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PLANO DIRETOR DE EMBU

LEITURA COMUNITÁRIA E TÉCNICA DA CIDADE

1º SEMESTRE DE 2002
2

Prefeitura Municipal da Estância Turística de Embu


Secretaria de Planejamento e Meio Ambiente
Coordenação Geral:
Marilene Mantovani

Equipe Técnica:
Luciano Tricárico

Colaboradores:
Assessoria da Secretaria Municipal de Planejamento e Meio Ambiente de Embu
• Delcio de Oliveira Júnior
• Marcelo Cardoso
Setor de Fiscalização da Secretaria Municipal de Planejamento e Meio Ambiente de Embu
• Célia Cruz,
• Damião Andrini
• Edson Donizete da Silva
• Everaldo Beltrão
• Hilcer dos Santos Caldi Balci
• Natanael Lima de Brito
• Núbia Regina de Oliveira
Diretoria de Planejamento e Desenvolvimento da Secretaria Municipal de Planejamento e Meio Ambiente
de Embu
• Alexandre Friol
• Gustavo Alexandre Campos Vaz
• José Pacheco de Araújo Neto
• Nelson Manuel Pereira
• Sérgio Aparecido Antonini
• Zemilton Costa Souza
DIPAV – Divisão de Parques e Áreas Verdes da Secretaria Municipal de Planejamento e Meio Ambiente
de Embu
• Marcos Otto Zerzar
Secretaria Municipal da Cidadania e Participação Popular de Embu
• Francisco Brito
• Kátia Coelho
• Fabiano Barra
Secretaria Municipal de Obras de Embu
• Luis Carlos Borges
Secretaria Municipal de Saúde
• Norma Suely de Almeida Araújo
Divisão de Trânsito do Município de Embu – DIVTRAN
• José Bezerra da Silva Filho
• Alan Rodrigues de Souza
SABESP – Divisão Regional de Embu
• Helio da Costa
• Iracy Garrido Bim
Secretaria de Agricultura de Abastecimento do Estado de São Paulo
• Fumio Hashyiya
• Takenobo Miazato

Polis – Instituto de Estudos, Formação e Assessoria em Políticas Sociais


Equipe de Assessoria Técnica:
Karin Matzkin
Kazuo Nakano
Raquel Rolnik
Silvio Caccia Bava
3

ÍNDICE
PLANO DIRETOR DE EMBU........................................................................................ 9

PLANO DIRETOR DE EMBU........................................................................................ 9

Introdução .................................................................................................................... 9
O Plano Diretor na Constituição Federal de 1988 e no Estatuto da Cidade............. 9
Objetivos................................................................................................................. 12
Organização do Documento ................................................................................... 13

LEITURA COMUNITÁRIA E TÉCNICA DA CIDADE ............................................. 15

1 – Leitura Comunitária - Reuniões com atores locais.............................................. 15


1.1 - Reunião com Agentes Comunitários de Saúde .............................................. 15
1.2 - Reunião com as Organizações Ambientalistas............................................... 17
1.3 - Reunião com a Associação Comercial, de Indústrias e Serviços - ACISE .... 19
1.4 - Reunião com os Proprietários de Imobiliárias ............................................... 21
1.5 - Reunião com a Polícia Militar........................................................................ 23
1.6 - Reunião com o movimento de moradia.......................................................... 24
1. 7 - Reunião com proprietários rurais .................................................................. 25
1.8 - Reunião com representantes das Sociedade Amigos de Bairros - SABs ....... 26
1.9 - Quadro síntese das questões discutidas com os atores locais......................... 29
2 – Leitura Técnica – Coleta, sistematização e análise de informações.................... 31
2.1 - Inserção Metropolitana................................................................................... 31
2.2 - Tendências Metropolitanas ............................................................................ 35
2.3 – Dinâmica Populacional Metropolitana .......................................................... 36
2.4 – Dinâmica Populacional em Embu ................................................................. 39
2.5 – Dinâmica Populacional por Faixa Etária no Município de Embu ................. 45
2.6 – Violência Urbana........................................................................................... 52
2.7 – Dinâmica Sócio-Econômica no Município de Embu .................................... 54
2.7.1 – Renda Familiar Média ............................................................................ 55
2.7.2 – Ocupação ................................................................................................ 56
2.7.3 – Estabelecimentos Empregadores Formais por Setor de Atividade
Econômica .......................................................................................................... 57
2.7.4 – Empregos Formais.................................................................................. 59
2.7.5 – Estabelecimentos Empregadores Formais por Porte de Empresa .......... 61
2.7.6 – Receita Municipal................................................................................... 62
2.7.7 – Atração e produção de viagens............................................................... 64
2.8 – Caracterização Territorial .............................................................................. 66
2.8.1 – Geomorfologia e Hidrografia ................................................................. 67
2.8.2 – Índice de Vegetação ............................................................................... 68
2.8.3 – Uso do Solo ............................................................................................ 71
2.8.4 – Propriedades Fundiárias ......................................................................... 73
2.8.5 – Infra-Estrutura de Distribuição de Água e Coleta de Esgoto ................. 76
2.8.6 – Infra-Estrutura de Distribuição de Drenagem ........................................ 80
2.8.7 – Sistema Viário Principal......................................................................... 81
2.8.8 – Sistema de Transporte Coletivo.............................................................. 83
2.8.9 – Ocupações Habitacionais em Áreas Públicas e Privadas ....................... 90
2.8.10 – Campos de Futebol ............................................................................... 92
4

2.8.11 – Equipamentos Sociais de Saúde ........................................................... 94


2.8.12 – Equipamentos Sociais de Educação ..................................................... 95
2.8.13 – Esporte, Lazer, Cultura e Potencial Turístico..................................... 103
2.9 – Considerações Finais ................................................................................... 104
3 – Anexo – Fontes de Dados, Informações, Análises e Mapeamentos Utilizados.. 107
3.1 - Bancos de Dados e Cadastros Consultados:................................................. 107
3.2 - Mapeamentos Elaborados: ........................................................................... 116
3.3 - Planos e Análises Setoriais Consultados:..................................................... 119
5

LISTA DE MAPAS
Mapa 01 – Unidade Federativas do Brasil - O Estado de São Paulo no Brasil...........................................31
Mapa 02 – Municípios do Estado de São Paulo - A Região Metropolitana de São Paulo no Estado de São
Paulo...........................................................................................................................................................31
Mapa 03 – Região Metropolitana de São Paulo - Embu na Região Metropolitana de São Paulo ..............32
Mapa 04 – Região Metropolitana de São Paulo - Localização do Município de Embu na Mancha Urbana
Metropolitana .............................................................................................................................................33
Mapa 05 – Região Metropolitana de São Paulo - Incremento Total da População dos Municípios da
RMSP e dos Distritos do MSP – 1996 a 2000 - % .....................................................................................37
Mapa 06 – Região Metropolitana de São Paulo - Densidade Demográfica nos Municípios da RMSP –
hab/km² - 2000 ...........................................................................................................................................38
Mapa 07 – Município de Embu – Distribuição Populacional Interna - 1996 .............................................41
Mapa 08 – Município de Embu – Incremento Total da População dos Setores Censitários de Embu - % -
1991 a 1996 ................................................................................................................................................42
Mapa 09 – Município de Embu – Distribuição Populacional Total - 1996 ................................................44
Mapa 10 – Município de Embu – Incremento Total da População de 0 a 4 anos – 1991 a 1996 - % ........46
Mapa 11 – Município de Embu – Incremento Total da População de 5 a 9 anos – 1991 a 1996 - % ........47
Mapa 12 – Município de Embu – Incremento Total da População de 10 a 14 anos – 1991 a 1996 - %.....47
Mapa 13 – Município de Embu – Incremento Total da População de 15 a 19 anos – 1991 a 1996 - %.....48
Mapa 14 – Município de Embu – Incremento Total da População com 60 anos e mais – 1991 a 1996 - %
....................................................................................................................................................................48
Mapa 15 – Município de Embu – Percentual da População de 0 a 4 anos - 1996 ......................................50
Mapa 16 – Município de Embu – Percentual da População de 5 a 9 anos - 1996 ......................................50
Mapa 17 – Município de Embu – Percentual da População de 10 a 14 anos - 1996 ..................................51
Mapa 18 – Município de Embu – Percentual da População de 15 a 19 anos - 1996 .................................51
Mapa 19 – Município de Embu – Percentual da População de 60 anos e mais - 1996...............................52
Mapa 20 – Município de Embu – Ocorrências de Homicídios no Primeiro e Segundo Semestres de 2001
....................................................................................................................................................................53
Mapa 21 – Município de Embu – Distribuição de Empregos Segundo Zonas O/D - 1997 ........................55
Mapa 22 – Município de Embu – Distribuição Percentual da População por Faixa de Renda Familiar
Mensal - 1997.............................................................................................................................................56
Mapa 23 – Município de Embu – Distribuição Percentual da População por Condição de Ocupação
Principal Segundo Zona O/D - 1997 ..........................................................................................................57
Mapa 24 – Município de Embu – Distribuição Percentual de Viagens Atraídas por Motivo - 1997 .........65
Mapa 25 – Município de Embu – Distribuição Percentual de Viagens Produzidas por Motivo - 1997 .....66
Mapa 26 – Município de Embu – Intervalos de Declividades – 2001 - % .................................................68
Mapa 27 – Município de Embu e Entorno – Índice Normalizado de Diferença de Vegetação – 1999 ......70
Mapa 28 – Município de Embu – Uso do Solo - 2002 ...............................................................................72
Mapa 29 – Município de Embu – Algumas glebas vazias ou subutilizadas com mais de 5 000 m² - 200274
Mapa 30 – Município de Embu – Rede de Distribuição de Água - 2002 ...................................................78
Mapa 31 – Município de Embu – Rede Coletora de Esgoto - 2002 ...........................................................79
Mapa 32 – Município de Embu – Sistema de Drenagem e Pontos de Alagamentos - 2002.......................80
Mapa 33 – Município de Embu – Sistema Viário Principal - 2002............................................................82
Mapa 34 – Município de Embu – Ponto de Atropelamentos Ocorridos em 2001 ......................................83
Mapa 35 – Município de Embu – Carregamento Viário por Linhas de Lotação - 2001.............................86
Mapa 36 – Município de Embu – Carregamento Viário por Linhas de Ônibus Intermunicipais - 2001 ....86
Mapa 37 – Município de Embu – Carregamento Viário por Linhas de Ônibus Municipais - 2001 ...........87
Mapa 38 – Município de Embu – Carregamento Viário por Lotações - 2001............................................87
Mapa 39 – Município de Embu – Carregamento Viário por Ônibus Intermunicipais - 2001.....................88
Mapa 40 – Município de Embu – Carregamento Viário por Ônibus Municipais - 2001............................88
6

Mapa 41 – Município de Embu – Ocupações Habitacionais em Áreas Públicas e Privadas - 2001...........91


Mapa 42 – Município de Embu – Localização dos Campos de Futebol em Uso - 2001 ............................93
Mapa 43 – Município de Embu – Localização dos Equipamentos de Saúde - 2001 ..................................94
Mapa 44 – Município de Embu – Demarcação de Raio de 1 km em Torno dos Equipamentos de Saúde -
2001............................................................................................................................................................95
Mapa 45 – Município de Embu – Rede de Ensino Municipal, Estadual e Particular - 2001......................97
Mapa 46 – Município de Embu – Matrículas em Creches Municipais - 2001 ...........................................97
Mapa 47 – Município de Embu – Matrículas em Creches Particulares - 2001...........................................98
Mapa 48 – Município de Embu – Matrículas na pré-escola em unidades municipais - 2001.....................98
Mapa 49 – Município de Embu – Matrículas na pré-escola em unidades particulares - 2001 ...................99
Mapa 50 – Município de Embu – Matrículas na 1ª a 4ª Série em Escolas Municipais - 2001 ...................99
Mapa 51 – Município de Embu – Matrículas na 1ª a 4ª Série em Escolas Particulares - 2001 ................100
Mapa 52 – Município de Embu – Matrículas na 1ª a 4ª Série nas Escolas Estaduais - 2001....................100
Mapa 53 – Município de Embu – Matrículas na 5ª a 8ª Série na Escolas Particulares - 2001..................101
Mapa 54 – Município de Embu – Matrículas na 5ª a 8ª Série nas Escolas Estaduais - 2001....................101
Mapa 55 – Município de Embu – Matrículas no Ensino Médio em Escolas Particulares - 2001.............102
Mapa 56 – Município de Embu – Matrículas no Ensino Médio em Escolas Estaduais - 2001 ................102
Mapa 57 – Município de Embu – Equipamentos de Esporte, Lazer, Cultura e Áreas com Potencial
Turístico - 2001 ........................................................................................................................................104
7

LISTA DE TABELAS
Tabela 01 – Município de Embu - Evolução Populacional – 1960 a 2000.................................................40
Tabela 02 – Município de Embu – Taxa Geométrica de Crescimento Anual – % - décadas de 1960, 1970,
1980 e 1990 ................................................................................................................................................40
Tabela 03 – Município de Embu – Projeção Populacional 1991 a 2005 ....................................................45
Tabela 04 – Município de Embu – Taxa Geométrica de Crescimento Anual por Faixas Etárias – 1991 a
1996 - % .....................................................................................................................................................49
Tabela 05 – Município de Embu – Distribuição de Homicídios Segundo os Meses de 2001 ....................53
Tabela 06 – Município de Embu – Distribuição Percentual da População por Faixa de Renda Familiar
Mensal Segundo Zona O/D - 1997 .............................................................................................................56
Tabela 07 – Município de Embu – Distribuição Percentual da População por Condição de Ocupação
Principal Segundo Zona O/D - 1997 ..........................................................................................................57
Tabela 08 – Município de Embu – Evolução de Estabelecimentos Empregadores por Setor de Atividade
Econômica – 1990 a 2000 ..........................................................................................................................59
Tabela 09 – Município de Embu – Evolução de Empregos Formais por Setor de Atividade Econômica –
1990 a 2000 ................................................................................................................................................60
Tabela 10 – Município de Embu – Evolução no Número de Estabelecimentos Empregadores por Porte –
1990 a 2000 ................................................................................................................................................62
Tabela 11 – Município de Embu – Evolução da Receita Arrecada Per Capita – 1995 a 2000 ...................63
Tabela 12 – Município de Embu – Variação Anual na Arrecadação Per Capita – 1995 a 2000 ................63
Tabela 13 – Município de Embu - Total de Viagens Atraídas por Motivo Segundo Zona O/D 1997........64
Tabela 14 – Município de Embu – Distribuição Percentual das Viagens Atraídas por Motivo Segundo
Zona de Destino- 1997 ...............................................................................................................................65
Tabela 15 – Município de Embu – Total de Viagens Produzidas por Motivo Segundo Zona O/D 1997...65
Tabela 16 – Município de Embu – Distribuição Percentual das Viagens Produzidas por Motivo Segundo
Zona de Origem - 1997 ..............................................................................................................................66
Tabela 17 – Município de Embu – Evolução no Número de Domicílios Servidos por Rede de Água e
Coletora de Esgoto – 1995 a 2000..............................................................................................................77
8

LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 01 – Município de Embu – Evolução Populacional – 1960 a 2000...............................................40


Gráfico 02 – Município de Embu – Evolução de Estabelecimentos Empregadores por Setor de Atividade
Econômica – 1990 a 2000 ..........................................................................................................................59
Gráfico 03 – Município de Embu – Evolução de Empregos Formais por Setor de Atividade Econômica –
1990 a 2000 ................................................................................................................................................61
Gráfico 04 – Município de Embu – Evolução de Estabelecimentos Empregadores por Porte – 1990 a 2000
....................................................................................................................................................................62
Gráfico 05 – Município de Embu – Evolução da Receita Arrecada Per Capita – 1995 a 2000..................63
Gráfico 06 – Município de Embu – Evolução no Número de Domicílios Servidos por Rede de Água e
Coletora de Esgoto – 1995 a 2000..............................................................................................................78
9

PLANO DIRETOR DE EMBU


Introdução

O Plano Diretor na Constituição Federal de 1988 e no Estatuto da


Cidade
A Lei Federal nº 10 257 de 10 de outubro de 2001, mais conhecida como
Estatuto da Cidade define, em seu artigo 41, como obrigatória a realização de Plano
Diretor em municípios:

I – com mais de vinte mil habitantes;

II – integrantes de regiões metropolitanas e aglomerações urbanas;

III – onde o Poder Público municipal pretenda utilizar os instrumentos previstos


no § 4º do art. 182 da Constituição Federal;

IV – integrantes de áreas de especial interesse turístico;

V – inseridas na área de influência de empreendimentos ou atividades com


significativo impacto ambiental de âmbito regional ou nacional.

Segundo o artigo 50 dessa Lei

Os municípios que estejam enquadrados na obrigação prevista nos incisos I e II


do artigo 41 desta Lei que não tenham Plano Diretor aprovado na data de entrada em
vigor desta Lei, deverão aprova-lo no prazo de cinco anos.

No “Guia para Implementação do Estatuto da Cidade”, coordenado por Raquel


Rolnik e Nelson Saule Jr e realizado em parceria entre a Comissão de Desenvolvimento
Urbano e interior da Câmara dos Deputados, a Secretaria Especial de Desenvolvimento
Urbano da Presidência da República, a Caixa Econômica e o Instituto Polis, o Plano
Diretor é definido

como um conjunto de princípios e regras orientadoras da ação dos agentes que


constroem e utilizam o espaço urbano. O Plano Diretor parte de uma leitura da cidade
real envolvendo temas e questões relativos aos aspectos urbanos, sociais, econômicos e
ambientais, que embasa a formulação de hipóteses realistas sobre as opções de
10

desenvolvimento e modelos de territorialização. O objetivo do Plano Diretor não é


resolver todos os problemas da cidade, mas sim ser um instrumento para a definição de
uma estratégia para a intervenção imediata, estabelecendo poucos e claros princípios
de ação para o conjunto de agentes envolvidos na construção da cidade, servindo
também de base para a gestão pactuada da cidade. Desta forma, é definida uma
concepção de intervenção no território que se afasta da ficção tecnocrática dos velhos
Planos Diretores de Desenvolvimento Integrado, que tudo prometiam (e nenhum
instrumento possuíam para induzir a implementação do modelo idealizado proposto!).
De acordo com as diretrizes expressas no Estatuto, os Planos Diretores devem contar
necessariamente com a participação da população e de associações representativas dos
vários segmentos econômicos e sociais, não apenas durante o processo de elaboração e
votação, mas, sobretudo, na implementação e gestão das decisões do Plano. Assim,
mais do que um documento técnico, normalmente hermético ou genérico, distante dos
conflitos reais que caracterizam a cidade, o Plano passa a significar um espaço de
debate dos cidadãos e de definição de opções, conscientes e negociadas, por uma
estratégia de intervenção no território.

O município de Embu enquadra-se em todas as condições que tornam


obrigatória a realização e aprovação do seu Plano Diretor:

I - segundo o Censo 2000, Embu possui pouco mais de 206 000 habitantes;

II - integra a Região Metropolitana de São Paulo;

III - possui problemas urbanos cujo enfrentamento pose se valer dos


instrumentos previstos no § 4º do art. 182 da Constituição Federal;

IV - integra área de especial interesse turístico que soma-se ao valor ambiental


da vegetação existente, com sua respectiva biodiversidade, e dos recursos hídricos que
alimentam os manaciais da metrópole paulistana;

V - insere-se na área de influência do Rodoanel, obra viária regional realizada


com recursos federais, do governo do estado de São Paulo e do município de São Paulo,
cujo trecho prioritário oeste está atualmente em fase de construção e o trecho sul está
projetado para atravessar o município de Embu ocupando a várzea de um dos principais
rios da Bacia Hidrográfica Gurapiranga: o rio Embu-Mirim.
11

A elaboração do Plano Diretor de Embu, seguindo a concepção descrita, e sua


aprovação na Câmara Municipal cumpre as exigências legais. Contudo, o principal
compromisso do trabalho é com a realização de uma cidade mais justa dos pontos de
vista social, ambiental, econômico e territorial.

A realização desses princípios implica em planejar nossa cidades por três


motivos:

1 – Para enfrentarmos os desafios e os problemas existentes a partir dos


potenciais sociais, econômicos e ambientais que possuímos hoje;

2 – Para garantirmos o bom aproveitamento e utilização democrática e


sustentável dos recursos materiais e imateriais disponíveis hoje e no futuro;

3 – E principalmente para fazermos da cidade um benefício coletivo capaz de


melhorar as condições de vida dos seus moradores e usuários em geral.

O planejamento e gestão urbanos inscrevem-se na busca pela garantia do Direito


à Cidade para todos os que nela vivem. Enfatiza o enfrentamento dos processos e
mecanismos sócio-políticos que obstruem o acesso democrático aos benefícios da vida
urbana proporcionados pelo conjunto de serviços públicos básicos, de saneamento,
educação e saúde, pela moradia bem qualificada e pela justiça ambiental.

Com o Estatuto da Cidade o Plano Diretor tornou-se um importante instrumento


para a realização de uma política urbana ativa, capaz de franquear o uso coletivo e
democrático da cidade segundo o interesse público.

É importante democratizar os diversos processos de gestão que compõem essa


política para que esse objetivo se torne realidade. Para isso é preciso que os diferentes
grupos de interesse presentes na cidade possam interferir nos processos decisórios e de
negociação. Portanto, é fundamental construir um Sistema de Planejamento e Gestão
Urbanos que operem vários canais de participação cidadã. Nesse sentido, a política
urbana pode ser uma instância capaz de intensificar a interlocução entre o governo e os
cidadãos locais. A construção dessa interlocução deve ser um processo gradativo de
abertura do governo ao controle social. Para a realização desse objetivo é fundamental a
transparência, prestação de contas por parte do poder público e a socialização de
informações. Estas devem ser de natureza diversa. Envolvem tanto aquelas que revelam
12

o funcionamento do governo quanto as análises e diagnósticos sobre as realidades locais


produzidos para subsidiar planos, propostas, projetos e intervenções.

A interlocução entre governo e sociedade é mais frutífera quando os cidadãos se


apropriam das informações sobre as instituições e discutem os problemas e
oportunidades existentes nas realidades locais. Nesse sentido, o presente documento tem
duas finalidades:

• De um lado serve para subsidiar as etapas posteriores de elaboração do


Plano Diretor de Embu;

• De outro lado deve ser largamente reproduzido e socializado a fim de


que vários setores possam se apropriar dos seus conteúdos, discuti-los,
estabelecer críticas e, eventualmente, usa-los para formular as suas
próprias propostas.

Objetivos
O objetivo principal deste documento é apresentar a leitura da cidade de Embu
realizada nos meses de novembro e dezembro de 2001 e janeiro de 2002. O objetivo
dessa leitura construída em duas frentes é basicamente conhecer, analisar e discutir a
cidade que temos hoje para fazermos a cidade que queremos no futuro.

Essa leitura constitui-se de dois processos:

1 – reuniões com segmentos representativos da sociedade local objetivando


captar as diferentes problemáticas, demandas, desafios e oportunidades existentes em
Embu nesse início de século XXI. A realização dessas reuniões parte do pressuposto de
que aqueles que vivem o dia a dia da cidade também têm muito a contribuir na
discussão sobre o planejamento e a gestão urbana. Essa discussão não é matéria
exclusivamente técnica. É também política, em todos os sentidos. O processo de
planejamento e gestão da cidade lida com diversos aspectos técnicos que devem ser
ponderados politicamente;

2 – coleta e sistematização de uma ampla base de dados, informações, pesquisas,


análises e planos produzidos por diversas instituições, envolvendo diferentes equipes
técnicas. Para a realização dessa parte do trabalho contou-se tanto com fontes
13

localizadas no próprio município de Embu - órgãos governamentais, cadastros técnicos


de diversas secretarias, informações de funcionários, relatórios de consultorias já
concluídas, dentre outros – quanto com bancos de dados produzidos por instituições
com abrangência nacional, estadual e metropolitana como o IBGE, Fundação SEADE e
a Companhia dos Transportes Metropolitanos de São Paulo – metrô.

Organização do Documento
O presente documento está organizado em três partes.

