ordenado e 20% de
serviços (instalações industriais/fabricas). Do ponto de vista funcional, o bairro é maioritariamente
habitacional, possui um conjunto de equipamentos urbanos desde educacional, religiosos e serviços
sociais dispostos ao longo da Avenida de Angola.

As vias de acesso no tecido desordenado são estreitas e sinuosas com evidência de erosão, nem sempre
permitindo circulação automóvel. No tecido ordenado as vias têm dimensões standard e permitem
circulação e acesso aos lotes por veículos de vários portes. Nestas vias na sua maioria bastante largas
e não pavimentadas desenvolve-se predominantemente comércio e outros serviços locais.
101

Mapa 15: EPEUs de Aeroporto A

Ficha Técnica do Bairro: Aeroporto A

Localização, Características Demográficas, Estrutura e Divisão Administrativa


Distrito
Urbano 2 Nhlamankulu
Limites
Aeroporto Internacional de Maputo e Linha
Norte Férrea
Sul Bairro da Munhuana
Este Bairro de Urbanização e Av. Angola
Oeste Aeroporto B.
Dados Numéricos
Área 0.815km2
População 13 362hab
Densidade Populacional 154hab/ha
Secretário(a) do Bairro Aida (840193569)
Nr Quarteirões
102

Mapa de Espaços Públicos e Equipamentos Urbanos (Ver Mapa a Escala em anexo)

Mapa de Espaços Públicos e Equipamentos Urbanos (Ver Mapa a Escala em anexo)


103

Breve Descrição dos Equipamentos Urbanos no Bairro


O Bairro de Aeroporto A tem um tecido de EPEUs (incluindo elementos de interesse Público de
variedade Funcional) espalhada por todo o bairro. Predominam locais de culto, algumas instituições
de ensino entre as quais uma técnica profissional; pequenos serviços e concentração de bancas a
funcionarem como pequenos mercados.

Vide as fichas com informação pormenorizada por cada espaço público em anexo.

Ficha 10 – Ficha técnica do bairro Aeroporto A


104

Lista de EPEUs no Bairro Aeroporto A


coordenadas
Item Equipamento Urbano Quarteirao Observacoes
X Y

1 456789 7131167 Secretaria do Bairro Aeroporto A Q-43


2 456774 7131172 Escolinha Pedro e Paulo Q-12
4 456667 7131098 Mercadinho Q-2 Concentracao de Bancas, Limite entre Aeroporto A e B
6 4568848 7131231 Posto de Transformacao Q-42
7 456875 7131290 Igreja Envagelica Cidade Santa Q-16
11 456923 7131399 EPC. Unidade 19 Q-42
12 456929 7131414 Igreja Paroquia de Sao Pedro de Paulo Q-42
13 456324 7131428 Posto de Transformacao Q-17
14 456825 7131554 Igreja Presbeteriana de Moacambique Q-23
21 457232 7131069 Igreja Presbeteriana de Moacambique Q-40
22 457276 7131109 Igreja Smirna de cristo em Mocambique Q-40
23 457416 7130993 Cinema Imperio Q-40
24 457158 7130847 Mesquita Massijd Kuwatul Islam Q-39
26 456990 7130901 Igreja Apostolica Q-38
27 456936 7130906 Ministerio Envagelho em Accao Q-38
31 457188 7131410 Escola Nacinal de Artes Visuais Q-26
32 457188 7131410 Posto de Transformacao Q-26
33 457143 7131534 Colegio Orinte Q-33 Privado
34 457092 7131501 Igreja Nossa Esperanca Q-33
35 457092 7131501 Escolinha Florinhas Q-33
36 457046 7131488 Mesquita Q-33
37 457105 7131699 Escolinha Q-10
38 457094 7131814 Escola Secundaria Aeroporto Q-6
39 457094 7131814 Paroquia Nossa Senhora da Esperanca Q-6

Tabela 15 - Tabela dos EPEUs e seus atributos


105

Tabela resumo dos Espaços Abertos do Aeroporto A e seus atributos

Tabela 16 - Tabela dos EPEUs e seus atributos

105
106

Bairro Aeroporto "B"


O tecido urbano é informal, com predominância da função habitacional, entretanto, verifica-se no seu
limite ao longo da Avenida de Moçambique uma concentração de edificações industriais. Tem
equipamento urbano de culto, educacional e alguns serviços básicos tal como posto policial, entre
outros.

Mapa 16 - EPEUs de Aeroporto B

106
107

Ficha Técnica do Bairro: Aeroporto B

Localização, Características Demográficas, Estrutura e Divisão Administrativa


Distrito Urbano
nr 02 Nhlamankulu
Limites
Norte Aeroporto Internacional de Maputo
Sul Bairro de Xipamanine
Este Bairro Unidade 7
Oeste Bairro Aeroporto A
Dados Numéricos
População 15 965 hab
Área 0.56km2(15)
Densidade Populacional 205hab/ha2
Carlota
Secretário(a) do Bairro (845526628)
Nr Quarteirões

Mapa de Espaços Públicos e Equipamentos Urbanos (Ver Mapa a Escala em anexo)

15
Área retirada de shapefiles oficiais do CMM

107
108

108
109

O Bairro Aeroporto B tem de equipamento urbano predominante locais de culto. Tem algum
equipamento educacional e alguns serviços básicos tal como posto policial, e alguns outros, ver
mapa.
Os espaços Públicos Aberto no Bairro de Aeroporto B são poucos, são de ressaltar dois tipos: i) aos
campos de futebol e ii) pequenos vazios.

Ficha 11 – Ficha técnica do bairro Aeroporto B

Vide as fichas com informação pormenorizada por espaço aberto em anexo.

109
110

Lista de EPEUs no Bairro Aeroporto B

coordenadas
Item Equipamento Urbano Quarteirao Observacoes
X Y

1 456202 7131295 Secretaria do Bairro Aeroporto B Q-33


3 456554 713124 Centro de Saude de Xipamanine Q-29
4 456555 7131202 Farmacia Dr. Branco Q-5
5 456392 7131377 Centro Infantil Vista Alegre Q-5
6 456341 7131531 Posto de Tranformacao Q-15
7 456292 7131586 Loja Abandonada Q-13 Centro Cultural Juvenil
8 456297 7131595 Igreja envagelica Assembleia de Deus Q-13
10 456383 7131557 Igreja Testemunhas de Jeova Q-12
14 4556608 7131224 Igreja Velha Apostolica Q-1
15 456615 7131361 Igreja Q-14
16 456651 7131398 Igreja Envagelica Unida de Cristo Q-
17 456595 7131688 Escola Primaria Unidade 18 Q-7 Em bom Estado de Conservacao
19 456435 7131884 Igreja do Envagelho Sagrado Deus em Mocambuique Q-
20 456205 7131631 Farmacia Querubim Q-19
21 456172 7131647 Mercado Vulcano Q-21-23, Fundado em 10/03/73
22 456257 7131708 Posto de Tranformacao Q-18-19
25 456128 7131875 Igreja Envagelica Completo de Deus em Mocambique Q-21
26 456184 7131897 Posto de Tranformacao Q-27
29 456084 7132073 Posto de Tranformacao Q-27
30 456128 7131953 Igreja envagelica Assembleia de Deus Q-27
31 455975 7132097 Igreja Velha Apostolica Q-38
33 455963 7132182 Escolinha Comunitaria Q-38
34 455892 7132263 Igreja Envagelica Completo de Deus Unida em Mocambique Q-41
36 456027 7132705 Igreja Apostolica Paraiso da Chuva em Mocambique Q-45
37 455788 7132285 Posto de Tranformacao Q-42
38 455920 7132027 Igreja Ladiceia Unida em Mocambique Q-37
39 455830 7131930 Mesquita / Associacao Juvenil Q-36
40 456253 7131405 Igreja Mecedonia Unida em Mocambique Q-34
41 Posto Policial Q-33
42 Farmacia Hassina Q-33

Tabela 17 - Tabela dos EPEUs e seus atributos

110
111

Tabela Resumo dos Espaços Públicos do Aeroporto B e seus atributos

Tabela 18 - Tabela dos EPEUs e seus atributos

111
112

Chamanculo "A"
Chamanculo A possui na sua extensão um tecido de uso de solo urbano misto, ou seja 60% formal e
40% informal urbano, de ponto de vista funcional, o bairro é maioritariamente habitacional com um
conjunto de Infraestruturas Educacional de nível Primário e Secundário, com grande destaque ao
mercado Fajardo que contribui economicamente para a cidade e na dinâmica do bairro.

As vias de acesso e limítrofes são asfaltadas; na área informal as vias são estreitas e sinuosas, e servem
de comunicação ou ligação das residências com as vias principais.

Mapa 17 - EPEUs de Chamanculo A

112
113

Ficha Técnica do Bairro: Chamanculo A

Localização, Características Demográficas, Estrutura e Divisão Administrativa


Distrito Urbano
nr 02 Nhlamankulu
Limites
Norte Xipamanine e Chamanculo B
Sul Bairro do alto Maé
Este Bairro da Mafalala
Oeste Bairros da Malanga
Dados Numéricos
População 10 014hab
Área 0.43km2
Densidade
Populacional 227hab/ha
Secretário(a) do Santos Mathe
Bairro (849745100)
Nr Quarteirões

Mapa de Espaços Públicos e Equipamentos Urbanos (Ver Mapa a Escala em anexo)

113
114

Breve Descrição dos Equipamentos Urbanos (ver Mapa a Escala em Anexo)

114
115

O Bairro de Chamanculo A tem uma estrutura de EPEUs e vários outros elementos de interesse
Publico de variedade funcional dispersos pelo Bairro; é de destacar a via Estácio Dias, onde após a
sua pavimentação, verifica-se uma tendência de se desenvolver funções de interesse público
(serviços e comércio).

Ficha 12 – Ficha técnica do bairro Chamanculo A

Vide as fichas com informação pormenorizada por espaço público em anexo.

115
116

Lista de EPEUs no Bairro Chamanculo A

coordenadas
Item Equipamento Urbano Quarteirao Observacoes
X Y

2 456116 7129898 Clinica Vilas Q-17


6 456100 7129901 Farmaia Boa Vida Q-17
7 456062 7129907 Casa Riambo Bartolomeu Q-17 Assuntos Tradicionais
8 456041 7129888 Sede do Partido Q-17
9 456047 7129897 Sede do Partido Q-17
10 456046 7129895 Creche Q-17
11 456108 7129899 Igreja Q-17
15 456020 7129857 Igreja Q-16
20 456029 7129869 Igreja Envagelica Assembleia de Deus Q-16
21 456016 7129854 Igreja Metodista Q-16
22 456002 7129847 Igreja Universal do reino de Deus Q-16
23 455995 7129842 Topack Reciclagem de Papel Q-16
24 455995 7129842 Igreja Universal do reino de Deus Q-16
25 455984 7129833 Igreja Congregacional Unida em Mocambique Q-16
26 455974 7129817 Creche Comunitaria Tia Leonor Q-16
27 455973 7129814 Igreja Velha Apostolica Q-16
33 455969 7129768 Creche, Escolinha Q-
34 455467 7129752 Mesquita Q-
35 455971 7129712 Mercado Formal, Fajardo Q-
36 456006 7129653 Igreja Universal do reino de Deus Q-
40 455997 7129662 Centro de Servicos soldadura Q-
Tabela 19 - Tabela dos EPEUs

116
117

Tabela Resumo dos Espaços Públicos de Chamanculo A e seus atributos

Tabela 20- Tabela dos EPEUs e seus atributos

117
118

Chamanculo "B"
Chamanculo B, possui na sua maior extensão um tecido urbano informal, com pequenos fragmentos
de edificações formais. Do ponto de vista funcional o bairro é maioritariamente habitacional com
ocorrência da actividade comercial dispersa em todo sua extensão.
O sistema viário é caracterizado por possuir ruas estreitas e sinuosas que traduzem uma estrutura viária
orgânica que muitas vezes também é fisicamente impermeável.

Mapa 18- EPEUs de Chamanculo B

118
119

Ficha Técnica do Bairro: Chamanculo B

Localização, Características Demográficas, Estrutura e Divisão Administrativa


Distrito Urbano nr
Limites
Norte Bairro de Xipamanine
Sul Av. Trabalho e Bairro de Malanga
Este Chamanculo A e Xipamanine
Oeste Chamanculo C.
Dados Numéricos
População 9 022hab
Área 0.388km2
Densidade
Populacional 218
Secretário(a) do Mbanguine
Bairro (848859008)
Nr Quarteirões

Mapa de Espaços Públicos e Equipamentos Urbanos (Ver Mapa a Escala em anexo xx)

119
120

Mapa de Espaços Públicos e Equipamentos Urbanos

120
121

Breve Descrição dos Equipamentos Urbanos (ver Mapa a Escala em Anexo)

O Bairro de Chamanculo B é composto por uma estrutura de EPEU e outros elementos de interesse
público de grande variedade funcional e morfológica (ver em anexo mapa para maior detalhe).
Em termos de Espaços Públicos, registou-se sete espaços abertos com valores urbanísticos capazes
de serem transformados em ambientes públicos dinâmicos.

Ficha 13 – Ficha técnica do bairro Chamanculo B

Vide as fichas com informação pormenorizada por espaço público em anexo.

121
122

Lista de EPEUs no Bairro Chamanculo B

coordenadas
Item Equipamento Urbano Quarteirao Observacoes
X Y

1 455310 7129999 Seccretaria de Bairro


2 455734 7129758 Igreja Metodista Unida Q-1
3 455734 7129758 Fontanario Q-1
4 455772 7129768 Casa Abandonada Q-1
5 455685 7129991 Escola Primaria Unidade 11 Fundada no dia 28 de Outubro 1972-Q-24
6 455839 7130042 Antigo Clube Desportivo Beira Mar Q-19
7 455814 7130034 Igreja Universal Do reino de Deus Q-7
8 455750 7130119 Igreja Q-20
9 455647 7130158 Igreja Universal Do reino de Deus Q-20
10 455571 7130199 Igreja Presbeteriana de Mocambique Q-18
11 455869 7130184 Posto de Transformacao Q-
12 455869 7130184 Posto de Recolha de Lixo Q-
13 455750 7130409 Igreja Universal Do reino de Deus Q-21
14 455480 7130283 Igreja Mana Q-16

Tabela 21 - Tabela dos EPEUs e seus atributos

122
123

Tabela Resumo dos Espaços Públicos de Chamanculo B e seus atributos

Tabela 22 - Tabela dos EPEUs e seus atributos

123
124

Chamanculo "D"
Chamanculo D possui um tecido maioritariamente orgânico e aparentemente desordenado, idem para
a malha viária, verifica-se a Norte, pontualmente, uma concentração de edificações industriais.

Os Equipamentos neste bairro são relativamente poucos, registou-se essencialmente igrejas, mesquita,
e a Escola Primária Completa Unidade 10. Por outro lado, verificou-se elementos de interesse
Colectivo, tais como posto de transformação elétrica e fontanário.

Mapa 19 - EPEUs de Chamanculo D

Ficha Técnica do Bairro: Chamanculo D

Localização, Características Demográficas, Estrutura e Divisão Administrativa


Distrito Urbano nr 02 Nlhamankulo
Limites
Norte Unidade 7
Sul Xipamanine e Chamanculo C
Este Aeroporto B e Xipamanine
Oeste Chamanculo C.
Dados Numéricos
População 11 093hab

124
125

Área 0.51km2(16)
Densidade
Populacional 227hab/ha
Albertina Balate
Secretário(a) do Bairro (844985326)

Nr Quarteirões

Mapa de Espaços Públicos e Equipamentos Urbanos

Mapa de Espaços Públicos (Ver Mapa a Escala em Anexo)

16
Área retirada de shapefiles oficiais do CMM

125
126

Breve Descrição dos Equipamentos Urbanos

Relativamente aos Espaços Públicos e Equipamentos Urbanos, o bairro possui múltiplos de EPEUs
dispersos pelo Bairro (no seu todo 14), e também um espaço aberto de grande área, senão o maior
da área de intervenção, a seguir ao Jardim Zoológico. Os Equipamentos neste bairro são
relativamente poucos, registou-se essencialmente igrejas, mesquita, e a Escola Primária Completa
Unidade 10.

Ficha 14 – Ficha técnica do bairro Chamanculo D

Vide as fichas com informação pormenorizada por espaço público em anexo.

126
127

Lista de EPEUs no Bairro Chamanculo D

coordenadas
Item Equipamento Urbano Quarteirao Observacoes
X Y

1 455737 7130998 Secretaria do Bairro Chamanculo D Chamanculo B Q.18


2 456120 7131145 EPC Unidade 10
3 456195 7131251 Farmácia Hassine Aeroporto B
4 456195 7131251 Posto Polícial Aeroporto B
5 455993 7131343 Salão de Enventos Q-3
6 455911 7131320 Futuras Instalações da Mesquita Q-3
8 455861 7131450 Baracas e Feira de Zixaxa Q-3
9 455873 7131340 Igreja Ecumenico do bom Pastor Q-3
13 455700 7129061 Edificio Anexo EPC Unidade 10 Q-12 Antiga escola Comunitaria
15 455584 7131017 Sanitario da Wsup Wsup Q-17
16 455597 7129047 Igreja Apostólica Q-17
20 455604 7130765 Posto de Tranformacao
23 455726 7130634 Pequeno Mercado
24 455749 7130621 Posto de Tranformacao
27 455930 7130452 Espaco Aberto Com Mercadinho Propriedade da Igreja Q-37
30 455941 7130618 Igreja Envagelica Assembleia de Deus Q-38
32 455949 7130678 Posto de Tranformacao Q-33
43 456825 7131554 Igreja presbeteriana Q-23
Tabela 23 - Tabela dos EPEUs e seus atributos

127
128

Tabela Resumo dos Espaços Públicos de Chamanculo D e seus atributos

Tabela 24 - Tabela dos EPEUs e seus atributos

128
129

Malanga
O território de Malanga desenvolve-se linearmente ao longo da Av. 24 de Julho, limitado pela Av. de
Trabalho, ao longo dos quais o tecido urbano é principalmente formal, resultando num tecido do bairro
formal, com bolsas de informal; pequenos fragmentos de assentamentos informais dispersos em
pequenos núcleos de habitações improvisadas bastante densos). No interior do bairro ocorrem também
concentrações de edificações formais.

O bairro possui alguns equipamentos sociais importantes, nomeadamente: Hospital, Instituições de


Ensino, Centros de Acolhimento de Idosos, Igrejas e Mesquitas (lista de equipamentos e mapa de
localização a seguir).

Mapa Google do Espaços Públicos e Equipamento Urbano do Bairro

Mapa 20 - EPEUs de Malanga

129
130

Ficha Técnica do Bairro: Malanga

Localização, Características Demográficas, Estrutura e Divisão Administrativa


Distrito Urbano nr 02 Malanga
Limites
Noroeste Chamanculo A, B, C e Luís Cabral
Sudoeste Caminhos de Ferro Moçambique
Este Alto Maé B
Dados Numéricos
População 10 166hab
Área 1 238km2
Densidade Populacional 66 hab/ha
Secretário(a) do Bairro Manuel Muila (840733930/823564510)
Nr Quarteirões

Mapa de Espaços Públicos e Equipamentos Urbanos

130
131

131
132

Breve Descrição dos Equipamentos Urbanos

132
133

O bairro possui um número considerável de espaços abertos, maior parte deles próximo às vias
estruturantes (de maior dimensão). Foram mapeados outros no interior, de dimensões reduzidas,
alguns dos quais associados a fontanários. Ressalta-se neste Bairro os espaços abertos privados,
muitos dos quais actualmente sem uso pelos legítimos proprietários, mas envolvido na dinâmica do
bairro e apropriado de diversas formas pelos residentes. O bairro possui alguns equipamentos sociais
importantes, nomeadamente: Hospital, Instituições de Ensino, Centros de Acolhimento de Idosos,
Igrejas e Mesquitas (lista de equipamentos e mapa de localização a seguir).

Ficha 15 – Ficha técnica do bairro Malanga

Vide as fichas com informação pormenorizada por espaço público em anexo.

Lista de EPEUs no Bairro Malanga

coordenadas
Item Equipamento Urbano Quarteirao Observacoes
X Y

1 455517 7129257 Secretaria do Bairro Malanga Q-14


3 455623 7129044 Igreja Q-36
5 455645 7128847 Ponto de Recolha do Lixo Q-35
7 455809 7128849 Mesquita Q-33
8 455866 7128761 EPC. 24 de Julho Q-33
10 455490 7129188 Instituto Transporte e Comunicacoes (ITC) Q-37
11 455655 7129133 Igreja Metodista Unida em Mocambique Q- 15
13 455709 7129361 Mercado Malanga Q-15-20
16 455627 7129387 Posto Policial da Malanga Q-12
19 455350 7129695 Instituto Medio Politecnico ( IMP) Q-5
20 455350 7129643 Centro de Formacao Profissional( Aguas e saneamento) Q-3
22 454495 7130084 EPC.Lhanguene Piloto Q-3
24 454251 7130097 Lar dos Idosos Q-1
25 454204 7130026 Antena do Hospital Q-1

Tabela 25 - Tabela dos EPEUs e seus atributos

133
134

Mapa Google do Espaços Públicos e Equipamento Urbano do Bairro

Tabela 26 - Tabela dos EPEUs e seus atributos

134
135

Minkadjuine
Minkadjuine, comparado aos outros Bairros é relativamente menor. Possui poucos espaços abertos e
equipamentos urbanos, todos muito dispersos no território do bairro. O tecido urbano é
predominantemente informal, na sua maior parte habitacional, conforme ilustra o tecido de EPEUs,
apresentado na imagem abaixo.

Mapa 21 - EPEUs de Minkadjuine

135
136

Ficha Técnica do Bairro: Minkadjuine

Localização, Características Demográficas, Estrutura e Divisão Administrativa


Distrito Urbano nr
Limites
Norte Munhuana e Xipamanine
Sul Alto Maé A
Este Mafalala e Munhuana
Oeste Chamanculo A e Xipamanine
Dados Numéricos
População 6 986hab
Área 0.4km2(17)
Densidade Populacional 193
Secretário(a) do Bairro Virgínia Matine (846571708)
Nr Quarteirões

Mapa de Espaços Públicos e Equipamentos Urbanos

17
Área retirada de shapefiles oficiais do CMM

136
137

Mapa de Espaços Públicos (Ver Mapa a Escala em Anexo)

137
138

Breve Descrição dos Equipamentos Urbanos


Relativamente aos Espaços Públicos e Equipamentos Urbanos, o bairro possui múltiplos de EPEUs
(ver a figura acima), com destaque para os espaços públicos abertos. Os Equipamentos neste bairro
são relativamente poucos, registou-se essencialmente igrejas, mesquita, e a Escola Primária
Completa Unidade 10. Por outro lado, verificou-se elementos de interesse Colectivo, tais como posto
de transformação elétrica e fontanário.
De ressaltar o edifício/sede do antigo clube de desportos de Minkadjuine; actualmente é um local
abandonado (privado), como possível local de intervenção.
Ficha 16 – Ficha técnica do bairro Minkadujine

Vide as fichas com informação pormenorizada por espaço público em anexo.

138
139

Lista de EPEUs do Bairro Minkadjuine

coordenadas
Item Equipamento Urbano Quarteirao Observacoes
X Y

1 456647 7129442 Secretaria do Bairro Minkadjuine Q-4


2 456615 7129212 Farmácia Q-6
3 456880 7129419 Condomínio Q-1 Encotra-se em más condiçoes de Saneamento
5 456670 7129689 Posto de Tranformacao Q-8
7 456751 7129733 Igreja Zione de Moçambique Q-8
9 456751 7129879 Mesquita Q-13
11 456829 7130012 Sede do Antogo Clube de Desportos de Minkajuine Q-20 Esdifício Abandonado e privado
12 456833 7130026 EPC. Minkadjuine Q-
13 456591 7129960 Igreja Assembleia de Deus em Moçambique Q-24
15 456475 7129909 Escola Anuaril e Mesquita Q-25
16 456454 7129813 Posto de Tranformacao Q-24
17 456445 7129442 Instituto Superior de Comunicação e Imagem de Moçambique Q-
18 456473 7129567 Ponto de Recolha de residuos Sólidos Q-3
19 456473 7129567 Posto de Tranformacao Q-3
20 456473 7129567 Clube de Desportos de Mahafil Q-3

Tabela 27 - Tabela dos EPEUs e seus atributos

139
140

Tabela Resumo dos Espaços Públicos de Chamanculo B

Tabela 28 - Tabela dos EPEUs e seus atributos

140
141

Unidade 7

Unidade 7 possui na sua extensão um tecido de uso de solo urbano misto, ou seja 85% Informal e 15%
Conjunto Industrial, de ponto de vista funcional, o bairro e maioritariamente habitacional com um
conjunto de Infraestruturas Educacional de nível Primário, com algum destaque a via-férrea Maputo -
Chicualacuala que atravessa o bairro pelo centro e de certa forma contribui na dinâmica do bairro.

O tecido construído e caracterizado por um vasto número de edificações horizontais de alta densidade.
A tipologia construtiva e matérias construtivas são maioritariamente em bloco de cimento e areia.

As vias de acesso ao bairro apresentam dimensão considerável para circulação de veículos ligeiros e
pesados, contudo, o estado de conservação é péssimo de terra batida e as vias artérias de ligação com
as residências são estreitas e sinuosas.

141
142

Mapa 22 - EPEUs de Unidade 7

Ficha Técnica do Bairro: Unidade 7

Localização, Características Demográficas, Estrutura e Divisão Administrativa


Distrito Urbano nr
Limites
Norte Bairro Inhagóia B
Sul Bairro Aeroporto A e a Rua Gago Coutinho
Este Bairro Aeroporto B e Av. Joaquim Chissano
Oeste Luís Cabral e Av. de Moçambique.
Dados Numéricos
População 7 783hab
Área 0.418km2(18)
Densidade Populacional 278ha/ha
Secretário(a) do Bairro Lucas Muianga (845289307)
Nr Quarteirões

Mapa de Espaços Públicos e Equipamentos Urbanos

18
Área retirada de shapefiles oficiais do CMM

142
143

Mapa de Espaços Públicos (Ver Mapa a Escala em Anexo)

143
144

Breve Descrição dos Equipamentos Urbanos

Registou-se em Unidade 7, quatro (4) espaços abertos com valores urbanísticos capazes de serem
transformados em ambientes públicos dinâmicos, estes espaços abertos apresenta-se com várias
formas de configuração geométrica diferentes em termos de apropriação.
As suas reduzidas dimensões não permitem que grandes massas colectivas apropriem-se dos espaços.
Todavia, são ambientes de socialização micro importantes para a vida no bairro, principalmente
devido a escassez de espaços abertos públicos.
Ressalta-se neste bairro um edifício abandonado, cujo processo esta em tribunal há mais de 15 anos

Ficha 17 – Ficha técnica do bairro Unidade 7

Vide as fichas com informação pormenorizada por espaço público em anexo.

144
145

Lista de EPEUs do Bairro Unidade 7

coordenadas
Item Equipamento Urbano Quarteirao Observacoes
X Y

1 455436 713600 Secretaria do Bairro Unidade 7 Q-3


2 455463 7131608 Escola Primaria Unidade 7 Q-2 6 Salas de Aula
3 455395 7131585 Creche Q-1
4 455322 7131641 Farmacia Q-1
6 455362 7131502 Edificio Abandonado Q-1 Processo em tribunal ha mais de 15 anos
8 4557341 7131771 Igreja Catolica, Maria Auxiliadora Q-19 Campo de Futsal
10 455641 7131862 Igreja Universal do Reino de Deus Q-6
11 455438 7131661 Fontanario Avariado Q-3
12 455672 7131539 fontanario com Espaco Vazio Q-12-13
13 455436 713600 Posto de Transformacao Q-
14 455848 7131757 Posto de Transformacao Q-
15 Mercado Q-
Tabela 29 - Tabela dos EPEUs e seus atributos

145
146

Tabela Resumo dos Espaços Públicos de Chamanculo B

Tabela 30 - EPEUs de Xipamanine

146
147

Xipamanine
Xipamanine, possui na sua maior extensão um tecido urbano informal, de ponto de vista funcional, o
bairro e maioritariamente habitacional com grande destaque ao mercado do mesmo nome que e de
grande importância a economia nacional. Este mercado tem trazido grande dinâmica aos bairros
vizinhos assim como a cidade de Maputo.

O tecido construído e maioritariamente horizontal, caracterizado por um vasto número de edificações


de várias tipologias construtivas, deste madeira e zinco e bloco de cimento e areia. As vias são
maioritariamente estreitas e servem de comunicação ou ligação das residências com as vias principais.

Mapa 23 - EPEUs de Xipamanine

147
148

Ficha Técnica do Bairro: Xipamanine

Localização, Características Demográficas, Estrutura e Divisão Administrativa


Distrito Urbano nr
Limites
Norte Bairro Aeroporto B
Sul Bairro Chamanculo A
Este R Irmãos Roby , Bairros Minkadjuine e Munhuana
Oeste Chamanculo C.
Dados Numéricos
População 14 895
Área 0.698km2
Densidade Populacional 196 hab/ha
Secretário(a) do Bairro Cacilda (848083163)
Nr Quarteirões

Mapa de Espaços Públicos e Equipamentos Urbanos

148
149

149
150

Mapa de Espaços Públicos (Ver Mapa a Escala em Anexo)

Breve Descrição dos Equipamentos Urbanos

150
151

Registou-se, em Xipamanine, três espaços abertos com valores urbanísticos capazes de serem
transformados em ambientes públicos dinâmicos. Destes espaços, Um (01) um é campo de futebol,
e dois (02) espaços abertos com várias formas de apropriação e um parque infantil construído de raiz
para acomodar múltiplas formas de diversão e socialização infantil.
Ficha 18 – Ficha técnica do bairro Xipamanine
Vide as fichas com informação pormenorizada por espaço público em anexo.

Lista dos EPEUs do Bairro Xipamanine

coordenadas
Item Equipamento Urbano Quarteirao Observacoes
X Y

1 456198 7130796 Secretaria do Bairro Xipamanine Q-10


2 456200 7130758 Farmacia do Primo Q-27
3 456221 7130624 Centro Comunitario Maria Grazia Rizzo Q-22 ONG
4 456068 7130421 Paroquia da Nossa Senhora das Gracas Q-
5 455992 7130414 Farmacia Q- Rua do Silex
6 456121 7130384 Escoal Primaria Completa 21 de Outubro Q-
7 456194 7130254 Mercado Q-
8 456194 7130254 Futuras Intalacoes do Posto Policial Q-
9 456190 7130223 Terminal de Transportes Q-
10 456207 7130173 Posto de Saude de Xipamanine Q-33
11 456219 7130102 Novo Mercado Q-33
12 456229 7130106 Futuras Intalacoes da Secretaria do Bairro Q-
13 456067 7130204 Mesquita Afromomentano Q-
17 456207 7129822 Escola Primaria Unidade 16 Q-56
18 456408 7130047 Igreja Q-
19 456382 7130156 Centro Cultural Municipal Ntsindya Q- Com um centro infantil, salao de jogos
21 456429 7129883 igreja Universal do Reino de Deus Q-49
22 456419 7130174 Farmacia Pol Q-
23 456337 7130438 Farmacia Noor Q-
24 456388 7130534 Associacao Islamica Q-5 5 anos de Existencia
25 456407 7130534 Igreja Apostolica Q-3
26 456429 7130559 Mesquita Q-
27 456567 7130731 Farmacia Q-
28 456465 7130763 Ponto de Transformacao Q-
Tabela 31 - Tabela dos EPEUs e seus atributos

151
152

Tabela Resumo dos Espaços Públicos de Xipamanine

Tabela 32 - Tabela dos EPEUs e seus atributos

152
153

Munhuana
Construído originalmente para albergar a população indígena que, no período de colonização
portuguesa, deslocava-se do campo para cidade e albergava-se em densos assentamentos informais no
perímetro da cidade “cimento”. Como estratégia colonial, para minimizar a problemática de habitar da
população nativa, o homem branco criou o Bairro da Munhuana no sistema radiocêntrico que converge
numa praça central que permitia, na altura da colonização, controlar a vida da população local.
Entretanto, mesmo com a génese morfológica formal, Munhuana cresceu com tecidos informais, sendo
atualmente notáveis no lado Oeste e Sul.

Mapa 24 - EPEUs de Munhuana

153
154

Ficha Técnica do Bairro: Munhuana

Localização, Características Demográficas, Estrutura e Divisão Administrativa


Distrito Urbano nr
Limites
Norte Aeroporto A
Sul Minkadjuine
Este Urbanização e Mafalala
Oeste Xipamanine
Dados Numéricos
População 5 191hab
Área 0.42km2
Densidade Populacional 115
Secretário(a) do Bairro Gratidão (848083163)
Nr Quarteirões

Mapa de Espaços Públicos e Equipamentos Urbanos

154
155

Mapa de Espaços Públicos (Ver Mapa a Escala em Anexo)

155
156

Breve Descrição dos Equipamentos Urbanos

Não obstante o bairro ser menor, registou-se vários equipamentos e poucos espaços abertos, destaca-
se também a localização central destes EPEUs, influenciada provavelmente pelo tipo de desenho
urbano que conduziu a configuração do tecido Bairro.
Embora a praça da Munhuana localiza-se no centro do bairro e seja também servido por um tecido
viário que aumenta a sua conectividade a cidade, atualmente este espaço está num processo de
reabilitação, por isso não se configura melhor opção para intervenção.
Ficha 19 – Ficha técnica do bairro Munhuana

Vide as fichas com informação pormenorizada por espaço público em anexo.

156
157

Lista dos EPEUs do Bairro Munhuana

coordenadas
Item Equipamento Urbano Quarteirao Observacoes
X Y

1 456968 7130235 Secretaria do Bairro da Munhuana Q-4


3 456996 7130282 Escola Pimaria Amilcar Cabral Q-5
4 456996 7130282 Posto de Tranformacao Q-5
5 456990 7130318 9 Esquadra Q-
6 457112 7130225 Tribunal Judicial do Distrito Urbano N.2 Q-
7 456856 7130003 Farmacia Videira Q-3
8 456838 7130026 Escola Pimaria Completa de Minkadjune Q-3
9 456710 7130196 Posto de Tranformacao Q-
10 456640 7130293 Escola Secundaia da Munhuana Q-13
11 456654 7130288 Igreja Fe Apostolica Q-7
12 456932 7130340 Instituto de Formacao de Professores Q-13
14 456793 7130571 Paroquia sao Joaquim Q-18
15 456689 7130498 Centro de Caridade boa Esperanca da Cruz Vermelha Q-14
16 456533 7130522 Igreja Apostolica Q-15
Tabela 33 - Tabela dos EPEUs e seus atributos

157
158

Tabela dos EPEUs do Bairro da Munhuana e seus atributos

Tabela 34 - Tabela dos EPEUs e seus atributos

158
159

Distrito Municipal Ka Maxaqueni

Estão abrangidos neste projecto três bairros do distrito Municipal KaMaxakeni: Mafalala, Maxaquene
A e Urbanização.

Maxaquene A

No tecido EPEUs do bairro ressalta-se a diversidade de equipamentos urbanos importantes, com


destaque para três escolas, nomeadamente: (1) a Escola Primária Completa; (2) a Escola Secundária
Noroeste 1 e (3) a Escola Secundária Noroeste 2. Os espaços abertos, por outro lado, são apenas 4,
conforme ilustra a imagem. Destaca-se também, neste tecido, a ocorrência de fontanárias que estão
implantadas em espaços abertos.

O seu tecido é, quase todo, informal e predominantemente habitacional com dispersão do comércio
informal.

Mapa 25 - EPEUs de Maxaquene A

159
160

Ficha Técnica do Bairro: Maxaquene A


Localização, Características Demográficas, Estrutura e Divisão Administrativa
Distrito Urbano nr
Limites
Norte Bairro de Urbanização
Sul Bairro Alto Maé
Este Malhangalene B e Av Acordos de Lusaca
Oeste Bairro Minkadjuine e Munhuana
Dados Numéricos
População 19 300hab
Área 0.875km2(19)
Densidade Populacional 243hab/ha
Armando Zimba
Secretário(a) do Bairro (820649480)
Nr Quarteirões

Mapa de Espaços Públicos e Equipamentos Urbanos

19
Área retirada de shapefiles oficiais do CMM

160
161

Mapa de Espaços Públicos (Ver Mapa a Escala em Anexo)

161
162

Breve Descrição dos Equipamentos Urbanos

Relativamente aos espaços abertos, e de destacar a Rua larga e dinâmica. Esta é um espaço público
linear, com várias formas de apropriação. Não obstante o estado de degradação da rua, é visível o
comércio informal que ocorre em toda a sua extensão. Além disso, registou-se uma grande dinâmica
de socialização e o convívio entre as famílias residentes.
De destacar o centro comunitário do Bairro de Maxaquene.

Ficha 20 - Ficha técnica do bairro Maxaquene A

Vide as fichas com informação pormenorizada por espaço público em anexo.

162
163

Lista de EPEUs do Bairro Maxaquene A

coordenadas
Item Equipamento Urbano Quarteirao Observacoes
X Y

1 458490 7131503 Secretataria do Bairro de Maxaquene A Q-2


2 458425 7131638 Fontanário Q-1 Operacional
3 458358 7131717 Farmácia Levina Q-3-8-11
4 458168 7131660 Escola Primária Completa FPLM Q-
5 457901 7131344 Centro Infantil Jardim das Flores Q-
6 458088 7131339 Escola Secundaria Noroeste -1 Q-
7 458109 7131057 Igreja Adventista do Sétimo Dia Q-21
9 458071 7130873 Igreja Envagelica Assembleia de Deus Q-43
10 458137 7130650 Posto de Transformação Q-
12 458121 7130662 Escola Secundaria Noroeste -1 Q-
13 458093 7130557 Q- Espaço com Potêncial Para Urbanismo Táctico
14 457991 7130531 Fontanário Q-35
15 458951 7132752 Farmácia Matilde Q-58
16 457927 7130212 Fontanário Q-57
17 458057 7130253 Fontanário Q-48
19 458174 7130197 Farmácia Fenicia Q-57
20 458193 7130266 Escola Primária Unidade 24 Q-48-49
21 458169 7130451 Centro Comunitária do Bairro de Maxaquene Q-
22 458294 7130798 Igreja Assembleia de Deus Q-
23 448470 7131280 Farmácia Matide Q-

Tabela 35 - Tabela dos EPEUs e seus atributos

163
164

Tabela dos EPEUs do Bairro da Munhuana e seus atributos

Tabela 36 - Tabela dos EPEUs e seus atributos

164
165

Mafalala

O bairro possui na sua extensão um tecido de uso de solo urbano excessivamente desordenado, com
lençol freático muito próximo da superfície. 90% da sua morfologia não possui ruas lineares umas com
as outras, de ponto de vista funcional, o bairro é maioritariamente habitacional com alguns
equipamentos Educacionais e Religiosas. Mafalala é um dos bairros com mistura evidente de várias
culturas nacionais, e estes contribuem para a dinâmica actual do bairro.

As vias de acesso ao bairro possuem em maior caso largura para a circulação de veículos de vários
portes. Sendo que também há existência de ruas estreitas e sinuosas no interior do bairro que servem
de ligação directa com as residências.

Mapa 26 - EPEUs de Mafalala

165
166

Ficha Técnica do Bairro: Mafalala

Localização, Características Demográficas, Estrutura e Divisão Administrativa


Distrito Urbano nr
Limites
Norte Urbanização
Sul Alto Maé
Este Malhangalene B e Av Acordos de Lusaka
Oeste Chamanculo C.
Dados Numéricos
População 17 822hab
Área 0.848km2
Densidade Populacional 214
Secretário(a) do Bairro 846759622
Nr Quarteirões

Mapa de Espaços Públicos e Equipamentos Urbanos

166
167

Mapa de Espaços Públicos (Ver Mapa a Escala em Anexo)

167
168

Breve Descrição dos Equipamentos Urbanos

Registou-se, em Mafalala, Cinco (5) espaços abertos integrados em um circuito de arruamento


estreito e sinuoso com valores urbanísticos capazes de serem transformados em ambientes públicos
dinâmicos com valor cultural e social.
Ficha 21 – Ficha técnica do bairro Mafalala

Vide as fichas com informação pormenorizada por espaço público em anexo.

168
169

Lista dos EPEUs de Mafalala

coordenadas
Item Equipamento Urbano Quarteirao Observacoes
X Y

1 457063 7129737 Secretaria do Bairro Mafalala Q-


2 457063 7129737 Posto Policial Q-
3 457083 7129583 Farmácia Goa Q-
8 456846 7129370 Escola Primária Unidade 23 Q-16 A Escola e Composta por 7 Salas
9 457022 7129441 Massijid Baraza Q-10
10 456878 7129515 Igrela Adoração Cristã Q-9
11 456757 7129459 Mesquita Chadulia Q-7
12 456748 7129432 Igrela Envagelica Completo de Deus em Moçambique Q-7
14 456961 7129339 Mesquita Q-
15 456936 7129259 Mercado Municipal da Mafalala Q-
16 456936 7129259 Posto Policial da Mafalala Q-
17 457064 7129252 Igreja Mundial Q-
19 457128 7129567 Museu da Mafalala Q-
20 457141 7129715 Mesquita Q-
21 457450 7129797 Mesquita Quibihiane Q-45
23 457450 7129835 Igreja Presbeterina Q-48
24 457521 7129791 Escola Primária Completa Unidade 22 Q-45
25 457521 7129791 Posto de Tranformação Q-
26 457674 7129755 Massijid Rahmane Q-43
27 457331 7129860 Igreja Assembleia de Deus Q-
28 457300 7129810 Centro Comunitário Q-48
29 457178 7129857 Escolinha Comunitária Dembo da Mafalala Q-54
Tabela 37 - Tabela dos EPEUs e seus atributos

169
170

Tabela dos EPEUs do Bairro da Mafalala e seus atributos

Tabela 38 - Tabela dos EPEUs e seus atributos

170
171

Urbanização

Urbanização possui na sua extensão um tecido de uso de solo urbano misto, ou seja 75% informal e
25% um conjunto de infraestruturas comerciais, tais como: Bancas comerciais, fabricas, lojas, parques
de venda de viaturas usadas e Mercado. De ponto de vista funcional, o bairro e maioritariamente
habitacional com penas uma Instituição Educacional de nível Primário Completa, sendo que o
elemento de grande destaque no bairro é o Mercado Adelina que contribui intensamente na dinâmica
e reconhecimento do bairro.

Mapa 27 - EPEUs de Urbanização

171
172

Ficha Técnica do Bairro: Urbanização

Localização, Características Demográficas, Estrutura e Divisão Administrativa


Distrito Urbano nr
Limites
Norte Aeroporto Internacional de Maputo
Sul Bairro da Mafalala
Este Av cordos de Lusaca e o Bairro Maxaquene A
Oeste Av de Angola e o Bairro do Aeroporto A
Dados Numéricos
População 13 269hab
Área 1.035km2
Densidade Populacional 195ahb/ha
Secretário(a) do Bairro Ana Maria Bule (847740774)
Nr Quarteirões

Mapa de Espaços Públicos e Equipamentos Urbanos

172
173

Mapa de Espaços Públicos (Ver Mapa a Escala em Anexo)

173
174

Breve Descrição dos Equipamentos Urbanos

Registou-se no Bairro da Urbanização somente dois espaços abertos.


Vide as fichas com informação pormenorizada por espaço público em anexo.
Ficha 22 – Ficha técnica do bairro Urbanização

174
175

Lista de EPEUs do Bairro Urbanização

coordenadas
Item Equipamento Urbano Quarteirao Observacoes
X Y

1 457547 7130551 Secretaria do Bairro Urbanização Q-9


2 457547 7130551 Igreja Q-
3 457547 7130551 Igreja Narereno Q-9
4 457563 7130519 Igreja Apostólica Q-9
5 457399 7130455 Igreja Velha Apostólica Q-4
6 457581 7130364 Igreja Assembleia de Deus Q-4
7 457718 7130379 Centro Infantil Flores Lindas Q-2
8 457718 7130379 Posto de Transformação Q-2
10 457715 7130288 Centro Infantil Rhulane Q-3
11 457660 7130297 Igreja Biblica Vida Profunda Q-3
12 457811 7130237 Igrja Redimida e Deus Q-2
13 457782 7130015 Igreja Envagelica Wesleiana de Mocambique Q-23
14 457674 7129960 Escolinha Q-23
15 457449 7129961 Escola Biblica/Igreja assembleia de Deus Q-23
16 457362 7130027 Igreja Catolica Q-24
19 457451 7130279 Mesquita Baltulim Q-27
20 457525 7130257 Igreja, Comunidade Crista Q-27
21 457702 7130147 Centro Infatil Q-27
22 457723 7130091 Igreja Universal do Reino de Deus Q-27
23 457825 7130509 Sociedade de Ensino E Investigacao Q-1
24 457724 7130507 Concentacao de Bancas Q-6
25 457742 7130778 Associacao de Saneamento do Bairro Q-13
26 457689 7130981 Escola Primaria Completa IV Congresso Q-16
27 457689 7130981 Posto de Transformação Q-16
28 457674 7131010 Centro de Saude Privado do Chambino Q-16
29 457669 7130947 Igreja Fiel Salvador de Jesus Q-14
31 457710 7130806 Igreja Sal do Mundo Q-12
32 457685 7130782 Centro Infantil Q-12
33 457677 7130761 Igreja Ventania Apostolica de Mocambique Q-11
34 457580 7130660 Farmacia Mais Vida Q-
Tabela 39 - Tabela dos EPEUs e seus atributos

175
176

Tabela dos EPEUs do Bairro da Urbanização e seus atributos

Tabela 40 - Tabela dos EPEUs e seus atributos

176
177

FPLM

Também de forma “linear”, o Bairro FPLM, trata-se também de um assentamento informal, com áreas
indústrias que ocorrem ao longo da Avenida FPLM.

O tecido de EPEUs, apresenta mais equipamentos públicos do que espaços abertos. Registou-se
escolas, várias igrejas e fontenários inseridos em ambientes públicos abertos.

Mapa 28 - EPEUs de FPLM

177
178

Ficha Técnica do Bairro: FPLM

Localização, Características Demográficas, Estrutura e Divisão Administrativa


Distrito Urbano nr
Limites
Norte Mavalane B
Sul Maxaquene D e Polana Caniço
Este Ferroviário
Oeste Mavalane A
Dados Numéricos
População 10 722hab
Área 0.89km2
Densidade Populacional 116
Secretário(a) do Bairro Armando Xavier (840169287)
Nr Quarteirões

Mapa de Espaços Públicos e Equipamentos Urbanos

178
179

Mapa de Espaços Públicos

Breve Descrição dos Equipamentos Urbanos

179
180

O tecido de EPEUs, apresenta mais equipamentos públicos do que espaços abertos. Registou-se
escolas, várias igrejas e fontenários inseridos em ambientes públicos abertos.
Vide as fichas com informação pormenorizada por espaço público em anexo.

Ficha 23 – Ficha técnica do bairro FPLM

Lista de EPEUs do Bairro FPLM

coordenadas
Item Equipamento Urbano Quarteirao Observacoes
X Y
1 459304 7132215 Secretaria do Bairro FPLM Q-17
2 459306 7132177 Fontanario Q-17
3 459306 7132177 Escolinha Borboleta Q-17
4 459067 7132143 Fontanário Q-22
5 459006 7132087 Escolinha Primária Completa Combatentes de Luta de libertaçãode Moçambique Q-23
6 458851 7132090 Igreja Velha Apostólica de Moçambique Q-28
7 458804 7132078 Fornecedor de água Q-28 Privado
8 458770 7132097 Farmácia Mussavene Q-28
9 458777 7132255 Posto de Tranformação Q-28
10 458777 7132255 Mercadinho Q-28 Espaço com Potêncial para Urbanismo Táctico
11 459032 7132255 Posto de Tranformação Q-24
12 459172 7132271 Fontanário Q-20
13 459465 7132192 Fontanário Q-16
15 459677 7132412 Paroquia Nossa Senhora Apreendida / Escolinha Mães de Mavalane Q-12 Comunidade São Miguel
16 459733 7132441 Q-12 Espaço com Potêncial para Urbanismo Táctico
17 459959 7132504 Fontanário Q-8
18 460128 7132592 Igreja do Grande Amor Q-3
19 460128 7132592 Q-3 Espaço com Potêncial para Urbanismo Táctico
20 460128 7132592 Ministério Envagelho em Acão Q-3
21 460197 7132615 Fontanário Q-3
22 460213 7132589 Escola Comunitária São Paulo Q-6 Instituião Privada
23 460229 7132567 Igreja Maria Apostolica Q-5
24 460364 7132687 Igreja doze Apostolos Q-2
25 460430 7132680 Igreja Apostolica Q-1 Espaço Propenço a Inundaões
26 460508 7132577 Igreja Universal do Reino de Deus Q-4
27 460535 7132482 Mercadinho Q-4 Mercadinho Informal
28 489847 7132274 Farmácia Q-

Tabela 41 - Tabela dos EPEUs e seus atributos

180
181

Tabela dos EPEUs do Bairro da Munhuana e seus atributos

Tabela 42 - Tabela dos EPEUs e seus atributos

181
182

Distrito Municipal Ka Mavota

Mavalane A

Este bairro possui na sua extensão um tecido de uso de solo urbano excessivamente desordenado, ou
seja quase 100% da sua morfologia não possui ruas lineares umas com as outras, de ponto de vista
funcional, o bairro e maioritariamente habitacional com um conjunto de equipamentos educacionais e
Hospitalar, Instituto Agrário de Moçambique e Hospital geral de Magaline respectivamente.
Instituições religiosas religiosos e serviços socias ao longo da Avenida FPLM.
As vias de acesso possuem em maior caso largura para a circulação de veículos de vários portes. Sendo
que também há existência de ruas estreitas e sinuosas no interior do bairro que servem de ligação
directa com as residências. O bairro e atravessado por uma via-férrea que, alinha Maputo -
Chicualacuala

Mapa 29 - EPEUs de Mavalane A

182
183

Ficha Técnica do Bairro: Mavalane A

Localização, Características Demográficas, Estrutura e Divisão Administrativa


Distrito Urbano nr
Limites
Norte Aeroporto Internacional de Maputo
Sul Maxaquene B
Este Bairro Mavalane B e FPLM
Oeste Bairro Urbanização
Dados Numéricos
População 19 407hab
Área 1.165km2
Densidade
Populacional 166hab/ha
Albertina Balate
Secretário(a) do Bairro (844985326)
Nr Quarteirões

Mapa de Espaços Públicos e Equipamentos Urbanos

183
184

Mapa de Espaços Públicos (Ver Mapa a Escala em Anexo)

184
185

Breve Descrição dos Equipamentos Urbanos

Registou-se, em Mavalane A, Oito (8) espaços abertos integrados em um circuito de arruamento


estreito e sinuoso com valores urbanísticos capazes de serem transformados em ambientes públicos
dinâmicos com valor cultural e social.

Ficha 24 – Ficha técnica do bairro Mavalane A

Vide as fichas com informação pormenorizada por espaço público em anexo.

185
186

Lista de EPEUs do Bairro Mavalane A

coordenadas
Item Equipamento Urbano Quarteirao Observacoes
X Y

1 457763 7132250 Seccretaria do Bairro Mavalane A Q-64


4 457806 7132254 Igreja Maná/ Escolinha Q-
5 457774 7132188 Igreja Universal do Reino de Deus Q-
6 458008 7132140 Colegio Midas Q-6 Instituição Privada
8 458003 7132157 Posto de Tranformacao Q-29
10 458033 7132203 Igreja Congregacional Unida Q-29
11 458163 7132248 Concetração de Bancas Q-
13 458207 7132348 Escola Primaria Completa Unidade 27 Q-28 8 Salas de Aula
14 458185 7132385 Igreja Corpo de Cristo em Moçambique Q-32
15 457745 7132443 Mesquita Masjid Tauraa Q-58 Paragem em frente
17 458020 7132514 Posto de Tranformacao Q-58
18 458259 7132520 Igreja Exercito de Salvação Q-34
19 458284 7132518 Escola Vocacional Católica Q-35
20 458375 7132548 Escola Secundária Solidariedade Q-
21 458298 7132418 Espaço Vazío Com Banquinhas Q- Possível Ponto para Urbanismo Táctico
22 458318 7132428 Igreja Metodista Q-
24 458394 7132478 Igreja Assembleia de Deus Q-
25 458428 7132522 Escola Primaria Completa Mavalane A Q- 17 Salas de Aula/ 9 em uso
28 458640 7132939 Mercado de Mavalane Q-
30 458668 7132634 Igreja Assembleia de Deus Q-
35 458368 7131968 Hospital Geral de Mavalane Q-

Tabela 43 - Tabela dos EPEUs e seus atributos

186
187

Tabela dos EPEUs do Bairro da Mavalane A e seus atributos

Tabela 44 - Tabela dos EPEUs e seus atributos

187
188

Mavalane B

Mavalane B possui na sua extensão um tecido de uso de solo urbano excessivamente desordenado, ou
seja quase 100% da sua morfologia não possui ruas lineares umas com as outras, de ponto de vista
funcional, o bairro e maioritariamente habitacional com um conjunto de equipamentos urbanos
religiosos e serviços socias ao longo da Avenida Júlios Nyerere.

As vias de acesso possuem em maior caso largura para a circulação de veículos de vários portes. Sendo
que também há existência de ruas estreitas e sinuosas no interior do bairro que servem de ligação
directa com as residências.

Mapa 30 - EPEUs de Mavalane B

188
189

Ficha Técnica do Bairro: Mavalane B

Localização, Características Demográficas, Estrutura e Divisão Administrativa


Distrito Urbano nr
Limites
Norte Bairro Hulene A
Sul Linha Férrea, Bairro FPLM
Este Av Júlios Nyerere e o Bairro Ferroviário
Oeste Mavalane B
Dados Numéricos
População 12 796hab
Área 0.295km2
Densidade
Populacional 243
Rosita Nhalungo
Secretário(a) do Bairro (844479027)
Nr Quarteirões

Mapa de Espaços Públicos e Equipamentos Urbanos

189
190

Mapa de Espaços Públicos (Ver Mapa a Escala em Anexo)

Breve Descrição dos Equipamentos Urbanos

Registou-se, em Mavalane B, Cinco (5) espaços abertos integrados em um circuito de arruamento


estreito e sinuoso de destacar.
Vide as fichas com informação pormenorizada por espaço público em anexo.
Ficha 25 – Ficha técnica do bairro Mavalane B

190
191

Tabela dos EPEUs do Bairro da Mavalane B e seus atributos

Tabela 45 - Tabela dos EPEUs e seus atributos

191
192

Inhagoia A

O Bairro de Inhagóia A está localizado no distrito urbano Kamubukwana, possui uma superfície
de0,87km2, trata-se também de um assentamento informal, ocupado maioritariamente por habitações
desordenadas.

A estrutura do tecido e espaços públicos e equipamentos urbanos registado é constituindo,


maioritariamente, por equipamento urbanos, nomeadamente: igrejas, escola. Ademais, registou-se
vários pontos de interesse colectivo (posto de transformação elétrica e fontanários).

Mapa 31 - EPEUs de Inhagoia A

192
193

Ficha Técnica do Bairro: Inhagoia A

Localização, Características Demográficas, Estrutura e Divisão Administrativa


Distrito Urbano nr
Limites
Norte 25 de Junho A
Sul Inhagoia B
Este Nsalene
Oeste Vale do Infulene
Dados Numéricos
População 14 471
Área 0.808km2
Densidade Populacional 171hab/ha
Secretário(a) do Bairro Adélia Jordão (847257721)
Nr Quarteirões

Mapa de Espaços Públicos e Equipamentos Urbanos

193
194

Mapa de Equipamentos Urbanos

194
195

Breve Descrição dos Equipamentos Urbanos

A estrutura do tecido e espaços públicos e equipamentos urbanos registado é constituindo,


maioritariamente, por equipamento urbanos, nomeadamente: igrejas, escola. Ademais, registou-se
vários pontos de interesse colectivo, tais como: posto de transformação elétrica e fontanários.
Os espaços públicos abertos neste bairro são escassos, estes restringem-se somente ao campo de
desportos e três espaços públicos abertos que são pequenos vazios urbanos, desprovidos de qualquer
mobiliário o recurso espacial para facilitar sua apropriação.
Vide as fichas com informação pormenorizada por espaço público em anexo.
Ficha 26 – Ficha técnica do bairro Inhagoia A

195
196

196
197

Lista de EPEUs de Inhagoia A

coordenadas
Item Equipamento Urbano Quarteirao Observacoes
X Y

1 455923 7133506 Secretaria do Bairro Inhagoia A Q-5


2 455912 7133462 Campo de Desportos Q-38-35
3 455915 7133528 Farmácia Q-
4 455923 7133506 Posto Policial Q-5
5 455915 7133528 Fontanário Q-5
6 455915 7133528 Posto de Tranformacao Q-5
7 455923 7133506 Igreja Q-
8 455939 7133506 Espaços Vazíos/ Sala Reuniões Q-5
9 455909 7133192 Igreja Siao Q-3
10 455909 7133192 Igreja Assembleia de Deus Q-3

Previsto para a Construção da Estrutura


11 455945 7133176 Espaços Vazíos Q- Administractiva e Posto Policial
12 455931 7133116 Mercado de Inhagoia A Q-2
13 456005 7133016 Associação Kutuanana kanhagoia Q-
14 456113 7132950 Posto de Tranformacao Q-
15 456217 7133528 Posto de Tranformacao Q-
16 456233 7133806 Posto de Tranformacao Q-
17 455947 7133933 Posto de Tranformacao Q-
18 455872 7133798 Escolinha de Inhagoia Q-15
19 455872 7133798 Igreja Exercito de Salvação Q-
20 455947 7133933 Posto de Tranformacao Q-
21 455810 7133544 Centro de Saúde de Inhagoia Q-35
22 455810 7133544 Posto de Tranformacao Q-35
23 455893 7133365 Fornecedor de Água/ Privado Q-4 Águas Mafangue
24 455893 7133365 Igreja Vitoriana Q-4

Tabela 46 - EPEUs de Inhagoia A

197
198

Inhagoia B
Este bairro possui na sua extensão um tecido de uso de solo urbano informal (2), o bairro é
maioritariamente habitacional com um equipamento Educacional de nível Primário, com algum
destaque ao jardim Zoológico (1) que ocupa quase 50% da área total do bairro, é de referir que em
tempos passados o jardim contribui-o de forma exponencial para o crescimento acelerado do bairro.
As vias de acesso ao bairro apresentam dimensão bastante reduzidas, contudo, o estado de conservação
é péssimo de terra batida e as vias artérias de ligação com as residências são estreitas e sinuosas.

Mapa 32 - EPEUs de Inhagoia B

198
199

Ficha Técnica do Bairro: Inhagoia B

Localização, Características Demográficas, Estrutura e Divisão Administrativa


Distrito Urbano nr 05 - KaMubukwana
Limites
Norte Bairro Inhagóia A
Sul Unidade 7 e Av Moçambique
Este Nsalene e Avenida de Moçambique
Oeste Bairros do Jardim
Dados Numéricos
População 15 481hab
Área 1.148km2
Densidade
Populacional 178
Zaida Nhanengue
Secretário(a) do Bairro (846922728)
Nr Quarteirões

Mapa de Espaços Públicos e Equipamentos Urbanos

199
200

Mapa de Espaços Públicos

200
201

Breve Descrição dos Equipamentos Urbanos

Registou-se, em Inhagoia B, quatro espaços abertos de dimensões reduzidas e o jardim zoológico,


único na cidade de Maputo; único no País.

Ficha 27 – Ficha técnica do bairro Inhagoia B

Vide as fichas com informação pormenorizada por espaço público em anexo.

