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VOLUME I
Presidente
Maurício Andrés Ribeiro
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FUNDAÇÃO ESTADUAL DO MEIO AMBIENTE
Equipe Técnica
Colaboradores
Revisão de Texto
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SUMÁRIO
1. APRESENTAÇÃO ......................................................................................................................................... 6
2. INTRODUÇÃO................................................................................................................................................. 7
3. OBJETIVOS ..................................................................................................................................................... 8
3.1 Objetivo Geral .................................................................................................................................................. 8
3.2 Objetivos Específicos ....................................................................................................................................... 8
4. METODOLOGIA ............................................................................................................................................. 9
4.1 Diagnóstico Ambiental ..................................................................................................................................... 9
4.2 Prognóstico Ambiental .................................................................................................................................. 10
4.3 Estabelecimento de Práticas de Manejo ....................................................................................................... 10
4.4 Estabelecimento de Gestão Colegiada .......................................................................................................... 11
5. HISTÓRICO .................................................................................................................................................... 12
13. FOTOS............................................................................................................................................................ 54
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
Figuras
FIG. I - Localização geopolítica ................................................................................................................. 15a
FIG. II - Localização regional ..................................................................................................................... 15b
FIG. III - Localização das unidades de conservação .................................................................................... 15c
FIG. IV - Localização da E.E.T. em relação à rede hidrográfica local ...................................................... 18a
FIG. V - Rede viária da Estação .................................................................................................................. 34a
Quadros
Espécies ameaçadas de extinção.......................................................................................................................... 27
Unidades ambientais ............................................................................................................................................ 35
Custo mensal atual para manutenção ................................................................................................................ 48
Custo mensal previsto para manutenção ........................................................................................................... 48
ANEXO
Minuta de Regimento da Estação Ecológica do Tripuí
Ficha de Visitantes
Formulário para Licenciamento de Pesquisa
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1. APRESENTAÇÃO
A evolução da prática da política ambiental indica a necessidade de reorientação das ações humanas
para com o meio ambiente. O planejamento estratégico para o desenvolvimento que direciona o
controle e a adequação das atividades humanas constitui uma linha de ação que deve prosseguir
integrada, assegurando condições ambientais satisfatórias. Dentro desta perspectiva estão inseridas
as Unidades de Conservação - UCs, como uma forma participativa de proteção de espaços naturais.
Contudo, esta proteção depende do estabelecimento de uma política preservacionista mais eficaz.
O reconhecimento e a valorização pública dos benefícios para a comunidade, advindos de uma UC,
não dependem só de sua criação, mas sim, da aplicação de um planejamento funcional de
abrangência regional. O instrumento deste planejamento é o Plano de Manejo, através do qual são
estabelecidas prioridades e orientações técnico-administrativas, capazes de compatibilizar o uso
orientado e a preservação dos ecossistemas significativos, contribuindo para a melhoria da
qualidade de vida daquela comunidade.
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2. INTRODUÇÃO
Instituída legalmente em 1978, com função primordial de proteção do habitat do Peripatus acacioi,
a Estação Ecológica do Tripuí ( E.E.T.) é a primeira Estação Ecológica e a vigésima segunda
unidade de conservação criada pelo Governo do Estado de Minas Gerais.
A área da Estação Ecológica do Tripuí reúne características peculiares representadas tanto pelas
fisionomias físicas e vegetais, quanto pela existência de espécies da fauna ameaçadas de extinção,
que concretizaram sua inserção na categoria de manejo Estação Ecológica, em conformidade com a
Lei Federal nº 6902 de 27.04.81. Esta Lei define que as Estações Ecológicas são áreas
representativas de ecossistemas brasileiros destinadas ao desenvolvimento de pesquisas básicas e
aplicadas de ecologia, à proteção do ambiente natural e à educação conservacionista. Dentro deste
contexto, a E.E.T. vem, desde sua criação, procurando atender de forma crescente suas funções
primordiais, direcionando-as, principalmente, para o entendimento das interrelações entre os
elementos dos seus ecossistemas.
Por estas razões, a E.E.T. foi priorizada pela FEAM como unidade piloto para o desenvolvimento
do Plano de Manejo, devendo constituir uma referência para o planejamento de UCs de uso indireto.
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3. OBJETIVOS
dotar a E.E.T. de infra-estrutura adequada para a execução dos serviços públicos inerentes às suas
funções;
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4. METODOLOGIA
A adoção do procedimento metodológico foi norteada pela preocupação em prever maior alcance
temporal nas ações propostas, frente ao aspecto dinâmico das transformações de abrangência
política, legal e ambiental que porventura possam ocorrer. Qualquer mudança estrutural e
operacional resultará num ajuste de variáveis, que conduzirá à revisão dos respectivos estudos. A
abordagem metodológica foi concebida para atender especificidades conceituais de uma Estação
Ecológica, compeendendo basicamente quatro etapas:
Devido à ausência de mapeamento pedológico detalhado em escala compatível com a utilizada neste
estudo, optou-se por fazer sua distribuição espacial com base nas analogias entre as informações
interrelacionadas de fatores pedológicos e litológicos contidas no projeto “Desenvolvimento
Ambiental de Ouro Preto - Microbacia do Ribeirão do Funil” . A adoção deste procedimento se deu
por não ser necessária a verificação dos limites de aptidão dos solos ou de sua capacidade de usos
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múltiplos, uma vez que a categoria de manejo -Estação Ecológica- estabelece fortes limitações à
utilização antrópica.
Outros mapas foram derivados de pesquisas específicas e de informações pessoais, tais como os
locais de ocorrência do Peripatus acacioi, áreas de ocorrência de incêndios e mapa fundiário.
A cobertura vegetal foi descrita fisionomicamente com base nas formas de vida, tendo como
subsídio os dados levantados pelo projeto Ecofisiologia da Candeia (CETEC, l994).
Os dados referentes à fauna foram obtidos através da análise e compilação dos trabalhos concluídos
e em andamento, sobre herpetofauna e ornitofauna, e de citações de alguns registros de mamíferos
obtidos ocasionalmente pelo administrador da E.E.T, conforme discriminado no ítem 7.4 -
Especificidades da Fauna.
Quanto aos indicadores sócio-econômicos, os dados foram gerados pela verificação em campo e
complementados pela formulação, aplicação e avaliação de questionários. Para a caracterização
antrópica da área consideraram-se os registros disponíveis no Museu da Inconfidência, Serviços de
Documentação da Rede Ferroviária Federal S.A. (RFFSA) e informações coletadas pelas entrevistas
com os residentes da Estação.
Esta etapa constou da análise integrada dos temas correlatos, permitindo a definição de unidades
ambientais com características físicas e bióticas mais semelhantes, e as subdivisões dessas unidades
em zonas de manejo, expressas em mapa síntese. Dentre os elementos bióticos, especialmente em
relação à fauna, foi considerado somente o mapa de ocorrência do Peripatus acacioi ,que mostra
uma distribuição dispersa na área destinada à preservação integral e que não condicionando a
delimitação de zona específica.
Para cada zona definida, estabeleceram-se diretrizes de manejo distribuídas em três grandes
programas: Manejo do Meio Ambiente, Operacionalização e Integração com a Comunidade.
Estes programas possuem diretrizes técnico-administrativas, acompanhadas de cronograma
executivo-financeiro, sendo prevista a adoção de medidas eficazes e exeqüíveis, a serem
implementadas a curto e médio prazo, em quatro etapas distintas:
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Ações Emergenciais;
Ações Permanentes;
Medidas Complementares;
Através da Resolução COPAM nº 011/94 foi preconizado um sistema de gestão para as Estações
Ecológicas Estaduais, visando envolver no gerenciamento desta categoria de manejo de UC a
participação de setores governamentais e não-governamentais locais/regionais.
Esta forma de gestão objetiva atender melhor as expectativas das comunidades direta e
indiretamente relacionadas às áreas. O Conselho Consultivo da E.E.T., instituído pela Resolução
COPAM no 004/94, compõe-se de representantes das seguintes instituições: Fundação Estadual do
Meio Ambiente - FEAM, Instituto Estadual de Florestas- IEF, Instituto do Patrimônio Histórico e
Artístico Nacional - IPHAN, Fundação Centro Tecnológico de Minas Gerais - CETEC; Prefeitura
Municipal de Ouro Preto - PMOP, Companhia Vale do Rio Doce - CVRD, Alumínio do Brasil S.A.
- ALCAN, Polícia Militar de Minas Gerais/Polícia Florestal - PMMG/PFlo, Universidade Federal
de Ouro Preto - UFOP e Hotel Estalagem das Minas Gerais do Serviço Social do Comércio - SESC.
Algumas atividades desenvolvidas a partir do ano de 1994 já contaram com o apoio desse Conselho
e de outras instituições, como a manutenção da rede viária pela PMOP, a implantação de três postos
de coleta seletiva de lixo com material padronizado da CVRD, o apoio técnico aos estudos de
definição do Plano de Manejo e o desenvolvimento da pesquisa de “Ecofisiologia da Candeia” pelo
CETEC, além da implantação da sala multimeios realizada pela Companhia Agrícola Florestal -
CAF.
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5. HISTÓRICO
A ocupação do sítio em que surgiu Vila Rica, hoje cidade de Ouro Preto, está intimamente ligado à
descoberta das minas de ouro no território, anteriormente denominado Cataguazes, e posteriormente
capitania das Minas Gerais. A cidade de Ouro Preto foi capital da Província e depois, do Estado de
Minas Gerais até l897, tendo sido declarada Cidade Monumento Nacional em l993. A UNESCO lhe
conferiu em 1981 o título de Patrimônio Cultural da Humanidade, e em l994, a região em que se
insere, recebeu também da UNESCO, a titulação de Reserva da Biosfera da Mata Atlântica.