Na primeira parte apresenta-se o conjunto de questões discutidas nas reuniões


preliminares com múltiplos atores sociais de Embu. Nesse conjunto já se percebe alguns
dos principais desafios a serem enfrentados pela sociedade de Embu nos próximos anos.
São desafios que não são exclusivos dessa cidade. Podem ser encontrados em outras
cidades brasileiras, cada qual com as suas nuances. Metodologicamente, as reuniões
com os atores locais tem como objetivo principal captar as diferentes visões e
entendimentos que as pessoas possuem sobre a cidade. Nas reuniões é possível entrar
em contato com os diferentes interesses que estão em jogo na cidade. Essas reuniões
visam prioritariamente mobilizar grandes grupos sociais. São reuniões circunscritas que
procuram anotar as diferentes perspectivas que os atores sociais possuem sobre a
realidade do município. Nas discussões se expõem demandas consolidadas como
reivindicações coletivas, às vezes em conflito umas com as outras. Nesse sentido, a
primeira parte desse documento finaliza com uma síntese das questões e demandas mais
importantes colocadas nas discussões preliminares sobre o Plano Diretor de Embu.

Na segunda parte apresenta-se a leitura técnica voltada para a construção de um


amplo quadro informativo sobre a cidade constituída pelas dinâmicas populacionais,
econômicas, territoriais e ambientais presentes na última década no município. A
análise dessas dinâmicas ajuda a compreender algumas tendências em curso atualmente.
A compreensão dessas tendências apóia-se no entendimento sobre o funcionamento
territorial da cidade, tanto internamente quanto regionalmente. Essas tendências
apontam para os destinos sócio-territoriais de Embu. O Plano Diretor deve operar no
interior dessas tendências antecipando ações. A leitura técnica de Embu, baseada em
grande parte na espacialização de informações, procura territorializar essas tendências
de modo a evidenciar as diferenças internas do município verificadas nas interações
14

entre as suas partes. Essa leitura mostra que Embu é uma unidade heterogênea. As
hipóteses de intervenção a serem discutidas nas próximas etapas do trabalho deverão
partir do reconhecimento dessa heterogeneidade.

Na terceira e última parte desse documento apresenta-se uma sistematização de


todas as fontes de dados, mapeamentos e análises utilizados nessa etapa do trabalho.
Esse adendo tem como objetivo disponibilizar as informações que subsidiaram a leitura
técnica da cidade de Embu de modo a, no futuro, possam ser re-acessadas em pesquisas
e análises futuras para atualizações e construções de séries históricas. Essa memória das
fontes de dados podem ser complementadas em futuras revisões e reformulações de
propostas.

Este documento não se encerra em si mesmo. Pretende ser uma espécie de


“manancial” para a geração de uma série de sub-produtos voltados para a publicização
dos seus vários conteúdos que devem ser traduzidos em linguagem mais simples e
distribuídos pelos diversos canais de comunicação social. A partir desse documento,
tablóides, folhetos e boletins, bem como outros tipos de material escrito, podem ser
elaborados para distribuição. Programas de rádio e jornais impressos podem ser
pautados. Painéis para exposição podem ser produzidos, informes podem ser
disseminados.

Na elaboração de um Plano Diretor, a construção de análises e informações é a


primeira etapa que deve ser seguida por uma estratégia de socialização dessas mesmas
informações servindo para tirar os processos de planejamento e gestão urbanos dos
gabinetes e ganhem as casas e ruas onde acontece a vida da cidade. Assim como a
cidade, a construção de análises e informações também devem cumprir a sua função
social.
15

LEITURA COMUNITÁRIA E TÉCNICA DA CIDADE


1 – Leitura Comunitária - Reuniões com atores locais

Reunião com: Data Pessoas


presentes
Agentes Comunitários de Saúde 28/11/01 24
Organizações Ambientalistas 03/12/01 11
Associação Comercial, de Indústrias e Serviços – ACISE 05/12/01 30
Proprietários de Imobiliárias 07/12/01 7
CREA/OAB/Rotary 11/12/01 5
Polícia Militar 12/12/01 5
Movimento de Moradia 17/12/01 46
Proprietários Rurais 18/12/01 10
Sociedades Amigos de Bairro 12/01/02 24
Total 162

Reunião com: Local

Agentes Comunitários de Saúde Secretaria de Saúde


Organizações Ambientalistas Sec. Cidadania – Salão Azul
Associação Comercial, de Indústrias e Serviços - ACISE Rest. Recanto Gaúcho
Proprietários de Imobiliárias Sec. Cidadania – Salão Azul
CREA/OAB/Rotary Sec. Cidadania – Salão Azul
Polícia Militar Gabinete do Prefeito
Movimento de Moradia EMEI Jd. Vazame
Proprietários Rurais Sec. Cidadania – Salão Azul
Sociedades Amigos de Bairro Pavilhão Cultural – Pq. do Lago

1.1 - Reunião com Agentes Comunitários de Saúde


Nessa reunião com as Agentes Comunitárias de Saúde construímos um mapa
falado da cidade de Embu a partir dos bairros nos quais trabalham e vivem destacando
os problemas e as qualidades locais que afetam a vida da coletividade.

As referências iniciais para a construção desse mapa foram duas: a rodovia


Régis Bittencourt e o centro de Embu. Estendemos um grande papel craft na parede e
traçamos o eixo da rodovia de cima abaixo. Junto à rodovia indicamos a localização do
centro de Embu e pedimos para as agentes desenharem no papel o caminho que leva
para os bairros onde elas moram e trabalham.
16

Foram marcados os seguintes bairros: Santa Tereza, São Marcos, São Francisco,
Vista Alegre, Santa Luzia, Jardim Silvia, Jardim Santo Antonio, Jardim Tomé, Jardim
Pinheiros, Pinheirinho e Santa Clara.

Houve uma preocupação geral em desenhar longos caminhos em todas as


direções mostrando que os bairros são locais distantes com relação ao centro e para se
chegar até eles é preciso passar por matas e atravessar outros bairros. As principais
estradas e avenidas, o Cemitério Israelita, o Cemitério Jesuíta, o Parque Industrial, as
igrejas, escolas e postos de saúde são locais referenciais utilizados na construção mental
da cidade.

Por causa da sua atividade, as agentes comunitárias de saúde são muito atentas
para o esgoto a céu aberto, lançado no meio fio e no meio da rua. Os córregos poluídos,
mal cheirosos e cheios de lixo também são mencionados muitas vezes. Esses dois
problemas apareceram várias vezes nos bairros mapeados. A droga, a violência e o
alcoolismo também estiveram presentes como um grave problema que afeta
negativamente a vida das pessoas e das famílias somando-se à falta de creches,
desemprego e o grande número de gestante adolescente. Muitas vezes esses problemas
eram vistos como uma questão moral, ligada ao desvio do bom caminho em direção ao
crime e à bebedeira que carrega jovens e pais de família.

O centro de Embu, com as suas construções cenográficas e ruas pavimentadas


com paralelepípedos e ornamentadas com floreiras e bancos, é visto como uma
qualidade que existe na cidade com potencialidade econômica proporcionada pela Feira
de Artesanatos que, segundo a percepção geral, cria um dinamismo turístico nos fins de
semana. Entretanto, coloca-se a necessidade de reorganizar o conjunto da Feira que se
encontra descaracterizada segundo os participantes.

O centro, com suas ruas e fachadas recriando um ambiente de cidade colonial


brasileira, proporciona, na perspectiva das agentes comunitárias de saúde, um efeito
agradável. Isso merece ser melhorado. Entretanto, parte dessas agentes disse que pouco
usa o centro.
17

1.2 - Reunião com as Organizações Ambientalistas


As principais organizações ambientalistas atuantes no Embu são a Sociedade
Ecológica e a Terceiro Milênio. A primeira é bastante identificada com um forte
ativismo em oposição às ações do poder público e empresas que exerçam impactos
sobre o meio ambiente. A segunda apresenta uma posição mais flexível ao defender a
questão ambiental associada com a necessidade de desenvolvimento econômico do
município.

Os membros da Sociedade Ecológica vivem no município há aproximadamente


3 décadas e em seus discursos transparece um certo saudosismo com relação aos
períodos em que a cidade era um pequeno núcleo, com poucos moradores, envolta por
muito verde e sem grandes problemas sócio-ambientais. Com a urbanização intensa
ocorrida nas décadas de 70 e seguintes, com o “padrão periférico de urbanização” dando
origem aos bairros precários nas áreas junto à divisa de Embu com o município de São
Paulo, aparecem áreas bastante problemáticas do ponto de vista urbanístico produzidas
pela expansão da urbanização do distrito de Capão Redondo.

Na reunião foram levantadas várias questões relacionadas com os problemas


surgidos, em boa parte, nesse processo. Um ponto positivo da reunião foi a abordagem
sobre problemas concretos existentes no município. A primeira questão levantada foi a
expansão de favelas e loteamentos clandestinos no município: “como deter essa
expansão?” “como deter o surgimento de loteamentos e ocupações?” Essa questão pode
ser reflexo de um desejo de cidade pequena, envolta pela natureza, explicitado pelo
discurso dos membros da Sociedade Ecológica composta por ativistas que se perguntam
quem são culpados pelos problemas surgidos com a expansão da cidade.

Na discussão lembrou-se do exemplo de Diadema que conseguiu conter esse tipo


de expansão habitacional em Áreas de Proteção aos Mananciais a partir de uma política
de criação de acessos à moradia de interesse social em áreas urbanizadas e infra-
estruturadas.

Um corretor imobiliário presente na reunião colocou a dificuldade de encontrar


áreas, no município, para implantação de conjuntos habitacionais. A CDHU se deparou
com essa dificuldade quando procurava áreas para o programa “chamamento
empresarial”.
18

Como criar uma estratégia para ampliar o acesso à terra urbana nas áreas
já urbanizadas e servidas com infra-estrutura urbana básica, integradas
fisicamente à malha urbana de modo a garantir a proteção aos recursos naturais,
às bacias hidrográficas do município?

Essa relação problemática entre moradia social e as áreas de interesse ambiental


aparece na forma dos loteamentos que estão surgindo dentro dos limites da Área de
Proteção aos Mananciais, principalmente em sua porção leste, e também na poluição
dos rios e córregos que correm nas áreas mais urbanizadas. Nesses cursos d’água são
despejados grande quantidade de lixo e os esgotos das favelas que, em boa parte,
implantam-se nas suas margens, nos limites da Área de Proteção Permanente.

Foi dito que no Embu gera-se 2,7 kg de lixo per capita. No passado era de 150 g.
Não há certeza com relação à veracidade desses dados. De qualquer modo coloca-se o
problema do lixo como algo que não pode ser desconsiderado. No Embu há um bom
sistema de coleta de lixo doméstico e há um aterro sanitário. Ao mesmo tempo há um
sistema de varrição que, na opinião da população não é satisfatório. Esse problema do
lixo nas vias e espaços públicos é agravado pela existência de locais onde entulhos são
depositados clandestinamente. Esse entulho mistura-se com o lixo deteriorando o meio
ambiente. Esse problema já tinha sido apontado pelas agentes comunitárias de saúde.

Chamou-se a atenção para a necessidade de um sistema de coleta seletiva e


reciclagem amplo. Esse tipo de ação é tido como muito tímido no município. A gestão
do resíduo sólido tornou-se, a partir de 2002, responsabilidade da Secretaria de
Planejamento e Meio Ambiente. É um desafio que se apresenta e precisamos discutir a
sua relação com o Plano Diretor.

Outra questão levantada pelos presentes na reunião relaciona-se ao centro de


Embu onde ocorre, todos os finais de semana, a Feira de Artesanato da cidade. Campos
de Jordão foi citada como uma referência de cidade turística paulistana bem sucedida de
“embelezamento urbano” com base para o desenvolvimento turístico. Mencionou-se a
possibilidade de padronização arquitetônica de fachadas das construções do centro. Essa
proposta de um desenvolvimento econômico baseado no incentivo ao turismo é
recorrente, mesmo porque isso está associado à identidade do município.
19

Como promover o turismo no município indo além da Feira de Artesanatos


do centro de Embu, inclusive na sua dimensão intermunicipal?

1.3 - Reunião com a Associação Comercial, de Indústrias e Serviços


- ACISE
A reunião com a ACISE ocorreu com parte dos seus associados. O atual vice-
prefeito é também o atual presidente da Associação que se mostra preocupada com as
questões sociais, principalmente aquelas relacionadas com a violência urbana
(disseminada por todo o município afetando a vida de todos) e com a expansão de
moradias em favelas e loteamentos precários. Essas favelas e loteamentos avançam
sobre a Área de Proteção aos Mananciais, junto aos córregos, às vezes em cima dos
cursos d’água.

Colocou-se que o Plano Diretor precisa definir as regras para a construção dos
conjuntos habitacionais da CDHU principalmente no que diz respeito ao atendimento da
demanda local por moradias. Pelo menos metade das unidades habitacionais produzidas
devem ser destinadas aos inscritos que moram no município a 3 anos ou mais.

Apesar dessa preocupação sobre as condições de vida geral no município há um


grande interesse em discutir os destinos econômicos da cidade. Nesse ponto as falas se
diferenciam.

Há o discurso dos executivos que trabalham nas indústrias do município que


estão preocupados com os impactos econômicos do Rodoanel. Esse impacto poderá
incidir diretamente sobre as áreas ao longo da BR-116, onde se pretende constituir um
corredor de urbanização e desenvolvimento econômico (colocado na Lei Específica da
Bacia do Guarapiranga – já aprovada no sub-comitê - e no Programa Guarapiranga). A
DERSA pensa o eixo do rodoanel como um corredor de logística. Esse tipo de atividade
envolve a implantação de grandes galpões para armazenamento e pátios de manobras
que ocupam grandes áreas. Será que o tipo de terreno disponível em Embu acolhe esse
tipo de aproveitamento? Esse tipo de atividade possui potencial para geração de
empregos atendendo a demanda local e aumentando a arrecadação?

Alguns executivos locais se preocupam com o impacto desse tipo de atividade


sobre o setor industrial do município que não tem se expandido significativamente nos
últimos anos. Colocou-se a necessidade de incentivar o crescimento das indústrias já
20

instaladas. Entretanto, como compatibilizar o crescimento e expansão das instalações


industriais e a legislação ambiental? Nesse sentido, há uma preocupação forte em
estabelecer diretrizes de usos sociais e econômicos nas áreas de preservação.

Entende-se que a Lei de Proteção aos Mananciais tem sido um obstáculo na


implantação de indústrias e investimentos no município. Essa Lei impõe dificuldades na
aprovação de indústrias e outros tipos de estabelecimentos comerciais no corredor da
BR-116 que, na altura do Embu, atravessa a Área de Proteção aos Mananciais. Nesse
sentido, os empresários apóiam as determinações da Lei Específica da Bacia do
Guarapiranga no que diz respeito ao estabelecimento do corredor de desenvolvimento
econômico ao longo da rodovia.

Diante disso coloca-se a seguinte pergunta: quais os setores de atividades


econômicas que deverão ser incentivadas para o desenvolvimento econômico,
social e ambiental local?

O setor empresarial organizado em torno da ACISE tem colocado a necessidade


de redefinir o zoneamento nas áreas destinadas ao desenvolvimento de atividades
industriais nesse corredor aumentando ou flexibilizando o coeficiente de
aproveitamento e a taxa de ocupação nos terrenos a serem usados por esse setores de
atividades.

Apesar das críticas feitas à criação da Área de Proteção aos Mananciais vista
como um obstáculo ao desenvolvimento econômico do município, constata-se que essa
medida preservou áreas significativas para o desenvolvimento turístico na região. Essa
oportunidade pode ser explorada na dinamização da economia local promovendo a
geração de empregos e reforçando a base de serviços da cidade. Como esses vetores de
desenvolvimento industrial e turístico podem se relacionar? A implantação de um
corredor de desenvolvimento econômico ao longo da BR-116 é algo factível? Quais
são as suas condicionantes? Caso esse corredor se consolide, quais serão os
impactos sobre o centro da cidade reconhecidamente turístico? E quais são os
possíveis impactos da implantação do Rodoanel – trecho sul?
21

1.4 - Reunião com os Proprietários de Imobiliárias


Os proprietários de imobiliárias aparecem claramente como um grupo
desarticulado, talvez porque haja uma certa competição interna do ponto de vista
comercial. Um membro desse grupo, Annis Neme Bassith, foi prefeito da cidade por
duas vezes. Em uma das suas administrações realizou-se um estudo preliminar para o
Plano Diretor de Desenvolvimento Integrado que não teve continuidade.

Os corretores imobiliários intermediam a relação entre os investidores e a


própria cidade, interferindo diretamente nos processos de ocupação de seus territórios .
Os donos de imobiliárias são como canais de transmissão de investimentos no processo
de compra e venda de terrenos, glebas e imóveis. Os investidores podem ser desde uma
família querendo comprar um terreno, uma chácara ou uma casa em condomínio
fechado até uma empresa, uma transportadora, franquias interessadas em edifícios,
terrenos ou grandes glebas para implantar seus estabelecimentos comerciais.

O rodoanel aparece nessa discussão com ênfase. Foi dito que há procura por
parte de empresas querendo instalar-se nas imediações dessa via em fase de construção.
Podemos somar essa informação com a preocupação de alguns empresários presentes na
reunião com a ACISE com relação à transformação das áreas ao longo da BR-116 em
um corredor de logística, centros de distribuição e armazenagem de mercadorias e
insumos para a produção. Como esses tipos de empresas operam? Quais os seus
impactos econômicos, urbanísticos, ambientais e sobre o mercado de trabalho? Além
dessas problemáticas, a violência foi reiterada como ocorrências graves no município. A
expansão urbana clandestina, a partir de loteamentos de chácaras, também foi colocada.
Quando esse tipo de problema é levantado, há uma insinuação de que a cidade deve
estancar o seu crescimento, deve estancar a vinda de pessoas de outras cidades, de
outras partes da metrópole. Os donos de imobiliárias demonstraram preocupação, mas,
paradoxalmente, os lotes ilegais colocados no mercado são uma das principais bases da
sua atuação comercial. Ao mesmo tempo em que demonstram preocupação com o
parcelamento das chácaras, dizem que se não os pegam para vender, mesmo sendo
ilegais e com documentação precária, outras imobiliárias o assumem. A
responsabilização desse processo recai sobre os loteadores que não respeitam a lei de
parcelamento do solo e sobre a prefeitura que não atua garantindo o cumprimento dessa
lei.
22

Novamente, a promoção do desenvolvimento do município foi uma temática


reafirmada sobre quatro eixos:

• Desenvolvimento industrial;

• Desenvolvimento do turismo;

• Desenvolvimento social (saúde e educação);

• Desenvolvimento em equilíbrio com os recursos naturais (águas,


vegetação, etc.)

Curioso que o desenvolvimento local nunca é colocado na perspectiva


metropolitana. Em nenhum momento se menciona as tendências de desenvolvimento
em curso na Região Metropolitana de São Paulo atualmente em debate. Não se
considera a reconversão econômica e os novos padrões de desenvolvimento regional
relacionados com a reestruturação produtiva e a desenvolvimento de alguns setores de
comércio e serviços.

Os proprietários de imobiliárias demandaram acesso à informação sobre a


cidade e sobre a legislação ambiental e de parcelamento do solo. Colocou-se a
precariedade da documentação fundiária como uma grande dificuldade na
comercialização dos imóveis. Obviamente, se o terreno ou o imóvel não possui
escritura e registros de acordo, o comprador fica relutante em investir na compra.

Esse ponto coloca claramente a necessidade de consolidação de uma base


cadastral completa de todas as propriedades fundiárias do município. A prefeitura
usa um cadastro na cobrança do IPTU, mas que se encontra incompleta e
desatualizada. A consolidação desse cadastro é necessária não somente para efeito
de comercialização de terras, mas também para otimizar o processo de
monitoramento, tributação e também de ações de planejamento.

Um último ponto tratado na discussão foi o preço da terra nas diferentes partes
do município. A legislação ambiental é um fator que determina o preço da terra. Nas
áreas localizadas dentro dos limites da Área de Proteção aos Mananciais, onde pelo
zoneamento municipal pode haver lotes de no mínimo 2500 m², o terreno é mais barato
do que em outros lugares. O m² nas chácaras é mais barato do que nos loteamentos
23

localizados nos bairros “do lado de lá da rodovia”. A demanda por esse últimos é muito
maior, principalmente em locais próximos a áreas de comércio. Em bairros dormitórios,
a proximidade com o comércio é fator de valorização da terra.

1.5 - Reunião com a Polícia Militar


A reunião foi realizada com o capitão da polícia militar Edson Sant’Anna Fabbri
que compreende o problema da violência urbana no município de Embu não somente
como um caso de polícia, mas associado a um conjunto de questões sociais ligados com
todo um processo de urbanização precária.

O capitão aponta os bairros “do lado de lá da rodovia”, onde vive 80% da


população local, como a área com os problemas mais graves de violência por ter a maior
concentração de homicídios no município. Ele diz que as principais causas desses
homicídios estão relacionadas com o narcotráfico. Não temos pesquisas sobre essas
causas, mas devemos considerar os conflitos de vizinhança como outra grande causa
dessa violência.

Foi relatado o processo de cooptação de jovens pelo narcotráfico. Cooptação que


pode começar pelas famílias vivendo em lugares sob controle de chefes do narcotráfico.
Chefes que chegam aos pais e propõem emprego aos filhos e filhas na venda e entrega
de drogas e, às vezes, em prostituição. Esse tipo de oferta é feito também para os
adultos. Segundo um morador, a recusa deve ser cuidadosa para evitar represálias às
vezes fatais.

Paulo Gianinni, atual secretário de governo, relata o processo do jovem que se


emprega no narcotráfico e usa o dinheiro ganho para sustentar as necessidades da
família e, com isso, se endivida com o traficante. Com as dificuldades para pagar essas
dívidas, esse jovem fica sob ameaça de morte. Em muitos casos morrem. Os jovens são
os grupos que, talvez, mais sofrem e mais reproduzem a violência.

A violência também influencia diretamente a vida econômica do município.


Com o aumento de ocorrências, o turismo na cidade, principalmente nos fins de
semana tende a decair. Portanto, o desenvolvimento turístico de Embu passa
necessariamente por uma diminuição da violência urbana cujas raízes, como
dissemos, está nos profundos processos de exclusão e desigualdade sócio-territorial.
24

1.6 - Reunião com o movimento de moradia


Na reunião com representantes do movimento de moradia em Embu ficou
claramente demonstrada a ligação com os movimentos de moradia de São Paulo
principalmente da zona sul.

Um elemento bastante enfatizado na discussão foi a abordagem da questão


habitacional não somente como provimento de unidades de moradia mas sim em
interação com outras dimensões da vida urbana. Nesse sentido, as pessoas presentes
chamaram a atenção para a relação necessária entre moradia, áreas de lazer, espaços
públicos com qualidade, calçadas, serviços de saúde, educação, emprego etc. A
necessidade de creches foi colocada como um dos principais problemas.

Esteve presente na reunião uma funcionária que trabalha em uma das creches do
bairro Jardim Vazame. Ela deu uma idéia do conflito existente em torno das poucas
áreas de lazer existentes nos bairros. Uma quadra, próxima à creche, às vezes é usada
para atividades com as crianças. Em diversos momentos esse uso entrou em sério
conflito com os jovens que exigiam a retirada das crianças.

A moradia aparece também em interação com a questão ambiental. Fala-se


na necessidade de ampliar o acesso à moradia para os grupos de renda mais baixa,
mas também coloca-se a necessidade de preservar os recursos naturais, as matas,
os rios, os potenciais paisagísticos, para promover o turismo. Essa preocupação
com o meio ambiente não exclui a uso de áreas de interesse ambiental. O desafio é
definir diretrizes de usos para essas áreas compatíveis com as necessidades de
preservação. Como compatibilizar a urbanização com o meio ambiente?

Habitação de interesse social e meio ambiente, essa equação aparece fortemente


nas discussões sobre o destino de uma área em meio aos bairros populares que possui
um fragmento de vegetação defendido pelos ambientalistas locais (Mata do Roque
Valente). Junto a essa massa arbórea, há áreas passíveis de serem ocupadas por
habitação e equipamentos. Parque ecológico mais conjunto habitacional e equipamentos
urbanos de educação e lazer. Essa tem sido a proposta mais coerente para a área.

O encortiçamento do lote foi colocado como um processo que está ocorrendo


revelando a demanda por moradia popular existente no município. Lotes vão sendo
subdivididos e alugados, ou vendidos, para outras famílias. Lajes de cobertura são
25

alugadas ou vendidas para construção. Esse processo pode estar sendo responsável pelo
aumento da densidade demográfica em algumas áreas precarizando ainda mais as
condições de vida no município. Representante do movimento de moradia afirmam que
se a Mata do Roque Valente não tiver um destino claro que contemple a moradia
popular, irá ocupar a área.