201
202

Lista de EPEUs de Inhagoia B

coordenadas
Item Equipamento Urbano Quarteirao Observacoes
X Y

1 455684 7132880 Secretaria do Bairro Inhagoia B Q-25 Instalada na Sede do Partido


2 455684 7132880 Escola Primaria Completa Inhagoia B Q-25
3 455520 7132961 Condomínio/ Compone que Partilha mesmo Sanitário Q-23 CN.10
4 455502 7133030 Condomínio/ Compone que Partilha mesmo Sanitário Q-23
5 455580 7133132 Igreja Gloriosa Q-12
6 455541 7133196 Condomínio/ Compone que Partilha mesmo Sanitário Q-21 CN.19
7 455458 7133165 Condomínio/ Compone que Partilha mesmo Sanitário Q-20 CN.5
8 455175 7133161 Posto de Tranformacao Q-32
9 455221 7133228 Igreja Envagelica Assembleia de Deus Q-36
10 455771 7133476 Associacao ADEMO Q-
11 454724 7133329 Igreja Q-36
12 454489 7133155 Igreja+D13A26:F39 Q-45
13 454421 7133015 Igreja Velha Apostólica Q-53
14 454562 7132893 Concentração de Bancas Q- Mercadinho
15 454828 7132766 Mesquita Madrassa Q-54 CN. 4
16 454826 7132777 Igreja Assembleia de Deus Q-51
17 454895 7132772 Fornecedor de Água Q-48
18 454895 7132772 Espaço Vazío Q-48
19 454895 7132772 Mesquita Q-51 Fornce Água sem fins Lucrativos
20 454895 7132772 Espaço Vazío Q-51
21 454841 7132879 Posto de Tranformacao Q-47
22 454857 7132896 Igreja Envagelica Assembleia de Deus Q-47
23 454908 7133067 Posto de Tranformacao Q-46 Futuras Instalações da Policia
24 455378 7133025 Igreja Q-

Tabela 47 - Tabela dos EPEUs e seus atributos

202
203

KaMubukwana 05

Nsalene

Regista-se neste bairro vários EPEUs, contudo os espaços abertos restrigem-se a pequenos vazios que
não possuem qualquer tipo de pavimento ou mobliário urbano.

Os Equipamentos Urbanos também são relativamente poucos, resumem-se neste caso a Escola
Primária e Completa Unidade 2 e três Igrejas. Além disso, ressalta-se os pontos de interesse colectivo,
nomedamente o Posto de Transformação Elétrica, as duas fontánarias situadas nos extremos Norte e
Sul do bairro.

Mapa 33 - EPEUs de Nsalene

203
204

Ficha Técnica do Bairro: Nsalene

Localização, Características Demográficas, Estrutura e Divisão Administrativa


Distrito Urbano nr
Limites
Norte Bairro 25 de Junho “A”
Sul Avenida de Moçambique
Este Avenida de Moçambique
Oeste Inhagóia A & B
Dados Numéricos
População 3 269hab
Área 0.203km2
Densidade
Populacional 169hab/ha
Ernesto Timóteo
Secretário(a) do Bairro (844045771)
Nr Quarteirões

Mapa de Espaços Públicos e Equipamentos Urbanos

204
205

Mapa de Espaços Públicos

205
206

Breve Descrição dos Equipamentos Urbanos

Verificou-se 08 (oito) espaços abertos, todos com características similares, isto é, trata-se de
pequenas praças na maior parte das situações acessíveis por um sistema viário pedonal. São vazios
com geometria irregular variada e dimensões muito reduzidas.
Ficha 28 – Ficha técnica do bairro Nsalene

Vide as fichas com informação pormenorizada por espaço público em anexo.

206
207

Tabela dos EPEUs de Nsalene

coordenadas
Item Equipamento Urbano Quarteirao Observacoes
X Y

1 456404 7133708 Secretaria do Bairro Nsalene Q-3


2 456462 7133691 Igreja Doze Apóstolos Q-3
3 456424 7133734 Espaço Vazío Q-3 Público
4 456424 7133734 Fonecedor de Água Privado Q-3
5 456378 7133678 Igreja Pentecostal Q-3
6 456375 7133645 Igreja Chilembene Q-1
7 456375 7133645 Fontanário / Desactivado Q-1
8 456266 7133387 Espaço Vazío Q-8
9 456241 7133402 Espaço Vazío Q-8 Público
10 456233 7133201 Igreja Q-10
11 456233 7133201 Fontanário / Desactivado Q-10
12 456126 7132912 Espaço Vazío Q-12 Público
13 456143 7132918 Concentracao de Bancas Q-12
14 456143 7132918 Espaço Vazío Q-12 Público
15 456332 7133286 Espaço Vazío Q-9 Público
16 456332 7133286 Espaço Vazío Q-9
17 456415 7133312 Escola Primária e Secundária Unidade 2 Q-9
18 456421 7133353 Posto de Transformação ed Energia Electrica Q-9
19 456454 7133393 Espaço Vazío Q-5 Público
20 456459 7133528 Espaço Vazío Q-4 Público
21 456419 7133613 Igreja Q-4
Tabela 48 - Tabela dos EPEUs e seus atributos

207
208

Tabela de atributos dos Espaços Abertos

Tabela 49 - Tabela dos EPEUs e seus atributos

208
209

Luís Cabral

Luís Cabral possui na sua extensão um tecido de uso de solo urbano misto, uma área ordenada com
vias estruturantes lineares, uma área informal de alta densidade, o bairro é maioritariamente
habitacional com um conjunto de equipamento Educacional de nível Primário, Secundário e
Universitário que ocupa quase 5% da área total do bairro.

As vias de acesso ao bairro apresentam dimensões padrão para circulação de veículos. As vias artérias
de ligação com as residências são estreitas e sinuosas.

Mapa 34 - EPEUs de Luís Cabral

209
210

Ficha Técnica do Bairro: Luís Cabral

Localização, Características Demográficas, Estrutura e Divisão Administrativa


Distrito Urbano nr 05 - KaMubukwana
Limites
Norte Bairro de Jardim
Sul Bairro da Malanga
Este Chamanculo C e Av de Moçambique
Oeste Bairro Jardim
Dados Numéricos
População 33 040hab
Área 2.54km2
Densidade
Populacional 168
Secretário(a) do Viriato Munguambe
Bairro (845900660)
Nr Quarteirões

Mapa de Espaços Públicos e Equipamentos Urbanos

210
211

Mapa de Espaços Públicos (Ver Mapa a Escala em Anexo)

211
212

Breve Descrição dos EPEUs

Registou-se, em Luís Cabral, seis (6) espaços abertos com valores urbanísticos capazes de serem
transformados em ambientes públicos dinâmicos, estes espaços abertos apresenta-se com várias
formas de configuração geométrica diferentes em termos de apropriação.

Ficha 29 – Ficha técnica do bairro Luís Cabral

Vide as fichas com informação pormenorizada por espaço público em anexo.

Lista dos EPEUs do Bairro Luís Cabral

212
213

coordenadas
Item Equipamento Urbano Quarteirao Observacoes
X Y

1 454012 7131900 Secretaria do Bairro Luís Cabral Q-21


2 454012 7131900 Escola Comunitária Q-21 Instituição Privada
3 454078 7131995 Espaço Vazío Q-21
4 454078 7131995 Igreja Luso Africano Q-21
5 454009 7132072 Lixeira Informal Q-21
6 453997 7131865 Posto de Tranformacao Q-
7 453968 7131805 Espaço Vazío Q- Público
8 453815 7131643 Igreja Metodista Unida de Moçambique Q-22
9 453492 7131544 Escola Primaria Completa Unidadade 6 Q-32
10 453379 7131573 Espaço Vazío Q-34
11 453305 7131509 Posto de Tranformacao Q-
12 453236 7131388 Igreja Assembleia de Deus Q-
13 453121 7131479 Fontanário/desactivado Q-41
14 452889 7131436 Posto de Tranformacao Q-42
15 452712 7131738 Espaço Aberto Q-61
16 452547 7131805 Campo de Desporto Q-61
17 452434 7131507 Igreja Zione Q-63
18 452434 7131507 Posto de Tranformacao Q-63
19 452124 7131680 Fontanário/desactivado Q-65
20 452124 7131680 Igreja Q-65 Instituição Privada
21 452030 7131609 Escola Secundária Magude Q-67
22 452256 7131479 Mesquita Q-67
23 452319 7131288 Fontanário/Operacional Q-85
24 452268 7131289 ACODESPU/WATERAID Q-85
25 452247 7131299 Creche Munthi wa Swivanana Q-85
26 452108 7131391 Fontanário/ Operacional Q-85
27 452394 7131177 Fontanário/ Operacional Q-86
28 452394 7131177 Espaço Vazío Q-86
29 452394 7131177 Igreja Q-86
30 452510 7131281 Posto de Tranformacao Q-
31 452855 7131191 Espaço Vazío Q-87
32 453115 7131194 Insttituto Superior Dom Bosco Q-87
33 453115 7131194 Posto de Tranformacao Q-
34 453299 7131215 Posto de Tranformacao Q-
35 453285 7131288 Igreja Catolica Q-39
36 453424 7131293 Escolinha Xanda Q-38
37 453477 7131303 Salão do Reino das Testemunhas de Jeová Q-33
38 453477 7131303 Igreja Catolica Q-33
39 453528 7131415 Fontanário/ Desactivado Q-35 Espaço Com Potencial Para o Urbanismo Táctico
40 456253 7131405 Q-

Tabela 50 - Tabela dos EPEUs e seus atributos

213
214

Tabela de atributos dos Espaços Abertos do Bairro Luís Cabral

Tabela 51 - Tabela dos EPEUs e seus atributos

214
Resumo da caracterização

O tipo predominante dos espaços livre/comunitário levantado foi o espaço público aberto/
vazios abertos com várias formas de apropriação, geometrias e configurações variadas.
Estes espaços funcionam como lugares de encontro, socialização, diversão infantil,
comércio local, entre outras funções intrínsecas ao papel social dos espaços públicos.

Além disso, destacam-se os campos de futebol, quase todos recreativos, correspondem a


12% dos espaços públicos identificados. Embora sejam originalmente destinados ao
desporto recreativo, ocorrem nestes espaços outras funções como diversão infantil,
encontro e socialização adulta.

No seu todo, as áreas de intervenção foram identificadas e catalogadas 118 espaços


públicos abertos, que se distribuem de forma diferenciada entre os bairros em análise (ver
o gráfico abaixo). Desta distribuição de espaços públicos, destacam-se os bairros de
Chamanculo B, Chamanculo D, Malanga, Mavalane A, e Nsalene como sendo os que
possuem mais espaços públicos com aproximadamente 10 espaços por bairro; e os bairros
de Urbanização, Maxaquene A, Xipamanine, e Chamanculo A por possuírem menor
número de espaços públicos, neste caso menos que 3 espaços públicos por bairro.

DISTRIBUIÇÃO DOS ESPAÇOS PÚBLICOS PELOS


BAIRROS
16
14
ESPAÇOS PÚBLICOS

12
10
8
14
6
11
4 8 8 8
7 6 6
2 4 5 4 4 5 5 4 5 4 4 4
2
0
Mikadjuine

Luís Cabral

Nsalene
Unidade 7

Inhagóia A
Mafalala

Inhagóia B
Munhuana

Malanga

Aeroporto B
Aeroporto A

FPLM
Mavalane A
Urbanização
Maxaquene A

Mavalane B
Chamanculo B
Chamanculo A
Chamanculo D

Xipamanine

BAIRROS

Gráfico 8- Características dos espaços públicos identificados

215
Quanto a sua localização dentro do bairro, constatou-se que 76 espaços públicos se situam na área
perimetral dos bairros, o restante dos espaços localiza-se aproximadamente no centro doo bairro
(ver figura abaixo). Ou seja, a centralidade geográfica dos espaços públicos dentro do bairro é uma
condição demasiado reduzida.

SITUAÇÃO GEOGRÁFICA

76

42

Central Perimetral

Gráfico 9- localização dos espaços públicos nos bairros

A presença de árvores nos espaços públicos é também demasiado reduzida (ver figura abaixo), pois,
dos espaços públicos identificados, apenas 34 possuem alguma espécie arbórea que permite a
comunidade tirar partido dos seus serviços ecossistémicos.

216
POSSUI FORMAS DE ARBORIZAÇÃO

34

84

Possui Não possui

Gráfico 10 - Distribuição de árvores nos espaços públicos

Quanto a dinâmica de apropriação, 34 espaços públicos possuem grande apropriação pelos


residentes (dados obtidos através da verificação directa na fase de trabalho de campo). 34
Dos espaços identificados, embora não tenha sido constatado o seu uso ao vivo, verificou-
se na maior parte dos casos sempre algum indício de presença e uso humano, concluindo-
se assim que estes espaços possuem uma grande apropriação. Do universo dos 118 espaços
levantados apenas 34 não apresentavam sinais de qualquer forma de apropriação humana
recente.

217
3. Dinâmica de apropriação

34 34

50

Muito Grande
Grande
Reduzida

Gráfico 11 - Dinâmica de apropriação actual dos espaços públicos

Quanto a forma de pavimentação, mais da metade (96) não possui qualquer forma de
pavimento, ou seja, o seu piso é solo natural (ver gráfico abaixo). 14 Espaços possuem a
combinação do solo natural e capim, 3 capim, 1 culturas agrícolas, 3 solo natural e
argamassa de cimento regularizada, e apenas 1 possui solo natural e concreto. Portanto, é
evidente que a maior parte da superfície do sistema de espaços públicos em assentamentos
informais é ainda permeável.

218
DISTRIBUIÇÃO DOS ESPAÇOS QUANTO AO
TIPO DE PAVIMENTO

Solo natural e concreto regularizado


1
TIPO DE PAVIMENTO

Culturas agricolas
1
Capim
3
Solo natural e capim
14
Solo natural e Argamassa em cimento
3
regularizada
Solo natural
96

0 20 40 60 80 100 120
ESPAÇOS PÚBLICOS

Gráfico 12 - distribuição dos espaços públicos por bairro quanto ao tipo de pavimento

Principais problemas dos espaços públicos

Relativamente a situação problemática, os espaços públicos apresentam problemas


similares, ver o gráfico abaixo. São de destacar os seguintes problemas principais: (i)
ausência de iluminação nos espaços públicos (112); (ii) ausência de uma configuração que
crie ambientes confortáveis e seguros (110); (iii) conflito espacial entre funções (92) -
disputa de espaço entre funções como mobilidade, diversão infantil, desporto recreativo e
comercio local comercio informal entre outros; (iv) indefinição dos limites reais do espaço
(93); (v) ausência de mobiliário urbano (95).

Além destes problemas principais, outros com menor incidência foram diagnosticados, a
saber: (i) erosão (6); (ii) reduzida permeabilidade física - ou seja, espaços públicos que
não possui mais de uma alternativa rodoviária de acessibilidade; (iii) escassez de mobiliário
urbano - espaços públicos que na maior parte das vezes, não obstante possuírem algum
mobiliário urbano improvisado, não responde as necessidades funcionais de apropriação
pública multifuncional (22); e (iv) inundações (35).

219
DIS T RIB UIÇÃO DO S PRO B L E MAS E NT RE O S
E S PAÇO S PÚB L ICO S
Possui Não possui

CARÊNCIA DE ILUMINAÇÃO … 112 6

EROSÃO 6 112

ACUMULAÇÃO DE LIXO URBANO 17 101

AUSÊNCIA DE CONFIGURAÇÃO … 110 8

REDUZIDA PERMEABILIDADE … 33 85

R E D U Z I D A P E R M E A B I L I D A D E … 12 106

CONFLITO ESPACIAL ENTRE … 92 26

INDEFINIÇÃO DOS LIMITES … 93 25

AUSÊNCIA DE MOBILIÁRIO … 95 23

E S C A S S E Z D E M O B I L I Á R I O … 22 96

INUNDAÇÕES 35 83

Gráfico 13 - Distribuição dos problemas entre os espaços públicos

Análise das Características e Potencialidades dos Espaços Públicos

Além dos constrangimentos acima listados, importa referir que o carácter espontâneo e
desordenado da configuração dos assentamentos informais diminuem qualidades
ambientais e espaciais importantes dos espaços públicos, como por exemplo a localização
destes espaços em situações com reduzida permeabilidade visual que agrava a dificuldade
da sua percepção, apropriação e conservação; somada a casos cuja geometria irregular, as
vezes complexa e de difícil aproveitamento espacial num processo de requalificação
urbana. Não obstante, ser evidente que as carências manifestadas em diversas formas sejam
o problema central na situação atual dos espaços públicos nos assentamentos informais em
análise, sua dinâmica de apropriação e vitalidade urbana, por outro lado, é muito grande.

Embora os espaços públicos na área de intervenção da componente 1 do PTUM, tenham


vários problemas, existem também qualidades atuais que podem ser maximizadas na sua
reabilitação, nomeadamente: (i) o caracter catalisador que pequenos recursos públicos têm
na dinâmica e vitalidade destes espaços, ou seja, pequenas intervenções são quase sempre
suficientes para melhorar a sua apropriação pelos residentes; (ii) a sua ocorrência em
pequenas porções distribuídas pelos bairros; embora em pequenos espaços permitem

220
distribuir equitativamente pequenas intervenções nos espaços públicos, e deste modo,
alcançar uma abrangência geográfica mais equilibrada, assim como possivelmente criar
uma rede de espaços públicos reabilitados que aproveita as sinergias presentes nas lógicas
de redes urbanas.

A observância e estudo do acontecimento em torno dos espaços públicos no âmbito desta


pesquisa, dá-nos alguma propriedade para afirmar que a realização de pequenos recursos
como mobiliário urbano, de elementos construídos para a produção de sombra, arborização,
mobiliário construídos do aproveitamento de pneus de automóveis ou elementos em
concreto rejeitados das obras de construção civil, tem o potencial de transformar estes
fragmentos de espaços livres em espaços comunitários abertos mais apropriados e ao
serviço da população dos assentamentos informais.

Importa também referir em última análise, que além dos espaços "públicos" no contexto
dos assentamentos informais, na área de intervenção do PTUM, constatou-se a apropriação
de outros locais de interesse colectivo usados para a função de espaços públicos, na medida
em que são usados como local de socialização, como parque infantil, e outros. São estes os
largos ao redor dos fontanários, ruas mais largas, cruzamentos de vias interiores mais
abertas.

5.4.6. Condicionantes ao Uso do Solo


Consta da área de intervenção os seguintes condicionantes ao uso do solo (Mapa 35):
● Zonas inundáveis;
● Património arquitectónico e arqueológico;
● Redes de drenagem e saneamento;
● Redes de adução, armazenagem e distribuição de água;
● Redes gerais de energia eléctrica;
● Rede rodoviária principal;
● Rede ferroviária;
● Servidão do aeroporto;
● Servidão associada aos edifícios escolares e hospitais.

Associadas às condicionantes do solo encontra-se a existência de legislação específica.


Sendo que nos termos da Lei da Terra as mesmas enquadram-se no Domínio Público, ou
seja, áreas destinadas à satisfação do interesse público, podendo ser classificadas como
Zonas de Protecção Total e Parcial. Devendo ser aferidas e identificadas nos instrumentos
de ordenamento do território.

221
Mapa 35 - Mapa de Condicionantes

5.5. Gestão do Solo Urbano

Das condições gerais em que se apoia o desenvolvimento de Moçambique, uma que é


determinante consiste no facto de que a terra é propriedade do Estado. Ou seja, de certa
forma estão presentes as bases para um correcto sistema de planeamento urbano. Por outro
lado, a população investiu razoavelmente na construção das suas casas.
O facto de a propriedade da terra ser do Estado, possibilita executar uma política de
consolidação dos assentamentos populares, através dos DUATs, instrumentos de regulação
do uso e aproveitamento das terras. Uma vez feita massivamente, a outorga de DUATs será
de grande utilidade para a melhoria das habitações e fomento para a indústria de materiais
de construção. Contudo, a maioria dos residentes de assentamentos informais não têm
garantia de posse da terra. Com a nacionalização e redistribuição de terras após a
Independência, os cidadãos moçambicanos adquiriram o direito de ocupar terras para fins
sociais (por exemplo, habitação) ou económicos (por exemplo, agricultura).

222
Posteriormente, o governo introduziu um mecanismo para formalizar isso por meio da
emissão de Títulos de Direito de Uso e Ocupação do Solo (DUAT). No entanto, a obtenção
de um DUAT é um processo extremamente burocrático, opaco e ineficiente, que
geralmente leva 1 ou 2 anos para ser concluído.
Esta regularização de terras cria espaço para que insiders com acesso a informações
privilegiadas se beneficiem do acesso à terra relativamente aos moradores informais. Os
pobres urbanos, que vivem em assentamentos informais, não têm as informações ou as
conexões necessárias para adquirir a posse formal da terra. Como resultado, a grilhagem
de terras, vendas problemáticas e corrupção na administração de terras se tornaram a norma
para a maioria das transacções de terras em áreas informais e periurbanas.
A Regularização Fundiária deverá assim contribuir para o alcance de uma das acções do
Município de Maputo cuja meta é garantir a segurança de posse de DUAT e de outros
direitos à população que vive nos bairros informais consolidados há mais de 10 anos, e
consequentemente garantir contribuir para a redução da pobreza. Esta acção justifica-se
pela falta de uma política e ferramentas actualizada acerca dos direitos reais de propriedade,
para atender as famílias que vivem em Assentamentos Informais, e a necessidade de
participação na contribuição de receitas municipais tais como o IPRA e outras obrigações
fiscais vigentes para o desenvolvimento sustentável município.
Importa referir que a área de intervenção é constituída por bairros com malhas urbanas sem
uma estruturação formal, áreas de ocupação não planificada e desordenada, em constante
transformação e densificação resultado de pressões que sofre pela sua proximidade com o
centro urbano da cidade de Maputo. A cobertura das suas infraestruturas e serviços básicos
são na generalidade deficientes ou, nalgumas situações quase inexistentes, contribuindo
para degradação das condições de habitabilidade, áreas desprovidas de infra-estrutura
básica e urbanística, com habitações geralmente superlotadas, construídas com materiais
precários e com situação fundiária irregular, e ocupados por população de baixa renda.
Na área de intervenção, sobretudo nas áreas residências não planificadas os talhões
apresentam formas irregulares, muitas das vezes colidindo com a circulação automóvel
(Estratégia Municipal AS, pag.19) são partilhados por várias famílias, cabendo a cada uma
das famílias um ou dois cômodos, muitas das vezes sem as condições de habitabilidade
mínima como sejam ventilação e luz natural.
Em Moçambique o único dispositivo legal que define dimensões mínimas de talhões está
associado a acções de reassentamento, que estabelece que os talhões devem ter 600 m². Já
o FFH no período de 1995 a 2005 procedeu à demarcação de talhões de 15m de largura por
30m de profundidade, mas maioritariamente na área metropolitana de Maputo em zonas
urbanisticamente não consolidadas (Tique, pág. 214), sendo que no caso do CMM face ao
disposto na Estratégia Municipal de Intervenção em Assentamentos Informais tem sido
dada prioridade à regularização fundiária das áreas que apresentam as seguintes
características:

223
A. Áreas dotadas de acessos gerais e individuais a cada talhão e infraestrutura urbana
mínima;
B. Áreas cobertas por Planos Parciais de Urbanização já aprovados;
C. Áreas que possam abranger o maior número de habitantes possíveis;
D. Assentamentos cujas intervenções não careçam de grandes acções de carácter físico
territorial.
Finalmente, importa referir que uma parte das áreas a intervir são vulneráveis às
inundações, situação que ocorre pelo facto de estarem localizados em áreas de baixa
declividade e sem drenagem natural. A falta de valas de drenagem causa problemas
ambientais, sociais e de saúde pública. A iluminação pública também é um problema
transversal em todos os bairros, assim como equipamentos públicos como escolas, e centros
de saúde, mercados em estado de degradação e em alguns casos abandonados e desprovidos
de infraestruturas adequadas.

5.5.1. Estrutura da Propriedade


A estrutura da propriedade encontra-se sobretudo associada ao seu uso, mas também à
tipologia de ocupação, bem como à densidade populacional. Assim em áreas de ocupação
desordenada, maioritariamente de média densidade habitacional, mas de alta densidade
populacional e uso maioritariamente residencial não planificado, os talhões tendem a ser
pequenos, com formas muito irregulares e com fraca ou inexistência acesso aos serviços
urbanos básicos. Nestas áreas os conflitos de terra estão sobretudo associados a querelas
entre particulares, conflitos dentro da comunidade (intra comunidade) devido sobretudo ao
desconhecimento dos limites dos talhões, usurpação de talhões sem ocupação, bem como
conflitos intra familiares pela posse da infraestrutura construída, desconhecimento da
titularidade original e venda de terrenos sem consenso na família. Por regra nestas áreas
são poucos os que dispõem de DUAT e existe uma grande flutuabilidade na ocupação dos
espaços.
Nas áreas de ocupação ordenada quer se trate de residencial ou outro uso, as parcelas
tendem a estar bem delimitadas, tem contornos regulares e dispõem de bons acessos aos
serviços urbanos essenciais. Nestas zonas sobressaem as parcelas de maiores dimensões
associadas à indústria/armazéns, comércio e serviços, com situação fundiária regularizada.
Já no que concerne ao uso residencial, verifica-se a existência de títulos de propriedade em
alguns casos já indexada ao pagamento do imposto predial, mas por regra são casos que
estão mais associados a situações de propriedade horizontal. Nestas áreas os conflitos de
terra são ainda menores e os que existem são relativos a conflitos intra familiares.

224
Mapa 36 - Planta de parcelas

Relativamente aos conflitos de terra em Moçambique o conceito tem vindo a ser mais associado
às áreas rurais sobretudo no que concerne aos grandes investimentos, contudo estes também
ocorrem nas zonas urbanas quer se trate de áreas urbanas de expansão ou consolidadas. Na área
de intervenção tratando-se de área urbana maioritariamente consolidada, estima-se que existam
cerca de 54.600 ocupações, excluindo aquelas que ocupam as áreas afectas à estrutura ecológica,
e destas 20% podem constituir situações de conflitos de terra entre particulares (intra familiares),
por regra tratados ao nível das estruturas locais dos Bairros (secretário do bairro e chefe de
quarteirão).
De uma forma geral, a maioria da população reside em áreas sem acesso adequado a
infraestruturas básicas e equipamento social, em habitações precárias, sem segurança da posse
de terra.

5.5.2. Projectos de Regularização Fundiária


A transformação urbana da cidade de Maputo nas áreas de expansão da cidade, onde se inclui a
área de intervenção deste Projecto além dos desafios acima listados, tem sido realizada com base
numa ocupação de todo o espaço disponível e completamente dissociada dos Direitos de Uso e
Aproveitamento de Terra (DUAT). Face a esta realidade o Conselho Municipal de Maputo tem

225
envidado esforços no sentido de garantir a posse da terra sobretudo nas comunidades dos Bairros
com maiores carências económicas, mas também na procura de metodologias participativas que
garantam não só a aquisição do DUAT mas capacitem as comunidades sobre este Direito e das
mais-valias associadas. Assim nos últimos 10 anos o Município de Maputo em conjunto com os
seus parceiros e as comunidades tem vindo a implementar projectos cujo foco consiste na
regularização fundiária ou com actividades associadas a esta, dos quais se destaca:
a) Projecto Habitat - Bairro de Chamanculo C: Arquitectos sem Fronteiras;
b) Programa de Desenvolvimento Municipal de Maputo (PROMAPUTO) - Zimpeto,
Magoanine A,B e C, Albazine, Mahotas, Laulane, Ferroviário e 3 de Fevereiro: actividade
de regularização massiva de DUAT´s;
c) Projecto Casa Minha - Bairro Polana Caniço;
d) Projecto Kaya Clinica - Bairro de George Dimitrov.

Assim, considerando que o foco destas intervenções é similar às actividades de regularização


fundiária previstas no PTUM, do qual se destaca a formalização de entrega de DUAT´s em áreas
peri -urbanas, com estrutura fundiária regularizada e não regularizada, a equipa do PTUM
procurou junto dos responsáveis pela implementação destes projectos recolher informações sobre
as suas experiências, nomeadamente os meios, mecanismos e procedimentos, mas também os
resultados e desafios, em suma as melhores práticas de forma a capitalizar o aprendizado e não
incorrer nos mesmos erros. Para esse efeito e face ao actual contexto do COVID, foram
agendadas reuniões online, para as quais foram elaborados guiões de apoio previamente enviados
a todos os participantes (ANEXO).
No caso do Projecto Habitat dos Arquitectos Sem Fronteiras (ONG) o mesmo encontra-se a ser
implementado no Bairro de Chamanculo C, tendo iniciado em 2015 como um piloto, mas que
actualmente pretende abranger todo o Bairro até 2026. Este projecto tem como principal
objectivo “Construir Cidade” garantindo o direito à cidade através da garantia do uso e
aproveitamento do solo (DUAT). Ou seja, através de um processo de regularização fundiária que
incluiu a execução de obras, com vista à melhoria da qualidade de vida dos seus moradores e a
melhoria do acesso aos serviços básicos. A escolha deste Bairro esteve sobretudo associada às
características do Bairro, no que concerne à sua morfologia urbana, ou seja um assentamento
informal e ao facto de há data estar a ser implementado o Projecto “Apoio à Requalificação do
Bairro de Chamanculo C” um projecto trilateral, financiado pela Cooperação Italiana, Agência
Brasileira de Cooperação, Aliança de Cidades e cuja implementação esteve a cargo do Município
de Maputo. Em termos metodológicos destaca-se:

a) A grande proximidade da equipa do Projecto à equipa do Município, sobretudo do


Ordenamento do Território, às autoridades locais (vereador de distrito, secretário do bairro e
chefes de quarteirão) à comunidade, ou seja, um forte componente de comunicação com as
famílias que integravam a área de intervenção do projecto;

b) Levantamento georreferenciado dos limites dos talhões e identificação dos conflitos de terra,
mas também identificação do arranjo urbanístico, nomeadamente as obras a realizar com o

226
apoio e com o acordo das famílias (acordo por escrito), e o lançamento de concursos locais
para a execução das obras da responsabilidade do projecto (não foi necessário
reassentamento);

c) Delimitação de unidades de gestão, associadas ao cadastro das principais infraestruturas,


serviços, gestão patrimonial, saneamento e sujeitas à posterior elaboração de Plano de
Pormenor;

d) Submissão de DUAT’s considerando a Metodologia de Regularização Massiva do Município


de Maputo, de onde se destaca o agrupamentos de famílias (50 famílias) e aplicação de co
titularidade validada pelo Instituto de Acesso à Justiça apesar de pouco aplicada no País, mas
sem definição de número de DUAT’s a atribuir;

e) Alargamento do escopo da intervenção no Bairro através do estabelecimento de parcerias


com outros projectos, no caso em concreto com a WSUP no que concerne à reabilitação e
construção de sanitários colectivos.

Ainda sobre este projecto importa referir que houve um aumento na percepção da melhoria da
segurança por parte das raparigas e uma redução da pobreza urbana. No que concerne aos
conflitos em 140 famílias apenas se verificaram 20 situações de conflitos, sendo que os mesmos
foram tratados pelo projecto em articulação com as autoridades locais e com a polícia, contudo
muitos destes foram associados a oportunistas. Apesar do projecto não ter desenvolvido
Mecanismos de Diálogo e Reclamação ao nível da intervenção do WSUP já dispõe desta
ferramenta.
Relativamente ao PROMAPUTO, uma das realizações da 1.ª Fase deste projecto consistiu na
implementação do Programa de Melhoramento de Bairros e do Programa de Regularização
Massiva de DUATs. Tendo sido estabelecida uma meta de 30.800 famílias com DUAT´s
formalizados até 2015, iniciando com um piloto de 4.000 DUAT’s. Para esta actividade foi
definido como principal objectivo o reforço da regularização da posse e registo da terra incluindo
a elaboração de uma metodologia de regularização massiva de DUAT´s em áreas peri -urbanas,
bem como, a revisão legal das posturas de DUAT´s, a capacitação dos técnicos do Município de
Maputo, e “alimentar” o SIGEM. Na escolha da área de intervenção foi considerado, entre outros,
o critério da periferidade à cidade de Maputo e os Bairros detentores de Planos Parciais de
Urbanização aprovados aplicando-se a: Zimpeto, Magoanine A,B e C, Albazine, Mahotas,
Laulane, Ferroviário e 3 de Fevereiro. Para a sua execução e foi contratado um consultor e em
termos metodológicos destaca-se:

a) Forte campanha de sensibilização que inclui materiais de campanha, acções de divulgação


nas rádios e spot televisivo e reuniões públicas;

b) Recolha de informação porta a porta, com equipas de campo constituídas por 50 inquiridores/
topógrafos;

227
c) Integração dos técnicos do Município de Maputo do sector de atribuição de DUAT´s nas
equipas de campo;

d) Atribuição de DUAT´s em co titularidade.

Em termos de execução salienta-se: registo de 25 mil talhões; revisão e proposta de posturas de


DUAT; elaboração da metodologia de Regularização Sistemática; contribuição para o desenho
do SIGEM mobile; reformulação do modelo de DUAT; digitalização do processo de tramitação;
e avaliação de necessidades de formação dos técnicos do município.
Em termos de constrangimentos: ausência dos titulares durante o período do dia e nos dias de
semana quando ocorria a de recolha de dados, obrigando ao trabalho de campo aos fins-de-
semana; dificuldade de integração dos técnicos do Município na equipa de
inquiridores/topógrafos, sobretudo devido à acumulação de actividades; e a manutenção dos
dados no SIGEM.
No que concerne aos desafios foi elencada a importância da atribuição dos DUAT ́s estar
associada ao IPRA, ser realizada de forma contínua e o foco estar mais associado à gestão do
cadastro sobretudo à gestão dos território, no que concerne às principais infraestruturas
(mobilidade, electricidade, saneamento, abastecimento de água), uma vez que a médio/longo
prazo o impacto é maior que a atribuição simples de DUAT’s. Mais foi referido sobre o potencial
de serem constituídas parcerias público-privadas associadas à gestão de território, e que a demora
na entrega de DUAT’s pode penhorar o envolvimento futuro dos munícipes e a manutenção do
cadastro de terras.
Relativamente ao Projecto Casa Minha, trata-se de uma parceria estabelecida entre CMM e a
Casa Minha, Lda, com uma vigência de 3 anos renováveis (2017-2020), com natureza social para
intervenção urbana, num dos Quarteirões do Bairro Polana Caniço. A qual inclui construção de
moradias de desenvolvimento vertical, RC+2, por meio de um processo de cedência de terra pela
comunidade, com ganho para as famílias no realojamento local, por meio da ocupação de uma
das casas melhoradas construídas e ganho ao Casa Minha das outras casas resultantes da
construção vertical. O princípio de não reassentamento e participação voluntária foi tomado
como base para o desenvolvimento da iniciativa.
A visão transformadora do projecto inicia-se nos Quarteirões 1, 31 e 33 do bairro Polana Caniço,
abrangendo cerca de 70 talhões. Tendo sido desenvolvido um Plano de Pormenor de modo a
estabelecer o limite da intervenção na fase inicial. O processamento dos DUATs por parte do
CMM constitui uma das chaves do garante do sucesso da iniciativa.
Um dos ganhos deste Projecto é a transformação da cidade por meio de um processo gradual de
realojamento no local das populações afectadas. Foi em tempos equacionada a aplicação de uma
iniciativa similar para transformação de assentamentos informais, em projectos de grande
dimensão que carecem de deslocamentos de população, sendo que, aplicando o processo Casa
Minha seria possível, transformar assentamentos informais e realojar famílias dentro da cidade,
tanto as residentes do assentamento como as vindas de bairros afectados pelos projectos de
urbanização.

228
Um dos desafios deste Projecto tem a ver com a transformação não massiva do aglomerado,
indicando uma espécie de congelamento da área para tramitação de DUATs a “outros
interessados”, pois o processo especulativo acabaria por inviabilizar qualquer possibilidade
negocial com o novo titular de DUAT, aliado ao princípio voluntário, segundo o qual a família
só pode entrar no processo se assim o entender.
O Projecto Kaya Clínica (Dezembro 2015 - Março de 2018), é uma iniciativa enquadrada na
extensão Universitária da Universidade Eduardo Mondlane em parceria com a Universidade de
Corunha (Espanha) e o CMM, que contou com o financiamento da Angência Espanhola de
Cooperação Internacional para o Desenvolvimento. O projecto, a aprendizagem-serviço, é
intitulado Kaya Clínica (KC) “Implementação de um sistema de serviço e formação dirigida à
habitabilidade básica”, implementado no Bairro George Dimitrov. KC conecta treinamento e
acção para melhorar a carteira de estudos das comunidades académicas envolvidas na construção
de habitat com participação de estudantes dirigidos por professores das Faculdades de
Arquitectura, Engenharia Civil, Geografia, Medicina, Economia, Direito e Sociologia, de modo
a providenciar um consultório de apoio comunitário à população do bairro nas questões ligadas
à habitabilidade urbana, tendo sido identificadas as seguintes actividades por cada área:
• Arquitectura: elaboração de plantas das casas, seja para fins de cadastro social e para
iniciar o processo de actualização em termos de melhoria da ventilação do abrigo -
especialmente em cozinha, isolamento de aquecimento, colocação de barreiras para
impedir a entrada de insectos e água em casa e implantação de instalações sanitárias.
• Engenharia: assistência técnica directa na tecnologia de construção, principalmente na
padronização dos processos de construção.
• Geografia: estabelecimento de limites de parcelas e incorporação de todos os dados em
um Sistema de Informação Geográfica da área em estudo.
• Medicina: realização de levantamento da situação de saúde pública na área de estudo.
Todos os dados obtidos direccionaram-se para uma análise final sobre a relação entre
circunstâncias de saúde pública e condições de habitat e abrigo.
• Direito: garantir o direito de uso das parcelas ocupadas, apoio à comunidade no
encaminhamento dos pedidos de regularização fundiária junto do CMM. Continuando
com todas as questões legais e procedimentos relacionados com a cidadania: censo,
identidade civil, sucessão, fortalecimento à mulher.
Uma das mais importantes constatações do projecto é de que mais de 90% das solicitações da
comunidade, tinham a ver com a regularização fundiária. O projecto realizou uma entrega pública
de cerca 50 DUATs, tendo sido tramitados a posterior outros DUATs, porém, com o fim do
projecto, o processo de tramitação dentro da esfera municipal ficou diluído no sistema normal de
processamento de DUATs. Pelo que mais uma vez, ficou constatado que a questão de acesso à
terra segura, continua a ser um dos desafios da governação municipal.
Um dos maiores ganhos do projecto KC é a ferramenta de implementação aplicada, o
estabelecimento no bairro de um consultório, com a participação da comunidade beneficiada e
produtores locais de elementos de construção, envolvimento do actor público chave, o CMM, no
seguimento das solicitações dos beneficiários. Destacando-se ainda a formalização da ferramenta
como parte do processo de formação curricular universitária com base em um recurso real.

229
Em suma, além da similaridade e do mesmo foco dos projectos/actividades analisadas, mais se
constatou:
● A aplicação transversal, mas adaptada caso a caso, da Metodologia de Regularização
Massiva inicialmente elaborada no âmbito da implementação do PROMAPUTO;
● A importância de uma comunicação efectiva com autoridades locais dos quais o
Município de Maputo, Vereador de Distrito, Secretário do Bairro e Chefes de
Quarteirão
● Implementação de arranjos urbanísticos sem necessidade de reassentamento, mas em
função do nível de intervenção dependentes da elaboração de plano de pormenor;
● A exequibilidade da co titularidade de DUAT´s;
● A operacionalidade do sistema e das ferramentas de atribuição de DUAT´s.

5.5.3. Sistemas de Tratamento de Dados


O Município de Maputo dispõe de uma ferramenta de gestão de dados alfanuméricos e
geográficos intitulados de SIGEM. O projecto de desenho e implementação do SIGEM tem por
objectivo o desenvolvimento de uma solução integrada, que assenta no Desenho e
Implementação de uma Base de Dados Unificada e no desenvolvimento de Aplicações Web. O
SIGEM caracteriza-se por:
● Sistema de integração e partilha de informação, global e transversal ao Conselho Municipal
de Maputo;
● Plataforma aplicacional de apoio à gestão e tomada de decisão;
● Sistema que visa a transparência e a melhoria de eficácia e qualidade dos processos e
procedimentos Municipais;
● Sistema que promove a normalização da informação, da sua produção e acesso;
● Sistema que promove a centralização e partilha da informação.
No SIGEM é possível visualizar informação geográfica, é gratuito e permite de forma fácil a
exploração, visualização e partilha de informação geográfica. Com esta ferramenta é possível:
● Aceder a mapas e layers disponíveis no ArcGIS Online;
● Fundir os dados locais com serviços de mapas para criar mapas à medida;
● Adicionar fotografias, relatórios, e outra informação aos seus mapas;
● Realizar análises espaciais (por exemplo análises de visibilidade, modelação e pesquisa por
proximidade).
Para caso dos ortofotomapas estão disponíveis sob a forma de um ficheiro layer (lyr). Este
ficheiro pode ser adicionado directamente no ArcMap (ArcGIS Desktop) em Shapfile (shp).
Associado ao SIGEM existem dois módulos:
● Módulo Regularização Massiva de DUATs - RMD: permite efectuar a sincronização da base
de dados do Mobile para a base de dados final do SIGEM, isto é, efectuar o descarregamento
automático dos dados levantados no campo. E após a conclusão do tratamento de dados,
tramitação dos processos e pagamento permite gerar automaticamente o Título de DUAT,

230
● Módulo de Tramitação de Expediente na DMOTC – geral: permite a efectivação do
pagamento.
Em relação ao funcionamento do Módulo de RDM verificam-se alguns constrangimentos
associados aos equipamentos informáticos, levantamento de dados de campo e software com
implicações directas na produção e tramitação de DUAT´s respectivamente:

A. Equipamento Informático:
Os servidores do SIGEM estão operacionais mas estão descontinuados de acordo com prazo de
garantia fornecido pelo agente (Ano de aquisição 2014). A Tape de Backup não está operacional
necessitando de manutenção e os backups tem de ser realizados manualmente. E a UPS de
20KVAs dos servidores estão avariados, tendo a DMSI disponibilizado uma UPS de 10KVAs
usada, contudo recentemente (início de Março 2021), constatou-se que já não consegue suportar
os servidores quando houver corte.

B. Equipamentos de Levantamento de Dados no Campo


Foram adquiridos 3 Kits de GPS de campo diferencial com tablet para levantamento de campo e
foram instalados aplicativos Mobile para dinamizar o processo de recolha de dados e minimizar
os erros. Sendo que o CMM contratou serviços de manutenção deste equipamento e a empresa
contratada enviou o mesmo para o agente na África do Sul e ainda não retornou. Faz um ano que
este equipamento não está disponível.

C. Software

1. SIGEM (Módulo de Regularização Massiva de DUATs - RMD), este módulo está


operacional excluindo seguintes funcionalidades:

▪ Não permite efectuar a sincronização da base de dados do Mobile para a base de dados
final do SIGEM, isto é, não está a efectuar o descarregamento automático dos dados
levantados no campo e este problema remete-nos a inserção manual dos dados no
gabinete (ficha a ficha);
▪ O Módulo não está a gerar automaticamente o Título de DUAT, após a conclusão do
tratamento de dados, tramitação dos processos e pagamento, o sistema deveria gerar
o Título bastando pressionar no botão (imprimir).

2. SIGEM (Módulo de Tramitação de Expediente na DMOTC – geral), não está em uso, o


Módulo não permite efectivação do pagamento (dá erro), condicionando o seguimento do
processo até o despacho.

5.6. Rede de Infra Estruturas Urbanas


A rede de infraestrutura Urbana da área de intervenção do PTUM é constituída por uma rede ou
sistema técnico de equipamentos e serviços (Rede viária e de transporte, rede de drenagem,
abastecimento de água, saneamento, recolha de resíduos sólidos, energia elétrica e iluminação
pública) para o desenvolvimento básico das principais funções, podendo estas funções ser vistas

231
sob os aspectos social, económico e institucional. As infraestruturas urbanas existentes
actualmente promovem condições básicas de moradia, trabalho, saúde, educação, lazer e
segurança. Proporcionando o desenvolvimento das actividades produtivas, isto é, a produção e
comercialização de bens e serviços. Entende-se que a infra-estrutura urbana existente
proporciona os meios necessários ao desenvolvimento das actividades político-administrativas,
entre os quais se inclui a gerência dos próprios bairros. Em todos os bairros da área de intervenção
do PTUM a demanda por infraestrutura urbana tem vindo a crescer significativamente. O
objectivo dos subsistemas de infra-estrutura como a prestação de serviços, sempre exige a
necessidade de investimentos em bens ou equipamentos, que podem ser edifícios, máquinas,
redes de tubulações ou galerias, túneis, e vias de acesso, entre outros para o crescimento e bem-
estar dos habitantes dos respectivos bairros.
5.6.1. Rede Viária e Mobilidade
Os Bairros do projecto que fazem parte da primeira linha de crescimento urbano, ou seja, os
assentamentos informais da coroa suburbana (próximos ao centro), dispõem de uma rede viária
muito irregular de pequena largura e não homogénea que dificultam a implantação das redes de
serviços básicos (água, drenagem, esgotos e recolha de lixo, iluminação pública) e a
acessibilidade para automóveis e tchovas.
A questão da mobilidade e acessibilidade é ainda mais desafiante no interior dos bairros uma vez
que na sua maioria não tem ruas pavimentadas e os acessos para muitas residências caracterizam-
se por becos, onde em tempos chuvosos a situação é ainda mais complicada pois as ruas ficam
alagadas, dificultando a passagem das pessoas. Alguns bairros têm valas terciárias para o
escoamento das águas pluviais, porém por causa da imundice muitas já não se mostram eficazes
para esta questão.

Figura 9 - Vias Pedonais no Bairro Mavalane A

232
Mapa 37- Rede Viária

Em face dos princípios de melhorar a acessibilidade das pessoas que vivem nas zonas mais
isoladas, melhorar a mobilidade interna e de forma a identificar uma proposta de intervenção a
transpor para o PTUM, foram elaborados vários estudos dos quais destacamos o estudo
preliminar de acessibilidade onde foram definidos os Bairros e as estradas locais a pavimentar
(Tabela 52).

Neste estudo para a definição dos Bairros e das Estradas a Pavimentar foi analisada a distância
até às rotas de transporte público (considerando aceitável 600m) e o tempo de viagem de casa
para o trabalho o que permitiu definir as áreas com menor conectividade que sobrepostas com
as estradas existentes levou à identificação das vias prioritárias a intervir.

Atendendo ao estudo preliminar elaborado no âmbito do PTUM foi feito o levantamento e a


caracterização das vias de forma a aferir se a intervenção nestas irá permitir melhorar a
acessibilidade às zonas dos bairros que apresentam fraca acessibilidade, conforme se apresenta
na Tabela 52.

233
Estudo Ruas
Distrito
Bairro Proposta Identificação preliminar percorridas Estado de
Municipal
PAD (km) Ruas (km) (km) Largura(m) Conservação Pavimento
Rua 5001 9.20 Mau Sim
Jose Mateus 4.80 Mau Não
Luis Cabral 2.5 2.57 2.22
Padre Amerio 15.40 Mau Não
Jose Sidumo 15.40 Mau Não
Sub total 1 2.57 2.22
KaMubukwana
Rua Valentim 1.53 1.44 13.70 Mau Não
Rainha Santa 1.56 1.56 15.60 Mau Não
Inhagoia A/B e
2.8 Rua 5.280 0.97 6.80 Mau Não
Nsalene
Rua 5273 0.75 7.00 Mau Não
Rua Zero 1.47 1.47 12.00 Mau Não
Sub total 2 5.53 5.22
Rua da Mahotas 1.56 10.20 Mau Não
Mavalane B 2.3
KaMavota Rua dos CFM 0.69 3.77 11.00 Mau Não
Sub total 3 2.25 3.77

Total Km 7.6 10.35 11.21

Tabela 52 - Levantamento da rede viária

No Bairro Luís Cabral foi percorrida a ligação entre a Estrada Nacional N2 a partir do Instituto
Superior Dom Bosco na Rua 501120 até à Avenida de Moçambique pela rua adjacente à vedação
da Administração Nacional de Estradas, com uma extensão de cerca de 2.57 km. A via atravessa
o bairro servindo directamente três igrejas (Igreja Metodista Unida de Chinhambanine, Igreja
Testemunha de Jeová, Igreja Nova Vida Cristã), o Instituto Superior Dom Bosco, a Escola
Primária Luís Cabral e a Administração Nacional de Estradas sendo que junto à EN 2 uma parte
do troço já se encontra asfaltada, pelo que a intervenção será de 2.22 km.
Esta via represente uma grande serventia para o bairro e irá contribuir para aumentar a
conectividade intra e ao redor do Bairro, estimando-se que irá beneficiar cerca de 33 040
habitantes, ainda assim verifica-se a existência de um troço de aproximadamente 950 metros
com um traçado bastante acidentado e irregular, que exigirá algum trabalho de mobilização e
reassentamento.
De acordo com o PPU de Luís Cabral esta via consta como Rede Viária 2.ª Nível - Rede
Estruturante e de Distribuição Principal, ou seja, assegura a distribuição dos maiores fluxos de
tráfego, bem como os percursos de média distância, estabelecendo a ligação entre a rede supra
municipal e as vias locais. Associada a esta via nos termos do artigo 29 do regulamento deste
plano foi definido um espaço canal de 50m no qual não são permitidas intervenções que
inviabilizem a execução da via, bem como os parâmetros mínimos que deverão ser respeitadas
em termos de perfil (onde se inclui passeio), passeios, separação de sentidos de circulação,
estacionamento e paragens de transporte colectivo. No entanto são admitidas variações desde
que devidamente fundamentadas. Ainda de acordo com este plano deverá sempre ser priorizada
a arborização e a drenagem das águas pluviais deve ser feita através de valetas centrais ou junto
ao passeio.

20
https://drive.google.com/drive/folders/1dbXp9h9E90viTp3YYrk3Kel3uQqZJItQ?usp=sharing
https://drive.google.com/drive/folders/1si4Oc6IMMhYUt1PQ0BvS6VTq6FmufA9O?usp=sharing

234
Nos Bairros de Inhagoia A e B, A foram percorridas cinco vias, nomeadamente Rua Rainha
Santa (1.56 Km), Rua Valentim21 (1.53 Km), Rua não identificada (Rua ZERO22 - 1.47 Km),
Rua não identificada (Rua UM – 970 metros) e Rua 527323 (0.75 Km) sendo que uma parte do
traçado da Rua Valentim encontra-se fora da área de intervenção do PTUM.
A Rua Valentim serve directamente a área residencial do bairro de Inhagoia A e um clube de
desportos (Clube Desportivo de Inhambane), com a sua pavimentação estima-se que sejam
beneficiados cerca de 27.000 habitantes. A rua não identificada (Rua Zero) serve directamente
as áreas de produção agrícola da baixa do Infulene, com a sua pavimentação estima-se que
sejam beneficiados directamente cerca de 12.000 habitantes. A Rua Santa Rainha divide os
bairros de Inhagoia A e Inhagoia B e serve directamente a áreas residenciais e áreas de produção
agrícola, com a sua pavimentação estima-se que sejam beneficiados directamente cerca de
19.000 habitantes, a rua não identificada (Rua UM) serve a área residencial do Bairro de
Inhagoia.
As vias encontram-se estrategicamente localizadas, no que se refere à facilidade de acesso e
saída dos bairros, no entanto, a rua não identificada (Rua ZERO) atravessa uma área inundável
e encontra-se no alinhamento das linhas de distribuição eléctrica de alta tensão.
No Bairro de Mavalane B foram percorridas duas vias, nomeadamente Rua dos Caminhos de
Ferro (CFM) (690 metros) com ligação à Rua da Beira e a Rua das Mahotas24 (1.56 Km),
perfazendo uma intervenção de cerca de 2.25 Km. A Rua das Mahotas serve directamente toda
a zona periférica do Bairro Mavalane B. Já a Rua dos CFM é uma via estruturante no Bairro,
que permite ligar as Avenidas FPLM e Lurdes Mutola.
Em termos de ordenamento do território nestes três últimos Bairros aplicam-se as disposições
do PEUMM e legislação específica no que concerne às condicionantes, verificando-se que as
vias acima referidas se enquadram na categoria de estradas secundárias/terciárias. Assim
destaca-se o facto da Rua Zero se localizar na categoria de Espaço Agrícola, no qual apenas são
permitidas actividades ligadas à agricultura mas sendo permitida a construção de infraestruturas
desde que associadas à actividade agrícola. E numa zona de servidão administrativa que
constitui uma restrição de utilidade pública e à qual se encontra associada uma faixa de proteção
de 50m.
Relativamente à rede pedonal, na maioria dos casos os caminhos existentes não permitem a
passagem duas pessoas a par, sendo que estão associadas a fluxos externos de acesso e de
atravessamento do bairro. Do levantamento efectuado constatou-se que no interior dos Bairros
existem vias de acesso com dimensões que variam entre 0,5 e 8,70 metros de largura, o que torna
a circulação muito complicada, uma vez que a maioria das vias do interior dos Bairros não se

21
https://drive.google.com/drive/folders/1QsU62dvQ9dIWzo0xBaEWHXE5I8gWw-5Y?usp=sharing
22
https://drive.google.com/drive/folders/18GbAbFMWrwmKDwL3zBngd0H-o7LUhdya?usp=sharing
https://drive.google.com/drive/folders/1kYj6XxmMZZC9YojEEhMonC1oQ4Cwox0E?usp=sharing
23
https://drive.google.com/drive/folders/1Mk7bwYJ6G0vhiIk3s8bf-NHRidl9C2wK?usp=sharing
24
https://drive.google.com/drive/folders/1vnDcpxBDJgJqopC8FC-W9NrEfGKduVV-?usp=sharing

235
encontram pavimentadas e não há um sistema de drenagem, sendo por isso o sistema de
transportes de bens e de mercadorias deficiente e pontual.

Figura 10 – Vias Pedonais no Bairro Inhagoia A

Contudo, as Vias Pedonais25 são os principais elementos de organização do sistema urbano, são
os espaços onde se manifestam a cidadania, um lugar de relacionamento e transmissão cultural e
nelas se produzem os elementos de comunicação, publicidade. Actuam também no plano
simbólico da integração social; sendo que o alinhamento e a cota das vias pedonais definem a
organização do espaço privado e da edificação. São ainda os principais canais de drenagem do
espaço público e de distribuição das redes técnicas da cidade; e são os canais onde se observam
a mobilidade de todo o tipo de meios de transportes. Em suma, são um dos principais canais
organizadores do sistema urbano.

Distrito Bairro Vias Pedonais (km) Estado de Pavimento


Municipal Conservação
Luis Cabral 2.921222 Mau Não
Sub total 1
KaMubukwana
Inhagoia A/B e
5.717453
Nsalene Mau Não
Sub total 2
KaMavota Mavalane A/B 8.533665 Mau Não
Sub total 3

Total Km 17.17234

Tabela 53 – Vias Pedonais

Já no que concerne ao Transporte nestes distritos verifica-se que cerca de 90% da população não
possui viatura particular, sendo dependente de transporte público. Porém estes reclamam a

25
https://drive.google.com/drive/folders/1Df6cVXgZRPoeeciJm_vY-Yg86f5xQbEU?usp=sharing

236
ineficiência dos meios existentes caracterizados pela insuficiência, bem como pelo facto de
muitos bairros não possuírem terminais de transporte, factor que contribui para que os residentes
percorram longos cursos para acederem aos meios de transporte.
No Distrito Municipal de Nlhamankulu, apenas o bairro de Xipamanine possui terminal de
transportes rodoviários com vários destinos dentro e fora da cidade de Maputo, portanto, bairros
próximos como Munhuana, Chamanculo D, uma parte dos residentes do Aeroporto B, afirmam
que se beneficiam destes serviços, mas os outros bairros como Chamanculo A e B percorrem
longos cursos para chegarem a terminal de Xipamanine.
O mesmo sucede nos restantes distritos municipais, pois, à semelhança de Nlhamankulu, a maior
parte da população depende de transporte público e para aceder tem de percorrer longas
distâncias, e depende de paragens intermediárias ao longo das vias protocolares. Fora a estes
factores, os residentes enfrentam grandes desafios para aceder ao transporte, visto que para além
de muitas vezes os carros passarem por suas paragens superlotados, ainda existe o problema de
encurtamento de rotas por parte dos transportadores, que fazem aos potenciais passageiros uma
série de perguntas sobre o seu destino, e estes são muitas vezes obrigados a levar mais do que
deviam nas suas viagens (devem fazer as ditas “ligações”).

Tudo que vem exposto acima, tem consequências negativas nas condições de mobilidade dos
moradores, colocando em causa todo o desenvolvimento económico, social e cultural do bairro.
Ainda assim fazem parte da estrutura viária da área de intervenção algumas das principais vias
de acesso à Cidade de Maputo, como seja, a Estrada Nacional 1, a Avenida Joaquim Chissano e
a Estrada Nacional 2, que coincidem com as principais rotas de transporte público formal (Mapa
37).

5.6.2. Rede de Drenagem

Nos bairros em análise com a excepção de uma parte do bairro Chamanculo A, não existe um
sistema de drenagem de águas pluviais estruturado, podendo-se identificar em alguns casos a
passagem de troços da macrodrenagem da cidade geralmente em zonas limítrofes do bairro, que
drenam na sua maioria para o vale do Infulene e uma pequena parte para a baía de Maputo.

O macrossistema de drenagem é constituído por valas de drenagem a céu aberto, onde o principal
emissário é a vala A ao longo da Avenida Joaquim Chissano como início na intersecção com a
Rua da Resistência e termina na Estação de Tratamento de Águas Residuais de Infulene no Bairro
de Jardim, atravessando nove dos vinte bairros objectos do projecto, nomeadamente, Maxaquene
A, Mafalala, Urbanização, Munhuana, Aeroporto A, Aeroporto, Unidade 7 e Inhagoia B.

A principal vala de drenagem é ao longo da Avenida Joaquim Chissano que recebe afluentes
através de um grupo de valas secundária de macrodrenagem, nomeadamente dá ao longo da
Avenida Acordo de Lusaka que sendo limítrofe, transfere para a vala principal as águas pluviais
dos bairros Mavalane A, parte do bairro da Urbanização, Maxaquene A e Mafalala. Outra vala
secundária que constitui um grande afluente da vala principal é a vala ao longo da Avenida de
Angola que transfere as águas Minkadjuine, Munhuana e Aeroporto A. Adicionalmente a esta

237
duas grande valas secundárias da macrodrenagem, vale a pena listar as valas que também afluem
a vala principal transferindo águas do interior do bairro de Aeroporto A, Chamanculo D e
Xipamanine, sendo o ponto de entrada no secção da vala próximo Direcção Municipal de Água
e Saneamento e ao Centro de Saúde de Xipamanine, respectivamente.

Ainda no que se refere a macrodrenagem, parte do sistema também constituído por valas a céu
aberto drenam para a baía de Maputo, onde vale referir que esta parte do sistema contempla uma
bacia de retenção e amortecimento revestida e equipada com descarregadores de cheia na secção
entre a praça 16 de Junho (fim da Avenida 24 de Julho) e a entrada para o terreno dos CFM em
direção a Baía de Maputo, que para além de transferir as águas pluviais desta zona, contempla os
bairros Malanga e Parte de Chamanculo D, bairros do projecto (PTUM);

Em termos de operação e manutenção, as valas acima mencionadas como parte da


macrodrenagem são valas revestidas e permeáveis, apresentam-se todas em funcionamento e o
seu estado de conversão vária de bom a razoável.

Em relação a drenagem no interior dos bairros AI’s, há que referir que não existe um sistema
estruturado completo de microdrenagem, sendo a topografia da área responsável pela direcção e
sentido dos escoamentos superficiais que drenagem para o vale de Infulene ou para a baía de
Maputo.