É neste município que está inserida a E.E.T., cujo nome de origem Tupi significa “água de fundo
sujo”, já que as suas águas rolam sobre leito de pedras e areias negras. O episódio de retirada de
granitos de cor de aço do córrego do Tripuí, que na verdade correspondia a ouro de fino quilate, é o
mais remoto da fundação da primitiva capital. Nos anos de l695/96, foi descoberto o ouro em Tripuí
por Manuel Garcia -“O Velho”, em Itacolomi, por Belchior da Cunha, e no Ribeirão do Carmo por
Salvador Mendonça. (Enciclopédia Ilustrada de Pesquisa Conhecer 2000). Estes descobrimentos
tiveram seu avanço ao final do século XVII, segundo narração com base na tradução de testemunhas
vivas, do jesuíta João Antônio Andreoni, também conhecido pelo nome de Antonil, em sua visita a
Minas Gerais na primeira década do século XVIII. Os achados prosseguiram até a metade do séc.
XVIII, com a constante ampliação da zona mineradora. Em l727, a descoberta de jazidas de
diamantes veio tornar ainda mais movimentada a região das Minas Gerais, centralizada na região de
Vila Rica (IBGE Enciclopédia dos Municípios Brasileiros).
Surgiram os arraiais auríferos (Ouro Preto, Antônio Dias e Caquende) que formaram um núcleo de
ocupação elevado à categoria de Vila Rica de Albuquerque, em 1711, e posteriormente Vila Rica,
em 1712. A produção constante de suas minas, o crescimento populacional e o desenvolvimento
cultural emanciparam Vila Rica à categoria de cidade de Ouro Preto, em 1823 e a município em
l911. Datam também do início do século XIX, as descobertas do cinábrio de Tripuí, mineral de
pouca ocorrência no Brasil, restrita ao Estado de Minas Gerais, localizado nas regiões de Dom
Bosco e Três Cruzes, esta última nas imediações da E.E.T. (SOBREIRA, F.G. et al., 1987 . Do
cinábrio é extraído o mercúrio utilizado nas indústrias elétrica e farmacêutica, na construção de
aparelhos científicos e eletrodos para obtenção de cloro e soda, na indústria química como
catalisador e na mineração para a extração de ouro e prata . O esgotamento dessas reservas de
cinábrio foi muito rápido e desconhecem-se outras reservas economicamente exploráveis no Brasil
(ABREU, S.F., l993).
Do sistema viário do período Colonial destacam-se como principais, os “Caminho Velho” 1688, e
“Caminho Novo” / Estrada Real 1700. Outros trechos remanescentes, datados de 1782 e 1776,
(trecho nas imediações da E.E.T.) eram variantes da Estrada Real, caminho oficial utilizado pela
Corte para deslocamento das grandes metrópoles à região das minas (CARVALHO, Daniel 1969).
Em 01.05.l891, foi instalado o ramal ferroviário ligando a capital da província - Ouro Preto à então
capital do Império- Rio de Janeiro. Mais tarde, foi preciso ampliar o ramal ferroviário, ligando a
capital à Zona da Mata, através do prolongamento da linha de Ouro Preto a Ponte Nova. O ramal de
Ponte Nova tem início na Estação Burnier, seguindo-se as estações de Rodrigo Silva, Tripuí e Ouro
Preto. A linha férrea corta todo o vale do Tripuí no sentido norte-sul e o Córrego do Tripuí através
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de um pontilhão com cerca de 10 metros, na porção leste da Estação, próximo à atual vila dos
moradores.
Dentre as edificações administrativas da RFFSA, existentes na E.E.T., a antiga estação foi demolida
no final de 1984 e o produto da demolição foi utilizado para a montagem de uma réplica, de menor
tamanho, integrante do acervo do Núcleo Histórico da Superintentência Regional de Campos,
inaugurado em 27.03.85. Existem no interior da E.E.T. três edificações da RFFSA originárias do
final do século XIX (Foto 1).
Embora sem identificação de registros oficiais, há informação de ter sido inaugurado em l89l no
Vale do Tripuí, ao longo da Estrada de Ferro Central do Brasil - EFCB, o Prado Ouropretano, com
uma pista de aproximadamente 1000 metros para corrida de cavalos .Os terrenos pertenciam a
diversas companhias, tais como a Cia Ferro Brasileiro, Usina Queiroz Junior e a proprietários
particulares, das famílias Domingos Fleury Rocha e Perét, que cultivavam a terra plantando chá,
pomares e hortas, possuindo também uma fábrica de chá.
A área atualmente abrangida pela E.E.T. é composta, em parte, de terrenos originários da Secretaria
de Estado da Agricultura, onde foi instalada em l949 uma “Sub-Estação Experimental de
Fruticultura”, com cerca de 132,0 ha. Esta área foi adquirida pelo Estado através do Decreto
Desapropriatório n° 2.574 de 16.01.48, tendo sido outra parte doada pela Usina Queiroz Júnior S/A
em 05.l2.l949. Neste período, foram construídas 15 moradias para funcionários e dois galpões
utilizados para escritório e viveiro de mudas. Existiam, ainda, no local uma igreja e casas de antigos
proprietários. Provavelmente no ano de l981/82, acrescentou-se à essas edificações, a Escola
Singular do Tripuí.
Embora a Sub-Estação de Fruticultura tenha sido doada à Prefeitura Municipal de Ouro Preto em
21.04.69, por escritura pública, para fins de construção da Cidade Industrial, manteve-se em
funcionamento até 1972. Em l973 foi desativada e entregue à Prefeitura Municipal de Ouro Preto,
encarregada de sua manutenção, ficando sob sua responsabilidade até 1977.
Não tendo sido implantado o pólo industrial, a comunidade científica nacional e internacional e a
população ouropretana se mobilizaram reivindicando a preservação da área, devido à existência do
Peripatus acacioi, descoberto em l954, pelo Dr. Acácio Costa Junior, responsável pelo setor de
entomologia da então Sub-estação Experimental de Fruticultura da Secretaria da Agricultura. O
COPAM, através da deliberação N0 03/78, submeteu à apreciação do governador Aureliano Chaves,
a criação da Estação Biológica do Tripuí, oficializada através do Decreto no l9 l57 de 24/04/1978,
em área de 392,0 ha. Nesta mesma data, através do Decreto n° 19.159, foram declarados de
utilidade pública para fins de desapropriação os terrenos necessários à implantação da unidade.
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Além de terrenos pertencentes à antiga subestação experimental de fruticultura, o Decreto abrangia
propriedades particulares pertencentes à CSN, ALCAN, Geralda Neves Fortes, Turabril e outros.
No ano de l984 foram iniciados contatos com a ALCAN e Cia Siderúrgica Nacional - CSN, para
doação de seus terrenos abrangidos pela Estação. Posteriormente, foi firmado instrumento particular
de comodato entre o Governo do Estado e a ALCAN, referente a 33,2 ha e com a CSN referente à
30,6 ha. Esta última área posteriormente, foi adquirida pelo SESC que manteve o comodato.
A área de propriedade da família de Geralda Neves Fortes contígua a E.E.T., equivalente a 52,54 ha,
foi passível de várias alterações. O Decreto n° 26.599 de 09.03.87 declarou esta área de utilidade
pública, e foi revogado em 13.01.88 pelo Decreto n° 27.810. Posteriormente, em 12.02.88 foi
declarada como Área de Preservação Permanente pelo Decreto n° 27.848. Em 05.07.94, após
aprovação do COPAM, 46,46 ha foram novamente declarados de utilidade pública para fins de
desapropriação, através do Decreto n° 35.694, tendo sido desmembrado, portanto, área de 6,08 ha
da antiga área da E.E.T..
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6. CARACTERIZAÇÃO GEOGRÁFICA REGIONAL
A Estação Ecológica do Tripuí localiza-se no município de Ouro Preto, situado a SE da zona mais
industrializada e densamente povoada do Estado de Minas Gerais, denominada Zona Metalúrgica,
(FIG-l). As principais vias de acesso à sede do município e à E.E.T. são a BR-040 e BR-356, a partir
de Belo Horizonte e a linha férrea da RFFSA que liga Ouro Preto às cidades de Ponte Nova e
Viçosa a sudeste, Barbacena a sudoeste e Divinópolis a noroeste, (FIG-2).
As próprias limitações ao uso impostas pelo relevo regional favoreceram a preservação de diferentes
e importantes ecossistemas, como campos rupestres, florestas mesófilas em diversos estágios de
regeneração e os cerrados. Como forma de assegurar a proteção destes ecossistemas, localizados no
Quadrilátero Ferrífero, área de grande interesse minerário do Estado, foram criadas nesta porção
regional mais quatro Unidades de Conservação. Estas unidades apresentam dimensões variadas, tais
como: APA SUL RMBH, criada em l994, com l63 000 ha; APA Cachoeira das Andorinhas, criada
em l989, com l8 700 ha; Parque Estadual do Itacolomi, criado em l967, com 7 000 ha e o Parque
Municipal Cachoeira das Andorinhas, criado em l962, com limites definidos em um raio de um
quilômetro a partir da pedra do Jacaré, (FIG-3).
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7. CARACTERIZAÇÃO AMBIENTAL DA UNIDADE DE CONSERVAÇÃO
Toda a área constitui uma unidade onde as formas de relevo refletem o controle lito-estrutural. Os
topos elevados que circundam grande parte da área da Estação, com níveis altimétricos variando
entre l280 a l450 metros, são sustentados, ao norte e nordeste, por rochas xistosas da Formação
Sabará e ao sul e sudeste por filitos grafitosos da Formação Barreiro. Os solos são litólicos de
natureza álica de textura areno-siltosa. As vertentes apresentam declives acentuados, com
desnivelamento topográfico variando em torno de 100 metros. Foram esculpidas em rochas da
Formação Cercadinho (quartzito ferruginosos com intercalações de filitos prateados). Nas altas
vertentes desses divisores, ocorrem solos também litólicos, mantendo as mesmas características dos
solos do topo, nos médios trechos das vertentes os litossolos apresentam-se associados aos
cambissolos álicos e no sopé das vertentes ocorrem somente os cambissolos com caráter
predominantemente álico por se originarem de litologias pobres. As encostas dos setores norte e
nordeste apresentam um perfil longitudinal convexo, com um manto de regolito regular e contínuo,
recoberto pela mata mesófila responsável por seu equilíbrio. Os movimentos de massa são lentos e
representados pelo rastejamento do solo, mantendo-se a homogeneidade da vertente. As encostas
dos divisores do setores sul e sudeste, embora tenham sido elaboradas sobre este mesmo tipo
litológico, possuem fortes irregularidades evidenciadas pela maior alternância de quartzitos e filitos.