Quando se fala em habitação coloca-se a necessidade de pensar junto áreas


comerciais que podem servir para a geração de emprego e renda para os moradores e
também para atender as necessidades locais de abastecimento.

1. 7 - Reunião com proprietários rurais


O que aparece na conversa com os produtores rurais de Embu, a maior parte de
descendência japonesa, é uma preocupação em fazer a propriedade fundiária render
lucros frente a um processo sócio-econômico responsável pela desagregação da
propriedade territorial e, segundo a fala dos presentes, também de uma forma de vida
familiar organizada em torno da propriedade rural, da produção intensiva de flores,
legumes e hortifrutigranjeira.

Contudo, o que também transparece muito claramente nas falas das pessoas é a
disposição em encontrar alternativas, em construir novos caminhos. Nesse sentido, o
que se propõe é agregar valores em torno da produção agrícola. Fala-se na idéia de
promover e incentivar a agricultura orgânica, a hidropônica, o turismo agrícola e a
organização da feira do verde junto com a feira de artesanato.

Na busca por obtenção de renda a partir da terra e pela manutenção da sua


condição, os proprietários defendem sempre a obtenção de incentivos para a produção
ao mesmo tempo em que defendem a desregulamentação das regras para a exploração
da terra em locais de interesse ambiental. A legislação ambiental estadual determina que
se preserve 80% da gleba.

O que se apresenta é um problema real: se a propriedade não produz


rendimentos, os donos parcelam suas glebas transformando-as em chácaras que são
usadas mais para moradia e veraneio do que para cultivo. Por sua vez essas chácaras são
parceladas e loteadas e postas no mercado em alguns casos irregularmente. Com isso
esse processo de urbanização avança ferozmente sobre as áreas rurais que também vem
26

sofrendo o impacto da violência urbana. Segundo os presentes na reunião, todas as


chácaras já foram assaltadas. Quais diretrizes devem ser estabelecidas para essas
áreas onde os usos rurais, de cultivo agrícola, mesclam-se ao urbano rarefeito dos
condomínios fechados, chácaras e alguns loteamentos?

1.8 - Reunião com representantes das Sociedade Amigos de Bairros


- SABs
Na reunião com representantes das SABs (em Embu atualmente existem 43
SABs), após um exercício de aquecimento sobre percepção espacial, foram colocados
muitos problemas no município e poucas qualidades foram ressaltadas.

Os problemas colocados foram relacionados com a precariedade da coleta e


destinação de esgotos cujo sistema apresenta vários problemas no município. Há uma
mobilização contra a SABESP questionando a taxa de cobrança de esgoto. Por que essa
taxa é cobrada se o esgoto coletado é lançado no córrego ou rio e não levado para
tratamento? Na taxa não estaria embutido o valor pago pelo tratamento do esgoto além
da coleta? Esses foram alguns questionamentos que surgiram além dos problemas da
falta de coleta em alguns locais ou, nas áreas onde não há rede instalada, a falta de
limpeza nas fossas. Será que cabe algum tipo de ação jurídica contra a SABESP como
um instrumento de pressão? Em Embu há uma área urbanizada onde o Programa
Guarapiranga implantou uma rede de esgoto que não está em funcionamento por razões
diversas. Essa pressão teria como objetivo a realização das obras necessárias para a
colocação dessa rede em funcionamento. O que precisa para colocar essa rede em
funcionamento?

Outra problemática levantada foi o lixo nas ruas, terrenos, rios, córregos etc.
Enfatizaram fortemente a necessidade de uma gestão eficiente desses resíduos que são
jogados irregularmente em diversos locais pelos próprios moradores. Chamaram
atenção para a necessidade de campanhas de conscientização e educação ambiental
articulada com ações que fazem parte de todo um sistema de gestão de resíduos sólidos.
Não adianta fazer campanha se não tiver ação de coleta seletiva, reciclagem, reciclagem
de móveis velhos etc. Apontaram para experiências tidas como boas referências em
outros municípios como Cerquilho no interior do estado de São Paulo.
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Novamente, a questão da moradia apareceu com bastante ênfase. A demanda


por moradia foi colocada como uma prioridade que precisa ser tomada como um
dos eixos do Plano Diretor. Colocaram a necessidade de ter um estoque de terra
para moradia de interesse social. Ampliar o acesso á moradia em locais
urbanizados para atender a demanda do município face à expansão de favelas e
ocupações irregulares. Colocou-se a existência de estoques de terra para essa
finalidade nos bairros populares (“do lado de lá da rodovia”). Certamente, a constituição
desse estoque de terras entrará em conflito com a questão ambiental. Será preciso
mapear e analisar esses terrenos a fim de dimensionar a oferta frente à demanda (que
também precisa ser quantificada).

Algumas considerações foram feitas com relação à ampliação do acesso à


moradia no município:

• Áreas junto à BR-116 não são adequadas para moradia;

• Existem locais fora da Área de Proteção aos Mananciais que comportam


moradias populares e funções urbanas complementares que podem ser
incorporados no estoque de terras. Deve-se mapear e analisar esses
locais;

• A área onde está a “mata do Roque Valente” pode comportar o Parque


Ecológico, conjunto habitacional e equipamentos urbanos.

Foi apontada também a necessidade de um programa de melhoramentos da


qualidade urbana do centro de Embu envolvendo tratamento paisagístico e
intervenção em espaços públicos. Esses melhoramentos, somados à arborização,
são necessários também nos bairros populares e em vias onde há conflitos diários
entre o ônibus, a lotação, os automóveis e o pedestre. As calçadas da cidade são
muito precárias, estreitas e insuficientes.

Essas colocações apontam para a necessidade de um Programa de


melhoramentos viários, principalmente nos corredores de circulação e corredores
comerciais e de serviços. Muitos desses corredores localizam-se nos bairros
constituindo micro-centralidades de bairros.
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A várzea do Rio Embu-Mirim é visto como um patrimônio a ser usado,


social e economicamente, de modo sustentável. Essa várzea é importante para o
futuro da cidade. Dependendo da ocupação que pode ocorrer nas áreas ao longo
dessa várzea corre-se o risco de reproduzir os graves problemas sócio-ambientais,
principalmente enchentes, que ocorrem na várzea do rio Pirajussara que corre na
divisa entre Embu e São Paulo, na altura do Capão Redondo.

Para evitar esses problemas na várzea do Rio Embu-Mirim pensou em:

• Evitar o despejo de esgotos;

• Realizar o plantio de árvores, inclusive frutíferas, nas margens do rio;

• “O rio Embu-Mirim é uma riqueza da cidade”;

• Implantar um Parque Ecológico que tenha funções várias, inclusive


econômicas que sejam compatíveis com o ecossitema local;

• Realizar um programa de contenção de encostas;

• Evitar o assoreamento do leito do rio e a erosão em sua bacia


hidrográfica;

• Promover o aumento de peixes;

• Na implantação de projetos, considerar os períodos de cheias e


alagamentos da várzea.

Quanto aos usos nas áreas do corredor da BR-116 foram levantados os seguintes
pontos:

• Necessidade de plantio de árvores em áreas vazias nas margens da


rodovia;

• Necessidade de construção de passarelas de pedestres;

• Incentivo para atividades econômicas, desde que respeitados os limites


previamente definidos pela Lei Específica e outras condições a serem
definidas;
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• O desenvolvimento do corredor de desenvolvimento ao longo da rodovia


deve ser um instrumento para geração de empregos para a população
local;

• Evitar a implantação de pedágios no rodoanel. Colocou-se que, caso seja


inevitável a criação desses pedágios, deverão ser previstas contrapartidas
para a prefeitura. Em geral, esses pedágios são vistos como prejudicial
para o município, pois podem transformar as vias locais em rota de fuga;

• Colocou-se que os usos das áreas junto à Br-116 devem ser definidos em
função do que se quer como desenvolvimento para o município. O
turismo demanda um paisagismo ao longo da rodovia. A indústria exige
monitoramento de impactos;

• Embu não se sustenta só no turismo.

1.9 - Quadro síntese das questões discutidas com os atores locais

Algumas das questões levantadas em discussões

• Como criar uma estratégia para ampliar o acesso à terra urbana nas áreas já
urbanizadas e servidas com infra-estrutura urbana básica, integradas fisicamente à
malha viária, de modo a garantir a proteção aos recursos naturais, às bacias
hidrográficas do município?
• A moradia aparece também em interação com a questão ambiental. Fala-se na
necessidade de ampliar o acesso à moradia para os grupos de renda mais baixa, mas
também coloca-se a necessidade de preservar os recursos naturais, as matas, os rios,
os potenciais paisagísticos, para promover o turismo. Essa preocupação com o meio
ambiente não exclui a uso de áreas de interesse ambiental. O desafio é definir
diretrizes de usos para essas áreas compatíveis com as necessidades de preservação.
Como compatibilizar a urbanização com o meio ambiente?
• A demanda por moradia foi colocada como uma prioridade que precisa ser tomada
como um dos eixos do Plano Diretor. Como constituir um estoque de terra para
moradia de interesse social em locais já urbanizados?
• Foi apontada também a necessidade de um programa de melhoramentos da qualidade
urbana do centro de Embu envolvendo tratamento paisagístico e intervenção em
espaços públicos. Esses melhoramentos, somados à arborização, são necessários
também nos bairros populares e em vias onde há conflitos diários entre o ônibus, a
lotação, os automóveis e o pedestre. As calçadas da cidade são muito precárias,
estreitas e insuficientes. Como desenvolver um Programa de melhoramentos urbanos,
principalmente nos corredores de circulação e corredores comerciais e de serviços da
cidade?
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• Quais os setores de atividades econômicas que deverão ser incentivadas para o


desenvolvimento econômico, social e ambiental local?
• Como os vetores de desenvolvimento industrial e turístico podem se relacionar?
• A implantação de um corredor de desenvolvimento econômico ao longo da BR-116 é
algo factível? Quais são as suas condicionantes?
• Caso esse corredor se consolide, quais serão os impactos sobre o centro da cidade
reconhecidamente turístico?
• Como disseminar, junto ao proprietários de imobiliárias e à população em geral,
informações sobre a cidade e sobre a legislação ambiental e de parcelamento do solo
federais, estaduais e municipais?
• Dada a precariedade da documentação fundiária e imobiliária, como melhorar os
registros fundiários e de imóveis do município?
• Como montar e consolidar uma base cadastral completa de todas as propriedades
fundiárias do município para múltiplas finalidades, desde cobrança do IPTU,
monitoramento, até ações de planejamento?
• Como reduzir a violência urbana que influencia a vida no município de diversas
formas atacando suas raízes plantadas nos profundos processos de exclusão e
desigualdade sócio-territorial?
• Quais diretrizes devem ser estabelecidas para as áreas onde os usos rurais, de cultivo
agrícola, mesclam-se ao urbano rarefeito dos condomínios fechados, chácaras e
alguns loteamentos?
• Como incentiva a agregação de valores ao setor agrícola a partir de novas formas de
produção articuladas com o turismo rural?
• A várzea do Rio Embu-Mirim é visto como um patrimônio a ser usado, social e
economicamente, de modo sustentável. Essa várzea é importante para o futuro da
cidade. Dependendo da ocupação que pode ocorrer nas áreas ao longo dessa várzea
corre-se o risco de reproduzir os graves problemas sócio-ambientais, principalmente
enchentes, que ocorrem na várzea do rio Pirajussara que corre na divisa entre Embu e
São Paulo, na altura do Capão Redondo. Qual a destinação mais adequada para essa
várzea que atravessa boa parte da cidade?
31

2 – Leitura Técnica – Coleta, sistematização e análise de


informações

2.1 - Inserção Metropolitana


Embu é um dos 39 municípios que compõem a Região Metropolitana de São
Paulo.

Mapa 01 – Unidade Federativas do Brasil - O Estado de São Paulo no Brasil

Mapa 02 – Municípios do Estado de São Paulo - A Região Metropolitana de São Paulo


no Estado de São Paulo
32

Mapa 03 – Região Metropolitana de São Paulo - Embu na Região Metropolitana de São


Paulo
33

Localiza-se na periferia sudoeste da maior cidade brasileira, com mais de 17


milhões de habitantes segundo o Censo Demográfico do IBGE do ano 2000. Embu é
uma pequena parte de uma das megacidades do mundo, terceira colocada entre as três
maiores do planeta, precedida por Tóquio no Japão e Cidade do México no México.

Mapa 04 – Região Metropolitana de São Paulo - Localização do Município de Embu na


Mancha Urbana Metropolitana

Nesse contexto de uma verdadeira cidade-região, Embu participa de uma rede de


relações sociais, políticas, econômicas e ambientais que conformam um território
extremamente dinâmico, em constante transformação. A problemática urbana de Embu
não é um caso isolado. Faz parte de uma grande complexidade metropolitana na qual os
34

desafios apresentam-se enormes, proporcionais ao mega sistema urbano no qual se


insere.

Os principais problemas urbanos encontrados em Embu, como por exemplo, a


degradação ambiental, a falta de moradia, a existência de áreas habitacionais precárias,
a violência urbana e o desemprego, dentre outros, são ligados por processos que
envolvem os demais municípios da Região Metropolitana de São Paulo. Do ponto de
vista ambiental, Embu insere-se na Bacia Hidrográfica do Guarapiranga cujo
ecossistema incorpora os territórios de vários municípios.

A preservação das águas e dos recursos naturais existentes na porção Sudoeste


na metrópole paulistana é um desafio que deve ser enfrentado a partir da articulação
intermunicipal equacionando simultaneamente as demandas sociais principalmente da
população em maior situação de risco e vulnerabilidade.

Como vem mostrando os consórcios intermunicipais implantados em diferentes


partes do país, esse tipo de articulação possibilita a unificação de ações e recursos na
busca por resultados mais efetivos e duradouros face aos problemas comuns. Como
todos sabemos, o meio ambiente, com as suas cadeias e intercâmbios cíclicos, não se
restringe aos limites administrativos dos estados nacionais, unidades federativas,
municípios e distritos. Um rio como o Embu-Mirim corre levando os seus benefícios e
problemas através dos municípios de Itapecirica da Serra, Embu e São Paulo.

Entretanto, isso não significa que o município deve aguardar a viabilização dessa
articulação para enfrentar os seus desafios. Essa afirmação vale não somente para a
problemática ambiental, mas também para as questões da moradia, transportes,
saneamento, desenvolvimento econômico, sustentabilidade social, dentre outros.
Experiências demonstram que o Poder Local no Brasil vem acumulando capacidades e
resultados bem sucedidos nesses campos.

Vale dizer que as ações locais também incidem sobre os problemas globais
assim como as intervenções mais abrangentes, regionais, sempre apresentam impactos
locais. A construção do trecho prioritário do Rodoanel no setor oeste da metrópole é um
dos melhores exemplos em curso no momento. Daí a necessidade dos municípios
construírem suas análises, planos e propostas próprios para servirem como argumentos e
ferramentas de negociação.
35

2.2 - Tendências Metropolitanas


A Região Metropolitana de São Paulo está no foco de uma discussão mais ampla
sobre a reconversão econômica no Brasil desencadeada a partir da década de 1980 com
a abertura de mercado e a introdução de novos processos ligados à globalização
financeira, produtiva e de um certo padrão de consumo material e imaterial.

Como o principal pólo industrial brasileiro constituído principalmente ao longo


da segunda metade do século XX, a metrópole paulistana estruturou um largo território
urbano marcado pela precariedade, pobreza, e segregação sócio-espaciais convivendo
lado a lado com uma pujança produtiva que alavancou o desenvolvimentismo desigual
durante o período do milagre brasileiro no final da década de 1960 e início de 70.

Nos últimos anos 90, esse território passa a ser revolvido por profundas
transformações em sua base econômica e social em consonância com as mudanças
atuais. Boa parte das sedes de empresas que atuam no Brasil procuram instalar-se nos
modernos edifícios de escritórios construídos junto às avenidas Faria Lima, Engenheiro
Luis Carlos Berrini e marginal ao rio Pinheiros. A maioria das indústrias introduz
inovações tecnológicas e de gestão no processo produtivo agravando o desemprego
metropolitano. Surgem novas formas de consumo não só de mercadorias materiais mas
também de lazer, cultura e infrmações em espaços operados por empresas trasnacionais.
O shopping centers, hipermercados, parques temáticos, centros culturais,lanchonetes
McDonald’s passam a fazer parte constante da paisagem metropolitana dividindo
espaço com grandes avenidas intensamente utilizadas pelos milhares de automóveis da
frota local, com espaços habitacionais de alto padrão fechados entre muros e
controlados por sistemas de vigilância privados, com diversas formas de moradia
populares construídas com diferentes graus de segregação e precariedade, com pouco ou
quase nenhum espaço público, de lazer e socialização, com qualidades para
potencializar a vida coletiva e, finalmente, com aqueles que não tem onde morar e
vivem nas ruas se utilizando dos descartes da sociedade de consumo.

Essa tendência territorializa-se principalmente no chamado “quadrante sudoeste”


do município de São Paulo, entre os rios Pinheiros, Tietê, Tamanduateí e a norte dos
represas Billings e Guarapiranga. Entretanto, pode ser claramente verificada também em
outros locais da metrópole como nos municípios de Barueri e Santana do Parnaíba, onde
implanta-se os complexo Alphaville, residencial e comercial, em Osasco, Guarulhos e
36

nos municípios do Grande ABC paulista, dentre outros. O município de Taboão da


Serra, vizinho a Embu, já teve seu mercado consumidor incorporado a esse processo. A
proximidade a bairros de classe média do município de São Paulo e a acessibilidade
regional proporcionada pela rodovia Régis Bittencourt foram decisivas na definição de
locais para a implantação de hipermercados da rede Wal-Mart, Extra e Pão de Açúcar,
de lanchonetes da rede McDonald’s e do Shopping Center Taboão que se encontra em
execução. São equipamentos atraídos pelo poder de consumo da população que circula
nas suas proximidades.

Aparentemente, Embu ainda não possui essa atratividade comercial. A maior


parte da sua população se utiliza desses equipamentos em São Paulo e Taboão. Os
segmentos mais pobres encontram na periferia dessa tendência participando como
consumidores ocasionais e mão-de-obra formal e informal, em atividades diversas e
com baixos níveis de rendimentos. Contudo, não se pode desconsiderar a possibilidade
de expansão dessa rede de consumo avançando sobre o município no futuro em médio
prazo.

2.3 – Dinâmica Populacional Metropolitana


Junto com essa tendência de mudanças no campo econômico em trechos da
Região Metropolitana de São Paulo, há um crescimento populacional intenso nas
periferias do município de São Paulo e em outras cidades da metrópole, principalmente
naquelas que estão localizadas nos extremos das porções sudoeste, oeste, noroeste, norte
e nordeste da metrópole. Vale lembrar que esses municípios localizados nos setores
oeste e noroeste, incluindo Embu que se localiza no setor sudoeste estão próximos aos
trechos prioritários do Rodoanel em fase de construção. Essa grande obra viária já está
induzindo a procura de áreas em seu entorno por empresas de logística e armazéns. No
futuro próximo essa ocupação atrairá novos moradores que irão aumentar ainda mais o
ritmo desse crescimento urbano e populacional. Embu certamente fará parte desse
processo, principalmente com a construção do trecho sul do rodoanel. É muito
importante para o município definir os destinos das suas áreas e fazer um grande esforço
para controlar esse processo.
37

Mapa 05 – Região Metropolitana de São Paulo - Incremento Total da População dos


Municípios da RMSP e dos Distritos do MSP – 1996 a 2000 - %

O forte crescimento dos municípios desses setores metropolitanos contradiz os


prognósticos feitos nas décadas de 1970 que apontavam o setor leste da metrópole como
o vetor de crescimento majoritário. Apesar de municípios como Ferraz de Vasconcelos,
Poá, Suzano e Itaquaquecetuba localizados nesse vetor registrarem altas taxas de
incremento populacional na última década do século XX, esse prognóstico não se
confirma em sua totalidade.
38

O forte crescimento urbano e populacional verificado em municípios da região


oeste metropolitana - como Embu-Guaçu, Juquitiba, São Lourenço da Serra, Vargem
Grande Paulista, Itapevi, Jandira, Santa do Parnaíba, Pirapora do Bom Jesus, Cajamar,
Caieiras, Franco da Rocha, Francisco Morato, dentre outros - revela a expansão das
franjas metropolitana mais periféricas.

Em décadas anteriores essa expansão ocorreu de modo a adensar os municípios


mais próximos de São Paulo como Osasco e Taboão da Serra e a porção leste do próprio
município de Embu. Essas e outras áreas cresceram a partir da expansão periférica dos
núcleos metropolitanos, notadamente do município de São Paulo. No caso da região
oeste, essa expansão foi induzida significativamente pela abertura de acessibilidades
viárias nas décadas de 1970 e 1980 como as vias marginais ao rio Pinheiros e as
rodovias Castelo Branco, Raposo Tavares e Régis Bittencourt. O resultado dessa
primeira onda de expansão metropolitana foi o adensamento dos municípios vizinhos a
São Paulo. Osasco e Taboão da Serra tem hoje mais de 75% da sua área já urbanizada.
Suas densidades demográficas é das mais altas da região. Mesmo com essa ocupação
intensa, esse municípios continuam crescendo em ritmo mais lento pressionando os
municípios vizinhos.

Mapa 06 – Região Metropolitana de São Paulo - Densidade Demográfica nos


Municípios da RMSP – hab/km² - 2000
39

Como pode ser visto na Mapa 05, Embu sofre a pressão de Taboão da Serra a
noroeste, de Cotia a norte, noroeste, oeste e sudoeste, Itapecirica da Serra a sul e dos
distritos paulistanos de Campo Limpo e Capão Redondo a leste. Esses distritos
localizados na periferia sul de São Paulo vem se expandindo intensamente de modo
precário e violento, contrastando com o esvaziamento dos distritos mais centrais e
consolidados da cidade (em azul no Mapa 05).

Apesar de Embu ter diminuído seu ritmo de crescimento na última década,


comparativamente às décadas anteriores, sofre pressões de todos os lados.

Essas pressões influenciam os padrões de distribuição populacional interna em


Embu. Essa distribuição é bastante heterogênea e define uma dinâmica populacional
própria no município.

2.4 – Dinâmica Populacional em Embu


Criado no final da década de 1950, Embu sempre registrou crescimento
populacional acelerado.
40

Tabela 01 – Município de Embu - Evolução Populacional – 1960 a 2000


População
Ano total População urbana População rural
1960 5036 1133 3903
1970 22148 4348 17800
1980 95764 95764 0
1991 155842 155842 0
1996 195628 195628 0
2000 206781 206781 0
Fonte: IBGE, 1960, 1970, 1980, 1991, 1996, 2000
Elaboração: Instituto Pólis

Tabela 02 – Município de Embu – Taxa Geométrica de Crescimento Anual – % -


décadas de 1960, 1970, 1980 e 1990
Períodos TGCA
1960 a 1970 15,96
1970 a 1980 15,77
1980 a 1991 4,53
1991 a 1996 4,65
1996 a 2000 1,40
Fonte: IBGE
Elaboração: Instituto Pólis

Gráfico 01 – Município de Embu – Evolução Populacional – 1960 a 2000

Populacão total 1960 a 2000

250000

200000
População total

150000
Seqüência2
100000

50000

0
1960 1970 1980 1991 1996 2000
Anos

Fonte: IBGE, 1960, 1970, 1980, 1991, 1996 e 2000


Elaboração: Instituto Pólis
41

Conforme a Tabela 02, as maiores Taxas Geométricas de Crescimento Anual em


Embu foram registradas nas décadas de 1960 e 1970 quando o município cresceu a
15,96% e 15,77% ao ano, respectivamente.

Como foi colocado anteriormente, esse período foi marcado pela expansão
metropolitana em direção às periferias e pela conseqüente conurbação intermunicipal,
principalmente entre o município de São Paulo e seus vizinhos.

O crescimento de Embu, principalmente da sua porção leste, foi produto desse


processo de urbanização periférica que deu origem a praticamente toda área urbanizada
da zona sul de São Paulo cujos bairros populares cresceram sobre essa parte de Embu
provocando um grande desequilíbrio em sua distribuição populacional interna. Em
1996, mais de 60% da população total do município vivia nesses bairros. Para ter
alcance social real, o Plano Diretor de Embu deve necessariamente incluir as questões
mais candentes dessa parcela da cidade e da sociedade.