Porém, o surgimento de construções, grande parte delas de forma desordenada, condicionaram


os trajectos dos escoamentos naturais sendo que em alguns casos, implicaram o seu bloqueio
integral. Neste seguimento também foram surgindo alguns micro-sistemas de drenagem,
constituídos principalmente por valas a céu aberto, para a solução de situações pontuais de
alagamento, sendo que estes microssistemas, geralmente, são de transferência de “problema”
pois tiram a água de ponto para o outro sem ligação com a macrodrenagem, pelo que estes
microssistemas apresentam em geral um mau funcionamento, que para além do acima
mencionado é agravado pela tendência da população em depositar sobre elas resíduos sólidos e
a crescente prática de despejo de águas residuais domésticas em valas o que constitui um atentado
a saúde pública, atendendo a crescente densidade populacional.

Contudo, é de referir que parte do bairro da Mafalala possui um sistema de microdrenagem


estruturado, que para além das pequenas valas construídas destacam-se as “vala-estradas”, que
são valas em betão no formato “V” de ângulo aberto (> 165º), que durante o tempo de estiagem
funcionam bem como estradas para automóveis. Parte do Bairro de Maxaquene A também existe
um sistema de microdrenagem constituído por pequenas valas, contudo estas apesar de se
apresentarem no estado razoável de conservação, o seu funcionamento ainda apresenta
deficiências principalmente devido a má conexão com a macrodrenagem existente no bairro.

238
Figura 11 - vala-estrada no bairro da Mafalala

Pelo que considera-se que o sistema de drenagem de águas pluviais no geral é pouco abrangente
nos AI’s, caracterizado por ocorrência de inundações e alagamento em zonas residenciais ou de
comércio e o surgimento de focos de erosão pluvial resultante das inexistências ou do mau
funcionamento do Sistema de drenagem.

Enquadramento técnico

Em termos do sistema de drenagem e de acordo com o Plano Director de Saneamento de


Drenagem da Área Metropolitana do Grande Maputo, estes bairros localizam-se
maioritariamente entre os sistemas 3 e 4 e uma pequena parte de Chamanculo A e Malanga
encontra-se no sistema 1. Na área de estudo destacam duas distintas áreas, se considerarmos a
disposição do relevo, sendo uma que constitui cerca de 60% caracterizado por terrenos
localizados em zonas relativamente altas mas com pouca disponibilidade gravítica, ou seja, zona
plana e com coeficientes de permeabilidade muito baixo (K<10-8 cm/s), popularmente
conhecidas devido a ocorrência de grandes enchentes e uma zona intermédia, caracterizada por
declividade acentuada e suscetível a erosão pluvial.

239
Mapa 38 – Mapas de áreas de inundação natural nos Bairros do PTUM

Caracterização dos sistemas

● O sistema 4 abrange as bacias G, I e J, que drenam naturalmente as águas para o rio Infulene
ou para a zona norte da baía de Maputo. O bairro Jardim, localizado a Sul da Av. Joaquim
Chissano é servido por uma rede de colectores unitários que descarregam directamente para
o Vale de Infulene através de duas descargas próximas da Estação de Tratamento de Águas
Residuais (ETAR) do Infulene. Existe também uma pequena rede de colectores unitários no
bairro da Malanga que descarrega directamente para a baía de Maputo, na zona dos CFM. A
excepção dos bairros de Jardim e uma pequena parte do Bairro da Malanga, a população dos
restantes bairros é servida por fossas sépticas ou latrinas.

O sistema 4 também possui um sistema de valas de drenagem pluvial localizado em redor


da Praça 16 de Junho. Valas a céu aberto concebidas para a recolha dos caudais pluviais da
zona norte da Av. 24 de Julho e descarregar directamente no estuário.

Adicionalmente, existe uma bacia de retenção e amortecimento entre a Praça 16 de Junho e


a Av. das Nações Unidas (OUA).

● O sistema 3 engloba a Bacia A, excluindo a sub-bacias A1, abrange toda a área que drena
para a vala da Av. Joaquim Chissano, correspondente a cerca de 12,10km2 dos quais
6,61km2, correspondem aos bairros do projecto. A infraestrutura de drenagem pluvial

240
existente é a vala ao longo da Av. Joaquim Chissano (vala A) e todas valas a ela afluentes,
nomeadamente a vala da Av. Acordos de Lusaka e Av. de Angola e outros arruamentos
menores.

A “vala A” tem uma extensão de 5.5km ao longo da Av. Joaquim Chissano, iniciando na
Rua da Resistência e terminando no Vale do Infulene junto à Estação de Tratamento de
Águas Residuais (ETAR), onde descarrega o caudal pluvial transportado. A secção da vala
principal, ou simplesmente vala A é trapezoidal ao longo de grande parte da sua extensão,
sendo que apenas no troço final a secção passa a rectangular, incrementando a sua
capacidade de vazão de 40m3/s para 70m3/s. Ao longo dos últimos 600 metros (a jusante)
existem várias quedas sucessivas, e no troço final a vala possui um descarregador.

Na Avenida Joaquim Chissano paralelamente a vala principal do sistema de drenagem mas


enterrado, desenvolve-se um interceptor gravítico dimensionado para transferir o caudal do
sistema 2 até à ETAR do Infulene. Este tem início junto a Rua da França proveniente da
Estação Elevatória número 2.

Para o interceptor acima mencionado não existem colectores enterrados no sistema 3, sendo
que toda a população é servida por soluções locais de saneamento, nomeadamente fossas
sépticas e latrinas.

Apesar de se situar fora dos limites do sistema 3, considera-se a ETAR do Infulene com uma
das infra-estruturas do sistema 3. A ETAR localiza-se no vale do Infulene, que divide os
Municípios de Maputo e Matola, e se caracteriza por uma intensa actividade agrícola.

A ETAR do Infulene entrou em funcionamento em 1987 e foi dimensionada para servir o


sistema 1 que serve parcialmente os bairros Polana Cimento A, Sommershield, Coop,
Malhangalene A e Malhangalene B. Apesar de ter sido dimensionada para 90.000 h.e.
(habitantes equivalentes), estima-se que actualmente sirva a menos de metade dessa
população, dado que as estações elevatórias encontram-se fora de serviço.

● O sistema 1 localiza-se na “baixa” da zona urbana consolidada da cidade de Maputo.


Abrange parte da rede de colectores existentes e engloba as bacias de drenagem que drenam
naturalmente para a baía de Maputo, abrangendo uma área total de cerca de 6,55Km2, dos
quais apenas 2,06km2 correspondem aos bairros do projecto que se localizam neste sistema.

O sistema é gravítico em toda a sua extensão é constituído por colectores unitários (sendo os
efluentes pluviais e domésticos) que descarregam directamente na Baía de Maputo,
constituindo um risco para a saúde pública e para o meio ambiente. Para além dos mais de
14 (catorze) colectores que descarregam na baía, este sistema possui valas de drenagem a
céu aberto localizadas ao longo da Av. Marginal e na encosta Norte do Bairro Central, que
descarregam as águas pluviais recolhidas directamente para o mar.

241
Mapa 39 - Divisão administrativa dos bairros, sistemas de drenagem, sub-bacias e bacias

Caracterização física dos corpos receptores de água pluvial

No que tange a drenagem, a área de intervenção da componente I está comtemplada nos sistemas
1; 3; 4; 5 e 6, e que drenam para o rio Infulene e para a baia de Maputo.

O rio Infulene é um pequeno rio com cerca de 20 km de extensão, que corre de norte para sul, na
província de Maputo com o intuito de desaguar no estuário do Espírito Santo, servindo de limite
entre os municípios de Maputo e Matola. É um rio cujo regime de escoamento é permanente,
resultante da ramificação do Rio Incomáti, próximo à sua foz e engloba três (3) bairros da área
de estudo: Inhagoia A, Inhagoia B e Luís Cabral. Em ambas as margens desse rio, os munícipes
se beneficiam do mesmo para a prática da agricultura de subsistência.

A baía de Maputo está localizada no sul de Moçambique, entre as latitudes 25° 40’ e 26° 20’ S,
tem uma largura de cerca de 20 milhas marítimas e uma abertura a nordeste para o oceano
Índico aproximadamente com as mesmas dimensões. A leste, é limitada pelas ilhas da Inhaca e
dos Elefantes e pela península do Machangulo; entre esta península e a Inhaca existe um estreito
canal de comunicação com o oceano, com uma grande dinâmica. A sul, encontra-se a
desembocadura do rio Maputo, o limite norte da Reserva de Elefantes de Maputo e, mais para
oeste, a Catembe. A oeste, encontram-se o estuário do Espírito Santo, formado pelos
rios Umbeluzi, Matola e Tembe, Infulene e a cidade de Maputo. A norte, encontra-se a

242
desembocadura do rio Incomati e a península da Macaneta, que forma o limite oeste da abertura
maior da baía.

Mapa 40 - Cursos receptores de água

Gestão do sistema de drenagem

A cidade de Maputo tem cerca de 15km de rede de drenagem, divididos em dois sistemas, o
primeiro constituído por valas a céu aberto dimensionado exclusivamente para a captação das
águas pluviais e outro constituído por colectores unitários para colectas das águas pluviais e
residuais, que até aos finais dos anos 90 eram geridas pela Direcção Nacional de Águas (DNA).
Contudo, no âmbito da implementação do plano de transferência de gestão de infraestruturas do
Estado para os Municípios, a partir de 2011 o sistema de drenagem da cidade de Maputo passou
a ser gerido integralmente pelo Conselho Municipal de Maputo.

Em 2016 e com o objectivo de melhorar o estado das valas de drenagem de águas pluviais, que
se apresentavam em estado de degradação comprometendo o seu funcionamento, pois parte dos
seus componentes tais como sarjetas e elementos de transferência e atravessamento se encontram
obstruídas por resíduos sólidos, o Conselho Municipal de Maputo através de um concurso
público passou para as mãos de privados a gestão das valas de drenagem, como projecto-piloto
com duração contratual de 2 (dois) anos.

As empresas contratadas tinham como parte das suas atribuições exclusivas:

243
● Duas empresas eram responsáveis em proceder a reabilitação das valas de drenagem
danificadas ou em más condições de conservação;
● Duas outras empresas eram responsáveis por se ocupar exclusivamente da manutenção das
infra-estruturas, de modo que garantir o rápido escoamento das águas durante os eventos de
precipitação;

Este contrato abrangeu as principais valas do sistema da macrodrenagem da cidade de Maputo,


nomeadamente, as valas de drenagem ao longo das Avenidas Joaquim Chissano, Av. de Angola,
Av. Milagre Mabote, Av. Acordo de Lusaka, entre outras de importância vital.

Porém, actualmente, a gestão do sistema de drenagem em todo o território do Município de


Maputo através do Sector de Saneamento da Direcção de Manutenção de Infraestruturas Urbanas,
contudo, sempre que necessário tem recorrido à contratação de empresas privadas para acções
de manutenção e limpeza das valas.

Nos vinte bairros com assentamentos informais e objectos do Projecto de Transformação Urbana
de Maputo, é da responsabilidade da secretaria dos bairros actividades de limpeza das valas e
canais de escoamento de águas pluviais no interior do bairro (microdrenagem), ficando na
responsabilidade do Sector de Saneamento da Direcção Municipal de Infra-estruturas Urbanas a
coordenação de actividades de operação e manutenção (limpeza, reparações, etc.) da macro
drenagem. Estas actividades, geralmente, são realizadas com mão-de-obra sazonal.

Nota: está em processo a institucionalização da taxa de saneamento para garantir investimento e


manutenção das infraestruturas de drenagem e saneamento.

Projectos de interesse na área de intervenção

Parte do diagnóstico, consistiu na colecta de informações referentes a estudos e projectos


existentes na área em estudo, tendo sido identificados os seguintes:

• Drenagem da Rua Marcelino dos Santo - Bairro Chamanculo D;


• Projecto da Rua de Camões - Bairro do Aeroporto A;
• Projecto de Saneamento Urbano – PSU.

De seguida apresentamos a caracterização de cada um dos bairros que constituem os 20


assentamentos informais, objectos do PTUM:

Aeroporto B

O bairro do Aeroporto B é constituído por habitações de construção convencional na zona


consolidada e por habitações construídas com material precário na zona considerada como
assentamento informal, todas as vias são não revestidas e a sua principal infra-estrutura de
drenagem é a vala ao longo da Avenida Joaquim Chissano (S25o56’00.8” e E32o33'44.5"), que
recebe as águas das Ruas De Alfeu e Vista Alegre (próximo a Av. Gago Coutinho) que também
encaminham as águas provenientes do Bairro Aeroporto A para a vala principal atrás
mencionada. A vala de drenagem na Av. Joaquim Chissano divide o bairro em duas zonas

244
distintas, sendo uma zona alta e outra baixa, onde a baixa, possui uma vala de drenagem que
descarrega as águas para uma área residencial, na Av. 19 de Outubro, o que obrigou os moradores
a bloqueá-la para evitar inundações nas suas residências. Importa salientar que o ponto bloqueado
representa o início de uma zona susceptível a alagamento neste bairro.

Pontos críticos:
▪ Acumulação das águas pluviais (alagamento)
- Quarteirão Q33 próximo ao mercado - trata-se de uma zona de depressão, onde as
águas acumulam-se por falta de infraestrutura de drenagem, alagando residências
próximas e dificultando a transitabilidade dos mobilistas;
- Quarteirão Q46 - Recebe afluentes provenientes de Q22, Q47, Q3 e do quartel, alagando
cerca de 200 casas à beira da Av. 19 de Outubro. Isso deve-se à existência de anilhas de
descarregamento de água pluvial que não interligam-se a vala alguma;
- Campo Victória (S25°56’17.7” e E32°33’50.8”), apesar de estar próximo a vala de
drenagem. Trata-se de um campo que recebe afluentes de vários caminhos naturais
circunvizinhos e que devido a sua topografia não consegue encaminhar as águas para a
vala mais próxima.
▪ Erosão pluvial
- Av. Joaquim Chissano no troço que corresponde ao Q46. Trata-se de uma área que está
em um caminho natural de escoamento de água pluvial, sendo que devido a sua
declividade, o terreno sofre erosão pluvial quando as águas são direcionadas à vala
principal. Importa referir que a jusante desta área (em direcção a vala A), os munícipes
compactam o solo com betão como forma de controlar a erosão.

245
Figura 12 - Anilhas de descarregamento não interligadas a infra-estrutura de drenagem
(causam alagamento)

246
Figura 13 - Estado da principal vala de drenagem no Aeroporto B

Xipamanine

O bairro de Xipamanine é constituído por habitações de construção convencional na zona


consolidada e vias asfaltadas, nas áreas consideradas como assentamentos informais é constituída
por habitações construídas com material precário sendo com a excepção da rua “principal” que
é em Pavet, todas as vias restantes são não revestidas. O bairro dispõe de infraestruturas de
drenagem apenas na célula A, entre os quarteirões Q1 à Q14, sendo que o restante bairro é servido
por valas nas bermas das entradas “recentemente” construídas o que faz com que no interior do
bairro existam várias zonas propensas a alagamento em períodos de chuvas.

Pontos críticos:
▪ Acumulação de águas pluviais (alagamento)
- “Mula coordenadas geográficas são: S25°56’48,5” E32°33’37,5”;
- Capineira, cujas coordenadas geográficas são: S25°56’39,8” E32°33’35,9”;
- Novo terminal de chapas, cujas coordenadas geográficas são: S25°56’43,1 E32°33’35,5”;
- Salubridade, cujas coordenadas geográficas são: S25° 56 '49,3 `` E32° 33' 46,9".
Todas as áreas de acúmulo de água acima referida, apresentam características similares sendo
que são pequenas depressões em vias públicas que, eventualmente, servem de caminhos
naturais de água.

247
Figura 14 - Ponto de alagamento, durante e depois da chuva no Xipamanine

Chamanculo D

O bairro de Chamanculo D é considerado assentamento informal, constituído por habitações


construídas com material precário sendo com a excepção das ruas principais construídas em
Pavet, todas as vias restantes são não revestidas. No bairro existe uma vala de drenagem junto à
Avenida Amaral Matos, que recebe afluentes dos quarteirões Q12, Q18, Q6, Q2 e Q8, causando
erosão pluvial ao longo do trajecto. As valas de berma ao longo da Avenida Marcelino Dos
Santos, apresentam-se completamente inoperacionais devido ao elevado volume de resíduos
sólidos neles depositados e devido a má concepção estrutural das suas tampas uma vez que não
possibilitam manuseio para as devidas limpezas.

Pontos críticos:
▪ Acumulação de águas pluviais (alagamento)
- Os pontos estão representados pelas seguintes coordenadas: S25o56’14.98” e
E032°33’44.1”, S25°56’12.91” e E32°33’40.93”, S25°56’34.64” e E32°33’38.27”, e
S25°56’38.9” e E32°33’40.22”. Tal como em outros bairros, estes pontos de alagamento
representam pequenas depressões em vias públicas causados pela topografia do terreno e
pela baixa capacidade de infiltração do solo (devido à proximidade do lençol freático) o
que dificulta o escoamento livre superficial das águas. Nisto todas as casas circunvizinhas
sofrem os efeitos de transbordo da água que se acumula nessas depressões.
▪ Erosão pluvial
- Quarteirões Q12, Q18, Q6, Q2 e Q8. Trata-se de erosão pluvial que se desenvolve ao
longo dos caminhos naturais de água identificados.

248
Figura 15 - Erosão Pluvial no Bairro Chamanculo D

Figura 16 - Alagamento na Avenida Marcelino Dos Santos no Bairro Chamanculo D

Chamanculo B
O bairro de Chamanculo B é considerado assentamento informal, constituído por habitações
construídas com material precário sendo com a excepção das ruas principais construídas em
Pavet, todas as vias restantes são não revestidas. O bairro situa-se a jusante do Chamanculo C,
tornando-se este um contribuinte no escoamento superficial do bairro em Chamanculo B, uma

249
vez que, a maior parte deste escoamento é dirigido para o dreno existente na berma da Avenida
de Trabalho. O dreno encontra-se operacional porém tem registado entupimentos ligeiros devido
a défice de limpeza nas valas e nos sumidouros.

Devido a quantidade de afluentes dos bairros circunvizinhos que este bairro recebe, quase todas
as vias secundárias e terciárias servem de canais de escoamento das águas pluviais tanto que, de
acordo com as estruturas locais, alguns moradores do bairro criam orifícios em seus muros de
vedação no sentido de criar caminhos adicionais para o escoamento das águas pluviais.

Figura 17 - Orifícios em muros residenciais para facilitação dos escoamentos no Bairro


Chamanculo B

Unidade 7

O bairro Unidade 7 é considerado assentamento informal, pois é constituído maioritariamente


por habitações construídas com material precário com todas as vias restantes são não revestidas,
com a excepção da parte do bairro junto a Avenida de Moçambique que é constituída por edifício
convencionais ligados a actividades comerciais e industriais. O bairro dispõe de pelo menos uma
linha principal de escoamento das águas pluviais (S25°56’0,8” E32°33’18”), que por sua vez é
servida por várias linhas secundárias naturais para encaminhamento das águas pluviais ao ponto
com a cota mais baixa do bairro, ao longo da linha férrea dos CFM (S25°55’55.9” E32°33’20.6”).

Pontos críticos:
▪ Acumulação de águas pluviais (alagamento)
- Os pontos estão representados pelas seguintes coordenadas: (S25°55’59,7” E35°33’13,4”
e S25°56’6,6” E32°33’21,8”).

250
Figura 18 - Ponto de inundação junta na rua da secretaria do Bairro Unidade 7

Maxaquene A

O abaixo de Maxaquene A é considerado assentamento informal, constituído por habitações


construídas com material precário sendo com a excepção das ruas principais construídas uma em
Pavet e outra em asfalto, sendo todas as restantes vias (na sua maioria becos) não revestidas. O
bairro dispõe de um plano de drenagem em que parte das valas do sistema já foi construídas,
porém ainda existem várias outras ainda por construir.

No bairro foi possível identificar:

▪ Valas que iniciam isoladas (S25°56’18,3” e E32°34’55,6”), isto é, não tem ligação com
outras valas do sistema;
▪ Sistemas de valas em bom estado de funcionamento;
▪ Valas construídas (revestidas) pelos moradores contudo em bom estado de funcionamento
(S25°56’39” E32°34’56,2”);
▪ Valas improvisadas e não revestidas (S25°56’18,3” E32°34’55,3”);
▪ Escoamentos superficiais permanentes ao longo das vias de trânsito, sendo que a
topografia do bairro direciona os escoamentos para a escola Noroeste 2 (S25°56’14,3
E32°34’50,9’), onde existe infraestrutura de drenagem que as encaminha para a vala
principal junto a Avenida Acordos de Lusaka.

251
Figura 19 - Micro drenagem no Bairro de Maxaquene A

Minkadjuine

O bairro de Minkadjuine é constituído por habitações de construção convencional na zona


consolidada, porém, nas áreas consideradas como assentamentos informais é constituída por
habitações construídas com material precário sendo com a excepção das ruas “principais”
construídas em asfalto e pavê, todas as vias restantes são não revestidas. O bairro dispõe apenas
da drenagem na Avenida de Angola, sendo que tem problemas de inundações devido ao bloqueio
das ruas que serviam como linhas naturais dos escoamentos superficiais devido a construções
desordenadas.

Pontos críticos:
▪ Acumulação de águas pluviais (alagamento)
- Quarteirão Q28 (S25°57’2,8” E32°33’56,4”), causado pelas condições topográficas do
local, que lhes confere depressões ao em certos pontos do quarteirão.

252
Figura 20 - Linha de escoamento natural obstruída por construções de habitação no Bairro da
Minkadjuine

Urbanização

O bairro da Urbanização é considerado como assentamento informal, pois é constituído por


habitações de construção convencional que servem a actividade comercial e industrial na zona
consolidada com vias asfaltadas (Avenida de Angola), nas áreas consideradas como
assentamentos informais é constituída por habitações construídas com material precário e vias
restantes são não revestidas. O bairro dispõe de uma vala de drenagem parte de sistema principal
de drenagem da cidade de Maputo, contudo no troço correspondente ao bairro da Urbanização
esta apresenta-se com problemas de assoreamento, depósito de resíduos sólidos e inúmeras
ligações de águas negras.

Na zona baixa deste bairro situa-se por detrás do parque industrio-comercial (Forjadora) no troço
entre a ponte ferroviária na avenida Acordos de Lusaka (S56°56’1,8” E32°34’41,7”) e desvio da
vala em direção ao bairro de Maxaquene A (S25°56’11,1” E32°34’44,7”).

253
Figura 21 - Situação das valas de drenagem no bairro da urbanização

Munhuana

O bairro da Munhuana é considerado assentamento informal apesar de parte dele ser constituído
por habitações de construção convencional na zona consolidada, porém, nas áreas consideradas

254
como assentamentos informais é constituída por habitações construídas com material precário e
vias restantes que não são revestidas. O bairro dispõe de três valas revestidas e mais quatro valas
não revestidas, sendo que duas valas necessitam de revestimento para melhorar o seu
funcionamento, nomeadamente, vala na rua da Manhiça e Marracuene. Adicionalmente, existe
uma zona que frequentemente regista inundações agravadas pelo facto de que a única linha
natural de escoamento das águas encontra-se obstruída por construções.

Pontos críticos:
▪ Acumulação de águas pluviais (alagamento)
- Ponto representado pelas seguintes coordenadas: (S25°56’47,6” E32°34’13,5”). Trata-se
de uma zona cujo escoamento superficial é condicionado pela topografia o que faz com
que haja o acúmulo de água, afetando-se a cerca de 5 casas localizadas próximo a escola
secundária de Munhuana.
- Tem-se também uma área de alagamento em um espaço privado não residencial mas que,
afecta a transitabilidade dos mobilistas.

Figura 22 - Linha de escoamento natural obstruída por construções de habitação no Bairro da


Munhuana

255
Figura 23 - Zonas de alagamento no Bairro da Munhuana

Aeroporto A

O bairro de Aeroporto A, apesar de ser constituído por habitações de construção convencional


na zona consolidada é considerado como sendo de assentamentos informais pois há proliferação
de habitações construídas com material precário de forma desordenada, registrando-se casos de
estreitamento das vias que são todas não revestidas. No bairro foi possível identificar, valas de
drenagem parte do micro sistema de drenagem, porém, apesar de as ruas deste bairro
apresentarem-se “largas” a drenagem é deficiente, podendo-se relacionar esta situação a baixa
declividade do terreno.

Pontos críticos:
▪ Acumulação de águas pluviais (alagamento)
- Quarteirões Q31, Q35 e Q40;
- Outro ponto baixo e consequentemente ponto de acumulação da água pluvial, localiza-se
junto à Avenida dos Heróis de Angola.
No geral, o acúmulo de água verificado no bairro de aeroporto A é resultante da existência de
pequenas depressões ao longo dos caminhos naturais de escoamento das águas que coincidem
com os arruamentos locais quando estes tendem a conduzi-la, através da sua topografia, à vala
principal.
▪ Erosão pluvial
- Quarteirões Q39, 3Q1, Q42, Q19, Q20 e Q43 têm problemas de erosão pluvial resultante
das águas que são escoadas em vias públicas provenientes dos quarteirões Q9, Q8, Q24,
Q23 e Q2 conduzindo-as para o canal de drenagem existente no Q43, próximo a secretaria
do bairro.

256
FPLM

O bairro FLPM é considerado como assentamento informal, pois é constituído por habitações de
construção convencional que servem a actividade comercial e industrial na zona consolidada com
vias asfaltadas, nas áreas consideradas como assentamentos informais é constituída por
habitações construídas com material precário e vias restantes são não revestidas. O bairro não
dispõe de infraestruturas de drenagem, contudo o bairro não apresenta grandes problemas de
drenagem.

Pontos críticos:
▪ Acumulação de águas pluviais (alagamento)
- Secretaria do bairro, cujas coordenadas geográficas são: S25°55’40,8” E32°35’37”;
- Paragem da Sabrina, cujas coordenadas geográficas são: S25°56’11,1” E32° 34' 44,7".

Inhagóia B

O bairro de Inhagoia B é considerado como assentamento informal, pois é constituído por


habitações de construção convencional e vias restantes são não revestidas. No bairro de Inhagoia
B, há predominância de canais abertos naturais que actualmente se encontram entupidos e com
galerias de uma secção transversal incapaz de drenar adequadamente as águas pluviais
(principalmente no quarteirão Q36, coordenadas: S25o55’08.0” E032o32’51.7”). Todos os
canais abertos assim como os caminhos naturais de escoamento existentes neste bairro desaguam
numa zona baixa residencial e que é aproveitável para a prática de agricultura familiar.

Neste bairro, pelo menos uma via pública dispõe de um canal/uma galeria subterrâneo/a de
drenagem porém, em estado não operacional no quarteirão Q23 (S25°55’17.5” E032°33’20.9”),
enquanto por outro lado pelo menos duas (2) vias públicas carecem de sistemas de drenagem
uma vez que são as susceptíveis às inundações nos casos de precipitação. As ruas que carecem
de sistemas novos foram representadas pelas seguintes coordenadas: S25°55’07.2” E32°33’21.3”
e S25°55’10.2” E32°33’15.7”.

Pontos críticos:
▪ Acumulação de águas pluviais (alagamento)
- Ponto representado pelas seguintes coordenadas: S 25°55'04.5" E32°33’03.4”;
▪ Erosão pluvial
- Ponto representado pelas seguintes coordenadas: S25°55’07.6” E32°33’11.4”.

Mafalala

O bairro de Mafalala é um assentamento informal, constituído de habitações de construção


precária, contudo considerado patrimônio histórico a conservar. Com raras excepções as suas
vias internas são constituídas por “becos”, sendo que as vias principais na sua maioria
beneficiaram de obras de melhoramento tornando-as mais largas e revestidas. O bairro dispõe de
um sistema de drenagem constituído maioritariamente por valas, contudo a zona C do bairro não

257
dispõe do sistema de drenagem, tendo sido identificados pontos propensos a alagamentos, por se
encontrarem na zona mais baixa do bairro.

Pontos críticos:
▪ Acumulação de águas pluviais (alagamento)
- Os pontos estão representados pelas seguintes coordenadas: (S25°56’11,1”
E32°34’44,7”, S25°56’55,2” E32°34’16,6”, S25°57’9,9” E32°34’30,2” e S25°56’58,7”
E32°34’34,6”). Cerca de 50 famílias ou casas ficam alagada, resultado do maior índice
de saturação do solo e declividade condicionada do terreno.

Figura 24 - Zonas de alagamento no Bairro da Mafalala

Nsalene

O bairro de Nsalene é considerado como assentamento informal, pois é constituído por


habitações de construção convencional mas desorganizada que servem a actividade comercial e
industrial na ao longo da Avenida de Moçambique, contudo nas áreas com assentamentos
informais é constituída por habitações construídas com material precário e vias restantes são não
revestidas. Nsalene é o bairro limitado pela estrada EN1 e pelo bairro de Inhagoia A e a rua
S25°55’14.1” E32°33’44.0”. Este bairro faz parte da bacia de contribuição de escoamento para

258
os bairros de Inhagoia A e B, e ao longo da EN1 dispõe de uma vala trapezoidal de drenagem de
águas pluviais porém a sua componente (boca de lobo) encontra-se danificada e a vala de
drenagem que liga a EN1 e a rua que divide o bairro com o Inhagoia A também encontra-se
inoperacional.

Pontos críticos:

▪ Acumulação de águas pluviais (alagamento)


- Pontos representados pela seguinte coordenada: S25°55’05.8” E32°33’44.8”.
▪ Erosão pluvial
- Ponto representado pelas seguintes coordenadas: S25°55’52.7” E32°33’31.0”.

Tanto a erosão pluvial bem como o alagamento desse bairro concentra-se, igualmente, em
arruamentos públicos.

Figura 25 - Erosão pluvial nas ruas do Bairro de Nsalene

Chamanculo A
O bairro de Chamanculo A é considerado como assentamento informal, pois apesar de ser
constituído por habitações de construção convencional (prédio) que servem a actividade
comercial na zona consolidada com vias asfaltadas, nas áreas consideradas como assentamentos
informais é constituída por habitações construídas com material precário e com vias são não
revestidas, na sua maioria becos. Os quarteirões Q13, Q22 e Q24 localizam-se em zonas altas,
contribuindo para acumulação de água nos quarteirões Q3, Q5 e Q1 localizados na zona mais
baixa.

259
O bairro dispõe de algumas valas de drenagem, providas de sarjetas e sumidouros, porém
entupidos pelas descargas de resíduos sólidos, exemplo a Rua Estácio Dias.
A zona baixa do bairro (próximo a padaria Seramo) dispõe de infraestrutura de drenagem porém,
o sistema encontra-se bloqueado devido a deposição de resíduos sólidos pela comunidade.

Figura 26 - Estado dos elementos do sistema de drenagem existentes no bairro de Chamanculo


A

Luís Cabral

O bairro de Luís Cabral é considerado como assentamento informal, pois é constituído por
construções convencionais que servem a actividade comercial ao longo das vias principais, sendo
que na restante área do bairro é constituída por habitações de construção convencional e vias não
revestidas. Pelo menos os pontos identificados pelas coordenadas: S25°55’46.2” E32°32’31.3”;
S25°56’03.7” E32°31’53.8”; S25°55’55.9” E32°31’40.0”; S25°55’59.4” E32°31’19.8”
representam pontos pelos quais passam os canais naturais dos escoamentos superficiais, que
descarregam nas galerias trapezoidais. Foram identificadas no bairro duas (2) que seguem a
secção longitudinal da linha férrea, atravessando a EN4 (estrada Maputo – Matola) em um ponto
que contém 4 comportas e que estão canalizados de modo a transportar água até ao mar, porém
este processo é influenciado negativamente devido ao elevado volume de resíduos sólidos
depositados nas valas, criando-se entupimento das galerias e das respectivas bocas de lobo.

Pontos críticos:
▪ Acumulação de águas pluviais (alagamento)
- Pontos representados pela seguinte coordenada: S25°56’04.5” E32°31’41.8”. Representa
a área baixa que limita o bairro Luís Cabral com o rio Mulauze, onde aproveita-se para

260
agricultura de subsistência e pelo menos os quarteirões 61, 62, 63, 64, 65, 66, 67, 80, 76,
75, 74, 76 e 78 ficam igualmente alagados.
- Pontos representados pelas seguintes coordenadas: (S25°55’44.9” E32°32’29.1” e
S25°56’06.2” E32°32’09.2”).

Figura 27 - Erosão pluvial no Bairro Luís Cabral

Inhagóia A

O bairro de Inhagoia A é considerado como assentamento informal, pois é constituído por


habitações de construção convencional e vias restantes são não revestidas. O bairro dispõe de
pelo menos cinco (5) canais naturais de drenagem das águas pluviais que se encontram entupidos
devido aos resíduos sólidos que a comunidade deposita, concretamente nos pontos indicados
pelas seguintes coordenadas: S25°55’52.7” E32°33’31.0”; S25°54’42.3” E32°33’22.2”;
S25°54’49.1” E32°33’17.2”; S25°54’49.7” E32°33’16.9”; e S25°55’06.4” E32°33’32.8”.

Por outro lado, o bairro conta com uma bacia de amortecimento (área reservada pelo CMM)
representado pelas seguintes coordenadas (S25°55’09.2” E32°33’35.5”), devidamente
identificada situada num ponto baixo, sendo que as estruturas locais confirmaram que se acumula
muita água em casos de precipitação média-alta duração e intensidade.

261
Figura 28 - Zona de inundação devidamente sinalizada no Bairro de Inhagoia A

Mavalane B

O bairro de Mavalane B é considerado como assentamento informal, pois é constituído por


habitações de construção convencional, sendo que apenas as vias principais são asfaltadas e as
restantes são não revestidas. O bairro apresenta apenas uma zona crítica em termos de
necessidade de drenagem de águas pluviais, sendo que esta zona situa-se na margem da Avenida
Julius Nyerere e a rua do Complexo.

Pontos críticos:
▪ Acumulação de águas pluviais (alagamento)
- Margem esquerda ao longo da Avenida Julius Nyerere no troço entre a Ponte e a Rua do
Complexo, representado pela seguinte coordenada: S 25° 55 '17.1" E32° 36' 15.8 ``. Trata-
se de uma área onde inicia um colector subterrâneo de água pluvial que descarrega no
bairro Ferroviário, e que devido a sua baixa capacidade de funcionamento (resíduos
sólidos) parte da água alaga a área incluindo as residências existentes na área
circunvizinha.

262
Figura 29 - Efeito na inexistência de sistema de drenagem no bairro Mavalane B

Mavalane A

O bairro de Mavalane A é considerado como assentamento informal, pois é constituído por


habitações de construção convencional, sendo que apenas as vias principais são asfaltadas e as
restantes são não revestidas. O bairro dispõe de duas valas de drenagem juntos as avenidas
Acordos de Lusaka e FLPM que constituem os limites do bairro, que se apresentam funcionais
apesar de apresentarem problemas de limpeza que tem comprometido a eficiência das mesmas.
No interior do bairro não existe um sistema de drenagem de águas pluviais estruturado sendo que
a topografia dita duas zonas distintas, uma que drena naturalmente para a Avenida Acordos de
Lusaka onde e existe vala de drenagem e outra zona drena naturalmente para o interior do bairro
na direcção da Rua Beira, adicionalmente foram identificados três grandes pontos de acumulação
das águas pluviais, sendo um na Escola Unidade 8, Campo e ao Hospital de Mavalane (campo e
escola:).

Pontos críticos:
▪ Acumulação de águas pluviais (alagamento)
- Escola Unidade 8;
- Campo comunitário “carzozo”;
- Espaço adjacente ao Posto de Saúde de Mavalane, cujas coordenadas: S25°55’30,3”
E32°34’59,9”.

263
Figura 30 - Zona de alagamento na escola e campo “Carzozo”

Malanga

O bairro da Malanga é considerado como assentamento informal, pois é constituído por


habitações de construção convencional ao longo das vias principais e secundarias asfaltas,
contudo o interior do bairro é constituído por habitações de construção precária e vias não
revestidas. O bairro, conta com pelo menos uma vala principal de secção trapezoidal que está
localizado na Av. 24 de Julho representado pelas coordenadas 25° 57' 13.82''S e 32° 33' 13.69''E;
ou UTM: 455327.793E 7129352.13N. Esta vala contém detritos depositados e desabamento das
suas paredes de revestimento, o que consequentemente reduz a velocidade de escoamento das
águas, ocasionando transbordos nos dias de pico. É uma vala que recebe grandes caudais de
contribuição oriundos de pelo menos um canal natural 25° 57' 12.51''S e 32° 33' 15.92''E assim
como contribuição de pelo menos uma vala secundária de drenagem 25° 57' 5.72''S e 32° 33'
11.5''E. Importa salientar que o canal natural de drenagem referido acima, por sua vez recebe
contribuições dos quarteirões Q9, Q8 e Q10.

264
Figura 31 - Estado actual da vala de drenagem localizada na Av. 24 de Julho no Bairro da
Malanga
5.6.3. Sistema de Abastecimento de Água

A cidade de Maputo é abastecida pelo sistema de Umbeluzi, constituído pela captação, estação
de tratamento de água (ETA), condutas adutoras, estações elevatórias e centros distribuidores. A
água é captada a jusante da barragem dos pequenos libombos, com uma capacidade de produção
máxima de 240.000 m3/dia, e tratada na ETA de Umbeluzi.

A área de concessão tem cerca de 2.120.000 de habitantes e estima-se que 65% destes se
beneficiem do fornecimento de água potável na cidade de Maputo. A restante parte da população
depende de fontes de água subterrânea, designados por Pequenos Sistemas. Há ainda casos em
que a população obtém água de vendedores privados ou de simples furos.

Os sistemas autónomos são constituídos por furos, pequenos reservatórios e redes de distribuição.
A água, após ser captada, é tratada junto ao furo e armazenada em pequenos reservatórios que
alimentam uma rede de distribuição de reduzida extensão. Este tipo de sistemas com recurso a
fontes subterrâneas ocorre preferencialmente nos locais de difícil acesso para fornecimento a
partir do sistema de Umbeluzi e nas zonas sem rede de distribuição e com abundância em recursos
subterrâneos, nomeadamente no Norte da cidade de Maputo.

O sistema de abastecimento de água aos bairros da cidade de Maputo é constituído por


equipamentos de captação, reservatórios, estações de tratamento, adução e rede de distribuição.
A rede de distribuição também é constituída de actividade de operação e manutenção, medição
de consumo e cobrança de tarifas, controle da qualidade da água e atendimento ao público.

O subsistema de abastecimento de água compõe-se, geralmente, das seguintes partes: O


tratamento da água por ser dispendioso compreende apenas os processos imprescindíveis à
obtenção da qualidade desejada, a custos mínimos. Os processos de tratamento realizado são:
sedimentação simples, aeração, coagulação, decantação, filtração, desinfecção, alcalinização,
fluoretação, amolecimento, remoção de impurezas. Depois do tratamento, é constituída pelos

265
reservatórios, que recolhem a água aduzida e a tratada, e pela rede de tubos que a conduzem para
o consumo, ou rede de distribuição.

Captação

O sistema de captação de Maputo é constituído por um conjunto de estruturas e unidades


construídas sendo realizado diretamente no rio Umbeluzi, cerca de 30 km da Cidade de Maputo.
Actualmente o sistema serve o Município da Matola, Município da Vila de Boane e o Município
de Maputo. Possui uma capacidade instalada de 240.000 m3/dia, sendo que o tratamento é
realizado imediatamente após a captação na Estação de Tratamento do Umbeluzi (ETA).

Através de distribuição em alta para os Centros Distribuidores de Chamanculo, Maxaquene,


Laulane e Alto Maé.

Figura 32 - Albufeira da barragem dos Pequenos Libombos

Tratamento

A estação de tratamento da água destinada à Cidade de Maputo está localizada alguns


quilómetros a jusante da barragem dos Pequenos Libombos. A ETA é composta por um sistema
de bombagem de água bruta que alimenta as instalações de tratamento; um conjunto de processos
de tratamento e um sistema de bombagem de água tratada para os diversos centros distribuidores.
Em termos de processos de tratamento, são usados os seguintes, em sequência processual: pré-
cloração, coagulação- floculação, sedimentação, filtração, neutralização e desinfecção.

a) Pré-cloração

Consiste na aplicação do cloro por forma a atingir-se o teor de cloro residual na ordem de 0,5mg/l
à saída dos filtros. A função deste processo é de oxidação de compostos orgânicos, amônia e,
essencialmente, a inibição de odores e da proliferação de algas nos decantadores e filtros.

b) Coagulação-floculação

266
Consiste na reação química entre o sulfato de alumínio e a alcalinidade da água, seguida da
atração eletrostática entre os coágulos, carregados positivamente, e partículas coloidais
carregadas negativamente, resultando assim na chamada floculação. A floculação tem como
objectivo a agregação da matéria em suspensão, remoção de cor e outras substâncias, por forma
a facilitar a clarificação da água bruta.

c) Floculação-sedimentação

Basicamente, estes dois processos ocorrem nos decantadores. A sedimentação consiste na queda
de flóculos de maior densidade que a água, permitindo assim a clarificação preliminar da água.
Uma vez que nem todos flóculos têm densidade suficiente para se sedimentarem, a água passa
ao processo seguinte para uma efetiva clarificação. Na ETA do Umbeluzi, a remoção do
sedimento, sob a forma de lamas, é feita automaticamente.

d) Filtração

O sistema de filtração usado na ETA do Umbeluzi é a filtração rápida em leito de areia. Ela
consiste em fazer passar a água decantada por meio de um leito poroso de areia com
granulometria selecionada para o efeito. A essência deste processo é remover os flóculos
remanescentes do efluente da decantação. A filtração também remove algumas bactérias e algas.

e) Neutralização

Consiste na correcção do estado calco carbónico da água, por forma a evitar que ela seja
corrosiva, portanto para efeitos de protecção das canalizações tanto do sistema de transporte
como da distribuição. Este processo desenrola-se adicionando água de cal.

Figura 33 – Estação de tratamento de água de Umbeluzi

Figura SEQ Figura \* ARABIC 31 - ETA do Umbeluzi. Fonte: AdeM, 2019


Adução

A adução e realizada a partir da Estacão de Tratamento no Umbeluzi através de três condutas


adutoras de ferro fundido com diâmetros 1000mm, 800mm e 1100mm até ao Centro Distribuidor
de Chamanculo. A adução e realizada durante 24 h/dia abastecendo os reservatórios localizados

267
no CD de Chamanculo, sendo que, a partir deste são abastecidos os Centros distribuidores de
Alto Maé, Maxaquene e Laulane que são os responsáveis por realizar a distribuição pelos bairros.

Reserva

A reserva da água captada no rio Umbeluzi é feita nos centros distribuidores de Chamanculo,
Maxaquene, Laulane e Alto Maé. Com a excepção do Centro de Distribuição do Alto-Maé, todos
os outros definem as Áreas Operacionais, unidades orgânicas em que se divide a AdeM, cuja
designação coincide com o nome do Centro Distribuidor. O Centro Distribuidor do Alto-Maé
pertence à Área Operacional de Chamanculo. Cada Área Operacional serve um ou mais Distritos
Municipais. A Área Operacional de Chamanculo serve aos Distritos Municipais de Ka-Mpfumo,
Nlhamankulu e Ka-Mubukwana; os Distritos de Ka-Mpfumo e Ka-Maxaquene são abrangidos
pela Área Operacional de Maxaquene, enquanto a Área Operacional de Laulane serve os Distritos
Municipais de Ka-Mavota e Ka-Mubukwana. A capacidade de reserva dos Centros
Distribuidores (CD) é a seguinte:

Centro Distribuidor Capacidade (m3)

CD Chamanculo 60 500

CD Maxaquene 50 600

CD Laulane 20 500
Tabela 54 – Capacidade dos centros distribuidores

Os Gráficos a seguir demonstram o grau de realização para cada centro distribuidor e pode-se
verificar que o centro distribuidor de Chamanculo apresenta baixo grau de realização em relação
aos outros centros distribuidores, ou seja, o volume distribuído foi bastante inferior ao volume
planeado.

268
Volume de água consumida de Janeiro a Outubro 2020
12000.000
9813.624

Volume de agua (m3)


10000.000 8184.610
8000.000
5890.651 6094.193
6000.000 4739.495 4744.691
4000.000
2000.000 Volumes Jan á Outubro
.0 Plano até Outubro

Centros distribuidores

Gráfico 10 - Volume de água consumida de Janeiro a Outubro de 2020


Fonte: Águas da região de Maputo, 2021

Gráfico 11- Grau de realização dos centros distribuidores.


Fonte: Águas da região de Maputo, 2021

Centros Distribuidores

Chamanculo

O Centro Distribuidor (CD) de Chamanculo localiza-se na cidade de Maputo no Distrito


Nlhamankulu no Bairro Chamanculo C. A água abastecida a este centro é proveniente de fonte
superficial, da barragem dos pequenos Libombos, que passam pela Estação de Tratamento de
Água (ETA) de Umbeluzi que possui uma linha dedicada exclusivamente a este centro. A água
é transportada para este centro através de duas (2) condutas feitas de material de ferro Dúctil,
uma com o diâmetro de 1100 mm e outra com diâmetro de 800 mm. Este centro possui uma

269
capacidade de armazenamento aproximadamente a 60 500 m3, distribuídos em 6 reservatórios
enterrados, sendo que cada um possui uma capacidade de 10 000 m3, e possui um reservatório
elevado com uma capacidade de 500 m3 feito de material de betão, responsável por distribuir
água à Zona Alta do Distrito Nlhamankulu. Este centro possui três linhas de transferência e cada
linha é responsável por abastecer água aos outros Centros Distribuidores de Maxaquene, Laulane
e Alto Maé, sendo que a água antes de ser distribuída passa por uma correção, através do
tratamento de cloro.

Figura 34 - Direita – Tanque enterrado com a casa de visita por cima, Esquerda – interior da
casa de visita acoplado ao reservatório.

Figura 35 - Esquerda– Tanque enterrado com a casa de visita por cima, Direita– Tanques de
cloro para correção de água

270
A água é transportada aos CD de Maxaquene, Laulane e Alto Maé por bombeamento. A casa das
bombas é constituída por 11 bombas das quais 3 ficam em reserva caso alguma bomba entre em
avaria. As capacidades das bombas variam de 1 300 m3/hora a 3 400 m3/hora. A água é
transportada aos CDs por condutas com diâmetro de 800 metros feitas de material de ferro dúctil.

Figura 36 - Casa das bombas do CD de Chamanculo

CD Laulane

O Centro Distribuidor (CD) de Laulane localiza-se na cidade de Maputo no Distrito Municipal


KaMavota no Bairro de Laulane. A água abastecida a este centro é proveniente do CD de
Chamanculo e do furo de Laulane. A água é transportada para este centro através de uma conduta
feitas de material de ferro Dúctil, com diâmetro de 800 mm e na entrada sofre uma redução de
500 metros. Este centro possui uma capacidade de armazenamento aproximadamente a 20 500
m3, distribuídos 2 reservatórios apoiados, sendo que cada possui uma capacidade de 10 000 m3,
e possui um reservatório elevado com uma capacidade de 500 m3 feito de material de betão,
responsável por distribuir água à Zona Alta do Distrito KaMavota. Sendo que a água, antes de
ser distribuída, passa por uma correção, através do tratamento de cloro.

Figura 37 - Direita – Tanque elevado, Esquerda – Tanque apoiado.

271
A água é distribuída à população da zona alta por gravidade através do tanque elevado e também
é distribuída a zona baixa pelos tanques apoiados. Sendo que o sistema é constituído por 4
bombas com capacidade de 1 300 m3/hora. A água é transportada à população por uma conduta
de saída com diâmetro de 600 mm feita de material de ferro dúctil.

Figura 38 - Esquerda - Bombas tipo instalada no centro distribuidor de Laulane, Direita –


acessório de redução das condutas

CD Maxaquene

O Centro Distribuidor (CD) de Maxaquene localiza-se na cidade de Maputo no Distrito


Municipal Kamfumo no Bairro Central. A água abastecida a este centro é proveniente do CD de
Chamanculo. A água é transportada para este centro através de uma conduta feita de material de
ferro Dúctil, com diâmetro de 800 mm e na entrada sofre uma divisão para duas condutas com
redução de diâmetro para 450 metros. De referir que este centro possui duas unidades, designadas
site 1 (Localiza-se na Av. Eduardo Mondlane) e site 2 (Localiza-se na Av. Mohamed Sekou
Touré), sendo que o site 1, possui uma capacidade de 20 600 m3, constituídos por dois
reservatórios apoiados com capacidade de 10 000 m3 cada e um reservatório elevado com
capacidade de 600 m3. O site 2, possui uma capacidade de 30 000 m3 constituídos por 4
reservatórios de 7 500 m3 cada. Todos os tanques são feitos de material de betão, e a água antes
de ser distribuída passa por uma correção, através do tratamento de cloro.

272
Figura 39 - Tanque elevado sobre o edifício, Direita – Tanque apoiado do CD de Maxaquene

A água é distribuída à população da zona alta por gravidade através do tanque elevado e possui
uma linha dedicada ao Hospital Central de Maputo, a zona baixa e distribuída a zona baixa
através dos tanques apoiados. Sendo que o sistema é constituído por 3 bombas com capacidade
de 1 700 m3/hora. A água é transportada à população por uma conduta de saída com diâmetro de
600 mm feita de material de ferro dúctil.

A água é distribuída à população da zona alta por gravidade através do tanque elevado e possui
uma linha dedicada ao Hospital Central de Maputo, a zona baixa e distribuída a zona baixa
através dos tanques apoiados. Sendo que o sistema é constituído por 3 bombas com capacidade
de 1 700 m3/hora. A água é transportada à população por uma conduta de saída com diâmetro de
600 mm feita de material de ferro dúctil.

Figura 40 - Bombas acoplados ao gerador, Direita – Ponto de transformação Rede de


Distribuição

273
A rede de distribuição está dividido em zonas, sendo que, a primeira zona cobre na totalidade o
Distrito Ka-Mpfumo, uma parte dos Distritos Nlhamankulu (essencialmente a parte urbanizada
do Bairro da Malanga) e Ka-Mubukwana (essencialmente a parte urbanizada do Bairro do
Jardim) é caracterizada por possuir uma rede de distribuição bem definida e instalada obedecendo
as normas técnicas recomendadas. É uma rede muito antiga, com mais de 60 anos de existência,
constituída na sua minoria por tubos em fibrocimento e ferro fundido. Devido à sua idade e fraca
manutenção regular, esta rede apresenta níveis de perdas muito elevadas (físicas e comerciais),
muitas delas originadas por rupturas de condutas que, por ocorrerem no subsolo e devido a
urbanização dessas zonas, as fugas são de difícil detecção, reparação e posterior contabilização
(WaterAid, 2017).

O tempo de distribuição está acima de 8 horas por dia embora o tempo de recepção da água por
parte dos consumidores esteja a degradar-se à medida que se caminha para as extremidades onde
a água chega a sair no máximo três horas por dia e com fraca pressão.

Segundo a WaterAid 2017, a segunda zona é aquela que circunda a primeira. Por ser zona de
fraca urbanização, crescimento desordenado, a rede de distribuição é caracterizada por tubos
flexíveis, geralmente de HDPE, de pequeno diâmetro e de grandes extensões, também conhecida
por “Rede Esparguetes”. O nível de serviço na maior parte dos bairros que compõem esta zona é
mínimo, a distribuição ocorre num período de 2 a 4 horas por dia, geralmente na parte da manhã
e com fraca pressão. Devido a dificuldade de enterrar os tubos a profundidades regulamentares,
esta zona apresenta rupturas constantes que provocam pequenos charcos de água nas ruas. Em
certos bairros destas zonas existe um aparente conflito entre AdeM e os operadores privados que
atuam naqueles bairros devido a sobreposição das redes. Esta sobreposição em parte contribui
para o aumento das perdas de água devido à dificuldade de identificar o dono da rede onde as
fugas de água ocorrem.

274
Mapa 41 - Rede de Abastecimento de água - área de intervenção do PTUM

Análise das condições de atendimento do sistema e da demanda

6. Análise das perdas físicas de água

O sistema de tratamento de perdas de AdeM está organizado seguindo a lógica das Áreas
Operacionais. Da análise da informação fornecida pela Empresa referente ao período de Janeiro
a Novembro de 2017, a situação é: (i) Área Operacional de Chamanculo 36%, (ii) Área
Operacional de Laulane 26% e (iii) Área Operacional de Maxaquene 20%. Os valores devem ser
tomados com uma certa reserva, primeiro porque na óptica do Regulador as perdas no sistema
podem situar-se acima de 50% devido ao estado da rede e ausência de órgãos de medição dos
caudais entrados e saídos e, segundo, porque o sistema enfrenta restrições no abastecimento de
água originadas pela pouca reserva na albufeira dos Pequenos Libombos.

7. Qualidade da água

Segundo a WaterAid 2017, no que diz respeito à qualidade da água fornecida, toda a água
distribuída pelo sistema formal dos pequenos sistemas sob gestão da AdeM cumpre com os
padrões exigidos pelas normas nacionais nesta matéria. Contudo, esta situação não garante que a
água que o consumidor tem acesso tenha a mesma qualidade, uma vez que a responsabilidade da
AdeM termina no contador ou à entrada dos depósitos domiciliários cuja gestão é da

275
responsabilidade do consumidor. Os Fornecedores Privados de Água não estão sujeitos à
regulação e, por isso, a qualidade de água por estes fornecida não é monitorada regularmente,
não havendo, no momento, informação sobre este aspecto. Esta é uma área de interesse do
Governo no processo de licenciamento destes operadores, mas a operacionalização deverá levar
o seu tempo.

8. Nível de cobertura

Segundo os dados fornecidos pela AdeM, cerca de 720 044 habitante da cidade de Maputo tem
água canalizada. Dos 34 482 habitantes pertencem a área operacional de Chamanculo, 37 181
habitantes pertencem a área operacional de Maxaquene e 51 568 à área operacional de Laulane.
Porém, segundo o levantamento de campo que foi realizado verificou-se que os Distritos
KaMubukwana e KaMavota o fornecimento de água é alimentado pelos pequenos fornecedores
privados de água, o que se conclui que o número de habitantes com acesso ao abastecimento de
água é superior a 720 044 habitantes.

Gráfico 12 - Número de novas ligações.


Fonte: Águas da região de Maputo, 2021

Para os fontanários existe um nível de gestão e regulação especial. O sistema de gestão é


constituído por agentes ao nível do bairro: as Comissões de Água (CA), que são membros da
comunidade legitimados pelo Município, o funcionário do fontanário, e um representante das
autoridades locais. Em termos de regulação, segue uma regulação indirecta. A ACRA, como
regulador principal, define as normas de regulação mas a implementação é deixada na prática à
responsabilidade do Município, que detém um importante papel de supervisor, mas que pode
delegar esta tarefa a um nível mais descentralizado, como os CA, associações locais ou
Organizações Baseadas na Comunidade (OBC). Há também a possibilidade de cooperação com
as autoridades municipais através de um representante que existe em cada bairro.

276
Mapa 42 - Localização dos fontanários operacionais (cor azul) e inoperacionais (cor vermelha)

No gráfico a seguir demonstra-se o número de fontenários ativos e os inoperacionais ao nível de


todas Áreas Operacionais (AO) ao nível da cidade de Maputo. De acordo com o gráfico verifica-
se que a Área Operacional de Chamanculo apresenta maior número de funcionários (80 ao todo)
em relação aos outros Distritos Municipais. Sendo que praticamente 50% destes encontram-se
inoperacionais. A degradação destes serviços resulta da procura maior de novas ligações
domiciliares ou quintal por parte das populações.

277
Gráfico 14 - Número de fontanários.
Fonte: Águas da região de Maputo, 2021

Enquadramento institucional

O abastecimento de água à cidade é responsabilidade do FIPAG, que cedeu a exploração do


sistema à empresa Águas da Região de Maputo (AdeM). Um vasto leque de empreendedores
privados intervém na prestação de serviços e fornecimento de produtos (bens) de água. Há
igualmente a realçar a participação da sociedade civil e parceiros de cooperação e
desenvolvimento. A figura abaixo ilustra a organização do sector de abastecimento de água.

Gráfico 14 - Organograma do sector de abastecimento de água

Fonte: Water-Aid, 2017

278
Caracterização das entidades gestoras

Gráfico 15 - Distribuição das entidades gestoras

● MOPHRH (Ministério das Obras Públicas, Habitação e Recursos Hídricos) – Compete


ao MOPHRH a definição de políticas gerais de desenvolvimento e gestão do QGD, da
sua regulamentação, modificação e extensão para novos sistemas de abastecimento de
água. Compete-lhe ainda a regulamentação do serviço público;

● ACRA (Autoridade Reguladora de Água) - Compete ao ACRA a regulação económica


do serviço público de abastecimento de água e a conciliação dos interesses dos utentes e
os do operador, assegurando o equilíbrio entre a qualidade do serviço prestado e a sua
adequação aos interesses dos utentes, assim como a sustentabilidade económica dos
sistemas de abastecimento de água;

● FIPAG (Fundo de Investimento e Património do Abastecimento de Água) – ao FIPAG


compete a gestão financeira e de investimento para a reabilitação e expansão do
património dos sistemas de abastecimento de água, a maximização da eficiência e do
retorno do património existente, e a monitorização e garantia do cumprimento das
obrigações contratuais do operador privado

● CMCM (Conselho Municipal da Cidade de Maputo) – tem a responsabilidade política


local, por lei, de providenciar serviços de abastecimento de água e saneamento às
populações. A Assembleia Municipal local tem a responsabilidade de deliberar sobre
assuntos de interesse das populações locais, no estrito cumprimento da lei das autarquias
locais;

● AIA (Administração de Infra-estruturas de Abastecimento de Água e Saneamento) –


é responsável pela gestão do património dos sistemas públicos de drenagem de águas
residuais, promovendo a sua gestão operacional autónoma, eficiente e financeiramente
viável, através da delegação a operadores privados ou a outras entidades;

279
● AdeM (Águas da Região de Maputo) – é a empresa que gere o serviço público de
abastecimento de água à Cidade de Maputo, através de um contrato de cessão de
exploração assinado com o FIPAG;

● Parceiros de Cooperação, ONGs e Sociedade Civil – prestam apoio multiforme


(financiamento, implementação de programas e projectos) e cooperam com as
autoridades municipais na prossecução dos interesses dos munícipes, incluindo na
monitoria dos processos de governação local e advocacia sobre diferentes matérias;

● Sector Privado – empreendedores locais que abastecem água a um crescente número da


população da Cidade de Maputo que não são abrangidos pelo sistema público, ou que
assim o pretende, mesmo sendo abrangido pelo sistema público. Também inclui uma
vasta gama de prestadores de serviços de limpeza das fossas, recolha de resíduos sólidos
e fornecimento de outros serviços e produtos de água e saneamento na cidade;

Principais desafios
● Melhorar a satisfação do cliente, através da redução dos tempos de espera e da
utilização dos sistemas de informação para a interação com os clientes;
● Melhorar a comunicação transversal;
● Melhorar a sustentabilidade, através de controlo de custos, redução de perdas e
aumento da facturação e cobrança;
● Consolidar a cobertura, por via da redução de clientes suspensos e da conservação de
clientes ilegais.

Sistemas Privados de Água

Os FPA’s (Fornecedores Privado de Água) tem um surgimento associado ao fato de o


investimento público não ter estado no mesmo passo que a demanda. A rede pública abrange
sobretudo a zona de cimento inicialmente construída para suprir necessidades individuais.
Devido à baixa taxa de cobertura e de serviços nas zonas peri-urbanas surgem os fornecedores
privados de água transformados em negócio devido a incapacidade dos sistemas públicos de
satisfazer a demanda da crescente população urbana. O financiamento privado maioritariamente
tem sido negócio de família, os seus escritórios são muitas vezes nas próprias residências.
Actualmente apenas têm licença comercial do Município da cidade de Maputo emitida pela
Direcção Municipal de Infra-estruturas Urbanas (DMIU) no Departamento de Abastecimento de
Água e Saneamento (DAAS). Não há regulamentação dos serviços para tarifa, qualidade dos
serviços excluindo a monitoria da água subterrânea na ARA –Sul.