Possuem um perfil longitudinal mais retilíneo nos interflúvios e côncavo nas bacias de primeira
ordem, em forma de amplos anfiteatros de erosão. Estes anfiteatros resultam de cicatrizes de
pequenos e múltiplos deslizamentos, que denotam a instabilidade da encosta. Constituem-se em
movimentos coletivos de solo, generalizados em toda sua extensão.
No período chuvoso, a retenção hídrica nas formações superficiais cria condições de pressões
neutras com o encharcamento pré-existente. Nestas áreas foram observados alguns pontos de
retomada do processo erosivo, podendo estar associada à descompressão basal. Na mesma encosta,
o declive suavizado e a presença de vegetação mais densa constituída também pela mata mesófila
fazem que o processo erosivo se estabilize e que o fluxo de água se torne constante. Estes
movimentos de massa podem estar associados a uma dinâmica natural da encosta ou às atividades
extrativistas de bens minerais no passado.
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permanentemente com saturação hídrica, com forte deficiência de oxigênio e baixos níveis de
fertilidade, sustentando uma cobertura vegetal típica de áreas úmidas.
A sub-bacia de drenagem é formada pelo córrego Botafogo, no limite oeste da Estação. Este córrego
recebe em sua margem esquerda o córrego do Tripuí. A partir deste ponto, o principal canal de
drenagem continua seu curso com o nome de córrego do Tripuí, que delineia um trajeto sinuoso e de
corrente rápida. De maneira geral, a área a jusante da sub-bacia apresenta-se bem drenada pelo
córrego do Tripuí e por seus afluentes. Os afluentes da margem esquerda formam canais de
drenagem perenes escavando seus leitos numa dinâmica fluvial natural, favorecida pela presença de
uma densa mata mesófila. O encaixamento da drenagem muitas vezes é condicionado pelo fator
estrutural, constituindo-se em drenagens subsequentes de traçado retilíneo e padrão geral paralelo. O
equilíbrio desta encosta foi alterado pela presença de desbarrancamentos laterais à rodovia dos
Inconfidentes e ao Anel de Contorno Ouro Preto-Mariana. Nestes pontos foram realizadas obras de
contenção de taludes, com exceção somente de um trecho. Os sedimentos carreados do processo
erosivo podem comprometer o principal sistema de drenagem da E.E.T. e provocar o assoreamento
do córrego do Tripuí. Os afluentes da margem direita não possuem as mesmas características e, em
sua maioria, formam canais de drenagens, intermitentes, em meio a uma vegetação campestre, não
se observando, nas cabeceiras, mata de galeria.
A qualidade das águas do Córrego do Tripuí foi examinada com base em suas características físicas,
químicas e biológicas, em maio de l978, pelo CETEC, como subsídio à Proposta de Enquadramento
Para o Córrego do Tripuí. Os resultados desta análise desmonstraram que a presença de
Streptococcus faecalis, verificada a montante do lançamento de esgotos, poderia advir da
contaminação por dejetos animais, uma vez que a contaminação por esgotos domésticos era
pequena, por estarem as residências a mais de 50,0 m das margens do Tripuí. A atividade agrícola
também parece não interferir na qualidade das águas do córrego do Tripuí, face à concentração de
nitratos se mostrar em limites inferiores aos permitidos em água potável. A segunda análise
físico-química e bacteriológica das águas do córrego do Tripuí foi elaborada pelo projeto
“Desenvolvimento Ambiental de Ouro Preto-Microbacia do Ribeirão do Funil”. Esta análise teve
por objetivo caracterizar a qualidade das águas no período seco (julho/agosto/l993). Foram
determinados valores de TDS de 68,8, pH de 6,5 e alto conteúdo de CO2, indicando que o córrego
do Tripuí está sendo alimentado por águas de fraturas mais profundas, procedentes dos quartzitos e
filitos que caracterizam as cabeceiras de sua bacia de drenagem. A ALCAN mantém cinco pontos
de monitoramento da qualidade das águas na bacia do ribeirão do Funil, estando um deles situado
no córrego do Tripuí, em área da E.E.T. O monitoramento inclui, entre outros parâmetros, sólidos
em suspensão, sólidos sedimentáveis, alcalinidade, oxigênio dissolvido e coliformes fecais. Os
dados destas análises mostram que as águas do córrego do Tripuí contém impurezas naturais como
sedimentos, restos de vegetação e dejetos de animais silvestres, que contribuem para o aumento do
nível de contaminação. A maior contaminação direta deve-se ao lançamento do esgoto sanitário das
residências sem tratamento no córrego do Tripuí, não chegando, contudo, a alcançar índices
alarmantes.
O enquadramento proposto para o ribeirão do Funil, no trecho da E.E.T. como Classe Especial foi
condicionado à implantação de um sistema de esgotamento sanitário na Estação, controle dos
efluentes das instalações do Estalagem das Minas Gerais - SESC e controle de erosão.
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A Estação Ecológica do Tripuí está inserida em uma região de domínio climático do tipo
Subtropical Moderado Úmido, segundo Golfari (l975) e do tipo CWb, segundo a classificação de
Köppen. Este clima, com precipitações abundantes no verão, cujas médias variam de l450 a l800
mm, aliado ao fator estrutural e litológico, foi o responsável pela conformação do relevo regional e
local, caracterizado pelo alto grau de encaixamento da drenagem. As temperaturas são frias com a
média anual variando de l7° a l8,5° C, chegando a atingir nos meses mais frios, l3,5° C.
Observações locais já registraram índices de temperaturas inferiores a 0° C, com ocorrência de
geadas.
Devido à forma de vale encaixado, formado pelo Córrego do Tripuí, circunscrito em altos divisores
de água, parcialmente recoberto pela mata mesófila que favorece a manutenção da umidade local,
estabeleceu-se um microclima, cujos elementos ainda não foram sistematicamente mensurados.
Comparada com as áreas circunvizinhas, a área da Estação apresenta maior amplitude térmica
diária. Durante o dia, as temperaturas são mais elevadas e durante à noite são mais frias. Estas
peculiaridades climáticas da E.E.T. sugerem o desenvolvimento de pesquisas voltadas não só para a
caracterização do microclima local, mas também para o estabelecimento de suas interrelações com
outros fatores ambientais.
A forma de organização do espaço físico-territorial reflete que a ação antrópica sobre o meio natural
da E.E.T. não foi significativa. A análise da configuração espacial da área permite observar que a
linha férrea que corta longitudinalmente toda a área da Estação, acompanhando linearmente o
Córrego do Tripuí, constitui um elemento de destaque no processo de intervenção antrópica da
área.
O levantamento do uso do solo foi um elemento fundamental para o entendimento dos reflexos
ambientais da pressão antrópica e para o estabelecimento de diretrizes que orientarão as ações
preventivas e corretivas. O uso e ocupação do solo na Estação ocorre de maneira incipiente nas
partes rebaixadas que se estendem ao longo da Ferrovia e da estrada de acesso à mesma. O pequeno
núcleo habitacional, aí existente, se distribui de maneira concentrada a SW da área e de forma
dispersa a NW. Junto às residências encontram-se cultivos de milho, feijão, hortaliças e criação de
alguns animais domésticos. Apesar de constituírem uma forma de utilização não- compatível com
os objetivos de uma Estação Ecológica, não são fatores significativos para a descaracterização
ambiental em maior escala.
A cobertura vegetal natural apresenta-se diversificada, sendo formada por campos limpo e sujo de
cerrado, constituindo, em alguns locais, áreas antropizadas. A Mata Mesófila ocorre nos altos
divisores do setor sul, média e baixas vertentes destes divisores e nas vertentes dos setores norte e
nordeste, com presença de “candeial” como enclave, em diferentes graus de desenvolvimento. No
setor sudeste, a cobertura vegetal encontra-se alterada, representada localmente por sucessões
secundárias. A planície do Córrego do Tripuí apresenta-se coberta por campos higrófilos, brejos
permanentes e áreas sucessionais, alternadas com antigas áreas de fruticultura.
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A área da E.E.T. envolve parcialmente a microbacia do Córrego Tripuí, que em conjunto com as
microbacias dos córregos Marzagão e Botafogo, integram uma unidade sistêmica maior, a bacia de
drenagem (FIG 4). Dentro desta grande unidade sistêmica ocorrem fluxos de energia e matéria
causados pela interdependência de seus elementos naturais. Por esta razão, avaliou-se não só a área
objeto deste estudo, mas as características e impactos ambientais de toda a bacia de drenagem,
conforme demonstrado no mapa Área de Influência Direta da Estação Ecológica do Tripuí.
Considera-se que qualquer modificação nesta bacia de drenagem terá influência direta sobre todos
os elementos naturais da Estação, através de reflexão sucessiva. Por esta razão é que se propõe o
desenvolvimento de pesquisas, tanto no campo da botânica quanto da zoologia, principalmente, no
que se refere aos levantamentos de ocorrência do Peripatus acacioi, cuja preservação é o objetivo
primordial da E.E.T..
Em toda área de influência direta observam-se grandes manchas remanescentes da vegetação nativa,
definida como floresta mesófila em estágios diferenciados de regeneração, associada à vegetação de
campo antropizado (Foto 2). A ocupação e utilização dos solos, ainda restrita, não provocaram
impactos negativos que poderiam ser refletidos a jusante. Entretanto, a continuidade da ocorrência
de processos múltiplos de deslizamentos, representados por grandes cicatrizes ao longo da vertente
contígua à área da E.E.T., denota a fragilidade de todo prolongamento da encosta, ressaltada,
principalmente, pela instalação de processos acelerados de erosão, através de voçorocamentos em
canais de drenagens de primeira ordem.