Mapa 07 – Município de Embu – Distribuição Populacional Interna - 1996

Percorrendo esses bairros nota-se que as suas características são muito parecidas
entre si e também com os bairros da zona sul de São Paulo, nos distritos de Campo
Limpo, Capão Redondo e Jardim Ângela.
42

Com a permanência do crescimento acelerado nesse e em outros distritos da


periferia paulistana, pode-se concluir que os bairros da parte leste de Embu também
tendem a se expandir e adensar, apesar de algumas das suas áreas registraram,
surpreendentemente, redução no seu número de residentes. Bairros como Jardim
Castilho, Parque Pirajussara, Jardim Eucaliptos, Jardim Vitória, Vila Olinda, Jardim
Valo Verde, Jardim das Oliveiras e parte do Jardim Santo Eduardo apresentam esse
esvaziamento populacional. Áreas com taxas negativas de incremento populacional
também podem ser vistas em outras partes do município, próximas ao centro e na zona
de urbanização rarefeita onde se localizam os condomínios fechados de classe média
(Jardim Colibri, Chácara Embu Colonial e Chácara Marajoara).

Mapa 08 – Município de Embu – Incremento Total da População dos Setores


Censitários de Embu - % - 1991 a 1996
43

Se de um lado notamos a existência de áreas com perda de residentes, por outro


verificamos a ocorrência de outras áreas com grande incremento populacional. É o caso
dos bairros:

• Jardim Mimas, Perequê, Jardim São Luiz, Jardim Nossa Senhora de


Fátima, Jardim Flórida - localizados próximos à divisa com Taboão da
Serra;

• Jardim Pinheiros – próximo à divisa com Itapecerica da Serra;

• Jardim Campo Limpo, Vila Rose, Jardim da Luz, alguns trechos do


Jardim Santo Eduardo – próximos à divisa com São Paulo;

• Jardim Itatiaia, Green Valle, Jardim Pindorama, Chácara Lagoinha,


Recreio das Araucárias e Desm. Maria J. de Carvalho – próximos à
divisa com Cotia.

Dentre todos esses bairros que estão crescendo aceleradamente, o que mais
preocupa é o avanço da Chácara Nossa Senhora Aparecida, jardim Magali, Jardim dos
Moraes, Chácara São Marcos, Jardim São Francisco, Vila Rose, Jardim da Luz, Jardim
Santa Rita Jardim Batista sobre parcela da Área de Proteção aos Mananciais atravessada
pelo rio Embu-Mirim. Como pode ser visto no Mapa 09 logo abaixo, essas áreas ainda
não estão intensamente povoadas. Embu ainda tem um importante patrimônio ambiental
relativamente preservado para seu futuro. Com a construção do trecho sul do Rodoanel,
essa área sofrerá pressão maior por ocupação urbana. É preciso definir as diretrizes para
o uso dessa área tendo em vista o seu potencial hídrico e paisagístico.
44

Mapa 09 – Município de Embu – Distribuição Populacional Total - 1996

Mesmo reconhecendo a limitação das projeções populacionais, podemos supor


que o número de habitantes em Embu continuará a crescer nos próximos anos. A Tabela
03 a seguir apresenta uma estimativa até 2005, quando Embu poderá ter 221 621
habitantes.
45

Tabela 03 – Município de Embu – Projeção Populacional 1991 a 2005


Ano Projeção populacional
1991 155842
1992 163092
1993 170680
1994 178621
1995 186931
1996 195628
1997 198359
1998 201127
1999 203935
2000 206781
2001 209667
2002 212594
2003 215561
2004 218570
2005 221621
Fonte: IBGE 1991, 1996 e 2000
Elaboração: Instituto Pólis

Dadas as tendências identificadas a partir da espacialização da dinâmica


populacional total no município, podemos supor com segurança que o aumento no
número de habitantes pressionará as áreas próximas à várzea do rio Embu-Mirim. Não
há como fechar o município para evitar esse crescimento. Portanto, é preciso criar
acessos à terra urbana em outros locais já urbanizados.

2.5 – Dinâmica Populacional por Faixa Etária no Município de Embu


Assim como a dinâmica populacional regional do setor oeste metropolitano
reflete diferentemente no interior de cada município, a dinâmica populacional de um
município varia para os grupos etários dos seus moradores. Em Embu, a espacialização
das taxas de incremento populacional entre 1991 e 1996 para as faixas etárias de 0 a 4
anos, de 5 a 9 anos, de 10 a 14 anos, de 15 a 19 anos e de 60 anos e mais mostra alguns
detalhes que merecem ser lavados em conta na formulação de políticas sociais dadas as
diferenças de necessidades apresentadas por cada grupo.

Em primeiro lugar nota-se grandes porções do município com diminuição no


número de crianças de 0 a 4 anos e de 5 a 9 anos, tanto nas áreas dos condomínios
quanto nos bairros populares. Provavelmente, tal fenômeno se deve à redução no
número de filhos por família ocorrida em todas as regiões do Brasil nas últimas décadas.
46

Contudo, nas áreas do Jardim Mimas, Jardim São Luiz, Jardim Nossa Senhora de
Fátima, Jardim Pindorama, Chácara Lagoinha, Recreio das Araucárias e Desm. Maria J.
de Carvalho registram-se crescimento acelerado em todos os grupos etários analisados.

Em segundo lugar nota-se um menor número de locais onde ocorre a redução da


população de 10 a 14 anos, 15 a 19 anos e de 60 anos e mais, apesar de existirem em
vários pontos do município. Essa tendência para uma presença cada vez mais visível
desses grupos etários. As políticas de educação, saúde e geração de empregos terão que
lidar com essa tendência no curto, médio e longo prazo.

Mapa 10 – Município de Embu – Incremento Total da População de 0 a 4 anos – 1991 a


1996 - %
47

Mapa 11 – Município de Embu – Incremento Total da População de 5 a 9 anos – 1991 a


1996 - %

Mapa 12 – Município de Embu – Incremento Total da População de 10 a 14 anos –


1991 a 1996 - %
48

Mapa 13 – Município de Embu – Incremento Total da População de 15 a 19 anos –


1991 a 1996 - %

Mapa 14 – Município de Embu – Incremento Total da População com 60 anos e mais –


1991 a 1996 - %
49

A população de uma cidade não se distribui homogeneamente pelos seus


lugares. Uma cidade é feita de diferenças. No caso das cidades brasileiras em geral e de
Embu em particular devemos trabalhar para reduzir as desigualdades sociais sem
eliminar as diferenças interpessoais. Esse é um dos principais desafios sociais no
presente.

As diferenças populacionais de uma cidade pode se dar de formas diversas, seja


a partir de fatores culturais, étnicos, de gênero e até por faixa etária. A sociedade de
Embu é jovem. Perto de 23% da sua população tem entre 10 e 19 anos. Junto com os
idosos, de 60 anos e mais, os jovens de 15 a 19 anos compõem o grupos que cresce em
ritmo mais acelerado na cidade.

Tabela 04 – Município de Embu – Taxa Geométrica de Crescimento Anual por Faixas


Etárias – 1991 a 1996 - %
Faixa etária 1991 1996 TGCA (%)
Pop. Total 155990 195628 4,63
0 a 4 anos 18702 20530 1,88
5 a 9 anos 19968 21013 1,03
10 a 14 anos 19167 22590 3,34
15 a 19 anos 16545 21829 5,70
60 e mais 4956 6626 5,98
Fonte: IBGE 1991, 1996
Elaboração: Instituto Pólis

Os jovens estão por toda parte, em todos os lugares, nos mais diversos
territórios. Contudo, há locais onde as concentrações desse grupo é maior como no
Jardim Mimas, Jardim Valo Verde, Jardim Vitória, Jardim Santo Antonio, Parque
Luiza, dentre outros. As menores concentrações estão nas áreas junto ao centro e em
alguns trechos da rodovia Régis Bittencourt que estão pouco povoadas.

Merece atenção a comparação entre os Mapas 15 e 18, Percentual da População


de 0 a 4 anos e de 60 anos e mais, respectivamente. Nota-se que na área de Itatuba a
concentração desse último grupo de idosos é maior do que no restante da cidade onde o
grupo de crianças naquela faixa etária concentra-se a taxas maiores. Onde os idosos se
concentram mais há pouca concentração de crianças de 0 a 4 anos e vice-versa.
50

Mapa 15 – Município de Embu – Percentual da População de 0 a 4 anos - 1996

Mapa 16 – Município de Embu – Percentual da População de 5 a 9 anos - 1996


51

Mapa 17 – Município de Embu – Percentual da População de 10 a 14 anos - 1996

Mapa 18 – Município de Embu – Percentual da População de 15 a 19 anos - 1996


52

Mapa 19 – Município de Embu – Percentual da População de 60 anos e mais - 1996

2.6 – Violência Urbana


Sabe-se que a violência urbana nas cidades do estado de São Paulo abrevia
principalmente a vida dos jovens que se encontram em situação de maior
vulnerabilidade social. Contudo, as ocorrências da violência afetam a vida de todas as
pessoas e não somente daquelas que moram em lugares específicos.

Como visto acima, os jovens estão em todas as partes do município e a onda de


violência está disseminada por todos os lugares da cidade. Segundo dados da Fundação
Seade para o ano de 2001, Embu registrou taxa a 2ª maior taxa de mortalidade
masculina por homicídios da Região Metropolitana de São Paulo (99,3 mortes para cada
100 000 habitantes) ficando abaixo de Diadema (138,3) e logo acima de Itapecirica da
Serra (93,9) (ESP – 9/02/2002).
53

Segundo dados da Polícia Militar (CPA/M-8 - 25º BPM/M - 2ª CIA), em 2001


ocorreram 197 homicídios em Embu. Destes, 19,8% ocorreram na porção oeste do
município e 80,2% tiveram lugar na porção leste da cidade considerando a rodovia
Régis Bittencourt como linha de divisão. Essa repartição dos homicídios coincide
absolutamente com a repartição da população total mostrando que a violência está
generalizada por todo o território e por todos os meses do ano.

Tabela 05 – Município de Embu – Distribuição de Homicídios Segundo os Meses de


2001
Meses de 2001 Número de homicídios
Janeiro 11
Fevereiro 9
Março 15
Abril 18
Maio 26
Junho 14
Julho 22
Agosto 20
Setembro 22
Outubro 21
Novembro 11
Dezembro 8
Total 197
Fonte: Polícia Militar (CPA/M-8 - 25º BPM/M - 2ª CIA)

Mapa 20 – Município de Embu – Ocorrências de Homicídios no Primeiro e Segundo


Semestres de 2001
54

A violência aparece em diversas falas emitidas pela população comprovando o


seu forte impacto na subjetividade daqueles que vivem o cotidiano como se estivesem
sob uma ameaça já um tanto naturalizada. Não basta somente criminalizar a violência, é
preciso politizá-la. Sabe-se que uma das suas principais causas é a desigualdade e a
exclusão sociais. Hoje sabemos que a violência advem de disputas entre gangues ligadas
ao narcotráfico pelo controle de determinados territórios. Sabemos também que a falta
de mediações públicas e coletivas de conflitos cotidianos, às vezes entre vizinhos e
familiares, explode em aumento da violência.

O Poder Público tem o papel de estabelecer essas mediações não somente


através de medidas repressivas mas também criando esferas de resolução de problemas
e negociação de conflitos apoiadas em espaços públicos efetivos, espaços públic9os
cuidados e apropriados pela população, isto é, seguros. Áreas públicas de lazer bem
equipadas, mantidas e localizadas próximas aos locais de moradia podem se dar a esse
papel. Daí a coerência da principal demanda apresentada pela população nos ciclos do
Orçamento Participativo durante o ano de 2001: Lazer.

2.7 – Dinâmica Sócio-Econômica no Município de Embu


Normalmente o município de Embu é tido como uma cidade dormitório da
Região Metropolitana de São Paulo. Observando os bairros existentes junto à divisão
com Taboão da Serra e com o município de São Paulo, com baixa oferta de empregos, é
difícil negar tal fato.

Quando analisamos o Mapa 21 logo abaixo mostrando a distribuição dos 51 788


empregos, formais e informais, registrados pela Pesquisa Origem Destino 1997 para o
total de 126 684 pessoas em idade ativa (entre 15 e 65 anos) contados pelo IBGE em
1996, podemos constatar a insuficiência de empregos locais. Nesse período havia 0,41
emprego para cada embuense em idade ativa. Isso significa que 60% dessas pessoas
estão desempregadas, incapacitadas para o trabalho ou se dirigindo para fora do
município em busca de ocupação.

Esses comentários reforçam a condição de Embu como cidade dormitório.


Contudo, existe uma economia local que merece ser analisada com atenção. Para essa
análise sistematizamos outros dados da Pesquisa Origem-Destino do Metrô de 1997 e
55

utilizamos os bancos de dados da Relação Anual de Informações Sociais – RAIS – do


Ministério do Trabalho e Emprego para os anos entre 1990 e 2000.

Mapa 21 – Município de Embu – Distribuição de Empregos Segundo Zonas O/D - 1997

2.7.1 – Renda Familiar Média

Em 1997, a maior parte da população de Embu, 36,7%, vivia em famílias cujo


rendimento estava entre R$ 500,00 e R$ 1000,00 mensais. Na zona 309 esse percentual
era de 40,2% enquanto nas zonas 310 e 311 era de 28,0% e 28,2%, respectivamente.

Com relação à distribuição espacial das famílias de renda mais alta, acima de R$
3600,00 mensais, e mais baixa abaixo de R$ 250,00 mensais, nota-se um fato curioso.
Na zona 309 não nenhuma família com rendimento acima de R$ 3600,00 mensais. Nas
zonas 310 e 311 5,9% e 5,5% das famílias possuem esse nível de rendimentos. Nessas
duas zonas onde se concentram as famílias mais ricas do município também há a maior
concentração, em dados relativos, das famílias mais pobres. Nas zonas 310 e 311 o
percentual de famílias com rendimento menos do que R$ 250,00 mensais era de 10,3%
e 10,7%, respectivamente. Na zona 309 o percentual de famílias com essa renda era de
3,8%.
56

Podemos concluir que as áreas menos ocupadas e ao longo da BR-116 se


caracterizam pela convivência entre os extremos de riqueza e de pobreza do município.

Mapa 22 – Município de Embu – Distribuição Percentual da População por Faixa de


Renda Familiar Mensal - 1997

Tabela 06 – Município de Embu – Distribuição Percentual da População por Faixa de


Renda Familiar Mensal Segundo Zona O/D - 1997
% pop. % pop. % pop. % pop. % pop.
% renda fam. renda fam. renda fam. renda fam. renda fam.
pop.renda R$ 250,00 R$ 500,00 R$ 1000,00 R$ 1800,00 maior do
Zona fam. até a R$ a R$ a R$ a R$ que R$ Pop.
Município O/D R$ 250,00 500,00 1000,00 1800,00 3600,00 3600,00 total
EMBU 309 3,8 12,0 40,2 27,8 16,1 0,0 144988
EMBU 310 10,3 18,7 28,0 27,7 9,5 5,9 45006
EMBU 311 10,7 18,6 28,2 18,5 18,6 5,5 14379
TOTAL 5,7 14,0 36,7 27,1 14,8 1,7 204374
Fonte: Pesquisa Origem-Destino do Metrô 1997
Elaboração: Companhia de Engenharia de Tráfego - CET

2.7.2 – Ocupação

O perfil da ocupação principal da população de Embu mostra que 40,1% estava


ocupado em alguma atividade econômica no ano de 1997. O baixo percentual de
mulheres que se declararam como donas de casa, 13,9%, demonstra a participação
efetiva desse grupo no mercado de trabalho. Podemos dizer que essa é uma tendência
57

generalizada que coloca ao Poder Público a demanda por creches e serviços de apoio a
essas mulheres que podem necessitar desse tipo de serviços para cuidar dos seus filhos.

Mapa 23 – Município de Embu – Distribuição Percentual da População por Condição de


Ocupação Principal Segundo Zona O/D - 1997

Tabela 07 – Município de Embu – Distribuição Percentual da População por Condição


de Ocupação Principal Segundo Zona O/D - 1997
%
Zona % ocupado % % não % % nunca % dona % Pop.
Munic. O/D ocupado event. licenciado ocupado pension. trab. de casa estud. total
EMBU 309 40,1 1,8 0,5 6,3 2,5 12,4 13,4 23,0 144988
EMBU 310 39,5 0,4 0,3 5,1 3,6 10,3 16,7 24,2 45006
EMBU 311 41,7 2,9 0,0 9,8 3,3 8,8 10,8 22,7 14379
TOTAL 40,1 1,6 0,5 6,3 2,8 11,7 13,9 23,2 204374
Fonte: Pesquisa Origem-Destino do Metrô 1997
Elaboração: Companhia de Engenharia de Tráfego - CET

2.7.3 – Estabelecimentos Empregadores Formais por Setor de Atividade


Econômica

Utilizando os dados da RAIS pôde-se construir uma série histórica sobre a


evolução dos estabelecimentos empregadores em Embu abrangendo toda a década de
1990. Esses estabelecimentos estão classificados segundo setores de atividades
econômicas conforme a Tabela 08. Nota-se uma aumento constante no número desses
estabelecimentos no período analisado cujo pico está no ano de 1999 quando Embu
possuía 1498 estabelecimentos. A partir desse ano o município registra uma ligeira
58

diminuição em 13 estabelecimentos no seguinte de 2000 ficando, portanto com um total


de 1485.

Quanto à composição da base econômica de Embu nota-se o claro predomínio


do setor de serviços que cresceu ininterruptamente até 1999 quando teve 718
estabelecimentos. No ano seguinte esse setor segue a tendência geral e diminui seu
número de estabelecimentos para 680.

O segundo setor com maior número de estabelecimentos é o de comércio.


Entretanto, a evolução desse setor não constante como o de serviços. Entre 1991 e 1993
registra-se uma leve queda de 272 estabelecimentos para 261. Logo o setor se recupera
chegando ao ano 2000 com 495 estabelecimentos. Ao contrário do setor de serviços que
registrou uma contração de 1999 para 2000, o setor comercial continuou a se expandir.

O setor da indústria de transformação tem um comportamento irregular ao longo


da década. Registra queda de 18 estabelecimentos entre 1990 e 1994. De 1994 para
1995 se recupera com a abertura de mais 31 estabelecimentos para no ano seguinte de
1996 perder 5 que são logo recuperados em 1997 e novamente perdidos em 1998. Em
1999 o setor industrial registra o seu pico na década com 237 estabelecimentos decaindo
no ano seguinte atingindo os níveis de meados dos anos 90. Chama a atenção para o
surgimento, a partir de 1994, de poucos estabelecimentos de serviços industriais de
utilidade pública. Contudo, esse setor não tem muito destaque na economia local.

Segundo esses dados, os setores comerciais e de serviços são os que apresentam


um desenvolvimento mais estável na última década. O setor industrial oscilou e ficou
praticamente no mesmo patamar no que diz respeito ao número de estabelecimentos. A
dinâmica mais favorável para a economia local está, portanto naqueles primeiros
setores. Resta saber se essa dinâmica está associada com o desenvolvimento do turismo
ou se responde às demandas da população que mora nos bairros.

O setor agrícola cuja maior parte dos estabelecimentos localizam-se nas zonas
rurbanas nas porções oeste e sul do município, não possui muitos estabelecimentos mas
se faz presente na cidade. Portanto, é preciso considera-los junto com os demais.
59

Tabela 08 – Município de Embu – Evolução de Estabelecimentos Empregadores por


Setor de Atividade Econômica – 1990 a 2000
Serv. Ind. de Agrop. Extr.
Ind. Utilidade Const. Admin. Veg. Caça e Outros e
Ano Extr. Mineral Transf. Publica Civil Com. Serv. Publica Pesca Ignorado Total
1990 1 201 0 34 260 303 1 3 42 845
1991 1 200 0 37 272 314 1 2 65 892
1992 2 189 0 36 266 383 1 9 79 965
1993 2 187 0 36 261 446 1 12 106 1.051
1994 1 183 4 55 316 499 2 5 57 1.122
1995 1 214 5 58 332 503 4 17 33 1.167
1996 1 209 6 63 347 560 4 14 15 1.219
1997 1 215 5 63 388 629 3 7 5 1.316
1998 1 209 7 62 425 682 1 8 0 1.395
1999 1 237 6 67 458 718 2 9 0 1.498
2000 1 216 7 75 495 680 1 10 0 1.485
Fonte: Relação anual de Informações Sociais – RAIS – Minstério do Trabalho e
Emprego, 1990 a 2000
Elaboração: Instituto Pólis

Gráfico 02 – Município de Embu – Evolução de Estabelecimentos Empregadores por


Setor de Atividade Econômica – 1990 a 2000
Total de Estabelecimentos Empregadores - 1990 a 2000

1.600
Total de Estabelecimentos

1.400
1.200
1.000
800
600
400
200
0
1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000
Anos

2.7.4 – Empregos Formais

Ao contrário do aumento constante no número de estabelecimentos


empregadores totais, a evolução no número de empregos formais totais oscilou na
segunda metade da década de 1990 após atingir o número de 54 414 postos de trabalho
em 1994.
60

Essa oscilação se deve principalmente à variação, ano a ano, no número de


empregos nos setores de serviços e indústria de transformação, os que mais empregam
no município. Entretanto, há uma diferença entre os mercados de trabalho nesses dois
setores que merece ser assinalada. Com todas essas oscilações o setor de serviços chega
ao ano 2000 com 11 774 postos de trabalho a mais do que em 1990 enquanto que a
indústria registra uma diminuição de 1 271 postos de trabalho do começo para o fim da
década.

Em 2000 o setor de serviços possuía 39 189 empregados enquanto a indústria


possuía 7 142 empregados. O pico do primeiro setor foi em 1999, com 41 729
empregados, e do segundo foi em 1994 com 10 434 empregados.

Vale observar ainda a diferença entre o número de empregos obtidos pela RAIS
em 1997 e o resultado apresentado pela Pesquisa Origem-Destino do Metrô desse
mesmo ano, de 44 359 empregos formais e 51 788 empregos formais e informais,
respectivamente. Apesar da diferença de metodologia e conceitos na coleta de dados
entre essas duas pesquisas, pode-se ter uma noção aproximada do tamanho do mercado
de trabalho informal em Embu na ordem de 7 429 postos.

Importante chamar a atenção, por fim, para a baixa empregabilidade do setor


comercial, cujo número de empregados equivale ao da administração pública e a tímida,
porém crescente presença do setor agrícola.

Tabela 09 – Município de Embu – Evolução de Empregos Formais por Setor de


Atividade Econômica – 1990 a 2000
Serv. Ind.
Ext. de Utilidade Admin. Outros e
Ano Mineral Ind. Transf. Publica Const. Civil Com. Serv. Pública Agropec. Ignorados Total
1990 206 8.413 0 3.935 1.591 27.415 1.804 53 158 43.575
1991 192 7.813 0 5.294 1.512 27.335 9 72 2.300 44.527
1992 210 6.525 0 4.986 1.569 29.740 10 89 3.743 46.872
1993 212 6.849 0 3.162 2.036 31.495 12 100 4.369 48.235
1994 216 10.434 63 3.079 1.679 36.456 1.826 111 550 54.414
1995 230 7.198 89 1.338 1.774 32.314 1.901 145 251 45.240
1996 252 7.530 61 1.138 1.467 33.623 1.990 118 86 46.265
1997 233 7.006 93 4.414 1.642 28.818 2.046 89 18 44.359
1998 228 6.966 141 2.919 1.973 33.282 2.498 50 0 48.057
1999 215 7.123 133 1.253 2.128 41.729 2.464 70 0 55.115
2000 206 7.142 69 906 2.623 39.189 2.846 64 0 53.045
Fonte: Relação anual de Informações Sociais – RAIS – Minstério do Trabalho e
Emprego, 1990 a 2000
Elaboração: Instituto Polis
61

Gráfico 03 – Município de Embu – Evolução de Empregos Formais por Setor de


Atividade Econômica – 1990 a 2000
EVOLUÇÃO EMPREGOS FORMAIS TOTAIS - 1990 A 2000

60.000
Empregos Totais

50.000
40.000
30.000
20.000
10.000
0
1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000
Anos

2.7.5 – Estabelecimentos Empregadores Formais por Porte de Empresa

Quanto ao porte dos estabelecimentos empregadores definidos pelo número de


empregados, nota-se o predomínio absoluto ao longo de toda a década de 1990 daqueles
com até quatro empregados. Em segundo lugar estão aqueles com 5 a 9 empregados. O
número desses dois tipos de estabelecimento oscilam ao longo da década mas chegam
ao ano 2000 em patamar acima daquele em que começaram os anos 90.