280
Bairro Mavalane A

Furo da família Chiluvane (Quarteirão 33)

Este furo beneficia aproximadamente 40 família, abrangendo os quarteirões vizinhos a sua


residência. Este furo possui uma capacidade de 15000 litros, feito de material Plastex abastecidos
com tubagem de PVC com conexões metálicas. Enchem os tanques duas vezes por dia, sendo
que a bomba já não possui capacidade e têm avariado sistematicamente. A água é bombeada para
os tanques elevados, que de seguida são abastecidos a população por gravidade. Os sistema não
possui cadastro da rede, sendo que a rede de abastecimento é constituído com tubos de ¾”. A
bomba tem uma potência de 1 500 litros/hora. O factor que impede de fornecer água a mais
famílias é a ausência de fundos e o consumo de energia prejudica os rendimentos, uma vez que
para os consumidores comerciais são aplicados o valor mínimo que cobrados outros precários,
uma vez que o valor cobrado de energia é considerado alto. O valor mínimo cobrado, está na
ordem dos 350 Mt, sendo que o valor médio cobrado gira em volta dos 400,00 Mt.

Figura 41 - Direita – Tanque de água apoiado, Esquerda – Canalização ligada a bomba


submersível

Furo da dona Maria Sítio (Quarteirão 57)

Este furo é usado para benefício próprio. Nos anos de 2015 já chegou a beneficiar as famílias ao
redor dos quarteirões quando pertencia a dona do sistema, sendo que quando a dona faleceu, o
filho herdou o sistema e parou de fornecer a população. Este sistema funcionava como fontenário,
não possuía abastecimento domiciliar. Este furo possui uma capacidade de 5000 litros, feito de
material Plastex abastecidos com tubagem de PVC com conexões metálicas. Enchem os tanques
duas vezes por dia, sendo que a bomba já não possui capacidade e têm avaliado sistematicamente.
A água é bombeada para o tanque elevado, que de seguida abastece a residência por gravidade.
A bomba tem uma potência de 1500 litros/ hora. O factor que impede de fornecer água a mais
famílias é o constrangimento que estas trazem a casa (Barulho, discussões e cobranças).

281
Figura 42 - Tanques de água apoiado e elevado da família Sitio

Furo da família Mulau (Quarteirão 30)

Este furo beneficia aproximadamente 150 família, abrangendo os quarteirões vizinhos a sua
residência (quarteirões: 57, 36, 13, 37, 54, 43, 58, 55, 39, 27, 33 e 06). Este furo possui uma
capacidade de 35000 litros, feito de material Plastex abastecidos com tubagem de PVC com
conexões metálicas. O abastecimento de água e realizado durante, sendo que este já não possui
capacidade para a ligação de mais clientes devido a capacidade de encache do sistema. A bomba
já não possui capacidade e tem avariado sistematicamente, sendo que o sistema funciona de
forma intermitente por zonas. A água é bombeada para os tanques elevados, que de seguida e
abastecido a população por gravidade. O sistema não possui cadastro da rede, sendo que a rede
de abastecimento e constituído com tubos de uma (1) polegada. A bomba tem uma potência de 2
200 litros/hora. O factor que impede de fornecer agua a mais famílias é ausência de fundos para
ampliar o sistema e o consumo de energia prejudica os rendimentos (lucros), uma vez que para
os consumidores comerciais e domésticos são aplicados o valor de 350,00 Mt, o que torna a água
barata porque o sistema não possui contador, mesmo assim os clientes não pagam as facturas e a
maioria dos que migraram para AdeM, querem voltar para o FPA.

Coordenada: 458594, 7132795

282
Figura 43 - Tanques de água elevados da família Mulau

Furo da família Matusse (Quarteirão 30)

Este furo beneficia 30 família, abrangidos os quarteirões vizinhos a sua residência (quarteirões:
43, 44, 52, 54). Este furo possui uma capacidade de 5000 litros, feito de material Plastex
abastecidos com tubagem de PVC com conexões também feitos de PVC. O abastecimento de
água e realizado por um período de 24horas, sendo que este possui capacidade para a ligação de
mais clientes, mas devido a concorrência com a FIPAG e outros operadores privados, os clientes
já encontram-se já ligados. A bomba encontra-se em condições e não se tem verificado avaria,
uma mais valia é que o dono do sistema é o técnico responsável para a manutenção do sistema.
A água e bombeada para os tanques elevados, que de seguida e abastecido a população por
gravidade. O sistema não possui cadastro da rede, sendo que a rede de abastecimento e
constituído com tubos de uma (1) polegada. A bomba tem uma potência de 1 300 litros/hora. O
consumo de energia prejudica os rendimentos (lucros), uma vez que para os consumidores
comerciais e domésticos são aplicados um pagamento único mensal de 350,00 Mt, o que torna a
água barata porque o sistema não possui contador, mesmo assim os clientes não pagam as facturas
e a maioria dos que migraram para AdeM, querem voltar para o FPA. O proprietário refere que
com a chegada da FIPAG, culminou com a carência de clientes e apela que para que exista um
consenso entre as partes para poderem continuar a operar.

Coordenadas 1: 458594, 7132795; Coordenadas 2: 458748, 7132872

283
Figura 44 - Tanques de água elevados com o respectivo sistema de bombagem da família
Matusse

Bairro Aeroporto A

Furo ES Aeroporto A (Quarteirão 09)

Este furo beneficia 170 famílias e a dois (2) estabelecimentos, abrangendo os quarteirões
vizinhos (a partir da Av. Gago Coutinho, Rua Padre Américo e as ruas cruzam a mesma e Rua
são Vicente) a instituição. Este furo possui uma capacidade de 70 000 litros, feito de material
Plastex abastecidos com tubagem de PVC com conexões também feitos de ferro galvanizado. O
abastecimento de água e realizado por um período de 24horas, sendo que este possui capacidade
para a ligação de mais clientes. A bomba apresenta avarias constantes (o motor queima) encontra-
se em condições, e não se tem verificado avaria, uma mais valia é que o dono do sistema é o
técnico responsável para a manutenção do sistema. A agua e bombeada para os tanques elevados,
que de seguida e abastecido a população por gravidade. O sistema não possui cadastro da rede,
sendo que a rede de abastecimento e constituído com tubos de uma (1) polegada. A bomba tem
uma potência de 1 300 litros/hora. O consumo de energia prejudica os rendimentos (lucros), uma
vez que para os consumidores comerciais e domésticos são aplicados um pagamento único
mensal de 350,00 Mt, o que torna a água barata porque o sistema não possui contador, mesmo
assim os clientes não pagam as facturas e a maioria dos que migraram para AdeM, querem voltar
para o FPA. O proprietário refere que com a chegada da FIPAG, culminou com a carência de
clientes e apela que para que exista um consenso entre as partes para poderem continuar a operar.

Coordenadas 1: 458594, 7132795; Coordenadas 2: 458748, 7132872

284
Bairro Inhagoia B

Furo da Mesquita Africa – Família Atumane (Quarteirão 09)

Este furo não possui cadastro do número de famílias, abrangido o quarteirão 50, pelo sistema.
Este furo possui uma capacidade de 1000 litros, o reservatório e feito de material Plastex
abastecidos com tubagem de PVC com conexões também feitos de PVC. O abastecimento de
água é realizado por um período de 4 horas (7 as 11 horas), sendo que este realiza o abastecimento
de água em forma de fontenário privado. A bomba encontra-se em condições e não se tem
verificado avaria, uma mais valia é que o dono do sistema faz pequenas reparações do sistema.
A água é bombeada para os tanques elevados, que de seguida e abastecido a população por
gravidade. O sistema não possui cadastro da rede, sendo que a rede de abastecimento e
constituído com tubos de uma (1) polegada. O proprietário conhece a capacidade da bomba. O
consumo de energia prejudica as suas economias uma vez que este fornece a água a população
gratuitamente. De referir que este fornecedor não possui licença para exercer a actividade.

Figura 45 - Direita – Tanque de água apoiado a cada de banho, Esquerda – Local para a
captação de água (furo privado)

Furo da Mesquita Adra – (Quarteirão 09)

Este furo não possui cadastro do número de famílias, abrangido o 6 quarteirões (17, 41, 47, 49,
50 e 51), pelo sistema. Este furo possui uma capacidade de 2 5000 litros, o reservatório e feito
de material Plastex abastecidos com tubagem de PVC com conexões também feitos de PVC. O
abastecimento de água é realizado por um período de 4 horas (7 as 11 horas), sendo que este
realiza o abastecimento de água em forma de fontanário privado. Este sistema foi concebido para
beneficiar os crentes da mesquita. A bomba encontra-se em condições e não se tem verificado
avaria, já sofreram por três vezes o roubo de bomba. A água é bombeada para os tanques
elevados, que de seguida tem abastecido a população por gravidade. O proprietário não conhece

285
a capacidade da bomba. O consumo de energia prejudica as suas economias uma vez que este
fornece a água a população gratuitamente.

Bairro FPLM

Furo da família Sancho (Quarteirão 09)

Este furo beneficia 166 famílias abrangendo os quarteirões vizinhos (Quarteirões 12 e 15) ao
furo. Este furo possui uma capacidade de 35 000 litros, o reservatório é feito de material Plastex
abastecidos com tubagem de PVC com conexões também feitos de ferro galvanizado. O
abastecimento de água e realizado por um período de 24 horas, sendo que este possui capacidade
para a ligação de mais clientes. A bomba apresenta avarias constantes (o motor queima),
encontra-se em boas condições, e não se tem verificado avaria. A água é bombeada para os
tanques elevados, que de seguida tem abastecido a população por gravidade. O sistema não possui
cadastro da rede, sendo que a rede de abastecimento é constituído com tubos de uma e meia (1.5)
polegada. A bomba tem uma capacidade de 3000 litros/hora. O consumo de energia prejudica os
rendimentos (lucros) devido o elevado custo (paga aproximadamente 20.000 Mt mensais). Para
o consumo doméstico por metro cubico a custa 60,00 Mt e para o consumo comercial custa 77,00
Mt. A maioria das famílias não possui condições financeiras para fazer o pagamento das facturas
mensais o que origina o não pagamento das mesmas, sendo que este fornecedor, por se tratar de
pessoas carenciadas não conseguiu cortar água a estas pessoas.

Bairro Nsalene

Furo da Sra. Admira (Quarteirão 12)

Este furo beneficia 780 famílias, abrangendo todos os quarteirões do bairro. Este furo possui uma
capacidade de 60 000 litros, o reservatório é feito de material Plastex abastecidos através de
tubagem de PVC com conexões também feitos de ferro galvanizado. O abastecimento de água e
realizado por um período de 24 horas, sendo que este possui capacidade para a ligação de mais
clientes. A água é bombeada para os tanques elevados, que de seguida e abastecido a população
por gravidade. O sistema não possui cadastro da rede, sendo que a rede de abastecimento é
constituído com tubos de uma e meia (1.5) polegada. O consumo de energia e os cortes ocorridos
prejudica os rendimentos (lucros), sendo que também a falta de uma vez que para os
consumidores comerciais e domésticos são aplicados um pagamento mínimo são 350,00 Mt e
cobram 60 Mt por metro cubico. O custo de energia mensal ronda aos 35 000,00 Mt, por falta do
pagamento das facturas fica difícil de fazer a manutenção do sistema. Sendo que a maioria dos
clientes não paga as facturas por negligência.

286
Figura 46 - Tanques de água elevados, apoiados as estrutura de betão

Bairro Mavalane B

Furo do Sr. Vasco (Quarteirão 35)

Este furo beneficia 50 famílias abrangendo os quarteirões vizinhos ao furo. Este furo possui uma
capacidade de 10 000 litros, os reservatórios é feito de material Plastex abastecidos com tubagem
de PVC com conexões também feitos de ferro galvanizado. O abastecimento de água é realizado
de forma intermitente, sendo que este possui capacidade para a ligação de mais clientes, sendo
que estes já não solicitam por estarem ligados a rede pública. Encontra-se em boas condições, e
não se tem verificado avaria. A água é bombeada para os tanques elevados, que de seguida tem
abastecido a população por gravidade. O sistema não possui cadastro da rede, sendo que a rede
de abastecimento é constituído com tubos de uma (1) polegada. A bomba tem uma capacidade
de 5000 litros/hora. O consumo de energia prejudica os rendimentos (lucros) devido o elevado
custo (paga aproximadamente 10.000 Mt mensais). Para o consumo doméstico por metro cubico
custa 65,00 Mt e para o consumo comercial custa 75,00 Mt.

Bairro Inhagoia A

Furo família Lisboa (Quarteirão 17)

Este furo beneficia 92 famílias abrangendo o quarteirão 17, possui uma capacidade de 3 000
litros, feito de material Plastex abastecidos com tubagem e conexões feitas de PVC. O
abastecimento de água é realizado por um período de 24horas, sendo que este possui capacidade
para a ligação de mais clientes. A bomba encontra-se em boas condições, e não se tem verificado
avarias constantes. Através da bomba a água e bombeada para os tanques elevados, que de
seguida tem abastecido a população por gravidade. O sistema não possui cadastro da rede, sendo
que a rede de abastecimento é constituída com tubos de uma (1) polegada. A bomba tem uma

287
potência de 1 300 litros/hora. O consumo de energia e os cortes ocorridos prejudicam os
rendimentos (lucros), sendo que os consumidores comerciais e domésticos são aplicados um
pagamento mínimo de 350,00 Mt e cobram 70 Mt por metro cubico. O custo de energia mensal
ronda aos 16 000,00 Mt, por falta do pagamento das facturas fica difícil de fazer a manutenção
do sistema, entretanto quando estes clientes ficam endividados, trocam do fornecedor e outros
aderem a rede pública. Outros clientes fazem ligações clandestinas em seus quintais o que têm
culminado com a difícil percepção das perdas existentes. Contudo a FIPAG quando realiza a
extinção da rede, danifica as tubagens dos FPA’s.

Abastecimento de água

O abastecimento de água nas áreas de intervenção é realizado através da rede pública que
actualmente é regida pela AdeM e abrange todos os bairros de intervenção do PTUM com uma
cobertura acima da média segundo o Censo de 2017. Alguns distritos Municipais da área de
intervenção, como é o caso de KaMavota, KaMubukwana e KaMaxaquene contam também com
o fornecimento de água através de operadores privados.

De acordo com os dados apresentados pelo INE 2019 no censo de 2017, cujo a fonte e Águas da
Região de Maputo (AdeM) a taxa de cobertura, o total das ligações domésticas, total da
população servida de 2016 a 2018 reduziu, pois os dados apresentado no censo a taxa de
cobertura em 2016 era de 66,7 e em 2018 foi de 59,5 para total das ligações domésticas em 2016
era de 133.839 e em 2018 foi de 133.550 e para o total da população servida em 2016 o número
foi de 803.547 e em 2018 foi de 761.515.

A maioria dos habitantes dos assentamentos informais apresenta nível de acesso ao


abastecimento de água muito reduzido, o que interfere directamente na qualidade de vida dos
habitantes. Dos quatro (4) Distritos Municipais das áreas de intervenção do PTUM, o Distrito
Municipal Nlhamankulu apresenta níveis bastante baixos relacionadas a questões básicas de
abastecimento de água, sendo que uma das razões para a origem destes problemas é a densidade
populacional, condições geográficas de ocupação e dificuldades de acesso. Os restantes Distritos
Municipais apresentam melhores características em relação a Nlhamankulu.

Aeroporto A
O bairro é alimentado por um sistema de abastecimento de água de propriedade das Águas da
Região de Maputo (AdeM) através do centro distribuidor da área operacional de Chamanculo e
fornecedor privado. Estes sistemas de água canalizada asseguram as necessidades de
praticamente todos os moradores do bairro, apesar das deficiências de funcionamento derivadas
da informalidade dos assentamentos. De acordo com os dados apresentados pelo INE 2019 do
censo 2017 o bairro apresenta um nível de cobertura de abastecimento com um total de 32% da
ligação à rede, 61% com ligação ao quintal, 7% de torneiras do vizinho,0% de fonte não segura,
31% canalizados dentro de casa, 0% de fonte pública e 0% água engarrafada.

288
Segundo a AdeM o bairro possui 18,1 de extensão da rede de abastecimento, 2.471 de ligações
existentes, 2.131 de ligações ativas, 340 de ligações suspensas, 1.713 de ligações hidrometradas,
17.694 de ligações micromedidas e 89.210 de volume consumido.

Na primeira fase da recolha de dados em campo visitou-se famílias colectivas em 20 compones,


num total de 68 famílias que partilham o mesmo quintal, nestes foram identificadas 21 famílias
que partilham a mesma torneira, 8 famílias cada uma tem sua torneira, 5 famílias não têm água,
22 famílias buscam água no vizinho e 12 famílias usam água dos fontanários.

E na segunda fase da recolha, numa amostra representativa visitou-se 5 famílias individuais e


identificou-se 3 famílias que buscam água no vizinho, uma (1) tem torneira própria e outra usa
água do fontanário.

O gráfico abaixo ilustra o resultado obtido nas visitas realizadas em campo de acordo com as
amostras representativas usadas, o total das famílias visitadas, onde 37% usam a torneira do
vizinho, 14% tem torneira própria, 18% usam água do fontanário e 31% partilham a mesma
torneira.

Gráfico 16 - Principal fonte de abastecimento de água das famílias vulneráveis

Foram identificados 5 fontanários públicos dos quais, 2 encontram-se operacionais nos


quarteirões 16 e 24 que beneficia as famílias deste quarteirão e arredores (o número de famílias
não foi identificado, pois não existe nenhuma base de dados nem cadastro por parte dos gestores),
a população beneficiada por estes fontanários paga 5MT por um galão de 20 litros, assim para
garantir água durante o dia é preciso recorrer-se ao sistema de reservatórios domiciliares e 3
inoperacionais em estado de degradação, localizados nos quarteirões 25, 32 e 35, a degradação
dos fontanários inoperacionais verifica-se devido ao pouco uso das famílias uma vez que a
maioria delas já possui ligação domiciliar.

Foi registado um ponto visível de perda de água nos quarteirões 18 a 19 e 21 a 24 originado de


uma ruptura grave de tubo geral de abastecimento de água pertencente ao fornecedor público
AdeM, nos quarteirões Q.39, Q.1, Q.42, Q.19, Q.20 e Q.43 têm problemas de erosão pluvial
resultante do escoamento da água devido a ruptura de tubo geral de abastecimento de água, as
águas têm escoado em vias públicas provenientes dos quarteirões Q.9, Q.8, Q.24, Q.23 e Q.2.
Não houve registo de tubos de água expostos em valas de drenagem.

289
Figura 47 - 1-Ruptura de tubo de água; 2-Escoamento de água proveniente de ruptura de tubo

Aeroporto B

O bairro é alimentado por um sistema de abastecimento de água de propriedade das Águas da


Região de Maputo (AdeM) através do centro distribuidor da área operacional de Chamanculo.
Este sistema de água canalizada assegura as necessidades de praticamente todos os moradores
do bairro, apesar das deficiências de funcionamento derivadas da informalidade dos
assentamentos. De acordo com os dados apresentados pelo INE 2019 do censo 2017 o bairro
apresenta um nível de cobertura de abastecimento de água de 7% da ligação à rede, 67% com
ligação ao quintal, 26% de torneiras no vizinho, 0% de fonte não segura, 3% de fonte pública e
0% de água engarrafada.

De acordo com dados fornecidos pela AdeM o bairro possui 12,7 de extensão da rede de
abastecimento, 2.069 de ligações existentes, 1.738 de ligações ativas, 331 de ligações suspensas,
1.378 de ligações hidrometradas, 13.327 de ligações micromedidas e 34.250 de volume
consumido.

Na primeira fase da recolha dos dados em campo visitou-se famílias colectivas em 26 compones,
num total de 95 famílias que partilhar o mesmo quintal todos proprietários das casas, onde 16
famílias compartilham as mesmas torneiras, 3 famílias cada uma tem sua torneira, 73 famílias
não tem água nos seus quintais buscam água no vizinho, 1 família usa água do fontanário e 2
usam água do poço.

290
Na segunda fase da recolha visitou-se 5 famílias individuais e identificou-se 4 famílias que usam
água do vizinho e 1 usa água do fontanário.

O gráfico abaixo ilustra o resultado obtido nas visitas realizadas em campo de acordo com as
amostras representativas usadas, o total das famílias visitadas, onde 77% usam torneira do
vizinho, 16% partilham a mesma torneira, 2% usam água do fontanário,3% tem torneira própria
e 2% usam água do poço.

Gráfico 17 - Principal fonte de abastecimento de água

Foram identificados 5 fontanários públicos dos quais, 1 encontram-se operacional que é


fornecido pela AdeM no quarteirão 4 que beneficia as famílias do mesmo quarteirão e arredores,
4 inoperacionais e localiza-se no quarteirão 44, 42, 38 e 46. A população beneficiada por este
fontanário paga 5MT por um galão de 20 litros. Os fontanários inoperacionais encontram-se em
estado de degradação, isto porque não há mais aderência das famílias uma vez que a maioria
delas já têm ligação nos seus quintais. Não foi identificado nenhum ponto visível de perda de
água.

Figura 48 - 1-Torneira domiciliar; 2- Fontanário Inoperacional;

Chamanculo A

291
O bairro é alimentado por um sistema de abastecimento de água de propriedade das Águas da
Região de Maputo (AdeM) através do centro distribuidor da área operacional de Chamanculo.
Este sistema de água canalizada assegura as necessidades de praticamente todos os moradores
do bairro, apesar das deficiências de funcionamento derivadas da informalidade dos
assentamentos. De acordo com os dados apresentados pelo INE 2019 do censo de 2017 o bairro
conta com 49% de ligação à rede, 39% de ligações no quintal, 11% de torneiras na casa do vizinho
e 1% de fonte segura.

Segundo a AdeM o bairro possui 8,1 de extensão da rede de abastecimento, 2.159 de ligações
existentes, 1.950 de ligações activas, 209 de ligações suspensas, 1.752 de ligações hidrometradas,
27.023 de ligações micromedidas e 63.735 de volume consumido.

O gráfico abaixo ilustra o resultado obtido nas visitas realizadas em campo de acordo com as
amostras representativas usadas, o total das famílias visitadas, onde das 73 famílias identificadas
45 famílias usam torneira do vizinho equivalente a 66%, 9 famílias usam torneira própria
equivalente a 13% e 14 famílias partilham a mesma torneira que equivale a 21%.

Gráfico 18 - Tipo de fonte

Foi identificado um ponto visível de perda de água na rua entre quarteirão 14 e 15 consequência
de uma ruptura grave de tubo de água da AdeM. Identificou-se apenas 2 fontanários, 1
operacional e 1 inoperacional. O período de fornecimento de água pela AdeM é de cerca de 8
horas por dia, das 3 horas da manhã às 11 horas). Assim, para garantir água durante o dia é
preciso recorrer ao sistema de reservatórios domiciliares.

292
Figura 49 - Perda de água; 2-Fontanário Operacional; 3- Fontanário Inoperacional

Chamanculo B

O bairro é alimentado por um sistema de abastecimento de água de propriedade das Águas da


Região de Maputo (AdeM) através do centro distribuidor da área operacional de Chamanculo.
Este sistema assegura as necessidades de praticamente todos os moradores do bairro. O período
de fornecimento de água é de cerca de 8 horas por dia, das 3 horas da manhã às 11 horas). Assim,
para garantir água durante o dia é preciso recorrer ao sistema de reservatórios domiciliares. De
acordo com os dados apresentados pelo INE 2019 do censo 2017 o bairro conta com 13% de
ligação à rede, 75% de ligações no quintal e 12% dos residentes têm acesso a água fora do talhão,
através de torneiras na casa dos vizinhos.

Segundo a AdeM o bairro possui 7,6 de extensão da rede de abastecimento, 1.709 de ligações
existentes, 1.445 de ligações ativas, 264 de ligações suspensas, 1.167 de ligações hidrometradas,
11.308 de ligações micromedidas e 30.416 de volume consumido.

O gráfico abaixo ilustra o resultado obtido nas visitas realizadas em campo de acordo com as
amostras representativas usadas, o total das famílias visitadas, neste caso das 94 famílias
identificou-se 35 famílias que usam torneira do vizinho que equivale a 40%, 33 famílias têm
torneira própria equivalente a 38% e 19 famílias partilham a mesma torneira que equivale a 22%
como ilustra o gráfico abaixo.

Gráfico 19 - Tipo de fonte

293
Identificou-se um ponto visível de perda de água no quarteirão 3 devido a ruptura grave de tubo
geral de água da AdeM. O que tem causado a queda da pressão de água nas torneiras das famílias
e deixando algumas ruas alagadas. Dos fontanários existentes identificou-se apenas 2 fontanários
inoperacionais.

Figura 50 - 1 e 2- Fontanários Inoperacional

Chamanculo D

O bairro é alimentado por um sistema de abastecimento de água de propriedade das Águas da


Região de Maputo (AdeM) através do centro distribuidor da área operacional de Chamanculo.
Este sistema assegura as necessidades de praticamente todos os moradores do bairro, apesar das
deficiências de funcionamento derivadas da informalidade dos assentamentos. O período de
fornecimento de água é de cerca de 8 horas por dia, das 3 horas da manhã às 11 horas). Assim,
para garantir água durante o dia é preciso recorrer ao sistema de reservatórios domiciliares. De
acordo com os dados apresentados pelo INE 2019 do censo 2017 o bairro conta com 13% de
ligação à rede, 69% de ligações no quintal, 16% torneira do vizinho, 2% de fonte não segura.

Segundo a AdeM o bairro possui 7,2 de extensão da rede de abastecimento, 1.900 de ligações
existentes, 1.640 de ligações ativas, 260 de ligações suspensas, 1.764 de ligações hidrometradas,
15.669 de ligações micromedidas e 30.938 de volume consumido.

Na primeira fase da visita, visitou-se cerca de 19 condomínios que totalizam 162 famílias
colectivas que partilham o mesmo quintal, das quais todos são proprietários das casas.

Na segunda fase da visita, visitou-se 3 famílias individuais das quais são proprietários, no total
das famílias entrevistadas foram 165 famílias vulneráveis, que equivale ao número das amostras
colhidas.

294
O gráfico abaixo ilustra o resultado obtido nas visitas realizadas em campo de acordo com as
amostras representativas usadas, o total das famílias visitadas, onde 165 famílias identificou-se
56 famílias que usam torneira do vizinho que equivale a 33%, 10 famílias têm torneira própria
equivalente a 8% e 99 famílias partilham a mesma torneira que equivale a 59% como ilustra o
gráfico abaixo.

Gráfico 20 - Tipo de fonte de água

Dos fontanários existentes identificou-se apenas 4 inoperacionais.

Figura 51 - Fontenário inoperacional

Identificou-se dispositivos de abastecimento de água nas valas de drenagem, tubos de água


expostos a céu aberto e alguns deles já estão com rupturas, e isso pode originar problemas de
contaminação da água devido a presença de resíduos sólidos dentro da vala, como ilustra as
imagens abaixo. Foi registrado pontos visíveis de perda de água originado de ruptura de tubo
dentro da vala de drenagem.

295
Figura 52 - Dispositivos de abastecimento de água nas valas de drenagem
Malanga

O bairro é alimentado por um sistema de abastecimento de água de propriedade das Águas da


Região de Maputo (AdeM) através do centro distribuidor da área operacional de Chamanculo.
Este sistema assegura as necessidades de praticamente todos os moradores do bairro, apesar das
deficiências de funcionamento derivadas da informalidade dos assentamentos. De acordo com os
dados apresentados pelo INE 2019 do censo 2017, o bairro da Malanga conta com uma cobertura
de abastecimento de água com 53% da ligação à rede, 27% de ligações no quintal e 20% de
torneiras no vizinho.

Segundo a AdeM o bairro possui 12,5 de extensão da rede de abastecimento, 1.955 de ligações
existentes, 1.799 de ligações ativas, 156 de ligações suspensas, 1.726 de ligações hidrometradas,
27.766 de ligações micromedidas e 78.359 de volume consumido.

Na primeira fase da visita, visitou-se cerca de 58 condomínios que totalizam 218 famílias que
partilham o mesmo quintal, das quais, 192 são proprietários das casas e 26 são casa da APIE e
estão em processo de regularização.

Na segunda fase da visita visitou-se 5 famílias onde 2 são proprietários das casas e 3 são casas
da APIE. O total das famílias visitadas foram 223.

E de acordo com os dados recolhidos em campo nas duas visitas efectuadas o questionário
pretendia saber a principal fonte de água das famílias vulneráveis nos 58 compones e nas famílias
individuais que no total foram uma amostra de 223 famílias vulneráveis das quais 193 usam
torneira do vizinho que equivale a 88 %, 10 famílias têm torneira própria a 5%, 13 famílias

296
partilham a mesma torneira a 6%, e 3 famílias usam água do fontanário a 1%, conforme ilustra o
gráfico abaixo.

Gráfico 21- Tipo de fonte

Identificou-se em frente à secretaria do bairro ruptura de um tubo de água e uma senhora com
recipientes aproveitando-se da água que saia do tubo. Houve registo de um fontanário
inoperacional e ao redor do fontanário ruptura de tubo de água, como ilustram as imagens abaixo.

Figura 53 – (1) Ruptura de tubo; (2) Aproveitamento da água; (3) Fontanário Inoperacional

Mikadjuine

O bairro é alimentado por um sistema de abastecimento de água de propriedade das Águas da


Região de Maputo (AdeM) através do centro distribuidor da área operacional de Chamanculo.
Este sistema assegura as necessidades de praticamente todos os moradores do bairro, apesar das
deficiências de funcionamento derivadas da informalidade dos assentamentos. O período de

297
fornecimento de água é de cerca de 8 horas por dia, das 3 horas da manhã às 11 horas). Assim,
para garantir água durante o dia é preciso recorrer ao sistema de reservatórios domiciliares. De
acordo com os dados apresentados pelo INE 2019 do censo 2017 o bairro da Mikandjuine conta
com uma cobertura de abastecimento de água com 22% da ligação à rede, 67% de ligações no
quintal, 10% de torneiras no vizinho. 1% de fonte não segura.

Segundo a AdeM o bairro possui 8,5 de extensão da rede de abastecimento, 1.284 de ligações
existentes, 1.084 de ligações ativas, 200 de ligações suspensas, 915 de ligações hidrometradas,
11.583 de ligações micromedidas e 25.674 de volume consumido.

E de acordo com os dados recolhidos em campo nas duas visitas efectuadas o questionário
pretendia saber a principal fonte de água das famílias vulneráveis colectivas e individuais, numa
amostra representativa identificou-se um total de 76 famílias vulneráveis nas duas visitas
efectuadas no bairro, conforme mostra o gráfico abaixo, constatou-se que 53 famílias usam a
torneira do vizinho que equivale a 70%, 21 tem torneiras própria a 27% e 2 famílias que partilham
a mesma torneira a 3%.

Gráfico 22 - Tipo de fonte

Não houve registo de fontanários, mercados, escolas públicas e paragens terminais de chapas.

Figura 54 - Dispositivo de abastecimento de água em algumas residências

298
Durante a visita em campo registou-se no quarteirão 28 um ponto de perda de água originado
pela ruptura de um tubo de água em frente a uma casa de banho partilhada por famílias que vivem
em condomínios. Também houve registo de tubos de água expostos na rua a céu aberto no
quarteirão 14 como ilustram as imagens abaixo.

Figura 55 - Ruptura de tubo e tubo exposto a céu aberto

Munhuana

O bairro é alimentado por um sistema de abastecimento de água de propriedade das Águas da


Região de Maputo (AdeM) através do centro distribuidor da área operacional de Chamanculo.
Este sistema assegura as necessidades de praticamente todos os moradores do bairro, apesar das
deficiências de funcionamento derivadas da informalidade dos assentamentos. O período de
fornecimento de água é de cerca de 8 horas por dia, das 3 horas da manhã às 11 horas). De acordo
os dados apresentados pelo INE 2019 do censo 2017, o bairro da Munhuana apresenta um nível
de cobertura de abastecimento com 27% da ligação à rede, 62% com ligação ao quintal, 11% de
torneiras do vizinho, 1% de fonte pública e 0% de fonte não segura.

299
Segundo a AdeM o bairro possui 10,6 de extensão da rede de abastecimento, 929 de ligações
existentes, 788 de ligações ativas, 141 de ligações suspensas, 720 de ligações hidrometradas,
7.860 de ligações micromedidas e 17.003 de volume consumido.

Na primeira fase da recolha dos dados colhidos no campo visitou-se 2 condomínios no quarteirão
16 e 17 num total de 13 famílias que partilham o mesmo quintal e usam a única torneira e
partilham a factura final do mês e na segunda fase da recolha foram 5 famílias individuais
identificou-se 3 famílias usam a torneira do vizinho e 2 têm torneira própria.

E de acordo com os dados recolhidos em campo nas duas visitas efectuadas, numa amostra
representativa, como resultado o gráfico abaixo mostra que 72% partilham a mesma torneira,
11% tem torneiras próprias e 17% recorrem a torneira do vizinho.

Gráfico 23 - Fonte de abastecimento de água das famílias

Constatou-se também que o bairro apresenta pontos visíveis de perdas de água em frente a uma
residência. Houve ainda registo de um fontanário inoperacional no quarteirão 18 que encontra-
se em estado de degradação. Registou-se tubos de água expostos a céu aberto dentro da vala de
drenagem como ilustra a figura abaixo. Não houve registo de nenhum fontanário.

Unidade 7

O bairro possui um sistema de abastecimento de água, de propriedade das Águas da Região de


Maputo (AdeM) através do centro distribuidor da área operacional de Chamanculo. Este sistema
assegura as necessidades de praticamente todos os moradores do bairro, apesar das deficiências
de funcionamento derivadas da informalidade dos assentamentos. De acordo com censo 2017, o
bairro apresenta um nível de cobertura de abastecimento de água, um total de 5% da ligação à
rede, 83% com ligação ao quintal, 12% de torneiras do vizinho e 0% de fonte não segura.

Segundo a AdeM o bairro possui 6,7 extensão da rede de abastecimento, 1.336 de ligações
existentes, 1.015 de ligações ativas, 321 de ligações suspensas, 934 de ligações hidrometradas,
6.653 de ligações micromedidas e 17.568 de volume consumido.

300
E de acordo com os dados recolhidos em campo nas duas visitas efectuadas, numa amostra
representativa, como resultado o gráfico abaixo mostra que 54% que equivale a 33 famílias
partilham a mesma torneira, 16% que equivale a 10 famílias têm torneiras próprias e 30% que
equivale a 18 usam torneira do vizinho.

Gráfico 24 - Fonte de captação de água

Houve registo de um problema grave de ruptura de tubo no quarteirão 12 e 17, identificou-se


ainda 4 fontanários inoperacionais, a situação é muito crítica de perdas de água, como ilustra as
imagens abaixo.

Xipamanine

O bairro possui um sistema de abastecimento de água, propriedade das Águas da Região de


Maputo (AdeM) através do centro distribuidor da área operacional de Chamanculo. Este sistema
assegura as necessidades de praticamente todos os moradores do bairro, apesar das deficiências
de funcionamento derivadas da informalidade dos assentamentos. De acordo com os dados
apresentados pelo INE 2019 do censo 2017, o bairro de Xipamanine apresenta um nível de
cobertura de abastecimento de água com 14% de ligação da rede, 66% de ligação no quintal, 20
% de torneira do vizinho e 0% de fonte não segura.

Segundo a AdeM o bairro possui 9 extensão da rede de abastecimento, 2.062 de ligações


existentes, 1.555 de ligações ativas, 507 de ligações suspensas, 1.350 de ligações hidrometradas,
12.580 de ligações micromedidas e 33.441 de volume consumido.

Na primeira fase da visita, visitou-se cerca de 35 condomínios num total de 214 famílias que
partilham o mesmo quintal, das quais 201 são proprietários das casas, e 13 famílias vivem nas
casas da APIE e que estão em processo de regularização. Na segunda fase do trabalho em campo,
visitou-se 5 famílias individuais das quais 2 são proprietários e três (3) arrendatárias.

E de acordo com os dados recolhidos em campo nas duas visitas efectuadas, numa amostra
representativa, como resultado o gráfico abaixo mostra que 26 famílias tem torneira própria
equivalente a 16%, 109 famílias recorrem a torneira do vizinho que equivale a 67%, 22 famílias

301
partilham a mesma torneira que equivale 13%, 5 famílias usam água do poço que equivale a 3%,
2 famílias usam água do fontanário feitos pela WSUP que equivale a 1%.

Gráfico 15 - Fonte de captação do Bairro de Xipamanine

Durante a visita registou-se um ponto de perda de água originado da ruptura de tubo, um poço
dentro do mercado da salubridade, identificou-se 3 fontanários inoperacionais nos Q.23, Q.18,
Q.41 e um operacional da WSUP, conforme ilustra as figuras abaixo.

FPLM

O bairro tem uma cobertura de abastecimento de água realizado pelas Águas da Região de
Maputo através do centro distribuidor da área operacional de Maxaquene. O abastecimento de
água no bairro é realizado por um período de 5 a 9h por dia. De acordo com os dados apresentados
pelo INE 2019 do censo 2017 o bairro apresenta um nível de cobertura de abastecimento de água
com 6% com ligação à rede, 74% com ligação ao quintal, 12% água canalizada do vizinho, 7%
torneira ou fonte do vizinho, 0% água engarrafada ou de camião cisterna, 0% furo ou poço
protegido e 0% poço desprotegido.

Segundo a AdeM o bairro possui 7,7 extensão da rede de abastecimento, 1.182 de ligações
existentes, 1.055 de ligações activas, 127 de ligações suspensas, 906 de ligações hidrometradas,
6.238 de ligações micromedidas e 8.534 de volume consumido.

Na primeira fase do trabalho de campo não houve registo de nenhum compone, isto é, famílias
colectivas que partilham o mesmo quintal. Contudo o bairro é caracterizado por famílias
proprietárias das suas residências. Na segunda fase visitou-se cinco (5) famílias E de acordo com
os dados recolhidos em campo nas duas visitas efectuadas o questionário pretendia saber a
principal fonte de água das famílias vulneráveis, numa amostra representativa, como resultado o
gráfico abaixo mostra que individuais e todas revelaram serem proprietárias das suas residências.

E de acordo com os dados recolhidos em campo nas duas visitas efectuadas o questionário
pretendia saber a principal fonte de água das famílias vulneráveis, numa amostra representativa,
como resultado o gráfico abaixo mostra que 60% das famílias utilizam água dos fontanários e

302
consegue fazer a sua reserva em pequenos galões com capacidade de 20 litros cada, 20% recorre
a torneira do vizinho e 20% tem torneira própria.

Gráfico 16 - Fontes de captação de água no bairro FPLM

Durante a visita ao campo foram identificados 8 fontanários públicos nos seguintes quarteirões
17,22,20,16,8,7 e 3 todos encontram-se inoperacionais. A água desses fontanários era fornecida
pela AdeM e alguns por FPA (Fornecedores privados de água). A degradação dos fontanários da
AdeM verifica-se devido ao seu pouco uso pelas famílias.

Houve registos de 4 pontos visíveis de perdas de água originados de ruptura de tubos de


abastecimento de água no quarteirão 4.

Figura 56-Fontanário Inoperacional; 2- Tanque de água em estado de degradação; 3- Perda de


água.

Mavalane A

O sistema de abastecimento de água do bairro é realizado pelas Águas da Região de Maputo


através do centro distribuidor da área operacional de Chamanculo e pelo FPA. De acordo com os
dados apresentados pelo INE 2019 do censo 2017 o bairro de Mavalane A apresenta um nível de
cobertura de abastecimento de água com 10% com ligação à rede, 80% com ligação ao quintal,

303
9% água canalizada do vizinho, 2% fonte pública, 0% água engarrafada ou de camião cisterna,
4% furo ou poço protegido e 0% poço desprotegido ou mola.

Segundo a AdeM o bairro possui 22,6 extensão da rede de abastecimento, 2.111 de ligações
existentes, 1.911 de ligações ativas, 200 de ligações suspensas, 1.394 de ligações hidrometradas,
10.851 de ligações micromedidas e 17.963 de volume consumido.

Na primeira fase do trabalho de campo não houve registo de nenhum compone, isto é, famílias
colectivas que partilham o mesmo quintal. Contudo o bairro é caracterizado por famílias
proprietárias das suas residências.

Na segunda fase visitou-se 5 famílias individuais e todas revelaram serem proprietárias das suas
residências, onde 2 famílias recorrem à água da torneira do vizinho, 1 família tem torneira própria
e a outra usa água do fontanário público.

Gráfico 17-Fontes de captação de água no bairro Mavalane A

Durante a visita ao campo foram identificados 6 fontanários públicos, apenas um (1) encontra-se
operacional e localiza-se no quarteirão 58, e os restantes cinco (5) encontram-se inoperacionais.
A água dos fontanários, tanto os operacionais assim como os inoperacionais é fornecida pela
AdeM, e os inoperacionais encontram-se em degradação e alguns foram vandalizados devido ao
pouco uso dos residentes. Houve registo de pontos visíveis de perdas de água originadas de
rupturas de tubo, conforme ilustra as imagens abaixo.

304
Figura 57 - 1 e 2- Fontanário Inoperacional e vandalizado; 2- Perda de água

Mavalane B

O sistema de abastecimento de água do bairro é realizado pelas Águas da Região de Maputo


através do centro distribuidor da área operacional de Chamanculo e por FPA. De acordo com os
dados apresentados pelo INE 2019 do censo 2017 o bairro apresenta um nível de cobertura de
abastecimento de água com 5% com ligação à rede, 82% com ligação ao quintal, 13% com água
canalizada do vizinho, 7% de fonte pública, 0% usa água engarrafada ou de camião cisterna, 4%
furo ou poço protegido e 0% poço desprotegido ou mola.

Segundo a AdeM o bairro possui 0,0 extensão da rede de abastecimento, 1.488 de ligações
existentes, 1.294 de ligações activas, 194 de ligações suspensas, 1.126 de ligações hidrometradas,
9.116 de ligações micromedidas e 11.024 de volume consumido

O gráfico abaixo apresenta resultados obtidos no campo, sendo que, na primeira visita em campo
ao bairro não foi identificada famílias colectivas pois segundo a secretaria do bairro, o bairro de
Mavalene B não possui compones. Na segunda visita, visitou-se 5 famílias individuais, onde
identificou-se 1 família que equivale a 20% utilizando água do fontanário e conseguem fazer
reserva em pequenos galões, 80% das 4 famílias possuem torneira própria. Salientar que todas
famílias vivem em quintais independentes.

305
Gráfico 18 - Fontes de captação de água no bairro Mavalane B

Identificou-se 2 fontanários públicos, e todos encontram-se inoperacionais. A água dos


fontanários era fornecida pela AdeM. Foi identificado um ponto visível de perda de água.

Figura 58 - Fontanário Inoperacional; 2- Perda de água

Urbanização

O sistema de abastecimento de água do bairro da Urbanização é realizado pelas Águas da Região


de Maputo através do centro operacional de Maxaquene. De acordo com os dados apresentados
pelo INE 2019 do censo 2017 o bairro Urbanização apresenta um nível de cobertura de 11% com
ligação à rede, 84% com ligação ao quintal, 5% água canalizada do vizinho, 0% torneira ou fonte
do vizinho, 0% água engarrafada ou de camião cisterna, 0% furo ou poço protegido e 0% poço
desprotegido ou mola.

Segundo a AdeM o bairro possui 14,4 extensão da rede de abastecimento, 2.346 de ligações
existentes, 2.149 de ligações activas, 197 de ligações suspensas, 1.751 de ligações hidrometradas,
17.157 de ligações micromedidas e 23.656 de volume consumido.

306
Com os dados obtidos em campo nas duas visitas efectuadas, foi possível visitar famílias
individuais e colectivas, identificou-se 2 compones, num total de 4 famílias colectivas que
partilham o mesmo quintal e para ter acesso a água recorrem a torneira do vizinho e as 5
individuais têm torneira própria. Contudo o gráfico abaixo reflecte os resultados obtidos, onde
com o número de amostras representativas usadas 44 % das famílias recorrem a torneira do
vizinho e 56% têm torneira própria.

Gráfico 19 - Fontes de captação de água no bairro Urbanização

Durante a visita ao campo foram localizados 5 fontanários públicos e todos encontram-se


inoperacionais. A água desses fontanários era fornecida pela AdeM.Foram identificados pontos
visíveis de perdas de água no quarteirão 9, tubos de água expostos próximos das águas residuais
provenientes da casa de banho no quarteirão 12 e no quarteirão 14 foi identificado uma ligação
clandestina.

Figura 59 -Tubos de água expostos próximos das águas residuais provenientes da casa de
banho; 2- Fontanário Inoperacional; 3- Perda de água

307
Maxaquene A

O sistema de abastecimento de água do bairro é abastecido pelas Águas da Região de Maputo


através do centro distribuidor na área operacional de Maxaquene. O abastecimento de água no
bairro é realizado por período de 4h a 11h por dia. Este bairro é caracterizado por famílias que
são proprietários das suas residências e algumas famílias revelaram que a aquisição da
propriedade é proveniente da herança deixada pelos pais. De acordo com os dados apresentados
pelo INE 2019 do censo 2017 o bairro apresenta um nível de cobertura de abastecimento de 15%
com ligação, 67% com ligação ao quintal, 18% torneira do vizinho, 5% de furo ou poço e 0% de
fonte não segura.

De acordo com os dados obtidos na AdeM o bairro possui 18,9 extensão da rede de
abastecimento, 2.940 de ligações existentes, 2.670 de ligações activas, 270 de ligações suspensas,
1.943 de ligações hidrometradas, 15.283 de ligações micromedidas e 22.212 de volume
consumido.
Com os dados obtidos em campo nas duas visitas efectuadas, foi possível visitar famílias
individuais e colectivas, identificou-se 2 compones e 5 famílias individuais, num total de 33
famílias colectivas que partilham o mesmo quintal e para ter acesso a água 18 famílias recorrem
a torneira do vizinho e 15 famílias cada tem torneira própria. Contudo o gráfico abaixo reflecte
o resultados obtidos, onde

Gráfico 20: Fonte de captação do bairro Maxaquene A

Houve registo de pontos visíveis de perdas de água originadas por ruptura de tubos de água nos
quarteirões 03, 54 e 57, conforme ilustra as imagens abaixo.

308
Figura 60 - 1- perda de água; 2- Fontanário Inoperacional

Mafalala

O bairro é abastecido pelas Águas da Região de Maputo através do centro distribuidor da área
operacional de Maxaquene. De acordo com os dados apresentados pelo INE 2019 do censo 2017o
bairro de Mafalala apresenta um nível de cobertura de abastecimento de água com 19% com água
canalizada, e 69% com ligação ao quintal, 11% água canalizada do vizinho, 0% torneira ou fonte
do vizinho, 1% água engarrafada ou de camião cisterna, 4% furo ou poço protegido e 0% poço
desprotegido ou mola.

Segundo a AdeM o bairro possui 19,5 extensão da rede de abastecimento, 3.050 de ligações
existentes, 2.731 de ligações activas, 310 de ligações suspensas, 2.190 de ligações hidrometradas,
18.070 de ligações micromedidas e 21.881 de volume consumido.

Durante a primeira visita ao bairro foram identificados famílias colectivas, porém foram apenas
4 compones precários nos quarteirões 25 onde 11 famílias equivalente a 18% têm ligação no
quintal partilham a mesma torneira, quarteirão 20 onde 30 famílias equivalente a 49% não têm
condições financeiras para uma ligação domiciliar recorrem a torneira dos vizinhos e quarteirão
10 onde 20 famílias equivalente a 33% têm torneira própria. O gráfico abaixo ilustra os
resultados obtidos.

309
Gráfico 21: Fonte de captação do bairro da Mafalala

Foram identificados 2 fontanários públicos e todos encontram-se inoperacionais e em estado de


degradação devido ao seu pouco uso pelas famílias, uma vez que a maioria delas beneficiou de
projectos voltados a ligações domiciliares pela WSUP.

Foram identificados problemas de implantação da rede e a ligações clandestinas (imagem 1), os


quais concorrem para a excessiva queda de press-ões bem como as fugas que resultam no
alagamento das ruas, agravando seriamente o problema do saneamento do bairro. Identificou-se
pontos visíveis de perdas de água neste bairro. Salientar que as perdas de água originadas de
ruptura de tubo de água neste bairro têm aumentado o caudal nas valas de drenagem que cobrem
o bairro, o que tem contribuído para o aumento das águas estagnadas, proliferação de répteis,
insectos e contaminação da própria água. Identificou-se dispositivos de abastecimento de água
nas valas de drenagem conforme ilustra as imagens abaixo.

Figura 61 - Ligação clandestina; 2- 4: Tubos de água expostos dentro da vala de drenagem

Inhagoia A

O sistema de abastecimento de água do bairro é realizado pelas Águas da Região de Maputo


através do centro distribuidor na área operacional de Chamanculo e por FPA. De acordo com os

310
dados apresentados pelo INE 2019 do censo 2017 o bairro apresenta um nível de cobertura de
abastecimento de água com 13% com ligação à rede, 76% com ligação ao quintal, 7% água
canalizada do vizinho, 3% torneira ou fonte do vizinho, 0% água engarrafada ou de camião
cisterna, 1% furo ou poço protegido e 0% poço desprotegido.

Segundo a AdeM o bairro possui 18 extensão da rede de abastecimento, 2.382 de ligações


existentes, 1.869 de ligações activas, 513 de ligações suspensas, 1.643 de ligações hidrometradas,
11.900 de ligações micromedidas e 27.553 de volume consumido.

Durante a primeira visita ao bairro não houve registo de famílias colectivas, porém na segunda
visita identificou-se 5 famílias que foi o número de amostras representativas usadas, onde 1
família equivalente a 20% usa água do poço e as restantes 4 famílias que equivale a 80% recorrem
a torneira do vizinho O gráfico abaixo ilustra os resultados obtidos.

Gráfico 22 - Fontes de captação de água no bairro Inhagoia A

Foram localizados 4 fontanários públicos, e todos encontram-se inoperacionais. A água dos


fontanários era fornecida pela AdeM, e alguns fontanários estão em estado de degradação e
outros sofreram vandalização das tubagens por parte da comunidade.

311
Figura 62 - 1-Fontenário público avariado, a esquerda; 2-Perdas de água nas vias de
circulação, a direita

Inhagoia B

O sistema de abastecimento de água do bairro é realizado pelas Águas da Região de Maputo


através do centro operacional de Chamanculo, e por FPA. De acordo com os dados apresentados
pelo INE 2019 do censo 2017 o bairro apresenta um nível de cobertura com 11% com ligação à
rede, e 72% com ligação ao quintal, 11% água canalizada do vizinho, 4% torneira ou fonte do
vizinho, 0% água engarrafada ou de camião cisterna, 2% furo ou poço protegido e 1% poço
desprotegido.

Segundo a AdeM o bairro possui 12,2 extensão da rede de abastecimento, 2.419 de ligações
existentes, 1.999 de ligações ativas, 420 de ligações suspensas, 1.579 de ligações hidrometradas,
13.187 de ligações micromedidas e 31.329 de volume consumido.

Durante o trabalho de campo visitou-se famílias colectivas e individuais, o gráfico abaixo


apresenta os resultados obtidos de acordo com as mostras representativas usadas, na primeira
visita identificou-se famílias colectivas em 5 compones num total de 19 famílias vulneráveis
onde 11 famílias partilham a mesma torneira e 8 famílias cada tem sua torneira. Na segunda visita
foram identificadas 5 famílias onde 3 famílias têm torneira própria e consegue fazer a sua reserva
em pequenos galões, 1 família usa água do poço e a outra recorre a torneira no vizinho.

312
Gráfico 23 - Fonte de captação no bairro Inhagoia B

Não houve registo de fontanários durante a visita ao bairro nem registo de pontos visíveis de
perdas de água.

Figura 63 - Tanque de abastecimento de água de um furo privado do bairro Inhagoia B

313
Luís Cabral

O sistema de abastecimento de água do bairro é realizado pelas Águas da Região de Maputo


através do centro distribuidor da área operacional de Chamanculo. De acordo com os dados
apresentados pelo INE 2019 do censo 2017 o bairro de Luís Cabral apresenta um nível de
cobertura com 14% com ligação à rede, 65% com ligação ao quintal, 13% água canalizada do
vizinho, 7% torneira ou fonte do vizinho, 0% água engarrafada ou de camião cisterna, 0% furo
ou poço protegido e 0% poço desprotegido ou mola.

Segundo a AdeM o bairro possui 28,9 extensão da rede de abastecimento, 4.705 de ligações
existentes, 3.531 de ligações ativas, 1.174 de ligações suspensas, 2.866 de ligações
hidrometradas, 28.514 de ligações micromedidas e 86.004 de volume consumido.

O gráfico abaixo ilustra os resultados obtido, no entanto na primeira visita não foi identificada
nenhuma família colectiva, mas na segunda visita foram visitadas 5 famílias Entretanto das 5
famílias 60% delas (3 famílias) têm torneira própria e consegue fazer a sua reserva em pequenos
galões e pagam em volta de 600 Mts por mês, duas (2) retiram água na torneira do vizinho e
alternam o pagamento das facturas. Salientar que todas as famílias entrevistadas vivem em
quintais independentes.

Gráfico 24 - Fonte de captação do bairro Luís Cabral

Durante a visita ao campo foram localizados 6 fontanários públicos, e três deles encontram-se
operacional e os restantes inoperacionais.

314
Figura 64 - 1- Fontenário inoperacional; 2- Fontanário operacional

Nsalene

O sistema de abastecimento de água do bairro é realizado pelas Águas da Região de Maputo


através do centro distribuidor da área operacional de Chamanculo. De acordo com os dados
apresentados pelo INE 2019 do censo 2017 o bairro apresenta um nível de cobertura de 17%
com ligação à rede, 51% com ligação ao quintal, 7% água canalizada do vizinho, 2% torneira ou
fonte do vizinho, 0% água engarrafada ou de camião cisterna, 18% furo ou poço protegido e 2%
poço desprotegido.

Segundo a AdeM o bairro possui 3,9 extensão da rede de abastecimento, 255 de ligações
existentes, 140 de ligações ativas, 115 de ligações suspensas, 114 de ligações hidrometradas,
1.145 de ligações micromedidas e 2.974 de volume consumido.

Duarte a vista em campo visitou-se famílias colectivas e individuais onde foram identificados 3
compones e 5 famílias individuais num total de 9 famílias das quais, uma (1) família tem torneira
própria, duas ( 2) recorrem a água do vizinho e seis (6) partilham a mesma torneira. O gráfico
abaixo ilustra os resultados obtidos.

Gráfico 25 - Fonte de captação do bairro Nsalene

315
Durante a visita ao campo foram localizados 3 fontanários nos quarteirões 1, 7 e 10 e todos
encontram-se inoperacionais.

Figura 65 - 1- Fontanário Inoperacional; 2 e 3- Ruptura de tubo de agua

Abastecimento de Água nas Escolas, Mercados e Terminais de Chapas

a) Escolas

Verificou-se a questão de abastecimento de água nas escolas públicas dos bairros e foram
identificadas escolas públicas no bairro do Aeroporto A nomeadamente: ES Unidade 19 no
quarteirão 32, Escola Secundária do Aeroporto no quarteirão 9, Escola Nacional de Artes e Ofício
no quarteirão 26. Constatou-se que das três (3) escolas identificadas somente duas (2) a Escola
Secundária do Aeroporto no quarteirão 9, Escola Nacional de Artes e Ofício no quarteirão 26
têm acesso água e uma (1) está em obras (construção de sanitários) a ES Unidade 19 no quarteirão
32.

No bairro do Aeroporto B, foi identificada no quarteirão 13 a EPC Unidade 18 constatou-se que


tem acesso a água, tem um reservatório, é abastecida pela AdeM, tem uma bomba que abastece
o tanque subterrâneo, tem sofrido problemas de vandalização, roubo de torneiras.

Em Chamanculo B foi identificada uma escola no quarteirão 17, Escola Secundária Unidade 11
constatou-se que não tem problemas de abastecimento de água, é abastecida pelo próprio furo.

Foi identificada a Escola Unidade 10 no bairro do Chamanculo D que contém 2 reservatórios de


100L cada, é abastecida pela AdeM 24h/24h, tem bebedores no recinto da escola mas as torneiras
foram vandalizados e a EPC Unidade 19 estão em obras (construção de sanitários), não tem
lavatórios nem bebedores.

316
No bairro de Munhuana identificou-se 2 escolas públicas com problemas de abastecimento de
água nomeadamente: EPC de Minkadjuine localizado no quarteirão 3, a escola tem dois tanques
de água, que abastece os bebedores e as casas de banho, a EP Amílcar Cabral, localizado no
quarteirão 5 tem um tanque de água de 100 litros e se encontram vazios, torneiras vandalizadas.

No bairro do Xipamanine foi identificada no quarteirão 56 a EPC Unidade 16 onde constatou-se


problemas de abastecimento de água nas casas de banho, não tem segurança na escola e tem
sofrido muita vandalização (roubo de acessórios de torneiras).

Identificada a Escola Primária Completa de Mavalane A tem sofrido constantemente de


vandalismo no roubo de torneiras, os lavatórios estão com problemas não tem torneiras e não sai
água), quando chove a escola fica toda alagada inclusive a campo de futebol em frente a escola.

No bairro Urbanização identificou-se a Escola Primária 4o Congresso no quarteirão 1, a escola


não está a funcionar por falta de água corrente, tem problemas do sistema de abastecimento de
água, segundo o Director da escola afirmou que a escola tem uma projecto de montagem de
torneira em cada sala de aulas mas que não foram montadas durante a construção da escola não
foram montadas as torneiras, a escola neste momento é alimentada pela AdeM por um
reservatório onde tem reservado a água, a escola não tem nenhuma bomba de água, nas casa de
banho tem 6 tanques de lusalite de 150 a 200 L.

Em Luís Cabral foram identificadas 2 escolas a EPC Unidade 5 no quarteirão 28 onde constatou-
se que os bebedouros estão avariados, a EPC Luís Cabral no quarteirão 19 onde apresentam
problemas em 10 salas, não tem tecto, quando chove a água penetra e entra dentro das salas de
aula. O muro foi vandalizado, segundo o Director da escola já existe um projecto do município
para construção do muro. As condições estão minimamente criadas, tem água disponível
abastecida pela AdeM e a EPC Unidade 6 no quarteirão 32 tem problemas com a bomba e os
tanques que abastecem a escola são subterrâneos.

E para outras escolas não mencionadas, todas elas têm acesso a água, não apresentaram nenhum
problema relacionado ao abastecimento de água.

317
Figura 66 - Fontes de água nas escolas

b) Mercados

Houve registo de 1 mercado no bairro Aeroporto B, o Mercado Vulcano onde constatou-se que
tem acesso a água, tem um reservatório de água sem bomba.

No bairro do Xipamanine foram registados 3 Mercados, um informal da bazuca onde constatou-


se que o mercado tem uma torneira que abastece todo o mercado e o Mercado da salubridade:
tem falta de água, não dispõe de nenhuma torneira nem tanque de água.

No bairro de Mavalane A identificou-se que o mercado de Mavalane tem acesso a água que é
abastecida por um furo privado.

No bairro da Urbanização foi identificado o Mercado Adelina (antigamente chamado mercado


Mazambane) tem um fontanário inoperacional próximo a paragem de chapas ‘praça dos heróis’,
tem problemas graves de ruptura de tubos de água, o mercado é abastecido pela AdeM.

No bairro Luís Cabral o mercado identificado com o mesmo nome é abastecido pelas águas da
região, tem duas torneiras que abastecem o mercado todo, uma é usada para o uso doméstico e
outra que alimenta a casa de banho pública. Não tem chapas no período chuvoso passa mal com
a infiltração de água.

No bairro de Chamanculo A foi identificado o Mercado Fajardo, tem um tanque de abastecimento


de água que alimenta o mercado todo e um reservatório.