A região fitogeográfica onde se insere a E.E.T. é definida diferentemente por cada autor consultado
na literatura especializada, como por exemplo, os trabalhos de Martius (l896), Barbosa Rodrigues
(l903), Sampaio (l934), Azevedo (l950), Aubréville (l959, l961), Veloso (l962, l966,1991), Rizzini
(l963, l979), Andrade-Lima (l966), Hueck (l972), Romariz (l974), Ab‟ Saber (l977), Ferri (l980),
Veloso & Góes- -Filho (l982), Takhtajan (l986), Schnell (l987), Fernandes & Bezerra (l990),
Veloso (l99l) e IBGE (l992). Sem dúvida são vários os fatores que contribuem para existência de
opiniões tão divergentes: a tentativa de adaptar, inicialmente, sistemas fitogeográficos de outros
continentes para a América do Sul e para o Brasil, onde a vegetação é muito mais complexa e possui
maior variação em termos fisionômicos; os escassos conhecimentos sobre a florística e estrutura das
nossas formações, bem como dos fatores condicionantes da sua distribuição; a escala dos
mapeamentos; a não-utilização nos mapas existentes, dos dados disponíveis dos levantamentos
florísticos realizados nas últimas décadas; os diferentes critérios e definições utilizados segundo à
área de formação dos autores; a ausência de uma discussão mais abrangente e interdisciplinar, para
uniformização de métodos de levantamento e a falta de padronização das definições utilizadas nos
trabalhos fitogeográficos.
Com base nos dados obtidos pela equipe de Ecologia Vegetal do Setor de Recursos da Terra
(CETEC) e na análise dos textos supra-citados, pode-se afirmar que a E.E.T. situa-se na área de
transição entre os “Domínios da Floresta Atlântica e dos Cerrados”. Domínio (Ab‟ Saber, l977,
sensu stricto) ou Província Geográfica (Fernandes & Bezerra, l990, sensu stricto ) pode ser definido
como uma “área geográfíca comum das formações dominantes regionais que se associam entre si e
19
na qual a evolução progressiva da vegetação conduz à uma mesma comunidade final -clímax. Nesta
área de transição ocorrem as fisionomias típicas dos dois “Domínios” (Rizzini, l979; Fernandes &
Bezerra, l990), além de áreas de contato entre as diversas fisionomias, enclaves vegetacionais e
fisionomias peculiares à região como o “candeial”, as áreas úmidas (principalmente brejos
permanentes e estacionais) e os campos ruprestres.
Na circunscrição da E.E.T. ocorrem florestas mesófilas, campo limpo e campo sujo de cerrado,
brejos permanentes, áreas de transição entre os tipos citados, áreas com sucessões secundárias
(naturais e antrópicas ) e áreas cultivadas. Estas fisionomias são descritas a seguir:
Florestas Mesófilas
Cerrados
No campo sujo de cerrado, onde já ocorrem em maior porcentagem arbustos e árvores de pequeno
porte foram identificadas Jacaranda caroba (jacarandazinho), Ilex theezans, Didymopanax
macrocarpum, Erythroxylum suberosum, Baccharis platypoda, Eremanthus incanus (candeião),
Vanillosmopsis erythropappa (candeia), Stenocline sp. (marcela), Melinis minutiflora
20
(capim-gordura), Diplusodon cf. quintuplinervis, Ciperáceas (Fimbristylis, Rynchospora) e
Gramíneas (Paspalum, Panicum, Digitaria, Erianthus).
São consideradas áreas úmidas “as áreas de pântano, brejo, turfeira ou com água, naturais ou
artificiais, permanentes ou temporárias, com água corrente ou parada, doce, salobra ou salgada,
incluindo áreas marinhas, cuja profundidade na maré baixa não exceda seis
metros”(IUCN/WWF/IBDF, 1988). A E.E.T. possui uma lagoa artificial próxima à sede (Foto 3),
vários córregos nas depressões e a uma certa distância dos cursos d‟água, brejos permanentes com
solo higromórfico, cujo nível de inundação diminui no auge da estação seca. Algumas dessas áreas
se encontram em adiantado estágio sucessional, onde as espécies terrestres já ocupam papel
significativo na sua fisionomia. Hedychium coronarium (lírio-do-brejo), Sauvagesia erecta,
Commelina erecta (trapoeiraba), Begonia cf. hispida (begônia), Tripogandra sp., Drosera sp.,
Juncus spp., Anemia sp., Gleichenia pruinosa (samambaia), Blechnum serrulatum, Centella biflora,
Xyris sp. (botão-de-ouro), Syphocamphylus sp., Ludwigia sp. são algumas das espécies identificadas
nestas áreas.
Muitas das áreas próximas aos cursos d‟água perenes apresentam florestas, que precisam ser melhor
estudadas, para que se possa definir de forma mais clara a que tipo pertencem, pois estão muito
próximas ,fisionomicamente, das florestas mesófilas, dos candeiais e até mesmo das sucessões
secundárias (Foto 4).
O “Candeial”se insere nas sucessões secundárias como uma formação pioneira de Vanillosmopsis
erythropappa que se desenvolve após a perturbação da floresta mesófila, cujo número de indivíduos
diminui gradativamente à medida que a floresta atinge estágios mais avançados de desenvolvimento
na sua estrutura e florística. Quando os elementos da floresta mesófila ultrapassam em altura os da
“candeia”, competindo por luz e nutrientes, causando um sombreamento cada vez maior sobre esta
espécie, observa-se a diminuição do número de indivíduos e até seu desaparecimento total no
interior da floresta.
21
O Projeto “Ecofisiologia da Candeia”, iniciado em outubro/93, na E.E.T., tem como objetivos o
estudo da biologia e ecofisiologia desta espécie, através da caracterização das suas fenofases, do
processo reprodutivo e do crescimento em ambiente natural e em laboratório, visando o seu manejo
e utilização em projetos de recuperação de áreas degradadas, de formação de cinturões verdes, de
paisagismo e de produção de biomassa.
Este projeto vem sendo desenvolvido pela equipe de Ecologia Vegetal do Setor de Recursos da
Terra do CETEC, com financiamento do Fundo Nacional de Meio Ambiente - FNMA e da
Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais - FAPEMIG, contando, ainda com o
apoio logístico da Fundação Estadual do Meio Ambiente - FEAM.
Para o seu desenvolvimento, foram demarcadas parcelas de 10,0 x 30,0 m em seis áreas de
amostragem, onde todas as árvores de “candeia” com CAP ou = a 5,0cm foram amostradas,
anotando-se suas medidas da copa, altura e plotada a distribuição espacial. Selecionaram-se, por
sorteio, 10 matrizes em cada parcela para o acompanhamento fenológico e coleta das sementes.
Observou-se, em 1993 e 1994, que o período de floração da candeia inicia-se no mês de abril, com a
formação dos botões florais, sendo que a abertura das flores se dá em junho, alcançando o máximo
em julho/agosto. Ocorre,a seguir, a frutificação, cujo pico máximo foi atingido em setembro,
quando também se inicia a dispersão das sementes.
Em outubro/92, retiraram-se porções do solo das áreas denominadas Trevo e Adão, transferindo-as
para locais de maior luminosidade na E.E.T. para análise e monitoramento do recrutamento dos
indivíduos de cadeia, a partir do banco de sementes do solo. As primeiras plântulas emergiram no
mês de dezembro/92 e seu crescimento vem sendo acompanhado. Para completar este estudo vêm
sendo retiradas, trimestralmente, a partir de outubro/94 porções de solo do interior das parcelas
(Adão, Trevo e Pomar) e transferidas para casa de vegetação, no “Campus” do CETEC, em
condições de luz total e sombreamento.
Pode-se observar, até o momento, que no conjunto de solos mantidos com condição de
sombreamento, não houve recrutamento de plântulas de candeia, confirmando a hipótese que sua
germinação e estabelecimento estão condicionados à presença de luz. Estes resultados podem
indicar que os candeiais devam ser manejados, de forma a criar em seu interior clareiras, para que
haja a renovação dos indivíduos, a partir do banco de sementes do solo. No interior das área
supracitadas foram introduzidos também, em outubro/94, coletores de chuva de sementes, a fim de
se avaliar se há ou não queda de sementes no interior das parcelas, fator primordial para o
recrutamento das plântulas. Os resultados estão sendo processados pela equipe, devendo constar do
relatório final do projeto. Os testes de germinação das sementes, em laboratório, mostraram que a
candeia possui uma baixa taxa de germinação (+ou- 20%). Estão também sendo realizados
experimentos que visam testar a viabilidade das sementes e a influência da luz e temperatura no
processo germinativo.
Para caracterizar a vegetação nas seis áreas de amostragem previamente demarcadas, vem sendo
realizado o levantamento florístico e feita a obtenção de dados quantitativos através do “método de
parcelas”para análise de estrutura. O inventário está sendo complementado com coletas fora das
áreas, em trilhas e caminhos. Até o presente, foram identificadas 90 famílias, 200 gêneros e 303
espécies na E.E.T. Espera-se que até o final do Projeto, previsto para fevereiro de 1996, esta
22
listagem seja ampliada, com a conclusão dos estudos taxonômicos e retorno do material em estudo
pelos especialistas.
Em relação ao inventário florístico e à distribuição espacial das espécies mais importantes na área
da E.E.T., ainda não foi possível a elaboração de uma listagem definitiva, devido ao fato de os
materiais coletados estarem sendo, ainda estudados (determinados) pelos taxonomistas envolvidos
no projeto e por especialistas. A lista contendo os táxons identificados como resultado do
levantamento florístico e a análise da estrutura comporão o relatório final do projeto “Ecofisiologia
da Candeia”.