Em 2000 os estabelecimentos com até 9 empregados representavam 61,61% do


total, aqueles com mais de 500 empregados correspondiam a 1,41% e os
estabelecimentos médios, com 10 a 499 empregados representavam 25,99%. O restante
10,98% corresponde a empresas sem nenhum empregado.

Esse predomínio das pequenas empresas até 9 empregados relaciona-se com a


ênfase no setor de serviços analisada acima. Certamente, a maior parte dessas empresas
são prestadoras de serviços diversos.
62

Tabela 10 – Município de Embu – Evolução no Número de Estabelecimentos


Empregadores por Porte – 1990 a 2000
Porte do estabelecimento 1990 1991 1992 1993 1997 1998 1999 2000
0 Empregados 88 116 105 105 118 164 151 163
Ate 4 Empregados 389 409 449 462 644 630 714 721
De 5 a 9 Empregados 114 107 115 135 199 218 206 194
De 10 a 19 Empregados 70 82 95 113 127 145 164 159
De 20 a 49 Empregados 70 75 83 98 112 120 139 128
De 50 a 99 Empregados 47 46 44 53 50 47 45 43
De 100 a 249 Empregados 28 22 37 42 32 39 36 43
De 250 a 499 Empregados 21 18 15 24 19 15 24 13
De 500 a 999 Empregados 11 7 12 9 6 10 10 11
1000 ou Mais Empregados 7 10 10 10 9 7 9 10
Total 845 892 965 1.051 1.316 1.395 1.498 1.485
Fonte: Relação anual de Informações Sociais – RAIS – Minstério do Trabalho e
Emprego, 1990 a 2000
Elaboração: Instituto Pólis

Gráfico 04 – Município de Embu – Evolução de Estabelecimentos Empregadores por


Porte – 1990 a 2000
Número de
Evolução no número de estabelecimentos por porte - 1990 a 2000
estabelecimentos
800

700

600

500

400

300

200

100

0
1990 1991 1992 1993 1997 1998 1999 2000 Anos

0 empregados até 4 empregados de 5 a 9 empregados de 10 a 19 empregados


de 20 a 49 empregados de 50 a 99 empregados de 100 a 249 empregados de 250 a 499 empregados
de 500 a 999 empregados 1000 ou mais empregados

2.7.6 – Receita Municipal

A arrecadação municipal total ao longo da segunda metade da década de 1990,


após o Plano Real, cresceu de forma constante passando de um total de R$ 39 953
535,84 para 83 773 874,53 em cinco anos registrando um aumento de R$ 43 820 338,69
correspondente a 109,68%.
63

A partir de uma projeção populacional para cada ano desse período pode-se
calcular a arrecadação per capita do município. Na Tabela 11 nota-se que a maior
variação percentual ocorreu na passagem de 1999 para 2000 quando houve um aumento
de 20,65%. A segunda maior variação se deu de 1995 para 1996 quando a arrecadação
per capita em Embu aumentou 19,54%.

Tabela 11 – Município de Embu – Evolução da Receita Arrecada Per Capita – 1995 a


2000

Ano Total geral receita arrecadada - R$ População Projetada Arrecadação per capita - R$
1995 39.953.535,84 186.931 213,73
1996 49.980.674,95 195.628 255,49
1997 52.913.587,52 198.359 266,76
1998 60.355.699,78 201.127 300,09
1999 68.476.801,61 203.935 335,78
2000 83.773.874,53 206.781 405,13
Fonte: Setor de Contabilidade da Secretaria Municipal de Finanças de Embu
Elaboração: Instituto Pólis

Tabela 12 – Município de Embu – Variação Anual na Arrecadação Per Capita – 1995 a


2000
Variação na Arrecadação
Período per capita R$ %
1995-1996 41,75 19,54
1996-1997 11,27 4,41
1997-1998 33,33 12,49
1998-1999 35,69 11,89
1999-2000 69,35 20,65
Fonte: Setor de Contabilidade da Secretaria Municipal de Finanças de Embu
Elaboração: Instituto Polis

Gráfico 05 – Município de Embu – Evolução da Receita Arrecada Per Capita – 1995 a


2000

Evolução da arrecadação geral per capita

450,00

400,00

350,00

300,00

250,00

200,00

150,00

100,00

50,00

0,00
1995 1996 1997 1998 1999 2000
64

2.7.7 – Atração e produção de viagens

O total de 47 077 viagens a trabalho com destino em Embu no ano de 1997


confirma a noção de que esse município possui uma dinâmica própria. Este número está
bem próximo dos 44 359 empregos formais registrados pela RAIS nesse mesmo ano.

Essas viagens atraídas são feitas por pessoas que trabalham em Embu e vivem
no próprio município ou em outros lugares da metrópole.

Ao mesmo tempo, Embu produz um total de 85 217 viagens a trabalho tanto


para o próprio município quanto para outros lugares da metrópole.

Apesar de não termos como precisar o quanto das viagens atraídas a trabalho
para Embu são feitas pelos seus próprios moradores, podemos supor que o município
tem um mercado de trabalho capaz de atrair 55,24% do total de viagens feitas pelas
pessoas para trabalhar em 1997. Não é pouco. Essa informação merece ser considerada
quando discutimos a condição de Embu como cidade dormitório da metrópole.

Outro motivo que mais produz e atrai viagens em Embu é a educação. A maior
parte dessas viagens é feita a pé, percurso entre a casa e a escola. Geralmente, esses
percursos são feitos por crianças e adolescentes que moram nas proximidades do
estabelecimento de ensino. A melhoria nas condições de circulação de pedestres,
principalmente nos pontos de conflito com veículos, poderia evitar acidentes graves. A
dificuldade de se andar a pé em Embu é considerável. Daí a importância de
melhoramentos urbanos nos bairros e no centro apontados em uma das discussões com
atores locais.

Tabela 13 – Município de Embu - Total de Viagens Atraídas por Motivo Segundo Zona
O/D 1997
Zona
Munic. Destino Trabalho Educação Compras Saúde Lazer Residência Outros Total
EMBU 309 22999 41265 413 1103 4448 119978 1801 192009
EMBU 310 23281 16960 1306 42 3289 31575 4996 81450
EMBU 311 796 1298 40 40 9314 153 11641
TOTAL 47077 59523 1759 1145 7777 160868 6950 285101
Fonte: Pesquisa Origem-Destino do Metrô 1997
Elaboração: Companhia de Engenharia de Tráfego - CET
65

Tabela 14 – Município de Embu – Distribuição Percentual das Viagens Atraídas por


Motivo Segundo Zona de Destino- 1997
%
Zona de % % % % % % outros
Município destino trabalho educação compra saúde lazer residência motivos Total
EMBU 309 12,0 21,5 0,2 0,6 2,3 62,5 0,9 100
EMBU 310 28,6 20,8 1,6 0,1 4,0 38,8 6,1 100
EMBU 311 6,8 11,2 0,3 0,0 0,3 80,0 1,3 100
TOTAL 16,5 20,9 0,6 0,4 2,7 56,4 2,4 100
Fonte: Pesquisa Origem-Destino do Metrô 1997
Elaboração: Companhia de Engenharia de Tráfego - CET

Mapa 24 – Município de Embu – Distribuição Percentual de Viagens Atraídas por


Motivo - 1997

Tabela 15 – Município de Embu – Total de Viagens Produzidas por Motivo Segundo


Zona O/D 1997
Munic. Origem Trabalho Educação Compras Saúde Lazer Residência Outros Total
EMBU 309 63470 46295 3308 1839 7628 64799 4853 192192
EMBU 310 16810 12698 963 164 1670 43795 4516 80617
EMBU 311 4936 3549 379 409 247 2245 150 11915
TOTAL 85217 62542 4650 2411 9545 110839 9519 284723
Fonte: Pesquisa Origem-Destino do Metrô 1997
Elaboração: Companhia de Engenharia de Tráfego - CET
66

Tabela 16 – Município de Embu – Distribuição Percentual das Viagens Produzidas por


Motivo Segundo Zona de Origem - 1997
Zona de % % % % % % outros %
Município origem trabalho educação compra saúde lazer motivos residência Total
EMBU 309 33,0 24,1 1,72 1,0 4,0 2,5 33,7 192192
EMBU 310 20,9 15,8 1,19 0,2 2,1 5,6 54,3 80617
EMBU 311 41,4 29,8 3,18 3,4 2,1 1,3 18,8 11915
TOTAL 29,9 22,0 1,63 0,8 3,4 3,3 38,9 284723
Fonte: Pesquisa Origem-Destino do Metrô 1997
Elaboração: Instituto Pólis

Mapa 25 – Município de Embu – Distribuição Percentual de Viagens Produzidas por


Motivo - 1997

2.8 – Caracterização Territorial


O território urbano é conformado pelas diversas relações envolvidas nos vários
usos sociais do espaço e dos recursos ambientais, locais e extra-locais, apropriados de
diferentes modos por aqueles que vivem nas cidade.

Boa parte do território de Embu é conformado a partir das suas relações com a
metrópole paulistana. Tais relações operam uma base físico-espacial local cujos
aspectos principais são apresentados a seguir, em uma seqüência de mapas que
procuram representar as características mais importantes da cidade.
67

2.8.1 – Geomorfologia e Hidrografia

A geomorfologia de Embu é caracterizada por morros, planícies e várzeas que


movimentam a topografia local e é irrigada por extensa rede de córregos e rios que
fazem parte da bacia hidrográfica do Guarapiranga.

No Mapa 26 logo abaixo se apresentam os intervalos de declividade de 0 a 5%,


de 10 a 20%, de 20 a 30%, de 30 a 40% e mais de 40%. Destaca-se a várzea do rio
Embu-Mirim que corre para noroeste e na porção central de Embu inflete para sudeste
formando uma espécie de cotovelo produzido por antigos processos geológicos.

Os terrenos planos dessa várzea marcam as áreas atravessadas pela BR-116 e a


parte leste da Área de Proteção aos Mananciais constituindo a maior reserva de terrenos
planos desocupados do município. Já foi mencionado nesse estudo a pressão por
ocupação desse terrenos que serão atravessados pelo trecho sul do Rodoanel. Faz-se
necessário definir o futuro desses terrenos considerando a pressão existente de modo a
manter os benefícios naturais e evitar os problemas ligados ao regime natural do rio
como alagamentos e enchentes.

As planícies com menos de 5% de declividades também predominam nas


porções sul, sudeste, leste e nordeste do município. A maior parte dessas planícies já se
encontra ocupadas por bairros populares e núcleos habitacionais precários. Em alguns
casos esses núcleos implantam-se nas encostas mais íngremes que contornam essas
planícies submetendo seus moradores a risco de escorregamento de terra e rochas. O
possível crescimento desses bairros em direção ao rio Embu-Mirim irá ocupar a faixa de
encostas com declividade média e alta que separa as áreas várzea dos bairros populares.

As planícies voltam a aparecer na divisa com Cotia, na altura do Recreio das


Araucárias, nos extremos da porção noroeste de Embu que ainda está pouco urbanizado.

Junto a essas áreas, na direção sudoeste-noroeste existe uma larga faixa de


encostas onde se concentram a maior parte das áreas com declividade maior do que
30%, definida como inapropriada para ocupação segundo a Lei Federal 6766/79 que
trata do parcelamento e uso do solo. Essa faixa de encostas, que dominam praticamente
toda a porção oeste do município, insere-se na Área de Proteção aos Mananciais e é
entremeada por áreas planas menores do que aquelas mencionadas anteriormente. Essa
porção de Embu está atualmente pouco urbanizada, predominando os usos rurbanos
68

como condomínios residenciais e chácaras. A ocupação nessas áreas de topografia


movimentada deve ser monitorada com cuidado a fim de evitar riscos e processos
perigosos que em muitos casos podem ser fatais.

Mapa 26 – Município de Embu – Intervalos de Declividades – 2001 - %

2.8.2 – Índice de Vegetação

A inserção de 60% do Município de Embu em área de proteção aos mananciais,


a característica do relevo bastante acidentado e a presença de uma hidrografia bastante
extensa contribui para a preservação de áreas de matas densas em grande parte do
território, especialmente na porção oeste do Município e nas áreas próximas à várzea do
rio Embu Mirim. A dificuldade de ocupação destas áreas, devido às restrições impostas
pelas características da cobertura e da declividade do terreno, garante, em boa medida, a
preservação ambiental do Município e da Bacia do Guarapiranga na qual está inserido.
69

Enquanto recursos ambientais de interesse para o Município, estas áreas de mata


constituem-se em espaços com alto potencial para o desenvolvimento de atividades
econômicas vinculadas ao eco-turismo e de lazer das quais o Município apresenta forte
carência.

Outro tipo de cobertura vegetal característica do Município é a Capoeira,


encontrada fundamentalmente em áreas próximas aos assentamentos urbanos ou em
áreas que já sofreram algum tipo de ação antrópica. Na porção leste do município e ao
longo da Rodovia Régis Bittencourt observam-se áreas densamente construídas e pouco
arborizadas criando um ambiente um tanto inóspito. Nos bairros populares essa situação
é agravada pelo lixo e esgoto a céu aberto que aprofunda ainda mais a injustiça
ambiental. O desmatamento, a ocupação urbana irregular, o forte adensamento e a
precariedade da drenagem de águas pluviais acarretam, em vários pontos do território,
situações de alagamento e de riscos associados a escorregamentos. Ações
minimizadoras destes problemas devem receber atenção especial do poder público
municipal.
70

Mapa 27 – Município de Embu e Entorno – Índice Normalizado de Diferença de


Vegetação – 1999
71

2.8.3 – Uso do Solo

Embu é um município com algumas partes urbanizadas e outras cuja ocupação é


rarefeita com alguns usos rurais. Embu é urbano e rural ao mesmo tempo. A maior parte
das áreas urbanizadas são ocupadas com bairros surgidos a partir de loteamentos
clandestinos localizados nas porções leste e nordeste da cidade. São bairros
predominantemente residenciais com baixo padrão urbanístico e ambiental. Núcleos
similares a esses bairros surgiram ao longo da rodovia Régis Bittencourt misturando-se
às áreas industriais e às áreas habitacionais de padrão médio que envolve o centro da
cidade, onde se concentram os principais serviços e ocorre a famosa Feira de
Artesanatos nas finais de semana.

As áreas urbanizadas de Embu sempre contêm algumas vias que se constituíram


em corredores comerciais e de serviços. São vias de tráfego intenso que conformam
micro-centralidades locais que necessitam melhoramentos urbanos, principalmente em
calçadas que facilitam a circulação de pedestres. O poder público se faz presente nessas
áreas nas diversas áreas institucionais que pontuam os bairros. São escolas, postos de
saúde, pronto socorro, UBS etc. muitas vezes tidos como referências urbanas.

Enquanto as áreas urbanas da porção leste são mais compactas, apesar de


possuírem alguns vazios urbanos, os núcleos habitacionais, comerciais, histórico e
industriais ao longo da BR-116 de distribuem de modo mais disperso pelo território,
entremeados por áreas desocupadas, massas de vegetação pequenos lagos.

A proposta para a criação de um corredor de desenvolvimento ao longo da


rodovia deve considerar essa heterogeneidade de usos, principalmente o impacto sobre o
centro histórico da cidade e os bairros populares existentes.

Nas partes com ocupação mais rarefeita, denominada rurbana, estão as áreas de
maior beleza natural e paisagística do município. Tomam praticamente toda a porção
oeste de Embu e também a várzea do rio Embu-Mirim. São áreas com uma ampla rede
hidrográfica e estão dentro da Área de Proteção aos Mananciais.

O uso das partes rurbanas de Embu é uma mescla de grandes áreas desocupadas,
massas de vegetação,chácaras residenciais e de veraneio, condomínios residenciais de
médio e alto padrão, pequenas áreas de cultivo de flores e produtos agrícolas e áreas de
72

reflorestamento. Como se pode notar contrapondo-se o Mapa 26 e o 28, as áreas


rurbanas de Embu possuem topografia acidentada e concentram a maior parte das
encostas com mais de 30% de declividades, inapropriadas para fins de moradia. Esse
aspecto precisa ser considerado na elaboração de propostas de intervenção.

Mapa 28 – Município de Embu – Uso do Solo - 2002


73

2.8.4 – Propriedades Fundiárias

O Município de Embu, ainda hoje, apresenta um significativo estoque de


grandes propriedades fundiárias desocupadas ou sub-utilizadas. Em sua maioria,
pertencem a proprietários particulares residentes em São Paulo e ou a grandes
empresários da região.

Diversas destas áreas localizam-se ao longo da rodovia Régis Bittencourt,


lindeiras ao trecho oeste do Rodoanel ou do traçado do trecho sul em processo de
licitação. Concomitantemente, verificou-se a inexistência de terrenos de porte médio
(entre 5.000 e 10.000 m2) nestas localizações, o que configura um provável processo
especulativo dessas terras. Tanto a expectativa de valorização dessas áreas, devido à
construção do Rodoanel, quanto à expectativa criada pelas mudanças na legislação de
proteção aos mananciais (lei específica da bacia do Guarapiranga) vêm contribuindo
para a retenção de estoques de terras importantes para o desenvolvimento econômico
municipal.

Na porção oeste do Município, próxima à divisa com Cotia, também se observa


a concentração de grandes glebas. Parte delas localizadas fora da área de proteção aos
mananciais (APM), porém, com parcelas significativas dentro dela. Em geral estas
localizações, à diferença das outras próximas à BR ou ao Rodoanel, apresentam uma
topografia bastante acidentada e uma cobertura vegetal de mata densa, o que restringe,
em boa medida, a ocupação residencial.

O impacto da lei de proteção aos mananciais sobre os preços da terra é bastante


significativo. As áreas localizadas fora da APM têm seu valor acrescido em torno de
20% em relação às áreas de tamanho, infraestrutura e proximidade à BR semelhantes
localizadas dentro da APM.

Uma pesquisa preliminar no cadastro de imóveis indica que muitas destas


grandes glebas apresentam sérias irregularidades no que se refere ao pagamento do
IPTU. Uma análise detalhada da situação fiscal, do uso do solo e das condições físicas
destas glebas seria necessária para propiciar um processo de discussão com os
proprietários de terras tanto para analisar a regularização da situação fiscal quanto para
74

a eventual negociação de áreas necessárias para promover o desenvolvimento


econômico municipal ou o suprimento de moradias de interesse social.

Mapa 29 – Município de Embu – Algumas glebas vazias ou subutilizadas com mais de


5 000 m² - 2002
75

Proprietário Bairro F/J Área Condição do Preço da


IPTU Terra
Januário de Camargo Itatuba F 139.000,00 OK 5 a 10 R$/m2
Amâncio Roque de Camargo Itatuba F 44.030,00 OK 5 a 10 R$/m2
Aluízio Borges Maranhão F 10.000,00 OK 5 a 10 R$/m2
José Constantino N. Cobra Maranhão F 13.565,50 OK 5 a 10 R$/m2
Gabriel Teruo Mariyama Itatuba F 242.000,00 IRREGULAR* 5 a 10 R$/m2
Mário Puglise Votorantim F 3.721,80 IRREGULAR 5 a 10 R$/m2
Tutomo Kodama Embu F 72.000,00 OK 5 a 10 R$/m2
CEMSA-.Constr. E. Mont S/A Itatuba J 127.272,00 IRREGULAR* 5 a 10 R$/m2
Tácito Remi Van Langendonck Maranhão F 192.230,86 OK 5 a 10 R$/m2
Ulisses Butura Simões Itatuba F 8.000,00 - 5 a 10 R$/m2
João José Befi Ivernada F 248.050,00 IRREGULAR* 5 a 20 R$/m2
Lilia Klabin Levine Capuava F 48.645,00 IRREGULAR 5 a 20 R$/m2
Gervasio Todashi Inque Capuava F 484.000,00 - 5 a 20 R$/m2
Soc. Brasileira de Eduacação Embu J 39.695,00 - 5 a 10 R$/m2
Não encontrada
Alfonso Gehling e Cia Ltda Eng. Velho J 135.000,00 IRREGULAR* 15 a 30 R$/m2
Empr. Imob Gde São Paulo Embu J 254.000,00 IRREGULAR* 5 a 10 R$/m2
Luis Pasqua - Espolio M. Velho F 102.367,00 IRREGULAR * 2 a 5 R$/m2
João Antonio Naufal M. Velho F 175.614,30 IRREGULAR* 2 a 5 R$/m2
Claudia G. Galhardo Cerdeira Água Rasa F 3.000,00 ? OK 2 a 5 R$/m2
Fernando Tavares Cardoso Água Rasa F 480,00 ? IRREGULAR 2 a 5 R$/m2
Heraldo Silveira Barbuy Itatuba F 145.000,00 IRREGULAR* 2 a 5 R$/m2
Waldomiro Zarzur Itatuba F 139,262,50 IRREGULAR* 2 a 5 R$/m2
Embu S/A Eng e Com. Ressaca J 7.912,90 OK 2 a 5 R$/m2
Luiz de Melo Kujawaski Itatuba F 55.000,00 IRREGULAR* 2 a 5 R$/m2
Antonio Amâncio de Carvalho E. Velho F 48.400,00 IRREGULAR 2 a 5 R$/m2
Attilio Raymundo Peppe Itatuba F 507.000,00 - 2 a 5 R$/m2
Phase Emp.Imobiliários Votorantim J 84.700,00 IRREGULAR 2 a 5 R$/m2
Embu S/A Eng e Com. Itatuba J 703.980,12 OK 2 a 5 R$/m2
Embu S/A Eng e Com. Itatuba J 60.362,54 OK 2 a 5 R$/m2
Odair Sanches da Cruz Embu Mirim F 9.099,00 IRREGULAR 5 a 10 R$/m2
Augusto Barros Rodrigues Valo Velho F 118.012,00 OK 5 a 10 R$/m2
Luiz Carlos Basile Embu Mirim F 58.750,00 - 2 a 5 R$/m2
Aparecida Ivone M. Galbetti Embu Mirim F 435.000,00 OK 2 a 5 R$/m2
Francisco Valente - Espolio Pirajussara F 374.884,00 IRREGULAR* 5 a 10 R$/m2
Eglantina Martins Pinto e outr Oliveiras J 558.278,00 OK 20 a 30 R$/m2
Adolfo Ronda Badia e ou Oliveiras F 97.859,40 IRREGULAR* 15 a 30 R$/m2
Transareas Consul de Imóveis Oliveiras J 90.481,10 IRREGULAR* 10 a 20 R$/m2
Abdo Schahim Oliveiras F 9.396,50 IRREGULAR* 10 a 20 R$/m2
Abdo Schahim Oliveiras F 9.900,00 - 10 a 20 R$/m2
Embu S/A Eng. E Com. Ressaca J 5.378,90 IRREGULAR 2 a 5 R$/m2
Castorino Pereira Domingues Ressaca F 45.000,00 IRREGULAR* 2 a 5 R$/m2
Piero Bamfi Ressaca F 18.169,90 - 2 a 5 R$/m2
Piero Bamfi Ressaca F 2.856,00 - 2 a 5 R$/m2
Não Encontrada
Simão Mendes Guss e ou Votorantim F 118.000,00 OK 5 a 10 R$/m2
Waldomiro Zarzur Embu Mirim F 620.131,30 OK 10 a 20 R$/m2
Roberto Bego e outros Embu Mirim F 10.190,00 IRREGULAR* 10 a 20 R$/m2
Empreend. Part. Sta. Gisele Embu Mirim J 126.348,00 OK 10 a 20 R$/m2
José Candido e ou Embu Mirim F 38.510,00 OK 10 a 20 R$/m2
Alcidio Pazzini Embu Mirim F 91.240,00 - 20 a 30 R$/m2
Alfons Gehling e Cia Ltda Pinheirinho J 94.100,00 OK 20 a 30 R$/m2
José Barone Embu Mirim F 156.684,00 - 20 a 30 R$/m2
ELO -Empre. Constr e Part. Quinhau J 310.826,10 IRREGULAR* 20 a 30 R$/m2
Airton Ribeiro do Valle Chapada F 89.233,10 OK 15 a 30 R$/m2
Tore Albert Munck M. Velho F 283.520,00 IRREGULAR* 2 a 10 R$/m2
76

Vedat Tampas Herméticas Ltda B. Tingidor J 25.463,24 IRREGULAR 10 a 20 R$/m2


Vedat Tampas Herméticas Ltda B. Tingidor J 15.201,00 OK 10 a 20 R$/m2
Louis Albin B. Gramado F 18.788,90 IRREGULAR* 15 a 30 R$/m2
Louis Albin B. Gramado F 24.980,60 IRREGULAR* 15 a 30 R$/m2
Louis Albin B. Gramado F 17.098,70 IRREGULAR* 15 a 30 R$/m2
Louis Albin B. Gramado F 11.123,90 IRREGULAR* 15 a 30 R$/m2
Louis Albin B. Gramado F 9.565,60 IRREGULAR* 15 a 30 R$/m2
Louis Albin B. Gramado F 16.549,60 IRREGULAR* 15 a 30 R$/m2
Louis Albin B. Gramado F 100.314,05 IRREGULAR* 15 a 30 R$/m2
Libbs Farmaceutica Ltda B. Embu J 151.000,00 IRREGULAR 15 a 20 R$/m2
Airton Ribeiro do Valle B Chapada F 10.766,70 OK 15 a 30 R$/m2
Shell Brasil S/A Serv. A Embu B Oliveiras J 34.849,00 IRREGULAR* 20 a 40 R$/m2
Libbs Farmaceutica Ltda B. Oliveiras J 133.662,10 - 15 a 20 R$/m2
Posto 22 Ltda B. Oliveiras J 29.000,00 - 20 a 40R$/m2
Hugo Eneas Salomone Embu Mirim F 360.713,70 IRREGULAR* 2 a 5 R$/m2
Hugo Eneas Salomone Embu Mirim F 57.027,70 IRREGULAR 2 a 5 R$/m2
Hugo Eneas Salomone Embu Mirim F 25.646,10 IRREGULAR 2 a 5 R$/m2
Hugo Eneas Salomone Embu Mirim F 272.155,00 IRREGULAR* 2 a 5 R$/m2
Transportadora Schilatter Ltda Embu Mirim F 1.596.095,30 OK 5 a 10 R$/m2
Transportadora Schilatter Ltda Embu Mirim F 1.596.095,30 IRREGULAR 5 a 10 R$/m2
Manfred Paim e Outro / INSS B. Oliveiras F 128.382,90 IRREGULAR* 20 a 40 R$/m2
Manfred Paim e Outro B. Oliveiras F 18.304,00 IRREGULAR* 30 a 40 R$/m2

J – Pessoa Jurídica
F – Pessoa física
* - Áreas com IPTU em situação irregular, com dívidas altas.