318
Figura 67 - 1-Poço de água no mercado Salubridade; 2- Reservatório de água mercado da
Unidade 7

c) Terminais de Chapa

No bairro de Xipamanine foi identificado um terminal de chapa onde constatou-se que tem um
tanque mas não bomba de água servem como reservatórios de água.

Paragem da bazuca, não tem sistema de abastecimento de água, não foi identificada nenhuma
torneira.

Figura 68 - Abastecimento de água na terminal de Xipamanine

319
Projectos existentes abrangentes a área de intervenção

● Projecto de Abastecimento de água ao Grande Maputo: Construção de nova estação


de tratamento, adutora, expansão da rede de distribuição e 100,000 ligações, ano 2014-
2019, prevendo-se beneficiar a cerca de 25000 pessoas, responsável FIPAG;
● Projecto de Abastecimento de água ao Grande Maputo: Instalação de bombas e
equipamentos eléctricos para melhoria das condições de operação da ETA de Umbeluzi
e CDs, ano 2021,responsável FIPAG;

Bairro Designação Ano Extensão NL(Un População Custo( MZM)


Km) ) servida
(Un)

Xipamanine 2009 3.2 267 1,415 1,578,868.19

2011/2
Mafalala 012 6.9 345 1,829 2,837,691.44

chamanculo C 2012 6.9 1011 5,358 3700000

Unidade 7 2014 4.7 196 1,039 1,685,025.31

Projecto de
Chamanculo Extensão da
BeD rede 2014 11.7 460 2,438 3,188,908.91

Minkadjuine 2015 6.6 1,075 5,698 2,500,000.00

Inhagoia A e
B 2012 9.7 490 2,597 3,750,659.00

Mavalane A 2012 10.2 510 2,703 3,953,850.00

Luis Cabral 2012 10.8 485 2,571 3,721,486.20

TOTAIS 59.9 7,359 23,076 23,195,002.85

Tabela 55 - Projecto existente da extensão da rede de abastecimento de água na área de


intervenção

320
5.6.4. Saneamento

O saneamento básico, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), é a gestão e controle


dos fatores físicos que podem produzir efeitos nocivos no homem, prejudicando o seu bem-estar
físico, mental e social. A água, o saneamento e a higiene são componentes vitais para o
desenvolvimento sustentável e para a redução da pobreza. A ausência destes, gera a principal
causa da malária, a diarreia e da cólera. Atualmente os líderes políticos e especialistas do sector
têm gerado uma nova dinâmica nestas áreas tão importantes, no sentido de levar o progresso
avante.

Na Área Metropolitana de Maputo os serviços de saneamento baseiam-se, fundamentalmente,


em sistemas de baixo custo, como latrinas e fossas sépticas, sendo estimado que apenas uma
fracção reduzida da população é servida pela rede de colectores enterrados.

Na zona urbana consolidada do Município de Maputo existem redes de drenagem de águas


residuais e pluviais, que na maioria das vezes funcionam de forma interligada, constituindo-se
em sistema “misto”.

Segundo informações obtidas no levantamento de campo para a elaboração do Plano Director,


neste caso para área de intervenção dos projectos constatou-se que a conduta elevatória que liga
a EE2 ao emissário da Av. Joaquim Chissano apresenta roturas, o que impede naturalmente a
condução dos efluentes domésticos ao emissário, mesmo que a EE2 entre novamente em
funcionamento. Há portanto necessidade de reabilitar a conduta elevatória a jusante da EE2.
Adicionalmente, o emissário doméstico da Av. Joaquim Chissano, que conduz os efluentes do
Sistema 2 até à ETAR do Infulene, apresenta três sifões que podem comprometer o seu bom
funcionamento hidráulico.

Descrição do sistema de rede de esgoto

O município de Maputo inclui duas áreas naturais de captação de escoamento, parte da água é
descarregada diretamente para a baía e a água de superfície que vem do norte da cidade é levada
para o Vale de Infulene (ETAR). A cidade está equipada com duas redes principais de esgotos e
de escoamento.

Sistema 1: sistema combinado – é um sistema combinado de recolha de águas pluviais e de águas


residuais localizado na cidade do Cimento, cobre 20% da cidade serve 265.000 pessoas (WSUP,
2013). O cumprimento total da rede é cerca de 70 Km e os principais coletores transportam a
água para 12 pontos de descarga ao longo da baía. O sistema também serve algumas zonas peri-
urbanas em Mafalala, Luís Cabral com canais abertos ou valetas de escoamento. O efluente, os
desperdícios sólidos são descarregados para a baía sem nenhum tratamento e isso tem criado um
bloqueio na conduta de cimento devido a sujidade.

Sistema 2: sistema de recolha e tratamento de águas residuais/ sistema parcialmente combinado


– é um sistema unitário com canais de escoamento separado que cobrem uma distância de apenas

321
16 Km através das áreas de Malhangalene A e B, Maxaquene A, Urbanização, Munhuana e
Xipamanine. O principal canal deste sistema de escoamento é de secção trapezoidal e corre ao
longo da Av. Joaquim Chissano, ligando uma série de canais de escoamento secundários.

Mapa 43 - Rede de saneamento da área de intervenção

Problemas identificados no sistema de esgoto existente

A infra-estrutura existente, neste caso o sistema de esgoto encontra-se degradada e/ou assoreada,
principalmente na rede de esgotos combinada de águas residuais e pluviais. A dificuldade de
acesso aos tubos, causada principalmente pela pavimentação das ruas (sem a respectiva elevação
das câmaras de visita), mostra que também não é possível realizar operações de controlo e
manutenção na rede actual.

Além disso, de acordo com informações de trabalho de campo verificou-se que através de
algumas caixas de visita transbordando, contudo o tubo de pressão que liga o EE2 ao esgoto
principal da Av. Joaquim Chissano tem fugas, o que impede naturalmente a bombagem de águas
residuais para o esgoto principal. Por conseguinte, é necessário reconstruir a tubagem de pressão
a jusante do EE2. E de acordo com o Plano Director de Saneamento e Drenagem a conduta de
águas residuais da Av. Joaquim Chissano, que descarrega as águas residuais do Sistema 2 para a
ETAR do Infulene, tem três sifões, o que pode comprometer o seu comportamento hidráulico
adequado.

322
Estação elevatória de bombagem

As estações de águas residuais EE1 e EE2 foram concebidas em 1984, pela empresa D.H.V, que
na altura lhes chamava Estação de Bombagem D e Estação de Bombagem C.

De acordo com o Plano Director de Saneamento e Drenagem em termos de dimensionamento e


concepção geral, é um sistema combinado no qual EE1 e EE2 foram concebidos para 2,5 vezes
o caudal máximo de águas residuais, descarregando o excedente no mar (32 descargas anuais
previstas). Estas descargas e a respectiva distribuição dos fluxos são feitas em câmaras
específicas de controlo do fluxo da tempestade localizadas a montante de cada estação.

A estação de bombagem EE1 consiste basicamente em dois compartimentos adjacentes, em betão


armado, totalmente enterrados, com acesso por tampas e escadas verticais. As águas residuais
que chegam a cada câmara de controlo conduzem o fluxo de tempo seco para a respectiva estação
de bombagem. Quando o nível se eleva à entrada deste esgoto porque o seu caudal máximo foi
atingido, ou porque a respectiva estação de bombagem atingiu a sua capacidade máxima de
bombagem, então, ao elevar o nível nesta câmara de controlo, o caudal em excesso é dirigido
para o mar.

A estação de bombagem EE2 consiste basicamente em dois compartimentos adjacentes, em betão


armado, totalmente enterrados, com acesso por tampas e escadas verticais. Os painéis eléctricos
e outros equipamentos eléctricos estão dentro de abrigos, em chapa metálica, colocados no
exterior, no solo. A área de instalação parece ser capaz de acomodar qualquer extensão que possa
ser necessária.

Durante a visita em campo visitou-se as estacões de bombagem grande ao longo da Avenida


Julius Nyerere, entre o Bairro Sommerchild e a Universidade Eduardo Mondlane, nas seguintes
coordenadas geográficas 460410.88E e 7129245.512N e a estacão de bombagem localizada na
Avenida Bamabe Tawe nas seguintes coordenadas geográficas 459845.672E e 7127628.642N,
verificou-se que alguns elementos que compõe as estacões de bombagem foram vandalizadas as
tampas metálicas que protegiam as bombas, inexistência de ferramentas, presença de resíduos
sólidos dento da estacão, conforme ilustram as imagens abaixo.

323
Figura 69 - Estacão elevatório de bombagem de águas residuais da Av. Julius Nyerere.

Figura 70 - Estacão de bombagem de água residuais na Avenida Bamabe Tawe

Gestão de lamas fecais

A gestão de lamas fecais constitui um grande desafio ao saneamento do Município de Maputo.


Segundo o Plano Director de Saneamento e Drenagem, estima-se que mais de 80% da população
vive em zonas peri-urbanas e depende de soluções de saneamento localizado. A falta de acesso
ao saneamento básico é principalmente grave nos assentamentos informais e áreas peri-urbanas
da cidade, resultando em surtos frequentes de cólera, doenças diarreicas generalizadas e alta
mortalidade infantil.

324
Em Maputo, a maioria dos esvaziamentos de latrinas e fossas é efectuado por operadores
privados. A maioria presta serviços durante a noite, para mitigar os problemas com os vizinhos.
Segundo Muximpa e Hawkin (2013), existem três tipos de prestadores de serviços de recolha de
lamas fecais em Maputo:

● Operadores informais, que efectuam esvaziamentos manuais com recurso a balde;


● Organizações comunitárias de base (OCB) prestadoras de serviços, designadamente
ADASBU, Xivoningo, Kuthunga, ACADEC;
● Uma microempresa prestadora de serviços, UGSM (Uaene Gama de Serviços de Maputo).

Existem também camiões tanque e limpa-fossas, operados pelo Conselho Municipal de Maputo
e por alguns operadores privados que procedem ao esvaziamento de fossas sépticas,
maioritariamente na Baixa de Maputo. As lamas recolhidas por estes veículos são atualmente
transportadas para a ETAR do Infulene e descarregadas nas lagoas anaeróbias.

Recolha e armazenamento das lamas

As lamas fecais são colhidas através das sanitas ou latrinas para o seu armazenamento em fossas
sépticas ou em latrinas, onde possuem o tratamento adequado conforme recomenda a Postura de
Saneamento de Drenagem da Cidade de Maputo. Sendo que estas na sua maioria são bi-
compartimentadas onde a parte líquida é descarregada usualmente no solo, através de um poço
de infiltração e o restante passa por um tratamento inicial de digestão anaeróbia, durante o
período de armazenamento.

Esvaziamento, transporte das lamas e destino final

Dos levantamentos efectuados constatou-se que todas as áreas do projecto contribuem para a
ETAR através de esvaziamento, para os casos em que se usa fossas sépticas e transporte por meio
de camiões. O esvaziamento das lamas fecais é realizado em função da infraestrutura de
saneamento (exemplo: tipos de latrinas ou fossas). Estas etapas são efectuadas por meios
mecânicos e manuais (Camiões ou tractores, bombas a diesel com os seus respectivos
componentes, baldes e equipamentos de protecção individual), até ao local de tratamento e
deposição das lamas. O destino final das é realizado na ETAR de Infulene. A maior parte das
lamas proveniente das latrinas é enterrada nos quintais ou são depositadas em contentores
públicos de lixo ou ainda depositadas nas valas de drenagem, sendo que a outra parte é que é
direccionada para as estações de tratamento de águas residuais.

O tratamento das lamas fecais

O tratamento das lamas de lamas de fecais realiza-se na ETAR de Infulene, como também em
residências através do enceramento de latrinas contendo dejetos. A ETAR de Infulene possui o
tipo de tratamento de sistemas de lagoas de estabilização, consistem no tratamento em lagoas,
sem necessidade de intervenção de meios mecânicos. Tendo sido projectada para servir cerca de
90 000 habitantes, estima-se que actualmente serve menos de 10 000. Actualmente é composta

325
por duas lagoas anaeróbicas com uma área superficial de 310 m2 cada uma e um volume
aproximado total de 15.000 m3, onde ocorre o pré-tratamento, com uma probabilidade de
redução de carga orgânica de cerca de 45%, de seguida, duas lagoas facultativas com uma área
de 3400 m², cada uma, e volume aproximado total de 115 000 m3, onde ocorre o tratamento final
(remoção da matéria orgânica. O tratamento das lamas tem como principal objectivo garantir a
proteção da saúde e do meio ambiente.

Caracterização dos prestadores de serviço - Organizações Baseadas na Comunidade

As associações descritas abaixo caracterizam-se por prestarem serviços à comunidade,


relativamente à recolha de lamas fecais, para além de prestarem outros serviços ligados ao
saneamento. Nos bairros da área de intervenção do PTUM, encontram-se 6 associações de
recolha de lamas fecais nomeadamente: Npucanine (Sedeada em Mavalane A), ACADEC
(Sedeada em Chamanculo B), Mbonga Mbilu (Sedeada em MIkadjuine), ACODESPU (Situada
no Luís Cabral), ADEMA (Sedeada em Inhagoia B) e AKK (Situada em Inhagoia A), ADASBU
(Sedeada na urbanização).

326
Média
Unidades Beneficiários (Beneficiários/
Unidade)
CBP 864 13,436 16
BSC 95 4,996 53
959 18,432

Contribuições
Contribuições
Financiador Unidades Beneficiários dos Beneficiários Notes
CMM MZN
MZN
BSC - BMGF 1 186 -
BSC - USAID 10 931 -
BSC - VITOL 3 208 -
BSC - AusAID 10 813 -
BSC -
13 700 67,455 84,000
DFAT/TCCAF
BSC - JSDF 50 1,904 246,064 1,240,000
BSC - WFW05 - Contribuições
3 84 12,300 -
Aeroporto B por finalizar
BSC - WFW09 - Contribuições
2 70 2,000 -
Aeroporto B por finalizar
BSC - WFW09 -
3 100 18,000 -
Chamanculo C
CBP - DFAT 54 957 228,220 -
CBP- DFID 200 3,133 800,000 4,500,000
CBP - WFW05 - Contribuições
50 777 110,900 -
Aeroporto B por finalizar
CBP - JSDF 400 6,714 1,600,000 -
CBP - DFID -
14 96 - -
ASF
CBP - DFID -
23 162 - -
ASF
CBP- WFW09 -
23 146 - -
ASF
CBP- WFW09 - Contribuições
50 756 77,250 -
Aeroporto B por finalizar
CBP- WFW09 - Contribuições
50 695 183,000 -
Chamanculo C por finalizar
50 a serem
CBP - WSC01 -
construídas em
Chamanculo C
2020
12 a serem
CBP - ASF 2020 construídas em
2020
Total BSC 95 4,996 345,819 1,324,000
Total CBP 864 13,436 2,999,370 4,500,000
TOTAL 959 18,432 3,345,189 5,824,000
Tabela 56 - Lista dos projectos realizados no âmbito do saneamento

Estação de transferência de lamas (ETL)

A ETLF localiza-se no bairro de Maxaqueni A pertencente a empresa Uaene Gama de Serviços


de Maputo (USGM), foi construída a nos anos de 2012 e teve o seu encerramento no ao de 2015,
sendo que esta funcionou por um período de 4 anos. Esta ETLF teve um financiamento da WSUP
no valor de 30 000 dólares. As lamas eram transportadas para a ETAR de Infulene através de
camiões vácuos. Sendo que para o manuseio das mesmas era usado a Gupa (Instrumento Manual

327
de sucção de lamas). A ETLF tinha uma capacidade de 80 metros cúbicos, constituídos por dois
depósitos (tanques), feitos de material de betão. Esta estacão abrangia todos os bairros do Distrito
Municipal kaMaxaqueni e outros Bairros arredores. Fazia prestação de serviços de recolha de
lamas nas residências e os valores cobrados variavam de 800 a 1200 Mt por m3.

O que levou ao encerramento da ETLF foi devido as politicas municipais (Taxas aplicadas),
sendo que estas produziam pouco lucro o que não possibilitava fazer o pagamento das taxas.
Outro factor foi a entrada dos Operadores Privados, e estes possuem grande capacidade de
recolha, aproximadamente 4 000 litros, contra os 500 litros possuídos pela associação.

Gráfico 26 - Diagrama de funcionamento das ETLF

As ETL são, portanto, soluções adequadas em áreas onde não é possível a circulação de veículos
de grandes dimensões, tipicamente em bairros com ocupação periurbana. Nessas áreas,
considera-se que os trabalhos de recolha e transporte das lamas desde as latrinas e fossas e até às
ETL (recolha primária), serão efectuados por tanques do tipo “Vacutug”. Estes equipamentos,
que podem ter uma capacidade entre 500 e 1900 l, são constituídos por um tanque em vácuo e
uma bomba para remoção das lamas ligada a um depósito de combustível. A descarga das lamas
para as ETL poderá ser realizada por gravidade ou através da bomba de lamas.

328
Figura 71 - Vacutug - Exemplo de tanque para recolha e transporte de lamas

Em Maputo, após identificação das zonas da cidade sem arruamentos de acesso, foram definidos
os locais para construção das ETL, tendo-se assumido como referência uma distância máxima de
500 m entre as estações e as latrinas ou fossas a servir. Refere-se ainda que as ETL foram
localizadas em pontos que garantam o fácil acesso dos equipamentos de transporte primário
("vacutugs"), minimizando também o custo associado ao transporte secundário. Em fase de
execução da obra, pode ser necessário negociar a disponibilidade de terrenos com várias
entidades (governamentais e proprietários dos terrenos).

Situação actual de Saneamento

O saneamento nos assentamentos informais encontra-se em duas vertentes, podendo ser


apresentado em colectivos e individuais. O saneamento colectivo é apresentado principalmente
nos chamados componentes, onde vivem agregados de famílias diferentes no mesmo quintal. O
Distrito Municipal Nlhamankulu apresenta maior taxa de uso de saneamento colectivo em
relação aos outros distritos municipais. A rede de recolha de águas residuais cobre uma parte da
área de intervenção (Alguns bairros do distrito Nlhamankulu), concretamente a área consolidada
dos respectivos bairros. Da área do projecto são beneficiados pela rede de colectores os bairros
Chamanculo A, Malanga e Minkadjuine,

Atualmente nos assentamentos informais a gestão das lamas fecais é realizada por operadores
privados e organizações baseadas na comunidade. Sendo que algumas dessas organizações
apresentam uma taxa de cobertura bastante reduzida, sendo suprimida pelos operadores privados
de recolha de águas residuais.

Aeroporto A

Segundo o INE 2019 o bairro do Aeroporto A apresenta um nível de cobertura de saneamento


com a seguinte descrição: 26% da população tem casa de banho interior com autoclismo, 37%
tem casa de banho interior sem autoclismo, 14% tem casa de banho exterior sem autoclismo,
18% usa latrina VIP, 5% usa latrina tradicional revestida, 0% usa latrina tradicional precária.

329
O sistema de saneamento (colectores de águas residuais) do bairro do Aeroporto A descreve a
parte sul do seu perímetro pela Av. Joaquim Chissano. Entretanto este colector não beneficia a
nenhuma parcela deste bairro, pois foi construído de modo a beneficiar a zona parcial consolidada
de Malhangalene A, B e Maxaquene A. Boa percentagem da população deste bairro vive em
quintais independentes, sendo que durante a nossa visita, entrevistou-se ao todo vinte (20)
condomínios, na qual apresentam em média 15 pessoas a compartilharem o mesmo sanitários,
sendo que este aspecto foi verificado nos quarteirões 24,25,10,9,31,36,33,11,17,28,36,35, e cinco
(5) famílias que vivem em suas habitações independentes.

Figura 72 - Esquerda: Latrina feita de betão, Direita: Latrina sobre a fossa séptica

O bairro caracteriza-se por apresentar uma mistura de soluções de saneamento (Individual e


colectivo). Das visitas que se realizaram, foram inquiridas vinte e seis (26) lotes de famílias,
sendo que vinte (20) compreendem soluções individuais e os restantes seis (6) compreendem as
soluções colectivas. No que concerne nas soluções colectivas os lotes visitados apresentam na
sua maioria em média de 15 pessoas a compartilharem o mesmo sanitário. Devido ao número
elevado de pessoas que compartilham o mesmo sanitário, as questões higiénicas dos sanitários
apresentam um baixo nível de higienização. Outra coisa que é constrangedora é a sua maior
afluência no período da manhã, quando os residentes dos respectivos compones necessitam de
fazer a sua higienização, para se deslocar ao trabalho ou à escola.

Nos lotes denominados compones, apenas quatro (4) possuem ligação a fossa séptica, sendo que
estes encaminham o seus dejectos são retirados por camião cisterna e encaminhados para a
Estação de Tratamento de Águas Residuais (ETAR) de Infulene, enquanto que os lotes
remanescentes, fazem a gestão do lodo fecal em casa, abrindo outra cova para fazer uma nova
latrina, quando a anterior esgota a sua capacidade de encaixe do lodo. Sendo que este trabalho é
feito pelos agregados familiares, tarefa esta muito perigosa, pois periga a saúde dos mesmos, uma
vez que não possuem nenhuma formação para o manuseio das lamas nem equipamento ideal para
o manuseio das lamas. Sendo que este método é o mais barato para eles.

330
Gráfico 27 - Tipo de latrinas existentes no Bairro do Aeroporto A

O revestimento lateral nas latrinas é aplicado de modo a evitar desabamentos e aumentar a vida
útil das mesmas, no que refere-se à garantia da profundidade pré adquirida até ao fim da vida útil
da mesma. Dos vinte seis (26) lotes visitados, dez (10) apresentaram revestimento lateral de
alvenaria de blocos na sua latrina e coberta por uma laje de betão, dez (10) revelaram e
confirmou-se que a sua latrina não possui revestimento, factores estes reduzem a vida útil das
mesmas principalmente no período chuvoso as mesmas sofrem de erosão. Os dois (5) lotes com
fossa séptica apresentaram construções moderadamente convencionais, sendo que algumas são
bi-compartimentadas como refere a alínea d) do n⁰ 2 do artigo 40 da Postura de Saneamento e
Drenagem da cidade de Maputo, entre outros aspectos que se faz menção no mesmo artigo. Sendo
que estes factores interferem directamente no processo de tratamento das águas negras assim
como a sua depuração que realiza-se no poço de infiltração.

Gráfico 28 - Revestimento das latrinas/fossas no bairro Aeroporto A

O tempo de enchimento das fossas é directamente proporcional ao número de usuários das


mesmas. Entretanto existem outros factores que relacionados a interpares que aceleram a vida
útil das mesmas, como também a deposição de outros objectos nas latrinas ou fossas que não
correspondem a excreta. A maioria das latrinas que levam meses a encher são encontradas nos
condomínios conhecidos como camponês.

331
Gráfico 29 - Tempo de enchimento das latrinas no bairro Aeroporto A

As latrinas tradicionais revestidas revelam-se serem adequadas em varias vertentes,


principalmente nos assentamentos informais, uma vez que este bairro apresenta um nível baixo
do lençol freático, as latrinas são feitas com grandes profundidades, o que favorece para uma
longa vida da latrina. O único problema é que e oneroso fazer o esvaziamento da latrina devido
às matérias utilizados para o seu manuseio.

Aeroporto B

Segundo o INE 2019 o bairro do Aeroporto B apresenta um nível de cobertura de saneamento


com a seguinte descrição: 5% da população tem casa de banho interior com autoclismo, 32% tem
casa de banho interior sem autoclismo, 18% tem casa de banho exterior sem autoclismo, 30%
usa latrina VIP, 14% usa latrina tradicional revestida, 1% usa latrina tradicional precária.

O sistema de saneamento (colectores de águas residuais) do bairro do Aeroporto B descreve a


parte Sul Oeste do seu perímetro pela Av. Joaquim Chissano. Entretanto este colector não
beneficia a nenhuma parcela deste bairro, pois foi construído de modo beneficiar somente a zona
parcial consolidada de Malhangalene A e B, Maxaquene A. Boa percentagem da população deste
bairro vive em quintais independentes, sendo que durante a nossa visita, entrevistou-se ao todo
vinte e seis (26) condomínios, na qual apresentam em média 16 pessoas a compartilharem o
mesmo sanitários, sendo que este aspecto foi verificado nos quarteirões 10,12,13, 40, 38, 37, 24,
28, 21, 20,30, e cinco (5) famílias que vivem em suas habitações independentes.

332
Figura 73 - Esquerda: Sanitário feito pela WSUP, Direita: Sanita por cima da fossa

O bairro caracteriza-se por apresentar uma mistura de soluções de saneamento (Individual e


colectivo). Das visitas que se realizaram, foram inquiridas trinta e um (31) lotes de famílias,
sendo que vinte (20) compreendem soluções colectivas e os restantes seis (6) compreendem as
soluções individuais. No que concerne nas soluções colectivas os lotes visitados apresentam na
sua maioria em média de 16 pessoas a compartilharem o mesmo sanitário. Devido ao número
elevado de pessoas que compartilham o mesmo sanitário, as questões higiénicas dos sanitários
apresentam um baixo nível de higienização. Outra coisa que é constrangedora é a sua maior
afluência no período da manhã, quando os residentes dos respectivos compones necessitam de
fazer a sua higienização, para se deslocar para as suas actividades diárias.

Nos lotes denominados compones, apenas sete (7) possuem ligação a fossa séptica, sendo que
estes irão encaminhar os dejectos retirados por camião cisterna para a ETAR de Infulene uma
vez que as fossas ainda não encheram, enquanto que os lotes remanescentes, fazem a gestão do
lodo fecal em casa, abrindo outra cova para fazer uma nova latrina, quando a anterior esgota a
sua capacidade de encache do lodo. Sendo em dezassete (17) casas que este trabalho é feito pelos
agregados familiares em alguns casos pelos pedreiros da zona, tarefa esta muito perigosa, pois
periga a saúde dos mesmos, uma vez que não possuem nenhuma formação para o manuseio das
lamas nem equipamento ideal para o manuseio das lamas. Sendo que este método é o mais barato
para os habitantes.

Gráfico 30 - Tipo de latrinas existentes no Bairro do Aeroporto B

333
O revestimento lateral nas latrinas é aplicado de modo a evitar desabamentos e aumentar a vida
útil das mesmas, no que refere-se à garantia da profundidade pré adquirida até ao fim da vida útil
da mesma. Dos trinta e um (31) lotes visitados, vinte e dois (22) apresentaram revestimento
lateral de alvenaria de blocos na sua latrina e coberta por uma laje de betão. Os sete (7) lotes com
fossa séptica, apresentaram construções convencionais, sendo que todas são bi-
compartimentadas como refere a alínea d) do n⁰ 2 do artigo 40 da Postura de Saneamento e
Drenagem da cidade de Maputo, entre outros aspectos que se faz menção no mesmo artigo.

Gráfico 31 - Revestimento das latrinas/fossas no bairro Aeroporto B

O tempo de enchimento das fossas não é possível mensurar uma vez que estas ainda não
encheram, sendo que estas apresentam uma acima de 2 anos. Enquanto que as fossas levam em
média um ano a encher. A deposição de outros objectos nas latrinas ou fossas que não
correspondem a excreta influenciam na vida útil da mesma.

Gráfico 32 - tempo de enchimento das latrinas no bairro Aeroporto B

As latrinas tradicionais revestidas revelam-se serem adequadas em várias vertentes,


principalmente nos assentamentos informais, uma vez que este bairro apresenta um nível baixo

334
do lençol freático, as latrinas são feitas com grandes profundidades, o que favorece para uma
longa vida das mesmas. O único problema é que é oneroso fazer o esvaziamento da latrina devido
aos materiais utilizados para o seu manuseio.

Xipamanine

Segundo o INE 2019 o bairro de Xipamanine o apresenta um nível de cobertura de saneamento


com a seguinte descrição: 9% da população tem casa de banho interior com autoclismo, 46% tem
casa de banho interior sem autoclismo, 14% tem casa de banho exterior sem autoclismo, 20%
usa latrina VIP, 11% usa latrina tradicional revestida, 1% usa latrina tradicional precária.

O bairro dispõe de uma rede de drenagem de águas residuais abrangente a parte consolidada onde
encontra-se os prédios. O único colector público existente é o que percorre o trecho ao longo da
Rua Irmãos Roby, na parte asfaltada. Sabe-se que depois do Mercado de Xipamanine o lanço de
estrada até próximo da Av. Joaquim Chissano limite Norte do Bairro. A partir do final do lanço
asfaltado não existem dados do trajecto do colector. Todavia, é provável que o transporte das
águas residuais tenha lugar até ao colector principal da Av. Joaquim Chissano. Boa percentagem
da população deste bairro vive em quintais independentes, sendo que durante a nossa visita,
entrevistou-se ao todo vinte (35) condomínios, na qual apresentam em média 17 pessoas a
compartilharem o mesmo sanitários, sendo que este aspecto foi verificado nos quarteirões
23,5,3,4,8,37,36,43,52 e 28, e cinco (5) famílias que vivem em suas habitações independentes.

A drenagem das águas residuais domésticas, a par da drenagem das águas pluviais constitui um
dos grandes problemas de saúde pública no bairro que urge atacar e ultrapassar. Nas actuais
circunstâncias a probabilidade de proliferação de epidemias tende a aumentar, infelizmente. O
problema assume contornos alarmantes tendo em conta a elevada densidade populacional na
parte informal do bairro. Este facto aliado á falta de recursos para a construção de latrinas e o
elevado lençol freático faz com que algumas sejam obrigadas a depositarem as águas residuais
nas valas de drenagem, assim como na estrutura viária. O sistema de esgotos do município é
precário, em algumas ruas ele corre a céu aberto, causando um forte mau cheiro, atraindo muitos
insectos. É comum a utilização de fossas rudimentares na maioria das residências, mas, devido à
pequena profundidade do solo, os dejectos das fossas contaminam o lençol freático, e
consequentemente a água dos poços.

335
Figura 74 - Esquerda: Águas residuais nas estruturas viárias, Direita: Águas residuais
encaminhadas para a estrutura viária

O bairro caracteriza-se por apresentar uma mistura de soluções de saneamento (Individual e


colectivo). Das visitas que se realizaram, foram inquiridas quarenta (40) lotes de famílias, sendo
que cinco (5) compreendem soluções individuais e os restantes trinta e cinco (35) compreendem
as soluções colectivas. No que concerne nas soluções colectivas os lotes visitados apresentam na
sua maioria em média de 15 pessoas a compartilharem o mesmo sanitário. Devido ao número
elevado de pessoas que compartilham o mesmo sanitário, as questões higiénicas dos sanitários
apresentam um baixo nível de higienização. Outra coisa que é constrangedora é a sua maior
afluência no período da manhã, quando os residentes dos respectivos compones necessitam de
fazer a sua higienização, para se deslocar ao trabalho ou a escola.

Figura 75 - Esquerda: Sanitário compartilhado financiado pela WSUP, Direita: Banheira de


betão com águas brancas

336
Nos lotes denominados compones, apenas nove (9) possuem ligação a fossa séptica, sendo que
estes encaminham o seus dejectos são retirados por camião cisterna e encaminhados para a
(ETAR) de Infulene, enquanto que os lotes remanescentes, fazem a gestão do lodo fecal em casa,
abrindo outra cova para fazer uma nova latrina, quando a anterior esgota a sua capacidade de
encache do lodo, o que remete aos habitantes fazerem várias covas na suas residências e estas
encontram-se lotadas com lodo subterrado. Sendo que este trabalho é feito pelos agregados
familiares, tarefa esta muito perigosa, pois periga a saúde dos mesmos, uma vez que não possuem
nenhuma formação para o manuseio das lamas nem equipamento ideal para o manuseio das
lamas. Sendo que este método é o mais barato.

Gráfico 33 - Tipo de latrinas existentes no Bairro do Xipamanine

O revestimento lateral nas latrinas é aplicado de modo a evitar desabamentos e aumentar a vida
útil das mesmas, no que refere-se à garantia da profundidade pré adquirida até ao fim da vida útil
da mesma. Dos quarenta (40) lotes visitados, onze (11) apresentaram revestimento lateral de
alvenaria de blocos na sua latrina e coberta por uma laje de betão, trinta e nove (39) revelaram e
confirmou-se que as suas latrinas não possuem outro tipo de revestimento, como paus e bidões,
factores estes reduzem a vida útil das mesmas principalmente no período chuvoso as mesmas
sofrem de erosão. Os nove (9) lotes com fossa séptica apresentam construções convencionais,
sendo bi-compartimentadas como refere a alinha d) do n⁰ 2 do artigo 40 da Postura de
Saneamento e Drenagem da cidade de Maputo, entre outros aspectos que se faz menção no
mesmo artigo. Sendo que estes factores interferem directamente no processo de tratamento das
águas negras assim como a sua depuração que realiza-se no poço de infiltração, apesar do elevado
nível do lençol freático influenciar negativamente na operação das mesmas.

Gráfico 34 - Revestimento das latrinas/fossas no bairro Xipamanine

337
O tempo de enchimento das fossas é directamente proporcional ao número de usuários das
mesmas. Entretanto existem outros factores que relacionados a interpares que aceleram a vida
útil das mesmas, como também a deposição de outros objectos nas latrinas ou fossas que não
correspondem a excreta. A maioria das latrinas que levam meses a encher são encontradas nos
condomínios conhecidos como compones.

Gráfico 35 - tempo de enchimento das latrinas no bairro Xipamanine

As latrinas tradicionais revestidas revelam-se não serem adequadas neste bairro em varias
vertentes, principalmente nos assentamentos informais, uma vez que este bairro apresenta um
nível elevado do lençol freático, as latrinas são feitas em pequenas profundidades.

Mikandjuine

Segundo o INE 2019 o bairro de Mikadjuine apresenta um nível de cobertura de saneamento com
a seguinte descrição: 19% da população tem casa de banho interior com autoclismo, 39% tem
casa de banho interior sem autoclismo, 24% tem casa de banho exterior sem autoclismo, 15%
usa latrina VIP, 3% usa latrina tradicional revestida, 0% usa latrina tradicional precária.

O bairro dispõe de uma rede de drenagem de águas residuais beneficiando apenas a parte
consolida onde encontra-se os prédios. O único colector público existente é o que percorre no
trecho ao longo da Rua Irmãos Roby no perímetro Sul Oeste do Bairro. Todavia, o transporte das
águas residuais vai interceptar o colector principal localizado na Av. Joaquim Chissano. Boa
percentagem da população deste bairro vive em quintais dependentes, sendo que durante a nossa
visita, entrevistou-se ao todo oito (8) condomínios, na qual apresentam em média 16 pessoas a
compartilharem o mesmo sanitários, sendo que este aspecto foi verificado nos quarteirões 25, 30,
45, 36, 48,24 e 10, e cinco (5) famílias que vivem em suas habitações independentes.

338
Figura 76 - Direita-Sanitário com revestimento de chapa, Esquerda – Sanitário com sanita
Turca

O bairro caracteriza-se por apresentar uma mistura de soluções de saneamento (Individual e


colectivo). Das visitas que se realizaram, foram inquiridas treze (13) lotes de famílias, sendo que
cinco (5) compreendem soluções individuais e os restantes oito (8) compreendem as soluções
colectivas. No que concerne nas soluções colectivas os lotes visitados apresentam na sua maioria
em média de 15 pessoas a compartilharem o mesmo sanitário. Devido ao número elevado de
pessoas que compartilham o mesmo sanitário, as questões higiénicas dos sanitários apresentam
um baixo nível de higienização deterioração. Outra coisa que é constrangedora é a sua maior
afluência no período da manhã, quando os residentes dos respectivos compones necessitam de
realizar as suas actividades fisiológicas.

Nos lotes denominados compones, apenas dois (2) possuem ligação a fossa séptica, sendo que
estes os seus dejectos são retirados por camião cisterna e encaminhados para a (ETAR) de
Infulene, enquanto que os lotes remanescentes, fazem a gestão do lodo fecal em casa, abrindo
outra cova para fazer uma nova latrina, quando a anterior esgota a sua capacidade de encache do
lodo, o que remete aos habitantes fazerem varias covas na suas residências e estas encontram-se
lotadas com lodo subterrado. Sendo que este trabalho é feito pelos agregados familiares, em
alguns casos pelos pedreiros do bairro, tarefa esta muito perigosa, pois periga a saúde dos
mesmos, uma vez que não possuem nenhuma formação para o manuseio das lamas nem
equipamento ideal para o manuseio das lamas. Sendo que este método é o mais baratos.

339
Gráfico 36 - Tipo de latrinas existentes no Bairro do Mikadjuine

O revestimento lateral nas latrinas é aplicado de modo a evitar desabamentos e aumentar a vida
útil das mesmas, no que refere-se à garantia da profundidade pré adquirida até ao fim da vida útil
da mesma. Dos treze (13) lotes visitados, (7) apresentaram revestimento lateral de alvenaria de
blocos na sua latrina e coberta por uma laje de betão, seis (6) revelaram e confirmou-se que as
suas latrinas possuem outro tipo de revestimento, como paus e bidões, factores estes reduzem a
vida útil das mesmas principalmente no período chuvoso as mesmas sofrem de erosão. Os dois
(2) lotes com fossa séptica apresentam construções convencionais, sendo bi-compartimentadas
como refere a alínea d) do n⁰ 2 do artigo 40 da Postura de Saneamento e Drenagem da cidade de
Maputo, entre outros aspectos que se faz menção no mesmo artigo. Sendo que estes factores
interferem directamente no processo de tratamento das águas negras assim como a sua depuração
que realiza-se no poço de infiltração, apesar do elevado nível do lençol freático influenciar
negativamente na operação das mesmas.

Gráfico 37 - Revestimento das latrinas/fossas no bairro Mikadjuine

O tempo de enchimento das fossas é directamente proporcional ao número de usuários das


mesmas. Entretanto existem outros factores que estão relacionados a interpares que aceleram a
vida útil das mesmas (período chuvoso), como também a deposição de outros objectos nas
latrinas ou fossas que não correspondem a excreta. A maioria das latrinas que levam meses a
encher são encontradas nos condomínios conhecidos como compones.

340
Gráfico 38 - tempo de enchimento das latrinas no bairro Mikadjuine

As latrinas tradicionais revestidas revelam-se não serem adequadas neste bairro em várias
vertentes, principalmente nos assentamentos informais, uma vez que este bairro apresenta um
nível elevado do lençol freático, as latrinas são feitas em pequenas profundidades.

Unidade 7

Segundo o INE 2019 o bairro da Unidade 7 apresenta um nível de cobertura de saneamento com
a seguinte descrição: 16% da população tem casa de banho interior com autoclismo, 33% tem
casa de banho interior sem autoclismo, 19% tem casa de banho exterior sem autoclismo, 25%
usa latrina VIP, 7% usa latrina tradicional revestida, 1% usa latrina tradicional precária.

O bairro dispõe de uma rede de drenagem de águas residuais mais não abrangem nenhuma
parcela do bairro. O único colector público existente é o que corre no trecho ao longo da Av.
Joaquim Chissano em direcção a ETAR de Infulene. Boa percentagem da população deste bairro
vive em quintais independentes, sendo que durante a nossa visita, entrevistou-se ao todo
dezassete (17) condomínios, na qual apresentam em média 17 pessoas a compartilharem o
mesmo sanitários, sendo que este aspecto foi verificado nos quarteirões 10, 18, 17, 11, 19, 14,
21, 22, 24 e 6, e cinco (5) famílias que vivem em suas habitações independentes.

O bairro caracteriza-se por apresentar uma mistura de soluções de saneamento (Individual e


colectivo). Das visitas que se realizaram, foram inquiridas vinte e dois (22) lotes de famílias,
sendo que cinco (5) compreendem soluções individuais e os restantes dezassete (17)
compreendem as soluções colectivas. No que concerne nas soluções colectivas os lotes visitados
apresentam na sua maioria em média de 14 pessoas a compartilharem o mesmo sanitário. Devido
ao número elevado de pessoas que compartilham o mesmo sanitário, as questões higiénicas dos
sanitários apresentam um baixo nível de higienização. Outra coisa que é constrangedora é a sua
maior afluência no período da manhã, quando os residentes dos respectivos compones necessitam
de fazer a sua higienização, para se deslocar ao trabalho ou à escola.

341
Figura 77 - Local para fazer ducha, Direita: Fossa séptica em condições precárias

Nos lotes denominados compones, apenas sete (7) possuem ligação a fossa séptica, sendo que
estes encaminham o seus dejectos são retirados por camião cisterna e encaminhados para a
(ETAR) de Infulene, enquanto que os lotes remanescentes, fazem a gestão do lodo fecal em casa,
abrindo outra cova para fazer uma nova latrina, quando a anterior esgota a sua capacidade de
encache do lodo, sendo que este bairro tem a particularidade do lençol freático encontrar-se em
grande profundidade, consequentemente as latrinas levam mais tempo a atingir a sua capacidade
máxima. Sendo que este trabalho é feito pelos agregados familiares em casos particulares é
realizado pelos pedreiros do bairro, tarefa esta muito perigosa, pois periga a saúde dos mesmos,
uma vez que não possuem nenhuma formação para o manuseio das lamas nem equipamento ideal
para o manuseio das lamas. Sendo que este método é o mais baratos.

Gráfico 39 - Tipo de latrinas existentes no Bairro do Unidade 7

O revestimento lateral nas latrinas é aplicado de modo a evitar desabamentos e aumentar a vida
útil das mesmas, no que refere-se a garantia da profundidade pré adquirida até ao fim da vida útil
da mesma. Dos vinte e dois (22) lotes visitados, doze (12) apresentaram revestimento lateral de
alvenaria de blocos na sua latrina e coberta por uma laje de betão, dez (10) revelaram e
confirmou-se que as suas latrinas não possuem outro tipo de revestimento, como paus e bidões.
Os sete (7) lotes com fossa séptica apresentam construções convencionais, sendo bi-
compartimentadas como refere a alinha d) do n⁰ 2 do artigo 40 da Postura de Saneamento e
Drenagem da cidade de Maputo, entre outros aspectos que se faz menção no mesmo artigo. Sendo
que estes factores interferem positivamente no processo de tratamento das águas negras assim
como a sua depuração que realiza-se no poço de infiltração, sendo que este não é perturbado pelo
nível do lençol freático.

342
Gráfico 40 - Revestimento das latrinas/fossas no bairro Unidade 7

O tempo de enchimento das fossas é directamente proporcional ao número de usuários das


mesmas. Entretanto existem outros factores que relacionados a deposição de outros objectos nas
latrinas ou fossas que não correspondem a excreta. A maioria das latrinas que levam meses a
encher são encontradas nos condomínios conhecidos como compones, excepto as que não
possuem tratamento de lodo convencional, uma vez que todas elas revelam que a sua fossa ainda
não encheu.

Gráfico 41 - Tempo de enchimento das latrinas no bairro Unidade 7

As latrinas tradicionais revestidas revelam-se serem adequadas neste bairro em várias vertentes,
uma vez que este bairro apresenta um baixo do lençol freático, as latrinas são feitas em grandes
profundidades, o que contribui para o aumento da sua vida útil.

Chamanculo A

Segundo o INE 2019 o bairro de Chamanculo A apresenta um nível de cobertura de saneamento


com a seguinte descrição: 9% da população tem casa de banho interior com autoclismo, 24% tem
casa de banho interior sem autoclismo, 16% tem casa de banho exterior sem autoclismo, 34%
usa latrina VIP, 16% usa latrina tradicional revestida, 1% usa latrina tradicional precária.

343
O bairro dispõe de uma rede de drenagem de águas residuais abrangente a parte consolidada onde
encontra-se os prédios. O colector público existente é o que percorre a parte Sul Oste do bairro,
na parte asfaltada, na zona Av. do Trabalho. As águas residuais são transportadas até ao colector
que situa-se na Av. 24 de Julho, junto a praça 16 de Junho junto Toyota de Moçambique. Boa
percentagem da população deste bairro vive em quintais dependentes, sendo que durante a nossa
visita, entrevistou-se ao todo dezasseis (16) condomínios, na qual apresentam em média 15
pessoas a compartilharem o mesmo sanitários, sendo que este aspecto foi verificado nos
quarteirões 14 e 15, e cinco (5) famílias que vivem em suas habitações independentes.

O bairro caracteriza-se por apresentar uma mistura de soluções de saneamento (Individual e


colectivo). Das visitas que se realizaram, foram inquiridas vinte e um (21) lotes de famílias, sendo
que cinco (5) compreendem soluções individuais e os restantes dezasseis (16) compreendem as
soluções colectivas. No que concerne nas soluções colectivas os lotes visitados apresentam na
sua maioria em média de 15 pessoas a compartilharem o mesmo sanitário. Devido ao número
elevado de pessoas que compartilham o mesmo sanitário, as questões higiénicas dos sanitários
apresentam um baixo nível de higienização. Outra coisa que é constrangedora é a sua maior
afluência no período da manhã, quando os residentes dos respectivos compones necessitam de
fazer a sua higienização, para se deslocar ao trabalho ou a escola.

Figura 78 - Esquerda: Sanitário compartilhado, Direita: Sanita Turca no interior do sanitário

Nos lotes denominados compones, apenas seis (6) possuem ligação a fossa séptica, sendo que
estes encaminham os seus dejectos são retirados por camião cisterna e encaminhados para a
(ETAR) de Infulene, enquanto que os lotes remanescentes, fazem a gestão do lodo fecal em casa,
abrindo outra cova para fazer uma nova latrina, quando a anterior esgota a sua capacidade de
encache do lodo, o que remete aos habitantes fazerem varias covas na suas residências e estas
encontram-se lotadas com lodo subterrado. Sendo que este trabalho é feito pelos agregados
familiares, tarefa esta muito perigosa, pois periga a saúde dos mesmos, uma vez que não possuem
nenhuma formação para o manuseio das lamas nem equipamento ideal para o manuseio das
lamas. Sendo que este método é o mais barato.

344
Gráfico 42 - Tipo de latrinas existentes no Bairro do Chamanculo A

O revestimento lateral nas latrinas é aplicado de modo a evitar desabamentos e aumentar a vida
útil das mesmas, no que refere-se a garantia da profundidade pré adquirida até ao fim da vida útil
da mesma. Dos vinte e um (21) lotes visitados, oito (8) apresentaram revestimento lateral de
alvenaria de blocos na sua latrina ou fossa e coberta por uma laje de betão, treze (13) revelaram
e confirmou-se que as suas latrinas possuem outro tipo de revestimento, como paus e bidões,
factores estes reduzem a vida útil das mesmas principalmente no período chuvoso as mesmas
sofrem de erosão. Os seis (6) lotes com fossa séptica apresentam construções convencionais
abrangidos pelo projecto WSUP, sendo bi-compartimentadas como refere a alínea d) do n⁰ 2 do
artigo 40 da Postura de Saneamento e Drenagem da cidade de Maputo, entre outros aspectos que
se faz menção no mesmo artigo. Sendo que estes factores interferem directamente no processo
de tratamento das águas negras assim como a sua depuração que realiza-se no poço de infiltração,
apesar do elevado nível do lençol freático influenciar negativamente na operação das mesmas.

Gráfico 43 - Revestimento das latrinas/fossas no bairro Chamanculo

O tempo de enchimento das fossas é directamente proporcional ao número de usuários das


mesmas. Entretanto existem outros factores que relacionados a interpares que aceleram a vida
útil das mesmas, como também a deposição de outros objectos nas latrinas ou fossas que não
correspondem a excreta. A maioria das latrinas que levam meses a encher são encontradas nos
condomínios conhecidos como compones, mas não os beneficiados pelo projecto WSUP.

345
Gráfico 44 - tempo de enchimento das latrinas no bairro Chamanculo A

As latrinas tradicionais revestidas revelam-se não serem adequadas neste bairro em várias
vertentes, principalmente nos assentamentos informais, uma vez que este bairro apresenta um
nível elevado do lençol freático, as latrinas são feitas em pequenas profundidades.

Chamanculo B

Segundo o INE 2019 o bairro Chamanculo B apresenta um nível de cobertura de saneamento


com a seguinte descrição: 9% da população tem casa de banho interior com autoclismo, 46% tem
casa de banho interior sem autoclismo, 14% tem casa de banho exterior sem autoclismo, 20%
usa latrina VIP, 11% usa latrina tradicional revestida, 1% usa latrina tradicional precária.

O bairro dispõe de uma rede de drenagem de águas residuais abrangente a parte consolidada onde
encontra-se os prédios. O único colector público existente é o que corre no trecho ao longo da
Av. Trabalho, na parte asfaltada, assim como percorre o seu perímetro ao longo do Bairro, na
parte Sul, Este e Oeste, mas não beneficiando os assentamentos informais. As águas residuais
são transportadas para o colector situado na Av. 24 de Julho que de seguida são encaminhados
para o mar. Boa percentagem da população deste bairro vive em quintais independentes, sendo
que durante a nossa visita, entrevistou-se ao todo vinte e seis (26) condomínios, na qual
apresentam em média 8 pessoas a compartilharem o mesmo sanitários, sendo que este aspecto
foi verificado nos quarteirões 14,12,9, 3, 8, 13, 2, 1, 16, 18, 7, 4, e cinco (5) famílias que vivem
em suas habitações independentes.

Devido ao número elevado de pessoas que compartilham o mesmo sanitário, as questões


higiénicas dos sanitários apresentam um baixo nível de higienização. Outra coisa que é
constrangedora é a sua maior afluência no período da manhã, quando os residentes dos
respectivos compones necessitam de fazer a sua higienização, para se deslocar ao trabalho ou a
escola.

346
Figura 79 - Esquerda: local para fazer ducha, Direita: latrina com revestimento de pneus

Nos lotes denominados compones, apenas oito (8) possuem ligação a fossa séptica, sendo que
estes encaminham o seus dejectos são retirados por camião cisterna e encaminhados para a
(ETAR) de Infulene, enquanto que os lotes remanescentes, fazem a gestão do lodo fecal em casa,
abrindo outra cova para fazer uma nova latrina, quando a anterior esgota a sua capacidade de
encache do lodo, o que remete aos habitantes fazerem varias covas na suas residências e estas
encontram-se lotadas com lodo subterrado. Sendo que este trabalho é feito pelos agregados
familiares em outros casos pelos pedreiros do bairro quando os agregados possuem condições
financeiras. A tarefa de manusear as lamas é demasiada perigosa, pois periga a saúde dos
mesmos, uma vez que não possuem nenhuma formação para o manuseio das lamas nem
equipamento ideal para o manuseio das lamas.

Gráfico 45 - Tipo de latrinas existentes no Bairro do Chamanculo B

O revestimento lateral nas latrinas é aplicado de modo a evitar desabamentos e aumentar a vida
útil das mesmas, no que refere-se a garantia da profundidade pré adquirida até ao fim da vida útil
da mesma. Dos vinte e um (21) lotes visitados, doze (12) apresentaram revestimento lateral de
alvenaria de blocos na sua latrina ou fossa e coberta por uma laje de betão, nove (9) revelaram e
confirmou-se que as suas latrinas possuem outro tipo de revestimento, como paus e bidões,
factores estes reduzem a vida útil das mesmas principalmente no período chuvoso as mesmas
sofrem de erosão. Os oito (8) lotes com fossa séptica, apresentam construções convencionais
financiados pelo projecto WSUP, sendo bi-compartimentadas como refere a alinha d) do n⁰ 2 do
artigo 40 da Postura de Saneamento e Drenagem da cidade de Maputo, entre outros aspectos que
se faz menção no mesmo artigo. Sendo que estes factores interferem directamente no processo

347
de tratamento das águas negras assim como a sua depuração que realiza-se no poço de infiltração,
apesar do elevado nível do lençol freático influenciar negativamente na operação das mesmas.

Gráfico 46 - Revestimento das latrinas/fossas no bairro Chamanculo B

O tempo de enchimento das fossas é directamente proporcional ao número de usuários das


mesmas. Entretanto existem outros factores que relacionados a interpares que aceleram a vida
útil das mesmas, como também a deposição de outros objectos nas latrinas ou fossas que não
correspondem a excreta. A maioria das latrinas que levam meses a encher são encontradas nos
condomínios conhecidos como compones que não foram abrangidos pelo projecto WSUP.

Gráfico 47 - Tempo de enchimento das latrinas no bairro Chamanculo B

As latrinas tradicionais revestida revelam-se não serem adequadas neste bairro em varias
vertentes, principalmente nos assentamentos informais, uma vez que este bairro apresenta um
nível elevado do lençol freático, as latrinas são feitas em pequenas profundidades.

Chamanculo D

Segundo o INE 2019 o bairro apresenta um nível de cobertura de saneamento com a seguinte
descrição: 9% da população tem casa de banho interior com autoclismo, 40% tem casa de banho

348
interior sem autoclismo, 22% tem casa de banho exterior sem autoclismo, 20% usa latrina VIP,
9% usa latrina tradicional revestida, 0% usa latrina tradicional precária.

O bairro dispõe de uma pequena fracção da rede de drenagem de águas residuais abrangendo a
parte informal. O único colector público existente é proveniente da Rua Irmãos Ruby. A partir
do final do lanço do colector não existem dados do trajecto do colector. Todavia, é provável que
o transporte das águas residuais tenha lugar até ao colector principal da Av. Joaquim Chissano.
Boa percentagem da população deste bairro vive em quintais independentes, sendo que durante
a nossa visita, entrevistou-se ao todo dezanove (19) condomínios, na qual apresentam em média
30 pessoas a compartilharem o mesmo sanitários, sendo que este aspecto foi verificado nos
quarteirões 4,36,35,38,37 e 18, e cinco (5) famílias que vivem em suas habitações independentes.

Figura 80 - Esquerda – Latrina tipo Turca de betão, Direita – Local de ducha com águas
brancas

Este bairro apresenta pouca percentagem de problemas relacionados a deposição de esgoto


doméstico nas valas de drenagem. Há anos anteriormente era frequente a ocorrência destes
problemas, mas com sensibilização e a jornadas de limpeza tem minimizando a sua ocorrência.
A maioria das famílias que faz o lançamento de águas residuais, vivem ao longo da vala de
drenagem que localiza-se ao longo da via principal, sendo que esta, vai desaguar na vala situada
na avenida de Angola. Algumas famílias possuem tubagens que ligam directamente a vala de
drenagem e as outras fazem o lançamento através de baldes. Esses efluentes são constituídos na
sua maioria por águas provenientes de lavagem de roupa, loiça e do banho entre outros que não
foram revelados com uma contribuição estimada em 48 Litros/hab/dia. Estes problemas são
verificados na sua maioria nos quarteirões (6, 11, 12, 18).

349
Figura 81 - Direita – Vala de drenagem entupida, Esquerda – lançamento de águas residuais
por uma residência

Nos lotes denominados compones, apenas cinco (5) possuem ligação a fossa séptica, sendo que
os seus dejectos são retirados por camião cisterna e encaminhados para a (ETAR) de Infulene
pelos operadores privados, enquanto que os lotes remanescentes, fazem a gestão do lodo fecal
em casa, abrindo outra cova para fazer uma nova latrina, quando a anterior esgota a sua
capacidade de encache do lodo, o que remete aos habitantes fazerem varias covas na suas
residências e estas encontram-se lotadas com lodo subterrado. Sendo que este trabalho é feito
pelos agregados familiares em outros casos e feito pelos pedreiros da zona, tarefa esta muito
perigosa, pois periga a saúde dos mesmos, uma vez que não possuem nenhuma formação para o
manuseio das lamas nem equipamento ideal para o manuseio das lamas.

Gráfico 48 - Tipo de latrinas existentes no Bairro do Chamanculo D

O revestimento lateral nas latrinas é aplicado de modo a evitar desabamentos e aumentar a vida
útil das mesmas, no que refere-se à garantia da profundidade pré adquirida até ao fim da vida útil
da mesma. Dos vinte e seis (26) lotes visitados, oito (8) apresentaram revestimento lateral de
alvenaria de blocos na sua latrina ou fossa e coberta por uma laje de betão, dezoito (18) revelaram
e confirmou-se que as suas latrina não possuem outro tipo de revestimento, como paus e bidões,
factores estes reduzem a vida útil das mesmas principalmente no período chuvoso as mesmas
sofrem de erosão. Os cinco (5) lotes com fossa séptica apresentam construções convencionais,

350
sendo bi-compartimentadas como refere a alinha d) do n⁰ 2 do artigo 40 da Postura de
Saneamento e Drenagem da cidade de Maputo, entre outros aspectos que se faz menção no
mesmo artigo. Sendo que estes factores interferem directamente no processo de tratamento das
águas negras assim como a sua depuração que realiza-se no poço de infiltração, apesar do elevado
nível do lençol freático influenciar negativamente na operação das mesmas.

Gráfico 49 - Revestimento das latrinas/fossas no bairro Chamanculo D

O tempo de enchimento das fossas é directamente proporcional ao número de usuários das


mesmas. Entretanto existem outros factores que relacionados a interpares que aceleram a vida
útil das mesmas, o processo construtivo como também a deposição de outros objectos nas latrinas
ou fossas que não correspondem a excreta. A maioria das latrinas que levam meses a encher são
encontradas nos condomínios conhecidos como compones, excepto os financiados pelo projecto
WSUP.

Gráfico 50 - tempo de enchimento das latrinas no bairro Chamanculo D

As latrinas tradicionais revestida revelam-se não serem adequadas neste bairro em várias
vertentes, principalmente nos assentamentos informais, uma vez que este bairro apresenta um
nível elevado do lençol freático, as latrinas são feitas em pequenas profundidades e as fossas
sépticas apresentam uma saliência do solo.

351
Malanga

De acordo com o INE 2019 o bairro da Malanga apresenta um nível de cobertura de saneamento
com a seguinte descrição: 5% da população tem casa de banho interior com autoclismo, 49% tem
casa de banho interior sem autoclismo, 14% tem casa de banho exterior sem autoclismo, 22%
usa latrina VIP, 10% usa latrina tradicional revestida, 0% usa latrina tradicional precária.

O sistema de saneamento (colectores de águas residuais) do bairro do Malanga abrange a zona


Sul Este do Bairro, na parte consolidada onde situam-se os prédios, o colector também beneficia
a zona dedicada a zona comercial, concretamente em toda Av. do Trabalho, Av. Organização das
Nações unidades e a EN2 (desde o Hospital José Macamo ate a Toyota de Moçambique).
Entretanto este colector não beneficia a nenhuma parcela informal deste bairro, pois foi
construído de modo beneficiar a zona parcial consolidada. Boa percentagem da população deste
bairro vive em quintais independentes, sendo que durante a nossa visita, entrevistou-se ao todo
trinta e sete (37) condomínios, na qual apresentam em média 12 pessoas a compartilharem o
mesmo sanitários, sendo que este aspecto foi verificado nos quarteirões 8, 20, 24, 36, 14, 24, 25,
9, 15, 35, 25, 20, 12, 70, 36, 24, 22, 6, 54, 10, e cinco (5) famílias que vivem em suas habitações
independentes.

Figura 82 - Esquerda: Latrina com revestimento de madeira, Direita: Local para ducha

O bairro caracteriza-se por apresentar uma mistura de soluções de saneamento (Individual e


colectivo). Das visitas que se realizaram, foram inquiridas quarenta e dois (42) lotes de famílias,
sendo que cinco (5) compreendem soluções individuais e os restantes trinta e sete (37)
compreendem as soluções colectivas. No que concerne nas soluções colectivas os lotes visitados
apresentam na sua maioria em média 12 pessoas a compartilharem o mesmo sanitário. Devido
ao número elevado de pessoas que compartilham o mesmo sanitário, as questões higiénicas dos
sanitários apresentam um baixo nível de higienização. Outra coisa que é constrangedora é a sua
maior afluência no período da manhã, quando os residentes dos respectivos compones necessitam
de fazer a sua higienização, para se deslocar ao trabalho ou a escola.

352
Nos lotes denominados compones, apenas quatro (4) possuem ligação a fossa séptica, sendo que
estes encaminham o seus dejectos são retirados por camião cisterna e encaminhados para a
Estação de Tratamento de Águas Residuais (ETAR) de Infulene, enquanto que os lotes
remanescentes, fazem a gestão do lodo fecal em casa, abrindo outra cova para fazer uma nova
latrina, quando a anterior esgota a sua capacidade de encache do lodo. Sendo que este trabalho é
feito pelos agregados familiares, tarefa esta muito perigosa, pois periga a saúde dos mesmos, uma
vez que não possuem nenhuma formação para o manuseio das lamas nem equipamento ideal para
o manuseio das lamas. Sendo que este método é o mais barato para os eles.