Áreas Cultivadas
Na área do Pomar, antigamente utilizada para o cultivo de espécies frutíferas, pode-se observar
atualmente uma sucessão secundária, na qual as espécies nativas estão ocupando gradativamente o
lugar das espécies cultivadas, com uma clara tendência de recuperação da floresta. Encontram-se
ainda áreas com cultivos de subsistência (hortifrutigranjeiros) próximas às residências dos
moradores da Estação.
Fauna de Invertebrados
Classe: Onychophora
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O grupo dos Onychophora ao qual pertence o gênero Peripatus, possui hoje cerca de 70 espécies
espalhadas em áreas tropicais e temperadas do hemisfério sul. Segundo vários autores, estas
espécies podem ser os ancestrais mais prováveis dos Artrópodes Unirremes (Apêndices não
ramificados) como o piolho-de-cobra, centopéias e insetos, que teriam tido uma origem comum,
porém, separada dos demais Antrópodos. Os onicóforos têm sido descritos como o “Elo Perdido”
entre os anelídeos e os artrópodos devido a muitas semelhanças com ambos os grupos (Barnes,
1990). Descobertos por Guilding em 1825, os onicóforos estão restritamente distribuídos em regiões
tropicais (Índias, Himalaia, Congo e América do Sul) ou regiões temperadas do Hemisfério Sul
(Austrália, Nova Zelândia, África do Sul, Andes) não sendo nenhuma espécie encontrada ao norte
do Trópico de Câncer.
A Estação Ecológica do Tripuí, localidade tipo do Peripatus acacioi, foi criada com o principal
objetivo de preservar a espécie em seu habitat. A espécie foi assim denominada em homenagem ao
seu descobridor, Dr. Acácio Costa Júnior, quando de sua descrição pelos pesquisadores Eveline
Marcus e Ernesto Marcus da Faculdade de Filosofia do Estado de São Paulo, no ano seguinte da sua
descoberta, em 1955.
O P. acacioi é uma espécie terrícola, que habita as cavidades do solo onde predomina uma umidade
à saturação, com claridade muito fraca ou nula e uma temperatura constante inferior à 200C. São
encontrados aprofundidade de aproximadamente 40 cm em locais úmidos, próximos as cabeceiras e
ao longo dos cursos d‟água, sob uma cobertura vegetal que propicia um sombreamento adequado.
Durante a estação seca, os onicóforos procuram as parte mais úmidas e profundas do solo se
agrupando em galerias. Com o retorno das chuvas, eles voltam para próximo da superfície do solo e
se dispersam. Entretanto, esta espécie é extremamente dependente de seu habitat, não sendo capaz
de empreender grandes migrações.Os representantes mais típicos da fauna associados ao P. acacioi
são planárias terrestres, várias espécies de opiliões (Gonyleptidae) e uma espécie de
barata.(Lavallard et. al., 1975).
No que se refere aos insetos, a área apresenta um importante campo de pesquisa a ser explorado,
uma vez que, como já mencionado, nenhum trabalho sistemático de levantamento foi realizado até o
momento.Torna-se de grande interesse a identificação destes animais e o estudo de suas possíveis
relações ecológicas com o P. acacioi
Fauna de Vertebrados
Ictiofauna
Assim como para a entomofauna, não existe ainda caracterização das espécies de peixes da
microbacia. Conforme observações pessoais, podem-se constatar na lagoa artificial e no Córrego do
Tripuí na E.E.T., algumas espécies vulgarmente chamadas de sarapó, cambéba, cará e lambarí.Tais
exemplares serão coletados e encaminhados a especialistas, para identificação das espécies e
elaboração de um estudo completo definindo as nativas e exóticas, bem como propor medidas
compatíveis ao monitoramento e manejo da Ictiofauna local, principalmente na área da lagoa
artificial.
Herpetofauna
O estudo da herpetofauna da E.E.T. foi iniciado com o levantamento bibliográfico dos trabalhos
realizados na região e área de entorno, nos municípios de Ouro Preto e Mariana. Entretanto, as
bibliografias encontradas para Ouro Preto e Mariana (Miranda & Ribeiro, 1927); (Heyer &
Maxon,1993) e (Cocroft & Heyer,1988) contém dados incipientes, contrastando com o longo tempo
de ocupação da área. Excetua-se um único trabalho ainda não publicado, realizado por Feio em
1992 na área da Samitri Mineração, próxima a cidade de Mariana, onde foram registradas um total
de 30 espécies de anfíbios. Tornam-se necessários estudos mais completos dada a importância do
grupo como bioindicadores, a fim de associar as espécies existentes e sua distribuição na área.
A pesquisa da herpetofauna que vem sendo realizada na E.E.T., pelo administrador da unidade, já
teve duas etapas desenvolvidas. A primeira, no período compreendido entre maio/93 e junho/94,
baseou-se na análise dos dados obtidos através de coletas aleatórias em oito pontos
pré-estabelecidos. Foram registradas 19 espécies de anfíbios, sendo 2 da Família Bufonidae, 10 da
Família Hylidae e 7 da Família Leptodactylidae. Da classe Reptilia registraram-se 22 espécies,
25
pertencentes a 8 Famílias, sendo: 2 Teiidae, 1 Iguanidae, 1 Anguidae, 1 Amphisbaenidae, 13
Colubridae, 1 Elapidae, 1 Leptotyphlopidae e 2 Viperidae. Na segunda etapa, realizada no período
de novembro/94 a março/95, utilizou-se coleta com armadilhas do tipo “Pitfall”. Foram montados
19 pontos de captura durante o período chuvoso, em ambientes heterogêneos, resultando no registro
de mais 5 espécies de anfíbios Bufo rufus (Bufonidae), e 4 Leptodactylidae: Cycloramphus
eleutherodactylus, Adenomera sp, Eleutherodactylus sp. e Eleutherodactylus binotatus, além de
mais 2 répteis da família Iguanidae: Enyalius bilineatus e Urostrophus valtieri.
Avifauna
No levantamento faunístico realizado por Carnevalli et al.,1988, foram feitos 297 registros de aves
pertencentes a 92 espécies distribuídas em 30 famílias e 13 ordens, sendo 21 de não- passeriformes
e 71 passariformes. Atualmente, membros do Clube de Observadores de Aves de Minas Gerais
desenvolvem um levantamento mais sistematizado com duração prevista de um ano, tendo sido
registradas até o momento 142 (cento e quarenta e duas) espécies na área, incluindo duas espécies
ameaçadas de extinção: o pavó ou pavãozinho-do-mato (Pyroderus scutatus) e a tesourinha
(Phibalura flavirostris), sendo necessários estudos específicos visando sua preservação.
Mastofauna
Ainda não foi realizado o levantamento dos mamíferos, sendo necessária a elaboração de projetos
específicos para identificar pequenos e médios mamíferos existentes na área da Estação. Entretanto,
algumas espécies já foram observadas e identificadas nas trilhas e estradas, tais como: quati (Nasua
nasua), veado-mateiro (Mazama sp.), paca (Agouti paca), tatu-galinha (Dasypus novemcinctus),
esquilo (Sciurus aestuans), tapeti (Sylvilagus brasiliensis), raposinha (Dusicyon sp.); além das duas
ameaçadas de extinção, já citadas: o macaco-sauá (Callicebus personatus) e o lobo-guará
(Chrysocyon brachyurus) que transita ocasionalmente pela UC.
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Tabela - Espécies ameaçadas de extinção (Portaria 1522 - IBAMA)
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Tesourinha Esta espécie foi registrada recentemente por equipe de
Classe:Aves ornitólogos do Clube de Observadores de Aves de Minas Gerais,
Família:Cotingidae quando em incursão na área do apiário da E.E.T., onde foi
Espécie:Phibalura flavirostris identificado um casal da espécie nidificando no alto de uma
(Vieillot,1816) pequena árvore.
8. ASPECTOS SÓCIO-ECONÔMICOS
A análise dos aspectos sócio econômicos da área da E.E.T. teve como objetivo definir o perfil dos
moradores locais e a percepção ambiental desta comunidade em relação à área que apresenta
características especiais de proteção legal. Os dados levantados através da aplicação de
questionários permitiram estabelecer diretrizes para melhoria da qualidade de vida da comunidade e
sua integração com os princípios legais que regem uma estação ecológica.
Proprietários:
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José Araújo Pedrosa Filho
José Donato Quirino
Júlio Marotta. (considerar ainda a família de Osvaldo Pereira Rodrigues Filho, genro do Sr. Júlio
Marotta.)
Funcionários Aposentados:
Funcionários da FEAM:
Do total de moradores, 26,7% são crianças com idade até nove anos; l7,8% estão na faixa etária de
10 a l9 anos; 33,3% entre 20 a 49 anos de idade e 22,2% acima de 50 anos de idade. Grande parte
dos moradores reside na E.E.T. há mais de 29 anos, sendo a maioria deles nativos da região.
A mão-de-obra ativa, totalizando 54,5% da população residente, está distribuída entre as atividades
diretamente relacionadas com a administração da Estação e atividades externas, desenvolvidas nos
setores minerário e de hotelaria.
A renda familiar dos residentes da E.E.T. incide, preponderantemente, na faixa de três salários
mínimos para os funcionários do Estado e superior a quatro sálarios mínimos para os proprietários
particulares e aposentados, ainda exercendo trabalhos através de prestação de serviços. Esta faixa
salarial está compatível com o padrão salarial médio do município de Ouro Preto.
O poder aquisitivo da comunidade permite o acesso a bens de consumo, como demonstrado pela
existência, em todas as unidades residenciais, de eletrodomésticos básicos, equipamentos de som
(45,4%), aparelhos de vídeocassete (16,2%) e veículos (27,2%). A E.E.T. não possui rede
telefônica; entretanto, uma família dispõe de telefone celular.
O nível médio de escolaridade dos moradores é o 1º grau incompleto (81,8%). Apenas dois
moradores possuem primeiro grau e segundo grau completos, respectivamente. Todas as crianças
em idade escolar estão matriculadas e frequentam a Escola Estadual Tomaz Antônio Gonzaga,
localizada no Distrito de Saramenha, uma vez que a escola municipal localizada na E.E.T. foi
desativada. De acordo com os moradores seriam extremamente benéficos para a população residente
a reestruturação e ativação desta escola.