2.8.5 – Infra-Estrutura de Distribuição de Água e Coleta de Esgoto

A rede de distribuição de água abrange praticamente toda a área urbanizada de


Embu. Segundo os dados da SABESP apresentados na Tabela 16 a seguir, praticamente
100% dos domicílios estão ligados à rede de água. Em 2000 a SABESP registrou 53
325 ligações domiciliares e o Censo 2000 identificou 53 592 domicílios particulares
ocupados no município. Nesse ano 8 315 domicílios particulares estavam desocupados
em Embu (fechados ou com uso ocasional).

O Mapa 30 mostra a existência desse tipo de infra-estrutura em quase todas as


vias com ocupações urbanas. As áreas rurbanas não estão equipadas com rede de água.
Essas áreas de urbanização rarefeita utiliza formas alternativas de abastacimento.

A rede coletora de esgoto não apresenta o mesmo quedro. A Tabela 16 mostra


que em 2000 havia 45,8% do total de domicílios em Embu ligados à rede coletora. Em
1995 essa taxa era de 29,01%. O Programa Guarapiranga instalou um coletor tronco ao
longo do rio Embu-Mirim para servir à rede instalada em vários núcleos próximos à
BR-116 que, porém, não está cadastrada funcionando em vários casos cladestinamente.
77

Em reunião com técnicos da SABESP foi dito que o problema é a destinação do


esgoto coletado que não tem como ir até a Estação de Tratamento de Barueri porque as
obras do coletor tronco nos trechos Poá e Pirajussara não estão concluídas. É preciso
verificar as condições desses coletores para encaminhar ações.

A inconclusão das obras desse coletores afetam também a rede cadastrada cujo
esgoto coletado não pode seguir para tratamento sendo lançado nos rios e córregos do
município.

Nesse sentido, a somatória da impossibilidade de destinação do esgoto para a


Estação de Tratamento em Barueri com a insuficência da rede coletora local resulta no
lançamento de todo o esgoto domiciliar de Embu emseu próprio meio ambiente,
poluindo rios e córregos, provocando doenças e prejudicando a qualidade de vida na
cidade.

Essa realidade é vivida principalmente por aqueles que moram nas áreas mais
urbanizadas dos bairros populares. Nesses locais a quantidade de esgoto lançado a céu
aberto é maior aumentado o risco e a injustiça ambiental.

Tabela 17 – Município de Embu – Evolução no Número de Domicílios Servidos por


Rede de Água e Coletora de Esgoto – 1995 a 2000
Total de Total de domicílios servidos Total de domicílios
Anos domicílios por água % servidos por esgoto %
1995 40905 40861 99,89 11868 29,01
1996 45514 45466 99,89 19475 42,79
1997 48448 48392 99,88 18756 38,71
1998 51282 51227 99,89 20449 39,88
1999 52105 52050 99,89 22508 43,20
2000 53325 53271 99,90 24425 45,80
Fonte: SABESP – Divisão Regional de Embu
Elaboração: Instituto Pólis
78

Gráfico 06 – Município de Embu – Evolução no Número de Domicílios Servidos por


Rede de Água e Coletora de Esgoto – 1995 a 2000

120,00

100,00

80,00
%

60,00

40,00

20,00

0,00
1995 1996 1997 1998 1999 2000

Anos
% Total de domicílios servidos por água % Total de domicílios servidos por esgoto

Mapa 30 – Município de Embu – Rede de Distribuição de Água - 2002


79

Mapa 31 – Município de Embu – Rede Coletora de Esgoto - 2002


80

2.8.6 – Infra-Estrutura de Distribuição de Drenagem

Observando o Mapa 32 a seguir constata-se a quase total inexistência de um


sistema de galerias coletoras de águas pluviais no município. Nota-se pequenos trechos
de vias que contam com esse sistema bastante fragmentado que lançam as águas
coletadas nos dias de chuva no rio ou córrego mais próximo.

As cosequências dessa deficiência são os vários pontos de alagamento


assinalados no mesmo mapa. É preciso interligar as galerias de águas pluviais
existentes, principalmente aquelas nos locais de maior ocorrência de enchentes,
conduzindo para os rios e córregos cujas margens estão desocupadas ou ao menos
canalizadas e pouco urbanizadas.

Mapa 32 – Município de Embu – Sistema de Drenagem e Pontos de Alagamentos -


2002
81

2.8.7 – Sistema Viário Principal

O sistema viário principal de Embu configura-se a partir das ligações entre as


suas porções urbanas e rurbanas as quais, por sua vez, possuem conexões
intermunicipais, metropolitanas e regionais.

Comentar o sistema viário principal de Embu implica em considerar em primeiro


lugar a rodovia Régis Bittencourt que liga a metrópole paulistana às principais cidades
da região sul do Brasil como Curitiba e Porto Alegre. Essa rodovia, também conhecida
como BR-116, é o principal acesso a Embu desde São Paulo, Itapecirica da Serra e os
municípios do sudoeste metropolitano, São Lourenço da Serra e Juquitiba, também
atravessados por essa via. Com seu grande porte e tráfego intenso, a BR-116 cria uma
barreira que divide o município em duas partes desconectando o centro da cidade das
áreas mais povoadas, onde vive pouco mais de 80% da população local.

A rodovia Régis Bittencourt recebe tráfego pesado que se dirige para outras
regiões, mas também cumpre um papel local, funcionando como uma avenida que liga
Embu aos municípios vizinhos, principalmente São Paulo.

As outras vias de ligação intermunicipal compõem o 2º grupo em importância


conectando as porções urbanas de Embu aos municípios de São Paulo, Itapecirica da
Serra, Cotia.

O 3º grupo viário define uma perimetral ao centro da cidade e o 4º grupo


funciona como coletoras que alimentam as vias do 2º grupo.

Em suma, a hierarquia viária de Embu pode ser descrita da seguinte forma:

1º grupo – via regional e de ligação intermunicipal

• rodovia Régis Bittencourt que leva para São Paulo e Itapecirica da Serra.

2º grupo – vias de ligações intermunicipais

• Estrada Itapecirica-Campo Limpo que leva para São Paulo;

• Avenida Rotary, Estrada K. Takeuti e Rua Babilônia que levam para São
Paulo;
82

• Estrada Kaiko (antiga Estrada da Ressaca) que leva para Itapecirica da Serra;

• Estrada Velha de Cotia, Estrada Maria José Ferraz Prado e Rua Maranhão
que levam para Cotia.

3º grupo – vias perimetrais ao centro histórico de Embu

• Rua Cometas, rua Maranhão, Rua São Luis, Rua Rio Grande do Norte, rua
Cândido Portinari, Avenida Elias Yasbek, Rua Domingos Paschoal e Rua
Luis de Almeida Carvalho.

4º grupo – vias coletoras locais que alimentam as vias de ligação intermunicipais

• Avenida Elias Yasbek, Avenida Paulista, Avenida Esco, rua Augusto de


Almeida Batista, Avenida Amapá, Rua São Caetano, Estrada São Sebastião,
Estrada Constantinopla, Rua Botucatu, Rua Panambi, Rua Ibiúna, dentre
outras.

Mapa 33 – Município de Embu – Sistema Viário Principal - 2002


83

2.8.8 – Sistema de Transporte Coletivo

O transporte coletivo no município de Embu é estruturado basicamente sobre


pneus. Em 2001 a população contava com 28 linhas de ônibus intermunicipais, 3 linhas
de ônibus seletivas intermunicipais, 6 linhas de ônibus municipais e 11 linhas feitas por
lotação regulamentadas na prefeitura. As linhas intermunicipais são em maior número
do que as linhas de ônibus municipais e de lotação somadas. A importância da ligação
de Embu com São Paulo reflete-se no número de linhas entre esses dois municípios: das
28 existentes 22 (78,57%) efetuavam essa ligação.

Segundo a Pesquisa Origem-Destino do Metrô, em 1997 Embu produziu 75 628


viagens de ônibus e 5 208 viagens de lotação correspondentes a 26,56% e 1,83% do
total de viagens produzidas em todo o município, respectivamente. Nesse ano, o maior
percentual de viagens era feito a pé: 50,90%. A alta taxa de viagens a pé não deve
surpreender já que muitos dos deslocamentos são motivados por educação, em direção
às escolas localizadas próxima à moradia. Esse alto percentual de viagens a pé e os 44
atropelamentos ocorridos em 2001 (3,67 atropelamentos por mês, quase 1 por semana),
exigem um tratamento para melhorar a circulação peatonal na cidade.

Mapa 34 – Município de Embu – Ponto de Atropelamentos Ocorridos em 2001


84

As viagens de automóvel, dirigindo e como passageiro, correspondiam a 17,65%


sobre o total, ficando bem abaixo do percentual de viagens com ônibus. Daí a
importância desse tipo de transporte no padrão de mobilidade da população.

Linhas de Ônibus Intermunicipal


Descrição n° veículos tempo
1 Itapevi – Embu 4 30`
2 Caputera – Embu 3 30`
3 Itapecirica – Embu – Cotia 6 15`
4 Santo Antônio – Pinheiros 3 50`
5 Santo Amaro - Embu 3 60`
6 Engenho Velho – Pinheiros - Clinicas 8 20`
7 Engenho Velho – Anhangabaú 4 60`
8 Engenho Velho – Cotia 1 60`
9 Jd. Tomé – Hosp.Clinicas (Sta.Luzia e Pinheiros) 2 60`
10 Jd. Batista – Santo Amaro 10 10`
11 Sto Eduardo – Pinheiros 14 10`
12 Jd. Vazami – Sto Amaro 12 10`
13 Jd. Vazami – Pinheiros 10 10`
14 Jd. do Colégio – Santo Amaro 4 30`
15 Jd. do Colégio – Pinheiros 10 20`
16 São Lourenço – Itapecerica (V.Alegre/ Pq.Pirajussara) 2 30`
17 Pq. Pirajussara – Pinheiros 20 10`
18 São Marcos – Pinheiros (Campo Limpo) 12 10`
19 São Marcos – Sto Amaro (Santo Eduardo) 10 15`
20 Sta Tereza – Pinheiros 18 15`
21 Jd. Ângela – Clinicas (Via Jardim da Luz) 2 60`
22 Parque Industrial – Taboão 4 30`
23 Sta. Tereza – Itaim Bibi 4 35`
24 Casa Branca – Pinheiros 10 15`
25 Isis Cristina – Pinheiros 3 60`
26 Nossa Senhora de Fátima – Pinheiros 2 60`
27 Embu (Centro) – Santo Amaro 5 30`
28 Jd. Santa Emilia – Clinicas 2 60`
Linhas de Ônibus Seletivas Intermunicipais
1 Pq. Pirajussara – Tietê 14 10`
2 Jd. São Marcos – Tietê 5 30`
3 Itapecerica – Embu - Tiete 8 30`
Linhas de Ônibus Municipais
1 Sto Eduardo – Centro 4 30`
2 Jd. Batista – Centro – Sto Tomé 4 30`
3 Jd Ângela – Centro 2 40`
4 Jd. Pinheirinho – J. Mimas 3 30`
5 Jd. Santo Antônio – Vista Alegre 2 30`
6 Itatuba – Pinheirinho (Via Capuava) 2 30`
Lotações
1 Sto Eduardo 40 5`
85

2 Jd. Batista 25 10`


3 Itatuba 8 15`
4 Sto. Tomé 8 10`
5 Ressaca 12 10`
6 Vista Alegre 18 10`
7 Jd. Ângela 16 10`
8 Jd. Pinheirinho 10 5`
9 Jd. Sto Antônio 10 5`
10 Pq. Esplanada 15 10`
11 Jd. da Luz 12 10`
Fonte: DIVITRAN – Divisão de Trânsito do Município de Embu, 2001.

Observando a seqüência dos Mapas 35, 36, 37, 38, 39 e 40, mostrando logo
abaixo os carregamentos viários dos trajetos dessas modalidades de transporte coletivo
segundo o número de linhas e de veículos, nota-se a super utilização de algumas vias
estruturais como, por exemplo, todas as vias perimetrais ao centro histórico de Embu, a
avenida Rotary e a Estrada de Itapecirica-Campo Limpo. Analisando o Mapa 34 que
mostra os pontos de atropelamentos em 2001 percebe-se a concentração desse tipo de
acidente justamente em alguns pontos dessas vias.

O grande carregamento com lotação, ônibus municipais e intermunicipais na rua


Domingos Paschoal e na avenida Elias Yasbek no trecho entre aquela rua e a passa sob
a rodovia Régis Bittencourt, cria uma demanda por obras de sinalização e de
melhoramentos nessas vias com grande conflitos entre veículos e pedestres. Essa
demanda ganha ênfase quando se considera o grande volume de tráfego gerado pelo
supermercado Lopes, implantado na esquina das duas vias, e a grande quantidade de
pedestres que se dirige aos pontos de ônibus e lotação localizados na esquina rua
Domingos Paschoal com a Luiz de Carvalho. Esse pequeno terminal já não comporta
adequadamente a sua função exigindo sua transferência ou obras de reparação.

Comparando os mapas de carregamentos viários por trajetos do transporte


coletivo com os corredores comerciais assinalados no Mapa 28 de uso do solo,
observamos significativa sobreposição de traçado. As vias com tráfego mais intenso de
transporte coletivo, marcadas mais fortemente, constituem-se em corredores comerciais
e de serviços com grande circulação de pedestres. Um programa de melhoramentos
urbanos ao longo desses corredores como já foi apontado anteriormente envolveria,
portanto, a adequação do leito carroçável e das calçadas tanto ara o pedestre quanto para
as paradas dos veículos de transporte coletivo.
86

Mapa 35 – Município de Embu – Carregamento Viário por Linhas de Lotação - 2001

Mapa 36 – Município de Embu – Carregamento Viário por Linhas de Ônibus


Intermunicipais - 2001
87

Mapa 37 – Município de Embu – Carregamento Viário por Linhas de Ônibus


Municipais - 2001

Mapa 38 – Município de Embu – Carregamento Viário por Lotações - 2001


88

Mapa 39 – Município de Embu – Carregamento Viário por Ônibus Intermunicipais -


2001

Mapa 40 – Município de Embu – Carregamento Viário por Ônibus Municipais - 2001


89

Os mapas de carregamentos viários servem para informar sobre a intensidade de


utilização das ruas pelos veículos. Servem também para visualizar os diferenciais de
relação entre diferentes lugares da cidade.

Em Embu, as avenidas Elias Yasbek, Esco e Rotary são as principais ligações


entre os bairros da parte leste do município e o centro histórico da cidade. Ortanto, essas
avenidas são intensamente utilizadas pelos transportes coletivos locais: ônibus
municipais e lotação.

A ligação do centro com os núcleos localizados nas porções norte, oeste e


sudoeste do município é feita com poucas linhas locais. Para a área norte esses linhas
circulam pela Estrada Keishi Matsumoto, para oeste usam a rua Maranhão e
prolongamentos até Itatuba e para o sudoeste seguem pela antiga Estrada da Ressaca.

Já os ônibus intermunicipais circulam de modo diferente. Saem do seu ponto


inicial, próximo ao centro ou nos bairros, e seguem para o seu destino nos municípios
vizinhos se utilizando das vias do sistema viários principal mais próximas. Não dão
muitas voltas no município, salvo algumas exceções.

No Mapa 36 acima aparecem bem marcadas as saídas de Embu mais utilizadas


por esses ônibus intermunicipais. Curiosamente, não é a rodovia Régis Bittencourt e sim
a avenida Rotary, rua Babilônia e a Estrada Itapecirica-Campo Limpo as vias por onde
passam o maior número de linhas e ônibus intermunicipais se dirigindo para Taboão da
Serra e zona sul de São Paulo.
90

2.8.9 – Ocupações Habitacionais em Áreas Públicas e Privadas

A ocupação habitacional é caracterizada, em sua maior parte, por habitações de


baixo padrão, construídas em alvenaria ou blocos com dois ou mais pavimentos. Há
trechos em que a ocupação dos lotes é de até quatro vezes o tamanho de sua área. O
trecho leste do Município e diversos assentamentos próximos a BR116, especialmente
os próximos as divisas com Itapecerica da Serra e Taboão, apresentam um grande
número de áreas com baixo grau de consolidação: habitações precárias instaladas em
terrenos de fortes declividades com estruturas em geral instáveis. Embora a maioria das
habitações se encontre ocupando lotes regulares, grande parte não obedece às taxas de
ocupação e aos requisitos mínimos de saneamento. A ocupação inadequada, geralmente
em terrenos de grandes declividades ou próximos aos cursos de água, acarreta graves
focos de insalubridade, relacionados à inadequada insolação e ventilação das moradias,
à problemas de esgotamento sanitário e à inadequada deposição de lixo doméstico.
Além destes problemas, observa-se também que a população moradora nessas áreas
enfrenta limitações de locomoção na cidade devido à dificuldade de acesso aos serviços
de transporte.

Observa-se no Município de Embu um grande número de favelas, em geral


ocupando locais que estavam destinados a áreas públicas previstas pelos loteamentos,
áreas de inclinação acentuada, topos de encostas, cabeceiras de drenagem, áreas de
baixada e ou ao longo do próprio curso de água, em geral poluídos devido aos graves
problemas de destinação do esgoto. Essa localização de núcleos habitacionais precários
junto a rios e córregos justifica a intervenção a partir de limitação das sub-bacias
hidrográficas onde se inserem.

Estas ocupações, além de enfrentarem freqüentemente problemas de inundação e


de estarem expostas a riscos e processos perigosos de escorregamento de terra e rochas,
apresentam sérios problemas de instabilidade relacionadas à precariedade do processo
construtivo que normalmente caracterizam as edificações nos loteamentos e
aglomerados subnormais.
91

Mapa 41 – Município de Embu – Ocupações Habitacionais em Áreas Públicas e


Privadas - 2001
92

2.8.10 – Campos de Futebol

O mapeamento dos campos de futebol existentes no Município teve por objetivo


destacar a importância destes espaços de esporte e lazer para a população de baixa
renda. Os campos de futebol, na grande maioria localizados na porção leste do território
- onde se concentra a maioria da população do município-, são praticamente os únicos
espaços para realização de atividades esportivas e de lazer, e constituem-se em
importantes espaços de socialização e também, em alguns casos, de participação
política. Neles realizam-se campeonatos, festas de confraternização, churrascos, feiras,
entre outras atividades comunitárias.

Em geral estes campos foram construídos de maneira espontânea pela população


e não possuem arquibancadas, sanitários, vestiários, etc, ou seja, infraestrutura que
permita melhorar e ampliar o seu uso. Às vezes contam com apoio do poder público ou
de empresas privadas. Parte dos campos ocupam áreas públicas e parte terrenos
privados.

A intervenção pública, ajudando a equipar estes espaços, pode resultar numa


ação de curto prazo economicamente viável - considerando as restrições orçamentárias -
, para promover espaços de esporte e lazer cotidiano dos quais o Município é
extremamente carente.
93

Mapa 42 – Município de Embu – Localização dos Campos de Futebol em Uso - 2001

IDENTIFICAÇÃO DOS CAMPOS DE FUTEBOL PROPRIETÁRIO CONDIÇÕES


Campo do Itatuba Prefeitura Com vestiários
Campo do Mascarenhas Particular sr. Mário Com apoio, paga-se para jogar
Campo do Souza Particular Sem apoio
Campo do Cercado Grande Diretoria (comodato de 50 anos) Com apoio
Campo do Jd. Sílvia Prefeitura Com vestiários
Campo do Sansuy Sansuy Sem apoio
Campo do Ísis Cristina Prefeitura Sem apoio
Sete Campos (Jd. Vista Alegre) Casas Albano (São Paulo) Sem apoio
Campo do Jd. Lavorato particular Sem apoio
Campo do KMP (Pq. Industrial) KMP Com vestiários
Campo do Magali (Jd. Santo Donato) Prefeitura Com arquibancadas e vestiários
Campo do Santo Antônio particular Sem apoio
Campo das Vacas particular Sem apoio
Campo do N. S. Fátima Particular Teresa Basile Sem apoio
Campo do Roque Valente (Pq. Pirajussara) Particular Roque Valente e/ou CDHU Sem apoio
Campo do Jd. São Marcos Prefeitura Com arquibancadas e vestiários
Campo da Vila Perequê Particular Antônio Amado Sem apoio
Campo da Vila Zilda Particular Viação Pirajussara Sem apoio
Campo do Santa Teresa Prefeitura Apoio precário
Campo do Jd. Vazame Particular Armando Sem Apoio
Campo do Independência Diretores do clube Sem apoio
94

Campo do D. José Prefeitura Sem apoio


Campo de Jd. Irene Prefeitura Com vestiários

2.8.11 – Equipamentos Sociais de Saúde

Como se pode observar nos Mapa 43 e 44, os 13 equipamentos de saúde de


Embu oferecem cobertura nas áreas mais urbanizadas do município. O Pronto Socorro
no centro e a Unidade Mista no Jardim Vazame são os maiores com 108 e 180
funcionários respectivamente.

As Unidades de Santa Tereza, Jardim Vazame, Santo Eduardo, Santa Emília e


São Marcos atendem a uma população de 119 710 moradores nos bairros localizados na
parte leste do município (1996). Isso representa 23 942 habitantes para cada unidade,
indicando sobre-utilização dos equipamentos. Essa demanda local soma-se à demanda
de parte da população dos distritos de Capão Redondo e Campo Limpo na zona sul de
São Paulo que também utilizam as unidades de saúde de Embu dada a carência nos seus
locais de moradia.

Mapa 43 – Município de Embu – Localização dos Equipamentos de Saúde - 2001


95

Mapa 44 – Município de Embu – Demarcação de Raio de 1 km em Torno dos


Equipamentos de Saúde - 2001

2.8.12 – Equipamentos Sociais de Educação

Conforme pode se observar no Mapa 45, a rede de ensino no Embu, com escolas
municipais, estaduais e particulares, abrange praticamente toda a área urbanizada do
município. A partir da espacialização das matrículas realizadas em 2001 pode-se
levantar algumas conclusões que serão melhor discutidas a partir do cruzamento com
dados populacionais do censo 2000 cuja sistematização está sendo realizada por equipe
do Centro de Estudo da Metrópole – CEM do Centro de Análise e Planejamento -
CEBRAP.