Gráfico 51 - Tipo de latrinas existentes no Bairro do Malanga

O revestimento lateral nas latrinas é aplicado de modo a evitar desabamentos e aumentar a vida
útil das mesmas, no que refere-se a garantia da profundidade pré adquirida até ao fim da vida útil
da mesma. Dos quarenta e dois (42) lotes visitados, vinte e três (23) apresentaram revestimento
lateral de alvenaria de blocos na sua latrina e coberta por uma laje de betão, dezanove (19)
revelaram e confirmou-se que a sua latrina não possui revestimento, factores estes reduzem a
vida útil das mesmas principalmente no período chuvoso as mesmas sofrem de erosão. Os quatro
(4) lotes com fossa séptica, apresentaram construções moderadamente convencionais, sendo que
estas são bi-compartimentadas como refere a alinha d) do n⁰ 2 do artigo 40 da Postura de
Saneamento e Drenagem da cidade de Maputo, entre outros aspectos que se faz menção no
mesmo artigo. Sendo que estes factores interferem directamente no processo de tratamento das
águas negras assim como a sua depuração que realiza-se no poço de infiltração.

Gráfico 52 - Revestimento das latrinas/fossas no bairro Malanga

353
O tempo de enchimento das fossas é directamente proporcional ao número de usuários das
mesmas. Entretanto existem outros factores que relacionados a interpares que aceleram a vida
útil das mesmas, como também a deposição de outros objectos nas latrinas ou fossas que não
correspondem a excreta. A maioria das latrinas que levam meses a encher são encontradas nos
condomínios conhecidos como compones e lotes individuais que possuem maior número de
agregados familiares.

Gráfico 53 - tempo de enchimento das latrinas no bairro Malanga

As latrinas tradicionais revestidas revelam-se não serem adequadas em varias vertentes,


principalmente nos assentamentos informais, uma vez que este bairro apresenta o nível do lençol
freático alto, as latrinas são feitas em pequenas profundidades, o que favorece para uma longa
vida da latrina. O único problema é que e oneroso fazer o esvaziamento da latrina devido os
matérias utilizados para o seu manuseio.

Munhuana

De acordo com o INE 2019 o bairro das FPLM apresenta um nível de cobertura de saneamento
com a seguinte descrição: 26% da população tem casa de banho interior com autoclismo, 37%
tem casa de banho interior sem autoclismo, 14% tem casa de banho exterior sem autoclismo,
18% usa latrina VIP, 5% usa latrina tradicional revestida, 0% usa latrina tradicional precária.

O bairro caracteriza-se por apresentar na sua maioria a solução individual de saneamento. Do


estudo que realizou-se foram inquiridas 7 lotes de famílias, sendo que cinco (5) compreendem
soluções individuais e os restantes dois (2) compreendem as soluções colectivas. No que
concerne nas soluções colectivas os lotes (condomínio) apresentam 15 agregados em media que
compartilham o mesmo sanitário. Devido ao número elevado de pessoas que compartilham o
mesmo sanitário, as questões higiénicas dos sanitários apresentam um baixo nível de
higienização. Outra coisa que é constrangedora é a sua maior afluência no período da manha,
quando os residentes dos respectivos compones necessitam de fazer a sua higienização, para se
deslocar ao trabalho ou a escola.

354
Figura 83 - Esquerda: Local de ducha e sanita no mesmo compartimento, Direita: Sanitário

Nos lotes entrevistados fazem a gestão do lodo fecal em casa, abrindo outra cova para fazer uma
nova latrina, quando a anterior esgota a sua capacidade de encache do lodo, o que remete aos
habitantes fazerem varias covas na suas residências e estas encontram-se lotadas com lodo
subterrado. Sendo que este trabalho do manuseio das mesmas é feito pelos agregados familiares
em alguns casos pelos pedreiros do bairro, tarefa esta muito perigosa, pois periga a saúde dos
mesmos, uma vez que não possuem nenhuma formação para o manuseio das lamas nem
equipamento ideal para o manuseio das mesmas.

Gráfico 54 - Tipo de latrinas existentes no Bairro do Munhuana

O revestimento lateral nas latrinas é aplicado de modo a evitar desabamentos e aumentar a vida
útil das mesmas, no que refere-se a garantia da profundidade pré adquirida até ao fim da vida útil
da mesma. Todos os lotes visitados apresentam revestimento lateral na sua latrina ou cova três
(3) apresentam revestimento de alvenaria de blocos cobertos de laje de betão e dois (2) lotes
apresentaram revestimento de pneus.

355
Gráfico 55 - Revestimento das latrinas/fossas no bairro Munhuana

O tempo de enchimento das fossas é directamente proporcional ao número de usuários das


mesmas. Entretanto existem outros factores que relacionados a interpares que aceleram a vida
útil das mesmas, como também a deposição de outros objectos nas latrinas ou fossas que não
correspondem a excreta. A maioria das latrinas que levam meses a encher são encontradas nos
condomínios conhecidos como compones.

Tempo de enchimento das latrinas

0%
14%
Anos
Meses
86% Nunca encheu

Gráfico 56 - tempo de enchimento das latrinas no bairro Munhuana

As latrinas tradicionais revestidas revelam-se não serem adequadas neste bairro em varias
vertentes, principalmente nos assentamentos informais, uma vez que este bairro apresenta um
nível elevado do lençol freático, as latrinas são feitas em pequenas profundidades.

Maxaquene A

Segundo o INE 2019 o bairro de Maxaqueni apresenta um nível de cobertura de saneamento com
a seguinte descrição: 6% da população tem casa de banho interior com autoclismo, 36% tem casa
de banho interior sem, 21% tem casa de banho exterior sem autoclismo, 26% usa latrina VIP,
11% usa latrina tradicional revestida, 1% usa latrina tradicional precária.

356
O sistema de saneamento (colectores de águas residuais) do bairro de Maxaqueni passa na sua
extremidade sul através da Av. Joaquim Chissano em direcção a Estação de Tratamento de Águas
Residuais (ETAR) de Infulene e pertence ao sistema 2. Durante a visita o Secretário do bairro
revelou que nenhuma família está ligada a rede colectora.

São várias razões que podem interferem para que não se realize estas ligações, uma das quais é
o elevado investimento que deve ser feito por parte do munícipe para ligar ao colector, esses
investimentos tangem desde a aquisição tubagens, escavações que podem ocorrer no asfalto da
estrada, entre outros. Boa parte da população deste bairro vive em quintais independentes, sendo
que durante a nossa visita, entrevistou-se dois condomínios dos quais um possui 15 famílias e o
outro 18, nos quarteirões 54 e 55 respectivamente.

O bairro caracteriza-se por apresentar na sua maioria a solução individual de saneamento. Do


estudo que realizou-se foram inquiridas 7 lotes de famílias, sendo que cinco (5) compreendem
soluções individuais e os restantes dois (2) compreendem as soluções colectivas. No que
concerne nas soluções colectivas o primeiro lote (condomínio) localizado no quarteirão apresenta
15 famílias que compartilham o mesmo sanitário e a outra apresenta 17 famílias que também
compartilham o mesmo sanitário. Devido ao número elevado de pessoas que compartilham o
mesmo sanitário, as questões higiénicas dos sanitários apresentam um baixo nível de
higienização. Outra coisa que é constrangedora é a sua maior afluência no período da manha,
quando os residentes dos respectivos compones necessitam de fazer a sua higienização, para se
deslocar ao trabalho ou a escola.

Figura 84 - Latrina com laje de betão, b) Escoamento de águas residuais sobre as ruas

Para os dois (2) lotes visitados que apresentaram soluções colectivas as famílias defecam na
latrina com fossa séptica, enquanto que para as soluções individuais, das cinco (5) famílias, duas
(2) defecam em latrinas simples, duas (2) possuem latrina de descarga com fossa séptica e no
último lote a família revelou que não possui latrina e que realiza as suas necessidades em latas
(baldes) e depois enterram, sendo que este tipo de solução muitas vezes não corresponde a

357
realidade, muitos destes casos verifica-se que após a realização das suas necessidades
encaminham o lodo para as valas de drenagem. Outro caso comum que verificou-se é a existência
de uma outra família que conta com solução individual de saneamento que coloca sal de cozinha
na sua latrina para poder acelerar o processo anaeróbico, pois já se realizaram escavações em
todo o quintal e já não existe espaço para abertura de mais um buraco.

Gráfico 57 - Tipo de latrinas existentes no Bairro do Maxaqueni A

As latrinas simples revelam-se não serem adequadas em varias vertentes, principalmente nos
assentamentos informais, uma vez que este bairro apresenta um nível elevado do lençol freático,
as latrinas são feitas com profundidades reduzidas o que implica a escavação de vários buracos
em curto espaço do tempo e consequentemente a lotação dos lotes com vários buracos de latrinas.
Outro problema ´é que é muito oneroso o esvaziamento da latrina devido às matérias utilizados
no processo (O capítulo 2.2 apresenta detalhes relativamente a este assunto).

O revestimento lateral nas latrinas é aplicado de modo a evitar desabamentos e aumentar a vida
útil das mesmas, no que refere-se a garantia da profundidade pré adquirida até ao fim da vida útil
da mesma. Dos sete (7) lotes visitados, 1 apresentaram revestimento lateral de alvenaria de blocos
na sua latrina e coberta por uma laje de betão, 3 revelaram e confirmou-se que a sua latrina não
possui revestimento, factores estes reduzem a vida útil das mesmas principalmente no período
chuvoso as mesmas sofrem de erosão. Os dois (2) lotes com fossa séptica, apresentaram
construções moderadamente convencionais, embora não são bi-compartimentadas como refere a
alinha d) do n⁰ 2 do artigo 40 da Postura de Saneamento e Drenagem da cidade de Maputo, entre
outros aspectos que se faz menção no mesmo artigo. Sendo que estes factores interferem
directamente no processo de tratamento das águas negras assim como a sua depuração no poço
de infiltração.

Abaixo é apresentado uma tabela e gráfico com o sentisse da informação que foi debruçada acima
em numerários assim como a sua correspondência em percentual.

358
Gráfico 58 - Revestimento das latrinas/fossas no bairro Maxaquene A

O tempo de enchimento das fossas é directamente proporcional ao número de usuários das


mesmas. Entretanto existem outros factores que relacionados a interpares que aceleram a vida
útil das mesmas, como também a deposição de outros objectos nas latrinas ou fossas que não
correspondem a excreta.

As visitas feitas aos sete (7) lotes, um (1) lote que utiliza a solução individual revelou que a sua
latrina já encheu e não sabe ao certo quantos anos levou para o seu enchimento e tem usado o
método de tratamento de sal de cozinha para acelerar a decomposição do lodo, dois (2) lotes
revelaram que a sua fossa séptica ainda não tinha enchido e tinham em media 2 anos de vida
desde a sua construção, o outro lote que também usa a solução individual referiu que a sua latrina
enche de 2 em 2 meses, devido a profundidade reduzida, uma vez que a mesma não leva
revestimento lateral. Foram entrevistados 2 condomínios e relataram que o tempo de enchimento
das referidas latrinas giram em torno de um ano, segundo um dos habitantes do condomínio. De
acordo com a conversa com todos os entrevistados pode-se notar que o tempo onde verifica-se o
rápido enchimento das fossas é no período chuvoso devido à subida do lençol freático que
consequentemente causa a subida do lodo que encontra-se nas latrinas.

Abaixo é apresentado uma tabela e gráfico com o sentisse da informação que foi debruçada acima
em numerários assim como a sua correspondência em percentual.

Gráfico 59 - tempo de enchimento das latrinas no bairro Maxaquene A

359
Dos sete (7) lotes que teve-se acesso, quatro (4) revelaram que quando as suas latrinas enchem
encerram-na e abrem outra, sendo que este trabalho é feito pelos agregados familiares, tarefa esta
muito perigosa, pois periga a saúde dos mesmos, uma vez que não possuem nenhuma formação
para o manuseio das lamas nem equipamento ideal para o manuseio das lamas. Sendo que este
método é o mais barato para os eles, embora os quintais ficaram cheios de buracos de latrinas
feitas anteriormente, e consequentemente ficaram sem espaço escavar ou fazer uma nova latrina.
O esvaziamento das latrinas por parte destes habitantes não é realizado devido a custos elevados
para a sua operação. Dois (2) lotes possuem latrina com descarga a fossa séptica, e estes uma vez
que referiram que a sua fossa nunca encheu desde a sua construção, pretendiam chamar o camião
vácuo para sucção das lamas. O outro lote revelou que faz as suas necessidades nas latas e
enterram no quintal logo de seguida.

Dois (2) dos sete (7) lotes estão geralmente satisfeitos com a sua situação de saneamento, uma
vez que utilizam o sistema de latrina com ligação a fossa séptica embora que a condição do
sanitário é precária, enquanto que os restantes cinco estão insatisfeitos com a sua situação,
alegando que não gostam da sua latrina por provocar mau cheiro aos mesmos e aos vizinhos,
consequentemente provoca o de moscas.

Mafalala

Segundo o INE 2019 o bairro de Mafalala apresenta um nível de cobertura de saneamento com
a seguinte descrição: 6% da população tem casa de banho interior com autoclismo, 27% tem casa
de banho interior sem autoclismo, 20% tem casa de banho exterior sem autoclismo, 39% usa
latrina VIP, 8% usa latrina tradicional revestida, 1% usa latrina tradicional precária.

O sistema de saneamento (colectores de águas residuais) do bairro de Mafalala descreve o seu


perímetro, a Este pela Av. de Acordos de Lusaka, a Sul e a Oeste pela Av. Marien Ngoabi e Av.
de Angola respectivamente. Uma pequena percentagem das habitações é beneficiada pela rede
colectora, as residentes no canto Sul-Este do respectivo bairro.

Boa percentagem da população deste bairro vive em quintais independentes, sendo que durante
a nossa visita, entrevistou-se ao todo seis (6) condomínios, na qual apresentam em média 20
pessoas a compartilharem o mesmo sanitários, sendo que este aspecto foi verificado nos
quarteirões 10, 11, 20, 25 e 57, e cinco (5) famílias que vivem em suas habitações independentes.

A drenagem das águas residuais domésticas, a par da drenagem das águas pluviais constitui um
dos grandes problemas de saúde pública no bairro que urge atacar e ultrapassar. Nas actuais
circunstâncias a probabilidade de proliferação de epidemias tende a aumentar. O problema
assume contornos alarmantes tendo em conta a elevada densidade populacional na parte informal
do bairro. Este facto aliado á falta de recursos para a construção de latrinas e o elevado lençol
freático faz com que algumas sejam obrigadas a depositarem as águas residuais nas valas de
drenagem, assim como na estrutura viária. O sistema de esgotos do município é precário, em
algumas ruas ele corre a céu aberto, causando um forte mau cheiro, atraindo muitos insectos. É
comum a utilização de fossas rudimentares na maioria das residências, mas, devido à pequena

360
profundidade do solo, os dejectos das fossas contaminam o lençol freático, e consequentemente
a água dos poços.

Figura 85 - Valas de drenagem com contribuição de águas residuais domésticas

O bairro caracteriza-se por apresentar uma mistura de soluções de saneamento (Individual e


colectivo). Das visitas que se realizaram, foram inquiridas onze (11) lotes de famílias, sendo que
seis (6) compreendem soluções individuais e os restantes cinco (5) compreendem as soluções
colectivas. No que concerne nas soluções colectivas os lotes visitados apresentam na sua maioria
em média de 20 pessoas a compartilharem o mesmo sanitário. Devido ao número elevado de
pessoas que compartilham o mesmo sanitário, as questões higiénicas dos sanitários apresentam
um baixo nível de higienização. Outra coisa que é constrangedora é a sua maior afluência no
período da manhã, quando os residentes dos respectivos compones necessitam de fazer a sua
higienização, para se deslocar ao trabalho ou a escola.

Figura 86 - Esquerda: Local de ducha, Sanitário em degradação financiado pela WSUP

361
Para os Seis (6) lotes visitados que apresentaram soluções colectivas as famílias defecam na
latrina com fossa séptica, enquanto para as soluções individuais, das cinco (5) famílias, todas
defecam latrinas simples.

Gráfico 60 - Tipo de latrinas existentes no Bairro do Mafalala

As latrinas simples revelam-se não serem adequadas em várias vertentes, principalmente nos
assentamentos informais, uma vez que este bairro apresenta um nível elevado do lençol freático,
as latrinas são feitas com profundidades reduzidas o que implica a escavação de vários buracos
em curto espaço do tempo e consequentemente a lotação dos lotes com vários buracos de latrinas.
O outro problema é que é muito oneroso o esvaziamento da latrina devido às matérias utilizados
no processo.

O revestimento lateral nas latrinas é aplicado de modo a evitar desabamentos e aumentar a vida
útil das mesmas, no que refere-se à garantia da profundidade pré adquirida até ao fim da vida útil
da mesma. Dos onze (11) lotes visitados, todos apresentaram revestimento lateral de alvenaria
de blocos na sua latrina e coberta por uma laje de betão. Os seis (6) lotes com fossa séptica
apresentaram construções convencionais, e bi-compartimentadas como refere a alinha d) do n⁰ 2
do artigo 40 da Postura de Saneamento e Drenagem da cidade de Maputo, entre outros aspectos
que se faz menção no mesmo artigo. Sendo que estes factores auxiliam no processo correcto de
tratamento das águas negras assim como a sua depuração no poço de infiltração.

Abaixo é apresentado uma tabela e gráfico com a sentisse da informação que foi debruçada acima
em numerários assim como a sua correspondência em percentual.

Tipo de revestimento das latrinas


0%

Alvenaria
Pneus
100%
Paus

Gráfico 61 - Tipo de revestimento das latrinas do bairro de Mafalala

362
O tempo de enchimento das fossas é directamente proporcional ao número de usuários das
mesmas. Entretanto existem outros factores que estão relacionados a intempéries que aceleram a
vida útil das mesmas, como também a deposição de outros objectos nas latrinas ou fossas que
não correspondem a excreta.

Das visitas feitas aos onze (11) lotes, um (1) lote que utiliza a solução individual revelou que a
sua latrina enche mensalmente e o outro revelou que a sua latrina ainda não encheu e não
recordava o ano da sua construção. Os lotes que utilizam solução colectiva, também revelaram
que a sua fossa ainda não havia enchido. A problemática do rápido enchimento das fossas é
devido a profundidade reduzida, uma vez que a mesma não leva revestimento lateral. Foram
entrevistados 5 famílias e relataram que o tempo de enchimento das referidas latrinas gira em
torno de 6 meses em média. De acordo com a conversa com todos os entrevistados pode-se notar
que o tempo onde verifica-se o rápido enchimento das fossas é no período chuvoso devido à
subida do lençol freático que consequentemente causa a subida do lodo que encontra-se nas
latrinas.

Abaixo é apresentado uma tabela e gráfico com o sentisse da informação que foi debruçada acima
em numerários assim como a sua correspondência em percentual.

Gráfico 62 - Tempo de enchimento das latrinas no bairro Mafalala

Das sete (7) famílias que teve-se acesso, quatro (4) revelaram que quando as suas latrinas enchem
encerram-na e abrem outra, sendo que este trabalho é feito pelos agregados familiares, tarefa esta
muito perigosa, pois periga a saúde dos mesmos, uma vez que não possuem nenhuma formação
para o manuseio das lamas nem equipamento ideal para o manuseio das lamas. Sendo que este
método é o mais barato para os eles, embora os quintais ficaram cheios de buracos de latrinas
feitas anteriormente, e consequentemente ficaram sem espaço escavar ou fazer uma nova latrina.
O esvaziamento das latrinas por parte destes habitantes não é realizado devido a custos elevados
para a sua operação. Dos (5) lotes que possuem latrina com descarga a fossa séptica, estes
referiram que a sua fossa nunca encheu desde a sua construção, pretendiam chamar o camião
vácuo para sucção das lamas.

Seis (6) das onze (11) famílias estão geralmente satisfeitos com a sua situação de saneamento,
uma vez que utilizam o sistema de latrina com ligação a fossa séptica, uma vez que beneficiaram

363
do projecto WSUP, embora alegam que ainda enfrentam algum desconforto por partilhar o
mesmo sanitário, enquanto as restantes cinco (5) famílias estão insatisfeitas com a sua situação,
alegando que não gostam da sua latrina por provocar mau cheiro aos mesmos.

Urbanização

Segundo o INE 2019 o bairro Urbanização apresenta um nível de cobertura de saneamento com
a seguinte descrição: 7% da população tem casa de banho interior com autoclismo, 52% tem casa
de banho interior sem autoclismo, 17% tem casa de banho exterior sem autoclismo, 19% usa
latrina VIP, 4% usa latrina tradicional revestida, 0% usa latrina tradicional precária.

O sistema de saneamento (colectores de águas residuais) do bairro de urbanização atravessa este


no seu lado Sul, pela Av. Joaquim Chissano. Entretanto este colector não beneficia a nenhuma
parcela deste bairro, pois foi construído de modo beneficiar somente a zona parcial consolidada
de Malhangalene A e B, Maxaquene A, boa percentagem da população deste bairro vive em
quintais independentes, sendo que durante a nossa visita, entrevistou-se ao todo seis (6)
compones, na qual apresentam em média 10 pessoas a compartilharem o mesmo sanitários, sendo
que este aspecto foi verificado nos quarteirões 20 e 22, e cinco (5) famílias que vivem em suas
habitações independentes.

Figura 87 - Latrina exterior de chapas com a sua respectiva latrina

O bairro caracteriza-se por apresentar uma mistura de solução saneamento (Individual e


colectivo). Das visitas que se realizou-se foram inquiridas oito (8) lotes de famílias, sendo que
cinco (5) compreendem soluções individuais e os restantes três (3) compreendem as soluções
colectivas. No que concerne nas soluções colectivas os lotes visitados apresentam em media 20
pessoas a compartilharem o mesmo sanitário.

Para os seis (6) lotes visitados que apresentaram soluções colectivas as famílias defecam na
latrina com fossa séptica, enquanto que para as soluções individuais, das cinco (5) famílias, todas
defecam latrinas tradicionais revestidas. Os dejectos retirados por camião cisterna para a ETAR
de Infulene uma vez que as fossas ainda não encheram, enquanto que os lotes remanescentes,
fazem a gestão do lodo fecal em casa, abrindo outra cova para fazer uma nova latrina, quando a
anterior esgota a sua capacidade de encache do lodo. Sendo em dez (10) casas que este trabalho

364
é feito pelos agregados familiares, tarefa esta muito perigosa, pois periga a saúde dos mesmos,
uma vez que não possuem nenhuma formação para o manuseio das lamas nem equipamento ideal
para o manuseio das lamas. Sendo que este método é o mais barato para os agregados.

Gráfico 63 - Tipo de latrinas existentes no Bairro do Urbanização

As latrinas simples revelam-se não serem adequadas em varias vertentes, principalmente nos
assentamentos informais, uma vez que este bairro apresenta um nível elevado do lençol freático,
as latrinas são feitas com profundidades reduzidas.

Dos oito (8) quintais visitados, (6) apresentam revestimento lateral de alvenaria de blocos na sua
latrina ou fossa é coberta por uma laje de betão os restantes possuem revestimento de pneus. (2)
Quintais possuem fossa séptica e apresentaram construções convencionais, e bi-
compartimentadas como refere a alinha d) do n⁰ 2 do artigo 40 da Postura de Saneamento e
Drenagem da cidade de Maputo, entre outros aspectos que se faz menção no mesmo artigo.

Abaixo é apresentado uma tabela e gráfico com o sentisse da informação que foi debruçada acima
em numerários assim como a sua correspondência em percentual.

Gráfico 64 - Revestimento das latrinas/fossas no bairro Urbanização

O tempo de enchimento das fossas é directamente proporcional ao número de usuários das


mesmas. Entretanto existem outros factores que relacionados a interpares que aceleram a vida
útil das mesmas, como também a deposição de outros objectos nas latrinas ou fossas que não
correspondem a excreta.

365
Das visitas feitas aos oito (8) quintais, três (3) quintais utilizam a solução individual, excepto
uma família, revelou que a sua latrina enche anualmente levando 2 anos para o tal e outra leva
meses para o seu enchimento. E os restantes que utilizam colectiva revelaram que a sua latrina
ainda não encheu e que beneficiaram do projecto WSUP.

Abaixo é apresentado uma tabela e gráfico com o sentisse da informação que foi debruçada acima
em percentual.

Gráfico 65 - Tempo de enchimento das latrinas no bairro Urbanização

Dos oito (8) lotes que teve-se acesso, cinco (5) revelaram que quando as suas latrinas enchem
encerram-na e abrem outra, sendo que este trabalho é feito pelos agregados familiares, tarefa esta
muito perigosa, pois periga a saúde dos mesmos, uma vez que não possuem nenhuma formação
para o manuseio das lamas nem equipamento ideal para o manuseio das lamas. Três (3) lotes
possuem latrina com descarga a fossa séptica, e estes uma vez que referiram que a sua fossa
nunca encheu desde a sua construção, pretendiam chamar o camião vácuo para sucção das lamas.

Três (3) dos cinco (5) estão geralmente satisfeitos com a sua situação de saneamento, uma vez
que utilizam o sistema de latrina com ligação a fossa séptica, pois beneficiaram do projecto
WSUP embora a condição dos mesmos estejam a degradar devido a má conservação.

FPLM

Segundo o INE 2019 o bairro das FPLM apresenta um nível de cobertura de saneamento com a
seguinte descrição: 48% da população tem casa de banho interior com autoclismo, 30% tem casa
de banho interior sem autoclismo, 9% tem casa de banho exterior sem autoclismo, 10% usa
latrina VIP, 3% usa latrina tradicional revestida, 0% usa latrina tradicional precária.

Nenhuma rede de saneamento (colectores de águas residuais) atravessa o bairro das FPLM. A
população deste bairro vive em quintais independentes, sendo que durante a nossa visita,
entrevistou-se ao todo cinco (5) famílias que vivem em suas habitações independentes nos
quarteirões 9, 20, 23, 24 e 29.

366
Figura 88 - Sanitário sem cobertura

O bairro caracteriza-se por apresentar a solução de saneamento individual. Para as cinco (5)
famílias visitadas, (4) defecam em latrina tradicional revestida e uma (1) possui wc exterior sem
autoclismo.

Gráfico 66 - Tipo de latrinas existentes no Bairro do FPLM

As latrinas simples revelam-se serem viáveis para estes bairros, uma vez que o nível do lençol
freático encontra-se muito abaixo do nível do terreno, podendo serem feitas escavações
profundas, consequentemente as latrinas teriam mais tempo de vida.

Das cinco (5) famílias visitadas, todas apresentam revestimento lateral de alvenaria de blocos na
sua latrina ou fossa e coberta por uma laje de betão. (1) Quintal possuem fossa séptica e apresenta
construções convencionais, e bi-compartimentadas como refere a alinha d) do n⁰ 2 do artigo 40
da Postura de Saneamento e Drenagem da cidade de Maputo, entre outros aspectos que se faz
menção no mesmo artigo, e as outas possuem latrinas.

367
Gráfico 67 - Revestimento das latrinas/fossas no bairro FPLM

Abaixo é apresentado uma tabela e gráfico com o síntese da informação que foi debruçada acima
em numerários assim como a sua correspondência em percentual. Das visitas feitas às cinco (5)
famílias, (3) famílias revelaram que a sua latrina enche anualmente levando 4 a 8 anos para o seu
enchimento, (2) levam meses para o seu enchimento. E a restante ainda não encheu. Abaixo é
apresentado uma tabela e gráfico com o síntese da informação que foi debruçada acima em
percentual.

Gráfico 68 - tempo de enchimento das latrinas no bairro FPLM

Quatro (4) famílias revelaram que quando as suas latrinas enchem encerram-na e abrem outra,
sendo que este trabalho é feito pelos operários informais, tarefa esta muito perigosa, pois periga
a saúde dos mesmos, uma vez que não possuem nenhuma formação para o manuseio das lamas
nem equipamento ideal para o manuseio das lamas. A outra família possui latrina com descarga
a fossa séptica, e estes uma vez que referiram que a sua fossa nunca encheu desde a sua
construção, pretendiam chamar o camião vácuo para sucção das lamas.

Quatro (4) das cinco (5) famílias estão geralmente satisfeitas com a sua situação de saneamento,
uma vez que utilizam o sistema de latrina com ligação a fossa séptica, e as outas não gostam da
sua latrina devido ao cheiro provocado por está.

Mavalane A

368
Segundo o INE 2019 o bairro Mavalane A apresenta um nível de cobertura de saneamento com
a seguinte descrição: 7% da população tem casa de banho interior com autoclismo, 52% tem casa
de banho interior sem autoclismo, 17% tem casa de banho exterior sem autoclismo, 19% usa
latrina VIP, 4% usa latrina tradicional revestida, 0% usa latrina tradicional precária.

Boa percentagem da população deste bairro vive em quintais independentes, sendo que durante
a nossa visita, entrevistou-se ao todo seis (6) compones, na qual apresentam em média 10 pessoas
a compartilharem o mesmo sanitários, sendo que este aspecto foi verificado nos quarteirões 20 e
22, e cinco (5) famílias que vivem em suas habitações independentes.

Figura 89 - Esquerda: Sanita Turca, Direita: casa de banho com revestimento de alvenaria

O bairro caracteriza-se por apresentar uma mistura de solução de saneamento (Individual e


colectivo). Das visitas que se realizaram, foram inquiridas oito (8) lotes de famílias, sendo que
cinco (5) compreendem soluções individuais e os restantes três (3) compreendem as soluções
colectivas. No que concerne nas soluções colectivas os lotes visitados apresentam em média 20
pessoas a compartilham o mesmo sanitário.

Para os seis (6) lotes visitados que apresentaram soluções colectivas as famílias defecam na
latrina com fossa séptica, enquanto para as soluções individuais, das cinco (5) famílias, todas
defecam latrina tradicional revestida.

.
Gráfico 69 - Tipo de latrinas existentes no Bairro do Mavalane A

As latrinas simples revelam-se não serem adequadas em várias vertentes, principalmente nos
assentamentos informais, uma vez que este bairro apresenta um nível elevado do lençol freático,
as latrinas são feitas com profundidades reduzidas.

369
Dos sete (7) quintais visitados, (5) apresentam revestimento lateral de alvenaria de blocos na sua
latrina ou fossa e coberta por uma laje de betão os restantes possuem revestimento de pneus. (2)
Quintais possuem fossa séptica e apresentaram construções convencionais, e bi-
compartimentadas como refere a alinha d) do n⁰ 2 do artigo 40 da Postura de Saneamento e
Drenagem da cidade de Maputo, entre outros aspectos que se faz menção no mesmo artigo.

Abaixo é apresentado uma tabela e gráfico com o síntese da informação que foi debruçada acima
como a sua correspondência em percentual.

Gráfico 70 - Revestimento das latrinas/fossas no bairro Mavalane A

O tempo de enchimento das fossas é directamente proporcional ao número de usuários das


mesmas. Entretanto existem outros factores que relacionados a interpares que aceleram a vida
útil das mesmas, como também a deposição de outros objectos nas latrinas ou fossas que não
correspondem a excreta.

Das visitas feitas aos oito (8) quintais, três (3) quintais que utiliza a solução individual, excepto
uma famílias, revelou que a sua latrina enche anualmente levando 2 anos para o tal e outra leva
meses para o seu enchimento. e os restantes que utilizam colectiva revelaram que a sua latrina
ainda não encheu, sendo que estes beneficiaram do projecto da WSUP.

Abaixo é apresentado uma tabela e gráfico com o sentisse da informação que foi debruçada acima
em percentual.

370
Gráfico 71 - tempo de enchimento das latrinas no bairro Mavalane A

Dos oito (8) lotes que teve-se acesso, cinco (5) revelaram que quando as suas latrinas enchem
encerram-na e abrem outra, sendo que este trabalho é feito pelos agregados familiares, tarefa esta
muito perigosa, pois periga a saúde dos mesmos, uma vez que não possuem nenhuma formação
para o manuseio das lamas nem equipamento ideal para o manuseio das lamas. Três (3) lotes
possuem latrina com descarga a fossa séptica, e estes uma vez que referiram que a sua fossa
nunca encheu desde a sua construção, pretendiam chamar o camião vácuo para sucção das lamas.

Três (3) dos sete (7) estão geralmente satisfeitos com a sua situação de saneamento, uma vez que
utilizam o sistema de latrina com ligação a fossa séptica, pois beneficiaram do projecto WSUP
embora a condição dos mesmos estejam a degradar devido a má conservação.

● Mavalane B

Segundo o INE 2019 o bairro Mavalane B apresenta um nível de cobertura de saneamento com
a seguinte descrição: 5% da população tem casa de banho interior com autoclismo, 45% tem casa
de banho interior sem autoclismo, 16% tem casa de banho exterior sem autoclismo, 23% usa
latrina VIP, 10% usa latrina tradicional revestida, 1% usa latrina tradicional precária.

Boa percentagem da população deste bairro vive em quintais independentes, sendo que durante
a nossa visita, entrevistou-se ao todo três (3) condomínios, na qual apresentam em média 10
pessoas a compartilharem o mesmo sanitários, sendo que este aspecto foi verificado nos
quarteirões 20 e 22, e cinco (5) famílias que vivem em suas habitações independentes.

371
Figura 90 - Casa de banho com ducha e sanita no mesmo lugar, Direita – Lugar de ducha

Nos lotes visitados, fazem a gestão do lodo fecal em casa, abrindo outra cova para fazer uma
nova latrina, quando a anterior esgota a sua capacidade de encache do lodo, o que remete aos
habitantes fazerem varias covas nas suas residências apesar que neste bairro pelo lençol freático
encontrar-se em grandes profundidades, as latrinas possuem mais tempo de vida. Sendo que este
trabalho é feito pelos agregados familiares, tarefa esta muito perigosa, pois periga a saúde dos
mesmos, uma vez que não possuem nenhuma formação para o manuseio das lamas nem
equipamento ideal para o manuseio das lamas. Sendo que este método é o mais baratos. O bairro
caracteriza-se por apresentar a solução de saneamento individual.

Gráfico 72 - Tipo de latrinas existentes no Bairro do Mavalane B

As latrinas simples revelam-se serem viáveis para estes bairros, uma vez que o nível do lençol
freático encontra-se muito abaixo do nível do terreno, podendo serem feitas escavações
profundas, consequentemente as latrinas teriam mais tempo de vida. Das oito (8) famílias
visitadas, todas apresentam revestimento lateral de alvenaria de blocos na sua latrina ou fossa e
coberta por uma laje de betão.

372
Gráfico 73 - Revestimento das latrinas/fossas no bairro Mavalane B

Todas revelaram que quando as suas latrinas enchem encerram-na e abrem outra, sendo que este
trabalho é feito pelos operários informais, tarefa esta muito perigosa, pois periga a saúde dos
mesmos, uma vez que não possuem nenhuma formação para o manuseio das lamas nem
equipamento ideal para o manuseio das lamas.

Gráfico 74 - Tempo de enchimento das latrinas no bairro Mavalane B

As cinco (5) famílias não estão satisfeitas com a sus situação sanitária devido ao mau cheiro
causado por está.

● Inhagoia A

Segundo o INE 2019 o bairro Inhagoia A apresenta um nível de cobertura de saneamento com a
seguinte descrição: 4% da população tem casa de banho interior com autoclismo, 47% tem casa
de banho interior sem autoclismo, 15% tem casa de banho exterior sem autoclismo, 25% usa
latrina VIP, 8% usa latrina tradicional revestida, 0% usa latrina tradicional precária.

Boa percentagem da população deste bairro vive em quintais independentes, sendo que durante
a nossa visita, cinco (5) famílias que vivem em suas habitações independentes.

373
Tipo de latrinas do bairro do Inhagoia A
WC exteriror sem autoclismo
40%
WC exteriror com
60% autoclismo
Latrina tradicional revestida

0% Latrina tradicional precária


0%

Gráfico 75 - Tipo de latrinas existentes no Bairro Inhagoia A

O bairro caracteriza-se por apresentar uma mistura de solução Individual, das visitas que se
realizou-se foram inquiridas cinco (5) famílias.

Para os Cinco (5) lotes visitados apresentaram soluções individuais e todos utilizam latrina
simples com ligação a fossa séptica.

As latrinas simples revelam-se não serem adequadas em várias vertentes, uma vez que este bairro
apresenta um nível elevado do lençol freático, as latrinas são feitas com profundidades reduzidas.

As famílias visitadas apresentam revestimento lateral de alvenaria de blocos na sua latrina e


coberta por uma laje de betão, sendo devido ao lençol freático os blocos de alvenaria tem sofrido
com a acção do sal da água diminuindo assim o seu tempo de vida.

Tipo de revestimento das latrinas


20%
40% Alvenaria

40% Pneus
Paus

Gráfico 76 - Revestimento das latrinas/fossas no bairro Inhagoia A

O tempo de enchimento das fossas é directamente proporcional ao número de usuários das


mesmas. Entretanto os factores que estão associados ao enchimento das fossas sépticas, está
relacionado ao nível alto do lençol freático.

Quando as latrinas enchem todas as famílias revelaram que encerram-na e abrem outra, sendo
que este trabalho é feito pelos agregados familiares, tarefa esta muito perigosa, pois periga a
saúde dos mesmos, uma vez que não possuem nenhuma formação para o manuseio das lamas
nem equipamento ideal para o manuseio das lamas.

374
Tempo de enchimento das latrinas
0%

Anos
Meses
100% Nunca encheu

Gráfico 77- tempo de enchimento das latrinas no bairro Inhagoia A

As famílias estão insatisfeitas com as suas latrinas, uma vez que o lençol freático perturba a vida
útil das mesmas.

● Inhagoia B

Segundo o INE 2019 o bairro Inhagoia A apresenta um nível de cobertura de saneamento com a
seguinte descrição: 6% da população tem casa de banho interior com autoclismo, 40% tem casa
de banho interior sem autoclismo, 14% tem casa de banho exterior sem autoclismo, 29% usa
latrina VIP, 9% usa latrina tradicional revestida, 2% usa latrina tradicional precária.

Boa percentagem da população deste bairro vive em quintais independentes, sendo que durante
a nossa visita, cinco (5) famílias que vivem em suas habitações independentes. O bairro
caracteriza-se por apresentar uma mistura de solução Individual e colectivo, das visitas que se
realizou-se foram inquiridas nove (9) famílias.

Figura 91 - Esquerda: Sanita Turca, Direita: Latrina com tampa de betão

375
Para os nove (9) lotes visitados, (5) apresentaram soluções individuais e todos utilizam wc
exterior sem autoclismo e o remanescente utiliza latrina tradicional revestida e precária.

Gráfico 78 - Tipo de latrinas existentes no Bairro do Xipamanine

As latrinas simples revelam-se não serem adequadas em várias vertentes, uma vez que este bairro
apresenta um nível elevado do lençol freático, as latrinas são feitas com profundidades reduzidas.
As famílias visitadas apresentam revestimento lateral de alvenaria de blocos na sua latrina e
coberta por uma laje de betão.

Gráfico 79 - Revestimento das latrinas/fossas no bairro Inhagoia B

O tempo de enchimento das fossas é directamente proporcional ao número de usuários das


mesmas. Entretanto os factores que estão associados ao enchimento das fossas sépticas, está
relacionado ao nível alto do lençol freático.

Gráfico 80 - Tempo de enchimento das latrinas no bairro Inhagoia B

376
Quando as latrinas enchem todas as famílias revelaram que encerram-na e abrem outra, sendo
que este trabalho é feito pelos agregados familiares, tarefa esta muito perigosa, pois periga a
saúde dos mesmos, uma vez que não possuem nenhuma formação para o manuseio das lamas
nem equipamento ideal para o manuseio das lamas.

As famílias estão insatisfeitas com a situação actual do saneamento, uma vez que o lençol freático
perturba a vida útil das mesmas, isto verifica-se no lado Oeste do bairro (Zona Baixa).

● Luís Cabral

Segundo o INE 2019 o bairro Inhagoia A apresenta um nível de cobertura de saneamento com a
seguinte descrição: 9% da população tem casa de banho interior com autoclismo, 43% tem casa
de banho interior sem autoclismo, 18% tem casa de banho exterior sem autoclismo, 26% usa
latrina VIP, 5% usa latrina tradicional revestida, 0% usa latrina tradicional precária.

Boa percentagem da população deste bairro vive em quintais independentes, sendo que durante
a nossa visita, cinco (5) famílias que vivem em suas habitações independentes. O bairro
caracteriza-se por apresentar uma mistura de solução Individual e colectivo, das visitas que se
realizou-se foram inquiridas cinco (5) famílias que habitam em quintais individuais. Para as cinco
(5) lotes visitados, (5) apresentaram soluções individuais e duas (2) apresentaram latrina
tradicional revestida e três (3) wc exterior sem autoclismo.

Gráfico 81 - Tipo de latrinas existentes no Bairro do Luís Cabral

As latrinas simples revelam-se não serem adequadas nas zonas baixas deste bairro, pois apresenta
o nível de lençol freático muito alto. A parte alta do bairro apresenta lençol freático muito baixo
o possibilita a escavação em grandes profundidades.

As famílias visitadas apresentam revestimento lateral de alvenaria de blocos na sua latrina e


coberta por uma laje de betão, sendo que duas (2) famílias revelaram e confirmou-se que a sua
latrina está revestida de pneus. Outro factor preocupante é que o lençol freático tem interferido
na vida útil das mesmas.

377
Gráfico 82 - Revestimento das latrinas/fossas no bairro Luís Cabral

O tempo de enchimento das fossas é directamente proporcional ao número de usuários das


mesmas. Entretanto os factores que estão associados ao enchimento das fossas sépticas, está
relacionado ao nível alto do lençol freático.

Gráfico 83 - Tempo de enchimento das latrinas no bairro Luís Cabral

Quando as latrinas enchem todas as famílias revelaram que encerram-na e abrem outra, sendo
que este trabalho é feito pelos agregados familiares, tarefa esta muito perigosa, pois periga a
saúde dos mesmos, uma vez que não possuem nenhuma formação para o manuseio das lamas
nem equipamento ideal para o manuseio das lamas.

● Nsalene

Segundo o INE 2019 o bairro Nsalene apresenta um nível de cobertura de saneamento com a
seguinte descrição: 19% da população tem casa de banho interior com autoclismo, 39% tem casa
de banho interior sem autoclismo, 24% tem casa de banho exterior sem autoclismo, 15% usa
latrina VIP, 3% usa latrina tradicional revestida, 0% usa latrina tradicional precária.

Boa percentagem da população deste bairro vive em quintais independentes, sendo que durante
a nossa visita, cinco (5) famílias que vivem em suas habitações independentes. O bairro
caracteriza-se por apresentar uma mistura de solução Individual e colectivo, das visitas que

378
realizou-se foram inquiridas cinco (5) famílias, que habitam em quintais individuais. Para os
cinco (5) lotes visitados, todos possuem latrina tradicional revestida.

Gráfico 84 - Tipo de latrinas existentes no Bairro do Nsalene

As latrinas simples revelam-se serem adequadas neste bairro, pois apresenta o nível de lençol
freático muito baixo o que possibilita a escavação em grandes profundidades.

As famílias visitadas apresentam revestimento lateral de alvenaria de blocos na sua latrina e


coberta por uma laje de betão, sendo que o lençol freático tem interferido na vida útil das mesmas.

Gráfico 85 - Revestimento das latrinas/fossas no bairro Nsalene

O tempo de enchimento das fossas é directamente proporcional ao número de usuários das


mesmas. Entretanto os factores que estão associados ao enchimento das fossas sépticas, está
relacionado ao nível alto do lençol freático, ao número de usuários e a profundidade da latrina.

379
Gráfico 86 - tempo de enchimento das latrinas no bairro Xipamanine

Quando as latrinas enchem todas as famílias revelaram que encerram-na e abrem outra, sendo
que este trabalho é feito pelos agregados familiares, tarefa esta muito perigosa, pois periga a
saúde dos mesmos, uma vez que não possuem nenhuma formação para o manuseio das lamas
nem equipamento ideal para o manuseio das lamas.

Saneamento nas Escolas, Mercados e Terminais de Chapa

Escolas
As Escolas da Área de intervenção do PTUM estão distribuídas de modo a abrangerem os
habitantes do respectivo bairro. Encontram-se 31 escolas ao longo da área de intervenção. Sendo
que a maioria delas são de origem colonial, embora apresentam uma boa resistência estrutural,
assim como o seu estado de conservação. Todas as escolas foram feitas de alvenaria e com
cobertura de chapas.

Algumas das escolas visitadas, os sanitários apresentam bom estado de conservação, como pode
ser observado na tabela abaixo. Sendo que as escolas que apresentam o bom estado de
conservação, uma vez que estas apresentam um bom sistema de gestão sanitária assim como as
condições financeiras das mesmas. Outro aspecto relevante é o facto das Escolas Primárias e
Completas (EPC) apresentarem grandes problemas ligados ao saneamento em comparação ao
ensino secundário. Sendo que este factor deve-se ao facto que o ensino secundário para além do
pagamento da matrícula possui maior assistência por parte do estado devido ao nível de
escolaridade. O pequeno número das EPC que possuem um bom estado sanitário é devido aos
financiamentos que são direcionados para estas. A título de exemplo são as Escolas Primárias
Completas (EPC) da Unidade 11, Inhagoia A, Unidade 27 e 21 de Outubro que apresentam um
bom estado dos sanitários.

380
Gráfico 87 - Estado dos sanitários nas escolas

As EPCs que não foram citadas no parágrafo anterior apresentam péssimo estado de conservação
dos seus sanitários, isto deve-se ao facto das condições de manutenção do saneamento das
mesmas, outro facto aliado está na questão da segurança que as mesma apresentam, sendo que
estas sofrem vandalização por parte dos habitantes dos respectivos bairros, as peças roubadas são
na sua maioria Autoclismos, o que influencia negativamente na gestão dos sanitários. Na maioria
destes sanitários não é possível entrar devido ao mau cheiro que lá existe, em alguns casos devido
a questões de limpeza o lodo fecal fica por vários dias exposto o que tem atraído insectos
(moscas) que consequentemente poderá causar problemas ligados à saúde. A falta de educação
sanitária dos alunos é outro factor que influencia negativamente para a manutenção das mesmas,
sendo que os alunos apresentam hábitos culturais diferentes, e estes, alguns por terem casas de
banho precárias em casa, não conseguem adquirir novos hábitos compatíveis no uso das casas de
banho escolares.

O lodo fecal é gerido localmente, através de fossas sépticas ligadas ao poço de infiltração, sendo
que o lodo produzido por estas, é retirado pelos operadores privados. Devido à questão de fácil
acessibilidade às escolas, torna-se fácil a colecta e transporte do lodo até a ETAR de Infulene.

381
Figura 92 - Interior do sanitário da Escola Secundária da Munhuana

Figura 93 - Interior do sanitário da Escola Primária Completa Mavalane A

Mercados

Os Mercados da área de intervenção do PTUM estão distribuídos de modo a abrangerem os


habitantes do respectivo bairro. Encontram-se distribuídos 15 mercados ao longo da área de
intervenção. Sendo que a maioria deles tiveram origem informal, sendo que a maioria deles
apresentam características precárias. A minoria dos mercados são de alvenaria (Malanga, fajardo,
Xipamanine, Mafalala, Luís Cabral) e com cobertura de chapas. E os restantes apresentam
construções de material precário: paus, chapas e sacos de linha para a parte informal.

Alguns dos mercados visitados, os sanitários apresentam péssimo estado de conservação, como
pode ser observado na tabela abaixo, uma vez que a gestão das mesmas não é das melhores,
devido a questões financeiras e de limpeza. Outro aspecto relevante é o facto dos mercados
informais apresentarem grandes problemas ligados ao saneamento em comparação aos mercados
formais. Sendo que este factor deve-se ao facto dos mercados formais apresentarem uma boa
organização.

382
Gráfico 88 - Estado dos sanitários nos mercados

Os mercados que não foram citados anteriormente apresentam péssimo estado de conservação
dos seus sanitários, isto deve-se ao facto das condições de manutenção do saneamento das
mesmas, outro facto aliado está na questão da segurança que as mesma apresentam, sendo que
estas sofrem vandalização por parte dos habitantes dos respectivos bairros, as peças roubadas são
na sua maioria Autoclismos, o que influencia negativamente na gestão dos sanitários. Na maioria
destes sanitários não é possível entrar devido ao mau cheiro que lá existe, em alguns casos devido
a questões de limpeza o lodo fecal fica por vários dias exposto o que tem atraído insectos
(moscas) que consequentemente causam problemas ligados à saúde. A falta de educação sanitária
das, é outro factor que influencia negativamente para a manutenção das mesmas, sendo que os
sanitários não são usados pelos funcionários do mercado, mas também pelos clientes dos
mesmos, e estes, alguns por terem casas de banho precária em casa, não conseguem adquirir
novos hábitos compatíveis no uso das casas de banho.

O lodo fecal é gerido localmente, através de fossas sépticas ligadas ao poço de infiltração, sendo
que o lodo produzido por estas é retirado pelos operadores privados. Devido à questão de fácil
acessibilidade ao mercado, torna-se fácil a colecta e transporte do lodo até a ETAR de Infulene.

383
Figura 94 - Interior do sanitário do mercado Salubridade

Figura 95 - Interior do sanitário do mercado Malanga informal

Terminais de chapas

Os terminais da área de intervenção do PTUM estão localizados distribuídos de modo a


abrangerem os habitantes do respectivo bairro. Encontram-se distribuídos duas (2) terminais
mercados ao longo da área de intervenção. Os terminais de chapas não possuem nenhuma
estrutura física que demarca o espaço físico ocupado por esta. As paragens localizam-se no bairro
de Xipamanine no mercado informal e Bazuca. Sendo que este não apresenta nenhuma estrutura
física.

A terminal do mercado Xipamanine apresenta um estado de conservação razoável, uma vez que
possui um bom sistema de gestão, devido a questões organizacionais adotadas pelos gestores,
enquanto que a paragem do mercado Bazuca não possui nenhum sanitário.

A monitoria dos sanitários por parte dos responsáveis é um factor que influencia positivamente
para a manutenção da mesma, sendo que os sanitários são usados na sua maioria pelos
passageiros dos chapas como também pelos clientes dos mercados, e estes por estarem a ser
vigiados apresentam bons hábitos higiénicos.

384
O lodo fecal é gerido numa espécie de depósito e retirado por uma empresa privada e depositada
na ETAR de Infulene.

Figura 96 - Sanitário da paragem de Xipamanine

Gestão de lamas fecais

Em geral, verifica-se uma falta de serviços apropriados de esvaziamento de latrinas e fossas


sépticas nos assentamentos informais, principalmente onde o acesso de camiões de sucção é
difícil. Estima-se que nas zonas mais vulneráveis a maioria das latrinas seja esvaziada
manualmente por indivíduos e prestadores de serviços informais de muito pequena escala,
utilizando baldes. Nestes casos, as lamas são geralmente enterradas no quintal das famílias,
despejadas no sistema de esgotos, colocadas em plásticos e jogadas em contentores de lixo,
constituindo um risco para a saúde, não só dos trabalhadores mas também de toda a comunidade.

Um dos principais problemas da gestão de lamas fecais reside na recolha e transporte das lamas.
As grandes distâncias a percorrer até à ETAR do Infulene e os elevados custos de transporte
resultam na descarga indevida de lamas em áreas desocupadas mais próximas da origem.
Segundo inquéritos realizados pelo sector AS, a deposição de lamas fecais provenientes de
latrinas e fossas sépticas é efectuada maioritariamente no solo.

Das famílias entrevistadas algumas delas afirmou não ter conhecimento do local onde as lamas
recolhidas por operadores informais das suas habitações. Identifica-se assim como problemática
a falta de sensibilização e consciencialização dos munícipes sobre a necessidade de dispor o
material fecal nos locais apropriados e evitar os riscos para a saúde pública.

As soluções de captação e armazenamento de lamas fecais mais comuns actualmente em Maputo


consistem em latrinas e fossas (soluções descentralizadas). As latrinas constituem os

385
denominados sistemas de saneamento a seco, indicados para instalações individuais, com
captações de água inferiores a 30 L/hab/dia. Levam em média cerca de três anos a encher em
zonas onde o possuem baixo nível do lençol freático, sendo frequentemente encerradas,
sobretudo quando há disponibilidade de espaço, dada a dificuldade de remoção das lamas (muito
secas) ou o risco de destruição da própria latrina (fraqueza do revestimento).

5.6.5. Gestão de Resíduos Sólidos Urbanos

Desde a independência, a urbanização em Moçambique tem sido rápida e desordenada. Porém,


tal como em outras cidades, o crescimento da capital não foi acompanhado por serviços públicos,
sendo uma das áreas com graves deficiências o tratamento dos resíduos sólidos urbanos. A gestão
de resíduos sólidos ao nível da Cidade de Maputo, ainda é um grande desafio devido à limitações
em termos de recursos financeiros e humanos, que contribuem para elevadas dificuldades
técnicas de organização da recolha e deposição final de resíduos, afectando a cobertura destes
serviços, tal como atestam os dados do IV Recenseamento Geral da População e Habitação
201726, onde apenas 26,2% da população urbana ao nível de Moçambique, respondeu estar
abrangida por um serviço de recolha de resíduos.

Segundo a lei, o Ministério da Terra e Ambiente (MTA), é a instituição líder na gestão de resíduos
sólidos, considerando o seu mandato e papel na implementação de medidas para prevenir a
degradação e controlar a qualidade do ambiente27, constitui responsabilidade das Autoridades
Locais, a implementação dos sistemas de recolha e tratamento de resíduos sólidos e limpeza
pública28. Actualmente, em Moçambique, todos os Municípios e Governos Distritais depositam
os seus resíduos sólidos urbanos em espaços abertos denominados lixeiras, no caso específico da
Cidade de Maputo, a gestão de resíduos sólidos segue o fluxo que ilustra na figura abaixo.

26

27
Decreto Presidencial No. 1/2020 de 17 de Janeiro de 2020; Resolução No. 30/2020 de 06 de Maio de 2020, que cria e aprova
o Estatuto Orgânico do Ministério da Terra e Ambiente

28
Decreto No. 94/2014 de 31 de Dezembro de 2014 Regulamento sobre Gestão de Resíduos Sólidos Urbanos.

386
Gráfico 89 - Esquema da Gestão dos Resíduos Sólidos ao nível da Cidade Maputo (Fonte:
CMM 200829)

Como parte dos esforços de melhoria dos serviços de GRS, de forma participativa foi lançado
em 2016 em parceria com a CIUEM, o serviço MOPA (Monitoria Participativa), uma plataforma
para monitoria e avaliação dos serviços de recolha de resíduos sólidos na cidade de Maputo. Não
obstante actualmente o mesmo não se encontrar em funcionamento, durante a sua implementação
foram alcançados resultados promissores, no que tange ao aumento dos níveis de reporte pelos
cidadãos de problemas de acumulação ou mau manuseamento de resíduos sólidos, incluindo
deterioração das condições de saneamento nos bairros.

Situação actual de produção de Resíduos Sólidos

Os dados oficiais apontam para uma variação na produção anual de resíduos sólidos, como
resultado da alteração do padrão vida da população, estima-se que para a Cidade de Maputo,
onde cerca da sua 70% da população urbana vive em assentamentos informais, onde a gestão de
resíduos sólidos é pobre30, sejam produzidos anualmente mais de um milhão de toneladas, o que
corresponde a uma produção média de 1.639 ton/dia, e autoridades municipais facilitam a recolha
de 61% dos resíduos gerados31 que são encaminhados para Lixeira de Hulene operada

29
Conselho Municipal de Maputo. Plano Director: Gestão de Resíduos Sólidos Urbanos na Cidade de Maputo. Maputo:
Conselho Municipal de Maputo, 2008.

30
M. Barroso, DW, 27 Julho 2015. [Online]. Disponível: https://www.dw.com/pt-002/um-mundo-%C3%A0-parte-a-lixeira-
de-hulene/g18137565. [Acedido em 24 de Maio 2021]

31
“Prodem,” 2015. [Online]. Disponível: http://www.prodem.org.mz/static/gestao-de-residuos.html. [Acedido em 24 de Maio
de 2021].

387
directamente pelo município a mais 40 anos, estando actualmente além da sua capacidade e ciclo
de vida.

Ao nível da Lixeira de Hulene, até aqui é observada uma gestão deficiente dos resíduos que
acarreta efeitos negativos para a saúde pública, concorrendo potencialmente para a contaminação
resultante das linhas de água, solos e ar, consequentemente tem de forma cíclica a ocorrência de
surtos de epidemias, como a cólera, malária e outras doenças derivadas da deficiente higiene, e
também poluição do ar dentro dos assentamentos informais densamente povoados que estão ao
redor da lixeira.

Os principais métodos de armazenamento de resíduos utilizados pela população incluem: uso de


recipientes retornáveis (sacos de ráfia) e não retornáveis (sacos de plásticos), contentores
estandardizados, etc. Em termos da composição de resíduos verifica-se a presença de: 60% de
materiais facilmente fermentáveis (matéria orgânica), 25% de materiais potencialmente
recicláveis e 15% de outros32. Uma das deficiências constatadas que sistema de GRSU enfrenta
tem a ver com não existência de nenhuma forma de tratamento oficial implantada ao nível do
município, embora existam algumas iniciativas reciclagem, implementadas maioritariamente por
entidades sociedade civil, com envolvimento de muitos catadores informais e outras pessoas
vulneráveis, que fazem a colecta selectiva de materiais recicláveis, tal como vem discriminado
na legislação33, nomeadamente, matéria orgânica; papel ou cartão; entulho; plástico; vidro; metal;
têxteis; borracha; resíduos domésticos volumosos; resíduos especiais, etc., para o uso próprio ou
para a venda e outros fins.

Ao nível dos 20 bairros, a recolha de resíduos sólidos é feita a dois níveis, onde num primeiro
nível o conselho municipal contrata associações e microempresas locais que fazem a recolha
primária porta a porta através de carrinhas de mão denominadas “tchovas” e depois depositam
os resíduos nos contentores que se encontram em diversos pontos no interior dos bairros. No
segundo nível a recolha é feita nos contentores por empresas que transportam os resíduos para a
lixeira de Hulene.

O valor que suporta as despesas da recolha de resíduos, é pago pela população no processo de
compra de energia na primeira recarga do mês num valor 45mt. A posterior a EDM transfere este
valor para os fundos do Município e através do mesmo que são pagas às associações e empresas
de recolha.

A empresa de recolha primária trabalham durante seis dias por semana, isto é de segunda a
sábado, durante o período da manhã, portanto para garantir maior abrangência das famílias os

32
https://www.mta.gov.mz/ambiente/gestao-de-residuos-solidos [Acedido em 25 de Maio 2021].

33
Boletim da República - Diploma Ministerial n.º 49/2008, Postura de Limpeza de Resíduos Sólidos Urbanos de Maputo

388
bairro se encontram divididos por três áreas, onde cada área se beneficia da recolha durante dois
dias por semana conforme ilustra o seguinte exemplo.

Áreas Primeiro dia de recolha Segundo dia de recolha

Área A Segunda Quinta

Área B Terça Sexta

Área C Quarta Sábado


Tabela 57 – Calendário de recolha de resíduos

Para realização da colecta dos resíduos sólidos, são contratadas microempresas locais, que por
sua vez contratam funcionários na sua maioria locais que fazem a recolha diariamente usando
como meios de recolha as carinhas denominadas “tchovas”, luvas, máscaras. Portanto para além
da equipe que entra no interior dos bairros existe sempre uma ou duas pessoas que ficam nos
pontos de contentores para fazer limpeza ao redor do contentor de modo a recolher o lixo que
escapa no processo da retirada dos tchovas para o contentor, para tal estes usam ancinhos e pás.