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Com relação à saúde não há registro no local de problemas crônicos e/ou de maior gravidade. O
serviço de assistência médica é prestado pela rede pública, através da Previdência do Estado e
INAMPS. Apenas dois moradores possuem assistência médica particular. A maior dificuldade
apontada pelos beneficiários da Previdência é a distância entre a E.E.T. e Belo Horizonte, que
impõe limitações aos atendimentos de internação, uma vez que não há Unidade Hospitalar da
Previdência em Ouro Preto.
Os principais problemas detectados pelos moradores são fiscalização deficiente; trânsito excessivo
de pessoas na área, principalmente nos fins de semana, que acarreta problemas relacionados à
poluição sonora, hídrica e visual, falta de segurança, caça, retirada de lenha, inexistência de meio de
transporte público para a cidade de Ouro Preto e seu sistema de telefonia.
A Estação é utilizada como área de lazer, principalmente, pela população jovem e masculina. Os
locais mais procurados são a lagoa, o campo de futebol , o Córrego do Tripuí, além das trilhas em
áreas de mata e da linha férrea, que são usadas para caminhadas .
Tendo como princípios que em uma Estação Ecológica não pode haver exploração econômica dos
recursos naturais e que os benefícios advindos são somente de uso indireto, as atividades na E.E.T.
se enquadram em dois grupos distintos:
Atividades compatíveis:
Plantio de pequenas hortas e pomares para subsistência, exercidas pelas famílias residentes.
Jardinagem.
Atividades incompatíveis:
Criação de animais domésticos. Foram identificados oito diferentes tipos de animais domésticos
criados, em pequena escala, na E.E.T., tais como bovinos, equinos, caninos, etc.
Limpeza de pasto através do uso de fogo. Esta atividade ocorre em áreas adjacentes à E.E.T,
ocasionando o alastramento do fogo para a área da Estação. Levantamentos realizados pelo CETEC
e FEAM a partir de l985 permitiram identificar os pontos de maior incidência de incêndios,
conforme pode ser observado no Mapa de Ocorrência de Incêndios.
Queima de fogos de artifícios. Atividade que ocorre por ocasião da festa religiosa tradicional da
Padroeira Nossa Senhora da Conceição, realizada durante os meses de julho e agosto.
Travessia regular de muares carregados de lenha. Material originário de áreas localizadas fora da
Estação, principalmente, das regiões do Distrito de Rodrigo Silva, Boa Vista e Venda Nova. Esta
atividade é constante sendo utilizados os acessos secundários da antiga Estrada Real e das trilhas de
tropeiros, que interligam estas regiões à Rodovia dos Inconfidentes, através da estrada principal da
Estação;
Retirada clandestina de lenha. Embora em menor intensidade do que em anos anteriores, ainda
ocorre em áreas próximas à rodovia. A redução desta atividade deve-se, principalmente, ao
estabelecimento da residência do administrador na E.E.T. desde julho de 1993, reforçando a
fiscalização. Porém, devido ao reduzido contingente de funcionários da Estação, esta atividade
ainda não foi eliminada.
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8.2 Situação fundiária
1- Propriedade do Sr Júlio Marotta: terreno de 5.000 m2 contendo duas benfeitorias, sendo uma casa
do tipo popular com cerca de 75m2 e outra com cerca de 90m2.
2- Propriedade do Sr. José Donato Quirino: terreno de 6.700 m2 contendo duas benfeitorias, uma
casa do tipo popular com cerca de 60 m2 e um curral.
3- Propriedade do Sr. José Araújo Filho: terreno de l.300 m2 contendo uma casa do tipo popular
com cerca de 65 m2 como benfeitoria.
4- Propriedade de Geralda Neves Fortes: terreno de 464.600 m2, contendo como benfeitoria uma
pequena represa onde ocorrem atividades de recreação.
5- Propriedade da Comunicações, Lazer e Cultura S.A.- CLC (TURABRIL): terreno de 74.000 m2,
não contendo benfeitorias.
Algumas iniciativas vêm sendo tomadas, no sentido de solucionar os entraves advindos da questão
fundiária. Em agosto de 1994, a Secretaria de Estado de Recursos Humanos e Administração -
SERHA apresentou o laudo de avaliação da área pertencente a Geralda Neves Fortes com o valor
equivalente a R$ 2.090.700,00 (dois milhões, noventa mil e setecentos reais). A FEAM procedeu a
análise, comparando este valor com aquele dos terrenos adquiridos pelo IEF, em área similar, à
Fazenda São José do Manso no interior do Parque Estadual do Itacolomi (P.E.I.), constatando uma
grande disparidade entre os valores desses terrenos. Face ao observado solicitou-se à SERHA a
revisão do estudo técnico e ampliação da área analisada de forma a abranger os demais terrenos
sujeitos à indenizações.
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8.3 SERVIÇOS DE INFRA-ESTRUTURA
No interior da E.E.T, existem vinte e seis edificações, sendo dezesseis benfeitorias pertencentes ao
Estado, incluindo unidades residenciais e de apoio administrativo, três à RFFSA, quatro a
proprietários particulares, além de uma igreja, uma escola desativada e um cemitério cujo registro
de posse não foi identificado.
l0ªcasa -Vazia
A casa da administração da Estação, além de ser a residência do administrador, também vem sendo
utilizada como alojamento para pesquisadores gerando conflitos evidentes de uso. Embora
reformada em l991, necessita de correções de infiltrações e melhoria das instalações elétricas e
hidráulicas.
Próximo à antiga Estação da RFFSA, a ocupação encontra-se dispersa, formada por treze unidades
físicas incluindo residências e edificações de apoio administrativo da E.E.T. Deste total apenas
quatro pertencem ao Estado, sendo dois galpões, uma residência e um apiário. Nos galpões,
reformados em l991 e em l994, funciona o Centro de Pesquisa e Educação Ambiental. O principal
problema deve-se à sua localização próxima ao brejo, cuja umidade provoca sérias infiltrações nas
paredes e nos pisos, difilcultando o melhor aproveitamento do local . O Centro é carente de
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equipamentos de informatização e comunicação, e não possui uma sala adequada para criação em
cativeiro do Peripatus acacioi. Próximo ao Centro de pesquisas encontram-se as casas pertencentes à
RFFSA, as propriedades particulares, a igreja e a escola.
Uma das casa da RFFSA apresenta-se ocupada por um funcionário aposentado e outras duas estão
desativadas. No que se refere às propriedades particulares, encontram-se quatro residências
ocupadas. A Igreja Nossa Senhora da Conceição está sob supervisão da Igreja do Pilar de Ouro
Preto e a Escola Municipal do mesmo nome está atualmente desativada. A área destinada ao
cemitério, apesar de pequena, ainda é utilizada pela comunidade local, existindo registro oficial do
sepultamento de l5 pessoas. Com localização mais afastada do Centro de Pesquisa e próximo ao
apiário encontra-se uma residência ocupada, atualmente, pela família de aposentado da SEAPA. O
apiário da Estação encontra-se em condições precárias para utilização, mas mesmo assim, são
retirados semestralmente cerca de 40 litros de mel.
Além das benfeitorias citadas, existe ainda uma guarita para vigilância, localizada na entrada da
Estação próxima ao Anel de Contorno Ouro Preto - Mariana.
A energia elétrica é distribuída pela CEMIG a todas as benfeitorias, com exceção da guarita e
apiário.
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8.3.4 Sistema Viário
A aproximadamente l50 m do trevo existe o entrocamento com a estrada vicinal, à direita, que
constitui a principal via de acesso da E.E.T. Esta via direciona-se para sudoeste, com largura
variando entre quatro a seis metros, e no entrocamento com a rua do Apiário, a cerca de l200 m,
inflete para sudeste. Seguindo nesta direção, a partir da Igreja, esta via passa a ser denominada rua
Nossa Senhora da Conceição, estendendo-se por l700 m até o seu final na Vila do Tripuí.
A rua do Apiário, que se inicia no entrocamento, possui uma extensão total de 1500 metros dando
acesso a apenas uma residência e ao apiário da Estação. Antes do apiário, apresenta-se seccionada
pela linha férrea da RFFSA e pela estrada de acesso às regiões de Venda Nova e Boa Vista,
atualmente desativada.
Considera-se que a rede viária da E.E.T. é incipiente, porém bem distribuída, conforme observado
no mapa em anexo, constituindo-se pelas vias não-pavimentadas construídas sobre vertentes
declivosas. Atende parcialmente às necessidades de deslocamento, devido ao fato de que o trânsito
de veículos maiores, como ônibus oriundos de excursões escolares, é limitado pelas características
topográficas locais, exigindo manutenção permanente. Sua manutenção tem sido feita com
cascalhamento utilizando rejeitos de mineração cedidos pela Prefeitura Municipal, assim como o
maquinário e parte da mão de obra.
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9. ZONEAMENTO AMBIENTAL
O princípio metodológico definido para este projeto foi conduzido por uma abordagem integrada
dos diversos elementos que compõem o espaço geográfico estudado permitindo o estabelecimento
do Zoneamento Ambiental para a área da E.E.T..
intercalações de
Vertente quartzitos
ferruginosos e associação litossolo
filitos pra teados com inclusão de
sul/leste l200 a 1300 cambissolo álico-
fase sucessão
secundária de
floresta mesófila
associação litossolo
fase campo limpo de
cerrado e fase campo
Planície central 1100 a 1200 filitos sujo de cerrado; solos
aluviais associados a
brejos permanentes
Estas Unidades foram subdivididas em Zonas de Manejo, que nortearam a estruturação de parte do
programa de manejo a ser implantado na E.E.T. Outra parte do programa de manejo derivou da
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necessidade de formação de infra-estrutura de apoio científico e administrativo na E.E.T. Apesar
deste projeto abordar um maior alcance temporal das ações, estão previstos, no plano de manejo,
mecanismos permanentes de atualização, através de estudos complementares a serem desenvolvidos
no âmbito da Estação.