Observando a seqüência dos Mapas 45 a 56, podemos afirmar o seguinte:

• Aparentemente, o número de vaga em creches nos bairros da parte leste


de Embu é insuficiente para atender a demanda local, principalmente
96

considerando a concentração significativa de mulheres chefes de família


em algumas áreas;

• A rede municipal de educação infantil é desbalanceada. A menor unidade


teve 31 matrículas em 2001 e a maior teve 554 matrículas. A boa
distribuição da oferta de vagas pode tirar proveito da boa distribuição
espacial dessas unidades;

• As redes municipais e estaduais se complementam na oferta de vagas


para 1ª a 4ª séries. As escolas municipais com vagas nesse nível de
ensino com centram-se mais nos bairros da parte leste do município
enquanto as escolas estaduais se distribuem mais mesmo ofertando
menor número de vagas;

• O governo estadual se responsabiliza por atender praticamente toda a


demanda por ensino de 5ª a 8ª séries, timidamente complementado por
algumas escolas particulares. O número de matrículas nas escolas
variam. Em 2001 a menor teve 106 e a maior 1857 matrículas. Essa
variação se deve à existência de escolas estaduais em bairros pequenos e
nas áreas mais densas do município;

• O ensino médio, também atendido principalmente pelo governo estadual,


apresenta condições similares. A escola com menor número de matrícula
teve 92 inscrições e a maior teve 1 110.
97

Mapa 45 – Município de Embu – Rede de Ensino Municipal, Estadual e Particular -


2001

Mapa 46 – Município de Embu – Matrículas em Creches Municipais - 2001


98

Mapa 47 – Município de Embu – Matrículas em Creches Particulares - 2001

Mapa 48 – Município de Embu – Matrículas na pré-escola em unidades municipais -


2001
99

Mapa 49 – Município de Embu – Matrículas na pré-escola em unidades particulares -


2001

Mapa 50 – Município de Embu – Matrículas na 1ª a 4ª Série em Escolas Municipais -


2001
100

Mapa 51 – Município de Embu – Matrículas na 1ª a 4ª Série em Escolas Particulares -


2001

Mapa 52 – Município de Embu – Matrículas na 1ª a 4ª Série nas Escolas Estaduais -


2001
101

Mapa 53 – Município de Embu – Matrículas na 5ª a 8ª Série na Escolas Particulares -


2001

Mapa 54 – Município de Embu – Matrículas na 5ª a 8ª Série nas Escolas Estaduais -


2001
102

Mapa 55 – Município de Embu – Matrículas no Ensino Médio em Escolas Particulares -


2001

Mapa 56 – Município de Embu – Matrículas no Ensino Médio em Escolas Estaduais -


2001
103

2.8.13 – Esporte, Lazer, Cultura e Potencial Turístico

O turismo é constituinte da identidade de Embu. Aparece como uma das suas


potencialidade para o desenvolvimento local.

O esporte, a cultura e o lazer podem alimentar a indústria do turismo quando


bem arranjados. Nas discussões do Orçamento Participativo de 2001, o lazer foi uma
das prioridades apresentada pela população. O Mapa 57 mostra a quase total ausência
desse tipo de equipamentos nos bairros da porção leste. Ao mesmo tempo, mostra a
grande concentração das áreas de lazer, esporte, cultura e do potencial turístico no
centro histórico e nas porções oeste do município, particularmente ao longo do eixo da
rua Maranhão e seu prolongamento até Itatuba. O Inventário Turístico Preliminar do
Município de Embu realizado em 2001 identificou vários atrativos na cidade que
poderiam ser melhor aproveitados. A várzea do rio Embu-Mirim é um grande potencial
para beneficiar a cidade como um todo.

O lazer demandado pela população não é o mesmo lazer turístico que poderia se
utilizar dos atrativos naturais existentes nos locais onde a urbanização é mais rarefeita.
A população dos bairros demandam um lazer cotidiano, próximo das suas casas,
distribuídos em várias e pequenas unidades. Para a realização desse lazer do dia a dia
pode-se usar praças, margens limpas de córregos despoluídos, pequenos terrenos e até
mesmo um grande Parque Ecológico inserido na vida dos bairros, com equipamentos e
programas.
104

Mapa 57 – Município de Embu – Equipamentos de Esporte, Lazer, Cultura e Áreas com


Potencial Turístico - 2001

2.9 – Considerações Finais


Retomando os principais pontos desse documento, podemos sintetizá-los em 5
linhas de problemáticas:

1 – Moradia Social e Áreas de Interesse Ambiental;

2 – Saneamento Ambiental;

3 – Base de Sustentação Econômica da Cidade e Impactos do Rodoanel;

4 – Exclusão Sócio-Territorial e Desintegração Centro-Bairro;

5 – Rurbano.

Em Embu essas problemáticas aparecem do seguinte modo:

Na problemática 1 como

• Implicações da inserção do município na bacia hidrográfica do Guarapiranga


delimitada como Área de Proteção aos Mananciais;
105

• Expansão de favelas e loteamentos clandestinos sobre áreas de proteção aos


mananciais e em beira de rios e córregos provocada pela pressão demográfica
regional do setor oeste metropolitano onde Embu está inserido.

Na problemática 2 como

• Lançamento de esgoto domiciliar sem tratamento nesses cursos d'água que


atravessam as áreas urbanizadas;

• Destinação de lixo a céu aberto em cursos d'água e terrenos baldio.

Na problemática 3 como

• Existência de uma dinâmica econômica própria no município que não é


exclusivamente dormitório mas possui um mercado de trabalho local
significativo, principalmente nos setores industriais, de serviços e comércio,
predominantemente em micro-empresas com até 10 empregados;

• Sustentação econômica de Embu baseada no mercado imobiliário local, no


potencial turístico inseridos em áreas com vegetação densa, na produção
industrial e no cultivo intensivo de flores e outros produtos agrícolas para
comercialização, com seus respectivos limites e conflitos de interesses,
principalmente entre os potenciais turísticos e eventuais impactos industriais
ou entre as áreas rurais e a expansão urbana a partir de loteamentos e
condomínios fechados;

• Impactos econômicos e ambientais do Rodoanel sobre o desenvolvimento


industrial e comercial do município, baseado em estabelecimentos de
logísticas e grandes equipamentos de consumo, em conflito com os potenciais
turísticos e ambientais da região como a várzea do rio Embu-Mirim a ser
ocupada pelo trecho sul dessa grande via;

• A necessidade de definir diretrizes claras e detalhadas para o corredor de


desenvolvimento econômico ao longo da BR-116 e da várzea do rio Embu-
Mirim dadas as pressões de ocupação urbana sobre essas áreas e seus
possíveis impactos sobre as formas de desenvolvimento da cidade.
106

Na problemática 4 como

• Desintegração sócio-territorial entre o centro histórico de Embu e os bairros


da porção leste do município;

• A necessidade de estabelecer um micro-desenho de espaços públicos e de


lazer, construindo um grau zero de urbanidade, principalmente nos corredores
comerciais, de serviços e de transporte coletivo dos bairros populares onde há
grande circulação de pedestres, alto crescimento populacional, altos índices
de violência (disseminada por toda a cidade) e vários conflitos entre pedestres
e veículos ocasionando muitos pontos atropelamento.

Na problemática 5 como

• A necessidade de definir diretrizes claras de uso para as áreas onde se


mesclam, às vezes em situação conflituosa, locais de cultivo, chácaras de
residência permanente e de veraneio, condomínios residenciais fechados, o
pequeno núcleo urbano de Itatuba e alguns loteamentos populares.

Definidos esses eixos de problemáticas e potencialidades do município de Embu,


é necessário produzir boletins, tablóides, pautas para as rádios e jornais locais, folhetos,
dentre outros, a partir desses conteúdos e construir uma estratégia de comunicação
social a fim de disseminar essas discussões o mais amplamente possível. Agora é a hora
de levar essas questões para um grande número de pessoas de modo a que elas possam
discutir o futuro da cidade.
107

3 – Anexo – Fontes de Dados, Informações, Análises e


Mapeamentos Utilizados

3.1 - Bancos de Dados e Cadastros Consultados:


1.
Banco de Dados: Ocorrência de Homicídios no Município de Embu
Ano 2001
Base Territorial Logradouro no município de Embu
Variáveis Principais Data da ocorrência;
Nome da rua da ocorrência;
Altura do número onde ocorreu o atropelamento;
Bairro da ocorrência;
Hora da ocorrência.
Fonte Secretaria dos Negócios da Segurança Pública – Polícia Militar do
Estado de São Paulo – CPA/M8 - 25° BPM/M – 2ª CIA

2.
Banco de Dados: Ocorrência de Atropelamentos no Município de Embu
Ano 2001
Base Territorial Logradouro no município de Embu
Variáveis Principais Data da ocorrência;
Nome da rua da ocorrência;
Altura do número onde ocorreu o atropelamento;
Bairro da ocorrência;
Hora da ocorrência.
Fonte (s) Secretaria dos Negócios da Segurança Pública – Polícia Militar do
Estado de São Paulo – CPA/M8 – 25° BPM/M – 2ª CIA

3.
Banco de Dados: Pesquisa Origem-Destino
Ano 1997
Base Territorial Municípios da Região Metropolitana de São Paulo
Variáveis Principais População total;
Número total de domicílios;
Número total de famílias;
Número total de empregos;
Área total do município (ha);
Área urbanizada (ha);
Número total de automóveis;
Número de viagens produzidas por modo;
Número de viagens produzidas por motivo;
Número de viagens produzidas por tipo;
Número de viagens atraídas por modo;
Número de viagens atraídas por motivo;
Número de matrículas em creche e pré-escola;
Número de matrículas no 1°, 2° e 3° graus (somados);
Número de matrículas em outras modalidades;
Número de pessoas ocupadas;
108

Número de pessoas ocupadas eventualmente;


Número de pessoas em licença;
Número de pessoas não ocupadas;
Número de pessoas aposentadas e pensionistas (somados);
Número de pessoas que nunca trabalhou;
Número de donas de casa;
Número de estudantes;
Número de pessoas com renda familiar até R$ 250,00;
Número de pessoas com renda familiar de R$ 250,00 a R$ 500,00;
Número de pessoas com renda familiar de R$ 500,00 a R$ 1000,00;
Número de pessoas com renda familiar de R$ 1000,00 a R$ 1800,00;
Número de pessoas com renda familiar de R$ 1800,00 a R$ 3600,00;
Número de pessoas com renda familiar maior do que R$ 3600,00;
População com até 3 anos;
População de 4 a 6 anos;
População de 7 a 10 anos;
População de 11 a 14 anos;
População de 15 a 17 anos;
População de 18 a 22 anos;
População de 23 a 29 anos;
População de 30 a 39 anos;
População de 40 a 49 anos;
População de 50 a 59 anos;
População com mais de 60 anos;
População não alfabetizada;
População com pré-escola;
População com 1° grau incompleto;
População com 1° completo;
População com 2° grau incompleto;
População com 2° grau completo;
População com superior incompleto;
População com superior completo.
Fonte (s) Metrô

4.
Banco de Dados: Pesquisa Origem-Destino
Ano 1997
Base Territorial Zonas Origem-Destino do Município de Embu
Variáveis Principais População total;
Número total de domicílios;
Número total de famílias;
Número total de empregos;
Área total do município (ha);
Área urbanizada (ha);
Número total de automóveis;
Número de viagens produzidas por modo;
Número de viagens produzidas por motivo;
Número de viagens produzidas por tipo;
Número de viagens atraídas por modo;
Número de viagens atraídas por motivo;
109

Número de matrículas em creche e pré-escola;


Número de matrículas no 1°, 2° e 3° graus (somados);
Número de matrículas em outras modalidades;
Número de pessoas ocupadas;
Número de pessoas ocupadas eventualmente;
Número de pessoas em licença;
Número de pessoas não ocupadas;
Número de pessoas aposentadas e pensionistas (somados);
Número de pessoas que nunca trabalhou;
Número de donas de casa;
Número de estudantes;
Número de pessoas com renda familiar até R$ 250,00;
Número de pessoas com renda familiar de R$ 250,00 a R$ 500,00;
Número de pessoas com renda familiar de R$ 500,00 a R$ 1000,00;
Número de pessoas com renda familiar de R$ 1000,00 a R$ 1800,00;
Número de pessoas com renda familiar de R$ 1800,00 a R$ 3600,00;
Número de pessoas com renda familiar maior do que R$ 3600,00;
População com até 3 anos;
População de 4 a 6 anos;
População de 7 a 10 anos;
População de 11 a 14 anos;
População de 15 a 17 anos;
População de 18 a 22 anos;
População de 23 a 29 anos;
População de 30 a 39 anos;
População de 40 a 49 anos;
População de 50 a 59 anos;
População com mais de 60 anos;
População não alfabetizada;
População com pré-escola;
População com 1° grau incompleto;
População com 1° completo;
População com 2° grau incompleto;
População com 2° grau completo;
População com superior incompleto;
População com superior completo.
Fonte (s) Metrô

5.
Banco de Dados: Censo Demográfico IBGE
Ano 1991
Base Territorial Setores Censitários do Município de Embu
Variáveis Principais Caracterização dos chefes de família (faixa etária, renda, escolaridade,
sexo);
Caracterização da condição de ocupação domiciliar (próprio, alugado,
cedido);
Caracterização dos domicílios (domicílios particulares, domicílios
particulares permanentes, domicílios improvisados, domicílios coletivos,
domicílios em aglomerada subnormal, número de moradores segundo
tipo de domicílios, domicílios com acesso a infra-estrutura de
110

saneamento básico, domicílios com acesso a coleta de lixo, número de


cômodos por domicílio, número de pessoas por dormitório, número de
pessoas por banheiro);
Caracterização populacional (faixa etária, escolaridade, condição na
família).
Fonte (s) Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE

6.
Banco de Dados: Contagem Populacional IBGE
Ano 1996
Base Territorial Setores Censitários do Município de Embu
Variáveis Principais Domicílio particular;
Domicilio particular permanente;
Domicílio coletivo;
Domicílio improvisado;
Domicílio em aglomerado subnormal;
Domicílio cedido;
População por faixa etária (homem e mulher);
Escolaridade do chefe de família (homem e mulher);
Chefe de família com mais de 1 ano de estudos (homem e mulher);
Chefe de família migrante por unidade federativa de origem (homem e
mulher);
Escolaridade da população com mais de 4 anos (homem e mulher);
População com mais de 4 anos por unidade federativa migrante;
População com mais de 4 anos de estudos com mais de 1 ano de estudos
(homem e mulher).
Fonte (s) Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE

7.
Banco de Dados: Censo Demográfico IBGE
Ano 2000
Base Territorial Municípios da Região Metropolitana de São Paulo
Variáveis Principais População total; Densidade demográfica;
Domicílios particulares ocupados;
Domicílios particulares vagos;
Domicílios particulares fechados;
Domicílios particulares com uso ocasional.
Fonte (s) Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE

8.
Banco de Dados: Censo Demográfico IBGE
Ano 2000
Base Territorial Setores Censitários do Município de Embu
Variáveis Principais População residente (homem e mulher);
População residente em área urbana (homem e mulher);
População residente em área rural (homem e mulher);
População residente em domicílios particulares ocupados (homem e
mulher);
População residente em domicílios particulares ocupados em área urbana
(homem e mulher);
111

Domicílios totais; Domicílios em área urbana;


Domicílios particulares totais;
Domicílios particulares em área urbana;
Domicílios particulares ocupados;
Domicílios particulares em área urbana;
Domicílios particulares fechados, vagos e de uso ocasional total;
Domicílios particulares fechados, vagos e de uso ocasional em área
urbana.
Fonte (s) Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE

9.
Banco de Dados: Total de Empregos no Município de Embu por Setor de Atividade
Econômica
Ano 1990 a 2000
Base Territorial Município de Embu
Variáveis Principais Empregos em extração mineral;
Empregos em indústria de transformação;
Empregos em serviços industriais;
Empregos em construção civil;
Empregos em comércio;
Empregos em serviços;
Empregos em administração pública;
Empregos em agropecuária;
Empregos em outros setores.
Fonte (s) Relação Anual de Informações Sociais do Ministério do Trabalho e
Emprego – RAIS

10.
Banco de Dados: Total de Estabelecimentos Empregadores no Município de Embu por Setor
de Atividade Econômica
Ano 1990 a 2000
Base Territorial Município de Embu
Variáveis Principais Estabelecimentos em extração mineral;
Estabelecimentos em indústria de transformação;
Estabelecimentos em serviços industriais;
Estabelecimentos em construção civil;
Estabelecimentos em comércio;
Estabelecimentos em serviços;
Estabelecimentos em administração pública;
Estabelecimentos em agropecuária;
Estabelecimentos em outros setores.
Fonte (s) Relação Anual de Informações Sociais do Ministério do Trabalho e
Emprego – RAIS

11.
Banco de Dados: Evolução no Número de Escolas Estaduais no Município de Embu
Ano 1995 a 2000
Base Territorial Município de Embu
Variáveis Principais Ensino fundamental;
Ensino médio.
112

Fonte (s) Centro de Informações Educacionais da Secretaria Estadual da Educação


– CIE/SEE

12.
Banco de Dados: Evolução no Número de Escolas Municipais no Município de Embu
Ano 1995 a 2000
Base Territorial Município de Embu
Variáveis Principais Educação infantil;
Ensino fundamental.
Fonte (s) Centro de Informações Educacionais da Secretaria Estadual da Educação
– CIE/SEE

13.
Banco de Dados: Evolução no Número de Escolas Particulares no Município de Embu
Ano 1995 a 2000
Base Territorial Município de Embu
Variáveis Principais Educação infantil;
Ensino Fundamental;
Ensino Médio.
Fonte (s) Centro de Informações Educacionais da Secretaria Estadual da Educação
– CIE/SEE

14.
Banco de Dados: Distribuição das Escolas Estaduais no Município de Embu
Ano 2001
Base Territorial Escola Estadual
Variáveis Principais Nome da escola;
Endereço completo da escola;
Telefone da escola;
Número de alunos em educação especial;
Número de alunos na 1ª a 4ª série;
Número de alunos na 5ª a 8ª série;
Número de alunos em ensino médio;
Número de alunos no curso normal de ensino médio;
Número de alunos no supletivo de 5ª a 8ª série;
Número de alunos no supletivo de ensino médio;
Número de classes de 1ª a 4ª série;
Número de classes de 5ª a 8ª série;
Número de classes de ensino médio;
Número de classes no curso normal de ensino médio;
Número de classes de supletivo 5ª a 8ª série;
Número de classes de supletivo no curso normal de ensino médio.
Fonte (s) Centro de Informações Educacionais da Secretaria Estadual da Educação
– CIE/SEE

15.
Banco de Dados: Distribuição das Escolas Municipais no Município de Embu
Ano 2001
Base Territorial Escola Municipal
113

Variáveis Principais Nome da escola;


Endereço completo da escola;
Telefone da escola;
Número de alunos em creche;
Número de alunos na pré-escola;
Número de alunos em educação especial;
Número de alunos na 1ª a 4ª série;
Número de alunos no supletivo de 1ª a 4ª série;
Número de classes em creche;
Número de classes na pré-escola;
Número de classes na 1ª a 4ª série;
Número de classes de supletivo 1ª a 4ª série.
Fonte (s) Centro de Informações Educacionais da Secretaria Estadual da Educação
– CIE/SEE

16.
Banco de Dados: Distribuição das Escolas Particulares no Município de Embu
Ano 2001
Base Territorial Escola Particular
Variáveis Principais Nome da escola;
Endereço completo da escola;
Telefone da escola;
Número de alunos em creche;
Número de alunos na pré-escola;
Número de alunos na 1ª a 4ª série;
Número de alunos na 5ª a 8ª série;
Número de alunos em ensino médio;
Número de alunos em educação profissional técnico;
Número de alunos no supletivo de ensino médio;
Número de classes em creche;
Número de classes na pré-escola;
Número de classes na 1ª a 4ª série;
Número de classes de 5ª a 8ª série;
Número de classes de ensino médio;
Número de classes em educação profissional técnico;
Número de classes no supletivo de ensino médio.
Fonte (s) Centro de Informações Educacionais da Secretaria Estadual da Educação
– CIE/SEE

17.
Banco de Dados: Relação dos Equipamentos de Saúde no Município de Embu
Ano 2001
Base Territorial Unidades Básicas de Saúde e Pronto Socorro
Variáveis Principais Localização
Fonte (s) Secretaria Municipal de Saúde de Embu

18.
Banco de Dados: Evolução de Domicílios Ligados à Rede de Água e Esgoto no Município de
Embu
Ano 1995 a 2000
114

Base Territorial Município de Embu


Variáveis Principais Total de domicílios;
Total de domicílios ligados à rede geral de água;
Total de domicílios ligados à rede geral de esgoto.
Fonte (s) SABESP – Divisão Regional de Embu

19.
Banco de Dados: Média de Consultas Realizadas no Período entre Janeiro a Dezembro de
2001 nos Equipamentos de Saúde de Embu
Ano 2001
Base Territorial Unidades Básicas de Saúde, Pronto Socorro, Centro de Atenção a Saúde
do Trabalhador e Centro de Atenção Psico-Social
Variáveis Principais Número de consultas por especialidade.
Fonte (s) Secretaria Municipal de Saúde de Embu

20.
Banco de Dados: Listagem de Recursos Humanos nos Equipamentos de Saúde do Embu
Ano 2001
Base Territorial Unidades Básicas de Saúde, Pronto Socorro, Centro de Atenção a Saúde
do Trabalhador e Centro de Atenção Psico-Social
Variáveis Principais Nome do funcionário;
Categoria profissional;
Especialidade;
Carga horária semanal.
Fonte (s) Secretaria Municipal de Saúde de Embu

21.
Cadastros: Processos de Ocupações Irregulares
Ano 2001
Base Territorial Áreas de ocupação irregulares no Município de Embu
Variáveis Principais Localização em área pública;
Localização em área privada;
Área do terreno (m²);
Caracterização de riscos;
Número de lotes ocupados;
Número de famílias;
Nome do proprietário da área ocupada;
Número de lotes atuais (após a ocupação);
Ano da ocupação.
Fonte (s) Setor de Fiscalização da Secretaria Municipal de Planejamento e Meio
Ambiente de Embu
Entrevistas com Damião Andrini, Everaldo Beltrão, Edson Donizete da
Silva, Hilser dos Santos Caldi Balci e Célia Cruz

22.
Processos: Processos de Dedução de IPTU para Produção Agrícola
Ano 2002
Base Territorial Propriedades agrícolas
Variáveis Principais Localização
115

Proprietário (pessoa física ou jurídica);


Área da propriedade;
Condição do IPTU (parcelado, atrasado ou em débito);
Tipo de ocupação (reflorestamento, cultivo, mineração, chácara,
construção, mata nativa, pesqueiro etc.);
Preço da terra.
Fonte (s) DIPAV – Divisão de Parques e Áreas Verdes da Secretaria Municipal de
Planejamento e Meio Ambiente de Embu
Entrevista com Marcos Otto Zerzar e Raquel Orlandi

23.
Cadastro: Cadastro de Imóveis da Prefeitura de Embu
Ano 2001
Base Territorial Propriedades Fundiárias do Município de Embu
Variáveis Principais Localização
Proprietário (pessoa física ou jurídica);
Área da propriedade;
Condição do IPTU (parcelado, atrasado ou em débito);
Tipo de ocupação (reflorestamento, cultivo, mineração, chácara,
construção, mata nativa, pesqueiro etc.);
Preço da terra.
Fonte (s) Setor de Cadastro Imobiliário da Secretaria de Finanças de Embu
Entrevista com Raquel Orlandi e Gustavo Alexandre Campos Vaz

24.
Cadastro: Cadastro Técnico de Aprovação da Secretaria Municipal de Planejamento e Meio
Ambiente de Embu
Ano 2002
Base Territorial Imóveis e loteamentos
Variáveis Principais Plantas aprovadas com alvará;
Imóveis com Habite-se;
Conservação;
Desdobros;
Desmembramentos;
Loteamentos.
Fonte (s) Secretaria Municipal de Planejamento e Meio Ambiente de Embu
Entrevista com Pedro Luis Vaz