Em relação ao número de trabalhadores, as empresas fazem o processo de contratação de acordo


com as suas necessidades para atender a demanda dos moradores de cada bairro. Importa referir
que dos números dos funcionários ainda nota-se um baixo número de participação feminina, com
maior destaque para algumas empresas que nem sequer tem participação feminina, conforme
ilustra a tabela abaixo.

Gráfico 90 - Número total de funcionários vs Número de funcionários do sexo feminino

Os residentes de cada área já tem conhecimento dos dias de recolha de resíduos, portanto estes
só tiram o lixo depois do toque do apito, para os locais onde devido ao estreitamento das vias os

389
tchovas não conseguem entrar, e indicado um ponto estratégico onde depois do toque do apito as
famílias levam o lixo.

Em alternativa a recolha feita pelas microempresas e associações, as famílias que por algum
motivo (ausência), não conseguem entregar o lixo no dia previsto para evitar acúmulos levam
para os contentores que se encontram distribuídos pelos bairros.

Embora seja feito um trabalho de sensibilização nos bairros de modo que as famílias façam a
separação dos resíduos e evitem colocar areia nos sacos de lixo, segundo as microempresas esta
acção constitui ainda um problema. Das empresas entrevistadas, 100% afirmaram que as famílias
não fazem nenhum tipo de separação de lixo, apenas catadores individuais e que costumam
vasculhar os contentores a procura de um material específico como plásticos e latas com a
finalidade de venda para empresas de reciclagem.

Após o processo de colecta primária, os resíduos são depositados em contentores localizados em


pontos específicos ao nível dos bairros e posteriormente são recolhidos pelas empresas
responsáveis pela colecta secundária dos resíduos até à lixeira de Hulene. Importa realçar que a
nível dos 20 bairros abrangidos pelo projecto existe um total de 67 contentores, sendo alguns
com capacidade de 6m3 e outros com capacidade de 12m3.

Mapa 44 – Localização de contentores e respectivas instituições de recolha

Conforme ilustra o gráfico acima, o bairro da Malanga é o mais beneficiado com 13 contentores
no bairro de Mavalane B, assim como outros bairros que apenas tem 1 ou dois contentores e
como solução partilham com os bairros vizinhos, conforme ilustra a tabela abaixo.

390
Localização do Nº de contentores Bairro com o qual se partilha
contentor partilhados

Mavalane A 2 Mavalane B

Mavalane A 1 FPLM

Chamanculo B 1 Chamanculo A

Aeroporto B 1 Aeroporto A

Inhagoia A 2 Inhagoia B
Tabela 58 - Número de contentores partilhados

Em relação a quantidade dos resíduos, os números variam de bairro a bairro com números que
oscilam de 2000kg a 15120kg por dia, influenciado por factores como tamanho do bairro e
quantidade de árvores existentes, factor que contribui bastante para o lixo de poda.

A nível de toda cidade de Maputo, a média de resíduos é de 1400 toneladas diárias e em relação
aos bairros abrangidos pelo PTUM maior parte destes bairros produzem lixo que está no intervalo
6000 a 9999 Kgs, e em menor número estão os bairros que colectam acima de 14000 Kgs.

Gráfico 91 – Quantidade de resíduos colectados por dia

Segundo o definido como âmbito de actividade destas empresas, os seus serviços abrangem
apenas as famílias, portanto por boa vontade de determinadas associações ou microempresas,
incluem também outras áreas como escolas, hospitais e valas de drenagem, conforme a tabela
abaixo.

Empresa ou associação Instituição de recolha

Associação DAMBU EPC Unidade 22 e 23

391
Associação AKK Centro de Saúde de Inhagoia A

Empresa EFEMAC-Limpezas Vala de drenagem da Av. Joaquim Chissano

Empresa Serlimpes Empresa privada


Tabela 59 – Micro empresas que recolhem resíduos fora da área de jurisdição

Gestão de Resíduos sólidos urbanos por fonte de geração

De um modo geral com base nas informações recolhidas, apresenta-se nesta subsecção a
descrição mecanismos para recolha de RSU que são produzidos ao nível do Município/Distrito,
por área e por outras fonte de geração, nomeadamente bairros ou agregados familiares, entidades
do Comércios e Indústrias; Mercados e Feiras e Instituições públicas (Escolas e Unidades
Sanitárias):

Ao nível dos agregados familiares ou bairros abrangidos pelo PTUM, a recolha primária de
resíduos sólidos tem sido abrangente e regular e a mesma é feita de porta a porta e levados para
o contentor. Estes resíduos são recolhidos usando carrinhas e tchovas, importa registar que
algumas destas áreas tem acesso muito limitado, estes resíduos a posterior são depositados em
contentores, dependendo da área.34.

Figura 97 - Recolha primária de resíduos sólidos em AI35

Ao nível dos mercados cada vendedor faz limpeza ao redor do seu local de actividade e vai
depositar o lixo no contentor. Todos os mercados visitados (mercado Mavalane A, mercado
Xipamanine e mercado de Luís Cabral) tem um contentor a menos de 70m de distância do
mercado. O Mercado Mavalane A e Xipamanine apresentam uma excepção, pois para além dos
contentores que se encontram nas proximidades do mercado possuem também baldes de 40 litros
colocados pela Fundação AVSI com o objectivo de colectar produtos orgânicos com o objectivo
de incentivar a separação dos resíduos, conforme ilustra a figura abaixo.

34
https://biblioteca.isced.ac.mz/bitstream/123456789/575/1/gestao_de_residuos_solidos_em_mocambique.pdf[Acedido em 25
de Maio 2021].

35
http://www.associacao-mocambicana-reciclagem.org/wp-content/uploads/2017/08/ESTRAT%C3%89GIA-DE-
GEST%C3%83O-INTEGRADA-DE-RSU-EM-MOCAMBIQUE.pdf

392
Figura 98 - Baldes nos mercados incentivando a separação de resíduos

No fim de cada dia os vendedores levam o lixo e depositam no contentor, portanto este acto de
separação de resíduos tem suas lacunas, pois nos locais de deposição para recolha secundária dos
resíduos não se faz a separação, facto que não incentiva os vendedores a fazerem a separação,
acabando por depositar todo tipo de resíduo nos mesmos baldes36.

No Mercado do Xipamanine, para além dos baldes do Projecto Wash liderados pela Fundação
AVSI, encontram-se também dois contentores ao redor do mercado, porém verifica-se uma
problemática dos vendedores informais de roupas usadas desenvolverem as suas actividades
arredores dos mesmos colocando em risco a sua saúde, devido aos cheiros nauseabundo assim
como microorganismos nocivos à saúde que podem advir dos contentores, conforme ilustra a
foto abaixo.

Figura 99 - Vendedores ao redor dos contentores no mercado Xipamanine

36
Fonte: Fundação AVSI, entrevista realizada no dia 3 de Junho de 2021.

393
Por último, apresenta-se na tabela de forma sumarizada a descrição dos outros subsistemas de
colecta de RSU produzidos no Município/Distrito, por área e por fonte de geração:

Sector/Área Mecanismo ou sistema de recolha de resíduos

Unidades Sanitárias Em relação aos hospitais, para os resíduos biomédicos a


gestão dos resíduos é feita a nível do próprio Ministério de
Saúde, devido à perigosidade que estes apresentam. Assim,
dos resíduos que são gerados nas Unidades Sanitárias, uma
parte é recolhida e encaminhada para os hospitais que tem
incineradoras como é o caso do Hospital Geral José Macamo
e para outra parte não perigosa a recolha é feita pelo
Conselho Municipal e alguns hospitais contratam empresas
privadas para fazer a gestão dos resíduos.

Escolas/Instituições Por último, para o caso das escolas, estas contratam empresas
públicas que fazem a recolha e depositam no contentor próximo ou
directamente na lixeira Hulene.

Entidades comerciais e Recolha de resíduos que são produzidos em grandes


industriais quantidades por estas entidades é realizada por empresas
privadas (Provedores de Serviço licenciados), que fazem a
remoção de resíduos sólidos, e depositam no contentor
próximo ou directamente na Lixeira de Hulene.
Tabela 60 – Mecanismo de recolha de resíduos

Principais desafios da recolha e gestão de resíduos sólidos nos bairros

Dos trabalhos de campo, foram identificados vários desafios inerentes à recolha e gestão de
resíduos sólidos nos bairros, sendo dos maiores a fraca sensibilização à comunidade para uma
melhor separação dos resíduos, de modo a facilitar a questão da reciclagem dos mesmos,
associado a isso temos a questão do reaproveitamento de objectos que não são propriamente lixo.

Outro desafio tem a ver com conservação dos contentores pelos moradores precisam de ser
sensibilizados para o efeito, pois muitas vezes colocam fogo nos mesmos, aliado a esta questão
da fraca conservação dos contentores, temos por outro lado, os catadores que durante o processo
de colecta de resíduos recicláveis, despejam o lixo no chão e no fim do seu trabalho não colocam
novamente no interior do contentor. O gráfico abaixo ilustra a dificuldade que os moradores têm
de separar o lixo para o reaproveitamento.

394
Gráfico 92 - Avaliação do grau de envolvimento dos moradores na separação do lixo

Para além dos aspectos acima, temos a problemática da acessibilidade de alguns locais, que não
facilita a entrada de tchovas, e no tempo chuvoso a situação é ainda mais difícil. Existe também
a necessidade de se melhorar na recolha secundária dos resíduos, pois vezes sem conta os
trabalhadores das microempresas de recolha primária têm tido dificuldade de depositar o lixo,
visto que os contentores apresentam-se superlotados, bem como os moradores que vão depositar
individualmente, quando encontram estas situações, acabam depositando o lixo no chão.

Grande parte das empresas que fazem a recolha de resíduos sólidos, enfrenta problemas relativos
à distância entre o local onde recolhem o lixo e onde devem depositá-lo, sendo que trata-se de
um trabalho feito com recurso a viaturas de tracção manual. Assim como existe dificuldade dos
moradores em cumprir com o calendário de recolha. Conforme ilustra o gráfico abaixo:

Gráfico 93 - Ilustração das principais dificuldades enfrentadas na recolha de resíduos sólidos

Recolha selectiva e reciclagem de resíduos

395
Os problemas associados com a gestão de resíduos sólidos urbanos na sociedade actual,
particularmente ao nível dos 20 bairros onde haverá intervenções do PTUM são complexos,
dadas as suas características de assentamentos informais, bem como a quantidade e diversidade
de resíduos produzidos diariamente que tem vindo a aumentar ao longo do tempo.

Apesar das diversas iniciativas, algumas com vários anos, a valorização de resíduos baseia-se em
grande medida no sector informal e é ainda marginal. A incapacidade das autoridades locais em
integrarem elementos de valorização na GIRSU resulta do reduzido valor de mercado dos
resíduos e da revisão documental e bibliográfica, as informações obtidas apontam que ao nível
de Cidade de Maputo a reciclagem é feita normalmente no âmbito de projectos ou iniciativas
individuais ou de ONGs (por exemplo, a Recicla, AMOR, Fertiliza, Engenharia sem Fronteiras,
etc.). Um entrave à promoção da reciclagem no país é a escassez de indústrias que usam material
reciclado e, consequentemente, a escassez da procura destes bens, daí que muitos destes materiais
acabam por ser exportados.

Para combater a produção crescente de resíduos sólidos, o CMM pese embora de forma não
directa tem procurado apoiar e dinamizar a implementação do princípio dos 3R’s: Redução,
Reutilização e Reciclagem, com vista contribuir para a redução da quantidade de resíduos
produzidos, consumo de energia e de recursos naturais.

Ao nível da Cidade de Maputo, a iniciativas Redução, Reutilização e Reciclagem (3R’s), tanto


no meio urbano, como periurbano são maioritariamente lideradas por ONGs/OSCs, catadores
informais ou pessoas singulares que fazem a separação dos resíduos na fonte de produção, para
recuperação de recursos e angariação de benefícios económicos.

A recolha selectiva abrange restos de alimentos, embalagens reutilizáveis (caixas de papel,


plástico ou garrafas plásticas, frascos de vidro, etc.) e outros itens para reciclagem (ferro, aço e
latas, etc.). Em termos gerais na tabela abaixo apresenta-se a finalidade da recolha destes
objectos:

Objectos Finalidade

Garrafas Venda de água e pedra de gelo, medição e venda de óleo de cozinha e óleos
plásticas naturais para beleza.

A associação ACADEC desenvolve iniciativas de reciclagem nas escolas


primárias do distrito Nlhamankulu, onde ensinam as crianças a fazer objectos
de adorno, através de objectos plásticos.

396
Figura 100 - Objectos de adorno produzidos através de material reciclado e
bancas de venda de garrafas plásticas.

Ao nível do bairro de Chamanculo A, tem uma empresa denominada TOPAC


Indústria de Plásticos que recicla produtos plásticos com objectivo de
produzir bens domésticos de variada tipologia, como é o caso de paletas,
caixas de refrescos, regadores, baldes, bacias, entre outros com a finalidade
última de comercialização.

Figura 101 - Material de uso doméstico produzido pela TOPAC

397
Frascos de Conservação de produtos alimentares como pimenta-malagueta entre outros
vidro temperos de cozinha, remédios tradicionais.

Figura 102 - Bancas de venda de material de vidro

Latas São usados como medidores de produtos alimentares como arroz, milho,
amendoim, feijão, sal e açúcar.

Restos São usados para compostagem, para gerar composto orgânico ou fertilizantes,
alimentos para pequenas hortas familiares, e jardins. Importa destacar as acções de
compostagem desenvolvidas num centro da ONG Engenharia sem Fronteira
no distrito de KaMubukwana. Estes colectam os resíduos nos principais
mercados (Zimpeto e Jorge Dimitrov), com a finalidade de produzir
compostos orgânicos que doam aos agricultores da cintura verde de
KaMubukwana.

Figura 103 – Processo de compostagem

Ferro São vendidos com a finalidade de trazê-los de volta à indústria (nacional ou


+Aço exportação).

398
Das entrevistas nos mercados visitados, muitos catadores fazem a colecta destes produtos junto
aos bares e barracas funcionando nos mercados, assim como em áreas em redor do mercado e
através da venda destes produtos a maior parte destes conseguem garantir sustento para as suas
famílias.

Concluindo, pode-se afirmar com base nos dados obtidos no quadro deste diagnóstico que existe
necessidade de conscientização da sociedade quanto à problemática de resíduos para que se
observem mudanças de atitude, para que as pessoas possam separar os resíduos sem nenhuma
contrapartida em termos de rendimento, visto que esta prática beneficiaria o ambiente. Devem
ser realizadas campanhas de consciencialização para assegurar que a população adira aos
projectos de protecção do meio ambiente, quando implementados.

5.6.6. Energia Eléctrica, Iluminação Pública e Telecomunicações

Área de intervenção é servida pela rede pública de energia eléctrica da empresa Electricidade de
Moçambique, EP (EDM-EP), única concessionária de energia eléctrica em Moçambique. A Rede
de distribuição de energia eléctrica da EDM é constituída por várias infra-estruturas eléctricas,
nomeadamente, linhas de Alta, linhas de Média e Baixa Tensão, Postos de Transformação (PTs)
entre outras. Contudo existem algumas zonas que são corredores de infra-estrutura eléctrica, por
via área, que conjugam alta e média tensão, nomeadamente a zona baixa do Rio Infulene que
coincide com os Bairros de Inhagoia A e B.

Figura 104 - Corredor de Infra-estrutura eléctrica de média e alta tensão (Inhagoia A e B)

A energia eléctrica é distribuída através de uma rede de infraestruturas eléctricas para o efeito
construídas e cobrindo a grande parte da área de intervenção. As ligações domiciliárias área de
intervenção são feitas, na maior parte dos casos, por baixadas aéreas em cabos de diferentes tipos,

399
terminando em Postaletes. Área de intervenção possui um sistema de iluminação pública
disseminado ao longo de grande parte dos seus arruamentos.

Rede de Distribuição de Média Tensão (MT)

Constituída na sua grande maioria por uma rede de linhas aéreas que interligam os vários postos
de transformação (PT), que alimentam a área de intervenção. Na área de intervenção existem 312
postos de transformação públicos e 7 postos de seccionamento, o que resulta num bom nível de
cobertura da rede. A maior parte da rede subterrânea se concentra ao longo das vias principais
tais como Avenida do Trabalho e Avenida de Moçambique, Avenida Joaquim Chissano. Este
facto, associado à sinuosidade dos arruamentos dos bairros, constituem limitações ao
desenvolvimento de uma rede subterrânea melhor distribuída, para uma cobertura mais
equilibrada dos mesmos.

Rede de distribuição de Baixa Tensão

A área de intervenção é tanto servida por rede aérea como subterrânea. Constituída por postes de
madeira ou betão, maioritariamente com cabos do tipo Torçado (ABC) que se distribuem de
formas ordenada e desordenada. Em alguns casos a configuração da rede de BT dificulta quer os
trabalhos de manutenção que a EDM deveria realizar regularmente, quer a prontidão na resposta
às avarias (dificuldade no acesso).

Ligações Domiciliárias

As ligações domiciliárias são feitas principalmente através de baixadas aéreas, constituídas por
cabos do tipo Torçado, Airdac, PBMR ou PBT e, terminando em postaletes. A EDM tem feito
um grande esforço para reduzir as perdas resultantes do “roubo de energia”, através da instalação
de sistemas de controlo de fornecimento de energia mais modernos (caixa com o dispositivo de
protecção e controlo instalada no poste, ficando na residência apenas um terminal para recarga
de energia).

Iluminação Pública

De um modo geral, as ruas possuem uma deficiente iluminação pública, o nível e a distribuição
das luminárias é irregular, havendo zonas mais iluminadas e outras pouco ou não iluminadas. A
área de intervenção é servida por um sistema de iluminação pública, na maior parte dos casos
comandada por um dispositivo constituído por célula fotoeléctrica associada a um contactor,
instalado em cada PT.

As redes de infra- estruturas eléctricas integram zonas de protecção parcial, sendo que na Cidade
de Maputo a estas zonas aplica-se uma postura camarária onde se definem as regras de ocupação
destas. A distribuição da energia eléctrica e todo o conjunto de infra-estruturas associadas onde
se inclui a iluminação pública são geridas pela Electricidade de Moçambique (EDM).

400
Mapa 45 - Energia Eléctrica, Iluminação Pública e Telecomunicações

401
6. DIAGNÓSTICO INTEGRADO
6.1. INTRODUÇÃO

Em termos de modelo de território é importante referir que o crescimento é um meio para chegar
ao desenvolvimento. Sendo que a forma como o espaço se organiza interfere no
desenvolvimento, porque toda a actividade humana é localizada. Em suma, o espaço é factor e
sujeito de desenvolvimento e nesse sentido a organização espacial das sociedades e das suas
actividades é essencial para o desenvolvimento, e sequencialmente um importante contributo no
combate à pobreza e às mudanças estruturais.

No caso da área de intervenção do PTUM caracteriza-se por ser um assentamento informal, em


resultado das suas características sociais, urbanísticas e infra-estruturas. O conceito de
Assentamento Informal conforme consta do Manual de Intervenção Integrada em Assentamentos
Informais, o conceito está na actual literatura sobretudo associado à Organização das Nações
Unidas (ONU) nomeadamente à UN Habitat (2007) que estabeleceu que “Os assentamentos
informais (ou “slum”, termo em inglês) são identificados como áreas desprovidas de infra-
estrutura básica e urbanística, com habitações geralmente superlotadas, construídas com
materiais precários (tipo do material utilizado no piso, parede e telhado) e com situação
fundiária irregular sobre o uso e ocupação do solo.”

Ainda de acordo com a UN Habitat (2007), a natureza dos aglomerados urbanos é uma ameaça
para o ambiente e tornam as comunidades mais vulneráveis a inundações e doenças provocadas
pelas águas. Sendo por isso fundamental a correcta identificação da sua problemática mas
também a integração, no âmbito do planeamento e da construção do espaço urbano, do factor
adaptação e mitigação às alterações climáticas, da inclusão de novos modelos económicos
baseados numa economia circular e de baixo carbono, bem como outros factores que pelas suas
características impactam no território, como seja as epidemias e a dimensão tecnológica.

Assim, no presente diagnóstico procurou-se entender a forma como o espaço da área de


intervenção se organiza e como se articula com as propostas do PTUM, tendo sido consideradas
as seguintes unidades de análise:
● Espaços Públicos e Equipamentos Urbanos;
● Infra-estrutura Urbana;
● Inclusão Social e Gênero.

Além da componente de análise síntese, da informação colectada que consta da primeira parte
deste relatório, procurou-se identificar a problemática da área de intervenção, de forma integrada,
nas unidades de análise consideradas, a partir da identificação de “questões-chave”, mas
alargando ainda a reflexão a:
● COVID;
● Alterações Climáticas;
● Género.

402
6.2. SÍNTESE DA ANÁLISE: MODELO DO TERRITÓRIO

Mapa 46 - Mapa síntese da área de intervenção

Segundo o INE 2019, a área de intervenção tem um total de 264.054 habitantes, sendo que as
mulheres constituem a maior parte da população (cerca de 52%). Actualmente, a mesma tem um
crescimento populacional lento como resultado da migração de pessoas para as novas zonas de
expansão habitacional nos Distritos de Boane, Marracuene e o Município da Matola, resultado
da melhoria das condições de sustento alcançadas através de desenvolvimento de uma ou mais
actividades de rendimento de alguns agregados (incluindo os liderados por mulheres).

No que tange às condições socioeconómicas constatou-se a existência de altos índices de pobreza


urbana, verificando-se situações de famílias que têm no máximo 2 refeições por dia, havendo
dias que passam sem nenhuma, tendo-se constatada incidencia sobretudo sobre os agregados
familiares liderados por mulheres, que na maior parte das vezes obtém seu sustento de
rendimentos do sector informal.
Muitas famílias ainda confeccionam os alimentos com lenha e carvão, o que gera um impacto
ambiental negativo na qualidade do ar e cumulativamente aumenta o risco de incêndios urbanos;
Muitos dos agregados familiares, caracterizam-se pela presença de dois ou mais agregados
familiares dividindo o mesmo talhão com uma variação média de 5 a 10 membros em cada
família, havendo situações em que várias famílias partilham a mesma casa de banho ou usam
sanitários compartilhados fora do talhão, com fraca manutenção em termos de higiene e em
algumas situações com problemas de abastecimento de água e saneamento factor que concorre
para proliferação de doenças, sobretudo na época chuvosa. Cumulativamente há casos de famílias

403
cujos talhões não têm acessibilidade directa aos principais serviços implicando atravessamos de
outros talhões. E apesar das condições precárias da maior parte das habitações, grande parte dos
agregados procuram alargar ou transformar as suas habitações em “condomínios” para acomodar
ou arrendar a outras pessoas e aumentar os seus rendimentos.
Em relação aos serviços de saúde, estes bairros beneficiam-se de uma rede sanitária, que
compreende centros de saúde públicos e privados, mas que na realidade do dia a dia ainda se
encontra aquém do desejável no que diz respeito ao acesso e à qualidade, resultando em longos
tempos de espera. Outras dificuldades está 1) na obtenção de medicamentos prescritos nas
farmácias dos hospitais por escassez, obrigando a que se recorra a farmácias privadas onde os
custos são elevados; e 2) na escassez de serviço de ambulâncias em caso de transferências para
outros hospitais, havendo situações em que os familiares do paciente têm que mobilizar recursos
para aluguer de uma viatura para o transporte do doente para aceder aos cuidados. Neste ponto
outro constrangimento são as vias; verificam-se casos em que dada a sinuosidade e perfis estreitos
das vias, bem como a descontinuidade destas, os pacientes acabam necessitando de percorrer
longas distâncias ou inclusive solicitar apoio (fazer-se transportar pelos braços) para a sua
transferência (de sua casa até à ambulância).

Quanto a matérias de escolarização apesar da maior parte dos bairros possuírem infra-estruturas
educativas, há carência de escolas secundárias o que faz com que os alunos após a conclusão do
ensino primário desloquem-se para outros bairros, para prosseguir com os estudos, que pela
distancia, nestas deslocações usam transporte público mas sobretudo “chapas”, contudo para
alcançar as paragens necessitam de percorrer grandes distâncias, regra geral, por vias não
pavimentadas e mal iluminadas, principalmente pelo facto das rotas dos transportes se
encontrarem associadas às vias principais. Por outro lado, o facto de as vias serem
maioritariamente não pavimentadas e não apresentarem mecanismos de drenagem, associadas às
condições urbanísticas e ambientais que potenciam alagamentos/inundações, aumentando as
dificuldades na época de chuva. Como em toda a Cidade, os transportes andam geralmente
superlotados, o que contribui para o não cumprimento das regras do distanciamento social tao
importante no combate e prevenção a COVID-19.Os custos associados às ligações de chapa
representam um pesado fardo no orçamento dos agregados familiares, agravando ainda mais a
sua débil situação socioeconómica.

Há que realçar que por outro lado, apesar de se constatarhaver uma relativa elevada escolarização
entre os jovens, verifica-se na mesma medida existe em contraste elevadas dificuldades de
transformar a instrução média ou superior num emprego formal, criando uma grande geração de
jovens cada vez mais frustrados e propensos a enveredar para práticas nocivas como a
criminalidade, consumo de drogas, álcool e prostituição.

Relativamente ao emprego e rendimento, quase todos os 20 bairros abrangidos pelo PTUM


apresentam altos níveis de desemprego, principalmente entre a camada jovem. O acesso ao
emprego permanece determinante na redução da pobreza e bem-estar dos agregados familiares,
tendo sido verificado que a maior parte das famílias são totalmente dependentes de rendimentos
provenientes do desenvolvimento de actividades informais ou por conta-própria (carpintaria,
serralharia, ou pequenos negócios nos grandes mercados informais, Xipamanine, Fajardo,
Malanga, etc.). Por outro lado, embora as mulheres ainda enfrentem severas restrições no
mercado formal de trabalho, principalmente devido a baixa escolarização, estas aumentaram a

404
sua participação no mercado informal o que tem contribuído para melhorias na posição
socioeconómica dos agregados familiares, em particular aqueles chefiados por mulheres.
No que concerne a parte biofísica, a maior parte dos bairros do PTUM possui solos
maioritariamente argilosos e de baixa permeabilidade, com presença de nível freático alto e
pouca disponibilidade gravítica, facto este que propicia o surgimento de focos de água estagnada,
que quando associado a prática de despejo de águas residuais domésticas e resíduos sólidos em
valas de drenagem, constitui um atentado a saúde pública. Sendo que a falta de medidas mais
eficientes de gestão de resíduos e de drenagem não permite que a estes espaços sejam
implementadas solucoes combinadas e transformados em espaços de recreação, desportivos ou
culturais sem perder a função de retenção dos escoamentos.
Em termos de uso e ocupação do solo, conforme decorre do PEUMM aplicam-se à área de
intervenção praticamente todas as classes de espaços definidas por este plano, mas com
prevalência das áreas em que uma parte ou a totalidade se encontra por infra-estruturar, e onde
deverá ser preponderante o uso residencial apesar de permitidos outros usos, desde que
compatíveis com o residencial. Também, neste plano consta as áreas húmidas, inundáveis e áreas
de alagamento, como categorias de espaços associadas à Estrutura Ecológica nos quais se
encontra prevista a instalação de espaços verdes (parques e jardins) bem como, superfícies de
água. Efectivamente, verifica-se uma prevalência de área residencial com densidade habitacional
média, elevada densidade de ocupação do solo e em alguns bairros densidades populacionais
altas.
Já as densidades populacionais encontram-se associadas ao número médio de elementos por
agregado familiar que resulta em habitações superlotadas de população, maioritariamente jovem
e de baixa renda. Por outro lado, à elevada densidade de ocupação do solo estão associadas
situações fundiárias irregulares, parcelas não demarcadas, escassez de equipamentos urbanos e
de espaços públicos. Estes últimos quando existem, são precários e encontram-se desarticulados
da malha urbana, ou seja, são espaços residuais ou sobrantes, que na maior parte dos casos mal
se articula para a função de espaço livre a “nivel de quarteirão", e em alguns casos não permitem
a prática de desporto, actividade muito comum no extracto jovem da área de intervenção. Aliás,
um dos grandes constrangimentos da área de intervenção consiste na inexistência de espaço livre
que permita um novo perfilamento das vias, a construção de valas de drenagem, serviços de
abastecimento de águas e outros.

Relativamente ao corpo dos Espaços Públicos, a área de intervenção dispõe de um tecido de


espaços públicos dispersos com formas e funções variadas, sendo alguns susceptíveis a
inundações por encontram-se localizados em áreas alagáveis e não servidas pela de rede de
drenagem, esta quando existe coincide com as vias consolidadas dos bairros, que na maior parte
não coincide com a localização dos espaços públicos situados no interior dos bairros.
Estes espaços são usados de formas diversas (diversão infantil, desporto, estar), mas importa
realçar a ocorrência do comércio informal, pela dinâmica humana associada a estes, que promete
e resulta num negócio mais próspero, actividade está principalmente da população feminina, pela
proximidade de casa e pela possibilidade de estar no mesmo espaço que as crianças, e ao mesmo
tempo fazer o seu rendimento. Nestes locais, em muitos dos casos encontrados superlotados, não
se verifica a adopção de qualquer medida de protecção a COVID 19 (pessoal e colectiva), e
constituem na nossa análise potenciais focos de propagação, pela grande interacção entre
pessoas, na maior parte dos casos verificou-se fisicamente próximas, resultado também das
dimensões reduzidas destes, sendo os utentes de proveniência variada.

405
Da análise da relação entre os espaços públicos com a estrutura demográfica actual apresentada
neste diagnóstico em distritos urbanos de intervenção do PTUM, constata-se que de facto as
crianças constituem a faixa etária mais representada, seguida pela população jovem e adulta
(idosos também); que de alguma forma é confirmada pela grande presença infantil nos espaços
públicos em situações de apropriações múltiplas. A criança nos assentamentos informais é o
principal utilizador dos espaços públicos, seguido pelos jovens e adultos.

Importa também ressaltar a importância dos fontanários. Os fontenários são no contexto dos AI’s
locais de uso comunitário para socialização. O exemplo da intervenção no fontanário de
Maxaquene A, é exemplo de como tirar partido destas condições edificadas e devolutas para
recriar espaços públicos de forma criativa e com custos controlados, como forma criativa de
contornar a falta de espaços públicos nos AI’s.

Os espaços públicos/abertos, para além do papel social de criar condições para a interacção entre
os moradores, têm o papel de contribuir para reduzir a criminalidade pelo desenvolvimento do
sentido de pertença à comunidade.

Relativamente aos principais serviços urbanos, a área de intervenção apresenta algumas


deficiências nomeadamente: parte da população ainda não tem acesso a água, transportes,
saneamento e acessos adequados, em grande parte devido ao fraco investimento público e fraca
capacidade financeira das famílias. Em termos de serviços básicos, embora a rede de
equipamento escolar faça a cobertura geográfica (raio de 1.5km para escolas primárias, e 5km
para as escolas secundárias), na prática, a dificuldade de acesso em consequência da
descontinuidade e impermeabilidade bairro a bairro, resulta na prática em distâncias mais longas
que expõe a estudante do gênero feminino a situações de potencial perigo, pela maior distância
a percorrer, como também implica mais gastos aos já parcos rendimentos da família. O mesmo
se verifica em relação a rede sanitária.

Realça-se que a forma desordenada das construções, característica dominante da área de


intervenção, constitui um dos principais factores inibidores para o desenvolvimento de infra-
estruturas de água, saneamento e drenagem, pois, em muitos casos não permite a instalação de
um traçado contínuo e regular entre o interior e o exterior da zona habitacional. Nestas condições,
são mais afectados os grupos que realizam as actividades domésticas como lavagens e a
confecção de alimentos. De forma interligada, a carência por serviços de água e saneamento tem
implicação na saúde e economia da comunidade.

6.2.1. Espaços Públicos e Equipamentos Urbanos


Os sistemas de espaços públicos nos contextos urbanos informais contemporâneos desempenham
um papel socioeconómico e ambiental preponderante na melhoria da qualidade de vida colectiva,
permitindo não só a interação social entre os residentes, mas também a prosperidade económica
através da viabilização de actividades comerciais que ocorrem nestes ambientes, bem como pela
possibilidade de contribuir para a redução da vulnerabilidade aos desastres naturais resultantes
das mudanças climáticas (fenômeno ilha de calor urbano, inundações urbanas - pela possibilidade
de contribuir para a microdrenagem), entre outros mais subjectivos como saúde preventiva e
inclusão social.

Por isso, compreender o estado actual destes espaços conduzido por questões centrais de
diagnóstico da situação existente é fundamental para definir estratégias de intervenção
sustentáveis com vista a sua requalificação ou reabilitação devidamente enquadrada as

406
necessidades espaciais, ambientes e socioeconómicas de contexto. Para melhor compreender a
temática seja na vertente de planeamento e execução, como na de manutenção e durabilidade
destes espaços, o estudo e levantamento compreendeu espaços abertos recentemente
intervencionados no contexto dos AI’s e fora, sobre os quais foram registadas as lições
aprendidas; e o levantamento exaustivo de todos espaços abertos encontrados nos 20 bairros da
área de intervenção.

O tipo predominante dos espaços livre/comunitário encontrado foi o espaço público aberto, que
na sua maioria, possuem áreas menores que 600m2, dos quais mais da metade tem uma área
menor que 400m2. Destes destaca-se o jardim zoológico com aproximadamente 437868
m2 (aproximadamente 70% da área de todos os espaços públicos levantados), contribuindo
significativamente para os 13% que possuem área maior que 5000m2. Outra parte significativa
são os campos de futebol, maioritariamente recreativos, que correspondem a 12% dos espaços
públicos identificados. No seu todo, a superfície pública livre em assentamentos informais
corresponde aproximadamente a 68.5263,2m2.

Do levantamento dos espaços intervencionados ressalta-se a grande lição das intervenções em


espaços abertos/ livres minúsculos, e da sua grande apropriação; caso mais provável de acontecer
na maior parte dos 20 bairros da área de intervenção.

Índice de cobertura dos Espaços Públicos


O PEUMM no ponto 7.5 A densidade da ocupação do Espaço Urbano de Maputo, versa entre
outros aspectos sobre a “necessidade de assegurar aos citadinos um correcto equilíbrio entre as
áreas construídas e as áreas de parques e jardins públicos”, contudo não estabelece índices; O
Regulamento do PEUMM no arto 13 enquadra os parques e jardins/verde urbano na categoria de
espaço afecto à estrutura ecológica, como um dos mecanismos para garantir a proteção dos
ecossistemas e intensificação dos processos biológicos indispensáveis ao enquadramento
equilibrado das actividades humanas.

A nível internacional a OMS reconhece os benefícios dos espaços verdes na saúde seja como
medida profilática como de convalescença; tendo publicado no artigo (WHO,2016) os índices de
área verde por habitante na ordem dos 10m2, como também estabelece a distância mínima ideal
a percorrer até um espaço público aberto de menor dimensão entre os 300 e os 500ml, relacionado
a uma dimensão mínima do espaço aberto na ordem de 1ha.

O Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente – PNUMA, através do Programa
Informações Ambientais das Cidades na Internet – CEROI, acrônimo em inglês, aponta alguns
indicadores como o investimento em aquisição e manutenção de áreas verdes e habitantes a
menos de 15, e ou entre 300 a 500m (Pedreira, et al. 2017);

O indicador Razão área verde / área coberta consiste na comparação da estrutura verde urbana
com a área edificada das cidades. A relação entre as áreas verdes e o edificado já foi mencionada
anteriormente, e a procura pelo equilíbrio entre eles pode trazer benefícios para a população, pela
sensação de “relaxamento”, em consequência na qualidade de vida e saúde da população. Não
existindo um coeficiente para comparação, recorremos a legislação Portuguesa: de acordo com a
Portaria n° 216-B de 3 de Março de 2008 do Ministério do Ambiente, do Ordenamento do
território e do Desenvolvimento Regional de Portugal, os parâmetros de dimensionamento para
habitações coletivas quando comparados com os espaços verdes e de utilização coletiva,
contemplam o valor de 28m²/fogo.

407
Para verificação da cobertura dos espaços verdes, abaixo versamos sobre a disponibilidade dos
espaços abertos encontrados e os standards indicadores:

Espaço verde per capita

O índice de espaços públicos por habitante nos assentamentos informais da área de abrangência
do projecto, mostra uma situação de proporcionalidade crítica na maior parte dos casos.

Excluindo o jardim zoológico, Malanga é o bairro que possui maior superfície de espaços
públicos, com cerca de 81.791,7 m2, resultando num índice de espaço público por habitante de
8,05 m2/hab, constituindo-se o mais próximo do coeficiente ideal.

De forma geral os restantes bairros têm o índice de espaços públicos por bairro abaixo da metade
do recomendável (10m2 por habitante); e na maior parte dos casos o índice é extremamente
baixo, sendo que 15 bairros situa-se na faixa de 0.4 a 1m2/hab.

A situação física actual dos assentamentos informais apresenta um elevado défice de superfície
destinados aos espaços públicos, se aplicados os índices internacionais.

408
RELAÇÃO DOS ESPAÇOS PÚBLICO COM A
DEMOGRAFIA NOS BAIRRO
Indice Por hab População Area aberta total (m2)

Urbanização
Nsalene
Inhagóia B
Inhagóia A
Luís Cabral
Mavalane B
Mavalane A
FPLM
Maxaquene A
Bairros

Unidade 7
Mafalala
Malanga
Munhuana
Mikadjuine
Xipamanine
Chamanculo D
Chamanculo B
Chamanculo A
Aeroporto B
Aeroporto A

0.0 10000.0 20000.0 30000.0 40000.0 50000.0 60000.0 70000.0 80000.0 90000.0
Chama Chama Chama
Aerop Aerop Xipam Mikadj Munhu Malan Mafala Unida Maxaq Maval Maval Luís Inhagó Inhagó Nsalen Urbani
nculo nculo nculo FPLM
orto A orto B anine uine ana ga la de 7 uene A ane A ane B Cabral ia A ia B e zação
A B D
Indice Por hab 0.05 1.48 0.64 0.51 1.86 0.43 0.44 3.70 8.05 0.07 0.28 0.13 0.12 0.57 0.10 0.35 2.49 0.06 0.91 0.68
População 13362 15965 10014 9,022 11,093 14895 6986 5191 10166 17822 7783 19300 10722 19407 12796 33040 14471 15481 3269 13269
Area aberta total (m2) 663.8 23675.76420.2 4623.120673.66402.2 3094.919216.681791.71289.5 2150.9 2428.3 1294.210967.31230.211508.636009.2 939.6 2989 8975.4

Índice por hab, população, area aberta total

Gráfico 94 - Índice de espaços públicos por habitantes

Os índices internacionais da distância a percorrer para aceder a espaços públicos são referidos
para espaços com áreas de superfície igual ou superior a 1000m2 e por aí acima. Aplicando
fidedignamente este índice à área de intervenção, teríamos um resultado de cobertura muito
baixa, por um lado, por outro a localização periférica do espaço publico em relação ao território
do bairro, contribui para que a distância a percorrer até aos espaços públicos, na maior parte dos
casos, extravasam esta distância.

409
Razão área livre/área coberta
Analisada a relação área verde, área coberta bairro a bairro encontramos alguns bairros cuja razão
é extremamente crítica, por ordem crescente, o caso dos bairros Aeroporto A, FPLM e Mavalane
B que se encontram em situação similar, com índices abaixo de 1m2/fogo. Entre os bairros que
apresentam resultados mais satisfatórios estão Inhagoia A (bacia natural), Munhuana e Malanga,
resultante dos espaços excedentes imediatos da ponte, áreas estas que foram libertas por
reassentamento para a construção da ponte (para alcançar o afastamento mínimo para a realização
da obra em segurança). Caso a parte é o de Inhagoia B (zoológico), que por outro lado é um
espaço verde de abrangência a nível de cidade.

Razão Área
Área edificada Livre/Área
Bairro Área Livre (m2) (m2) Edificada
Aeroporto A 663.76 258,833.26 0.26
Aeroporto B 23,675.69 258,833.26 9.15
Chamanculo A 6,420.25 179,623.91 3.57
Chamanculo B 4,623.13 181,730.47 2.54
Chamanculo D 20,673.62 210,825.93 9.81
Xipamanine 6,402.24 284,041.32 2.25
Minkadjuine 3,094.95 148,970.08 2.08
Munhuana 19,216.60 120,352.40 15.97
Malanga 81,971.73 418,934.29 19.57
Mafalala 3,510.47 320,870.96 1.09
Unidade 7 2,331.89 170,467.38 1.37
Maxaquene A 2,428.35 302,656.36 0.80
FPLM 1,294.17 259,625.67 0.50
Mavalane A 10,967.34 288,298.97 3.80
Mavalane B 1,250.16 174,860.23 0.71
Luís Cabral 11,508.64 395,895.46 2.91
Inhagoia A 36,009.21 221,224.20 16.28
Inhagoia B 437,637.61 211,116.12 207.30
Nsalene 2,989.01 52,635.32 5.68
Urbanização 8,975.38 386,870.69 2.32
Totais 685,644.20 4,846,666.28
Índice Medio na área de intervenção 15.40
Tabela 61 - Índice de espaços públicos por habitantes

É importante, entretanto esclarecer que embora nalguns casos os índices sejam razoáveis, estes
bairros estão densamente ocupados, não sobram áreas livres, como atesta o levantamento dos
espaços abertos descrito nos capítulos anteriores.
A aparente área livre resulta do baixo índice de ocupação do solo, resultado de uma ocupação
não compacta, deixando bocados de área livre não aproveitável.

410
Análise das Características e Potencialidades dos Espaços Públicos
Não obstante a grande diversidade das formas e tamanhos encontrados nos espaços catalogados,
após a análise comparativa pormenorizada, foram identificados por bairro, os espaços (um ou
dois por bairro) que tecnicamente reúnem mais qualidades para transformar positivamente a
qualidade de vida dos residentes. Abaixo é apresentada a tabela síntese dos espaços com
informação circunstancial.

Lista de espaços que reúnem características que o elegem como preferencial

Nome E. Localiz. Área Tipo de


Bairros Lat. Long. Funções
A Bairro (m2) pavimento

Chamancul Campo de Desporto Solo


-25.946327° 32.556788° Central 1209,4
oB Nducha recreativo natural

Chamancul Campo Desporto Perimetra Solo


-25.951809° 32.563130° 2512,1
oA Fura Rede recreativo l natural

Socialização
Espaço
Chamancul , futebol Perimetra Solo
público -25.943925° 32.559853° 584,9
oD recreativo e l natural
aberto
comércio

Socialização
Espaço
, futebol Solo
Mikadjuine público -25.948997° 32.567825° Central 1458,4
recreativo e natural
aberto
comércio

Campo das
Xipamanin Desporto Perimetra Solo
Mangueira -25.948234° 32.563383° 2734,2
e recreativo l natural
s

Campo da Desporto Perimetra 11787, Solo


Munhuana -25.940553° 32.567546°
habitação recreativo l 6 natural

Desporto
Campinho recreativo,
Solo
Mafalala da -25.952194° 32.570949° encontro, Central 2220,9
natural
Mafalala diversão
infantil

Espaço Comercio, Solo


Perimetra
Malanga público -25.946349° 32.543685° encontro e 1819,2 natural e
l
aberto socialização capim

411
Diversão
Espaço
infantil, Solo
público -25.934082° 32.557316° Central 243,9
encontro e natural
aberto
socialização
Unidade 7
Estacionam
Vazio
ento, Perimetra Solo
público -25.931452° 32.556109° 181
Encontro e l natural
aberto
socialização

Encontro,
Espaço socialização
Solo
público -25.938574° 32.570812° e diversão Central 178,8
natural
aberto infantil e
fontanário
Aeroporto
A
Encontro,
Espaço socialização
32.569232° Solo
público -25.936381° e diversão Central 149,2
° natural
aberto infantil e
fontanário

Desporto
Aeroporto Campo da - recreativo e Perimetra Solo
_-25.938651° 5051,6
B vitória 32.564257° diversão l natural
infantil

Maxaquene Espaço Encontro e Solo


-25.942203° 32.581902° Central 976,6
A aberto socialização natural

Desporto
Vazio
recreativo, Solo
FPLM público -25.927022° 32.597353° Central 680,3
encontro e natural
aberto
socialização

Estacionam
Espaço
Mavalane ento, Solo
público -25.925723° 32.584765° Central 5202,5
A encontro e natural
aberto
socialização

Encontro,
Urbanizaçã Campo socialização Solo
-25.942792° 32.575548° Central 8871
o futebol e desporto natural
recreativo

Encontro,
Espaço diversão
Mavalane Solo
público -25.921461° 32.597934° infantil e Central 556,5
B natural
aberto comércio
informal

Solo
Luís Espaço Encontro e Perimetra
-25.929935° 32.541411° 1285,8 natural e
Cabral aberto socialização l
capim

412
Encontro,
Espaço diversão
Perimetra Solo
Inhagóia A público -25.917915° 32.555527° infantil e 620,7
l natural
aberto comércio
informal

Espaço Encontro e Perimetra Solo


Inhagóia B -25.923906° 32.549716° 624,4
aberto socialização l natural

Encontro,
Espaço
socialização Perimetra Solo
público -25.921913° 32.561825° 605,9
e comercio l natural
aberto
local
Nsalene
Solo
Estacionam
Espaço natural e
ento, Perimetra
público -25.914305° 32.564896° 252,1 concreto
encontro e l
aberto regularizad
socialização
o

Tabela 62 - Características e Potencialidades dos Espaços Públicos

Aspirações e Expectativas
Comunidade
De acordo com os testemunhos da comunidade em relação ao que esperam dos espaços a
intervencionar, encontramos duas correntes principais de opiniões:1) A faixa jovem é a favor de
locais para a prática desportiva, e também a favor da “praça digital”; e 2) a faixa adulta é a favor
de praças combinadas para uso infantil e de estar.
Importa referir que algumas das funções podem coexistir no mesmo espaço, pelo período/tempo
de uso de cada uma das faixas: tanto pelo tipo de mobiliário a contemplar; o mesmo mobiliário
de estar pode servir ao utente adulto de idade mais avançada que vai a procura de sombra e fresco;
como também ao internauta que precisa de se sentar comodamente para a sua actividade.

CMM
A expectativa do CMM é de um espaço público multidisciplinar que deverá responder às diversas
problemáticas mais comuns dos bairros informais. Esta deve responder a questões tão
transversais como empreendedorismo, saúde e apoio social, desporto, cultura entre outros.
Visualiza-se este espaço como uma centralidade do bairro.
Importa aqui lembrar a pequena dimensão dos espaços encontrados e o número baixo de espaços
livres encontrados.
Importa também lembrar que a construção do espaço comunitário central não suprime a
necessidade de espaços abertos qualificados, parte importante para a requalificação dos AI’s.

413
Mapa 47 - Espaços públicos potenciais no mapa integrado

414
6.2.2. Infraestrutura Urbana
Considera-se infra-estrutura urbana o conjunto dos sistemas técnicos gerais de suporte ao
funcionamento do território no seu todo, nomeadamente: (i) rede viária e mobilidade, onde
se incluem transportes; (ii) drenagem; (iii) sistema de abastecimento de água e saneamento;
(iv) resíduos sólidos urbanos; (v) energia eléctrica, iluminação e telecomunicações.

Rede Viária, Mobilidade e Transportes


Relativamente à rede viária e mobilidade de uma forma geral a área de intervenção é servida
por uma importante rede viária principal que permite a sua conexão a nível interno e externo,
potenciada ainda pela infra-estrutura ferroviária. E apesar do PEUMM ter considerado a
classificação nacional da ANE e constar dos PPU dos Bairros de Luís Cabral e Maxaquene
“A” uma proposta de classificação viária, grande parte desta rede não se encontra
classificada, aliás existindo discordância nas classificações apresentadas por estes
instrumentos de ordenamento do território.
Por outro lado, à rede viária encontram-se associados os caminhos naturais da água, a rede
de abastecimento de água e serviços de saneamento, bem como as redes de energia eléctrica
e iluminação nomeadamente, a rede de média/baixa tensão. Assim a rede viária exerce uma
função de acessibilidade aos residentes dos Bairros mas também de apoio à manutenção
destes serviços, verificando-se que ambas as funções são penalizadas pela ausência de
pavimentação, sobretudo na época de chuva face à inexistência de órgãos de drenagem de
pluviais, mas também pela sinuosidade dos traçados e reduzidos perfis, onde em algumas
situações nem permite a passagem dos sistemas de recolha de resíduos a partir de tchovas.
Efectivamente, constata-se uma prevalência de vias não pavimentadas, com excepção das
vias que são mantidas pela ANE (Estrada Nacional 1 e 2) e algumas estradas principais que
coincidem com as rotas de transporte público e privado. Ou seja, a ausência de pavimentação
é um denominador comum nos Bairros, impossibilitando o acesso do transporte público e
desta forma: dificultando a mobilidade dos residentes sobretudo na época de chuva;
exacerbando os tempos de viagem de casa trabalho destas comunidades; e potenciando a
existência de zonas mais isoladas, nomeadamente nos Bairros de Luís Cabral, Inhagoia A e
B e Mavalane B. A acrescer o facto de estes serem os Bairros que têm menores densidades
populacionais (116- 117 habitantes/ha), o que acaba também por condicionar o
estabelecimento de rotas por parte dos operadores privados de transporte. Assim nas áreas
com menor conectividade constata-se que:

● Bairro Luís Cabral: a rede viária e pedonal de grande parte do Bairro cruza com as
linhas de drenagem naturais, ou seja, na ausência de órgãos de drenagem apropriados
durante o período de chuva as já fracas condições de mobilidade são agravadas bem
como surgimento de focos de erosão pluvial, exigindo acções de manutenção
frequentes. Contudo, verifica-se a existência de uma importante rede pedonal que
pela sua localização e características podem potenciar a mobilidade activa entre
espaços abertos, equipamentos existentes e transportes públicos rodoviários e
ferroviários. De uma forma geral, este Bairro apresenta uma rede eléctrica de média
extensão muito abrangente mas sobretudo associada às vias colectoras do Bairro,
constatando-se a necessidade de iluminação pública. Neste bairro verificam-se
algumas situações de estrangulamentos (A e B)37 das vias, os quais estão associados

37
https://drive.google.com/drive/folders/1OyftYBNOzoYKiNi82g_N5H1mgtMQqlpW?usp=sharing
à estrutura da propriedade que dada a sua localização poderão exigir acções de
reassentamento, ainda assim consiste num Bairro onde se verifica a existência de
áreas de ocupação ordenada;
● Bairros Inhagoia A e B: nestes dois Bairros em algumas situações as ruas existentes,
nomeadamente a Rua Rainha Santa e Valentim acompanham a rede viária e pedonal,
podendo assim auxiliar no encaminhamento correcto das águas pluviais, que drenam
naturalmente para a bacia do Rio Infulene. Também em termos de mobilidade activa
verifica-se a existência de alguns percursos pedonais que permitirão potenciar a
mobilidade entre espaços públicos abertos e equipamentos públicos e melhorar a
acessibilidade às actuais rotas de transporte. A inexistência de vias pavimentadas não
permite actualmente o acesso do transporte, e dificulta a acessibilidade dos
provedores dos serviços. Sendo que consiste num Bairro que integra
maioritariamente a tipologia de área de ocupação desordenada e inclusive impróprias
para habitação, verificando-se tal como o Bairro Luís Cabral alguns
estrangulamentos (C e D)38 associados à estrutura de propriedade o que aumenta a
probabilidade de reassentamento.
● Bairro Mavalane B: neste bairro constam algumas vias pavimentadas que coincidem
com as rotas de transporte e apresenta um grave problema de inundações que
condicionam inclusive alguns dos percursos pedonais existentes, espaços abertos e
equipamentos. Neste Bairro apesar de se verificar uma densidade populacional alta
(205-242 habitantes/ha), não se verificaram estrangulamentos viários, e a rede
pedonal existente dada a sua localização e características poderão oferecer uma
alternativa às rotas de transporte congestionadas.

De acordo com o PEUMM os perfis da rede viária, na área de intervenção que integra a
classe de Espaços Urbanizáveis, estão relacionados com a densidade das respectivas áreas,
alta, média e baixa, respectivamente 12m, 9m e 7 m e as vias pedonais 3m, 2,5m e 2m.
Contudo são admissíveis perfis inferiores desde que devidamente justificado. Contudo no
caso do Bairro Luís Cabral de acordo com o PPU à rede Estruturante e Distribuição Principal
Nível 2 aplicam-se perfis com um mínimo de 14m e às ruas pedonais 4m.

Drenagem

O aquecimento global e as mudanças climáticas caracterizadas pela redução dos tempos de


retorno para eventos extremos, como a precipitação, levam ao aumento dos fluxos de água
superficial e aumento do risco de inundações, especialmente em áreas urbanas com
drenagem deficiente. Para reduzir as inundações recorrentes na área onde se enquadram os
vinte bairros do PTUM o Plano Director de Drenagem e Saneamento do Grande Maputo,
definiu como prioridade a reabilitação e expansão dos sistemas de drenagem, exigidas
soluções inovadoras de modo a reduzir as descargas nas valas de drenagem através de
implementação de técnicas de retenção dos caudais na fonte, como áreas de detenção e infra-
estrutura verde.

https://drive.google.com/drive/folders/1NG20CnjjWII0dGgbpfHucGnA48ubaoXJ?usp=sharing
38
https://drive.google.com/drive/folders/142uuJl8nvCo-atZW6FpR14tWQY2eDqdX?usp=sharing
https://drive.google.com/drive/folders/1If9t8MZGHjK2D8h8vMzD_A0ORMtc2LCN?usp=sharing
Da análise aos dados de levantamento na área de intervenção, constata-se que em geral todos
os bairros apresentam situações recorrentes de alagamentos, que tem um impacto negativo
na saúde e na economia das populações devido ao mau funcionamento e/ou inexistência de
infra-estruturas de drenagem.

Na área em análise, não existem sistemas estruturados para a drenagem das águas pluviais,
tendo sido identificados troços de macro drenagem ao longo de alguns arruamentos
perimetrais dos bairros e a nível de drenagem no interior dos bairros, com a excepção de
uma parte do bairro da Mafalala, não registo de nenhum microssistema integrado, sendo que
as trajectórias dos escoamentos tendem a coincidir com a direcção das vias estruturantes
ficando a topografia responsável pelo sentido dos escoamentos superficiais. Contudo, a
proliferação de construções desordenadas, lixiviação devido faltas de vias pavimentadas e a
prática do despejo de resíduos sólidos tem desviado e em alguns casos obstruído a trajectória
natural dos escoamentos superficiais, em alguns casos culminam com o bloqueio efectivo
de linhas de água.

Adicionalmente, foi constatado que nos bairros do PTUM, os solos são maioritariamente
argilosos com baixa permeabilidade, presença de nível freático alto e fraca disponibilidade
gravítica. Estes factores concorrem para a permanência de águas em depressões por períodos
relativamente longos (água estagnada), o que associado com a prática de despejo das águas
residuais domésticas em valas de drenagem, constitui um atentado a saúde pública.

O sistema de drenagem nestes bairros, apesar de ser pouco abrangente, é constituído


principalmente por valas ao céu aberto, de secção trapezoidal ou em U, cujas dimensões
variam desde altura de 30cm à 200cm, de micro a macro drenagem, respectivamente. Em
termos operacionais, foi nas “valas com tampa de protecção" onde foram identificados os
maiores problemas de funcionamento, principalmente relacionadas com a complexidade nos
processos de limpeza sendo que cerca de 90% deste tipo de vala encontram-se inoperacionais
por falta de limpeza.

Na área de estudo, foram identificadas (2) duas áreas de reserva municipal para inundações,
4 (quatro) áreas de inundações com elevada taxa de ocupação do solo, sendo que 8%
(1.4km2) da área total de ocorrência recorrente de alagamento durante os eventos de
precipitação e um total equivalente a 4% (0.7km2) de espaços públicos abertos, incluindo a
área do Jardim zoológico, que abaixo são analisados de acordo com a distribuição por bairro.

● Aeroporto B drena naturalmente para a vala A na Avenida Joaquim Chissano, contudo


existem grandes áreas de alagamento em períodos chuvosos principalmente devido a
obstrução dos trajectos naturais dos escoamentos devido a ocupação desordenada do
solo. No interior do bairro foi identificado um espaço público cujas condições de relevo
o tornam numa grande bacia de amortecimento e adicionamento esta encontra-se no
sentido dos escoamentos em direcção a vala principal na Avenida Joaquim Chissano. O
bairro possui uma área total de seis (6) espaços públicos abertos correspondentes a cerca
de 3% da área total do bairro. Próximo à vala da Av. Joaquim Chissano, o bairro
apresenta uma área muito declivosa que devido ao escoamento superficial livre de
maiores caudais pluviais (em direcção a vila), torna-se erodível ao longo da avenida.
● Xipamanine é um bairro propenso a alagamentos em períodos chuvosos, devido a dois
principais factores que são: a fraca permeabilidade dos solos associada a
indisponibilidade gravítica da zona e a falta de infra-estrutura de drenagem adequada.
Apenas 1% da área total do bairro corresponde a quatro (4) espaços públicos livres.
Neste bairro, as infra-estruturas de drenagem existentes tendem a encaminhar as águas
para a Rua Marcelino dos Santos no limite com o bairro de Chamanculo D, para o
colector da rua Irmãos Robby e para o sistema de valas no bairro do Aeroporto em
direcção a vala principal na Avenida Joaquim Chissano. Não apresenta grandes
problemas de erosão, porém a maior parte das vias não pavimentadas e dos becos
internos desempenham a função de caminhos naturais de água.
● Chamanculo D e B são bairros também propensos a alagamento em períodos chuvosos,
devido principalmente a factores como, falta de infra-estrutura de drenagem adequada
e a fraca permeabilidade dos solos associada a indisponibilidade gravítica da zona.
Porém, foram identificados 14 (catorze) e 7 (sete) espaços públicos livres,
correspondentes a cerca de 4% e 1% da área total de ambos os bairros, respectivamente.
O Chamanculo D é atravessado pela vala “box culvert” da Rua Marcelino dos santos
mas, o troço da vala correspondente ao bairro, encontra-se entupido pela déficit de
limpeza associada a dificuldade de manuseio das tampas, o que por consequência causa
alagamentos na via.

● Unidade 7 é um bairro que possui apenas vala de drenagem ao longo da Avenida de


Moçambique, contudo, devido a disposição do relevo esta vala atende apenas a água
proveniente da Avenida de Moçambique não servido necessariamente ao bairro. No
interior do bairro não existe alguma infra-estrutura um sistema de macro ou micro
drenagem estruturado, o que conjugado da pouca disponibilidade gravítica no interior
do bairro e predominância de solos argilosos a ocorrência de alagamento é comum
agravada pelo facto de que os 5 (cinco) espaços públicos livres identificados são de
dimensões reduzidas, significando 0% da área total do bairro. As águas tendem a drenar
naturalmente para a encosta junto a Avenida Joaquim Chissano e outra parte do bairro
drena naturalmente para a linha férrea no lado oposto a Avenida Joaquim Chissano.

● Maxaquene A é um bairro propenso a alagamentos em períodos chuvosos, devido


principalmente a dois factores, que são a falta de infra-estrutura de drenagem adequada,
visto que no interior do bairro existem vários microssistemas de drenagem, contudo com
deficiente conexão com as valas de macro drenagem na Avenida Acordos de Lusaka,
principal destino das águas pluviais de acordo com a disponibilidade da topografia e o
segundo factor é a fraca permeabilidade dos solos, maioritariamente argilosos. Foram
identificados 5 (cinco) espaços públicos livres de dimensões reduzidas, significando 0%
da área total do bairro.

● Mikandjuine é um bairro desprovido de sistemas de drenagem estruturados, porém,


apesar de possuir uma boa disponibilidade gravítica para escoamento natural das águas
pluviais para o destino conforme o Plano Director de Água e Saneamento da Região
Metropolitana do Grande Maputo, a apresenta graves problemas de alagamento devido
a obstrução dos trajectos naturais dos escoamentos por construções resultante da
ocupação do solo desordenada. Foram identificados 5 (cinco) espaços públicos livres
disponíveis que representam cerca de 1% da área total do bairro.