Os arranjos espaciais que expressam as unidades de manejo foram definidos em sete Zonas
Ambientais: Zona Especial I, Zona Especial II, Zona em Transição, Zona Histórico-Cultural, Zona
de Recuperação, Zona de Pressão Antrópica e Zona de Uso Antrópico. Com exceção da Zona de
Uso Antrópico, todas as demais se destinam à preservação integral da biota.
1- Zona Especial I
Corresponde a uma grande unidade abrangendo toda a vertente do setor norte e à baixa vertente do
setor sul. Nesta Zona ocorre a Floresta mesófila com presença de populações de “candeia” em
diferentes estágios de desenvolvimento, constituindo-se na área onde a vegetação apresenta-se
fisionomicamente mais desenvolvida.
2- Zona Especial II
3- Zona em Transição
Compreende a vertente do setor leste, onde a vegetação natural foi totalmente descaracterizada,
substituída por uma vegetação de campo sujo, constituindo-se uma Zona de Transição entre as
Zonas Especial I e de Uso Antrópico. Nesta Zona deverão ser desenvolvidas pesquisas direcionadas
para monitoração do biótopo principalmente, no sentido de se verificar a possibilidade de
recomposição vegetacional, visando melhoria da qualidade ambiental, incrementando a evolução
natural do ambiente.
Considera-se a Estação Ecológica do Tripuí patrimônio histórico cultural por excelência. Sua
ocupação remonta ao final do século XVII, e a sua história sempre evoca a descoberta do ouro na
37
região. Para efeito de zoneamento, priorizou-se o eixo da estrada que conduz a Venda Nova, cuja
construção é da segunda metade do século XVIII. O traçado original dentro da área da Estação foi
inferido, sendo a sua identificação objeto de pesquisa posterior.
Em prospecções preliminares, foram registrados vários pontos de interesse de pesquisa, nos limites
da unidade de conservação, bem como significativos testemunhos fora da área da Estação, em
terrenos de particulares. Os trechos de interesse concentram remanescentes da estrada, trechos
pavimentados, pontes, marcos de idenfificação da Estrada, antigas sedes de fazendas, casas de
comércio e moinhos.
Considera-se que este material residual seja fundamental para a compreensão do universo agrário
minerador do século XVIII e XX, servindo para o resgate do processo de ocupação da área de
entorno da Estrada Real. Estas manifestações históricas, culturais e arqueológicas deverão ser
estudadas, interpretadas para o público e o seu aproveitamento deverá consolidar o processo de
concientização dos valores culturais e ambientais.
5- Zona de Recuperação
Corresponde à alta vertente localizada no setor sul da Estação, onde se verifica a ocorrência de
processos morfordinâmicos intensificados (Foto 5), representados pelos processos generalizados de
deslizamentos. Estes processos constituem-se em indicadores para recuperação, requerendo ações
específicas de monitoramento e projetos de recomposição. Considerando os aspectos ambientais
homogêneos que definem as Zonas de Manejo, alguns trechos necessários à recuperação não foram
incluídos nesta zona, mas somente no subprograma de recuperação.
Esta Zona foi assim caracterizada por possuir alterações artificiais provocadas pelo uso e ocupação
antrópica numa escala temporal que antecede a data de criação da E.E.T. Corresponde a uma faixa
equivalente a 9 % da área total da E.E.T., localizada ao longo das ruas Nossa Senhora da Conceição,
do Apiário, estrada de acesso principal e ao longo da via Férrea (Foto 6). Abrange toda a área
residencial, de recreação e de acesso à E.E.T. O princípio básico para definição desta Zona foi
respeitar a situação real, existente, procurando adequá-la de forma harmônica com os preceitos
legais e objetivos de manejo da unidade.
38
impactos gerados pelas intervenções, definiu-se uma lista de ações compatíveis e incompatíveis, já
especificada nos aspectos sócio-econômicos, com base nos princípios de uma Estação Ecológica.
Nesta Zona, o ambiente deve ser mantido o mais próximo do natural embora, devam ser
implementados os serviços de infra-estrutura necessários à educação ambiental e pesquisa.
Foram previstas, nesta Zona de Uso Antrópico, cinco áreas distintas, com total de 5 ha,
correspondentes à parte das parcelas utilizadas para o estudo do projeto “Ecofisiologia da Candeia”,
onde poderão ser abertas clareiras. Posteriormente, deverá ser desenvolvido projeto específico
direcionado para o aproveitamento das comunidades vegetais.
39
10. PROGRAMA DE MANEJO
A implantação deste programa de manejo, elaborado a partir da análise comparativa das Unidades
Ambientais, constitui uma tarefa de grande abrangência e complexidade, exigindo que a
responsabilidade deste projeto seja dividida com organismos gerenciadores, representados pelo
próprio Conselho Consultivo da E.E.T, Fundação Estadual do Meio Ambiente-FEAM, entidades
financiadoras, Instituições de Pesquisa e outros organismos envolvidos indiretamente.
desenvolvimento de modelos para integração de dados dos diversos estudos, visando a conservação
do P.acacioi, e o manejo das comunidades florísticas e faunísticas da E.E.T.;
continuação dos levantamentos florísticos e ampliação para novas áreas, visando detectar mudanças
na diversidade das comunidades.
inventário e estudo do potencial apícola, medicinal e ornamental das espécies vegetais nativas da
E.E.T..
40
revisão taxonômica, por famílias, dos materiais vegetais coletados e elaboração da “Flora da
Estação Ecológica do Tripuí”;
estudos comparativos da estrutura vertical e horizontal, entre os diversos estratos, nas atuais
parcelas e em novas parcelas, para acompanhamento da tendência evolutiva das formações;
determinação do tamanho mínimo populacional das principais espécies arbóreas, tendo em vista a
sua conservação como recurso genético;
dinâmica do banco de sementes do solo nos diferentes estágios sucessionais e sua importância no
estabelecimento do candeial, das florestas e formações campestres;
estudos para caracterização do ecossistema da Lagoa artificial do Tripuí visando seu possível
aproveitamento para piscicultura;
avaliação da condição da qualidade das águas do Córrego do Tripuí com vistas à efetivação do
enquadramento;
41
10.1.2 Subprograma de Recuperação Ambiental
Este subprograma refere-se a alguns procedimentos que deverão ser adotados em relação à
degradação do solo e à erradicação de espécies de vegetação exótica.
Em relação às espécies exóticas sugere-se a retirada dos indivíduos do gênero Eucalyptus spp.
(eucalipto), distribuídos aleatoriamente na área da E.E.T. As espécies desse gênero são originárias
da Austrália e exóticas no Brasil. Seu cultivo é realizado com o objetivo principal de produção de
celulose e madeira. Até 1980/81 havia na E.E.T. um viveiro do IEF, onde eram produzidas mudas
de Eucaliptus para fornecimento à indústria e pequenos proprietários. Os indivíduos de Eucaliptus
mais velhos foram plantados na gestão da Sub-Estação de Fruticultura. Como são espécies
alelopáticas negativas e possuem grande plasticidade ambiental competem com as espécies nativas
por espaço, luz, nutrientes e pela espécie de insetos e outros animais, possíveis polinizadores, com
reflexos negativos sobre a polinização, reprodução e disseminação das espécies arbóreas nativas. A
eliminação do Eucaliptus justifica-se, ainda, pelo fato do cultivo de espécies exóticas para qualquer
finalidade não se enquadrar nos objetivos de uma Estação Ecológica.
Além dos Eucaliptus é necessário também a erradicação dos indivíduos do gênero Cupressus
(cipreste), pelas mesmas razões anteriormente citadas.
erradicação dos indivíduos das espécies exóticas ocorrentes na E.E.T., com o posterior
aproveitamento da madeira para infra-estruturas a serem realizadas no âmbito da UC;
monitoração das populações de Hedychium Coronarium (lírio d‟água), que pode se tornar uma
planta invasora, se as condições ambientais assim o permitirem;
recuperação de dois trechos ao longo da via férrea e um trecho em área contígua ao trevo de Ouro
Preto, com recomposição do solo e vegetação;
42
monitoração da evolução dos processos de deslizamentos ocorrentes na vertente sul da área da
E.E.T.
O estado de conservação das benfeitorias existentes possibilita seu aproveitamento, desde que sejam
realizadas reformas e manutenção periódica das unidades residenciais e áreas de utilização pública.
A implantação de novas estruturas se restringe ao cercamento de áreas críticas, instalação de viveiro
e sistema de esgotamento sanitário. As atividades abaixo relacionadas apresentam-se dispostas pelo
grau de prioridade:
implantação de cercamento no limite sul da E.E.T., em áreas limítrofes com a BR-356 e com a
Rocinha;
transferência da residência próxima ao Apiário para a Vila e adaptação da mesma para instalação de
base de fiscalização;
43
implantação de um viveiro de mudas das espécies nativas, para utilização em modelos de
recomposição de área degradadas;
reforma do Centro de Pesquisa e Educação Ambiental para solução dos problemas de infiltração;
Dentre as cinco propriedades particulares encontradas junto à E.E.T., somente uma está submetida
ao regime desapropriatório, cujos terrenos equivalem a 46,46 ha. Entretanto, considera-se de
fundamental importância que todas as atividades inerentes a este Subprograma sejam trabalhadas,
simultaneamente, uma vez que o restante de terrenos para regularização fundiária corresponde a 8,7
ha. Embora os proprietários particulares residentes na E.E.T. tenham sob seus domínio apenas 1,3
ha, são grandes as dificuldades para o cumprimento das restrições de usos impostas pela lei. Nesse
sentido, propõem-se as seguintes atividades em ordem de prioridade:
levantamento dos recursos necessários, conforme indicação de novo laudo técnico a ser elaborado
pela Superintendência de Bens e Imóveis da SERHA, para indenização dos terrenos
correspondentes a 47,76 ha;
Este subprograma foi criado com o objetivo de proteger toda a área de influência direta da E.E.T.,
considerando a interdependência mútua de seus elementos naturais, uma vez que os limites da
Estação não abrangem esta área. Com esta finalidade as atividade previstas são as seguintes:
Para efetivação dos serviços de fiscalização propõem-se a terceirização dos serviços de vigilância, a
capacitação profissional dos servidores da FEAM, a aquisição e instalação de equipamentos de
apoio, segundo as seguintes atividades:
Conforme discutido no Congresso Mundial de Parques e Áreas Protegidas (Barzetti, 1993) realizado
em Caracas é imperativo orientar visitações em áreas protegidas, através de programas de
educação ambiental, de caráter formal ou informal.