25.
Cadastro: Cadastro das 43 Sociedades Amigos de Bairro – SABs
Ano 2001
Base Territorial Bairros do Município de Embu
Variáveis Principais Nome da SAB;
Nome do Presidente da SAB;
Endereço da sede da SAB;
Bairro da SAB;
CEP;
Telefone da SAB
Fonte (s) Secretaria Municipal de Planejamento e Meio Ambiente de Embu
116

26.
Banco de Dados: Receita Orçamentária – Balancete Analítico – do Município de Embu
Ano 1990 a 2000
Base Territorial Município de Embu
Variáveis Principais Especificação da receita;
Receita prevista;
Receita arrecadada;
Diferença entre a receita prevista e arrecadada
Fonte (s) Secretaria Municipal de Finanças de Embu

3.2 - Mapeamentos Elaborados:

1.
Mapeamento: Mapeamento dos Campos de Futebol de Embu
Ano 2002
Base Territorial Campo de futebol
Variáveis Principais Localização em área pública;
Localização em área privada;
Condição da Infra-estrutura;
Proprietário.
Fonte (s) Setor de Fiscalização da Secretaria Municipal de Planejamento e Meio
Ambiente de Embu
Entrevista com Natanael Lima de Brito e Damião Andrini

2.
Mapeamento: Mapeamento das Áreas Públicas em Embu
Ano 2002
Base Territorial Terrenos públicos
Variáveis Principais Localização;
Área (m²);
Condição de Ocupação;
Caracterização física;
Responsabilidade.
Fonte (s) Diretoria de Planejamento e Desenvolvimento da Secretaria Municipal
de Planejamento e Meio Ambiente de Embu
Entrevista com Zemilton Costa Souza, Nelson Manuel Pereira, José
Pacheco de Araújo Neto e Núbia Regina de Oliveira

3.
Mapeamento: Mapeamento Geomorfológico
Ano 2001
Base Territorial Município de Embu
Variáveis Principais Declividades menores do que 5 %
Declividades de 5 a 10%
Declividades de 10 a 20%
Declividades de 20 a 30%
Declividades de 30 a 40%
117

Declividades maiores do que 40%


Fonte (s) Instituto Polis

4.
Mapeamento: Mapeamento das linhas de ônibus municipais, intermunicipais e
regulamentadas
Ano 2001
Base Territorial Município de Embu
Variáveis Principais Percursos das linhas de ônibus e lotações;
Número de veículos por linha;
Intervalo de viagens.
Fonte (s) Divisão de Trânsito do Município de Embu – DIVTRAN
Entrevista com José Bezerra da Silva Filho

5.
Mapeamento: Mapeamento dos pontos de conflito entre veículos/ veículo e pedestre/veículo
Ano 2001
Base Territorial Município de Embu
Variáveis Principais Localização
Fonte (s) Divisão de Trânsito do Município de Embu – DIVTRAN
Entrevista com Alan Rodrigues de Souza

6.
Mapeamento: Mapeamento de uso do solo
Ano 2001
Base Territorial Município de Embu
Variáveis Principais Áreas predominantemente comerciais;
Áreas predominantemente residenciais de baixo padrão;
Áreas predominantemente residenciais de médio padrão;
Áreas industriais;
Áreas institucionais;
Condomínios residenciais fechados de alto padrão
Fonte (s) Setor de Fiscalização da Secretaria de Planejamento e Meio Ambiente
Levantamento de Campo
Entrevista com Damião Andrini e Hilser dos Santos Caldi Baldi

7.
Mapeamento: Mapeamento das redes de distribuição de água e coleta de esgoto
Ano 2002
Base Territorial Município de Embu
Variáveis Principais Traçado da rede de distribuição de água;
Traçada da rede coletora de esgoto;
Estações elevatórias de esgoto
Fonte (s) SABESP
Entrevista com Iracy Garrido Bim e Helio da Costa

8.
Mapeamento: Mapeamento da Estrutura Viária Principal
118

Ano 2001
Base Territorial Município de Embu
Variáveis Principais Rodovia regional Régis Bittecourt;
Vias arteriais de ligação intermunicipal com traçado radial;
Via municipal de interligação das vias arteriais intermunicipais;
Via de contorno ao núcleo central de Embu
Fonte (s) Instituto Polis

9.
Mapeamento: Mapeamento das Galerias Coletoras de Águas Pluviais, Destacando Pontos
Críticos
Ano 2001
Base Territorial Município de Embu
Variáveis Principais Localização;
Localização de pontos críticos (aumento da elevação de pontes,
canalização de trechos de córregos, obra nova, redimensionamento de
galerias existentes)
Obs. O sistema de drenagem na área urbanizada do município é
constituído por escadarias hidráulicas, meio-fio e sargetões.
Fonte (s) Secretaria Municipal de Obras de Embu
Entrevista com Luis Carlos Borges

10
Mapeamento: Mapeamento dos Equipamentos de Lazer, Esporte, Cultura e Atrativos
Natutrais
Ano 2001
Base Territorial Município de Embu
Variáveis Principais Localização dos Equipamentos
Fonte (s) Inventário Turístico
Levantamento de Campo

11.
Mapeamento: Mapeamento das Ocupações Irregulares
Ano 2001
Base Territorial Município de Embu
Variáveis Principais Localização em área pública;
Localização em área privada;
Área do terreno (m²);
Caracterização de riscos;
Número de lotes ocupados;
Número de famílias;
Nome do proprietário da área ocupada;
Número de lotes atuais (após a ocupação);
Ano da ocupação.
Fonte (s) Setor de Fiscalização da Secretaria Municipal de Planejamento e Meio
Ambiente de Embu
Entrevistas com Damião Andrini, Everaldo Beltrão, Edson Donizete da
Silva, Hilser dos Santos Caldi Balci e Célia Cruz
119

12.
Mapeamento: Mapeamento do Índice Normalizado de Diferença de Vegetação (NDVI) do
Município de Embu
Ano 1999
Base Territorial Município de Embu
Variáveis Principais Mata densa;
Capoeira;
Área urbana arborizada;
Área urbana densamente construída
Fonte (s) Imagem ETM+Landsat7, órbita 219, ponto 076 – Passagem de 03 de
setembro de 1999
Elaboração: LASERE – Laboratório de Aerofotogrametria e
Sensoriamento Remoto – Depto. De Geografia da USP
Organização: Geógrafa Rúbia Gomes Morato

13.
Mapeamento: Mapeamento das Áreas de Cultivo Agrícola
Ano 2001
Base Territorial Município de Embu
Variáveis Principais Localização das áreas;
Proprietário pessoa física;
Proprietários pessoa jurídica;
Área em m²;
Condição do IPTU;
Produto cultivado;
Preço da terra
Fonte (s) Processos de Dedução de IPTU para Produção Agrícola
DIPAV – Divisão de Parques e Áreas Verdes da Secretaria Municipal de
Planejamento e Meio Ambiente de Embu
Entrevista com Marcos Otto Zerzar, Fumio Hashyiya, Takenobo Miazato
da Secretaria de Agricultura de Abastecimento do Estado de São Paulo

3.3 - Planos e Análises Setoriais Consultados:

1.
Plano: Estudo Preliminar para o Plano Diretor de Desenvolvimento Integrado do Município
de Embu
Ano 1972 – Administração Annis Neme Bassith
Abrangência Município de Embu
Principais aspectos
Assessoria Técnica Direção geral: Arquiteto Sami Bussab
Coordenação Técnica: Arquiteto Sergio Zaratin
Estudos sócio-econômicos: Carlos Fabrício Xavier Negromonte
Estudos físico-territoriais: Arquiteto Raymundo De Paschoal
Geografa Amália Inês Geraiges Lemos
Estudos institucionais: Nehemias Galdino de Oliveira

2.
120

Plano: Proposta de Plano Diretor do Município de Embu


Ano 1991/1993 – Administração Geraldo Puccini Jr.
Abrangência Município de Embu
Principais aspectos A proposta para o Plano Diretor de Embu não foi aprovada. Parte de um
quadro geral da cidade construído usando dados globais do município,
principalmente das décadas de 1980, caracterizando:
• A evolução populacional da década de 1960 a 1990;
• O quadro de empregos e empregadores formais no município por
grandes setores de atividade econômica;
• A distribuição dos domicílios segundo classes de renda;
• A oferta de equipamentos educacionais;
• A oferta de equipamentos de saúde;
• A oferta de equipamentos de lazer, recreação, esporte e cultura;
• Alguns programas sociais;
• Os equipamentos de infra-estrutura de saneamento básico,
drenagem, resíduos sólidos, energia, telecomunicações,
transporte, mobilidade e outros serviços municipais como
cemitérios e abastecimento, dentre outros;
• As densidades demográficas no assentamento urbano e
• O quadro geral de receita e despesa municipal.
Os dados apresentados são agregados para o município como um todo
não possibilitando uma visão mais detalhada das diferenças existentes
entre as partes da cidade.
Em seguida apresenta um grande conjunto de diretrizes genéricas de
desenvolvimento do município agrupadas em:
• Política de desenvolvimento global;
• Proposições setoriais (equipamentos sociais, infra-estrutura
urbana e serviços municipais);
• Oito Proposições espaciais;
• Política habitacional;
• Política de meio ambiente e
• Política cultural.
Como o Plano é proposto para o período de 1994 a 2000, dimensiona-se
demandas para alguns desses setores a partir de projeções populacionais.
Assesoria Técnica EMPLASA – Diretor Presidente: Jorge Wilheim
Coordenação: Arquiteto Sergio Zaratin
Adjunto de coordenação: Arquiteto Eumenes Teixeira de Oliveira Filho

3.
Plano: Plano de Gestão Ambiental para o Município de Embu
Ano 2001 a 2004
Abrangência Município de Embu
Principais aspectos A proposta, composta por um conjunto de diretrizes, aponta para o
Ecoturismo como vetor de desenvolvimento econômico do município.
Esse conjunto de diretrizes são agrupadas em 3 programas:
• Programa de preservação e recuperação dos espaços públicos e
privados de Embu;
• Programa de gestão integrada de resíduos sólidos com geração de
renda;
121

• Programa de fortalecimento do Sistema Municipal de Meio


Ambiente visando garantir a gestão ambiental municipal e a
proteção dos ecossistemas.
Essas diretrizes se concretizam na proposta de criação de um “Sistema
Integrado de Parques” no Embu aproveitando o Parque Ecológico, a
várzea do rio Embu-Mirim e a gleba do Roque Valente.
Esse sistema complementa-se com criação de 3 Áreas de Proteção
Ambiental na Mata do São Francisco, área do Paul Fischer e na área dos
Padres junto à avenida Rotary.
A gestão de resíduos sólidos é vista como um conjunto de medidas para a
ampliação de coleta seletiva e da reciclagem tendo em vista a geração de
emprego e renda.
Para o fortalecimento do Sistema Municipal de Meio Ambiente propõe-
se, dentre outras medidas, a elaboração do Código Ambiental do
Município, da Agenda 21 Local, atualização e compatibilização da Lei
Municipal de Parcelamento do Solo com a Lei Específica do
Guarapiranga, criação e otimização de um sistema de fiscalização e
monitoramento do meio ambiente do município.
Autor (s) Sociedade Ecológica Amigos do Embu

4.
Análise: Relatório de Avaliação Técnica da Gleba “Roque Valente” em Embu – SP
Ano 1996
Abrangência Gleba “Roque Valente”
Principais aspectos A gleba do Roque Valente, onde existe um fragmento importante de
Mata Atlântica, insere-se em uma área intensamente urbanizada com
loteamentos populares. A história da sua defesa remete a 1985 quando
um grupo de moradores iniciou uma luta em favor da preservação dessa
gleba junto ao poder público municipal e estadual, oficiando diversos
órgãos.
• Em 1988 a Lei Municipal 1248 cria a Área de Proteção
Ambiental;
• Em 1993 membro do movimento de sem-teto da zona sul de São
Paulo ocupam a gleba, saindo após 24 horas de negociação,
chamando a atenção para a face habitacional do problema;
• Em 1995 a Lei Municipal 1589 reserva parte da área da gleba
para a construção de escola pública junto à Praça Pirajussara;
• Em 1996 o arquiteto Helvio Guatelli da UNESP elabora o
Relatório de Avaliação Técnica da Gleba “Roque Valente” em
Embu – SP que aponta diretrizes para a implantação do Parque
Ecológico e outros aproveitamentos da gleba. Esse relatório foi
largamente usado pelos ambientalistas na oposição a projetos
habitacionais para a área;
• Em 1998, durante o mandato Oscar Yasbek na prefeitura de
Embu, a Lei Municipal 1740 revoga as duas leis anteriores;
• Em 1998 o governo do Estado de São Paulo em exercício,
Geraldo Alckmin, assina um decreto permitindo a desapropriação
da gleba do Roque Valente para a construção de um conjunto
habitacional popular pela Companhia de Desenvolvimento
Habitacional e Urbano – CDHU. A Sociedade Ecológica Amigos
122

do Embu opõe-se à implantação desse empreendimento;


• Em 1998 o proprietário da gleba, senhor Roque Valente, vende a
área para a Companhia de Desenvolvimento Habitacional e
Urbano – CDHU;
• Em 1999 a Lei Municipal 1804 restitui a Área de Proteção
Ambiental na gleba do Roque Valente.
O Relatório faz uma avaliação das características físicas da gleba a partir
de elementos gráficos tais como:
Carta de Cobertura Vegetal e de Usos e Ocupação do Solo;
Carta de Declividade;
Carta de Restrições ao Uso.
Conclui com o seguinte aproveitamento das partes dessa gleba:
20 ha - para uso institucional e empreendimentos privados
26 ha - para preservação, regeneração e recuperação ambiental abrigando
projetos de educação ambiental e viveiros de espécies
15 ha – para um parque de recreação e lazer
Define que “qualquer empreendimento destinado a conjuntos
residenciais é incompatível com as características da área” e recomenda,
nas partes para empreendimentos, “eventual retalhamento (da gleba que)
estabeleça um módulo mínimo de 2000 m²”.
Autor (s) Arquiteto Helvio Guatelli

5.
Análise: Contribuições ao Gerenciamento Local de Informações em Saúde para o Programa
de Saúde Infantil do Município de Embu
Ano 1999
Abrangência Setores censitários IBGE e UBS do município de Embu
Principais aspectos Dissertação de mestrado apresentada ao departamento de epidemiologia
da Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo.
O trabalho aborda a relação entre condições de vida e níveis de saúde e
doença da população infantil do município de Embu em sua dimensão
coletiva. Defende a necessidade do poder público construir seu sistema
de informações considerando as particularidades dos seus problemas e da
sua realidade sócio-territorial. As informações do Sistema Único de
Saúde, apesar de importantes, necessitam de complementação.
Analisa o perfil da morbidade e mortalidade dessa população
relacionando-os com as condições de vida de 4 estratos sociais definidos
a partir dos dados censitários de saneamento, forma de ocupação do
domicílio no terreno, escolaridade do chefe de família, demográficos e
de renda.
Uma das conclusões do estudo mostra que a mortalidade infantil
neonatal (antes da criança completar 29 dias de vida) é mais alto nos
estratos em melhores condições de vida, revelando a deficiência do
atendimento pré-natal no serviço de saúde local, e o coeficiente de
mortalidade pós-neonatal (crianças com mais de 29 dias e menos de 1
ano de vida) é mais alto nos estratos vivendo em piores condições
mostrando o papel decisivo que os fatores sócio-econômicos e
ambientais precários exercem no condicionamento das mortes de
crianças após o nascimento.
Autor (s) Norma Suely de Almeida Araújo
123

6.
Plano: Plano Municipal de Saúde da Estância Turística de Embu
Ano 2001
Abrangência Rede de equipamentos de saúde do município de Embu
Principais aspectos Esse Plano parte de uma concepção multidimensional de saúde que exige
ações de educação e formação continuada articuladas com programas
integrados. Propõe a criação de uma estrutura de “acolhimento” do
paciente atendido por uma equipe multiprofissional assim que ele chega
na UBS ou Pronto Socorro. Propõe a implantação de vários programas
que devem funcionar de maneira integrada uns com os outros. Não há
um detalhamento dessa integração. Os programas propostos são:
• Programa pré-natal;
• Programa de puerperio;
• Programa de controle do câncer no colo do útero;
• Programa de controle de câncer de mama;
• Programa de promoção, proteção e incentivo ao aleitamento
materno;
• Programa de ação integral à saúde da criança e adolescente;
o Recém-nascido de risco;
o Criança e adolescente com morbidade/queixas agudas;
o Criança e adolescente portado de chiado no peito;
o Combate às principais carências nutricionais;
o Saúde escolar;
o Saúde do adolescente;
• Programa de controle da hipertensão arterial sistêmica;
• Programa de controle de diabete mellihus;
• Programa de saúde do idoso;
o Campanha de catarata;
o Campanha de prevenção de câncer na próstata;
o Conselho tutelar do idoso;
o Saúde bucal do idoso;
• Saúde mental;
o Implantação da CAPS;
o Implantação do Centro de Convivência;
o Programa de alcoolismo e drogadição;
o Programa de violência doméstica;
• Programa de saúde bucal para a população em geral;
• Ampliação do programa de saúde da família;
• Ampliação do programa de agentes comunitários de saúde;
• Assistência farmacêutica;
• Programa de terapias alternativas;
o Ginástica Lian Gong;
o Acupuntura;
o Plantas medicinais;
• Programa de controle da hanseníase;
• Programa de controle de tuberculose;
• Programa DST/AIDS;
o Serviço ambulatorial especiaizado para atenção às
124

DST/AIDS;
o Centro de testagem anônima – CTA – para HIV;
• Programa de suporte às vítimas de violência sexual;
• Programa de controle da dengue;
• Vigilância sanitária;
• Programa de controle de zoonoses.
Autor (s) Secretaria Municipal de Saúde de Embu

7.
Balanço Social: Relatório de Responsabilidade Social e Educação Ambiental
Ano 2000 e 2001
Abrangência Vice-presidência metropolitana de distribuição (28 municípios da Região
Metropolitana de São Paulo e 9 municípios da Região de Bragança
Paulista)
Principais aspectos As 17 Unidades de Negócio responsáveis pela operação dos serviços em
todo o Estado de São Paulo estão subordinadas a 4 Vice-Presidências. 5
dessas Unidades de Negócio são responsáveis pela Distribuição de Água
e Coleta de Esgotos no âmbito da Vice-Presidência Metropolitana de
Distribuição que é responsável pelo serviço em 37 municípios, 28
localizados na Região Metropolitana de São Paulo e 9 na Região de
Bragança Paulista. Embu inclui-se nesse conjunto de municípios.
Esse Relatório faz um balanço das atividades sociais desenvolvidas por
essa Vice-Presidência Metropolitana de Distribuição no segundo
semestre de 2000 e em 2001. Descreve, em linhas gerais, a implantação
de rede de água e esgoto em favelas, loteamentos clandestinos, ações de
educação sanitária e ambiental, trabalhos voluntários, campanhas,
palestras etc.
Há uma preocupação em dimensionar o público atingido nas diversas
atividades sem maiores considerações.
Autor (s) SABESP – Vice-Presidência Metropolitana de Distribuição – Programa
de Participação Comunitária

8.
Análise: Cartografia de Riscos Geológicos Associados a Escorregamentos no Município de
Embu – RMSP
Ano 1998
Abrangência Brasil, RMSP, Município de Embu, favela Jardim Silvia em
Embu
Principais aspectos Dissertação de mestrado apresentada à Escola Politécnica da
Universidade de São Paulo.
Essa dissertação focaliza uma questão de grande importância para todas
as cidades brasileiras, dado o seu padrão de urbanização em períodos
passados e no curso atual: o risco.
Na primeira parte, a partir de uma pesquisa bibliográfica especializada
no campo da geomorfologia e geotecnia, discute conceitualmente o risco
diferindo-o da noção de perigo e de processos perigosos. Uma
formulação norteadora de todo o trabalho define o risco como uma
ocorrência que prejudica a vida humana colocando em risco a sua
existência e as suas propriedades. O risco define-se como tal a partir das
125

suas conseqüências sobre a vida humana e condições materiais. A partir


dessa definição conceitual, discute metodologias para construção de
cartografias de riscos geotécnicos originados em processos geológicos.
O objetivo do trabalho é construir uma cartografia do risco em um lugar
urbano caracterizado pela ocupação precária do terreno. Para tanto utiliza
o município de Embu como estudo de caso, mais especificamente uma
de suas dezenas de favelas: o Jardim Silvia localizada junto ao centro da
cidade.Encontra, nesse estudo de caso, a preponderância de risco de
escorregamento de terras na classificação geral dos riscos no município.
O risco de escorregamento, discutido em detalhe nos capítulos anteriores
do trabalho a partir das suas diferentes causas e ocorrências, está
diretamente relacionado com a forma precária de urbanização do núcleo
e de boa parte da área urbanizada do município.
A ocupação de encostas de morros, morrotes e colinas com loteamentos
clandestinos e favelas faz com que esses riscos se concretizem em
tragédias principalmente nos meses de chuvas mais intensas (janeiro,
fevereiro e março). Nesse sentido, o trabalho defende a adoção da
cartografia discos geotécnicos como uma das premissas para o
planejamento urbano definindo diretrizes de uso e ocupação do solo
levando em conta características geomorfológicas, pluviais e urbanísticas
existentes nos locais. Dadas as características topográficas de Embu, essa
recomendação faz todo o sentido.
Autor (s) Célia Maria Garibaldi

9.
Diagnóstico: Programa SEBRAE de Desenvolvimento Local – Diagnóstico Municipal
Estância Turística de Embu – Região Administrativa de Taboão da Serra
Ano 2001
Abrangência Município de Embu
Principais aspectos
Autor (s) Equipe Técnica SEBRAE/SP – Divisão de Deenvolvimento Setorial,
Regional e de Associativismo – DSRA
Coordenação: Marília Weigert Ennes
Equipe Técnica Executora – FUNDUNESP – Fundação para o
Desenvolvimento da UNESP

10.
Plano: Rodoanel Metropolitano de São Paulo – Trecho Oeste – Relatório de Impacto
Ambiental
Ano 1997
Abrangência Área de influência do Rodoanel como um todo e do Trecho Oeste com
31,7 km de extensão entre a rodovia Régis Bittencourt e a Estrada Velha
de Campinas
Principais aspectos
Autor (s) Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo – FESPSP

11.
Plano: Plano Integrado de Transportes Urbanos – PITU 2020
Ano 1999
Abrangência Região Metropolitana de São Paulo
126

Principais aspectos
Autor (s) Secretaria de Estado dos Transportes Metropolitanos

12.
Inventário: Inventário do Potencial Ecoturístico – Estância Turística de Embu
Ano 1999
Abrangência Município de Embu
Principais aspectos
Autor (s) Consultoras Paula Arantes e Ana Graciano

13.
Análise: Desenvolvimento de Análises Espaciais para a Formulação e Implementação de
Políticas de Educação - Estância Turística de Embu – Atividade 1
Ano 2001
Abrangência Município de Embu
Principais aspectos Esse trabalho é o primeiro de uma série de análises que estão sendo
desenvolvidas para subsidiar a Secretaria Municipal de Educação de
Embu no planejamento do setor.
Utiliza dados censitários produzidos pelo IBGE para a década de 1990 na
construção de “indicadores de alerta” que servem para antecipar
tendências apontando locais “onde vão se dar demandas inesperadas e
emergenciais não previstas” orientando, com isso, ações e planos de
investimento.
O conjunto de dados escolhidos para a realização de análises procura
caracterizar os diferenciais sócio-territoriais entre diferentes partes da
cidade dividida em setores censitários. São dados sobre a escolaridade da
população, escolaridade do chefe de família, rendimentos do chefe de
família, condições domiciliares, densidade demográfica, dinâmica
populacional etc.
Há uma preocupação em apresentar todos esses indicadores a partir de
mapas coropléticos elaborados no Maptitude (sistema de informação
geográfica).
A análise conclui com um zoneamento do município de Embu em 4
zonas diferentes:
Zona 1 – Baixa densidade demográfica e Baixa escolaridade;
Zona 2 – Média/Alta densidade demográfica e Baixa escolaridade;
Zona 3 – Baixa densidade demográfica e Média/Alta escolaridade;
Zona 4 – Média/Alta densidade demográfica e Média/Alta escolaridade.
Esse zoneamento mostra claramente que o município apresenta
diferenciais entre as suas porções leste e oeste mas também apresenta
heterogeneidades entre pequenas porções do território.
Autor (s) Centro de Análise e Planejamento – CEBRAP
Centro de Estudos da Metrópole – CEM
Coordenador: Eduardo Cesar Marques

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