● Urbanização é um bairro cujos seus limites ao longo das Avenidas Acordos de Lusaka
e de Angola possuem valas de drenagem em estado razoável de funcionamento,
condicionado grandemente pela elevada quantidade de resíduos sólidos depositados
nelas, contudo o interior do bairro não há registo de sistemas de drenagem estruturados,
pelo que situações de alagamento no interior do bairro são frequentes em períodos
chuvoso. Os principais destinos das águas pluviais do bairro são as valas de drenagem
atrás mencionadas. Foram identificados 2 (dois) espaços públicos abertos identificados
no bairro que correspondem a cerca de 1% da área total do Bairro.

● Munhuana é um bairro com solos pouco permeáveis, pelo que é um bairro susceptível
a alagamento por excelência agravado pela pouca disponibilidade gravítica. O bairro
possui uma série de valas não revestidas para minimização dos alagamentos, e foram
identificados 4 (quatro) espaços públicos abertos, correspondentes a cerca de 4% da área
total do bairro. Estes espaços encontram-se nos sentidos de principais trajectórias dos
escoamentos superficiais pelo que poderá ser avaliada a possibilidade de uso para
amortecimento de cheias nas suas funcionalidades futuras.

● Aeroporto A é um bairro onde foram identificados focos de alagamento, devido


principalmente a ocupação desordenada do solo, caracterizado por estreitamento e
obstrução de vias e trajectórias naturais dos escoamentos. A maior parte do bairro drena
naturalmente em direcção a vala de drenagem na Avenida Joaquim Chissano, causando
focos de erosão pluvial ao longo destes trajectos. Foram identificados 5 (cinco) espaços
públicos abertos, porém representam 0% da área total do bairro.

● FPLM é um bairro desprovido de infra-estruturas interiores de drenagem, porém, foram


identificados apenas pequenos focos de alagamento em períodos chuvosos,
adicionalmente foram também identificados 7 (sete) espaços públicos abertos que
representam 0% da área total do Bairro. As águas deste bairro tendem a encaminhar as
águas pluviais para a Avenida FPLM.

● Os bairros Inhagoia A e Inhagoia B, fazem parte da mesma bacia hidrográfica e


partilham uma das maiores bacias de amortecimento e infiltração natural dos bairros do
PTUM. As linhas naturais dos escoamentos superficiais encontram-se ao longo das
principais vias estruturantes dos bairros nomeadamente, a rua Rainha Santa e São
Valentim em Direcção ao vale de Infulene e vias pedonais principais, no seguimento da
disposição topográfica. As valas de macro drenagem deverão estar associadas a estas
vias principais. Foram identificados 4 (quatro) espaços públicos abertos em cada um
dos bairros, correspondentes a 22% e 21%, respectivamente. Esta área de espaços
públicos abertos é influenciada pela presença do Jardim Zoológico.
● Mafalala é um bairro que apesar da existência de um sistema de drenagem estruturado
no interior de parte do bairro é propenso alagamento em períodos chuvosos, devido
principalmente a dois factores, que são a falta de infra-estrutura de drenagem em parte
significativa do bairro e a fraca permeabilidade dos solos associada a indisponibilidade
gravítica da zona. Apesar de terem sido identificados 6 (seis) espaços públicos livres
são de dimensões reduzidas, significando 0% da área total do bairro. A tendência das
águas pluviais é drenar para a vala na Avenida de Angola e para a vala na avenida
Acordos de Lusaka.

● Nsalene é um bairro em que não identificados casos de alagamento no interior do bairro


graças a sua topografia, porém, é atravessado pelos trajectos naturais dos escoamentos
que transferem as águas provenientes da Avenida de Moçambique para o Vale de
Infulene passado do Nsalene e Inhagoia A, causando erosão pluvial em todo seu trajecto.
Apenas 2% da área total do bairro corresponde a 8 (oito) espaços públicos livres.

● Chamanculo A é propenso a alagamento em períodos chuvosos, devido principalmente


a dois factores, que são a falta de infra-estrutura de drenagem adequada e a fraca
permeabilidade dos solos associada a indisponibilidade gravítica da zona. Apenas 1%
da área total do bairro corresponde a 4 (quatro) espaços públicos livres. Neste bairro, há
predominância de colectores subterrâneos mistos (de água pluvial e residual) onde pelo
menos no troço entre a Rua João Albazine e Ernesto Paulo, na Rua Estácio Dias, as
caixas dos colectores apresentam uma tendência de transbordar as água mesmo no
período seco, o que consequentemente agrava a situação de alagamentos em períodos
húmidos.

● Luís Cabral é o bairro cujos caminhos naturais dos escoamentos superficiais atravessam
perpendicularmente às vias estruturantes, pelo que deverá ser acautelado a questão das
estruturas de atravessamento dada a sua proximidade com o vale de Infulene, destino
das águas pluviais. No bairro foram identificados 6 (seis) espaços públicos abertos
correspondentes a 0% da área total do bairro.

● Mavalane B é uma sem sistemas de drenagem estruturadas no interior do bairro, que


apesar dos possuir solos com uma boa capacidade de infiltração, registam-se graves
situações de alagamento em períodos chuvosos devido ao facto de as áreas de inundação
no bairro apresentarem-se densamente povoadas e sem infra-estrutura de drenagem,
conforme atrás mencionado. Foram identificados 5 (cinco) pequenos espaços públicos
abertos, que representam cerca de 0% da área total do bairro.

● Mavalane A é o bairro que apresenta uma grande área suscpetível a alagamento cerca
de (10%) da área, contudo a topografia do bairro drenagem a água para duas distintas
áreas, sendo parte da vala na Av. Acordos de Lusaka e outra drena em Direcção a rua
da Beira que fica estagnada pois a vedação em alvenaria do limite do Aeroporto.
Conforme acima descrito o bairro possui cerca de 10% da área com inundações naturais,
contudo são áreas densamente construídas, sendo que apenas 1% da área total do bairro
corresponde a 7 (sete) espaços públicos abertos.

● Malanga por possuir uma zona consolidada e estruturada coberta pelo rede de colectores
que drenagem para a praça 16 de Junho cujo problema está relacionado com o mau
estado de conservação dos colectores que condicionam o seu normal funcionamento e
a outra parte do bairro é caracterizada por ocupação desordenada condicionando o
percurso natural dos escoamentos superficiais que seguindo a disposição do relevo
tendem a drenar também pela praça 16 de Junho, durante este percurso causam erosão
pluvial ao longo do percurso. Este bairro apesar de possuir 10 (dez) espaços públicos
abertos, correspondentes a 5% da área total do bairro, os mesmo localizam-se em zonas
altas tecnicamente e/ou íngremes.

Sistema de Abastecimento de Água

A rede de distribuição dos bairros a intervir é malhada com condutas muito antigas, em
fibrocimento sendo os ramais de ligação entre as adutoras e a entrada da rede executado com
diâmetro de 100 mm, e que alguns casos apresentam um número elevado de roturas segundo
os habitantes dos bairros.

Das famílias abastecidas pelo sistema de abastecimento de água das “Águas da Região de
Maputo” nos 20 bairros verificou-se que o acesso à água é condicionado por factores como
a capacidade do sistema de responder a demanda em termos de tempos de distribuição,
volumes distribuídos e pressão suficiente, bem como, a capacidade de pagar dos clientes
para manter as ligações activas.

A maioria das famílias sem acesso à água no quintal recorrem aos vizinhos que têm acesso
à água dentro do quintal, havendo apenas uma pequena percentagem que recorre aos
fontanários e poços como é o caso dos bairros Inhagoia B e Nsalene. As famílias que
recorrem aos vizinhos para terem acesso à água pagam valores médios de 5, 00 Mt/ dia por
bidão e em outros casos 100,00 a 200 Mt/mês.

O desordenamento da construção das habitações nos assentamentos informais gera com


frequência a necessidade de executar ramais domiciliários por vezes muito extensos, uma
vez que as condutas da rede de distribuição se encontram bastante afastadas das habitações,
sendo que este factor origina a ocorrência de rupturas e quebras de pressão na rede. Quando
estas situações ocorrem gera-se a estagnação da água devido a falta de infra-estruturas para
o escoamento de águas residuais, favorecendo o surgimento doenças de origem hídrica.

Há a destacar iniciativas promovidas cuja aposta serviria para atenuar o impacto da COVID-
19. Alguns blocos sanitários nas zonas de maior densidade habitacional com o financiamento
da WSUP (Water and Sanitation for the Urban and Poor) com o objectivo de melhorar as
condições ambientais no bairro. Trata-se de sanitários construídos nos bairros com torneiras
que permitem o abastecimento de água às famílias, sendo que a revitalização através de
reparações/manutenção seria de extrema importância.

Saneamento

Em termos de saneamento verifica-se a ausência de um sistema permita o escoamento rápido


dos resíduos domésticos e outros para fora da zona habitacional, fortemente condicionado
pela dificuldade para instalar o traçado da rede de colectores públicos para drenar as águas
residuais para fora dos bairros, o que promove a prática de despejo das águas residuais a céu
aberto nas valas e nas vias públicas nos bairros de Chamanculo D, Mafalala, Minkadjuine,
Munhuana, Urbanização e Xipamanine, sendo que esta prática tem criado problemas graves
de saneamento e consequentes impactos nas condições de saúde pública, tendo-se a agravar
com o aumento dos ramais de abastecimento de água ao domicílio (aumento dos consumos
de água e aumentando assim dos caudais de águas residuais domésticas);

Constatou-se que os camponês na sua maioria apresentam mais de 15 pessoas a compartilhar


a mesma latrina o que tem originado problemas higiénicos e o tempo de enchimento das
latrinas em média é inferior a um ano nas zonas onde possuem o nível de lençol freático
elevado, o que tem causado vários transtornos aos usuários das mesmas;

No que diz respeito à gestão de lamas fecais, o acesso dos camiões às residências para fazer
a retirada das lamas fecais nas residências, tem enfrentado muitas dificuldades para fazer o
esvaziamento das mesmas devido ao desordenamento territorial. Constata-se que as vias
existentes são de difícil acesso à passagem dos camiões principalmente nos bairros do
Distrito Nlhamankulu e KaMaxaquene.

Gestão de Resíduos Sólidos

Ao nível dos 20 bairros a gestão dos resíduos é feita a dois níveis, sendo o primeiro através
da colecta primária, onde faz-se a recolha porta-a-porta por associações ou micro empresas
contratadas pelo Conselho Municipal. Esta recolha é feita através de carrinhas de atracção
manual duas vezes por semana e de forma a abranger todas famílias, organiza-se uma escala
rotativa de duas vezes por semana em cada área do bairro.

O destino dos resíduos recolhidos nas famílias são os contentores localizados em pontos
estratégicos em cada bairro. Depois da deposição nos contentores inicia o segundo nível da
recolha denominado recolha secundária onde existem também empresas contratadas para
exercer essas actividades. Portanto, o principal objectivo das empresas de recolha secundária
é a remoção dos contentores com resíduos até a lixeira de Hulene.

Para além dos resíduos domiciliares, existem também os resíduos dos mercados, hospitais,
escolas e empresas, portanto para hospitais, há duas situações, uma das quais para os
resíduos considerados perigosos a gestão é feita pelo próprio ministério de saúde e são
levados para hospitais ou centros de saúde que tem incineradoras, e para os resíduos normais
(papéis, resíduos de poda entre outros) os hospitais contratam empresas especializadas para
sua recolha.

Para promover maior participação das famílias neste processo de gestão, existem
associações ao nível dos bairros que promovem acções de sensibilização, por forma a
garantir uma maior colaboração dos munícipes para manutenção da sua área habitacional
que consiste na promoção de jornadas de limpezas nas ruas, espaços abertos que muitas
vezes servem de locais de recreação para as crianças, assim como sensibilização para
preservação do ambiente através da separação e reutilização dos resíduos sólidos. Embora
ainda seja um grande desafio, pois ainda verifica-se a presença de muita areia nos sacos de
lixo, a mistura dos resíduos de poda com restos de comida.

Como segmento das acções promovidas pelas associações e empresas de reciclagem, nestes
bairros encontram-se catadores individuais que recolhem material plástico junto dos
contentores para vender para empresas de reciclagem, assim como nos mercados com
finalidade de uso doméstico, como é o caso de frascos de vidro, sacos de ráfia e latas, onde
nesse grupo encontram-se mais mulheres, comparado aos homens. Embora em menor
número de bairros abrangidos pelo PTUM, é importante frisar que há iniciativas de
compostagem que estão a ser desenvolvidas pela organização Engenharia Sem Fronteira.

6.2.3. Inclusão Social, Género e Posse de Terra pelas Famílias Vulneráveis

Em Moçambique as mulheres e raparigas estão entre os grupos mais afectados pela


pobreza39, mas também associadas à prática da agricultura de subsistência, à economia
informal, à educação dos filhos, e são também as mais afectadas pela falta de segurança nos
bairros onde vivem. Pese embora os resultados do Censo 2017, mostrarem que as mulheres
constituem a maioria dos residentes na área de intervenção do PTUM, existem vários
factores socioculturais que continuam a discriminar e excluir as mulheres e raparigas da vida
social, política e económica.

Os resultados do levantamento feito no âmbito do diagnóstico mostram que estas


desigualdades estão associadas às crenças sobre as mulheres como pertencentes à esfera
doméstica e reprodutiva, e os homens como pertencentes ao domínio público e produtivo,
para além de que também ainda existem tradições e atitudes patriarcais que retratam as
mulheres como submissas aos homens e dependentes deles.

Neste sentido também o acesso ao uso da propriedade por parte da mulher ainda constitui
um desafio, uma vez que sobretudo por razões culturais ainda é vedada à mulher a
titularidade do DUAT. Aliás em Moçambique historicamente as mulheres não podiam
possuir terra ou herdar e apesar dos esforços do Governo em eliminar esta desigualdade em

39
Estratégia e Plano de Acção de Género, Ambiente e Mudanças Climáticas, 2010
termos de protecção constitucional (UN Habitat, 2007) a aplicabilidade deste direito
continua a ser um desafio.

De acordo com dados do IDS40, as mulheres têm menos posse exclusiva de casa se
comparado com os homens (14% contra 28%, respectivamente) e também menos posse da
terra (apenas 13% de mulheres possuem exclusivamente terra contra 23% de homens da
mesma idade- entre os 15 e os 49 anos de idade). Estes dados acima estão em alinhamento
com os achados do levantamento, onde constatou-se também que a problemática das
disparidades de género em muitos destes bairros, parece estar principalmente ligadas à classe
social e o nível de escolarização, sendo as mulheres pobres sem independência económica
susceptíveis à continuação do controlo pelo sistema patrilinear e pela ideologia patriarcal,
que lhe limita acesso ao trabalho formal e a posse de recursos produtivos.

Como resultados das profundas mudanças socioeconómicas que vem ocorrendo ao nível do
país, em particular na Cidade de Maputo, com a democratização, migração laboral,
urbanização e ‘modernidade’ – embora sem alterar significativamente a posição dos homens,
que ainda dominam a vida política e económica, tem se registado aumento dos níveis
conscientização sobre equidade do género e participação das mulheres em processo de
desenvolvimento, que concorrem para o crescimento da participação da mulher na economia
informal e familiar, aumento dos níveis de posse recursos produtivos, como por exemplo, a
percentagem de mulheres que possuem o título de uso e aproveitamento da terra aumentou,
alcançando os 25% (ONU Mulheres e Cooperação Belga 2015)41.

Em termos de controlo de rendimento, uma dimensão chave para a autonomia das mulheres,
46% das mulheres que trabalham e têm rendimentos decidem como usar os seus rendimentos
sozinhas e 37% decidem juntamente com os seus esposos (IDS 2011). Estes dados alinham-
se com os achados do diagnóstico quanto a importância do acesso a recursos produtivos
pelas mulheres (por exemplo, acesso ao DUAT, emprego ou negócio estável, etc) como
factor de redução da pobreza, em particular juntos dos grupos mais vulneráveis, onde se
inserem a grande maioria dos agregados familiares chefiados por mulheres (viúva,
separada/divorciada).

Todos os aspectos acima elencados apesar de não serem directamente associados ao


Ordenamento do Território estão muito interligados com este, sobretudo o zonamento do
solo, a disponibilização de equipamentos e de espaços verdes/livres, infra-estruturas

40
Instituto Nacional de Estatística (INE), Ministério da Saúde (MISAU) e ICF
International/MEASURE DHS Program. Moçambique: Inquérito Demográfico e de Saúde.
Calverton, USA: INE, MISAU, 2011.
41
ONU Mulheres e Cooperação belga Organizações das mulheres rurais em Moçambique,
Relatório de Mapeamento. Março 2015.
públicas. E apesar do direito à participação na elaboração dos instrumentos de ordenamento
estar consagrado na lei, na realidade e sobretudo ao nível das comunidades locais a
participação ainda é maioritariamente feita pelos homens, com o ónus que as propostas
acabam por não integrar a visão que a mulher poderá ter do ordenamento que é proposto.
6.3. ANÁLISE ESTRATÉGICA: ELABORAÇÃO MATRIZ SWOT

Pontos Fortes Pontos Fracos Oportunidades Ameaças


Espaços Abertos e Equipamentos Públicos
Dispersão urbana dos espaços
Ausência de intervenções nos espaços Desaparecimento dos espaços públicos
públicos e equipamentos na Criação de uma rede de espaços
públicos para torná-los mais devido a rápida densificação horizontal dos
área dos assentamentos públicos multifuncional
confortáveis e seguros bairros informais
informais
Existência de uma estrutura
Impossibilidade de activar acessibilidade
viária que permite Activar a mobilidade sustentável
Existência de múltiplas carências universal aos espaços públicos reabilitados
acessibilidade multimodal à através da reabilitação dos
espaciais devido a condição inapropriada de todo o
maior parte dos espaços espaços públicos
tecido viário dos assentamentos informais
públicos
Existência de grande vitalidade
Diversidade funcional e formal Proximidade do lençol freático na Rápida ocupação de espaços públicos pelas
nos espaços públicos não obstante
de espaços públicos existentes maior parte dos espaços públicos actividade comerciais informais
as suas carências espaciais
Reduzida impermeabilidade Alta densidade demográfica torna os
Conflito espacial entre funções tais Melhorar a qualidade de vida a
dos tipos de pavimento processos de reassentamentos mais
como: mobilidade, recreação, partir de pequenas intervenções
predominante nos espaços complexos pois o número de famílias é
comercio, entre outros incrementais
públicos maior
Condição precária do edificado
envolvente dos espaços Adpotar soluções sustentáveis
públicos identificados, o que baseadas sobretudo na reciclagem
Criminalidade nocturna nos espaços
reduz os custos associados ao Carência de iluminação pública de materiais e deste modo
públicos
processo de ampliação destes contribuir para fechar o ciclo de
espaços através de resíduos sólidos
reassentamentos sustentáveis
Pontos Fortes Pontos Fracos Oportunidades Ameaças
Espaços Abertos e Equipamentos Públicos
Criar formas de intervenção
Precariedade do edificado em
conduzidas não só pela situação
redor dos espaços livres/por Desaparecimento dos espaços públicos
Dimensões dos espaços públicos muito problemática, mas também pelos
todo o bairro (economia na devido a rápida densificação horizontal dos
reduzidas anseios das comunidades
compensação em caso de bairros informais
identificadas através da
reassentamento)
participação pública
Dispersão urbana dos espaços Impossibilidade de activar acessibilidade
públicos e equipamentos na Melhorar a drenagem local e criar universal aos espaços públicos reabilitados
Escassez de espaços verdes no bairro
área nos assentamentos pequenos pulmões verdes devido a condição inapropriada de todo o
informais tecido viário dos assentamentos informais
Diversidade funcional e formal Localização maioritariamente Criação de uma rede de espaços Rápida ocupação de espaços públicos pelas
de espaços públicos existentes periférica dos espaços públicos multifuncional actividade comerciais informais
Alta densidade demográfica torna os
Grande apropriação dos Activar a mobilidade sustentável
Inexistência de mobiliário processos de reassentamentos mais
espaços abertos por parte dos através da reabilitação dos
urbano/pavimentação/arborização complexos pois o número de famílias é
moradores espaços públicos
maior
Tamanho e configuração que Existência de grande vitalidade
Uso do espaço aberto por
dificultam um aproveitamento nos espaços públicos não obstante
várias gerações
maximizado do espaço livre as suas carências espaciais
Existência de uma
Melhorar a qualidade de vida a
acessibilidade multimodal à Iluminação deficiente nos espaços
partir de pequenas intervenções
maior parte dos espaços públicos
incrementais
públicos
Pontos Fortes Pontos Fracos Oportunidades Ameaças
Espaços Abertos e Equipamentos Públicos
Possibilidade de fazer do
espaço verde uma centralidade/
Adoptar soluções sustentáveis
um local de referência do
baseadas sobretudo na reciclagem
Bairro, mitigando desta forma Capacidade de manutenção e uso
de materiais e deste modo
a exclusão que se constitui pela adequado da infraestrutura
contribuir para fechar o ciclo de
falta de um espaço
resíduos sólidos
devidamente concebido e
organizado a nível de bairro
Importância do contacto com Índice de cobertura de espaço
Melhorar a drenagem local e criar
elementos da natureza como livre/verde muito abaixo dos
pequenos "pulmões" verdes
agente catalisador de saúde considerados ideais pela OMS
Criar formas de intervenção
conduzidas não só pela situação
Importância da interactividade Associação/relação espaços abertos- problemática, mas também pelos
social/comunitária focos de criminalidade anseios das comunidades
identificadas através da
participação pública
Possibilidade de associação do Os espaços abertos são entendidos pela
espaço aberto com entrada de comunidade como locais de depósito
receitas de resíduos sólidos
Pontos Fortes Pontos Fracos Oportunidades Ameaças
Infraestrutura Urbana
Mudanças climáticas ( eventos
Ocupação e em condições precárias, climáticos extremos, desastres
Maioria da população possui casa Melhorar a condição e a organização
aliada a uma alta densidade naturais, alterações nos padrões de
própria dos talhões
populacional precipitação, crise de água e da sua
disponibilidade no território)
Ramais de ligação de água com
Assentamento desordenado, lotes de comprimentos muito longos e de
Transformar o movimento imobiliário
Mercado de materiais de pequena dimensão, arruamentos pequenos diâmetros com perdas de
da cidade de Maputo como uma
construção perto escassos, défice de espaços públicos água muito elevadas e sujeitos a
oportunidade de urbanização
abertos rupturas frequentes influenciados
pela ocupação desordenada
Precariedade das habitações, associada
a problemas de aplicação das Ligações clandestinas de água que
Rede viária minimamente tecnologias construtivos, baixa tem provocando roturas na rede de
Regularização fundiária e habitacional
identificada qualidade dos materiais de construção, distribuição e expostos a riscos de
deficiente implantação em relação ao contaminação
lote, e o conforto ambiental
O processo de autarcização Elevado custo de energia eléctrica
Criação de condições físicas para a
condiciona a gestão do solo Densidades de ocupação do solo altas para a operação dos sistemas de
instalação de infra-estruturas
urbano abastecimento de água
Reforçar a Integração do bairro no
Apenas dois Bairros dispõem de sistema urbano geral através da Falta de pagamentos de facturas
Estigmatização do bairro (bairro
Planos Parciais de Urbanização melhoria das condições de de água devido à fraca capacidade
informal, de pobreza insegura)
aprovados acessibilidade e uma ligação coerente às financeira dos clientes
infra-estruturas municipais
Pontos Fortes Pontos Fracos Oportunidades Ameaças
Infraestrutura Urbana
Mobilizar a comunidade para o descarte
A maior parte das vias
adequado dos resíduos sólidos e
estruturantes coincidem com os Ausência de posse de terra, (por Inexistência de tarifas de
líquidos bem como, para a limpeza
caminhos naturais de água, como indefinição do talhão ninguém tem saneamento para investimento e
constante das valas de modo a preservar
é o caso dos bairros de Inhagoia, talhão no bairro dizem os moradores) manutenção do sistema
a vida útil e a capacidade hidráulica das
Luís Cabral e Mavalane B.
infra-estruturas de drenagem nos AI’s
Maior parte dos bairros dos AIs
Possibilidade de aproveitamento dos
são limitados por Falta de espaços condignos para a Desistência de Operadores
espaços públicos abertos para
avenidas/ruas que dispõem de actividade sociocultural Privados de gestão de lamas fecais
amortecimento dos caudais pluviais
valas de macrodrenagem
Maior parte dos bairros dos AI’s
faz parte do sistema 03, que de
acordo com o plano director de
saneamento e drenagem, se forem
Pode-se incrementar as infra-estruturas
adotadas as medidas de retenção Dificuldade de aceder às
Rede Viária desarticulada e degradada, de microdrenagem drenagem a serem
de escoamentos na fonte, a residências para a sucção das
causando problemas de acessibilidade, interligadas com as valas da
principal infra-estrutura desse lamas fecais devido a ocupação
vias estreitas e becos sem saída macrodrenagem existentes nos
sistema (a vala A) pode desordenada do solo
limítrofes dos bairros
permanecer funcional por um
período de 50 anos (ano de
referencia 2015) desde que haja
uma boa manutenção;
Existência de cerca de 4% de
espaços públicos abertos em torno A intervenção nas estradas é uma
Fraca capacidade financeira das
dos 20 bairros superando 1.5% oportunidade para melhoria da micro
Deficiente iluminação nas ruas populações para fazerem o
recomendado para a contenção de drenagem através da construção de
esvaziamento das suas latrinas
custos de drenagem através de valas laterais
amortecimento do caudal
Pontos Fortes Pontos Fracos Oportunidades Ameaças
Infraestrutura Urbana
Existência de algumas bacias de
O processo de ocupação do solo é
amortecimento de caudais em pelo
gerido essencialmente pelos líderes Possibilidade de realização de novas Ligações clandestinas de condutas
menos dois (2) bairros da área de
comunitários (secretários de bairros e ligações domiciliares de água de esgoto doméstico
intervenção (Inhagoia A e
chefes de quarteirão)
Malanga)
Refuncionalização do MOPA como
A ocupação da periferia da cidade não
Existência de rede pública de instrumento de sensibilização e Lançamento de resíduos sólidos
foi suportada por instrumentos de
abastecimento de água mobilização comunitária em matérias de nas valas de drenagem
ordenamento do território
GRS
Investimentos realizados para
reforçar as unidades dos sistemas
Despejo de águas residuais domésticas Aumento de receita para os
através de ampliação de centros Falha na mitigação e adaptação às
nas valas de drenagem que constituem fornecedores do serviço de
distribuidores e Activação da nova alterações climáticas.
um atentado à saúde pública. fornecimento de água
captação na barragem de
Corumana
Atracção de actividades económicas
Reduzida conectividade viária no
Existência de água subterrânea compatíveis com o meu urbano e
interior dos bairros
consequente geração de emprego Desertificação do solo.
Existência de muitas áreas de
alagamento, resultante da
Crescente ocupação de solos com
Existência de rede colectora de baixa permeabilidade do solo bem como Possibilidade de aumentar novas fontes
capacidade produtiva e fraco
esgoto do déficit de infra-estruturas de de abastecimento de água à população
provisionamento alimentar.
microdrenagem nos interiores dos
bairros
As construções desordenadas de
Existência de serviços de colecta e edificações, particularmente muros, em Eclosão de pandemias, por
Reabilitação da ETAR de Infulene
transporte de lamas muitos casos criam barreiras à exemplo, o COVID 19 .
drenagem natural das águas pluviais.
Pontos Fortes Pontos Fracos Oportunidades Ameaças
Infraestrutura Urbana
Falta de incentivos para entidades
Existência de Estações de Fraco serviço de limpeza e manutenção Construção de Estações de locais e comunidades para uma
Tratamento de aguas Residuais das valas de drenagem. Transferência de Lamas fecais correcta e sustentável gestão de
resíduos sólidos urbanos
Em trechos pontuais, as valas de
drenagem existentes apresentam-se com
Expansão da rede colectora de águas
estruturas em mau estado de
residuais
conservação, ou seja, que tendem a
degradar-se
O sistema de drenagem dos bairros da
Existência de Organizações área de intervenção é pouco abrangente,
Realização do cadastro do sistema de
Comunitárias relacionadas ao sendo que os bairros de Inhagóia (A e
recolha de águas residuais
saneamento B) e Nsalene não dispõem de nenhuma
infra-estrutura de drenagem.
Recolha organizada 2 vezes por
semana dos resíduos domésticos Capacidade financeira reduzida por
Consciencializar a população em
de casa em casa ou pontos pré- parte da população para o pagamento
matéria de saneamento
acordados de recolha, utilizando das facturas mensais de água
“tchovas”.
Associações ou microempresas de
resíduos que empregam
moradores dos bairros, sendo Ordenamento do território enquanto
alguns destes mulheres política pública essencial à organização
Horas limitadas de abastecimento de
Existência de microempresas ou e utilização adequada dos recursos e
água
associações por cada bairro, que adaptação do território e suas
emprega moradores do mesmo( populações às alterações climáticas.
sendo algumas mulheres), e que
efectua a
Pontos Fortes Pontos Fracos Oportunidades Ameaças
Infraestrutura Urbana

Recolha secundária feita de forma A rede de distribuição de água é


Promoção da adaptação às alterações
regular por parte das empresas composta em grande percentagem por
climáticas.
contratadas pelo CMM condutas bastante antigas.

Comparticipação dos munícipes


no custos do serviços de GRS, por A reciclagem de resíduos pode
Escassez de investidores para a
via da indexação da taxa nas contribuir para acções sociais e geração
concessão de novos furos
facturas de energia da EDM de renda de grupos vulneráveis

Ambiente propício para a participação e


Existência de legislação inerente à
Falta de manutenção do sistema de inovação cívica( por exemplo,
Gestão Sustentável de Resíduos
saneamento de águas residuais colaboração dos munícipes e potencial
Sólidos
de aumento de taxa, etc.)

Existência de uma rede ONGs/OSCs,


com larga experiência na busca e
implementação de respostas
Falta de cadastro da rede de saneamento comunitárias para as deficiências
existentes na recolha de RSU nos
bairros periurbanos
Pontos Fortes Pontos Fracos Oportunidades Ameaças
Infraestrutura Urbana

A rede colectora de águas residuais Implementação da Estratégia de Gestão


apenas beneficia a zona consolidada Integrada de Resíduos Sólidos Urbanos
por ser a mais antiga. em Moçambique (2013-2025)

Aproveitar os programas
municipais/governo virados para grupos
A ETAR que serve a área de vulneráveis para promover prática de
intervenção encontra-se distante o que colecta seletiva, circuitos culturais
dificulta a condução das águas residuais ambientais em praças comunitárias,
actividades e palestras para
conscientização ambiental.
Carência de recursos públicos para
Construção de novo Aterro Sanitário na
investir em infra-estrutura de
Katembe
saneamento

Envolvimento e participação das


Organizações Não-Governamentais e
Sociedade Civil - no processo educativo
Fraca capacidade dos camiões vácuos e informativo, assim como na criação de
para a sucção das lamas fecais novas oportunidades de trabalho e
geração de renda a partir do fomento da
reciclagem e ainda na fiscalização da
GRS pelo município
Pontos Fortes Pontos Fracos Oportunidades Ameaças
Infraestrutura Urbana

Dificuldades técnicas de organização da


recolha e deposição final de resíduos,
por exemplo, contentores de lixo em
quantidade insuficiente,etc., face à
quantidade de resíduos recolhidos
diariamente pelos Tchovas.

Inexistência de condições para


reciclagem (separação qualitativa dos
resíduos)
Muitos dos condutores dos tchovas não
possuem formação em Higiene e
Segurança no Trabalho e nem usam
qualquer tipo de equipamento de
protecção individual (EPI’s).
Falta de fóruns e de associações de
catadores de lixo capacitados na colecta
selectiva de resíduos, evitando
envolvimento de menores
Falta de uma Base de dados que
contenha todos os resíduos gerados por
Bairro/Distrito Municipal
Pontos Fortes Pontos Fracos Oportunidades Ameaças
Inclusão Social e Género
Limitado número de espaços de lazer e Aumento dos níveis de pobreza e
arborizados onde se possam desenvolver de exclusão social, ligados à
actividades desportivas e culturais para Programa Subsídio Social Básico rendimentos muito reduzidos e
População jovem e em rápido
entreter as crianças, jovens, adultos e virados para grupos mais desemprego, dificuldade de
crescimento (80% tem menos 40 anos)
idosos, provocando um aumento dos níveis vulneráveis acesso à habitação digna
de consumo de álcool e drogas, com maior
incidência entre os jovens nas barracas
A comunidades dos bairros conscientes Fraco níveis de apoio ou
Quadro legal de apoio às vítimas incentivo ao desenvolvimento ou
que o crescimento informal e Altas taxas de desemprego, sobretudo
de VBG e outras formas de fortalecimento do associativismo
desordenado é uma das causas dos entre as camadas jovens
violência
actuais problemas urbanos que as afecta
Existência de Programas de apoio Fraca cobertura da rede sócio-
e empoderamento social e sanitária( escolas e hospitais,
Localização privilegiada dos bairros em
económico virados para as vias de acesso, iluminação
relação a cidade, e ao acesso aos
camadas jovens (Programa de pública, saneamento do meio,
serviços básicos (hospitais, escolas, Parque habitacional precário, maior parte
inserção econômica dos jovens em etc.)
emprego, igrejas, etc.), o que constitui edificado sem direito de uso de terra
situação de vulnerabilidade no
elemento catalisador do de
Município de Maputo, Meu Kit-
desenvolvimento social e económico
Meu emprego, Emprega, Rapariga
BIZ, etc.)
Elevada vulnerabilidade a
Baixa auto-estima dos moradores devido
Legislação favorável ao fomento mudanças climáticas e
Maior parte dos moradores com aos elevados níveis degradação física do
do associativismo e Pandemias( COVID, HIV/SIDA,
negócios autónomos desenvolvem suas ambiente envolvente (criminalidade, focos
empreendedorismo juvenil (Plano etc)
actividades informais prestando de consumo de droga, prostituição, vias
de Acção da Política de Emprego,
serviços à comunidade. em mau estado, fraca iluminação pública,
etc.)
saneamento e drenagem deficitária, etc.)
Pontos Fortes Pontos Fracos Oportunidades Ameaças
Inclusão Social e Género
Existência de Custo de vida muito dependente
Existência de escolas para os vários iniciativas nacionais disponíveis da conjuntura económica( taxa
subsistemas de educação básica e para apoio a projectos de de inflação ou de câmbio, etc.)
algumas no nível superior próximo dos qualificação em novas tecnologias
bairros (Zonas de acesso livre à internet,
etc.)
A cultura baseada em princípios
Apesar da rede limitada, com de profunda desigualdade entre
distribuição irregular das Unidades Elevados da taxa de abandono escolar homens e mulheres que ainda
Sanitárias, existem hospitais públicos precoce, sobretudo entre adolescentes e Elaboração do novo Plano persiste/ estereótipo,
especializados no entorno dos bairros jovens para apoiar em actividades de Nacional de Desenvolvimento favorecendo desigualdade de
(Hospital de Chamanculo, José sustento das famílias ou devido à falta de Territorial género no acesso à terra, à
Macamo, Mavalane, Psiquiátrico de condições para custear a formação educação e saúde, condicionam
Influene) o papel da mulher na sociedade e
o progresso social
Número razoável organizações locais
Elevada incidência de problemas da saúde
(ONGs /OSCs) que implementam
pública, devido a falta de saneamento
iniciativas integradas de inclusão social
básico, da drenagem de águas negras, mau
e género e VBG nos bairros,
hábito alimentar e falta de prática de
particularmente direccionadas para a
exercícios físicos
camadas mais vulneráveis
Existência de uma estrutura forte e
Elevadas taxas pobreza, derivadas da fraca
dinâmica de liderança local (secretários
capacidade de geração renda da maior
dos bairros e líderes religiosos e
parte das famílias do bairro;
comunitários)
Pontos Fortes Pontos Fracos Oportunidades Ameaças
Inclusão Social e Género
Existência ao nível de cada distrito de
entidades de apoio de combate à
criminalidade e apoio à vítima de
Modelo de mobilidade urbana das famílias
violência (Conselhos Comunitários de
ainda assente no transporte colectivo e
Segurança, Tribunais Comunitários,
muito deficiente
Postos Policiais, Centros de
atendimento integrado a vítimas de
violência baseada no género, etc.)
Elevados níveis de desconhecimento e
reporte de situações de VBG entre
mulheres e homens
7. CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES
Do levantamento feito relativamente às temáticas acima, constatou-se que os residentes nos
20 bairros vivenciam situações de elevada vulnerabilidade e pobreza, que
requerem intervenções integradas com vista a promover a sua inclusão socioeconómica,
equidade do género e a mitigação da problemática da VBG. Em função dos achados, de um
modo geral recomenda-se:

• Devido a elevada prevalência de doenças natureza hídrica e outras infecciosas


(diarreias, malária, Tuberculose, etc.), o que faz com que seja necessário, por
exemplo, haver intervenções viradas a sensibilização da população para aderir a boas
práticas de higienização das áreas habitacionais, implantação de valas de drenagem,
focos de águas de paradas e negras, etc;
• Uma vez quase todos os 20 bairros abrangidos pelo PTUM apresentam altos níveis
de desemprego, principalmente entre a camada jovem, é necessário que se criem
oportunidades para o acesso ao emprego para os jovens vivendo nos bairros
seleccionados durante as obras e outras intervenções do projecto, para além da
promoção de cursos profissionalizantes de curta duração, bem como terem
assistência para sua inserção no mercado de emprego, ou actividades de geração de
renda;
• Dado que os transportes e acessibilidade são um grande desafio diário, uma vez que
maior parte dos bairros não possui terminais de transportes, ruas não estão
pavimentadas e os acessos para muitas residências caracterizam-se por becos, nos
tempos chuvosos a situação é ainda mais complicada, pois as ruas ficam alagadas,
dificultando a passagem das pessoas, muitos dos moradores não possui viatura
particular, sendo dependentes de transporte públicos. Portanto, sendo importante que
haja intervenções para melhoria da acessibilidade para as áreas residenciais mais
isoladas, e a conectividade da rede rodoviária existente dentro e ao redor, urge a
necessidade de desenvolver acções para aumentar os níveis de coesão social interna
e vida associativa, bem como geração de oportunidades socioeconômicas entre a
camada jovem para reduzir os focos de tensão ou criminalidade, consumo de drogas
e prostituição;

• Existe fraco nível conhecimento das questões de gênero e VBG, que acaba
influenciando negativamente o equilíbrio nas relações as questões de género, sendo
necessário apoiar o empoderamento social e econômico das famílias vulneráveis,
particularmente aquelas famílias chefiadas por mulheres, pois em muitos casos, estas
apresentam uma desvantagem a nível económico, devido ao seu fraco poder de
prover recursos para o seu sustento.

• Os casos de VBG, são muito pouco reportados, muitas vezes foram tratados ao nível
familiar, porém ao transcender este nível, são em primeira instância resolvidos pelos
líderes comunitários, em que juntam as duas partes (agressor e vítima) para uma
possível resolução, em caso de reincidência ou complexidade, os líderes buscam o
apoio do Conselho Comunitário de Segurança (CCS) e do Tribunal Comunitário,
CAIVV, até ao tribunal, dependendo da gravidade e necessidade do agredido.

• Melhoria de acções de sensibilização em temáticas de gênero e VBG, irá contribuir


para aumentos dos níveis de denúncia e aumento de conscientização da violência
como um crime público (por exemplo, em que outra pessoa pode denunciar mesmo
sem o aval da vítima), e maior conhecimento dos serviços prestados por alguns
CAIVV ao nível das comunidade, etc.
• Criação de parcerias e apoios às ONG/OCBs, poderá ser usada para implementar
programas de inclusão social dos grupos vulneráveis (crianças com deficiência e
órfãs, idosos, crianças e adolescentes vítimas de violência, etc) e maior difusão dos
serviços oferecidos pelos CAIVV e outros serviços de atendimento a VBG nos
bairros, assim como sensibilização das comunidades para denunciarem os casos.

Constatou-se que sobre a área de intervenção incidem apenas dois planos de urbanização
aplicáveis aos Bairros de Luís Cabral e Maxaquene “A”, ou seja, em suma o principal
instrumento de ordenamento do território orientador e disciplinador do uso do solo consiste
no PEUMM, elaborado há mais de 10 anos e que já devia ter sido revisto. Também ao nível
da gestão do solo urbano, a informação constante do PEUMM não é suficiente para proceder
à regularização fundiária, cujo nível de detalhe é apenas possível em Planos Parciais de
Urbanização através de Unidades de Execução e Planos de Pormenor. Por outro lado, ainda
em termos de gestão do solo urbano constatou-se a existência de desigualdades de género
no acesso à terra e na participação activa da mulher nos processos de desenvolvimento
territorial. Assim recomenda-se a elaboração de instrumentos de ordenamento territorial de
nível inferior ao PEUMM em todos os bairros que não disponham de planos de urbanização
e ou pormenor aprovados e atendam aos seguintes pressupostos:

• Prossecução dos princípios do Planeamento Adaptativo, colocando o ordenamento


do território como base para a promoção da adaptação dos impactos e das alterações
climáticas do território e suas populações;
• Adopção de soluções com vista à neutralidade carbónica dos modelos de mobilidade
e construção, articulação entre uso do solo e soluções de transporte e mobilidade,
alteração dos modos e formas de mobilidade potenciando as vias activas de
mobilidade;
• Transição para uma economia circular e aplicação dos 8 R’s (Reflectir, Reduzir,
Reutilizar, Reciclar, Respeitar, Reparar, Responsabilizar, Repassar);
• Valorização dos ecossistemas, do recurso solo, da gestão do ciclo da água e a
eficiência no uso da energia, privilegiando as energias limpas e sempre que possível
aumentar os sumidouros de carbono;
• Capacitação do território e das populações aos desafios associados a pandemias
como a COVID;
• Elaboração de cartografia específica dos riscos e vulnerabilidade do território e
identificação de medidas com vista à sua redução;
• Reforço da igualdade de género e a equidade de direitos de participação nas acções
de desenvolvimento territorial, bem como a literacia sobre os direitos do uso e
aproveitamento da terra e o regime de co titularidade.

Mais se constatou que, muitos dos instrumentos de ordenamento elaborados pelos


CMM têm sido elaborados e aprovados pela Assembleia Municipal, contudo não seguiram
os trâmites exigidos para se tornarem vinculativos, ou seja, não foram ratificados pelo
Ministério da Tutela, nem publicados no Boletim da República. E que estes por regra tem
servido sobretudo para orientar a iniciativa privada e atribuir DUAT’s, mas muitas das
intervenções que exigem recursos públicos, sobretudo infraestruturas gerais e equipamentos
não tem vindo a ser implementados conforme os programas de execução destes planos, ou
são executadas de forma isolada em função do sector municipal aplicável.

Por outro lado, conforme decorre da lei os particulares devem ter acesso aos instrumentos
de ordenamento, tendo o CMM disponibilizado em tempos, um site online, com o objectivo
de agrupar toda a informação respeitante ao Ordenamento do Território para que pudesse
ser facilmente acessível aos interessados, contudo este foi descontinuado. Outro dos
constrangimentos prende-se com o facto de muitas vezes as equipas que elaboram os planos,
entregam as versões finais em pdf, ou em AUTOCAD o que inviabiliza a sua colocação no
SIGEM e exige um trabalho adicional aos técnicos para que esta informação seja transposta
para shapefile. Assim, recomenda-se que seja dada especial atenção ao tratamento da
informação respeitante ao Ordenamento do Território e a sua disponibilização pública.

Não obstante a aparente configuração desordenada dos assentamentos informais de Maputo,


constatou-se neste diagnóstico que existem ainda na mancha urbana geral de intervenção do
PTUM, vários espaços públicos com formas e funções diversificadas, bem como
equipamentos urbanos. Da análise integrada a estes elementos urbanos importa informar as
seguintes recomendações:

• O entendimento das intervenções mínimas como um recurso cirúrgico que pode


melhorar a dinâmica atual de utilização dos espaços públicos permitirá que a partir
de operações de desenho urbano e arquitectónico com custo controlado multiplicar
em todo o território pequena intervenções que reduzam as carências espaciais,
socioeconómicas e ambientais actuais dos espaços públicos em assentamentos
informais;
• As reduzidas dimensões dos espaços públicos e a sua incapacidade de responder aos
índices urbanísticos sustentáveis revelam que o espaço público por requalificar
deverá ser multifuncional com vista a reduzir estrategicamente as exiguidade de
espaços para recreação, lazer, socialização entre outros, para grande parte dos
residentes;
• A seleção do espaço público por intervir, bem como a concepção do projecto,
implementação e operacionalização dos subprojectos de requalificação dos espaços
públicos deverá principalmente ser conduzido por um processo de participação
comunitária com vista a responder com sucessos os seus anseios e desejos. Importa
destacar que a definição de uma estratégia sustentável de manutenção dos espaços é
tão importante quanto o projecto participativo.
• As estratégias de intervenção para a requalificação dos espaços públicos deverão ser
conduzidas por uma abordagem que visa activar a acessibilidade universal e
programação funcional que permita a apropriação confortável e segura de todas as
faixas etárias com especial enfoque às crianças dos bairros informais;

Da análise aos dados de levantamento na área de intervenção, constatou-se que em geral


todos os bairros apresentam situações recorrentes de alagamentos devido ao mau
funcionamento e/ou em alguns casos, inexistência de infraestruturas de drenagem,
recomenda-se:

• A introdução de novas abordagens de gestão de águas pluviais mais integrada com


os planos urbanos e os regulamentos de uso de solo para que o crescimento urbano
ocorra de maneira planejada, ordenada e sustentável, respeitando os percursos
naturais dos escoamentos superficiais e garantido a não ocupação de áreas de
inundação natural e fazendo o máximo proveito das áreas verdes para o controlo dos
escoamentos na fonte;
• A expansão e reabilitação dos sistemas de drenagem promovendo a interligação das
várias microdrenagens no interior do bairro com a macrodrenagem, sendo esta
também umas das prioridades identificadas pelo Plano Director de Drenagem e
Saneamento do Grande Maputo.

Apesar das infraestruturas de drenagem serem pouco abrangente foram identificados 47 km


de valas de drenagem revestidas, sendo na sua maioria valas à céu aberto, de secção
trapezoidal ou em U, cujas dimensões variam desde altura de 30cm à 200cm em media, de
micro a macrodrenagem, respectivamente. Em termos operacionais, foi nas “valas com
tampa de proteção" onde foram identificados os maiores problemas de funcionamento,
principalmente relacionadas com a complexidade nos processos de limpeza sendo que cerca
de 90% deste tipo de vala encontram-se inoperacionais por falta de limpeza.
Adicionalmente, foram identificados caminhos naturais de escoamentos superficiais na
extensão total de cerca de 33km, estes, são não revestidos e parte deles coincidem com o
traçado das vias estruturantes dos bairros, principalmente nos bairros de Inhagoia A e B e
Mavalane B.

A falta de um programa eficiente de operação de manutenção dos sistemas de drenagem,


impacta negativamente na disponibilidade do sistema face a demanda. Contudo, está em
curso a institucionalização e legalização da taxa de saneamento, para fazer investimentos e
manutenção das infraestruturas de drenagem e saneamento.
A maior parte dos bairros do PTUM possui solos maioritariamente argilosos e de baixa
permeabilidade, com presença de nível freático alto e pouca disponibilidade gravítica, facto
este que propicia o surgimento de focos de água estagnada, que quando associado a prática
de despejo de águas residuais domésticas e resíduos sólidos em valas de drenagem, constitui
um atentado a saúde pública pelo facto de proliferação de mosquitos causadores de malária.
Estas situações são predominantes nos bairros de Mafalala, Xipamanine, Chamanculo A, B
e D, Maxaquene, Urbanização, Munhuana, sendo que para estes casos recomendamos a
implementação de medidas mais eficientes de gestão de resíduos de modo a garantir que
estes espaços possam ser transformados em espaços de recreação, desportivos ou cultural
sem perder a função de retenção dos escoamentos.

Na área de estudo, foram identificadas (2) duas áreas de reserva municipal para inundações,
sendo que 8% equivalente 1.4km2 da área total de ocorrência recorrente de alagamento
durante os eventos de precipitação e um total a 4% equivalente 0.7km2 de espaços públicos
abertos, superando 1.5% recomendado para a contenção de custos de drenagem através de
amortecimento do caudal, que se encontram distribuídos conforme a tabela abaixo.
Tabela 63 - Avaliação das Áreas total dos espaços públicos abertos, áreas serem drenadas e áreas de alagamento
De forma geral a disponibilidade na área de intervenção se apresenta baixa. O universo
populacional de 264 054 habitantes pressupõe uma necessidade de 4 818 985,5 m3/ano, no
entanto, os dados do levantamento mostram fornecimentos na ordem de 673 725 m3/ano,
considerando o sistema da AdeM, mostrando que o fornecimento ainda se encontra longe de
satisfazer a necessidade.

Apesar da existência de rede de abastecimento de água na área do projecto, o acesso à água


segura ainda constitui um desafio, como resultado da ocorrência de vários factores, dentre
eles: deficiente cobertura da rede de distribuição e dos fontanários, em parte por avaria; baixa
extensão da rede de distribuição; baixa capacidade de pagamento das facturas mensais; baixa
disponibilidade de água condicionada pela disponibilidade na fonte; elevadas perdas, sendo
que, as perdas reportadas situam-se em média a 27%, admitindo-se que possa atingir 50%
se for considerado um sistema mais rigoroso de medição nas entradas e saídas.

Alinhado com o Estudo Especializado de Água Superficial, integrado nos Estudos


Ambientais e Sociais para o Sistema de Abastecimento de Água do Grande Maputo (FIPAG,
2013) cuja opção estratégica a longo prazo é de regularizar o curso principal do Incomáti,
com base na barragem de Moamba Major e a curto/médio prazo a operacionalização de uma
nova captação na albufeira de Corumana, com uma capacidade de 120 000m3/dia e
respectiva adutora, verifica-se que ficará garantida maior disponibilidade na fonte, o que
viabiliza os investimentos junto ao consumidor. Nestas condições, recomenda-se para a área
de intervenção o seguinte:
• Expansão da rede de distribuição e ligação no quintal;
• Complementar com a reabilitação e conservação das infra-estruturas existentes, com
vista à redução das perdas físicas e aumento da fiabilidade no serviço de
fornecimento de água, elevando assim o nível de cobertura e suprir grande parte da
necessidade.

O saneamento nos assentamentos informais apresenta-se sob duas vertentes, podendo ser
colectivo ou individual. O saneamento colectivo é apresentado principalmente nos chamados
camponês, onde vivem agregados de famílias diferentes no mesmo quintal nas quais mais
de 15 pessoas encontram-se a compartilhar o mesmo sanitário. O Distrito Municipal
Nlhamankulu apresenta a maior taxa de uso de saneamento colectivo em relação aos outros
distritos municipais, mercê da sua disposição territorial e a densidade populacional. O
saneamento individual compreende os sistemas que servem famílias de forma individual
através de latrinas.

As latrinas existentes apresentam um tempo de vida útil acelerado devido ao elevado nível
do lençol freático. A rede de recolha de águas residuais cobre uma porção pequena da área
de intervenção (alguns bairros do distrito Nlhamankulu), correspondendo à área consolidada
dos respectivos bairros. Entretanto, na área informal, nos bairros de Chamanculo D,
Xipamanine, Maxaqueni A, Mafalala e Urbanização, os beneficiados pelo sistema de
drenagem de águas pluviais fazem a deposição dos resíduos domésticos nas respectivas
valas, por falta de espaço nos seus lotes para a gestão, causando poluição nos arredores.

Os bairros da área de intervenção são condicionados pelo desordenamento


territorial, variado de bairro para bairro, sendo os mais críticos os do Distrito Municipal
Nlhamankulo, Maxaqueni A, Mafalala e Urbanização. Esta situação é agravada pela falta
de recursos para a construção de latrinas o faz com que algumas famílias sejam obrigadas a
partilhar o mesmo sanitário, o que pode servir de centro de transmissão de doenças como a
COVID-19 entre outras. A falta de um ordenamento regular também torna difícil o acesso
das empresas para fazerem o esvaziamento das fossas.

O tempo de enchimento das latrinas e fossas em média é inferior a um ano nas zonas onde
possuem o nível de lençol freático elevado, o que tem causado vários transtornos aos
usuários, a título de exemplo são os quintais que ficam com o lodo enterrado em
quase toda a sua área de ocupação.
Os moradores dos bairros de Chamanculo D, Mafalala, Urbanização, Maxaqueni,
Xipamanine e Luís Cabral, efectuam o lançamento das águas residuais nas valas de
drenagem contribuindo para a disseminação de maus odores e proliferação de insetos e
rastejantes veículos de transmissão de doenças como malária, cólera e outras.

O sistema de rede de colectores apenas beneficia a zona consolidada dos bairros da Mafalala,
Chamanculo A, Chamanculo D e Malanga, sendo que as caixas de visita na sua maioria
apresentam um estado elevado de degradação, ligado ao tempo de vida útil, causado
desconforto nas redondezas.

Actualmente nos assentamentos informais a gestão das lamas fecais é realizado por
operadores privados e organizações baseadas na comunidade (OCB’s) com
encaminhamento para a Estação de Tratamento de Águas Residuais (ETAR), sendo que na
maioria dos casos a gestão e deposição do lodo fecal é realizada nos quintais das residências.
Os serviços das OCB’s apresentam uma taxa de cobertura bastante reduzida, sendo
complementada pelos operadores privados de recolha de águas residuais. Entretanto, o
elevado custo dos equipamentos para o esvaziamento do lodo fecal nas latrinas e o baixo
poder financeiro das famílias torna a actividade insustentável levando ao abandono da
actividade pelas associações

• Para a melhoria do saneamento na área de intervenção são propostas as alternativas


previsão do ordenamento dos assentamentos de modo a permitir que os veículos
acedam às habitações para o esvaziamento das fossas.
• obstrução de colector único em zonas de lençol freático elevado (Bairros do distrito
Nlhamankulo, Maxaquene, Mafalala e urbanização).
• Construção de centros para acomodação e transferência de lamas fecais (Estações de
Transferência de Lamas Fecais) de modo a reduzir horas de viagem até à ETAR de
Infulene, assim, como a reabertura da ETLF de Maxaquene A, melhorando assim a
sustentabilidade do sistema.

As soluções aplicáveis à rede viária, mobilidade e transportes exige uma articulação com
planeamento do território e os usos do solo, uma alteração dos modos e formas de utilização,
de forma que a intervenção garanta uma melhoria da acessibilidade e dos tempos de
deslocação casa trabalho. Neste sentido devem assim ser privilegiadas as vias activas de
mobilidade que possam interligar espaços públicos, equipamentos e interfaces de transportes
contribuindo também para um objectivo mais alargado que consiste na neutralidade
carbónica. Na área de intervenção apesar de constar uma importante rede viária, constou-se
a existência de algumas zonas de menor conectividade, associadas ao elevado tempo
necessário da viagem casa trabalho, às quais ainda se constata a não pavimentação das vias,
o seu carácter sinuoso, perfis reduzidos, que inviabilizam a implantação de serviços básicos,
bem como ausência de órgãos de drenagem. Assim para estas zonas recomenda-se:
• Uma intervenção na rede viária e pedonal que garanta a sua conectividade a nível
interno e externo.

Do diagnóstico feito conclui-se que a abrangência do serviço de recolha de resíduos sólidos


urbanos ainda não é totalmente satisfatória, pois de um modo geral observou-se que
todos os resíduo recolhidos nos 20 bairros tem como destino final lixeiras de Hulene a céu
aberto, facto que acarreta sérios problemas de ordem ambiental e de saúde pública. Não
existe nenhuma forma de tratamento ou reciclagem implantada ao nível do Município ,
embora existam algumas iniciativas de ONG/OSC e singulares que seleccionam
informalmente plásticos, vidro e metais por vezes para uso próprio ou para venda informal.
A Gestão Integrada de Resíduos Sólidos como a maneira de conceber, implementar e
administrar sistemas de limpeza urbana considerando uma ampla participação dos sectores
da sociedade com a perspectiva do desenvolvimento sustentável ainda enfrenta desafios,
relacionados com a:

• Inexistência de nenhuma forma de tratamento oficial de resíduos sólidos implantada


ao nível do município, o que faz com os moradores pouco se importem ou estejam
menos sensibilizados em separar o lixo para o reaproveitamento;
• Gestão deficiente de recolha e armazenamento dos resíduos ao nível dos pontos onde
localizam-se os contentores, devido a vandalizado do contentores, acção dos
catadores que no momento processo de colecta de resíduos recicláveis, estes acabam
despejando os resíduos fora dos contentores.
• A falta de cumprimento dos horários de entrega dos resíduos por parte dos
munícipes, incumprimento de regras de deposição dos resíduos pelo moradores nos
contentores, como por exemplo alguns depositam seu lixo no chão o que acarreta
efeitos negativos para a saúde pública, concorrendo potencialmente para ocorrência
de surtos de epidemias, como a cólera, malária e outras doenças derivadas da
deficiente higiene.
• Para alguns bairros há dificuldades ligadas à falta de contentores, vias de acessos
limitadas para o interior, o que implica percorrer longas distâncias para o alcance dos
contentores, ponto estratégico onde o tchova possa chegar, como é o caso dos bairros
de Chamanculo A, B, Mavalane A, Minkandjuine, sendo necessário investimentos de
forma equitativa em meios materiais, humanos e financeiros, para melhorar a
qualidade e cobertura dos serviços de recolha, transporte, depósito e manuseamento
de resíduos sólidos.

• Os catadores de lixo, são expostos a riscos de saúde uma vez nenhum tratamento
específico é dado aos resíduos sólido, a par de que estes são estigmatizados pelas
comunidades, sendo importante empoderar este grupo ou promover esta prática junto
destes e outros grupos vulneráveis nas comunidades, como forma de garantir a
geração de renda e contribuir para o desenvolvimento da economia do Município.
8. Referências bibliográficas

● AdeM (2021). Dados de gestão operacional dos sistemas do mês de Janeiro a Outubro
de 2020

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Acesso em 29 de Outubro de 2020.

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● Macore, S. (1992). Desigualdades Sociais em Saúde em Moçambique. Nampula:


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● Ministério Para a Coordenação da Acção Ambiental (2010), Estratégia e Plano de Acção


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● Ministério para a Coordenação da Acção Ambiental (2012), Estratégia Nacional de


Adaptação e Mitigação de Mudanças Climáticas (2013-2025)

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(PEU) Ministério da Terra, Ambiente e Desenvolvimento Rural, 2017 draft;

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● Sílvia Jorge e João Tique, «Fundo para o Fomento à Habitação de quem ?», Cidades
[Online], 41 | 2020, posto online no dia 30 dezembro 2020, consultado o 19 maio 2021.
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● Urban green spaces and health. Copenhagen: WHO Regional Office for Europe, 2016.

● WaterAid (2017), Abastecimento de Água, Saneamento e Higiene (WASH) na Cidade


de Maputo – Análise do Contexto

● WaterAid (2017), Abastecimento de Água, Saneamento e Higiene (WASH) na Cidade


de Maputo – Análise do Contexto

● Water-Aid, 2017. “Planos Director Integrados de Água, Saneamento e Higiene dos


Municípios de Cuamba, Quelimane, e Boane” - Relatório Final, Salomon 2017.
9. Anexos
Sector de Drenagem

● Mapa bacias, sub-bacias e dos sistemas de drenagem existente

● Mapa das zonas susceptíveis a alagamento e caminhos naturas dos escoamentos


superficiais

● Mapas dos espaços públicos abertos, zonas de alagamento e caminhos naturais dos
escoamentos

● Mapas das áreas de inundação e vias estruturantes propostas

Sector de Espaço Publico e Equipamentos Urbanos

● Mapas temáticos de equipamento e espaços públicos por bairro

● Fichas técnicas de cada espaços públicos por bairro

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