Em 1994 , através de apoio da CAF, foram realizadas reformas nas dependências do Centro de
Educação Ambiental, possibilitando o desenvolvimento de novos trabalhos junto ao público
visitante.
O Centro está à disposição das comunidades circunvizinhas, dos órgãos governamentais e não-
governamentais para a realização de treinamentos e outras atividades que possam ser desenvolvidas.
45
A definição e abordagem para o desenvolvimento das atividades foram elaboradas de acordo com os
interesses de cada grupo, resultando em roteiros distintos, estruturados para o melhor
aproveitamento da infra-estrutura existente , com a finalidade de atender de forma satisfatória os
seus diferentes usuários. Estabeleceram-se como requisitos necessários ao desenvolvimento de
algumas atividades a identificação das espécies e a elaboração de material didático para caminhadas
orientadas, bem como, o treinamento de pessoas para desenvolvimento das oficinas de trabalho, e
o credenciamento dos grupos de excursão para visitas orientadas na Estação, pela Secretaria
Municipal de Turismo de Ouro Preto. Para subsidiar os projetos faz-se necessário também a
produção de um audiovisual da E.E.T. e de material educativo específico da região, como folderes,
cartilhas e cartazes.
demarcação de trilhas nas zonas histórico-cultural e de pressão antrópica, identificação das espécies
vegetais principais e elaboração de material didático para orientação nas caminhadas;
montagem de uma “ecolojinha” junto ao Centro de Pesquisa e Educação Ambiental para a venda de
suvenires e material de divulgação;
47
11. IMPLEMENTAÇÃO DO PROGRAMA DE MANEJO
48
CUSTO MENSAL ATUAL PARA MANUTENÇÃO DA E.E.T.
Salário 312,66
(R$) 687,50 294,84 20,00 150,00 100,00 420,00 06
277,76
Encargos 40,68
(R$) 137,50 38,43
36,17
Sub-Total 825,00 1.000,54 20,00 150,00 100,00 210,00 07
TOTAL GERAL = R$ 2.305,54
49
CRONOGRAMA FÍSICO - AÇÕES EMERGENCIAIS
50
CRONOGRAMA FINANCEIRO - AÇÕES EMERGENCIAIS
INDICAÇÃO DE
N° Ativ. DISCRIMINAÇÃO DOS SERVIÇOS CUSTO POSSÍVEIS
(R$) FONTES
01 Conforme projeto de pesquisa FAPEMIG/FNMA
02 Conforme projeto de pesquisa FAPEMIG/FNMA
03 Conforme projeto de pesquisa FAPEMIG/FNMA
04 Conforme projeto de pesquisa FAPEMIG/FNMA
05 Conforme projeto de pesquisa FAPEMIG/FNMA
06 Recomposição de taludes e revegetação * DER
07 Recomposição de solos e revegetação * RFFSA
08 Construção de fossas sépticas, estação de tratamento de esgoto, ALCAN/CVRD/P
construção de redes coletoras, supervisão técnica das obras 7.800,00 MOP/SESC/
FEAM
09 Instalação de postes, derivação monofásica, transformador 5 2.330,00 CEMIG/FEAM
KVA e padrão de entrada rural
Instalação hidráulica 600,00 PMOP/FEAM
SESC/BELGO
10 Cercar limite porção sul ± 2450 m. 17.000,00 MIN.CAF/FEAM
* custo não-estimado
51
** despesas operacionais rotineiras
52
CRONOGRAMA FÍSICO - AÇÕES PERMANENTES
N° ATIVIDADES
01 Centro de Estudos Climáticos
02 Monitorar a evolução dos processos de deslizamentos
03 Manutenção das vias de trânsito e trilhas interpretativas
04 Formar mailing list
05 Utilizar veículos de comunicação
06 Realizar práticas de observação do P. acacioi ao vivo e ao
microscópio
07 Promover cursos de reciclagem para professores de 1° e 2° grau e
alunos, professores e pesquisadores das universidades
08 Promover a realização de palestras
09 Reuniões períodicas com os moradores
10 Manutenção do viveiro de mudas
11 Elaborar painéis de informações de pesquisas realizadas na área
12 Propiciar desenvolvimento de pesquisas na E.E.T.
13 Estabelecer negociações com CLC (TURABRIL). manutenção das
unidades residenciais e administrativas
53
12. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Durante o processo de elaboração deste Plano de Manejo, foi possível identificar aspectos
significativos sobre a efetiva implantação da Estação Ecológica do Tripuí, dentro do contexto
regional em que se insere. A região caracteriza-se, primordialmente, pela presença de recursos
naturais que podem permitir o desenvolvimento de atividades industriais, turísticas e de pesquisa,
em consonância com o interesse preservacionista em diversas esferas governamentais, evidenciado
pela existência de inúmeras unidades de conservação. A coexistência destes vetores favorece o
planejamento participativo, visando concretizar o interesse coletivo.
A viabilidade de execução desse Plano de Manejo é reforçada pelas parcerias instituídas no seu
gerenciamento e por estar destituído de custos elevados no que se refere ao aperfeiçoamento de sua
infra-estrutura.
Presume-se que o custo para indenização de terrenos não venha a caracterizar empecilhos à
regularização fundiária da E.E.T., conforme índices atuais do mercado imobiliário.
54
13. FOTOS
FOTO 1
FOTO 2
FOTO 1 - Observa-se em detalhe uma das edificações da RFFSA do final do séc. XIX.
FOTO 3
FOTO 4
FOTO 3 - Detalhe da pequena represa localizada no interior da E.E.T., contornada pela Mata
Mesófila.
56
FOTO 4 - Formações arbustivas e arbóreas às margens do Córrego do Tripuí, parte
integrante da Zona de Proteção Especial II.
FOTO 5
FOTO 6
FOTO 5 - Detalhe da vertente Sul da E.E.T. com ocorrência de cicatrizes de deslizamentos. Observa-
se a grande extensão de área atingida pelo fogo em agosto/95.
57
FOTO 6 - Rede Ferroviária cortando longitudinalmente à E.E.T. . Ressalta-se, nas áreas periféricas,
a Zona de Pressão Antrópica.
14. BIBLIOGRAFIA
ABREU, S.F. Recursos Minerais do Brasil. São Paulo: Minstério da Indústria e do Comércio
/Instituto Nacional de Tecnologia, (s. d.). v. II
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otters (genus Lutra, Mustelidae, Carnivora). Roy. Ont. Mus. Life Sci. Cont. 80:1-104
63
ANEXO
Deliberação COPAM Nº
O Presidente do Conselho Estadual de Politica Ambiental-COPAM, no uso das atribuições que lhe
confere o ........................................................................................
....................................................................................................................................e tendo em vista
o disposto na Lei No 6902 de 27.04.92, Decreto No 99274 de 06.06.90, Resolução CONAMA Nº de
l4.l2.88 e Decreto Estadual No 30758 de 28.l2.89,
Considerando que a E.E.T. tem como principal objetivo a preservação do habitat do Peripatus
acacioi;
Art.1º- Fica estabelecido o regimento interno da E.E.T., conforme normas e procedimentos contidos
nesta Resolução e seus anexos.
Art.2º- A realização de pesquisas somente será permitida de acordo com o cumprimento das
seguintes instruções.
a - projetos de pesquisas que se enquadrarem nas linhas de pesquisa consideradas prioritárias para a
E.E.T., conforme seu plano de manejo, contribuindo direta ou indiretamente com subsídios para o
conhecimento e manejo da U.C.
64
V - Após análise do pedido pelo Conselho Consultivo será emitido o parecer conclusivo e se
aprovado será expedida a autorização;
c - A remessa de material coletado nas pesquisas para o exterior somente será permitida, se
atendidas as normas e legislação vigentes no Brasil;
VII- O pesquisador autorizado a desenvolver pesquisas na E.E.T. deverá enviar cópias de relatórios,
com os resultados alcançados ao Conselho Consultivo da E.E.T., segundo cronograma de atividades
anteriormente aprovado;
Art. 4º- Fica definido o número máximo de oitenta pessoas para as visitas coletivas à E.E.T.
65
I - Porte e uso de armas de qualquer tipo, excetuando-se os funcionários da vigilância;
Parágrafo Único - O não-cumprimento destas normas incidirá na aplicação das penalidades prevista
em lei.
A presente Deliberação entra em vigor na data de sua publicação.
66
ESTAÇÃO ECOLÓGICA DO TRIPUÍ
FICHA DE VISITANTES
DADOS PESSOAIS
1. NOME:
2. PROFISSÃO:
3. ÓRGÃO/INSTITUIÇÃO:
4. INDICADO POR:
ENDEREÇO
1. RUA/AV./PRAÇA: Nº
2. CEP: 3. CIDADE: 4. ESTADO: 5. PAÍS:
6. TELEFONE: FAX: TELEX:
OBJETIVOS DA VISITA
3. REALIZAR REPORTAGEM
5. DESENVOLVER PESQUISA
6. OUTROS (ESPECIFICAR)
OBSERVAÇÕES:
67
ESTAÇÃO ECOLÓGICA DO TRIPUÍ
1. TÍTULO DO PROJETO
2. OBJETIVOS
68
3. JUSTIFICATIVA
69
5. INTERVENÇÃO ANTRÓPICA NA ÁREA
70
7. PREVISÃO DE UTILIZAÇÃO DE INSTALAÇÕES E EQUIPAMEENTOS DA UC
71